praticas sanitarias para bovinos...

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ISSN 0100-9915· ~ N_o_v_8m __br_o_.1_9_8_3 __ PRATICAS SANITARIAS PARA BOVINOS DE LEITE NO ESTADO DO ACRE· (õ) EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA - EMBRAPA . Vinculada ao Ministério da Agricultura O) Unidade do E.o",,1Io do Pesquisa de Ãrnbito Estadual de R;o Branco UEPAE Rio Branco

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ISSN 0100-9915·

~ N_o_v_8m__br_o_.1_9_8_3__

PRATICAS SANITARIAS PARABOVINOS DE LEITE NO ESTADO DO ACRE·

(õ) EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA - EMBRAPA. Vinculada ao Ministério da AgriculturaO) Unidade do E.o",,1Io do Pesquisa de Ãrnbito Estadual de R;o Branco

UEPAE Rio Branco

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CIRCULAR TECNICA N9 9 ISSN 0100-9915Novembro 1983

PRÃTICAS SANITÁRIAS PARABOVINOS DE LEITE NO ESTADO DO ACRE

Arlindo LU1Z da CostaMêd. Veto M.Sc., Pesquisadorda EMBRAPAUEPAE Rio Branco, AC

~

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuâria-EMBRAPA

~

Vinculada ao Ministério da Agricultura~ Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual

de Rio Brando - UEPAE Rio BrancoRio Branco - AC

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Exemplares desta publicação podem ser solicitadosà EMBRAPA-UEPAE Rio BrancóRua Sergipe 216, 19 AndarCaixa Postal 39269900 - Rio Branco, AC

ou

EMBRAPADepartamento de Difusão de TecnologiaEd. Venâncio 2000 - 29 SubsoloCaixa Postal 11-131670383 - Brasilia, DF

Costa, Arlindo Luiz daPráticas sanitárias para bovinos de leite no

Estado do Acre. Rio Branco, EMBRAPA-UEPAE RioBranco, 1983.

2lp. (EMBRAPA.UEPAE Rio Branco. Circular Técnica, 9).

1. Gado de Leite - Sanidade - Brasil - Acre.I. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Esta-

I

dual de Rio Branco, AC. 11. Titulo. 111 SérieCDD 636.214098112

C§) EMBRAPA 1983

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................... 5

2. PRÁTICAS SANITÁRIP_S 72.1 Cuidados gerais com o rebanho ••....•. 7

2.1.1 Vacinaç6es ...................•.. 72.1.2 Quarentena .........•........••• 72.1.3 Minera1ização ....•...•...•••.•• 82.1.4 Intoxicaç6es ..••.•.•...••••.•.• 92~1~5 Fotossensibi1ização 102.1.6 Miíases 112.1.7 Cobras venenosas .•.•••...••.•.• 122.1.8 Timpanismo ..•.........••••.•.•• 122.1.9 Higiene das instalações •••••.•• 13

2.2 Cuidados com as vacàs de leite •.••••• 142.2.1 Uso de piquetes-maternidade .••. 142.2.2 Prevenção e controle de mamite .142.2.3 Prevenção e controle de metrite. 152.2.4 Combate as verminoses •....•.... 162.2.5 Observação de abortos ••.••.•••• 16

2.3 Cuidados com os reprodutores .••..•... 162.4 Cuidados com os bezerros •••••.••••••. 11.

2.4.1 Respiração •••.•••.••••.••••••••• 172.4.2 'Corte do cordão umbilical ••••.. 172.4.3 Acesso ao co10stro .••.••.•••.•. 172.4.4 Eliminação d~ mecõnio •.••..•..• 172.4.5 Abrigos higiênicos ..•.•....••.• 182.4.6 Prevenção de anemias ..........• 182.4.7 Controle de diarréias ......•... 18

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2.4.8 Controle de verminoses ..•...... 182.4.9 Controle de carrapatos .••••....• 19

3. LITERATURA CONSULTADA ......•...•.•..•..•. 20

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1. INTRODUÇÃO

A bovinocultura de leite no Estado doAcre e praticada nos municípios de Rio Branco, Senador Guiomard, Plácido de Castro e Xapuri. t de-se~volvida principalmente em granjas leiteiras,tendo como suporte pastagens constituídas de ca-pins papuã tPaepal.um amazonicum) braquiária (Brachiariadecwnbens), jaraguá (Hyparrhenia rufa) e quicuio-da-a-mazônia (Brachiaria humidiool.a), todos de pisoteio ecom cargas animal entre 1 cab/ha no período secoe 2 cab/ha no período chuvoso. Observa-se a poucafrequência de.capineiras para suplementação de volumoso.

Os animais sao predominantemente mesti-ços Holando Gir, sendo frequente o númerG'de ani-mais de dupla aptidão, como os de raça Gir bem c~mo outros azebuados que têm como finalidade a pr~dução de carne e leite.

A produtividade média de leite g~ra emtorno de 2,0 a 2,5 litros/vaca/dia, com um perío-do médio de produção de 10 meses e intervalos entre partos de 12 meses. A idade média de primeiracria é de 33·meses.

A produção diária nao satisfaz a deman-da do abastecimento urbano'(40.000 litros, aproximadamente) havendo portanto um desnível entre aprocura e oferta o que ainda resulta a importaçãodos centros produtores de animais para exploração

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leiteira.Em uma exploração leiteira, a sanidade

é um dos principais fatores de produção para o rebanho e um manejo racional deve ser conduzido demodo que qualquer tipo de enfermidade dificilmen-te venha a afetar os animais em atividade.

As perdas por atraso de crescimento emorte de bezerros, a baixa produção e descarte devacas por problemas de saúde diversos, a limita-ção da performance de reprodutores surgem corno fatores que geralmente contribuem para urna baixaprodutividade.

O crescimento da'pecuária de uma regiãotrás corno consequência natural um'aumento na inc!dência de doenças infecto-contagiosas e parasitá-rias que tendem a evoluir à medida que os animaissão submetidos a menejo e alimentação deficientes.Além destes aspectos, as deficiências minerais porforça do desequilíbrio no sistema solo-planta-an!mal, as toxi-infecções alimentares e as reaçoesalérgicas também se constituem problemas que se avolurnarn,acada ano.

Mediante o manejo e uso de práticas sa-nitárias adequadas, o produtor poderá reduzir as

I

perdas de animais, melhorar os índices reproduti-vos, aumentar a produção, de leite e por consegui~te a sua rentabilidade.

Este trabalho tem corno objetivo descre-

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ver um conjunto de práticas que poderão servir deorientação para o criador acreano, no controle sanitário de seu rebanho.

2. PRÁTICAS SANITÂRIAS

2.1 Cuidados com o rebanho

2.1.1 Vac.inações

-Pneurnoenterite - Vacinar os animais recãm-nascidos aos 15 dias de idade.

-Febre aftosa - Todos os animais devemser vacinados·a partir do 49 mês de idade, repe-tindo-se a vacinação do rebanho a cada 4 meses.

-Brucelose - Vacinar as fêmeas entretrês e oito meses de idade, com amostra B 19 de-vendo ser marcada com UV" na face esquerda da ca-ra. Efetuar tambãm, anualmente, o teste de soro aglutinação para todo o rebanho em idade de repro-dução, eliminando-se os positivos.

-Raiva - Efet~ar a vacinação nas regi-oes onde ocorre a qoença e usa~ a vacina ERA q~edá urna imunidade por 3 anos.

2.1.2 Quarentena

Todo animal introduzido no rebanho d~vera ser mantido separado por um período de 30 dias ,devendo ser incorporado somente após se ter a certeza de que está livre de doenças, principalmente

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através de exames negativos de brucelose e tuber-culose.

Estes sac os períodos de incubação ouseja, o tempo que vai desde a penetração .do micrªbio até a manifestação da doença no organismos dosanimais:

- Febre Aftosa- Curso de sangue (Eimerioscl- Piroplasmose (Tristeza)- Tét.ano

Carbúnculo sintomático(Manqueira)Carbúnculo hemático

- AnaplasmoseBrucelose

3 a 11 dias2 a 14 dias7 a 14 dias7 a 21 dias

1 a 3 dias2 a 14 dias

20 a 40 dias

- Raiva30 a 60 dias

30 a 100 diasZ.l.Y Mineralização

,

Os minerais são fatores importantes nanutrição, pois, predispõem aos animais uma eficie~te utilização dos alimentos. Quando o sistema solo-planta é deficiente em minerais, o quadro decarência pode ser manifestado nos animais com gr~ves consequências. No Brasil já foram verificadasdeficiências de fósforo, cobre, cobalto, iodo e,zinco em bovinos de diferentes regiões, Lnc Lus í.vena Amazônia.

Todo o rebanho deve receber durante to-do o ano, suplementação mineral à vontade, atra-

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ves de uma mistura de difer~ntes ingredientes co-mo por exemplo, para 100 kg:

Farinha de ossos 60.000 kgSal comum 38.550 kgSulfato de cobre 0,300 kgÓxido de zinco 0,200 kgSulfato de cobalto 0,020 kgIodato de potássio 0,030 kg

Para que os animais venham consumir umaquan t í.dade adequada de mistura (60 g I animal/dia)deve-se observar algumas recomendações quanto aoscochos:

-fácil. ~çesso, localizado de preferên-cia do lado oposto da aguada, afim d~perm~tir umpastejo uniforme;

-altura adequada, de forma a permitir uso quer pelos animais adultos como pelo& animaisjovens;

-cobertos-t<para evitar .que a mistura mi-neral molhe pelas chuvas;

-nao coloéar grande quantidade de'mistura mineral nos cpchos e-$im O-.neces~ário.'para umconsumo de. 15 dias. ~-

2.1.4 Intoxica~ões"Na região amazônica o envenenamento de

bovinos por ingestão de ervas tóxicas é comum,principalmente durante o período seco do ano quan

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do normalmente os campos sao batidos ou as pasta-gens estão naturalmente fenadas, levando os animais a ingerirem as plantas tóxicas que normalmentesao verdes e vígorosas o ano todo.

O principio ativo destas plantas exer-cem efeitos prejudiciais ou cauzam a morte nos a-nimais com manifestações clinicas ,diferentes, oraos animais são atacados de modo fulminante morrendo a seguir, ora se desenvolve um quadro de alte-rações fisiológicas lentas fazendo com que os animais percam o apetite, parem a ruminação e venhama morrer de modo paulatino.

No Acre, o quadro das intoxicações ocorre com frequência nos meses de julho, agosto e setembro, no rigor do periodo seco, ocasião em queos pastos nativos que estão presentes na maioriadas propriedades leiteiras secam totalmente.

'_Ao se suspeitar do envenenamento de umanimal po-r planta tõxi~a, car-rapat í.cí da , insetic..!da ou h.e:rb:icidadeve-se imediatamente aplicar pUE.gante salino, 300 g de sulfato de sódio em água lIDE.na (1 litro} estimulante renal e hepático (diuran,mercepton, acrosin), antitóxicos e glicose por viaendovenosa (mercepton + stimovit).

2.1.5 Fotossensibilização

Os animais de sangue holandês preto ebranco ou vermelho e branco mantidos em pastagens

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de gramíneas do gênero Brac~iGria podem estar su-jeitos à fotossensibilização que ê um quadro sin-tomático que ocorre pela presença das substânciasfiloeritrina (derivaõa da clorofila das plantas)e esporodermina (derivada da esporulação do fungo(Pi-t.-homyces chartarumt no sangue circulante fazendocom que a pele absorva a luz do sol de forma ex-cessiva resultando um quadro inflamatório de cer-ta gravidade.

~ara o seu controle temos como suges-tão: utilizar_ outras gramíneas além de Bpachiari~_

para fazer rotação de pasto, consorciar as gramí-neas do gênerq Brachiaria com leguminosas e reti-rar os animais doentes do pasto para aplicação desprays e unguento cicatrizantes.

2.1.6 Miíases

Quando os animais apresentam ferimentosna pele, surgem as moscas varejeiras que depos~tam seus ovos nas feridas que dão origem as lar-vas que irão penetrar nos tecidos subjacentes destruindo-os e servindo de porta de entrada de mi-cróbios para inflamações. futur-as.

AS,larvas, nao combatidas, caem ~o soloonde se empupam é se tornam adultos, iniciando novo ciclo.

Para combater as miíases ou bicheirasdeve-se interromper o ciclo evolutivo das moscas

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com o uso de larvicidas nas feridas e retirar oesterco do curral que poderá ser diluido.em aguae aplicado com adubo orgânico na capineira de corte.

2.1.7 Cobras venenosas

Quando em um mesmo pasto morrer mais deum animal, com pequeno intervalo wado outro, soltando um liquido esverdeado (bilis1 meio espumosopela boca deve-se suspeitar de picada de cobra venenosa.

Deve-se aplicar de imediato o soro an-tiofidico polivalente via endovenosa, administraraos animais um purgante salino (3~O g de sulfatode sôd í.o) e aplicar um diurético (Diuran)'.

2.1.8 Timpanismo

~ o acúrnulo excessivo de gases no rÚIDendos bovinos' por disfunção digestiva,. gerando comisto uma alta fermentação.

Observa-se geralmente que o rumen seprojeta para fora, no vazio do lado esquerdo a p~le se torna tensa semelhante a tambor com som ocoà percussão e os animais salivam com ebundânc ía.,

Com a evolução do quadro o rumem se dilata par~I

todos os lados aumentando a circunferência"abdominal principalmente do lado esquerdo, havendo di ficuldade respiratória crescente.

A excessiva ingestão de alimentos pri~

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cipalmente de concentrados como os farelos, a alimentação com forragens extremamente duras, a in-gestão de plantas tóxicas bem como de alimentoscom grande volume (laranjas, mangas, batata-doce,pedaços de mandioca) se constituem nas principaiscausas do timpanismo pois todos estes alimentosdificilmente voltam á boca do animal para a rurni-naçao.

Ao ser observado o timpanismo em um animal deve-se suspender de imediato toda a sua ali-mentação fazer o animal caminhar seguidamente pa-ra estimular a movimentação intestinal, realizarmassagens fortes sobre o rurnem e em seguida admi-nistrar os seguintes medicamentos:

-sulfato de sódio(lOO g) para bezerros200 gramas para animais adultos via oral mistura-do com agua, morn~i

-à~OO - 50 cc para bezerros e 100cc para adultos, via oral, misturados a meio li~tro de aqua,

'Recomenda~se por fim, nao permitir queos animais venham ingeri~ forragem verde murchaou aque~id~ por ámontoamento, ~ra que não fiquempredispostos ao t~m~anismo.

2.1.9 Higiene das instalaçõesUma medida importante a ser adotada pe-

los produtores é a higiene completa das instala-ções de suas propriedades que vai lhe propiciar

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um eficiente manejo de seu rebanho em condiçõessanitárias satisfatórias. Essas são algumas medi-das importante de higiene:

-lavagem diária ou em dias alternados edesinfecção~ semanal dos bezerreiros com cal vir-gem ou solução de creolina;

-lavagem diária e desinfecção' semanal,

da sala de ordenha com desinfetantes comerciais oucom a solução composta de 1 kg de cal mais 10 li-tros de agua;

-remoção diária do esterco das instala-çoes para as capineiras •.

2.2 Cuidados com as vacas de leite

2.2.1 Uso de piquetes~I'naternida~é ---

As vacas em gestação próxima ao partodevem ser mantidas em piquetes perto do curral canpastagem em condições de uso e isolados de outrascategorias de animais, perm í, tindo assim uma fácile frequente observação pelo criados.

2.2.2 Prevenção e cont~ole de mam~te

A mamite ou mastite que e a inflamaçãodas tetas com contaminação microbiana de todo oúbere, e uma das doenças que mais prejuizo causa,porque reduz a produção de leite/até 30%, a gord~ra deste leite em 20% e quase sempre o torna im-próprio para o consumo. Para preveni-la o produ-tor deve executar as seguintes medidas:

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-lavar ·e desinfetqr o úbere antes da ordenha,

-ordenhar as vacas com as maos limpas;-ordenhar primeiro as vacas sadias dei-

xando para o fim os animais suspeitos ou doentes:-esgotar totalmente as vacas nao deixan

do leite retido no úbere;-isolar e tratar os animais doentes com

inoculação intra-mamárica de pomadas de antibiótico (Ubreceli~, Mastalone, Auromicina ou Furacin) eAgrovet intramuscular,

-não jogar no chão leite de vacas commamites:

-após a ordenha mergulhar as tetas numasolução composta de: Tintura de Iodo (1 frasco)mais glicerina (500 rnt) mais água (4,0 litros);

2.2.3 Prevenção e controle ~e metrite

Metrite ou inflamação no útero também eum problema que- poderá surgir em vacas leiteiras,

,apresenta corrimento purulento pela vagina. Asprincipais medidas de controle da infecção consistem em:

-isolar os animais doentes para tratamento;-efetuar lav.agens uterinas com solução de

Rivanol 1:1000, Furacin ou "Pe.rmanqana't.o de Potás-sio 1:1000;

-apos a lávagem uterina introduzir no úterodois tabletes de terramicina.

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2.2.4 Combate as verminoses

As vacas de leite devem ser vermifuga-das sistematicamente quatro ve~es ao ano, no ini-cio e meio da época chuvosa (novembro e fevereirol e inicio e meio da época seca (maio e aqos t.o l.,

2.2~5.0bservação de abortos

Todo aborto que ocorrer no rebanho é ummotivo para que o produtor consulte ao veteriná-rio para que seja detectada e combatida a causaevitando uma possivel repetição, Por outro ladoqualqueranimal.a ser introduzido no rebanho deverá ser mantido em separado por um periodo de 30

.dias devendo ser incorporado some~te após acerteza de que ele está' livre de Brucelose ou Tubercu-lose.

2.3 CuidadoS com os reprodutores

-Os touros devem ser examinados com fre-quência, dando-se maior atenção aos seus pes, ~eEnas e órgãos ,de reprodução, afim de ser observadaalguma anomalia.

-Devem receber os mesmos cuidados sani-tários do resto do rebanho, dando-se ênfase a e-xercicios e dieta alimentar evitando-se que venhaa engordar em excesso.

-Qualquer touro comprado deve ser isolado até que se demonstre ser livre de Brucelose eTl.ib~rculose.

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-Evitar, os probLemas de consanguinidadeno rebanho alternando-se os reprodutores em cadageraçao de fêmeas a serem cobertas.

2 .4 CUidadosorm os bezerrosA falta de cuidado por vezes se consti-

tui 'no principal fator que predispõe a um alto índice de mortalidade de bezerros em qualquer pro-priedade. Podemos evitá-la dom estas medidas:

2.4.1 RespiraçãoApós o nascimento, observar se a respira-

çao está normal, retirando-se o muco e restos demembranas fetais que estejam obstruindo as nari,nas.

2.4.2 Corte do cordão umbilical

Fazê-Io com uma tesoura ou outro mate-rial desinfetado, tratando-se em seguida o localcom solução de iodo a 10% por três dias. seguidosou poderão ser. usados l:arvicidas'em "Spray" quesao encontrados facilme~te no mercado.

2.4.3 Acesso ao colostro

pe:mnitir que o ~bezerro._-"mame ~ primeiroleite produzido p~la vaca, importante pelo seu teor de minerais, vÚ:antinas e...prO'teinas e por conceder resistência orgânica ao recém~hascido.

2.4.4 Eliminação do mecônioVerificar se o animal elimina as prime!

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ras fezes, nao o fazendo, pode~se administrar umlaxativo à base de 50 cc de óleo de ricino.

2.~.5 Abrigos higiênicos

Colocar os recém-nascidos em bezerrei-ros limpos, secos e desinfetados devendo-se evi-tar a poeira, o vento e o sol intenso.

I

2.4.6 Prevenção de anemias

É aconselhável a aplicação inicial deferro podendo-se fazer duas aplicações de 5 cc deCuranemia ou Anemofortil por via 'intra muscular,aos 10 e 20 dias de vida.

,2.4.7 Controle de diarréias

Em casos de ocorrência de diarréia pelagrande quantidade de leite consumida deve-se iso-lar os bezerros doentes, não lhes fornecer leite. '

durante 12 horas, ministrar-lhe ãgua limpa e fresca à vontade e se o quadro persistir, usar sulfas(sulfanilamida, sulfaguanidina), neomicina ou eloranfenicol, encontráveis no comércio. Quando oco~rer dia~réias de sangue deve7se medicar os 'bezerros com urgéncia com produtos à base de sulfa eisolá~los dos demais até a cura.

2.4.8 Controle de verminosesA importância das verminoses e grande,

em função dos prejuizos causados ao criador peloatraso de crescimento, perda de peso e diminuição

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da produção de carne e leite dos seus animais.Em nossa região (Alto Purus), pode-se

estabelecer um esquema de combate às verrninoses,administrando-se medicamentos anti-helminticos p~ra todos os animais de 2 a 18 meses e para as va-cas em lactação 4 vezes por ano a saber:

1a.) Inicio da época chuvosa - novembro2á.) Meio da época chuvosa - fevereiro3a.) Inicio da época seca - maio4a.) Meio da época seca - agosto

Os anti-helminticos utilizados deverãoser de preferência os de largo espectro (injetá-velou oral) que são encontrados no comércio.

2.4.9 Controle de carrapatos

Os carrapatos por sua intensa ação espoliativa têm grande importãncia na pecuária de leite, pois, sugam sangue e transmitem doenças aosanimais. Para que se faça um bom controle, nas é-pocas de maior infestação, o banho carrapaticidanos bezerros e nas vacas deve ser feito de 15 em15 dias, passando a se efetuar mensalmente nas e-pocas de menpr intensidade de infestação. Deve-se..ter cuidado com a dosagem do carrapaticida, com-oseu prazo de validade e ev~tar que o produto sejaderramado puro nas pastagens, pois, poderá se tornar fator de sérias intoxicações.

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3. LITERATURA CONSULTADA

BOVINOCULTURA de leite. Acompanhamento Conjuntu-ral das Culturas, Rio Branco, ~(19) :97-110,abr. 1981.

EMPRESA BRASILEIRA DE ASSIST~NCIA T~CNICA E EXTENSÃO RURAL, Brasilia, DF. Manual técnico depecuária de corte da região norte; bovinos ebubalinos, Acre, Rondônia. Brasilia, 1979.186p. (EMBRATER.Manuais, 16) .

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÂRIA. Cen-tro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite. Co-ronel Pacheco, MG. Segundo dia de campo doCNP - Gado de leite. Coronel Pacheco, 1981.72p.

FREITAS, M.G.; COSTA, H.M. de A. & COSTA, J.O.Manual de entomologia médica e veterinária.3. ed. Belo Horizonte, s.ed~, 1974. 187p.

HEIDRICH, H.D. & GRUNER, J. Timpanismo. In:Manual de patologia bovina. são Paulo, J.M. Varela, 1980. p.10~12 ..

MARQUES, D. da C. Criação de bovinos. 3.ed. sãoPaulo, Nobel, 1976. 659p.

REIS, R. Programas de saúde para rebanho leitei-ros e de corte. 4.ed .. Belo Horizonte, s.ed~.1975. l55p.

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