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1 Estado da Bahia PREFEITURA MUNICIPAL DE CAÉM Lei nº 455/2014, de 22 de Maio de 2014. “Institui o Plano Municipal de Educação e da outras providências.” O PREFEITO MUNICIPAL DE CAÉM, ESTADO DA BAHIA , no uso de suas atribuições legais, Faz saber que a Câmara Municipal de Vereadores de Caém , aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - Fica aprovado o Plano Municipal de Educação, constante do documento anexo, com duração de dez anos. Art. 2° - O Município e a Sociedade Civil, procederá as avaliações periódicas da implementação do Plano Municipal de Educação. Parágrafo Único A primeira avaliação realizar-se-á no quarto ano de vigência desta Lei, cabendo a Câmara Municipal de Vereadores aprovar as medidas legais decorrentes, com vistas à correção e deficiências e distorções. Art. 3º -O Município através de sua Secretaria de Educação empenhar-se-á na divulgação deste Plano e da progressiva realização de seus objetivos e metas, para que a sociedade o conheça amplamente e acompanhe sua implementação. Art. 4° -Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Gabinete do Prefeito Municipal de Caém, 22 de Maio de 2014. Arnaldo de Oliveira Filho Prefeito Municipal Praça Des. Souza Dias, 18, Centro - CEP 44.730-000 - Caém Bahia 74 3636-2012 WWW.caém.ba.gov.br -[email protected]

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Estado da Bahia

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAÉM

CNPJ 13.913.348/0001-11

.

Lei nº 455/2014, de 22 de Maio de 2014.

“Institui o Plano Municipal de

Educação e da outras providências.”

O PREFEITO MUNICIPAL DE CAÉM, ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais,

Faz saber que a Câmara Municipal de Vereadores de

Caém, aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica aprovado o Plano Municipal de Educação, constante do

documento anexo, com duração de dez anos.

Art. 2° - O Município e a Sociedade Civil, procederá as avaliações periódicas

da implementação do Plano Municipal de Educação.

Parágrafo Único – A primeira avaliação realizar-se-á no quarto ano de

vigência desta Lei, cabendo a Câmara Municipal de Vereadores aprovar as

medidas legais decorrentes, com vistas à correção e deficiências e distorções.

Art. 3º -O Município através de sua Secretaria de Educação empenhar-se-á

na divulgação deste Plano e da progressiva realização de seus objetivos e

metas, para que a sociedade o conheça amplamente e acompanhe sua

implementação.

Art. 4° -Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Gabinete do Prefeito Municipal de Caém, 22 de Maio de 2014.

Arnaldo de Oliveira Filho Prefeito Municipal

Praça Des. Souza Dias, 18, Centro - CEP 44.730-000 - Caém – Bahia

74 3636-2012 – WWW.caé[email protected]

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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAÉM

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PME Plano Municipal de Educação

2014 /2023

Caém/Bahia 2014

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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAÉM

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Caém/Bahia 2014

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Entrada da cidade/ Fonte: Flávio Cajado

HINO À CAÉM

Salve Caém, Salve, Salve;

Pelo passo que a frente darás;

Salve Caém, Salve, Salve;

A vitória tu alcançarás.

Caenenses unidos e fortes,

O futuro nos será acolhedor,

Elevar-se e sempre elevar-se,

Pois Caém hoje se libertou.

Mocidade trabalhai com fervor,

E a cidade vamos todos honrar.

Sem preceito de raça e de cor,

Para sempre esta terra elevar.

Os teus filhos estão jubilosos,

Ao herói que por ti trabalhou,

Salve, Salve Caém, Salve, Salve.

Te abraçamos com todo amor.

Autor - João Martins de Oliveira

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8

2 CAPÍTULOI - ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA

EDUCAÇÃO................................................................................................... 11

2.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO DE CAÉM .............................. 11

2.1.1 Caracterização do Município ......................................................................... 11

2.1.1.1 Aspectos Históricos .......................................................................................... 11

2.1.1.2 Emancipação Política ....................................................................................... 12

2.1.1.3 Divisão do Território de Caém ......................................................................... 12

a - Vilas da Sede ............................................................................................... 12

b - Vilas do Povoado de Gonçalo ..................................................................... 13

c – Vilas do Povoado de Piabas ...................................................................... 13

2.1.2 Aspectos Geográficos ...................................................................................... 13

2.1.2.1 Localização e Área ........................................................................................... 13

2.1.2.2 Economia .......................................................................................................... 14

2.1.2.3 Clima ................................................................................................................. 15

2.1.2.4 Relevo ............................................................................................................... 15

2.1.2.5 Vegetação .......................................................................................................... 16

2.1.2.6 Recursos Hídricos ............................................................................................. 16

2.1.3 Aspectos Demográficos ................................................................................... 17

2.1.3.1 Caracterização do Território ........................................................................... 17

2.1.3.2 Saneamento e Habitação ................................................................................. 18

2.1.3.3 População ........................................................................................................ 18

2.1.3.4 Saúde ................................................................................................................. 20

2.1.3.5 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ..................................................... 20

2.1.3.6 Habitação .......................................................................................................... 21

2.1.4 Aspectos Culturais .......................................................................................... 22

2.1.4.1 Atrações Turísticas ........................................................................................... 22

2.1.4.2 Festas Religiosas do Município de Caém ......................................................... 22

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2.1.4.3 Culinária .......................................................................................................... 24

2.1.4.4 Caém, a Cidade do Beijú

................................................................................... 24

2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO ............................................... 25

2.2.1 Gestão da Educação ........................................................................................ 25

2.2.1.1 Aspectos Pedagógicos ....................................................................................... 26

2.2.1.2 Estrutura da Educação Municipal .................................................................... 26

2.2.1.3 Organização e Funcionamento da Educação Municipal ................................. 28

2.2.1.4 Apoio ao Educando ........................................................................................... 30

2.2.1.5 Acompanhamento Pedagógico ......................................................................... 32

2.2.1.6 Gestão das Unidades Escolares no Município de Caém ................................. 33

2.2.1.7 Instalações Físicas e Materiais nas Unidades Escolares ................................ 34

2.3 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ....................... 36

2.4 NÍVEIS DA EDUCAÇÃO: EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR................ 39

2.4.1 Etapas da Educação Básica ............................................................................ 39

2.4.1.1 Educação Infantil .............................................................................................. 39

2.4.2 Ensino Fundamental ....................................................................................... 44

2.4.2.1 O Ensino Fundamental de Nove Anos .............................................................. 44

2.4.3 Ensino Médio ................................................................................................... 52

2.4.4 Educação Superior .......................................................................................... 57

2.5 MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA .............................................. 61

2.5.1 Educação Profissional ..................................................................................... 61

2.5.2 Educação Quilombola ..................................................................................... 64

2.5.3 Educação do Campo ....................................................................................... 67

2.5.4 Educação Especial .......................................................................................... 72

2.5.5 Educação de Jovens e Adultos –EJA ........................................................... 76

2.6 TRANSVERSALIDADE ............................................................................... 81

2.6.1 Educação Étnicorracial .................................................................................. 82

2.6.2 Ciganos no Brasil: um povo sem voz ............................................................. 87

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2.6..3 Educação Ambiental ...................................................................................... 87

2.7 RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO ...... 89

3 CAPÍTULO II - DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME ... 96

3.1 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS..................................................... 96

3.1.1 Diretrizes .......................................................................................................... 96

3.1.2 Metas e Estratégias ......................................................................................... 97

Meta 1 ............................................................................................................... 98

Meta 2 ............................................................................................................... 99

Meta 3 ............................................................................................................... 101

Meta 4 ............................................................................................................... 102

Meta5 ............................................................................................................... 103

Meta 6 ............................................................................................................... 103

Meta 7 ............................................................................................................... 104

Meta 8 ............................................................................................................... 107

Meta 9 ............................................................................................................... 107

Meta 10 ............................................................................................................. 108

Meta 11 ............................................................................................................. 109

Meta 12 ............................................................................................................. 109

Meta 13 ............................................................................................................. 110

Meta 14 ............................................................................................................. 110

Meta 15 ............................................................................................................. 111

Meta 16 ............................................................................................................. 112

Meta 17 ............................................................................................................. 113

Meta 18 ............................................................................................................. 114

Meta 19 ............................................................................................................. 115

3.2 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO

PME .................................................................................................................. 115

4 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 119

5 ANEXO............................................................................................................ 120

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ANEXO 1: Certidão de Autodefinição da comunidade do Bom Jardim como

sendo área remanescente quilombola.........................................................

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1 INTRODUÇÃO

A educação engloba ensinar e aprender, portanto ao educar todos os envolvidos no processo,

ao mesmo tempo que ensinam também aprendem. O ato de educar é também algo menos

tangível, porém mais profundo: passar o conhecimento, bom julgamento e sabedoria, uma vez

que a educação tem nos seus objetivos fundamentais a passagem da cultura de geração para

geração.

Em se tratando de educação, tudo começa nos primeiros anos de vida; através de nossos pais

recebemos a primeira educação. Com ela, aprendemos a interagir com o meio em que estamos

acostumados a viver e essa educação irá transmitir importantes valores que nos guiarão por

toda a vida. Além da educação informal que recebemos de nossos pais, logo em seguida,

iremos para escola para recebermos uma educação formal que irá contribuir para nossos

valores profissionais que contribuirão para o sucesso de nosso futuro.

Nesse sentido, a educação é a melhor ferramenta para trazer uma mudança positiva na

sociedade, para desenvolver uma geração de indivíduos responsáveis e contribuir para o

desenvolvimento de bons seres humanos. O objetivo fundamental da educação é ganhar

conhecimento, compreender as formas de conduta apropriada e adquirir competência técnica

em assuntos específicos, pois a educação serve como meio para desenvolver-se física, mental

e socialmente.

Nesse sentido, a educação é um fenômeno político, já que traduz interesses e objetivos dos

diferentes grupos sociais e econômicos, os quais são partes integrantes dessas relações.

Partindo dessa premissa, a educação pode ser utilizada para reproduzir interesses de grupos

que detenham o poder econômico, político, por outro lado é capaz de promover relações

sociais mais igualitárias.

Ao longo da história da educação brasileira esta veio alcançando conquistas importantes como

a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996.

A Constituição Federal de 1988 determina que compete aos estados e municípios,

articuladamente, implantar e implementar seus Planos Decenais de Educação (PDE), e

desdobramentos, de acordo com suas especificidades e características regionais e locais.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 – LDB – determina, no artigo 9º que cabe à

União a elaboração do Plano em colaboração com os Estados, Distrito Federal e Municípios.

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O artigo 87 estabelece a Década da Educação, determinando a obrigatoriedade de, em um ano,

encaminhar o Plano Nacional ao Congresso Nacional.

Em 2001, aprova-se o Plano Nacional de Educação (PNE) para dez anos, elaborado a partir da

Constituição de 1988 e da nova LDB. Na Lei 10.172/2001, que o aprovou, fica estabelecida a

obrigatoriedade dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios elaborarem os Planos

Decenais, com base no Plano Nacional: “Art. 2º. A partir da vigência desta Lei, os Estados, o

Distrito Federal e os municípios deverão, com base no Plano Nacional de Educação, elaborar

planos decenais correspondentes”.

Dez anos depois, foi elaborado um novo Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-

2020, disponível no site do Ministério da Educação (MEC). O projeto de lei do PNE, enviado

pelo Governo Federal ao Congresso em dezembro de 2010, também prevê que os municípios

elaborem ou reelaborem, caso aqueles que já os tenham feito, planos municipais de

educação(PME), em um prazo de 12 meses a partir da aprovação do novo PNE.

Reconhecendo todas essas características e a merecida importância atribuída à educação, o

desafio do município de Caémé estabelecer um Plano Municipal de Educação, flexível e

aberto às inovações, que possibilite a unidade na diversidade das concepções e práticas

educacionais, afinal a escola que queremos é a escola universal, gratuita e acolhedora,

recebendo a todos e assegurando a cada um o desenvolvimento de suas capacidades, pois a

escola em uma sociedade democrática é aquela que possibilita às classes populares o acesso

ao conhecimento sistematizado, através dele, a participação ativa no processo de decisão

político-cultural, o que leva diretamente à valorização da escola pública.

Dessa forma, a instituição escola deve estar a serviço da coletividade, ou seja, seu papel é a

inserção social dos indivíduos como cidadãos, utilizando como instrumento a formação

cultural.

De acordo com os dispositivos legais que preceituam a elaboração e acompanhamento do

Plano Municipal de Educação, a Secretaria Municipal de Educação de Caém tomou

providências para sua construção de acordo com a Lei 10.172/2001, que estabelece no Art. 2º

que Estado, Distrito Federal e Municípios devem construir o PME até o prazo de 30 de

outubro de 2013, recorrendo à parceria com o Programa de Apoio à Educação Municipal –

PROAM, sob a supervisão da técnica Clélia Adriana Matos dos Santos, participando portanto

de formações mensais, tendo como ponto de partida a formação do Grupo Colaborativo para

Elaboração do PME, oficializada pela Portaria nº. 213 de 08 de julho de 2013, composta por

técnicos da Secretaria Municipal da Educação, representante da APLB, representante do

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Poder Legislativo do município, representantes de funcionários da educação municipal como

diretor, aluno e pai e também representante do Conselho do FUNDEB.

Este Grupo Colaborativo se reuniu, a partir da data de sua criação até dezembro de 2013, para

estudar, discutir e planejar a elaboração do PME, e desenvolver, dentre outros, os seguintes

procedimentos:

Pesquisa histórica, geográfica e socioeconômica da cidade de Caém;

Levantamento estatístico referente à oferta dos diferentes níveis e modalidades de

ensino e informações sobre movimento escolar;

Pesquisa de escuta à comunidade sobre dados da educação do município realizada

com a participação de toda a sociedade pública e civil;

Criação de uma Comissão de Apoio, com representação das esferas pública e privada,

em todos os níveis e modalidades de ensino, nos diversos segmentos da educação do

município.

Para a concretização deste Plano Municipal de Educação muitas etapas foram realizadas,

tendo iniciado no dia 14 de junho de 2013, na cidade de Feira de Santana, com a primeira

formação onde a comissão recebeu orientações e esclarecimentos sobre o que é e como fazer

um PME em seu município, tendo sido apresentadas as primeiras ações que deveria ser o

levantamento da realidade situacional do município, trazendo dados sobre os aspectos

históricos, geográficos, demográficos, socioeconômicos e culturais.

Dando prosseguimento ao trabalho, foi solicitado do Grupo Colaborativo a organização de um

encontro que mobilizasse toda a sociedade pública e civil a fim de levantar a realidade

situacional da educação, analisando todas as etapas e modalidades de ensino a qual o

município atende. Em seguida esses dados deveriam ser analisados para que posteriormente,

em uma terceira etapa, pudessem ser construídas as diretrizes, metas e estratégias para a

educação no município de Caém. O texto resultante de toda essa pesquisa que aconteceu de

junho a outubro de 2013 foiencaminhado para apreciação e votação em Audiência Pública

realizada dia 17 de dezembro de 2013 e encaminhado ao Poder Legislativo, procedendo assim

aos trâmites legais e a sua posterior transformação em Lei.

Assim, apresentam-se, neste documento, as perspectivas para a educação de Caém nos

próximos dez anos, constituindo-se no Plano Municipal de Educação, cujos temas e conteúdos

específicos foram construídos e discutidos com ampla participação da sociedade, sob a

coordenação da Secretaria Municipal da Educação.

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CAPITULO I

2 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍCIO E DA EDUCAÇÃO

2.1 AnáliseSituacional do Município de Caém

2.1.1 Caracterização do Município

2.1.1.1 Aspectos Históricos

Figura 1 - Igreja de São Miguel das Figuras1

Foi no ano de 1910, mediante a construção das estradas de ferro na região, que constituiu-se o

marco principal da fundação de Caém.

Através do Dr. Francisco de Sá, então Ministro da Viação Industrial e Obras Públicas, foi

sancionada a Lei que criava um novo ramal ferroviário (o ramal de Bonfim). Para as

construções de obras de arte da nova estrada, foi contratado o engenheiro francês Henry de

Brutelles, que antes empreendia várias viagens pela região fazendo explorações necessárias

para a referida obra, do trecho que vai de Pindobaçú até o local denominado Ladeira Grande,

em Caém. Verificou-se, a esse tempo, o deslocamento em massa para Caém e suas

imediações, de operários diversos que vinham à procura de lugares nos serviços de construção

da via férrea. Com a chegada desses operários foram surgindo cabanas em toda a

extensãomarginal da estrada e o movimento tornou-se ativo e constante. Estava Caém no

limite de sua fundação propriamente dita, efetuada no ano de 1918, quando era realidade a

1No tempo da colonização brasileira, em 1775 um bandeirante conhecido como Romão Gramacho Falcão, havia feito uma

promessa, que aonde ele chegasse e encontrasse ouro, construiria uma igreja, ao chegar na Serra das Figuras interior Bahia encontrou ouro a flor da terra. Conta a historia oral que ele avistou o Arcanjo São Miguel no tronco de uma Gameleira (uma árvore nativa) e ali com escravos índios e Bandeirantes construíram uma linda igreja, em honra à São Miguel protetor dos garimpeiros.

Fonte: Flávio Cajado

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execução definitiva dos trabalhos ferroviários, e grande a onda de famílias operárias a

aglomerar-se nas imediações do então Sítio Papagaio: que mais tarde viria a se chamar Caém.

2.1.1.2 Emancipação Política

Figura 2: Vista panorâmica da cidade de Caém.

Fonte: Flávio Cajado

O Município de Caém foi transformado em Município pela Lei Estadual de n°. 1.709, de 12

de julho de 1962, sendo desmembrado do Município de origem, Jacobina. Atualmente

comporta 10.368 habitantes distribuídos na sede do município e em dois povoados com suas

respectivas vilas, conforme segue relação abaixo:

2.1.1.3 Divisão do Território de Caém

O território de Caém está dividido entre a

sede e dois povoados, sendo eles Gonçalo e

Piabas.

a -Vilas da Sede

No território da sede encontram-se

respectivamente vinte e seis vilas conforme

a relação a seguir:Pau Seco, Bom Jardim, Monteiro, Ladeira Grande, Ribeirão, Pias, Cedro,

Inácio João, Ouricuri, Índios, Garrote, Triângulo, Charneca, Gravatá, Lages, Caém de Baixo,

Figura 3:Praça Padre Alfredo Hasler, popularmente

conhecida como a Praça do Quiosque

Fonte: Flávio Cajado

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Fonte: Flávio Cajado

Figura 4: Cachoeira de Caém

Giral, Mamoneira, Cajazeira, Barreiras, Jaqueira,

Laranjo,Cutia, Boa Vista, Barbalho e Alto Bonito.

b - Vilas do Povoado de Gonçalo

O Povoado de Gonçalo conta com dezoito vilas,

dentre as quais destacamos: Lagedinho, Várzea

Dantas 1, Abobora, Cabeça do Boi, Alagadiço,

Tigre, Várzea da Farinha, Os Catarinos, Várzea

Dantas 2, Zé da Costa, Areia Branca, Peixe, Várzea

Redonda, Baixa do Mel, Várzea da Pedra, Caldeirão

do Padre, Canoa, Poções.

c - Vilas do Povoado de Piabas

No povoado de Piabas, o município dispõe de

dezenove vilas conforme apresenta-se abaixo:

Várzea Queimada, Várzea Grande, Recanto, Água Preta, Barauninha, Morro da Micaela,

Várzea do Rancho, Cambão, Abóbora, Várzea da Pedra, Várzea da Porta, Cercado Velho,

Cabeça do Boi, Várzea Grande da Felícia, Várzea do Rancho, Várzea do Cavalo, Sussuarana,

Glória e Fazenda Piabas.

2.1.2 Aspectos Geográficos

2.1.2.1 Localização e Área

O Município de Caem localiza-se na região nordeste do Estado da Bahia, situa-se na

Microrregião Homogênea de Jacobina, pertence a 16ª. DIRES – Município de Jacobina e

Região Econômica do Piemonte da Chapada Diamantina. Apresenta um clima definido como

seco e subúmido, e estando integralmente inserido no polígono da seca passa por longos

períodos de baixa precipitação. Enfrenta graves períodos de seca, com longa estiagem, que

afeta o município com as suas características socioeconômicas, já que um dos principais

indicadores econômicos do Município é a Agropecuária e a Agricultura.

De acordo com as Leis de criação,Caém faz limites com os Municípios de Saúde, Caldeirão

Grande, Queimadas, Capim Grosso e Jacobina.

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Figura 5: Mapa de APP de Declividade, Município de Caém – Estado Bahia – 2011.

Fonte:Prefeitura Municipal de Caém

O Município de Caém tem uma altitude de 480m, possuindo as seguintes coordenadas

geográficas 11° 05” 27” de latitude sul e 40° 26’ 06” de latitude oeste.Segundo o IBGE, a

população do Município de Caém, é estimada em 10.368 habitantes. Ocupa uma área

aproximada de 497 Km2, com densidade demográfica de 20,87 hab/Km

2, e é composto por

Distritos e Povoados.

Sua sede Municipal dista 336 km da Capital do Estado – Salvador. O acesso ao Município de

Caem é feito através da BR-324 até o Município de Jacobina, onde alcança o entroncamento

que dá acesso a BA –131, rodovia que liga o Município de Jacobina aCaém. As estradas que

ligam a sede às localidades não são pavimentadas e em alguns trechos tem inclinação

acentuada dificultando o trânsito de veículos.

2.1.2.2 Economia

A Economia do Município de Caém está baseada na Pecuária e Agricultura. No setor primário

tem destaque a bovinocultura e os cultivos de café, feijão, mandioca, banana, laranja, limão,

coco babaçu, chuchu, além de contar com outras formas de economia como bares,

restaurantes e principalmente o garimpo. O setor secundário é pouco expressivo, o setor

terciário, predomina o comércio varejista que vem atender as necessidades básicas da

população.

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O Município conta também com uma agência bancária do Banco do Brasil uma agência dos

Correios onde também funciona um Posto Avançado do Banco do Brasil, e uma agência das

Casas Lotéricas onde funciona um Posto Avançado da Caixa Econômica Federal.

Figura 6:Praça Desembargador Souza Dias, centro comercial do município.

2.1.2.3 Clima

Clima semiárido e seco, com estiagens prolongadas com alto risco de seca. O Município sofre

com a escassez de água, necessitando de uma ação conjunta, envolvendo a comunidade e o

Poder Público, com vistas à solução destes problemas e a recuperação do setor primário, o que

contribuiria sensivelmente na geração de emprego e renda.

2.1.2.4Relevo

O relevo contém a serra de Jacobina, sua

encosta oriental e tabuleiros interioranos

adjacentes. A drenagem pertence à bacia

hidrográfica Itapicuru, composta pelos

riosCaém, Charneca, Itapicuru Mirim e

seus subsidiários.

Fonte: Flávio Cajado

Fonte: Flávio Cajado

FIGURA 7:Vista de Caém com sua geografia

montanhosa.

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Fonte: Flávio Cajado

2.1.2.5 Vegetação

A vegetação, em sua maior parte, está representada por florestas estacional semidecidual e

ombrófila densa; além de contatos cerrado-floresta ombrófila e caatinga-floresta estacional.

FIGURA 8: Vista do Por do Sol

2.1.2.6 Recursos Hídricos

FIGURA 9: Barragem do rio Caém que abastece a população do município.

O Município de Caém está inserido totalmente na bacia do rio Itapicuru, mais precisamente na

região denominada de Alto Itapicuru. Tem como drenagens principais o rio Itapicuru Mirim e

Fonte:Flávio Cajado

Fonte-

Fonte: Flávio Cajado

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Fonte:https://www.google.com.br

FIGURA 11: Cidades do Piemonte da

Diamantina, em destaque Caém/ BA.

FIGURA 10: Rio Charneca

Mesorregião:Centro Norte Baiano

rio Caém (CEI, 1994f). O rio Itapicuru

Mirim ocorre na porção sul fazendo a

divisa com o Município de Jacobina. Tem

direção de fluxo para leste e apresenta

caráter intermitente. Constitui-se em um

dos principais afluentes da margem direita

do rio Itapicuru. Na localidade de Pedras

Altas existem dados de uma estação

fluviométrica da SUDENE (latitude 11°

10’ e longitude 40° 03’), para o período

de 1968 a 1974, que indica uma vazão média mensal de 3,2 m³/s para o rio Itapicuru Mirim

(SRH, 1995).

O rio Caém corta a sede municipal e possui suas nascentes ao sul da área urbana. Possui

caráter intermitente e sua direção de fluxo nordeste parece refletir a estruturação geológica da

região.

2.1.3 Aspectos Demográficos

A população do município de Caém

vem passando por mudanças estruturais

em sua composição demográfica, e

essa transformação provoca

grandes impactos na sociedade e na

economia do país, conforme sugere os

gráficos apresentados abaixo:

2.1.3.1 Caracterização do Território

Área: 499,5 km²

Densidade Demográfica:25,1 hab/km²

Altitude da Sede:472 m

Ano de Instalação:1.962

Distância à Capital:295,6 km

Microrregião:Jacobina

Fonte: Flávio Cajado

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O Município de Caém está localizado na região de planejamento do Piemonte da Diamantina

doEstado da Bahia, limitando-se a leste com os Municípios de Queimadas e Capim Grosso, a

sul e oeste com Jacobina e a norte com Saúde e Caldeirão Grande. A área municipal é de 494

km² e está inserida na folha cartográfica de Caldeirão Grande (SC.24-Y-D-I), editada pelo

MINTER/SUDENE em 1977 na escala 1:100.000. Os limites do município, podem ser

observados no Mapa Sistema de Transportes do Estado da Bahia na escala 1:1.500.000

(DERBA, julho/2000). A sede municipal tem altitude de 480 metros e coordenadas

geográficas 11°05’00 de latitude sul e 40°26’00” de longitude oeste. O acesso a partir de

Salvador é efetuado pelas rodovias pavimentadas BR-324, BR-116 e BA-131 num percurso

total de 336 km.

2.1.3.2Saneamento e Habitação

O Município de Caém conta na Sede com serviços básicos de abastecimento de água e energia

elétrica, limpeza urbana. Uma boa parte da zona rural também conta com esgotamento

sanitário que é feito em quase toda a cidade.

2.1.3.3 População

A população do município de Caém entre os anos de 2000 e 2010 apresenta-se domiciliada

entre as zonas urbanas e rurais, sendo que houve um crescimento anual de 3,01%.Na década

anterior, segundo dados da Prefeitura Municipal de Caém, de 1991 a 2000, a média de

crescimento anual foi de 3,27%. No Estado, estas taxas foram de 1,01%entre 2000 e 2010 e

1% entre 1991 a 2000.

Tabela 01. População do Município de Caém

ANO Total de

homens

Total de

mulheres

Total da

população

urbana

Total da

população

rural

Total da

população

2000 7118 6956 3377 10697 14074

2010 5140 5228 3655 6713 10368

Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010, disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br>. Acesso em 29 set. 2013.

A população de Caém sofreu um decréscimo acentuado nessa última década, justificada pelo

desmembramento de dois distritos, que passaram a fazer parte da cidade vizinha Caldeirão

Grande.

.

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Caém tem uma maior concentração de sua população na zona rural, a qual vive basicamente

da agricultura de pequeno porte. O número de homens também vem diminuindo

consideravelmente, já que muitos deles vão para os grandes centros em busca de emprego.

Entre 2000 e 2010, a população do município de Caém passou de 68,45% para 65,323% e o

índice de envelhecimento evoluiu de 6,69% para 9,45%. A diminuição da população se dá

devido ao fato dos jovens saírem em busca de melhores condições de vida, melhores

empregos considerando que a prefeitura é a única fonte empregatícia no município e não

atende à demanda. Em relação ao aumento da taxa de envelhecimento, um dos motivos pelos

quais a população tem envelhecido tem sido justamente a saída desses jovens, além de

mencionar também o controle de natalidade advindo da melhor assistência à saúde no

município, conforme ilustra a tabela abaixo.

Tabela 02. Informações sobre o Município

Entre os anos de 2000 a 2010 houve um breve aumento da população urbana saindo de 3.376

em 2000, para 3.655 em 2010 e uma significativa redução da população rural, saindo de 9.187

POPULAÇÃO1

Localização/

Faixa Etária

Ano 0 a

3anos

4 a

5 anos

6 a

14 anos

15 a

17 anos

18 a

24 anos

25 a

34 anos

35 anos

ou mais

TOTAL

Urbana

2000 353 125 522 153 485 684 1.054 3.376

2007 269 144 677 205 491 557 1.166 3.509

2010 239 139 691 244 413 577 1.352 3.655

Rural

2000 715 320 2.161 839 1.251 1.126 2.775 9.187

2007 536 255 1.384 445 962 863 2.318 6.763

2010 479 287 1.275 473 847 869 2.475 6.705

Total

2000 1.068 445 2.683 992 1.736 1.810 3.829 12.563

2007 805 399 2.061 650 1.453 1.420 3.484 10.272

2010 718 426 1.966 717 1.260 1.446 3.827 10.360

PIB2 IDH

3 IDI

4 Taxa de Analfabetismo

5

29.016

0.58

0.47

População de 10 a

15 anos

População de 15

anos ou mais

17.30 32.80

FONTE: (1) IBGE – Censo 2000 e 2010 e contagem 2007; (2) IBGE – 2008, a preços correntes (1000 R$); (3) ÍNDICE DE

DESENVOLVIMENTO HUMANO – PNUD – 2000; (4) ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA – UNICEF –

2004; (5) IBGE – Censo Demográfico de 2000.

NOTA: No resultado total da população, o IBGE inclui a população estimada nos domicílios fechados além da população

recenseada. No caso dos municípios que não participaram da contagem a população é toda estimada.

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em 2000, para 6.705 em 2010. Esses dados revelam o êxodo rural ocasionado pelos longos

períodos de estiagem, uma vez que os moradores da zona rural precisam buscar alternativas

de sobrevivência. Pode ser verificado também o alto índice da taxa de analfabetismo na

população com idade igual ou superior a 15 anos. Nota-se ainda que o IDH chega apenas a

0,58 e o IDI a 0,47, o que mostra a fragilidade do município em relação a programas que

envolvam a saúde e a assistência social para a população do município.

Verifica-se também na tabela que o número de alunos em idade escolar, acima de 15 anos,

que não frequentam a escola é de 32,80%, demonstrando que existe a necessidade de

investimento em políticas públicas voltadas para permanência desses jovens na escola. Já que

muitos se matriculam e desistem, principalmente os que residem na zona rural.

2.1.3.4 Saúde

O município mesmo sendo de pequeno porte vem buscando promover um atendimento de

qualidade no âmbito da saúde, apesar do baixo número de postos de saúde a Secretária de

Saúde tem garantido a presença de médicos e enfermeiros nessas unidades, fazendo um

trabalho de prevenção.

Em Caém, a esperança de vida ao nascer aumentou 10,0 anos nas últimas décadas, passando

de 57,1 anos em 1991 para 59,1 em 2000, e para 67,1 anos em 2010. Em 2010, a esperança de

vida ao nascer média para o estado era de 72,0 anos, e para o país, de 73,9 anos.

Tabela 03. Estabelecimentos de saúde por tipo e localização

Localização Total Número de Estabelecimentos de Saúde

Posto de

Saúde

Centro

de Saúde

Unidade

Mista

Pronto

Socorro

Hospital Outros

Urbana 02 01 - - - 01 -

Rural 03 03 - - - - -

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (2013)

2.1.3.5 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

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O IDHM passou de 0,43 em 2000 para 0,53 em 2010, uma taxa de crescimento de 42,28%. O

hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o

limitemáximo do índice, que é 1, foi reduzido em 25,94% entre 2000 e 2010.

Tabela 04. Dados sobre Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

Indicador Indicadores de Renda e Pobreza (taxas)

1991 2000 2010

IDH – municipal 0.272 0.437 0.535

Renda per capita 83,12 121,08 223,48

Proporção de pobres 87,1 72,1 49.42

Índice de Gini 0,45 0,58 0,55

Educação 0,532 0,700 0,434

Longevidade 0,534 0,568 0,701

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.

Caém teve um incremento no seu IDHM de 100,74% nas últimas duas décadas, acima da

média de crescimento nacional (47,46%) e acima da média de crescimento estadual

(70,98%). O hiato de desenvolvimento humano foi reduzido em 37,64% entre 1991 e 2010.

A renda per capita média do município cresceu 168,86% nas últimas décadas, passando de

R$ 83,12 em 1991 para R$ 121,08 em 2000 e R$ 223,48 em 2010. A taxa média anual de

crescimento foi de 45,67% no primeiro período e 84,57% no segundo. A pobreza (medida

pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em agosto de

2010) passou de 58,30% em 1991 para 49,67% em 2000 e para 29,29% em 2010.A

desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,45 em 1991 para 0,57 em 2000 e para

0,54 em 2010.

2.1.3.6 Habitação

Entre 1991 e 2000 houve um avanço no acesso a serviços básicos de água encanada e energia

elétrica. Em 1991 apenas 19,6% da população tinha acesso a água encanada; no ano 2000 esse

serviço atendia 33,6% da população. A energia elétrica era um serviço acessível para 39,5%

da população em 1991; e no ano 2000, 65,2% da população tinha acesso a esse serviço.

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Verificamos que no município de Caém, entre os anos de 1991 a 2010, os serviços de

saneamento básico passaram por um período de oscilação no que concerne à coleta de lixo

conforme dados da tabela a seguir.

Tabela 05. Indicadores de Habitação

Acesso a Serviços Básicos, 1991 a 2010

1991 2000 2010

Água Encanada 18,82 30,73 61,13

Energia Elétrica 37,49 62,57 93,50

Coleta de Lixo1 91,79 87,08 96,18

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013

2.1.4 Aspectos Culturais

Figura 12:Famosa Festa de São Pedro-Caém/2013.

A tradicional festa de São Pedro no

município acontece no final do mês de

junho e recebe visitantes de toda região

para apreciar as diversas atrações que

abrilhantam o evento.

2.1.4.1 Atrações Turísticas

Festas religiosas;

São Pedro;

Eco Turismo(Cachoeira do Rio Caém, Serra do Riacho da Prata, Serra das Figuras,

Cachoeira da Charneca (Caém\Saúde), Cachoeira da Mata Verde, Cachoeira do

Ribeirão, Cachoeira dos Orixás, outros).

2.1.4.2 Festas Religiosas do Município de Caém

Caém: São Gonçalo – 10 de janeiro

Piabas: SantoAntônio - 13 de junho;

Gonçalo: Nossa Senhora da Assunção -15 de

agosto;

Giral: Nossa Senhora da Guia – junho;

Fonte: Flávio Cajado

Fonte: Flávio Cajado

FIGURA 12: Festa de São Gonçalo/10 de janeiro de

2013 – Padroeiro da cidade.

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Cedro: Santa Terezinha;

Pias: Santa Bárbara – 04 de dezembro;

Bom Jardim: São Francisco de Assis – outubro;

Ouricuri: Nossa Senhora Aparecida;

Triângulo: Santa Rita de Cássia – maio;

Gravatá: Santo Antônio – 13 de junho.

A ausência de datas em algumas festas justifica-se por motivo da data ser móvel.As festas

religiosas apresentam características em comum dentre todas as comunidades do município.

Em todas aslocalidades acontecem as novenas que antecedem o dia da festa e no dia da

comemoração, propriamente dita, acontece a missa em homenagem ao santo festejado, ocorre

também a procissão e em algumas comunidades há leilão.

Figura 13:Igreja Matriz, Padroeiro São Gonçalo - Caém

O padroeiro da cidade é São Gonçalo do Amarante a festa acontece de 01 a 10 de janeiro,

sendo de 01 a 09 o novenário com missas e logo após quermesse com apresentações culturais

como danças, teatro, apresentações musicais, samba, recitais, música, barracas com comidas e

bebidas típicas. No dia da festa (10 de janeiro) há alvorada, cortejo, missa, procissão e leilão.

A festa do padroeiro é uma das manifestações religiosas e sociocultural mais antiga, o

tradicional samba acompanhado com a banda de pífanos é uma herança cultural resultante da

miscigenação cultural brasileira e nordestina.

Fonte:Flávio Cajado

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2.1.4.3 Culinária

A culinária do município é bastante

diversificada em cada recanto as mãos de

mulheres prendadas fazem a diferença nos

alimentos. O mungunzá, arroz doce, vatapá,

feijoada, bolo de arroz, bolo de puba, tapioca,

entre outros produtos enriquecem nossa

culinária.

O município dispõe de uma Feira

Agroecológica, projeto apoiado pela Prefeitura Municipal em parceria com a Secretaria da

Agricultura, que é montada semanalmente para serem comercializados produtos orgânicos e

comidas típicas do município, gerando assim renda e uma melhor qualidade em produtos

alimentícios para a população do município.

2.1.4.4Caém, a Cidade do Beiju

Figura 15:A produção do beiju, alimento feito com a tapioca extraída da mandioca.

As famílias que produzem beiju de tapioca nas comunidades Bom Jardim e Monteiro, fazem

parte da Associação Quilombola dos Produtores de Mandioca de Bom Jardim e Monteiro

(Aquibom). São 58 associados que estão organizados na instituição, fundada em 2006 para

estruturar a produção de derivados da mandioca nas duas comunidades. Hoje as comunidades

são consideradas Quilombolas, pelo Instituto Palmares.Os produtos que saem da comunidade

Fonte: Flávio Cajado

Figura 14: Feira Agroecológica

Fonte: Flávio Cajado

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abastecem as feiras da região, em cidades como Jacobina, Miguel Calmon e Irecê.Parceiros

do Projeto: Sebrae, Fundação Banco do Brasil, Banco do Brasil, Sindicato dos Trabalhadores

Rurais de Caém, Aquibom, Prefeitura Municipal de Caém e Governo do Estado e Governo

Federal.

2.2 AnáliseSituacional da Educação

2.2.1 Gestão da Educação

A gestão educacional nacional é baseada na organização dos sistemas de ensino federal,

estadual e municipal e das incumbências desses sistemas; das várias formas de articulação

entre as instâncias que determinam as normas, executam e deliberam no setor educacional; e

da oferta da educação pelo setor público e privado.

Cada sistema tem um papel a desempenhar no contexto educacional do País. No que diz

respeito à educação básica, cabe aos Estados, Distrito Federal e Municípios ofertá-la, por sua

vez, o ensino médio é um dever dos Estados e do Distrito Federal e a educação infantil dos

Municípios.

As instituições de ensino cuja União é responsável são as escolas particulares e órgãos

federais; já aos Estados e Distrito Federal compete as instituições de ensino mantidas por eles;

as de nível superior mantidas pelos Municípios; as particulares de ensino fundamental e

médio, os órgãos estaduais de educação e as instituições municipais de ensino particulares de

educação infantil. Aos Municípios competem às instituições de educação infantil e de ensino

fundamental e médio mantidas pelos municípios, as instituições particulares de educação

infantil e os órgãos municipais de educação.

Como podemos perceber, embora os entes federativos compartilhem responsabilidades, cada

um possui atribuições próprias, tendo a União o papel de coordenar e articular os níveis de

sistemas, os Estados e o Distrito Federal o de elaborar e executar políticas e planos

educacionais e os Municípios de organizar, manter e desenvolver seu sistema de ensino

através da sua integração com as políticas e planos educacionais da União e dos Estados.

Diferente da gestão educacional, a gestão escolar, trata das incumbências que os

estabelecimentos de ensino possuem, respeitando as normas comuns dos sistemas de ensino.

Cada escola deve elaborar e executar sua proposta pedagógica; administrar seu pessoal e seus

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recursos materiais e financeiros; cuidar do ensino-aprendizado do aluno, proporcionando

meios para a sua recuperação; e articular-se com as famílias e a comunidade, proporcionando

um processo de integração.

Outro ponto importante na gestão escolar é a autonomia que a escola possui e que está

prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996. Através dessa

autonomia as escolas conseguem atender as especificidades regionais e locais, assim como as

diversas clientelas e necessidades para o desenvolvimento de uma aprendizagem de

qualidade.

Com base nisso, podemos perceber que a gestão educacional é compreendida através das

iniciativas desenvolvidas pelos sistemas de ensino. Já a gestão escolar, situa-se no âmbito da

escola e trata das tarefas que estão sob sua responsabilidade, ou seja, procura promover o

ensino e a aprendizagem para todos.

2.2.1.1 Aspectos Pedagógicos

2.2.1.2 Estrutura da Educação Municipal

A educação deve ser considerada uma prioridade estratégica para um projeto de

desenvolvimento que favoreça a superação das desigualdades e a efetiva inclusão social,

devendo ser assumida como uma responsabilidade do Estado e da sociedade, visando garantir

o acesso, a permanência e o êxito do estudante. Assim, uma vez fortalecida na sua expansão,

como também na sua qualidade, a educação constituir-se-á em um forte alicerce da rede de

proteção social.

O Município de Caém para assegurar e fortalecer a educação, trás em sua Lei Orgânica

(Seção II, onde trata da Educação) Art.244 e 245, a educação como direito de todos e dever

do Estado e da família, que deverá ser incentivada pelo município com a colaboração da

sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa bem como seu amparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, garantindo assim um ensino público

de qualidade em todos os níveis, sem nenhum tipo de discriminação por motivos econômicos,

ideológicos culturais, sociais e religiosos.

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As prioridades na Educação do município serão estabelecidas atendendo o dever

constitucional e as necessidades sociais, respeitando a limitação dos recursos financeiros,

imposta pela conjuntura econômica e pelas normas federais que regem a matéria.

Da mesma forma este Plano Municipal de Educação terá, como suas, as mesmas prioridades

do Projeto de Lei da Câmara no 103/2012, obedecendo as seguintes diretrizes:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - superação das desigualdades educacionais;

IV - melhoria da qualidade do ensino;

V - formação para o trabalho;

VI - promoção da sustentabilidade sócio-ambiental;

VII - promoção humanística, científica e tecnológica do País;

VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como

proporção do produto interno bruto;

IX - valorização dos profissionais da educação; e

X - difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão

democrática da educação.

O Plano Plurianual do Município é estruturado por cada secretaria, a qual deverá prever a

gestão dos recursos financeiros. O município ainda não estruturou seu sistema de ensino,

encontrando-se vinculado ao Sistema Estadual. Um dos impedimentos para a criação do

Sistema Municipal de Educação é a inexistência do Plano Municipal de Educação e do

Conselho Municipal de Educação.

Existem no município alguns conselhos ligados à área de educação como o CAE (Conselho

de Alimentação Escolar) e o CCASF (Conselho de Controle e Acompanhamento Social do

FUNDEB), porém não existem organizações estudantis como grêmios estudantis e colegiados

escolares.

O município de Caém não possui Estatuto do Magistério, sendo que o reajuste dos salários

dos servidores da Educação se dá anualmente com base no Plano de Cargos e Salário de 2008,

o qual encontra se desatualizado. Porém já se cumpre parcialmente a Lei do Piso Nacional.

A Secretaria Municipal de Educação está organizada de forma hierárquica (Secretária de

Educação, Técnicos, Coordenadores Pedagógicos, Diretores, Vices), ressaltando que o

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número de técnicos desta Secretaria não é suficiente para atender à demanda, preestabelecida

no organograma.

A Secretaria Municipal de Educação estabelece um bom relacionamento com a DIREC 16,

que tem se apresentado de forma receptiva às solicitações feitas pelo município. O regime de

colaboração é respeitado e incentivado tanto pelo município quanto pelo estado.

O Município ao elaborar o Plano de Ação Articulada tem contemplado metas de qualidade

estabelecidas para a educação básica pública assegurando estratégias para apoio técnico e

financeiro que visem à melhoria da gestão educacional

A Secretaria Municipal de Educação não aplica a Avaliação Institucional, bem como também

não acompanha e orienta as escolas nesse sentido.

2.2.1.3 Organização e Funcionamento da Educação Municipal

No município de Caém em 2013 há 19 unidades de ensino, resultado de nucleações realizadas

pela Secretaria Municipal de educação. Destas 16 são de competência da rede municipal, 01

da rede estadual e 02 da rede particular. Na sede do município localiza-se 05 unidades da rede

municipal, 01 da rede estadual e 02 da rede privada, as demais que totalizam 11 unidades de

competência municipal estão localizadas na zona rural.

Dentre essas unidades escolares, as que atendem à Educação infantil pertencem à rede

municipal de ensino e 01 unidade à rede privada. Em relação ao Ensino Fundamental, tanto

nos anos iniciais quanto nos anos finais a maioria das crianças é atendida pela rede municipal,

considerando que há apenas uma escola privada no município que atende a essa faixa etária.

O Ensino Médio, porém, é ofertado apenas pela rede estadual de ensino, oferecendo o Ensino

Médio na Modalidade Normal, localizada na sede do município e um anexo no distrito de

Gonçalo, caracterizando-se como escola de médio porte.

Na rede municipal 03 unidades de ensino atuam do 6º ao 9º ano, sendo que 02 localizam-se na

zona rural e 01 na sede, a unidade da sede oferece ainda a EJA,caracterizando-se como

escolas de pequeno porte. Todas as unidades escolares apresentam-se em bom estados de

conservação e contam com bom aparato tecnológico. Porém algumas necessitam de

ampliação e adequação da rede física. Quanto ao pedagógico todas as unidades são bem

assistidas.

Tabela 6: Número de Escola por Etapa de Ensino – Rede Municipal

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Ano

Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio

Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total

2009 2 16 18 4 17 21 - - - 2010 2 16 18 4 17 21 - - - 2011 2 15 17 4 16 20 - - - 2012 2 9 11 4 9 13 - - - 2013 2 6 8 5 8 13 - - - Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2013.

Como podemos observar na tabela de número 6 que traz o número de escolas por etapa de

ensino da rede municipal, há um pequeno número de escolas que atendam ao segmento da

Educação Infantil na Zona Urbana, enquanto que na zona rural esta quantidade tem um

aumento considerável. Sobre esse aspecto é importante ressaltar que o maior número de

escolas está localizada na zona rural, devido ao fato do município ter uma grande área

territorial e por conta dessa característica geográfica, precisa haver em todo o seu território

espaços que garantam ao cidadão caenense o acesso à educação, não importa em que ponto do

município ele esteja localizado.

Tabela 7: Número de escolas por Etapa de Ensino – Rede Estadual

Ano

Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio

Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total

2009 - - - 1 - 1 1 - 1

2010 - - - 1 - 1 1 - 1

2011 - - - 1 - 1 1 - 1

2012 - - - 1 - 1 1 - 1

2013 - - - 1 - 1 1 - 1

Fonte: Diretoria Regional de Educação,DIREC 16, Jacobina/BA, 2013.

Em relação às escolas da rede estadual, como demonstra a tabela de número 7, há na zona

urbana uma escola que atende ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, enquanto que na

zona rural a rede estadual atende apenas ao Ensino Médio.

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Tabela 8. Número dos estabelecimentos escolares de Educação Básica do município de

Caém, por dependência administrativa e etapas da Educação Básica.

Etapas da Educação

Básica

Dependência administrativa

Estadual Municipal Particular

2011 2012 2013 2011 2012 2013 2011 2012 2013

Ed. Infantil – Creche - - - 3 3 3 - - -

Ed. Infantil – Pré-escola - - - 15 5 8 1 1 2

Ensino Fundamental Anos

iniciais - - - 19 11 9 1 1 2

Ensino Fundamental Anos

Finais 1 1 1 3 3 3 1 1 1

Ensino Médio 1 1 1 - - - - - -

Total 2 2 2 40 22 23 3 3 5

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2013.

Em se tratando do número dos estabelecimentos escolares de Educação Básica do município

de Caém, por dependência administrativa e etapas da Educação Básica, conforme

demonstrado na tabela 8, o Ensino Médio é ofertado apenas pela rede estadual, enquanto que

compete à rede municipal ofertar as etapas de ensino que abranjam da creche ao Ensino

Fundamental. A rede particular por conseguinte, atende no município a turmas da Educação

Infantil e Ensino Fundamental, sendo a creche ofertada apenas pela rede municipal.

2.2.1.4 Apoio ao Educando

Todo projeto pedagógico tem que oferecer o apoio ao educando. Com este Plano Municipal

não seria diferente. O município de Caém, imbuído em oferecer uma educação de qualidade

aos seus alunos tem pensado neste plano como forma de melhorar o nível de instrução, a

capacitação profissional e consequentemente uma ascensão social da população, sobretudo os

jovens, por meio da mais eficaz ferramenta que é a educação, e isso só será possível se for

ofertado ao nosso alunado o apoio necessário para que esse aprendizado de fato seja

garantido.

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No Programa do Livro Didático os livros são escolhidos pelo professor de acordo com a sua

área de atuação, sendo que as escolas possuem material de apoio enviado pelo próprio MEC;

com relação à distribuição do livro didático esta não atende à quantidade necessária,

considerando que nem todos os alunos recebem os livros pelo fato da quantidade ser

insuficiente; Sendo assim, a própria Secretaria e as escolas procuram incentivar os alunos a

conservarem os livros didáticos, solicitando aos educandos que encapem o material e somente

escrevam a lápis nos livros. Em relação às turmas da Educação Infantil foi produzido um

módulo pela Secretaria Municipal de Educação.

O Programa de Alimentação Escolar no Município, no que tange ao processo de compra é

custeado parcialmente pelo Governo Federal e complementada com recursos do município,

através de licitações e/ou carta convite para que assim Caém possa atender a todos os

estudantes. A merenda é armazenada e produzida nas cantinas centrais localizada na sede e

nos distritos e depois de pronta, é distribuída nas escolas. Para o preparo da merenda, em

relação à aquisição dos produtos, o município utiliza o recurso mínimo de 30% do Recurso

Anual do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) em produto da Agricultura

Familiar.

A quantidade de merenda distribuída é suficiente para atender ao número de alunos,

obedecendo a um cardápio organizado e orientado por uma nutricionista lotada na SME, sem

que haja a participação dos pais e/ou a comunidade; os itens que compõem este cardápio na

maioria das vezes são aceitos pelos alunos; há uma diferenciação entre a merenda oferecida

na zona urbana e na zona rural com relação à necessidade de cada localidade específica. Vale

mencionar que não é promovida a formação das merendeiras e dos membros do Conselho de

Alimentação Escolar.

Os alunos recebem assistência médica, odontológica, psicológica e de serviço social quando é

detectada a necessidade, acontecendo esse atendimento através do encaminhamento do caso à

Secretaria Municipal de Assistência Social.

O transporte escolar é frequente e realizado em veículos fechados, no entanto, quanto aos

transportes alternativos, nem todos atendem aos pré-requisitos de segurança.

Não há um monitoramento do cumprimento das escalas de horários, da pontualidade e do

tempo de duração de viagens dos motoristas. Ainda com relação aos motoristas, vale a

ressalva que os motoristas que realizam o transporte escolar possuem formação adequada,

sendo portadores de Carteira Nacional de Habilitação (CNH), categoria D, destinada para

condutores de ônibus e veículos utilizados no transporte de passageiros, sendo este motorista

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o responsável pelo transporte das crianças, mesmo quando se tratando da Educação Infantil,

existindo a presença de monitor apenas nos ônibus oriundos do Programa caminhos da escola,

já que oprograma de transporte atende um total de 1.212 alunos da zona rural, sendo que deste

total, 329 estudantes são trazidos da zona rural para estudarem nas escolas localizadas na zona

urbana.

O município aderiu ao Programa Caminhoda Escola tendo sido contemplado com 8 veículos

que estão sendo utilizados de forma adequada, embora não ofereçam acessibilidade mesmo

tendo a cadeira de rodas para deficientes físicos, mas não há a rampa ou elevador de acesso ao

veículo.

2.2.1.5 Acompanhamento Pedagógico

A equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação oferece, com regularidade, orientação

para o trabalho pedagógico nas escolas, realizando periodicamente reuniões com diretores e

coordenadores que são avisados através de ofícios e/ou telefonemas, porém as escolas do

campo deixam a desejar com relação ao acompanhamento de um coordenador pedagógico,

pois não tem um profissional local que esteja presente na escola diariamente.

O município organiza o currículo para atender as necessidades pedagógicas dos alunos,

tomando por base atividades diagnósticas realizadas no início do ano letivo. Uma vez

detectada a dificuldade de aprendizagem referente ao discente, o professor deverá replanejar

suas ações a fim de acompanhar o processo pedagógico orientando a melhoria da

aprendizagem do aluno, cabendo aos professores avaliarem continuamente o progresso dos

alunos, verificando em sua turma quais e quantos alunos enfrentam dificuldades de

aprendizagem. Destacando que não hána organização do currículo questões relacionadas à

interculturalidade que venha a assegurar a ampliação da educação escolar no campo,

quilombola e indígena.

Para estabelecer as diretrizes pedagógicas para a educação básica, em particular para a

Educação Infantil e Ensino Fundamental de Nove Anos, levando em consideração as ações de

transversalidade entre etapas e modalidades da educação, a Secretaria Municipal de Educação

tem promovido formação continuada para professores e coordenadores através das jornadas

pedagógicas, Conferência Municipal de Educação e reuniões periódicas para tratar de

assuntos pertinentes à educação.

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O número de coordenadores pedagógicos que trabalham nas escolas não atende a necessidade

do município para desenvolver o trabalho de orientação e acompanhamento do processo

educativo de nossas escolas como um todo, sendo assim, as principais dificuldades do

processo de orientação do trabalho pedagógico, no que concerne aos técnicos da Secretaria e

pessoal das escolas está relacionado à escassez de profissionais para atender a demanda das

escolas.

Todas as escolas possuem projeto político pedagógico atualizado, embora não possuam o

Regimento Interno Próprio, seguindo, portanto, o Regimento Escolar do Município,

considerando que os conteúdos dos currículos que as escolas desenvolvem estão atualizados e

condizentes com as diretrizes curriculares em vigência, estando organizados de forma

sequencial, ajudando assim os professores a fazerem o planejamento das atividades de forma

organizada e articulada com os colegas nas reuniões de Atividades Complementares (AC’s)

que ocorrem semanalmente sob orientação do coordenador pedagógico.

O tempo pedagógico dos coordenadores e dos professores é utilizado conforme o estabelecido

por Lei, distribuído de acordo com a sua carga horária nas escolas e em reuniões de AC para

participarem de estudos e planejamento, garantindo assim o tempo da jornada de trabalho.

A elaboração do PME no município ocorreu de forma participativa e democrática, onde todos

os seguimentos da sociedade e profissionais da educação tiveram participação ativa,

colaborando desde o levantamento do diagnóstico até a construção das metas e estratégias.

O sistema de recuperação nas escolas obedece ao sistema de recuperação paralela, no entanto,

o sistema de recuperação não acontece de forma tão eficaz uma vez que o aluno é convocado

apenas para realizar outra avaliação, não tendo o docente tempo suficiente para recuperar com

o seu aluno o conteúdo não aprendido, levando em conta que se tem apenas uma semana para

todo o processo de recuperação a cada unidade.

2.2.1.6 Gestão das Unidades Escolares no Município de Caém

Em se tratando da gestão escolar, vale mencionar que esta não se efetiva somente na pessoa

do gestor, mas sim através do envolvimento de toda a comunidade escolar, especialmente por

meio dos conselhos representados pelos colegiados, grêmios estudantis, objetivando uma

gestão democrática participativa onde todos possam ter um poder de participação, decisão e

deliberação das açõesinerentes ao cotidiano escolar.

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Diante dessa perspectiva, algumas escolas do município dispõem de conselhos escolares, no

entanto, os conselhos não funcionam de maneira permanente, possibilitando o acompanhando

de todos os serviços da escola, no entanto, as escolastêm seus objetivos, metas e estratégias

definidos claramente e aceitos pela comunidade escolar, porém o plano de ação, apesar de

existir, não funciona de forma eficaz e não há aproveitamento do mesmo.

As escolas têm autonomia para decidir sobre os esquemas de trabalho, métodos preferidos,

embora exista uma linha de gestão colocada pela Secretaria Municipal de Educação onde os

gestores baseiam-se para gerir a escola. Quanto à aquisição de equipamentos e materiais, a

escola conta com o recurso enviado pelo Governo Federal através do Programa Dinheiro

Direto na Escola, o PDDE.

No município a comunidade não escolhe os seus dirigentes, não havendo, portanto, um

processo eleitoral para escolha dos gestores escolares, cabendo à Secretaria Municipal de

Educação e a Prefeitura Municipal de Caém fazer a escolha e nomeá-los, entretanto há ações

instrucionais voltadas para a formação de gestores escolares proporcionadas pela Secretaria

através do Programa de Gestão Escolar.

As escolas dispõem de normas e procedimentos administrativos bem definidos e todas as

pessoas que fazem parte do quadro da instituição têm conhecimento sobre todos os

procedimentos próprios referentes às tarefas, porém não há o cumprimento dos procedimentos

administrativos por parte de alguns funcionários, ressaltando que o regimento escolar existe,

mas não é conhecido por todos e por conta disso ele não é efetivado no cotidiano da escola.

Vale mencionar que há incentivo à formação e funcionamento dos grêmios estudantis por

parte da Secretaria Municipal de Educação, porém não existe ainda a formação de grupos de

grêmios estudantis organizados e atuantes.

As escolas fazem programação de alguns eventos comemorativos periodicamente, embora

ainda haja a necessidade de organização de eventos diferenciados que promovam uma maior

integração entre a unidade escolar e a comunidade.

2.2.1.7 Instalações físicas e materiais nas Unidades Escolares

Com relação à estrutura física das instituições educacionais no município percebe-se que as

escolas apresentam realidades diferentes, na sua grande maioria não possuem pátios e as que

possuem, não têm aparência atrativa. Algumas não possuem água tratada; não dispõem de

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salas de aulas em número suficiente para atender a quantidade de turmas e/ou número de

alunos; não possuem biblioteca, sala de leitura ou sala de estudo. Quanto às salas de apoio ao

professor e área de lazer para atividades recreativas dos alunos, nem todas as unidades

possuem. Os banheiros também não estão em condições higiênicas de uso, precisando

melhorar a estrutura física dos mesmos. Com relação à educação inclusiva, nota-se também

que as escolas não dispõem de acessibilidade.

Existe a insuficiência, em algumas unidades escolares, de materiais de apoio sonoro e visual,

não dispondo de materiais ilustrativos e bibliográficos, nesse sentido verifica-se que os

professores e alunos não dispõem em parte de materiais adequados que permitam atividades

diversificadas dentro da sala de aula, uma vez que uma maior oferta desses recursos

possibilitaria ao professor e também ao aluno um processo de ensino e aprendizagem mais

significativo que fosse além dos livros didáticos e atividades xerocopiadas, por conseguinte,

vale mencionar que os materiais de apoio pedagógico utilizados nas escolas são atualizados e

utilizados de forma igualitária, mas nem sempre atende à demanda.

Ainda sobre os materiais, existem equipamentos audiovisuais e de informática como TV,

CD’s e computadores na maioria das escolas, no entanto para utilizá-los o professor precisa

reservá-los em uma sala que nem sempre é adequada para uso, tendo que deslocar os

aparelhos da diretoria para a sala de aula, sendo acessível apenas ao professor, uma vez que os

alunos não têm acesso esses instrumentos e só os utilizam sobre o monitoramento do docente,

ressaltando que não há no município salas de recursos multifuncionais.

Com relação aos laboratórios de informática nas escolas do município, verifica-se que 42%

das instituições possuem laboratório, sendo que a maioria destes não funcionam

adequadamente por falta de espaço físicos e recursos humanos, no entanto, o acesso a internet

ainda está restrito as escolas de ensino fundamental maior (6º ao 9º ano).

Nas escolas é feito o controle do patrimônio existente através de um inventário, no entanto

estas mesmas escolas não dispõem de um esquema de segurança para a guarda desse

patrimônio escolar.

O trabalho de limpeza nas escolas é satisfatório, no entanto, em relação à estética, à

adequação dos recursos físicos e a existência de áreas de lazer e recreação na maioria das

instalações deixa a desejar, um dos motivos que dificulta a oferta da educação em tempo

integral aos nossos alunos. Vale destacar que o município ainda não oferece educação em

tempo integral, no entanto, foi feita a adesão mediante ao PAR, Plano de Ações Articuladas

do MEC, ao programa Mais Educação instituído pela Portaria Interministerial nº 17/2007 e

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regulamentado pelo Decreto 7.083/10, constituindo-se como estratégia do Ministério da

Educação para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na

perspectiva da Educação Integral, devendo haver um investimento na estrutura física das

escolas para garantir esse atendimento e sanar a dificuldade mencionada anteriormente.

2.3 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

No âmbito educacional os profissionais da educação nas últimas décadas têm lutado pela

garantia de seus direitos, ecoando um grito em prol da valorização da classe no que concerne

as questões financeiras e também melhores condições de trabalho, bem como têm buscado o

aperfeiçoamento profissional com o objetivo de melhorar a sua prática e consequentemente a

educação vigente.

Os professores, coordenadores e supervisores atualizam-se com frequência, por meio de

cursos, encontros e outros eventos promovidos pela Secretaria Municipal de Educação. Os

profissionais participam eventualmente de cursos e encontros oferecidos por instituições

públicas, sindicatos (APLB), FNDE e instituições privadas, que estabelecem parcerias com o

município. A formação inicial dos professores é realizada através de universidades públicas e

privada.

Em relação à rotatividade dos professores, esta é uma prática existente nas escolas da rede

pelo fato de existir no município uma carência de profissionais capacitados, inclusive gerando

insatisfações entre os mesmos por conta dessa inconstância, embora haja a existência de

programas de formação para professores através da adesão a alguns programas oferecidos

pelo Governo Federal, a exemplo do PactoNacional e Estadual, Pro – Letramento, ainda há

uma grande necessidade de oferta de mais formações que possibilite uma melhor capacitação

dos nossos profissionais da educação.

Existe o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação no

município de Caém, embora não tenha sido elaborado com a participação da comunidade,

ressaltando que este documento necessita de revisão e atualização. Com relação ao Estatuto

do Magistério este ainda não foi elaborado.

São realizadas periodicamente reuniões organizadas pela SME com os gestores escolares para

avaliar e levantar situações acerca do processo pedagógico nas unidades educativas, mas não

há instituído formalmente um processo de avaliação de desempenho dos profissionais da

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educação.A participação dos professores nos Conselhos das Escolas e na construção do

Projeto Político Pedagógico tem se dado de modo efetivo, porém a aplicabilidade desses

instrumentos precisa tornar-se uma prática.

Existe uma Coordenadora Pedagógica Geral lotada na Secretaria Municipal de Educação, bem

como os coordenadores que atendem nas unidades escolares, embora esse número ainda seja

insuficiente para atender a demanda de professores no acompanhamento do processo

pedagógico. Dentre esses profissionais, a maioria é cargo, visto que é extremamente difícil

dentro do quadro efetivo, encontrar pessoas com a formação exigida para exercer a função.

Tabela 9. Funções docentes por Localização e Formação – Rede Municipal

Níveis Funções Docentes

C/Lic C/Gr C/EM C/NM S/EM Total

Regular - Creche 6 - 2 4 - 12

Regular - Pré Escola 6 - 2 10 - 18

Regular - Anos Iniciais do Ensino

Fundamental

23 - 1 26 - 50

Regular - Anos Finais do Ensino Fundamental 34 - 4 7 - 45

Educação de Jovens e Adultos - Anos Iniciais

do Ensino Fundamental/Presencial

2 - - - - 2

Educação de Jovens e Adultos - Anos Finais do

Ensino Fundamental/Presencial

6 - - - - 6

Fonte:Secretaria Municipal de Educação

A tabela retrata detalhadamente a situação profissional da educação no município de Caém

quanto à formação e atuação dos educadores, mostrando que existe ainda um número

considerável de professores sem licenciatura, porém não há nenhum profissional que não

tenha concluído o Ensino Médio. Daí a importância do Programa Plataforma Freire para

oportunizar a formação do docente, embora na maioria dos casos, os docentes carentes de

formação atuem na pré-escola e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, necessitando assim

do curso de Pedagogia que nem sempre é oferecido pelo Plataforma em condições acessíveis

para estes, isso por conta da distância dos locais onde são ofertados.

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Tabela 10. Número de professores e coordenadores da rede Municipal, Estadual e

Particular, por nível de formação em 2013

Profissionais

do Magistério

Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino

Médio

Total

Estadual Municipal Particular Estadual Municipal Particular Estadual

Professores - 32 05 09 88 16 25 175

Coordenadores - 03 02 - 10 02 - 17

Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Diretoria Regionalde Jacobina (Direc. 16) 2013.

No município de Caém há uma maior concentração de profissionais da educação na rede

municipal quando se trata da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, ficando a rede

particular com uma pequena representação e a rede estadual com uma maior concentração no

Ensino Médio. Nota-se a carência de acessória pedagógica nas redes municipal e estadual,

visto que o número de coordenadores é insuficiente para atender à demanda.

Além dos professores, a educação é composta por técnicos e auxiliares que, juntamente com

os docentes, fazem a educação acontecer. Desta forma, no planejamento da educação, os

recursos humanos merecem uma atenção especial. A ação pedagógica não é uma atividade

isolada, mas fruto de uma interação que envolve vários profissionais. A tabela de número 11

ajudará a visualizar o quadro de profissionais em educação de que a rede municipal dispõe

atualmente, especificando a função exercida, o nível de escolaridade e ainda a situação

funcional referente aos funcionários públicos do município.

Tabela 11. Profissionais em educação por nível de escolaridade - Rede Municipal, 2012.

Cargos Nº Nível de Escolaridade Situação funcional

Fundamental

Incompleto

Fundamental

Completo

Médio

Completo

Outros Efetivo Contrato

Merendeira 33 27 4 2 - 31 2

Vigilante - - - - - - -

Servente 77 59 9 9 - 67 10

Secretário

Escolar

8 - - 8 - 5 3

Porteiro 11 7 4 - - 10 1

Agente

Administrativo

8 - - 8 - 8 -

Fonte:Secretaria Municipal de Educação.

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Analisando os dados da tabela acima podemos perceber que nas escolas não existe um

número suficiente de funcionários capacitados para desempenhar as funções exigidas nas

unidades escolares, uma vez que o nível de escolaridade é baixo considerando que a maioria

deles não possui nem o Ensino Fundamental completo. Nesse sentido, para dar apoio a esta

equipe são desenvolvidas ações de treinamento e formação continuada para buscar melhorar a

atuação dos profissionais de apoio na unidade escolar, embora seja perceptível no dia a dia

das escolas as consequências dessa mão de obra não qualificada para o desenvolvimento das

atividades corriqueiras, dificultando assim a eficácia e a qualidade do serviço.

2.4 NÍVEIS DA EDUCAÇÃO: EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR

2.4.1. Etapas da Educação Básica

2.4.1.1 Educação Infantil

A Educação Infantil na história da educação brasileira nem sempre teve destaque nas leis que

regem a educação em nosso país. Até meados da década de 70 e início da década de 80, o

atendimento às crianças até 6 anos não era concebido como uma atividade de natureza

educacional. Predominava a concepção segundo a qual tratava-se de um atendimento de

caráter predominantemente ou exclusivamente assistencial.

Somente a partir da Constituição de 1988 é que a Educação infantil ganha destaque e passa

então a ser definida como a primeira etapa da educação básica, rendo como finalidade o

desenvolvimento integral da criança, nos aspectos físico, psicológico, intelectual e social,

complementando assim a ação da família e da comunidade no desenvolvimento da criança,

sendo, pois, necessária a integração escola-família-comunidade.

Uma outra Lei que vem agregar valor à Educação Infantil em nosso país surge em 1996,

denominada então a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, considerando que

antes de sua implementação não existiam diretrizes nacionais para a educação pré-escolar, e

foi somente a partir dessa nova Lei que foi estabelecido o direito às crianças em idade inferior

a sete anos para receberem conveniente educação em escolas maternais, jardins de infância e

instituições equivalentes. Assim, transferiu-se aos sistemas a incumbência de regulamentar a

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educação nessa faixa etária, o que resultou em significativa diversidade de normas

educacionais.

No entanto, a maioria dos sistemas estaduais de ensino normatizou a oferta educacional nas

faixas etárias de dois a quatro anos, em maternais, e de quatro a seis anos, em jardins de

infância, não regulamentando o atendimento de zero a dois anos, oferecido nas creches. As

pré-escolas, que funcionavam em escolas públicas e privadas de 1º e /ou 2º grau, integravam

os sistemas de ensino. Ao contrário, a pré-escola oferecida em instituições específicas e as

creches públicas e privadas integravam os sistemas de saúde e/ou assistência social,

assumindo exclusivamente um caráter assistencialista e não educativo.

Com o surgimento dessa nova Lei, a LDB 9394/96, e claro com o ponta pé inicial dado pela

Constituição Federal de 1988, em seu art. 208, IV, a Educação Infantil passa a ter uma outra

roupagem uma vez que as leis asseguram o atendimento em creche e pré-escola às crianças de

zero a seis anos de idade entre os deveres do Estado / Poder Público para com a educação,

reconhecendo, pois, a creche como instituição educativa e não mais integrada à saúde ou

assistência social. A LDB de 1996 define ainda a Educação Infantil como primeira etapa da

educação básica (art. 29), ampliando sua importância social ao integrá-la à formação comum

indispensável para o exercício da cidadania e, portanto, segundo as próprias Leis supracitadas

a Educação Infantil passa a ser direito de toda criança e dever do Estado, devendo ser

oferecida gratuitamente, não sendo obrigatória, pois a obrigatoriedade se dá apenas a partir do

Ensino Fundamental, aos seis anos de idade.

Mas de quem é de fato a responsabilidade pela oferta da Educação Infantil?De acordo com a

Constituição Federal, art. 211, § 2º, e a LDB, art. 11, V, a Educação Infantil constitui área de

atuação prioritária dos Municípios, ou seja, cabe aos municípios a responsabilidade da oferta

da Educação Infantil à população brasileira, enquanto que o Ensino Fundamental é

competência compartilhada entre Estados e Municípios e o oferecimento do Ensino Médio é

incumbência dos Estados.Embora ainda segundo a Constituição Federal, art. 211, § 1º, e a

LDB, art. 9º, III, a União tem a incumbência de prestar assistência técnica e financeira aos

Estados, Distrito Federal e Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino,

exercendo função supletiva e distributiva, com prioridade para o Ensino Fundamental.

O município de Caém atende ao segmento da Educação Infantil, garantindo assim o direito

garantido por Lei de todo cidadão brasileiro ter acesso à educação básica, sendo a Educação

Infantil considerada como a primeira etapa da educação básica. Sendo assim, o município

dispõe de espaços destinados ao atendimento de crianças de 1 a 3 anos, atendendo também às

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crianças na idade pré-escolar nas escolas, embora estes espaços não sejam adequados para

esse atendimento considerando que não há refeitórios, brinquedotecas, trocador, dormitórios e

até área livre para atividades de recreação que desenvolvam habilidades psicomotoras dessas

crianças. Diante dessa realidade, a oferta da Educação Infantil no município de Caém se

configura da seguinte forma:

Tabela 12. Evolução da matrícula da Educação Infantil no município de Caém, por

dependência administrativa e localização, período 2009 a 2012.

Anos Municipal Estadual Particular Total

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

2009 288 457 - - 150 - 895

2010 194 334 - - 128 - 656

2011 179 353 - - 166 - 698

2012 158 344 - - 173 - 675

Fonte: Secretaria Municipal de Educação/ Educacenso, 2013.

Analisando a realidade da oferta da Educação Infantil no município de Caém, percebe-se que

se encontra em algumas unidades escolares salas superlotadas, funcionando com 30crianças e

um único professor, sem que haja a presença de um monitor para auxiliar nos serviços

pedagógicos. Existe ainda a necessidade de se construir novas instalações que atendam às

crianças dessa modalidade de ensino, considerando que as instalações utilizadas hoje não

apresentam refeitório, bem como área de lazer para momentos de recreação com os alunos

com o objetivo de trabalhar e desenvolver suas habilidades motoras, como já foi dito

anteriormente.

Em relação à formação acadêmica desses profissionais que atuam na Educação Infantil,

retratamos essa realidade conforme os dados abaixo:

Pedagogia – 04 graduados, 01 graduando.

Normal superior – 03 graduados

Serviço social – 01 graduado e 01 graduando

Biologia – 02 graduados

Letras – 01 graduado

Não tem graduação – 10

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Foram pontuados professores que estão atualmente na área de Educação Infantil, mas

gostariam de estar atuando na sua área de formação Acadêmica.

Analisando agora o processo pedagógico e consequentemente o desenvolvimento e

aprendizagem das crianças envolvidas nessa etapa educacional, verificamos que não existe no

município nenhum programa de incentivo à leitura para a Educação Infantil, entretanto, o

acompanhamento da aprendizagem desses alunos é feita através de portfólio, fichas

avaliativas, diário de classe, além de boletim, sendo que nas creches este instrumento

avaliativo é aplicado por trimestre, com o objetivo de avaliar todas as habilidades que as

crianças precisam desenvolver de acordo com a sua faixa etária.

A orientação metodológica sob a supervisão de um coordenador pedagógico, na maioria das

instituições de Educação Infantil do município acontece uma vez por semana, onde os

professores juntamente com a coordenação avaliam o desenvolvimento das crianças, planejam

as atividades e elaboram projetos a serem aplicados com o objetivo de promover a

aprendizagem dos discentes.

Diante desse cenário da Educação Infantil em Caém, alguns problemas acabam refletindo no

processo ensino/aprendizagem como o fato de não haver de forma efetiva a participação dos

pais na vida escolar dos filhos, a inexistência em algumas unidades escolares de um

profissional comprometido com seu trabalho, à falta de um auxiliar de sala que ajude o

professor na Pré-escola, uma proposta de formação continuada que prepare o profissional da

educação para trabalhar com a Educação Inclusiva, afim de melhor prepará-lo, e os mesmos

se sentirem seguros ao receber crianças especiais. Outros fatores também têm interferido

como o fato da rebeldia, ou seja, falta de limites por parte das crianças, o grande índice de

evasão escolar e a ausência de um coordenador pedagógico que oriente o professor no

exercício de suas atividades em algumas unidades escolares.

A Secretaria Municipal de Educação juntamente com as unidades escolares vem buscando

estabelecer parcerias com as famílias e com os demais seguimentos sociais (Conselho Tutelar,

CRAS, Secretaria de Saúde, Secretaria de Assistência Social, Polícia Militar e Promotoria

Pública), no intuito de resolver os problemas de ordem comportamental, e ainda, tem

elaborado e aplicados projetos que inserem os alunos no mundo da leitura, (feira de cultura,

sema do conhecimento, dia da leitura, etc).

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Tabela 13. Frequência por Ano de nascimento, segundo Município Residente

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2013.

Tabela 14. Taxa de Escolarização da Educação Infantil do Município (2012)

Segmento População Matrícula Não matriculado Taxa(%) de não

matriculados

Creche (0 a 3 anos) 718 146 572 83,5%

Pré Escola (4 a 5

anos)

426 356 70 20,3%

Total (0 a 5 anos) 1144 502 642 43,8%

Fonte: Secretaria de Educação.

Analisando a tabela que trata sobre a taxa de escolarização da Educação Infantil no município

de Caém, percebe-se a evidência da carência de creches no município, visto que 83,5% das

crianças de 0 a 3 anos encontram-se fora da escola. Em contrapartida há uma melhoria

explícita na assistência da pré-escola para crianças de 4 a 5 anos, pois numa população de 426

crianças, apenas 20,3% não estão matriculadas na rede de ensino.

Tabela 15. Taxa de escolarização da Educação Infantil do Município Caém, por

localização (2012)

Localização População de 0 a 5 anos Matrícula Escolarização %

Urbano 378 158 41,7%

Rural 766 344 44,9%

Fonte: Secretaria Municipal de Educação

Nascidos Vivos - Bahia

Período

2011 2012

Município Residente 196 189

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Em se tratando da taxa de escolarização da Educação Infantil no município de Caém, percebe-

se um baixo índice representado por 41,7% na zona urbana e 44,9% na zona rural entre as

crianças de 0 a 5 anos, devido ao fato de haver ainda muitos alunos fora da escola como

verificado na tabela 14, no entanto, aqueles que ingressam nas unidades escolares em idade

regular apresentam um bom desempenho com relação às competências e habilidades a serem

desenvolvidas nesta faixa etária, não havendo reprovação na modalidade de ensino da

Educação Infantil.

No município de Caém há uma preocupação em promover o desenvolvimento da criança na

Educação Infantil, tornando-a apta a ingressar no Ensino Fundamental de Nove Anos

atendendo aos pré-requisitos exigidos no que tange as habilidades e competências para cada

faixa etária. Nesse sentido, o município aderiu ao Pacto pela Alfabetização e o Proletramento

a fim de garantir ao educador uma formação que subsidie a sua prática e lhe forneça

ferramentas para alfabetizar o seu aluno até os 8 anos de idade como exige a lei.

2.4.2 Ensino Fundamental

2.4.2.1 O Ensino Fundamental de Nove Anos

Perpassando pela história da educação em nosso país, verificamos que a Lei nº 4.024, de

1961, estabelecia que o aluno concluísse o ensino primário, como era chamado o Ensino

Fundamental, em apenas quatro anos; pelo Acordo de Punta Del Este e Santiago, o governo

brasileiro assumiu a obrigação de estabelecer a duração de seis anos de ensino primário para

todos os brasileiros, prevendo cumpri-la até 1970. Em 1971, a Lei nº 5.692 estendeu a

obrigatoriedade para oito anos. Já em 1996, a LDB sinalizou para um ensino obrigatório de

nove anos, a iniciar-se aos seis anos de idade. Este se tornou meta da educação nacional pela

Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, que aprovou o PNE.

Nesse sentido, conforme o PNE – Plano Nacional de Educação, a determinação legal, Lei nº

10.172/2001, de implantar progressivamente o Ensino Fundamental de nove anos, com a

inclusão das crianças de seis anos de idade objetiva oferecer maiores oportunidades de

aprendizagem no período da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo

no sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de

escolaridade.

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Estabelece ainda, que a implantação progressiva do Ensino Fundamental de nove anos, com a

inclusão das crianças de seis anos, deve se dar em consonância com a universalização do

atendimento na faixa etária de 7 a 14 anos. Ressalta que esta ação requer planejamento e

diretrizes norteadoras para o atendimento integral da criança em seu aspecto físico,

psicológico, intelectual e social, além de metas para a expansão do atendimento, com garantia

de qualidade. Essa qualidade implica assegurar um processo educativo respeitoso e construído

com base nas múltiplas dimensões e na especificidade do tempo da infância, do qual também

fazem parte as crianças de sete e oito anos.

A Lei no 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, assegura o direito das crianças de seis anos à

educação formal, obrigando as famílias a matriculá-las e o estado a oferecer o atendimento.

Sendo assim, esta Lei altera a redação dos artigos. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre

a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos

6 (seis) anos de idade.

Essa nova organização do Ensino Fundamental em nove anos, a partir da Lei 11.274 de 6 de

Fevereiro de 2006, possibilita oferecer ao estudante brasileiro maiores oportunidades de

aprendizagem no período da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo

no sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de

escolaridade, fortalecendo assim o Art.205 da Constituição Brasileira que assegura que a

educação é um direito de todos e dever do Estado e da família.

Para assegurar a qualidade do Ensino Fundamental de nove anos se faz necessário o

planejamento das ações e a definição de diretrizes norteadoras para o atendimento integral da

criança em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, além de metas para a expansão

do atendimento, com garantia de qualidade. Essa qualidade implica assegurar um processo

educativo respeitoso e construído com base nas múltiplas dimensões e na especificidade do

tempo da infância, do qual também fazem parte as crianças de sete e oito anos. Dessa forma o

Ensino Fundamental de nove anos fica assim organizado:

ENSINO FUNDAMENTAL

Anos Iniciais Anos Finais

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano

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A referida lei 9394/96, no art. 32, determina como objetivo do Ensino Fundamental a

formação do cidadão, mediante:

I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno

domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,

das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de

conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de

tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

A nova organização do Ensino Fundamental, passando de oito para nove anos, surgiu a partir

de uma prática cultural já presente em nossa sociedade uma vez que a opção pela faixa etária

dos 6 aos 14 e não dos 7 aos 15 anos para o Ensino Fundamental de nove anos segue a

tendência das famílias e dos sistemas de ensino de inserir progressivamente as crianças de 6

anos na rede escolar.

A inclusão, mediante a antecipação do acesso, é uma medida contextualizada nas políticas

educacionais focalizadas no Ensino Fundamental. Assim, essa inclusão pode ser

implementada positivamente na medida em que podem levar a uma escolarização mais

construtiva. Isto porque a adoção de um ensino obrigatório de nove anos iniciando aos seis

anos de idade pode contribuir para uma mudança na estrutura e na cultura escolar.

Refletindo sobre essa nova estrutura do Ensino Fundamental, nos remete à ideia de que

trabalhar com o Ensino Fundamental de nove anos, nos leva necessariamente a repensá-lo no

seu conjunto. Assim, esta é uma oportunidade preciosa para uma nova práxis dos educadores,

sendo primordial que ela aborde os saberes e seus tempos, bem como os métodos de trabalho,

na perspectiva das reflexões antes tecidas no antigo Ensino Fundamental de 8 anos. Ou seja,

os educadores são convidados a uma práxis que caminhe na direção de uma escola de

qualidade social, considerando que a dinâmica da sociedade atual tem se transformado

constantemente e traz essas mudanças para a sala de aula, exigindo do educador uma postura

mais colaborativa e participativa em todo o processo e ensino/aprendizagem.

O município de Caém já atende ao Ensino Fundamental de 9 anos, embora ainda existam

algumas turmas concluintes do Ensino Fundamental de 8 anos, nos anos iniciais e finais. A

Prefeitura, juntamente com a Secretaria Municipal de Educação garante o acesso à educação

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básica, no que se refere à modalidade do Ensino Fundamental, matriculando tanto na zona

urbana, quanto na zona rural todas as crianças em idade escolar, assegurando seu direito à

educação garantida por Lei. Vejamos a seguir algumas tabelas que mostram a organização do

Ensino Fundamental no município.

Tabela 16. Evolução das matrículas do Ensino Fundamental no Município de Caém, por

dependência administrativa e localização (2009/2012):

Anos Municipal Estadual Particular Total

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

2009 754 1464 290 - 132 - 2640

2010 859 1394 202 - 134 - 2589

2011 842 1317 203 - 128 - 2287

2012 778 1312 181 - 185 - 2275

Fonte:Secretaria Municipal de Educação/Educacenso, 2013.

A evolução das matrículas do Ensino Fundamental no município de Caém tem apresentado

um declínio tanto na zona urbana quanto na zona rural, enquanto que nesta última é

caracterizado pelo êxodo rural. Já em relação ao declínio na zona urbana se dá ao fato do

município está localizado geograficamente próximo a outros municípios de maior porte, a

exemplo de Jacobina, e muitos dos nossos alunos saem para estudar fora, até mesmo pelo fato

das famílias partirem em busca de oferta de emprego. Um outrofator que explica essa queda

na evolução das matrículas seria o controle de natalidade, uma vez que tem diminuído o

número de nascimentos, bem como o número de filhos por família.

Tabela 17. Taxa de Escolarização Líquida da população de 7 a 17 anos em 2012.

Fonte: PAR/SIMEC, disponível em <ide.mec.gov.br>. Acesso em: 16 julh. 2013.

A população entre 7 a 17 anos do município de Caém é basicamente formada por pessoas com

nível de escolarização no Ensino Fundamental o que representa 81,90%. Quando se trata do

Ensino Médio, apenas 11,80% conclui esta modalidade de ensino. Esse baixo índice de

concluintes do Ensino Médio se dá por conta da necessidade da busca de emprego em cidades

Fundamental (7 a 14 anos) Ensino Médio (15 a 17 anos)

81,90% 11,80%

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de grande porte uma vez que o município de Caém não dispõe de emprego suficiente para

atender à comunidade, tendo a prefeitura municipal como principal órgão empregatício nesta

comunidade.

Tabela 18. Nível Educacional da População de 06 a 14 anos, 1991, 2000 e 2010.

Faixa etária

(anos)

Taxa de analfabetismo % de alunos na escola

1991 2000 2010 1991 2000 2010

06 a 14 anos - - - 57,48 93,11 96,69

11 a 14 anos 32,18 10,37 5,41 67,93 93,04 98,20

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013. Acesso em: 13 julh. 2013.

De acordo a tabela 18 há um crescente ingresso nas escolas da população de 11 a 14 anos

entre os anos de 1991 até 2010 e paralelo a este ingresso a diminuição do índice de

analfabetismo, o reforça a ideia da educação como fator preponderante para o

desenvolvimento humano.

No entanto, retratando a realidade dos alunos ingressos no Ensino Fundamental no município,

percebemos um pequeno avanço no desenvolvimento do 1º ao 3º ano, já nas turmas de 4º e 5º

ano há uma falta de interesse por parte dos alunos e alguns não foram alfabetizados na idade

certa, dificultando o trabalho do professor, sendo verificado inclusive, muitos casos de

crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem, e em alguns casos a criança até

apresenta alguma necessidade especial, precisando do acompanhamento de um profissional

capacitado para atendê-la. Diante desse problema sinalizado vê-se a necessidade da

contratação de um Psicopedagogo atuando somente na área de Educação, dando o suporte

necessário aos professores.

Ainda avaliando o processo de aprendizagem dos alunos, nota-se que as disciplinas que eles

apresentam mais dificuldades são as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.

Entretanto, para tentar sanar essas dificuldades são desenvolvidas ações que promovam a

formação de professores com programas do governo como Pacto Bahia, Pacto Nacional na

Idade Certa, Proletramento, o Programa do Governo Federal Mais Educação referente à

educação em tempo integral, além de disponibilizar um coordenador específico para cada

escola.

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A proposta das Diretrizes do Ensino Fundamental de Nove Anos é garantir que o aluno esteja

alfabetizado ao final do terceiro ano, no entanto, diante da realidade verificamos que

teoricamente essa regra se aplica, mas sempre existem alguns casos. Quando o aluno ingressa

na idade correta na escola e os mesmos não apresentam problemas (ou seja, tipo de

deficiência) acontece à aprendizagem na idade certa. Porém, quando o aluno ingressa na

escola, mesmo que seja na idade certa, e não há o acompanhamento e sobretudo, o

comprometimento dos responsáveis, muitas vezes esse aluno fica desestimulado, acontece

então os casos de reprovação e/ou evasão, acarretando em casos de distorção série/idade, o

que também é uma realidade do município. Para tentar sanar essas dificuldades são oferecidas

pelo município ações como formação continuada, reuniões periódicas que permitem o

acompanhamento da Secretaria Municipal de Educação no processo educacional, a atuação do

coordenador pedagógico diretamente na escola, assim como o fornecimento do material

pedagógico, ações essas que possibilitam ao professor uma maior avaliação do processo

ensino/aprendizagem, a fim de evitar que esses problemas se concretizem.

Diante do que estamos apresentando, verificamos que alguns problemas e necessidades têm

atingido o Ensino Fundamental de nove anos no município de Caém. Dentre esses problemas

e necessidades podemos destacar a questão da insuficiência na aprendizagem de leitura,

escrita e operações fundamentais por parte dos alunos; a adequação de número de alunos por

turmas,principalmente nas séries iniciais; a inexistência de aulas de reforço para alunos com

dificuldade de aprendizagem; as altas taxas de abandono, bem como as altas taxas de

reprovação nas turmas de 5as

e 6as

séries; a necessidade de capacitação para gestores e

coordenadores; a autoavaliação por parte dos professores; alunos não alfabetizados no final do

Ensino Fundamental I; a ausência de parecerias entre empresas e escolas; aprovação da

maioria dos alunos com média 5,0 (cinco); ausência de capacitação dos professores em cursos

de informática; como também a ampliação da relação Escola – Secretaria de Assistência

Social e Saúde.

Diante dessa realidade percebemos que o nível de desempenho da maioria dos alunos

atendidos pelo município não encontra-se em um bom nível, considerando que ainda há

muitas habilidades e competências a serem desenvolvidas, principalmente em relação à leitura

e a escrita, embora haja uma preocupação do município para melhorar o desempenho dos

educandos na área de matemática, leitura e ciências, aderindo assim a programas como o

Proletramento e o Pacto, como objetivo de melhorar a marca do IDEB em 2013, já que todas

as escolas são avaliadas.

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Sendo assim, pensando na organização curricular para as escolas do município, muitas ações

têm sido pensadas, como a adesão a esses programas, reuniões periódicas para formação e

capacitação dos profissionais da educação a fim de discutir sobre as problemáticas que afetam

nossos alunos e levantar possíveis caminhos para que elas possam ser sanadas, seja pela

inovação na prática pedagógica, ou com a adesão de materiais didáticos que contribuam para

a melhoria da aprendizagem dos educandos.

Em relação à educação integral em Caém, muitas adequações seriam necessárias para que o

município pudesse atender a pelo menos 50% dos seus educando, principalmente no que

tange à estrutura física, considerando que o município é extremamente carente e não dispõe de

espaços físicos apropriados para atender a todo o público em idade escolar em tempo integral.

Tabela 19 – Matrícula do Ensino Fundamental do Município de Caém, por idade e série,

Rede Municipal, (2012)

Idades 1º

Ano

Ano

Ano

Ano

Ano

Ano

Ano

Ano

Ano

Total

6 anos 254 - - - - - - - - 254

7 anos - 232 - - - - - - - 232

8 anos - - 198 - - - - - - 198

9 anos - - - 237 - - - - - 237

10 anos - - - - 121 - - - - 121

11 anos - - - - - - - - - -

12 anos - - - - - - - - - -

13 anos - - - - - - - - - -

14 anos - - - - - - - - - -

15 anos - - - - - - - - - -

Mais de 16 anos - - - - - - - - - -

Nº de alunos total em

defasagem

12 23 23 18 3 - - - - 79

% em defasagem 5% 10% 12% 8% 3% - - - - 31%

Fonte: Secretaria Municipal de Educação

Observando a tabela 19 referente à matricula do Ensino Fundamental do município de Caém,

no ano de 2013 verificamos que de um número total de 1.042 alunos matriculados na rede

municipal, há uma defasagem idade/série de 79 alunos apenas, correspondendo a 31% o

índice de defasagem no Ensino Fundamental, sendoque as turmas do 3º ano compreendem o

maior percentual de defasagem.

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Tabela 20. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) no Ensino

Fundamental entre os anos de 2005 a 2011

Ambiente de Ensino Anos Iniciais do Ensino Fundamental Anos Finais do Ensino Fundamental

IDEB Observado Meta IDEB Observado Meta

2005 2007 2009 2011 2021 2005 2007 2009 2011 2021

Brasil Total 3.4 4.0 4.4 4.7 5.7 3.1 3.4 3.6 3.8 5.1

Rede Estadual - - - - - 2.6 2.7 2.8 2.9 4.7

Rede Estadual do seu

Município

- - - - - 3.0 2.4 2.7 3.3 5.0

Rede Municipal do seu

Município

2.6 2.7 3.7 3.9 5.2 2.1 2.4 2.5 - 4.3

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica no Ensino Fundamental, o IDEB do

município de Caém entre os anos de 2005 a 2011 aumentou consideravelmente, porém na

prática educativa cotidiana percebe-se a necessidade de melhoria do nível de proeficiência, ou

seja, a garantia de uma aprendizagem efetiva.

Tabela 21. Taxas de Rendimento no Município de Caém

Série/Ano Ano Taxa de

Aprovação

Taxa de

Reprovação

Taxa de

Abandono

Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural

1ª série /2º ano do Ensino

Fundamental

2008 90,90 88,30 1,10 3,50 8,00 8,20

2009 78,80 83,10 0,00 5,60 21,20 11,30

2010 92,70 96,80 0,00 0,00 7,30 3,20

2ª série / 3º ano do Ensino

Fundamental

2008 68,80 54,70 28,10 42,30 3,10 3,00

2009 71,10 66,10 21,10 29,30 7,80 4,60

2010 93,60 94,30 0,00 0,00 6,40 5,70

3ª série / 4º ano do Ensino

Fundamental

2008 62,90 70,00 10,30 26,50 26,80 3,50

2009 81,50 75,00 8,40 18,50 10,10 6,50

2010 71,80 76,00 26,20 17,60 2,00 6,40

4ª série / 5º ano do Ensino 2008 92,80 78,40 2,70 12,30 4,50 9,30

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Fundamental 2009 87,40 82,00 0,90 7,50 11,70 10,50

2010 73,30 78,60 21,00 11,90 5,70 9,50

5ª série / 6º ano do Ensino

Fundamental

2008 63,50 55,70 4,40 21,60 32,10 22,70

2009 63,60 50,00 15,20 33,90 21,20 16,10

2010 77,40 60,30 17,90 23,00 4,70 16,70

6ª série / 7º ano do Ensino

Fundamental

2008 41,50 63,60 11,30 24,80 47,20 11,60

2009 67,50 46,80 10,30 37,60 22,20 15,60

2010 76,50 64,00 19,80 16,20 3,70 19,80

7ª série / 8º ano do Ensino

Fundamental

2008 0,00 73,40 0,00 10,10 0,00 16,50

2009 70,60 65,30 0,00 24,20 29,40 10,50

2010 92,90 72,60 5,40 15,80 1,70 11,60

8ª série / 9º ano do Ensino

Fundamental

2008 0,00 70,10 0,00 8,00 0,00 21,90

2009 0,00 62,50 0,00 21,60 0,00 15,90

2010 76,90 83,80 7,70 5,00 15,40 11,20

As taxas de rendimento do Ensino Fundamental no município de Caém, entre os anos 2008 á

2010, representada na tabela acima, demonstra nos anos iniciais índices de aprovação que

oscilam de ano para ano, chegando a haver diferenças notáveis entre zona rural e urbana.

Outro fator que chama a atenção nesta tabela é o índice de abandono que na maioria dos casos

chega a ser maior que a reprovação, o que denota instabilidade e necessidade de maior

atenção para com esta modalidade de ensino.

2.4.3 Ensino Médio

Nas duas últimas décadas o mundo tem passado por grandes transformações que mudou todo

o cenário social, a exemplo do avanço das tecnologias da informação no modelo de vida

contemporânea, unindo assim continentes, povos e culturas em questão de um clique. A

educação, claro, está inserida nesse contexto e tem acompanhado todas essas mudanças,

consequentemente é notório a necessidade de mudanças no cenário educacional para

acompanhar tamanhas transformações. Nesse sentido é que o Brasil, como os demais países

da América Latina, está empenhado em promover reformas na área educacional que permitam

superar o quadro de extrema desvantagem em relação aos índices de escolarização e de nível

de conhecimento que apresentam os países desenvolvidos.

Fonte: PAR/SIMEC, disponível em <ide.mec.gov.br/2011/municípios/relatório>. Acesso em: 10 nov. 2013.

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Para que sejam feitas essas reformas, principalmente no que se refere ao Ensino Médio, dois

fatores de natureza muito diversa tem que ser levado em consideração afim dedeterminar a

urgência em se repensar as diretrizes gerais e os parâmetros curriculares que orientam esse

nível de ensino.

Primeiramente, o fator econômico se apresenta e se define pela ruptura tecnológica

característica da chamada terceira revolução técnico-industrial, na qual os avanços da

microeletrônica têm um papel preponderante, e, a partir década de 80, se acentuam no País.

A denominada “revolução informática” promove mudanças radicais na área do conhecimento,

que passa a ocupar um lugar central nos processos de desenvolvimento, em geral.

Nesse sentido, é preciso pensar as propostas de reforma curricular para o Ensino Médio diante

das constatações sobre as mudanças no conhecimento e seus desdobramentos, no que se refere

à produção e às relações sociais de modo geral, havendo uma urgência em pensar uma nova

forma de educação que atenda à necessidade do público ingresso no Ensino Médio,

considerando que a educação tem se transformado mais rapidamente devido a incorporação

das novas tecnologias no dia-a-dia do brasileiro, o que dá margem a uma nova compreensão

teórica sobre o papel da escola.

Fazendo uma breve retrospectiva sobre o Ensino Médio na história da educação brasileira,

dados comprovam que com o advento das indústrias nas décadas de 60 e 70, a finalidade do

Ensino Médio nesse período era o de formarespecialistas capazes de dominar a utilização de

maquinarias ou de dirigir processos de produção. Esta tendência levou o Brasil, na década de

70, a propor a profissionalização compulsória, estratégia que também visava a diminuir a

pressão da demanda sobre o Ensino Superior.

Já na década de 90, outra revolução aconteceu, dessa vez referente ao volume de informações,

produzido em decorrência das novas tecnologias, é constantemente superado, colocando

novos parâmetros para a formação dos cidadãos. Não se trata de acumular conhecimentos.

Dessa forma, a formação do aluno deve ter como alvo principal a aquisição de conhecimentos

básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às

áreas de atuação.

Diante desse cenário surge uma nova proposta para o Ensino Médio, baseada assim na

formação geral, em detrimento à formação específica. Nesse sentido, cabe à escola

desenvolver no seu aluno a capacidade de pesquisar, buscar informações, analisá-las e

selecioná-las; além de desenvolver também a capacidade de aprender, criar, formular, ao

invés do simples exercício de memorização, sendo estes os princípios mais gerais que

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orientam a reformulação curricular do Ensino Médio e que se expressam na nova Lei de

Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394/96.

Segundo os Parâmetros Curriculares do Ensino Médio, no Brasilo Ensino Médio foi o que

mais se expandiu, considerando como ponto de partida a década de 80. De 1988 a 1997, o

crescimento da demanda superou 90% das matrículas até então existentes. Em apenas um ano,

de 1996 a 1997, as matrículas no Ensino Médio cresceram 11,6%.

Tabela 22. Matrícula Inicial do Ensino Médio no Município de Caém, por dependência

administrativa e localização 2010/2012.

Fonte:Diretoria Regional de Educação – DIREC, Jacobina/BA, 2013.

É importante destacar, entretanto, que o índice de escolarização líquida neste nível de ensino,

considerada a população de 15 a 17 anos, não ultrapassa 25%, o que coloca o Brasil e

consequentemente o município em situação de desigualdade em relação a muitos países,

inclusive da América Latina, uma vez que a população compreendida nessa faixa etária tem

ingressado em menor número nas escolas, o que poderia aumentar ainda mais esse percentual

de matrículas realizadas no Ensino Médio se esse público estivesse nas escolas, realidade esta

que também retrata a situação do município de Caém.

Tabela 23. Taxas de Rendimento do Ensino Médio – Rede Estadual

SÉRIE/ANO Ano Taxa Aprovação Taxa Reprovação Taxa Abandono

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

5ª série / 6º

ano do EF

2008 47.50 - 24.60 - 27.90 -

2009 56.80 - 35.10 - 8.10 -

2010 58.30 - 41.70 - 0.00 -

6ª série / 7º

ano do EF

2008 79.40 - 13.10 - 7.50 -

2009 74.40 - 23.10 - 2.50 -

2010 72.70 - 22.70 - 4.60 -

7ª série / 8º

ano do EF

2008 61.90 - 17.00 - 21.10 -

2009 66.30 - 18.80 - 14.90 -

2010 82.90 - 17.10 - 0.00 -

Municipal Estadual Privada Total

Anos Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

2010 - - 384 - - - 384

2011 - - 599 - - - 599

2012 - - 607 - - - 607

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8ª série / 9º

ano do EF

2008 71.10 - 7.80 - 21.10 -

2009 65.10 - 17.00 - 17.90 -

2010 75.30 - 21.00 - 3.70 -

1º ano do

EM

2008 62.50 - 12.50 - 25.00 -

2009 72.40 - 14.70 - 12.90 -

2010 74.50 - 14.60 - 10.90 -

2º ano do

EM

2008 81.50 - 6.70 - 11.80 -

2009 64.70 - 15.80 - 19.50 -

2010 85.70 - 9.00 - 5.30 -

3º ano do

EM

2008 94.20 - 1.90 - 3.90 -

2009 83.20 - 9.90 - 6.90 -

2010 94.50 - 0.00 - 5.50 -

Fonte: SIMEC/PAR, disponível em <http://ide.mec.gov.br/2011/municipios/relatorio/coibge/2905107>. Acesso

em: 20 nov. 2013.

Com relação ao desempenho dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, vale

destacar que o município de Caém não oferta a modalidade de Ensino Médio na rede

municipal, sendo ofertado apenas pela rede estadual, que representa menos de 50% de alunos

que realizaram a prova do ENEM nos últimos anos e portando devido essa baixa porcentagem

os dados que demonstrem os resultados não são informados pelo MEC, tendo como último

dado ao qual o município teve acesso o correspondente ao ano de 2009 que representou a

pontuação de 437, 63 como média da prova objetiva na rede estadual no referido ano e 472,39

como média total – redação e prova objetiva.

Apesar do Ensino Médio fechar o ciclo da educação básica no Brasil, ao analisar a realidade

dessa etapa de ensino referente ao padrão de crescimento das matrículas no Ensino Médio,

este tem características que nos permitem destacar assuas relações com as mudanças que vêm

ocorrendo na sociedade, considerando que as matrículas se concentram nas redes públicas

estaduais e no período noturno, sendo possível concluir que parte dos grupos sociais até então

excluídos por não terem concluído o Ensino Fundamental, agora retornam à escola, dada a

compreensão sobre a importância da escolaridade, bem como em função das novas exigências

do mundo do trabalho, e estudam à noite por trabalharem durante o dia, o que justifica os

índices referentes às matriculas nessa etapa de ensino.

Diante dessa realidade e todos os aspectos mencionados anteriormente, podemos destacar que

o Ensino Médio no Brasil está mudando. A consolidação do Estado democrático, as novas

tecnologias e as mudanças na produção de bens, serviços e conhecimentos exigem que a

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escola possibilite aos alunos integrarem-se ao mundo contemporâneo nas dimensões

fundamentais da cidadania e do trabalho, a partir de uma resignificação do currículo para o

Ensino Médio apoiado em competências básicas para a inserção de nossos jovens na vida

adulta, ao invés da prática de um ensino descontextualizado, compartimentalizado e baseado

no acúmulo de informações.

Nessa perspectiva, ao se pensar sobre a reforma curricular e a organização do Ensino Médio,

incorporam-se como diretrizes gerais e orientadoras da proposta curricular as quatro

premissas apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação na sociedade

contemporânea -aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser -

contemplando assim os três domínios da ação humana - a vida em sociedade, a atividade

produtiva e a experiência subjetiva.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional explicita que o Ensino Médio é a “etapa

final da educação básica” (Art.36), o que concorre para a construção de sua identidade. O

Ensino Médio passa a ter a característica da terminalidade, o que significa assegurar a todos

os cidadãos a oportunidade de consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no

Ensino Fundamental; aprimorar o educando como pessoa humana; possibilitar o

prosseguimento de estudos; garantir a preparação básica para o trabalho e a cidadania; dotar o

educando dos instrumentos que o permitam “continuar aprendendo”, tendo em vista o

desenvolvimento da compreensão dos “fundamentos científicos e tecnológicos dos processos

produtivos” (Art.35, incisos I a IV).

O Ensino Médio no município de Caém é oferecido pela rede estadual de ensino, garantindo

ao cidadão caenense a conclusão da etapa final da educação básica no próprio município,

educação esta que é pautada nas quatro premissas apontadas pela UNESCO, supracitadas

acima.

Analisando gráficos que apreciam dados quantitativos do município tais como aqueles

relacionados ao índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), evolução das

matrículas, taxas de rendimento, gráfico referente também a participação dos alunos em

exames do Enem, entre outros, podemos traçar o perfil do Ensino Médio em Caém, conforme

dados apresentados abaixo:

Insuficiência na aprendizagem de leitura, escrita e operações fundamentais;

Necessidade da continuidade da formação de professores da Educação Infantil;

Adequação de números de alunos por turmas principalmente nas séries iniciais;

Aulas de reforço para alunos com dificuldade de aprendizagem;

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Altas taxas de abandono;

Altas taxas de reprovação nas turmas de 5as

e 6as

séries;

Necessidade de capacitação para gestores e coordenadores;

Auto avaliação por parte dos professores;

Alunos não alfabetizados no final do Ensino Fundamental I;

Ausência de parecerias entre empresas e escolas;

Aprovação da maioria dos alunos com média 5,0 (cinco);

Ausência de capacitação dos professores em cursos de informática;

Ampliação da relação Escola – Secretaria de Assistência Social e Saúde.

Essa problemática relacionada acima retrata a realidade do Ensino Médio no município de

Caém, no entanto muitos desses problemas tiveram origem ainda no Ensino Fundamental e

acabam por influenciar e trazer consequências negativas ao processo de ensino/aprendizagem

nesta modalidade de ensino, uma vez que o aluno vem carregando ano a ano dificuldades que

interferem no processo pedagógico tanto para ele quanto para o educador em relação ao

desempenho de suas atividades, dificuldades essas que se relacionam à insuficiência na

aprendizagem de leitura, escrita e operações fundamentais, bem como o fato de haver alunos

não alfabetizados no final do Ensino Fundamental I, motivo este que acarreta nas altas taxas

de abandono e de reprovação nas turmas de 5as

e 6as

séries, necessitando portando de aulas de

reforço para alunos com dificuldade de aprendizagem.

Apesar de sabermos que esses tópicos estão intimamente ligados ao Ensino Fundamental, há

uma implicação para o Ensino Médio, considerando que aquele aluno que não desenvolve as

competências e habilidades básicas jamais conseguirá avançar nas séries posteriores.

2.4.4 Educação Superior

Falar sobre a educação hoje no Brasil é um grande desafio. Se, por um lado, podemos

reconhecer avanços significativos, por outro lado ainda temos problemas que precisam ser

enfrentados com urgência para que o país consiga atingir o crescimento a que se propõe,

inclusive no cenário internacional.

Com o Ensino Superior não seria diferente. Considerando os avanços no âmbito da educação

brasileira, podemos perceber que essa etapa de ensino tem se tornado cada vez mais acessível

com os investimentos do Governo Federal em novos centros universitários, bem como com a

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propagação do ensino à distância, uma vez que o EAD tem alcançado àqueles profissionais

que embora tenham tempo de serviços prestados, não possuem ainda a graduação, como

também atende àqueles jovens que não teriam condições de saírem de suas cidades para

cursarem uma faculdade nas grandes capitais.

Na última década é notório a expansão do Ensino Superior no Brasil, isso se dá devido ao fato

do país buscar desenvolver projetos que facilitam o acesso de alunos e professores à educação

superior, ajudando a melhorar a qualidade do ensino.

Entretanto, embora percebamos os avanços inerentes ao Ensino Superior no país, vale

destacar que esta etapa de ensino, dentro desse novo cenário, é aquele que abarca os maiores

desafios, pois é no Ensino Superior que vemos uma inversão de valores mais acentuada que

resulta na ascensão do populismo em detrimento da meritocracia. Ou seja: deixa-se de lado a

importância da qualidade do ensino e do reconhecimento dos esforços individuais dos alunos

para ampliar o número de diplomados. O resultado é um mercado de trabalho insatisfeito com

os jovens profissionais e, consequentemente, uma produção (intelectual, de produtos ou de

serviços) com qualidade aquém do esperado e do necessário.

Reconhecendo essa expansão do Ensino Superior no Brasil, deve-se levar em consideração as

formas de acesso às universidades, destacando portanto que o cidadão interessado em estudar

nas instituições brasileiras de Ensino Superior tem diversas formas de acessá-las. O vestibular

é o modo mais tradicional e testa os conhecimentos do estudante nas disciplinas cursadas no

ensino médio. Pode ser aplicado pela própria instituição ou por empresas especializadas. O

Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), constitui-se como outro modo voluntário de

ingressar no Ensino Superior, e sua estrutura também traz questões objetivas sobre o conteúdo

aprendido no Ensino Médio e uma redação.

Uma outra forma de acesso ao Ensino Superior é a Avaliação Seriada no Ensino Médio é

outra modalidade de acesso universitário que acontece de forma gradual e progressiva, com

provas aplicadas ao final de cada série do Ensino Médio. Diversas instituições aplicam, ainda,

testes, provas e avaliações de conhecimentos voltados à área do curso que o estudante

pretende fazer. Algumas faculdades e universidades também optam por processos de seleção

baseados em entrevistas ou nas informações pessoais e profissionais dos candidatos, como

grau de escolaridade, cursos, histórico escolar ou experiência e desempenho profissional.

Destacando a importância do Ensino Superior em nosso país, devemos pensá-lo de acordo

com as exigências do mercado de trabalho. O mercado, aliás, precisa de inovações concretas.

Ele quer profissionais totalmente integrados à contemporaneidade e às possibilidades que ela

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anuncia para todas as áreas. Para o Ensino Superior, em especial, isso transparece que há uma

urgente necessidade na busca de novos formatos para os cursos universitários, exigindo deles

que de fato preparem o profissional para ingressarem no mercado de trabalho com

conhecimentos e habilidades que lhes favoreçam o desempenho das suas funções, seja qual

for a profissão que tenham escolhido, e tão somente, que o Ensino Superior lhe transforme em

um portador de diploma sem competência e méritos para recebê-lo.

O cenário do Ensino Superior no Brasil apresenta avanços e desafios. Em se tratando dos

avanços, como já foi dito anteriormente, se referem à propagação dos centros universitários

por todo o território brasileiro. Com relação aos desafios, um dos maiores seria o ingresso dos

estudantes na faculdade, embora tenha havido o aumento de oferta nas últimas décadas, tendo

como causa principalo atraso escolar, sendo estauma das restrições de acesso de jovens

brasileiros ao Ensino Superior, considerando que até o ano de 2009,21% dos jovens de 18 a

24 anos, não tinham sequer completado o Ensino Fundamentalno Brasil e outros 27%, apesar

de terem completado o Ensino Fundamental, não ingressaram no Ensino Médio, ou

ingressaram, mas não concluíram.

Esses contingentes somados representam praticamente a metade dos jovens (48%), que,

nessas condições, não possuem os requisitos educacionais formais para ingressar no ensino

superior. Em números absolutos, são mais de 10 milhões de jovens. Temos outros 33% do

total de jovens nessa faixa etária que concluíram o Ensino Médio, mas não ingressaram no

Ensino Superior. E, finalmente, apenas 19% tiveram acesso ao Ensino Superior, segundo os

dados da PNAD 2009. Em números absolutos, são 7,5 milhões de jovens que concluíram o

Ensino Médio como o mais alto grau de escolaridade e outros 4,4 milhões que ingressaram no

Ensino Superior.

Tabela 24: Taxa da população com idade entre 18 e 24 anos, segundo o nível de

escolaridade. Brasil – 2009

Situação Escolar %

Não concluiu o Ensino Fundamental 21%

Concluiu apenas o Ensino Fundamental 27%

Concluiu o Ensino Médio 33%

Tiveram acesso ao Ensino Superior 19%

Fonte:PNADs/IBGE, 2009.

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Primeiramente, podemos observar que a quantidade de jovens que não concluiu o Ensino

Fundamental diminuiu expressivamente. O percentual reduziu-se para menos da metade (de

58% para 21%). Mesmo assim, permanece o significativo índice de 21% de jovens entre 18 e

24 anos sem concluir o Ensino Fundamental, o que acarreta nos baixos índices de ingresso no

Ensino Superior.

Há outro contingente de jovens que concluiu o Ensino Fundamental, mas não prosseguiu os

estudos no Ensino Médio. O percentual desse contingente manteve-se praticamente inalterado

durante o período em foco, variando de 23% para 27%.

Tabela 25: Evolução do acesso à educação em termos de percentuais da população na

idade de 18 a 24 anos, segundo o nível de escolaridade. Brasil – 1995 e 2009.

Anos 1995 2009 Var

Abs. % Abs. % %

Não concluiu o Ensino

Fundamental

10.543.903 58% 4.779.743 21% - 55%

Concluiu apenas o Ensino

Fundamental

4.198.864 23% 6.085.077 27% 45%

Concluiu o Ensino Médio, mas

não teve acesso ao Ensino

Superior

2.192.191 12% 7.493.878 33% 242%

Tiveram aceso ao Ensino

Superior

1.320.357 7% 4.440.540 19% 236%

TOTAL 18.255.315 100% 22.799.238 100%

Fonte:PNADs/IBGE. 1995 e 2009.

O percentual daqueles que atingiram o Ensino Médio como o mais alto grau de escolaridade

apresentou expressivo crescimento de 242%, mas sobre uma base pequena, pois passou de

12% para 33%. Um aumento análogo ocorreu com a proporção de jovens que tiveram acesso

ao Ensino Superior num crescimento notável de 236%, mas também sobre uma base pequena

– esse percentual cresceu de 7% para 19% durante os quinze anos analisados.

Dito de outra forma, podemos observar uma queda acentuada do percentual daqueles que não

concluíram o Ensino Fundamental e o crescimento daqueles que concluíram o Ensino Médio.

O grupo que concluiu o Ensino Fundamental, mas não concluiu o Ensino Médio apresenta

uma tendência de estabilização em torno dos 20%. E, finalmente, temos um crescimento

moderado, durante os últimos quinze anos, daqueles que tiveram acesso ao Ensino Superior,

atingindo 4,4 milhões de jovens (19%).

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62

O município de Caém não dispõe de uma oferta ao Ensino Superior para a população. O

estudante, uma vez concluída a etapa do Ensino Médio, desejando cursar uma universidade,

deve migrar para cidades como Jacobina, Senhor do Bonfim, Juazeiro, Petrolina, ou até

mesmo Feira de Santana e Salvador, deixando para trás familiares, amigos e sua cidade natal.

Entre os jovens caenenses, muitos alunos por falta de condição financeira ou por não poderem

abandonar suas atividades no município acabam optando por Jacobina, considerando que

podem residir no próprio município e se deslocar para assistir às aulas, já que a distância entre

as duas cidades é de apenas vinte e cinco quilômetros, ingressando assim em uma

universidade particular e na maioria das vezes com o ensino EAD.

Embora não haja a oferta do Ensino Superior no município, é notório que há uma grande

demanda de alunos para este segmento educacional e isso tem caracterizado alguns aspectos

conforme elencamos abaixo:

Falta de oferta de transporte gratuito para estudantes que cursam Ensino Superior em

municípios adjacentes;

Falta de cursos de pré-vestibular para estudantes carentes;

Falta de parcerias com instituições que ofertem cursos de pós-graduação.

Vale mencionar que o município ainda não dispõe de uma política de apoio à Educação

Superior, sendo extremamente necessário a elaboração de um projeto que dê apoioa alunos

egressos do Ensino Médio, para que estes possam preparar-se para enfrentar o tão competitivo

mercado de trabalho. Diante dessa realidade é extremamente necessário se estabelecer

parcerias com instituições de educação superior, quer seja pública ou privada com o objetivo

de ampliar as perspectivas de vida da população, principalmente entre o público jovem que

fica sem ter opção e muitas vezes não tem condições financeiras de sair do município para

buscar outras oportunidades.

2.5. MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

2.5.1 Educação Profissional

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Com o avanço das tecnologias, a exploração do petróleo, as grandes descobertas da medicina

nas últimas décadas, bem como a inserção das novas tecnologias da informação na vida

cotidiana dos brasileiros, entre outros fatores, o Brasil vem passando por grandes

transformações, se modificando e exigindo de seu povo uma melhor qualificação para

ingressar no mercado de trabalho. Sendo assim, a educação profissional vem agregar valores e

somar atributos a todas essas mudanças decorrentes da sociedade nos dias de hoje.

Nesse sentido, tornou-se corrente afirmar que o conhecimento é hoje o principal fator da

produção, portanto, aprender a aprender está colocada como competência fundamental para

inserção numa dinâmica social que se reestrutura continuamente. A perspectiva da educação

deve ser, pois, desenvolver os meios para uma aprendizagem permanente, que permita uma

formação continuada, tendo em vista a construção da cidadania.

Em suma, as rápidas transformações geradas pelo progresso científico e tecnológico, as novas

formas de atividade econômica e social e a decorrente necessidade de uma educação geral

suficientemente ampla, mas que possibilite aprofundamento numa determinada área de

conhecimento, destaca ainda mais a necessidade da educação em nosso país preconizar a

filosofia do aprender a aprender, fornecendo assim as bases primordiais para o sujeito

continuar aprendendo ao longo da vida, reconhecendo porém que a educação é de extrema

importância para o desenvolvimento de competências e habilidades que possibilitem enfrentar

novas situações, privilegiando a aplicação da teoria na prática e enriquecendo a vivência da

ciência na tecnologia e destas no social, por seu significado no desenvolvimento da sociedade

contemporânea, característica esta inerente à Educação Profissional.

Traçando a trajetória da Educação Profissional no Brasil, constata-se que nas sociedades

primitivas, tanto a educação quanto quaisquer outras ações desenvolvidas pelo homem,

traziam o caráter da espontaneidade. A educação portanto, que antes se identificava com o

próprio processo de trabalho, assume um caráter dual, constituindo-se em educação para os

homens livres pautada nas atividades intelectuais, enquanto que para os serviçais e escravos

coube a educação inerente ao próprio processo de trabalho, estabelecendo aí uma relação

entre trabalho e educação que viria caracterizar a Educação profissional nos dias de hoje,

considerando que essa modalidade de ensino busca desenvolver o intelectual paralelo à

prática, uma vez que com o advento da Revolução Industrial houve a incorporação das

funções intelectuais no processo produtivo, sendo a escola o instrumento por excelência para

viabilizar o saber necessário à população da época.

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Sob essa perspectiva, o ensino básico qualificou os trabalhadores a integrar o processo

produtivo, já que o mínimo de qualificação para operar a maquinaria era contemplado no

currículo da escola elementar. Nascem então os cursos profissionais organizados no âmbito

das empresas ou do sistema de ensino tendo como referência o padrão escolar, mas

determinados diretamente pelas necessidades do processo produtivo, dando origem às escolas

de formação geral e às escolas profissionais.

Foi neste cenário, a partir da necessidade de aprimorar a classe trabalhadora no início do

Século XX, que surgiu o que chamamos hoje de educação profissional com o objetivo de

oferecer uma educação para os jovens e adultos brasileiros.

No decorrer da história da educação brasileira, durante todo o seu percurso, o surgimento de

novas tecnologias e as consequentes mudanças no setor produtivo faz com que a área

educacional tenha de estar sintonizada com as necessidades das empresas e as supra com

profissionais bem capacitados para atender às transformações da sociedade e a evolução do

mercado.

Com esse propósito, a Educação Profissional busca integrar escola e trabalho levando-se em

conta técnicas de produção e critérios de produtividade e requer, além do domínio operacional

de um determinado fazer, a compreensão global do processo produtivo, a compreensão do

saber tecnológico, a valorização da cultura do trabalho e a mobilização dos valores

necessários à tomada de decisões, desenvolvendo nos nossos alunos a prática do famoso CHA

uma vez que agrega Conhecimento, Habilidades e Atitudes, para que assim o jovem brasileiro

venha assumir em sua vida profissional uma postura de protagonista, buscando constante

profissionalização e responsabilizando-se por suas ações. Sendo assim, é missão da educação

profissional ser a ação educativa que desenvolve competências para o trabalho.

No município de Caém, apesar de existir a demanda, ainda não foi possível oferecer cursos

que atendam à modalidade da Educação Profissional, uma vez que nesta localidade não há a

presença de cursos particulares de formação profissional nem a unidade estatal de ensino,

porém está acontecendo uma parceria entre a prefeitura e o IFBA, disponibilizando à

populaçãoa oferta de diversoscursos técnicos no período de três meses através doPRONATEC

– Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, com objetivo de expandir,

interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio

presencial possibilitando assim a qualificação profissional dos jovens caenenses.

Em relação à infraestrutura do município para o desenvolvimento da educação profissional,

constata-seporém que Caémainda não possui local adequado e agradável, havendo portanto a

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falta de espaço físico para acomodar o público alvo desta modalidade de ensino a qual nos

referimos.

Sendo assim, para o atendimento da educação profissional devem ser desenvolvidas ações de

qualidade, responsabilidade, compromisso, respeito e autonomia fortalecendo assim a

oportunidade de uma experiência profissional pautada nos princípios da LDB 9394/96 que em

seu Art. 37 propõe que a Educação Profissional integre-se ao diferentes níveis e modalidades

de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.

2.5.2 Educação Quilombola

Ao falarmos da Educação Escolar Quilombola podemos dizer que esta segue a proposta

política de um currículo construído com os quilombolas e para os quilombolas, baseado nos

saberes, conhecimentos desse povo, respeitando assim às suas matrizes culturais. Nesse

sentido, a Educação Quilombola trata-se de uma educação diferenciada onde se trabalha a

realidade a partir da história de luta e resistência desses povos, bem como de seus valores

civilizatórios, educação esta fundamentada na vivência e organização coletiva, valores

ancestrais, relação com a terra e com o sagrado, os quais precisam ser incorporados no espaço

escolar das escolas quilombolas e das escolas que atendem estudantes quilombolas.

Perpassando por todo o território brasileiro para a realização de um levantamento feito pela

Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura, fica constatada a existência de

1.209 comunidades remanescentes de quilombos certificadas e 143 áreas com terras já

tituladas. Existem comunidades remanescentes de quilombos em quase todos os estados,

exceto no Acre, Roraima e no Distrito Federal. Os que possuem o maior número de

comunidades remanescentes de quilombos são Bahia (229), Maranhão (112), Minas Gerais

(89) e Pará (81).

No entanto, realizando estudos sobre a situação dessas localidades, a realidade nos mostra que

muitas dessas unidades educacionais estão longe das residências dos alunos e possuem uma

estrutura física precária, além de contar com um quadro de profissionais sem capacitação e em

número insuficiente para tender à demanda, muitas vezes abordando conteúdos que não

condizem com a realidade do público alvo inerente de uma comunidade quilombola, atuando

em muitos casos com turmas multisseriadas.

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Atualmente percebe-se que em passos lentos a educação para os povos e comunidades

quilombolas encontra-se em processo de estruturação. Desse modo, articular meios para que

esses estudantes tenham suas especificidades atendidas no espaço escolar, é um passo

significativo para a construção da cidadania.

Para elevar a qualidade da educação oferecida às comunidades quilombolas é imprescindível

articular subsídios e garantir que estudantes quilombolas tenham suas especificidades

atendidas, bem como o direito ao acesso, permanência e conclusão de seus estudos,

permitindo assim o exercício de uma política equânime para melhor qualidade educacional e

de vida a essas comunidades.

E falando em melhor qualidade educacional e de vida a todos os povos brasileiros,

independente de etnia, classe ou grupo social, este é um direito assegurado por Lei em nosso

país, uma vez que a sociedade brasileira conquistou no seu Art. 206 da Constituição Federal

que a educação nacional seja orientada pela igualdade de condições, pela liberdade de

aprender, pelo pluralismo de ideias, bem como a gratuidade do ensino público, a valorização

dos profissionais, a gestão democrática, além da garantia do padrão de qualidade. E para

garantir o cumprimento desta Lei e de todos esses princípios foram elaboradas Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Ético-raciais e para o Ensino da

História e Cultura Afro-brasileira e Africana, diretrizes estas que incluam a diversidade como

foco dos trabalhos, articulando uma proposta educacional voltada a garantir o direito

constitucional de nossas crianças e jovens a uma educação de qualidade para todos,

respeitando não apenas às populações negras, mas promovendo a integração de todos os que

frequentam o ambiente escolar.

Em se tratando de escolarização quilombola uma perspectiva é de que a proposta educacional

esteja relacionada com o projeto de presente e futuro das comunidades, onde a escola seja um

lugar de reflexão e ação de práticas baseadas na multiplicidade de estar no mundo.

Historicamente o Brasil foi se construindo em meio as desigualdades sociais que perduram até

os dias de hoje. Com a chegada dos portugueses, os nativos - bem como os negros trazidos

por eles - foram tidos como selvagens, devendo ser domados como animais e assumindoassim

as funções que também deveriam ser desempenhadas pelos animais. Ao longo dos anos os

descendentes desses povos também ficaram à margem da sociedade, uma vez que não tinham

direito a estudos, a transitar livremente por todos os ambientes, a exercerem determinadas

profissões. Interrompendo um pouco nosso retrocesso ao longo da história do Brasil podemos

constatar que estamos falando da realidade de séculos atrás, no entanto, essa realidade não se

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distancia muito do que vivenciamos hoje, afinal, os negros em nossa sociedade atual ainda

não possuem os mesmos direitos e acima de tudo o respeito que deveria ser garantido a todo

cidadão brasileiro. Infelizmente, ainda hoje, essas pessoas que são a cara do Brasil ainda

vivem à margem na sociedade contemporânea.

A escola fica em meio a essa realidade, sendo assim, o exercício da pluralidade cultural

implica na escola relacionar-se com o diferente de modo a exercitar a interação, o respeito

mútuo e a convivência com o diverso, possibilitado a todos uma igualdade de direitos, como

assegura a Constituição Brasileira, sobretudo àqueles cidadãos marginalizados e em condições

de desigualdade como acontece com os povos remanescentes de comunidades quilombolas.

Segundo mapeamento da Secretaria Municipal de Educação do município de Caém há

registro de apenas uma comunidade Quilombola nesta cidade, denominada Bom Jardim,

sendo esta certificada pela Fundação Palmares,há aproximadamente dois anos,conformeatesta

a certificação de autodefiniçãoapresentada no anexo 1.

O currículo da escola, ainda em construção, respeita as especificidades da comunidade

conforme o sugerido por lei, embora ainda não seja ofertado aos educadores formação com

base nas Diretrizes Curriculares para Educação das Relações Étnicos Raciais e História da

África e Cultura Afro Brasileira e Africana, e com isso as Leis 10.639/2003 e 11.645/08 têm

sido trabalhadas de maneira superficial. No entanto, apesar de não haver formação específica,

os professores realizam um trabalho de valorização ao povo negro, mostrando aos educandos

seus representantes que vem se destacando em diversas áreas da sociedade, além de

apresentar também a religião, a cultura e as línguas à comunidade escolar.

Nesta comunidade quilombola especificamente, há uma ótima relação entre a sociedade e a

escola. Pais e/ou responsáveis estão sempre presentes, quando solicitados a comparecerem na

instituição e esta última tem semostrado sempre pronta para atender aos anseios da

comunidade. O município de Caém tem garantido o acesso a todo e qualquer indivíduo em

idade escolar com deficiência, transtornos globais entre outros, embora haja uma grande

necessidade de melhorar a capacitação dos profissionais e a acessibilidade desses sujeitos às

unidades escolares, aspecto este que explicaremos melhor na modalidade de educação

especial abordada no tópico de número 8.

Pelo fato de ter sido reconhecida há pouco tempo, o currículo e toda estrutura da escola está

sendo modificado paulatinamente. As orientações da Secretaria Municipal de Educação é que

os professores discutam de forma crítica acerca dos processos de escravização no Brasil, as

contribuições do povo africano no processo de formação da nação brasileira, a formação dos

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Quilombos na África e na diáspora brasileira, considerando que é necessário trabalhar de

forma a proporcionar-lhes o conhecimento a respeito de suas origens, valorizando sua

história, sua cultura e seus costumes, respeitando consequentemente as diversidades

religiosas, dando enfoque a Lei 10.639/2003 que é um passo inicial rumo à reparação

humanitária do povo negro brasileiro, pois abre caminho para a nação brasileira adotar

medidas para corrigir os danos materiais, físicos e psicológicos resultantes do racismo e de

formas conexas de discriminação.Em se tratando da relação escola/comunidade, esta deve se

dar de forma integrada para que possa então facilitar as aprendizagens de toda a comunidade.

2.5.3 Educação do Campo

Falar em Educação do Campo requer essencialmente falar em respeito à diversidade, isso por

considerar o meio rural como sendo um espaço heterogêneo, destacando as especificidades

das comunidades do campo que geralmente apresentam diversidade econômica, em função do

engajamento das famílias em atividades agrícolas e não agrícolas, a presença de fecundos

movimentos sociais, a multiculturalidadee a dinâmica que se estabelece no campo a partir da

convivência com os meios de comunicação e a cultura letrada.

Historicamente o Brasil se caracteriza por ser um país de origem eminentemente agrária, no

entanto, nota-se no sistema educacional certo descaso dos dirigentes com relação à Educação

do Campo considerando que as matrizes curriculares durante muitas décadas estavam

centradas no trabalho escravo, e esse panorama condicionou a história da educação escolar

brasileira e deixou como herança um quadro de precariedades no funcionamento da escola do

campo, desencadeando algumas problemáticas como o despreparo dos profissionaisdisponíveis

para o trabalho pedagógico devido ausência de formação inicial e continuada adequada ao

exercício docente no campo, a infraestrutura e os espaços fisicos inadequados, as escolas mal

distribuídas geograficamente, a falta de condições de trabalho, salários defasados e uma

organização curriular descontextualizada da vida dos povos do campo.

Sabemos que muitos desses problemas também acometem as outras etapas de ensino, fazendo

parte de toda a realidade educacional, entretanto, em relação à Educação do Campo,

essasdificuldades acabam tomando uma maior dimensão, pois além de não ser considerada a

realidade sócio ambiental onde as escolas do campo estão inseridas, geralmente essas instituições

sãotratadas sistematicamente, pelo poder público, como resíduo, com políticas compensatórias,

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programas e projetos emergenciais, ratificando o direito a cidadania garantido a todo cidadão

brasileiro, caracterizando assim uma vida digna reduzida aos limites geográticos e culturais da

cidade, negando o campo como espaço de vida e de constituição de sujeitos cidadãos.

Analisando esse retarto podemos perceber que o modelo educacional brasileiro durante muito

tempo, e que hoje ainda há resquícios desse modelo em nossa sociedade, ao longo de sua

construção histórica buscouprimeiramente atender à elite, tornando o ensino inacessível para

grande parte da população, ou pelo menos em situações de igualdade.Nesse sentido, é válido

ressaltar que a educação para a população do meio nural, nunca tivera políticas específicas que

levassem em conta as formas de viver e conviver dos povos do campo, que ao longo da história

foram excluídos enquanto sujeitos do processo educativo.

Apenas na década de 90 que essa situação de descaso com a Educação do Campo passou a

começara dar sinais de mudança, a partir de reinvidicações dos movimentos sociais e sindicais por

todo o país em prol da construção de políticas públicas para a população do campo, de sorte a

garantir a universalização do ensino, bem como a construção de propostas pedagógicas que

respeitassem a realidade, as formas de produzir, de lidar com a terra, de viver e conviver dos povos

do campo.

Foi somente a partir da concepção de uma educação para todos e a implementação da nova

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, que a Educação do Campo

conquistou o reconhecimento de sua diversidade e singularidade, uma vez que vários

instrumentos legais estabelecem orientações para atender esta realidade de modo a “adequar”

as suas especificidades, como exemplificam os artigos 23, 26 e 28, que tratam tanto das

questões de organização escolar como de questões pedagógicas.

Assim sendo, entende a Câmara da Educação Básica que além de efetivar o que foi prescrito

no texto da Lei que rege a educação brasileira, LDB 9394/96, a educação do campo deve

atender as demandas da sociedade, oferecendo subsídios para o desenvolvimento de propostas

pedagógicas que contemplem a mencionada diversidade, em todas as suas dimensões,

engajando os sujeitos deste ambiente em projetos direcionados para o desenvolvimento

socialmente justo no espaço diverso e multicultural do campo.

Uma vez regulamentada a Educação do Campo através da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, a LDB 9394/96 em seu Art. 28, esta modalidade de ensino passa a

atender aos princípios pedagógicos que se referem ao papel da escola enquanto formadora de

sujeitos, a importância dos diferentes saberes no processo educativo considerando a escola

vinculada à realidade dos sujeitos, a valorização dos espaços e tempos de formação dos

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sujeitos da aprendizagem, bem como o reconhecimento da educação como estratégia para o

desenvolvimento sustentável, na busca de fortalecer a construção de políticas públicas que

garantam o acesso e permanência a educação de qualidade para os povos do campo.

Sob essa perspectiva, a educação voltada para o campo deve pensar o desenvolvimento

levando em conta os aspectos da diversidade, da situação histórica particular de cada

comunidade, os recursos disponíveis, as expectativas, os anseios e necessidades dos que

vivem no campo. O currículo dessas escolas precisam se estruturar a partir de uma lógica de

desenvolvimento que privilegie o ser humano na sua integralidade, possibilitando a

construção da sua cidadania e inclusão social, colocando os sujeitos do campo de volta ao

processo produtivo com justiça, bem-estar social e econômico.

A educação no meio rural no município de Caém ainda tem muito a desenvolver. São grandes

as dificuldades encontradas pelos caminhos por onde passam as crianças e jovens desse meio,

que procuram adquirir conhecimentos, mas também um lugar para conviver com pessoas com

a mesma identidade cultural e práticas compartilhadas.

Durante oficinas realizadas para levantamento do diagnóstico do município no decorrer do

processo de construção do PME os professores tiveram a oportunidade de conhecer um pouco

da história da educação no campo, as leis que a regem e qual o perfil de todos os envolvidos.

Além de refletir sobre o que se espera hoje para a educação rural, na ótica de que a

transformação dessa educação requer mais que a melhoria física das escolas ou a qualificação

de professores; ela implica, necessariamente, um currículo escolar baseado na vida e valores

de sua população, a fim de que o aprendizado também possa ser um instrumento para o

desenvolvimento do meio.

No diagnóstico da Educação do Campo no município foi apontada como questão inicial a

distribuição das escolas em distância quilométricas quanto à sede e as condições de acesso

dos alunos e professores que chega a ser um problema, principalmente em dias chuvosos, às

vezes é necessário usar desvio de percurso para se chegar até a escola, colocando em risco a

integridade física e emocional dos envolvidos. Embora haja a oferta de transporte para todos

os alunos, essa distância acaba acarretando em outros problemas, uma vez que as crianças têm

que acordar muito cedo para irem à escola e passam muito tempo no transporte, chegando na

sala de aula cansadas e sonolentas, fatores estes que interferem diretamente na aprendizagem

das mesmas.

A estrutura dos prédios também é um aspecto a ser melhorado considerando que muitos deles

não possuem pátio para recreação, as salas de aula são pequenas, não tem biblioteca, alguns

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sem energia elétrica, refeitório para que as crianças não fiquem merendando em corredores e

calçadas do prédio. Ainda existem escolas composta por apenas uma sala, tendo que se

desenvolver um trabalho de sala multisseriadas com mistura de idades e conteúdos. Além

disso, existem problemas de abastecimento de água e ausência de rede de esgotos, armários e

carteiras em quantidade insuficiente. Em relação aos recursos tecnológicos verifica-se que

algumas escolas dispõem de computadores funcionando, mas sem acesso a internet. Algumas

têm um bom número de computadores fruto de projetos do MEC, que não estão funcionando

por não estarem instalados devidamente. Quanto aos professores, não recebem treinamento ou

cursos para o uso dessas tecnologias, os que têm alguma formação foi adquirida por meios

próprios.

As orientações recebidas pelas escolas do campo são através da coordenação pedagógica e de

cursos de formação continuada como PACTO, PROLETRAMENTO que não são exclusivos

para o professor do campo.

O município deixa um pouco a desejar em termo de apoio técnico e financeiro para a

capacitação de profissionais das escolas do campo e material didático específico para a

educação do campo. Atualmente o livro didático e alguns materiais contemplam essa

peculiaridade da educação rural, porém, precisa-se muito mais para o sucesso do

ensino/aprendizagem.

Os calendários também devem ser adaptados em função do ciclo de produção agrícola e das

condições climáticas, mas, na verdade essa programação não existe no município uma vez que

a adaptação do currículo fica só na teoria. Mas não é uma necessidade urgente, pois o

município nos últimos anos tem sido castigado por longos períodos de estiagens, não sendo

possível o desenvolvimento de atividades agrícolas, tornando-se desnecessária a adaptação do

calendário.

O predomínio de classes multisseriadas e elevadas taxas de distorção idade- série é um quadro

que na zona rural se apresenta agravado. O município oferece a mesma assistência dada às

turmas seriadas, não havendo um acompanhamento mais direcionado. Os profissionais não

tem formação especificas em multisseriadas gerando outro ponto controverso nas escolas do

campo. Os professores que atuam dessa forma buscam alternativas por serem apaixonados

pelo processo de ensinar e aprender. Sem contar que o número de alunos nessas classes

geralmente é menor que nas seriadas.

A gestão das escolas multisseriadas acontece da mesma forma que as seriadas, fazendo

algumas adequações. A nucleação em algumas escolas do município trouxe alguns benefícios

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da seriação. Porém, alguns pais oferecem muita resistência por não querer que seus filhos se

desloquem, mesmo sabendo que é para uma escola com melhor estrutura.

O município recebe pessoas com deficiência nas escolas do campo, no entanto não oferece

infraestrutura e funcionamento que atenda aos critérios de acessibilidade.

Apesar de não haver bibliotecas nessas escolas, há acervos de livros paradidáticos e cantinhos

de leitura que são utilizados pelos professores em sua rotina diária do planejamento.

Vemos que os investimentos são baixos, carecendo de maior dedicação e olhares mais

voltados para as verdadeiras necessidades dessa população.

Tabela 26: Número de Escolas Rurais em Áreas Específicas - Redes Estadual e

Municipal.

Áreas

Ano

Número de Escolas

Estadual Municipal

Escola do Campo

2009 19

2010 19

2011 17

2012 10

Escola em Área de Assentamento

2009 -

2010 -

2011 -

2012 -

Escola Área Remanescente Quilombola

2009 -

2010 -

2011 1

2012 1

Escola Comunidade Indígena

2009 -

2010 -

2011 -

2012 -

Fonte: Secretaria Municipal de Educação.

A tabela 26 que apresenta o número de escolas rurais em áreas específicas, tanto da rede

estadual quanto da rede municipal, entre os anos de 2007 a 2010, retrata que o município de

Caém não possui escolas em áreas de assentamentos e nem escolas em comunidades

indígenas, embora hoje o município já disponha de uma unidade escolar em área

remanescente quilombola, uma vez que a comunidade do Bom Jardim foi certificada como

comunidade quilombola somente em junho de 2011 conforme atestou o documento

demonstrado anteriormente neste plano, portanto o reconhecimento se deu depois do último

censo realizado em 2010, dados estes compreendidos na tabela acima, ressaltando ainda que

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no censo escolar de 2013, a referida escola já foi informada como sendo localizada em área

remanescente quilombola.

Um outro dado a ser observado na mesma tabela diz respeito às escolas do campo,

considerando que entre os anos de 2009 a 2010 existiam dezenove escolas localizadas nas

vilas e comunidades do município.

2.5.4 Educação Especial

A Educação Especial é o ramo da Educação que se ocupa do atendimento e da educação de

pessoas comdeficiência.

Crianças com necessidades especiais são aquelas que, por alguma diferença no seu

desenvolvimento, requerem certas modificações ou adaptações complementares ou

suplementares no programa educacional, visando torná-las autônomas e capazes de serem

mais independentes possíveis para que possam atingir todo seu potencial. As diferenças

podem advir de condições visuais, auditivas, mentais, intelectuais ou motores singulares, de

condições ambientais desfavoráveis, de condições de desenvolvimento neurológico,

psicológico ou psiquiátrico específicos.

Etimologicamente a palavra deficiência significa uma coisa fora do normal, uma coisa

diferente. Analisando o significado da palavra, determinamos como público alvo da Educação

Especial, aquela criança que apresentar alguma característica que fuja à “normalidade”,

ocasionado a ausência ou a disfunção de sua estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica.

Perpassando pela história da Educação Especial, sobretudo na perspectiva da educação

inclusiva, a escola direcionada para a educação especial que defende um política de educação

inclusiva deve oferecer à esta criança materiais, equipamentos e professores especializados. O

sistema regular de ensino precisa ser adaptado e pedagogicamente transformado para atender

de forma inclusiva.

Analisando também o significado da palavra inclusão, entendemos por inclusão o ato ou o

efeito de incluir. No âmbito da educação, o conceito de educação inclusiva ganhou maior

notoriedade a partir de 1994, com a Declaração de Salamanca. No que respeita às escolas, a

ideia é de que as crianças com necessidades educativas especiais sejam incluídas em escolas

de ensino regular e para isto todo o sistema regular de ensino precisa ser revisto, de modo a

atender as demandas individuais de todos os estudantes.

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No Brasil, muitas são as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência, tendoa

inclusão encontrado imensa dificuldade de avançar, especialmente devido as resistências por

parte das escolas regulares, em se adaptarem de modo a conseguirem integrar as crianças com

necessidades especiais, devido principalmente aos altos custos para se criar as condições

adequadas.Uma outra dificuldade atribuída à Educação Especial em nosso país e a inclusão

dessas crianças com deficiência, refere-se às dificuldades de acessibilidade e falta de

tecnologias assistivas, principalmente nas escolas que estão realizando a inclusão de alunos

com deficiências no ensino regular.Além disto, alguns educadores resistem a este novo

paradigma, que exige destes uma formação mais ampla e uma atuação profissional diferente

da que têm experiência.

Nesse sentido, a Constituição Brasileira de 1988, no Capítulo III, Da Educação, da Cultura e

do Desporto, Artigo 205 prescreve que "A educação é direito de todos e dever do Estado e da

família". Já em seu Artigo 208, a mesma Lei prevê que " o dever do Estado com a educação

será efetivado mediante a garantia de: "...atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino", garantindo ao aluno

com deficiência o direito ao Atendimento Educacional Especializado, o AEE, sendo este um

serviço da Educação Especial na perspectiva daeducação inclusiva, de caráter complementar

ou suplementar à formação dos alunos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação, considerando as suas necessidades

específicas de forma a promover acesso, participação e interação nas atividades escolares no

ensino regular. É realizado no turno inverso ao da sala de aula comum nas salas de recursos

multifuncionais.

Ao longo da construção da história da Educação Especial em nosso país percebemos que a

evolução dos serviços de educação especial caminhou de uma fase inicial, eminentemente

assistencial, visando apenas ao bem-estar da pessoa com deficiência para uma segunda, em

que foram priorizados os aspectos médico e psicológico Em seguida, chegou às instituições de

educação escolar e, depois, à integração da educação especial no sistema geral de ensino.

Hoje, finalmente, choca-se com a proposta de inclusão total e incondicional desses alunos nas

salas de aula do ensino regular, ressaltando-se neste momento a existência de ações que

busquem garantir a esses alunos o respeito às suas conquistas legais de estudar com seus pares

em escolas regulares.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB mais recente, Lei nº 9.394 de

20/12/96 destina o Capítulo V inteiramente à educação especial, definindo-a no Art. 58º como

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uma "...modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de

ensino, para educandos que apresentam necessidades especiais.

Ainda no Artigo 59 a nova LDB dispõe sobre as garantias didáticas diferenciadas, como

currículos, métodos, técnicas e recursos educativos; terminalidade específica para os alunos

que não possam atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude da

deficiência; especialização de professores em nível médio e superior e educação para o

trabalho, além de acesso igualitário aos benefícios sociais.

O Município de Caém promove a Educação Especial à medida que viabiliza o acesso do aluno

com necessidades educacionais especializadas à rede regular de ensino, porém não há

profissionais capacitados para atender a essas necessidades, gerando uma aprovação

progressiva sem qualquer preocupação com o aprendizado propriamente dito, considerando

que a comunidade escolar, de modo geral, não está preparada para lidar com essa situação.

Um outro cenário que caracteriza a Educação Especial neste município é a ausência de

diagnósticos formais, e por conta disso os professores acreditam que o número de alunos que

necessita de um atendimento educacional especializado é bem maior que o apresentado no

censo, dessa forma, os alunos são inseridos no contexto escolar e não se tem qualquer

informação sobre essas deficiências, uma vez que algumas delas sequer, são comprovadas. No

entanto, os professores acreditam que o diagnóstico médico auxiliaria na busca de melhores

formas de promover a aprendizagem.

Ainda sobre esse aspecto, o único mapeamento sobre o quantitativo de pessoas com

deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação é o

realizado no ato da matrícula, com a informação obtida dos pais. Os professores acreditam

que este número é bem maior, pois segundo eles muitas pessoas atendidas pelo município

demonstram ter alguma deficiência, mas não passaram por análise de profissionais. Nesse

caso, não existe, por parte da Secretaria Municipal de Educação nenhuma estratégia para

identificar esta demanda.

Na Educação Infantil os únicos esforços evidenciados são os dos professores diante da

incapacidade de obter êxito em seu trabalho com educandos com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, uma vez que não têm preparo

técnico para atendê-los em suas especificidades. Estes identificam os entraves no aprendizado,

solicitam apoio de uma equipe multiprofissional que possa ajudá-los, mas não existe resposta

satisfatória.

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O reconhecimento da escola como espaço fundamental na valorização da diversidade e

garantia da cidadania evidencia-se à medida que outras secretarias, como a Secretaria de

Saúde e a Secretaria de Assistência Social, em parceria com os Diretores das Escolas realizam

eventos que promovem a cidadania, como exames oftalmológicos; inclusive, recentemente,

algumas escolas tiveram momento de debate sobre violência infantil, evento que será

estendido para todas as escolas do município; além das próprias unidades escolares

promoverem projetos interdisciplinares que contemple estas práticas de cidadania.

Vale destacar que não existe no município, atendimento educacional especializado para

estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação nas esferas privadas, filantrópicas, etc., bem como também não

existem salas de recursos multifuncionais. Nas escolas, especificamente nas salas de aula, não

existe a presença do professor auxiliar, do interprete/tradutor, do guia/interprete, nem do

professor de Libras que colabore com o trabalho pedagógico do professor afim de favorecer o

processo de aprendizagem dessas crianças. Falando dos recursos didáticos, equipamentos e

mobiliário verifica-se que estes não são adaptados, como também não há a distribuição de

livros que atendam às necessidades individualizadas.

Os transportes municipais que atendem aos alunos com deficiências, principalmente os que

apresentam limitações físicas, mobilidade reduzida, têm apenas o assento apropriado, mas não

há acessibilidade para esse indivíduo, e ainda, os profissionais que os conduzem não tem

formação para um melhor atendimento a esses alunos, não contam nem mesmo com a

presença de monitores.

Não existe a participação das famílias nas discussões que tangem a Educação Especial e por

conta disso os professores sugerem a efetivação dos Conselhos como forma de garantir a

participação da comunidade e das famílias na comunidade escolar.

Apesar da escola assumir seu papel de espaço disseminador da diversidade e da cidadania,

pelas Secretarias do Município, não existe um trabalho articulado entre estas, o que se percebe

são atividades isoladas. Existe sim a cooperação, mas não é possível falar em trabalho em

rede.

Assim, concluímos que apesar da inserção dos alunos com deficiência na rede regular de

ensino, os currículos, os métodos, as técnicas, os recursos educativos e a organização do

trabalho pedagógico não contemplam as especificidades dos alunos com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação no cenário da

Educação Especial no município de Caém, embora haja um número considerável de casos,

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especialmente 21 crianças com deficiência visual dentre outras deficiências que são atendidas

pela rede regular de ensino como demonstra a tabela 27 que relaciona as deficiências e o

número de incidência de casos nas escolas por segmento.

Tabela 27. Matrículas da Educação Especial no Município de Caém em 2012.

Níveis de Ensino

Deficiências Declaradas na

Matrícula

Educação

Infantil

Séries Iniciais

do Ensino

Fundamental

Séries Finais

do Ensino

Fundamental

Ensino

Médio

TOTAL

Deficiência Visual 9 8 4 - 21

Deficiência Mental 1 - - - 1

Deficiência Física 4 2 - 1 7

Deficiência Auditiva 3 - - - 3

Deficiências Múltiplas - - - - 0

Altas Habilidades/Superdotação - - - - 0

Transtornos Globais do

Desenvolvimento

- - - - 0

TOTAL 17 10 4 1 32

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2013.

2.5.5 Educação de Jovens e Adultos – EJA

Com 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, o Brasil é o oitavo país do mundo

com maior taxa de analfabetismo entre adultos de acordo com dados do 11º Relatório de

Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado no início de 2014 pela

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO. É neste

cenário que se configura a Educação de Jovens e Adultos, a EJA no Brasil.

Diante dessa realidade e dos dados apresentados nas últimas pesquisas realizadas acerca da

taxa de analfabetismo entre jovens e adultos, percebemos que ao longo da história do Brasil,

desde a colonização portuguesa, constata-se a emergência de políticas para a educação de

jovens e adultos focadas e restritas sobretudo aos processos de alfabetização, de modo que é

muito recente a conquista, o reconhecimento e a definição desta modalidade como política

pública de acesso e continuidade à escolarização básica.

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Definimos porém que o público alvo da EJA é caracterizado por jovens com 15 anos

completos (Ensino Fundamental) e 18 anos completos (Ensino Médio), adultos e idosos,

pessoas com deficiência, apenadas e jovens em conflito com a lei, que não tiveram acesso ou

continuidade de estudos na idade própria.

Durante muito tempo a educação destinada a esse público atendia a uma pedagogia

organizada de forma centralizada, assistemática, descontínua e assistencialista, para

atendersobretudo à população do meio rural. Entretanto, estabelecendo este paralelo entre a

história da EJA ao longo das décadas com a EJA nos dias atuais, podemos constatar que a

Educação de Jovens e Adultos hoje se encontra em ascensão, isso por considerar que dados

também apresentados pela UNESCO, demonstram que entre os anos de 2000 a 2011, a taxa

de analfabetismo no Brasil caiu 11%. O número de adultos analfabetos em 2011 era de 774

milhões e a projeção é que até 2015 esse número caia para 743 milhões.

No entanto, foi no final da década de 50 que se criou uma nova perspectiva na educação

brasileira, fundamentada nas ideias e experiências desenvolvidas por Paulo Freire para

atender a essa modalidade de ensino destinada a jovens e adultos que hoje denominamos de

EJA. Esse educador idealizou e vivenciou uma pedagogia voltada para as demandas e

necessidades das camadas populares, realizada com sua efetiva participação e a partir de sua

história e de sua realidade.

Hoje, é notável a expansão do Ensino Fundamental no cenário da educação brasileira,

considerando que há um quantitativo de vagas cada vez mais crescente a fim de fazer jus ao

princípio da obrigatoriedade estabelecido no Art. 205 da Constituição Federal do Brasil.

Entretanto, as condições sociais adversas presentes, as sequelas de um passado ainda mais

perverso se associam a inadequados fatores administrativos de planejamento e dimensões

qualitativas internas à escolarização, acarretando em uma problemática inerente à esta etapa

escolar, uma vez que a permanência desses alunos em idade escolar do Ensino Fundamental

matriculados nas escolas para a etapa obrigatória, que seriam de oito anos, fica entre quatro e

seis anos, e os oito anos obrigatórios acabam por se converter em 11anos, estendendo a

duração do Ensino Fundamental quando os alunos já deveriam estar cursando o Ensino

Médio.

A problemática que acarreta os nossos alunos dessa etapa escolar mencionada anteriormente

se expressa através dos altos índices de repetência, reprovação e evasão escolar, mantendo e

aprofundando dessa forma a distorção idade/ano, produzindo assim adolescentes, jovens e

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adultos sem escolaridade obrigatória completa, caracterizando então o público alvo da EJA

em nosso país.

Diante desse panorama que configura a EJA no Brasil muitos esforços têm sido feito pelo

governo afim depropiciar um atendimento mais aberto a adolescentes e jovens tanto no que se

refere ao acesso à escolaridade obrigatória quanto em iniciativas de caráter preventivo a fim

de diminuir a distorção idade/ano.

Segundo as estatísticas oficiais, o maior número de analfabetos se constitui de pessoas com

mais idade em regiões pobres, interioranas nas quais avultam taxas que atingem mais os

grupos afro-brasileiros com o objetivo de sanar uma dívida social não reparada para com os

que não tiveram acesso e nem dominam a escrita e a leitura como bens sociais, na escola ou

fora dela e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na

elevação de obras públicas no cenário de expansão industrial que se configurava no pás no

final do Século XIX, garantindo assim igualdades de condições em relação a oferta

educacional estabelecida também no Art. 205 da Constituição Brasileira.

Nesse sentido, a EJA tem o objetivo de restaurar o direito à educação negado aos jovens e

adultos, oferecendo a eles igualdade de oportunidades para a entrada e permanência no

mercado de trabalho e qualificação para uma educação permanente, buscando contribuir para

que os adolescentes e adultos desenvolvam suas habilidades e participem da vida coletiva,

garantindo seu direito de cidadão e desenvolvendo neles a capacidade de integração nos grupo

sociais, de desempenho consciente dos seus direitos e deveres, bem como da participação na

evolução social e cultural na sociedade da qual fazem parte.

Analisando o retrato da história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, podemos

reconhecer que, embora hoje haja mais investimentos e uma maior valorização da EJA em

nosso país, a necessidade da alfabetização torna-se cada dia mais urgente em um Brasil onde

as diferenças culturais e sociais demonstram ser o impedimento para o sucesso e a

estabilidade econômica de todo um povo. Sabemos ainda que o baixo nível cultural que

acomete as camadas sociais desprovidas de condições para cultivar o estímulo a educação e

cultura torna a participação crítica dessas pessoas na sociedade quase nula, ficando à margem

da sociedade elitista que, diante das melhores condições de oportunidades, garantem com

maior facilidade a sua ascensão social, política e econômica devido ao fato de terem tido

acesso a um estudo de qualidade que deve ser estendido também à EJA para todo cidadão

brasileiro tenha iguais condições de competir no mercado de trabalho como rege a nossa

Constituição.

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A Educação de Jovens e Adultos no município de Caém apresenta uma grande demanda

considerando que há um alto índice de defasagem idade/série, no entanto a maioria desses

jovens se encontra fora da escola, sem mesmo ter concluído o Ensino Fundamental. Como

alternativa de vida, passam a ingressar no mercado de trabalho como uma opção de mão de

obra barata por não ter escolarização e consequentemente capacitação.

Analisando a oferta da Educação de Jovens e Adultos em Caém pode-se identificar a demanda

pelo alto índice de evasão, analfabetismo, distorção série/idade. O processo de mobilização se

dá através de palestras, conversas, sensibilização, premiações, visando garantir a continuidade

dos estudos. Porém, nem todas as unidades escolares oferecem o curso da EJA por falta de

organização estrutural e implementação do curso.

Em relação à orientação pedagógica específica para o curso da EJA, verifica-se que o

município não possui esta orientação pois o mesmo está vinculado ao curso regular noturno

tendo como suporte principal apenas o livro didático e paradidático, necessitando de

profissionais especializados na área para o suporte pedagógico, o que por sua vez facilitaria o

processo ensino/aprendizagem. Porém o professor, quando lhe é proposta uma oportunidade

de capacitação, este participa de encontros pedagógicos referentes ao ensino regular e não ao

ensino da EJA.

Em relação à proposta curricular, o programa norteia-se pela proposta do curso regular. No

que diz respeito ao ensino de História e Cultura Afrodescendente e Indígena, os mesmos são

desenvolvidos periodicamente em datas comemorativas.

As taxas de evasão são expressivas e para serem amenizadas são utilizados mecanismos de

intervenção como as visitas domiciliares, passeios, sorteios, palestras, entre outros.

Salientamos que nossos trabalhos como educadores nos coloca diante de muitos desafios em

busca de novas e melhores práticas de sala de aula que permeiem nossas atividades de

educadores, tais como:

Que metodologias devemos aplicar em sala de aula?

Qual a importância para o aluno da EJA das disciplinas escolares?

Que visão de mundo, do sujeito, do conhecimento eu tenho expresso por meio das

metodologias aplicadas?

Neste contexto, necessitamos de parcerias com outras instituições que venham nos auxiliar no

processo ensino/aprendizagem.

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Tabela 28: Matrícula Inicial na Educação de Jovens e Adultos no município Caém, por

dependência administrativa e localização (2010/2012)

Anos Municipal Estadual Total

Urbana Rural Urbana Rural

2010 193 - - - 193

2011 194 - - - 194

2012 133 - - - 133

Fonte:Secretaria de Educação Municipal, Educacenso.

É perceptível a queda no número de matrículas da Educação de Jovens e Adultos no

município de Caém entre os anos de 2010 a 2012, o que configura a carência de oferta de

oportunidades para que os jovens e adultos desse município possam preparar-se

adequadamente, uma vez que não há oferta de emprego fazendo com que os mesmos

procurem outras cidades.

Um outro fator que afeta esta modalidade de ensino diz respeito a evasão escolar,

considerando que embora haja um número considerável de matrículas efetivadas no início do

ano, ao longo do período letivo há uma enorme queda neste mesmo número, devido a

desistência dos alunos da EJA por diferentes motivos, principalmente o fato de terem que

associar a vida profissional com os estudos e não conseguirem conciliar as duas atividades e

por não poderem abandonar o emprego, acabam abandonando os estudos.

Tabela 29: Nível Educacional da População Jovem, 1991, 2000 e 2010.

Faixa Etária

(anos)

Taxa de Analfabetos % que frequentam a escola

1991 2000 2010 1991 2000 2010

15 a 17 19,53% 7,50% 3,21% 49,44% 82,34% 85,60%

18 a 24 24,02% 15,70% 5,24% 13,99% 29,46% 28,87

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil

Analisando a tabela de número 29 que se refere ao nível educacional da população jovem do

município de Caém, compreendido entre o período de 1991 a 2010, nota-se que o nível

educacional da população jovem desta localidade apresenta um aumento significativo entre os

anos de 1991 a 2000, em contrapartida de 2000 a 2010 o aumento foi quase imperceptível,

entretanto, a taxa de analfabetos nesse mesmo período caiu consideravelmente. Para melhorar

esses dados, o município tem buscado alcançar a meta de ter todos os jovens na escola,

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inclusive aderindo a programas do governo como o TOPA, assegurando assim um direito

garantido por lei no nosso país.

Tabela 30: Nível Educacional da População Adulta com mais de 25 anos

1991 2000 2010

Taxa de analfabetismo

25 a 29 anos 31,26 17,02 13,18

25 anos ou mais 49,52 36,80 32,90

Percentual de atendimento

% de 25 a 29 anos na escola 4,93 6,16 5,21 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil

O índice de analfabetismo entre a população adulta é bastante elevado entre os anos de 1991 a

2010 no município como demonstra a tabela acima, apresentando-se assim de forma

decrescente no decorrer desses anos. Quanto ao percentual da população entre os 25 a 29 anos

atendidos pela escola, há uma oscilação entre os anos supracitados, resultando em poucos

anos de escolaridade entre esses indivíduos nessa faixa etária.

2.6Transversalidade

A transversalidade diz respeito à possibilidade de se instituir, na prática educativa, uma

analogia entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a

realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade). A escola vista por

esse enfoque, deve possuir uma visão mais ampla, acabando com a fragmentação do

conhecimento, pois somente assim se apossará de uma cultura interdisciplinar. A

transversalidade e a interdisciplinaridade são modos de trabalhar o conhecimento que buscam

reintegração de procedimentos acadêmicos, que ficaram isolados uns dos outros pelo método

disciplinar. Necessário se torna uma visão mais adequada e abrangente da realidade, que

muitas vezes se nos apresenta de maneira fragmentada. Através dessa ênfase poderemos

intervir na realidade para transformá-la. Quando nos referimos aos temas transversais nos os

colocamos como um eixo unificador da ação educativa, em torno do qual se organizam as

disciplinas.

A abordagem dos temas transversais deve se orientar pelos processos de vivência da

sociedade, pelas comunidades, alunos e educadores em seu dia-a-dia. Os objetivos e

conteúdos dos temas transversais devem estar inseridos em diferentes cenários de cada uma

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das disciplinas. Considera-se a transversalidade como o modo apropriado para a ação

pedagógica destes temas. A transversalidade só tem significado dentro de uma compreensão

interdisciplinar do conhecimento, sendo uma proposta didática que possibilita o tratamento de

conteúdos de forma integrada em todas as áreas do conhecimento. A transversalidade e

interdisciplinaridade têm como eixo educativo a proposta de uma educação comprometida

com a cidadania, conforme defendem os Parâmetros Curriculares.

A transversalidade já pertencia aos ideais pedagógicos do início do século, quando se falava

em ensino global sendo objeto de estudos de ilustres educadores, como os franceses Decroly e

Freinet, os norte-americanos Dewey e Kilpatrick. Atualmente a transversalidade surge como

um princípio inovador nos sistemas de ensino de vários países.

A interdisciplinaridade admitiu uma grande melhoria na ideia de integração curricular e os

interesses de cada disciplina são conservados. O princípio da transversalidade e de

transdisciplinaridade busca ir além da concepção de disciplina, buscando-se uma

intercomunicação entre elas. Piaget sustentava que: “a interdisciplinaridade seria uma forma

de se chegar à transdisciplinaridade, etapa que não ficaria na interação e reciprocidade entre

as ciências, mas alcançaria um estágio onde não haveria mais fronteiras entre as disciplinas”.

Os temas transversais são campos férteis para a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade

em concordância com as áreas do conhecimento, pois ao usar a criatividade de maneira a

preservar os conteúdos programáticos vinculam-se aos contextos, que podem ter evidência

prática na vida real, social e comunitária do aluno. Convém ressaltar que a ética e a cidadania

são temas que devem ser inseridos em todas as disciplinas, de maneira interdisciplinar e

transdisciplinar contribuindo para a qualidade da construção de saberes e valores cognitivos,

afetivos e sociais.

2.6.1 Educação Etnicorracial

A educação para as relações etinicorraciais e para o ensino de História e Cultura

Afrobrasileira e Africana nas escolas do município de Caém tem intersecção com todos os

níveis e modalidades de ensino. Na educação básica o objetivo é implementar, produzir e

divulgar os conhecimentos, atitudes, posturas e valores que promovam aos gestores/as

professores/as e estudantes quanto à promoção de igualdade etnicorracial, no cotidiano das

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unidades escolares, reafirmando a promoção de uma educação antirracista e de valorização e

efetivação da história e cultura africana e afrobrasileira em nossa cidade.

As práticas discriminatórias, racistas e sexistas bem como as desigualdades econômicas têm

repercussões diretas no fazer pedagógico do cotidiano escolar e no rendimento dos estudantes.

Diante dessa compreensão, a Prefeitura Municipal de Caém, juntamente com a Secretaria de

Educação do município, atenta às demandas educacionais contemporâneas que têm suporte na

concepção de igualdade, multidisciplinaridade e na diversidade etnicorracial, assumindo como

meta prioritária a educação voltada para os princípios da transversalidade, enfocando a

educação etnicorracial e a cultura cigana, por fazer parte também da realidade de Caém.

Entendem-se aqui, por relações étnico raciais, aquelas estabelecidas entre os distintos grupos

sociais, e entre indivíduos destes grupos, informadas por conceitos e ideias sobre as diferenças

e semelhanças relativas ao pertencimento racial destes indivíduos e dos grupos a que

pertencem. Relacionam-se ao fato de que, para cada um e para os outros, se pertence a uma

determinada raça, e todas as consequências desse pertencimento. Em outras palavras, quando

estamos face a face com outra pessoa, é inegável que seu fenótipo, cor da pele, penteado e

forma de vestir-se desencadeiam, de nossa parte, julgamentos sobre quem é, o que faz e até o

que pensa tal pessoa. Dessa forma, informados por estereótipos, se não estivermos atentos,

podemos manifestar, por palavras e gestos, discriminação, desrespeito, desqualificação. Estes

julgamentos decorrem de preconceitos. Pessoas negras têm sido vítimas deles. Não poucas

vezes se ouve que pessoas “desta raça”, os negros, são feios, sujos, violentos ou preguiçosos.

Cabe mencionar aqui que a palavra raça não se refere ao conceito biológico de raças humanas,

amplamente rechaçado pelos conhecimentos científicos aceitos nos dias de hoje. Tal conceito

se refere à construção social que envolve características físicas e culturais. No Brasil, tensas

relações étnico raciais são vividas, principalmente, entre negros e brancos.

É inegável que se vive um momento importante para o combate à discriminação racial; fala-se

sobre e discutem-se cada vez mais abertamente as tensas relações etinicorraciais vividas no

Brasil.

Vale destacar que a preocupação com as distorções sociais causadas por relações étnico-

raciais adversas para as pessoas negras é introduzida, entre os legisladores e nos sistemas de

ensino, pela pressão exercida pelo Movimento Negro e por acordos internacionais assinados

pelo governo brasileiro.

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Tal pressão e acordos têm resultado em textos legais voltados à área de educação, como a já

mencionada Lei 10.639/03 e o Parecer CNE/CP 003/04, que introduz no campo da educação o

termo “educação das relações étnico raciais”. O referido Parecer precisa:

[...] a educação das relações étnico raciais impõe aprendizagens entre brancos e negros, trocas

de conhecimentos, quebra de desconfianças, projeto conjunto para construção de uma

sociedade, justa, igual, equânime. (Brasil, 2004, p. 6)

Esse texto legal é dirigido aos sistemas de ensino – da educação infantil ao ensino superior – e

a todos os cidadãos comprometidos com a educação dos brasileiros. O Parecer deixa claro que

a promoção de relações étnico raciais positivas é um dever de toda a sociedade, mas trata de

estabelecer a função do sistema escolar nesse processo.

A educação das relações etinicorraciais refere-se a processos educativos que possibilitem às

pessoas superar preconceitos raciais, que as estimulem a viver práticas sociais livres de

discriminação e contribuam para que elas compreendam e se engajem em lutas por equidade

social entre os distintos grupos étnico raciais que formam a nação brasileira. Refere-se,

também, a um processo educativo que favoreça que negros e não negros construam uma

identidade etnicorracial positiva. Para tanto, é preciso que a história dos afro-brasileiros e dos

africanos seja compreendida de forma não distorcida, o que inclui a valorização das

significativas contribuições que eles deram para o desenvolvimento humano e,

particularmente, para a construção da sociedade brasileira.

A escola não é a única instituição responsável pela educação das relações etinicorraciais, uma

vez que o processo de se educar ocorre também na família, nos grupos culturais, nas

comunidades, no convívio social proporcionado pelos meios de comunicação, entre outros. É

importante ressaltar que a escola é um ambiente privilegiado para a promoção de relações

étnico raciais positivas em virtude da marcante diversidade em seu interior.

As discussões acerca do papel da educação escolar nas relações étnico raciais são

convergentes com aquela sobre educação e cidadania, pois apresentam as especificidades e

reivindicações de parte da população brasileira que luta pelo exercício pleno de sua cidadania.

No Parecer CNE/CP 003/04 (Brasil, 2004), encontram-se subsídios para este entendimento.

Por exemplo, no trecho em que o documento discrimina a quem é destinado, lê-se:

Destina-se também às famílias dos estudantes, a eles próprios e a todos os cidadãos

comprometidos com a educação dos brasileiros, para nele buscarem orientações,

quando pretenderem dialogar com os sistemas de ensino, escolas e educadores, no

que diz respeito às relações étnico-raciais, ao reconhecimento e valorização da

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história e cultura dos afro-brasileiros, à diversidade da nação brasileira, ao igual

direito à educação de qualidade, isto é, não apenas direito ao estudo, mas também à

formação para a cidadania responsável pela construção de uma sociedade justa e

democrática.

Nesse sentido, educar significa, dentre outros aspectos, reconhecer a realidade exterior ao

ambiente escolar. Significa admitir que os modelos econômico e social aos quais estamos

atrelados interferem nas concepções de homem e de mundo e nas relações interpessoais.

Portanto, a prática docente deve trazer em seu bojo inúmeras questões não só de ordem

metodológica, mas antes disso, questões ideológicas e psicossociais.

Nesse caso, a identificação de práticas de discriminação racial no contexto da escola

representa a necessidade de uma análise ampla da questão e a urgência em desvelar o discurso

pedagógico que mesmo indicado a linha da igualdade, sustenta ações que lhe são

contraditórias. Essa abordagem, por ser diferenciada, vem contribuir para a identificação das

formas pejorativas de construção das imagens e auto imagens de negros e negras, o que

certamente exerce influência nas formas de relacionamento interpessoal e intergrupal.

A existência de um currículo monocultural, que ignora a identidade cultural do povo negro e

perpetua uma espécie de escravidão mental, é a revelação de uma das principais falácias em

que está alicerçada a educação brasileira. Assim sendo, podemos afirmar a existência de um

não racismo de ocasião, explicitado em ações equivocadas que, por serem pontuais, não

representam provocações suficientes na luta pela conquista de espaços travada há tempos pela

comunidade negra.

Há também que se considerar a abordagem do povo negro nos livros didáticos em circulação

no mercado editorial brasileiro, os quais frequentemente retratam imagens pejorativas. Ao

reafirmar tais estereótipos, os livros didáticos também perpetuam o discurso falacioso e

desvirtuam a abordagem da questão da negritude, a partir da ilusão de que não expressam o

preconceito.

Faz necessário, entretanto, reconhecer a raiz do problema. A análise da gênese do Estado

Republicano Brasileiro coloca-nos diante do reconhecimento do interesse oficial em ratificar

uma sociedade desigual. Não há como esquecer as diversas políticas implementadas (no pós-

abolição) no sentido de restringir ao máximo os diversos direitos dos afrodescendentes:

formas de violência cultural, negação do acesso ao trabalho remunerado, política imigratória

de caráter racista. Daí podemos lançar outro olhar para a realidade excludente atual, a qual

estabelece um "apartheid" disfarçado.

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Certamente a partir da consideração de tais aspectos, é que o Governo Federal Brasileiro

implementou a lei 10.639/03 complementando a lei 9394/96 e instituindo a obrigatoriedade

do ensino de história e cultura afro-brasileira no âmbito da Educação Básica. Tal medida –

acrescida das Diretrizes Nacionais para a Educação das Relações étnico raciais e para o

Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana – representa um decisivo passo no

reconhecimento da existência de relações raciais assimétricas no seio da sociedade brasileira,

assim como uma grande contribuição à luta histórica dos movimentos sociais na defesa dos

direitos da comunidade negra. Assim, o Brasil passa a concretizar compromissos sociais e

políticos firmados em nível internacional, principalmente por ocasião da III Conferência

Mundial de combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata,

ocorrida em Durban, África do Sul, no ano de 2001.

Se por um lado há um notável avanço na implementação de políticas públicas de caráter

étnico racial no Brasil, não podemos perder de vista as inúmeras dificuldades enfrentadas para

a operacionalização de tais medidas legais. A esse respeito, consideramos o contexto da

formação docente que – seja em nível universitário ou no espaço das redes de ensino -

geralmente indica um silenciamento a respeito das questões relativas à diversidade étnico

racial e à afirmação da cultura afro-brasileira. Tal lacuna emperra as possibilidades de

abordagem pedagógica da questão racial, assim como o enfrentamento de situações de

racismo na escola.

A partir da análise realizada com o grupo de professores do município foi constatado que o

trabalho desenvolvido com as temáticas acima não acontece de forma transversal, o que

verificamos em relação a aplicabilidade da Lei 10.639/03, é que ela acontece de forma bem

pontual, nas disciplinas História, Geografia, através de conteúdos contemplados no livro

didático, à ausência de projetos interdisciplinares que abordem a temática. No que diz respeito

às questões de gênero e diversidade sexual verificamos que não existe nenhum tipo de

trabalho a não ser a partir do que a televisão aborda nas novelas e seriados e que os

professores opinam quando são questionados, mas sem nenhum embasamento teórico.

Os fatores que segundos os professores contribuem para esse quadro estão na formação dos

mesmos que não possuem estudos e formação para a discussão das temáticas e além disso a

falta de material específico nas unidades escolares.

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2.6.2 Ciganos no Brasil: um povo sem voz

Atualmente no Brasil inexistem dados oficiais sobre o número de ciganos vivendo em nosso

país. Isso porque se sabe muito pouco sobre o grupo, sendo este, possivelmente, o motivo

pelo qual eles são alvo de tanto preconceito até hoje. O dado mais preciso, segundo pesquisas

do IBGE, é de que existem 291 acampamentos ciganos no país, localizados em 21 estados,

sendo Minas Gerais o estado com a maior concentração, com 58 acampamentos, seguindo-se

a Bahia, com 53, e Goiás, com 38. Outro problema que o povo cigano enfrenta para a

efetivação dos seus direitos é a falta de unidade entre as comunidades. Diferentes etnias,

provenientes de diferentes regiões do globo, fazem com que o reconhecimento dos seus

direitos se torne difícil.

No município de Caém há um grande número de povos ciganos que fazem parte de sua

população. Embora seja um povo de uma cultura forte e marcante, eles vivem inseridos na

comunidade do município e por conta disso, é preocupação da Prefeitura Municipal de Caém,

bem como da Secretaria de Educação instituir a cultura cigana no currículo das escolas do

município para que todos possam ter acesso a riqueza que abrange a cultura desse povo, assim

como que seja dado a eles a oportunidade e compartilharem com todos os seus costumes e

crenças, enriquecendo portanto a prática pedagógica nas instituições de ensino de Caém.

Uma vez que há um número considerável de ciganos no município e que a escola é um espaço

para propagar a cultura e história dos povos é que a cultura cigana será incluída no currículo

das escolas, com o intuito de promover a difusão e a participação da cultura cigana nas

escolas de Caém, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte, com o objetivo de

fortalecer a organização e a participação do povo cigano no currículo das escolas caenenses,

prevendo propostas para dar visibilidade à cultura cigana e ampliar o contato das lideranças

das comunidades e associações com o Estado brasileiro, em busca do reconhecimento dos

seus direitos.

2.6.3 Educação Ambiental

A Educação Ambiental enquanto prática educativa não deve resumir-se apenas a algumas

comemorações de datas como o dia mundial do meio ambiente, o dia da árvore, o dia do índio

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etc., mas também ao desenvolvimento de atividades de longa duração por parte da

comunidade escolar. É este tipo de atividade que vai realmente causar alguma correção de

rota no comportamento do ser humano e, nas crianças, fará germinar a semente da cidadania,

da responsabilidade.

Devemos lançar mão dela, a Educação Ambiental (EA), que pode ser definida como sendo

elemento integrador dos sistemas educativos de que dispõe a sociedade para fazer com que a

comunidade tome consciência do fenômeno do desenvolvimento e de suas implicações

ambientais.

Para tanto, deverá servir não só para transmitir conhecimentos, mas também para desenvolver

habilidades e atitudes que permitam ao homem atuar efetivamente no processo de manutenção

do equilíbrio ambiental de modo a garantir uma qualidade de vida condizente com suas

necessidades e aspirações, conforme afirma REIGOTA, 1997: A educação, seja formal,

informal, familiar ou ambiental, só é completa quando a pessoa pode chegar nos principais

momentos de sua vida a pensar por si próprio, agir conforme os seus princípios, viver

segundo seus critérios”.

Tendo essa premissa básica como referência, propõe-se que a Educação Ambiental seja um

processo de formação dinâmico, permanente e participativo, no qual as pessoas envolvidas

passem a ser agentes transformadores, participando de forma ativa na busca de alternativas

para a redução de impactos ambientais e para o controle social do uso dos recursos naturais.

A Educação Ambiental ainda está fragmentada no currículo escolar. Apesar de não constar

como disciplina curricular, permite uma abordagem interdisciplinar voltada à implementação

da conscientização do que deve ser feito, sensibilizando as pessoas para atuação e

conhecimento na construção da cidadania ecológica, através das instituições de ensino. O

poder público deve possibilitar a capacitação do corpo docente para torná-los aptos a trabalhar

as questões ambientais, buscando a preservação da natureza.

De acordo com a análise do diagnóstico percebeu-se que o município de Caémainda não

garante a efetivação da Lei da Política Nacional de Educação Ambiental e consequentemente,

diante da inexistência de uma Lei Ambiental, não há um programa nem política de formação e

valorização dos profissionais da educação, destinado a Educação Ambiental nas escolas.

Diante dessa realidade os professores e os demais profissionais da educação não recebem

formação inicial e /ou continuada para a oferta da Educação ambiental, tendo sido discutido

sobre a importância da inserção da Educação Ambiental como disciplina nas escolas de

Educação Infantil e Ensino Fundamental I.

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Quanto a programas de Educação Ambiental, não há projetos pedagógicos definidos, embora

haja o reconhecimento de que é interessante que esse programas sejam implantados no

município em parceria com outras instituições como as Igrejas, Associações e Comunidade.

Entretanto, mesmo não havendo Lei da Política Nacional de Educação Ambiental, nem

programas de Educação Ambiental, o município assegura um percentual de 30% da compra

direta de merenda das escolas públicas com o/a agricultor/a familiar e as organizações

familiares, produtoras de alimentos orgânicos e agroecológicos, utilizando recursos federais,

estaduais e municipais, como uma ação de implementação da educação, voltada para o retorno

familiar.

Há ações educativas desenvolvidas pelo município em parceria com outras instituições, que

estão voltadas para o desenvolvimento local e sustentável. O impacto dessas ações na escola

baseia-se no incentivo e ampliação da agricultura familiar em parceria com o SEBRAE. A

exemplo dessas ações, podemos citar a feira orgânica e a construção de cisternas nas

comunidades rurais.

2.7 Recursos Financeiros para a Educação no Município

Para falar em recursos financeiros destinados à educação precisamos primeiramente entender

o significado da gestão financeira. Nesse sentido podemos definir agestão financeiracomo

uma das tradicionais áreas funcionais da gestão, encontrada em qualquer organização e à qual

cabem as análises, decisões e atuações relacionadas com os meios financeiros necessários à

atividade da organização. Desta forma, a função financeira integra todas as tarefas ligadas à

obtenção, utilização e controle de recursos financeiros.

Partindo dessa definição podemos fazer uma aproximação mais especifica na área financeira

educacional, que tem basicamente os mesmos princípios da citada anteriormente.

Nesse sentido, no que tange ao financiamento da educação em nosso país, temos instrumentos

legais que regem essa dimensão da gestão, no que se refere à distribuição de recursos

previstos pela Constituição Federal e LDB que estipula que a União aplicará anualmente,

nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por

cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de

transferências na manutenção e desenvolvimento de ensino, de acordo com o Art. 212 da

Constituição Federal Brasileira e o Art. 69 da LDB.

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De acordo com as bases legais do estatuto da educação brasileira, os recursos financeiros

diretamente destinados às unidades escolares no Brasil, são de responsabilidade dos órgãos

relacionados abaixo.

FUNDEF: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento de Ensino Fundamental e de

Valorização do Magistério;

FUNDEB: Fundo de Manutenção E Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação;

MDE: Manutenção e Desenvolvimento do Ensino;

SE: Salário Educação;

FNDE: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação;

PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar;

PNLD: Programa Nacional de Livros Didáticos;

PNLEM: Programa Nacional de Livro Didático Para o Ensino Médio;

PNLA: Programa Nacional do livro didático para alfabetização e de Jovens e Adultos;

PNBE: Programa Nacional Biblioteca da Escola;

PNATE: Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar;

PDDE: Programa Dinheiro Direto na Escola.

Na LDB nº 9. 394/96, em seu Art. 15, estabelece que “os sistemas de ensino assegurarão ás

unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de

autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais

de direito financeiro público.” Ao afirmar que à escola devem ser atribuídos progressivos

graus de autonomia, reconheceu que não se trata de autonomia absoluta, mas que, mesmo

parcial, deve progredir até um ponto que lhe garanta seu pleno funcionamento, nas suas

múltiplas dimensões.

O termo “autonomia” significa capacidadedo indivíduo de analisar e avaliar determinada

situação, tomando decisões próprias a seu respeito. Seu conceito traz algumas características

especificas, são elas: relacional, relativo e interdependente. E nesse sentido, o conselho

escolar é um importante instrumento de participação da comunidade, e deve ser o maior

aliado do gestor na construção da autonomia financeira da escola.

A destinação de recursos as escolas deve sujeitar-se a um dos dois regimes de realização da

despesa previstos na lei nº 4 320/64, ou seja, o regime normal e o regime de adiantamento.

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Pelo regime normal, que consiste na realização da despesa de acordo com os estágios de

empenho prévio, liquidação e pagamento, é possível se for adotada pela administração

municipal e descentralizada da execução. O regime de adiantamento é o mecanismo mais

adequado para permitir as escolas municipais exercerem a autonomia financeira de que trata a

LDB. Para se por em pratica essa regime é necessária a existência de uma lei municipal que o

regulamente. Dessa forma propõe-se a criação de uma lei de adiantamento exclusiva para as

escolas municipais, caracterizada como o instrumento legal garantidor da autonomia.

Em suma, a gestão financeira, seja na área educacional ou não, deve seguir alguns princípios

para obter êxito, são eles:

Definição de prioridades;

Cálculo correto dos gastos;

Elaboração do orçamento geral;

Prestação de contas transparente;

Comprovação de gastos.

A sociedade de forma geral reconhece, e em especial os administradores públicos, a

necessidade e a importância dos recursos para a manutenção e desenvolvimento das ações nas

diversas áreas, principalmente, a social.

Desta forma, para a Educação não é diferente, e os recursos públicos a ela destinados provém

da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e ainda dos 25% dos Impostos arrecadados

pelo município.

A aplicação e utilização desses recursos financeiros estão da mesma forma disciplinado em

legislação e vinculam-se a orçamento público.

Além disso, temos ainda o controle dos gastos com educação que é realizado pelos órgãos

fiscalizadores, pelo controle social, pelos controles internos e externos, pelo controle judicial

e pelo Ministério Público.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação é um fundo de natureza contábil, cuja implantação ocorreu a partir

de 1º de janeiro de 2007.

Anteriormente ao FUNDEB, tínhamos o FUNDEF. Os recursos do FUNDEB destinam-se ao

financiamento de ações de manutenção e ao desenvolvimento do ensino para a Educação

Básica pública e à valorização dos trabalhadores em educação, independentemente da

modalidade em que o ensino é oferecido, da sua duração, da idade dos alunos, do turno de

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atendimento e da localidade das escolas, observando-se os respectivos âmbitos de atuação

prioritária dos Estados e Municípios, conforme estabelecido nos parágrafos 2º e 3º, art.211,

Constituição Federal.

Dessa forma, os Municípios devem utilizar os recursos do FUNDEB na Educação Infantil e

no Ensino Fundamental e os Estados, no Ensino Fundamental e Médio.

Verificamos que essa medida política possibilita avanços e ganhos efetivos, ao garantir em lei

o financiamento da Educação Infantil e do Ensino Médio, pois, até então, o fundo restringia-

se exclusivamente ao Ensino Fundamental.

A efetiva consolidação da educação requer especial atenção à gestão de recursos, que deve ser

eficaz, eficiente, relevante e pertinente, a fim de atender aos inúmeros desafios inerentes ao

processo de desenvolvimento sustentável da região. A fixação de um plano de metas para a

educação exige definição de custos e identificação dos recursos atualmente disponíveis, e das

estratégias para sua ampliação, seja por meio de criação de novas fontes, seja por uma

utilização mais racionalizada, seja pela constatação da necessidade de maior investimento. Os

percentuais constitucionalmente vinculados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino

devem se constituir em referência e ponto de partida para a formulação e implementação de

metas educacionais.

A Lei Orgânica do Município de Caém, no seu artigo 252, dispõe que “As verbas públicas

destinadas a Educação nunca serão inferiores a 25% da receita tributária, compreendendo

neste percentual as verbas provenientes de transferências e repasses. Esses recursos devem

voltar-se para garantir a plena satisfação da demanda de vagas em sua própria rede de ensino,

observando o disposto no artigo 212 da Constituição Federal.”

As Tabelas a seguir mostram os valores recebidos nos últimos anos pelo município,

diretamente vinculados à educação, não foi possível mostrar valores gastos por modalidade de

ensino, elementos de despesas, gastos com pessoas na folha do FUNDEB 60 e 40, dos

exercícios de 2009 a 2011, pois não foram encontrados documentações na prefeitura para tais

comprovações.

Tabela 31: Outras receitas com o setor educacional do município de Caém,

administradas pela prefeitura (2009/2012) – FNDE.

Ano Alimentação

Escolar

Transporte

Escolar

Convênios Outras

Receitas

TOTAL

2009 125.743,20 139.288,32 - - 265.031,20

2010 199.860,00 170.411,92 - - 370.271,92

2011 173.280,00 171.396,90 - - 344.676,90

2012 185.088,00 157.350,00 1.047.619,25 - 1.390.057,25

Fonte:Secretaria da Administração/ Prefeitura Municipal, 2013.

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O município de Caém recebeu recursos destinados à alimentação e ao transporte escolar no

decorrer dos anos de 2009 a 2012 e ainda assinou convênios de repasses/recebimento de

recursos para compra de transporte escolar, ficando claro que o município não conta com

outras receitas, apenas as transferidas pelo MEC (FNDE). Mesmo havendo um aumento

significativo na receita do FUNDEB ano a ano, ainda há a necessidade de maiores

investimento na educação, uma vez que os recursos recebidos não atendem a todas as

necessidades do município por se tratar de um município carente.

Tabela 32: Recursos aplicados em educação pelo Governo Municipal de Caém, por nível

ou modalidade de ensino (2012)

Ano Ed.

Infantil

Ensino

Fundamental

Ensino

Médio

EJA Outros TOTAL

2012 119.613,31 1.217.613,85 35.372,51 3.331,35 51.884,96 1.427.815,98

Fonte:Secretaria da Administração/ Prefeitura Municipal, 2013.

De acordo como os dados da tabela 32nota-se que os recursos do FUNDEB são devidamente

aplicados no Ensino Fundamental como rege a lei, no entanto, ainda é perceptível uma maior

necessidade de investimentosem razão da maior quantidade de alunos matriculados nesta

modalidade de ensino no município de Caém.

Tabela 33: Despesas com educação do município Caém por categoria e elemento de

despesa (2012)

Ano Despesas correntes Despesas de capital

Pessoal Mat.

Consumo

Subtotal Obra e

Instalações

Equipamentos Subtotal Total

2012 706.364,58 554.828,81 1.261.193,39 - 1.044.938,00 1.044.938,00 2.306.131,39

Fonte:Secretaria da Administração/ Prefeitura Municipal, 2013.

As despesas com a educação no município de Caém em 2012 de acordo com a tabela acima

teve um maior impacto na folha de pagamento de pessoal e nas despesas correntes. Nas

despesas de capital o maior impacto foi com a aquisição de equipamentos, considerando que

nos últimos anos teve um grande investimento em transporte escolar. Observa-se ainda a

ausência de aplicação de recursos em obras e instalações o que justifica a precariedade da

estrutura física das unidades escolares.

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Tabela 34: Receita e aplicação dos recursos recebidos do FUNDEB no Município Caém

em 2012

Ano Total recebido Aplicação

Salário dos

professores

Capacitação dos

leigos

Gastos com MDE

2012 4.478.693,00 3.600.741,59 - 97.348,97

Fonte:Secretaria da Administraçãodo Município, 2013.

De 2009 a 2012 a aplicação dos recursos do FUNDEB no município de Caém teve uma maior

concentração na folha de pagamento de professores. Não há neste município professores

leigos, no entanto há educadores não licenciados, problema que deve ser resolvido de acordo

com LDB 9394/96. Em comparação aos gastos com professores, na manutenção e

desenvolvimento da educação houve um gasto insignificante, o que explica a carência de

melhores condições de ensino/aprendizagem nos espaços escolares.

Tabela 35. Aplicação no Ensino Fundamental – Exercício 2012 (Em R$)

Dos recursos Da aplicação

Receita de imposto e

transferências

25% da receita de impostos e

transferências

Total aplicado em

educação

% aplicado

8.402.964,20 2.100.741,05 977.348,97 11,63%

Fonte:Tribunal de Contas dos Municípios, 2013.

Conforme o que pode ser verificado na tabela 36, em relação a aplicação realizada no Ensino

Fundamental no exercício de 2012, pode-se constatar que apenas 11,63% da receita de

impostos e transferência foram aplicado nesta modalidade de ensino.

Tabela 36. Recursos da Educação no PPA (2010/2012)

ANOS Previsto em R$ Programa\projetos\atividades educacionais Total Utilizado

2010 5.135.320,59 4.236.616,43 9.371.937,02

2011 4.937.485,88 4.455.138,62 9.392.624,50

2012 5.233.533,74 4.687.536,10 8.780.627,12

Fonte:Secretaria de Administração do Município, 2013.

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O município deve assegurar a transparência na gestão dos recursos financeiros, com

acompanhamento, controle, avaliação e fortalecimento das instâncias de controle interno e

externo, órgãos de gestão do sistema de ensino, como os Conselhos de Educação e órgãos de

controle social, como os Conselhos de Acompanhamento e Controle Social, cuja competência

deve ser ampliada, de forma a alcançar todos os recursos destinados à Educação.

Como se pode facilmente verificar, financiamento e gestão estão indissoluvelmente ligados. A

transparência da gestão financeira e o exercício do controle social permitirão garantir a efetiva

aplicação dos recursos destinados à educação e a equalização de oportunidades educacionais,

que assegura ao estudante a real possibilidade de acesso e permanência na escola, como pode

ser verificado na tabela 36 em relação aos recursos destinados à educação no Plano

Plurianual, havendo um investimento nos últimos três anos de aproximadamente nove

milhões.

Para tanto, a Secretaria de Educação este ano de 2013, regularizou os Conselhos de

Alimentação e do FUNDEB, os quais encontravam-se irregulares, com pendência nas

documentações e regularização nos sistemas do CACS e SIGECOM para garantir assim a

liberação de mais recursos que pudessem ser aplicados na educação.

Atualmente o município vem aplicando 68,2% do recurso do FUNDEB com pagamento de

professores, atendendo o que determina a lei do piso salarial, que sofreu um aumento de quase

8% no ano de 2013.

Uma das grandes dificuldades do município tem sido assegurar a merenda escolar com o valor

do repasse do Governo Federal, de apenas R$0,30 centavos por alunos no Ensino

Fundamental e R$ 0,90 centavos para Creche em tempo integral. Com a complementação do

município o valor aumenta, mas não chega a ser o suficiente para que o cardápio das escolas

forneça uma maior variedade de alimentos.

Como se pode facilmente verificar, financiamento e gestão estão indissoluvelmente ligados. A

transparência da gestão financeira e o exercício do controle social permitirão garantir a efetiva

aplicação dos recursos destinados à educação e a equalização de oportunidades educacionais,

que assegura ao estudante a real possibilidade de acesso e permanência na escola.

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3 CAPITULO II - DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME

3.1 Diretrizes, Metas e Estratégias

3.1.1 Diretrizes

Uma vez concluídas as etapas de levantamento da realidade situacional do município e da

realidade situacional da educação em Caém, iniciou-se o processo de elaboração das

diretrizes, metas e estratégias, conforme a estrutura balizada no projeto Lei no 8.035/2010 e

atualmente PLC no 103/2012.

A Secretaria Municipalde Educação de Caémassumiuodesafioe o compromissode construir

este PME com o objetivo de garantiraEducaçãocomoumdireitodetodos nesse município,

reconhecendo sendo esta educação um fatordedesenvolvimentosociale econômico,

bemcomoinstrumentodeinclusãosocialedecombateàpobreza,naperspectivadeumaEducaçãoCid

adã,nostermosdalegislaçãovigenteecomvistasàconstruçãodeumasociedademaisjustaeigualitária

, ideal este almejado pela equipe gestora dessa secretaria.

Nesse sentido, este Plano Municipal de Educação objetiva proporcionar educação com

qualidade e responsabilidade social, diminuindo as desigualdades sociais e culturais,

buscando erradicar o analfabetismo, bem como ampliar o nível de escolaridade da população

e propiciar a qualificação para o trabalho, o que é necessário que se estabeleça diretrizes para

a educação.

Assim, analisando o significado de diretriz podemos defini-lo como sendo aquiloque nos

remete ao significado de rumo, direção ou caminho. Traduzindo para o que compete ao

documento do Plano Municipal de Educação, seria o percurso a ser escolhido e trilhado pelos

atores sociais locais: educandos, educadores, gestores, comunidade e sociedade civil

organizada para o desenvolvimento das políticas públicas de educação municipal, que

transformam suas escolhas em procedimentos e indicações para os gestores responsáveis pela

execução desta política pública.

Sendo assim, as diretrizes podem ser definidas como os compromissos que o município deve

assumir ao escolher determinados campos de ação, conforme a relevância dos problemas

detectados no levantamento situacional, bem como a priorização de como resolvê-los. Já as

metas dizem respeito à maneira que escolhemos para chegar ao resultado esperado.

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Em síntese, o Plano Municipal de Educação do município de Caém, define as seguintes

diretrizes para a gestão municipal:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - superação das desigualdades educacionais;

IV - melhoria da qualidade do ensino;

V - formação para o trabalho;

VI - promoção da sustentabilidade sócio-ambiental;

VII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como

proporção de 25% da receita tributária

VIII - valorização dos profissionais da educação; e

IX - difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática da

educação.

Além das diretrizes foram estabelecidas as metas para cada nível e modalidade de ensino

atendido pelo poder público municipal, visando à formação, à valorização do magistério e aos

demais profissionais da educação, uma vez que este plano foi

elaboradoparaumhorizontededezanos,tendocomobaseestudosdiagnósticosquetraçamperfisreali

stasdaeducaçãopúblicalocal.Seucaráter,aumsótempopropositivoearticulador,assumeocomprom

issocomaeducaçãodosseusmunícipeseapontaparaavinculaçãoestreitaentreaspolíticaspúblicaspa

raaEducaçãoeasnecessidadessociaisdoMunicípio.

3.1.2 Metas e Estratégias

Uma vez escolhida a direção e o caminho a ser seguido, ou melhor dizendo, uma vez traçadas

as diretrizes para a educação no município de Caém, é necessário que se estabeleça metas e

estratégias de como alcançarmos o objetivo almejado, afinal, como já dissemos anteriormente,

as metas dizem respeito à maneira que escolhemos para chegar ao resultado esperado.

Entretanto, toda meta deve ter um conteúdo quantitativo e mensurável e deve ser enunciada

focalizando, exatamente, o resultado de que se espera alcançar. As metas representam um

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conjunto articulado de resultados, cujo intuito é alcançar uma situação estratégica desejada,

conforme definido pelos objetivos a que se refere.

Sendo assim, as metas devem apresentar algumas características importantes, tais como estar

relacionada claramente a um problema que se quer resolver, identificado no levantamento

situacional; além de ser específica, isto é, sem ambiguidade; ser mensurável, ou seja, ser

quantificável; ser realista, isto é, estar na esfera de possibilidade da Secretaria, em termos

humanos e materiais; ter um prazo de execução.

Vale sublinhar que as metas tem um começo e fim bem definidos, um objetivo claro, um

resultado único e suas fronteiras ultrapassam, geralmente, os limites de uma área ou setor. As

estratégias decorrem dos objetivos. Cada objetivo estratégico deve gerar duas a três

estratégias expressivas, listadas de acordo com uma ordem racional ou de prioridade.

As estratégias têm vida relativamente longa e são de natureza principalmente qualitativa,

devendo ser convertidas em metas (sempre quantitativas) e definições de responsabilidade. As

estratégias devem ser suficientemente amplas para englobar o que se deseja fazer em termos

táticos (planejar ações) com relação a cada objetivo. Elas ainda devem responder às seguintes

perguntas:

O que podemos fazer para atingirmos os resultados esperados?

Como devemos fazer para concretizar o resultado esperado?

O município de Caém, atendendo a esses critérios traçou as suas diretrizes, metas e estratégias

que serão descritas a seguir com o objetivo de contemplar a pluralidade de vozes e olhares, já

que elas foram elaboradas através de um processo democrático, garantindo assim a oferta de

uma educação de qualidade, pautada nos princípios da justiça e igualdade.

META 1: Universalizar, até 2016, a Educação Infantil na pré-escola para as crianças de 4

(quatro) e 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches de forma

a atender 50% das crianças a partir de 1 ano e seis meses até 3 (três)anos de idade até o final

da vigência o PME.

ESTRATÉGIAS:

1.1 Fomentar a formação inicial e continuada de profissionais do magistério para a Educação

Infantil.

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1.2 Construir novas creches e ampliar as já existentes, através do PAR, a partir da demanda de

cada localidade.

1.3 Adquirir equipamentos, mobiliário, materiais diversos para um bom desenvolvimento das

atividades, com recursos próprios e através de ações do PAR.

1.4 Fazer reuniões com a comunidade para apresentar a proposta de trabalho das creches.

1.5 Buscar parcerias com as Secretarias de Saúde e Assistência Social para prestar

atendimento às crianças em situação de risco e vulnerabilidade.

1.6 Acompanhamento das crianças pela equipe pedagógica, com realização do monitoramento

da frequência. Quando necessário, no caso de abandono, visita a residência das crianças

para conversa com a família e retorno da criança as atividades.

1.7 Organizar as turmas de Educação Infantil por faixa etária, salvo exceção de crianças com

desenvolvimento precoce. As turmas preferencialmente deverão estar em escolas

especificas de Educação Infantil.

1.8 Oferecer a escola em tempo integral para as crianças matriculadas na Educação Infantil

até 3 anos.

1.9 Realizar concurso público para provimento de números de vagas para professores de

Educação Infantil, auxiliares de turma e Coordenador Pedagógico, mediante necessidade

do município.

1.10 Fomentar o acesso à Educação Infantil e a oferta do atendimento educacional

especializado complementar aos educandos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, assegurando a transversalidade da

educação especial na Educação Infantil.

1.11 Fomentar o atendimento das crianças do campo na Educação Infantil por meio do

redimensionamento da distribuição territorial da oferta, limitando a nucleação de escolas e

o deslocamento das crianças, de forma a atender às especificidades das comunidades

rurais.

META 2: Universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para toda população de 6 (seis)a

14 (quatorze)anos, até o final da vigência deste plano

ESTRATÉGIAS:

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2.1 Criar mecanismos para o acompanhamento individual de cada estudante do Ensino

Fundamental através de salas de reforço com profissionais que apresentem o perfil de

alfabetizador.

2.2 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência na escola

por parte dos beneficiários de programas de transferência de renda, identificando motivos de

ausência e baixa frequência e garantir, em regime de colaboração, a frequência e o apoio à

aprendizagem.

2.3 Promover a busca ativa de crianças fora da escola, em parceria com as áreas de assistência

social e saúde.

2.4 Aderir ao programa nacional de aquisição de veículos para transporte dos estudantes do

campo, com os objetivos de renovar e padronizar a frota rural de veículos escolares,

reduzindo a evasão escolar da educação do campo.

2.5 Aderir ao programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos para escolas

do campo, bem como de produção de material didático e de formação de professores, com

especial atenção às classes multisseriadas.

2.6 Contratar pessoal especializado para produção de material didático e de desenvolvimento

de currículos e programas específicos para educação escolar nas comunidades quilombolas e

ciganas, neles incluindo os conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades e

considerando o fortalecimento das práticas socioculturais e da língua materna de cada

comunidade quilombola e cigana.

2.7 Desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a

organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, em

prol da educação do campo, da quilombola e da educação cigana.

2.8 Garantir a oferta dos anos iniciais do Ensino Fundamental para as populações do campo,

na própria comunidade.

2.9 Disciplinar a organização do trabalho pedagógico, incluindo adequação do calendário

escolar.

2.10 Oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes e de estímulo a

habilidades, inclusive mediante certames e concursos públicos.

2.11Universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta

velocidade e aumentar a relação computadores/estudante nas escolas da rede pública de

educação básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da

comunicação.

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2.12 Definir, até dezembro de 2019, expectativas de aprendizagem para todos os anos do

Ensino Fundamental, de maneira a assegurar a formação básica comum, reconhecendo a

especificidade da infância e da adolescência, os novos saberes e os tempos escolares.

2.13 Assegurar de forma contínua e processual a formação dos professores do Ensino

Fundamental.

2.14 Oferecer cursos de capacitação para todos os segmentos educacionais.

2.15Realizar avaliação institucional periodicamente com o objetivo de avaliar o processo

pedagógico como um todo.

META 3: Universalizar até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17

anos e elevar, até o final do período de vigência do PME, a taxa líquida de matrícula no

Ensino Médio para (80%).

ESTRATÉGIAS:

3.1 Criar e manter programas de acompanhamento do estudante com rendimento escolar

defasado oferecendo aulas de reforço no turno complementar e estudos de recuperação.

3.2 Fomentar a expansão das matrículas de Ensino Médio integrado à educação profissional,

observando-se as peculiaridades das populações do campo, dos povos ciganos e das

comunidades quilombolas, a partir de 2015.

3.3 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência na escola

por parte dos beneficiários de programas de assistência social e transferência de renda,

identificando motivos de ausência e baixa frequência e, em regime de colaboração, garantir a

frequência e o apoio à aprendizagem.

3.4 Promover a busca ativa da população de quinze a dezessete anos fora da escola, em

parceria com órgãos públicos como Secretaria de Assistência Social, Saúde, Cultura, Esporte,

etc.

3.5 Universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade

e aumentar a relação computadores/estudante nas escolas da rede pública de educação básica.

3.6 Implementar políticas públicas de prevenção à evasão escolar, buscando fortalecer o

acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência por parte dos beneficiários

de programas de assistência social.

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3.7 Fomentar programas de formação continuada aos professores da rede pública no tocante à

utilização das novas tecnologias em sala de aula.

3.8 Ofertar a expansão das matrículas de Ensino Médio/Educação de Jovens e Adultos para a

população acima de 18 anos que não frequentou a escola no período regular, em regime de

colaboração com a Rede Estadual.

META 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos

estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

superdotação na rede regular de ensino.

ESTRATÉGIAS:

4.1 Informar no Educacenso, para fins do repasse do Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação -

FUNDEB, as matrículas dos estudantes da educação regular da rede pública que recebem

Atendimento Educacional Especializado complementar, sem prejuízo do cômputo dessas

matrículas na educação básica regular.

4.2 Implantar três núcleos de salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação

continuada de professores para o Atendimento Educacional Especializado complementar, até

2016, para atender alunos da zona urbana e rural no município.

4.3 Ampliar a oferta do Atendimento Educacional Especializado complementar aos estudantes

matriculados na rede pública de ensino regular.

4.4 Fomentar a educação inclusiva, promovendo a articulação entre o ensino regular e o

Atendimento Educacional Especializado complementar ofertado em salas de recursos

multifuncionais locais.

4.5 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola por parte dos

beneficiários do Benefício de Prestação Continuada, de maneira a garantir a ampliação do

atendimento aos estudantes com deficiência na rede pública regular de ensino.

4.6 Fortalecer junto ao MEC parcerias para receber recursos através do PDDE Acessibilidade,

para a adequação física e arquitetônica das escolas públicas municipais.

4.7 Assegurar através de concurso público, profissional especializado para atuar nas salas de

recursos multifuncionais.

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META 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os 8 anos de idade.

ESTRATÉGIAS:

5.1 Fomentar a estruturação do Ensino Fundamental de nove anos com foco na organização

de ciclo de alfabetização com duração de três anos, a fim de garantir a alfabetização plena de

todas as crianças, no máximo, até o final do terceiro ano escolar.

5.2 Aplicar exame periódico específico para aferir a alfabetização das crianças.

5.3 Selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para alfabetização de crianças,

assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento

dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas.

5.4 Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovação das práticas

pedagógicas nos sistemas de ensino que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do

fluxo escolar e a aprendizagem dos estudantes, consideradas as diversas abordagens

metodológicas e sua efetividade.

5.5 Ofertar aulas de reforço para as crianças em idade escolar das séries iniciais do Ensino

Fundamental.

5.6 Estabelecer parceria com o Conselho Tutelar e a Secretaria de Assistência Social, para

garantir a permanência da criança na escola.

5.7 Oferecer cursos de formação para gestores e coordenadores que atuem nas séries iniciais

do Ensino Fundamental.

5.8 Realizar auto-avaliação dos professores atuantes no Ensino Fundamental I por meio de

fichas avaliativas.

5.9Implementar durante o período de 2014 a 2016 cursos de informática para atender aos

professores da rede.

META 6: Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação

básica, a atendendo no mínimo 50% dos alunos da rede municipal, até o final da vigência

desse plano.

ESTRATÉGIAS:

6.1 Estender progressivamente o alcance do programa nacional de ampliação da jornada

escolar, mediante oferta de educação básica pública em tempo integral, por meio de atividades

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de acompanhamento pedagógico e interdisciplinares, de forma que o tempo de permanência

de crianças, adolescentes e jovens na escola ou sob sua responsabilidade passe a ser igual ou

superior a sete horas diárias durante todo o ano letivo, buscando atender a pelo menos metade

dos alunos matriculados nas escolas contempladas pelo programa, atingindo em média a cada

dois anos 10% de escolas em tempo integral.

6.2 Institucionalizar e manter, sozinho e/ou em regime de colaboração com a União, programa

nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas por meio da instalação de quadras

poliesportivas, laboratórios, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros

equipamentos, bem como de produção de material didático e de formação de recursos

humanos para a educação em tempo integral, sendo uma escola a cada dois anos a partir de

2014.

6.3 Fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos e equipamentos

públicos como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinema e o

que a comunidade e o entorno oferecer.

6.4 Orientar, na forma do art. 13, § 1o, inciso I, da Lei n

o12.101, de 27 de novembro de 2009,

a aplicação em gratuidade em atividades de ampliação da jornada escolar de estudantes

matriculados nas escolas da rede pública de educação básica, de forma concomitante e em

articulação com a rede pública de ensino, a partir de 2014, sendo aproximadamente uma

escola por ano.

6.5. Atender as escolas do campo na oferta de educação em tempo integral, considerando as

peculiaridades locais, oferecendo formação continuada para os profissionais que atuam nessa

área.

META 7: Atingir as seguintes metas municipais para o IDEB:

IDEB 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Anos Iniciais do Ensino Fundamental 3,7 4,0 4,3 4,6 4,9 5,2

Anos Finais do Ensino Fundamental 2,7 3,1 3,5 3,8 4,1 4,3

Ensino Médio 3,4 3,8 4,2 4,5 4,7 5,0

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ESTRATÉGIAS:

7.1 Formalizar e executar o Plano de Ações Articuladasdando cumprimento às metas de

qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e

financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação de professores e

profissionais de serviços e apoio financeiro escolar, ao desenvolvimento de recursos

pedagógicos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da rede escolar.

7.2 Fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os resultados do IDEB das escolas, das redes

públicas de educação básica do município.

7.3 Garantir transporte gratuito para todos os estudantes da educação do campo na faixa etária

da educação escolar obrigatória, mediante renovação e ampliação do transporte escolar,

através de vistoria local.

7.4 Oferecer suporte tecnológico para o Ensino Fundamental e Médio, assegurada a

diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos

resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas.

7.5 Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais nos sistemas de ensino, que

assegurem a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos estudantes.

7.6Apoiar tecnicamente a gestão escolar para aplicação dos recursos financeiros transferidos à

escola, com vistas à ampliação da participação da comunidade escolar no planejamento e na

aplicação dos recursos e o desenvolvimento da gestão democrática efetiva.

7.7 Aprofundar ações de atendimento ao estudante, em todas as etapas da educação básica,

por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e

assistência à saúde.

7.8 Estabelecer diretrizes pedagógicas para a educação básica de acordo com os parâmetros

curriculares nacionais comuns, respeitada a diversidade regional, estadual e local.

7.9 Garantir políticas de combate à violência na escola e construção de cultura de paz e

ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade escolar.

7.10 Garantir o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, nos termos da Lei no

10.639, de 9 de janeiro de 2003, e da Lei no11.645, de 10 de março de 2008, por meio de

ações colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial, conselhos

escolares, equipes pedagógicas e com a sociedade civil em geral.

7.11 Ampliar a educação escolar do campo, quilombola e cigana a partir de visão articulada

ao desenvolvimento sustentável e à preservação da identidade cultural e socioambiental.

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7.12 Assegurar gradativamente, a todas as escolas públicas a acessibilidade à educação básica,

água tratada e saneamento básico; energia elétrica; acesso à rede mundial de computadores

em banda larga de alta velocidade; acessibilidade à pessoa com deficiência; acesso a

bibliotecas; a espaços para prática de esportes; acesso a bens culturais e à arte; e

equipamentos e laboratórios de ciências, até o final da vigência do plano.

7.13 Mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, articulando a educação formal com

experiências de educação popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja

assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento

das políticas públicas educacionais.

7.14 Promover a articulação dos programas da área da interdisciplinaridade intersetorial da

educação, de âmbito local, com os de outras áreas como saúde, trabalho, emprego, assistência

social, esporte, cultura, possibilitando a criação de rede de apoio integral às famílias, que as

ajude a garantir melhores condições para o aprendizado dos estudantes.

7.15 Universalizar, mediante articulação entre os órgãos responsáveis pelas áreas da saúde e

da educação, o atendimento aos estudantes da rede pública de educação básica por meio de

ações de prevenção, promoção e atenção à saúde.

7.16 Estabelecer ações efetivas especificamente voltadas para a prevenção, atenção e

atendimento à saúde e integridade física, mental e moral dos profissionais da educação, como

condição para a melhoria da qualidade do ensino.

7.17 Orientar as políticas das redes e sistemas de educação, de forma a buscar atingir as metas

do IDEB, procurando reduzir a diferença entre as escolas com os menores índices e a média

nacional, garantindo equidade da aprendizagem.

7.18 Confrontar os resultados obtidos no IDEB com a média dos resultados em matemática,

leitura e ciências obtidos nas provas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos -

PISA, como forma de controle externo da convergência entre os processos de avaliação do

ensino conduzidos pelo INEP e processos de avaliação do ensino internacionalmente

reconhecidos, de acordo com as seguintes projeções:

PISA 2009 2012 2015 2018 2021

Média dos resultados em Matemática,

Leitura e Ciências

395

417

438

455

473

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META 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro)

anos de modo a alcançar o mínimo de 12 (doze) anos de estudo para as populações do campo,

bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da

desigualdade educacional.

ESTRATÉGIAS:

8.1 Institucionalizar programas e desenvolver tecnologias para correção de fluxo,

acompanhamento pedagógico individualizado, recuperação e progressão parcial, bem como

priorizar estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as especificidades dos

segmentos populacionais considerados.

8.2 Fomentar programas de Educação de Jovens e Adultos para os segmentos populacionais

considerados, que estejam fora da escola e com defasagem idade série.

8.3 Garantir acesso gratuito a exames de certificação da conclusão do Ensino Fundamental e

Médio.

8.4 Promover a busca ativa de jovens de 12 (doze) a 18 (dezoito) anos que estão fora da

escola, pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em parceria com as áreas de

assistência social e saúde.

8.5 Melhorar as estruturas físicas dos prédios escolares deixando espaços disponíveis para

recreação, biblioteca, refeitório, oferecendo infraestrutura e funcionamento que atenda aos

critérios da acessibilidade.

8.6 Oferecer capacitação aos profissionais das escolas do campo e/ou localizadas em

comunidades quilombolas.

META 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 90% até

2015 e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional existente no município.

ESTRATÉGIAS:

9.1 Assegurar a oferta gratuita da Educação de Jovens e Adultos a todos os que não tiveram

acesso à educação básica na idade própria, estendendo a modalidade de ensino à população do

campo.

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9.2Implementar ações de Alfabetização de Jovens e Adultos com garantia de continuidade da

escolarização básica.

9.3 Promover o acesso ao Ensino Fundamental aos egressos de programas de alfabetização e

garantir o acesso a exames de reclassificação e de certificação da aprendizagem.

9.5 Executar, em articulação com a área da saúde, programa nacional e de atendimento

oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos para estudantes da Educação de Jovens e

Adultos.

9.6 Realizar o levantamento de dados sobre a demanda de alfabetização no município para

subsidiar a formulação de políticas públicas que garantam o acesso e a permanência de jovens

e adultos a esta modalidade de ensino da educação básica.

9.7 Expandir o atendimento à população do campo no que se refere à modalidade de ensino de

Educação de Jovens e Adultos.

META 10: Implantar até 2019 programas de Educação de Jovens e Adultos na forma

integrada à educação profissional nos anos finais do Ensino Fundamental, atendendo até 50%

do ensino fundamental.

ESTRATÉGIAS:

10.1 Implantar programa nacional de Educação de Jovens e Adultos, voltado à conclusão do

Ensino Fundamental e à formação profissional inicial, de forma a estimular a conclusão da

educação básica.

10.2 Fomentar a expansão das matrículas na Educação de Jovens e Adultos de forma a

articular a formação inicial e continuada de trabalhadores e a Educação Profissional,

objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador.

10.3 Fomentar a integração da Educação de Jovens e Adultos com a Educação Profissional,

em cursos planejados, de acordo com as características e especificidades do público a que se

destina.

10.4 Fomentar a produção de material didático, o desenvolvimento de currículos e

metodologias específicas para avaliação e formação continuada de docentes das redes

públicas que atuam na Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação Profissional.

10.5 Fomentar a diversificação curricular do Ensino Médio para jovens e adultos,

possibilitando a formação integral à preparação para o mundo do trabalho, promovendo a

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110

inter-relação entre teoria e prática nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura

e cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às

características de jovens e adultos por meio de equipamentos e laboratórios, produção de

material didático específico e formação continuada de professores.

10.6 Expandir o transporte escolar para a zona rural de forma a garantir o acesso e a

permanência de jovens e adultos das localidades rurais a esta modalidade de ensino.

10.7 Adequar a merenda escolar ao público da EJA.

10.8 Oferecer cursos de capacitação para os profissionais que atuam nessa modalidade de

ensino da educação básica – EJA.

10.9 Garantir a qualidade da oferta e aprendizagem dos alunos dessa modalidade de ensino,

possibilitando o seu acesso e permanência à EJA.

META 11: Apoiar a Rede Pública Estadual na implantação de no mínimo um curso

profissionalizante, até 2016, de acordo com os interesses e necessidades da comunidade.

ESTRATÉGIAS:

11.1 Estimular o atendimento do Ensino Médio integrado à formação profissional técnica de

acordo aos interesses e necessidades da comunidade local.

11.2 Ofertar o atendimento do Ensino Médio profissionalizante pela Rede Estadual de Ensino,

até 2016.

META 12: Apoiar e firmar parcerias com instituições deEnsino Superior, possibilitando

atender, no mínimo, 10% da população concluinte da educação básica, até 2016.

ESTRATÉGIAS:

12.1 Fomentar a oferta de Educação Superior aos concluintes da educação básica do

município através de parcerias com instituições de ensino desta modalidade.

12.2 Possibilitar aos alunos concluintes da educação básica o acesso às instituições de Ensino

Superior, através de cursos preparatórios oferecidos em regime de parceria com a Rede

Estadual.

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12.3 Garantir o acesso e a permanência dos alunos matriculados no Ensino Superior por meio

da oferta de transporte e/ou Casa do Estudante montada na cidade de destino de maior fluxo

de ingresso de pessoas nas universidades.

META 13: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação latu sensu, de

modo a atingir 50% dos professores da rede municipal até o final da vigência deste plano.

ESTRATÉGIAS:

13.1 Aderir ao programa do Governo Federal Plataforma Freire que se destina aos

professores em exercício das escolas públicas estaduais e municipais sem formação adequada

à LDB, oferecendo cursos superiores públicos, gratuitos e de qualidade.

13.2 Criar mecanismos de substituição para afastamento dos professores em formação,

quando esta exigir uma dedicação do estudante por um período prolongado, mediante

comprovação da necessidade.

13.3 Incentivar o professor a especializar-se em áreas que abordem os Temas Transversais

como Educação Especial, Educação das Relações Étnico Racial, de Gênero e Sexualidade,

bem como em Educação Ambiental.

13.4 Firmar parcerias com instituições privadas para efetivação dos cursos de especialização.

META 14: Garantir, em regime de colaboração com o Estado, até o final da vigência deste

plano, políticas municipais de formação e valorização dos profissionais da educação,

assegurando que todos os educadores da educação básica possuam formação específica de

nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

ESTRATÉGIAS:

14.1 Atuar, conjuntamente, com base em plano estratégico que apresente diagnóstico das

necessidades de formação de profissionais do magistério e da capacidade de atendimento por

parte de instituições públicas e comunitárias de educação superior existentes no município.

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14.2 Aderir à plataforma eletrônica para organizar a oferta e as matrículas em cursos de

formação inicial e continuada de professores, bem como para divulgação e atualização dos

currículos eletrônicos dos docentes.

14.3 Implantar programas específicos para formação de professores para as populações do

campo, comunidades quilombolas, ciganas e educação especial.

14.4 Valorizar o estágio nos cursos de licenciatura, visando um trabalho sistêmico de conexão

entre a formação acadêmica dos graduandos e as demandas da rede pública de educação

básica.

14.5 Aderir e garantir gradualmente a cursos e programas especiais para assegurar formação

específica em sua área de atuação aos docentes com formação de nível médio na modalidade

normal, não licenciado ou licenciado em área diversa da atuação docente, em efetivo

exercício.

14.6 Promover a revisão do Plano de Cargos e Salários do município no prazo de 1 ano após a

aprovação deste plano.

14.7. Garantir a formação em nível superior a todos os professores efetivos da rede municipal

até o final da vigência deste plano.

META 15: Formar 30% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato

e/ou stricto sensu e garantir a todos formação continuada em sua área de atuação até o final da

vigência desse plano.

ESTRATÉGIAS:

15.1 Fazer o levantamento dos professores que querem cursar a pós-graduação, e validar a

matrícula, quando estiver disponível na Plataforma Freire.

15.2 Expandir o acervo de livros didáticos, paradidáticos, de literatura e dicionários, sem

prejuízo de outros, a ser disponibilizado para os professores das escolas da rede pública de

educação básica, em parceria com Estado e a União.

15.3 Disponibilizar transporte ou ajuda de custo para aqueles profissionais que querem cursar

o Ensino Superior em nível de pós-graduaçãoa partir de 2015.

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15.4 Firmar parcerias com Universidades para ofertar aos professores um curso de pós-

graduação contemplando 30% dos profissionais que ainda não possuem essa formação, até o

final da vigência do PME.

15.5 Promover cursos ou programas de formação continuada, oferecidos pelo Governo

Federal a exemplo da Plataforma Freire, UNEB 2000, Progestão e Gestar I e II para os

profissionais da educação.

15.6 Oferecer incentivo financeiro para a projeção profissional.

META 16: Valorizar o magistério público da educação básica a fim de equiparar o

rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do

rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o ano de 2018.

ESTRATÉGIAS:

16.1 Constituir fórum permanente com representações do poder público e da APLB -

Sindicato dos Trabalhadores da Educação - para avaliar e, quando necessário, fazer

atualização progressiva do valor do piso salarial da educação básica do município,

equiparando ao valor nacional.

16.2Implementar, no âmbito municipal, planos de carreira para o magistério, com jornada de

trabalho cumprida em um único estabelecimento escolar; tendo como base a carga horária de

26 (vinte e seis) horas em sala de aula para os professores com carga horária de 40 (quarenta)

horas e de 13 (treze) horas em sala de aula, para os professores com carga horária de 20

(vinte) horas semanais.

16.3 Constituir fórum permanente com representantes do poder público municipal e dos

profissionais da educação - APLB Sindicato dos Trabalhadores da Educação - valorizando os

profissionais do magistério da rede municipal da educação básica, a fim de equiparar em 80%,

ao fim do sexto ano, e a igualar, no último ano de vigência do PME, o seu rendimento médio

ao rendimento médio dos/as demais profissionais com escolaridade equivalente.

16.4Implementar, até o segundo ano de aprovação do PME, no âmbito municipal, o estatuto

do magistério público que assegure a equiparidade de rendimentos entre os profissionais de

educação com os profissionais de outras áreas, com os mesmos anos de escolaridade

16.5 Adquirir recursos financeiros através do programa do governo federal - FUNDEB - que

assegure a valorização dos profissionais do magistério das redes públicas da educação básica,

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a fim de equiparar o rendimento médio dos (as) demais profissionais com escolaridade

equivalente.

META 17: Assegurar, no prazo de 18 meses, a partir da aprovação deste PME, a existência de

plano de carreira para os profissionais do magistério público, tomando como referência o piso

salarial nacional profissional, definido em Lei Federal, para todos os sistemas de ensino.

ESTRATÉGIAS:

17.1 Assegurar a elaboração, dos planos de carreira para os profissionais da educação básica

municipal, tendo como referência o Piso Salarial Nacional Profissional, definido em Lei

Federal.

17.2 Atualizar o plano de carreira, dos profissionais do magistério público, com base na Lei

do Piso Nacional no mês de janeiro de cada ano.

17.3 Estimular a existência de comissões permanentes de profissionais da educação - APLB

Sindicato dos Trabalhadores da Educação - e demais profissionais na instância municipal,

para subsidiar os órgãos competentes na implementação dos respectivos planos de carreira.

17.4Implementar no município, planos de carreira para os profissionais do magistério da

educação básica, com implantação gradual do cumprimento da jornada de trabalho em um

único estabelecimento escolar.

17.5 Considerar o custo aluno qualidade (CAQ) como parâmetro para a qualificação e

remuneração do pessoal docente e dos demais profissionais da educação pública, bem como

para atualização do plano de cargos e salários dos profissionais da educação.

17.6 Estruturar o sistema de ensino buscando atingir, em seu quadro de profissionais do

magistério, 90% de servidores nomeados em cargos de provimento em efetivo exercício na

rede pública de educação básica.

17.7 Instituir programa de acompanhamento do professor iniciante, supervisionado por

profissional do magistério com experiência de ensino, a fim de fundamentar, com base em

avaliação documentada, a efetivação do professor ao final do estágio probatório.

17.8 Implantar, no prazo de um ano de vigência do PME, política municipal de formação

continuada para os profissionais da educação de outros segmentos, que não os do magistério,

construída em regime de colaboração entre os entes federados.

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17.9 Realizar concursos públicos para provimento de vagas, quando houver demanda.

17.10 Fomentar a oferta de cursos técnicos de nível médio destinados à formação de

funcionários de escola para as áreas de administração escolar, multimeios e manutenção da

infraestrutura escolar, inclusive para a alimentação escolar, sem prejuízo de outras.

17.11 Garantir o acesso e aquisição das tecnologias e conteúdos multimidiáticos para todos os

atores envolvidos no processo educativo, garantindo formação específica para esse fim.

17.12. Realizar, no prazo de 2 anos de vigência desta Lei, o censo dos funcionários de escola

da educação básica.

17.13 Contemplar no plano de cargo e salário as gratificações por nível de formação, estímulo

de classe, adicional por tempo de serviço, avanço horizontal e vertical, auxílio difícil acesso.

17.14 Garantir o afastamento de representante eleito para mandato classista (representantes

sindicais), sem perda salarial dos seus vencimentos, da carga horária parcial ou total,

conforme a necessidade do representante sindical, sendo um representante para cada cem

profissionais sindicalizados.

META 18: Assegurar condições, no prazo de 2 anos, para efetivação da gestão democrática

da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à

comunidade escolar através de processo eletivo, prevendo recursos e apoio técnico do

município para tanto.

ESTRATÉGIAS:

18.1. Elaborar o Projeto de Lei Municipal prevendo implantação do processo de eleição para

dirigentes escolares.

18.2. Definir, em assembleia, com os segmentos do Poder Público, Colegiado, Representantes

dos Servidores, os critérios para pleitear o cargo de dirigente escolar.

18.3. Realizar eleições a cada dois anos, sobe regimento previamente estabelecido e aprovado.

18.3. Revisar o Plano de Cargos e Salários no tocante ao percentual recebido pelos gestores

escolares no prazo de dois anos.

18.4. Oferecer formação continuada aos gestores escolares.

18.5. Garantir a gestão democrática para gestores das unidades escolares, com eleições para

diretores.

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META 19: Garantir a aplicação de 25% dos recursos municipais destinados à educação até o

final de vigência deste plano.

ESTRATÉGIAS

19.1 Garantir fonte de financiamento permanente e sustentável para todas as etapas e

modalidades da educação básica.

19.2 Fortalecer os mecanismos e os instrumentos que promovam a transparência e o controle

social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação.

19.3 Desenvolver e acompanhar regularmente indicadores de investimento e tipo de despesa

per capita por aluno em todas as etapas da educação básica.

3.2 Acompanhamento e Avaliação da Implementação do PME

O Plano Municipal se constitui em um documento que articula o planejamento da educação

no município de Caém, contando com a participação do governo e da sociedade civil. Nesse

sentido, o PME engloba todo osistema de ensino do município que abrange as escolas

estaduais, municipais e particulares, e é direcionado a todos os segmentos e modalidades que

abarca o município, além de contemplar a Formação de Professores e Valorização do

Magistério, bem como o Financiamento e Gestão da Educação.

Vale ressaltar também que este Plano contém objetivos, metas e ações propostas a curto,

médio e longo prazo, devendo ser articuladas num período de dez anos, após a elaboração e

aprovação deste documento pelo Poder Legislativo.

Uma vez concluída a tramitação e aprovada a lei do PME, essas ações serão colocadas em

prática. Sendo assim, o Plano Municipal deve prever e determinar os momentos estratégicos

para realizar avaliações das atividades que estão sendo desenvolvidas a partir das metas e

estratégias apresentadaspor este PME, fazendo portanto uma análisedos resultados que estão

sendo alcançados com o objetivo de poder redirecionar as estratégias de execução. Dessa

forma, uma comissão será formada através de representantes da sociedade civil, poder público

e de cada escola, a fim de juntamente com o Grupo Colaborativo, grupo este responsável pela

elaboração deste PME, possam não apenas realizar o acompanhamento das ações, como

também avaliar os resultados alcançados através de reuniões que devem acontecer a cada

início do semestre, para que assim possam realimentar a dinâmica do processo executivo do

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Plano, através da reelaboração das ações direcionadas àquele ano de vigência deste Plano,

garantindo assim o permanenteacompanhamento e avaliação do PME.

Compete à Secretaria Municipal de Educação – SME, estar acompanhando todo esse processo

de avaliação e replanejamento das metas, estratégias e ações relacionadas ao PME do

município de Caém, encaminhando ao Prefeito Municipal e ao Poder Legislativo,

semestralmente, relatório sobre a execução do PME, devidamente elaborado pela comissão e

o Grupo Colaborativo, contendo análise das metas alcançadas e os problemas evidenciados,

com as devidas propostas de solução.

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REFERÊNCIAS

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<http://www.agencia.unama.br/index.php?option=com_content&view=article&id=322:-a-

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out. 2013.

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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui

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_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n. 9.394, de 20 de dezembro de

1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acessado em 05 julh. 2013.

_______. Lei no 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Plano Nacional de educação. Diário Oficial

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_______. Lei Orgânica Municipal, de 06 de setembro de 2010, Emenda no 02. Caém/BA,

2010.

_______.Ministério da Educação e do Desporto. Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação das Relações Étnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-

Brasileira e Africana. Brasília: DF, 2004.

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e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

_______. Ministério da Educação e Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta

curricular para educação de Jovens e Adultos / Ministério de Educação e do Desporto,

Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2002

_______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do

Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

_______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Média e

Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio / Ministério de

Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Brasília:

MEC/SEMTEC, 2000.

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Educativas Especiais – NEE. In: Conferência Mundial sobre NEE, Salamanca/Espanha –

UNESCO, 1994. Brasília: CORDE, 1994.

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Gestão Financeira. Revista Nova Escola. Disponível em

<http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/gestao-financeira-448591.shtml>.

Acesso em: 17 dez. 2013.

OLIVEIRA, Emanuelle. Gestão Educacional e Gestão

Escolar.<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf>. Acesso

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Parecer CEB nº 22, de 17 de dezembro de 1998. Diretrizes Curriculares da Educação

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POLO, José Carlos. "Autonomia de gestão financeira da escola". In. RODRIGUES,

Maristela Marques, GIÁGIO, Mônica (orgs.) PRASEM III – Guia de Consulta. Brasília,

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Resolução CNE/CEB nº 2, de 7 de abril de 1998. Institui as Diretrizes Curriculares

Nacionais para o Ensino Fundamental.

Resolução CNE/CEB nº 1, de 7 de abril de 1999. Institui as Diretrizes Curriculares da

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SAWAIA, B. As artimanhas da exclusão. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

VIEIRA, Ângelo T., et al. Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento: Diagnóstico do

Município de Caém. Salvador: CPRM/PRODEEM, 2005.

VIEIRA, Sofia Lerche. Educação e gestão: extraindo significados da base legal. In: Ceará.

SEDUC. Nos paradigmas de gestão escolar. Fortaleza: edições SEDUC, 2005.

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ANEXO

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ANEXO 1: Certidão de Autodefinição da comunidade do Bom Jardim como sendo área

remanescente Quilombola