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Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco, Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil, Bruna Pinotti, Silvana Guimarães PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SME-RJ PROFESSOR ADJUNTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL JN070-19

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Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco, Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil, Bruna Pinotti, Silvana

Guimarães

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

SME-RJPROFESSOR ADJUNTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

JN070-19

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Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se

você conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo [email protected].

www.novaconcursos.com.br

[email protected]

OBRA

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

PROFESSOR ADJUNTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

EDITAL CVL/SUBSC Nº 19 DE 25 DE JANEIRO DE 2019.

AUTORES

Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas BrancoMatemática - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil

Legislação - Profª Bruna PinottiConhecimentos Específicos - Profª Silvana Guimarães

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃOElaine CristinaErica DuarteLeandro Filho

DIAGRAMAÇÃOElaine Cristina

Thais Regis Danna Silva

CAPAJoel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESACompreensão de textos contemporâneos. ..................................................................................................................................................................01Localização de informações explícitas e implícitas no texto. ................................................................................................................................01Significado de vocábulos e expressões em função do contexto. ........................................................................................................................01Uso significativo dos diferentes recursos gramaticais no texto. ..........................................................................................................................01Denotação e conotação – figuras de linguagem .......................................................................................................................................................01Estrutura e formação de palavras; emprego das diferentes classes de palavras. ..........................................................................................15Valor semântico de elementos mórficos. ......................................................................................................................................................................15Uso e função do artigo, dos pronomes e numerais..................................................................................................................................................15Valor substantivo, adjetivo e adverbial dos vocábulos portugueses. ................................................................................................................15Emprego de preposições e conjunções que conferem coesão e coerência ao texto escrito. ..................................................................15Relações de sentido entre segmentos do texto. ........................................................................................................................................................46Variação linguística e adequação no uso da língua às situações de comunicação. .....................................................................................51Ortografia. .................................................................................................................................................................................................................................53Emprego de letras. .................................................................................................................................................................................................................53Acentuação gráfica (conforme o atual Acordo Ortográfico). ................................................................................................................................53Flexão verbal – valor semântico de tempos e modos. .............................................................................................................................................61Correlação entre tempos verbais. ....................................................................................................................................................................................61Concordância verbal. .............................................................................................................................................................................................................77Concordância nominal. .........................................................................................................................................................................................................77Regência nominal e verbal – o fenômeno da crase. .................................................................................................................................................84Uso e função dos sinais de pontuação ..........................................................................................................................................................................96

MATEMÁTICA

Números reais: Resolução de problemas envolvendo as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão. ....................01Divisibilidade: Múltiplos e Divisores. .............................................................................................................................................................................01Proporcionalidade: Regra de três simples e porcentagem. ..................................................................................................................................22Sistema Legal de Medidas: Medidas de comprimento, área, volume, capacidade, massa e tempo. ...................................................31Princípio Multiplicativo. ........................................................................................................................................................................................................35Volumes dos principais sólidos geométricos. ............................................................................................................................................................42Conservação, redução ou ampliação de perímetros e áreas das principais figuras planas usando malhas ......................................42quadriculadas. Cálculo de áreas e perímetros. ..........................................................................................................................................................42Relacionar figuras tridimensionais com suas respectivas planificações. .........................................................................................................42Reconhecer arestas, vértices e faces de um sólido geométrico. ..........................................................................................................................42

LEGISLAÇÃOBRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, Brasília, 1996. ............ 01Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, capítulo III, seção I,1988. ........................................................................ 20Emenda constitucional nº 59 de 11 de novembro de 2009. .................................................................................................................... 22Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº 8.069), Brasília 1990. ........................................................................................ 23Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizescurriculares nacionais para a Educação Infantil / Secre-

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SUMÁRIO

taria de Educação Básica. –Brasília : MEC, SEB, 2010. ................................................................................................................................. 46Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014. Plano Nacional de Educação. Meta 1 e respectivas estratégias - Brasília, 2014. 49Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular/ Secretaria de Educação Básica.Brasília: MEC, SEB. RIO DE JANEIRO. Lei nº 6.362 de 28 de maio de 2018, Meta 1 e respectivas estratégias. .................... 65RIO DE JANEIRO ........................................................................................................................................................................................................ 76

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROFESSOR ADJUNTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Práticas e concepções de Educação Infantil.................................................................................................................................................................01Currículo na Educação Infantil. ..........................................................................................................................................................................................04Espaço e tempo no cotidiano da Educação Infantil. .................................................................................................................................................07Observação e registro na Educação Infantil. ................................................................................................................................................................10

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LÍNGUA PORTUGUESA

ÍNDICE

Compreensão de textos contemporâneos. ..................................................................................................................................................................01Localização de informações explícitas e implícitas no texto. ................................................................................................................................01Significado de vocábulos e expressões em função do contexto. ........................................................................................................................01Uso significativo dos diferentes recursos gramaticais no texto. ..........................................................................................................................01Denotação e conotação – figuras de linguagem .......................................................................................................................................................01Estrutura e formação de palavras; emprego das diferentes classes de palavras. ..........................................................................................15Valor semântico de elementos mórficos. ......................................................................................................................................................................15Uso e função do artigo, dos pronomes e numerais..................................................................................................................................................15Valor substantivo, adjetivo e adverbial dos vocábulos portugueses. ................................................................................................................15Emprego de preposições e conjunções que conferem coesão e coerência ao texto escrito. ..................................................................15Relações de sentido entre segmentos do texto. ........................................................................................................................................................46Variação linguística e adequação no uso da língua às situações de comunicação. .....................................................................................51Ortografia. .................................................................................................................................................................................................................................53Emprego de letras. .................................................................................................................................................................................................................53Acentuação gráfica (conforme o atual Acordo Ortográfico). ................................................................................................................................53Flexão verbal – valor semântico de tempos e modos. .............................................................................................................................................61Correlação entre tempos verbais. ....................................................................................................................................................................................61Concordância verbal. .............................................................................................................................................................................................................77Concordância nominal. .........................................................................................................................................................................................................77Regência nominal e verbal – o fenômeno da crase. .................................................................................................................................................84Uso e função dos sinais de pontuação ..........................................................................................................................................................................96

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COMPREENSÃO DE TEXTOS CONTEMPO-RÂNEOS. LOCALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS NO TEXTO.SIGNIFICADO DE VOCÁBULOS E EXPRES-SÕES EM FUNÇÃO DO CONTEXTO.USO SIGNIFICATIVO DOS DIFERENTES RE-CURSOS GRAMATICAIS NO TEXTO.DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO – FIGURAS DE LINGUAGEM

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).

Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma informação que se liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.

Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamentações), as argumentações (ou explicações), que levam ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, em uma prova, o candidato deve:• Identificar os elementos fundamentais de uma ar-

gumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

• Comparar as relações de semelhança ou de diferen-ças entre as situações do texto.

• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade.

• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. • Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras.

1.Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literário

(escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese; capacidade de raciocínio.

Interpretar/Compreender

Interpretar significa:Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.Através do texto, infere-se que...É possível deduzir que...O autor permite concluir que...Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significaEntendimento, atenção ao que realmente está escrito.O texto diz que...É sugerido pelo autor que...De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...O narrador afirma...

2. Erros de interpretação • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do

contexto, acrescentando ideias que não estão no tex-to, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.

• Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o entendimento do tema desenvolvido.

• Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errar a questão.

Observação: Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a ótica

do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais.

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que

relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.

São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles,

está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:

que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas depende das condições da frase.

qual (neutro) idem ao anterior.quem (pessoa)

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cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído.

como (modo)onde (lugar)quando (tempo)quanto (montante) Exemplo:Falou tudo QUANTO queria (correto)Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria

aparecer o demonstrativo O).

3. Dicas para melhorar a interpretação de textos

• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos can-didatos na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver com a leitura, mais chances terá de re-solver as questões.

• Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura.

• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias.

• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma con-clusão).

• Volte ao texto quantas vezes precisar.• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as

do autor. • Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor

compreensão.• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de

cada questão.• O autor defende ideias e você deve percebê-las.• Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo ge-

ralmente mantém com outro uma relação de continu-ação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem essas relações.

• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante.

• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da resposta – o que vale não somente para Inter-pretação de Texto, mas para todas as demais questões!

• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.

• Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pro-nomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vocábulos do texto.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELE-TRÔNICA – MÉDIO - IADES/2014)

Gratuidades

Crianças com até cinco anos de idade e adultos com mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF. Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um do-cumento de identificação aos funcionários posicionados no bloqueio de acesso. Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/ gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.

Conforme a mensagem do primeiro período do texto, assi-nale a alternativa correta.

a) Apenas as crianças com até cinco anos de idade e os adul-tos com 65 anos em diante têm acesso livre ao Metrô-DF.

b) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.

c) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.

d) Somente crianças e adultos, respectivamente, com cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso livre ao Metrô-DF.

e) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com até cin-co anos de idade e com 65 anos em diante, têm acesso livre ao Metrô-DF.

Resposta: Letra C. Dentre as alternativas apresentadas, a única que condiz com as informações expostas no tex-to é “Somente crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”.

2. (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – SUPERIOR - FGV/2014 - adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à imprensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um trovão mundo afora. Nela existe mais for-ma que substância – mas a forma conta”. (...) (Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)

O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mesma dois sentidos, que são

a) o barulho e a propagação. b) a propagação e o perigo. c) o perigo e o poder. d) o poder e a energia. e) a energia e o barulho.

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Resposta: Letra A. Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um trovão, provavelmente a intenção do au-tor foi a de mostrar o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora. Você pode responder à ques-tão por eliminação: a segunda opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a alternativa a!

3. (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ-BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CON-TABILIDADE – MÉDIO - IADES/2014 - adaptada)

Concha Acústica

Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clu-bes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje Secre-taria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. Foi o primeiro grande palco da cidade. Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa-cul-tura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, com adaptações.

Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem com-patível com o texto.

a) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Oscar Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte.

b) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF em 1969.

c) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que hoje é a Secretaria de Cultura do DF.

d) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura do DF.

e) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília.

Resposta: Letra A. Recorramos ao texto: “Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esporti-vos Norte (ao lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar Nie-meyer”. As informações contidas nas demais alternativas são incoerentes com o texto.

INTERTEXTUALIDADE

Imagine a situação: você passa uma tarde lendo o ro-mance Crime e Castigo do escritor russo Fiodor Dostoievs-ki. Tal romance trata da história de um assassinato e do sentimento de culpa gerado por esse ato. Você fecha o livro e liga a televisão. O telejornal está transmitindo a no-tícia de um crime. Então você lembra o que leu e assiste ao noticiário influenciado pelo romance russo. Tenta verificar, no agressor da vida real, características descritas nas pági-nas ficcionais. Isso nada mais é do que um modo de leitura muito comum chamado intertextualidade, a fusão e inter-ferência de um texto lido sobre o outro.

Somos seres dotados de memória. Mas a memória humana é menos imparcial do que a dos computadores. Quando pensamos estar criando algo, muitas vezes não passa de uma lembrança de algo visto em tempo remoto, atravessada por outras lembranças. No século XIX, período marcado pela estética romântica, encarava-se o artista en-quanto um gênio criador, que criava suas obras a partir do zero. Entretanto, no século XX, percebeu-se que não existe criação pura, qualquer artista ou pessoa cria influenciado pelo que já leu, viu e ouviu ao longo da vida. Somos uma colcha de retalhos, ou seja, somos seres marcados pela in-tertextualidade por excelência.

1. Conceito de intertextualidade

Intertextualidade é o diálogo estabelecido entre textos, através das referências presentes um no outro. Segundo a linguista Julia Kristeva, “qualquer texto se constrói como um mosaico de citações e é a absorção e transformação de um outro texto.” Isso não quer dizer que intertextualidade seja um fenômeno que se apresente quando o autor cita diretamente outros autores. Pelo contrário, esse diálogo textual se dá de modo implícito, quando as ideias apresen-tadas numa página sofreram influências de outros autores e pensamentos.

Isso nos faz concluir que não existe texto neutro, nem texto puro. Se toda escrita é um mosaico de citações é por-que escrevemos o que quer que seja auxiliados pela me-mória, que é uma faculdade humana e influenciável por tudo o que guarda. Quando acreditamos estarmos criando algo original, fatalmente nos esbarramos nas lembranças das coisas que lemos e ouvimos. Nesse sentido, não existe originalidade absoluta, mas modos originais de reorganizar essa colcha de retalhos chamada memória.

Assim sendo, quando lemos um texto, quantas vozes estão presentes dentro dele? Somente a daquele que es-creve ou também de alguns autores que o influenciaram até o momento da escrita? O linguista Mikhail Bakthin usava os conceitos de dialogismo e polifonia (várias vozes) para tratar dessa questão. Segundo o pensador russo, um texto sempre lembra outros textos, pois escrever é dialogar com o mundo. Para que se entenda melhor tal questão, atente à música do compositor Chico Buarque “Até o fim”:

Quando nasci veio um anjo safadoO chato do querubimE decretou que eu estava predestinadoA ser errado assimJá de saída a minha estrada entortouMas vou até o fim“inda” garoto deixei de ir à escolaCassaram meu boletimNão sou ladrão , eu não sou bom de bolaNem posso ouvir clarimUm bom futuro é o que jamais me esperouMas vou até o fimEu bem que tenho ensaiado um progressoVirei cantor de festimMamãe contou que eu faço um bruto sucesso

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Em quixeramobimNão sei como o maracatu começouMas vou até o fimPor conta de umas questões paralelasQuebraram meu bandolimNão querem mais ouvir as minhas mazelasE a minha voz chinfrimCriei barriga, a minha mula empacouMas vou até o fimNão tem cigarro acabou minha rendaDeu praga no meu capimMinha mulher fugiu com o dono da vendaO que será de mim ?Aqueles que não têm costume de ler poesia podem

gostar dessa letra de Chico Buarque e classificarem-na como original, devido ao tema do “anjo safado”. Entretanto, quando Chico escreve esse texto dialoga diretamente com o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, autor do “Poema de Sete Faces”:

Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada.O homem atrás do bigode é sério, simples e forte. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do -bigode,Meu Deus, por que me abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco.Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo. Lendo agora o poema de Drummond percebemos sua

influência sobre a música de Chico Buarque, agora, claro exemplo de intertextualidade. O anjo torno do poema mi-neiro é transformado em anjo safado e a referência é clara ao texto poético. Uma forma de intertextualidade bastante usada pelos poetas é a paródia, quando se faz uma explíci-ta menção a um poema conhecido, invertendo ou humori-zando sua mensagem. Veja os exemplos abaixo:

Canção do exílio – Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que disfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. De Primeiros cantos (1847)

Esse é um clássico da poesia romântica, de um período em que se tentou desenhar a identidade do Brasil a partir da apresentação de uma natureza paradisíaca. Mais tarde, vários poetas vão criticar essa postura artificial do roman-tismo usando Canção do Exílio como alvo, recriando-o sob um viés mais crítico e humorístico. É o caso de Canto de regresso à Pátria, de Oswald de Andrade:

CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA

Minha terra tem palmaresonde gorjeia o marOs passarinhos daquiNão cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosasE quase que mais amoresMinha terra tem mais ouroMinha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosasEu quero tudo de láNão permita Deus que eu morraSem que volte para lá

Não permita Deus que eu morraSem que volte pra São PauloSem que veja a Rua 15E o progresso de São Paulo

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MATEMÁTICA

ÍNDICE

Números reais: Resolução de problemas envolvendo as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão. ....................01Divisibilidade: Múltiplos e Divisores. .............................................................................................................................................................................01Proporcionalidade: Regra de três simples e porcentagem. ..................................................................................................................................22Sistema Legal de Medidas: Medidas de comprimento, área, volume, capacidade, massa e tempo. ...................................................31Princípio Multiplicativo. ........................................................................................................................................................................................................35Volumes dos principais sólidos geométricos. ............................................................................................................................................................42Conservação, redução ou ampliação de perímetros e áreas das principais figuras planas usando malhas ......................................42quadriculadas. Cálculo de áreas e perímetros. ..........................................................................................................................................................42Relacionar figuras tridimensionais com suas respectivas planificações. .........................................................................................................42Reconhecer arestas, vértices e faces de um sólido geométrico. ..........................................................................................................................42

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NÚMEROS REAIS: RESOLUÇÃO DE PRO-BLEMAS ENVOLVENDO AS OPERAÇÕES DE ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO.DIVISIBILIDADE: MÚLTIPLOS E DIVISORES.

NÚMEROS NATURAIS E SUAS OPERAÇÕES FUN-DAMENTAIS

1. Definição de Números Naturais

Os números naturais como o próprio nome diz, são os números que naturalmente aprendemos, quando estamos iniciando nossa alfabetização. Nesta fase da vida, não estamos preocupados com o sinal de um número, mas sim em encontrar um sistema de contagem para quantificarmos as coisas. Assim, os números naturais são sempre positivos e começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, obtemos os seguintes elementos:

ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … .

Sabendo como se constrói os números naturais, podemos agora definir algumas relações importantes entre eles:

a) Todo número natural dado tem um sucessor (número que está imediatamente à frente do número dado na seqüência numérica). Seja m um número natural qualquer, temos que seu sucessor será sempre de-finido como m+1. Para ficar claro, seguem alguns exemplos:

Ex: O sucessor de 0 é 1.Ex: O sucessor de 1 é 2.Ex: O sucessor de 19 é 20.

b) Se um número natural é sucessor de outro, então os dois números que estão imediatamente ao lado do outro são considerados como consecutivos. Vejam os exemplos:

Ex: 1 e 2 são números consecutivos.Ex: 5 e 6 são números consecutivos.Ex: 50 e 51 são números consecutivos.

c) Vários números formam uma coleção de números naturais consecutivos se o segundo for sucessor do primeiro, o terceiro for sucessor do segundo, o quar-to for sucessor do terceiro e assim sucessivamente. Observe os exemplos a seguir:

Ex: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.Ex: 5, 6 e 7 são consecutivos.Ex: 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.

d) Analogamente a definição de sucessor, podemos definir o número que vem imediatamente antes ao número analisado. Este número será definido como antecessor. Seja m um número natural qualquer, te-mos que seu antecessor será sempre definido como m-1. Para ficar claro, seguem alguns exemplos:

Ex: O antecessor de 2 é 1.Ex: O antecessor de 56 é 55.Ex: O antecessor de 10 é 9.

FIQUE ATENTO!O único número natural que não possui antecessor é o 0 (zero) !

1.1. Operações com Números Naturais

Agora que conhecemos os números naturais e temos um sistema numérico, vamos iniciar o aprendizado das operações matemáticas que podemos fazer com eles. Muito provavelmente, vocês devem ter ouvido falar das quatro operações fundamentais da matemática: Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão. Vamos iniciar nossos estudos com elas:

Adição: A primeira operação fundamental da Aritmética tem por finalidade reunir em um só número, todas as unidades de dois ou mais números. Antes de surgir os algarismos indo-arábicos, as adições podiam ser realizadas por meio de tábuas de calcular, com o auxílio de pedras ou por meio de ábacos. Esse método é o mais simples para se aprender o conceito de adição, veja a figura a seguir:

Observando a historinha, veja que as unidades (pedras) foram reunidas após o passeio no quintal. Essa reunião das pedras é definida como adição. Simbolicamente, a adição é representada pelo símbolo “+” e assim a historinha fica da seguinte forma:

3𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 + 2

𝑃𝑒𝑔𝑢𝑒𝑖 𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑖𝑛𝑡𝑎𝑙 = 5𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜

Como toda operação matemática, a adição possui algumas propriedades, que serão apresentadas a seguir:

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a) Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais é fechada, pois a soma de dois números naturais será sempre um número natural.

b) Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é associativa, pois na adição de três ou mais parcelas de números naturais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer modos, ou seja, com três números naturais, somando o primeiro com o segundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro, obteremos um resultado que é igual à soma do primeiro com a soma do segundo e o terceiro. Apresentando isso sob a forma de números, sejam A,B e C, três números naturais, temos que:

𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 𝐴 + (𝐵 + 𝐶)

c) Elemento neutro: Esta propriedade caracteriza-se pela existência de número que ao participar da operação de adi-ção, não altera o resultado final. Este número será o 0 (zero). Seja A, um número natural qualquer, temos que:

𝐴 + 0 = 𝐴

d) Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas não altera a soma, ou seja, somando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo resultado que se somando a segunda parcela com a primeira parcela. Sejam dois números naturais A e B, temos que:

𝐴+ 𝐵 = 𝐵 + 𝐴

Subtração: É a operação contrária da adição. Ao invés de reunirmos as unidades de dois números naturais, vamos retirar uma quantidade de um número. Voltando novamente ao exemplo das pedras:

Observando a historinha, veja que as unidades (pedras) que eu tinha foram separadas. Essa separação das pedras é definida como subtração. Simbolicamente, a subtração é representada pelo símbolo “-” e assim a historinha fica da seguinte forma:

5𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 −

3𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜 = 2

𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜

A subtração de números naturais também possui suas propriedades, definidas a seguir:

a) Não fechada: A subtração de números naturais não é fechada, pois há um caso onde a subtração de dois números naturais não resulta em um número natural. Sejam dois números naturais A,B onde A < B, temos que:

A − B < 0 Como os números naturais são positivos, A-B não é um número natural, portanto a subtração não é fechada.

b) Não Associativa: A subtração de números naturais também não é associativa, uma vez que a ordem de resolução é im-portante, devemos sempre subtrair o maior do menor. Quando isto não ocorrer, o resultado não será um número natural.

c) Elemento neutro: No caso do elemento neutro, a propriedade irá funcionar se o zero for o termo a ser subtraído do número. Se a operação for inversa, o elemento neutro não vale para os números naturais:

d) Não comutativa: Vale a mesma explicação para a subtração de números naturais não ser associativa. Como a ordem de resolução importa, não podemos trocar os números de posição

Multiplicação: É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro número denominado multiplicando ou parcela, tantas vezes quantas são as unidades do segundo número denominadas multiplicador. Veja o exemplo:

Ex: Se eu economizar toda semana R$ 6,00, ao final de 5 semanas, quanto eu terei guardado?

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Pensando primeiramente em soma, basta eu somar todas as economias semanais:

6 + 6 + 6 + 6 + 6 = 30

Quando um mesmo número é somado por ele mesmo repetidas vezes, definimos essa operação como multiplicação. O símbolo que indica a multiplicação é o “x” e assim a operação fica da seguinte forma:

6 + 6 + 6 + 6 + 6𝑆𝑜𝑚𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 = 6 𝑥 5

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖çõ𝑒𝑠 = 30

A multiplicação também possui propriedades, que são apresentadas a seguir:

a) Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto dos números naturais, pois realizando o produto de dois ou mais números naturais, o resultado será um número natural.

b) Associativa: Na multiplicação, podemos associar três ou mais fatores de modos diferentes, pois se multiplicarmos o primeiro fator com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro número natural, teremos o mesmo resultado que multiplicar o terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo. Sejam os números naturais m,n e p, temos que:

𝑚 𝑥 𝑛 𝑥 𝑝 = 𝑚 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑝)

c) Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais também existe um elemento neutro para a multiplicação mas ele não será o zero, pois se não repetirmos a multiplicação nenhuma vez, o resultado será 0. Assim, o elemento neutro da multiplicação será o número 1. Qualquer que seja o número natural n, tem-se que:

𝑛 𝑥 1 = 𝑛

d) Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto, ou seja, multiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos o mesmo resultado que multiplicando o segundo elemento pelo primeiro elemento. Sejam os números naturais m e n, temos que:

𝑚 𝑥 𝑛 = 𝑛 𝑥 𝑚

e) Prioridade sobre a adição e subtração: Quando se depararem com expressões onde temos diferentes operações matemática, temos que observar a ordem de resolução das mesmas. Observe o exemplo a seguir:

Ex: 2 + 4 𝑥 3

Se resolvermos a soma primeiro e depois a multiplicação, chegamos em 18. Se resolvermos a multiplicação primeiro e depois a soma, chegamos em 14. Qual a resposta certa?

A multiplicação tem prioridade sobre a adição, portanto deve ser resolvida primeiro e assim a resposta correta é 14.

FIQUE ATENTO!Caso haja parênteses na soma, ela tem prioridade sobre a multiplicação. Utilizando o exemplo, temos que: . (2 + 4)𝐱3 = 6 𝐱 3 = 18Nesse caso, realiza-se a soma primeiro, pois ela está dentro dos parênteses

f) Propriedade Distributiva: Uma outra forma de resolver o exemplo anterior quando se a soma está entre parênteses é com a propriedade distributiva. Multiplicando um número natural pela soma de dois números naturais, é o mesmo que multiplicar o fator, por cada uma das parcelas e a seguir adicionar os resultados obtidos. Veja o exemplo:

2 + 4 x 3 = 2x3 + 4x3 = 6 + 12 = 18

Veja que a multiplicação foi distribuída para os dois números do parênteses e o resultado foi o mesmo que do item anterior.

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Divisão: Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber quantas vezes o segundo está contido no primeiro. O primeiro número é denominado dividendo e o outro número é o divisor. O resultado da divisão é chamado de quociente. Nem sempre teremos a quantidade exata de vezes que o divisor caberá no dividendo, podendo sobrar algum valor. A esse valor, iremos dar o nome de resto. Vamos novamente ao exemplo das pedras:

No caso em particular, conseguimos dividir as 8 pedras para 4 amigos, ficando cada um deles como 2 unidades e não restando pedras. Quando a divisão não possui resto, ela é definida como divisão exata. Caso contrário, se ocorrer resto na divisão, como por exemplo, se ao invés de 4 fossem 3 amigos:

Nessa divisão, cada amigo seguiu com suas duas pedras, porém restaram duas que não puderam ser distribuídas, pois teríamos amigos com quantidades diferentes de pedras. Nesse caso, tivermos a divisão de 8 pedras por 3 amigos, resultando em um quociente de 2 e um resto também 2. Assim, definimos que essa divisão não é exata.

Devido a esse fato, a divisão de números naturais não é fechada, uma vez que nem todas as divisões são exatas. Também não será associativa e nem comutativa, já que a ordem de resolução importa. As únicas propriedades válidas na divisão são o elemento neutro (que segue sendo 1, desde que ele seja o divisor) e a propriedade distributiva.

FIQUE ATENTO!

A divisão tem a mesma ordem de prioridade de resolução que a multiplicação, assim ambas podem ser resolvidas na ordem que aparecem.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (Pref. De Bom Retiro – SC) A Loja Berlanda está com promoção de televisores. Então resolvi comprar um televi-sor por R$ 1.700,00. Dei R$ 500,00 de entrada e o restante vou pagar em 12 prestações de:

a) R$ 170,00b) R$ 1.200,00c) R$ 200,00d) R$ 100,00

Resposta: Letra D: Dado o preço inicial de R$ 1700,00, basta subtrair a entrada de R$ 500,00, assim: R$ 1700,00-500,00 = R$ 1200,00. Dividindo esse resultado em 12 prestações, chega-se a R$ 1200,00 : 12 = R$ 100,00

NÚMEROS INTEIROS E SUAS OPERAÇÕES FUNDA-MENTAIS

1.1 Definição de Números Inteiros

Definimos o conjunto dos números inteiros como a união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...}, com o conjunto dos opostos dos números naturais, que são definidos como números negativos. Este conjunto é denotado pela letra Z e é escrito da seguinte forma:

ℤ = {… ,−4,−3,−2,−1, 0, 1, 2, 3, 4, … }Sabendo da definição dos números inteiros, agora é

possível indiciar alguns subconjuntos notáveis:

a) O conjunto dos números inteiros não nulos: São to-dos os números inteiros, exceto o zero:

ℤ∗ = {… ,−4,−3,−2,−1, 1, 2, 3, 4, … }

b) O conjunto dos números inteiros não negativos: São todos os inteiros que não são negativos, ou seja, os números naturais:

ℤ+ = 0, 1, 2, 3, 4, … = ℕc) O conjunto dos números inteiros positivos: São to-

dos os inteiros não negativos, e neste caso, o zero não pertence ao subconjunto:

ℤ∗+ = 1, 2, 3, 4, …

d) O conjunto dos números inteiros não positivos: São todos os inteiros não positivos:

ℤ_ = {… ,−4,−3,−2,−1, 0, }

e) O conjunto dos números inteiros negativos: São to-dos os inteiros não positivos, e neste caso, o zero não pertence ao subconjunto:

ℤ∗_ = {… ,−4,−3,−2,−1}

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LEGISLAÇÃO

ÍNDICE

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, Brasília, 1996. ............ 01Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, capítulo III, seção I,1988. ........................................................................ 20Emenda constitucional nº 59 de 11 de novembro de 2009. .................................................................................................................... 22Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº 8.069), Brasília 1990. ........................................................................................ 23Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizescurriculares nacionais para a Educação Infantil / Secre-taria de Educação Básica. –Brasília : MEC, SEB, 2010. ................................................................................................................................. 46Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014. Plano Nacional de Educação. Meta 1 e respectivas estratégias - Brasília, 2014. 49Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular/ Secretaria de Educação Básica.Brasília: MEC, SEB. RIO DE JANEIRO. Lei nº 6.362 de 28 de maio de 2018, Meta 1 e respectivas estratégias. .................... 65RIO DE JANEIRO ........................................................................................................................................................................................................ 76

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BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CUL-TURA. DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL. LEI Nº 9394, BRASÍLIA, 1996

A lei estudada neste tópico “estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”. Data de 20 de dezembro de 1996, tendo sido promulgada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas já passou por inúmeras alterações desde então. Partamos para o comentário em bloco de seus dispositivos:

TÍTULO IDA EDUCAÇÃO

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência huma-na, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade ci-vil e nas manifestações culturais.§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se de-senvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

O primeiro artigo da LDB estabelece que a educação é um processo que não se dá exclusivamente nas escolas. Trata-se da clássica distinção entre educação formal e não formal ou informal: “A educação formal é aquela desen-volvida nas escolas, com conteúdos previamente demarca-dos; a informal como aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização - na família, bairro, clube, amigos, etc., carregada de valores e cultura própria, de pertencimento e sentimentos herdados; e a educação não formal é aquela que se aprende ‘no mundo da vida’, via os processos de compartilhamento de experiências, princi-palmente em espaços e ações coletivas cotidianas” . A LDB disciplina apenas a educação escolar, ou seja, a educação formal, que não exclui o papel das famílias e das comuni-dades na educação informal.

Educação formal – escolarEducação informal – comunitária, familiar, religiosa.

#FicaDica

TÍTULO IIDOS PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIO-NAL

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspi-rada nos princípios de liberdade e nos ideais de solida-riedade humana, tem por finalidade o pleno desenvol-vimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;VII - valorização do profissional da educação escolar;VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;IX - garantia de padrão de qualidade;X - valorização da experiência extraescolar;XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;XII - consideração com a diversidade étnico-racial;XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.

A educação escolar deve permitir a formação do cida-dão e do trabalhador: uma pessoa que consiga se inserir no mercado de trabalho e ter noções adequadas de cidada-nia e solidariedade no convívio social. Entre os princípios, trabalha-se com o direito de acesso à educação de quali-dade (gratuita nos estabelecimentos públicos), a liberdade nas atividades de ensino em geral (tanto para o educador quanto para o educado), a valorização do professor, o in-centivo à educação informal e o respeito às diversidades de ideias, gêneros, raça e cor.

A educação é dever da família e do Estado.

#FicaDica

TÍTULO IIIDO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDU-CAR

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguin-te forma:a) pré-escola; b) ensino fundamental; c) ensino médio; II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade;III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, pre-ferencialmente na rede regular de ensino;

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IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram na idade própria;V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pes-quisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às con-dições do educando;

VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementa-res de material didático-escolar, transporte, alimenta-ção e assistência à saúde; IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do proces-so de ensino-aprendizagem.X - vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (qua-tro) anos de idade.

Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional, du-rante o período de internação, ao aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, confor-me dispuser o Poder Público em regulamento, na esfera de sua competência federativa.

Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindi-cal, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo.

§ 1º O poder público, na esfera de sua competência fe-derativa, deverá:I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não concluíram a educação básica; II - fazer-lhes a chamada pública;III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequên-cia à escola.§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Pú-blico assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, con-forme as prioridades constitucionais e legais.§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judi-ciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.§ 4º Comprovada a negligência da autoridade compe-tente para garantir o oferecimento do ensino obrigató-rio, poderá ela ser imputada por crime de responsabi-lidade.

§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independente-mente da escolarização anterior.Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a ma-trícula das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade.

Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:I - cumprimento das normas gerais da educação nacio-nal e do respectivo sistema de ensino;II - autorização de funcionamento e avaliação de quali-dade pelo Poder Público;III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o pre-visto no art. 213 da Constituição Federal.

Art. 7º-A Ao aluno regularmente matriculado em insti-tuição de ensino pública ou privada, de qualquer nível, é assegurado, no exercício da liberdade de consciência e de crença, o direito de, mediante prévio e motivado requerimento, ausentar-se de prova ou de aula marcada para dia em que, segundo os preceitos de sua religião, seja vedado o exercício de tais atividades, devendo-se--lhe atribuir, a critério da instituição e sem custos para o aluno, uma das seguintes prestações alternativas, nos termos do inciso VIII do caput do art. 5º da Constituição Federal:I - prova ou aula de reposição, conforme o caso, a ser realizada em data alternativa, no turno de estudo do aluno ou em outro horário agendado com sua anuência expressa;II - trabalho escrito ou outra modalidade de atividade de pesquisa, com tema, objetivo e data de entrega definidos pela instituição de ensino.§ 1º A prestação alternativa deverá observar os parâ-metros curriculares e o plano de aula do dia da ausência do aluno.§ 2º O cumprimento das formas de prestação alterna-tiva de que trata este artigo substituirá a obrigação ori-ginal para todos os efeitos, inclusive regularização do registro de frequência.§ 3º As instituições de ensino implementarão progres-sivamente, no prazo de 2 (dois) anos, as providências e adaptações necessárias à adequação de seu funciona-mento às medidas previstas neste artigo.§ 4º O disposto neste artigo não se aplica ao ensino militar a que se refere o art. 83 desta Lei.

Conforme se percebe pelo artigo 4º, divide-se em etapas a formação escolar, nos seguintes termos:- A educação básica é obrigatória e gratuita. Envolve a pré-escola, o ensino fundamental e o ensino médio. A educação infantil deve ser garantida próxima à resi-dência. Com efeito, existe a garantia do direito à creche gratuita. No mais, pessoas fora da idade escolar que queiram completar seus estudos têm direito ao ensino fundamental e médio.- A educação superior envolve os níveis mais elevados

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do ensino, da pesquisa e da criação artística, devendo ser acessível conforme a capacidade de cada um.- Neste contexto, devem ser assegurados programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

O artigo 5º reitera a gratuidade e obrigatoriedade do ensino básico e assegura a possibilidade de se buscar judicialmente a garantia deste direito em caso de nega-tiva pelo poder público. Será possível fazê-lo por meio de mandado de segurança ou ação civil pública. Além da judicialização para fazer valer o direito na esfera cível, cabe em caso de negligência o acionamento na esfera penal, buscando-se a punição por crime de responsa-bilidade.Adiante, coloca-se o dever dos pais ou responsáveis efe-tuar a matrícula da criança.Por fim, o artigo 7º estabelece a possibilidade do ensino particular, desde que sejam respeitadas as normas da educação nacional, autorizado o funcionamento pelo poder público e que tenha possibilidade de se manter independentemente de auxílio estatal, embora exista previsão de tais auxílios em circunstâncias determinadas descritas no artigo 213, CF.Já o artigo 7o-A, passando a valer em 03 de março de 2019, disciplina o direito do aluno de, por motivo re-ligioso, faltar à aula ou à prova, devendo ser aplicada atividade ou aula substitutiva para eventual reposição.

A LDB amplia o conteúdo da própria CF, ao garantir não apenas o ensino fundamental, mas todo o ensino básico (pré-escola, fundamental e médio) como obrigatório e gratuito, também prevendo de forma expressa a gratuidade do ensino infantil (creches).

#FicaDica

TÍTULO IVDA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-nicípios organizarão, em regime de colaboração, os res-pectivos sistemas de ensino.§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organiza-ção nos termos desta Lei.

Art. 9º A União incumbir-se-á de:I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colabo-ração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e institui-ções oficiais do sistema federal de ensino e o dos Terri-tórios;

III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvi-mento de seus sistemas de ensino e o atendimento prio-ritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Dis-trito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensi-no médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimen-tos para identificação, cadastramento e atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos com altas habilidades ou superdotação;V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação; VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendi-mento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a defi-nição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação; VIII - assegurar processo nacional de avaliação das ins-tituições de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino;

IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Na-cional de Educação, com funções normativas e de super-visão e atividade permanente, criado por lei.§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso a todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e órgãos edu-cacionais.§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de educação superior.

Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e institui-ções oficiais dos seus sistemas de ensino;II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem asse-gurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

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V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede es-tadual.Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos Estados e aos Municípios.Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e institui-ções oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabeleci-mentos do seu sistema de ensino;V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atu-ação em outros níveis de ensino somente quando estive-rem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manu-tenção e desenvolvimento do ensino.VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede mu-nicipal.Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.

Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas--aula estabelecidas;IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a fre-quência e rendimento dos alunos, bem como sobre a exe-cução da proposta pedagógica da escola;VIII - notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do percentual permitido em lei;IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das es-colas;X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas.

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a pro-posta pedagógica do estabelecimento de ensino;III - zelar pela aprendizagem dos alunos;IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alu-nos de menor rendimento;V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedica-dos ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;VI - colaborar com as atividades de articulação da esco-la com as famílias e a comunidade.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação bá-sica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:I - participação dos profissionais da educação na elabo-ração do projeto pedagógico da escola;II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e admi-nistrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.

Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: I - as instituições de ensino mantidas pela União;II - as instituições de educação superior criadas e manti-das pela iniciativa privada;III - os órgãos federais de educação.

Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;III - as instituições de ensino fundamental e médio cria-das e mantidas pela iniciativa privada;IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Fede-ral, respectivamente.Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa pri-vada, integram seu sistema de ensino.

Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público munici-pal;II - as instituições de educação infantil criadas e manti-das pela iniciativa privada;III - os órgãos municipais de educação.Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas: I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorpora-das, mantidas e administradas pelo Poder Público;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - PROFESSOR ADJUNTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

ÍNDICE

Práticas e concepções de Educação Infantil.................................................................................................................................................................01Currículo na Educação Infantil. ..........................................................................................................................................................................................04Espaço e tempo no cotidiano da Educação Infantil. .................................................................................................................................................07Observação e registro na Educação Infantil. ................................................................................................................................................................10

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PRÁTICAS E CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

A educação está permeada por desafios que demonstram a sua complexidade e importância para a sociedade. Ressaltamos a relevância da Educação Infantil por ser o período em que os indivíduos se desenvolvem nas dimensões: cognitivas, afetivas, corporais e sociais. Esse é um período profícuo para a construção de conhecimentos. Cabe então, refletirmos sobre a infância, buscando compreender este processo através da perspectiva histórica a fim de apreender os diversos aspectos que interagem no exercício profissional dos gestores que atuam com crianças desta faixa etária.

Através da história da Educação Infantil, percebe-se que sua trajetória foi determinada por mudanças sociais e econômicas. Neste sentido, os sujeitos se constituem a partir das diferentes formas de intervenção educativa a que são submetidos.

A partir dos estudos realizados por Ariès (1986) constata-se que na Idade Média e início da Idade Moderna, a criança era vista como um adulto em miniatura, tendo a sua infância negada. A ausência do sentimento de infância na Idade Média está presente de forma contundente através da arte. A criança era considerada companheira natural do adulto, já recebendo aos sete anos de idade, a carteira de identidade “jurídica” de adulto. No momento em que a criança já não parecia precisar dos cuidados maternos era inserida na sociedade dos adultos, partilhando de suas atividades, passando a ser responsável pelos seus atos.

A partir dos séculos XVI e XVII reconhece-se que a criança não está madura para a vida. Iniciando assim, um novo episódio existencial. Nessa fase, surge a família nuclear que passa a proteger a criança. De uma simples instituição de “direito privado” destinada a transmitir o patrimônio e o nome, a família vai assumindo aos poucos uma consciência pedagógica, os pais já não se satisfazem somente em ter filhos, mas em proporcionar a eles uma preparação para a vida. E assim, a família começa a valer-se da escola como uma agência unida a ela e que a complementa.

A família e a escola sequestram a criança da sociedade dos adultos e a legalizam com uma dupla identidade: a da criança-filho e a da criança-aluno (a). A situação tem um lado positivo: cuidados, proteções, atenções, segurança, um ambiente superprotegido pelo qual a criança pagará, no entanto, um alto preço: o da privatização e da institucionalização de seu mundo e valores, negando-se a infância à possibilidade de situar-se autonomamente diante da realidade. As crianças eram enviadas desde cedo à escola para que tivessem uma vida boa e correta. A escola influenciada pelos reformadores, católicos ou protestantes, adotou o chicote, a prisão e os trabalhos pesados para educar.

No final do século XVII, com a valorização do afeto na família, ocorreu uma mudança de atitudes em relação à criança.

De acordo com Bujes (2001) o surgimento de instituições de educação infantil esteve relacionado com o surgimento da escola e do pensamento pedagógico moderno, entre os séculos XVI e XVII, a escola se organizou em virtude de um conjunto de possibilidades como: a descoberta de novas terras que modificou a sociedade europeia, o desenvolvimento científico, o surgimento de novos mercados, a invenção da imprensa que permitiu o acesso à leitura que a delinearam e também devido ao advento da sociedade industrial, século XVII e XVIII, que trouxe consigo uma nova concepção de educação e de criança está última passou a participar como protagonista deste novo cenário.

As exigências educativas da sociedade industrial que necessitava de mão de obra para o trabalho nas indústrias foi uma das razões para o investimento em campanhas sanitárias a fim de diminuir a mortalidade infantil.

O atendimento às crianças de 0 a 5 anos em instituições especializadas tem origem, portanto, com as mudanças sociais e econômicas, causadas pelas revoluções industriais no mundo todo. As mulheres deixaram seus lares por um período, onde eram cumpridoras de seus afazeres, de criação dos filhos e os deveres domésticos, cuidando do marido e família, para entrarem no mercado de trabalho. Atrelado a este fato, sob pressão dos trabalhadores urbanos, que viam nas creches um direito, seu e de seus filhos, por melhores condições de vida, deu-se início ao atendimento na educação infantil (termo atual referente ao atendimento de crianças de 0 a 5 anos) no Brasil.

O que se pode perceber é que existiram para justificar o surgimento das escolas infantis uma série de ideias sobre o que constituía uma “natureza infantil” que, de certa forma, traçava o destino social das crianças e justificava a intervenção dos governos a da filantropia para transformar as crianças em sujeitos úteis, numa sociedade desejada, que era definida por poucos (BUJES, 2001, p. 15).

As primeiras instituições públicas de educação infantil no Brasil datam de 1899 a partir da fundação do Instituto de Proteção a Assistência à Infância do Rio de Janeiro e da inauguração da creche da Companhia de Fiação e Tecidos Corcovado (RJ) que se constituiu como marco, pois é a primeira creche brasileira para filhas de operários que se tem registro.

As creches assim denominadas eram consideradas como asilos para a primeira infância, estas foram criadas para atender às crianças filhos de mães trabalhadoras, onde predominava o caráter assistencialista, priorizando o atendimento das crianças social e economicamente desfavorecidas.

Os estudos de Kuhlmann Jr. (1998) apontam para a preocupação existente neste período, especialmente, das instituições privadas em diferenciar através de seu caráter pedagógico, utilizado como estratégia de propaganda para atrair as famílias abastadas, os jardins-de-infância para os ricos das creches destinadas para os pobres. Ele afirma, ainda, que esta concepção refere-se a um tratamento empobrecido as crianças pobres, que vai desde de espaços restritos, adultos em número insuficiente, atividades, quase que exclusivamente, voltadas aos cuidados físicos: higiene, alimentação, segurança física e ao regramento moral de caráter atitudinal (valores, moralismo, regras, condutas e comportamento).

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O Kindergarten, jardim-de-infância, foi descrito pelo inspetor geral de Instrução pública, Souza Bandeira Filho, no relatório da viagem que havia feito a Europa a fim de obter informações sobre o ensino. Este foi descrito por suas características como instituições procuradas pelas famílias da elite européia, e que possuíam orientação nas idéias do alemão Froebel.

No Brasil até 1920, as instituições tinham um caráter exclusivamente filantrópico e caracterizado por seu difícil acesso oriundo do período colonial e imperialista da história do Brasil. A partir desta data, deu início uma nova configuração. Na década de 20, passava-se à defesa da democratização do ensino, educação significava possibilidade de ascensão social e era defendida como direito de todas ascrianças, consideradas como iguais.

Na década seguinte, o Estado assumiu o papel de buscar financiamento de órgãos privados, que viriam a colaborar com a proteção da infância. Diversos órgãos foram criados voltados à assistência infantil, (Ministério de Justiça e Negócios Interiores, Previdência Social e Assistência Social, Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública) e também a iniciativa privada. Nesta década a preocupação passou a ser com a educação física e higiene das crianças como fator de desenvolvimento das mesmas, tendo como principal objetivo o combate à mortalidade infantil. Nesta época teve início a organização de creches, jardins de infância e pré-escolas de maneira desordenada e sempre numa perspectiva emergencial, como se os problemas infantis criados pela sociedade pudessem ser resolvidos por essas instituições.

Em 1940 surgiu o Departamento Nacional da Criança, com objetivo de ordenar atividades dirigidas à infância, maternidade e adolescência, sendo administrado pelo Ministério da Saúde. Na década de 50 havia uma forte tendência médico-higienista do Departamento Nacional da Criança, desenvolvendo vários programas e campanhas visando o combate à desnutrição, vacinação e diversos estudos e pesquisas de cunho médico foram realizadas.

O Departamento Nacional da Criança teve, posteriormente um enfraquecimento e acabou transferindo algumas de suas responsabilidades para outros setores, prevalecendo o caráter médico-assistencialista, enfocando suas ações em reduzir a mortalidade materna e infantil.

Somente com a promulgação da lei nº 5692, de 11 de agosto de 1971, a qual faz referência à educação infantil, é que se tem um direcionamento à Educação Infantil, como sendo conveniente à educação em escolas maternais, jardins de infância e instituições equivalentes. No capítulo VI, artigo 61, é sugerido que as empresas particulares, as quais têm mulheres com filhos menores de sete anos, ofertem atendimento (educacional) a estas crianças, podendo ser auxiliadas pelo Poder Público. Esta lei recebeu inúmeras críticas, devido sua superficialidade e sua dificuldade na realização, pois não havia um programa mais específico para estimular as empresas à criação das instituições.

No que se referem à legislação brasileira, muitas foram às conquistas da Educação Infantil, nas últimas décadas, considerando a criança como sujeito de direitos.

A Constituição Federal de 1988 reconheceu a educação de crianças de zero a seis anos, anteriormente tida como assistencial, como direito do cidadão e dever do Estado e incluiu a creche no capítulo da Educação, ressaltando seu caráter educativo, e não mais estritamente assistencial.

Hoje, a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança. Ela deve ter todas as suas dimensões respeitadas.

Segundo Zabalza ao citar Fraboni: a etapa histórica que estamos vivendo, fortemente marcada pela “transformação” tecnológico-científica e pela mudança ético-social, cumpre todos os requisitos para tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança, legitimando-a finalmente como figura social, como sujeito de direitos enquanto sujeito social” (1998:68).

Esses direitos foram regulamentados pelo Estatuto da Criança e Adolescente (Lei Federal 8.969 de 13 de julho de 1990), explicitando melhor cada um dos direitos da criança e do adolescente bem como os princípios que devem nortear as políticas de atendimento.

#FicaDica

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei Federal 9.394 de 20 de dezembro de 1996) regulamenta a Educação Infantil, definindo-a como primeira etapa da Educação Básica (art. 21/I) e que, tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (art. 29). Mas os avanços na legislação não foram acompanhados de uma política de financiamento para a educação infantil que permitisse uma expansão do atendimento por instituições públicas bem como sua qualificação.

Através desta retrospectiva histórica, compreende-se que as instituições de Educação Infantil surgem a partir da sociedade industrial com um caráter de assistência a saúde/preservação da vida, não se relacionando com o fator educacional. Esse é um dado importante, pois concentra as discussões entre o educar e o cuidar.

Ainda hoje, não raramente, as pessoas se referem às instituições de educação infantil como sendo exclusivamente um local para cuidar das crianças enquanto os pais trabalham. Esta visão reafirma o esteriótipo de que a dimensão educacional inexiste nestas instituições e por isso também o descrédito que é dado aos profissionais que atuam com os educandos nesta faixa etária. No entanto, o educar e o cuidar são aspectos indissociáveis e estão presentes no cotidiano das ações.

A especificidade do fazer pedagógico na educação infantil revela o quão importante são estas duas dimensões, porém muitas instituições priorizam a dimensão do

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cuidar em detrimento ao trabalho educativo, desta forma confundem o papel da instituição com o da família e esquecem que há uma relação de complementaridade entre elas.

O perigo da dicotomia entre o educar e o cuidar está em suprimir uma destas dimensões em relação à outra, pois de um lado encontram-se as instituições que priorizam apenas o cuidar enfocando ações referentes aos aspectos físicos das crianças, especialmente cuidados com a higiene e alimentação. De outro, com o propósito implícito de valorizar o caráter educacional, estão as instituições que em última instância promovem a escolarização precoce dos educandos desde muito cedo, onde as atividades disciplinares, partindo do modelo da escola fundamental, experiências com lápis e papel, exclusivamente, realizadas nas mesas, a alfabetização e numeração, constituem o eixo do fazer pedagógico destas instituições.

Conforme Bujes (2001), enquanto se mantiver a confusão de papéis que vê na família ou na escola os modelos a serem seguidos pela educação infantil, quem perde é a criança. A forma como se concebe a Educação Infantil tem consequências marcantes nas práticas dos profissionais e na vida dos educandos, o educar e o cuidar fazem parte do processo educacional nesta etapa de desenvolvimento e ocorrem simultaneamente por serem dois processos complementares e indissociáveis.

A educação infantil se constituí em um espaço de descoberta do mundo para as crianças, a responsabilidade com que é desenvolvida tem fundamental importância e demonstra o comprometimento com a educação. Os gestores necessitam ter clareza sobre estes aspectos que se entrelaçam e repercutem nas suas práticas.1

Para finalizar, duas concepções relevantes na educação infantil:

Concepção Global da criança: fundamenta a ideia de Educação Infantil desenvolvimentista, com objetivos focados na criança em si, independente de sua história e das condições sociais. O objetivo da educação é o desenvolvimento global e harmônico da criança. Global porque inclui todos os aspectos do ser humano, harmônico porque todos estes aspectos devem desenvolver-se equilibradamente, paralelamente, sem exageros nem limitações. Busca-se o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e atitudes, nos aspectos: motores, afetivos, sociais e cognitivos.

Concepção Pedagógica: estudos científicos apontavam para a necessidade de compreender que a creche e a pré-escola tem uma Função Pedagógica, enfatizando aprendizagem estimuladora e significativa, garantindo novos conhecimentos e favorecendo o processo de alfabetização por meio do trabalho sistematizado. A proposta da educação infantil deve estar permeada por uma concepção de criança e educação infantil que valorize o sujeito e o seu processo de formação humana. A educação 1 Fonte: www.ucs.br - Vanessa Medianeira da Silva Flôres/Cleonice Ma-ria Tomazzetti

infantil deve ser o espaço onde a criança poderá ter acesso a conhecimentos formados historicamente ao mesmo tempo em que participa como sujeito histórico, produtor dessa cultura. Por meio da interação da criança com o outro, ela irá descobrir-se, descobrir o outro, descobrir o mundo, experimentando, e criar novos significados para sua intervenção nesse mundo. O processo educativo da criança é marcado pela internalizaçao de valores, crenças, normas e representações sociais dominantes que contribuem com o processo de formação corporal, cultural, psicológica e social, e assim, para a realização e envolvimento dos sujeitos em suas futuras atividades produtivas e sociais. A educação infantil possui duas dimensões: a de cuidar e a de educar, que devem ser consideradas como essenciais e importantes nas propostas pedagógicas voltadas para essa faixa etária, sendo necessário ressaltar que o cuidar compreende os cuidados básicos com a alimentação, a higiene e o vestuário. E além do cuidar é necessário o educar a criança, colocando-a como indivíduo que possui o direito de se apropriar do conhecimento e começar a se preparar para o processo de alfabetização.2

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (Prefeitura de Fortaleza/CE – 2018 - Prefeitura de Fortaleza/CE) Sobre as finalidades e objetivos da Educa-ção Infantil, é correto afirmar.

a) A ação pedagógica é caracterizada pela indissociabilida-de entre educar e cuidar.

b) A Educação Infantil tem apenas por finalidade o desen-volvimento cognitivo e linguístico da criança.

c) A Educação Infantil tem apenas por finalidade o desen-volvimento cognitivo e psicomotor da criança, não ha-vendo necessidade da complementaridade da ação da família e comunidade.

d) A ação pedagógica é caracterizada apenas pelo cuidar.

Resposta: Letra A. Em “b” e “c”, Errado - Dentre as ha-bilidades desenvolvidas na educação infantil temos a habilidade motora, psicomotas, cognitiva, linguística, de socialização, de conhecimento do tempo e do espaço, entre outras, o que torna as duas alternativas incorretas por afirmarem se que trata de “apenas” ou de “excluí-rem” a participação da família e da comunidade.Em “d”, Errado – o cuidar está associado ao educar.

2 Fonte: www.fundamentoseducacaoinfantil.blogspot.com

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2. (Instituto Excelência/2017 - Prefeitura de Três Fron-teiras/SP) As Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil, de 2009, indicam que: as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação infantil devem ter como eixos norteadores: as interações e a brincadeira, as quais devem ser observa-das, registradas e avaliadas. A aquisição de brinquedos para uso das crianças na Educação Infantil é uma estra-tégia de implementação das Diretrizes Curriculares Na-cionais para a Educação Infantil. As crianças brincam de forma espontânea em qualquer lugar e com qualquer coisa, mas há uma diferença entre uma postura espon-taneista e outra reveladora da qualidade. A alta quali-dade é resultado da intencionalidade do adulto que, ao programar o eixo das interações e brincadeiras, procura oferecer autonomia às crianças, para a exploração dos brinquedos e a recriação da cultura lúdica. Na educação infantil, sob a ótica das crianças, ocorrem interações entre:I- As crianças e as professoras/adultos - essenciais para dar riqueza e complexidade às brincadeiras. II- As crianças entre si - a cultura lúdica ou a cultura infan-til só acontece quando as crianças brincam entre si, com idades iguais ou diferentes (maiores com bebês, crianças pequenas com as maiores).III- As crianças e o ambiente - a organização do ambiente facilita ou dificulta a ação de brincar. Uma estante na altura do olhar das crianças facilita o uso independente dos brin-quedos. Um escorregador alto no parque, além do risco oferecido ao uso pelos pequenos, leva a uma situação de estresse no grupo quando a professora proíbe utilizá-lo.IV- As crianças, as instituições e as famílias - tais relações possibilitam vínculos que favorecem um clima de respei-to mútuo e confiabilidade, gerando espaços para o tra-balho colaborativo e a identificação da cultura popular da criança e de sua família, de suas brincadeiras e brinquedos preferidos.

Mediante o exposto assinale a alternativa CORRETA:

a) São verdadeiras I, II e IV apenas. b) São verdadeiras II e III apenas. c) São verdadeiras I, II III e IV. d) Nenhuma das alternativas.

Resposta: Letra C. Em “a”, “b”, “c” e “d” – Certo - Como vimos na questão acima, a educação infantil tem o ob-jetivo de estimular o desenvolvimento motor, psicomo-tor, psicossocial, linguístico, cognitivo, a noção de espaço e tempo, entre outros, e isso se dá através das relações interpessoais, seja elas entre as crianças em si ou ainda com seus professores, família e sociedade, que atuam na construção do conhecimento de forma conjunta.

CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR: LIMITES E POSSIBI-LIDADES NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Em latim currículo significa: movimento progressivo ou carreira, constituindo uma totalidade que devia não apenas ser seguido mas também acabado, em primeira mão está relacionado com a carreira que se vai seguir. Nas escolas o termo está relacionado às disciplinas a serem estudadas.

Arroyo (2011), declara que o currículo muitas vezes não coincide com a realidade social que os cursos de formação e de educação básica estão distante das verdades que os mestres e alunos vivenciam. É por esta razão que muitas vezes nas escolas em reuniões com professores, é declarado que não se pode incluir mais nada em suas aulas porque devem cumprir todo o conteúdo que está proposto no livro, caso não cumpra, não estará seguindo o currículo conforme o que foi programado no início do ano.

Com sorte pode-se entender que é necessário uma reflexão, para um melhor entendimento e na definição da teoria e das práticas escolares. O discurso educacional, mais especificamente no campo do currículo, estava basicamente centrado em responder a pergunta “como?”, ou seja, qual a melhor forma de “transmitir conhecimento” ou de criar comportamentos de ajustamento aos grupos sociais. Michael Apple, então, propõe que a educação e o currículo deveriam propor outras perguntas: “O quê?” e “para quem?” (APPLE, 2011, p.30).

Assim, se transmitiria conhecimentos com responsabilidades, longe do conceito do senso comum, e a formação do professor ficar em evidência.

Conforme Arroyo (2011), o que está acontecendo é uma mudança de identidade profissional, e esta mudança também afeta nossa identidade pessoal e dependendo do foco é forçado a aprender muitas vezes o que não se ensina nos cursos de formação. Assim o professor se sente despreparado no cotidiano das salas de aula e no convívio com os alunos.

Para Apple (2011), currículo são roteiros da ação na sala de aula, que funcionam como script, ditam exatamente o que fazer, como fazer e quando fazer. Para Popkewitz (2011) estudioso no assunto, o currículo tem efeitos sociais e subjetivos, pois, é um conhecimento que organiza as percepções (pensar), as formas de responder ao mundo (agir) e as concepções do eu (sentir).

A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (Art. 29 Lei 9394/96).

A escola tem a função de educar e de transmitir o saber, a Educação Infantil se modificado e ampliado suas funções. Segundo Medel (2012),

O currículo, na visão multicultural, deve trabalhar em prol da formação das identidades abertas à pluralidade cultural, desafiadora de preconceitos em uma perspectiva