pregÃo presencial para registro de preÇos nº 022/2017...

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PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS Nº 022/2017 PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 4107/2017 OBJETO: Contratação de serviços de natureza continuada, por intermédio de empresa especializada, para a realização de eventos e correlatos promovidos ou apoiados pela Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Jesus, sob demanda, abrangendo planejamento operacional, organização, execução, acompanhamento, fornecimento de alimentação e bebida, infraestrutura, transportes, apoio logístico e ornamentação, em regime de empreitada por preço unitário, por meio do Sistema de Registro de Preços e de acordo com as condições e especificações estabelecidas no Anexo I do Edital – Termo de Referência. INTERESSADOS: Longhitron Ltda ME ASSUNTO: Impugnação. ESCLARECIMENTOS A PREGOEIRA DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS, designada pelo Decreto nº 214/2017, devidamente assistida pela Assessoria Jurídica, após impugnação apresentada pela empresa Longhitron Ltda ME, através de correspondência eletrônica, vem manifestar-se nos termos seguintes. A petição foi apresentada no dia 22/05/2017. No mesmo dia 22/05/2017 foi encaminhada a Assessoria Jurídica para análise. No dia 23/05/2017, esta Pregoeira, que também preside a Comissão Permanente de Licitações da Prefeitura, realizou duas licitações, quais sejam a Tomada de Preços nº 02/2017 e Tomada de Preços nº 003/2017. A Tomada de Preços nº 003/2017 terminou sua sessão pública às 19h30min, circunstância que impediu a resposta imediata da Impugnação remetida pelo Impugnante, bem como outros pedidos de esclarecimentos e impugnação, que mesmo remetidas pelo e-mail, estão sendo respondidas, em face do dever de informação da Administração Pública, embora o Edital tenha previsto que a impugnação deveria ser efetuada através do Protocolo do Departamento. Assim, porque a resposta ao Pedido de Impugnação formulado, dá-se nesta data 24/05/2017, quando esta Pregoeira já inicia o dia com a Sessão Pública do PREGÃO PRESENCIAL Nº 021/2017, correspondente ao Processo Administrativo nº 4021/2017. Cumpre registrar que o Edital, estabeleceu a forma de como ser oposta a Impugnação eo Edital do pregão Presencial em epígrafe, bem como a data.

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Page 1: PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS Nº 022/2017 ...santoantoniodejesus.ba.io.org.br/contasPublicas/download/1043512… · c) A ausência da exigência de “Registro e Quitação

PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS Nº 022/2017 PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 4107/2017 OBJETO: Contratação de serviços de natureza continuada, por intermédio de empresa especializada, para a realização de eventos e correlatos promovidos ou apoiados pela Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Jesus, sob demanda, abrangendo planejamento operacional, organização, execução, acompanhamento, fornecimento de alimentação e bebida, infraestrutura, transportes, apoio logístico e ornamentação, em regime de empreitada por preço unitário, por meio do Sistema de Registro de Preços e de acordo com as condições e especificações estabelecidas no Anexo I do Edital – Termo de Referência. INTERESSADOS: Longhitron Ltda ME ASSUNTO: Impugnação.

ESCLARECIMENTOS

A PREGOEIRA DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS, designada pelo Decreto nº 214/2017, devidamente assistida pela Assessoria Jurídica, após impugnação apresentada pela empresa Longhitron Ltda ME, através de correspondência eletrônica, vem manifestar-se nos termos seguintes.

A petição foi apresentada no dia 22/05/2017. No mesmo dia 22/05/2017 foi encaminhada a Assessoria Jurídica para

análise. No dia 23/05/2017, esta Pregoeira, que também preside a Comissão

Permanente de Licitações da Prefeitura, realizou duas licitações, quais sejam a Tomada de Preços nº 02/2017 e Tomada de Preços nº 003/2017.

A Tomada de Preços nº 003/2017 terminou sua sessão pública às 19h30min,

circunstância que impediu a resposta imediata da Impugnação remetida pelo Impugnante, bem como outros pedidos de esclarecimentos e impugnação, que mesmo remetidas pelo e-mail, estão sendo respondidas, em face do dever de informação da Administração Pública, embora o Edital tenha previsto que a impugnação deveria ser efetuada através do Protocolo do Departamento.

Assim, porque a resposta ao Pedido de Impugnação formulado, dá-se nesta

data 24/05/2017, quando esta Pregoeira já inicia o dia com a Sessão Pública do PREGÃO PRESENCIAL Nº 021/2017, correspondente ao Processo Administrativo nº 4021/2017.

Cumpre registrar que o Edital, estabeleceu a forma de como ser oposta a

Impugnação eo Edital do pregão Presencial em epígrafe, bem como a data.

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No que diz respeito à tempestividade, vê-se que foi atendida, quanto à forma

não o que importaria em não conhecimento sumário da insurgência. Entretanto, em face do disposto na Lei nº 12.527, de 18/11/2011, bem como

do direito de petição previsto no art. 15, inciso XXXIV, alínea a da Constituição Federal, decide esta Pregoeira manifestar-se nos seguintes termos.

Em síntese, o Impugnante ataca o Edital do Pregão Presencial aduzindo

serem restritivas e ilegais as seguintes disposições editalícias: a) Exigência de Capital Social Integralizado não Inferior a 10% do valor

estimado para a contratação (Item 15.3.1.); b) Exigências de Capacidade Técnica previstas nos itens 15.5.1.2.1,

15.5.1.2.1., alíneas “c”, 15.5.1.2.2. alíneas a, b, 1., 1.1., 1.2., 2 e 3, 15.5.1.2.1.2., 15.5.2.1.2., 15.5.2.1.3., 15.5.1.2.4. e 15.5.4;

c) A ausência da exigência de “Registro e Quitação da empresa e Profissional no Conselho Regional de Administração – CRA/ES”;

Requer a modificação da redação da exigência prevista no Item 15.5.2.1.1. do Edital e o adiamento da Sessão da Licitação para próxima data disponível após o prazo condizente a ser concedido para as adequações que o órgão julgar necessário realizar.

A Empresa se insurge sobre a exigência prevista no item 15.3.1. que seja a

comprovação de Capital Social Integralizado não Inferior a 10% do valor estimado para a contratação. Aponta que a inteligência da demonstração do patrimônio líquido somada a previsão do item 15.3.1. importaria em ilegalidade prevista na Lei nº 8.666/93.

Coma devida vênia, ilegal seria se a Administração cumulasse as exigências

de Capital Social Mínimo e Patrimônio Líquido Mínimo como propõe o Licitante. Acerca da qualificação técnica a Lei nº 8.666/93 previu:

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a: I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;

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II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput e § 1º do artigo 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação. § 1º. A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. § 2º. A administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do artigo 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. § 3º. O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais. § 4º. Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação. § 5º. A comprovação da boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para a correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.

No caso em tela, no Edital constou as seguintes exigências quanto á

qualificação econômico-financeira:

15.4. Documentos relativos à qualificação econômico-financeira: 15.4.1. Comprovação de Capital Social integralizado não inferior a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação;

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15.4.2. Certidão negativa de falência, insolvência, concordata, recuperação judicial ou extrajudicial, expedida pelo distribuidor judicial da sede da licitante pessoa jurídica ou empresário individual. Caso opte pela entrega de Certidão emitida na Comarca, deverá o licitante apresentar Declaração que comprove o emitente ser o Distribuidor judicial. 15.4.3. Balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 03 (três) meses da data de apresentação da proposta; 15.4.3.1. No caso de empresa constituída no exercício social vigente, admite-se a apresentação de balanço patrimonial e demonstrações contábeis referentes ao período de existência da sociedade. 15.4.3.2. A comprovação exigida no item anterior deverá ser feita da seguinte forma: a. No caso de sociedades anônimas, cópia autenticada do balanço patrimonial e demonstrações contábeis, publicados no Diário Oficial do Estado/ Distrito Federal ou, se houver, do Município da sede da empresa; b. No caso de empresas de responsabilidade limitada, cópia autenticada das páginas do Livro Diário, contendo Termo de Abertura, Balanço Patrimonial, Demonstrações Contábeis e Termo de Encerramento, com o respectivo registro na Junta Comercial e, no caso de sociedades simples (cooperativas), no cartório competente. 15.4.4. A boa situação financeira do licitante será avaliada pelos Índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente (LC), maiores que 1 (um) e Endividamento Geral (IEG) menor ou igual 0,6 resultantes da aplicação das fórmulas abaixo, com os valores extraídos de seu balanço patrimonial:

LG =

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

SG =

Ativo Total Passivo Circulante + Passivo

Não Circulante

LC =Ativo Circulante

Passivo Circulante

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IEG =

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Ativo Total

15.4.5. Comprovação, por meio de declaração, da relação de compromissos assumidos, conforme modelo constante do Anexo VIII, de que 1/12 (um doze avos) do valor total dos contratos firmados com a Administração Pública e/ou com a iniciativa privada, vigentes na data da sessão pública de abertura deste Pregão, não é superior ao Patrimônio Líquido do licitante, podendo este ser atualizado na forma já disciplinada neste Edital; 15.4.5.1. a declaração de que trata a subcondição acima deverá estar acompanhada da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) relativa ao último exercício social, quando houver divergência percentual superior a 10% (dez por cento), para mais ou para menos, entre a declaração aqui tratada e a receita bruta discriminada na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), deverão ser apresentadas, concomitantemente, as devidas justificativas. 15.4.6. É vedada a substituição do Balanço Patrimonial por balancetes ou balanços provisórios. 15.4.7. Caso o exercício financeiro anterior ao da licitação esteja encerrado há mais de 3 (três) meses da data da sessão pública de abertura deste processo licitatório, o Balanço Patrimonial poderá ser atualizado por índices oficiais. 15.4.8. O licitante deverá apresentar seus índices contábeis, extraídos do último balanço patrimonial ou do balanço patrimonial referente ao período de existência da sociedade, atestando a boa situação financeira. 15.4.9. O balanço patrimonial, as demonstrações contábeis e os memoriais com os cálculos dos índices contábeis solicitados deverão estar assinados por contador ou outro profissional equivalente, devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

Conforme se depreende do exposto acima, a lei nº 8.666/93 faculta à

administração pública a utilização de três alternativas excludentes para a comprovação da qualificação econômico-financeira: 1ª) garantia de proposta; ou 2ª) capital social mínimo; ou, ainda 3ª) patrimônio líquido mínimo.

A impugnante suscitou a possibilidade de efetuar-se à exigência concomitante

capital mínimo e patrimônio líquido, destaca-se que o item 15.4.1. do edital refere-se ao capital “integralizado”, hipótese essa não prevista explicitamente na Lei de Licitações.

Ressalta-se que o Capital Social “Integralizado”, exigido no edital, refere-se

ao Capital Social que já está materializado, ou seja, é o montante de recursos que os sócios já entregaram efetivamente para a empresa e, de outro lado, o Capital

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Social Mínimo Subscrito (legalmente permitido) é o montante de recursos que os sócios se comprometem, por contrato, a entregar para a sociedade para realização do objeto social.

Acerca da possibilidade da exigência, o Tribunal de Contas da União já se

manifestou em algumas oportunidades dispondo:

É cabível a exigência de capital social mínimo integralizado como requisito de qualificação econômico-financeira. Acórdão 2255/2008-Plenário | Relator: AROLDO CEDRAZ A complexidade e a materialidade do objeto permitem a excepcional exigência de integralização de capital social mínimo das licitantes. Acórdão 1423/2009-Plenário | Relator: WALTON ALENCAR RODRIGUES

A qualificação econômico-financeira corresponde à disponibilidade de

recursos para a satisfatória execução do objeto da contratação. O knowhow (o conhecimento e a capacidade técnico-operacional de sócio), utilizado na integralização de capital social, apontam para a efetiva concretude na disponibilidade de recursos a ser demonstrada para confirmar a viabilidade da execução contratual.

No Acórdão 1423/2009-Plenário, cujo enunciado foi acima citado, de Voto

magistral do Relator Min. WALTON ALENCAR RODRIGUES, lê-se na Jurisprudência Selecionada:

Relatório: 7.2 Análise: de fato, cabe razão aos responsáveis quanto à legalidade da exigência de comprovação de capital integralizado. 7.2.1 A respeito da qualificação econômico-financeira das empresas, assim dispõe a Lei 8.666/93 sobre a exigência de capital mínimo: `Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á:(...)§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. (g.n.) § 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior, não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação

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da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais'. 7.2.2 A lei 8.666/93 fala em capital mínimo ou patrimônio líquido mínimo. É sabido que para apuração do patrimônio líquido das empresas considera-se, entre outras contas, a conta capital deduzida da parcela ainda não integralizada pelos sócios, de modo que os valores ainda não integralizados não contribuem para formação do patrimônio líquido. Por isso mesmo, pode-se perfeitamente inferir que a lei, ao falar em capital mínimo, está considerando apenas o capital já integralizado pelos sócios, pois interpretar de outra forma seria admitir que o § 2º do art. 31 estaria estabelecendo dois critérios distintos para a mesma qualificação: um considerando apenas o capital integralizado (patrimônio líquido mínimo) e outra considerando o capital subscrito independentemente de integralização pelos sócios (capital mínimo). [...] 7.2.3 Dessa forma, não sendo plausível admitir tal incoerência na Lei, deve ser considerada elidida essa irregularidade apontada na Representação. Considera-se ainda, que, tal como bem destacaram os responsáveis, o capital subscrito ainda não integralizado não pode servir como demonstração da idoneidade econômico-financeira das empresas, uma vez que a parcela não integralizada do capital social jamais integrou efetivamente os bens da sociedade, existindo apenas como uma mera expectativa patrimonial prevista no contrato social, inclusive, podendo nunca vir a ser integralizado. Voto: 9. Quanto às demais questões ventiladas nos autos, adoto como razões de decidir a fundamentação na qual se estribou a Secex/MS.

No caso do Acórdão citado pelo licitante, o objeto não detinha qualquer

complexidade de execução como o deste Pregão Presencial em epígrafe. Sustenta o Impugnante que o item 15.4.1. do Edital, ao exigir dos licitantes a

integralização do capital social no montante que ali inscreve (10% do valor estimado da contratação), afronta a orientação jurisprudencial do TCU e torna mais restrito o universo de possíveis licitantes. A empresa evoca o item Acórdão nº 113/2009-Plenário, para corroborar suas alegações.

Todavia, calha ressaltar que o processo cuida de licitação com vistas à

contratação de pessoa jurídica (sociedade empresarial) especializada em prestação de serviços de apoio operacional e apoio administrativo, sem emprego de material, para atendimento da demanda do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Observa-se, preliminarmente, que o caso evocado não ostenta paralelo quer

com a complexidade do objeto deste Pregão Presencial nº 22/2017. Reputa, assim,

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incabível a comparação pretendida pelo denunciante.Ademais, compulsando o relatório e voto que conduzem o venerado Acórdão 1423/2009-Plenário, em caso muito semelhante ao presente, constatamos as seguintes ponderações:

`Procura-se tão só demonstrar que o procedimento adotado pela FUB [qual seja, a exigência de integralização de capital] não é teratológico ou absurdo, apenas foi uma forma de procurar excluir do certame empresas que não tivessem condições de cumprir o contrato e não uma tentativa deliberada de restringir a competição para favorecer alguma empresa. (...) Outro ponto a ser considerado é o ditame insculpido no art. 31, § 2º, da Lei nº 8.666/1993:`§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.' (grifamos)Esta Corte de Contas, por meio do item 9.1.3.3 da Decisão nº 586/2001 - TCU - Plenário, reiterou a interpretação pela alternatividade - vedada a cumulatividade - dos mecanismos de aferição da capacidade econômica-financeira:`9.1.3.3. abstenha-se de exigir capital social mínimo, cumulativamente com a prestação da garantia prevista no art. 31, inciso III, da Lei nº 8.666/93, uma vez que o § 2º do mencionado artigo permite tão-somente à administração exigir, alternativamente, capital mínimo ou patrimônio líquido mínimo ou as garantias previstas no § 1º do art. 56 do referido diploma legal;'Outro precedente nesse mesmo sentido encontra-se no item 9.2.2 do Acórdão nº 1.664/2003 - TCU - 1ª Câmara, exarado no bojo do TC nº 009.169/2001-9 (representação formulada contra o Ibama). O Acórdão nº 1.379/2006 - TCU - Plenário, prolatado no âmbito do TC nº 008.538/2006-0 (arrendamento de área portuária no Porto de Aratu), por sua vez, ilustra caso concreto em que a exigência de capital social integralizado não configurou intenção de direcionamento. Nesse sentido, entendemos que se afigura razoável a exigência, pela concedente, de integralização do capital social mínimo das licitantes - enlieu da exigência de apresentação de caução -, como forma de assegurar que a(s) empresa(s) vencedora(s) tenham capacidade econômico-financeira de constituir regularmente a SPE prevista nos itens 25 a 28 do instrumento convocatório.' Voto: Em relação à representação autuada no TC 011.015/2009-5 e às denúncias autuadas nos TCs [...], todas apensadas ao presente processo, que pretendiam a suspensão do procedimento licitatório, em

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razão de diversas possíveis irregularidades, conheço das espécies, por atenderem aos requisitos de admissibilidade e nego, no mérito, o provimento, adotando como razões de decidir a minuciosa análise realizada pela Unidade Técnica, transcrita no relatório. Acórdão: 9.1. Aprovar o segundo e o terceiro estágios do arrendamento do Terminal para Veículos - TEV, do Porto de Santos, nos termos da IN TCU nº 27/98;

A ‘’comprovação de capital social integralizado de mínimo de 10% (dez por

cento)’’ visa, nos termos da lei, aferir se a licitante terá capacidade de efetuar os pagamentos, em virtude dos custos incorridos no contrato, especialmente de mão de obra, obrigações previdenciárias, demais encargos trabalhistas, insumos e materiais. Isso se dá pelo fato de a Administração somente efetuar o pagamento da fatura em até 30 (trinta) dias da prestação dos serviços.

Para comprovação do capital social integralizado, pode-se apresentar

o balanço patrimonial do último exercício e/ou contrato social (com a última alteração consolidada).

No que se refere à impugnação quanto às Exigências de Capacidade Técnica

previstas nos itens 15.5.1.2.1, 15.5.1.2.1., alíneas “c”, 15.5.1.2.2. alíneas a, b, 1., 1.1., 1.2., 2 e 3, 15.5.1.2.1.2., 15.5.2.1.2., 15.5.2.1.3., 15.5.1.2.4. e 15.5.4 do Edital, entende esta Pregoeira que não há nada a ser alterado.

Os apontamentos foram sobejamente tratados na Manifestação á

Impugnação apresentada pela empresa Dhonysom - Dhyonyes C Almeida ME – CNPJ 17.552.673/0001-57.

Entretanto, passa-se a manifestar-se acerca da insurgência da licitante

Impugnante. No que se refere à suposta ofensa ao disposto no art. 30, § 5º, da Lei nº

8.666/93 em razão da previsão do tempo de experiência convém referir que nenhuma violação há.

o objeto licitado foi reconhecido no âmbito da Administração Pública como um

serviço de natureza continuada. Consta do Termo de Referência (Anexo I, especificação no Item 4.1. Da Necessidade da Contratação e da Natureza Continuada dos Serviços) ao Edital as justificativas para a categorização do objeto no rol dos serviços comuns e de necessidade contínua.

Na esteira deste entendimento, em atenção ao princípio da simetria, correlato

nas licitações públicas, desde a adoção no âmbito do Governo Federal da

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Instrução Normativa nº 6, de 23 de dezembro de 2013 da Secretária de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que alterou a Instrução Normativa nº 02, de 30 de abril de 2008, que dispôs sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços, continuados ou não, tornou-se possível a exigência para comprovação da capacidade técnica de comprovação de que tenha executado serviços de terceirização compatíveis em quantidade com o objeto licitado por período não inferior a 3 (três) anos.

No caso é premente a necessidade de previsão desta exigência, em razão da

relevância do interesse público envolvido e a complexidade do objeto que agrega eventos que movimentam a economia local, promovem o desenvolvimento regional, geram emprego e renda.

Esta exigência, baseada no art. 30, inciso II e IV da Lei nº 8.666/93, conforme

pode-se ver no Acórdão nº 1214/2013 – TCU – Plenário, é medida que protege a Administração de empresas que

GRUPO II – CLASSE VII – Plenário TC 006.156/2011-8 Natureza: Representação. Órgão: Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento (SLTI/MP). Interessada: Secretaria-Geral Adjunta de Controle Externo (Adgecex). Advogado constituído nos autos: não há. Sumário: REPRESENTAÇÃO FORMULADA PELA EXTINTA ADPLAN A PARTIR DE TRABALHO REALIZADO POR GRUPO DE ESTUDOS INTEGRADO POR SERVIDORES DE DIVERSOS ÓRGÃOS. FORMULAÇÃO DE PROPOSTAS NO INTUITO DE IMPLEMENTAR MELHORIAS NOS PROCEDIMENTOS DE LICITAÇÃO E DE EXECUÇÃO DE CONTRATOS PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE NATUREZA CONTÍNUA. ANÁLISE DOS DIVERSOS ASPECTOS ABORDADOS PELO GRUPO. FORMULAÇÃO DE RECOMENDAÇÕES À SLTI/MP E À AGU. RELATÓRIO Trata-se de representação formulada pela então Secretaria Adjunta de Planejamento e Procedimentos – Adplan deste Tribunal, com o objetivo de apresentar proposições de melhorias nos procedimentos relativos à contratação e à execução de contratos de terceirização de serviços continuados na Administração Pública Federal. 2. Constatou-se que, nos últimos anos, passaram a ocorrer com maior frequência problemas na execução desse tipo de contrato, com

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interrupções na prestação dos serviços, ausência de pagamento aos funcionários de salários e outras verbas trabalhistas, trazendo prejuízos à administração e aos trabalhadores. Em razão disso, o então Presidente deste Tribunal, Ministro Ubiratan Aguiar, determinou à Administração do TCU que fossem realizados trabalhos conjuntos com outros órgãos da Administração Pública com o objetivo de formular propostas para ao menos mitigar tais problemas. 3. Inicialmente, para cumprir essa determinação, realizou-se uma primeira reunião com representantes do TCU, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP e da Advocacia-Geral da União – AGU, que corroboraram as percepções do Tribunal, reforçando a pertinência da realização do trabalho conjunto determinado pelo ex-Presidente desta Corte. (...) 240. Quanto à Representação a respeito do Pregão 48/2010, em que a licitante questionou o grau de exigências de qualificação técnico-profissional, técnico-operacional e a experiência de 3 (três) anos na prestação de serviços similares aos do objeto do edital, o TCU já se pronunciou por meio do Acórdão nº 2939/2010 – TCU – Plenário e, em síntese, assim constou do Voto:

“Em primeiro lugar, o requisito de quantitativos mínimos como critério de comprovação de qualificação técnico-profissional e técnico-operacional coaduna-se com o inciso II do art. 30 da Lei 8.666/1993, que admite exigência de “comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos”.

6. Ademais, no caso concreto, os valores fixados são inferiores a 50% dos quantitativos a serem executados, percentual máximo que a jurisprudência desta Corte tem considerado razoável e admitido (acórdãos 1.202/2010, 2.462/2007 e 492/2006, todos do Plenário). 7. Em segundo lugar, por se tratar de serviço de natureza contínua, que podem se estender por longo período, a exigência temporal de experiência mínima no mercado do objeto também é, em princípio, compatível com o dispositivo legal há pouco mencionado, já que o tempo de atuação é critério relevante para avaliar a solidez do futuro fornecedor e, com isso, assegurar boa execução do objeto. 8. Acrescente-se que, na situação em foco, o estipulado prazo de três anos de atuação no mercado, conforme reconheceu a Secex/3, é compatível, dada a natureza contínua dos serviços em questão, com o

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prazo máximo de 60 meses autorizado pelo inciso II do art. 57 da Lei 8.666/1993. 9. Finalmente, destaco que o simples fato de haverem sido habilitadas no certame quinze empresas já é suficiente para demonstrar que as regras inseridas no instrumento convocatório, ao contrário do alegado pela representante, não ferem nem a competitividade da licitação, nem a isonomia entre os interessados.” 241. Observa-se do excerto acima, que Tribunal entendeu ser compatível com o inciso II do art. 30 da Lei nº 8.666/1993 a exigência de requisito temporal de atuação do licitante na área do serviço de natureza contínua licitado, desde que por período inferior ao prazo de 60 (sessenta) meses previsto no inciso II do art. 57 daquela Lei. Entendimento esse que reforça uma das principais propostas do Grupo e que diz respeito à exigência de experiência de 3 (três) anos na execução de serviços similares aos do objeto do edital. (...) IV- CONCLUSÃO E PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO. 16. Desse modo, em face do disposto no art. 237, VI do Regimento Interno do TCU, propomos que se conheça da presente Representação para, no mérito, julgá-la parcialmente procedente, acatando-se as propostas formuladas no relatório do grupo de trabalho (DE-1), nos termos da instrução consubstanciada no DE-2, destes autos, exceto, no que tange aos tópicos a seguir, por falta de expressa previsão legal: a) Balanço patrimonial e demonstrações contábeis do exercício social anterior ao da realização do processo licitatório, comprovando índices de Liquidez Geral (LG), Liquidez Corrente (LC) e Solvência Geral (SG) superiores a 1 (um), bem como Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro (Ativo Circulante – Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento) do valor estimado para a contratação; b) Certidão negativa de feitos sobre falência, recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, expedida pelo distribuidor da sede do licitante; c) exigência, como qualificação técnico-operacional para a contratação, sempre que viável a concorrência, de até 40 (quarenta) postos de trabalho, atestado comprovando que a contratada tenha executado contrato com um mínimo de 20 postos e, além desse quantitativo, seja exigido um mínimo de 50%; e, d) fixação em edital como qualificação técnico-operacional da obrigatoriedade da apresentação de atestado comprovando que a contratada tenha executado serviços de terceirização compatíveis em quantidade com o objeto licitado por período não inferior a 3 (três) anos.” (...)

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9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos que cuidam de representação formulada pela então Secretaria Adjunta de Planejamento e Procedimentos – Adplan, com o objetivo de apresentar propostas de melhorias nos procedimentos de contratação e execução de contratos de terceirização de serviços continuados na Administração Pública Federal. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões expostas pelo Relator, em: 9.1 recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento que incorpore os seguintes aspectos à IN/MP 2/2008: 9.1.1 que os pagamentos às contratadas sejam condicionados, exclusivamente, à apresentação da documentação prevista na Lei 8.666/93; 9.1.2 prever nos contratos, de forma expressa, que a administração está autorizada a realizar os pagamentos de salários diretamente aos empregados, bem como das contribuições previdenciárias e do FGTS, quando estes não forem honrados pelas empresas; 9.1.3 que os valores retidos cautelarmente sejam depositados junto à Justiça do Trabalho, com o objetivo de serem utilizados exclusivamente no pagamento de salários e das demais verbas trabalhistas, bem como das contribuições sociais e FGTS, quando não for possível a realização desses pagamentos pela própria administração, dentre outras razões, por falta da documentação pertinente, tais como folha de pagamento, rescisões dos contratos e guias de recolhimento; 9.1.4 fazer constar dos contratos cláusula de garantia que assegure o pagamento de: 9.1.4.1 prejuízos advindos do não cumprimento do contrato; 9.1.4.2 multas punitivas aplicadas pela fiscalização à contratada; 9.1.4.3 prejuízos diretos causados à contratante decorrentes de culpa ou dolo durante a execução do contrato; 9.1.4.4 obrigações previdenciárias e trabalhistas não honradas pela contratada. 9.1.5 quanto à fiscalização dos contratos a ser realizada pela administração com o objetivo de verificar o recolhimento das contribuições previdenciárias, observar os aspectos abaixo: 9.1.5.1 fixar em contrato que a contratada está obrigada a viabilizar o acesso de seus empregados, via internet, por meio de senha própria, aos sistemas da Previdência Social e da Receita do Brasil, com o objetivo de verificar se as suas contribuições previdenciárias foram recolhidas;

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9.1.5.2 fixar em contrato que a contratada está obrigada a oferecer todos os meios necessários aos seus empregados para a obtenção de extratos de recolhimentos sempre que solicitado pela fiscalização; 9.1.5.3 fixar em contrato como falta grave, caracterizada como falha em sua execução, o não recolhimento das contribuições sociais da Previdência Social, que poderá dar ensejo à rescisão da avença, sem prejuízo da aplicação de sanção pecuniária e do impedimento para licitar e contratar com a União, nos termos do art. 7º da Lei 10.520/2002. 9.1.5.4 reter 11% sobre o valor da fatura de serviços da contratada, nos termos do art. 31, da Lei 8.212/93; 9.1.5.5 exigir certidão negativa de débitos para com a previdência – CND, caso esse documento não esteja regularizado junto ao Sicaf; 9.1.5.6 prever que os fiscais dos contratos solicitem, por amostragem, aos empregados terceirizados que verifiquem se essas contribuições estão ou não sendo recolhidas em seus nomes. O objetivo é que todos os empregados tenham tido seus extratos avaliados ao final de um ano – sem que isso signifique que a análise não possa ser realizada mais de uma vez para um mesmo empregado, garantindo assim o “efeito surpresa” e o benefício da expectativa do controle; 9.1.5.7 comunicar ao Ministério da Previdência Social e à Receita do Brasil qualquer irregularidade no recolhimento das contribuições previdenciárias. 9.1.6 quanto à fiscalização dos contratos a ser realizada pela Administração com o objetivo de verificar o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, observe os aspectos abaixo: 9.1.6.1 fixar em contrato que a contratada é obrigada a viabilizar a emissão do cartão cidadão pela Caixa Econômica Federal para todos os empregados; 9.1.6.2 fixar em contrato que a contratada está obrigada a oferecer todos os meios necessários aos seus empregados para a obtenção de extratos de recolhimentos sempre que solicitado pela fiscalização; 9.1.6.3 fixar em contrato como falta grave, caracterizado como falha em sua execução, o não recolhimento do FGTS dos empregados, que poderá dar ensejo à rescisão unilateral da avença, sem prejuízo da aplicação de sanção pecuniária e do impedimento para licitar e contratar com a União, nos termos do art. 7º da Lei 10.520/2002. 9.1.6.4 fixar em contrato que a contratada deve, sempre que solicitado, apresentar extrato de FGTS dos empregados; 9.1.6.5 solicitar, mensalmente, Certidão de Regularidade do FGTS; 9.1.6.6 prever que os fiscais dos contratos solicitem, por amostragem, aos empregados terceirizados extratos da conta do FGTS e os entregue à Administração com o objetivo de verificar se os depósitos foram realizados pela contratada. O objetivo é que todos os empregados tenham tido seus extratos avaliados ao final de um ano – sem que isso

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signifique que a análise não possa ser realizada mais de uma vez em um mesmo empregado, garantindo assim o “efeito surpresa” e o benefício da expectativa do controle; 9.1.6.7 comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade no recolhimento do FGTS dos trabalhadores terceirizados. 9.1.7 somente sejam exigidos documentos comprobatórios da realização do pagamento de salários, vale-transporte e auxílio alimentação, por amostragem e a critério da administração; 9.1.8 seja fixado em contrato como falta grave, caracterizada como falha em sua execução, o não pagamento do salário, do vale-transporte e do auxílio alimentação no dia fixado, que poderá dar ensejo à rescisão do contrato, sem prejuízo da aplicação de sanção pecuniária e da declaração de impedimento para licitar e contratar com a União, nos termos do art. 7º da Lei 10.520/2002; 9.1.9 a fiscalização dos contratos, no que se refere ao cumprimento das obrigações trabalhistas, deve ser realizada com base em critérios estatísticos, levando-se em consideração falhas que impactem o contrato como um todo e não apenas erros e falhas eventuais no pagamento de alguma vantagem a um determinado empregado; 9.1.10 sejam fixadas em edital as exigências abaixo relacionadas como condição de habilitação econômico-financeira para a contratação de serviços continuados: 9.1.10.1 índices de Liquidez Geral (LG), Liquidez Corrente (LC) e Solvência Geral (SG) superiores a 1 (um), bem como Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro (Ativo Circulante – Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento) do valor estimado para a contratação, índices calculados com base nas demonstrações contábeis do exercício social anterior ao da licitação; 9.1.10.2 patrimônio líquido igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação; 9.1.10.3 patrimônio líquido igual ou superior a 1/12 (um doze avos) do valor total dos contratos firmados pela licitante com a Administração Pública e com empresas privadas, vigentes na data de abertura da licitação. Tal informação deverá ser comprovada por meio de declaração, acompanhada da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) relativa ao último exercício social, e se houver divergência superior a 10% (para cima ou para baixo) em relação à receita bruta discriminada na DRE, a licitante deverá apresentar as devidas justificativas para tal diferença; 9.1.10.4 apresentação de certidão negativa de feitos sobre falência, recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, expedida pelo distribuidor da sede do licitante.

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9.1.11 seja fixada em contrato a obrigatoriedade de a contratada instalar, em prazo máximo de 60 (sessenta) dias, escritório em local (cidade/município) previamente definido pela administração; 9.1.12 seja fixada em edital, como qualificação técnico-operacional, para a contratação de até 40 postos de trabalho, atestado comprovando que a contratada tenha executado contrato com um mínimo de 20 postos e, para contratos de mais de 40 (quarenta) postos, seja exigido um mínimo de 50%; 9.1.13 seja fixada em edital, como qualificação técnico-operacional, a obrigatoriedade da apresentação de atestado comprovando que a contratada tenha executado serviços de terceirização compatíveis em quantidade com o objeto licitado por período não inferior a 3 anos; 9.1.14 seja fixado em edital que a contratada deve disponibilizar todas as informações necessárias à comprovação da legitimidade dos atestados solicitados, apresentando, dentre outros documentos, cópia do contrato que deu suporte à contratação, endereço atual da contratante e local em que foram prestados os serviços; 9.1.15 seja fixado em edital que somente serão aceitos atestados expedidos após a conclusão do contrato ou decorrido no mínimo um ano do início de sua execução, exceto se houver sido firmado para ser executado em prazo inferior; 9.1.16 deve ser evitado o parcelamento de serviços não especializados, a exemplo de limpeza, copeiragem, garçom, sendo objeto de parcelamento os serviços em que reste comprovado que as empresas atuam no mercado de forma segmentada por especialização, a exemplo de manutenção predial, ar condicionado, telefonia, serviços de engenharia em geral, áudio e vídeo, informática; 9.1.17 a vantajosidade econômica para a prorrogação dos contratos de serviço continuada estará assegurada, dispensando a realização de pesquisa de mercado, quando: 9.1.17.1 houver previsão contratual de que os reajustes dos itens envolvendo a folha de salários serão efetuados com base em convenção, acordo coletivo de trabalho ou em decorrência da lei; 9.1.17.2 houver previsão contratual de que os reajustes dos itens envolvendo insumos (exceto quanto a obrigações decorrentes de acordo ou convenção coletiva de trabalho e de Lei) e materiais serão efetuados com base em índices oficiais, previamente definidos no contrato, que guardem a maior correlação possível com o segmento econômico em que estejam inseridos tais insumos ou materiais; 9.1.17.3 no caso de serviços continuados de limpeza, conservação, higienização e de vigilância, os valores de contratação ao longo do tempo e a cada prorrogação forem inferiores aos limites estabelecidos em ato normativo da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação

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do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – SLTI/MP. Se os valores forem superiores aos fixados pela SLTI/MP, caberá negociação objetivando a redução dos preços de modo a viabilizar economicamente as prorrogações de contrato; 9.1.18 seja fixada em edital exigência de que o domicílio bancário dos empregados terceirizados deverá ser na cidade ou na região metropolitana na qual serão prestados os serviços; 9.2 recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento que realize estudos a respeito dos seguintes assuntos: 9.2.1 viabilidade jurídica da edição de normativo que possibilite a consideração de falhas e irregularidades pregressas do fornecedor por ocasião da aplicação de nova sanção; 9.2.2 determinação de percentuais mínimos de lucro, LDI, despesas administrativas e outros, para que as propostas sejam consideradas exequíveis no âmbito de processos licitatórios para a contratação de serviços de natureza contínua; 9.3. esclarecer à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento que os parâmetros numéricos apontados nos subitens 9.1.11, 9.1.13 e 9.1.14 são indicativos, cabendo àquela unidade definir os valores que constarão da norma; 9.4 recomendar à Advocacia-Geral da União que elabore normativos disciplinando os seguintes aspectos: 9.4.1 procedimentos a serem adotados pelos órgãos/entidades com o objetivo de viabilizar junto ao Judiciário acordo para o pagamento de verbas trabalhistas não honradas pelas contratadas; 9.4.2 procedimentos específicos a serem adotados pelos órgãos/entidades com o objetivo de executar as garantias contratuais quando a contratada não cumprir com as obrigações trabalhistas e previdenciárias; 9.5. determinar à Segedam que avalie a conveniência e a oportunidade de propor à Presidência deste Tribunal a normatização de outros aspectos discutidos neste processo, além daqueles abordados pela Portaria-TCU 297/2012, de tal forma que os procedimentos aqui tratados façam parte da rotina administrativa desta Casa, no que tange às contratações de serviços de natureza contínua. 9.6. encaminhar cópia do presente acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, aos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e da Previdência Social, à Controladoria-Geral da União, à Procuradoria-Geral da República e ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo; 9.7. encaminhar cópia do presente acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ao Supremo Tribunal Federal, ao Superior Tribunal

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de Justiça, ao Tribunal Superior do Trabalho, ao Superior Tribunal Militar e ao Conselho Nacional de Justiça; 9.8 encaminhar cópia do presente acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à Advocacia-Geral da União, determinando que o conteúdo deste julgado seja levado ao conhecimento de suas unidades consultivas.

Perceba-se que o próprio Tribunal de Contas da União previu em seu Edital

do Pregão Eletrônico nº 20/20161, a exigência da experiência de 03 (três) anos na prestação de serviços compatíveis com o objeto licitado.

A Impugnante ataca o item 15.5.1.2.1., alínea c do Edital que diz:

15.5.1.2.1. O atestado (s) a que se refere o subitem anterior deverá atender aos seguintes critérios mínimos: a. Conter a identificação do signatário, inclusive o cargo a que ocupa; b. Deve ser apresentado em papel timbrado da Pessoa jurídica atestante; c. Deve indicar o nome do evento, o serviço prestado pela empresa com as devidas especificações e detalhamentos para fins de aferição da compatibilidade do objeto ora licitado, bem como o período em que ocorreu a contratação e a prestação dos serviços, além de constar todos os dados necessários (Endereço, e-mail e Telefone) do atestante para eventual consulta e diligência deste órgão licitante.

É óbvio, que caso o licitante demonstre a capacidade técnica exigida e não

atenda um dos quesitos o documento deverá ser diligenciado para complementar suas informações tal como o art. 43, § 3º da Lei nº 8.666/932 e os Tribunais determinam, verbis:

Na condução de licitações, falhas sanáveis, meramente formais, identificadas na documentação das proponentes não devem levar necessariamente à inabilitação ou à desclassificação, cabendo à comissão de licitação promover as diligências destinadas a esclarecer dúvidas ou complementar o processamento do certame (art. 43, § 3º, da

                                                            1 Pregão Eletrônico 20/2016 - TC 035.640/2015-4 - Objeto - Contratação de serviços de natureza continuada, por intermédio de empresa especializada, para a realização de eventos e correlatos pelo TCU em todo o território nacional, sob demanda, abrangendo planejamento operacional, organização, execução, acompanhamento, fornecimento de alimentação e bebida, infraestrutura, transportes, apoio logístico, ornamentação e a confecção e fornecimento de material de papelaria, brindes e impressos em geral, em regime de empreitada por preço unitário, conforme especificações do termo de referência em anexo.

2 Art. 43 (...) § 3º. É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.

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Lei 8.666/1993). Acórdão 3340/2015-Plenário | Relator: BRUNO DANTAS Ao constatar incertezas sobre o cumprimento de disposições legais ou editalícias, especialmente dúvidas que envolvam critérios e atestados que objetivam comprovar a habilitação das empresas em disputa, o responsável pela condução do certame deve promover diligências para aclarar os fatos e confirmar o conteúdo dos documentos que servirão de base para a tomada de decisão da Administração (art. 43, § 3º, da Lei 8.666/1993). Acórdão 2730/2015-Plenário | Relator: BRUNO DANTAS As informações demandadas nos atestados a serem apresentados por licitantes, para o fim de comprovação de capacidade técnica, devem ser dotadas de clareza, sendo que, no caso de dúvidas, cabe ao gestor público valer-se da faculdade contida no § 3º art. 43 da Lei 8.666/1993, promovendo diligências, para saneamento dos fatos, se necessário. Acórdão 1924/2011-Plenário | Relator: RAIMUNDO CARREIRO É possível ao órgão licitante, antes de proceder à desclassificação do competidor, realizar diligências quanto ao atestado de capacitação técnica apresentado. Acórdão 1899/2008-Plenário | Relator: UBIRATAN AGUIAR

A previsão deve ser interpretada não gramaticalmente como o fez o

Impugnante, mas à luz das seguintes disposições do edital:

41.2. É facultada à Pregoeira ou à autoridade competente, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou complementar a instrução do processo, inclusive fixando prazo para resposta dos licitantes quando lhes for solicitada qualquer informação ou documento, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar do processo desde a realização da Sessão Pública.

Assim fica mantida a exigência. No que diz respeito à exigência de Capacidade Técnica previstas nos itens

15.5.1.2.2. alíneas a, b, 1., 1.1., 1.2., 2 e 3, 15.5.1.2.1.2., 15.5.2.1.2., 15.5.2.1.3., 15.5.1.2.4. devem ser todas mantidas.

Através do Registro de Preços em questão, advirão contratos com vigência de

12 (doze) meses prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos, na forma do art. 57, inciso II da Lei nº 8.666/93, até o limite de 60 (sessenta) meses.

No Acórdão nº 1214/2013 – TCU – Plenário consta:

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III. g – Prazo de vigência dos contratos de prestação de serviços de forma contínua 196. Conforme determina o art. 57, inciso II, da Lei 8.666/93, a duração dos contratos ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ser prorrogados por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosos para a administração, limitada a sessenta meses. 197. Portanto, como regra, a fixação do prazo de vigência dos contratos para a prestação de serviços de natureza contínua deve levar em consideração a obtenção de melhor preço e de condições mais vantajosas para a administração e não a vigência dos respectivos créditos orçamentários. 198. Seguindo orientação do TCU, tem sido praxe a administração pública firmar a vigência desses contratos por 12 (doze) meses e prorrogá-los sucessivamente, por iguais períodos, até o máximo de 60 (sessenta) meses. 199. Porém, o Grupo de estudos compreende que essa regra deve ser entendida de maneira que reste claro que o prazo de vigência fixado atende à sua finalidade, que é a obtenção do melhor preço e das condições mais vantajosas para a administração. 200. É pertinente concluir que, quanto maior o prazo de vigência desses contratos, maior é a segurança das empresas para ofertar seus preços, tendo em vista a estabilidade que lhes é oferecida no negócio. Com isso, é esperado um aumento da concorrência, com a expectativa de melhores preços e a participação de empresas melhor qualificadas para prestar os serviços. 201. Ademais, o prazo de vigência de 60 (sessenta) meses só traz benefícios à administração, visto que os procedimentos atualmente adotados para a prorrogação serão significativamente reduzidos. 202. É fato que é necessário avaliar periodicamente se o contrato ainda permanece vantajoso e se ainda há interesse da administração em sua manutenção, como tem sido exigência nas prorrogações sucessivas. 203. Não obstante a vigência do contrato ser firmada por 60 (sessenta) meses, não existe impedimento para que seja fixado que sua manutenção será avaliada a cada doze meses, tanto sob o ponto de vista econômico quanto à qualidade dos serviços prestados. Com a adoção desse procedimento, ficam mantidas as mesmas condições atualmente adotadas para prorrogar esses contratos. 204. Desse modo, inexistindo a obrigação de realizar pesquisa de mercado para a prorrogação contratual, a única condição restante seria a verificação da necessidade e da qualidade dos serviços prestados.

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205. Diante do exposto, verificadas as peculiaridades de cada serviço, os contratos de natureza continuada podem ser firmados, desde o início, com prazos superiores a 12 meses. Contudo, a cada doze meses devem ser avaliadas a necessidade e a qualidade dos serviços e se os valores estão compatíveis com os praticados pelo mercado.

O Edital e o Termo de Referência preveem expressamente que será aceito o

somatório de atestados e/ou declarações para comprovar a capacidade técnica (15.5.1.2.3.) e que para comprovação do exigido no subitem “a” do item 15.6.1.2.2 (sic – 15.5.1.2.2.), serão aceitos somatórios de atestados ou contratos, desde que demonstrem a execução contratual com vigência igual ou superior a 06 meses.

No presente caso, em que se licita um serviço de natureza contínua, foi permitido tanto a a soma de atestados, como a apresentação de atestados que com vigência mínima de 06 (seis) meses, alcancem a exigência prevista no Edital, no item atacado. Assim, por óbvio, satisfeita a exigência do item atacado se a licitante Impugnantes demonstrar haver executado serviços em contratos com vigência mínima de 06 (seis) meses e não exclusivamente 01 (um) atestado de 12 (doze) meses.

No Edital, para o Sistema de Registro de Preço, encontra-se definido o que

sejam eventos institucionais e eventos coloquiais. Dentro do Planejamento Geral, exigido para a Licitação pelo órgão gerenciador e os órgãos participantes, forma definidos no Edital uma estimativa do número e tipo de eventos.

No Termo de Referência, no item 12.3 constou:

12.3. A Prefeitura Municipal estima que os serviços relacionados na Planilha acima servirão à satisfação da realização de no mínimo: a) 12 (doze) eventos coloquiais – Gabinete do Prefeito b) 12 (doze) eventos coloquiais – Secretaria Municipal de Saúde, dentre os quais as Feiras de Saúde c) 12 (doze) eventos coloquiais – Secretarias Municipal de Educação, dentre os quais Congressos de Educadores; d) 12 (doze) eventos coloquiais - Secretaria da Cultura, Turismo e Juventude, dentre os quais os Festejos Juninos, com 13 (treze) dias de festa para o Trezenário e Festa de Santo Antônio, 05 (cinco) dias de festas para o São João, 01 (um) dia para o Tradicional São Pedro, na Zona Rural da localidade Sapucaia,e 04 (quatro) dias para a Expo Mandioca. e) 12 (doze) eventos coloquiais - Secretaria de Assistência Social f) 64 (sessenta e quatro) eventos institucionais promovidos pelos órgãos interessados a saber Gabinete do Prefeito, Secretaria de Administração e Planejamento, Secretaria da Educação, Secretaria da Saúde, Secretaria da Cultura, Turismo e Juventude, Secretaria de Assistência Social.

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O quantitativo exigido – 25 (vinte e cinco) eventos institucionais - está aquém

que seria possível exigir, qual seja 50% (cinquenta por cento) do quantitativo previsto no Edital. Precisamente, os eventos exigidos correspondem a 39,06% do quantitativo previsto para execução.

No que se refere a exigência da realização de pelo menos um 01 (um) destes

eventos para público superior a 5.000 (cinco mil) pessoas; 01(um) para público até 3.000 (três mil) pessoas; 01 (um) para público até 1.000 (um mil) pessoas, e pelo menos 01 para público até 200 (duzentas) pessoas, está plenamente conforme ao Edital e a disposições da lei e da vasta jurisprudência.

Apensa a título de exemplo, quanto ao item 4.9. que trata do “Kit Buffet para

espaço institucional e imprensa”, a análise do Impugnante é rasteira e desconforme com o Projeto Básico, onde a exigência consta justificada.

O quantitativo do item KIT BUFFET PARA ESPAÇO INSTITUCIONAL E/OU

ESPAÇO DE IMPRENSA (itens 44.7, 4.8 e 4.9) deve ser analisado de forma total pois que a divisão de 100, 250 ou 500 foi para facilitar a melhor contabilidade de custos sem desperdício. Nessa senda para o item 4.9. o número estimado de pessoas a serem atendidas é 5000 (cinco mil pessoas), no item 4.8. o quantitativo estimado de pessoas a serem atendidas é de 3.750 (três mil e setecentos e cinquenta pessoas) e no item 4.7. é de 2000 (duas) mil pessoas, o que totaliza o quantitativo de pessoas de 10.750 (dez mil e setecentas e cinquenta pessoas a serem atendidas).

O quantitativo exigido é de menos de 50% (cinquenta por cento), como se lê.

Não é demais explicar que as “parcelas de maior relevância e valor

significativo” bem como os valores mínimos exigidos para comprovação de experiência anterior quanto à capacitação técnico-operacional, desde que essenciais a identificação do objeto licitado, devem estar informados no corpo do Edital, como o foram no presente caso.

Não é demais registrar, que no Termo de Referência do Edital atacado, no

tópico 4. JUSTIFICATIVAS, forma especificadas as parcelas de maior relevância técnica e financeira.

Sobre estas, dita o Termo que o Tribunal de Contas da União estabeleceu

parâmetro acerca de quantitativos para avaliação técnico-operacional, orientando que nas Licitações promovidas:

A exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, para fins de atestar

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a capacidade técnico-operacional, deve guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto e recair, simultaneamente, sobre as parcelas de maior relevância e valor significativo. Como regra, os quantitativos mínimos exigidos não devem ultrapassar 50% do previsto no orçamento base, salvo em condições especiais e devidamente justificadas no processo de licitação. Acórdão 244/2015-Plenário | Relator: BRUNO DANTAS Os editais de licitação não devem estabelecer, como requisito de qualificação técnico-operacional, percentuais mínimos acima de 50% dos quantitativos dos itens de maior relevância da obra ou serviço, salvo em casos excepcionais, cujas justificativas para tal extrapolação deverão estar tecnicamente explicitadas. Acórdão 717/2010-Plenário | Relator: AUGUSTO SHERMAN Não se deve estabelecer, para fins de avaliação de capacidade técnica de licitantes, percentuais mínimos acima de 50% dos quantitativos dos itens de maior relevância da obra ou serviço, salvo em casos excepcionais, cujas justificativas deverão estar tecnicamente explicitadas no processo administrativo anterior ao lançamento do respectivo edital, ou no próprio edital e seus anexos. Acórdão 2088/2004-Plenário | Relator: WALTON ALENCAR RODRIGUES

Esta solução consta de edital usado como matiz e inspiração, qual seja o

Pregão Eletrônico nº 20/20163, correspondente ao Processo nº 035.640/2015-4 (Realização de Eventos) do Tribunal de Contas da União, no qual se lê exigência idêntica.

A limitação operacional da participante não pode ser a régua da

Administração Pública, que precisa atender às funções do Estado e que assegurem à Administração uma vantagem relevante e consistente, avaliada em face da necessidade concreta a ser satisfeita.

No caso, constou no Termo de Referência, no item 1.9., que “os quantitativos

previstos no Anexo I constituem uma estimativa elaborada pela Secretaria Municipal de Administração e Planejamento, a partir das demandas referidas pelos órgãos participantes, podendo haver acréscimo ou diminuição nos limites previstos em Lei, considerando a disponibilidade orçamentária e de recursos”.

Não por vislumbrar vantajosidade e economia na contratação que se optou

por realizar a Licitação, através do Sistema de Registro de Preços, ressalte-se.

                                                            3http://portal.tcu.gov.br/comunidades/licitacoes-e-contratos-do-tcu/licitacoes/licitacoes-concluidas/

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Assim, em razão do exposto, decide esta pregoeira julgar improcedente a Impugnação formulada e indeferir as solicitações de alteração do Edital formuladas, permanecendo todo o regramento disponibilizado na fase externa do certame íntegro.

No que se refere a previsão do item 15.5.2.1.4., 15.5.2.1.5.e 15.5.2.1.6.

devem ser igualmente mantidos. Diz o Edital:

15.5.2.1.4. A comprovação de que os profissionais descritos nos subitens acima fazem parte do quadro permanente da licitante será feita através de cópia autenticada da ―FICHA OU LIVRO DE REGISTRO DE EMPREGADOSǁ, onde se identifique os campos de admissão e rescisão juntamente com o termo de abertura do livro de registro de empregados, quando se tratar de empregado, ou através de cópia autenticada do CONTRATO SOCIAL ATUALIZADO, ou do ÚLTIMO ADITIVO DO CONTRATO, devidamente registrados na Junta Comercial, quando se tratar de sócio da empresa, onde conste esta informação. 15.5.2.1.5. Serão aceitos para fins da comprovação prevista no inciso supra, profissionais com contratos de regime de prestação de serviços de acordo com as normas do órgão competente. 15.5.2.1.6. No caso de Sócio, a comprovação de dará mediante previsão do mesmo no instrumento constitutivo ou alterações pertinentes da Licitante.

O Edital logo permitiu a comprovação do vínculo alternativamente. Propôs

para além das usuais outras, mas sem excluir ou limitar. Pelo edital a comprovação do vínculo pode se dar: a) Cópia autenticada da ―FICHA OU LIVRO DE REGISTRO DE

EMPREGADOSǁ, onde se identifique os campos de admissão e rescisão juntamente com o termo de abertura do livro de registro de empregados, quando se tratar de empregado;

b) ou através de cópia autenticada do CONTRATO SOCIAL ATUALIZADO, ou do ÚLTIMO ADITIVO DO CONTRATO, devidamente registrados na Junta Comercial, quando se tratar de sócio da empresa, onde conste esta informação.

c) profissionais com contratos de regime de prestação de serviços de acordo com as normas do órgão competente.

Fica ainda aceita a possibilidade de apresentação da CTPS, por óbvio. Assim ficam mantidas as exigências.

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No que diz respeito a exigência prevista no item 15.5.4 que a licitante disse

não ter sido justificada, consiste em erro de análise pelo Impugnante, pois consta do Anexo I – Termo de Referência às justificativas para a previsão, que adiante transcreve-se:

A licitante deverá apresentar Laudo Técnico com ART registrada no CREA, referente a estrutura de piso/tablado, que comprove a capacidade de sustentação não inferior a 500 KGF/m², em razão dos motivos técnicos previstos no Termo de Referência. A Instrução Normativa nº 12/2016 do Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Bahia, atendendo ao previsto no Decreto Estadual nº 16.302/2015 – que dispõe sobre a segurança contra Incêndio das edificações, estruturas e áreas de risco no Estado da Bahia, prevê requisitos mínimos necessários para a segurança em eventos cuja infraestrutura seja de caráter temporário (desmontável), afim de que seja resguardado a incolumidade física do público e a proteção da vida. Esta Instrução Técnica (IT) aplica-se a todas edificações enquadradas nas Divisões F-3 (estádios, ginásios, rodeios, arenas e similares) e F-7 (construções provisórias para público, circos, arquibancadas e similares), fechadas ou abertas, cobertas ou ao ar livre. Referida normatização determina que nas edificações de caráter temporário, os elementos estruturais dos recintos devem apresentar resistência mecânica compatível com as ações e solicitações a que são sujeitos, levando-se em consideração, inclusive, a resistência e comportamento do solo que receberá as cargas, as ações das intempéries e ventos; Além disso, como medida específica, a estabilidade estrutural da edificação deve ser comprovada em laudo técnico específico, emitido por profissional capacitado e habilitado; Deverão ser apresentadas as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) referentes às estruturas provisórias (palcos, arquibancadas, tendas, camarotes, estruturas suspensas e outros), instalações elétricas (iluminação, sonorização, grupo motogerador e outros), equipamentos, instalações dos brinquedos de parques de diversão e outros; Desta forma, considerando as disposições legais supracitadas, bem como as orientações da NBR 6021 – que trata sobre cargas para cálculo de estruturas de edifícios, faz-se necessário, para prova de qualificação técnica, a apresentação do laudo técnico de capacidade de carga

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mecânica das estruturas em madeira ‗tablado/pisoǁ com comprovação de capacidade de sobrecarga mínima de sustentação de 500 KGF/M².

Assim fica mantida a exigência. No que diz respeito à ausência da exigência de “Registro e Quitação da

empresa e Profissional no Conselho Regional de Administração – CRA/ES”, entende que é esdrúxula e sem nenhuma base legal a solicitação.

Segundo art. 1º da Lei 6.839/80, a obrigatoriedade de inscrição de empresas em

determinado Conselho Profissional deve ser ditada pela sua “atividade básica ou em relação àquela pela qual prestem serviços”.

Ao enfrentar a questão específica da delimitação do âmbito de atuação do CRA, o

Superior Tribunal de Justiça4 firmou o entendimento que o registro de empresas naquele Conselho somente será obrigatórios “em razão da atividade básica ou em relação àquela pela qual prestem serviços a terceiros, e não em relação à atividades secundárias”.

Dessa forma, a inscrição de pessoa jurídica perante o Conselho Regional de

Administração só terá caráter obrigatório quando ela for constituída com a finalidade de explorar a profissão de administrador, seja praticando atividade fim privativa, seja prestando esses serviços profissionais a terceiros, excluindo-se desse conceito a simples “contratação e administração de pessoal”, pois estas são atividades comuns ao funcionamento de toda e qualquer empresa que tenha empregados.

A atividade preponderante das empresas que prestam os serviços objeto do Pregão

nº. 022/2017 é eventos e não há equivalência com o previsto na Resolução CFA nº 390, de 30/09/2010.

A exigência não será inserida ao Edital.

Os presentes esclarecimentos não afetam a formulação das propostas. Esta decisão será remetida a todos os licitantes que adquiriram o referido

edital por mensagem eletrônica e publicada no portal de acesso a informação.

Santo Antônio de Jesus, 24 de maio de 2017.

ISA CRISTINA BEHRENS PINTO

Decreto nº 214/2017, publicada no Diário Oficial do Município

IGOR COUTINHO SOUZA OAB/BA 17.314

                                                            4REsp 932.978/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/11/2008, DJe 01/12/2008