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COLGIO ESTADUAL UNIDADE PLO ENSINO FUND.MDIO E PROFISSIONAL RUA SANTOS DUMONT, 1984 CENTROCEP: 87303250 FONE FAX (44) 3525-6690

CAMPO MOURO PARAN

PROJETO POLTICO PEDAGGICO

Projeto elaborado coletivamente pela comunidade escolar do Colgio Estadual Unidade Polo e aprovado em Assemblia.

Campo Mouro

622013

GOVERNO DO ESTADO DO PARAN

BETO RICHA GOVERNADOR

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

FLVIO ARNS SECRETRIO

DIRETORIA GERAL

JORGE EDUARDO WEKERLIN

SUPERINTENDNCIA DA EDUCAO

MEROUJY GIACOMASSI CAVET

SUPERINTENDNCIA DO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

JAIME SUNYE NETO

CHEFE DO NCLEO REGIONAL DE EDUCAO DE CAMPO MOURO

JOS BARDINI NETO

COLGIO ESTADUAL UNIDADE POLO ENSINO FUNDAMENTAL, MDIO E PROFISSIONALROSINEIDE DE JESUS CAETANO DIREO GISLAINE IZELLI SANTINI DIREO AUXILIAR

SUMRIO

APRESENTAO............................................................................................... 05

1.1Identificao do Estabelecimento...................................................061.2Histrico do Colgio........................................................................061.3Organizao da Entidade Escolar..................................................091.4Espao Fsico.................................................................................101.5Caracterizao da Comunidade Escolar........................................131.6Quadro de Profissionais da Educao...........................................172.OBJETIVO GERAL.....................................................................................182.1 Objetivos especficos......................................................................183.PRINCPIOS FILOSFICOS DO TRABALHO ESCOLAR ........................194.PRINCPIOS NORTEADORES DA EDUCAO ......................................215.A REALIDADE EDUCACIONAL ................................................................235.1 A realidade do Brasil .....................................................................235.2 A realidade do Paran ...................................................................255.3 A realidade do municpio de Campo Mouro ................................296.5.4 A realidade do Colgio Estadual Unidade Polo..............................ANLISE DAS CONTRADIES E CONFLITOS PRESENTES NA31PRTICA DOCENTE: APONTANDO CAMINHOS.....................................327.CONCEPES QUE NORTEARO AS PRTICAS ESCOLARES..........488.CONCEPO DE AVALIAO ................................................................579.PRINCPIOS DA GESTO DEMOCRTICA .............................................6010.OPERACIONALIZAO DA GESTO E PRTICAS PEDAGGICAS.6210.1.O papel especfico dos segmentos da comunidade escolar .........6210.1.1Direo ...........................................................................................6210.1.2Direo auxiliar ..............................................................................6310.1.3Corpo docente ...............................................................................6410.1.4Professor pedagogo .......................................................................6510.1.5Secretaria........................................................................................6710.1.6Biblioteca........................................................................................6710.1.7Agente Educacional I......................................................................6810.1.8Agente Educacional II e Profissional.............................................7010.2Papel das instncias colegiadas ................................................7210.2.1Conselho Escolar............................................................................7210.2.2Associao de Pais, Mestre e Funcionrios...................................7410.2.3Conselho de Classe........................................................................7510.2.4Grmio Estudantil...........................................................................7610.2.5Representante de Turma................................................................7710.2.6Professor Monitor de Turma...........................................................7811. CRITRIOS DE ORGANIZAO INTERNA DA ESCOLA........................ 7911.1Elaborao do calendrio escolar e horrios letivos/no letivos..8011.2Organizao de turmas e distribuio por professor em razo de1. INTRODUO............................................................................................. 06

especificidades...............................................................................80

11.3Organizao e utilizao dos espaos educativos.........................81

12. PROJETOS.................................................................................................. 84

12.1Mostra Interdisciplinar.....................................................................85

12.2Evaso Escolar: proposta de preveno........................................85

12.3Cultura-afro: promoo da igualdade racial....................................86

12.4Agenda 21 escolar: Verde que te quero ver-te...............................88

12.5Gincana Esportiva, Recreativa, Cultural e Filantrpica..................89

12.6Estgio No Obrigatrio89

13.RECURSOS QUE A ESCOLA DISPE PARA REALIZAR O PROJETO91

14.PLANO DE AO DA ESCOLA................................................................95

14.1 Equipe Pedaggica .......................................................................103

15.ACOMPANHAMENTO DA AVALIAO DO PPP....................................111

16.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..........................................................112

17.ANEXOS......................................................................................................115

APRESENTAO

O presente Projeto Poltico Pedaggico tem a finalidade de organizar, coletivamente, o trabalho escolar do Colgio Estadual Unidade Polo, garantindo a democratizao do ensino e a formao da conscincia crtica e coletiva a fim de possibilitar ao ser humano o direito cidadania.

A perspectiva deste Projeto provocar as mudanas bsicas em nossa escola onde, a participao se tornar o aspecto fundamental em todo o processo de ensino-aprendizagem, com avaliao constante para atingir as metas propostas. No aceitamos mecanicamente a idia de que a escola simplesmente o local da reproduo da ideologia dominante e que os seres humanos so sujeitos determinados e programados. Concebemos os seres humanos como criativos e ativos construtores de cultura e histria, por isso propomos a interveno nos destinos escolares como educadores responsveis por construirmos outra histria.

Sendo assim, estabelecemos o debate, a discusso e a reflexo coletiva, envolvendo alunos, professores, funcionrios, pais, direo, equipe pedaggica e demais membros da sociedade local a fim de formularmos as concepes que

embasaro as aes educativas que sero desenvolvidas por este estabelecimento de ensino com o propsito de construir uma sociedade justa, igualitria e democrtica.

1. INTRODUO

1.1 Identificao do estabelecimento

O Colgio Estadual Unidade Polo Ensino Fundamental, Mdio e Profissional (cdigo 00047), est situado na Rua Santos Dumont, n 1984, centro, CEP 87303 250, na cidade de Campo Mouro (cdigo 0430), e-mail < [email protected]>. O Colgio mantido pelo Governo do Estado do Paran e administrado pela Secretaria de Estado da Educao encontra-se jurisdicionado ao Ncleo Regional de Educao de Campo Mouro (cdigo 0005).

1.2 Histrico do colgio

O Colgio Estadual Unidade Polo iniciou suas atividades no dia 01 de maro de 1976, sob o nome de Escola Estadual Unidade Polo Ensino de 1 Grau, atuao de 5 8 sries, com autorizao de funcionamento, atravs da Resoluo n1968/77, DOE de 09/11/1977.

Em 08 de agosto de 1978, atravs do Decreto n 5.340/78 de 02/08/1978 e

DOE de 08/08/1978, integrou-se ao Complexo Escolar Marechal Rondon.

O Colgio oferecia at 1982, os cursos de 5 8 sries e os cursos profissionalizantes de Tcnicas Agrcolas, Tcnicas Industriais, Tcnico Comercial e Tcnicas Caseiras. No ano de 1983 o ensino profissionalizante foi substitudo pelo propedutico.

O Ensino de 2 Grau Propedutico foi autorizado a funcionar atravs da Resoluo 935/83 de 14/03/1983. Em 29 de novembro de 1983, atravs da Resoluo n 4.023/83 de 13/01/1984, obteve o reconhecimento do 1 Grau e passou a denominar-se Colgio Estadual Unidade Polo Ensino de 1 e 2 Graus.

O Ensino de 2 Grau Propedutico foi reconhecido atravs da Resoluo n

902/85 de 01/03/1985, DOE de 12/03/1985, e em 1998 extinto, sendo implantado o curso de Ensino Mdio.

O Colgio passou a chamar-se Colgio Estadual Unidade Polo Ensino

Fundamental e Mdio, conforme Resoluo da Secretaria de Estado da Educao n

3.120/98 DOE de 11/09/1998, abrangendo os cursos de Ensino Fundamental Regular, reconhecido pela Resoluo DOE 13/01/1984 e o curso do Ensino Mdio Regular reconhecido, atravs da Resoluo n 902/85 de 12/03/1985.

Em 2010, foi denominado Colgio Estadual Unidade Polo Ensino Fundamental, Mdio e Profissional, abarcando o curso fundamental de 5 a 8 sries, o Ensino Mdio, e a partir deste mesmo ano foi autorizado o funcionamento do Curso de Educao Profissional Tcnico de Nvel Mdio em Servios de Restaurante e Bar, Eixo Tecnolgico: Hospitalidade e Lazer. Aprovado em 09/02/2010, Processo n505/09 Cmara de Educao Bsica, com 800 Horas/aulas.

Alguns outros atos legais que respaldam o funcionamento do Colgio:

Ato de Reconhecimento do Ensino Fundamental Resoluo n

4023/1983 DOE de 13/01/1984;

Ato de Reconhecimento do Ensino Mdio - Resoluo n 902/1985 DOE

12/03/1985;

Ato de Renovao do Reconhecimento do Ensino Fundamental - Resoluo n 1534/2008 DOE de 28/07/2008;Ato de Renovao do Reconhecimento do Ensino Mdio - Resoluo

1525/2008 DOE 28/07/2008;

Ato de Aprovao do Regimento Escolar do Ensino Fundamental e Mdio

Parecer n 220/2007 de 28/12/2007 homologado pelo Ato Administrativo n 411/2007 de 28/12/2007 do Ncleo Regional de Educao de Campo Mouro.

Alm do curso regular e profissionalizante, o Colgio tambm oferta:

A Sala de Recursos Multifuncional Tipo I para o Ensino Fundamental do 6 ao 9 ano, dando atendimento ao Educando com Deficincia Intelectual e Transtornos Funcionais Especficos, autorizado seu funcionamento atravs da Resoluo 195/2007 DOE de 26/02/2007, com seu funcionamento prorrogado atravs da Resoluo 859/2009 DOE de 09/06/2009.

O Curso Bsico de Lngua Espanhola/CELEM, como oferta de atividade extracurricular e gratuita de ensino de lngua estrangeira, destinado a alunos, professores, funcionrios e comunidade do Colgio, autorizado por meio do Protocolo n 9.767.040-4 de 11/03/2008 da Secretaria de Estado da Educao no colgio

O Programa de Complementao Curricular, como complementao curricular, buscando dar atendimento aos estudantes em horrio contrrio ao turno em que atualmente freqentam o ensino regular, autorizado pela Resoluo1390/2011

O Programa de Apoio a Aprendizagem, implantado desde 2004, objetivando atender s defasagens de aprendizagem apresentadas pelos alunos que freqentam a 5 srie/6 ano do Ensino Fundamental. Neste segundo semestre de 2011 de acordo com a Resoluo n 2772/11 e Instruo n 007/11, foi garantido a abertura de uma Sala de Apoio Aprendizagem de Lngua Portuguesa e 01 de Matemtica para os alunos da 8 srie/9 ano.

O Servio de Atendimento Rede de Escolarizao Hospitalar - SAREH, praticado a partir de 2008, objetivando o atendimento educacional aos alunos que esto impossibilitados de freqentar a escola em virtude de situao de internamento hospitalar ou tratamento de sade, permitindo-lhes a continuidade do processo de escolarizao, a insero ou a reinsero em seu ambiente escolar.

1.3 Organizao da entidade escolar

Atualmente o Colgio funciona nos perodos, matutino, vespertino e noturno ofertando o Ensino Fundamental (do 6 ao 9ano), Ensino Mdio Regular, o Ensino Mdio, Profissional Subsequente e Celem/Lngua Espanhola, com 39 turmas, sendo19 turmas de Ensino Fundamental, 13 de Ensino Mdio diurno, 03 de Ensino Mdio noturno, 01 de Tcnico Profissionalizante e 03 de Lngua Espanhola/Celem, 01 Sala de Recursos Multifuncional Tipo I e 03 turmas de Apoio a Aprendizagem totalizando 1105 alunos, distribudos em 16 salas de aula.

O Colgio conta com 38 (trinta e oito) professores efetivos, 38 (trinta e oito) professores contratados, 16 (dezesseis) Agentes Educacionais I e 11 (onze) Agentes Educacionais II e Agente Profissional, sendo que a equipe de Direo Escolar composta por 01 Diretor Geral (com 40 horas semanais), 01 Diretor Auxiliar (20 horas) e 05 Professores Pedagogos (20 horas) e 01 Professor Pedagogo (40 horas).

A organizao do tempo escolar efetivada do 6 ao 9 ano no Ensino Fundamental, 1 ao 3 ano no Ensino Mdio e por semestre no Ensino Profissional. A matriz curricular do Ensino Fundamental e Mdio estruturada por disciplina, constitudo pela Base Nacional Comum e Parte Diversificada. O Ensino profissionalizante composto pela Formao Especfica e Estgio Supervisionado.

O registro da avaliao da aprendizagem dos alunos realizado por meio de notas bimestrais. Desde 2007 o Colgio no proporciona o Regime de Progresso Parcial no Ensino Mdio determinado sua extino por Assemblia Geral de pais, professores e funcionrios.

As normatizaes do Colgio encontram-se inseridas no Regimento Escolar e Regulamento Interno.

O Colgio Estadual Unidade Polo uma instituio educacional inclusiva aceitando alunos com necessidades educativas especiais. Desde o ano de 2007 passou a atender, com apoio pedaggico e professor devidamente formado e concursado, no perodo contra-turno, os alunos avaliados para Sala de Recursos. Oferta e atende ainda a Sala de Apoio Aprendizagem, 02 turmas de Lngua Portuguesa e 02 turmas de Matemtica, destinada aos alunos do 6 e 7 ano do Ensino Fundamental, no perodo matutino e 01 turma de Lngua Portuguesa e 01 turma de Matemtica no perodo vespertino para os alunos do 9 ano do Ensino Fundamental.

Tanto a Sala de Recursos Multifuncional Tipo I como a Sala de Apoio a Aprendizagem so programas essenciais para a obteno de melhores resultados na aprendizagem.

A formao continuada para os profissionais da educao acontece durante os Encontros Pedaggicos previstos em calendrio escolar estabelecida pela mantenedora, por meio do Ncleo Regional de Ensino/SEED e quando organizada pela escola, sobrevm nos momentos de Conselho de Classe, por meio de Projetos de Grupos de Estudos em consonncia com a da Universidade Estadual do Paran campus Campo Mouro, nos Grupos de Estudos organizados pelos profissionais da educao sobre anlise de conjuntura internacional, nacional, estadual e municipal, discusses acerca da carreira e condies de trabalho dos profissionais da educao e debates sobre a aprendizagem e avaliao do processo de ensino-aprendizagem.

1.4 Espao Fsico

O trabalho pedaggico realizado contando com:

Dezesseis salas de aula, com televiso pendrive, sendo trs readequadas

(49,30m cada)

Dois banheiros (um masculino e um feminino) (37,61m cada)

Uma sala de multimdia com televiso,vdeo cassete e data show (48,60m

)

Uma sala para Laboratrio de Fsica e Biologia (73,09m) Uma sala para Laboratrio de Qumica e Cincias (73,09m) Uma sala para Biblioteca (112,88m)Uma sala para Laboratrio de Informtica com 74,28m, dispondo de 36 (trinta e seis) computadores, em bom estado para uso, provenientes do PR Digital e PROINFO.Uma cozinha (35,92 m)

Um Refeitrio utilizado tambm para palestras, reunies, comemoraes

(203,36m)

Um Ginsio de Esportes (1.450m) Um Mini Ginsio de Esportes (780m)Uma Sala de Recursos MultifuncionalTipo I e Sala de Apoio

Aprendizagem (55,09m).

Uma sala para a Secretaria (43,05m) Uma sala para a Direo (13,94m)Uma sala para a Direo Auxiliar e Atendimento Financeiro (12m) Uma sala para a mecanografia (14,14m)Duas salas para atendimento Pedaggico (17m2) Uma sala para Professores (39,78m2)Uma sala para guardar os materiais de Educao Fsica e Arquivo Morto

(24,21m2)

Uma sala para o Depsito/Projeto Rdio Polo (3m2)

Dois banheiros para professores (um masculino e um feminino) (5m2 cada) Um ptio coberto (171,19m)

O Colgio Estadual Unidade Polo conta com uma rea aberta de 18.071,00 m2. Nesta rea encontra-se o Bosque Robson Paitach (Reserva Ambiental tombada atravs do ITCF e Prefeitura Municipal), um espao destinado a Horta Escolar contando com 5.874,86m2, uma pista de atletismo/campo de futebol suo com2.079m2, a casa do zelador com 56,21m2, a casa do permissionrio com 52,50m e ampla rea de jardinagem.

No ms de julho de 2010 houve nesta Instituio de Ensino uma importante reunio para dar incio, as obras da reforma de diversas reas fsicas do nosso espao escolar, estiveram presentes participando da mesma a Chefia da SEOP, Ncleo Regional de Educao, Direo do Colgio, Presidente da APMF, representante da Empresa contratada para executar a obra, o Prefeito do Municpio e vrios secretrios, onde o valor total repassado para a obra ficou contabilizada em um montante de R$ 484.184,36. No ms de agosto/2010 as reformas se iniciaram, onde a empresa contratada e outros parceiros realizaram as seguintes melhorias:A cozinha foi toda equipada e reformada de acordo com as normas da Vigilncia Sanitria e com o recurso financeiro da APMF, houve a reforma do imobilirio;Central de gs e parte eltrica da cozinha totalmente nova;

Reforma dos banheiros feminino/masculino e adequao para deficiente fsico ou cadeirante, onde ficaram amplos, arejados e higinicos podendo os mesmos serem usados nos perodos de jogos escolares, pois oferecem toda estrutura necessria.Foram colocados dois ventiladores em cada sala de aula, tornando o ambiente mais arejado;Pintura geral e mudana das cores existentes favorecendo a arquitetura do Colgio;Troca de piso e forros;

E atravs de um Projeto da Copel todas as luminrias tambm foram trocadas.

A concluso destas melhorias e reformas ocorreu no incio do ano de 2011.

1.5 Caracterizao da comunidade escolar

Com o propsito de conhecer a realidade scio-econmico-cultural e de subsidiar a elaborao do Projeto Poltico Pedaggico desta instituio de ensino, no segundo semestre do ano de 2011, foi realizada uma pesquisa, atravs de questionrio, com os alunos, abrangendo 20% do total de estudantes que freqentam os perodos, matutino, vespertino e noturno, sendo detectada a seguinte situao descrita abaixo.

Os alunos, em sua grande maioria so solteiros, no tem filhos residem com os pais e irmos. Moram em zona urbana, tanto nos bairros que circundam o estabelecimento de ensino como outros mais distantes. Grande parte moram em casa prpria de alvenaria enquanto que outros a casa alugada ou financiada, mas todos tem acesso a energia eltrica, saneamento bsico, coleta de lixo, rua calada e asfaltada. Todos praticamente tem acesso as novas tecnologias e possuem em casa os aparelhos eletrnicos bsicos como: TV, vdeo, rdio, geladeira, microcomputador e outros, um ou outro no tem um meio de locomoo particular.

As famlias, em um ndice de aproximadamente 60%, so compostas de pais, mes e irmos, entretanto h de considerar que o restante encontra-se em outras situaes, vivem com me e irmos; com avs, entre outros. A renda mensal se enquadra de 02 at 05 salrios mnimos, sendo duas pessoas trabalhadoras, 80% dos alunos trabalhadores, que cursam o Ensino Mdio, estudam no perodo noturno e 15% no perodo matutino e vespertino.

Em relao ao nvel de escolaridade e atividades scio-culturais da famlia, os adultos, numa mdia de 80%, esto classificados entre Ensino Fundamental

incompleto, Ensino Fundamental completo e Ensino Mdio incompleto, e 20% em Ensino Superior incompleto, Ensino Superior Completo e Ps-graduao. Quanto ao lazer eles participam de atividades esportivas, filmes em DVD e outros,

Sobre o comprometimento e envolvimento dos pais com a vida educacional dos filhos, tem melhorado muito, principalmente a presena deles nas reunies de entregas de boletins e tambm quando o servio de orientao educacional ou professor regente solicita sua presena. De acordo com o parecer dos pais que participam das diversas reunies que a escola convoca, observamos que os motivos que os levam a matricular seus filhos neste estabelecimento de ensino so: a proximidade da residncia, a qualidade de ensino, ser uma escola pblica e gratuita. Consideram que o ensino/aprendizagem oferecido de bom nvel e esperam que seus filhos adquiram conhecimento suficiente para prestarem o vestibular e ingressarem no Ensino Superior, que sejam preparados para o mundo do trabalho melhorando assim seu nvel de instruo global e a humanizao.

As perspectivas que os nossos alunos do Ensino Fundamental apresentam em relao a est escola receber um ensino que possa dar-lhes uma boa formao para cursarem o ensino superior e exercerem uma profisso, possibilitando melhores condies de vida, independncia financeira e autonomia. Eles solicitam a ampliao de oportunidades para participarem das principais decises da escola, especialmente das escolhas de melhorias para o colgio. Os alunos desejam ter uma escola onde eles tenham o direito de opinar, desenvolver sua autonomia, seu senso crtico e a cidadania de modo que a apropriao do conhecimento os permitam compreender e transformar o mundo em que vivem.

Na avaliao dos alunos, o Colgio composto por uma boa direo e equipe pedaggica, os professores por sua vez apresentam uma boa metodologia e domnio de contedo. Quanto as iniciativas da escola no que se refere, a biblioteca, as condies das salas de aula, do laboratrio de informtica e prticas esportivas tambm est bom, a segurana fsica e emocional no espao escolar tambm boa,

o respeito que os funcionrios e professores tem para com os alunos excelente, enquanto que o respeito dos alunos para com os professores est bom mas precisa melhorar ainda mais. Enfim de modo geral podemos observar que os alunos gostam da escola, nos intervalos (o recreio) se tornou um momento prazeroso pois atravs da Administrao da Rdio Escola por alguns alunos que fazem parte do Grmio Estudantil, os alunos ouvem msicas, recados e outros. Opinio deles, podemos observar que os alunos esto desmotivados, desinteressados, indisciplinados e a maioria no faz tarefas. Para sanar estas dificuldades, eles sugerem que os professores sejam mais rgidos em sala de aula, a fim de acabar com a indisciplina, possibilitando que todos aprendam. Para tanto, solicitam que seja aplicado aos alunos indisciplinados medidas previstas no Regimento Escolar Interno. Eles reconhecem que esto falhando e solicitam mudanas no ensino. De acordo com os mesmos, o nosso ensino deve basear-se na solidariedade, amizade e respeito. Devemos ser cidados conscientes dos nossos direitos e deveres e, dentro dessa comunidade, no podemos deixar de cumprir com nossas tarefas. Essa transformao depende um pouco de cada um.

De acordo com o ponto de vista dos alunos, a escola precisa melhorar a limpeza de todo ambiente escolar para que este se torne mais saudvel, os professores devem procurar desenvolver mais atividades com os alunos fora da sala de aula; maior nmero de mesas no refeitrio; uniforme completo para as merendeiras; construo de uma passarela coberta at o ginsio de esportes e instalao de armrios para os materiais dos alunos.

A respeito da participao deles no Projeto Poltico Pedaggico, os alunos afirmam que podem participar da elaborao e execuo, dando idias e sugestes, a fim de melhorar o aprendizado no Colgio, ajudando a transform-lo em um ambiente mais organizado, limpo, educativo, respeitado, solidrio, com alunos cuidadosos e estudiosos que elaborem projetos com atividades esportivas e culturais para incentivar os estudos, a leitura e o bom relacionamento. Querem que a escola procure melhorar cada vez mais a sua qualidade de ensino.

De acordo com os alunos do Ensino Fundamental, os Projetos devem continuar sendo elaborados coletivamente, contemplando a opinio de todos a fim de melhorar a escola cada vez mais. Para eles, o que falta a conscincia e a participao de todos na elaborao dos trabalhos. Eles sugerem que alm dos j existentes, devemos implantar os seguintes projetos: curso de canto, de dana, teatro, artesanato, computao, informativo escolar (jornal), cantinho de leitura na biblioteca, som ambiente, reforma do refeitrio, duchas aps a Educao Fsica, projetos culturais, olimpadas em todas as disciplinas, grupos de estudos ampliados para outras disciplinas, projetos de higiene e boas maneiras, aula de circo, visitas educativas, banda musical, festas folclricas.

Os alunos do Ensino Mdio esperam receber uma boa educao com ensino de qualidade, possibilitando adquirir os conhecimentos necessrios para o mundo do trabalho. Para tanto, importante que tenham acesso a bons materiais didticos, palestras sobre emprego e os diversos cursos do ensino superior, materiais atualizados na biblioteca, oportunidade de estgios em empresas pblicas, informaes acerca do acesso a cursos profissionalizantes. Os alunos tambm demonstram preocupaes em relao ao vestibular. A esse respeito eles sugerem que os professores apliquem as provas dos vestibulares das universidades da regio para conhecerem como so e que contedos exigem.

Os alunos do Ensino Mdio tambm solicitam maior rigidez dos professores em relao disciplina. Eles declaram que, no podemos reclamar dos professores, pois somos ns os culpados pela baguna e notas baixas, s que os professores deveriam ser mais rgidos e ns, mais responsveis, por exemplo: se um aluno est fazendo baguna, o professor deve tir-lo da sala e lhe aplicar as medidas cabveis (2 D). Eles exigem e esperam que o Colgio siga a risca o que prev o Regimento Interno no que se refere aos alunos indisciplinados.

De acordo com os alunos do Ensino Mdio, os projetos que devemos implantar so: escolinha de futsal masculino para os alunos mais velhos, campeonatos esportivos mensais de diversas modalidades, visita a vrias faculdades, aplicao de simulados, cursos de empregabilidade, rodas culturais, coletivo jovem, grupos de estudos para os alunos do Ensino Fundamental com monitoria do Ensino Mdio.

Quando foram novamente consultados sobre o que se relatou, tanto alunos do Ensino Fundamental como os do Ensino Mdio, decidiram manter o que esperam da escola e acrescentam ainda o seguinte: que esperam mais responsabilidades dos professores, evitando faltar, que tenham ateno especial aos alunos com mais dificuldades, que o sistema de avaliao seja rigoroso e que os pais tenham maior participao na escola.

1.5.1 Quadro de Profissionais da Educao

Ter um corpo docente, uma equipe pedaggica, uma equipe de apoio enfim uma estrutura humana administrativa organizada, responsvel, comprometida e acima de tudo que busca sempre desenvolver um timo trabalho o desejo de toda Instituio Escolar, uma vez que isso a alma do negcio, o que faz diferena. Sob esse olhar temos que entender que todo profissional ao ocupar qualquer funo no espao escolar, independente da funo ao desenvolver o seu trabalho e interagir com o educando atuam como mediador de conhecimento, princpios e valores. Essa interao ou troca faz com que todos os profissionais procurem se capacitar a fim de melhorarem o desenvolvimento de suas tarefas, para bem melhor atender e entender a clientela a qual objetiva o nosso trabalho.

Desta forma podemos dizer que o Colgio Estadual Unidade Polo-EFMP uma Instituio privilegiada, onde os profissionais que aqui trabalham possuem uma viso aberta ao conhecimento e mais, tem conscincia de que o ser humano vive em constante processo de construo e aprendizado. Para se ter uma idia desta

realidade, de todo o quadro profissional temos somente 3 funcionrios com o Ensino Fundamental completo e apenas 7 com o Ensino Mdio da funo Agente Educacional I, porque os demais todos possuem Ensino Superior e alguns j concluram ou esto cursando Especializao. Portanto 16 pessoas compem o quadro Agente I, 11 pessoas o quadro Agente Educacional II e Agente Profissional,38 so Professores Efetivos e 38 Professores em regime de Contrato temporrio PSS (Processo Seletivo Simplificado), 6 Professores Pedagogos todos com Especializao, um Professor na Direo e outro na Direo Auxiliar, totalizando assim 111 pessoas trabalhando com o objetivo de atender bem os nossos alunos numa viso histrico-crtica transformadora.

2. OBJETIVO GERAL

Organizar o trabalho pedaggico do Colgio Estadual Unidade Polo dentro dos princpios da igualdade, gratuidade, qualidade, liberdade, gesto democrtica e valorizao do magistrio, com a finalidade de formar o cidado participativo, responsvel, compromissado, crtico e criativo na construo de uma sociedade justa, igualitria e democrtica.

2.1 Objetivos especficos

Definir as aes educativas e as caractersticas necessrias para que a escola cumpra seu papel na formao do cidado participativo, responsvel, compromissado, crtico e criativo.Explicitar claramente o diagnstico da realidade scio-econmica e educacional dos alunos, pais, funcionrios, professores e, a partir deste, definir as aes que nortearo o currculo e as atividades escolares. Garantir a permanente reflexo, discusso e busca de solues acerca dos problemas da escola, atravs de reunies e conferncias a serem definidas no plano de ao.

Propiciar a participao democrtica de todos os membros da comunidade escolar.Organizar o trabalho pedaggico de forma que possibilite romper com as relaes competitivas, corporativas e autoritrias.Eliminar os efeitos fragmentrios da diviso do trabalho no interior da escola provenientes da hierarquizao dos poderes de deciso.

3. PRINCPIOS FILOSFICOS DO TRABALHO ESCOLAR

A capacidade do educador de pensar sobre sua prtica cotidiana vai alm de enumerar as teorias da educao de acordo com as concepes pedaggicas e de saber se est sendo construtivista, tradicionalista, idealista ou racionalista. De acordo com Dermeval Saviani (2000), a Filosofia da Educao no seria outra coisa seno a reflexo radical, rigorosa e de conjunto sobre os problemas que a realidade educacional apresenta. Ento, uma atitude filosfica na educao, requer a habilidade de identificar, analisar e buscar solues para os problemas educacionais.

De acordo com Saviani (2000), a tarefa da Filosofia da Educao de oferecer aos educadores um mtodo de reflexo que lhes permitam encarar os problemas educacionais, penetrando na sua complexidade e encaminhando a soluo de questes, tais como, o conflito entre filosofia de vida e ideologia na atividade do educador, a relao entre meios e fins da educao, a relao entre teoria e prtica, os condicionamentos da atividade docente, at onde se pode cont- los ou super-los.

Para Antonio Severino (1994), as caractersticas especficas da educao, exigem que o profissional dessa rea deva ser formado com solidez e competncia para ter um rigoroso domnio dos contedos cientficos e de habilidades tcnicas, uma consistente percepo das relaes situacionais dos homens e uma abrangente sensibilidade s condies antropolgicas de sua existncia.

Os educadores precisam compreender que consciente ou inconscientemente toda prtica pedaggica est embasada numa teoria, numa filosofia, ou seja, numa concepo de mundo, de educao e de homem que se pretende formar. Essa deve ser a primeira definio a ser feita, antes mesmo de se definir quais os objetivos da educao.

Nossa educao tem sido pautada pelos princpios do silncio, da obedincia, do autoritarismo, da hierarquia, da passividade, da dissimulao (fingir o ensinar e o aprender), da omisso, da excluso, da fraude, da desigualdade. Como resultado dessa prtica espera-se que o aluno seja um cidado crtico, atuante, participativo, honesto, solidrio, criativo e humano. a grande contradio se revelando entre o discurso e o fazer pedaggico.

Os conflitos existem porque os interesses das classes sociais so divergentes. Uns lutam pela manuteno do status quo, outros querem a transformao da estrutura social a fim de que se desenvolva maior eqidade social, e muitos, por no terem conscincia de como se do as relaes de poder na sociedade, alienam-se. Nesse contexto, para Gadotti, (1988) o papel dirio do educador deve ser crtico e revolucionrio: Seu papel o de inquietar, incomodar, perturbar. A funo do pedagogo parece ser esta: contradio (opressor/oprimido, por exemplo) ele acrescenta a conscincia da contradio.

Essa no tarefa fcil, mas o educador precisa assumir esse desafio, nessa sociedade de conflitos, de classes e de interesses, de criar condies necessrias que fortaleam o aparecimento de uma nova concepo de homem, materializada em pessoas conscientes, solidrias, organizadas e capazes de superar o individualismo. No contexto da dominao poltica e da explorao econmica capitalista, o papel do educador revolucionrio o de ser um agente atuante do discurso contra-hegemnico.

Precisamos abrir espaos de comunicao com o nosso aluno, permeada pelo ato da fala e da escuta. Devemos possibilitar a expresso deste sobre seu prprio cotidiano, seus sonhos, sua famlia, seus desejos, seus medos, suas desiluses, suas alegrias, suas tristezas, suas fantasias, seus conhecimentos. Esta a forma de consider-lo como sujeito de sua histria, buscando construir sua identidade e subjetividade.

De acordo com o pensamento de Libneo (1994) atravs do domnio de contedos cientficos, de mtodos de estudo e habilidades, e hbitos de raciocnio cientfico que os alunos podero formar conscincia crtica face s realidades sociais. Assim, tero capacidade de assumir no conjunto das lutas sociais, a sua condio de agentes ativos das transformaes sociais e de si prprios.

O papel da escola na sociedade contempornea exige mudanas na sua estrutura. Assumindo que nessa mudana, necessria a adoo de uma nova abordagem que enseje aos egressos a capacidade de investigao de forma a criar condies para o processo de educao permanente.

4. PRINCPIOS NORTEADORES DA EDUCAO

A organizao do trabalho no Colgio Estadual Unidade Polo est embasada em princpios que norteiam a escola democrtica, pblica e gratuita. Estes princpios so os princpios da igualdade, da qualidade, da gesto democrtica, da liberdade e da valorizao do magistrio, fundamentados na Constituio Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, (n 9394/96) e nas Diretrizes Curriculares Orientadoras para a Educao Bsica da Rede Estadual.

A Constituio Federativa do Brasil em seu Artigo 205 garante a educao como direito de todos e dever do Estado e da famlia, visando o pleno

desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho.

O Artigo 206, da Constituio, institucionaliza que o ensino ser ministrado, a todos, com base nos princpios da igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola; da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; do pluralismo de idias e de concepes pedaggicas; da gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais; da valorizao dos profissionais do ensino; da gesto democrtica do ensino pblico; da garantia de padro de qualidade.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, (n 9394/96), reitera os princpios anteriormente citados; disciplina a educao escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituies prprias e estabelece que a educao escolar deva vincular-se ao mundo do trabalho e prtica social.

No Estado do Paran, as Diretrizes Curriculares Orientadoras para a Educao Bsica da Rede Estadual alvitra uma sociedade justa, onde as oportunidades sejam iguais para todos. Os sujeitos da Educao Bsica, crianas, jovens e adultos, em geral oriundos das classes assalariadas, urbanas ou rurais, de diversas regies e com diferentes origens tnicas e culturais (FRIGOTTO, 2004), devem ter acesso ao conhecimento produzido pela humanidade que, na escola, veiculado pelos contedos das disciplinas escolares. A instituio escolar especialmente importante para os estudantes das classes menos favorecidas, que tm nela uma oportunidade, algumas vezes a nica, de acesso ao mundo letrado, do conhecimento cientfico, da reflexo filosfica e do contato com a arte. Assim, atendendo os princpios contidos na Constituio Federal e Lei de Diretrizes e Bases da Educao, as DCEs do Estado do Paran prima por uma educao na escola pblica proporcionando o acesso ao conhecimento, onde todos, especialmente os alunos das classes menos favorecidas, possam ter um projeto de futuro que vislumbre trabalho, cidadania e uma vida digna.

so

Sendo assim, este Projeto Poltico Pedaggico est constitudo dentro dos princpios citados, que favorecem o desenvolvimento da capacidade do aluno ao apropriar-se de conhecimentos cientficos, sociais, tecnolgicos e artsticos filosficos produzidos historicamente e devem ser resultantes de um proces coletivo de avaliao emancipadora.5. A REALIDADE EDUCACIONAL

5.1 A realidade do Brasil

A educao encontra-se entre os direitos que devem ser assegurados pelo Estado, assim como a sade, a moradia, o transporte, a segurana, o saneamento bsico e o lazer. A maioria da populao brasileira no desfruta desses direitos, ou seja, as polticas pblicas sociais no atingem a milhes de cidados. Esse quadro resultado da excessiva concentrao de renda nas mos de poucos, enquanto a maioria dos brasileiros vive em condies precrias.

Conforme consta em Paran (2005), a excluso social elevada e isso se reflete na educao. O ndice de analfabetos altssimo. De acordo com os dados do Ministrio da Educao e Cultura, 14,9 milhes de brasileiros, com 15 anos ou mais, so analfabetos; 33 milhes no sabem ler, embora tenham sido formalmente alfabetizados; 4,3 milhes de crianas entre 04 e 14 anos e 2 milhes de jovens entre 15 e 17 anos esto fora da escola; 1,3 milho de crianas, entre 10 e 17 anos, esto trabalhando ao invs de estudar e 4,8 milhes so obrigados a trabalhar e estudar ao mesmo tempo; apenas 42% da populao com 15 anos ou mais completam a 8 srie.

Ainda em Paran (2005), esses nmeros revelam a excluso de milhes de brasileiros de seus direitos educao. As crianas e jovens que no esto fora das escolas recebem, segundo o MEC, uma educao de baixa qualidade, pois, 59% dos alunos da 4 srie no sabem ler adequadamente e, 52% no dominam habilidades

elementares de Matemtica. Dentre os 31 pases investigados, o Brasil ficou em ltimo lugar na mdia de desempenho em Matemtica.

Os dados apresentam-se elevados e alarmantes, apesar ou com pesar, das polticas neoliberais educacionais adotadas no governo federal de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando foi efetivada uma reforma educacional nos diferentes nveis de ensino, especialmente na educao bsica. A referida reforma compreendeu as mudanas nas Diretrizes e Parmetros Curriculares Nacionais, na forma de gesto, na formao de professores, no estabelecimento de sistemas de avaliao centralizados nos resultados, nos programas de educao distncia, no programa de distribuio de livros didticos ao Ensino Fundamental e na forma do financiamento da educao.

As reformas que se efetivaram no pas, durante o perodo do governo de Fernando Henrique Cardoso estiveram atreladas aos interesses de agncias multilaterais como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a UNESCO, que financiam projetos e modelos de solues dos problemas educacionais com a finalidade de adequar a educao ao mercado de trabalho.

Os objetivos dessas mudanas na educao no foram apenas de ordem econmica para enxugar o Estado, reduzir gastos e otimizar os custos. No fundo destas reformas encontra-se um objetivo estratgico do capitalismo, de modelar um ser humano cada vez mais individualista e competitivo, a partir da lgica empresarial, com base nos valores do mercado, ao mesmo tempo em que impossibilita o avano das classes populares no acesso ao conhecimento sistematizado.

Entre os efeitos perversos do neoliberalismo temos o aprofundamento do individualismo, a poltica do cada um por si resolvendo seus problemas, afirmando que o fracasso responsabilidade individual. A sociedade brasileira excludente, com fortes marcas do neoliberalismo, doutrina na qual predomina o Estado mnimo na direo da sociedade, deixando ao mercado o controle das relaes sociais e

econmicas. Nessa sociedade predomina a falta de humanismo, de respeito ao outro e s instituies sociais, com preconceitos, racismo e altos ndices de violncia; a falta de perspectivas, desprovida de valores ticos e morais, com corrupo na poltica e desigualdades scio-econmicas; o imediatismo; a falta de planejamento e perspectivas futuras. Todo o fracasso da educao pblica interpretado como problema de cada trabalhador da educao, individualmente, deslocado das condies materiais e do desmonte do Estado.

A referida reforma educacional priorizou a autonomia do currculo, utilizando- se de Parmetros Curriculares Nacionais, que no contemplaram a diversidade scio-cultural brasileira e o desenvolvimento social necessrio populao marginalizada e excluda. As mudanas organizacionais, curriculares e pedaggicas no atenderam aos objetivos prioritrios da escola. Essas polticas educacionais induziram os Sistemas Estaduais municipalizao do Ensino Fundamental e a nuclearizao das escolas.

Os trabalhadores em educao, organizados em sindicatos, associaes e confederaes, se posicionaram contra essas reformas e contestaram, incansavelmente, mobilizando e esclarecendo a sociedade civil a esse respeito, mas as referidas reformas foram implantadas.

5.2 A realidade do Paran

O Estado do Paran foi um dos primeiros estados brasileiros a assumirem as referidas reformas educacionais propostas pelo governo federal de Fernando Henrique Cardoso. Esse Estado caracteriza-se como um dos mais ricos e desenvolvidos da Federao, porm tem a concentrao de renda nas mos de poucos que dominam os meios de produo, gerando excluso e desigualdades sociais.

O Estado tem sua economia baseada na produo agro-industrial, no entanto, a concentrao da populao se d no meio urbano. H o predomnio de grandes propriedades agrcolas de monocultura de soja e trigo para a exportao, gerando assim, o xodo rural, o extermnio dos pequenos agricultores e da diversificao de culturas, gerando desemprego e subemprego no campo. A utilizao de alta tecnologia no plantio e na colheita, com maquinrios de ltima gerao tm dispensado quase que totalmente a mo-de-obra.

Ento, as reformas propostas pelo governo federal, determinando que os municpios se responsabilizassem pelo ensino de 1 a 4 sries, influenciou no processo de acelerao da migrao do campo para a cidade. Os municpios no dispunham de infra-estrutura suficiente para dar suporte a uma educao de qualidade. O processo de municipalizao incluiu como medida administrativa de economia a nuclearizao das escolas. Esse processo descaracterizou as comunidades e tambm estimulou a migrao da populao do campo para a cidade.

Neste perodo, o governo Jaime Lerner (1995-2002), implantou medidas de terceirizao na educao pblica. Implantou o Paranaeducao, Paranaprevidncia, PROEM (este programa extinguiu cerca de 1080 cursos profissionalizantes das escolas pblicas do Estado), Correo de Fluxo, aumento do nmero de alunos por turma, reduo da grade curricular, proibio de turmas do Ensino Fundamental no noturno, alterao do porte das escolas (reduzindo horas do quadro administrativo e da equipe pedaggica, provocando perdas de empregos), municipalizao de ensino, corte do adicional de difcil acesso, alterao das regras de aposentadoria dos professores com RDT e Ensino Especial, dentre outras.

As medidas privatizantes efetivadas pelo governo de Jaime Lerner, no trouxeram benefcios educao paranaense, pois as avaliaes realizadas pelo SAEB permitem afirmar que muitos alunos do Ensino Fundamental chegam 5 srie sem conhecimentos bsicos de leitura, escrita e clculo e, concluem a 8 srie

sem adquiri-los. Persistem os altos ndices de evaso e repetncia, distoro idade/srie, aprendizagem sem qualidade.

Sem investimentos suficientes para corrigir tais deficincias, o governo estende para o Ensino Mdio, a responsabilidade sobre a aprendizagem que deveria ter sido adquirida no Ensino Fundamental. Alm disso, o Ensino Mdio, historicamente, tem tido um carter de dualidade, no qual a formao tcnica profissional dissociada da formao humana. A superao desta dicotomia deve ser um compromisso de polticas pblicas para esta modalidade de ensino, que o Estado deve assumir como obrigatria, ou seja, onde no h formao humana integral deslocada da formao tcnica profissional.

Um dos maiores problemas enfrentados pela educao no Estado do Paran a evaso escolar, principalmente no Ensino Mdio. A evaso escolar no um fator unicamente educacional, mas social e econmico. Jovens e adolescentes deixam a escola para trabalhar, no conseguem conciliar o trabalho com os estudos, chegam cansados, atrasados para as primeiras aulas, no acompanham os contedos e acabam desistindo. A escola no d conta de resolver esses problemas, pois eles ganham outras dimenses.

Os problemas da evaso, da reprovao e da educao sem qualidade social ainda so reflexos da falta de investimentos na educao por um longo perodo de tempo. Os governos federais e estaduais deixaram de investir conforme deveriam na educao (o governo estadual deve investir no mnimo 25% da arrecadao). Deixaram de investir adequadamente, por longo tempo na carreira, no salrio e na formao inicial e continuada dos profissionais da educao. No destinaram verbas suficientes s escolas para que pudessem recuperar e ampliar suas instalaes garantindo uma infra-estrutura adequada para o trabalho pedaggico de qualidade, e que contemplem adaptaes adequadas s pessoas com necessidades educativas especiais, bem como espaos para atividades artsticas, esportivas e recreativas.

A realidade educacional, at ento, precisava imediatamente de mudanas, pois uma quantidade significativa da populao que necessitava da escola pblica recebia educao deficitria, gerada pela rotatividade de professores nas escolas; pelo despreparo de muitos professores que assumiam aulas que no esto dentro de sua rea de formao; pelo acmulo de carga horria (excesso de aulas semanais -60 horas/aula) dos professores; pela ausncia de formao continuada eficiente tanto dos professores quanto dos funcionrios; pela falta de um regime diferenciado de trabalho com dedicao exclusiva; pela falta de um plano de carreira adequado para os funcionrios com perspectivas de progresso na carreira. Agravando esses problemas, esto as estruturas fsicas e as instalaes inadequadas das escolas com bibliotecas desatualizadas e acervo bibliogrfico insuficiente, falta de material didtico pedaggico para o trabalho dos professores e laboratrios de Qumica, Fsica, Biologia e Informtica.

O Governo Requio (2003-2006) iniciou um processo de transformao na educao pblica paranaense que est sendo reconhecida no Brasil. Visando melhorar a qualidade do ensino, implantou o livro didtico gratuito, o portal Dia-a-dia Educao visando um modelo de aprendizagem colaborativa e como parte do processo de formao continuada dos professores com o projeto Folhas, o Grupo de Trabalho em Rede e os Objetos de Aprendizagem Colaborativa; o Programa Paran Digital que contempla 40 mil computadores e toda a rede escolar interligada com Internet de fibra tica ou via satlite; a TV Paulo Freire, o plano de cargos e salrios, concurso pblico, o retorno da Educao Fsica e do Ensino Fundamental no perodo noturno, a ampliao da carga horria do noturno de 20 para 25 horas-aula semanais, a implantao da hora atividade remunerada ao professor, a construo de novos colgios e salas de aula, o Programa Paran Alfabetizado, a volta do ensino profissionalizante, as Salas de Apoio e de Recursos. A Lei 15.228/06 - Instituiu a obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia na grade curricular do ensino mdio. Criou-se tambm o PDE Programa de Desenvolvimento

Educacional, com aes na modalidade de educao distncia que visam interao entre professores.

Reeleito para o perodo (2007-2010) o governo Requio realizou um novo concurso pblico e anunciou o aumento de verbas para a educao. O PEC (Proposta de Emenda Constitucional) - ampliam de 25% para 30% os recursos para a educao pblica. Algumas escolas receberam recursos para reformas e foi implantada a TV Multimdia, projeto de televisores de 29 polegadas, com entrada para carto de memria e pendrive para todas as salas de aula da rede estadual, com curso e orientao de uso direcionada a todos os profissionais da educao. No mesmo perodo, foi doado aos professores da rede, um pendrive, abrindo oportunidades de uso de recursos tecnolgicos como forma pedaggica.

No ano de 2011, com o incio do governo Beto Richa observamos mais mudanas j no segundo semestre, dentre elas a continuidade da implantao do Ensino Fundamental de 9 anos, que de acordo com a Resoluo n 7/2010- CNE/CEB, fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, onde de acordo com a Instruo n 008/2011 SUED/SEED, determina que a partir de 2012 todas as instituies do Sistema Estadual de Ensino com oferta do Ensino Fundamental das sries/anos finais de 5 8 srie, devem, a partir de 2012, implantar o 6 ao 9 ano do Ensino Fundamental. Outra mudana que tambm ocorreu foi a abertura automtica de 01 Sala de Apoio Aprendizagem de Lngua Portuguesa e 01 de Matemtica para os alunos matriculados no 9 ano/8 srie de acordo com a instruo n 007/2011-SUED/SEED.

Outra mudana ocorrida foi a autorizao, com base no princpio constitucional da isonomia, que a jornada de trabalho do professor pedagogo e do professor readaptado de funo, em exerccio no estabelecimento de ensino, passe a ser cumprida por hora aula, de acordo com a Instruo Normativa n 02/2011 GRHS/SEED, onde no podemos esquecer de dizer que esta conquista foi

decorrente de uma luta de vrios anos da classe sindical dos profissionais da educao APP.

5.3 A realidade do municpio de Campo Mouro

O municpio de Campo Mouro est situado numa regio economicamente privilegiada, conta com uma agricultura desenvolvida, excelente estrutura urbana, boa posio geogrfica, possuindo um dos maiores entroncamentos rodovirios do sul do pas. No entanto, um municpio cuja populao sofre pela ausncia de polticas sociais e com o predomnio do monoplio da agricultura. O latifndio e a mecanizao do campo tm expulsado os trabalhadores para a cidade. Esses trabalhadores no esto preparados para a vida urbana e, desempregados, passam a viverem marginalizados.

As escolas estaduais e municipais recebem, em sua maioria, alunos advindos de meios sociais precrios, crianas desnutridas, carentes de afetividade, com problemas psicolgicos, sem recursos financeiros para adquirir os materiais escolares. Esses alunos encontram uma escola igualmente sem estrutura fsica e financeira para atend-los com qualidade. Enfim, todos os problemas que ocorrem no pas e no Estado, so encontrados em Campo Mouro. Nessa cidade, o Ensino Fundamental do 1 ao 5 ano ofertado pela rede municipal em 22 estabelecimentos de ensino, sendo que 05 destas escolas atendem de 1 ao 9 ano. O Ensino Mdio pblico ofertado em 14 escolas da rede estadual e em 01 da rede federal.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educao, os ndices de reprovao na rede municipal so mais elevados no 2ano/1srie e no6ano/5srie. No 2 ano/1srie constata-se que a falta de contato com materiais escritos em casa dificulta a aprendizagem. Na escola, alguns fatores contribuem para a reteno do aluno como, a metodologia, a forma de avaliar, o nmero excessivo de alunos na sala de aula, dentre outros.

Em relao ao 6ano/5srie, entre os fatores que levam reprovao segundo a Secretaria Municipal de Educao est a fragmentao entre o 5ano/4 srie e o 6ano/5 srie, a falta de interesse e a indisciplina dos alunos, o no comprometimento e acompanhamento da famlia, o nmero excessivo de alunos por sala de aula, a metodologia, a avaliao e as condies de trabalho dos professores.

No Ensino Mdio, constata-se que as causas mais freqentes de reprovao e evaso escolar so a gravidez na adolescncia, a falta de interesse, a dificuldade de conciliar o trabalho com os estudos, a falta de estmulo da famlia, a metodologia adotada pelas escolas e a avaliao.

A realidade educacional no municpio de Campo Mouro precisa ser melhorada, ainda grande a falta de estrutura das escolas, salas com excessivo nmero de alunos, bibliotecas defasadas, falta de funcionrios e outros fatores que levam evaso e reprovao dos alunos.

5.4 A realidade do Colgio Estadual Unidade Polo

O Colgio Estadual Unidade Polo localiza-se no limite entre o centro e os bairros em seu entorno. A escola no apresenta grande distino entre os trs perodos, ou seja, nos perodos matutino, vespertino e noturno, esto matriculados alunos provenientes de famlias com nvel scio-econmico de classe mdia e baixa.

De acordo com o Relatrio Final Anual de 2007, 2008, 2009 e 2010, ao compararmos os ndices de reprovao entre um ano e outro, podemos observar que no perodo de 2008 a reprovao atingiu ndices elevados em comparao a 2007 e2009, sendo que no ano de 2009 a diminuio foi significativa em relao ao item reprovao. Corroborando as informaes, no Ensino Fundamental, em 2007, ocorreram 14% de reprovao, sendo que 2008 a reprova atingiu um ndice de 24%, em 2010 o ndice mostra um avano positivo para diminuir a reprovao, pois de19% referente a 2009 baixou para 17%. No Ensino Mdio, as estatsticas mostram o

seguinte resultado: 2007 incidiu em 10%, 2008 em 12%, 2009 em 9% e em 2010 o ndice aumentou para 16%, enquanto que a Educao Profissional obteve um ndice de reprovao de 12%.

No quesito evaso, observa-se que o ndice no Ensino Fundamental nos anos de 2007, 2008 e 2009 no ultrapassou a 2% e no ano de 2010 ocorreu 0,5% de abandono. No Ensino Mdio, perodo diurno e noturno, em 2008 e 2009, com 12% de abandono, superaram o ano de 2007 com ndice de 10%, mas que no ano de2010 voltou a diminuir novamente para 10%.

A evaso e a reprovao preocupam a comunidade escolar. Enquanto escola sabemos, que preciso avanar muito para alcanar os objetivos propostos nesse Projeto Poltico Pedaggico, mas tambm temos conscincia que essas mudanas no ocorrem do dia para noite, mas e sim fruto de uma gesto democrtica e participativa capaz de envolver aluno/famlia/escola, embasada em compromisso, seriedade e tica para que assim ocorram diversas quebra de paradigma. Sabemos que muitos fatores interferem no processo de ensino- aprendizagem e sero explicitados no decorrer dos textos que sucedero a este. Temos a convico que o desafio grande, mas a escola continuar desenvolvendo o Projeto contra a evaso e reprovao escolar, em andamento desde 2004, e todas as aes esto, principalmente, voltadas reduo dos ndices de reprovados e evadidos dessa instituio escolar.

6. ANLISE DAS CONTRADIES E CONFLITOS PRESENTES NA PRTICA PEDAGGICA DOCENTE: APONTANDO CAMINHOS

No Brasil, a poltica educacional que se diz comprometida com a universalizao da escola pblica com qualidade social ainda no superou o processo de excluso do sistema educacional como a reprovao, evaso, gesto autoritria, avaliao quantitativa, acelerao de estudos, prdios ruins, salas de

aulas superlotadas, iluminao inadequada, carncia de recursos didticos, a no aplicao do piso salarial nacional e falta de condies de trabalho adequadas para os trabalhadores em educao.

Vivemos numa sociedade em crise, marcada pelo capitalismo que move nossos jovens pelo imediatismo e hedonismo, que expressam valores de consumo fcil, do pouco esforo fsico e intelectual. Neste contexto, a escola deve fazer um esforo no sentido de aproximar o ensino-aprendizagem da metodologia da mediao dialtica no sentido de desvelar o mundo, problematiz-lo do ponto de vista tico, poltico e econmico e assim repensar sua funo scio-histrica.

Nas dcadas de 80 e 90, com o avano do neoliberalismo, a educao pblica se pautou pela lgica da mercantilizao. As questes pedaggicas tomaram outro rumo, pois, o currculo passou a ser visto como um rol de competncias e habilidades voltadas para o mercado de trabalho, atravs de parmetros curriculares vagos e imprecisos sem o compromisso com a transformao da sociedade e com os trabalhadores. Temas essenciais da educao foram abandonados, entre eles, os debates acerca dos trabalhadores em educao como intelectuais, a organizao da escola de maneira coletiva e solidria, a gesto democrtica, o significado e a funo do conhecimento trabalhado na escola, entre outros.

Desvelar uma sociedade injusta implica em explicitar as condies de trabalho, de salrio e a intrnseca relao entre o pedaggico, o poltico e o econmico. A realidade da escola pblica brasileira, ainda permeada por muitas contradies. Nela lutamos, indagamos anunciando um mundo com melhores perspectivas.

Para reorganizar a escola pblica e repensar o currculo preciso colocar na pauta de nossas reflexes as mudanas econmicas, sociais, culturais, cientficas e polticas, vivenciadas nas ltimas dcadas no mundo. Novos problemas exigem novas respostas. Porm, antes disso necessrio discutir e estabelecer que

relaes ns, educadores, aspiramos ou ao menos apontar outras formas de relaes nessa comunidade escolar. Afirmamos que na base de todas as relaes humanas, determinando e condicionando a vida, est o trabalho, uma atividade intencional que envolve formas de organizao, objetivando a produo dos bens necessrios vida humana e que precisam ser distribudos para toda sociedade na mesma proporo

Ao estabelecer as relaes em nossa comunidade escolar, devemos estar atentos construo de um currculo que interrogue a realidade e que nos permita ser interrogados pela sociedade. Devemos estabelecer sempre o aspecto pblico da escola, tornar as relaes mais democrticas permanentemente, mostrando que a educao no mercadoria, no pode ser vendida. um direito da sociedade.

O trabalho e o emprego esto na base da produo, da criao de riqueza e bem estar e se ligam s decises sobre o qu e como produzir e como organizar a reproduo da vida humana. Isso implica em olhar para o conjunto das necessidades da populao, em particular ao trabalho e emprego, para avanar na construo de uma sociedade com igualdade. Alertar que a economia est voltada para os mega projetos que beneficiam as transnacionais, os banqueiros e o agronegcio. preciso compreender a poltica econmica do pas para intervir nos seus rumos.

Na sociedade de mercado, dominada pela busca incansvel do lucro, h um predomnio das empresas transnacionais que vo destruindo os sistemas locais de produo, circulao e venda dos produtos. Enfrentar essa realidade para melhorar as condies da classe trabalhadora fundamental.

O programa Fome Zero atua a partir de 04 eixos articuladores: acesso aos alimentos, fortalecimento da agricultura familiar, gerao de renda e articulao, mobilizao e controle social. O programa Bolsa Famlia1 considerado o carro1 Programa Bolsa Famlia (PBF) um programa brasileiro de transferncia direta de renda, destinado s famlias em situao de pobreza, com renda per capta de R$ 70,00 de at R$ 140,00 mensais, que associa transferncia do benefcio financeiro o acesso aos direitos bsicos: sade, alimentao, educao e assistncia social.

chefe do programa Fome Zero. Neste colgio, dos 1173 alunos matriculados em

2010, 35 alunos participam deste programa.

Outra mudana ocorrida no Brasil nos anos 90 deve-se a distribuio de renda do trabalho das mulheres. De acordo com o ultimo censo do IBGE, a mdia de salrios aumentou de 28,7% em termos reais de 1889 e 1999. Corroborando estes dados e conforme a Sntese dos Indicadores Sociais 2007, elaborada na maior parte com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (Pnad), o nmero de mulheres que so indicadas como a pessoa de referncia da famlia aumentou consideravelmente entre 1996 e 2006, correspondendo a uma variao de 79%, enquanto, neste mesmo perodo, o nmero de homens chefes de famlia aumentou apenas 25%. Em relao chefia feminina, observou-se que as maiores propores de mulheres que se declaravam como pessoa de referncia da famlia estava nos grupos etrios de 25 a 39 anos e de 60 anos ou mais de idade, cada grupo correspondendo a 26,7%. Estas, no entanto, possuem rendimentos mdios menores aos dos homens.

Ainda, devido necessidade da mulher ingressar-se no mercado de trabalho, verifica-se que as mesmas esto cada vez mais em busca de escolarizao. Segundo o Pnad, houve um aumento considervel das mulheres em relao aos estudos. Em 1996, entre as pessoas que freqentavam estabelecimentos de ensino superior, 55,3% eram mulheres, passando para 57,5%, em 2006. Nota-se que os homens esto perdendo espao no processo de escolarizao, pelo menos, no que tange a taxa de escolarizao superior. Estes resultados tm sugerido novas discusses e estudos sobre polticas para a continuao do processo de melhora do padro de distribuio de renda no pas. As atuais linhas de pesquisa enfatizam, sobretudo, a importncia da educao para reduzir a desigualdade de renda.

IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios 2006. Sntese de Indicadores Sociais 2007 http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=987&id_pagina=1Acesso em 04 nov.2010.

A melhora no padro de distribuio de renda do trabalho aconteceu paralelamente a uma acelerao da taxa de crescimento do nmero mdio de anos de estudo da populao. A mdia de anos de estudo aumentou de 4,55 em 1989 para 5,75 em 1999. Este fato ilustra a importncia da educao para a distribuio de renda do trabalho. Em 1999 quase 40% da populao empregada receberam menos de 03 salrios mnimos por ms, enquanto os 1,6% mais ricos receberam mais de 20 salrios mnimos. Alm disso, 40,6% da populao no tiveram renda.

Durante as ltimas 04 dcadas a concentrao de renda no Brasil se manteve praticamente inalterada, oscilando entre as 10 ltimas posies do mundo. O primeiro avano significativo para melhora da desigualdade econmica no pas ocorreu em 2004, com o programa Bolsa Famlia do governo Lula. A taxa de crescimento de renda per capta para os mais pobres foi de 14,1%, enquanto a renda per capta mdia cresceu 3,6% no mesmo perodo.

A distribuio de renda no Brasil to desigual que a metade pobre da populao brasileira ganha em soma quase o mesmo valor (12,5% da renda nacional) que os 1% mais ricos (13,3%).

A afirmao da diversidade e a exigncia da abolio das diferentes formas de opresso - de gnero, de raa, de gerao, de liberdade sexual, contra as pessoas com necessidades educacionais especiais tm sido eixos de lutas dos movimentos sociais, bem como a preocupao com as questes ambientais e a exigncia da participao popular, atravs de Fruns, Conselhos e da constituio de Redes Solidrias de colaborao, de produo e de consumo que inauguram uma nova economia. O sistema capitalista reage de vrias maneiras, com guerras, massacres tnicos, imposies econmicas e com a mdia cooptada, causando prejuzo informao e autonomia da classe trabalhadora. preciso criar novas alternativas atravs das redes virtuais de relacionamento para enfrentamento das imposies ideolgicas da grande mdia.

Aps a rdua tarefa para reverter s polticas neoliberais de oito anos de mando (1995 a 2002), o atual governo ao longo desses 08 anos (2003 a 2010) retomou a reconstruo da escola pblica e vem implantando algumas polticas educacionais assumidas, aps discusso coletiva, com os profissionais da educao.

Essas polticas visam avanar na direo de uma escola que no separe instruo de educao. Como dizia Gramsci, uma Escola Unitria, uma escola que no separe o pensar do fazer, uma escola que instaure nossas relaes entre trabalho intelectual e trabalho manual, que seja um espao de formao humana pautada no acesso ao conhecimento como condio fundamental para a transformao da sociedade.

A escola pblica que queremos tem que ser conquistada e construda por todos. O desafio que nos cabe o de construir coletiva e democraticamente esta escola. Acreditamos que este o caminho, alm da luta constante, devemos nos pautar pela formao continuada, discusso, anlise, debate e proposies da escola que queremos, com a comunidade, com professores, funcionrios, pais e alunos.

O governo tem a obrigao de investir recursos para financiar as polticas educacionais de formao continuada para todos os trabalhadores em educao. Essa deve fazer parte de uma poltica de qualificao profissional, com qualidade do ponto de vista pedaggico, tico, poltico e tcnico. Para isso preciso transformar em polticas pblicas os atuais programas de formao continuada com investimento na capacitao docente e dos demais trabalhadores em educao. Os profissionais da educao devem estar inseridos no processo de construo do Plano Estadual de Educao, enquanto sujeitos do fazer poltico-pedaggico.

Em relao gesto democrtica na educao, entendemos que ela , antes de tudo, um processo onde todos os que participam so representantes dos segmentos sociais que formam a comunidade escolar. Sua forma de ao acontece

atravs de mecanismos como o Conselho Escolar, Associao de Pais, Mestres e Funcionrios, a elaborao do Projeto Poltico Pedaggico da escola, bem como a eleio direta para diretores dos estabelecimentos de ensino.

A realizao de eleio direta para a direo da escola garante a sua autonomia pedaggica, alm de cumprir um dispositivo constitucional. A Constituio Estadual, em seu artigo 178, inciso VII, garante a gesto democrtica e colegiada das instituies de ensino mantidas pelo Poder Pblico estadual, adotando-se sistema eletivo, direto e secreto, na escolha dos dirigentes, na forma da lei. Portanto, esse processo deve ser plural, democrtico e representativo. Sendo assim, alguns indicadores so fundamentais na construo da gesto democrtica, como a autonomia, a representatividade social e a formao da cidadania. A autonomia entendida aqui como a autonomia pedaggica necessria para a comunidade escolar elaborar o seu Projeto Poltico Pedaggico, escolher diretamente seus dirigentes e, a escola ter como instncia mxima, o Conselho Escolar pensando na administrao da educao sempre luz da natureza do trabalho pedaggico, buscando sua universalizao, enquanto acesso de todos e, sua universalidade, enquanto conhecimento.

Em Paran (2008), a escola por princpio, o local do conhecimento produzido, reelaborado e sociabilizado dialeticamente, sempre na busca de novas snteses, construdas na e com a realidade. Os Desafios Educacionais Contemporneos trazem em foco as influncias que as mltiplas determinaes, o ambiente, as culturas e as diversas interferncias do processo educacional causam nelas prprias e em seu entorno. Tais desafios trazem as inquietudes humanas, as relaes sociais, econmicas, polticas e culturais levando-os a avaliar os enfrentamentos que devemos fazer.

Esta nova demanda faz parte de nossa realidade e constam neste Projeto Poltico Pedaggico visando insero dos temas a serem trabalhados de forma cientfica, associado quando possvel, ao contedo das diferentes disciplinas, no

estando fragmentado e nem desvinculado das DCEs do Estado do Paran. Neste aspecto, as questes que envolvem os Desafios Educacionais Contemporneos: preveno ao uso indevido de drogas; educando para as relaes tnico-raciais; enfrentamento violncia na escola e educao ambiental, so pertinentes enecessrias no trabalho escolar.

Propomos um estudo acerca das questes sociais mundiais e locais, numa perspectiva crtica, scio-histrica, poltica, econmica e pedaggica. Com o intuito de fornecer subsdios terico-metodolgicos referentes a tais demandas. Sero utilizados como material de apoio os Cadernos Temticos produzidos pela SEED, Coordenao dos Desafios Educacionais Contemporneos.

Ainda no prisma de desafios da chamada revoluo de paradigmas do processo de ensino-aprendizagem de nossa poca a educao inclusiva. O sistema educacional contemporneo tem realizado uma busca por respostas para as discusses sobre o processo inclusivo iniciado na dcada de l990, com o objetivo de proporcionar a equidade de oportunidades s pessoas com necessidades educacionais especiais, atendendo ao dispositivo da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDBEN - n 9394/96, em seu Art. 58, que preconiza que a Educao Especial uma modalidade de ensino que deve ser oferecida, preferencialmente na rede regular de ensino.

A incluso implica em valorizar as peculiaridades de cada aluno, atendendo a todos na escola com equidade, incorporando a diversidade, sem nenhum tipo de distino. Cabe dizer que, em Paran (2010), p 10), [...] equidade de oportunidades no significa um modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e servios especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas singularidades. Esse processo, a incluso, necessita de aes eficazes que garantam os desenvolvimentos intelectual, social, afetivo e profissional do alunado a qual se destina.

Neste sentido entende-se que devem ser atendidas todas as condies necessrias para que possa ser concretizada esta modalidade de ensino, para os educando com necessidades especiais. O compromisso do Estado deve ser na manuteno de um modelo pblico de educao especial, em todas as modalidades, como educao precoce, iniciao profissional, habilitao e qualificao para o trabalho, ensino mdio e superior.

fundamental a efetivao de polticas educacionais que incluam, de forma adequada, humana e com dignidade, as crianas e adolescentes com necessidades educacionais especiais. As pessoas com necessidades especiais de aprendizagem ou de locomoo tm direito ao acesso educao de qualidade, de forma que sua singularidade seja respeitada, superando toda forma de preconceitos e limitaes estruturais e de recursos humanos para receb-las com qualidade.

Lutamos pela garantia ao acesso e permanncia dos alunos com necessidades educativas especiais nas escolas comuns e especializadas, prioritariamente pblicas. Mas no podemos admitir que estas pessoas sejam matriculadas aleatoriamente nas escolas sem antes serem tomadas medidas que afirmem seus direitos de forma digna.

Torna-se ento primordial, proporcionar aos alunos atividades que lhes permitam demonstrar seu conhecimento prvio, desenvolvendo-o gradativamente para o conhecimento cientfico e com este, interagir socialmente.

Neste contexto, a escola possui alunos com Transtorno Dficit de Ateno, Hiperatividade (TDAH) e Deficincia Intelectual (DI), ou seja, alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) que esto inseridos em salas de aula do Ensino Regular, por vezes em turmas numerosas, fator este que interfere no aprendizado pleno.

Tambm fazem parte do corpo discente, alunos com repetncia, evaso e problemas scio-emocionais dificultando o atendimento, por parte dos professores, para uma aprendizagem qualitativa.

Para sanar as defasagens de aprendizagem a escola oferece a Sala de Apoio Aprendizagem (SAA) aos alunos do 6 ano/5 srie, nas disciplinas de Lngua Portuguesa e Matemtica, em duas turmas distintas; a Sala de Recursos Multifuncional Tipo I, com professores especializados, atendendo alunos do 6 ao9 ano, com Deficincia Intelectual (DI), Transtornos Funcionais Especficos (TFE); e o SAREH - Servio de Atendimento a Rede de Escolarizao Hospitalar-, proporcionando tambm o Atendimento Domiciliar aos alunos do Ensino Fundamental e Mdio.

Num processo interventivo, em meio a tais diversidades, o professor da Sala de Recursos e Servio de Apoio Aprendizagem interage com os demais docentes da sala do ensino regular que buscam desenvolver um trabalho com metodologias diferenciadas a fim de atender as dificuldades apresentadas pelos alunos.

O professor da Sala de Recursos, buscando um elo no trip escola, famlia e servio especializado, tem apresentado grandes xitos com os alunos inseridos no programa.

O governo deve investir recursos financeiros para a formao continuada dos profissionais da educao para que os alunos com necessidades educativas especiais possam ser educados com qualidade. Para tanto, conforme APP-Sindicato (2001), necessrio realizar a adequao curricular, a destinao de recursos financeiros para a adequao de instalaes fsicas apropriadas, como a remoo de barreiras arquitetnicas e outras adaptaes que se fizerem prementes; a aquisio de material especializado s diferentes deficincias com qualidade e em quantidade aceitvel, como acervo bibliogrfico, videoteca, equipamentos, materiais especficos com impressoras em Braille, acervo bibliogrfico em Braille, fitoteca, grupo de

ledores voluntrios ou bolsistas, intrpretes para LIBRAS - Lngua Brasileira de

Sinais.

Os investimentos financeiros do governo do Estado no podem se restringir ao espao escolar. O governo deve investir no transporte adequado aos educando com necessidades educativas especiais, nas equipes interdisciplinares e de sade, na avaliao diagnstica, na relao adequada ao nmero de alunos por professor e garantir o atendimento domiciliar educando, em casos graves, quando no puderem se locomover at a instituio escolar.

Outro tema que se apresenta como desafiador para o debate so as relaes tnico-raciais. O Brasil um pas rico em diversidade tnica e cultural, um pas plural em sua identidade, contudo ao longo da nossa histria o preconceito e as relaes de discriminao e excluso social impedem muitos brasileiros da vivncia plena de sua cidadania.

A SEED, desde 2007, instituiu o Departamento da Diversidade NEREA, que discute e define as polticas para o atendimento a todos os sujeitos que historicamente encontram-se excludos do processo de escolarizao e/ou da pauta das polticas educacionais. Destacamos na Educao do Campo, os moradores e trabalhadores do campo, agricultores familiares e trabalhadores rurais temporrios; na Educao das Relaes tnico-Raciais e Cultura Afro-brasileira, Africana e Nativa, a populao de negros (as), tnico-raciais e ndios; a Alfabetizao de Jovens e Adultos trabalhando com os jovens, adultos e idosos analfabetos; na educao de Gnero e Diversidade Sexual, referindo-se as relaes afetivo-sexuais de indivduos ou grupos, tais como lsbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.

Na sociedade brasileira, a superao da discriminao, o grande desafio da escola. Sendo assim, necessrio conhecer e reconhecer a riqueza apresentada pela diversidade tnico-cultural que compe o patrimnio scio, cultural e econmico brasileiro, valorizando a trajetria particular dos grupos sociais.

imprescindvel tratar da diversidade cultural, reconhecendo-a e valorizando-a, sendo que para superar as discriminaes necessrio atuar sobre um dos mecanismos de excluso, ainda que insuficiente, para se caminhar na direo de uma sociedade mais democrtica. um imperativo do trabalho docente a construo da cidadania, uma vez que tanto a desvalorizao cultural, quanto a discriminao so entraves plenitude da cidadania de todos, portanto da prpria nao.

A Lei 10.639, assinada em 09 de janeiro de 2003 pelo Presidente da Repblica Luis Incio Lula da Silva e o Ministro da Educao Cristvan Buarque, alterou dispositivos da LDB (Lei n 9394/96) e tornou obrigatrio o ensino da temtica Histria e Cultura Afro-brasileira e Africana nos estabelecimentos de ensino da Educao Bsica do pas. Em 10 de maro de 2004, o Conselho Nacional de Educao aprovou o parecer 003/2004, instituindo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais para o Ensino de Histria e Cultura Afro-brasileira e Africana. A temtica deve ser trabalhada no mbito de todo o currculo escolar em todas as disciplinas.

Nesse panorama de incluso social alm da Lei n 10.639/01 tem sido amplamente discutido e inserido como componente curricular de carter obrigatrio nas instituies escolares o cumprimento da Lei N 13.381/01 que torna obrigatrio no Ensino Fundamental e Mdio da Rede Pblica Estadual os contedos de Histria do Paran, e da Lei N 11.645/08 que inclui no currculo oficial a obrigatoriedade do ensino da Histria e cultura dos povos indgenas do Brasil.

A Lei 10.639/03, Lei N 13.381/01 e a Lei N 11.645/08 somam-se luta pela implementao de polticas afirmativas para a superao do quadro de excluso produzido pela estrutura do racismo e de classe presentes na sociedade brasileira. A prtica dessa lei, embora esteja em vigor no papel, um desafio constante. Faz-se necessrio que ao implantar a lei, o poder pblico e ns educadores, desenvolvamos prticas pedaggicas no interior da escola que promovam a igualdade das diversidades.

Atendendo as Leis que amparam e preceituam as Diversidades, desde 2003, consiste como prtica desta instituio de ensino o trabalho educacional direcionado a Educao tnico-Raciais e para o ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Em 2007 foi constituda a equipe multidisciplinar que orienta e encaminha a prticas pedaggicas no interior da escola promovendo a igualdade e o respeito heterogeneidade tnico-racial, visando transformao social.

A temtica Sexualidade que discute questes de gnero, doenas sexualmente transmissveis, educao sexual, entre outros temas correlatos, tem sido um tema constante difundido na mdia, por meio das novelas, dos cinemas, da publicidade, dos programas de auditrio para jovens, das revistas voltadas para o pblico adolescente, o que nos chama a responsabilidade da discusso do tema, na perspectiva dos direitos humanos constitudos e fundamentados na Constituio da Repblica Federativa do Brasil quando diz, sobretudo, que um dos objetivos fundamentais promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao (Art. 3, IV)

A educao deve ser tambm um espao de cidadania e de respeito aos direitos humanos, o que tem levado o currculo a discutir o tema da incluso de grupos minoritrios. Entre estes grupos esto os grupos de gnero representados pelo grupo LGBTT - lsbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.

No Brasil, h muitos estudos sobre a excluso de mulheres, porm poucos estudos educacionais acerca do tema da diversidade sexual. Essa ausncia na educao, provavelmente, tem como causa a predominncia de proposio essencial e excludente nos conceitos utilizados para pensar identidades sexuais e de gnero.

E ainda, sobre o respeito livre orientao sexual, recentemente a aprovao de alguns documentos oficiais contribuiu para o fortalecimento das discusses acerca dos direitos sexuais da populao LGBTT, entre eles, o Decreto n. 5.397, de 22 de maro de 2005, que dispe sobre a composio, a competncia e o funcionamento do Conselho Nacional de Combate Discriminao CNCD, o qual compete propor, acompanhar e avaliar as polticas pblicas afirmativas de promoo da igualdade e da proteo dos direitos de indivduos e grupos sociais e tnicos afetados por discriminao racial e demais formas de violncia.

Esse conselho composto alm de rgos ministeriais, por representantes de entidades e organizaes no-governamentais das populaes negra, indgena e do segmento de Lsbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais LGBTT.

No Estado do Paran, a Lei n 11.733, de 28 de maio de 1997, que autoriza o poder executivo a implantar campanhas sobre Educao Sexual a serem veiculadas nos estabelecimentos de Ensino Estadual que ofertam o Ensino Fundamental e Mdio do Estado do Paran do amparo legal e abertura prtica de uma Educao Sexual na escola.

imprescindvel refletir no contexto escolar sobre as questes de gnero e diversidade sexual, a fim de promover uma educao democrtica e inclusiva, sem preconceitos nem discriminaes, desconstruindo padres estereotipados que geram a excluso social. O trabalho de esclarecimento visa contribuir na promoo da equidade de gnero sexual e no enfrentamento ao sexismo e homofobia, bem como promover a defesa dos direitos sexuais.

Desta forma conforme os Pareceres CP/CEE n 01/09, n 04/09 do Ministrio Pblico do Paran e a Instruo Conjunta n 02/10-SEED/SUED/DAE estabelecem que o nome social o nome pelo qual travestis e transexuais femininos ou masculinos se reconhecem e preferem ser chamados, ficou definido que a partir do ano de 2010, toda a Rede Pblica de Ensino do Paran deveria incluir o nome social do aluno e/ou aluna travesti ou transexual, maior de 18 anos, que queira, por escrito atravs de declarao esta insero, nos documentos escolares internos, tais como: espelho do Livro Registro de Classe, Edital de Nota e Boletim Escolar. Os documentos escolares oficiais devero permanecer inalterados enquanto que a referida declarao dever ser arquivada na pasta individual do aluno e/ou aluna.

Pensar em educao de forma ampla abarcar a populao do campo. Nos dias atuais h necessidade de refletir sobre as polticas pblicas que vem sendo desenvolvidas em torno da valorizao do homem do campo e de suas especificidades, tendo em vista que o aluno advindo da zona rural no difere amplamente daquele residente na zona urbana. A funo primeira da escola incentivar, valorizar e procurar demonstrar ao aluno do campo a importncia do trabalho agrcola para o bom andamento de um pas.

Nesse sentido a escola deve adaptar-se ao artigo 28 da LDB, que prev, entre outros, contedos curriculares e metodologias apropriadas s reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural. Tal adaptao faz-se necessria, uma vez que o aluno poder construir conhecimentos concretos sobre o manejo e produo, e assim utiliz-los na construo de formas diversificadas de trabalhos dentro do campo, podendo obter renda justa desse local e adquirir foras para continuar a habilitar e cuidar da zona rural.

Sendo assim, este estabelecimento de ensino busca valorizar o conhecimento dos diferentes sujeitos da aprendizagem. Considera que o desenvolvimento das pessoas construdo no s por meio dos diferentes

processos formativos, mas valoriza a escolarizao inicial e continuada, resgatando ao mesmo tempo nas reas educativas as questes especficas de cada grupo, principalmente no respeito ao ambiente como forma de assegurar as condies do desenvolvimento sustentvel.

Da mesma forma, as questes ambientais em discusso no mundo hoje, nos apontam que necessrio cuidar da natureza. A educao ambiental torna-se aliada na compreenso de que a sociedade e a natureza interagem. Para tanto, a Agenda21 Escolar, documento que prev iniciativas e aes de todos os setores sociais, inclusive os desta escola, contribui nesse trabalho educativo de conscincia ambiental.

A Agenda 21 composta pela Agenda Global, Brasileira, Estadual, Local, resultando dessa estrutura, a proposta para a elaborao da Agenda Escolar. A escola tem influncia efetiva, no apenas dentro dos seus muros, nos momentos formais, mas em toda a comunidade formada pelos respectivos familiares e moradores de seu entorno.

As atividades referentes Agenda 21 Escolar devem ser desenvolvidas no coletivo a partir de discusses e elaborao de aes necessrias para o desenvolvimento do projeto abordando o tema definido, buscando conscientizar a comunidade escolar na busca de solues visando uma melhor qualidade de vida, onde a participao de todos fundamental para um resultado positivo.

Somos trabalhadores e construmos a educao de nosso Estado. Nossa ferramenta de trabalho deve ser o conhecimento cientfico, filosfico, artstico, poltico e tecnolgico. Sabemos que atravs dele possvel contribuirmos para a transformao da sociedade. Estamos motivados a construir uma educao em que o lucro no seja a medida de todas as coisas. O que nos move so a vida humana em sua integridade cultural, tica, poltica e social.

Em 2010 foi autorizado o funcionamento do Curso de Educao Profissional Tcnico de Nvel Mdio em Servios de Restaurante e Bar, Eixo Tecnolgico: Hospitalidade e Lazer. Aprovado em 09/02/2010, Processo n 505/09 Cmara de Educao Bsica, com 800 Horas/aulas, mais 50 horas de estgio profissional supervisionado. O regime de matrcula semestral, com durao mnima de 01 (um) ano e mximo de 05 (cinco) anos.

O curso profissionalizante Tcnico em Servios de Restaurante e Bar, cuja modalidade subsequente ao Ensino Mdio foi visto como necessrio, em virtude de que uma rea que exige do profissional, conhecimentos especficos para trabalhar eficientemente. A oferta do curso veio consolidar o fortalecimento das polticas pblicas educacionais implantadas pela Secretaria de Estado da Educao para os cursos de Educao Profissional em nosso municpio.

Abrange alunos cuja terminalidade recente e outros que se formaram h anos. O eixo definidor est centrado nos processos produtivos e sociais que regem e so regidos por princpios cientficos, polticos e tecnolgicos determinados pelo mundo da produo e organizao social capitalista.

O tcnico em servios de Restaurante e Bar vem ao encontro da necessidade da formao do tcnico numa perspectiva de totalidade e constitui-se numa atividade com crescente exigncia de qualificao. Assim ao concluir o curso dever compreender, tomar decises e propor solues relativas aos servios de Restaurante e Bar, atendimento aos clientes em todos os aspectos. Controlar e avaliar o processo de organizao, higiene e manipulao dos alimentos em mesas e bandejas, depsitos e cozinha do local de trabalho. Desempenhar com qualidade todos os servios correlatos funo do garom, comunicando-se com eloqncia, seguindo as regras de etiqueta e privilegiando a boa relao com a equipe e os clientes.

7. CONCEPES QUE NORTEIAM AS PRTICAS ESCOLARES

O marco conceitual do Projeto Poltico Pedaggico busca expressar as concepes de criana, de homem, sociedade, trabalho, educao, cultura, cincia e tecnologia. Os conceitos aqui expressos definem as vises do coletivo da escola, definidos em reunies e baseados em teorias progressistas, partindo de uma anlise crtica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades scio-polticas da educao (SILVA, 2010). De acordo com as discusses realizadas entre os segmentos da comunidade escolar verificou-se a preferncia pela tendncia progressista crtico-social, que valorize os contedos cientficos, questionando assim, o modelo hegemnico vigente.

Antes de mais nada precisamos entender como se d o desenvolvimento da criana e que criana esta que estamos recebendo, afinal por volta dos dez a doze anos de idade que recebemos esta criana, fase em que ocorre a transio, ou seja, deixa de ser criana e passa ser adolescente, muitas mudanas comeam a ocorrer tanto no aspecto corpo fsico, quanto no aspecto emocional e tambm quanto a suas responsabilidades escolares, no que tange nmero de professores, novas disciplinas e contedos.Portanto ao recebermos esta criana precisamos entender os moldes em que ela foi educada e quais as teorias que nortearam suas primeiras experincias de ensino aprendizagem, uma vez que sem este conhecimento no podemos dar sequncia ou at mesmo pensar que homem queremos formar. Desta forma de acordo com a concepo de Piaget a criana se desenvolve e por isso aprende, j para Vygotsky a criana aprende por isso se desenvolve.

Assim enquanto Piaget enfatiza os fatores internos no processo de desenvolvimento do sujeito, como maturao e a equilibrao, Vygotsky enfatiza os fatores externos, onde o desenvolvimento humano pode ser dividido em fsico (corpo), desenvolvimento pessoal (personalidade), desenvolvimento social (relacionamento com os outros) e desenvolvimento cognitivo (pensamento). Ainda na concepo de Vygotsky, a criana nasce inserida em um meio social e cultural, sendo ela criadora e recriadora da cultura, na interao que a criana tem com os outros que ocorre as

primeiras relaes com a linguagem e a abstrao do pensamento se inicia na pr adolescncia com a elaborao dos seus conhecimentos sobre os objetos em um processo mediado pelo outro, de modo subjetivo marcado por condies culturais, sociais e histricas. Desta forma podemos observar que as duas teorias nos mostra que o desenvolvimento da criana ocorre de maneiras diferentes mas que juntas se completam, assim entendendo como se d o desenvolvimento da criana e como ocorre seu processo de aprendizagem conseguiremos avanar e at transpor os obstculos que hoje encontramos nos