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Cuiabá/MT, 29 de Junho de 2016. À Comissão de Concurso Público (Edital nº 001/2016) Prefeitura Municipal de Nova Maringá/MT. Referente: Parecer sobre Recursos – Resultado. Prezados Senhores. Apresentamos a V.Sas. parecer da banca examinadora sobre recursos de candidatos quanto à divulgação do Resultado Parcial, referente ao Concurso Público desta Prefeitura. Candidato Inscrição Cargo Alisson César de Carvalho 02320 Procurador Jurídico ADVOGADO – QUESTÃO 19 (ESPECÍFICA) Argumentação do candidato: A questão em apreço pede ao candidato que seja assinala a alternativa que contenha erro quanto à colocação do pronome oblíquo átono. Desta forma passemos a analisar cada uma das alternativas apresentadas: A) Deixar-nos-ia bastante aflitos, caso chegasse muito tarde. A presente oração traz como escopo uma situação condicional no futuro do pretérito simples em primeira pessoa do plural. Isso porque, o verbo deve manter sintonia com o sujeito, que no presente caso está no plural. Sendo assim, a palavra correta para o início da frase seria DEIXAR-NOS-ÍAMOS, e não deixar-nos-ia como esta descrito. Com isso há que dizer que tal frase apresenta erro quanto a aplicação do pronome oblíquo átono, apresentando-se, portanto, como possível alternativa a ser assinalada. B) Em se tratando de esporte, prefiro vôlei. A forma apresentada corresponde a um galicismo, dado que na língua francesa existe o “gérondif” em que o particípio presente é precedido de en. Talvez seja melhor substituir “Em se tratando” por “Tratando-se de”. Parece-nos que o conjunto “Em se tratando” é uma má tradução da forma francesa “Em s’agissant”. Diante da divergência apresentada, pode-se concluir que a frase também apresenta erro quanto a colocação do pronome oblíquo átono, sendo igualmente uma possível alternativa para a questão. C) Não disse-me nada sobre sua última viagem. Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, entre outras situações devemos colocar o pronome antes do verbo quando nas orações há uma palavra negativa, e entre ela e o verbo não há virgula. Assim, tal alternativa também apresenta erro quanto a colocação do pronome oblíquo átono, sendo uma possível alternativa para a questão.

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Page 1: Comissão de Concurso Público (Edital nº 001/2016)...Com isso há que dizer que tal frase apresenta erro quanto a aplicação do pronome oblíquo átono, apresentando-se, portanto,

Cuiabá/MT, 29 de Junho de 2016.

À Comissão de Concurso Público (Edital nº 001/2016) Prefeitura Municipal de Nova Maringá/MT.

Referente: Parecer sobre Recursos – Resultado. Prezados Senhores. Apresentamos a V.Sas. parecer da banca examinadora sobre recursos de

candidatos quanto à divulgação do Resultado Parcial, referente ao Concurso Público desta Prefeitura.

Candidato Inscrição Cargo

Alisson César de Carvalho 02320 Procurador Jurídico

ADVOGADO – QUESTÃO 19 (ESPECÍFICA)

Argumentação do candidato: A questão em apreço pede ao candidato que seja assinala a alternativa que contenha erro quanto à colocação do pronome oblíquo átono. Desta forma passemos a analisar cada uma das alternativas apresentadas: A) Deixar-nos-ia bastante aflitos, caso chegasse muito tarde. A presente oração traz como escopo uma situação condicional no futuro do pretérito simples em primeira pessoa do plural. Isso porque, o verbo deve manter sintonia com o sujeito, que no presente caso está no plural. Sendo assim, a palavra correta para o início da frase seria DEIXAR-NOS-ÍAMOS, e não deixar-nos-ia como esta descrito. Com isso há que dizer que tal frase apresenta erro quanto a aplicação do pronome oblíquo átono, apresentando-se, portanto, como possível alternativa a ser assinalada. B) Em se tratando de esporte, prefiro vôlei. A forma apresentada corresponde a um galicismo, dado que na língua francesa existe o “gérondif” em que o particípio presente é precedido de en. Talvez seja melhor substituir “Em se tratando” por “Tratando-se de”. Parece-nos que o conjunto “Em se tratando” é uma má tradução da forma francesa “Em s’agissant”. Diante da divergência apresentada, pode-se concluir que a frase também apresenta erro quanto a colocação do pronome oblíquo átono, sendo igualmente uma possível alternativa para a questão. C) Não disse-me nada sobre sua última viagem. Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, entre outras situações devemos colocar o pronome antes do verbo quando nas orações há uma palavra negativa, e entre ela e o verbo não há virgula. Assim, tal alternativa também apresenta erro quanto a colocação do pronome oblíquo átono, sendo uma possível alternativa para a questão.

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D) O juiz tinha se queixado da conduta da testemunha. A presente questão mostra-se como a única opção em que não erro quanto à colocação do pronome oblíquo átono, vez que respeita todas as normas segundo o padrão culto da língua portuguesa. Diante dessas alegações, sendo imperiosa a possibilidade de serem assinalas mais de uma alternativa como sendo a correta para a questão, requer-se seja ANULADA. INDEFERIDO – IMPROCEDENTE: A frase da alternativa A está correta, pois ocorre mesóclise de acordo com a seguinte regra de colocação pronominal: “A mesóclise só pode ocorrer quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo”. Na frase em questão, o verbo está no futuro do pretérito do modo indicativo e o verbo chegar está no pretérito imperfeito do subjuntivo fazendo a correlação com o futuro do pretérito “deixaria”. Não há como colocar o verbo “deixar” no plural, pois “deixasse” está na terceira pessoa do singular. A frase da alternativa B também está correta, pois a ênclise ocorreu porque o verbo está no gerúndio (tratando) e vem precedido pela preposição “em”, de acordo com a regra de colocação pronominal da língua portuguesa. A frase da opção C está incorreta, pois há palavra negativa (não) que atrai o pronome átono. Por esse motivo o pronome deve ser colocado antes do verbo, ocorrendo assim a próclise. Por fim, a opção D está correta de acordo com a regra da norma culta. Pelas justificativas apresentadas, a única alternativa incorreta é a que se encontra na letra C, permanecendo, portanto, o gabarito oficial. Bibliografia consultada: Curso Prático de Gramática – Ernani Terra – páginas 168 a 170. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa – Domingos Paschoal Cegalla – páginas 538 a 545. Ressalte-se em primeiro momento a enorme insatisfação do presente candidato com a forma com que se procedeu as impetrações dos recursos contra o gabarito preliminar da prova objetiva. Isso porque, ao acessar a área destinada ao candidato para impetração dos respectivos recursos, não foi possível de forma alguma carregar a página, a qual não oferecia as devidas opções de cargo e modalidade de questão (específica, português ou conhecimentos gerais). Ademais, ao tentar enviar o conteúdo dos recursos sem preencher tais campos, o sistema apresentou erro. Na ocasião foram feitas inúmeras tentativas de contato por telefone com a banca examinadora, restando tais tentativas infrutíferas, seja porque não atendiam aos telefonemas, seja porque alegavam ser problemas com servidores que possivelmente estavam superlotados com várias outras pessoas tentando impetrar tais recursos. Ocorre no entanto, que foram realizadas várias tentativas em diversos computadores acessados, bem como vários navegadores de internet (internet explorer, Mozilla, Google Chrome), todos sem sucesso. Com o ocorrido e com interpretação apresentada pelo item 8.3 do edital 001/2016, procedeu-se com a impetração do recurso via e-mail, no endereço eletrônico: [email protected]. Assim, conforme indicado segue em anexo o print da tela que comprova o envio do email (anexo 1). Interessante alegação a ser feita é que conforme exposto acima, o intem 8.3 permite-nos concluir que a impetração via email é plenamente possível, conforme nota-se em seu teor: 8.3 A interposição de recursos deverá ser feita via internet, através do email:

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[email protected], com o fornecimento de dados referente à inscrição do candidato, apenas no prazo recursal, à W2 AUDITORIA E CONSULTORIA, conforme disposições contidas no endereço eletrônico: www.w2consultores.com.br, no link correspondente ao Concurso Público ou de forma presencial, no Paço Municipal de Nova Maringá/MT, esses através dos moldes constantes nesse Edital, em seu ANEXO VI - MODELOS DE FORMULÁRIO PARA RECURSO. Assim, presume-se recebido o recurso por esta respeitável banca examinadora, a qual, até o presente momento de impetração deste recurso mostrou-se silente quanto aos argumentos apresentados. No entanto, ao consultar o gabarito definitivo apresentado aos candidatos em 17/06/2016, pode-se perceber que o pedido de anulação da questão foi indeferido. Passemos então para a análise da questão, apresentando os argumentos que visam ANULAR a questão 10. A questão em apreço pede ao candidato que seja assinala a alternativa que contenha erro quanto à colocação do pronome oblíquo átono. Desta forma passemos a analisar cada uma das alternativas apresentadas: A) Deixar-nos-ia bastante aflitos, caso chegasse muito tarde. A presente oração traz como escopo uma situação cuja qual o verbo DEIXAR deve estar corretamente conjugado no futuro do pretérito simples condicional em primeira pessoa do plural (NÓS). Isso porque, o verbo deve manter sintonia com o sujeito, que no presente caso está no plural. Ocorre, no entanto, que no caso exposto, a conjugação do verbo está INCORRETA, tendo em vista que ao se descrever a palavra “deixar-nos”, podemos concluir que mais de uma pessoa será deixada. Ademais, na continuação da frase podemos observar que a palavra “aflitos” está no plural, sendo imperioso concluir que mais de uma pessoa ficaria aflita. Sendo assim, a palavra correta para o início da frase que está no plural seria DEIXAR-NOS-ÍAMOS, e não deixar-nos-ia como está descrito. Inclusive, há que ressaltar, que mesmo que a frase estivesse no singular, a conjugação estaria errada, eis que a correta conjugação para o verbo deixar em primeira pessoa do singular seria DEIXAR-ME-IA. Para comprovar o exposto, expõe-se a seguir quadros, com a completa conjugação do verbo DEIXAR em todos os tempos e com todos os pronomes oblíquos átonos: Indicativo Presente eu deixo-me tu deixas-te ele deixa-se nós deixamo-nos vós deixais-vos

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eles deixam-se Pretérito perfeito composto eu tenho-me deixado tu tens-te deixado ele tem-se deixado nós temo-nos deixado vós tendes-vos deixado eles têm-se deixado Pretérito imperfeito eu deixava-me tu deixavas-te ele deixava-se nós deixávamo-nos vós deixáveis-vos eles deixavam-se Pretérito mais-que-perfeito composto eu tinha-me deixado tu tinhas-te deixado ele tinha-se deixado nós tínhamo-nos deixado vós tínheis-vos deixado eles tinham-se deixado Pretérito mais-que-perfeito simples eu deixara-me tu deixaras-te ele deixara-se nós deixáramo-nos vós deixáreis-vos eles deixaram-se Pretérito perfeito simples eu deixei-me tu deixaste-te ele deixou-se nós deixámo-nos vós deixastes-vos eles deixaram-se Pretérito mais-que-perfeito anterior eu tivera-me deixado tu tiveras-te deixado ele tivera-se deixado nós tivéramo-nos deixado vós tivéreis-vos deixado eles tiveram-se deixado Futuro do presente simples

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eu deixar-me-ei tu deixar-te-ás ele deixar-se-á nós deixar-nos-emos vós deixar-vos-eis eles deixar-se-ão Futuro do presente composto eu ter-me-ei deixado tu ter-te-ás deixado ele ter-se-á deixado nós ter-nos-emos deixado vós ter-vos-eis deixado eles ter-se-ão deixado Condicional Futuro do pretérito simples eu deixar-me-ia tu deixar-te-ias ele deixar-se-ia nós deixar-nos-íamos vós deixar-vos-íeis eles deixar-se-iam Futuro do pretérito composto eu ter-me-ia deixado tu ter-te-ias deixado ele ter-se-ia deixado nós ter-nos-íamos deixado vós ter-vos-íeis deixado eles ter-se-iam deixado Conjuntivo / Subjuntivo Presente que eu me deixe que tu te deixes que ele se deixe que nós nos deixemos que vós vos deixeis que eles se deixem Pretérito perfeito que eu tenha-me deixado que tu tenhas-te deixado que ele tenha-se deixado que nós tenhamo-nos deixado que vós tenhais-vos deixado que eles tenham-se deixado Pretérito imperfeito

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se eu me deixasse se tu te deixasses se ele se deixasse se nós nos deixássemos se vós vos deixásseis se eles se deixassem Pretérito mais-que-perfeito se eu tivesse-me deixado se tu tivesses-te deixado se ele tivesse-se deixado se nós tivéssemo-nos deixado se vós tivésseis-vos deixado se eles tivessem-se deixado Futuro simples quando eu me deixar quando tu te deixares quando ele se deixar quando nós nos deixarmos quando vós vos deixardes quando eles se deixarem Futuro composto quando eu tiver-me deixado quando tu tiveres-te deixado quando ele tiver-se deixado quando nós tivermo-nos deixado quando vós tiverdes-vos deixado quando eles tiverem-se deixado Infinitivo pessoal Presente eu deixar-me tu deixares-te ele deixar-se nós deixarmo-nos vós deixardes-vos eles deixarem-se Pretérito eu ter-me deixado tu teres-te deixado ele ter-se deixado nós termo-nos deixado vós terdes-vos deixado eles terem-se deixado Imperativo

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Afirmativo: deixa-te deixe-se deixemo-nos deixai-vos deixem-se Negativo não te deixes não se deixe não nos deixemos não vos deixeis não se deixe http://www.conjugacao-de-verbos.com/verbo/deixar-se.php Vejamos mais uma tabela para que não restem dúvidas: Indicativo Presente eu deixo tu deixas ele deixa nós deixamos vós deixais eles deixam Pretérito Imperfeito eu deixava tu deixavas ele deixava nós deixávamos vós deixáveis eles deixavam Pretérito Perfeito eu deixei tu deixaste ele deixou nós deixamos vós deixastes eles deixaram Pretérito Mais-que-perfeito eu deixara tu deixaras ele deixara nós deixáramos vós deixáreis

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eles deixaram Futuro do Presente eu deixarei tu deixarás ele deixará nós deixaremos vós deixareis eles deixarão Futuro do Pretérito eu deixaria tu deixarias ele deixaria nós deixaríamos vós deixaríeis eles deixariam Subjuntivo Presente que eu deixe que tu deixes que ele deixe que nós deixemos que vós deixeis que eles deixem Pretérito Imperfeito se eu deixasse se tu deixasses se ele deixasse se nós deixássemos se vós deixásseis se eles deixassem Futuro quando eu deixar quando tu deixares quando ele deixar quando nós deixarmos quando vós deixardes quando eles deixarem Imperativo Imperativo Afirmativo-- deixa tu

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deixe ele deixemos nós deixai vós deixem eles Imperativo Negativo-- não deixes tu não deixe ele não deixemos nós não deixeis vós não deixem eles Indicativo (pronominal) Presente eu deixo-o tu deixa-lo ele deixa-o nós deixamo-lo vós deixai-lo eles deixam-no Pretérito Imperfeito eu deixava-o tu deixava-lo ele deixava-o nós deixávamo-lo vós deixávei-lo eles deixavam-no Pretérito Perfeito eu deixei-o tu deixaste-o ele deixou-o nós deixamo-lo vós deixaste-lo eles deixaram-no Pretérito Mais-que-perfeito eu deixara-o tu deixara-lo ele deixara-o nós deixáramo-lo vós deixárei-lo eles deixaram-no Futuro do Presente

Page 10: Comissão de Concurso Público (Edital nº 001/2016)...Com isso há que dizer que tal frase apresenta erro quanto a aplicação do pronome oblíquo átono, apresentando-se, portanto,

eu deixá-lo-ei tu deixá-lo-ás ele deixá-lo-á nós deixá-lo-emos vós deixá-lo-eis eles deixá-lo-ão Futuro do Pretérito eu deixá-lo-ia tu deixá-lo-ias ele deixá-lo-ia nós deixá-lo-íamos vós deixá-lo-íeis eles deixá-lo-iam Subjuntivo (pronominal) Presente que eu o deixe que tu o deixes que ele o deixe que nós o deixemos que vós o deixeis que eles o deixem Pretérito Imperfeito se eu o deixasse se tu o deixasses se ele o deixasse se nós o deixássemos se vós o deixásseis se eles o deixassem Futuro quando eu o deixar quando tu o deixares quando ele o deixar quando nós o deixarmos quando vós o deixardes quando eles o deixarem Imperativo (pronominal) Imperativo Afirmativo-- deixa-o tu deixe-o ele deixemo-lo nós deixai-o vós

Page 11: Comissão de Concurso Público (Edital nº 001/2016)...Com isso há que dizer que tal frase apresenta erro quanto a aplicação do pronome oblíquo átono, apresentando-se, portanto,

deixem-no eles Imperativo Negativo-- não o deixes tu não o deixe ele não o deixemos nós não o deixeis vós não o deixem eles Infinitivo (pronominal) Infinitivo Pessoa lpor o deixar eu por o deixares tu por o deixar ele por o deixarmos nós por o deixardes vós por o deixarem ele Indicativo (pronominal reflexiva) Presente eu deixo-me tu deixas-te ele deixa-se nós deixamo-nos vós deixais-vos eles deixam-se Pretérito Imperfeito eu deixava-me tu deixavas-te ele deixava-se nós deixávamo-nos vós deixáveis-vos eles deixavam-se Pretérito Perfeito eu deixei-me tu deixaste-te ele deixou-se nós deixamo-nos vós deixastes-vos eles deixaram-se Pretérito Mais-que-perfeito eu deixara-me tu deixaras-te ele deixara-se

Page 12: Comissão de Concurso Público (Edital nº 001/2016)...Com isso há que dizer que tal frase apresenta erro quanto a aplicação do pronome oblíquo átono, apresentando-se, portanto,

nós deixáramo-nos vós deixáreis-vos eles deixaram-se Futuro do Presente eu deixar-me-ei tu deixar-te-ás ele deixar-se-á nós deixar-nos-emos vós deixar-vos-eis eles deixar-se-ão Futuro do Pretérito eu deixar-me-ia tu deixar-te-ias ele deixar-se-ia nós deixar-nos-íamos eles deixar-se-iam Subjuntivo (pronominal reflexiva) Presente que eu me deixe que tu te deixes que ele se deixe que nós nos deixemos que vós vos deixeis que eles se deixem Pretérito Imperfeito se eu me deixasse se tu te deixasses se ele se deixasse se nós nos deixássemos se vós vos deixásseis se eles se deixassem Futuro quando eu me deixar quando tu te deixares quando ele se deixar quando nós nos deixarmos quando vós vos deixardes quando eles se deixarem Imperativo (pronominal reflexiva) Imperativo Afirmativo--

Page 13: Comissão de Concurso Público (Edital nº 001/2016)...Com isso há que dizer que tal frase apresenta erro quanto a aplicação do pronome oblíquo átono, apresentando-se, portanto,

deixa-te tu deixe-se ele deixemo-nos nós deixai-vos vós deixem-se eles Imperativo Negativo-- não te deixes tu não se deixe ele não nos deixemos nós não vos deixeis vós não se deixem eles Infinitivo (pronominal reflexiva) Infinitivo Pessoaldeixar-me eu deixares-te tu deixar-se ele deixarmo-nos nós deixardes-vos vós deixarem-se eles http://www.conjugacao.com.br/verbo-deixar/ Percebe-se que a palavra DEIXAR-NOS-IA não se encaixa em nenhuma das conjugações apresentadas, sendo que a sua inserção na frase proposta está equivocada, não respeitando o padrão culto da língua portuguesa. Logo, pode-se perceber que há erro quanto á colocação do pronome oblíquo átono. Com isso há que dizer que tal frase apresenta erro quanto a aplicação do pronome oblíquo átono, apresentando-se, portanto, como possível alternativa a ser assinalada. B) Em se tratando de esporte, prefiro vôlei. A presente questão mostra-se como opção em que não erro quanto à colocação do pronome oblíquo átono, vez que respeita todas as normas segundo o padrão culto da língua portuguesa. C) Não disse-me nada sobre sua última viagem. Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, entre outras situações devemos colocar o pronome antes do verbo quando nas orações há uma palavra negativa, e entre ela e o verbo não há virgula. Assim, tal alternativa também apresenta erro quanto a colocação do pronome oblíquo átono, sendo uma possível alternativa para a questão. D) O juiz tinha se queixado da conduta da testemunha. A presente questão mostra-se com opção em que não erro quanto à colocação do pronome oblíquo átono, vez que respeita todas as normas segundo o padrão culto da língua portuguesa. Ora, conforme pode-se notar, tanto a alternativa A, quanto a alternativa C, apresentam erro quanto a colocação do pronome oblíquo átono, sendo ambas passíveis de ser assinaladas pelos candidatos. Tal ocorrência viola o item 5.1.4 do edital 001/2016, o qual prevê: 5.1.4. As questões das provas objetivas serão do tipo múltipla escolha, com 4 (quatro) opções (A a D) e uma única resposta correta.

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Diante dessas alegações, sendo imperiosa a possibilidade de serem assinalas mais de uma alternativa como sendo a correta para a questão, requer-se seja ANULADA a questão 10. Por fim, ressalta-se que a Lei Federal nº 9.784/99, em seu artigo 50, III, dispõe que os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação de fatos e de seus fundamentos quando decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública. Sendo assim, requer sejam fundamentadas as teses utilizadas pela banca examinadora para argumentar o presente recurso. Atenciosamente RECURSO INDEFERIDO: A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos é um aspecto gramatical relacionado à adequação da frase ao padrão formal e tradicional da língua. Os pronomes oblíquos átonos são: me, te, se, lhe, o(s), a(s), nos, vos. A norma culta propõe uma ampla variedade de regras para o posicionamento dos pronomes oblíquos na frase, eles podem se posicionar antes (próclise), no meio (mesóclise) e depois (ênclise) do verbo. Na frase “deixar-nos-ia bastante aflitos, caso chegasse mais tarde” temos o uso da mesóclise, isto é, o pronome oblíquo átono (nos) está posicionado no meio do verbo que está conjugado no futuro do pretérito e inicia a frase. Para que se entenda melhor, vale desmembrar a frase: “(ele) nos deixaria bastante aflitos, caso chegasse mais tarde”. Observe que é uma pessoa que deixaria outras pessoas aflitas, caso (ele ou ela) chegasse mais tarde. Os pronomes pessoais do caso reto são empregados nas funções de sujeito, predicativo e vocativo; os pronomes oblíquos atuam como objetos ou complementos. Não há possibilidade de colocarmos o verbo “deixar” no plural, pois a frase ficaria incorreta. Veja: deixar-nos-íamos: deixaríamos bastante aflitos(?). Ou ainda: deixar-me-ia: deixaria(-me) bastante aflitos(?) O verbo “deixar” é pronominal quando significa “não resistir a”, o que não é o caso nesta frase, pois nela o verbo significa “fazer (alguém ou algo) ficar (em certo estado ou condição)”. (Novíssimo Aulete – Dicionário contemporâneo da língua portuguesa – página 442) Por todas as justificativas apresentadas, o recurso do candidato não procede.

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ADVOGADO – QUESTÃO 19 (ESPECÍFICA)

Argumentação do candidato: Ressalte-se em primeiro momento a enorme insatisfação do presente candidato com a forma com que se procedeu as impetrações dos recursos contra o gabarito preliminar da prova objetiva. Isso porque, ao acessar a área destinada ao candidato para impetração dos respectivos recursos, não foi possível de forma alguma carregar a página, a qual não oferecia as devidas opções de cargo e modalidade de questão (específica, português ou conhecimentos gerais). Ademais, ao tentar enviar o conteúdo dos recursos sem preencher tais campos, o sistema apresentou erro. Na ocasião foram feitas inúmeras tentativas de contato por telefone com a banca examinadora, restando tais tentativas infrutíferas, seja porque não atendiam aos telefonemas, seja porque alegavam ser problemas com servidores que possivelmente estavam superlotados com várias outras pessoas tentando impetrar tais recursos. Ocorre no entanto, que foram realizadas várias tentativas em diversos computadores acessados, bem como vários navegadores de internet (internet explorer, Mozilla, Google Chrome), todos sem sucesso. Com o ocorrido e com interpretação apresentada pelo item 8.3 do edital 001/2016, procedeu-se com a impetração do recurso via e-mail, no endereço eletrônico: [email protected]. Assim, conforme indicado segue em anexo o print da tela que comprova o envio do email (anexo 1). Interessante alegação a ser feita é que conforme exposto acima, o intem 8.3 permite-nos concluir que a impetração via email é plenamente possível, conforme nota-se em seu teor: 8.3 A interposição de recursos deverá ser feita via internet, através do email: [email protected], com o fornecimento de dados referente à inscrição do candidato, apenas no prazo recursal, à W2 AUDITORIA E CONSULTORIA, conforme disposições contidas no endereço eletrônico: www.w2consultores.com.br, no link correspondente ao Concurso Público ou de forma presencial, no Paço Municipal de Nova Maringá/MT, esses através dos moldes constantes nesse Edital, em seu ANEXO VI - MODELOS DE FORMULÁRIO PARA RECURSO. Assim, presume-se recebido o recurso por esta respeitável banca examinadora, a qual, até o presente momento de impetração deste recurso mostrou-se silente quanto aos argumentos apresentados. No entanto, ao consultar o gabarito definitivo apresentado aos candidatos em 17/06/2016, pode-se perceber que o pedido de anulação da questão foi indeferido. Destarte, mostrando-se totalmente inconformado ao não deferimento de anulação, proceder-se-á a partir deste momento as alegações fortemente defendidas pelos mais conceituados doutrinadores de nosso ordenamento pátrio, bem como aos julgamentos proferidos por nossos respeitáveis Tribunais Superiores.

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Aliás, ante a exposição do mérito da questão, requer encarecidamente a devida apuração do presente recurso, o qual espera-se seja devidamente provido. Insta mencionar ademais, que esta mesma Banca Avaliadora, em concurso já homologado da prefeitura municipal de Colniza (Edital de Processo Seletivo Simplificado nº 001/2015 – REPUBLICADO), apurou recursos de gabarito preliminar mesmo em sede de recurso contra resultado parcial de prova objetiva. Por este motivo, esperando-se mesmo tratamento a todos os candidatos de concursos realizados por esta Banca Examinadora, requer seja procedida a verificação dos presentes argumentos. Ademais, conforme contato com a presente Banca Avaliadora em 20/06/2016 as 11h26min, foi assegurado que os recursos seriam prontamente analisados. Ao final requer seja definitivamente ANULADA a questão de número 19 da prova objetiva. Partimos então, para a análise da questão, que assim dispunha: [QUESTÃO 19] Analise as afirmativas abaixo: I. A lei posterior revoga a anterior quando seja com ela compatível. II. As correções a texto de lei já em vigor não se considerará lei nova. III. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. De acordo com seus conhecimentos: [A] Nenhuma afirmativa é verdadeira. [B] Uma afirmativa é verdadeira. [C] Duas afirmativas são verdadeiras. [D] Três afirmativas são verdadeiras. Conforme pode-se observar, o examinador exige que sejam analisadas quais assertivas encontram-se corretas sobre tema que NÃO ESTA PREVISTO NO EDITAL. Isso porque todas as afirmativas estão expressamente previstas em texto de lei inserido dentro da LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO - LINDB, tema que não está especificamente abarcado no conteúdo programático do edital. O entendimento entre a doutrina e jurisprudência pátria é pacífico no sentido de que a presente lei não possui qualquer relação de dependência com qualquer dos Códigos de nosso ordenamento, sendo considerada Lei Autônoma e independente, que produz sozinhas seus efeitos. Sendo assim, é imperioso afirmar que para que possa ser cobrada em questões objetivas ou qualquer outra, deve estar expressamente prevista em edital convocatório, o que de fato não ocorreu. Vejamos a seguir o pensamento de alguns de nossos professores/doutrinadores sobre o assunto. - Professora Cíntia Proença: A Lei de Introdução é autônoma ou independente, tendo-se em vista que seus artigos têm numeração própria. Não é uma lei introdutória ao Código Civil. Se o fosse conteria apenas normas de direito privado comum e, além disso, qualquer alteração do Código Civil refletiria diretamente sobre ela. Por tal razão, a revogação do Código Civil, de 1916, nela não refletiu. A Lei de Introdução continua vigente e eficaz.

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Na verdade, é uma lei de introdução às leis, por conter princípios gerais sobre as normas sem qualquer discriminação. http://cintiaproenca.blogspot.com.br/2013/11/lindb-lei-de-introducao-as-normas-do.html - Carlos Roberto Gonçalves: Trata-se de legislação anexa ao Código Civil, mas autônoma, dele não fazendo parte. Embora se destine a facilitar a sua aplicação, tem caráter universal, aplicando-se a todos os ramos do direito. Acompanha o Código Civil simplesmente porque se trata do diploma considerado de maior importância. Na realidade constitui um repositório de normas preliminar à totalidade do ordenamento jurídico nacional. Gonçalves, Carlos Roberto Direito civil brasileiro, volume 1: parte geral / Carlos Roberto Gonçalves. — 10. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012 - Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho: De fato, em que pese se referir ao Código Civil, a norma conhecida originalmente como Lei de Introdução ao Código Civil (em verdade, o Decreto-lei n. 4.657/42) dele não era parte integrante, constituindo, na realidade, um diploma que disciplina a aplicação das leis em geral. Por isso, desde a primeira edição desta obra, defendemos que mais técnico seria, inclusive, se fosse denominada “Lei de Introdução às Leis”, sendo efetivamente uma regra de super direito 1, aplicável a todos os ramos do ordenamento jurídico brasileiro, seja público ou privado. (...) Por isso, confessamos que não podemos deixar de aplaudir a modificação procedida pela Lei n. 12.376, de 30 de dezembro de 2010, que alterou a ementa do referido Decreto-lei n. 4.657/42, apenas para determinar que o referido preceito normativo passasse a ser conhecido como “Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro”. Se é certo que a alteração pode ser considerada “cosmética”, o fato é que atende ao velho reclamo da doutrina (inclusive o nosso), dando um título mais técnico à referida norma. Afinal de contas, tudo o que uma “Lei de Introdução ao Código Civil” objetivava era isso mesmo: ser uma “Lei de Introdução às Normas Jurídicas” Gagliano, Pablo Stolze Novo curso de direito civil, volume 1 : parte geral / Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho. — 14. ed. rev., atual e ampl. — São Paulo : Saraiva, 2012 - Cristiano Chaves de Faria e Nelson Rosenvald: Não se trata propriamente, dessa maneira, de uma lei introdutória ao Código Civil, mas, de verdadeira lei de introdução às normas jurídicas. É uma espécie de manual de como devem ser elaboradas as leis (...)” FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson, Curso de Direito Civil; vol. 1; cit., pág. 10

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Conforme restou demonstrado, a LINDB nada mais é do que Lei Autônoma e Independente, que produz efeito de norma sobre norma, possuindo status de Lei Ordinária. Sendo assim, é provadamente inoportuno, desproporcional e irregular a cobrança de tal tema em provas de concursos públicos em que não haja discriminação específica sobre tal tema, sendo que a violação a tal preceito fere de forma cabal o princípio da legalidade. Como forma de se evidenciar que tal conteúdo não consta no conteúdo programático segue a integra do edital: ESPECÍFICA PARA O CARGO DE PROCURADOR JURÍDICO (CÂMARA E PREFEITURA): DIREITO CONSTITUCIONAL: Constituição. Conceito. Classificação e interpretação das Normas Constitucionais. A ordem constitucional vigente. Supremacia constitucional e controle da constitucionalidade das normas. Princípios fundamentais. Direitos e Garantias Fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos em espécie, direitos sociais, direitos da nacionalidade e direitos políticos. Organização Político-Administrativa do Estado Brasileiro: União, Estados Federados e Municípios. A Administração Pública na Constituição Federal. Funções essenciais à Justiça. Princípios gerais da atividade econômica. Política urbana. Seguridade social: previdência social, saúde e assistência social. Educação, cultura e desporto. Meio ambiente. Família, criança, adolescente e idoso. DIREITO ADMINISTRATIVO: Administração Pública: conceito e características. Administração Direta e Indireta. Regime jurídico-administrativo: princípios da Administração pública, prerrogativas e sujeições. Poder normativo, poder disciplinar, poder hierárquico e poder de polícia. Atos Administrativos: conceito, atributos, elementos, classificações e extinção. Discricionariedade e vinculação, processo administrativo. Contratos Administrativos: conceito, peculiaridades, alteração, interpretação, formalização, execução e inexecução. Modalidade de contratos administrativos. Contrato de gestão, convênios e consórcios. A Teoria da Imprevisão e seus reflexos nos Contratos Administrativos. Licitação: conceito, princípios, modalidade e procedimento (Lei 8.666, de 21.06.93 e suas alterações posteriores) servidores públicos: conceito, classificação, provimento, vacância, responsabilidade e regime previdenciário. Responsabilidade do Estado. Bens públicos. Controle da Administração Pública. DIREITO TRIBUTÁRIO: Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar. Normas Gerais de Direito Tributário. Norma tributária: vigência, aplicação, interpretação e integração. Tributo: conceito, natureza jurídica e espécies. Obrigações tributárias: conceito, fato gerador, sujeitos ativo e passivo. Obrigação principal e acessória. Crédito tributário: conceito, natureza, lançamento, revisão, suspensão, extinção e exclusão. Responsabilidade tributária. O Sistema Tributário Nacional: tributos federais, estaduais e municipais. Administração tributária. Repartição das receitas tributárias. DIREITO FINANCEIRO E ECONÔMICO: Normas gerais de Direito Financeiro. Receita Pública. Despesa Pública. Orçamento. Lei de Responsabilidade Fiscal. DIREITO CIVIL: Pessoas: pessoas naturais e pessoas jurídicas. Personalidade e capacidade jurídica. Domicílio. Bens: Conceito e Classificações. Fatos, Atos e Negócio Jurídicos: Modalidade, Defeitos, Forma e Nulidades. O Direito Adquirido. Posse: Conceito, classificação, aquisição, efeitos e perda. Propriedades: conceito, aquisição e perda. Direitos de vizinhança. Condomínio geral e condomínio edilício. Superfície. Servidões. Usufruto. Uso. Habitação. Direitos do promitente comprador. Penhor, hipoteca e anticrese. Obrigações:

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modalidades, transmissão, adimplemento, extinção e inadimplemento. Contrato: conceito, classificações, disposições gerais e extinção. Espécies de Contrato: compra e venda, troca ou permuta, doação, locação, comodato, mútuo, prestação de serviço, empreitada, mandato e fiança. Atos unilaterais. Responsabilidade Civil: princípios gerais. Casamento. Relações de Parentesco. Alimentos. Bem de família. União estável. Sucessões: sucessão legítima e sucessão testamentária. DIREITO PROCESSUAL CIVIL: Estrutura do Código de Processo Civil. Processos de Conhecimento. Jurisdição e Ação. Partes e Procuradores. Atos Processuais. Formação, suspensão e extinção do Processo. Antecipação e tutela. Procedimento sumário. Procedimento Ordinário. Recursos. Processo de Execução: disposições gerais, espécies, suspensão e extinção. Execução Fiscal. Exceção de pré-executividade. Processo Cautelar: disposições gerais, Arresto, Seqüestro, Busca e Apreensão, Exibição, Produção Antecipada de Provas e atentado. Procedimentos especiais: Ações possessórias, Ação de Nunciação de Obra Nova, Ação de Usucapião, Inventários e Partilhas, Embargos de Terceiro e Ação de Desapropriação. Procedimento das ações constitucionais: Ação Popular, Mandado de Segurança e Ação Civil Pública. DIREITO MUNICIPAL: Município: Organização e Regime Jurídico do Município na Constituição Federal de 1988; Da Organização dos Poderes Municipais; impostos Municipais; Tributação e Orçamento do Município; Competências Legislativas Municipais Exclusivas, Concorrentes e Subsidiárias; Da Responsabilidade Civil e Penal dos Prefeitos; Da Responsabilidade Civil e Penal dos Vereadores; Da Inviolabilidade Penal dos Detentores de Cargo Eletivo; Do Meio Ambiente e sua Proteção na Esfera Municipal. Ora, resta claramente comprovado que não há previsão em edital que possibilite a inserção do tema LINDB nas questões elaboradas pela Banca Examinadora, devendo tal questão ser devidamente ANULADA, sob pena de estar se infringindo a Lei criada com edital do concurso, e com isso violando de maneira destemperada o princípio da legalidade. Há que se ressaltar ainda, que a alegação de que o tema encontra-se intrinsicamente atrelado ao Código Civil não merecem prosperar, tendo em vista que a LINDB regula todo o ordenamento jurídico brasileiro com normas gerais, as quais inclusive possui status de Lei Ordinária e cujas características marcantes são sua autonomia e independência. Concluída a conceituação e interpretação do que de fato vem a ser a citada Lei, passemos a analisar a legislação e jurisprudência, quanto aos casos em que sejam cobrados temas/assuntos que não estejam em consonância com o edital convocatório. Conforme legislação disponível no site da Câmara dos Deputados que regula sobre normas gerais de concursos públicos (http://www.camara.gov.br/sileg/integras/115608.pdf), mais precisamente em seu art. 5º, temos que “O edital é vinculante da administração pública e de cumprimento obrigatório, devendo ser redigido de forma clara e objetiva, de maneira a possibilitar a perfeita compreensão de seu conteúdo pelo pretendente ao cargo ou cargos oferecidos”. Neste diapasão, há que se dizer que o edital deverá ser elaborado de forma clara e concisa, com elementos que permitam ao candidato identificar exatamente o que se pretende. Sendo assim, a não descrição do tema LINDB no edital convocatório é fato que impede veemente a Banca Avaliadora de exigir do candidato conhecimentos sobre tal assunto.

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Oportuno trazer a baile ainda, o art.5º,§3º, IX, do mesmo texto, o qual dispõe que o edital deverá conter “indicação da matéria objeto de cada prova, de forma a permitir ao candidato a perfeita compreensão do conteúdo programático que será exigido”. Ora, é evidente que a não previsão do tema LINDB no conteúdo programático para o cargo pleiteado pelo candidato vai na contramão do previsto em tais dispositivos, de modo que sua omissão interfere de maneira direta na real compreensão do que de fato será exigido pela banca. Tal violação tem ainda o condão de poder modificar o resultado final do concurso, tendo em vista, que a questão em apreço, de acordo com edital convocatório, tem valor de 03 pontos, sendo evidente que a atribuição de tal pontuação a aqueles que lhe aproveitariam poderia modificar de forma acintosa sua colocação. Ademais, importante demonstrar por ora, os julgamentos de nossos Tribunais, que de maneira clara indicam que o edital de publicação de concurso cria Lei, que deverá ser seguida por ambas as partes envolvidas no processo de seleção. Em conjunto a isso, conforme veremos na jurisprudência que se segue, é perfeitamente passível de anulação questões que não estejam dentro do que prevê o edital convocatório. Vejamos então o que já decidiu nossa Suprema Corte no julgamento do Agravo Regimental no Agravo de Instrumento AI 779861 MG (STF): AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSTITUCIONAL. CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO DE QUESTÃO. MATÉRIA EXAUSTIVAMENTE APRECIADA NAS INSTÂNCIAS INFERIORES. 1. Anulação de questão não prevista no edital do concurso. 2. O Supremo Tribunal Federal entende admissível o controle jurisdicional em concurso público quando "não se cuida de aferir da correção dos critérios da banca examinadora, na formulação das questões ou na avaliação das respostas, mas apenas de verificar que as questões formuladas não se continham no programa do certame, dado que o edital – nele incluído o programa - é a lei do concurso". 3. O Superior Tribunal de Justiça decidiu matéria de sua competência de acordo com a jurisprudência desta Corte, hipótese que não justifica o provimento do recurso. Agravo regimental a que se nega provimento. (STF - AI: 779861 MG, Relator: Min. EROS GRAU, Data de Julgamento: 16/03/2010, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-062 DIVULG 08-04-2010 PUBLIC 09-04-2010 EMENT VOL-02396-04 PP-01030). Nota-se clara a ideia de que o edital é quem faz a lei do concurso, sendo que sua violação afronta de forma direta o princípio da legalidade. Importante destacar que, em se tratando de controle de legalidade, é plenamente possível a intervenção do Poder Judiciário, podendo em caso de omissão ou indeferimento pela via administrativa, ser provocado para que atue de forma a garantir o direito líquido e certo de se ter um concurso com condições de isonomia entre candidatos, bem como de ter respeitada a sua legalidade. A posição de nossa jurisprudência mostra-se tão sólida, que o próprio STF julgou Recurso Extraordinário com igual fundamentação.

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Vejamos: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO DE QUESTÃO. 1. Anulação de questão não prevista no edital do concurso. 2. O Supremo Tribunal Federal entende admissível o controle jurisdicional em concurso público quando "não se cuida de aferir da correção dos critérios da banca examinadora, na formulação das questões ou na avaliação das respostas, mas apenas de verificar que as questões formuladas não se continham no programa do certame, dado que o edital – nele incluído o programa - é a lei do concurso". Precedente. Agravo regimental a que se nega provimento. (STF - RE-AgR: 440335 RS, Relator: EROS GRAU, Data de Julgamento: 17/06/2008, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-142 DIVULG 31-07-2008 PUBLIC 01-08-2008 EMENT VOL-02326-06 PP-01188) Mais uma vez, fica evidenciado o entendimento de que o edital é a lei de concurso, e que sua violação poderá ser apreciada pelo judiciário, caso não seja efetivamente sanada na via administrativa. Como forma de enriquecer a presente argumentação seguem mais algumas jurisprudências, destacando-se sempre o entendimento de nossa Corta Maior, o STF: Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão, cuja segue transcrita: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DO CESPE SUSCITADA PELO RELATOR. ACOLHIMENTO. MÉRITO: CONCURSO PÚBLICO. QUESTÃO DISCURSIVA. CONTEÚDO NÃO PREVISTO NO EDITAL DE ABERTURA DO CERTAME. ANULAÇÃO DO QUESITO PELO PODER JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA VINCULAÇÃO AO EDITAL. PRECEDENTES DO STF E DO STJ” No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 2º e 5º, caput, da mesma Carta. O agravo não merece acolhida. Verifica-se que o Tribunal de origem decidiu a questão posta nos autos com base nos seguintes fundamentos: “(...) entendo que, de fato, o edital que regulamenta o concurso público (fls. 30/52) não aborda expressamente a LOMAN no seu conteúdo programático. Consequentemente, na medida em que fundamentou a nota atribuída à resposta do candidato na ausência de menção à Lei Orgânica da Magistratura Nacional (fl. 270), vinculou seu ato, deixando explícita a incongruência entre as razões conferidas pelo indeferimento do recurso administrativo e a previsão contida no instrumento editalício. Apesar do ordenamento jurídico pátrio vedar ao Poder Judiciário imiscuir-se em matéria atinente ao mérito administrativo, que engloba a apreciação de critérios na formulação e correção das provas, vejo que no caso em questão, não se trata de infringência ao princípio constitucional da separação dos poderes, mas tão somente imposição ao cumprimento do princípio da legalidade, na medida em que, havendo exigência de conhecimento de conteúdo não especificado no edital, imperiosa se faz a anulação da questão.

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Vale reiterar que a partir do momento em que a comissão avaliadora informou que o sucesso da resposta dependia de fundamento contido na LOMAN, que, conforme já mencionado, não se encontra previsto no edital” (fl. 95). Nesse contexto, resta claro que o Juízo de origem não divergiu do entendimento firmado por esta Corte no sentido de que o controle jurisdicional torna-se admissível, quando não se cuida de aferir da correção dos critérios da banca examinadora, na formulação das questões ou na avaliação das respostas, mas apenas de verificar que as questões formuladas não se continham no programa do certame. Nesse sentido: “Concurso público: controle jurisdicional admissível, quando não se cuida de aferir da correção dos critérios da banca examinadora, na formulação das questões ou na avaliação das respostas, mas apenas de verificar que as questões formuladas não se continham no programa do certame, dado que o edital – nele incluído o programa - é a lei do concurso. Precedente (RE 434.708, 21.6.2005, Pertence, DJ 09.09.2005)” (RE 526.600-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO DE QUESTÃO. 1. Anulação de questão não prevista no edital do concurso. 2. O Supremo Tribunal Federal entende admissível o controle jurisdicional em concurso público quando "não se cuida de aferir da correção dos critérios da banca examinadora, na formulação das questões ou na avaliação das respostas, mas apenas de verificar que as questões formuladas não se continham no programa do certame, dado que o edital – nele incluído o programa - é a lei do concurso". Precedente.Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 440.335 AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau). Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput). Publique-se. Brasília, 3 de abril de 2012.Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator - (STF - ARE: 660660 RN, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 03/04/2012, Data de Publicação: DJe-070 DIVULG 10/04/2012 PUBLIC 11/04/2012) CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AO EDITAL DO CONCURSO. ENUNCIADO DE QUESTÃO QUE VEICULA CONTEÚDO NÃO PREVISTO. ATUAÇÃO JURISDICIONAL LIMITADA À VERIFICAÇÃO DE ILEGALIDADE QUE, IN CASU, FAZ-SE PRESENTE. NULIDADE DECRETADA. 1. Trata-se de Mandado de Segurança em que o impetrante aponta a ilegalidade das questões 46 e 54 do Concurso para Provimento do Cargo de Oficial Escrevente, realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, por veicularem conteúdo não previsto no edital do certame. 2. Em matéria de concurso público, a excepcional intervenção do Poder Judiciário limita-se à objetiva aferição de legalidade do certame, cujos questionamentos devem cingir-se ao conteúdo previsto no edital.

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Não cabe ao órgão julgador, portanto, avançar sobre ponderações de ordem subjetiva quanto ao método de resolução da prova que o candidato poderia ter adotado para encontrar a resposta correta, o que implicaria adentrar no exame dos critérios de correção da prova. 3. In casu, o conteúdo programático detalhou, particularizadamente, os artigos de lei que seriam objeto de controvérsia na prova, entre os quais não estavam contemplados os artigos 333 do CP e 447 do CPP, cujo conhecimento e domínio era exigido para a solução das questões 46 e 54, respectivamente. Esse descompasso viola os princípios da vinculação da Administração Pública ao edital do concurso, dos motivos determinantes e da proteção da confiança, de ordem a acarretar a nulidade daquelas questões, reconhecidamente ilegais. 4. A ilegalidade do ato impugnado existe pela simples contrariedade ao ordenamento jurídico, de modo que seu reconhecimento não depende do proveito concreto que pode ser obtido com a anulação da questão de prova. Ainda que a melhora na classificação do candidato não lhe garanta posição para imediata nomeação, é legítima a pretensão de reclamar as invalidações pleiteadas. 5. Recurso Ordinário provido. (STJ - RMS: 36596 RS 2011/0279087-0, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 20/08/2013, T2 – SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/09/2013) Um ponto que merece grande destaque é que TODAS as matérias que foram exigidas em edital possuíam de forma discriminada o que de fato seria cobrado sobre o tema, não havendo razão para que a LINDB igualmente não fosse expressamente prevista. Não há como se presumir assuntos, quando a Banca Examinadora detalha os conteúdos que serão exigidos, sendo inclusive conclusivo que tal procedência fere de forma agressiva os princípios da segurança jurídica e da vinculação ao instrumento convocatório. Nesta toada volta-se a afirmar, que NÃO HÁ PREVISÃO EM EDITAL que permita a inserção do tema LINDB em questões objetivas, devendo a presente banca proceder a anulação da presente questão, e assim atribuir a respectiva pontuação ao candidato, que como pode-se observar no resultado parcial está sendo cabalmente prejudicado, eis que 03 pontos poderiam lhe recolocar na 1º colocação. Conclui-se com tais jurisprudências e argumentações alguns pontos cruciais que devem ser levados em consideração pela Banca no momento em que fizer o julgamento do presente recurso. • Trata-se de questão exigida pela banca que está em desacordo com edital publicado (001/2016), o qual faz a lei do concurso, tendo em vista que o tema LINDB não possui qualquer previsão no conteúdo programático, sendo imperioso concluir que deve efetivamente ser ANULADA, sob pena de se estar violando o princípio da legalidade; • O recurso não se baseia apenas em conceitos vagos, mas sim em conceitos utilizados pela doutrina dominante em nosso ordenamento, bem como em julgamentos tomados pelo mais alto escalão de nosso direito (STJ e STF);

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• Não busca-se interferir no mérito administrativo de conveniência e oportunidade administrativa, mas em garantir que seja respeitada a lei que se criou com o edital de publicação, sendo que a mais correta medida a ser tomada por esta respeitável banca seja a ANULAÇÃO DA QUESTÃO 19. • Caso tenha entendimento de que o assunto encontra-se previsto no edital de convocação 001/2016 requer seja indicado por esta respeitável Banca Examinadora, onde se encontra tal previsão. Diante de farta argumentação, requer seja ANULADA a presente questão, sendo que, caso não seja este o entendimento desta respeitável Banca Examinadora, pela via administrativa, buscar-se-á apelo ao Poder Judiciário, o qual conforme pode-se notar, possui exaustivos julgados que entendem pela anulação de questões não discriminadas em edital convocatório, além de possuírem autonomia para verificar se de fato, a não vinculação ao edital convocatório neste caso concreto, tem o condão de ferir o princípio da legalidade. Por fim, ressalta-se que a Lei Federal nº 9.784/99, em seu artigo 50, III, dispõe que os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação de fatos e de seus fundamentos quando decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública. Sendo assim, requer sejam fundamentadas as teses utilizadas pela banca examinadora para argumentar o presente recurso. Atenciosamente. Resultado da Análise: INDEFERIDO – IMPROCEDENTE: A LINDB É uma norma jurídica que visa regulamentar outras normas jurídicas, determinando seu modo de aplicação e entendimento no tempo e espaço. Embora seja anexa ao Código Civil, é autônoma e aplica-se a todos os ramos de direito, exceto se o tema for regulado de forma diversa na legislação específica. Todos os operadores do direito tem o dever de conhecê-la em todos os aspectos para desenvolvimento das tarefas concernentes a profissão. Nenhum operador de direito pode se escusar de conhecer a LINDB. A LINDB - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – Decreto-lei nº 4.657, de 1942, também conhecida como lex legum, é uma sobrenorma do ordenamento jurídico pátrio. Esta norma vem regulamentar as fontes do direito, a aplicação das leis no tempo e no espaço, bem como sua interpretação. A Lei de Introdução não é parte integrante do Código Civil, constituindo tão somente uma lei anexa para tornar possível uma mais fácil aplicação das leis. Estende-se muito além do Código Civil, por abranger princípios determinativos da aplicabilidade das normas, questões de hermenêutica jurídica relativas ao direito privado e ao direito público e por conter normas de direito internacional privado.

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A Lei de Introdução é autônoma ou independente, tendo-se em vista que seus artigos têm numeração própria. Não é uma lei introdutória ao Código Civil. Se o fosse conteria apenas normas de direito privado comum e, além disso, qualquer alteração do Código Civil refletiria diretamente sobre ela. Por tal razão, a revogação do Código Civil, de 1916, nela não refletiu. A Lei de Introdução continua vigente e eficaz. Na verdade, é uma lei de introdução às leis, por conter princípios gerais sobre as normas sem qualquer discriminação. As principais características da LINDB são: - é um conjunto de normas sobre normas, pois, é uma lei que disciplina outras normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e entendimento, sendo chamada de lei das leis (lex legum); é aplicável a todos os ramos do direito, não apenas ao Direito Civil; e por ultrapassar em muito o âmbito do Direito Civil, podemos afirmar que os dispositivos deste diploma legal contém normas de sobre direito.

- A LINDB é: conjunto de normas sobre normas; disciplina outras normas jurídicas; lei das leis (Lex legum); é aplicável a todos os ramos do direito; contém normas de sobre direito; e não é parte integrante do Código. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro é norma de sobre direito ou de apoio, consistente num conjunto de normas cujo objetivo é disciplinar as próprias normas jurídicas. De fato, norma de sobre direito é a que disciplina a emissão e aplicação de outras normas jurídicas entre eles dos princípios constitucionais. Os princípios constitucionais são o inicio, o ponto de partida de qualquer atividade judicante, São de observância necessária e obrigatória em qualquer situação. O art. 4º da LINDB coloca os princípios gerias de direito em último recurso, quanto os princípios constitucionais, em regra, devem ser aplicados em primeiro lugar. Os princípios gerais de direitos são as regras que, embora não estejam escritas, servem como mandamentos que informam e dão apoio ao direito, utilizados como base para a criação e integração das normas jurídicas, respaldados pelo ideal de justiça. Exemplificam-se os princípios gerais de direito com o princípio inspirador nos ramos do direito: direito do trabalho - proteção ao empregado; direito penal, a dúvida sempre será em favor do réu; direito civil - locupletamento ilícito (enriquecimento sem causa), etc. na solução do caso aplica-se a Lei, na falta dela, analogia; se ainda assim não puder, costumes e persistindo a lacuna usa-se os princípios gerais de direito. Portanto o conteúdo da questão em análise está claramente previsto no ANEXO I - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DAS PROVAS ESCRITAS OBJETIVAS do Edital de Concurso Público, não cabendo anulação, pois iria em direção oposta ao edital do concurso é quem faz a lei do concurso, sendo que sua violação afrontaria de forma direta o princípio da legalidade.

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Ressalta-se que o Edital de Concurso Público no seu item 6.2, disciplina: “O Anexo I, integrante deste Edital, contempla o Conteúdo Programático, apenas a titulo de sugestão, como forma de orientação dos estudos pelos candidatos, não sendo obrigatória a sua exclusividade na elaboração das questões o qual poderá ser buscado em qualquer bibliografia sobre o assunto solicitado”. Atenciosamente,

WELLINGTON RAIMUNDO DOS SANTOS Administrador/Contador/Consultor CRA/MT: 4.209 – CRA/MG: 48.168-S