Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto

Secretaria de Saúde Departamento de Assistência Farmacêutica

Av. Romeu Strazzi, 199 – CEP 15084-010 – Tel: (17) 3216-9785

www.riopreto.sp.gov.br/saude

INFORME TÉCNICO 05/2012

ÁCIDO PERACÉTICO – DILUIÇÃO PARA DESINFECÇÃO DE PRODUTOS PARA

INALOTERAPIA E ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA:

Definições:

Desinfecção de alto nível: processo físico ou químico que destrói a maioria dos microrganismos de

artigos semicríticos, inclusive micobactérias e fungos, exceto um número elevado de esporos

bacterianos1.

Desinfecção de nível intermediário: processo físico ou químico que destrói microrganismos

patogênicos na forma vegetativa, micobactérias, a maioria dos vírus e dos fungos, de objetos

inanimados e superfícies1.

Produtos para saúde críticos: são produtos para a saúde utilizados em procedimentos invasivos

com penetração de pele e mucosas adjacentes, tecidos subepteliais, e sistema vascular, incluindo

também todos os produtos para saúde que estejam diretamente conectados com esses sistemas1.

Requerem esterilização2. Ex. agulhas, cateteres intravenosos, materiais de implante, etc.

Produtos para saúde semi-críticos: produtos que entram em contato com pele não íntegra ou

mucosas íntegras colonizadas1. Requerem desinfecção de médio ou de alto nível ou esterilização

2.

Ex. cânula endotraqueal, equipamento respiratório, espéculo vaginal, sonda nasogástrica, etc.

Produtos para saúde não-críticos: produtos que entram em contato com pele íntegra ou não

entram em contato com o paciente1. Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível

2.

Ex. termômetro, materiais usados em banho de leito como bacias, cuba rim, estetoscópio, roupas de

cama do paciente, etc.

Produtos para saúde passíveis de processamento: produto para saúde fabricado a partir de

matérias primas e conformação estrutural, que permitem repetidos processos de limpeza, preparo e

desinfecção ou esterilização, até que percam a sua eficácia e funcionalidade1.

Processamento de produto para saúde: conjunto de ações relacionadas à pré-limpeza, recepção,

limpeza, secagem, avaliação da integridade e da funcionalidade, preparo, desinfecção ou

esterilização, armazenamento e distribuição para as unidades consumidoras1.

Produtos para inaloterapia e assistência ventilatória: produtos para saúde semicríticos utilizados

na assistência ventilatória, anestesia e inaloterapia.

Informações Gerais:

Nas Unidades de Saúde existem produtos que podem se tornar fontes de transmissão de agentes

infecciosos se não forem corretamente processados para sua descontaminação2 antes da utilização

em outro paciente.

Esses artigos são classificados de acordo com o risco e o potencial de contaminação em artigos

críticos, semi críticos e não críticos3:

Produtos para saúde semicríticos utilizados na assistência ventilatória, anestesia e inaloterapia

devem ser submetidos à limpeza e, no mínimo, à desinfecção de nível intermediário, com produtos

saneantes em conformidade com a normatização sanitária1 (RDC ANVISA nº 31/2011

4), e não

poderão ser submetidos à desinfecção por métodos de imersão química líquida com a utilização de

saneantes a base de aldeídos1.

A escolha do produto mais adequado para a desinfecção deve levar em conta vários fatores, entre

eles o espectro de ação, rapidez, compatibilidade com o material dos artigos, toxicidade, danos ao

meio ambiente, facilidade de utilização, etc3

.

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Na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a CCIH aprovou a desinfecção, em alto nível, com o

ácido peracético.

O ácido peracético é um agente oxidante que age por desnaturação das proteínas, alterando a

permeabilidade da parede celular, agindo rapidamente sobre os microrganismos inclusive sobre os

esporos bacterianos em baixas concentrações (0,001 a 0,2%)5. É efetivo mesmo na presença de

matéria orgânica. Apresenta baixa toxicidade5 e figura como desinfetante/esterilizante, conforme

Portaria nº 15/1988 da ANVISA6.

Apresentações disponíveis na SMS:

Os desinfetantes para artigos semicríticos devem ser utilizados de acordo com os parâmetros

definidos no registro do produto1.

O Ácido peracético em uso na SMS é o Peroxide P50 da empresa Bell type, segundo a qual a

desinfecção de alto nível, deve ser realizada com uma solução com concentração de 0,2%7.

Instruções para preparo da solução de Ácido Peracético a 0,2% a partir da concentração a

5% (embalagem original)7:

Diluir o produto original (5%) para 0,2% em água.

Diluir 40 ml do produto para cada 960 ml de água (200 ml do produto para a cuba de 5 litros).

Realizar a diluição sempre em local aberto, arejado.

Utilizar E.P.I. (máscara, óculos, avental e luva de procedimento) durante a diluição.

Passos para utilização8:

1. Lavar as máscaras, copos de inaladores com água e sabão.

2. Enxaguar com água corrente.

3. Deixar escorrer em local limpo até secar.

4. Mergulhar totalmente no ácido peracético a 0,2%, em cuba própria e com tampa fechada.

5. Deixar totalmente imerso por 30 minutos.

6. Retirar da cuba com luva de procedimento.

7. Escorrer bem o produto.

8. Enxaguar em água corrente.

9. Deixar escorrer em local limpo até secar.

10. A solução deverá ser trocada a cada 12h ou quando houver mudança no aspecto da solução

original.

11. Unidades ambulatoriais, desprezar a solução ao término do expediente.

Observações sobre o produto8:

Manter o produto na embalagem original e em pé.

Não deixá-lo exposto ao sol.

Nunca devolver sobra do produto na embalagem original.

Após término da solução do galão, enxaguar bem internamente com água corrente e desprezar

na coleta seletiva de resíduo químico tipo B.

Toda manipulação de qualquer produto exige muito cuidado.

Em caso de acidente com o produto ou qualquer tipo de reação alérgica, verificar orientações no

rótulo do galão e entrar em contato com o CEATOX – Hospital de Base (17) 32015000.

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1 ANVISA. Resolução n. 15, de 15 de março de 2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de

produtos para saúde e dá outras providências. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0015_15_03_2012.pdf acesso em 28 junho de 2012. 2 BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Processamento de Artigos e Superficies em

Estabelecimentos de Saúde. -- 2. ed. -- Brasília,1994. 3 Curso Básico de Controle de Infecção Hospitalar Caderno C Métodos de Proteção Anti-Infecciosa Anvisa

http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/CIHCadernoC.pdf Acesso 13 junho 2012. 4 ANVISA. Resolução n. 31, de 4 de julho de 2011. Dispõe sobre a indicação de uso dos produtos saneantes na categoria

"Esterilizante", para aplicação sob a forma de imersão, a indicação de uso de produtos saneantes atualmente categorizados como

"Desinfetante Hospitalar para Artigos Semicríticos" Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/anvisa/108683-31.html

acesso 14 maio 2012. 5 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de

superfícies/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Anvisa, 2010 6 ANVISA. Portaria n. 15, de 23 de agosto de 1983. http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=5334

7 S:\2.DIRETORIAS\06.DAF\1.COMISSAO FARMACIA TERAPEUTICA\6.PROTOCOLOS\1.CONSTRUCAO\DESINFECCAO

8 S:\2.DIRETORIAS\06.DAF\19.EXPEDIENTE\1.DOCUMENTOS EXPEDIDOS\3.CIRCULAR\2012\003Troca Acido Peracetico