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PRÉ-REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO BEM SUCEDIDA DE SISTEMA ERP EM EMPRESA DE PEQUENO PORTE: estudo de caso empresa Ogramac Engenharia de Superfície. CAMILA SOARES NUCCI Prof. Me. MARIA INÊS SOELTL KITAHARA São Sebastião 2013

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PRÉ-REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO BEM SUCEDIDA DE SISTEMA ERP EM EMPRESA DE PEQUENO PORTE:

estudo de caso empresa Ogramac Engenharia de Superfície.

CAMILA SOARES NUCCI Prof. Me. MARIA INÊS SOELTL KITAHARA

São Sebastião 2013

CAMILA SOARES NUCCI

PRÉ-REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO BEM SUCEDIDA DE

SISTEMA ERP EM EMPRESA DE PEQUENO PORTE: estudo de caso empresa Ogramac Engenharia de Superfície.

Trabalho de Graduação do Curso de Tecnologia em Gestão Empresarial da Faculdade de Tecnologia de São Sebastião – FATEC, para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial, sob orientação da Professora Me. Maria Inês Soeltl Kitahara.

São Sebastião 2013

CAMILA SOARES NUCCI

PRÉ-REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO BEM SUCEDIDA DE SISTEMA ERP EM EMPRESA DE PEQUENO PORTE:

estudo de caso da empresa Ogramac engenharia de superfície.

Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 29 de Junho de 2013.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. MARIA INÊS SOELTL KITAHARA ORIENTADOR

Prof. Me. ADRIANO SCALA PANDOLFI

ARGUIDOR

Prof. Dr. JOSÉ RENATO KITAHARA ARGUIDOR

MÉDIA FINAL: ___________________

Dedico este trabalho ao sonho concretizado, a minha família, minha mãe Inês que sempre sonhou em ter seus filhos graduados.

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Antônio e Inês (in memoriam), e aos meus irmãos Caio e Carina pelo apoio incondicional, pela compreensão, pelos sacrifícios feitos e pelas alegrias proporcionadas.

Ao meu esposo Rafael, por me proporcionar aconchego e apoio durante esta jornada.

Aos meus filhos, Maria Eduarda e Luis Felipe por compreenderem a ausência da mamãe todas as noites, e os finais de semana estudando e pesquisando.

À minha família, pela união, pelo carinho, pelo apoio, pelas lições e pelo companheirismo.

A Professora Me. Maria Inês Soeltl Kitahara, orientadora deste trabalho, pelo apoio e dedicação dados ao trabalho e pelas importantes orientações ao longo deste período.

À empresa OGRAMAC na pessoa do Sr. Flávio Morilla (sócio proprietário) por ceder informações para este estudo. A engenheira de produção Carina Soares por todas as informações fornecidas.

Aos meus amigos de faculdade, que transformaram o tempo em memórias inesquecíveis.

“Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras”. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores... Tornam-se seu destino.

Mahatma Gandhi.”

RESUMO A cada dia novos conceitos e modelos de gestão vêm sendo criados e experimentados por empresas de sucesso, torna-se imperativo a realização de novos estudos sobre as transformações que estes vêm afetando os gestores das organizações e a maneira como os sistemas de gestão empresarial conhecidos pela sigla de ERP (Enterprise Resources Planning) vêm se desenvolvendo para se adaptar a elas. Assim, os softwares de ERP apresentam como vantagem um fluxo de informação contínuo e consistente para toda a empresa, sob uma única base de dados; as empresas estão procurando melhorar cada vez mais a qualidade de suas informações internas. O objetivo do trabalho é mapear os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) como pré-requisitos para a implantação, com sucesso, de sistema ERP em empresas de pequeno porte. A empresa em estudo apresentou algumas carências relacionadas a sistemas de informações como: informações internas e externas falhas, sistemas isolados, hardwares e softwares antigos, sistema de informação caseiro, equipe de tecnologia de informação ausente; assim através da Teoria das Restrições chegamos à causa raiz da problemática “limitações tecnológicas”. Baseada na pesquisa bibliográfica foram mapeados os FCS com relevância para uma boa implantação em grandes empresas e o estudo de caso busca compará-los com o que foi encontrado em empresa de pequeno porte. Na empresa em questão foram mapeados seus processos, assim levantando a situação atual da empresa e mostrando através do estudo o que traria de melhorias e como ficariam os processos da empresa após a implantação do ERP. Da identificação dos FCSs como pré-requisitos para o sucesso, a conclusão final é que existem requisitos que são mais e outros menos importantes. Porém, é importante ressaltar que alguns FCSs são fundamentais e não podem deixar de serem considerados, tais como: suporte gerencial contínuo, mudança organizacional, time do projeto adequado, participação e envolvimento do usuário, consultores dedicados e uso apropriado destes e treinamento adequado. Existem evidências no estudo de caso que alguns aspectos não são requisitos para o sucesso na implantação dos sistemas ERP, porém para que se obtenha sucesso é fundamental que exista coerência no entendimento entre as características relativas das pequenas e das grandes empresas.

Palavras chaves: Sistema de Informação; Gestão de Mudança; ERP; Fatores Críticos

de Sucesso.

ABSTRACT

Every day new concepts and business models are being created and experienced by successful businesses, it is imperative to carry out further studies on the changes that they are affecting the management of organizations and the way business management systems known by the acronym ERP (Enterprise Resources Planning) have been developed to adapt to them. Thus, the ERP software have the advantage of a stream of continuous and consistent information across the enterprise, from a single database, companies are increasingly seeking to improve the quality of their internal information. The objective is to map the Critical Success Factors (CSFs) as prerequisites for deployment, successfully, ERP system in small businesses. The company study had some shortcomings related to information systems such as internal and external information failures, isolated systems, hardware and old software, information system homemade technology team missing information, so using the Theory of Constraints got to the root cause problem of "technological limitations". Based on the literature search were mapped FCS relevant to a good deployment in large enterprises and the case study seeks to compare them with what was found in small business. The enterprise in question were mapped their processes, thus raising the company's current situation and showing through the study which would bring improvements and how would the company's processes after the implementation of ERP. The identification of CSFs as prerequisites for success, the final conclusion is that there are requirements that are more and others less important. However, it is important to note that some CSFs are fundamental and can not fail to be considered, such as: continuous management support, organizational change, project team adequate participation and user involvement, dedicated consultants and proper use of these and proper training. There is evidence in the case study that some aspects are not requirements for the successful implementation of ERP systems, but in order to obtain success is essential that there is consistency in understanding between the relative characteristics of small and large companies. Keywords: Information System; Change Management; ERP; Critical Success Factors.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Processo de Negócio (Burlton, 2001) ...................................................................... 42

Figura 2 - Estrutura e Processos (CADE Jr. – UFOP). ............................................................. 43

Figura 3 - Pirâmide de processos (Nonaka e Takeuchi). .......................................................... 45

Figura 4 - Soluções em BPM – (elo group). ............................................................................. 47

Figura 5 - Ambiente (Chiavenato). ........................................................................................... 53

Figura 6 - Pirâmide de níveis hierárquicos,organizacionais, decisórios. (Dyego Duarte) ........ 55

Figura 7 - Modelo do MRP ....................................................................................................... 71

Figura 8 - Modelo do MRPII (Correa ET a. 2000 – Adaptado). .............................................. 72

Figura 9 - Níveis de planejamento de capacidade no MRPII. .................................................. 79

Figura 10 - Organograma .......................................................................................................... 85

Figura 11 - INTEGRAÇÃO DO SISTEMA ERP. ................................................................... 90

Figura 12 - Abordagem do processo ......................................................................................... 91

Figura 13 - Processo de pedidos ............................................................................................... 92

Figura 14 - Tela do PCP ........................................................................................................... 94

Figura 15 - PS 04 ...................................................................................................................... 95

Figura 16 - Processo de Produção da empresa OGRAMAC .................................................... 97

Figura 17 - Tela PCP ................................................................................................................ 97

Figura 18 - Tela PCP ................................................................................................................ 98

Figura 19 – Processo de expedição ........................................................................................... 99

Figura 20 - PS03 ..................................................................................................................... 100

Figura 21 - PS02 ..................................................................................................................... 101

Figura 22 - PS06 ..................................................................................................................... 103

Figura 23- PS07 ...................................................................................................................... 104

Figura 24 - PS05 ..................................................................................................................... 105

Figura 25 - PS08 ..................................................................................................................... 106

Figura 26 - Modelo de pesquisa dos componentes de gestão de sistema ERP (Higashino, 2008) ....................................................................................................................................... 108

Figura 27 - Desenho esquemático da localização dos micro terminais. (Higashino, 2008) ... 115

Figura 28 - Modelo de implantação do sistema ERP adaptado de (Higashino, 2008) para a OGRAMAC. ........................................................................................................................... 120

Figura 29 - Processo de pedido. .............................................................................................. 121

Figura 30 - Processo de Compra ............................................................................................. 122

Figura 31 - Processo de produção ........................................................................................... 123

Figura 32 - Cronograma de implantação ................................................................................ 128

Figura 33 - Fluxo de informação de venda ............................................................................. 151

Figura 34 - Fluxo de informação da manutenção. .................................................................. 152

LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 - Benefícios de um sistema ERP (Adaptado de Souza e Zwicker, 2003) .................. 21

Tabela 2 - Categorias de porte de empresa ............................................................................... 86

Tabela 3 - Tabela retirada de Alvarenga, p. 56, 2003. ............................................................ 135

Tabela 4 - Tabela comparativa para FCSs .............................................................................. 138

LISTA DE ABREVIATURAS

BPM Business Process Management. CE Código de Engenharia. CFOP Código Fiscal de Operações e Prestações. CNC Computer Numeric Control. CRP Capacity Resource Planning. ERP Enterprise Resources Planning. FCSs Fatores Críticos de Sucesso. ICMS Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços. ISO 9001 International Organization for Standardization. JIT Just in Time. MES Manufacturing Execution Systems. MPS Master Production Scheduling. MRP Material Requirement Planning. MRPII Manufacturing Resource Planning. PCP Planejamento e Controle de Produção. PD Plano Diretor. PIV Pedido Interno de Venda. PS Processo Suporte. RCCP Rough Cut Capacity Planning. SAI Sistema de Alimentação Ininterrupta. SFC Shop Floor Control. SIG Sistema Integrado de Gestão Empresarial. S&OP Sales and Operations Planning.

SUMÁRIO 1 Introdução ........................................................................................................... 9

2 Referencial Teórico ........................................................................................... 13

2.1 Sistema ERP ............................................................................................................. 13

2.1.1 Definição (Cronologia) ....................................................................................... 15

2.1.2 Motivos para implantar um ERP ........................................................................ 18

2.1.3 Críticas ao ERP ................................................................................................... 22

2.1.4 Ciclo de Vida de Sistemas ERP .......................................................................... 26

2.1.5 Metodologia de Implantação/Implementação ..................................................... 31

2.2 Fatores Críticos de Sucesso ...................................................................................... 36

2.3 Modos de Início de Operação ................................................................................... 40

2.4 Gestão por Processos ................................................................................................ 42

2.5 Business Process Management ................................................................................. 46

2.5.1 Introdução ao BPM ............................................................................................. 46

2.5.2 O que é BPM? ..................................................................................................... 46

2.5.3 Estrutura do BPM ............................................................................................... 47

2.5.4 Objetivos da aplicação ........................................................................................ 48

2.6 Foco em Pessoas ....................................................................................................... 48

2.7 Gestão de Mudança ................................................................................................... 52

2.7.1 Mudança Organizacional .................................................................................... 55

2.7.2 Conceitos de mudança ........................................................................................ 58

2.7.3 Mudança nas Organizações................................................................................. 61

2.7.4 O Processo de Mudança ...................................................................................... 63

2.7.5 Resistência à Mudança ........................................................................................ 65

2.8 Planejamento e Programação da Produção ............................................................... 68

2.9 Contextualização Histórica ....................................................................................... 68

2.10 S&OP (Sales and Operations Planning) ................................................................... 72

2.11 MPS (Master Production Scheduling) ...................................................................... 74

2.12 Gestão da Demanda .................................................................................................. 76

2.13 MES/SFC .................................................................................................................. 77

3 Metodologia ........................................................................................................ 80

4 Resultados e Discussão ......................................................................................... 83

4.1 Ogramac - Situação Atual ......................................................................................... 83

4.1.1 Sistema Produtivo ............................................................................................... 87

4.1.2 Gerenciamento da produção ............................................................................... 88

4.1.3 O Sistema de Informação Atual .......................................................................... 88

4.1.4 Processo de Pedidos ............................................................................................ 91

4.1.5 Processo de requisição de Matéria-Prima ........................................................... 92

4.1.6 Processo de Produção ......................................................................................... 94

4.1.7 Processo de Expedição ........................................................................................ 98

4.1.8 Processo de Engenharia .................................................................................... 100

4.1.9 Processo de capacitação e vendas ..................................................................... 101

4.1.10 Processo de manufatura .................................................................................... 103

4.1.11 Processo de gestão de recurso ........................................................................... 104

4.1.12 Processo de suprimentos ................................................................................... 105

4.1.13 Processo de gestão de pessoas .......................................................................... 106

4.2 Projetos de Implantação .......................................................................................... 106

4.2.1 Benefícios advindos da implantação do sistema ERP ...................................... 107

4.2.2 Área de Vendas e PCP ...................................................................................... 108

4.2.3 Área de PCP ...................................................................................................... 109

4.2.4 Requisição de matéria-prima ............................................................................ 109

4.2.5 Sistema de Controle .......................................................................................... 110

4.2.6 Área de Finanças ............................................................................................... 110

4.2.7 Engenharia ........................................................................................................ 111

4.2.8 Módulos a serem implantados .......................................................................... 111

4.3 Modelo de Implantação .......................................................................................... 118

4.3.1 Etapa de Implantação ........................................................................................ 118

4.3.2 Novos Processos Propostos .............................................................................. 120

4.3.3 A Equipe do Projeto .......................................................................................... 123

4.3.4 Treinamentos .................................................................................................... 125

4.3.5 Cronograma do Projeto ..................................................................................... 127

4.4 Análise .................................................................................................................... 129

5 Considerações finais ........................................................................................... 141

5.1 Conclusões .............................................................................................................. 141

5.2 Limitações da pesquisa ........................................................................................... 143

6 Referências ....................................................................................................... 144

7 Anexos ............................................................................................................. 151

8 Apêndice ........................................................................................................... 153

9

1 Introdução

Para manter a própria sobrevivência as empresas em geral de todos os segmentos são

obrigadas a procurar continuamente por mais eficiência operacional.

A competição acirrada no mercado tem imposto as empresas boas práticas, fazendo-as

evoluírem, buscando total integração de seus processos. Nesse contexto, o sistema de gestão

empresarial ERP ((Enterprise Resources Planning) tornou-se uma tendência mundial.

A implantação destes sistemas integrados tem sido adotada por diversas empresas e

organizações. Para que estas empresas e organizações consigam operar de maneira, ao mesmo

tempo, eficiente e eficaz em diversos pontos devem ser considerados antes de uma decisão

definitiva por sua adoção. (MENDES, ESCRIVÃO; 2003).

Sistemas como o ERP eram quase uma exclusividade de grandes empresas, mas com as

constantes mudanças do mercado, as pequenas estão começando a procurar esse sistema para

gerenciar as informações corporativas, otimizando os resultados dos negócios.

O sistema ERP ajuda as pequenas e grandes empresas numa boa organização, controle de

fluxo, informações atualizadas sobre pedidos, contas, estoque, clientes e funcionários são

importantíssimos para que assim as empresas prosperem e fixem seu lugar no mercado.

A empresa em estudo denomina-se Ogramac, é uma metalúrgica de pequeno porte que

mantém a filosofia de gerar soluções e que busca um sistema que integre as suas áreas

funcionais.

A OGRAMAC fatura anualmente perto de 2,4 milhões de reais e seu quadro agrega 65

funcionários, situada no interior paulista na região metropolitana de Campinas, na cidade de

Santo Antonio de Posse no bairro Ressaca.

No caso de pequenas empresas a importância de um bom planejamento é crítica, pois uma

implantação mal sucedida representa um volume de investimentos e esforços perdidos, com

os quais a organização, muitas vezes, não pode arcar.

Um estudo completo para uma implantação bem sucedida de ERPs se concentrou em livros,

publicações acadêmicas e revistas que discorriam sobre os sistemas ERP. É importante

10

ressaltar que essa bibliografia não se baseou no ambiente das pequenas empresas e sim das

grandes empresas, pois são poucas as publicações existentes que relacionam sistemas ERP e

pequenas empresas.

Justifica-se o levantamento dos fatores críticos de sucesso como pré requisitos para uma

implantação bem sucedida de ERP para pequenas empresas, como é o caso da empresa

escolhida para o estudo de caso deste trabalho tanto academicamente, ao contribuir para a

exígua literatura da implantação de ERP para pequenas empresas, quanto corporativamente,

ao retribuir a atenção da empresa Ogramac com os pontos que deverão ser focalizados a

otimizar os esforços humanos e financeiros.

A empresa em estudo apresentou algumas carências relacionadas a sistemas de informações

como: informações internas e externas falhas, sistemas isolados, hardwares e softwares

antigos, sistema de informação caseiro, equipe de tecnologia de informação ausente; assim

através da Teoria das Restrições chegamos à causa raiz da problemática “limitações

tecnológicas”.

Dentro desse contexto, este trabalho tem por objetivo abordar o tema de ERP em pequenas

empresas, destacando os fatores críticos de sucesso como pré-requisitos para uma implantação

de sucesso.

Com base nas experiências em empresas grandes e médias disponíveis em vasta literatura, são

contrastados os fatores críticos de sucesso com um estudo de caso na empresa OGRAMAC,

resultando na sugestão de pré-requisitos comportamentais, operacionais, tecnológicos e

culturais que possam garantir o sucesso da implementação de um sistema ERP em uma

empresa de pequeno porte.

A literatura vistada apresenta alguns pontos convergentes aplicados em grandes e médias

empresas que foram selecionados e listados na entrevista na empresa OGRAMAC.

São indicados os principais benefícios e as dificuldades de se implantar um sistema integrado,

alertando sobre possíveis erros e citando os principais resultados que podem ser obtidos com a

implantação do ERP.

11

Utilizando se da hipótese de que todas as empresas no mercado podem implantar sistemas de

informações gerenciais (ERP), procuraremos analisar cada FCS presente na implantação nas

grandes e médias empresas comparando-os com as pequenas empresas.

Desta forma busca-se nesse trabalho responder as seguintes perguntas:

Qual a relevância dos fatores críticos de sucesso para implantação de sistemas ERP?

Quais são os pré-requisitos?

Se os requisitos para grandes e médias empresas se adéquam para pequena empresa.

Existem diferenças entre os FCSs das grandes e pequenas empresas?

Identificar o que seria bom a empresa em estudo ter para alcançar o sucesso.

As pequenas empresas possuem os mesmos fatores críticos que as grandes empresas?

As pequenas empresas encontram-se viáveis a uma implantação bem sucedida?

O trabalho está dividido em seis capítulos, sendo esta seção uma introdução sucinta sobre o

tema contextualizado do problema da pesquisa, apresentando os objetivos do trabalho,

justificativa da pesquisa e a metodologia de desenvolvimento da pesquisa O primeiro capítulo

traz uma revisão teórica sobre sistemas ERP que segundo Albertão, (2005, p.122) termo

designativo de um sistema integrado e modulador destinado à gestão empresarial. Nesta

tecnologia apenas um usuário dá a entrada a um determinado dado e este fica disponível a

todos os demais usuários. Sobre gestão por processos, “A administração por processos deve

ser um procedimento contínuo e Acumulativo de repensar e de redesenho do negócio, e de

todas as partes ou atividades integrantes.” Oliveira (2006 apud ARAUJO, 2010, p.27). Assim

gestão de mudança organizacional que descreve: Qualquer transformação de natureza

estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana ou de outro componente, capaz de gerar

impacto em partes ou no conjunto da organização. (WOOD JR 2000 apud ARMINDA, 2011,

p.01) e planejamento, programação e controle da produção que segundo Souza, Sandro; 2012;

p.26:

O planejamento e programação da produção derivam diretamente de um conceito que visa atender aos objetivos chaves da produção e da logística integrada, ou seja, planejar as necessidades futuras de capacidade de materiais e controlar todas as suas

12

atividades dentro do processo de manufatura ou serviço ao longo de toda a cadeia de suprimento.

O segundo capítulo descreve a metodologia utilizada; pesquisa qualitativa com estudo de caso

único (empresa Ogramac), pesquisa bibliográfica para identificação dos FCSs para uma

implementação de sucesso de sistema ERP em empresas e grande e médio porte, pesquisa de

campo com entrevista em profundidade e análise comparativa dos FCSs visando identificar o

grau de importância dos mesmos para o sucesso da implantação de ERP em empresas de

pequeno porte.

O capítulo três aborda a empresa OGRAMAC, descrevendo a sua situação atual. Em seguida,

no capítulo quatro, é realizado uma análise comparativa sobre os fatores críticos de sucesso de

grandes e médias empresas comparando-os com pequenas empresa e com o que a

OGRAMAC apresenta na situação atual.

Por fim, o capítulo cinco traz a conclusão do trabalho, seguido por Limitações da Pesquisa.

O trabalho justifica-se pela relevância para as empresas de pequeno porte já que estudos

relacionados a está área são escassos, para a empresa em estudo como instrumento de trabalho

e para a academia como meio de pesquisas futuras.

13

2 Referencial Teórico

2.1 Sistema ERP

As empresas sentem a necessidade de ter sistemas de informações compatíveis com a

crescente complexidade do ambiente de negócios, racionalização das operações pela

integração e redução de custos. Existe assim um consenso de que a mudança não é fácil e nem

rápida exigindo grande esforço. (POSTAL, 2006, p.33).

O sistema ERP agrega em um só sistema integrado, funcionalidades que suportam as

atividades dos diversos processos de negócio das empresas. É composto por uma base de

dados única e por módulos que suportam as diversas atividades da empresa. (POSTAL, 2006,

p.70/71).

Os sistemas ERP são partes integrantes dos avanços tecnológicos, que são uma realidade em

todos os setores da sociedade e refletem as alterações e contribuições que os sistemas de

informação têm oferecido para a melhoria dos processos empresariais. (OLIVEIRA, L.;2006,

p.12).

A grande vantagem dos sistemas ERP é que ele permite que a empresa padronize suas

informações (confiabilidade de dados monitorados em tempo real e a diminuição do

retrabalho). (SANTOS, L; 2009, p.16).

Vale ressaltar que segundo Postal, (2006, p.72.)

A utilização de sistemas ERP otimizam o fluxo de informações e facilitam o acesso aos dados operacionais, favorecendo a adoção de estruturas organizacionais mais achatadas e flexíveis. Além disso, as informações tronam-se mais consistentes, possibilitando a tomada de decisão com base em dados que refletem a realidade da empresa; assim a adoção de melhores práticas de negócios, suportadas pelas funcionalidades dos sistemas que resultam em ganhos de produtividade e em maior velocidade de resposta da organização.

Postal, (2006, p.33); aponta como benefícios do ERP:

• Integração efetiva das funções e processos da empresa. (a integração é obtida através do

aproveitamento total dos dados de entrada, onde as informações são compartilhadas entre

os módulos correspondentes dentro do sistema).

• Melhoria da comunicação e/ou coordenação. (proporciona a atualização em tempo real e

de forma integra). Melhoria do desenho e controle dos processos;

14

• Melhoria da utilização de recursos do sistema ou da TI;

• Aumento da produtividade;

• Melhoria da consistência de dados e/ou informações;

• Melhoria da eficiência e ou eficácia dos processos;

• Aumento da competitividade;

• Diminuição dos ciclos produtivos e/ou dos ciclos dos processos;

• Aumento da flexibilidade;

• Melhoria do atendimento do cliente externo;

• Diminuição dos custos com materiais.

O ERP pode ser um fator motivador para a sobrevivência da empresa, auferindo vantagem

competitiva, integrando e alavancando os processos de negócio.

Geralmente as empresas buscam soluções para questões de ordem objetiva, racional,

resultados concretos e palpáveis, por melhores posicionamentos nos mercados, assim não

deixam espaço para questões subjetivas (indivíduos e seu comportamento) sendo ignoradas

durante uma implantação, no entanto ter a clara definição de que as organizações são criadas e

sustentadas por processos conscientes e inconscientes levariam a um melhor resultado final.

(OLIVEIRA, 2006, p.20).

Deve-se observar neste, que o trabalho de implantação não se resume somente a compra do

pacote, e sim um envolvimento de todos os setores, buscando atender a partir da modelagem

dos processos todas as deficiências da empresa. (OLIVEIRA, 2006, p.21).

Portanto, além de uma equipe qualificada, deve-se ter também um plano detalhado de

implantação, com todos os possíveis riscos, sempre de acordo com os objetivos e estratégias

da empresa. (OLIVEIRA, 2006, p.01)

15

2.1.1 Definição (Cronologia)

Reynolds; Star (2012, p.08), definem:

Sistema de informação é um conjunto de elementos ou componentes inter-relacionados que coleta (entrada ou input), armazena e dissemina dados (saída ou output) e informações, e fornecem uma reação corretiva (mecanismo de realimentação) para alcançar um objetivo.

Segundo Oliveira (2011, p.35-36), um sistema “é um conjunto de partes interagentes e

interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e

efetuam determinada função.” Um sistema diz respeito a um conjunto de equipamentos ou a

um conjunto de programas quando o processamento dos dados é eletrônico.”

Os sistemas de informação surgiram na década de 60, como um caminho computacional para

o planejamento de compras de materiais e produção, assim denominado MRP, já nas décadas

de 70 e 80 surge o MRPII que contribuem para a adoção de um módulo financeiro e de

marketing associados ao de produção, entretanto na década de 90 estende a lógica do

planejamento do MRPII as demais funções presentes na organização de forma integrada.

(OLIVEIRA, 2006; p.06).

Correa (1998 apud SOUZA;SACCOL, 2011, p.243):

Sistemas ERP (Enterprise Resources Planning) passaram a ser largamente utilizados por empresas a partir da década de 90. O ERP é considerado a evolução do sistema MRP II (Manufacturing Resources Planning), pois seu sistema passa a integrar as diversas áreas da organização como vendas, faturamento, manufatura e finanças, enquanto o MRP II representa um sistema preocupado principalmente com a parte de manufatura.

Considerando as conclusões acima Reynolds e Star (2012, p.19), abordam que “sistema de

informação gerencial é um conjunto de softwares, banco de dados, e equipamentos que

fornecem informações aos gerentes e aos tomadores de decisões.”

A seguir estão apresentadas algumas definições de ERP.

Abreviatura de Enterprise Resources Planning. Termo designativo de um sistema integrado e

modulador destinado à de gestão empresarial. Nesta tecnologia apenas um usuário dá entrada

a um determinado dado e este fica disponível a todos os demais usuários (ALBERTÃO, 2005,

p.122).

16

Para Lima et al (2000, apud SOUZA; SACCOL, 2011, p.244) a adoção de um ERP afeta a

empresa em todas as suas dimensões, culturais, organizacionais ou tecnológicas. Esses

sistemas controlam toda a empresa, da produção às finanças, registrando e processando cada

fato novo na engrenagem corporativa e distribuindo a informação de maneira clara e segura,

em tempo real; assim dizemos que o ERP tem suas raízes no MRP, trata-se de um processo

evolutivo natural proveniente da maneira com a qual a empresa enxerga seu negócio e

interage no mercado.

Ao descrever o ERP como módulos que fornecem informações de apoio para a tomada de

decisão a todos os setores da empresa, (CORRÊA et al, 2000 apud MENDES; ESCRIVÃO

2003) diz que estes módulos estão integrados entre si a partir de um banco de dados único e

não redundante. Chegando assim a conclusão de que o ERP representa uma evolução com

relação ao MRP II por controlar não somente os recursos utilizados na manufatura, mas

também os demais recursos da empresa.

ERP dispõe de um conjunto de programas capazes de interligar os aspectos da manufatura e

incorporar os procedimentos contábeis ou dados gerados por outros aplicativos. Segundo

Dempsey (1999), já Hehn (1999) apresenta o ERP como uma evolução expandida do MRP II,

portanto representam uma coleção integrada de sistemas que atendem a todas as necessidades

de um negócio: contabilidade, finanças, controle de produção, compras e outros. Todos os

sistemas estão integrados e partilham os mesmos dados. (MENDES E ESCRIVÃO 2003).

De acordo com Buckhout 1999 apud (SOUZA; SACCOL, 2003), um ERP é um software de

planejamento dos recursos empresariais que integra as diferentes funções da empresa para

criar operações mais eficientes. Integra os dados-chave e a comunicação entre as áreas da

empresa, fornecendo informações detalhadas sobre as operações da mesma, portanto agilizam

os processos, integram as informações e eliminam o retrabalho.

O sistema ERP tem como objetivo permitir que as empresas possuam um maior sinergismo

entre os processos de negócios, pois quanto mais preciso e ágil o fluxo das informações,

maior vai ser a velocidade com que esta informação será processada, o que é essencial para

atender a velocidade do mercado globalizado. (link profissionais de tecnologia, art.01).

De acordo com Turban, 2007 apud Côrtes “o ERP concentra-se em ordenar todos os recursos

materiais, de produção e de economia global existentes dentro de uma empresa”.

17

Para Colângelo (2001), ERP é um software aplicado que possibilita automatizar e integrar

grande parte de seus processos de negócios, possibilitando o compartilhamento de dados, a

uniformização dos processos e a produção e utilização de informações em tempo real.

Reynolds; Star (2012, p.342) salienta que ERP é um conjunto integrado de programas que

gerenciam as operações vitais dos negócios de uma empresa.

Assim para Laudon; Laudon (2007, p.52-53) afirmam que:

Os sistemas ERP coletam dados de vários processos de negócio importantes nas áreas de manufatura, produção, finanças e contabilidade, vendas e marketing e recursos humanos, e depois, os armazenam em um único banco de dados. Com isso a informação anteriormente fragmentada em sistemas distintos podem ser compartilhadas por toda a empresa, e as diferentes partes da organização podem cooperar de maneira mais estreita.

É um software que proporciona às empresas a integração de suas informações, assim é

considerado uma solução genérica para atender todos os tipos de organização conforme

descrito por Davenport 1998 (apud SOUZA; SACCOL, 2011; p.245).

Para Cunha (1998 apud MENDES E ESCRIVÃO 2003, p.245), ERP é um modelo de gestão

que, através de sistemas de informação, procura integrar os diversos processos de negócios da

empresa apoiando-a em suas decisões estratégicas. O ERP representaria a evolução do MRP

II, trazendo consigo além da integralização das informações a sua rápida fluidez.

Segundo Souza e Zwicker (2003, p.244), ERPs são sistemas integrados que são adquiridos na

forma de pacotes comerciais e procuram atender às necessidades da maioria das empresas

através de modelos de processos de negócios. Tais modelos são desenvolvidos a partir do que

se considera ser a melhor prática para cada processo. A integração é feita a partir do

compartilhamento das informações para os diversos módulos através de um único banco de

dados central.

Para Turban et al. (2007, p.216) os sistemas ERP integram o planejamento, o gerenciamento e

o uso dos recursos da organização. Tendo como objetivo principal integrar de perto as áreas

funcionais da organização e permitir o fluxo transparente da informação entre as áreas

funcionais.

Souza, Saccol (2011, p.65) mostram em seu livro intitulado Sistemas ERP no Brasil – Teoria

e Casos; casos de diversas empresas que decidiram por implementar um sistema integrado de

18

gestão, algumas com sucesso, outras com insucesso, relatando tanto vantagens como

desvantagens da implementação. Deixando claro a importância de um planejamento anterior a

implantação e de uma definição clara do que se espera com esse novo sistema.

São sistemas de informações que trazem embutidos em si processos de trabalho padronizados,

procurando representar as melhores práticas mundiais de cada função. A adoção desses

sistemas exige disciplina e os usuários devem mantê-los atualizados. (MENDES E

ESCRIVÃO, 2011; p.245)

A autora interpreta que O ERP automatiza processos, melhora os controles internos e garante

a informação de forma transparente, assim vários departamentos da empresa ficam

interligados, permitindo um fluxo de informações único, contínuo e consistente.

Mais do que uma mudança de tecnologia, a adoção desses sistemas implica um processo de

mudança organizacional, pois o ERP facilita o fluxo da informação, tendo como característica

central otimizar a gestão e conseqüentemente auxiliar as empresas a atingir os objetivos.

Segundo Batista (2004, p.116)

É importante concluir que o ERP tem como principal foco o aumento da eficiência, tendo em vista as transações internas da organização com seus funcionários e com as tecnologias utilizadas, e o aumento da eficácia, considerando as transações externas com seus clientes e fornecedores.

Tendo em vista as definições de sistemas ERPs, a seguir serão relacionados os possíveis benefícios desses sistemas.

2.1.2 Motivos para implantar um ERP Segundo Rezende e Abreu (2008, p.97):

Existe uma forte preocupação com a competitividade e o desempenho perante a concorrência. No entanto, muitas empresas têm objetivos internos importantes como a atualização, a redução de custos, o aproveitamento de recursos e a gestão.

É uma análise que depende dos objetivos da companhia, portanto, muda de empresa para

empresa, mas via de regra conforme Higashino (2008, p.19), podemos apontar como

vantagens que os sistemas de ERP podem:

• Ajudar na comunicação interna;

19

• Agilizar a execução de processos internos;

• Diminuir a quantidade de processos internos;

• Evitar erros humanos - em cálculos de tributos e pagamentos, por exemplo;

• Ajudar na tomada de decisões;

• Auxiliar na elaboração de estratégias operacionais;

• Agilizar a obtenção de dados referentes a determinados cenários;

• Diminuir o tempo de entrega do produto ou serviço ao cliente;

• Ajudar a lidar com grandes volumes de informação;

• Evitar trabalho duplicado; Fazer com que a empresa se adapte melhor a mudanças no

mercado e na legislação.

Laudon e Laudon (2007, p.55) citam como benefícios de um ERP:

• Criar culturas organizacionais mais disciplinadas em todas as empresas da corporação;

• Informação mais ágil, facilitando relatórios e tomadas de decisões;

• Plataforma unificada;

• Operações mais eficientes e os processos de negócios mais dirigidos aos clientes, através

de uma reação mais rápida com relação ao pedido do cliente. Através dessa gestão mais

eficiente, é possível prever novos pedidos e entregar as quantidades demandadas mais

facilmente.

Com um único sistema integrando todos os departamentos - ou pelo menos os setores mais

importantes -, a comunicação interna se torna mais fácil e menos custosa. O departamento

financeiro, por exemplo, pode saber rapidamente quanto dinheiro destinar à quitação de

impostos e quanto direcionar ao pagamento de funcionários, de acordo com as informações

que o setor de gestão de recursos humanos disponibilizar no sistema. O chefe de um

determinado departamento pode avaliar o desempenho de um funcionário e discutir junto ao

gerente de RH quanto à empresa pode lhe oferecer de aumento. O departamento de marketing

20

pode consultar o controle de vendas, percebendo que um determinado produto não está tendo

a saída desejada e desenvolver uma nova estratégia para reverter este quadro, ao mesmo

tempo em que verifica se a verba disponibilizada é suficiente para este trabalho ou se é

necessário marcar uma reunião para solicitar mais recursos. (HIGASHINO, 2008, p.20).

Segundo Lima et al (2000 apud MENDES E ESCRIVÃO, 2011, p.249), em empresas médias

a adoção de ERP além de representar uma atualização, é uma oportunidade para a

modernização tecnológica. Além disso, sua implantação faz com que a organização se

reestruture para processos de negócios, possibilitando a identificação de pontos fracos e um

melhor gerenciamento de seus processos.

Souza e Zwicker (2003 apud SOUZA; SACCOL, 2011, p.6), listaram benefícios de sistemas

ERPs a partir de suas características, assim os benefícios citados pelos autores são:

21

Características Benefícios

Pacotes comercias - menores custos de informática - empresa foca em sua atividade principal - menor número de aplicações a serem desenvolvidas

- atualização permanente é feita pelo fornecedor

- menor dependência da área de informática Baseado em modelos de processos - difunde as best practices

- catalisa a reengenharia de processos; - padronização de processos; - menor dependência da área de informática

Sistemas Integrados - diminuição de inconsistências e retrabalhos; - redução de mão-de-obra com relação à integração de dados; - maior controle operacional da organização;

- eliminação de interfaces de sistemas não integrados;

- melhor qualidade de informação - otimização global dos processos; - crescimento profissional dos envolvidos - aparecimento das causas de problemas nas diversas áreas

Banco de dados único - padronização de informações; - eliminação de discrepâncias de informações - melhor qualidade de informação; - acesso a informação

Grande abrangência funcional - eliminação de manutenção de diversos sistemas; - padronização de procedimentos - menores custos de treinamento; - interação com fornecedor único;

Tabela 1 - Benefícios de um sistema ERP (Adaptado de Souza e Zwicker, 2003)

Para Souza e Zwicker 2000 (apud MENDES e ESCRIVÃO, 2003) os benefícios serão

percebidos após um tempo de uso do sistema e que sua implantação permite uma atualização

da base tecnológica.

A utilização de um sistema ERP pode trazer inúmeros benefícios para a empresa, podendo

torná-la altamente competitiva, pois fornece informações mais consistentes, possibilitando a

tomada de decisão com base em dados que refletem a realidade da empresa. (NETSABER,

2013).

Ao tomar a decisão pela utilização de sistemas ERP, as empresas esperam obter diversos benefícios. Entre os benefícios apontados pelas empresas fornecedoras está a integração, o incremento das possibilidades de controle sobre os processos da empresa, a atualização tecnológica, a redução de custos de informática e o acesso a

22

informações de qualidade em tempo real para a tomada de decisões sobre toda a cadeia produtiva. (Souza Saccol, 2011, p.68)

Além destes, existem alguns outros motivos que levam uma organização implantar um

sistema ERP. Segundo Colângelo (2001)

Há três classes de motivos que podem levar uma organização a implantar um sistema ERP: negócios, legislação e tecnologia. Os motivos de negócios estão associados à melhoria da lucratividade ou do fortalecimento da posição competitiva da empresa e serão subdivididos em estratégicos e operacionais. Os motivos de legislação estão ligados a exigências legais que a empresa deve cumprir e que não são atendidas pelos sistemas atuais. Os motivos de tecnologia estão relacionados às mudanças necessárias em função de obsolescência econômica das tecnologias em uso ou a exigências de parceiros de negócios. A tecnologia torna-se economicamente obsoleta quando surge uma substituta mais atrativa e seu uso ameaça a posição competitiva da empresa. Uma implantação normalmente é justificada com base em um conjunto desses motivos.

Para Reynolds e Star (2012, p.342):

Os benefícios principais de implantar o ERP incluem o acesso aperfeiçoado dos dados para a tomada de decisão operacional, eliminação de sistemas ineficientes ou obsoletos, melhorias nos processos de trabalho e padronização de tecnologia.

Assim conforme Laudon e Laudon (2007, p.53) “dão as empresas a flexibilidade para

responder rapidamente as solicitações dos clientes e, ao mesmo tempo, produzir e manter em

estoque apenas o necessário para atender os pedidos existentes”.

Os sistemas integrados oferecem valor ao elevar a eficiência operacional e fornecer

informações sobre a empresa como um todo, as quais ajudam os gestores a tomar as melhores

decisões. (LAUDON E LAUDON, 2007, p.245).

2.1.3 Críticas ao ERP Luftman et al (1993 apud SOUZA SACCOL, 2011, p.192) afirmam que “a TI isoladamente

não representa uma vantagem competitiva a longo prazo, pois ela pode na maioria das vezes

ser facilmente imitável”.

Sistemas integrados não possuem apenas benefícios; muitas críticas são feitas aos ERPs,

principalmente por empresas que não obtiveram resultados satisfatórios com sua implantação.

(HIGASHINO, 2008, p.21).

Rezende e Abreu (2008, p.249) completam:

23

“Existem limitações de integração quando se leva em conta os fatores e os sistemas externos ao meio, pois essas informações podem estar de forma aleatória, desestruturadas e assistemáticas.

A seguir são comentadas algumas dessas críticas.

Colângelo, 2008, p.22-23 (apud HIGASHINO, 2001, p.34/35) cita como principais críticas

relacionadas aos ERPs:

• Elevado custo, sendo o argumento mais citado contra a implantação de ERPs.

• Não apresentam vantagens competitivas, já que os módulos estão disponíveis a todos;

• Não funcionam bem para todas as áreas da empresa;

• São inflexíveis;

• Possuem longo tempo de implantação.

O autor cita que ERPs realmente não apresentam vantagens competitivas, mas são sim

qualificadores competitivos.

Laudon e Laudon (2007, p.59) criticam também os sistemas integrados devido a sua

inflexibilidade e a sua difícil customização. Para os autores, sistemas integrados deveriam ser

usados para alcançar metas estratégicas, porém a implantação de ERPs genéricos pode

provocar a retirada de processos únicos da organização, e que eventualmente podem

representar fontes de vantagens competitivas junto ao mercado.

Em alguns casos, as empresas precisam se adaptar aos processos de trabalho aos quais o ERP

dão suporte e efetuam mudanças profundas no modo como atuam, às quais podem ser

drásticas. Há um maior risco de inflexibilidade e complexidade na mudança. Por exemplo, a

utilização do sistema exige profissionais mais qualificados, culminando em procedimentos de

demissão, desmotivação e aversão à mudança por parte dos empregados atuais. Implementar

um sistema ERP requer imensas quantidades de recursos, os melhores funcionários que lidam

com sistemas de informação e muito suporte administrativo. (MADEIRA, 2010, p.19).

Também é reconhecido um risco na escolha de implementar um sistema único como o ERP.

Primeiro porque a maioria das empresas normalmente utilizam outros sistemas que precisam

ser integrados ao ERP e, no entanto, estes são incompatíveis. Segundo, a empresa incorre num

24

custo associado à mudança do fornecedor. Como este é responsável pela manutenção e

aperfeiçoamento do sistema, criando uma elevada dependência do cliente perante o

fornecedor, é importante avaliar não somente a qualidade do produto, mas a escolha correta

do fornecedor como um parceiro de negócio de longo prazo. (MADEIRA, 2010, p.20).

Colângelo (2001) cita uma prática que tem se tornado comum para solucionar o problema de

inflexibilidade e de determinados módulos que não funcionem bem para a empresa. São

soluções integradas Best-of-Breed onde se adota módulos de diferentes fornecedores para

áreas em que um determinado ERP é considerado melhor.

Souza e Zwicker, (2008, p.26 apud HIGASHINO, 2003) citam também como crítica aos

ERPs a dependência da empresa com relação ao fornecedor, apesar de soluções do tipo Best-

of-Breed citadas anteriormente, na grande maioria das empresas, a organização depende do

fornecedor do sistema para atualizações e manutenções. Isso demonstra a importância da

seleção do fornecedor adequado para a empresa.

Surge, porém, outro problema com soluções Best-of-Breed que é o alto custo de implantação

de diferentes sistemas e o longo tempo de implantação, já que geralmente torna-se complexa a

integração dos diversos módulos. Assim as soluções Best-of-Breed são muitas vezes utilizadas

pelas grandes corporações, sendo inviáveis para pequenas e médias empresas.

(COLÂNGELO FILHO; 2001, p. 35).

Laudon e Laudon (2007, p.37) “nenhum sistema pode sozinho prover todas as informações de

que necessita uma organização”.

Em relação ao modelo de processos, é preciso entender que, assim como os demais pacotes

comerciais, os sistemas ERP não são desenvolvidos para um cliente específico. Eles procuram

atender a requisitos genéricos do maior número possível de empresas, justamente para

explorar o ganho de escala em seu desenvolvimento. Portanto, para que possam ser

construídos é necessário que incorporem modelos de processos de negócio. Esses modelos

são obtidos por meio da experiência acumulada pelas empresas fornecedoras em repetidos

processos de implementação ou são elaborados por empresas de consultoria e pesquisa em

processos de benchmarking. (OLIVEIRA, 2008, p. 24).

O chamado ERP (Enterprise Resources Planning) não é mesmo a solução milagrosa para

todos os negócios. Às vezes, são necessários programas específicos, que dão conta das

25

peculiaridades de uma área da companhia ou do setor de atuação. (GOTARDELLO, 2009,

p.01).

Como possíveis desvantagens, podemos citar (SOUZA; SACCOL, 2011, p.329):

• Alto custo com customização e implementação;

• Implementação demorada - uma solução de ERP não fica pronta da noite para o dia, como

você já sabe;

• Risco de prejuízo financeiro ou de desempenho com erros inesperados do sistema;

• Possíveis problemas com suporte e manutenção caso o fornecedor do software seja

vendido ou encerre suas atividades;

• Dependência, que pode dificultar as atividades da empresa quando o sistema fica, por

algum motivo, indisponível;

• Adaptação e treinamento por parte de funcionários podem demorar mais tempo que o

esperado;

• Resistência ao novo, em caso de implementações ou atualizações;

• O sistema pode exigir mudanças em determinados aspectos da cultura interna da empresa;

• Pode-se perceber tardiamente que aquela solução não oferece a relação custo-benefício

esperada;

• Ao longo do tempo, atualizações e acréscimos de módulos podem tornar o sistema

excessivamente complexo.

Assim, temos (HIGASHINO, 2008, p.24):

• A utilização do ERP por si só não torna uma empresa verdadeiramente integrada;

• Altos custos que muitas vezes não comprovam a relação custo/benefício;

• Dependência do fornecedor do pacote;

26

• Adapção de melhores práticas aumenta o grau de imitação e padronização entre as

empresas de um segmento;

• Torna os módulos dependentes uns dos outros, pois cada departamento depende das

informações do módulo anterior, por exemplo. Logo, as informações têm que ser

constantemente atualizadas, uma vez que as informações são em tempo real, ocasionando

maior trabalho.

Reynolds e Star (2012, p.344) corroboram com:

Algumas das principais desvantagens dos sistemas ERP são o custo e o tempo exigidos para a implantação, a dificuldade em implantar as mudanças nos processos de negócio que acompanham o sistema ERP, os problemas com a integração do sistema (ERP) com outros sistemas, os riscos associados a um comprometimento importante com um único fabricante e os riscos de falhas de execução.

Na maioria das vezes, esse sistema força alterações nos processos produtivos e

administrativos das empresas, por meio da sua adaptação ao sistema. Comumente são

alterações complexas e podem causar, no início, uma série de inconvenientes, até que todos

estejam adaptados à nova realidade. Também devem estar em conformidade com as

estratégias da empresa e seus objetivos de longo prazo, merecendo, portanto, grandes

cuidados em sua implementação. (SALES, 2009).

É claro que é possível aplicar esforços para garantir que as vantagens tomem forma e que as

desvantagens sejam amenizadas. Para isso, é necessário dedicação da equipe de TI,

comprometimento por parte de toda a estrutura gerencial, acompanhamento constante das

etapas de desenvolvimento e implementação, as já citadas escolhas de uma solução e de um

fornecedor adequados às necessidades da companhia, análise de possíveis fatores internos e

externos que podem influenciar no projeto, elaboração de uma boa política de segurança e

assim se segue. (ALECRIM, 2010).

2.1.4 Ciclo de Vida de Sistemas ERP Segundo Souza e Zwicker (2003, p. 49), “o ciclo de vida representa as diversas etapas pelas

quais passa um projeto de desenvolvimento e utilização de sistemas de informação”. O ciclo

27

de vida de um sistema de informação passa pela decisão e seleção, implementação e

utilização.

O ciclo de vida do ERP é divido em cinco etapas por Mendes e Escrivão Filho (2003), são

elas:

• Avaliação sobre a necessidade de ERP: Consiste em analisar a situação atual da

organização e identificar como o sistema pode contribuir para a solução dos problemas

organizacionais;

• Seleção e adequação: Análise, verificação da adequação de funcionalidades do ERP;

• Implantação: Planejamento e execução das atividades de implantação;

• Conscientização e Treinamento: Realização de palestras, seminários e atividades de

conscientização para os membros organizacionais e de treinamento operacional e

gerencial.

• Utilização: Uso e identificação de alterações para atender as mudanças nas regras de

negócio.

Na etapa de decisão e seleção, a empresa opta por utilizar um sistema ERP como ferramenta,

e seleciona o fornecedor, seguindo os seus próprios critérios de análise. No entanto, existem

alguns pontos que devem ser considerados nesta etapa, como a compatibilidade entre os

requisitos da organização e as características do ERP segundo Davenport (1998 apud

ZWICKER E SOUZA, p. 70), e, segundo Heich (1997 apud ZWICKER E SOUZA, p. 70 –

71) além da adequação da funcionalidade do pacote aos requisitos da empresa considera

também a arquitetura técnica do produto, custo de implementação, qualidade do suporte pós-

venda, saúde financeira e visão de futuro do fornecedor.

Decisão: Esta fase é caracterizada pela decisão de manter a informação atual, com o custo que

ela representa, por contrapartida a melhorar a qualidade da informação e a investir o valor

necessário na obtenção de um sistema de informação abrangente e que permita ajudar a

aumentar o controlo e a atingir um aumento de rentabilidade através do acesso rápido à

informação integrada de diferentes processos, de forma precisa e indispensável para uma boa

gestão. (ZWICKER E SOUZA, p. 70).

28

Seleção: Nesta fase faz-se a escolha do ERP a ser adquirido pela empresa. As organizações

procuram informações sobre os sistemas por meio de outras empresas que já os estejam a

utilizar, bem como através do recurso a publicações, artigos e materiais divulgados por

fornecedores, com o objetivo de conhecer o mercado dos ERP e um conjunto de possíveis

candidatos a fornecedores. (ZWICKER E SOUZA, p. 71).

A segunda etapa, a implementação, é descrita a seguir:

Segundo Zwicker e Souza (2011; p. 71),

A implementação de um sistema ERP pode ser definida como o processo pelo qual os módulos do sistema são colocados em funcionamento em uma empresa. Ela envolve a adaptação dos processos de negócio ao sistema, a parametrização e eventual customização do sistema, a carga ou conversão dos dados iniciais, a configuração do hardware e software de suporte, o treinamento de usuários e gestores e a disponibilização de suporte e auxilio. Essa etapa contempla as tarefas que vão desde o término da elaboração do plano de implementação até o momento do início da operação.

Colângelo (2001; p. 43) conceitua esta etapa da seguinte forma:

A implantação é a etapa em que se definem os processos de negócios e se configura o sistema ERP para dar-lhes suporte adequado. Como o sistema normalmente impõe necessidades adicionais em termos de tecnologia, também é nesta etapa que se cria a infraestrutura tecnológica para o sistema e para os novos processos. O produto final da implantação é a organização operando novos processos de negócios suportados pelo sistema ERP.

Ainda segundo o autor citado acima, "a implantação de um sistema integrado de gestão

envolve uma grande quantidade de tarefas que são realizadas em períodos que variam de

alguns meses a alguns anos, e dependem de diversos fatores, tais como: as dimensões da

empresa, a magnitude do esforço de redesenho de processos, a disponibilidade de recursos,

etc.".

É nesta etapa que começam a surgir questões do tipo: Adequamos o sistema aos processos da

empresa ou adequamos os processos da empresa ao sistema? (TOLEDO, p.01).

Lucas (1985 apud ZWICKER E SOUZA, 2011; p.71), utiliza o conceito de discrepância entre

o sistema e a organização. Os sistemas ERP geralmente são considerados como solução para

todos os requisitos e expectativas dos usuários, porém, é pouco provável que tais requisitos

combinem perfeitamente com o sistema. Criam-se então as diferenças ou discrepâncias entre a

funcionalidade do sistema e os requisitos da empresa. Ainda segundo o autor, tais

"discrepâncias são resolvidas basicamente de quatro maneiras: ou adapta-se o pacote, ou

29

adaptam-se os processos da organização, ou adaptam-se tanto o pacote como os processos, ou

não se adapta nem o pacote nem o processo, optando-se pela convivência com a

discrepância."

Colângelo Filho (2001, p.37) cita que atualmente, a abordagem mais freqüente para tratar

estas discrepâncias é utilizar o "redesenho de processos baseado no sistema". Segundo o

autor, esta abordagem é "baseada na premissa que os sistemas ERP foram concebidos de

forma a suportar 'boas práticas', ou seja, processos de negócios melhores do que aqueles que a

maioria das empresas emprega. A idéia, neste caso, é usar no maior grau possível, os

processos de negócios suportados pelo sistema ERP". Neste caso, o autor cita que somente

deve ser desenvolvida uma alternativa no sistema se o mesmo não der nenhum suporte ao

processo ou se o processo for crítico para a organização e o sistema não lhe der suporte

adequado.

Zwicker e Souza (2003, p.71), citam a etapa de implementação como uma das mais críticas de

todo o processo, pois é este o momento que, além de se definir como serão os processos da

empresa e como estes serão tratados no sistema, são promovidas mudanças organizacionais

que implicam alterações nas tarefas e responsabilidades de todos os envolvidos, e, dada a

complexidade dessas mudanças e dos conflitos que elas podem causar, exige uma especial

participação e comprometimento da alta direção, além da necessidade de garantir a

comunicação entre todas as equipes envolvidas.

Sobre o início da operação do sistema ERP, Zwicker e Souza (2003, p.72) citam três

possibilidades: "o big-bang, isto é, a entrada em funcionamento de todos os módulos em todas

as divisões ou fábricas da empresa simultaneamente; o small-bang, isto é, a entrada em

funcionamento de todos os módulos sucessivamente em cada uma das divisões ou plantas da

empresa; e a implementação em fases, na qual os módulos vão sendo implementados em

etapas, em todas ou em cada uma das fábricas".

Para Seiffert e Costa (2007, p.115)

Big Bang: toda transformação ocorre num único momento. Naturalmente a mudança não é instantânea, mas, uma vez iniciada, vai do início ao fim sem etapas intermediárias.

Já em fases definem: (SEIFFERT E COSTA, 2007, p.116)

30

Divisão da reestruturação total em pacotes de mudança que são implantadas de maneira gradual, esta facilita a gestão da implantação de reestruturação, além disto, possíveis inadequações de conceitos ou planejamentos podem ser detectadas e corrigidas ou, pelo menos podem ser amenizadas antes da conclusão da implantação completa.

E finalmente, a etapa de utilização, em que o sistema passa a fazer parte das operações diárias

da empresa. No entanto, estar nesta etapa, não significa que todas as possibilidades de uso

foram identificadas e estão adequadas à empresa. Ainda segundo Zwicker e Souza (2003,

p.72):

Esse reconhecimento só se estabelece após certo tempo de uso continuado da tecnologia, por meio de idéias que surgem durante o processo de utilização. Portanto, a etapa de utilização realimenta a etapa de implementação com novas possibilidades e necessidades e que podem ser resolvidas por novos módulos, pela parametrização ou pela customização.

Estudos e pesquisas realizadas sobre sistemas ERP, como as dos autores Souza e Saccol

(2011), mostram que "a implementação de sistemas ERP é um processo de mudança cultural,

e um fator crítico de sucesso é evitar que o projeto seja tratado como um 'projeto de

informática'". Mostram ainda que "aspectos como envolvimento da alta direção, correto

envolvimento dos usuários e gerenciamento de mudanças foram apontados como essenciais

para o sucesso desses projetos".

Assim, dados os benefícios, tais como a facilidade de acesso aos dados operacionais,

informações mais consistentes possibilitando a tomada de decisão com base em dados que

refletem a realidade da empresa e por fim, a adoção de melhores práticas de negócio, que

resultam no ganho de produtividade e em maior velocidade de resposta da organização, e

dados os fatores desfavoráveis tais como o alto custo da implantação, além do longo prazo

para se obter os resultados esperados, cabe a cada organização, que opta pela adoção de um

sistema ERP, analisar cada proposta oferecida pelos mais diversos fornecedores e selecioná-

los de acordo com as expectativas e disponibilidades da empresa. (PADILHA; MARINS,

2005).

A forma com que a empresa conduz a escolha e a implantação de um ERP é crucial para a

obtenção dos resultados esperados. Alguns cuidados na escolha da solução são

imprescindíveis, principalmente aqueles voltados à flexibilidade, escalabilidade e capacidade

de atualização em tempo hábil para suprir as mudanças do negócio. É importante também

observar a solidez do produto e os parceiros de implantação/suporte. (NOVAES, 2008).

31

2.1.5 Metodologia de Implantação/Implementação

2.1.5.1 Definição de Implantação

Na maioria dos casos de sistemas ERP, como os módulos já estão prontos e não há um efetivo

desenvolvimento dos sistemas, mas sim customizações para que se “encaixem” com os

processos da organização, o termo utilizado será implantação. (HIGASHINO, 2008, p.22).

Colângelo (2001, p. 73) propõe um modelo de implantação composto por quatro fases:

• Planejamento: essa é a fase em que são desenvolvidos os plano, definidos os

procedimentos e mobilizados os recursos materiais e humanos para execução do projeto.

• Desenho da solução: nessa fase, desenvolve-se uma visão de alto nível dos processos de

negócio, capaz de atingir os objetivos estabelecidos usando o sistema ERP como

tecnologia de base.

• Construção: compreende a configuração do sistema ERP para suportar os processos de

negócio definidos na fase de Desenho da Solução. Normalmente, a cada processo que é

configurado no sistema são conduzidos testes limitados para verificar se seu

comportamento está dentro do previsto.

• Testes e Implantação: abrange a execução dos testes finais do sistema, do treinamento dos

usuários e da substituição dos sistemas em operação pelo sistema ERP. È a última fase da

etapa de implantação do sistema ERP.

A fase de implementação é definida como o processo pelo qual os módulos do sistema são

colocados em funcionamento na empresa. Esta fase é considerada como uma das mais

críticas, pois envolve as mudanças organizacionais que poderão implicar alterações nas

tarefas e responsabilidades de indivíduos e departamentos, bem como transformações nas

relações entre os departamentos. (SINFIC, 2005, p.01). Esta fase pode subdividir-se em

quatro outras fases que possuem objetivos diferentes:

Fase I - Planejamento. Na fase de planejamento, procede-se à constituição de um comitê

executivo, responsável por aprovar o Plano Geral de Implementação, pela definição da equipa

32

do projeto, e pelo acompanhamento dos resultados do projeto como um todo, tomando

decisões que possam exigir a afetação de recursos adicionais ou alterações no plano.

(COLANGELO, 2001, p.50).

É no Plano Geral de Implementação que se definem os módulos que serão implementados e

em que ordem, de acordo com a proposta apresentada pelo fornecedor. Existem

fundamentalmente duas abordagens: (SINFIC, 2005, p.01).

• Big-Bang, na qual todos os módulos são implementados ao mesmo tempo;

• Implementação modular, na qual os módulos são implementados sucessivamente com

diferentes datas de início de operação;

• Small-Bang, quando a empresa possui mais de uma unidade de negócio e quer

implementar um projeto piloto, iniciando por uma das unidades apenas.

A definição da estratégia de implementação depende de fatores como os objetivos do projeto,

a dimensão e, conseqüentemente, o risco do projeto, a adaptação à mudança, o investimento

que se deseja fazer, os riscos que se pretendem correr, etc. É nesta fase que se faz o

entendimento do negócio da organização de uma forma macro e de como o pacote de software

adquirido se irá ajustar e solucionar os problemas e necessidades de informação da

organização. (SOUZA e ZWICKER, 2003, p.98).

Fase II - Desenho ou definição da solução. Nesta fase são analisados os processos

organizacionais, com o objetivo de identificar as diferenças entre a forma atual de trabalho, as

novas formas de trabalho pretendidas e a adaptação dos processos ao software, ou vice-versa.

Estas adaptações servirão de requisitos para a fase de implementação do pacote de software.

(COLANGELO, 2001, p.64/65).

Partindo do princípio de que um sistema ERP é construído com práticas genéricas, nenhuma

empresa adere completamente aos processos disponibilizados no pacote de software, sendo

por isso necessário proceder a adaptações. A falta de aderência, ou disparidades, é conhecida

como "gap". O gap é o desvio existente entre os requisitos do negócio e a oferta tecnológica

do ERP, que pode ter origem em diferentes fatores: (SINFIC, 2005, p.01).

33

• Legais. Quando há uma exigência legal do país ou tipo de empresa em que a organização

atua e o sistema não atende - este tipo de "gap", em geral, acontece pelo fato do sistema

não estar completamente localizado.

• Práticas locais. Refere-se a uma prática da região ou país.

• Funcional. Quando o pacote de software não satisfaz uma funcionalidade ou processo

específico da organização.

A resolução destes "gaps" entre o sistema e os processos de negócio da organização pode

acontecer da seguinte forma: (SINFIC, 2005, p.01).

Adaptação do processo organizacional ao pacote de software, ou seja, modificar o processo da

empresa para se adequar à melhor prática do sistema. Neste caso, apresenta um modelo de

redesenho de processos baseado no sistema ERP. A alteração dos processos deve sempre ser

incentivada numa implantação de sistemas ERP, pois facilita o sucesso do projeto com o

cumprimento dos prazos estabelecidos, bem como o cumprimento do orçamento.

Adaptação do pacote de software ao processo organizacional, através da parametrização ou

customização de acordo com as necessidades da organização. Isto é, implica

desenvolvimento. Esta abordagem permite a adequação do sistema integrado de gestão à

organização, o que normalmente se traduz por um aumento do tempo da implementação e,

conseqüentemente, do orçamento/custos do projeto e de futuras manutenções. No entanto, em

processos estratégicos, esta via de adaptação poderá garantir a sustentabilidade de vantagens

competitivas pela via da diferenciação dos processos organizacionais em relação aos mais

diretos concorrentes do sector.

Adaptação do ERP e do processo organizacional, ou seja, encontrar um ponto de equilíbrio

entre a adaptação do ERP e a adequação dos processos da empresa. Por exemplo, adaptando

soluções manuais e mantendo o processo standard do ERP.

Eliminação do requisito de negócio. Surge como alternativa de solução de um gap. Esta

possibilidade poderá ser sempre utilizada em processos não estratégicos e não críticos, em que

os requisitos de negócio são irrelevantes para a cadeia de valor da empresa.

34

Perante as diferentes alternativas de resolução de gaps, deve-se avaliar cada situação e cada

caso. Há, no entanto, um aspecto importante a ser avaliado e a ser tido em conta na resolução

de gaps, que é a integração de informação de processos de negócio. Num processo que

atravessa mais de um módulo deve ser encontrada congruência na solução, caso contrário,

corremos um risco de aparecer gap no processo.(COLANGELO, 2001, p.107).

Fase III - Desenvolvimento. Esta fase é conhecida como construção e é responsável pela

parametrização do sistema, desenvolvimento das customizações, desenvolvimento de

eventuais interfaces com sistemas terceiros da empresa (sistema legado) ou software

específico, carregamento de dados no sistema legado, configuração do hardware e software de

suporte, definição do acesso dos utilizadores ao sistema e realização dos testes unitários. A

execução de algumas destas tarefas depende da metodologia de implementação do fornecedor,

pelo que podem variar de pacote para pacote de software. (SINFIC, 2005, p.01).

Fase IV - Planejamento e preparação do arranque. Esta é a última fase do projeto, na qual se

dá formação aos utilizadores finais e o sistema entra em produção, após uma série de testes

integrados, inclusive testes de aceitação. (SINFIC, 2005, p.01).

Utilização

O início desta fase finaliza a implantação propriamente dita e dá-se o arranque do sistema em

exploração. No entanto, o projeto não termina enquanto o ERP estiver em exploração, isto é,

as organizações pretendem retirar proveito do investimento realizado no ERP, pelo que devem

garantir do fornecedor (garantia essa que deverá estar concretizada no Plano Geral de

Implantação) o suporte do sistema e dos utilizadores durante os primeiros tempos de

exploração do sistema ERP. (SOUZA e ZWICKER, 2003, p.100).

O sistema, apesar de começar a ser utilizado na empresa, deverá acompanhar o crescimento

da mesma e os novos requisitos que venham a surgir, pois haverá sempre alguma coisa a ser

alterada ou melhorada. Os fornecedores de ERP lançam regularmente novas versões, com o

objetivo de incorporar novas necessidades dos clientes, corrigir problemas e apresentar novas

e melhores maneiras de executar os processos, bem como novos produtos e soluções. Esta

atualização pode ser considerada uma nova implementação, dependendo sempre da

complexidade das alterações. (SOUZA e ZWICKER, 2003, p.103).

35

Assim descrito por Higashino (2008, p.23): Vale ressaltar que a seleção do fornecedor do

ERP e da consultoria, a fase de pré-implantação, é de grande importância para o sucesso de

implantação de um ERP, já que a organização tem que analisar qual sistema se adéqua melhor

aos seus processos, e não o contrário. Isso é refletido mais adiante quando serão apresentados

os fatores críticos de sucesso para a implantação de ERPs.

Souza e Zwicker (2003, p.72) acrescentam uma etapa, chamando-a de fase de estabilização.

Para os autores é importante destacar a fase que fica entre a fase de implantação e a fase em

que o sistema está funcionando em sua normalidade. Ou seja, o autor divide a fase 3 de

Lozinsky e Colângelo em duas partes. A primeira seria a instalação do sistema e a segunda

seria a estabilização do mesmo, onde são feitos os ajustes para o ideal funcionamento do

sistema. Para os autores, a etapa de estabilização precisa ser destacada como uma fase em si,

pois é um período que é vivenciado muito intensamente pela organização.

O ERP utiliza dois tipos de processo para a implantação: os processos de parametrização que permitem a adequação das funcionalidades existentes no sistema às da empresa, ou seja, é a chave para fazer os pacotes se adaptarem às organizações com um mínimo de necessidade de mudança e evitar custos de manutenção; e os processos de customização que são executados para a adaptação do sistema às necessidades específicas da empresa, onde é necessário intervir com programas ou rotinas que se integram ao ERP. Esta etapa nem sempre é realizada pela produtora do ERP, muitas vezes uma consultoria homologada e conhecedora da solução é contratada para este trabalho. (ARMELIN et al, p.07).

Dificuldades possíveis

Lima et al. (2000) (apud HIGASHINO, 2008, p.23) alertam para se ter cuidado sobre os

custos do projeto, já que pode haver despesas não previstas na fase de planejamento, fazendo

com que os custos superem em muito o orçamento inicial. Assim deve-se recorrer a diversos

recursos desde comparações com projetos similares, consultas a colegas, consultas a casos de

implantações publicados.

Assim para Stamford (2000, p.251), uma das principais razões para o sucesso de implantação

de ERPs é a organização estar preparada para enfrentar mudanças e reengenharia durante o

processo, pois existe uma complexidade grande e a empresa deve-se estar preparada para

todas as mudanças desde técnicas até interpessoais.

Segundo Wood Jr. (1999 apud MENDES E ESCRIVÃO 2011, p.254), apud a adoção ou não

de um sistema integrado, passa pelo âmbito estratégico e dos objetivos da empresa no longo

36

prazo e não deve ser uma decisão tomada devido à pressão externa, devendo ocorrer o

detalhamento de todos os processos classificando-os de modo a ponderar a importância de

seus requisitos.

Laudon e Laudon (2007, p.241) citam que o grau de comprometimento da alta direção é um

fator para falhas ou sucessos na implantação de sistemas. A participação do usuário no

processo é outro fator que determina o sucesso da implantação, pois deve considerar que o

trabalho não termina com a implantação e sim que ele continua com suas evoluções. Segundo

os autores há uma diferença de linguagem entre os designers e os usuários, e os últimos

acabam não entendendo por completo os sistemas e deixam de sugerir telas e processos que

são importantes para suas atividades.

Segundo Souza e Zwicker (2003, p.253), a adequação do sistema à empresa representa uma

possível dificuldade de implantação, pois o ERP é uma solução genérica devendo a empresa

se adequar a ele e não ele se adequar a empresa. Outro fator muito discutido é relativo à

gestão de mudança. Para os autores, mudança do processo, mudança cultural sobre a

disseminação da informação, mudança de uma visão departamental para processos, alterações

na atividade de trabalho, levam indivíduos a resistirem às mudanças e conseqüentemente ao

projeto. O tema mudança é muito importante na implantação do ERP tendo em vista isto a

autora descreve gestão de mudança como um tópico.

Assim Rezende e Abreu (2008, p.238) corroboram:

As medidas de sucesso da implantação dependem de um planejamento global da empresa e de um método global e completo de desenvolvimento ou aquisições do sistema de informação, incluindo comportamentos organizacionais e comportamentais dos envolvidos.

2.2 Fatores Críticos de Sucesso

Quando se discute dificuldades de implantação, muitos autores utilizam o conceito de fatores

críticos de sucesso.

Amaru (2000b apud CATELLINO et al artigo 9/228, p.4/5) os Fatores Críticos de Sucesso

representam atributos ou propriedades da organização que positivamente contribuem para seu

desempenho. Da mesma SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia forma

37

que buscar o melhor desempenho, conhecer esses fatores deve ser o foco de atenção constante

da administração, pois afetam os resultados. O autor ainda acrescenta que cada organização

tem seus fatores críticos de sucesso, embora alguns sejam universais e fatores críticos de

sucesso.

Rockart (1979) apud Pekelman (2000) in Higashino (2008, p.25) define fatores críticos de

sucesso (FCSs) como determinados áreas essenciais para o sucesso do negócio, ou seja, se tais

áreas tiverem um boa performance, a empresa obterá sucesso em seu negócio.

Assim os fatores críticos de sucesso em uma implantação de um sistema integrado são as

áreas que necessitam de grande atenção por serem primordiais para o sucesso do projeto.

Pekelman (2000) (apud HIGASHINO 2008, p.25) elabora uma estrutura de fatores críticos de

sucesso para implantação de ERP, dividindo-os em quatro tipos:

• Fonte estratégica: considera se os objetivos de negócio foram atentados quando se

elaborou o planejamento da implantação

• Fonte ambiental: considera as peculiaridades da organização e de seu ambiente;

• Fonte metodológica: preocupa-se com a metodologia de implantação;

• Fonte técnica: considera se as funções executadas pelo software foram devidamente

levantadas.

Conforme Somers e Nelson (2001, p.01), os fatores críticos de sucesso podem ser vistos como

questões importantes no contexto em que são aplicados, pois através do conhecimento destes,

assegura-se uma implantação segura e eficiente. Conforme se identifica um fator crítico é

possível a elaboração de um plano estratégico.

Fatores Críticos de Sucesso (HIGASHINO, 2008, p. 25)

• Estratégica - Relevância do projeto para a organização

- Análise da empresa

- Entender sua cultura, peculiaridades e capacidades de mudanças;

38

- Ambiental

- Prever mudanças em seu ambiente.

- Comprometimento e apoio da alta administração

- Time balanceado com papéis claros e definido

• Metodológica

- Comunicação clara e livre;

- Utilizar modelo para implantação.

• Técnica - Capacidade do hardware e software.

Finney e Corbett (2007) (apud HIGASHINO, 2008, p.26) fizeram uma compilação de 26

fatores críticos citados na literatura, sendo divididos em estratégicas e táticas:

• Estratégicas Táticas

- Comprometimento e suporte da alta direção;

- Time balanceado;

- Visão e planejamento; O time do projeto: os melhores;

- Construir um caso de negócios;

- Enriquecimento dos tomadores decisões;

- Gerente de projeto habilidoso e capaz Moral e motivação do time;

- Estratégia de implementação e cronograma;

- Planejamento e gestão do custo do projeto;

- “Vanilla ERP”

- Reengenharia de processos e configuração do software;

39

- Gestão de projeto; Sistemas legados;

- Gestão de mudança; Infraestrutura de TI;

- Lidar com mudanças culturais;

- Consulta ao cliente;

- Seleção de ERP;

- Seleção e relacionamento com a consultoria;

- Treinamento e redefinição do trabalho;

- Gestão de crises/soluções;

- Conversão e integridade de dados;

- Testes do sistema;

- Avaliação pós-implementação.

Segundo uma pesquisa Chaos e Unfinished Voyages (1995) os principais fatores críticos de

sucesso para um projeto de implantação de um ERP são:

• Envolvimento do Usuário

• Apoio da direção

• Definição clara de necessidades

• Planejamento adequado

• Expectativas realistas

• Marcos intermediários

• Equipe competente

• Comprometimento

40

• Visão e objetivos claros

• Equipe dedicada

• Infra-estrutura adequada

• Constante qualificação da equipe usuária

Bergamaschi e Reinhard (2003) (apud HIGASHINO, 2008, p.27) buscaram verificar se

determinados fatores críticos de sucesso são realmente críticos para o sucesso de implantação

de sistemas, particularmente de ERPs. Os FCS analisados foram:

• Missão clara e definida;

• Apoio da alta administração;

• Usuários capazes e envolvidos;

• Planejamento detalhado do projeto;

• Gerente de projeto com habilidades;

• Existência de consultoria no projeto;

• Mudança de processos de negócios;

Segundo o estudo dos fatores críticos mencionados, os que apresentaram grau de significância

para serem considerados críticos para o sucesso de implantação foram apenas:

• Missão clara e definida;

• Apoio da alta administração;

2.3 Modos de Início de Operação

Chamado de “estratégia de implantação” por Colângelo (2001, p.59) e de “modo de início de

operação” por Souza e Zwicker (2011), trata-se de como o sistema ERP substituirá os

sistemas legados.

41

Colângelo (2001, p.78/79) define as estratégias de implantação da seguinte forma:

• Big Bang: quando envolve a substituição dos sistemas existentes, ou uma grande parte

deles, pelo novo sistema ERP de uma vez só.

• Gradual ou “passo a passo”: como o diz o nome, refere-se à introdução do novo sistema

de forma gradual; nesse tipo torna-se fundamental definir a seqüência em que os processos

serão suportados pelo novo sistema.

• Substituição do sistema a partir dos processos mais críticos;

• Iniciação pelos sistemas que envolvem menos riscos;

• Roll-Out: quando a implantação é baseada em outras implantações já feitas pela

organização;

As estratégias do tipo roll-out são utilizadas por grandes organizações que possuem várias

filiais em diferentes localidades. (Exige que sejam feitas adaptações ou modificações a

configuração original, sendo um dos grandes desafios determinar o que deve ser comum a

todas as instalações).

Colângelo (2001, p.78) cita que há grandes riscos em uma implantação do tipo big-bang, ao

contrário da implantação gradual que apresenta riscos menores, porém maiores custos e tempo

de projeto.

• Big Bang: colocar o ERP em funcionamento em sua totalidade, ou seja, disponibilizá-lo

para uso de uma só vez (SOUZA, ZWICKER, 2011, p. 6). Nesse meio todas as operações

passam a ser disponibilizadas de um momento para outro. Uma resultante deste modelo é

que não havendo total funcionalidade no sistema ou faltando ser realizada alguma

configuração importante, o sistema pode ficar off-line – não disponível.

• Small Bang: o processo de mudança é gradativo, isto é, os módulos presentes no ERP são

disponibilizados um por vez. Conseqüentemente a paralisação das operações corporativas

se dá em menor escala, afetando a abrangência do módulo em suas funcionalidades.

Souza e Zwicker (2003, p.06) têm uma divisão um pouco distinta sobre os modos de

implantação de um ERP, dividindo-os em:

• Big Bang: todos os módulos entrando em operação ao mesmo tempo;

• Small Bang: os módulos entrando em operação sucessivamente;

• Fases: os módulos são implantados em fases;

A diferença está na especificação da inicialização da operação dos módulos, no qual os

autores dividem entre small bang

corresponde à gradual de Colângelo (2001, p.78), sendo mais especificado o gr

com que será realizada a implantação.

Para Souza e Zwicker (2003) além de todos os benefícios e riscos discutidos por Colângelo

(2001, p.78), a implantação do tipo

empresa relacionada ao início

envolvimento conjunto de toda a organização. Ainda cita que na implantação por fases pode

haver necessidade de mudança de módulos que já estejam funcionando normalmente,

surgindo possíveis retrabalhos.

2.4 Gestão por Processos

: todos os módulos entrando em operação ao mesmo tempo;

: os módulos entrando em operação sucessivamente;

Fases: os módulos são implantados em fases;

A diferença está na especificação da inicialização da operação dos módulos, no qual os

small bang e fases. Basicamente, a implantação por fases e

corresponde à gradual de Colângelo (2001, p.78), sendo mais especificado o gr

com que será realizada a implantação.

Para Souza e Zwicker (2003) além de todos os benefícios e riscos discutidos por Colângelo

(2001, p.78), a implantação do tipo big-bang tem como vantagem uma maior motivação da

empresa relacionada ao início da operação enquanto que na implantação por fases não há um

envolvimento conjunto de toda a organização. Ainda cita que na implantação por fases pode

haver necessidade de mudança de módulos que já estejam funcionando normalmente,

lhos.

Gestão por Processos

Figura 1 - Processo de Negócio (Burlton, 2001)

42

: todos os módulos entrando em operação ao mesmo tempo;

A diferença está na especificação da inicialização da operação dos módulos, no qual os

e fases. Basicamente, a implantação por fases e small bang

corresponde à gradual de Colângelo (2001, p.78), sendo mais especificado o grau de fases

Para Souza e Zwicker (2003) além de todos os benefícios e riscos discutidos por Colângelo

tem como vantagem uma maior motivação da

da operação enquanto que na implantação por fases não há um

envolvimento conjunto de toda a organização. Ainda cita que na implantação por fases pode

haver necessidade de mudança de módulos que já estejam funcionando normalmente,

43

Figura 2 - Estrutura e Processos (CADE Jr. – UFOP).

As organizações são constituídas por uma complexa combinação de recursos (capital humano,

capital intelectual, equipamentos, instalações, serviços informatizados, etc.), interdependentes

e inter-relacionados, que devem prosseguir os mesmos objetivos, e cujos desempenhos podem

afetar positiva ou negativamente a organização em seu conjunto. (FPNQ, 2004, p.16).

Um processo é uma série de atividades logicamente inter-relacionadas que quando executadas

produzem resultados esperados. O processo é a maneira através da qual uma organização

transforma insumos em resultados que visam atender as necessidades e expectativas dos

clientes. (BERTOLINO FILHO, p.02).

Para Davenport (1994 apud ARAUJO, 2010, p.25):

Processos é uma ordenação específica de atividades de trabalho no tempo e no espaço, portanto devem ter começo, fim, insumos e resultados claramente identificados.

Para formular ou alterar seu comportamento no intuito de adquirir maior competitividade

frente ao mercado, uma empresa precisa antes trabalhar uma série de requisitos. Entre eles,

destacam-se a escolha da melhor estratégia competitiva a ser implementada e a verificação da

disponibilidade dos recursos necessários, decidindo permanecer vertical ou organizar-se por

processos. (LEOCÁDIO et al, 2008, p.3).

44

A gestão por processos enquanto metodologia organizacional permite que as empresas

alcancem maior eficiência na obtenção dos seus bens ou serviços, melhor adaptação à

mudança, melhor integração de seus esforços e maior capacidade de aprendizado

(GONÇALVES, 2000a apud LEOCÁDIO et al, 2008, p.06).

Isso implica representar a organização como um conjunto de processos, facilitando sua

compreensão e ocasionando uma mudança de patamar em termos de desempenho empresarial,

e de resultados para seus stakeholders. (LEOCÁDIO, 2008, p.05).

Quanto à existência são a introdução de insumos (entrada ou input) num ambiente formado

por procedimentos, normas e regras de negócio que, ao processarem os insumos,

transformaram-nos em resultados que serão enviados (saída ou output) aos clientes do

processo. Cruz (2005 apud ARAUJO (2010, p.25).

“A administração por processos deve ser um procedimento contínuo e Acumulativo de

repensar e de redesenho do negócio, e de todas as partes ou atividades integrantes.” Oliveira

(2006 apud ARAUJO, 2010, p.27).

Assim, a visão processual de uma organização permite ver como o trabalho é realmente

executado pelos processos que cortam as fronteiras funcionais, passando a incluir no seu

modelo de gestão o cliente, o produto e o fluxo de trabalho. Ou seja, uma visualização

horizontal da organização focada no cliente, permite uma melhor visualização da cadeia de

valor. Da mesma forma, permite observar essa cadeia como um conjunto de caixas pretas com

entradas e saídas, as quais devem atender determinados critérios, identificando com maior

facilidade os clientes internos e externos e, por conseqüência, facilita a decisão entre

terceirizar ou não um processo. (LEOCÁDIO, 2008, p.06).

Adicionalmente, boa parte da literatura ressalta que as entradas e saídas dos processos são

consideradas informação, conhecimento e materiais (GONÇALVES, 2000a; NONAKA E

TAKEUCHI,). A existência de um conhecimento, em menor ou maior grau, em cada uma das

atividades dos processos pode ser melhor entendida a partir das idéias desenvolvidas por

Harrington (1993) – ao afirmar que existem fluxos de informação nos processos – e por

González de Gómez (2002) – quando relata que a informação é a comunicação do

conhecimento. (LEOCÁDIO, 2008, p.06).

45

Diante dessas realidades e já na terceirização, a incorporação do novo conhecimento do

terceiro cria a necessidade de práticas gerenciais mais complexas sobre a cadeia de valor.

(LEOCÁDIO, 2008, p.06).

Estas práticas gerenciais implicam o gerenciamento do conhecimento nas entradas, saídas e

atividades do processo, tanto da organização quanto do terceiro.

Sendo assim, ao terceirizar um processo, a organização se depara com a oportunidade de

converter o novo conhecimento especializado em competitividade. Este processo de

conversão, assim como o modelo de gestão de conhecimento desenvolvido por Nonaka e

Takeuchi em 1997. (LEOCÁDIO, 2008, p.06).

Figura 3 - Pirâmide de processos (Nonaka e Takeuchi).

Assim, Corrêa Filho, (2011, p.06) descreve que, portanto, a gestão por processos significa que

todas as atividades são analisadas conforme seus reflexos em toda a organização e exige,

antes de tudo, uma mudança cultural.

46

2.5 Business Process Management

Assim descrito em seu artigo de conclusão de curso sobre BPM – Gestão de Processo de

Negócio, Macêdo, 2012, p.01 explica:

2.5.1 Introdução ao BPM

O Business Process Management possibilita padronizar processos corporativos e ganhar

pontos de produtividade e eficiência. As soluções de BPM servem ainda para medir, analisar e

aperfeiçoar a gestão do negócio e dos processos de análise financeira de uma empresa.

2.5.2 O que é BPM? O conceito de BPM surgiu em 1999 nos Estados Unidos, mas somente em 2003 começou a

ser utilizado em grande escala por organizações interessadas em novas ferramentas para a

implementação e controle de suas estratégias. BPM (Business Process Management, ou

Gestão da Performance Corporativa) é uma categoria de sistemas focada em

acompanhamento de performance. O aparecimento do BPM aconteceu a partir da onda de

implementação dos sistemas integrados de gestão (ERPs) nas grandes empresas privadas, no

final da década passada (estão nessa categoria produtos como SAP, Peoplesoft e seus

similares nacionais Microsiga, Datasul etc.). Os ERPs contêm uma infinidade de regras, cuja

alteração é custosa e demorada, requerendo pessoal especializado, de TI (MACÊDO, 2012,

p.01). Já os BPMs extraem dos ERPs a administração dessas regras e possibilita aos analistas

de processo fazer alterações sem alterar a programação. O objetivo do BPM é acompanhar

sistematicamente como os recursos (físicos, financeiros, humanos, tecnológicos etc.) de uma

organização são alocados e convertidos em ações operacionais na busca das metas

organizacionais, a partir da definição de prioridades. O BPM permite a análise, definição,

execução, monitoramento e administração de processos, incluindo o suporte para a interação

entre pessoas e aplicações informatizadas diversas. Acima de tudo, ele possibilita que as

regras de negócio da organização, travestidas na forma de processos, sejam criadas e

informatizadas pelas próprias áreas de gestão, sem interferência das áreas técnicas. A meta

desses sistemas é padronizar processos corporativos e ganhar pontos em produtividade e

47

eficiência. As soluções de BPM são vistas como aplicações cujo principal propósito é medir,

analisar e otimizar a gestão do negócio e os processos de análise financeira da empresa. Essas

soluções podem fornecer infraestrutura para analisar e implementar os processos de negócios,

objetivando reduzir o TCO (total cost of ownership) e reorganizar a companhia, para otimizar

desempenho. Para usar o BPM efetivamente, as organizações devem deixar de focar

exclusivamente nos dados e no gerenciamento de informações. (MACÊDO, 2012, p.01).

Figura 4 - Soluções em BPM – (elo group).

2.5.3 Estrutura do BPM

O ponto certeiro que o BPM ataca é justamente a automação de processos por toda a empresa,

mas com total aderência às modificações de negócio que um mercado de forte concorrência

exige. Não existe uma combinação única e exata dos processos, metodologias e indicadores, e

em muitos casos esses existem isoladamente. Uma ferramenta de BPM deve suportar as

atividades básicas da gestão, que podem ser resumidas em: (MACÊDO, 2012, p.01).

• Definir uma estratégia para conduzir a performance;

48

• Traduzir a estratégia em objetivos, indicadores e metas;

• Monitorar o progresso em relação às metas;

• Analisar os motivos em caso de metas não atingidas e

• Selecionar e implementar ações corretivas.

Sistemas de BPM servem para ajudar a empresa a controlar melhor seus próprios processos, a

reformá-los quando necessário e a realizar tarefas importantes com maior eficiência. Esses

sistemas dão ao usuário maior controle sobre a automação de processos, o que alivia o

trabalho da informática. BPM impõe à empresa um desafio muito grande, pois obriga o

usuário a duas ações que, quase sempre, ele não gosta de fazer: repensar as tarefas do dia-a-

dia e, ao menos na fase de implementação, trabalhar lado a lado com o pessoal da informática.

(MACÊDO, 2012, p.01).

2.5.4 Objetivos da aplicação

O objetivo dessa ferramenta não é refazer sistemas legados, mas sim automatizar fluxos de

forma rápida e simples, sem precisar mexer no legado. Devido ao caráter operacional, as

soluções fazem uma ponte direta com o usuário, comportando-se como uma ferramenta de

trabalho direta e não um BackOffice para a área de TI (CASTRO et al, 2011). Outra questão

diretamente ligada ao BPM é a necessidade de reduzir o longo ciclo de integração. As

empresas já têm seus sistemas complexos. Esse tipo de ferramenta apenas extrai desses

sistemas as atividades que entram no processo, como uma camada complementar e de

supervisão dos aplicativos que já estão instalados. A identificação e as atividades são

armazenadas por um repositório de processos. Quando a empresa pretende mudar ou construir

um novo processo, o BPM vai à sua base e usa um modelo existente. Isso elimina a

necessidade de aplicativos customizados, reduzindo tempo de trabalho e custos. (MACÊDO,

2012, p.01).

2.6 Foco em Pessoas

49

As ferramentas de BPM utilizam a linguagem dos executivos de negócios e as peças

fundamentais de sua engrenagem são as pessoas, por isso, a missão dos fornecedores das

ferramentas de BPM é auxiliar as empresas e suas equipes na adequação ao novo perfil de

gestão. Uma das possibilidades é adotar um processo orientado de aproximação que não faz

diferença entre o trabalho feito por um funcionário e as atividades realizadas pelo

computador. Essa ampla forma de lidar com processos obriga as companhias a trocarem a

visão vertical e departamental de gestão por uma abordagem horizontal, automatizando,

integrando e otimizando processos do negócio com clientes, parceiros e funcionários. Existe a

necessidade de formar uma equipe de executivos aliada a profissionais de tecnologia, um tipo

de process management center (PMC), no qual todos se voltam para o desenho e redesenho

de processos, a fim de estabelecer maneiras de cuidar dos riscos, indicadores e métricas de

desempenho. As soluções de BPM permitem o acesso simplificado a consultas, análises e

relatórios corporativos porque integram bases de dados diferentes – de ERP, CRM e call

centers – mas unifica as informações numa interface de fácil utilização. (MACÊDO, 2012,

p.01).

Para implantação do ERP, a autora fez o levantamento e mapeamento de processos da

OGRAMAC. O modelo seguido foi o abordado pela gestão por processos, sendo descrito a

seguir.

A gestão por processos foi definida por Oliveira, S.B (2006) como um modelo de gestão

organizacional focando os processos da organização.

Schmidt (2006) (apud HIGASHINO, 2008, p. 30) define:

Gestão por Processos como um enfoque administrativo utilizado pela organização para melhorar sua cadeia de processos tomando como base os interesses do cliente, assegurando o melhor desempenho do sistema.

Netto (2006) (apud HIGASHINO, 2008, p.30) propõe olhar gestão por processos como um

enfoque sistêmico em busca da criação e melhoria dos processos organizacionais. Para tal,

devem-se ter pessoas capacitadas trabalhando em conjunto, utilizando as tecnologias

emergentes, tendo como base os princípios de qualidade e objetivando a entrega de valor ao

cliente.

A concepção de gestão de processos evoluiu a partir da definição de processos e sua utilização

ao longo da história nas indústrias e organizações.

50

Para Humphrey (2003) (apud Oliveira, 2006; apud HIGASHINO, 2008, p.30) um processo é:

• Uma série definida de passos que formam uma tarefa;

• Detalhado de forma que possa ser utilizado consistentemente;

• Apoiador no planejamento e execução de um serviço.

Oliveira (2006) (apud HIGASHINO, 2008, p.30) complementa essa definição, descrevendo

processo com sendo um “conjunto de ações coordenadas e integradas para um fim produtivo

específico”, sendo representados por fluxos de atividades ou eventos.

Os processos representam para as organizações, as diversas atividades desde o recebimento da

matéria-prima até a completitude do produto final. (HIGASHINO, 2008, p.30),

A partir dessa lógica surgiu o conceito de processo de negócio que passa a ter o cliente como

foco.

Segundo Lima et al. (2002) (apud HIGASHINO, 2008, p.30), um processo de negócio possui

clientes e é composto por diversas atividades que buscam adicionar valor a estes. Tais

atividades são realizadas por atores ou máquinas e geralmente envolve diversas unidades

organizacionais.

Para Burlton (2001) (apud HIGASHINO, 2008, p.31), processos de negócio contêm etapas

lógicas e muitas vezes etapas ilógicas nos quais envolvem mais de uma unidade

organizacional.

Assim gestão por processos surgiu a partir da idéia de controlar e melhorar os processos de

negócios da organização, voltando às definições no começo dessa seção. (HIGASHINO,

2008, p.31).

A gestão por processos permite formalizar os procedimentos na organização, transformando o

que está sob conhecimento tácito em conhecimento explícito.

Oliveira (2006) (apud HIGASHINO, 2008, p.31) propõe a seguinte metodologia para análise

e modelagem de processos:

• Identificação dos processos-chaves;

51

• Definição dos objetivos e metas a serem atingidos;

• Desenvolvimento de um plano de trabalho contendo os objetivos, atividades e resultados

para cada fase e especificando os prazos e a equipe de trabalho;

• Apoio e aprovação da alta direção;

• Análises críticas e feedback constantes aos responsáveis;

• Preocupação com os objetivos e metas, sendo o mapeamento de processos o meio para

atingi-los;

• Não necessidade de mapeamento de todo o processo.

Rotondaro (2006) (apud HIGASHINO, 2008, p.32) propõe uma metodologia de análise e

melhoria dos processos críticos que devem seguir as seguintes fases:

Fase 1

• Seleção dos objetivos estratégicos da organização;

• Definição dos fatores-chaves, ou seja, os fatores críticos para que os objetivos estratégicos

sejam atendidos;

• A partir dos fatores-chaves, identificar os processos críticos para a organização.

Fase 2

• Identificados os processos, atribuir a responsabilidade dos mesmos à pessoa adequada;

• Identificar qual é a finalidade do processo;

• Identificar as necessidades do cliente e os indicadores de desempenho;

• Registro do fluxo, através da construção de fluxogramas.

52

Fase 3:

• Mapeamento do processo. Nessa fase são detalhadas todas as tarefas do processo para o

entendimento profundo do mesmo, podendo melhorá-lo.

Em implantações de sistemas ERP, há a necessidade de se conhecer o processo no nível de

atividades, pois se procura identificar o fluxo de informações contido no processo,

necessitando um aprofundamento dos mesmos no nível mais básico, a tarefa. (PEKELMAN,

2000 apud HIGASHINO, 2008, p.32).

Diante da nova tendência a que se torna o ERP para uma empresa, chega-se a necessidade de

abordar tão sucintamente o que é Mudança e o que é a mudança na organização, pois o ERP

necessita dessas mudanças para que seu funcionamento seja um sucesso, e tudo o que envolve

pessoas envolve uma mudança.

2.7 Gestão de Mudança

Conceito de Gestão da Mudança

A Gestão da Mudança corresponde a um processo de reinvenção ou reestruturação da cultura

organizacional, da estratégia e da estrutura organizacional, o que implica colocar em parte as

práticas tradicionais na organização. Nos dias de hoje, a mudança é fenômeno descontínuo,

rápido e imprevisível, logo os gestores devem estar preparados para responder à incerteza do

seu meio de atuação. Esta resposta passa por uma antecipação acerca da sua forma de

organização futura, por uma definição das fases que deverão ser cumpridas para a sua

concretização e por uma análise das competências e recursos que irá ser necessária para o

cumprimento deste objetivo. (HUANG, 2011, p.11).

53

Figura 5 - Ambiente (Chiavenato).

Para Chiavenato (2004, p. 08) existem quatro tipos diferentes de mudanças: as físicas, as

lógicas, as estruturais e as comportamentais. A descrição dada se refere às mudanças sob

influência de fatores externos e internos, fatores que segundo a análise ambiental proposta

enquadra-se em ambientes de tarefas e ambientes internos.

As mudanças físicas podem ser aplicadas ao ambiente de tarefas, pois se referem às mudanças

nas instalações e arranjos físicos, nos equipamentos e máquinas, nos processos e métodos de

trabalho e na inovação de produtos e serviços, ou seja, em elementos que constituem o

ambiente de produção. (SALES, 2009, p.39).

As mudanças Lógicas, Estruturais e Comportamentais são relacionadas com o ambiente

interno, pois tratam de interesses das partes da organização como os proprietários e

colaboradores, bem como contribuem para o estabelecimento de um clima organizacional

favorável ao momento, redefinem estruturas e níveis de comunicação, tão importantes no

momento da transformação. (SALES, 2009, p.40).

A mudança Lógica se refere a objetivos, estratégias, missões, visões, valores e princípios

organizacionais. As Estruturais são a criação de novos órgãos e cargos, mudanças nas

54

estruturas organizacionais, redução de níveis hierárquicos e novas redes de comunicação. Já

as mudanças comportamentais, tratam dos novos paradigmas e novas atitudes das pessoas,

dos novos conhecimentos, competências, tarefas e atividades e das novas relações

interpessoais e sociais estabelecidas. (SALES, 2009, p.40). Assim temos como exemplos:

• Mudanças econômicas: abertura comercial, integração de países em blocos econômicos,

adoção geral do câmbio flutuante, guinada rumo ao liberalismo, fluxos de capital global,

desregulamentações.

• Mudanças tecnológicas: microinformática, telecomunicações, internet, disseminação de

novas tecnologias de gestão, aceleração da produção e disseminação do conhecimento.

• Mudanças políticas: decadência comunista, ascensão da democracia (queda geral de

regimes totalitários), privatizações, abertura.

• Mudanças sociais: liberação feminina, revolução sexual, participação feminina no trabalho

e no estudo, flexibilização do conceito de família, mudanças nos padrões de vida e nos

gostos, ativismo social, ecologia, sustentabilidade, evolução educacional e cultural.

Segundo Chiavenato (2003, p.09), este tipo de gestão tem como base três aspectos

fundamentais:

• As pessoas como seres humanos;

• As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais;

• As pessoas como parceiras da organização.

Figura 6 - Pirâmide de níveis hierárquicos,organizacionais, decisórios. (Dyego Duarte)

2.7.1 Mudança Organizacional Conforme Dias, (2003, p.142):

A cultura é por si mesma um processo, pois está em constante mudança; adaptandose ao entorno. Os problmeio cultural, em adaptativo ao entorno e novas realidades surgem devido

Abaixo segue algumas definições teóricas para

É qualquer alteração, planejada ou não, ocorrida na organização, decorrente de fatores

internos e/ou externos à organização que traz algum impacto nos resultados e/ou nas relações

entre as pessoas no trabalho. (

Qualquer transformação de natureza estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana ou

de outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização.

(WOOD JR 2000 apud ARMINDA, 2011, p.01).

São atividades intencionais, proativas e direcionadas para a obtenção das metas

organizacionais. (ROBBINS, 1999 apud

Pirâmide de níveis hierárquicos,organizacionais, decisórios. (Dyego Duarte)

Mudança Organizacional

Conforme Dias, (2003, p.142):

A cultura é por si mesma um processo, pois está em constante mudança; adaptandose ao entorno. Os problemas colocados se encontram em sua maioria, no âmbito do meio cultural, em conseqüência, a mudança é constante como um processo adaptativo ao entorno e novas realidades surgem devido às

Abaixo segue algumas definições teóricas para mudança organizacional

É qualquer alteração, planejada ou não, ocorrida na organização, decorrente de fatores

internos e/ou externos à organização que traz algum impacto nos resultados e/ou nas relações

entre as pessoas no trabalho. (FARIA 2000 apud ARMINDA, 2011, p.01).

Qualquer transformação de natureza estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana ou

de outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização.

2000 apud ARMINDA, 2011, p.01).

intencionais, proativas e direcionadas para a obtenção das metas

ROBBINS, 1999 apud ARMINDA, 2011).

55

Pirâmide de níveis hierárquicos,organizacionais, decisórios. (Dyego Duarte)

A cultura é por si mesma um processo, pois está em constante mudança; adaptando-emas colocados se encontram em sua maioria, no âmbito do

, a mudança é constante como um processo às mudanças tecnológicas.

É qualquer alteração, planejada ou não, ocorrida na organização, decorrente de fatores

internos e/ou externos à organização que traz algum impacto nos resultados e/ou nas relações

A, 2011, p.01).

Qualquer transformação de natureza estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana ou

de outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização.

intencionais, proativas e direcionadas para a obtenção das metas

56

Segundo quadro p.03 do trabalho de Bressan (2009) segue algumas definições sobre o

assunto.

Resposta da organização às transformações que vigoram no ambiente, com o intuito de

manter a congruência entre os componentes organizacionais (trabalho, pessoas,

arranjos/estrutura e cultura).

É um acontecimento temporal estritamente relacionado a uma lógica, ou ponto de vista

individual, que possibilita às pessoas pensarem e falarem sobre a mudança que percebem.

Ford e Ford (1995)

Conjunto de teorias, valores, estratégias e técnicas cientificamente embasadas objetivando

mudança planejada do ambiente de trabalho com o objetivo de elevar o desenvolvimento

individual e o desempenho organizacional. Porras e Robertson (1992)

Alteração significativa articulada, planejada e operacionalizada por pessoal interno ou externo

à organização, que tenha o apoio e supervisão da administração superior, e atinja

integradamente os componentes de cunho comportamental, estrutural, tecnológico e

estratégico. Araújo (1982).

Na atualidade o mercado está em constantes mudanças a todo o momento, principalmente

devido à globalização, as empresas que tem a visão no futuro e tem por objetivo seu destaque

no mercado atual, tem que estar preparada e ser flexível para acompanhar essas tendências e

se diferenciar em relação à concorrência. (MATTOS, 2001, p.30). Quando falamos em

atualizações, novas tendências, novas tecnologias, relacionamos isso à mudança

organizacional.

Conforme (CHIAVENATO, 2004, p.192)

O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinâmico em constante mudança e que exige das organizações uma elevada capacidade de adaptação como condição básica de sobrevivência. Adaptação, renovação e revitalização fazem parte da mudança.

Para a sobrevivência das organizações no mercado de hoje, é preciso que elas estejam

preparadas para diferentes tipos de situações e estar sempre renovando sua forma de trabalhar.

Seu diferencial no mercado deve ser sempre a adaptação para qualquer que seja a situação,

57

estar sempre em busca do novo e de mudanças que podem alavancar seu desempenho.

(MATTOS, 2001, p.26).

A mudança regenera, vivifica, põe os cincos sentidos ao máximo para reaprender as novas

condições, os novos rostos, as novas formas de fazer as coisas antes que o aborrecimento e o

tédio embacem a criatividade década ser humanos. (SOTO, 2008, p. 248).

Quando pensamos em mudança associamos a fatos essenciais sobre o que gera mudança,

primeiro lembramos que a mudança vem acontecendo cada vez mais rápida e intensa nos dias

atuais para isso é importante anteciparmos á ela e nos adaptarmos o mais rápido possível, pois

as empresas que não inovarem não sobreviverá no mundo dos negócios, pois o mercado

competitivo cresce seguindo a competitividade global. (HERNANDEZ, 2001; p.33).

A mudança é um caminho eterno, imutável, sem retorno possível e somente àqueles que

aprendem a preveni-la, a provocá-la ou aproveitá-la poderão ser aliados para viver de uma

forma criativa. (SOTO, 2008, p. 248).

Como podemos observar as mudanças das organizações não ocorrerá uma só vez, até por que

o mercado é atualizado simultaneamente, por isso é importante que a empresa dê ênfase em

sua criatividade e esteja flexível, pois o caminho que estão seguindo não tem volta. Quem não

dá importância à mudança corre um sério risco de desaparecer no mercado, principalmente

quando se trata da área tecnológica, nessa atualização, a organização pode ficar defasada em

relação ao concorrente. Os administradores de grandes empresas estão à procura de soluções

para melhorar a forma de administrar as organizações neste novo cenário econômico que está

sendo desenhado por essa nova era de globalização, por isso é importante utilizar ferramentas

novas para aplicá-la como estratégias a fim de melhorar a produtividade e o desempenho da

mesma. Todavia não devemos esquecer que para administrar uma organização, temos que ser

flexível, pois cada organização tem a sua cultura já existente, por isso as leis expressadas por

ela antes de aplicar mudanças. Devemos ter cuidado com os colaboradores utilizando recursos

eficazes para não gerar tensões e rejeições às mudanças. (TICIANO, 2012, p.01).

Assim, segundo (LACOMBE, 2003, p.34).

A mudança organizacional poderá ocorrer tanto de forma proativa como reativa. A mudança proativa acontece como prevenção de um possível problema de forma planejada. No processo proativo se antecipa as correções que podem ocorrer por forças internas ou externas. No processo reativo a administração da mudança vai acontecendo de acordo com o que os problemas vão surgindo.

58

Organizações de todos os tipos têm deparado com cenários substancialmente modificados e

significativamente mais dinâmicos que os anteriores. Essas mesmas organizações têm

buscado firmemente a adaptação a esses novos cenários. Não há opção á mudança. Além

disso, elas têm, gradativamente, abandonado uma atitude reativa para assumir uma postura

proativa em relação ás mudanças. (WOOD, 2004, p.31).

As organizações devem fugir dos trabalhos rotineiros que possam deixá-las defasadas em

relação à concorrência, devem manter uma postura proativa, e ser flexível ao mercado,

buscando soluções rápidas, pois o mercado não espera, e quem não se antecipa acaba ficando

para trás. (MATTOS, 2001, p.35).

"O comportamento organizacional se preocupa com o estudo do que as pessoas fazem nas

organizações e de como este comportamento afeta o desempenho das empresas. Como este

estudo está voltado especificamente para situações relacionadas ao emprego, enfatiza-se o

comportamento relativo a funções, trabalho, absenteísmo, rotatividade, produtividade,

desempenho humano e administração" (ROBBINS, 2005, p.6).

2.7.2 Conceitos de mudança

É à saída do comodismo para a busca de desafios, para extrair novos conhecimentos, novas

habilidades, que possam ajudar no desenvolvimento da organização. (KOTTER, 1997, p.25).

É um programa educacional de longo prazo, orientado para melhorar os processos de

resolução de problemas e de renovação de uma organização, em particular por meio de uma

administração mais colaborativa e de sua efetiva cultura e de seus grupos internos, realizado

com a assistência de uma gente de mudança ou catalisador e com o uso da teoria e da

tecnologia pertinentes à ciência do comportamento organizacional, incluindo pesquisa ativa.

(ANDRADE; AMBONI, 2010, p.157).

Chiavenatto (2003, p.374) descreve mudança como a transição de uma situação para outra

diferente ou a passagem de um estado para outro diferente implicando ruptura, transformação,

perturbação e interrupção.

59

Segundo Chiavenatto (2003, p.376), “as mudanças que ocorrem no mundo moderno exigem a

revitalização e a reconstrução das organizações”.

Higashino, 2008, p.33 relata:

Implantações de ERP geralmente resultam em mudanças de processos e mudanças tecnológicas, alterando a forma de trabalho dos funcionários. Tais mudanças quase sempre não são recebidas de forma positiva por parte das pessoas, necessitando uma eficaz gestão de mudança para que o projeto obtenha sucesso.

Finney e Corbett (2007) (apud HIGASHINO, 2008, p.33) descrevem a gestão de mudança

como um dos fatores críticos de sucesso mais citados na literatura em implantações de ERP,

porém seu conceito e o que ele engloba variam grandemente entre autores.

Para os autores, a literatura cita a gestão de mudança como essencial, mas poucos são os

autores que elaboram o que deve ser feito e qual tática utilizar.

Kumar et al. (2002) citam que a gestão de mudança deve ser executada na definição de

soluções, ou seja, na fase 2 da metodologia de implantação de Colângelo (2001) e Lozinsky

(1996).

Abdinnour-Helm et al. (2003) (apud HIGASHINO, 2008, p.33) defendem que a atitude dos

funcionários é de extrema importância para o sucesso da implantação de um ERP e que

quanto antes e melhor for formada uma visão positiva sobre o sistema ERP, maiores são as

chances de a atitude do funcionário ser positiva à implantação.

Aladwani (2001) (apud HIGASHINO, 2008, p.34) propõe um framework para lidar com

mudanças em implantações de ERPs, dividindo em três fases.

1. Fase de formulação do conhecimento

A fase em que se identifica e avalia as causas e

motivos pelo quais os indivíduos ou grupos apresentam resistência à implantação do sistema.

2. Fase de implementação da estratégia:

A fase em que se atua para mudar as atitudes das pessoas e/ou grupos a favor do sistema ERP baseados nas informações coletadas na fase anterior.

60

Assim como Higashino, 2008, p.34. A autora cita que há algumas maneiras para mudar a

atitude das pessoas com relação à implantação do sistema. Elas podem ser:

1. Fornecendo informações aos funcionários, isso pode ser feito através:

• Comunicação dos benefícios do ERP para a empresa;

• Comunicação de como o sistema irá funcionar;

2. Abordando o aspecto emocional, podendo ser através:

• Do convencimento dos usuários de que o sistema não trará grandes transtornos aos

mesmos e pode representar um processo de trabalho melhor;

• Mostrar que o sistema é de alta qualidade, convencendo os funcionários de que estarão

utilizando algo avançado.

• Oferecer treinamentos para que os usuários tenham a percepção dos benefícios do

ERP e, ao mesmo tempo, formar um conceito positivo com relação ao sistema.

3. Através da coação, ou seja:

• Trazer pessoas influentes na organização para o lado da implantação, fazendo com que

pessoas antes contrárias se tornem a favor do projeto;

• Apoio e comprometimento da alta administração.

O autor cita a importância de implantar o sistema na hora certa, ou seja, quando o ambiente

for propício e positivo. (HIGASHINO, 2008, p.34).

3. Fase de

acompanhamento

Nesta fase o autor propõe o acompanhamento dos

funcionários com relação à suas atitudes, resistências e tensão, recomendando um sistema de monitoramento.

61

Pendlebury; Grouard e Meston (1998) (apud CARRARA 2007; apud HIGASHINO, 2008,

p.34/35) citam dez pontos-chaves para o sucesso de uma gestão de mudança:

• Definir a visão (antevir como as pessoas afetadas se comportarão)

• Mobilizar (estabelecer as funções de cada indivíduo, estimulando-os);

• Catalisar (definir a estrutura do projeto, delineando como a organização catalisará as

mudanças);

• Conduzir (definir equipe de facilitadores que acompanharão o desenvolvimento do

programa);

• Realizar (alterar o comportamento do funcionário depois de definir suas novas funções e

responsabilidades);

• Obter adesão (garantir a participação de todos);

• Lidar com emoções;

• Lidar com questões de poder (identificar conflitos);

• Treinar;

• Comunicar ativamente (fazer com que todos participem das decisões com relação às

mudanças).

Conforme Chiavenatto (1999, p.381):

A mudança planejada é um processo contínuo e complexo para mudar uma empresa, para isso é necessário mudar a empresa toda envolvendo todos os membros em compromisso conjunto.

2.7.3 Mudança nas Organizações Neste início do século XXI, o mundo dos negócios está sofrendo transformações constantes,

inclusive no que se refere às inovações tecnológicas. Estas transformações estão forçando as

organizações a se inserirem nesse processo de mudança visando a busca de maior

62

competitividade no mercado globalizado. Por isso, é importante que se compreenda a

mudança como um processo que deve ser bem planejado, organizado e conduzido com muito

cuidado para produzir resultados positivos. (REIS, 2008, p.01).

Para Faraggi e Cassaro (1997 apud REIS, 2008, p.01), nas atuais organizações, portanto, o

jogo mudou. As mudanças produtivas implicam profundas transformações tanto nos países

desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento.

De acordo com Robbins (2002 apud REIS, 2008, p.01 apud podemos entender por mudanças

a passagem de um estado para outro diferente. É a transição de uma situação para outra

diferente, a qual implica em novos caminhos, novas soluções, novos valores.

As organizações não podem ficar na mesmice, viver na rotina, pois mudar de um estado para

outro é alterar hábitos. Muitas organizações só aceitam mudar quando já é tarde, ou quando

perderam o mercado e precisam correr atrás do prejuízo. (REIS, 2008, p.01).

Araújo (2010, p.278), considera:

Mudança organizacional como sendo qualquer alteração significativa, articulada, planejada e operacionalizada por pessoal interno ou externo à organização, que tenha o apoio e supervisão da administração superior e atinja integralmente os componentes de cunho comportamental, estrutural, tecnológico (equipamentos e conhecimento) e estratégico.

Para mudar, afirma Kotter (1997), a organização precisa estabelecer a direção geral da

transformação que se pretende alcançar, pois, quando as pessoas discordam quanto à direção a

ser seguida, sentem-se confusas ou se perguntam se transformações significativas são

realmente necessárias. (REIS, 2008, p.01).

Quando se fala em mudança, em geral, as pessoas resistem porque tem medo de tentar algo

novo, preferem viver em estado de acomodação, não querem correr riscos. Mudança é

sinônimo de perigo para elas, que adoram viver em zona de conforto, pois, toda mudança gera

uma crise inicial e necessita de tempo e maior aplicação. (REIS, 2008, p.01).

“Heráclito, o filósofo sofista grego que viveu por volta do ano 600 a.C., dizia que o mundo se caracteriza pela mudança. Tudo muda, dizia ele. O rio que observamos muda a cada instante, pois as suas águas nunca são as mesmas. Para Heráclito, a única constante do mundo em que vivemos é a mudança. Todos os seres vivos nascem, crescem e morrem em uma constante e ininterrupta seqüência de mudanças. Do ponto de vista humano, a mudança é uma decorrência da aprendizagem. Representa uma transformação, uma variação, uma substituição nas características

63

de uma organização, em sua totalidade ou em alguma parte dela”. (CHIAVENATO, 1999 p. 147).

Como pode observar, o mundo é repleto de mudanças as quais temos que nos adaptar

constantemente. Portanto, o ambiente está em permanente mudança. Só as empresas que

reagem rapidamente prosperam e, muitas vezes, só elas sobrevivem. (REIS, 2008, p.01).

Segundo Robbins (2005), nas empresas as mudanças estão ocorrendo a todo instante. Do lado

de fora, clientes mudam seus hábitos de compra e de preferência, fornecedores mudam

características e preços das matérias-primas, prestadoras de serviços impõem diferentes

condições e esquemas de trabalho, concorrentes mudam as estratégias, sindicatos iniciam

novas reivindicações, o governo impõe alterações nas leis. (REIS, 2008, p.01).

Do lado de dentro, os processos de trabalho precisam ser modificados, máquinas e

equipamentos são substituídos por novos, matérias-primas são alteradas, os padrões de

qualidade sofrem melhorias, as pessoas precisam aprender novos conhecimentos e

habilidades, as estratégicas são aperfeiçoadas, ou seja, é necessário inovar. (REIS, 2008,

p.01).

“As pessoas que buscam a mudança organizacional desejam relacionamentos mais intensos, maior confiança, e um “jogo” mais aberto. Desejam também liberar os talentos e o entusiasmo naturais de seus funcionários. Esperam, genuinamente, se aproximar de seus clientes. Com tudo isso, eles estão lutando por configurar seu destino e alcançar, assim, o sucesso financeiro de longo prazo”. (SENGE, 1999, p.15). “Os líderes deveriam se focalizar principalmente nos processos limitantes que poderão limitar ou impedir a mudança. E ainda, compreender os processos que estimulam o crescimento, o que se faz necessário para catalisá-los e abordar as restrições que impedem que a mudança ocorra”. (SENGE, 1999, p.19).

2.7.4 O Processo de Mudança Segundo Pettigrew (1989), o processo de mudança refere-se às ações, reações e interações

entre as várias partes interessadas, na medida em que procuram alterar a organização levando-

a de um estado presente tendo em vista um estado futuro.

Os processos de mudanças apresentam um aspecto técnico e outro social. O aspecto técnico

da mudança é a feitura de uma modificação mensurável nas rotinas físicas do trabalho. O

aspecto social da mudança refere-se ao modo como aqueles por afetados pensam que ela irá

64

alterar seus relacionamentos estabelecidos na organização. (LAWRENCE, 1986 apud REIS,

2008, p.01).

Para Kisil (1998 apud REIS 2008, p.01), no processo de mudança cada membro da

organização deve obrigatoriamente ser envolvido: gerentes, supervisores ou chefe de equipes

são chamados para conduzir algum aspecto do processo, só haverá mudança quando o todos

os membros do grupo sentirem necessidade de mudar.

As pessoas envolvidas no processo de mudança devem ser informadas, minimizando assim as

resistências, pois é normal que se tenha medo do que não se conhece, só mudam e aceitam a

mudança quando confiam e seguem o líder do processo de mudança.

De acordo com Chiavenato, 2003, p.374/375, o processo de mudanças consiste em uma

seqüência de três etapas distintas:

1- A fase do descongelamento ocorre quando a necessidade de mudança se torna óbvia para

que possa ser rapidamente entendida e aceita, essa fase os participantes devem ser informados

dos problemas e estar dispostos a mudar, nesse processo é preciso coletar dados, diagnosticar

os problemas aceitando o medo e as incertezas.

2- A fase mudança ocorre quando há descoberta e adoção de novas atitudes, valores e

comportamentos, promovidos através de processo de identificação, nesta fase as novas idéias

e práticas são aprendidas de modo que as pessoas passam a pensar e a executar de uma nova

maneira.

3- E a última fase, o recongelamento, significa a incorporação de novo padrão e

comportamento através de mecanismos de suporte e reforço, de modo que ele se torne a nova

norma, significa que o aprendido foi integrado a prática é a fase de consolidação da

implementação.

O modelo de Lewin (apud CHIAVENATO, 2003, p.375/376) relaciona a fase do

descongelamento e da mudança como aprender e a fase do recongelamento como agir. Para

que a mudança tenha sucesso é necessário que as pessoas se libertem das práticas antigas,

mudança de atitude, e o recongelamento de novo procedimento, é preciso aprender e agir num

ciclo contínuo.

65

Todo o processo de mudança evoca o fenômeno da resistência, ou seja, em vez de se

aborrecer ou de usar estilos autoritários frente a um comportamento de resistência à mudança,

é melhor o líder entendê-lo como um fenômeno natural e previsível no processo de mudança.

Neste contexto, o papel do líder é fundamental para levar a organização para onde deseja sem

tantos danos, sem tanta resistência. (CHIAVENATO, 2003, p.376/377).

2.7.5 Resistência à Mudança A expressão resistência à mudança geralmente é creditada Kurt Lewin (1947, p.25). Para ele,

as organizações poderiam ser consideradas como processos em equilíbrio quase-estacionário.

A organização seria um sistema sujeito a um conjunto de forças opostas, mas de mesma

intensidade que mantêm o sistema em equilíbrio ao longo do tempo. (REIS, 2008)

A resistência à mudança é um fenômeno tão antigo quanto à própria história. Em seu cerne ela reflete alguns princípios humanos universais, afinal as pessoas são criaturas de hábitos e o mesmo ocorre com as organizações que elas ocupam. É uma tendência natural resistir, o novo, mais ainda os seres humanos tendem a fazer escolhas racionais e antes que aceitem a mudança devem estar convictos de que esta os beneficiará, na falta de tal certeza eles sempre optarão pelo conhecido quando confrontado entre este e o desconhecido. O hábito, a segurança, os fatores econômicos e o processo seletivo de informações constituem fontes de resistência à mudança”. (COHEN, 1999 p. 340).

A resistência é o comportamento que pretende proteger aqueles que o manifestam, dos efeitos

de alguma situação real ou imaginaria. Observa-se que a reação refere-se tanto a uma

modificação real ou imaginaria, ela pode se manifestar em situações nas quais a mudança

ainda não ocorreu, mas as pessoas supostamente afetadas julgam que a mesmo ocorrerá, vindo

a comprometer o estado de conforto. (ZANDER, 1977, p.4 apud REIS 2008).

Para Chiavenato (1999, p.78), a resistência das pessoas às mudanças dentro das organizações

é tão comum quanto à própria necessidade de mudança. É o velho princípio da física que diz

que cada ação corresponde uma reação igual e contrária. Resistência à mudança é algo

absolutamente normal e esperado em todos os seres humanos, a resistência se manifesta por

diversas maneiras, vai desde a ansiedade, o descontentamento frente às novas situações, até

mesmo à sabotagem das mesmas. (HERNANDEZ, 2001, p.46).

“Precisamos enxergar além dos erros individuais ou do azar para entendermos os problemas importantes. Precisamos enxergar além das personalidades e dos eventos. Olhar dentro das estruturas subjacentes que moldam as ações individuais e criam as

66

condições em que certos tipos de eventos tornam-se mais típicos”. (SENGE, 1998 p. 75-76).

As mudanças geram tensões, temor, ansiedade e ressentimento em muitas pessoas. Sem uma

razão convincente para mudar, as pessoas resistem às mudanças porque temem ter de adotar

rotinas as quais não estavam familiarizadas, algumas pessoas não se dispõem a assumir um

nível maior de responsabilidades, temem realocações de pessoal, outras não satisfeitas com as

condições atuais de trabalho e, como protesto, resistem às mudanças. (LIMA et al 2005 apud

REIS, 2008, p.01).

Segundo Robbins (2002), certamente o trabalho dos administradores seria muito mais fácil se

a maioria das pessoas aceitasse a mudança. Mas, na realidade, a maioria das pessoas tende a

resistir à mudança. (REIS; 2008, p.01).

De acordo com Chiavenato (2003, p.119), geralmente a resistência à mudança é conseqüência

de aspectos lógicos, psicológicos ou sociológicos. Aspectos lógicos quando acreditam que a

mudança lhe será favorável, certamente aceitarão pagar os investimentos ao longo prazo.

Aspectos psicológicos como sentir medo do desconhecido, duvidar da liderança, do gerente

ou perceber que sua segurança pessoal no emprego está ameaçada. Aspectos sociológicos

envolvem coalizões políticas e valores de diferentes comunidades que podem afetar o

comportamento das pessoas.

No entanto, segundo Reis (2008, p.01), por mais que possam resistir à mudança, as pessoas

não podem impedi-las. É preciso tornar-se mais flexível, mais livre para aceitar a mudança e

deixar os medos desnecessários. As resistências são uns obstáculos constantes na vida das

pessoas e organizações, especialmente quando a mudança mexe com interesses econômicos,

hábitos e vícios comportamentais.

Para Moscovici (1994) a resistência à mudança é previsível para a fase inicial de quaisquer

que sejam os programas de mudança, tais resistências podem se apresentar de forma ativa ou

passiva.

Por resistência ativa entende-se uma situação em que para se defender das mudanças

propostas, o indivíduo age de forma direta, questiona e apresenta argumentos contrários a sua

validação, oportunidade ou maneira de implementação. A resistência passiva consiste em

atrapalhar a implementação da mudança através de manobras como dispersões e seus

impactos nas ações: diminuição do ritmo aplicado em ações relacionadas à mudança; não

67

resposta proposital; incremento de atividades menos importantes que tome o tempo das

pessoas. (REIS, 2008, p.01),

Várias manifestações de resistência às mudanças são citadas na literatura: (REIS, 2008, p.01):

• Recusa – Os funcionários se negam a experimentar e compreender porque a estrutura atual

é insatisfatória; a mudança será considerada desnecessária, gerando raiva e recusa de

cooperar.

• Confusão – Com freqüência as pessoas ficam inseguras em relação à maneira da mudança

proposta vir a resolver o problema, ainda que a necessidade de mudança possa ser

evidente e aceita.

• Medo e Ansiedade – Um dos obstáculos comuns é a incerteza; os funcionários receiam

que uma nova organização lhe afete de maneira nociva, ou seja, se preocupam com a

perda de emprego.

• Falta de Confiança – As pessoas nem sempre acreditam que as coisas funcionarão, ou

seja, funcionários interessados em manter a expectativa de carreira e segurança no

emprego preferem manter o status quo.

• Inércia – As pessoas mudam lentamente, enfrentam o medo e ansiedade apegando-se a

valores de comportamento familiares; a inércia é uma força poderosa da natureza humana

e se as mudanças aparentam drásticas demais, muitos funcionários teimam e se recusam a

cooperar.

De modo geral, as pessoas não resistem às mudanças técnicas, mas sim, às mudanças sociais.

Lawrence 1986 apud Chiavenato, 2003, p.397 concluiu que a resistência à mudança não surge

por causa dos fatores técnicos em si, mas devido a considerações sociais e humanas.

Lawrence 1986 apud Chiavenato, 2003, p.397 também relaciona como causa das resistências,

o comportamento dos responsáveis pelo processo de mudança.

Para compreender qual a forma que a resistência pode assumir Kotter e Schlesinger (1986)

destacam que é preciso estar consciente das razões mais comuns que levam as pessoas e

organizações a resistirem à mudança.

68

Para Dias, Reynaldo (2003, p.143):

A mudança é possível, mas será necessário conhecer seus valores fundamentais, pressupostos básicos, premissas que induzem a tomada de decisões, para se poder explorá-las de modo que auxiliem e não sejam utilizadas como fundamentos da resistência.

2.8 Planejamento e Programação da Produção

Segundo Souza, Sandro; 2012; p.26:

O planejamento e programação da produção deriva diretamente de um conceito que visa atender aos objetivos chaves da produção e da logística integrada, ou seja, planejar as necessidades futuras de capacidade de materiais e controlar todas as suas atividades dentro do processo de manufatura ou serviço ao longo de toda a cadeia de suprimento.

Os sistemas ERPs surgiram na década de 90 a partir dos chamados sistemas MRP/MRP II.

Tais sistemas, como já mencionado, se preocupavam com o planejamento e programação da

produção, focando-se na área de manufatura da organização.

Assim abordaremos como foi o desenvolvimento destes sistemas para a área de manufatura,

proporcionado uma visão geral sobre planejamento e programação da produção.

2.9 Contextualização Histórica Conceito de Tecnologia da Informação a Tecnologia da Informação (TI) “é o conjunto de

recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da

informação, e a maneira como esses recursos estão organizados num sistema capaz de

executar um conjunto de tarefas". A TI não se restringe a equipamentos (hardware),

programas (software) e comunicação de dados. Existem tecnologias relativas ao planejamento

de informática, ao desenvolvimento de sistemas, ao suporte ao software, aos processos de

produção e operação, ao suporte de hardware. (ORTOLANI, 2009, p.01).

Numa perspectiva histórica, os sistemas de informação evoluíram de acordo com as

necessidades organizacionais. Primeiramente, esses sistemas eram desenvolvidos pela própria

empresa, em um local denominado Centro de Processamento de Dados (CPD), e tinham como

69

objetivo agilizar seus procedimentos internos e departamentos administrativos; limitavam-se,

porém a processar apenas as operações realizadas diariamente. (BEUREN e MARTINS,

2001, p.01).

Hax e Candea (1984) apud Laurindo e Mesquita (2000) classificam os tipos de produção em:

• Produção em massa;

• Produção intermitente;

• Produção unitária;

A produção unitária equivale a um projeto, onde o produto é único e há grandes variações de

um projeto para outro. No lado oposto, têm-se a produção em massa, iniciada por Ford, onde

se tem uma produção em larga escala com pouca ou nenhuma diferenciação entre produtos de

mesma linha. No nível intermediário, surge à produção intermitente onde ela pode ser iniciada

por uma encomenda ou pode ser repetitiva, onde ocorre a formação do estoque. (OLIVEIRA,

2011, p.38).

Em uma segunda fase, inicia-se o desenvolvimento de automação das linhas de produção da

indústria e a preocupação em gerar sistemas que possibilitem suprir as necessidades de

informação de gerentes e executivos, para tomada de decisão. .(BEUREN; MARTINS, 2001,

p.01).

Assim pode surgir um problema: enquanto que para produção em massa, implanta-se uma

linha dedicada, e para produções unitárias, utiliza-se o modelo de gerências de projetos, nas

produções intermitentes, há a necessidade de uma linha flexível e eficiente. (HIGASHINO,

2008; p.36).

O MRP (Material Requirements Planning) surgiu na década de 70 dentro deste contexto,

procurando fazer o cálculo das necessidades de materiais e ao longo do tempo sendo

aprimorados para que se pudesse fazer um planejamento adequado das ordens de produção.

(HIGASHINO, 2008; p.36).

A lógica intrínseca aos sistemas MRP está no gerenciamento da produção através do cálculo

da necessidade de materiais, feita através da listagem de componentes (“filhos”) que compõe

o produto final (“pai”), também chamada Lista de Materiais (Bill of Materials), do Plano

70

Mestre de Produção (Master Production Scheduling – MPS) que define a quantidade de

produtos a ser produzidas e do estoque. (Laurindo; Mesquita, (2000 apud HIGASHINO,

2008, p.36/37).

Assim poder-se-ia fazer o controle das quantidades de materiais necessários para a fabricação

de determinado produto. No entanto, não se poderia fazer a programação das ordens de

produção, sendo responsabilidade do usuário fazê-lo.

Em um terceiro momento, já na década de 80, com o surgimento dos microcomputadores e

das redes locais, nasceram diversas empresas ligadas exclusivamente ao desenvolvimento de

sistemas de informação e de gerenciamento da tecnologia da informação. Não demorou

muito, essas empresas conseguiram seu lugar no mercado e substituíram, muitas vezes, o

papel antes exercido pelo CPD. As empresas resolveram terceirizar, diminuindo custos na

locação de mainframes e pessoal, socializando os microcomputadores e seus sistemas pela

companhia, e criando uma cultura interna de informática. (BEUREN; MARTINS, 2001,

p.01).

Com o passar do tempo, os MRPs passaram a considerar a capacidade de produção, onde se

introduz o conceito de RCCP (Rough Cut Capacity Planning) é um planejamento grosseiro da

capacidade e o CRP (Capacity Requirement Planning) o planejamento da capacidade de

forma precisa. (SOUZA; 2012; p.56).

71

Figura 7 - Modelo do MRP

O chamado MRP II (Manufacturing Resources Planning) surge na década de 80. Tal sistema

adiciona ao sistema MRP, os módulos de S&OP (Sales & Operations Planning) e o SFC

(Shop Floor Control). Passam a serem consideradas pelo sistema outras áreas da produção,

como recursos humanos e orçamentários. (LAURINDO; MESQUITA, 2000).

O MRP usa uma filosofia de planejamento. A ênfase está na elaboração de um plano de

suprimentos de materiais, seja interna ou externamente. O MRP considera a fábrica de forma

estática, praticamente imutável, assim Corrêa et al. (2001) cita como diferença entre o MRP e

o MRP II, que o MRP II, além de identificar o quê, quanto, e quando comprar e produzir, que

são as informações dadas por um MRP, também indicam como empregar os recursos

produtivos.

72

Figura 8 - Modelo do MRPII (Correa ET a. 2000 – Adaptado).

Assim abordaremos tópicos importantes para um bom planejamento, programação e controle

de produção e um efetivo sistema MRP II.

2.10 S&OP (Sales and Operations Planning) Segundo a Nortegubisian consultoria “Sales and Operation Planning (S&OP) é um processo

de gerenciamento integrado através do qual se atinge, continuamente, o foco e alinhamento

entre todas as funções da organização.”

O S&OP tem como objetivos:

• Apoiar o planejamento estratégico do negócio através de análises e revisões periódicas,

garantindo sua viabilidade e efetividade;

• Garantir que os planos operacionais sejam realistas, considerando as inter-relações

existentes entre as diversas áreas da empresa;

• Gerenciar as mudanças de forma eficaz a partir de postura proativa;

• Gerenciar os estoques de produtos finais e/ou carteira de pedidos de forma a garantir bom

desempenho de entrega (disponibilidade de produto);

73

• Avaliar o desempenho do processo de planejamento de vendas e estoque, identificando e

segregando as atividades que estão fora de controle daquelas que se encontram sob

controle;

• Desenvolver o trabalho em equipe através da criação de condições para que cada

departamento participe do planejamento global da empresa.

Segundo Arnold ET AL (2008) apud Toledo (2011, p.20) o Sales and Operations Planning “é

um processo responsável por revisar freqüentemente o plano estratégico de negócios e

garantir a integração entre o planejamento dos vários departamentos”.

Assim, Corrêa et al apud Toledo (2011, p.20):

O papel do S&OP vai além: é o processo responsável por traduzir decisões e objetivos de curto prazo e integrar decisões e objetivos do mesmo nível mais de diferentes departamentos da empresa, garantindo que toda a empresa esteja empregando seus esforços em busca dos mesmos objetivos.

Já Wallace (2004, p.7) em Toledo (2011; p.20):

S&OP é um processo de negócio que ajuda as companhias a manter o equilíbrio entre demanda e suprimentos. Ele faz isso focando em volumes agregados (famílias e grupos de produtos) para que problemas com o mix (produtos e pedidos de clientes individuais) sejam resolvidos mais rapidamente. Ele ocorre em um ciclo mensal e exibe as informações tanto em unidades quanto em dólares para assim integrar o planejamento financeiro e operacional.

Segundo Côrrea et al (2010, p.168):

S&OP é um processo de planejamento e, como tal, apresenta características, assim procura identificar como a visão de determinado horizonte de futuro, juntamente com o conhecimento da situação atual, podem influenciar as decisões que estão sendo tomadas agora e que visam determinados objetivos.

Assim tem como objetivos (p. 168, 170, 171):

• Suportar o planejamento estratégico do negócio;

• Garantir que os planos sejam realísticos;

• Gerenciar as mudanças de forma eficaz;

• Avaliar o desempenho;

• Desenvolver o trabalho em equipe.

74

Gerenciar os estoques de produtos finais e/ou a carteira de pedidos de forma a garantir o bom

desempenho de entregas. (Nível de serviço a clientes).

O planejamento de vendas e operações (S&OP) deve ser feito a partir do planejamento

estratégico da empresa e se preocupa em fazer o planejamento da demanda e produção no

longo prazo. Corrêa et al. (2010, p.168) citam o S&OP como um processo que pode ser

dividido em cinco etapas:

• Levantamento de dados: onde se devem recolher os dados atuais e históricos;

• Planejamento da demanda: deverá ser feito pela área de vendas e marketing, contendo o

plano de vendas que contém o que se pretende vender para o mercado, sem considerar as

capacidades de produção;

• Planejamento de materiais e capacidade: deve ser elaborado um plano de produção

juntamente com planos alternativos para que se procure atender a demanda apresentada

pela fase anterior;

• Reunião preliminar de S&OP: reunião com o objetivo de ilustrar e sugerir possíveis

mudanças ou pontos de atenção para a alta administração;

• Reunião executiva de S&OP: onde serão decididas e validadas as diretrizes do plano.

Corrêa et al. (2010, p.174) destacam que o S&OP deve abranger diversas áreas como: a alta

administração, vendas, marketing, manufatura, engenharia e finanças. Sendo um processo

estruturado, em forma de reuniões mensais, onde as informações coletadas pelos diferentes

departamentos (finanças, vendas, produção e suprimentos), são discutidas, analisadas, e ao

final, com o compromisso de todos os representantes destas áreas, os planos funcionais de

cada departamento são aprovados, assim o horizonte de planejamento para essa fase é de

longo prazo, assim os planos de vendas e produção são anuais, havendo o planejamento

mensal de vendas e operações.

2.11 MPS (Master Production Scheduling) Segundo Souza; 2012 p.29:

75

O planejamento mestre da produção é o componente central da estrutura global do PCP. Gerado a partir do plano agregado de produção, desagregando-os em produtos acabados, guiará as ações do sistema de manufatura no curto prazo, estabelecendo quando e em que quantidade cada produto deverá ser produzido dentro de um certo horizonte de planejamento.

Correa et al (2010, p.198) explica que:

O MPS coordena a demanda do mercado com os recursos internos da empresa de forma a programar taxas adequadas de produção de produtos finais. O S&OP considera os produtos agregados em famílias ou linhas de produção, sendo função do MPS desagregar esses níveis agregados de produção planejados em programas detalhados.

Assim define MPS (Correa, 2010, p.202)

Plano mestre é um plano operacional, parte de um plano mais amplo e abrangente que é o plano de vendas e operações. Antigamente chamado simplesmente de plano agregado de produção. È uma declaração de quantidades planejadas que dirigem os sistemas de gestão detalhada de materiais e capacidade, e essa declaração é baseada nas expectativas que se tem da demanda e dos próprios recursos com os quais a empresa conta hoje e vai contar no futuro.

Segundo Corrêa et al (2010, p.199), o MPS funciona como um conector entre a estratégia e a

parte operacional. Através dele, o plano estratégico e o S&OP são traduzidos para plano tático

operacional.

O programa-mestre de produção (MPS - Master Production Schedule), ao contrário, consiste

na versão desagregada do plano de produção, detalhando os volumes a serem fabricados para

cada tipo de produto. Deve ser ressaltado que o MPS refere-se à programação da produção de

produtos acabados, sendo diferente da previsão de vendas (CORRÊA et al 2010, p. 198). O

programa-mestre de produção é a base para que se possa elaborar a programação detalhada

das necessidades de materiais e de capacidade e as ordens diárias de produção.

O plano mestre de produção assim é uma lista contendo o que a empresa pretende fabricar,

tendo em vista a demanda e os recursos previstos no planejamento de vendas e operações.

(CORRÊA et al, 2010), assim é um documento que diz quais itens serão produzidos e quando

cada um será produzido, em determinado período, podendo determinar que alguns produtos

sejam fabricados antes do momento da venda.

O plano mestre contém a demanda prevista de determinado produto e a partir dela calcula o

quê e quando deve ser produzido, considerando o estoque do produto.

76

A partir destas informações, segundo Côrrea ET AL 2010, p.199 será feito o cálculo de

quanto e quando deverá ser feito o pedido dos componentes filhos, sendo os cálculos de

necessidades de materiais e da capacidade feito pelo MRP. Assim “o MPS dirige o MRP”.

A etapa seguinte ao MPS é o processo de explosão dos componentes dos produtos acabados,

denominado de MRP (Material Requirements Planning), traduzido como Planejamento da

Necessidade de Materiais. O MRP surgiu no início dos anos 60 nos Estados Unidos como

uma abordagem informatizada para o planejamento da compra e da produção de materiais

(BROWNE et al, 1988, p. 59 e SCHONBERGER, 1993, p. 9).

O plano mestre de produção pode variar conforme o tipo de demanda. Corrêa et al. (2010,

p.225) citam como principal diferença na programação da produção para diferentes tipos de

demanda, a possibilidade de estocar ou não produtos.

2.12 Gestão da Demanda

O gerenciamento de demanda tem a função de coletar a agregar demandas relacionadas às

necessidades de produtos. Este gerenciamento ocorre a partir de coleta de dados que estudam

o perfil do consumidor, seu comportamento perante o produto e o nível de procura do mesmo.

(REBOUÇAS; 2009, p.01).

A gestão da demanda determina a estratégia do gerenciamento da cadeia de suprimentos

(SCM - Supply Chain Management) e determinados processos de gestão devem ser

implementados para que se tenha uma gestão de demanda classe mundial. (ALVES, p.09).

Segundo Corrêa et al. (2010, p. 237/238), a gestão da demanda tem como principais

elementos:

• Prever a demanda: seja através de dados históricos, seja influenciando-a através da

negociação com os clientes sobre o prazo de entrega, seja obtendo informações externas

com os clientes;

• Prometer prazos: através dos conhecimentos de sua produção, ser capaz de estipular

prazos confiáveis para os clientes;

77

• Priorizar e alocar recursos e pedidos: quando não houver a possibilidade de atender a

todos os clientes, deve-se saber priorizar os pedidos mais importantes e identificar os

recursos mais preciosos e relevantes.

Para Corrêa et al. (2010, p.240), a gestão de demanda é feita durante os módulos S&OP e

MPS, sendo no primeiro feita uma previsão mais ampla, reunindo família de produtos, e no

segundo é elaborado uma estimativa mais detalhada, no nível do plano mestre de produção.

Para Hilletofth et al (2009) apud Melo e Alcântara; 2011, p.01 existem três questões

importantes que necessitam ser direcionadas adequadamente ao implementar a gestão da

demanda com sucesso: criação da demanda, atendimento da demanda e coordenação destes

dois processos.

Com relação à determinação de prazos aos clientes, Corrêa et al. (2010, p.225) indicam que

para produção sob encomenda como não se tem estoque, deve ser considerando a capacidade

produtiva da fábrica atualmente, portanto Para obter os benefícios da gestão da demanda, a

empresa precisa coordenar os processos de criação e atendimento da demanda de forma

efetiva e eficaz.

2.13 MES/SFC

“É um sistema de chão-de-fábrica orientado para a melhoria de desempenho que

complementa e aperfeiçoa os sistemas integrados de gestão (planejamento e controle) da

produção”. (CORRÊA et al, 2010, p.323).

Portanto, enquanto o MRP II faz o planejamento o MES faz o controle desse planejamento.

O SFC (Shop Floor Control) é o nome que se dá a essa gestão de controle da manufatura,

sendo um dos módulos do MRP II.

Corrêa et al. (2010, p.325) citam como principais funções de um MES/SFC:

• Gerência dos lotes de produção

• Gestão detalhada de recursos incluindo seqüenciamento, liberação, monitoramento de

equipamentos

78

• Alocação e coordenação de recursos humanos e ferramental

• Instruções de trabalho

• Rastreabilidade

Ainda segundo Corrêa et al. (2010, p.328), em organizações em que há muitas variáveis

envolvidas nas decisões envolvendo MES/SFC sistemas de programação de capacidades

finitas são recomendados, pois:

• Modelam o sistema produtivo

• Informam a demanda

• Informam as condições reais do sistema produtivo num determinado momento

• Modelam alguns parâmetros para a tomada de decisões

Laurindo e Mesquita (2000) (apud HIGASHINO, 2008; p.48) citam tais sistemas como uma

das alternativas que vem sendo consideradas para resolver problemas com relação à

programação da produção, trabalhando integrado ao MRP/ERP.

79

Figura 9 - Níveis de planejamento de capacidade no MRPII.

80

3 Metodologia

Segundo Marconi e Lakatos (2011, p. 223) metodologia “responde, a um só tempo, às

questões como? com quê? onde? e quanto?”. A pesquisa tem natureza aplicada na intenção de

gerar conhecimentos úteis para o progresso da gestão administrativa e solução de problemas

específicos que envolvam o tema.

Para interpretação dos acontecimentos e identificação de significados básicos do tema a

pesquisa segue a abordagem qualitativa. De acordo com Andrade (1999, p.106 apud

PEDRON, 2003, p. 131)

“Esta difere do quantitativo pelo fato de não empregar dados estatísticos como centro do processo de análise de um problema sendo possível estabelecer uma relação entre o mundo real e o objeto da pesquisa.” Foi ainda descritiva que é apresentada por Andrade da seguinte maneira: nesse tipo de pesquisa, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles. Isso significa que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador. (ANDRADE, 1999, p. 106).

A pesquisa de campo é realizada por meio de estudo de caso, podendo ser caracterizada como

qualitativa e descritiva, tendo por objetivo discutir os pré-requisitos.

O trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica e um estudo de caso. Segundo

Naorin apud Guerrini (2002, p. 31) “o estudo de caso é utilizado quando os pesquisadores têm

a intenção de suportar seus argumentos através de uma análise profunda de uma pessoa, de

um grupo de pessoas, uma organização ou um projeto particular”.

Godoy (2005, p.21), aponta a existência de pelo menos três diferentes possibilidades

oferecidas pela abordagem qualitativa: a pesquisa documental, o estudo de caso e a etnografia.

Godoy (2005, p.62) ressalta a diversidade existente entre os trabalhos qualitativos e enumera

os conjuntos de características essenciais capazes de identificar uma pesquisa deste tipo,

dentre elas: ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento

fundamental; caráter descritivo, significado que as pessoas dão as coisas e a sua vida como

preocupação do investigador; enfoque educativo.

Segundo Yin (2005), a pesquisa qualitativa trata-se de uma forma de pesquisa investigativa de

fenômenos atuais dentro dê um contexto real, em situações em que as fronteiras entre o

fenômeno e o contexto não estão claramente estabelecidos.

81

Destacando três grandes métodos de coleta de dados neste tipo de pesquisa como fazer

perguntas, observar eventos e ler documentos.

Para Triviños (1995, p. 132), a pesquisa qualitativa comporta a escolha de um problema, uma

coleta e a análise das informações obtidas, havendo flexibilidade nas etapas de coleta e análise

dos dados. À medida que as informações são coletadas ocorre à interpretação, o que pode

originar a necessidade de procura de novos dados, denotando a dinâmica flexível da pesquisa

qualitativa e a exigência de revisão aprofundada da literatura relativa ao objeto de estudo.

Estas características da pesquisa qualitativa exigem do pesquisador “amplo domínio não só do

estudo que está realizando, como também do embasamento teórico geral que lhe serve de

apoio”. Além disso, o pesquisador é o próprio observador, entrando em contato direto com a

realidade concreta a ser pesquisada.

O método da pesquisa qualitativa, segundo Oliveira (2006) salienta que é um método muito

utilizado para o desenvolvimento de pesquisas descritivas, onde se preocupa em descobrir e

classificar as relações existentes dentre as variáveis, sendo uma forma de garantir a precisão

dos resultados.

Assim, este trabalho baseou-se inicialmente na investigação da situação atual da empresa em

estudo, a partir disso, para ajudar na tomada de decisão a respeito da análise dos requisitos de

implantação de sistemas ERP para suprir as necessidades da empresa.

Foi utilizado um questionário em anexo, para levantar os motivos e áreas mais carentes da

empresa para elaboração da proposta.

Para Thomas, Nelson e Silverman (2007), a pesquisa descritiva tem por premissa buscar a

resolução de problemas, visando melhorar as práticas por meio de observação, análise e

descrições objetivas, através da padronização de técnicas e validação de conteúdo. (MILENA,

2010, p.11).

Devido a isso, o trabalho foi dividido em 04 fases:

Fase I: Revisão Bibliográfica: Análise de livros e artigos sobre ERP.

O propósito desta fase foi fundamentar os conceitos, benefícios, dificuldades e riscos para

explorar a contextualização do tema.

82

Fase II: Coleta de dados. Levantamento dos dados e situação atual da empresa.

A autora procurou levantar todos os processos existentes na empresa atualmente, com o

propósito de conhecimento da mesma para poder limitar os pré – requisitos necessários para

uma implantação bem sucedida.

Fase III: Análise dos dados. Importância das deficiências do sistema atual da empresa.

O propósito desta fase foi confrontar a pesquisa em empresas de grande porte com os dados

obtidos da empresa em estudo.

Fase IV: Conclusão.

O propósito desta fase é fechar o trabalho concluindo através dos dados confrontados se

empresas de pequeno porte estão prontas para implantarem sistema ERP.

83

4 Resultados e Discussão

4.1 Ogramac - Situação Atual

A empresa em estudo, OGRAMAC ENGENHARIA DE SUPERFÍCIE, é uma empresa

metalúrgica de pequeno porte, situada numa região próspera que busca a implantação de um

sistema que integre as suas várias áreas.

A OGRAMAC, presente no mercado há 29 anos, mantém a mesma filosofia de ser uma

empresa que gera soluções. A preocupação em acompanhar o desenvolvimento tecnológico

industrial, levou a OGRAMAC a um continuo investimento em novos processos, novos

produtos e materiais.

Com equipamentos de ponta, como o hipersônico de alta velocidade HP-HVOF, o

nanoHVOF® e o Cladding Overlay, juntamente com um corpo de Engenharia técnica

altamente capacitada, hoje são uma empresa pronta para oferecer soluções para todos os

segmentos industriais.

“A OGRAMAC, presente desde 1981 no mercado de aspersão térmica, mantém a filosofia de

ser uma Empresa geradora de soluções”.

A preocupação de acompanhar o desenvolvimento tecnológico industrial levou a OGRAMAC

a um contínuo investimento em novos processos, novos produtos e novos materiais.

Em 20 de junho de 1981, Flávio Camargo e Neise Morilla Camargo fundaram na cidade de

Santo Antônio de Posse (SP) uma sociedade industrial para prestação de serviços destinada à

reforma de equipamentos agrícolas.

De 1983 a 1990, adquiriu máquinas especiais, ampliando cada vez mais o uso da aspersão

térmica como solução eficiente.

Em 2000, inaugurou na região Nordeste do país uma nova unidade, a OGRAMAC Nordeste,

o grande intercâmbio promovido entre as universidades e a empresa gerou um novo conceito

de prestação de serviços na OGRAMAC, o de Engenharia de Superfície que emprega uma

visão interdisciplinar nas várias técnicas de revestimentos, tratamentos térmicos e

termoquímicos. Desta forma foi capaz de gerar revestimentos exclusivos no Brasil e que se

84

encontra em operação em algumas plantas da Petrobras, promovendo um avanço tecnológico

que se transforma em diferenciais de segurança e produção.

Atualmente emprega em torno de 65 funcionários em suas plantas.

Situada na região metropolitana de Campinas, a fábrica e escritório estão instalados no bairro

Fazenda Ressaca na cidade de Santo Antônio de Posse, ocupa uma área de: Área Total:

9000m² (terreno) e 4400m²(construída), com 65 funcionários a OGRAMAC vêm se firmando

no mercado de engenharia de superfície.

A empresa dividida em 07 áreas funcionais: Engenharia, Produção, Comercial, Recursos

Humanos, Compras, Qualidade, Financeiro.

Possui no seu quadro de fornecedores empresas como e de clientes empresas como, tendo

como principais concorrentes Durotec, Cascadura e Praxair.

Principais segmentos da empresa: petrolífero, gás e óleo, açucareiro, retificas, válvulas,

estaleiros.

A OGRAMAC é uma empresa de metalização e engenharia de superfície que fabrica e

remolda diversos tipos de peças, a partir de chapas metálicas. Seus principais produtos são

soldagens e revestimentos em polímeros.

85

Figura 10 - Organograma

Para manter a própria sobrevivência as empresas em geral de todos os segmentos são

obrigadas a procurar continuamente por mais eficiência operacional.

A OGRAMAC vem crescendo rapidamente e atualmente é refém de seu próprio crescimento,

pois os volumes de pedidos vêm aumentando, e a empresa vem encontrando dificuldade para

se organizar e responder à demanda aquecida.

A OGRAMAC é considerada uma empresa de pequeno porte, conforme a Recomendação

2003/361/CE de seis de Maio de 2003, define os conceitos de Micro, Pequena e Média

empresa, em função do seu número de trabalhadores e volume de negócio ou do seu número

de trabalhadores e do seu balanço total anual.

Uma média empresa emprega menos de 250 pessoas e tem um volume de volume de negócios

que não excede os 50 milhões de euros ou emprega menos de 250 pessoas e tem um balanço

total anual que não excede 43 milhões de euros.

86

Uma pequena empresa emprega menos de 50 pessoas e tem um volume de negócios ou

balanço total anual não superior a 10 milhões de euros.

Uma microempresa emprega menos de 10 pessoas e tem um volume de negócios ou balanço

total anual que não exceda dois milhões de euros.

Foi também este o critério adaptado pelo Decreto-Lei n. 372/2007 de seis de Novembro, que

transpôs a recomendação para a legislação.

Por PME entende-se uma pequena ou média empresa que satisfaça os critérios definidos na

legislação européia: Recomendação da Comissão 2003/361.

Os principais fatores que determinam se uma empresa é uma PME são:

O número de efetivos e o volume de negócios ou o balanço total.

Categoria de empresa Efetivos Volume de negócios Balanço total

Média < 250 ≤ 50 milhões de euros ≤ 43 milhões de euros

Pequena < 50 ≤ 10 milhões de euros ≤ 10 milhões de euros

Micro < 10 ≤ 2 milhões de euros ≤ 2 milhões de euros Tabela 2 - Categorias de porte de empresa

Estes limiares dizem unicamente respeito a empresas autônomas. Uma empresa que faça parte

de um grupo de empresas pode ter de incluir os dados relativos ao número de efetivos/volume

de negócios/balanço total desse grupo.

Uma microempresa (ME) é uma empresa com faturamento anual reduzido cujo pagamento de

impostos pode ser realizado de forma simplificada.

A Lei n°9.481, de 5 de Outubro de 1999, em seu capítulo II, artigo 2°, II, considera empresa

de pequeno porte, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que, não enquadra como

microempresa, tiver receita bruta anual superior a R$ 244.000,00 e inferior a R$

1.200.000,00.” Ministro do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2000).

A mesma lei, em seu capítulo II – do desenvolvimento empresarial – contempla alguns

mecanismos às micro e pequenas empresas, entre outros, a destinação de no mínimo 20% dos

recursos federais aplicados em pesquisa, desenvolvimento e capacitação tecnológica na área

empresarial. (IBID).

87

De acordo com a Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas, promulgada em dezembro de

2006, são consideradas microempresas aquelas que possuem faturamento máximo de R$

240.000,01, e pequenas empresas as que faturam entre R$ 240.000,01 a R$ 2,4 milhões

anuais. Ao serem enquadradas nestes parâmetros, as empresas tendem a ter vantagens fiscais

como a inclusão no Super Simples (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e

Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), desde que não exerçam

nenhuma atividade que seja impedida de participar do regime e atendam os requisitos

previstos na lei LC 123/2006, de 14.12.2006.

4.1.1 Sistema Produtivo

Como mencionado anteriormente, a OGRAMAC é uma metalúrgica, onde os produtos são

tratados a partir da recuperação de peças gastas ou melhoria, através de pós, arames metálicos,

cerâmicos e polímeros; possuindo a filosofia de gerar soluções. Segundo a classificação

apresentada por Hax e Candea (1984) apud Laurindo e Mesquita (2000), a OGRAMAC tem

uma produção intermitente, mais especificamente sob encomenda. Isso quer dizer que a

empresa produz diversos tipos de produtos, não havendo estoques, já que os pedidos são

variados e podem sofrer alterações de tempos em tempos, cabendo também reparos e ajustes

em produtos já acabados e não fabricados por ela.

Não há também tamanhos de lotes certos, ou seja, o número de peças a serem tratadas

depende do pedido do cliente. Não há nenhuma previsão de demanda, não havendo uma

análise sobre os pedidos históricos, que permitiria uma estimativa de pedidos futuros como

mencionado por Corrêa et al. (2010), sendo assim não ocorre a análise de pedidos arquivados

em software.

Os projetos de equipamentos e/ou produtos já foram desenvolvidos pelo cliente sendo assim,

não ocorre uma análise formal sobre a capacidade produtiva, assim o PCP (Planejamento e

Controle de Produção) faz o planejamento das ordens de produção através de uma lógica mais

intuitiva do que racional. O resultado é uma organização dependente, onde os conhecimentos

estão retidos em pessoas chaves, não havendo disseminação da informação.

88

4.1.2 Gerenciamento da produção

O processo produtivo é através da prestação de serviços, cujos fornecedores externos são

avaliados, qualificados e monitorados quanto ao seu desempenho e conformidade com o

processo de suprimento.

Assim como não possui nenhum método formal de análise e programação de sua produção, o

PCP não consegue ter controle sobre a localização das peças em fabricação.

O controle das ordens é feito através de planilha. Corrêa et al. (2001) cita que empresas que

trabalham sob encomenda precisam de sistema de controle de chão de fábrica mais

sofisticado. Devido a esse descontrole a OGRAMAC necessita de treinamento contínuo o que

se não ocorre gera um tumulto no chão de fábrica a procura de peças.

4.1.3 O Sistema de Informação Atual

A empresa OGRAMAC trabalha atualmente com um software, utilizado pela área de vendas,

compras, PCP e finanças, porém as três primeiras áreas são interligadas já o financeiro apesar

de utilizar o mesmo sistema é independente das outras áreas, assim toda informação do

financeiro somente o financeiro consegue acessar, não sendo compartilhadas com as outras

áreas.

O SAI foi desenvolvido há mais de dez anos, segundo o gerente da empresa é um sistema

caseiro e muitas de suas funções não estão sendo utilizadas, ou simplesmente não servem

mais para a empresa, o sistema nunca foi finalizado, já que seu desenvolvedor não foi mais

contatado.

Sua função atual é de armazenar informações de clientes, seus pedidos e emissão de pedidos

internos, faturamento e nota fiscal.

O programa em sua concepção inicial serviria para controlar a requisição de matéria prima, ou

seja, seria um MRP básico como mencionado por Laurindo e Mesquita (2000), onde não

haveria o cálculo de capacidade, mas apenas o controle das peças e componentes de cada

89

produto. No entanto, a área de almoxarifado, responsável por tal controle, não está integrada

com o sistema de vendas e PCP, além da não eficácia do software em si.

A área de finanças fica localizada no mesmo prédio, porém o sistema que abastece essa área

fica separado dos demais processos, assim o software apesar de ser o mesmo, não tem

qualquer integração com as outras áreas.

Esse sistema é ligado ao PCP, que através desse cadastro de produtos pode autorizar a ordem

de compra, que por sua vez, será encaminhada para a área de compras.

Por possuir ISO 9001, a OGRAMAC já possui seus processos padronizados e tem seguido

políticas de qualidade para controle e melhoria, assim uma implantação de sistema ERP

representa uma oportunidade para a empresa.

Descritos o sistema de informação existente na empresa, pode-se perceber que as informações

levam tempo considerável para fluir pelas diversas áreas, atrasando o processo de fabricação

dos produtos. A seguir são mencionados mais detalhadamente como ocorrem os processos na

empresa.

Há que se destacar também o fato de muito dos processos formalizados não serem seguidos,

sendo modificados no cotidiano da empresa por motivos diversos.

CLIENTES cadastro de contatos VENDAS pedidos; COMPRAS previsões; pedidos; contas a receber; contas a pagar; entrada de caixa. fornecedores; saída de caixa. ESTOQUES pedidos; nível de estoque; entradas e saídas.

BANCO DE DADOS

CENTRALIZADO

90

Figura 11 - INTEGRAÇÃO DO SISTEMA ERP.

Definição do macro de interação: Processos principais – (S.G.Q. – DESCRIÇÃO) Processos de apoio – (Apoio S.G.Q. - DESCRIÇÃO) Processos administrativos – (Processos Administrativos - DESCRIÇÃO)

91

Figura 12 - Abordagem do processo

Baseado no manual da qualidade Sistema de gestão da Qualidade NBR ISSO 9001 2008

elaborou-se a descrição dos processos.

4.1.4 Processo de Pedidos

O processo começa com a solicitação de orçamento pela área de vendas, que, através do SAI,

imprime a carteira de pedidos contendo todas as ordens requisitadas, que podem chegar

através de vendedores externos, direto do cliente (através de contato telefônico, email, fax ou

pessoalmente) com a área comercial.

Os pedidos podem chegar também através dos portais de venda, este notifica através de email

o comercial a existência de uma solicitação no portal.

Assim a área comercial encaminha a seus clientes o orçamento, assim que o mesmo for

aprovado. É gerada uma ordem de venda que será encaminhada ao PCP. Contudo esta ordem

deve conter todas as solicitações registradas pelo cliente, pois como a empresa trabalha no

tratamento de peças o máximo de informação retirada dos clientes faz muita diferença na

execução dos pedidos.

92

SIM NÃO

Figura 13 - Processo de pedidos

4.1.5 Processo de requisição de Matéria-Prima

Assim que receber a matéria prima solicitar o seu descarregamento e confrontar as

informações da nota fiscal com o pedido de compra se for materiais produtivos encaminhar ao

PCP e se for improdutivo (materiais de escritório, limpeza, etc) fazer conferencia e liberar

para o almoxarifado.

CONTATO COM O CLIENTE

INICÍO

VERIFICAR DADOS COLETADOS

POSSUI DADOS SUFICIENTES DO CLIENTE

REGISTRAR INFORMAÇÃO

FIM COLETAR MAIS DADOS

93

O armazenamento deve ser feito de acordo com o tipo e forma tal qual possibilite sua retirada,

sempre o material mais antigo em primeiro lugar, o empilhamento deve obedecer a seguinte

forma: 20 galões, 05 baldes e 03 tambores (200l).

O processo de requisição de matéria-prima começa no PCP, que de posse da carteira de

pedidos manda tal informação ao setor de programação do CNC, que faz parte da área de

Engenharia. O programador então fará o cálculo da quantidade de chapas necessárias,

retornando a informação ao PCP. Se houver a necessidade de compra de material, o PCP

emite a requisição do material através do software CE. Como mencionado essa requisição,

impressa em papel, é mandada diariamente para a área de Compras via malote.

Ao receber as requisições, a área de Compras verifica os fornecedores pelo SAI (se a matéria-

prima já tiver sido comprada anteriormente) ou faz uma pesquisa de possíveis fornecedores.

Emitido o pedido de compra, quando o material chegar à fábrica, a nota fiscal e o pedido são

direcionados para Compras onde serão arquivados.

Há também a compra dos componentes dos produtos finais, chamado de itens filho, como, por

exemplo, parafusos. O PCP então emite um documento chamado “Empenho”, contendo quais

e quantas peças irão necessitar. O almoxarifado responderá ao PCP que requisitará ou não a

aquisição do material para Compras.

94

Figura 14 - Tela do PCP

4.1.6 Processo de Produção

Assim como descrito por Higashino, 2008, p.59 em seu trabalho sobre a empresa Metal

Quando a matéria-prima tiver chegado e a fabricação puder ser iniciada, o PCP imprime a

ordem de fabricação, anexando o plano de fabricação, elaborado pelo próprio departamento, e

os desenhos de fabricação, feitos pela área de engenharia. Por fim, o lote chega à expedição,

onde será necessário emitir a nota fiscal e embalar o produto.

Assim como na empresa Metal, pelo fato da OGRAMAC possuir uma produção intermitente

por encomenda, há grande complexidade no planejamento das ordens. Assim os pedidos

seguem o fluxo estabelecido pelo plano de fabricação, sendo que quando há uma sobrecarga

de algum setor produtivo, o PCP decide qual lote deve ser produzido primeiro através da

prioridade dos pedidos, que por sua vez, são baseados no prazo de entrega e na prioridade de

clientes.

95

Figura 15 - PS 04

A produção recebe a necessidade através da ordem de serviço entregue ao PCP pelo

departamento comercial. Realiza-se o lançamento das ordens de serviços na Planilha de

Produção e com base na Planilha do Orçamento, computa-se a quantidade de matéria prima a

ser usada, gerando assim uma necessidade de reserva/compra de matéria prima e ou serviços

terceirizados, e os tempos para cada operação a ser realizada, gerando assim um empenho de

centro de trabalho.

Quando for excedida a carga disponível para algum centro de trabalho, uma pré-análise

(ocorrência) assim como uma disposição (ação) deve ser tomada na própria planilha a fim de

exibir um possível impacto negativo no acordo com o cliente. Uma disposição final (avaliação

de eficácia) deverá ser registrada a fim de demonstrar o resultado obtido.

Definir, como base na necessidade do cliente, a programação de fabricação, distribuindo para

cada centro de trabalho, através da Ficha de produção, os serviços a serem executados. Esta

distribuição serve de base para o acompanhamento da produção.

96

Acompanhar a quantidade e prazos de entrega diariamente através do follow-up e alimentação

da planilha de programação, de forma a garantir o atendimento e as necessidades dos clientes.

Quando a OGRAMAC e/ou o cliente necessitarem renegociar os prazos e/ou quantidade

programada para entrega, deve ser realizado aceite formal das partes, esta comunicação pode

ser feita de modo a gerar evidências.

Receber os produtos manufaturados (itens terceirizados) com a nota fiscal, e identificar com a

ordem de serviço pertinente ao trabalho, verificando a data e quantidade planejada de entrega,

comunicar a qualidade para realizar a inspeção a fim de atender as condições especificadas

pelo cliente.

Confere a nota fiscal da OGRAMAC com o carregamento e registra o número da nota fiscal e

data de saída através do romaneio.

A lista de itens demandados é organizada numa carteira de pedidos com todas as

especificações, incluindo prazo de entrega. As informações dos pedidos são passadas para o

setor no qual é feita a programação da produção (1). A programação é feita diariamente

conforme a capacidade de produção.

A carteira de pedidos é passada também ao setor de preparação de modelos (2). As decisões

tomadas pela programação de produção são passadas para o setor de moldagem (4) que utiliza

metal como matéria-prima assim através dos modelos (3) é fabricada os moldes (6).

97

1 1 7 8 2 9 2 4 3 10 5 11

Figura 16 - Processo de Produção da empresa OGRAMAC

Figura 17 - Tela PCP

Inicio carteira de pedidos

Programação de produção

Setor de modelagem Preparação dos modelos

Matéria prima metal

Formação de ligas

Forno

Moldes

Produto final

98

Figura 18 - Tela PCP

4.1.7 Processo de Expedição

Assim como na empresa Metal descrita por Higashino, 2008, p.59 em seu trabalho a empresa

OGRAMAC, após os produtos terem sidos fabricados e inspecionados, eles são embalados e

etiquetas são impressas (contém as informações dos produtos assim como seus códigos e a

revisão do desenho de acordo com o que foi pedido pelo cliente). O PIV (pedido interno de

venda) é carimbado com “Libera Expedição”, que identifica qual foi à ordem de fabricação

liberada e contém informações sobre o lote produzido. O PIV volta à área de vendas, que fará

a emissão da nota fiscal, mudando os pedidos no sistema de informação para produtos em

estoque, o que fará com que o sistema libere tais pedidos para impressão da nota fiscal. A nota

fiscal é impressa em outra sala, sendo impressa duas vias, uma para o cliente outra para ser

arquivada.

99

Figura 19 – Processo de expedição

Início

Inspeção da Qualidade

Produção

Rejeitos

Aceitos

Empacotamento

Expedição

Formação da carga

Carregamento

Faturamento emissão da nota fiscal

Despacho do produto

Entrega para o cliente

Retorno do caminhão

100

4.1.8 Processo de Engenharia

Figura 20 - PS03

Processo:

1-Validação/ Homologação de processo de cliente

Recebe a necessidade de qualificação/homologação de processos para atendimento de

requisitos de clientes – processo de Capacitação e Vendas e analisa criticamente os

documentos dos clientes, entidades normativas e órgãos governamentais, assim planeja e

desenvolve os processos de manufatura. (a distribuição e implementação das normas e

alterações devem ser feitas de acordo com o planejamento definido pelo cliente).

Em cada etapa da manufatura, realiza- se os monitoramentos e as medições necessárias,

incluindo custos, prazos de entrega, e outros, quando necessário, de forma a analisar

criticamente a capacidade dos resultados do desenvolvimento do processo em atender aos

requisitos, identificar qualquer problema e propor as ações necessárias.

101

2- Validação de Processos Especiais

Validar e revalidar, quando necessário, os processos especiais de produção de forma a

demonstrar a capacidade destes em alcançar os resultados planejados.

Analisar criticamente e aprovar ou reprovar a “Validação dos processos especiais”,

comparando o resultado obtido e a especificação contida na documentação do processo.

Documenta o resultado da validação através de registros pertinentes.

4.1.9 Processo de capacitação e vendas

Figura 21 - PS02

Processo

Analisa o mercado de atuação da OGRAMAC e com base nesta análise, elabora os planos de

negócios, contemplando as estratégias da empresa e visando escolher os segmentos de

trabalho, os tipos de serviços por clientes, quais as ações a serem tomadas no sentido de

aumentar a carteira de clientes e a manutenção destas.

102

Recebe a solicitação de orçamento que pode chegar pelo vendedor externo: que após o

contato com o cliente, preenche a solicitação de orçamento com o máximo de informações

possíveis sobre o serviço a ser realizado. Direto do cliente: que contata o comercial via

telefone, via e-mail, fax ou pessoalmente. Via portal de Vendas: que notifica através de e-

mail, o comercial, e existência de uma cotação no portal.

Com base nesses documentos analisar criticamente a viabilidade técnica para execução do

serviço, de acordo com os requisitos especificados e a capacidade da empresa para atender.

(Caso seja levantado a necessidade de desenvolvimento de processo, encaminhar

documentação à engenharia.

Evidenciar a análise crítica por meio do carimbo de análise crítica e preencher com o

responsável pela análise, se a empresa tem ou não a capacidade de realizar o serviço proposto

e data de conclusão.

Quando for viável o atendimento dos requisitos pelo cliente, levantar os custos de

fornecimento. Com base no custo do fornecimento, formar o preço de venda levando em

consideração o tamanho da peça, a dificuldade de movimentação, o valor da peça, o peso e os

preços cobrados do cliente anteriormente.

Assim elabora-se a proposta técnica comercial, gerando arquivo em pdf, enviando a proposta

ao cliente através de email contento texto informativo, dando entrada da proposta técnica

comercial no sistema informatizado e arquiva-se na pasta de orçamentos.

103

4.1.10 Processo de manufatura

Figura 22 - PS06

Processo:

Inicia-se com o recebimento da propriedade do cliente, solicita o descarregamento e confronta

as informações coma nota fiscal, encaminhando ao setor de PCP, armazenam-se as peças em

local apropriado providenciando a identificação da propriedade do cliente através da etiqueta,

em posse da nota fiscal dá-se entrada no sistema informatizado e encaminha via original ao

departamento fiscal.

A partir disso confronta-se a peça com os dados físicos e inicia-se o processo de PCP através

das fichas de produção e o escopo do serviço a ser realizado através das ordens de serviço,

estando esta documentação acessível no posto de trabalho, assim qualquer alteração no

processo comunica-se à engenharia.

O processo produtivo é caracterizado nas operações: preparação de superfície (usinagem, pré-

limpeza da superfície e preparo por jateamento), aplicação de revestimento (aspersão térmica,

hipersônico HP/HVOF, arc spray, flame spray pó, flame spray arame, revestimentos por

104

soldagem, revestimentos por pintura), acabamento às superfície revestida, inspeções,

identificação e rastreabilidade.

4.1.11 Processo de gestão de recurso

Figura 23- PS07

Processo:

Caracteriza gerir os recursos nos processos para assegurar a sua disponibilidade, ocorrendo

através das manutenções de máquinas, equipamento, ferramentas produtivas e dos

equipamentos de medicação e monitoramento.

Processo de máquinas e equipamentos: a manutenção preventiva que ocorre através da

programação em comum acordo com a Produção. Manutenção corretiva: ocorre através da

solicitação de manutenção e serviço.

Controle de equipamentos de monitoramento e medição: escopo do laboratório, identificação

dos equipamentos de medição através e etiqueta, intervalo inicial de calibração através do

105

conhecimento técnico e informação do fabricante; ajuste do intervalo de calibração onde se

avalia continuamente; aferição e/ou calibração onde os materiais ou equipamentos em uso são

encaminhados sempre que houver dúvidas, a cada calibração deve-se analisar os certificados

dos serviços do laboratório e conservação do equipamento na metrologia.

4.1.12 Processo de suprimentos

Figura 24 - PS05

Processo:

Validação inicial de fornecedores com base na necessidade de materiais e serviços produtivos,

onde solicita-se ao fornecedor o preenchimento do questionário de auto avaliação, cadastrar

os fornecedores que forem selecionados na lista de fornecedores qualificados, assim solicita-

se aos aprovados documentação que garantam conformidade de seus serviços e ou produtos.

Avaliar continuamente os fornecedores relacionados na lista de fornecedores qualificados a

fim de comprovar suas condições em continuar o fornecimento, requalificá-los a cada seis

meses pelo questionário de auto avaliação

106

4.1.13 Processo de gestão de pessoas

Figura 25 - PS08

Processo:

Elabora-se a descrição de cargo para cada função, com as competências e requisitos

adicionais necessários, quando ocorre a necessidade de contratação de novos colaboradores,

realizar o preenchimento do formulário solicitação de contratação.

Planeja a realização das competências através do plano de competência, onde prover de

treinamento, assegurar a confiabilidade de documentos, informações e demais dados técnicos.

Quando ocorrer promoção aplicar o treinamento no trabalho que irá executar e quando ocorrer

desligamento atualizar o mapa de funções e habilidades.

4.2 Projetos de Implantação

107

A implantação do ERP na empresa deve seguir alguns critérios e caminhos para que seja bem-

sucedida. A integração presume o uso comum dos dados e uma consistência de conceitos e

processos de negócio. Os cadastros são únicos e compartilhados por todas as aplicações e,

portanto, por todas as áreas da empresa. (COLÂNGELO, 2001, p. 18).

A implantação de sistemas ERP e a consequente integração de processos e funções têm

impacto sobre toda a organização e reflexos diretos sobre as áreas de tecnologia de

informação. Sendo assim a implantação de produtos prontos (“pacotes”) reduz as

necessidades de desenvolvimento e aumenta as de suporte. (COLÂNGELO, 2001, p.22).

Higashino, 2008, p. 62 salienta que este trabalho aborda a etapa 1 e pequena parte da etapa 2

das metodologias de implantação de Colângelo (2001) e Lozinsky (1996), sendo feito uma

proposta de implantação onde se considera os aspectos críticos para o sucesso da implantação.

Portanto, não se aborda a instalação e o funcionamento do sistema (fase 3 e 4). No entanto,

como salientado por Lozinsky (1996), as fases 1 e 2 servem para direcionar a equipe e a alta

direção sobre o andamento do projeto nas fases 3 e 4, quando ocorre a implantação

propriamente dita.

Colângelo (2001, p.85) corrobora com:

Os recursos físicos são essenciais para o sucesso do projeto. Uma equipe que não dispõe de recursos adequados normalmente trabalha mal. Assim como o uso de ferramentas para apoio ao projeto tem por objetivo reduzir seu custo e acelerá-lo.

4.2.1 Benefícios advindos da implantação do sistema ERP O sistema melhora o fluxo da informação, assim o acesso as informações é mais rápido e mais

confiável, o que frequentemente aperfeiçoa a adoção de estruturas organizacionais mais

flexíveis.

A implantação diferencia a empresa de suas concorrentes agregando aos negócios de seus

clientes e aos seus, melhores práticas, faz com que a empresa uniformize seus processos;

assim a organização contempla o aumento do volume de negócios e através da capacidade de

mudar processos e estrutura organizacional torna-se mais competitiva no mercado atuante.

108

É importante verificar quais os benefícios de uma eventual implantação do sistema ERP pela

OGRAMAC. Assim, a seguir são levantadas algumas vantagens que o ERP pode trazer para a

empresa.

Figura 26 - Modelo de pesquisa dos componentes de gestão de sistema ERP (Higashino, 2008)

4.2.2 Área de Vendas e PCP

O sistema ERP traria a integração entre os sistemas das áreas de vendas e PCP. Assim, passa

a controlar formalmente os estoques de determinado grupo de materiais, sendo os dados

modificados conforme entrada e saída de materiais, o processo será agilizado na medida que

cada departamento consultaria a situação de entrada de pedidos.

Automaticamente após a entrada do pedido, essa carteira é enviada ao PCP. Assim descrito

por Colângelo (2001, p.127):

Os clientes serão atendidos por meio de um sistema de entrada de pedidos que pode ter mudanças radicais em relação ao anterior. Novos critérios de aprovação de crédito, confirmação da ordem ou preparação da entrega, assim os clientes devem ser comunicados com antecedência.

109

4.2.3 Área de PCP O módulo de PCP do sistema ERP traria como benefício à OGRAMAC um maior

controle da programação da produção. O sistema, por ter em seu banco de dados todos os produtos e seus respectivos

componentes, gera sugestões de ação mais adequadas ás necessidades particulares da empresa.

Como citam Corrêa et al. (2010, p.397):

A OGRAMAC possui pedidos para serem feitos em horizontes de semanas, assim o sistema ajudaria tanto no planejamento de médio quanto no de curto prazo, quando a empresa passaria a fazer a gestão e planejamento de sua capacidade e dos materiais necessários nos diferentes horizontes de planejamento.

Higashino, 2008, p.63 corrobora escrevendo que o PCP possuindo esse maior controle sobre o

planejamento da produção, a confiabilidade do prazo de entrega aumentaria, estipulando

tempos mais precisos e possivelmente menores. Haveria ainda a possibilidade de a

OGRAMAC iniciar uma gestão de demanda através de análises históricas, podendo melhorar

sua previsão com relação à entrada de novos pedidos, como citado por Corrêa et al. (2010).

4.2.4 Requisição de matéria-prima O sistema ERP calcularia as necessidades de materiais, através das listas de itens filho contido

na Lista de Materiais, como mencionado por Correa, 2010, p.37 consultando e esperando a

autorização dos departamentos responsáveis (programador CNC por parte das matérias-

primas e almoxarifado para peças).

Toda vez que determinada quantidade de item é retirada do estoque, digita-se sua saída do

sistema e automaticamente verifica-se a quantidade restante.

A área de compras, por sua vez, obteria as requisições em tempo real, o que agilizaria a

confecção dos pedidos de compras, assim não causaria interrupções na utilização dos recursos

produtivos.

Outro benefício que viria pela implantação do sistema, seria para a área do almoxarifado, com

o controle de estoques de matéria-prima e de componentes. Assim as promessas de prazos

feitas ao cliente serão baseadas em informações firmes e confiáveis.

110

4.2.5 Sistema de Controle

Um sistema de controle no chão de fábrica produziria grandes benefícios para a empresa.

Como salientado anteriormente, Corrêa et al. (2010, p.323) citam que empresas que trabalham

sob encomenda necessitam de um MES/SFC sofisticado, ou seja, o sistema de controle do

chão de fábrica deve possibilitar o acompanhamento, controle e gerenciamento dos pedidos,

além de permitir sua rastreabilidade.

Higashino, 2008, p.65 cita Os benefícios advindos desse módulo seriam:

A comparação entre o planejado e o real, podendo-se fazer estimações mais precisas no

futuro;

O controle dos pedidos, podendo acompanhar a sua localização, monitorando-os

continuamente;

Rastreabilidade, ou seja, além de saber onde estariam os pedidos, seria possível rastrear a

matéria-prima utilizada. Assim quando houvesse um lote defeituoso, por exemplo, seria

possível saber a matéria-prima utilizada e poder-se-ia contatar o fornecedor, alertando-o para

a qualidade do material quando fosse o caso.

Assim, a partir do fornecimento das informações (sobre o estado de completamento de

determinado pedido, informações e orientações logísticas sobre níveis de estoque, serviços de

integração do sistema de suprimentos ao sistema logístico do cliente), a empresa assume para

si a responsabilidade sobre o cálculo das necessidades, gerenciamento de estoques e etc,

aumentando a sua influência sobre todos os aspectos dos sistemas produtivos aumentando seu

potencial de contribuição.

4.2.6 Área de Finanças O uso do ERP pode transformar a área de finanças, de um simples departamento

administrativo, em um grande aliado estratégico da organização. Contudo muitos detalhes no

relacionamento com os bancos devem ser bem definidos e acordados.

111

A área de finanças consegue detalhar através da confiabilidade das informações as atividades

estratégicas da empresa através da previsão de resultados.

Higashino, 2008, p.66 cita que a área de finanças, com o sistema integrado, teria maior

controle das contas a pagar e a receber, já que o sistema atualizaria a lista de contas a receber

a partir da lista de pedidos e da lista de faturamento. Com a integração com a área de

compras, as informações relativas a contas a pagar também estariam integradas com a lista de

requisições e conseqüentemente com a data de pagamento, havendo uma atualização em

tempo real das contas a pagar.

Apresentaria os recursos com um alto grau de detalhamento para a gestão da contabilidade, de

relatórios, análises, cadeia de suprimentos de finanças e tesouraria. Seus sólidos recursos de

geração de relatórios financeiros e administrativos, além de controles internos e

documentação para todos os processos e transações financeiras, asseguram os níveis mais

sofisticados de análise de negócios e de governança.

4.2.7 Engenharia

A engenharia ao relacionar-se com o PCP conseguiria a partir da emissão da ordem de

produção gerar os planos de fabricação, relacionando o produto agilizando o processo.

Portanto priorizaria aquelas ordens estrategicamente mais importantes, imprimindo os

desenhos de fabricação com maior agilidade e coerência.

4.2.8 Módulos a serem implantados Tendo em vista os benefícios do sistema para cada área e a situação atual da empresa

OGRAMAC, alguns módulos se destacam e prioritariamente seriam implantados:

Compras, Vendas e Produção.

O módulo do financeiro seria implantado no final, já que é a área que apresenta menor

urgência em relação ao ERP, por já possuir um sistema alimentado isoladamente dos demais.

112

Assim pode-se estabelecer a ordem de implantação dos módulos:

Compras

Vendas

Produção

O sistema atualmente utilizado pela empresa descrito anteriormente seria abandonado,

passando-se a utilizar somente o sistema ERP após a sua implantação. Porém essa

implantação seria feita através de fases sendo cada módulo implantado no tempo determinado

pela empresa.

Ocorreria a interrupção total ou parcial da produção do módulo escolhido assim o início da

operação do novo sistema (módulo) ERP. O desafio é fazer com que as atividades sejam

realizadas com segurança no menor tempo possível, minimizando assim o impacto sobre as

operações da empresa.

Porém, a empresa num primeiro momento solicitou a pesquisa para implantação somente do

módulo de Vendas.

1. Módulo de Vendas

O módulo será instalado em dois microcomputadores e abrange os seguintes aspectos:

Cadastro dos clientes,

Cadastro dos pedidos de venda,

Cadastro das propostas de venda,

Metas de venda,

Análise de limite de crédito/ títulos pendentes,

Controle de comissões,

Formatação de tabela de preços,

113

Segmentação de regiões e carteira de clientes,

Cadastro de NF de venda,

Cadastro de transportadora,

Deve-se gerar a emissão da nota fiscal, a partir da integração com o setor de expedição.

2. Módulo do PCP

Instalação computadores e deverá incluir:

Abastecimentos automáticos,

Aceite de materiais,

Apontamento de refugos,

Abastecimentos manuais,

Apontamentos manuais,

Liberação para expedição,

Liberação para expedição, cadastro de fabricantes,

Cadastro de materiais e produtos,

Produção de produtos acabados,

Cadastro de grupos de materiais e produtos,

Cadastro de classificação fiscal,

Cadastro de unidades de medidas

Cadastro de subgrupos de materiais e família de pedidos.

3. Módulo do Almoxarifado

114

Será utilizado em microcomputadores, um para o almoxarifado e outro para o programador,

contendo as seguintes informações:

Entrada de estoque,

Saída de estoque,

Controle de estoque,

Transferência de estoque,

Ajuste de estoque,

Locais de estoque.

4. Sistema de Controle

O sistema de controle terá:

Cadastro do tipo de usuário,

Cadastro de usuários,

Cadastro do tipo de agenda,

Cadastro de prioridades,

Cadastro de empresas,

Cadastro de departamentos,

Cadastro de tipo de contatos,

Cadastro de clientes.

As informações trafegaram pelos módulos em tempo real, ou seja, uma ordem de vendas

dispara o processo produtivo com envio da informação em múltiplas bases, do estoque de

insumos à logística do produto.

115

Figura 27 - Desenho esquemático da localização dos micro terminais. (Higashino, 2008)

Revestimento

Acabamento

116

5. Módulo de Engenharia

O módulo de engenharia será instalado em dois microcomputadores e deverá conter:

Cadastro dos usuários e seu tipo de acesso;

Cadastro dos desenhos de fabricação e suas informações;

Deve-se discutir com a empresa se a Engenharia passará a ser responsável pela elaboração dos

planos de fabricação, função que segundo a alta administração cabe a Engenharia. Assim, se

isso ocorrer, a engenharia também passará a elaborar o plano e alimentar o sistema com essas

informações.

6. Módulo de Compras

O módulo de compras será em computadores e deverá conter:

Requisições internas,

Pedidos de compra,

Análise de históricos de compras de fornecedores e produtos,

Tabela de preços de compra,

Cálculo automático de impostos,

Gerenciamento de contratos de fornecimento,

Mapa de cotações de preços,

Diferentes níveis de aprovação,

Follow up dos itens durante todo o processo de compra,

Cadastro de fornecedores,

Requisição de materiais,

117

Cotações de compras,

Pedidos de compras,

Formas de pagamentos.

7. Módulo de Finanças

O módulo deverá conter:

Aprovação do pagamento,

Controle de contratos,

Relatórios gerenciais,

Previsão de títulos,

Emissão de boletos,

Consolidação de resultados financeiros,

Planejamento orçamentário,

Contratos,

Cadastro de contas bancárias,

Cadastro dos tipos de documentos (boleto bancário, fatura, cupom fiscal)

Cadastro de elementos de classificação (impostos, encargos administrativos),

Cadastro de despesas,

Contas a pagar (listagem das duplicatas em aberto),

Cadastro de receitas,

Contas a receber,

118

Lançamentos financeiros,

Fluxo de caixa.

4.3 Modelo de Implantação

4.3.1 Etapa de Implantação

Abordagem mais freqüente é utilizar o redesenho baseado no sistema em lugar da

reengenharia. Ela é baseada na premissa que os sistemas ERP foram concebidos de forma a

suportar boas práticas, ou seja, processos de negócios melhores do que aqueles que a maioria

das empresas emprega. (COLÂNGELO, 2001, p.37).

É proposto um modelo de implantação por Lucas (1985 apud SOUZA, 2011, p.71), que

introduz o conceito de discrepância entre o pacote de software e a organização. Por

discrepância entende – se as diferenças entre a funcionalidade e os requisitos do sistema. O

pacote é considerado como solução para o atendimento de requisitos impostos pelo ambiente

da organização e pelas necessidades e expectativas dos usuários.

Essas discrepâncias podem ser tratadas mudando o pacote ou os procedimentos da

organização. Existe ainda duas outras maneiras que são a combinação de mudanças no pacote

e na organização ao mesmo tempo ou não mudar nem o pacote nem a organização, utilizando

de controles ou normas paralelas. Assim podemos considerar a etapa de implantação como

uma etapa de eliminação das discrepâncias, até que a operação possa ser iniciada com chances

de sucesso. (SOUZA; SACCOL, 2011, p.71).

De acordo com Souza; Saccol (2011, p.71):

“o processo de implantação é realizado em várias etapas de adaptação, uma para cada módulo ou grupo de módulos, que ocorrem simultânea ou sequencialmente de acordo com o definido no plano geral de implantação. Cada uma das etapas de adaptação é composta por uma série de sub-etapas que podem ocorrer simultaneamente entre si e entre sub-etapas correspondentes na adaptação de outro módulo.”.

A eliminação de discrepâncias são resolvidas basicamente de quatro maneiras: ou adapta-se o

pacote, ou adaptam-se os processos da organização, ou adaptam-se tanto o pacote como os

119

processos ou não se adapta nem o pacote nem o processo, optando-se pela convivência com a

discrepância. (SOUZA, 2011, p.71).

Souza (2011, p.71) descreve:

O processo de adaptação do sistema ERP aos processos da empresa pode ser feito por meio de parametrizações ou customizações (desenvolvimento de programas extras para complemento da função existente). O processo de desenvolvimento de customizações feitas com o objetivo de adaptar um sistema ERP estrangeiro a legislação e as práticas de negócio de determinado país é também conhecido como localização.

Algumas considerações sobre essa etapa:

É a etapa mais crítica;

A maior dificuldade encontrada é a mudança organizacional;

As responsabilidades dos gerentes devem ser claramente definidas;

Os gerentes devem ser responsáveis pelos atrasos e estouros de orçamentos;

O software será implantado de forma gradual segundo a classificação de Colângelo (2001,

p.78) sendo mais detalhadamente implantado por fases de acordo com a classificação de

Souza e Zwicker (2011, p.72), ou seja, os módulos serão implantados gradativamente, sendo

implantado um módulo por vez, seguindo a ordem estipulada anteriormente.

De acordo com a especificação dos requisitos dos módulos feita anteriormente, o sistema ERP

se ajusta ao que a OGRAMAC precisa.

Assim a etapa de implantação é considerada a mais crítica, principalmente pelo fato dela

envolver mudanças organizacionais que implicam alterações em tarefas e responsabilidades

de indivíduos e departamentos. (SOUZA, 2011, p.71).

120

Figura 28 - Modelo de implantação do sistema ERP adaptado de (Higashino, 2008) para a OGRAMAC.

4.3.2 Novos Processos Propostos

1. Processo de Pedido

Com a existência de uma única base de dados para alojar e disponibilizar a informação, o

processo do pedido poderá ser alterado e visualizado em tempo real.

A proposta de venda se transformará em um pedido eletrônico, sendo utilizado no módulo

gestão de pedidos, assim ocorrerá um geração do histórico de venda, verificando o nível do

estoque, o que não tiver no estoque será, alertado o diretor para sua aprovação, e caso seja

aprovado, requisitará a aprovação do PCP.

Assim, o processo de capacitação e vendas recebe o pedido do cliente, alerta o PCP, que ao

mesmo tempo verifica o estoque com itens filhos e pais, já alertando o processo de produção

do que for necessário, já gerando o faturamento, ocorrendo diante do cadastro completo do

cliente, aprovação do faturamento, após confirmação de venda é gerado simultaneamente a

nota fiscal emitido o boleto bancário.

121

Figura 29 - Processo de pedido.

2. Processo de Compras

A requisição de compras será feita após a cotação com os fornecedores já selecionados, assim

lança-se o pedido de compra, este será mais agilizado com a implantação do ERP, pois o

programa fará o cálculo de materiais necessários já verificando o estoque. Vale salientar que a

empresa quase não possui estoque de produtos acabados, sendo na grande maioria das vezes

produzido o pedido em sua totalidade ou peças enviadas pelos próprios clientes para receber o

tratamento.

Assim, quando o pedido for entregue na empresa ocorrerá o registro da fatura, enviada ao

módulo contas a pagar, sendo que ao mesmo tempo o produto é lançado no estoque, sendo

disparado ao PCP à entrada deste.

No caso da primeira fabricação do produto, ao qual se usa chapas, deverá ser cadastrada a

quantidade de peças finais e quantas chapas foram usadas em tal fabricação.

Tendo em vista a estrutura da empresa no caso de tratamentos em peças, caso não se tenha no

estoque, deverá ser avisado o PCP o qual gerará o tempo para produção do tratamento e

disparará o aviso ao cliente através da área de vendas.

122

COMPRAS Pedido de cotação Fornecedores Cotação1 Cotação2 Requisição de compra Cotação3 Cotações ... Controle de estoque Cotação n Armazenagem Decisão Recebimento

Fornecedores Pedido de compra NF Material

Figura 30 - Processo de Compra

3. Processo de Produção

Ocorrerá a unificação dos processos fragmentados e eliminação de redundâncias, assim

através da análise da capacidade produtiva por processo, mostrando as horas alocadas por

máquinas e a disponibilidade para a produção, assim poderá ser analisado o recurso restritivo

que esteja limitando a produção.

O processo de produção será basicamente o mesmo. Quando o PCP liberar a ordem de

fabricação, os tratamentos serão aplicados as peças assim quando o lote chegar à expedição, o

produto foi expedido, havendo a impressão da etiqueta e a liberação da emissão da nota fiscal,

que deverá ser impressa pela área de vendas.

Quando houver dois pedidos para serem feitos por um mesmo setor produtivo, no caso

máquina, pois os tratamentos são dados através destas, o operador poderá consultar o sistema

que lhe fornecerá qual a ordem de fabricação. Isso porque o PCP deverá ter indicado o lote

que tem prioridade, baseado no planejamento de capacidade e de recursos feito pelo sistema.

123

Portanto desta forma, pode-se correlacionar pedidos e ordens de fornecedores a data em que o

pedido poderá ser atendido, assim o usuário poderá acessar o pedido e analisar toda seqüência

da produção verificando assim de forma rápida os atrasos.

PCP Produção/M Ordem de Produção

Início Inspeção Rejeitos Faturamento Aceitos NF Empacotamento Formação da carga Despacho do produto Expedição Carregamento Entrega produto

Figura 31 - Processo de produção

4. Processo de gestão de pessoas

Ocorrerá a redução de custos por meio da redução da mão de obra e de horas extras,

racionalização dos recursos e melhoria do nível técnico dos funcionários em informática.

4.3.3 A Equipe do Projeto

A equipe de projeto deverá ser escolhida pela alta direção da empresa. No entanto,

recomenda-se que além do representante da alta administração, também sejam escolhidos

124

usuários-chaves de cada área/departamento, que deverão fazer parte do planejamento e

implantação do projeto. (SOUZA e SACCOL, 2011).

Assim descrito por Colângelo, (2001, p.83):

É ideal que os integrantes das equipes sejam os melhores funcionários da empresa, que devem dedicar-se ao projeto em tempo integral. Envolvimentos parciais trazem o risco de desconcentração, ou seja, dedicação a outras tarefas do dia-a-dia que parecem ser mais importantes, o que acaba por prejudicar o projeto.

Os usuários chaves são selecionados por possuírem conhecimento consolidado dos processos

e serem pessoas de destaque em suas respectivas áreas.

Os usuários-chaves facilitarão a implantação na medida em que detém os conhecimentos das

informações que serão inseridas no sistema, além de conhecer profundamente os processos da

OGRAMAC. Há ainda o fato de estas pessoas serem referência em seus departamentos,

podendo reduzir a turbulência e resistências em relação ao projeto, como cita Aladwani

(2001).

Colângelo, 2001, p.83 afirma que:

Nem sempre é fácil formar as equipes funcionais, em função das dificuldades para encontrar na organização indivíduos com características necessárias, tirá-los de seus trabalhos do dia-a-dia e trazê-los para o projeto. Também é possível que eles tenham resistência a participar do projeto, pois pode haver incerteza quanto ao futuro da organização. Definir no início da implantação o tratamento que será dado aos integrantes da equipe do projeto após a conclusão pode facilitar a formação da equipe. Na definição, é importante considerar que a equipe do projeto será um recurso extremamente valioso após o sistema entrar em produção, em função de seus conhecimentos críticos para o negócio.

Esses usuários-chaves participarão ativamente do desenvolvimento de telas e interfaces do

sistema e deverão também ajudar nos treinamentos dos demais funcionários.

Um problema enfrentado pela OGRAMAC assim como descrito por André Higashino, é que a

designação desses usuários-chaves para o projeto poderá afetar o funcionamento da

organização. Como não há substitutos para os usuários-chaves, a dedicação total destes ao

projeto poderá levar a organização a ter problemas em suas operações cotidianas, já que esta

não tem quem realize tais atividades durante este período.

Assim o mais sensato é que esses usuários-chave se dediquem ao projeto, porém não

integralmente, exigindo um esforço e atenção ainda maior para que a organização não perca o

foco na implantação do sistema. (HIGASHINO, 2008, p.77).

125

Como foi mencionado anteriormente, a empresa OGRAMAC possui certificação ISO 9001,

assim, a empresa segue uma política de qualidade que deve ser considerada na implantação do

ERP.

Assim a equipe deverá ser composta por: Representante da Alta Administração - Gerente do

Projeto, representante da área de Vendas e Capacitação; representante da área de PCP;

representante da área do Engenharia, representante da área de Suprimentos; representante da

área Financeira; representante da Engenharia; representante da área de Qualidade,

representante da área de Manufatura, representante da área de gestão de Recursos e de

Processos.

Juntamente com eles deve haver o a Consultoria, completando o time.

São de extrema importância, o apoio e o comprometimento da alta administração durante todo

o projeto. Como citado anteriormente, Bergamaschi e Reinhard (2003), em sua pesquisa,

verificaram que, missão clara e definida e o apoio da alta administração são fatores críticos

para o sucesso de implantação de sistemas ERPs. (HIGASHINO, 2008, p.80).

A OGRAMAC tem clara idéia do que pretende com a implantação do ERP: (HIGASHINO,

2008, p.80)

diminuir o tempo e aumentar a confiabilidade dos prazos de entrega, isso por que na atual

visão da alta administração, perde-se muito tempo com o fluxo de informações entre

departamentos que são muito formalizados e não informatizados.

Com a implantação do ERP, tais problemas deverão ser solucionados.

No entanto, a alta administração tem que demonstrar que o projeto é realmente importante

para a empresa, apoiando-o e disseminando seus benefícios, ao mesmo tempo em que deve

transformar as pessoas da equipe de projeto em fervorosos apoiadores do mesmo, facilitando

sua aceitação em toda a organização. (HIGASHINO, 2008, p.80).

4.3.4 Treinamentos

126

Propõem-se para cada módulo uma carga horária de 30 horas de treinamento, conforme

descrito nos sites de empresas que vendem o sistema, podendo ser este valor de horas

modificados conforme a necessidade da empresa.

Nesta fase de treinamentos dos usuários chaves eles recebem um treinamento mais

aprofundado do sistema, para posteriormente repassarem aos usuários finais, eles que treinam

os novos colegas, definem padronização, desenvolvimento e configurações do sistema.

É muito importante que ele seja o mais simples possível e abranja todo o processo

corretamente para que o entendimento e o tempo gasto sejam eficientes e pequenos. Além

disso, os treinamentos devem ser usuais, ou seja, devem ser realizados com uma linguagem

familiar ao usuário e não uma linguagem técnica que possa criar medo e confusão entre os

mesmos. (ARMELIN et al, p.11)

O treinamento de usuários finais é uma tarefa fundamental e demorada, principalmente devido

ao grande número de pessoas que deverão ser treinadas, devendo, portanto, ser considerada

desde o início do projeto.

Assim descrito por Colângelo, 2001, p.123:

O treinamento de usuários finais é conduzido por integrantes da equipe do projeto ou por “multiplicadores” – indivíduos que recebem o treinamento antecipadamente e serão responsáveis pelo treinamento de seus colegas de trabalho. Outra possibilidade é utilizar instrutores profissionais ou consultores para conduzir o treinamento.

O planejamento das pessoas a serem treinadas, o local onde será realizado o treinamento, a

preparação do material a ser utilizado, a definição dos instrutores (que, em muitos casos,

consiste na própria equipe de implantação da empresa) e as datas de realização dos

treinamentos são fatores que devem ser tratados com bastante antecedência. (HYPÓLITO,

2000).

Os gastos com treinamento são considerados altos pelo fato de que os funcionários não

estarão aprendendo mais uma nova interface de software e sim um novo conjunto de

processos, tendo que assumir responsabilidades diferentes das que eles estavam acostumados

a conviver antes da implantação do ERP.

Devido a este fato, o tempo de treinamento é mais elevado do que um treinamento comum de

um software.

127

4.3.5 Cronograma do Projeto

Assim deixo aqui um cronograma para caso a empresa em estudo tenha interesse em

implantar um sistema ERP, como mencionado, a ordem de implantação é a apresentada

abaixo, conforme pedido da empresa:

Compras

Capacitação e Vendas

PCP

A implantação de todos esses módulos deverá ser feita em aproximadamente dois anos,

podendo ser iniciada após a instalação da infra estrutura tecnológica necessária.

A implantação dos módulos de Engenharia, PCP, e Compras deverão ter a prioridade, o

módulo de Venda será implantado posteriormente juntamente como financeiro.

A informatização do chão de fábrica deverá ser feita cautelosamente para não influir, ou

influir minimamente no andamento da fábrica, já que a empresa trabalha com operários pouco

qualificados na área de informática.

Antes de começar a implantação do projeto, a equipe deverá especificar conjuntamente todas

as informações necessárias, aproveitando para redefinir ou mudar estas informações, etapas e

processos, já que, como citado por Burlton (2001), há etapas que apesar de continuar

existindo não fazem mais sentido para a empresa.

128

ANO

ID

Nome da Tarefa

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Mês 4

Mês 5

Mês 6

Mês 7

Mês 8

Mês 9

Mês 10

Mês 11

Mês 12

1 Escolha da solução

2 Implantação do ERP

3 Desenho da solução

4 Modulo Vendas

5 Modulo Compras

6 Módulo PCP

7 Treinamento gerencial

8 Treinamento Usuários finais

Figura 32 - Cronograma de implantação

129

4.4 Análise

Neste capítulo a autora procura elencar os fatores críticos de sucesso nas grandes e pequenas

empresas, analisando esses dados entre si.

Pastor e Esteves (2000) apud Alvarenga (2003, p.50-54) organizam os FCSs listados na

literatura e determinam a similaridade e os padrões de semelhança entre eles. Classificam os

fatores críticos de sucesso em quatro perspectivas:

Perspectiva organizacional: é relativa aos conceitos organizacionais, como cultura e estrutura

organizacional, processos e negócios;

Perspectiva tecnológica: foca os aspectos relacionados com o produto ERP em consideração e

outros aspectos técnicos, tais como necessidades de software e hardware;

Perspectiva estratégica: está relacionada com as principais competências que conduzem a

missão da empresa e os objetivos a longo prazo;

Perspectiva tática: afeta as atividades de negócios com objetivos a curto prazo.

Perspectiva organizacional: fatores críticos estratégicos

Alavarenga, 2003, p.50-55 aponta:

Contínuo suporte gerencial: isto é importante tanto na alta cúpula como no nível médio

gerencial durante a implantação em termos de seu próprio envolvimento e a vontade para

alocar valiosos recursos organizacionais. Suporte gerencial é importante para atingir as metas

de projeto; objetivos e o alinhamento destes com as metas estratégicas de negócios.

(SUMNER, 1999).

Efetiva mudança gerencial organizacional: refere-se ao corpo técnico, que é usado para

assegurar esta mudança complexa associada com o grande e novo sistema de informações,

obter os resultados certos, no tempo certo, nos custos projetados. A abordagem da mudança

gerencial tentará assegurar a aceitação e disponibilidade do novo sistema, permitindo à

organização obter benefícios no seu uso. Também aborda a confiança e a própria integração

de pessoas, processos e tecnologia.

130

Time de projeto adequado: o projeto ERP, tipicamente, exige uma combinação de negócios,

informação, tecnologia de informação, fornecedor e consultoria de suporte. A estrutura do

time de projeto tem um forte impacto no processo de implantação.

Bom gerenciamento do escopo do projeto: este fator é relativo no que diz respeito às

preocupações com as clarificações das metas de projeto e sua correspondência com a missão e

objetivos da organização. Isto inclui a definição do escopo e controle subseqüente do escopo.

Alguns componentes deste fator são: Escopo dos processos de negócios, unidades de negócios

envolvidos, funcionalidade implementada do ERP e tecnologia para ser trocada, atualizada e

integrada e a troca de dados.

Reengenharia do processo de negócios: este está relacionado com o alinhamento entre o

processo de negócios e o modelo de negócios e as melhores práticas relacionadas. Este

processo vai permitir a melhoria da funcionalidade do software de acordo com as

necessidades da organização.

Papel adequado do líder do projeto: a razão principal porque esta pessoa é considerada o

centro para o sucesso da implantação do sistema é porque esta pessoa tem qualidades que são

críticas para conduzir à mudança organizacional. O papel do líder do projeto é muito

importante para fazer o marketing do projeto na organização (SUMNER, 1999).

Confiança entre parceiros: durante a fase de implantação existem diferentes parceiros

envolvidos, tais como consultores, softwares e hardwares e fabricantes de hardwares. Uma

adequada parceria entre eles assegura a conquista dos objetivos definidos.

Participação e envolvimento do usuário: participação do usuário refere-se ao comportamento

e atividades que os usuários realizam no processo de implantação e desenvolvimento do

usuário refere-se ao estado psicológico do indivíduo e define a preocupação do sistema para o

usuário. Os requisitos dos usuários atingindo a qualidade do sistema, uso e aceitação.

Perspectiva organizacional: fatores críticos táticos

Consultores e equipe dedicada: usualmente, em muitos casos, o time dedicado ao projeto de

implantação tem outras atividades. É importante assegurar que a equipe acredite no sucesso

do projeto. Consultores deveriam ser envolvidos de modo a ajudar o processo de implantação

131

enquanto também dividem suas habilidades e conhecimentos com o time envolvido. Este fator

também é relativo com o recrutamento e motivação do time e dos consultores.

Uso apropriado de consultores: determinar o número, como e quando usar apropriadamente

consultoria externa para as necessidades do sistema ERP. O uso de consultores externos

dependerá do conhecimento interno que a organização tem no momento.

Capacitar tomadores de decisão: membros do time de projeto devem ser capacitados para

tomar decisões rápidas para reduzir atrasos na implantação relacionadas a tomadas de decisão

lentas. Tem sido observado que deveria se atentar para tomar decisões tão rápido quanto se

possa, pois mesmo pequenos atrasos podem ter um impacto no projeto, a longo prazo.

Treinamento adequado: o plano de treinamento deveria levar em consideração usuários finais

e técnicos, e seus escopos dependerão do tipo de abordagem de implantação escolhido.

A abordagem de treinamento dependerá do tipo de estratégia de implantação definida.

Algumas organizações utilizam um treinamento com técnicos internos; outras preferem

utilizar consultores.

Forte comunicação interna e externa: a comunicação deveria se dar de duas maneiras:

internamente, para o time de projeto, e externamente, para a organização inteira. Isto não

significa somente partilhar informações entre o time, mas também comunicação com a

organização inteira, os resultados e as metas em cada estágio de implantação.

Formalizar plano e cronograma de projeto: isto implica em ter um plano/cronograma bem

definido de todas as atividades, com uma apropriada alocação de orçamento e recursos para

estas atividades. Evidências mostram que a maioria dos projetos falha ao finalizar as

atividades no tempo previsto e dentro do orçamento previsto. Para assegurar o cumprimento

do projeto de acordo com o plano/cronograma, um monitoramento e controle do tempo e

custos deveriam ser feitos.

Diagnóstico preventivo de problemas: este fator é relativo ao problema e risco das áreas

existentes em cada implantação. Mecanismos de detecção de problemas deveriam ser

incluídos no plano de implantação. Dois importantes aspectos são a adaptação e transferência

dos dados antigos e o momento do go live (início do sistema). Esforços e tempo envolvidos na

transferência dos dados do sistema em uso não deveriam ser subestimados.

132

Perspectiva tecnológica: fatores críticos estratégicos

Evitar customização: é preferível canalizar esforços para que se proporcione à organização

obter processos e opções construídos no próprio ERP, a procurar modificar o ERP para

encaixar os negócios da empresa. Deste modo, é recomendado que a customização possa ser

aderida às especificações padronizadas que o software suporta (SUMNER, 1999).

Neste sentido, uma boa visão de negócios é muito útil, pois reduz os esforços de se obter a

máxima funcionalidade do modelo de negócios do ERP, minimizando, assim, o esforço de

customização.

Estratégia adequada para implantação do ERP: inclui as decisões gerenciais, relativas de

como o software é implementado. Existem diferentes abordagens para a implantação do ERP,

desde abordagens por fases definidas, até as relâmpago. Enquanto a primeira proporciona

utilizável funcionalidade incremental mente, a segunda oferece funcionalidade de uma só vez

na implantação. As vantagens e desvantagens das duas extremas abordagens deveriam ser

medidas, especialmente, ao nível de funcionalidade.

Versão adequada do ERP: uma organização necessita determinar qual será a versão do ERP a

ser implantada. Freqüentes upgrades podem causar problemas. É particularmente relevante,

quando a organização tem que esperar por uma futura liberação que inclui a funcionalidade

requerida.

Perspectiva tecnológica: fatores críticos táticos

Configuração do software: configuração envolve adaptação da funcionalidade genérica do

pacote para as necessidades de uma organização particular. Também é necessário configurar a

interface de acordo com as necessidades dos usuários. Atualmente, existem algumas

ferramentas que podem ajudar em todas estas tarefas. Antes do go live, todos estes processos e

adaptações devem ser validados.

Sistema legado: os sistemas legados são os sistemas de informações que suportam os

processos de negócios existentes nas organizações, estrutura organizacional, cultura e

tecnologia de informação. Eles são bons recursos de informações para a implantação do ERP.

Outro aspecto é decidir qual sistema legado será substituído e a necessidade de interface com

o sistema legado que o ERP não pode substituir adequadamente.

133

Esteves e Pastor (2000) apud Alvarenga, 2003, p.56 enfatizam os seguintes pontos sobre os

FCSs:

Muitos dos fatores críticos citados podem ser considerados clássicos uma vez que não são

específicos para a implantação do ERP;

Dois fatores são relevantes entre os autores: suporte gerencial e mudança organizacional;

Quadro Fatores críticos de sucesso e autores. Fatores Críticos de Sucesso Autores

1 Apoio e comprometimento contínuo da alta gerência

Esteves e Pastor (2000); Moraes e Laurindo (2003); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004); Stackpole (2006).

2 Gerenciamento efetivo da mudança ao longo do projeto (Preparação das pessoas para a mudança).

Esteves e Pastor (2000); Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004); Stackpole (2006).

3 Composição adequada do time do projeto.

Esteves e Pastor (2000); Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006); Moraes e Laurindo (2003); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004); Stackpole (2006).

4 Documentação da visão do projeto (Planejamento, escopo, objetivos, organização, papéis e responsabilidades).

Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006).

5 Bom gerenciamento do escopo do projeto (Comitê diretor para avaliar mudanças).

Esteves e Pastor (2000); Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006); Moraes e Laurindo (2003); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004).

6 Abrangente reengenharia do negócio. Esteves e Pastor (2000); Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006).

7 Adequado papel do líder do projeto. Esteves e Pastor (2000); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004); Stackpole (2006).

8 Desenvolvimento do projeto baseado em milestones (Questões comerciais com parceiros atreladas ao cumprimento de etapas).

Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006).

134

9 Participação e comprometimento do usuário.

Esteves e Pastor (2000); Moraes e Laurindo (2003); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004).

10 Parceiros com conhecimento e experiência

Stackpole (2006).

11 Tomadores de decisão capacitados e autorizados (Agilidade nas decisões).

Esteves e Pastor (2000); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004); Stackpole (2006).

12 Adequado programa de treinamento (Equipe projeto, equipe suporte e usuários).

Esteves e Pastor (2000); Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006); Moraes e Laurindo (2003); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004).

13 Customizações mínimas. Esteves e Pastor (2000); Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004).

14 Adequada estratégia de implementação do projeto (Entrada em operação, suporte).

Esteves e Pastor (2000); Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006).

15 Conhecimento do software. Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004). 16 Testes de aceitação do software.

Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004).

17 Adequada versão do software. Esteves e Pastor (2000); Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006).

18 Adequado conhecimento dos sistemas legados (Migração dos dados).

Esteves e Pastor (2000); Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006); Moraes e Laurindo (2003); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004).

19 Adequada configuração do software. Esteves e Pastor (2000).

20 Tamanho e complexidade do projeto. Moraes e Laurindo (2003).

21 Arquitetura técnica/performance inadequados.

Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004).

22 Forte comunicação interna e externa ao projeto.

Esteves e Pastor (2000).

23 Bugs do software. Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004).

24 Equipe do projeto motivada. Esteves e Pastor (2000); Moraes e Laurindo (2003); Gambôa, Caputo e Bresciani Filho (2004).

135

25 Consenso em buscar o resultado bom o suficiente ao invés do resultado melhor disponível (Por vezes inalcançável).

Stackpole (2006).

26 Infra-estrutura e instalações para o projeto (Salas, computadores, redes).

Tondaladinne, Gurram e Bachala (2006); Moraes e Laurindo (2003).

27 Confiança entre parceiros do projeto. Esteves e Pastor (2000).

28 Utilização apropriada dos consultores Como, quando, quantos).

Esteves e Pastor (2000).

Tabela 3 - Tabela retirada de Alvarenga, p. 56, 2003.

Portanto de acordo com a literatura a autora elabora alguns fatores críticos de sucesso

presentes nas grandes empresas.

Comprometimento e suporte da alta direção

Equipe qualificada do projeto

Acuracidade das informações

Cooperação interdepartamental

Clareza dos objetivos e metas

Comunicação

Seleção cuidadosa dos pacotes

Análise e conversão de dados

Amplo treinamento e educação

Gestão da mudança

Treinamento dos usuários

Reengenharia dos processos de negócio

136

Rígido controle do escopo

Foco na avaliação do desempenho

Equipe de Tecnologia de informação

Reorganização da empresa

Implantação em múltiplas áreas

Hardware e softwares

Consultoria

As grandes empresas procuram os sistemas ERP devido a frustrações com sistemas

incompatíveis, departamentos de tecnologia de informação desabilitados a prover integrações

entre estes sistemas e outros, o que influenciam diretamente na obtenção de maior

competitividade.

Os ERPs são considerados atraentes, pois surgiram com a promessa de resolver problemas de

integração, disponibilidade e confiabilidade das informações ao incorporar em um único

sistema as funcionalidades que suportam diversos processos de negócio em uma empresa

Oliveira, 2002 apud PADILHA et al, 2005).

No corpo do trabalho no capítulo referencial teórico encontram-se detalhadamente os fatores

críticos de sucesso em grandes empresas.

Mendes e Escrivão (2011, p.246- 248) elencam alguns fatores críticos de sucesso para as

pequenas empresas:

Alinhamento entre o software, cultura e objetivos de negócio. (Expectativas de mudança,

comprometimento, compreender a mudança);

Alinhar as particularidades da empresa com o fornecedor da solução;

Experiência dos usuários com o sistema e conhecimento prévio sobre as discrepâncias entre o

sistema e a empresa;

Comprometimento da alta administração;

137

Envolvimento das áreas usuárias e de tecnologia;

Determinar os objetivos a serem alcançados;

Avaliar os processos que devem ser modificados, modernizados ou mantidos;

Profissionais envolvidos;

Segundo Mendes e Escrivão (2011, p.262) os principais fatores que induzem as pequenas

empresas a utilizarem sistemas ERP podem ser sintetizados por: permitir que todas as áreas

trabalhem com um único sistema, integrado, de fácil manuseio; garantir a integridade e a

confiabilidade nas informações armazenadas, o que facilita as atividades de controle sobre as

operações da empresa.

Diante do levantamento realizado a autora elenca 15 FCSs e realiza uma tabela comparativa

entre fatores críticos de sucesso presentes em grandes, pequenas e na empresa de estudo

OGRAMAC.

138

Fatores críticos de sucesso

Empresa de grande porte

Empresa de pequeno porte

OGRAMAC

1 Comprometimento e suporte da alta direção

presente presente presente

2 Equipe qualificada do projeto

presente presente presente

3 Forte comunicação interna e externa ao projeto.

presente presente presente

4 Equipe de Tecnologia de informação

presente presente ausente

5 Infra- estrutura e instalações para o projeto

presente presente ausente

6 Consultoria presente presente ausente 7 Reengenharia dos processos de negócio

presente presente presente

8 Implantação em múltiplas áreas

presente ausente ausente

9 Treinamento dos usuários

presente presente presente

10 Gestão da mudança

presente presente presente

11 Missão clara e definida

presente presente presente

12 Consenso em buscar o resultado bom o suficiente ao invés do resultado melhor disponível

presente presente ausente

13 Customizações mínimas.

presente ausente ausente

14 Comunicação presente presente presente

15 Confiança entre parceiros do projeto

presente presente presente

Tabela 4 - Tabela comparativa para FCSs

Dos quinze fatores críticos de sucesso elencados as pequenas empresas possuem treze deles,

ou seja 86,6666...% dos fatores críticos estão presentes nas pequenas empresas, já na análise

da empresa OGRAMAC com relação as gr

críticos de sucesso e com relação as pequenas dos treze presentes ela possui nove ou seja

69,23%.

Assim Mendes e Escrivão (2011, p.260) apontam que quando confrontada a realidade

empresarial com a teoria, ve

empresa e não o contrário, na prática a situação não é bem assim. A adequação do sistema as

particularidades da empresa tem um custo, em geral alto, porque envolve a contratação de

muitas horas de consultores especializados para as modificações necessárias. As PMEs não

têm recursos suficientes para arcar com esse custo e se ad

Em suma, a utilização dos fatores críticos de sucesso é bastante evidente na atualidade, mas a

medida destes fatores, na prática, tais como indicadores de performance para avaliar o sucesso

na implantação do sistema ERP, é ainda bastante subjetivas. Isto porque partes destes fatores

lidam com variáveis subjetivas, tais como comunicação, suporte gerencial e muda

organizacional que são difíceis de mensurar. (

0

2

4

6

8

10

12

Dos quinze fatores críticos de sucesso elencados as pequenas empresas possuem treze deles,

ou seja 86,6666...% dos fatores críticos estão presentes nas pequenas empresas, já na análise

com relação as grandes empresas ela possui 53,333...% dos fatores

críticos de sucesso e com relação as pequenas dos treze presentes ela possui nove ou seja

Assim Mendes e Escrivão (2011, p.260) apontam que quando confrontada a realidade

empresarial com a teoria, verifica-se que embora na teoria o sistema deve adequar

empresa e não o contrário, na prática a situação não é bem assim. A adequação do sistema as

particularidades da empresa tem um custo, em geral alto, porque envolve a contratação de

consultores especializados para as modificações necessárias. As PMEs não

têm recursos suficientes para arcar com esse custo e se adéquam ao sistema.

Em suma, a utilização dos fatores críticos de sucesso é bastante evidente na atualidade, mas a

s fatores, na prática, tais como indicadores de performance para avaliar o sucesso

na implantação do sistema ERP, é ainda bastante subjetivas. Isto porque partes destes fatores

lidam com variáveis subjetivas, tais como comunicação, suporte gerencial e muda

organizacional que são difíceis de mensurar. (ALVARENGA, 2003, p.48).

Gráfico Comparativo

139

Dos quinze fatores críticos de sucesso elencados as pequenas empresas possuem treze deles,

ou seja 86,6666...% dos fatores críticos estão presentes nas pequenas empresas, já na análise

andes empresas ela possui 53,333...% dos fatores

críticos de sucesso e com relação as pequenas dos treze presentes ela possui nove ou seja

Assim Mendes e Escrivão (2011, p.260) apontam que quando confrontada a realidade

se que embora na teoria o sistema deve adequar-se à

empresa e não o contrário, na prática a situação não é bem assim. A adequação do sistema as

particularidades da empresa tem um custo, em geral alto, porque envolve a contratação de

consultores especializados para as modificações necessárias. As PMEs não

quam ao sistema.

Em suma, a utilização dos fatores críticos de sucesso é bastante evidente na atualidade, mas a

s fatores, na prática, tais como indicadores de performance para avaliar o sucesso

na implantação do sistema ERP, é ainda bastante subjetivas. Isto porque partes destes fatores

lidam com variáveis subjetivas, tais como comunicação, suporte gerencial e mudança

2003, p.48).

E.G.P

E.P.P

OGRAMAC

140

Fica bastante claro que embora os FCSs sejam bastantes subjetivos e de certa forma de difícil

mensuração, sempre existem os fatores determinantes e imprescindíveis para o sucesso da

implantação. (ALVARENGA, 2003, p.49).

As grandes empresas apontam que os benefícios iniciam-se a partir do momento em que as

operações começam a obter sucesso, através da diminuição das atividades realizadas

anteriormente, pela eliminação de controle paralelos ao sistema, pela informação em tempo

real proporcionando uma tomada de decisão baseada em dados confiáveis que traduzem a

realidade da empresa no momento, na melhoria dos processos, na redução de custos

operacionais e otimização da utilização de recursos. Apontam como principais dificuldades a

mudança organizacional, resistência ao novo sistema, incerteza do futuro, ansiedade e

mudança na estrutura organizacional.

Assim como todo projeto, uma implantação também aponta riscos, sendo descrito nas grandes

empresas os seguintes:

Instabilidade financeira devido ao alto custo da implantação;

Alteração dos processos, produtos e administrativos da organização;

Impacto na rotina de trabalho dos funcionários;

Resistência à implantação;

Desmotivação;

Dificuldade de integrar o ERP com os outros sistemas legados da empresa;

A solução ERP ser complexa para a organização.

Diante da análise realizada a autora corrobora com a conclusão a seguir.

141

5 Considerações finais

5.1 Conclusões

O objetivo do trabalho que é a identificação dos fatores críticos de sucesso como pré-

requisitos para uma implantação de sucesso de sistema ERP em pequenas empresas, baseado

no estudo de caso da empresa OGRAMAC.

O trabalho de campo pode perceber o sucesso da implantação mediante a verificação e

apontamentos dos fatores críticos de sucesso usualmente destacados pela experiência e

literatura baseados nas grandes empresas e foi possível identificar os FCSs mais importantes

para a implantação do sistema ERP.

As perguntas de pesquisa puderam ser respondidas conforme segue:

Qual a relevância dos fatores críticos de sucesso para implantação de sistemas ERP?

A empresa que não mapeia os seus fatores críticos de sucesso encontram dificuldades no

transcorrer do projeto de implantação de sistema ERP.

Quais são os pré-requisitos?

Consideramos os pré – requisitos ou fatores críticos de sucesso as varáveis que influenciam

diretamente na implantação do sistema ERP, assim elencamos 15 variáveis:

comprometimento e suporte da alta direção, equipe qualificada do projeto, forte comunicação

interna e externa ao projeto, reengenharia dos processos de negócios, treinamento dos

usuários, gestão da mudança, missão clara e definida, comunicação entre parceiros do projeto,

equipe de TI, infra estrutura e instalações para o projeto, consultoria, implantação em

múltiplas áreas, consenso em buscar o resultado bom o suficiente ao invés do resultado

melhor disponível e customizações mínimas.

Se os requisitos para grandes e médias empresas se adéquam para pequena empresa.

Sim na literatura são basicamente os mesmos.

Existem diferenças entre os FCSs das grandes e pequenas empresas?

142

Não as variáveis são as mesmas a diferença é que as grandes empresas apresentam mais

variáveis o que a deixa mais perto do sucesso.

Identificar o que seria bom a empresa em estudo ter para alcançar o sucesso.

A empresa em estudo durante a análise dos quinze fatores críticos do sucesso não apresentou

algumas variáveis como: equipe de TI, infra estrutura e instalações para o projeto, consultoria,

implantação em múltiplas áreas, consenso em buscar o bom o suficiente ao invés do resultado

melhor disponível. Algumas dessas variáveis levam ao sucesso; a Ogramac necessita delas.

Antes de iniciar o projeto ela precisará ter em seu corpo de funcionários alguém de TI não

precisa ser uma equipe mais uma pessoa que saiba dar suporte aos computadores e pessoas, a

consultoria é imprescindível para aconselhar e encaminhar, e sempre buscar o melhor e não o

disponível. Se tiver em mente isso e seguir os passos e as variáveis que ela já tem o sucesso é

garantido através da literatura.

As pequenas empresas possuem os mesmos fatores críticos que as grandes empresas?

No geral os requisitos necessários às grandes ou pequenas empresas são os mesmos, o que

difere é o grau de comprometimento das empresas em relação a cada um deles, que no caso,

devido as grandes empresas estarem mais estruturadas no mercado, portanto mais lucrativas,

estas apresentam maior comprometimento e disponibilidades com relação a estes.

As pequenas empresas encontram-se viáveis a uma implantação bem sucedida?

Encontram-se viáveis a uma implantação bem sucedida, valendo ressaltar que os pontos

chaves devem ser devidamente explorados durante o processo.

A conclusão final é que existem requisitos que são mais (apoio e comprometimento gerencial,

mudança organizacional, envolvimento da equipe, consultores dedicados e capacitados,

treinamento adequado, comunicação e missão clara e definida) ou menos ( implantação em

múltiplas áreas, hardware e softwares sofisticados e equipe de TI) importantes que outros;

assim a recomendação é que a empresa leve em conta todos os fatores críticos de sucesso

citados. Porém, é importante ressaltar que alguns FCSs são fundamentais e não podem deixar

143

de serem considerados, tais como: suporte gerencial contínuo, mudança organizacional, time

do projeto adequado, participação e envolvimento do usuário, consultores dedicados e uso

apropriado destes, treinamento adequado.

Existem evidências no estudo de caso que alguns aspectos como customizações mínimas e

teste de aceitação do software não são requisitos para o sucesso na implantação dos sistemas

ERP, porém para que se obtenha sucesso é fundamental que exista coerência entre o que as

pequenas empresas apresentam com relação às grandes.

Sugere-se como recomendação futuras pesquisas nesta área para aprofundar a verificação dos

fatores críticos de sucesso em cada etapa de implantação do sistema ERP, elencando os

fatores críticos de sucesso nas seguintes etapas: decisão e seleção, implementação e

utilização, assim poderá comparar em cada fase da implantação os FCS importantes e

fundamentais em grandes e pequenas empresas por fases, porém segundo Know e Zmud

(1987 MENDES e ESCRIVÃO 2003, p.108) avalia a implantação em seis fases: iniciação,

adoção, adaptação, aceitação, uso e incorporação, assim para cada etapa existe fatores chaves

sendo importante mapeá-los e trabalhá-los para o sucesso da implantação.

5.2 Limitações da pesquisa

Durante a pesquisa bibliográfica não foi possível mapear os aspectos culturais das grandes e

pequenas empresas e, portanto, não foram considerados no estudo. Entretanto, sugere-se sua

inserção em uma continuidade da pesquisa.

144

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151

7 Anexos

Figura 33 - Fluxo de informação de venda

152

Figura 34 - Fluxo de informação da manutenção.

153

8 Apêndice Questionário de pesquisa de acordo com o modelo proposto por Lima; Pires; Torres;

Pelka et al. Identificação Localização Questionário

1- Qual o número de funcionários da empresa? 2- Setor da empresa

( ) indústria ( ) comércio/serviços

3- Existe na empresa setor de Tecnologia da Informação? ( ) sim ( ) não

4- Em caso afirmativo, qual é o nível de instrução do profissional mais qualificado? ( ) 2º grau ( ) 3° grau completo ( ) pós graduação

5- Identifique todos os processos de negócios suportados pela sua empresa. ( ) vendas ( ) Produção ( ) compras ( ) Contratos ( ) estoques ( ) Gestão de projetos ( ) financeiro/contas ( ) folha de pagamento ( ) contabilidade ( ) RH ( ) livros fiscais ( ) Patrimônio ( ) Nota fiscal eletrônica

6- Que razões levam a empresa a querer adquirir um software de ERP? (Marque quantas forem necessárias). ( ) integração dos processos e informações ( ) Pressões dos clientes ( ) Seguir tendências de mercado ( ) Impulso ( ) Falta de produtividade e eficiência ( ) Perda de clientes

7- A empresa preparou alguma equipe interna para avaliar a melhor solução? ( ) sim ( ) não

8- A empresa terceirizará o processo para avaliar a melhor solução? ( ) sim ( ) não

9- Foi estipulado um prazo para conclusão do processo de escolha do software ERP? ( ) sim ( ) não

10- Foi estipulado um limite financeiro para a compra do software ERP? ( ) sim ( ) não

11- Ordene por prioridade (1 – mais alta e 10- mais baixa) os critérios intangíveis que serão considerados na seleção do software ( ) produtividade ou decisões rápidas e melhores ou bom uso da automação.

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( ) qualidade adquirida coma padronização dos processos. ( ) flexibilidade. ( ) satisfação dos clientes, acionistas e funcionários atingidas graças à funcionalidade e aderências do negócio. ( ) arquitetura técnica da solução ou sistema de TI. ( ) serviço e suporte prestado pelos fornecedores. ( ) imagem da empresa. ( ) integração. ( ) atendimento às regulamentações. ( leis)

12- Ordene por prioridade (1 – mais alta e 10- mais baixa) os critérios tangíveis que serão considerados na seleção do software ( ) perdas financeiras e custos financeiros. ( ) receita(aumento). ( ) (margem de) lucro. ( ) retorno do investimento e/ou valor presente líquido. ( ) período de retorno ou taxa interna de retorno. ( ) fatia de mercado. ( ) quantidade de pessoas afetadas por falhas da solução/ sistema de TI. ( ) tempo de reparo.

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Palestra Treinamento Funcionários OGRAMAC

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Área de PCP

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Área PCP

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Área de PCP

161

Área de PCP

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Produtos não conformidade, retornam ao PCP

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Área de matéria prima

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Área de desenhos de fabricação

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Certificado