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Estado do Rio Grande do Norte Prefeitura Municipal de Caicó CNPJ 08.096.570/0001-39 Av. Coronel Martiniano, 993 – Centro – Caicó-RN Projeto de Lei Nº ________/2015 Aprova o Plano Municipal de Assistência Social para o quadriênio 2015 - 2019 O PREFEITO MUNICIPAL DE CAICÓ/RN, no uso de suas atribuições que lhe são conferidas pelo art. 57, incisos I e III, da Lei Orgânica do Município de Caicó, FAÇO SABER que o Poder Legislativo aprovou e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º - O Plano Municipal de Assistência Social, tem como objetivo a gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no município de Caicó, de forma Descentralizado e Participativo, de acordo com a diretriz constitucional de descentralização político-administrativa, integrando a rede pública e privada, estabelecendo a gestão integrada de serviços e benefícios; implementar a gestão do trabalho; afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia dos direitos. Art. 2º - São objetivos gerais do Plano Municipal de Assistência Social: I - Organizar, regular, nortear e fortalecer a política nacional da assistência social na perspectiva do SUAS no município de Caicó, Rio Grande do Norte; II - Servir como um instrumento para garantir a co-responsabilidade do município na operacionalização da política da assistência social. Art. 3º - São objetivos específicos do Plano Municipal de Assistência Social: I - Promover o conhecimento das situações de vulnerabilidade e riscos do município; II - Subsidiar o planejamento para as ações da rede socioassistencial; III - Definir o orçamento e financiamento da política municipal de Assistência Social; IV - Orientar a política de valorização dos trabalhadores do SUAS;

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Estado do Rio Grande do Norte Prefeitura Municipal de Caicó CNPJ 08.096.570/0001-39 Av. Coronel Martiniano, 993 – Centro – Caicó-RN

Projeto de Lei Nº ________/2015

Aprova o Plano Municipal de Assistência

Social para o quadriênio 2015 - 2019

O PREFEITO MUNICIPAL DE CAICÓ/RN, no uso de suas atribuições que lhe

são conferidas pelo art. 57, incisos I e III, da Lei Orgânica do Município de Caicó,

FAÇO SABER que o Poder Legislativo aprovou e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º - O Plano Municipal de Assistência Social, tem como objetivo a gestão

do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no município de Caicó, de forma

Descentralizado e Participativo, de acordo com a diretriz constitucional de

descentralização político-administrativa, integrando a rede pública e privada,

estabelecendo a gestão integrada de serviços e benefícios; implementar a gestão do

trabalho; afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia dos direitos.

Art. 2º - São objetivos gerais do Plano Municipal de Assistência Social:

I - Organizar, regular, nortear e fortalecer a política nacional da assistência social na

perspectiva do SUAS no município de Caicó, Rio Grande do Norte;

II - Servir como um instrumento para garantir a co-responsabilidade do

município na operacionalização da política da assistência social.

Art. 3º - São objetivos específicos do Plano Municipal de Assistência Social:

I - Promover o conhecimento das situações de vulnerabilidade e riscos do município;

II - Subsidiar o planejamento para as ações da rede socioassistencial;

III - Definir o orçamento e financiamento da política municipal de Assistência Social;

IV - Orientar a política de valorização dos trabalhadores do SUAS;

IV - Responder a obrigatoriedade das demandas sociais no sentido de fortalecer a

participação e o controle social.

Art. 4º - Finalidades da Proteção Social Básica:

I - Prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de

potencialidades e aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares e

comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social

decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos

serviços públicos, dentre outros) e/ou fragilização de vínculos afetivos - relacionais e

de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por

deficiências, dentre outras).

Art. 5º - Finalidades da Proteção Social Especial:

Parágrafo Primeiro: - É a modalidade de atendimento assistencial destinada a

famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social por

ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de

substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua,

situação trabalho infantil, entre outras.

Parágrafo Segundo: - Proteção Social Especial de Média Complexidade

Atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos

vínculos familiares não foram rompidos. Requerem maior estruturação técnico-

operacional e atenção especializada e individualizada com um acompanhamento

sistemático e monitorado.

Parágrafo Terceiro: - Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Garantem proteção integral - moradia, alimentação, higienização e trabalho

protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em

situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou,

comunitário.

Art. 6º - Resultados e Impactos Esperados:

I - Ampliação do Acesso da população à Política Municipal de Assistência Social;

II - Garantia da qualidade dos serviços da Política Municipal de Assistência Social;

III - Valorização dos Trabalhadores do SUAS;

IV - Fortalecimento do Controle Social;

V - Atualização das normativas legais municipais sobre a política de Assistência

social, com ênfase nos benefícios eventuais;

VI - Superação dos desafios impostos à operacionalização da política municipal de

assistência social ultrapassando a lógica conservadora.

Art. 7º - Controle Social da Política e do Plano Municipal de Assistência

Social:

Parágrafo Único: - O Conselho Municipal de Assistência Social, doravante

denominado CMAS, é órgão colegiado superior, com poder normativo, consultivo,

deliberativo e fiscalizador da Política de Assistência Social do Município de Caicó,

vinculado à Secretaria Municipal do Trabalho, Habitação e Assistência Social de

composição paritária entre o governo e sociedade civil, de caráter permanente.

Art. 8º - A execução do Plano Municipal de Assistência Social e o

cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avalição

periódica, realizada pela Secretaria Municipal do Trabalho, Habitação e Assistência

Social.

Art. 9º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Caicó-RN _____ de ______________ de 2015

Roberto Medeiros Germano

Prefeito Municipal

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

MUNICÍPIO DE CAICÓ/RN SECRETARIA DO TRABALHO, HABITAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL

CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

PLANO MUNICIPAL DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Quadriênio:

2015-2019

CAICÓ RIO GRANDE DO NORTE.

1. IDENTIFICAÇÃO

MUNICÍPIO: CAICÓ/RN

NÍVEL DE GESTÃO: PLENA PORTE POPULACIONAL: MÉDIO PORTE

PERÍODO DE EXECUÇÃO: 2014 a 2016

1.1 – Prefeitura Municipal

Nome do(a) Prefeito(a): Roberto Germano Medeiros

Documento de Identidade: 366.841 - RN CPF: 200.139.224 - 91

Mandato do(a) Prefeito(a): Início 01/01/2013 Término 31/12/2017

Endereço da Prefeitura: Avenida Coronel Martiniano,

CEP: 59300-000 Telefone: (84) 3421-2680 Fax: (84) 3421-2680

E-mail: [email protected]

Site: caico.rn.gov.br

1.2 - Órgão Gestor da Assistência Social

Nome do Órgão Gestor: Secretaria Municipal do Trabalho, Habitação e Assistência

Social.

1.2 - Órgão Gestor da Assistência Social

Nome do Órgão Gestor: Secretaria Municipal do Trabalho, Habitação e Assistência

Social.

N° da Lei de Criação do Órgão: 3.578 Data de Criação: 21/06/1995

Responsável: Soraya Regina de Medeiros Dias Góis

Ato de Nomeação do(a) Gestor(a): Portaria Data da nomeação:02/01/2013

Endereço: Avenida Coronel Martiniano,

Bairro: Centro CEP: 59300-000

Telefone: (84) 3417-3069 Fax: (84) 3417-3069

E-mail: [email protected]

1.3 – Fundo Municipal de Assistência Social

Nº da Lei de Criação: 3.602 Data da Criação: 24/10/1995

Nº do Decreto que regulamenta o Fundo: 239 Data: 28/04/2010

Nome do gestor do FMAS: Soraya Regina de Medeiros Dias Góis

Lotação: Sec. Mun. do Trabalho, Habitação e Assistência Social - SEMTHAS

Nome do ordenador de despesas do FMAS: Soraya Regina de Medeiros Dias Góis

1.4 - Conselho Municipal de Assistência Social

Nº da Lei de Criação: 3.616 Data da Criação: 20/12/1995

Reformulado pela Lei Municipal nº 4.518, de 23.12.2011

Endereço do CMAS: Casa da Cidadania, Rua Felipe Guerra, 379

Bairro: Centro CEP: 59.300-000

Telefone: (84) Fax: (84)

E-mail: [email protected]

Nome do(a) presidente(a): José Carlos Martins da Silva

Nome do secretario(a) executivo(a): Mônica Michele Batista de Souza

Nº total de membros: 28 (titulares e suplentes)

Go

vern

amen

tal

Nome do(a) Conselheiro(a) Representatividade Titularidade

Soraya Regina de Medeiros Dias Góis Sec. Mun. Do Trabalho, Habitação e Assistência Social – SEMTHAS

Titular

Janaina Christine Azevedo Uchoa Braga Sec. Mun. Do Trabalho, Habitação e Assistência Social – SEMTHAS

Suplente

Valmira Bezerra de Araújo Sec. Mun. de Saúde – SMS Titular

Radilma Alves de Morais Sec. Mun. de Saúde – SMS Suplente

Eva Costa Sec. Mun. de Educação, Cultura e Esportes – SEMECE

Titular

Helisangela Dantas Bezerra Sec. Mun. de Educação, Cultura e Esportes – SEMECE

Suplente

Francineide Geracinda da Costa Fernandes Sec. Mun. de Tributação e Finanças

Titular

Marleide Carvalho de Macedo Sec. Mun. de Tributação e Finanças

Suplente

Maria Marilene Bezerra Lopes Sec. Mun. de Administração

Titular

José Rubens de Araújo Sec. Mun. de Administração

Suplente

Ana Paula da Sena Cunha Instituto Nacional do Seguro Social – INSS

Titular

Maria José dos Santos Instituto Nacional do Seguro Social – INSS

Suplente

Carmem Lúcia da Silva Guedes Fund. Est. da Criança e do Adolescente – FUNDAC-RN

Titular

José Eder de Medeiros Alves Fund. Est. da Criança e do Adolescente – FUNDAC-RN

Suplente

Não

Go

vern

amen

tal

Nome do(a) Conselheiro(a) Representatividade Titularidade

Maria do Rosário Araújo Vitoriano Dantas Pereira

Usuário Titular

Alcides Berlamino da Silva Usuário Suplente Manoel Pedro Neto Cáritas Diocesana de

Caicó Titular

Francisca Fabiana da Silva Cáritas Diocesana de Caicó

Suplente

Ana Aline Morais Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários - SEAPAC

Titular

José Carlos Martins da Silva Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários - SEAPAC

Suplente

Saywky Sam de Medeiros Abrigo Disp. Professor Pedro Gurgel

Titular

Maria Goretti da Silva Abrigo Disp. Professor Pedro Gurgel

Suplente

Alcyone Régia Soares Santos Aldeias Infantis SOS Brasil

Titular

Francisco de Assis Santiago Júnior Aldeias Infantis SOS Brasil

Suplente

Maria Gildete Henrique de Medeiros Assoc. de Pais e Amigos dos Excepcionais de Caicó – APAE

Titular

Ângela Maria Paiva Assoc. de Pais e Amigos dos Excepcionais de Caicó – APAE

Suplente

Priscilla Brandão de Medeiros Representante dos Trab. Da Área de Assistência Social

Titular

Keila Karoline Souza do Nascimento Representante dos Trab. Da Área de Assistência Social

Suplente

1.5 – Equipe técnica responsável pela elaboração do PMAS:

NOME FUNÇÃO/CARGO

Sandra Rosário Pereira Coordenadora

Denise Maria Silva Melo Articuladora

Keyla Karoline Souza do Nascimento Articuladora

Marceane de Azevedo Silva Assistente Social

Aline karla L. de Araújo Assistente Social

Silvana Cabral de Medeiros Assistente Social

Thaise Santana da S. Medeiros Assistente Social

Lídia Libânia da Costa Fernandes Assistente Social

Patrícia Firmino Estagiária

Jacivânia Costa de Medeiros Estagiária

Elionaide de Oveira SOuza Estagiária

PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: INSTRUMENTO REGULADOR E NORTEADOR DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.

A Assistência Social enquanto política pública tem como marco diferencial a

Carta Constitucional de 1988, quando a mesma é reconhecida pelo Estado enquanto

política de Seguridade Social não contributiva de direito do cidadão, que provê os

mínimos sociais, conforme consta na Lei Orgânica da Assistência Social, de 1993.

Referenciada historicamente com um forte aspecto disciplinador no enfrentamento

da questão social, essa política tem passado, a partir do final da década de 1980,

por profundas transformações, principalmente em virtude da resistência da

população em não aceitar que a Assistência Social seja um mero instrumento de

reprodução de interesses clientelistas, propagadora de ações fragmentadas e

benemerentes. No entanto é preciso que o compromisso e envolvimento por parte

dos agentes políticos e da sociedade organizada reflita nos diversos espaços os

rumos da operacionalização que esta política deve seguir, pressupondo a qualidade

dos seus objetivos.

Nesse contexto é necessário afirmar que a organização da sociedade por

meio dos espaços participativos, e dos movimentos sociais, foram e são

fundamentais no desenvolvimento da política da Assistência Social, soma-se a isto a

articulação e o envolvimento dos trabalhadores do Sistema Único da Assistência

Social em operacionalizar a política conforme suas diretrizes e princípios.

Uma das diretrizes da Política Nacional da Assistência Social – PNAS, é a

descentralização político-administrativa cabendo aos Estados e Municípios a

coordenação e execução dos programas na área da assistência social, ressaltando

a centralidade na matricialidade sócio familiar para a concepção e implementação

dos benefícios, serviços, programas e projetos.

Os usuários da política da Assistência Social compreendem os cidadãos e

grupos que se encontram em vulnerabilidade e riscos, tais como: famílias e

indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e

sociabilidade; ciclos de vida, identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e

sexual, entre outros aspectos que caracteriza riscos pessoal e social, conforme a

Política Nacional da Assistência Social, 2004.

A vigilância social, como uma das referências do Sistema Único da

Assistência, no que se refere aos serviços socioassistenciais, tem como um dos

seus objetivos produzir e sistematizar as informações, indicadores e índices

territorializados das situações de vulnerabilidade e riscos.

De acordo com as informações obtidas no diagnóstico, e contemplando uma

das deliberações da IX Conferência Municipal da Assistência Social, o município de

Caicó/RN na responsabilidade de responder as diretrizes da Gestão da Política

Nacional da Assistência Social, deverá implantar o serviço de vigilância para que o

registro das ações e dos serviços, programas e projetos sejam efetivados, e

consequentemente, o monitoramento de avaliação dos resultados alcançados pela

política da assistência social, utilizando-se de indicadores que mensurem no

território as situações de risco e violação de direitos.

OBJETIVOS GERAIS:

• Organizar, regular, nortear e fortalecer a política nacional da assistência social na perspectiva do SUAS no município de Caicó, Rio Grande do Norte; • Servir como um instrumento para garantir a co-responsabilidade do município na operacionalização da política da assistência social.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Promover o conhecimento das situações de vulnerabilidade e riscos do município; • Subsidiar o planejamento para as ações da rede socioassistencial; • Definir o orçamento e financiamento da política municipal de Assistência Social; • Orientar a política de valorização dos trabalhadores do SUAS; • Responder a obrigatoriedade das demandas sociais no sentido de fortalecer a participação e o controle social.

DIRETRIZES E PRIORIDADES (RELATÓRIO 2013) – CONFERÊNCIA

De acordo com o 18º artigo do NOB SUAS 2012 sendo o Plano de

Assistência Social um instrumento de planejamento estratégico que organiza, regula

e norteia a execução da PNAS na perspectiva do SUAS, estão definidas as

responsabilidades dos municípios, entre as quais estão:

VI – Cofinanciar o aprimoramento da gestão e dos serviços, programas e projetos de

assistência social, em âmbito local;

VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu

âmbito;

VIII - aprimorar os equipamentos e serviços socioassistenciais, observando os

indicadores de monitoramento e avaliação pactuados;

IX - organizar a oferta de serviços de forma territorializada, em áreas de maior

vulnerabilidade e risco, de acordo com o diagnóstico socioterritorial;

Nesse sentido com base nas informações contidas neste Plano, cada

demanda confirmada, seja pela operacionalidade da política no município, seja pela

coleta de dados, com as instituições, e com alguns aspectos do perfil

socioeconômico das famílias participantes do diagnóstico socioterritorial, incluindo-

se também as deliberações das Conferências Municipais anteriores a elaboração

deste, servirão como subsídio para uma melhor oferta de serviços, programas,

projetos e benefícios advindos da política de Assistência Social.

A política de Assistência Social, no seu aspecto descentralizado contempla as

responsabilidades de outros dois entes: os Estados e a União, dessa forma,

destacamos algumas atribuições que rementem a um conjunto de ações

correspondentes a viabilizar as ações sistematizadas e a superar as dificuldades no

que se refere a qualidade da oferta:

Dos Estados:

I - Destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de participação no custeio

do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, da LOAS, mediante

critérios estabelecidos pelo Conselho Estadual de Assistência Social – CEAS;

Apesar da obrigatoriedade deste suporte financeiro, o município de Caicó,

não recebe repasse do Estado do Rio Grande do Norte, ou seja, o município

subsidia todas as despesas referentes a esses benefícios eventuais. Registra-se a

não regulamentação dos benefícios, sendo necessária a criação de lei no município

que regulamente tal oferta.

Além disso, o Estado também tem como uma das suas atribuições:

V - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em sua

esfera de abrangência e assessorar os Municípios para seu desenvolvimento;

No tocante a esta atribuição constata-se que a mesma não se efetiva, ou seja,

não ocorre o assessoramento do Estado do Rio Grande do Norte para apoiar o

desenvolvimento das ações no município de Caicó/RN, como por exemplo, o

investimento em capacitações com os trabalhadores do SUAS.

O Conselho Municipal de Assistência Social do Município de Caicó, uma vez

deliberado sobre o planejamento para o alcance das metas, configura-se como um

espaço privilegiado de acompanhamento das ações propostas neste Plano, por meio

do monitoramento e avaliação.

A Norma Operacional Básica do Sistema Único da Assistência Social 2012,

no seu artigo 6º referente aos princípios éticos para a oferta da proteção

socioassistencial no SUAS, tem em um dos seus incisos: “Reconhecimento do

direito dos usuários de ter acesso á benefícios e a renda”.

A realidade do município de Caicó, inserida no contexto social, político e

econômico do Brasil, expressa um direcionamento da política de transferência de

renda, para uma continuidade na sua operacionalização. Nesse sentido nos

reportamos sobre um dos objetivos do Programa Bolsa Família que é questão da

geração de renda, nesse sentido temos no município o Programa Nacional de

Acesso ao Ensino Técnico, com o intuito da profissionalização, sendo direcionado

para os inscritos no Cadastro Único.

Diante das responsabilidades dos entes no que corresponde ao município de

Caicó, a destinação de um percentual mínimo de 10% no cofinanciamento da

política, tem em vista o cumprimento de sua co-responsabilidade, junto ao Estado e

União, para a estruturação dos serviços, estruturas físicas adequadas, formação

continuada e transportes para a prestação de serviços, e para os recursos humanos.

Disseminar informações para a população em geral acerca da política da

Assistência Social, fortalecendo o controle social. Conforme preconiza o capítulo II

da Lei Orgânica da Assistência Social (2012), no inciso V: “divulgação ampla dos

benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais bem como dos recursos

oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão”, consistindo em

um dos princípios da Política de Assistência Social.

Como forma de aprimorar a oferta de serviços, programas projetos e

benefícios sociais faz-se necessária à implementação e implantação da vigilância

sócio assistencial, com o intuito de melhor estruturar a política de Assistência Social,

promovendo a avaliação contínua e o monitoramento das ações desenvolvidas.

Outra deliberação refere-se ao fortalecimento da implantação da NOB RH

SUAS no que diz respeito ao Plano de Cargos, Carreiras e Salários, incluindo a

formação continuada dos trabalhadores do SUAS.

Acrescente-se como pauta de deliberações e utilização das informações do

Cadúnico para um melhor acompanhamento das famílias visando ampliar e melhorar

o atendimento nos serviços, programas, projetos e benefícios.

Para uma melhor operacionalização da política foi deliberado o

desmembramento da atual Secretaria do Trabalho, Habitação e Assistência Social,

em Secretaria Municipal da Assistência Social, para garantir uma melhor gestão da

política.

Diante da responsabilidade do município em efetivar a oferta de benefícios

eventuais, deve-se sancionar a lei municipal dos benefícios eventuais, para que os

mesmos sejam regulamentados, considerando as normativas legais do SUAS. Outra

deliberação foi fortalecer o acompanhamento com as famílias beneficiárias dos

Benefícios de Prestação Continuada – BPC, através dos serviços, programas,

projetos e benefícios.

Com relação aos serviços de alta complexidade, é necessário institui-la,

através da regionalização promovida pelo Estado, visando o acolhimento de

mulheres vítimas de violência e pessoas em situação de rua.

AÇÕES E ESTRATÉGIAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL.

A proteção social básica no município de Caicó, contempla dois Centros de

Referência de Assistência Social, com relação as ações que o serviço desenvolve

dentre elas podemos destacar visitas domiciliares, reuniões e ações comunitárias,

atendimento socioassistencial, palestras voltadas a comunidade, ações de

capacitação e inserção produtiva , encaminhamentos para a rede socioassistencial e

intersetorial, orientações e acompanhamentos de famílias e seus membros,

atividades socioeducativas e serviço de convivência e fortalecimento de vínculos.

Cada CRAS referencia 5.000 famílias em seu território de abrangência, cuja meta de

atendimento são de 1.000 famílias por ano.

Diante da atual operacionalização dos serviços de proteção social básica nos

CRAS, as estratégias propostas são as seguintes: melhoria da estrutura física,

valorização dos trabalhadores, garantia de condições de trabalho adequadas,

garantia de formação continuada e da vigilância socioassistencial, aprimorar a

articulação em rede. Ampliação dos Recursos Humanos.

A proteção social especial de média complexidade, as ações desenvolvidas

pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social, são as seguintes:

acolhida, orientações, acompanhamento de adolescente em cumprimento a medidas

socioeducativa em liberdade assistida, ou prestação de serviço a comunidade,

visitas domiciliares, escuta especializada, encaminhamentos para a rede

socioassistencial e intersetorial, atividade socioeducativas, oficinas.

Frente a operacionalização do serviço: melhoria da estrutura física,

valorização dos trabalhadores, garantia de condições de trabalho adequadas,

garantia de formação continuada e da vigilância socioassistencial, aprimorar a

articulação em rede, acrescenta-se a ampliação dos Recursos Humanos.

Com relação a responsabilidade do município de Caicó no que se refere ao

atendimento de alta complexidade, este deve realizar o reordenamento de 100% dos

serviços de acolhimento em conformidade com as pactuações do Comissão

Intergestora Tripartite (CIT) . Além disso, o município de Caicó deve buscar junto ao

Estado a ampliação da rede de atendimento de alta complexidade, visando atender

àqueles que têm seu direito violado, e não tem um atendimento garantido.

Por parte da gestão esta deve garantir o co-financiamento e toda a infra-

estrutura, incluindo a aplicação dos recursos na política de assistência social, além

de promover a ampla divulgação de investimentos realizados na política, definindo e

acompanhando o orçamento, junto ao Legislativo e com o Conselho Municipal de

Assistência Social.

É de responsabilidade do controle social todo o acompanhamento e

deliberação da política de assistência social no município, ampliando os espaços de

participação popular, de forma a definir as prioridades da política e seus respectivos

financiamentos. Além disso, exigindo o pleno funcionamento do Conselho Municipal

de Assistência Social.

METAS ESTABELECIDAS:

PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

PRIORIDADE META

Acompanhamento familiar pelo PAIF. Acompanhar 10% das famílias cadastradas no

CadÚnico.

Acompanhamento pelo PAIF das famílias

com membros beneficiários do BPC.

Acompanhar 10% das famílias com membros

beneficiários do BPC.

Cadastramento das famílias beneficiárias do

BPC no CadÚnico.

Cadastrar 60% das famílias beneficiárias do BPC

no CadÚnico.

Acompanhamento pelo PAIF das famílias

beneficiárias do PBF que apresentem outras

vulnerabilidades sociais, para além da

insuficiência de renda.

Acompanhar 10% das famílias beneficiárias do

PBF que apresentem outras vulnerabilidades

sociais, para além da insuficiência de renda.

Acompanhamento pelo PAIF das famílias

beneficiárias do PBF em fase de suspensão

por descumprimento de condicionalidades,

cujos motivos sejam assistência social.

Acompanhar 50% das famílias em fase de

suspensão do PBF.

Reordenamento dos SCFV Incluir 50% do público prioritário no SCFV

Articular e fortalecer a rede socioassistencial

do município

Promover atividades envolvendo todas as

instituições da Política de Assistência Social

Articular e fortalecer a rede intersetorial do

município

Promover atividades envolvendo todas as

secretarias (saúde, educação, finanças,

administração, infra-estrutura) do município.

Ampliar a rede de proteção social básica Implantar 03 Centros de Referência de Assistência

Social sendo dois nos territórios de abrangência

da zona Leste e Sul um itinerante com

abrangência à zona rural

Implantar fluxo de informações entre os

serviços de proteção social básica,

fortalecendo o mecanismo de referência e

contra-referência.

Elaboração de calendário permanente de reuniões

com vistas a sistematizar e avaliar o atendimento

da demanda.

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

PRIORIDADE META

Identificação e cadastramento de crianças

e adolescentes em situação de Trabalho

Infantil

Atingir 50% de identificação e o cadastramento do

trabalho infantil através do CREAS;

Acompanhar as vítimas e famílias atingidas pelo

trabalho infantil, encaminhando as demandas para a

rede socioassistencial e intersetorial comunicando ao

sistema de garantia de direitos

Cadastramento e atendimento da

População em situação de Rua

Identificar e cadastrar no Cadúnico 70% das pessoas

em situação de rua;

Ampliar o atendimento do CREAS com a implantação

do Serviço de Abordagem Social;

Acompanhar as pessoas em situação de rua

encaminhando as demandas para a rede

socioassistencial e intersetorial.

Acompanhamento pelo PAEFI de famílias

com crianças e adolescentes em serviço

de acolhimento

Identificar as famílias com crianças e adolescentes

em serviços de acolhimento;

Acompanhar 60% das famílias com crianças ou

adolescentes nos serviços de acolhimento

Acompanhamento pelo PAEFI de famílias

com idosos em serviço de acolhimento

Identificar as famílias com idosos em serviços de

acolhimento;

Acompanhar 60% das famílias com idosos nos

serviços de acolhimento

Reordenamento dos Serviços de

Acolhimento para Crianças e

Adolescentes

Reordenar 100% dos serviços de acolhimento para

crianças e adolescentes em conformidade com as

pactuações da CIT e resoluções do CNAS.

Acompanhamento pelo PAEFI das famílias

com violação de direitos em decorrência

em decorrência do uso de substâncias

psicoativas

Realizar em 100% dos CREAS o acompanhamento

de famílias com presença de violação de direitos em

decorrência do uso de substâncias psicoativas.

Implantar fluxo de informações entre os

serviços de proteção social especial,

fortalecendo o mecanismo de referência e

contra-referência.

Elaboração de calendário permanente de reuniões

com vistas a sistematizar e avaliar o atendimento da

demanda.

GESTÃO

PRIORIDADE META

Desprecarização dos vínculos trabalhistas

das equipes que atuam nos serviços

Garantir melhores condições de trabalho (recursos

materiais, humanos e estrutura física) contribuindo

socioassistenciais e na gestão do SUAS para a qualidade dos serviços.

Estruturação das SMAS com formalização

de áreas essenciais

Realizar a instituição formal, na estrutura do órgão

gestor de assistência social, as áreas constituídas

como subdivisões administrativas, Coordenação de

Proteção Social Básica, Coordenação de Proteção

Social Especial e a área de Gestão do SUAS com

competência de Vigilância Socioassistencial

Instituir Mesa de Negociação com os

trabalhadores do SUAS com objetivo de

discutir uma Política de valorização e

capacitação destinadas aos referidos

trabalhadores

Implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários

dos trabalhadores do SUAS;

Buscar junto ao Estado a efetivação da política de

formação continuada do SUAS.

Adequação da legislação Municipal à

legislação do SUAS

Alteração da lei que regulamenta a Assistência Social

e o SUAS e Regulamentação dos Benefícios

Eventuais.

Implantar a acessibilidade em todos as

instituições que compõem a política de

Assistência Social, de acordo com as

normas da ABNT.

Até 2017 todas as Instituições devem estar com a

acessibilidade para todos os usuários.

Planejar junto a Estrutura Administrativa

do Município e em parceria com o MDS a

construção de estrutura física de imóveis

destinados ao pleno funcionamento dos

serviços e programas da política municipal

da Assistência Social.

Firmar compromissos junto a Gestão a respeito da

necessidade de garantir infraestrutura própria das

instituições que fazem parte da rede

socioassistencial, além de futura contenção de

gastos.

CONTROLE SOCIAL

PRIORIDADE META

Ampliar a participação dos usuários e Sensibilizar os usuários e trabalhadores do SUAS

trabalhadores nos Conselhos Municipais

de Assistência Social

quais sejam a participarem do Conselho Municipal de

Assistência Social

Divulgação ampla do CMAS para a

população

Realização de atividades diversas de divulgação

acerca da importância do CMAS como instância de

efetivação da democracia.

. • RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS: � Ampliação do Acesso da população à Política Municipal de Assistência Social

� Garantia da qualidade dos serviços da Política Municipal de Assistência

Social;

� Valorização dos Trabalhadores do SUAS;

� Fortalecimento do Controle Social;

� Atualização das normativas legais municipais sobre a política de Assistência

social, com ênfase nos benefícios eventuais;

� Superação dos desafios impostos à operacionalização da política municipal

de assistência social ultrapassando a lógica conservadora.

RECURSOS MATERIAIS, HUMANOS E FINANCEIROS DISPONÍVEIS E NECESSÁRIOS:

A política de Assistência Social requer para a sua operacionalização com

qualidade recursos materiais, humanos e financeiros de acordo com os parâmetros

orientados para a execução dos serviços, programas, projetos e benefícios

socioassistenciais, nesse sentido, vários documentos, tais como: NOB-RH/2006,

Orientações Técnicas do CRAS/2008 e Tipificação Nacional dos Serviços

Socioassistencias/2009 norteiam a respeito dos recursos materiais, humanos e

financeiros necessários para a prestação de serviços qualificados aos usuários,

desde o acolhimento até a manutenção do sigilo profissional no atendimento

individual, por exemplo.

RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS DISPONÍVEIS / SEMTHAS 2013.

PROFISSÃO NIVEL FUNDAMENTAL

NIVEL MÉDIO NIVEL SUPERIOR

INCOMPLETO

NIVEL SUPERIOR PÓS GRADUADO

ARQUITETO - - - 01 - ASSISTENTE - - 01 01 -

ADMINISTRATIVO ASSISTENTE SOCIAL - - - 05 06 AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS

05 10 - 03 -

COZINHEIRO - 03 01 01 - MOTORISTA - 02 - - - NUTRICIONISTA - - - - 01 OPERADOR DE SISTEMA - - 02 02 - ORIENTADOR SOCIO EDUCACIONAL

- 05 - 13 03

PEDAGOGO - - - - 04 PSICOLOGA - - - 03 03 VIGIA 03 - - - -

BENS PERMANENTES – SEMTHAS/2013. 19 – Computadores completos 05 - Noteebook 06 - Retroprojetores 20 - Armários em aço 30 - Birô 60 - Cadeiras acolchoadas 10 - Impressoras 04 - Câmaras digitais 200 - Cadeiras plásticas 65 - Mesas plásticas 04 - Frezer 05 - Geladeiras 05 - Gelágua

MECANISMOS E FONTES DE FINANCIAMENTO O Suas 2012, no seu capítulo VI, que trata da gestão financeira, e

orçamentária do Sistema Único da Assistência Social, no seu artigo 46º afirma que:

“O orçamento é instrumento da administração pública indispensável para a

gestão da política de assistência social e expressa o planejamento

financeiro das funções de gestão e da prestação de serviços, programas,

projetos e benefícios socioassistenciais à população usuária”.

Nesse sentido, este plano fornece informações acerca dos recursos

repassados para o município de Caicó, e em quais instituições, Serviços, Programas

e Projetos os mesmos estão sendo aplicados.

De acordo com as informações repassadas pela Secretaria Municipal de

Trabalho, Habitação e Assistência Social do município de Caicó, em 25 de

Novembro de 2013, registram-se as seguintes informações:

Conforme o Reordenamento do Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos (SCFV) no âmbito do Sistema Único da Assistência Social, o qual visa

equalizar a oferta do referido serviço para a faixa etária de 0 a 17 anos e acima de

60 anos, unificando a lógica do co-financiamento e estimulando a inserção do

público identificado nas situações prioritárias, conforme pactuado na CIT e

deliberado pelo CNAS (MDS, 2013). Nesse contexto o município de Caicó tem

recebido, referente ao período de Agosto a Outubro do corrente, de forma trimestral

o valor de 27.000,00 (vinte e sete mil reais) para o custeio dos serviços referentes ao

reordenamento citado anteriormente.

No que se refere ao convênio do repasse com instituições as quais trabalham

com pessoas com deficiência, o município de Caicó repassa mensalmente para a

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), o valor de 7.454,40 (sete

mil quatrocentos e cinquenta e quatro reais e quarenta centavos), oriundos do

Fundo Nacional da Assistência Social para o Fundo Municipal da Assistência Social.

Com base no SUAS 2012, no que se refere ao Fundos de Assistência Social estes

são:

Art. 48. (...) Instrumentos de gestão orçamentária e financeira da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos quais devem ser

alocadas as receitas e executadas as despesas relativas ao conjunto de

ações, serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social.

De acordo com informações obtidas pela Secretaria Municipal de Trabalho,

Habitação e Assistência Social de Caicó, a União passa o valor de 10.000,00 (dez

mil reais), entretanto como o Estado não está cumprindo seu compromisso, sendo

esta proposta ainda não entrou em execução. O que deve ser discutido, sobre a

implantação da Residência Inclusiva no município de Caicó, pois se faz necessário

toda a infraestrutura e uma equipe de profissionais capacitados. A Residência

Inclusiva tem como público alvo:

“São usuários da Residência Inclusiva, jovens e adultos com deficiência,

em situação de dependência, prioritariamente beneficiários do BPC, que

não disponham de condições de autossustentabilidade ou de retaguarda

familiar e/ ou que estejam em processo de desinstitucionalização de

instituições de longa permanência.” ( SUAS, 2012).

Nesse sentido as ações voltadas para a implementação da residência inclusiva

significa um reordenamento dos serviços de acolhimento para jovens e adultos com

deficiência, para tanto é preciso que o município elabore o Plano de

Reordenamento, sendo que o mesmo deve ser orientado por alguns eixos, tais

como:

• Estruturação de uma rede de serviços de acolhimento condizente com a demanda existente no município;

• Adequação da infraestrutura física e da capacidade de atendimento, de acordo com os parâmetros de estrutura física e capacidade máxima de cada serviço;

• Adequação quantitativa e qualitativa das equipes do Serviço, de acordo com a NOB-RH e Resolução CNAS Nº 17, de 20 de junho de 2011;

Destaca-se que Crianças e Adolescentes (de 0 a 18 anos incompletos) devem

ser atendidas nos serviços de acolhimento destinadas a crianças e adolescentes,

como preconiza o SUAS 2012. Para o município de Caicó, é necessário realizar

antes do Plano de Reordenamento, um diagnóstico socioterritorial contendo as

seguintes informações:

- Informações sobre serviços de acolhimento para pessoas com deficiência já

existentes na localidade (unidades, perfil e número de atendidos, locais de maior

concentração, encaminhamentos, etc).

- Informações sobre a família de origem (existência de vínculos, possibilidades de

reintegração, etc).

- Dados sobre a demanda de acolhimento e suas especificidades: avaliação da

relevância da implantação da(s) unidade(s), indicativos para o reordenamento do

serviço, identificação de suportes e apoios necessários aos usuários.

- Localização: determinação de regiões e locais para a implantação considerando

áreas residenciais, inseridas na comunidade, estrutura física adequada que atendam

às normas de acessibilidade.

- Mapeamento da rede de serviços, programas, projetos e benefícios da política de

Assistência Social, demais políticas setoriais, do Sistema de Garantia de Direitos e

dos recursos existentes na comunidade, que poderão ser articuladas à Residência

Inclusiva.

Conforme a realização deste diagnóstico, afirma-se a implementação e

implantação da Residência Inclusiva em Caicó/RN, com todas as prerrogativas

legais pertinentes. Em anexo encontra-se o modelo de Diagnóstico o qual deve

conter as informações sobre serviços de acolhimento para pessoas com deficiência

existentes no município.

Transferência de Alta Complexidade I:

O repasse para o Abrigo Dispensário Professor Pedro Gurgel e para

Associação Mantenedora São Vicente de Paula, é 3.400,00 (três mil e quatrocentos

reais), sendo o valor dividido para as duas instituições.

O Piso básico fixo para a Proteção Social Básica é de 18.000,00 (dezoito mil

reais) dividido para os dois Centros de Referência da Assistência Social (CRAS),

Zona Oeste e Zona Norte.

Os recursos financeiros destinados ao funcionamento do serviço provêm da

fonte da união, através do repasse fundo a fundo, cujo valor corresponde a R$

12.500,000/mês.

O Programa Nacional do Acesso ao Mundo do Trabalho (ACESSUAS-

Trabalho) destinado aos beneficiários do Programa Bolsa Família, tem o valor anual

de 204.530,00 ( duzentos e quatro mil e quinhentos e trinta reais). No que se refere

ao Índice de Gestão Descentralizada – IGD SUAS o valor que é repassado pela

União é variável de acordo com o número de famílias cadastradas no Cadùnico,

sendo que em Setembro de 2013, o valor foi de 3.445,80 (três mil quatrocentos e

quarenta cinco reais e oitenta centavos). O IGD do Programa Bolsa Família, é

variável de acordo com o porte do município, é destinado a investimentos em

estrutura física, palestras, capacitações.

Atualmente o município de Caicó possui convênios com as seguintes instituições:

• Cáritas Diocesana de Caicó: repassou em Outubro o valor de

120.000,00

(cento e vinte mil reais), para o projeto da coleta seletiva, organizado pela

Associação de Catadores de Material Reciclável do município de Caicó/RN.

• Aldeias SOS Caicó – foi repassado neste ano de 2013 o valor de

100.000,00 (cem mil reais), o valor é variável.

• APAE – é repassado anualmente o valor de 15.000,00 ( quinze mil

reais), este valor é dividido em três parcelas de 5.000,00 (cinco mil reais), o

município disponibiliza funcionários para a referida instituição.

• O município de Caicó custeia o fornecimento de água para o Abrigo

Dispensário Prof. Pedro Gurgel e para a Associação Mantenedora São

Vicente de Paula.

• TEMPO DE EXECUÇÃO: 2015 A 2019.

COBERTURA DA REDE PRESTADORA DE SERVIÇOS:

A cobertura da rede socioassistencial do município compreende os serviços

de proteção social básica e especial.

Na proteção social básica os serviços são oferecidos através de 02 CRAS

que referenciam 02 zonas no município, localizadas respectivamente na zona oeste

e zona norte, ambos com capacidade para referenciar até 5.000 famílias cada.

As ações desenvolvidas pelos CRAS correspondem à realização de: acolhida,

orientações, visitas domiciliares, reuniões e ações comunitárias, atendimento

socioassistencial, ações educativas voltadas à comunidade, ações de capacitação e

inserção produtiva, encaminhamentos, orientações e acompanhamentos de famílias

e seus membros, atividades socioeducativas, e Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos.

Além das ações acima realiza atividades em parceria com outras instituições,

dentre elas: Saúde, Educação, Segurança Pública, CREAS, Conselho Tutelar,

SEBRAE, PRONATEC, Aldeias Infantis, Associação Mantenedora São Vicente de

Paula e Abrigo Dispensário Prof. Pedro Gurgel.

Dentro das melhorias a serem executadas observa-se a necessidade de uma

estrutura física compatível com as condições éticas e técnicas de trabalho, a

garantia de uma política de formação continuada para os trabalhadores nos

aspectos da operacionalização da política, no planejamento, execução,

monitoramento e avaliação das ações, como também de uma implementação do

Plano de Carreiras, Cargos e Salários e transporte para deslocamento das equipes à

áreas dispersas e para realização de visitas domiciliares.

Os profissionais que compõem a equipe estão organizados de acordo com

orientações da NOB RH-SUAS, sendo eles: Assistentes Sociais, Psicólogos,

Pedagogos, Coordenadores, orientadores sociais, agentes administrativos e ASGs,

grande parte são concursados e outros através de contrato de prestação de serviço

temporário. Entretanto falta Assistente Social no quadro, este fato decorre do não

preenchimento de vagas, quando da convocação do último concurso no município.

Em relação à proteção social básica no que se refere ao terceiro setor, a

Cáritas Diocesana é um serviço vinculado a igreja católica que realiza ações com

famílias em situação de exclusão social: adolescentes, jovens, adultos, mulheres e

catadores de materiais recicláveis.

As ações desenvolvidas pela Cáritas compreendem: a promoção e o

fortalecimento de iniciativas locais e territoriais de desenvolvimento solidário e

sustentável; defesa e promoção de direitos; mobilizações e controle social das

políticas públicas; formação e capacitação de lideranças comunitárias; organização

e fortalecimento de comunidades e grupos e organização e inclusão social de

catadores, atendendo a um total de aproximadamente 500 beneficiários diretos. A

receita é proveniente de fontes de cooperação internacionais, convênios públicos

municipal e estadual e campanhas de arrecadação de fundos. Também realiza

parcerias com instituições públicas, privadas e ONGs.

A Pastoral da Criança desenvolve ações com famílias em situação de

exclusão social e beneficiários do Programa Bolsa Família através do

acompanhamento às gestantes e crianças de 0 a 6 anos, cujas fontes de

financiamento em grande parte são provenientes do Ministério da Saúde e em

parceria com a Diocese, Cáritas e Secretarias Municipais, atingindo um equivalente

a 3.354 beneficiários diretos em 2013.

A Pastoral do Idoso desenvolve ações de acompanhamento a idosos que

enfrentam situação de exclusão social, abandono, negligência e outras violações em

parceria com a Diocese, Cáritas, Conselho Municipal do Idoso e Ministério Público.

A proteção social especial de média complexidade é efetivada pelo CREAS,

cujo público alvo são pessoas em situação de risco e violação de direitos,

desenvolvendo ações de acolhida, orientações, acompanhamento de PSC e LA com

adolescente em cumprimento a medidas socioeducativas, visitas domiciliares,

escuta especializada, encaminhamentos a rede socioassistencial e intersetorial,

atividades socioeducativas, campanhas e oficinas, com um total de 95 beneficiários

diretos em 2013.

No que diz respeito às melhorias a serem alcançadas, dentre elas estão: a

necessidade de um transporte para o deslocamento da equipe às comunidades mais

distantes, sede própria com condições necessárias ao trabalho, advogado,

segurança.

Em relação a equipe de trabalho conta com os seguintes profissionais:

Assistentes Sociais, Psicólogos, Coordenadora, pedagogas, orientadores

socioeducacionais e ASG. Em relação ao vínculo profissional parte são concursados

e os demais são contratos de prestação de serviços temporários.

As atividades são desenvolvidas em parceria com o Conselho Tutelar,

Ministério Público, Conselho do Idoso, DEA, DEAM, CRAS.

No que se refere à proteção social de alta complexidade os serviços

oferecidos são executados pelas ONGs Aldeias Infantis SOS, Abrigo Dispensário

Professor Pedro Gurgel e Associação Mantenedora São Vicente de Paula.

As Aldeias Infantis SOS executa serviço de proteção social básica e

acolhimento institucional para crianças e adolescentes. Atualmente atende 500

crianças e adolescentes através da proposta de prevenção à violação de direitos e

fortalecimento comunitário e 31 crianças e adolescentes em casas-lares.

As fontes de recursos da Instituição são provenientes de repasses da

Associação Nacional equivalente à R$ 180.000,00/ano das subvenções

internacionais e projetos de captação de recursos além de fundo a fundo do piso de

alta complexidade.

Dentre as necessidades da instituição observa-se a necessidade permanente

de captar recursos além da articulação em rede.

A equipe técnica é composta por: Gestor, Assistente Social, Assistente de

Desenvolvimento Familiar, Coordenador, Assistente Administrativo, Cuidadoras

Residentes e cuidadoras substitutas, educadoras sociais, ASGs. Todos através de

contrato CLT.

O acolhimento institucional funciona em sede própria composta de 12 casas-

lares, sendo 09 desativadas, já nos Centros Comunitários onde são desenvolvidas

as ações preventivas os espaços físicos são pertencentes à comunidade,

desenvolvendo parcerias com os atores locais, poder judiciário, conselho tutelar,

educação, CMDCA, Assistência Social entre outros.

O abrigo dispensário Professor Pedro Gurgel e a Associação Mantenedora

São Vicente de Paula oferecem seus serviços de acolhimento institucional à idosos

em situações de negligencia, abandono familiar e outras violações de direitos.

Ambos funcionam em sede própria. No primeiro a equipe é composta por

administrador, assistente social, ASGs e as voluntárias Irmãs da Caridade que

administram e residem na instituição, cuja fonte financeira advém de transferência

fundo a fundo/Piso de Alta Complexidade, doações e campanhas.

A Associação Mantenedora da Casa São Vicente de Paula, conhecida como

“Casa da Caridade” realiza atendimento institucional de longa permanência para

idosos com grau de dependência I, considerada leve para idosos que gozam de

certa autonomia, atualmente atende 08 idosos. Funciona em estrutura física própria

com quartos individuais.

A equipe de profissionais é composta de: cuidador noturno, cozinheira e ASG.

Desenvolve ações em parcerias com IFRN, saúde e profissionais voluntários.

Os recursos disponíveis são provenientes de doações, piso de alta complexidade e

campanhas realizadas pela sociedade e clubes de serviços. O município contribui

com os tributos de energia e agua.

• INDICADORES DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO:

O monitoramento será realizado com base nos indicadores específicos de

cada Programa, Projetos, Serviços e Benefícios socioassistenciais de forma

semestral, a ser realizada pelo Conselho Municipal de Assistência Social,

representantes dos trabalhadores do SUAS, gestão e representantes do poder

legislativo, usuários, população.

Instituições/ entes Indicadores de desempenho

Proteção Social Básica Aumento do número de encaminhamentos,

número de acompanhamento, em paralelo a

melhorias da estruturação do espaço e das

condições de trabalho, realização de

Capacitações com os trabalhadores do

SUAS.

Proteção Social Especial .

concretização de encaminhamentos,

número de acompanhamento, em paralelo a

melhorias da estruturação do espaço e das

condições de trabalho, realização de

Capacitações com os trabalhadores do

SUAS.

ONGs Envio de relatório trimestral ao CMAS sobre

a realização dos atendimentos e as

dificuldades encontradas.

Conselho Municipal de Assistencial Social Análise de todos os relatórios emitidos pela

rede socioassistencial, conforme

recebimento, e elaboração semestral de

relatório sobre a operacionalização da

política de Assistência Social, relatando

sobre seus avanços e limites.

Quanto as Instituições da rede

socioassistencial.

Constatação da adequação de estrutura

física e acessibilidade para os usuários,

através da verificação in loco, realizada pelo

Conselho Municipal de Assistência Social,

por meio de Comissão destinada a este fim.

AVALIAÇÃO – CUMPRIMENTO DAS METAS

A avaliação será realizada pelos atores anteriormente citados, por meio de

reuniões ampliadas, fóruns, seminários e audiência pública, nas quais serão

discutidos os indicadores de monitoramento e a própria avaliação, produzindo um

relatório com recomendações para melhorias da política, tornando-se o mesmo

público para Ministério Público e Câmara de Vereadores, e para a sociedade em

geral.

ESPAÇO TEMPORAL DE EXECUÇÃO: 2015 – 2019.

Soraya Regina de Medeiros Dias Góis Secretária da SEMTHAS