acesso aos medicamentos essenciais: aspectos técnicos...
TRANSCRIPT
Acesso aos medicamentos
essenciais: aspectos técnicos,
legais e sociais
Educação continuada para técnicos de
farmácia
Medicamentos para Amor,
Beleza, Sanidade Mental,
Esperança, Verdade, Perfeição,
Paz....
“Remédio para todos os males”
Na mitologia grega Panaceia
era a deusa da cura.
panaceia s. f. 1. Remédio
para todos os males, físicos
ou morais. 2. Aquilo que se
crê que é a solução quase
milagrosa para todos os
problemas, que resolve tudo.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Constituição Federal de 1988
(BRASIL, 1988):
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Lei 8080/90 • Art. 6º - Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema
Único de Saúde - SUS a execução de ações:
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica
(BRASIL, 1990).
• Garantia da: – Universalidade: A saúde é um direito de todos e é um dever do
Poder Público a provisão de serviços e de ações que lhe
garanta.
– Integralidade: Conjunto articulado de ações e serviços de
saúde, preventivos e curativos, individuais e coletivos, em cada
caso, nos níveis de complexidade do sistema.
Tudo para todos?
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Integralidade
• Atender a todos com:
• Igualdade (para todos o mesmo direito, com equidade)
• Eficiência (momento ótimo do custo-benefício)
• Qualidade (excelência na prestação de serviços)
• Humanismo (dignidade da pessoa humana)
(Santos, Lenir)
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Assistência Farmacêutica no Brasil • 1998 – Política Nacional de Medicamentos (BRASIL 1998):
– Finalidades Principais :
• Garantir a necessária segurança, a eficácia e a qualidade dos
medicamentos.
• A promoção do uso racional dos medicamentos.
• O acesso da população àqueles medicamentos considerados
essenciais.
– Diretrizes Principais:
• Adoção da Relação de Medicamentos Essenciais e sua revisão
permanente.
• Reorientação da Assistência Farmacêutica.
• Promoção do uso racional de medicamentos.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Assistência Farmacêutica no Brasil
• 2004 - Política Nacional de Assistência Farmacêutica (BRASIL, 2004):
– Princípios:
• parte integrante da Política Nacional de Saúde;
• política pública norteadora para a formulação de políticas
setoriais;
• ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde,
tanto individual como coletivo, tendo o medicamento como
insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional;
• envolve as ações referentes à Atenção Farmacêutica, considerada
como um modelo de prática farmacêutica.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Assistência Farmacêutica no Brasil: • 2011 – Decreto 7508- Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990
(BRASIL, 2011):
• Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe, cumulativamente:
I. estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
II. ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS;
III. estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e
IV. ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.
§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de saúde pública o justifiquem.
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter especializado.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Ciclo da Assistência Farmacêutica
Gerenciamento
Financiamento
Recursos Humanos
Sistema de
Informações
Controle e Avaliação
programação
aquisição distribuição
armazenamento
Prescrição,
dispensação e
uso
seleção
MARIN, 2003
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Seleção Processo de escolha dos medicamentos, leva em conta critérios epidemiológicos, técnicos e
econômicos para assegurar medicamentos seguros, eficazes e que atendem as doenças
prioritárias do município.
Quem faz?
• A Comissão de Farmácia e
Terapêutica.
• Composta por médicos e
farmacêuticos da SMS.
• Cooperação técnica dos
hospitais e universidades.
O que avalia?
• O fármaco possui eficácia?
• A segurança de uso está estabelecida?
• A eficácia comparada favorece o
fármaco?
• É mono-fármaco?
• Apresenta comodidade posológica?
• É estável em temperatura ambiente?
• Disponibilidade de recursos financeiros.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Medicamentos Essenciais
• “Medicamentos essenciais são aqueles que servem para
satisfazer às necessidades de atenção à saúde da maioria da
população. São selecionados de acordo com a sua relevância
na saúde pública, evidência sobre a eficácia e a segurança e
os estudos comparativos de custo efetividade. Devem estar
disponíveis em todo momento, nas quantidades adequadas,
nas formas farmacêuticas requeridas e a preços que os
indivíduos e a comunidade possam pagar” (WHO, 2004).
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
RENAME
• Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
– Contempla os medicamentos e insumos disponibilizados
no SUS por meio do Componente Básico da Assistência
Farmacêutica, Componente Estratégico da Assistência
Farmacêutica, Componente Especializado da Assistência
Farmacêutica, além de determinados medicamentos de uso
hospitalar. (Brasil 2012)
– Documento norteador da escolha de medicamentos no
município
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
REMUME
• Relação Municipal de Medicamentos
Essenciais
• Baseia-se nas condições epidemiologicamente relevantes do Município
– Publicado em Portaria Municipal:
– Portaria nº 1/11 - REMUME 2011
– Portaria nº 1/11 - Anexo
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
É importante informar:
“Os medicamentos essenciais não são
agentes terapêuticos de segunda
categoria, sem eficácia ou qualidade,
selecionados para aqueles
socioeconomicamente desfavorecidos,
mas sim, são medicamentos para
tratamentos mais efetivos com o menor
custo para doenças (consideradas
prioridades epidemiológicas) que
refletem necessidades coletivas e, não
necessariamente, individuais ou de
segmentos específicos” (RENAME
2010). Foto: BRASIL, 2006.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Organização e financiamento
da Assistência Farmacêutica
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Componente Básico da
Assistência
Farmacêutica :
fornecimento dos
medicamentos e insumos
essenciais destinados ao
atendimento dos agravos
prevalentes e prioritários
da Atenção Básica
(BRASIL, 2010).
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica: São medicamentos utilizados para o tratamento de um grupo de agravos específicos, agudos ou crônicos, contemplados em programas do ministério com protocolos e normas estabelecidas.
•AIDS
•Tuberculose
•Hanseníase
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
• Componente
Especializado da
Assistência
Farmacêutica (Alto
Custo): medicamentos de
linhas de cuidado que
estão definidas em
Protocolos Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas
publicados pelo
Ministério da Saúde.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Artrite Reumatóide
Município
1ª Linha de tratamento
Analgésicos e Antiiflamatórios
(Ibuprofeno,
Prednisona, etc..)
Estado
2ª Linha de tratamento
Sulfassalzina,
Hidroxicloroquina Cloroquina,
Metotrexato
União
3ª Linha de tratamento
Leflulomida,
Infliximabe,
Adalimumabe,
Etanercepte
Ministério da Saúde – DAF
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/componente_basico.pdf
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Financiamento da Assistência
Farmacêutica (BRASIL, 2010):
• Componente Básico:
– MS – R$ 5,10/hab/ano
– SES – R$ 1,86/hab/ano
– Município – RS 1,86/hab/ano
• Componente Especializado (Alto Custo): MS e SES.
Garantia das linhas de cuidados. Tratamento
ambulatorial.
• Componente Estratégico: MS. Tratamento de agravos
específicos.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
É importante informar:
• O tratamento integral ao paciente
acontece na forma de “linhas de
cuidado”, geralmente iniciado na atenção
básica e com acesso ampliado através do
componente especializado.
• Alguns medicamentos oferecem riscos
ao paciente se usados incorretamente e
devem ser sempre monitorados.
Foto: BRASIL, 2006.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
O papel da equipe na melhoria
da saúde da comunidade
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
• A maneira como os indivíduos encaram a sua condição de
saúde depende de como todo um grupo de pessoas entende seu
significado
• As ações e serviços de saúde devem atingir o ser humano e os
grupos sociais onde estão inseridos
• Toda a equipe multidisciplinar de saúde se responsabiliza
pelos cuidados com o paciente
Cultura e doença
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
É importante informar:
• A adesão do paciente ao tratamento
depende do acesso ao medicamento, de
sua compreensão da doença e capacidade
de identificar crises e reações adversas
•A adesão requer negociações e inter-
venções pela equipe, que se adaptem ao
paciente
• O tratamento de doenças crônicas exige,
além dos medicamentos, o tratamento
não medicamentoso: requer mudanças de
hábitos alimentares, atividade física,
abandono do fumo, etc...
Foto: BRASIL, 2006.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Referências: • BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990 . Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 set. 1990. Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf. Acesso em: janeiro de 2013.
• BRASIL. Portaria nº 3.916/MS/GM, de 30 de outubro de 1998. Aprova a Política
Nacional de Medicamentos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 10 nov. 1998. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/legis/consolidada/portaria_3916_98.pdf . Acesso em: fevereiro
de 2013.
• BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE (CNS). Resolução nº 338, de 6 de
maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2004/res0338_06_05_2004.html. Acesso
em: dezembro de 2012.
DAF | Módulo I – conceitos importantes para o URM.
Referências:
• BRASIL. DECRETO Nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de
19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde -
SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá
outras providências Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28
jun 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/D7508.htm. Acesso em: janeiro de 2013.
• MARIN, Nelly et al. (Org.). Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio
de Janeiro: OPAS/OMS, 2003.
• BRASIL. Portaria nº 533/MS/GM, de 28 de março de 2012. Estabelece o elenco de
medicamentos e insumos da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME)
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 29 mar. 2012. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0533_28_03_2012.html
Acesso em: fevereiro de 2013.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Referências: • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Relação nacional de
medicamentos essenciais: Rename / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos. – 7. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.217/MS/GM, de 28 de dezembro de 2010.
Aprova as normas de financiamento e execução do Componente Básico da Assistência
Farmacêutica. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 29 dez.
2010. Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/106972-4217.html .
Acesso em: fevereiro de 2013.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário
terapêutico nacional 2010: Rename 2010/Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.
Referências:
• FIGUEIREDO, Estêvão Lanna; MACHADO, Fabrício Pelucci. Os papéis da digoxina
em pacientes com. Insuficiencia Cardiaca, Belo Horizonte, v. 5, n. 2, p.72-78, 2010.
Disponível em: <http://www.scielo.org.ar/pdf/ic/v5n2/pt_v5n2a04.pdf>. Acesso:
fevereiro 2013.
• GOODMAN GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. 10. ed. Rio de
Janeiro: McGraw-Hill, 2005.
• WANNMACHER, Lenita; COSTA, Andry Fiterman. Uso Racional de Estatinas na:
Uso Racional de Medicamentos: Temas Selecionados:. MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Tema07-isquemia.pdf>.
Acesso: fevereiro 2013.
• WHO. What are essential medicines? Geneva, 2004. Disponível em:
<http://www.who.int/medicines/>. Acesso em: 13 fevereiro 2013.
• World Health Organization .Adherence to long-term therapies: evidence for action
Printed in Switzerland , 2003. Disponível em:
http://www.who.int/chp/knowledge/publications/adherence_full_report.pdf Acesso:
fevereiro 2013.
DAF | Módulo II – Acesso aos medicamentos essenciais.