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PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR 17.ABR.2012 N.577 www.aese.pt OPINIÃO Apresentação Pública de NAVES do 10º Executive MBA AESE/IESE Hard Times NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO Os “fansumers” agitam o mundo da publicidade Portáteis para crianças pobres: um avanço lento PME’s rumo à internacionalização Ajudar a minha equipa a crescer Lisboa, 15 e 16 de maio “Academically Adrift” Ciclo de Responsabilidade Social e Sustentabilidade Conferência Anual Alumni Executive MBA AESE/IESE Lisboa, 11 de maio “Não se abandone em tempos de adversidade” Vortal, Connecting Business & Public eTendering A “grande sociedade” de Cameron, aguada pelo casamento homossexual Estágios profissionais e empregabilidade Lisboa, 9 de maio How to Communicate and build reputation in Asia? Fundamentos da Responsabilidade Social das Empresas Lisboa, 26 de abril AGENDA A “violência estrutural” no aborto Passaporte Lisboa, 27de abril Modelos de negócio para tempos de incerteza Lisboa, 28 de maio e 11 de junho

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NOTÍCIAS

17.ABR.2012 N.577

www.aese.pt

OPINIÃO

Apresentação Pública de NAVES do 10º Executive MBA AESE/IESE

Hard Times

NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Os “fansumers” agitam o mundo da publicidade

Portáteis para crianças pobres: um avanço lento

PME’s rumo à internacionalização

Ajudar a minha equipa a crescer Lisboa, 15 e 16 de maio

“Academically Adrift”

Ciclo de Responsabilidade Social e Sustentabilidade

Conferência Anual Alumni Executive MBA AESE/IESE Lisboa, 11 de maio

“Não se abandone em tempos de adversidade”

Vortal, Connecting Business & Public eTendering

A “grande sociedade” de Cameron, aguada pelo casamento homossexual

Estágios profissionais e empregabilidade

Lisboa, 9 de maio

How to Communicate and build reputation in Asia?

Fundamentos da Responsabilidade Social das Empresas Lisboa, 26 de abril

AGENDA

A “violência estrutural” no aborto

Passaporte

Lisboa, 27de abril

Modelos de negócio para tempos de incerteza Lisboa, 28 de maio e 11 de junho

Cátedra de Ética na Empresa e na Sociedade AESE/EDP

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Ciclo de Responsabilidade Social e Sustentabilidade

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A AESE e a EDP celebraram re-centemente um protocolo para a criação da Cátedra, que tem como objetivo a integração da ética empresarial em matéria de governação, gestão de risco, com-pliance e responsabilidade social.

Para que as organizações consi-gam ter capacidade de resposta, em eficácia e em produtividade, a AESE e a EDP propõem um ciclo de conferências subordinado ao tema “Responsabilidade Social e Sustentabilidade”: 26 de abril | 1ª Sessão “Questões fundamentais de Responsabilidade Social e Sustentabilidade”, com António Argandoña, Professor de Economics and Business Ethics no IESE. Mais informações e inscrições

10 de maio | 2ª Sessão “Boas práticas de Sustentabili-dade e Responsabilidade Social: a experiência da EDP”, com António Neves de Carvalho, Diretor da Direção de Sustentabilidade e Ambiente da EDP. Mais informações e inscrições

21 de junho | 3ª Sessão “Projetos alavanca do desenvolvimento sustentável” Com Miguel Serrão (37º PADE), Miguel Osório, Administrador do Modelo Continente e Carlos Medeiros Abreu, Administrador da SECIL. Mais informações e inscrições O Prof. Raul Diniz, responsável da AESE pela iniciativa, considera que "A Cátedra de Ética tornada

possível pelo patrocínio da EDP, é a união feliz de uma Escola em- penhada numa formação avança- da em matéria ética e de uma Empresa de reputada consistência nesta área. Em economias e tempos globalizados, é cada vez mais necessária uma gramática ética universal que constitua um mínimo denominador comum que é cultura e civilização”. "Através desta parceria, queremos aliar quem detém uma sólida plataforma de conhecimento ao mais alto nível no campo da ética com a nossa experiência opera-cional e organizacional. Acredito

2 CAESE abril 2012

Abril a junho de 2012

»»

que esta relação virtuosa juntando duas referências neste domínio, acrescentará muito valor a todos os envolvidos e que, uma vez mais, traduz a nossa capacidade conjun-ta de antecipação e de construção de uma nova realidade", explica António Mexia, presidente do Con-selho de Administração Executivo da EDP. empenhada numa formação .

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3 CAESE abril 2012

Mais uma vez, o Agrupamento de Alumni proporcionou um debate de grande atualidade para os dirigentes e executivos. Alfonso Chiner, Professor de Política de Empresa do IESE e especialista na organização e gestão de empresas familiares, explorou as estratégias e as precauções que as Pequenas e Médias Empresas devem ponderar na hora de iniciar um processo de internacionalização. O Professor abordou as alterna-tivas que as PME’s de raiz familiar devem considerar quando pensam expandir a sua atividade para ou-tros mercados. Alfonso Chiner ex-plorou as situações multiproduto versus monoproduto e multimer-cado versus monomercado. Assim, torna-se claro que em cada situação, a empresa deve analisar as suas forças e meios, designa-

damente financeiros, em contra-posição com as características económicas e culturais dos países de destino, procurando antecipar se a proposta de valor que pretende levar para o novo mercado faz sentido. À sessão de continuidade seguiu- -se um colóquio no qual o Prof. Chiner aproveitou a sua experiên-cia pessoal para sustentar o seu ponto de vista.

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PME’s rumo à internacionalização

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4 CAESE abril 2012

Sessão de Continuidade 22 de março de 2012

A AESE recebeu Pedro Rocha Matos e Tiago Pizarro Gonçalves, respetivamente Partner e Manager da Heidrick & Struggles, para uma sessão exclusiva destinada aos Alumni do Executive MBA de "Estratégias sobre a abordagem ao mercado de trabalho". Na sessão do dia 12 de março, os conferencistas ensinaram os participantes a desenhar o melhor plano estratégico, tendo em conta as exigências do mercado atual. Determinação, resiliência, foco, ambição e capacidade de reconhe-cer e aproveitar a oportunidade são apenas algumas das características que os profissionais devem (man)-ter despertas na abordagem profissional. Os oradores definiram o career planning como uma forma de melhorar a assertividade das esco-

lhas. Esta caminhada implica a preparação de seis etapas. A primeira consiste numa auto-avaliação crítica e objetiva, dada a singularidade de cada pessoa. Deve ter-se em conta a perso-nalidade, as atitudes, as compe-tências e habilidades, os valores e a missão pessoal, os interesses, gostos e zonas de desconforto e os planos de futuro. Em segundo lugar, a história de carreira é um passaporte de entra-da para o desafio seguinte, daí que os percursos e as conquistas sejam muito relevantes. Os oradores identificaram o estudo do mercado de trabalho como o terceiro pilar da estratégia. Median-te os objetivos que se pretendem alcançar, é importante direcionar as energias manter o foco e a deter-

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“Não se desleixe em tempos de adversidade”

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Sessão Exclusiva para Alumni do Executive MBA AESE/IESE com a parceria da Heidrick & Struggles

5 CAESE abril 2012

12 de março de 2012

»» Pedro Rocha Matos, Partner da Heidrick & Struggles

minação. Segue-se o plano de ação, que integra a perspetiva interna (pessoal) e externa (do meio envolvente). O quinto aspeto apontado foi o da entrevista. “Não se esqueça que é muito importante ser um bom comunicador, mas é igualmente fundamental saber escutar!” Daí que deve atender-se: à pontua-lidade; à apresentação; à concen-tração; à atitude ativa e positiva; à postura tranquila, natural, simpática e flexível; ao discurso aberto, transparente e dialogante; à rele-vância; à recolha de informação; e estabelecer o acordo sobre os próximos passos. Em sexto lugar, a reavaliação dos resultados obtidos não deve ser negligenciada: “o desafio pode tar-dar em aparecer, mas ele vai surgir! É tudo uma questão de estratégia, determinação e gestão de expeta-tivas. Para aproveitar as oportunidades,

Pedro Rocha Matos e Tiago Pizarro Gonçalves recomendaram “apostar em si… na sua carreira! Não se “desleixe” em tempos de adversidade!” Mónica Pimentel (11º Executive MBA AESE/IESE) participou neste encontro e considerou com apreço “o elevado enfoque na importância da capacidade de realização de cada um a acrescer às valências apresentadas nos currículos. O dinamismo dos oradores e a forma realista, mas otimista, com que apresentaram as condições atuais do mercado de trabalho, foi seguramente uma das mais valias da sessão."

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6 CAESE abril 2012

Investigação AESE

Os Professores José Ramalho Fontes e Manuel Dias Ferreira escreveram recentemente um caso intitulado “Vortal, Connecting Busi-ness & Public eTendering”. “O caso pretende apresentar um momento importante no desenvol-vimento da Vortal, em que se deve decidir se se deve diversificar a sua atividade, aplicando os conhe-cimentos atuais numa nova geo-grafia, a Espanha, ou desenvolver um novo serviço em Portugal, a contratação pública eletrónica.” O caso aborda um processo inovador, uma “iniciativa de um grupo de empresas do setor da construção que querem tirar partido de uma ferramenta inovadora, juntamente com parceiros tecnoló-gico - a PT,- e financeiro - BES.” O interesse do caso reside no

problema que o presidente do Conselho Consultivo, Rui Dias Ferreira, apresentou aos conselhei-ros, em novembro de 2007, para ouvir as suas opiniões relativas ao crescimento da Vortal. Em Espanha, a intensificação da crise no mercado da construção poderia ser a altura certa para uma aposta em força, na convicção de que se a Vortal tal não o fizesse, outros o fariam agora e perder-se- -ia a vantagem de ter sido o iniciador. Mas aumentar rapida-mente a atividade em Espanha era uma tarefa complexa com dificuldades várias.

No caso da contratação pública, sendo um serviço de cariz universal, era necessário mudar de modelo de negócio e de processo de venda; e não era menos importante considerar a formação

dos operadores da plataforma.

Esta segunda hipótese era reforçada pelas recomendações europeias de digitalização das compras públicas, materializada na Declaração de Manchester, e na prática portuguesa de utilização de plataformas tecnológicas no serviço público e na legislação que estava a ser transcrita da UE. Contudo, a implementação desta diretiva colocava muitas dúvidas sobre o efetivo arranque da obrigatoriedade de digitalizar todos os concursos públicos.

7 CAESE janeiro 2012

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Vortal, Connecting Business & Public eTendering

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Seminário Ajudar a minha equipa a crescer Lisboa, 15 e 16 de maio Saiba mais >

Programa Apresentação Pública de NAVES do 10º Executive MBA AESE/IESE Lisboa, 27 de abril Inscrições >

Sessão de Continuidade How to Communicate and build reputation in Asia? Lisboa, 9 de maio de 2012 Saiba mais >

Programa Conferência Anual Alumni Executive MBA AESE/IESE Lisboa, 11 de maio Inscrições >

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AGENDA

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Seminários

Seminário Modelos de negócio para tempos de incerteza Lisboa, 28 de maio e 11 de junho Saiba mais >

8 CAESE abril 2012

Ciclo AESE-EDP "Sustentabilidade e RS" Fundamentos da Responsabilidade Social das Empresas Lisboa, 26 de abril Saiba mais >

Programas Programas

Sessões de Continuidade

Hard Times “Austeridade. Não gosto da palavra. Evoca rigidez, severidade, aspereza. Tem o sabor – o azedume – do estoicismo desencarnado, do moralismo sem Graça, dos impostos, da resignação. Lembra-me o frio, a escassez, a inclemência, a sovinice, o inverno. Lembra-me o Natal do senhor Scrooge, antes da sua conversão. Contudo, ‘austeridade’ pode ser também nome de uma virtude (…)” Leia mais e comente Publicado no Diário Económico, a 5 de abril de 2012.

Prof. Pedro Ferro, Diretor do PADE

BLOG

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Siga-nos em Blog AESE

Trocam-se inovações “A inovação não se fecha a sete chaves nem fica dentro do segredo das empresas. Um ecossistema em que a partilha de ideias é o ponto de partida para lançar novos podutos, serviços ou negócios pode ser a solução. (…)“ Leia mais Publicado no Jornal de Negócios, a 29 de março de 2012. José Ramalho Fontes,

Professor da AESE

9 CAESE abril 2012

Álvaro Carvalho (30º PDE) é o Vice-Presidente da CDRN, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

Nesta secção, pretendemos dar notícias sobre algumas trajetórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni. Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

PASSAPORTE

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10 CAESE março 2012

Filipe Ribeiro (38º PDE) é o novo diretor de negócios da área autonomy information management para a região sul da HP.

PANORAMA

Os “fansumers” agitam o mundo da publicidade Até ao aparecimento da Internet e das redes sociais, os jovens não eram mais do que um segmento que os anunciantes utilizavam para classificar aquelas pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos. Um público objetivo para o qual as marcas se dirigiam através da televisão e das revistas de um modo desperso-nalizado e com um interesse rela-tivo, dada a sua escassa capaci-dade aquisitiva e poder de influên-cia mínimo. Hoje os jovens mudaram. As reduzidas comunidades escolares, que serviam como fóruns isolados de debate sobre as primeiras experiências de compra, transferi-

ram-se para a Internet, converten-do-se numa comunidade única de alcance universal (Tuenti, Face-book, Twitter). O escasso número de companheiros que ficavam prostrados com a história do dono da primeira Honda CBR, de uma mochila Mistral ou de umas botas Dr.Martin´s, não preocupava os anunciantes. No entanto, as cen-tenas de seguidores que alguns jovens podem chegar a ter através das redes sociais e a sua maneira de comunicarem, obrigaram os departamentos de publicidade a reinventar-se e a alterar a ordem das suas prioridades. Os jovens, segundo o “Informe Jóvenes y Publicidad online: nue-

vos espacios y formas, otros re-tos” elaborado por professores da Universidad Rey Juan Carlos (Madrid), passaram para os pri-meiros lugares da pirâmide publi-citária, porque atuam com maior agilidade no novo suporte virtual. Têm uma maior capacidade crítica e velam pela sua autenticidade, mas se apreciam determinada marca ou produto, não têm proble-mas em partilhar essa satisfação com os seus amigos. Conquistar este público é o gran-de desafio das marcas. Cada jo-vem ganho para a causa torna-se um prescritor que utiliza de modo natural o denominado marketing de igual para igual. O impacto

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11 CAESE abril 2012

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chega a menos gente do que através da televisão, mas obtém- -se uma publicidade mais simpá-tica e útil para o utente, ao ponto de o converter num fansumer, aquela pessoa que difunde infor-mação através dos seus contactos sobre os produtos ou serviços que consome. O papel ativo do público jovem nas redes sociais é fundamental neste tipo de relações. Os grupos de discussão convencionais orga-nizados pelas empresas sobre produtos ou serviços, têm lugar na Internet muitas vezes de maneira natural. As empresas que não consigam estabelecer vínculos de confiança com as suas audiên-cias, podem perder mesmo o con-

trolo sobre a comunicação dos seus produtos ou serviços. Uma experiência negativa pode conver-ter-se no detonador de uma crise de comunicação de marca. De acordo com o último estudo NetObserver Europa – o maior estudo online realizado sobre a web europeia com cerca de 1.000 sites participantes e mais de 400.000 respostas anuais - elaborado pela Harris Interactive sobre o uso que a juventude europeia faz da Internet (2007), mais de metade dos jovens entre os 15 e os 34 anos costumam acreditar na opinião de outros internautas antes de comprarem um produto ou serviço e mais de 13% reconhecem ter falado de

determinada marca ou empresa durante os últimos 6 meses nal-gum sítio da rede. Como mostramos no quadro se-guinte publicado pela “Acepren-sa”, os jovens internautas euro-peus entre os 15 e os 24 anos têm, em geral, uma perceção da publicidade online pior que os utentes da rede com mais de 25 anos, excetuando os da Grã- -Bretanha. onde a publicidade é particularmente criativa. Os jovens espanhóis e italianos também pro-jetam uma melhor perceção da publicidade online relativamente a alemães e franceses.

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12 CAESE abril 2012 »»

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13 CAESE abril 2012 »»

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O estudo da NetOberver conclui que são cada vez mais os jovens que encaram a publicidade atra-vés destes formatos como criativa e inovadora, porque favorece a participação e a interatividade. Entre as ferramentas que mais utilizam, encontram-se o marke-

ting viral, os blogs, a web 2.0, o podcasting ou os sites de arquivos partilhados como Dailymotion ou Youtube. 44% dos utentes de redes sociais afirmam apreciar determinada marca ou empresa e somente 20% não gostam da publicidade que encontram nelas. Quando os conteúdos publicitários se encon-

tram ligados aos seus interesses e necessidades, não somente os consideram relevantes, como, além disso, estão dispostos a promover a sua difusão entre amigos e conhecidos. As possibilidades publicitárias do público objetivo mais jovem, ganharam em reconhecimento por parte dos anunciantes, mas tam-bém aumentou o volume de pessoas abrangidas. Poderia di-zer-se que nos últimos anos nasceu uma subcategoria que foi denominada de “espírito jovem”, constituída por aquelas pessoas que, embora já tenham idade superior à que é própria da cate-

goria, desejam que lhes sejam reconhecidos os atributos próprios da juventude. Como tudo o que soa a jovem é muito valorizado, as marcas não querem desaproveitar esse filão. Produtos de entretenimento e la-zer inicialmente pensados para uma determinada idade – como as consolas de videojogos dirigidas a adolescentes – têm já públicos objetivos que atingem os quarenta anos de idade.

A. L.

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14 CAESE abril 2012 »»

PANORAMA

Portáteis para crianças pobres: um avanço lento Seis anos após o lançamento do programa “One Laptop Per Child” (OLPC, um portátil por criança), o seu inventor – o investigador informático Nicholas Negroponte – fez um honrado balanço dos resultados. Os seus objetivos eram muito audazes e, conforme reconhece agora, não foram cumpridos nem de longe. Mas, como escreve Alice Rawsthorn no “The New York Times”, o progra-ma funciona. Negroponte arriscou em força. Quando apresentou o plano OLPC, prometeu que os seus modernos e baratos portáteis XO contribuiriam para melhorar mi-

lhões de vidas das crianças mais pobres do mundo, ao oferecer- -lhes acesso às tecnologias da informação e aumentar assim as suas possibilidades educativas. Em janeiro de 2006, a ideia de Negroponte era distribuir por todo o mundo pelo menos 7 milhões de portáteis em vários anos e a um preço que não ultrapassasse os 100 dólares (embora vendido aos governos, o preço era tão baixo, porque concebido como um pro-jeto educativo). Mas a realidade foi muito mais modesta. A organização responsá-vel pelo programa OLPC, uma

entidade sem fins lucrativos com sede em Delaware e criada por investigadores do MIT, fabricou e distribuiu 2,3 milhões de portáteis em 45 países. E isso a um preço que oscila entre 209 e 229 dó-lares. Deve dizer-se que, desde o pri-meiro momento, o pioneiro Negro-ponte deparou com dificuldades. Assim, não faltaram as suspeitas dos que viam no programa uma montagem para fazer negócio, ou simplesmente previam mais um fracasso na luta contra a pobreza. Eles eram os analistas de merca-dos financeiros a acusarem-no de »»

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15 CAESE abril 2012

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subestimar a complexidade dos países em vias de desenvol-vimento; ou os trabalhadores sociais que receavam que o plano OLPC captassse a atenção me-diática em prejuízo de outros programas mais modestos; ou os docentes que pediam para que se investisse o dinheiro (o de Negro-ponte) em mais livros escolares ou na melhoria dos salários do professorado... Em grande parte, as expectativas e os resultados não se concre-

tizaram, porque alguns governos que se comprometeram inicial-mente a comprar os portáteis não o fizeram. Além disso, o custo dos XO duplicou devido à fraqueza do dólar e à substituição que se teve de fazer de alguns materiais, o que elevou de novo os preços. Não obstante, como explica Alice Rawsthorn no seu artigo, esta mudança nas componentes dos portáteis, serviu para tirar lições. Assim, a organização de Negro-ponte criou o tablet XO-3, um

novo modelo de portátil mais cómodo de usar e que – agora sim – vai custar 100 dólares. Por outro lado, Rawsthorn recorda igualmente os bons resultados obtidos nalgumas das regiões mais pobres de países como o Uruguai e o Peru, onde os seus governos compraram 600.000 e 900.000 portáteis, respetivamente.

(in “The New York Times”)

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16 CAESE abril 2012 »»

PANORAMA

“Academically Adrift” Academically Adrift: Limited Learning on College Campuses Autores: Richard Arum e Josipa Roksa University of Chicago Press Chicago (2011) 256 págs. A crise económica, a subida das propinas das universidades e a impressão crescente de que os títulos universitários já não garan-tem bons empregos, favoreceu a atenção mediática nos EUA do livro “Academically Adrift” de Richard Arum e Josipa Roksa. Nele, dois sociólogos mostram como muitos universitários mal

conseguem melhorar durante a etapa universitária em aptidões como o pensamento crítico, o raciocínio complexo ou a escrita. Em “Academically Adrift”, Richard Arum e Josipa Roska – profes-sores de sociologia nas univer-sidades de Nova Iorque e Virgínia, respetivamente – apresentam as conclusões a que chegaram, de-pois de terem acompanhado du-rante quatro anos, 2.300 estu-dantes de 24 universidades norte--americanas. “Quanto estarão a aprender hoje os alunos do ensino superior?”, interrogam-se Arum e Roska. E a

resposta chega à queima-roupa: “Não tem sido muito”. Concretamente, 45% dos estu-dantes não mostraram qualquer melhoria significativa durante os dois primeiros anos do curso em competências como pensamento crítico, resolução de problemas, raciocínio analítico e escrita. Dessa percentagem, poucos con-seguiram melhorar alguma coisa a partir do terceiro ano de curso. Mas há ainda 36% de alunos que, ao terminarem os quatro anos de curso, não mostraram nenhuma melhoria nas aptidões mencio-nadas. É de pressupor que estes »»

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17 CAESE abril 2012

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alunos pelo menos conseguissem acumular os conhecimentos ne-cessários para concluir os seus cursos. Mas isto, para Arum e Roska, tem pouco a ver com a missão da universidade. “Ensinar os alunos a pensar de forma crítica e a comunicar de modo efetivo são os principais objetivos do ensino superior”, sentenciam em “Ameri-can Adrift”. Esta frase, tão lapidar, é suficien-temente provocadora para fomen-tar um debate apaixonado de ideias. E, talvez por isso, o livro mereceu um bom acolhimento. Além disso, os resultados do estudo justificam por si próprios uma paragem no caminho, para

que as pessoas pensem aonde se está a dirigir a universidade norte--americana. Entre os dados que surpreende-ram os meios de comunicação social, encontramos os seguintes: os universitários norte-americanos estudam em média entre 12-14 horas por semana (a maioria delas são de trabalho em equipa); mais de um terço dos univer-sitários dedica ao estudo cinco ou menos horas por semana; durante o primeiro ano de curso, metade dos alunos da amostra não tiveram de fazer um único trabalho que lhes exigisse mais de 20 folhas; um terço não teve de ler mais de 40 páginas por semana em nenhuma cadeira...

O tempo médio que os univer-sitários norte-americanos dedicam às aulas e ao estudo ronda as 27 horas semanais; esse tempo de estudo é inferior ao que dedicam muitos alunos do secundário. E não parece que suem as esto-pinhas. “Muitos estudantes do pri-meiro ano dizem-nos que a uni-versidade lhes parece mais fácil que o final do secundário”, explica Arum à “NPR” (National Public Radio). Essas 27 horas de “tempo aca-démico” contrastam com as mais de 40 horas semanais dedicadas em média pelos universitarios ao chamado “tempo de socialização” (desporto, bares, redes sociais, discoteca...).

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18 CAESE abril 2012 »»

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40 horas por semana eram precisamente as que dedicavam a tarefas académicas os univer-sitários norte-americanos entre 1920 e 1961. Foi a partir desse ano, que o tempo médio dedicado à universidade começou a baixar; em 2003, o tempo de estudo já estava em 13 horas semanais como média. Arum e Roska estão preocupados por os universitários de hoje dedicarem tanto tempo às rela-ções públicas e tão pouco a mergulhar nos estudos. Na sua opinião, esse desequilíbrio expli-ca-se por uma inversão de expectativas: se antes eram os jovens que esperavam e faziam o possível para entrar na univer-sidade, agora é a sociedade que

espera que os jovens vão para a universidade. Nos EUA – com mais de 18 milhões de universitários e mais de 4.300 instituições que garan-tem um título –, uma pessoa pode terminar o secundário, matricular- -se num curso de dois ou quatro anos... e mal estar consciente de que começou uma nova etapa – mais exigente – na sua vida. Neste clima, escrevem Arum e Roska, “o ensino superior deixou de ser um privilégio, para se converter num direito adquirido; e, para cada vez mais jovens, numa suposta obrigação”. Uma consequência desta mudan-ça de mentalidade é que, embora

agora o acesso ao ensino supe-rior esteja garantido, “muitos não estão preparados para um nível de exigência universitário e outros não têm um plano de futuro claro”. Paradoxalmente, vê-se que en-quanto a maior parte das escolas do secundário querem que os seus alunos entrem a todo o custo na universidade (independente-mente das suas aptidões), os estudos universitários oferecem piores saídas do que antes. Isto explicaria parte da inquie-tação que provocou este livro “Academically Adrift” nos EUA. Os recentes protestos na Califórnia deitaram combustível ao debate das subidas das propinas de universidades públicas e privadas

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19 CAESE abril 2012

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nesse estado durante o ano letivo de 2011-2012. Embora muitas universidades de Los Angeles e Berkeley gozem de um merecido prestígio, a prática de se endividarem mais para custearem os estudos, é cada vez menos convincente, sobretudo se o futuro laboral é muito proble-mático. Mas se a tudo isto se juntar, além disso, ficar-se a saber que os alunos não aprendem grande coisa na universidade – seja porque não lhes é exigido, seja por preferirem socializar-se em detrimento do estudo –, então compreende-se que “American Adrift” tenha tido a repercussão que teve.

Alex Standish, professor asso-ciado de geografia na Western Connecticut State University, explica-o à “Spiked”: “[Nos EUA] cada vez mais pessoas pensam que o ensino superior não é sinónimo de bons trabalhos para todos; alguns começam a duvidar do valor de títulos que estão a deixar os jovens cheios de dívidas”. “E não lhes falta razão. Cerca de 40% dos estudantes que se matri-culam num curso de quatro anos, não conseguem terminá-lo em 6 anos; uma estatística que por si própria demonstra que o ensino superior não está a conseguir inspirar os jovens”.

J.M.

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20 CAESE abril 2012

DOCUMENTAÇÃO

A “grande sociedade” de Cameron, aguada pelo casamento homossexual De 15 de março a 14 de junho, os cidadãos da Inglaterra e País de Gales podem pronunciar-se atra-vés de uma consulta via web sobre a proposta de David Cameron de legalizar o casa-mento homossexual. A plataforma independente Westminster 2010 denuncia que a consulta é simbó-lica, pois pergunta “como” querem levar a cabo a regulamentação e não se estão a favor ou contra. Este modus operandi não parece ser coerente com o ideal da “grande sociedade” (que se traduz em mais poder cívico e em menos ingerência estatal).

Cameron apresentou-se sempre perante a opinião pública como um firme defensor dos “valores familiares”. Mas esta expressão, na boca do primeiro-ministro britâ-nico, pode significar uma coisa e a sua contrária. Na sociedade pró-família imagina-da por Cameron, é possível reafirmar o valor do casamento como sempre foi entendido e, simultaneamente, redefini-lo, para que seja também a união de dois homens ou de duas mulheres. Cameron anunciou pela primeira vez a sua intenção de transformar

o casamento quando já estava no poder. “Nós conservadores”, disse em outubro de 2011, "acreditamos nos vínculos que nos unem; no facto de a sociedade ser mais forte quando assumimos compro-missos e nos apoiamos uns aos outros. Por isso, não apoio o casamento homossexual apesar de ser conservador. Apoio o casamento homossexual porque sou conservador”. Este discurso é coerente com o empenho de Cameron em dese-nhar um conservadorismo renova-do e considera que, para o con-seguir, deve adotar uma medida

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que alguns consideram como progressista. É o que se explica num editorial do “Daily Telegraph”. Num mo-mento em que nada obriga Cameron a tomar esta decisão, o primeiro-ministro teria assumido a bandeira de legalizar o casamento homossexual como “um caminho útil para deixar claro que o seu partido se modernizou, ao mesmo tempo que expressa a sua vontade de romper com aqueles que encara como conservadores retrógrados”. Etiqueta de progressista Brendan O’Neill, diretor da revista “Spiked”, denuncia num blog do “Daily Telegraph”, a tendência atual para utilizar o casamento

homossexual de forma a creden-ciar um suposto progressismo. É surpreendente, diz, a velocidade com que o casamento homosse-xual passou de “uma preocupação que afetava unicamente uma minoria, para se converter na primeira das modernas guerras culturais”. “Isto sugere que o casamento homossexual constitui mais uma ferramenta da elite do que uma solicitação popular. (...) A classe política e os meios de comuni-cação social têm abraçado com entusiasmo esta causa para demonstrar os seus valores libe-rais e cosmopolitas. Apoiar o casamento homossexual é hoje um caminho rápido para mostrar a própria superioridade sobre a populaça”.

Para O’Neill, o uso do casamento homossexual como plataforma a partir da qual proclamar ao mundo uma sensibilidade requintada, é precisamente o que estaria a levar a desqualificar os discordantes. Aqueles que afirmam que o casamento só pode ser a união entre um homem e uma mulher “não são simples reacionários ou mentes erradas, mas pessoas moralmente suspeitas e mesmo más”. Contudo, a abordagem conserva-dora-progressista revela-se insufi-ciente para abordar a transforma-ção do casamento. Acrescenta o “Daily Telegraph” no editorial men-cionado: “Além de despertar pai-xões em ambos os lados do debate, a proposta está cheia de consequências imprevisíveis.

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Também levanta incógnitas pro-fundas que afetam em pleno a nossa sociedade: como criamos os nossos filhos, que família une e que valores promovemos”. Se Cameron queria favorecer o compromisso conjugal e as rela-ções estáveis (como assegura querer fazer com a legalização do casamento homossexual), podia ter escutado as recomendações dos seus próprios especialistas. O think tank The Center for Social Justice publicou vários relatórios onde mostra, a partir das conclu-sões das ciências sociais, porque é melhor apoiar o casamento de sempre, em vez de outras formas de convivência. Também os bispos católicos preveniram contra esta experiên-

cia. Numa carta pastoral lida nas paróquias no domingo 11 de março, advertem contra as conse-quências que isso teria: “A lei contribui para configurar os valo-res sociais. Uma mudança na lei acabaria necessariamente por transformar nas pessoas o modo de entender a finalidade do casa-mento”. Dez razões para não transformar o casamento A proposta de Cameron fez com que a plataforma Westminster 2010 tenha reagido. Pensada para defender as opções dos cristãos em questões relativas à vida e à família, esta plataforma cívica expõe dez razões para não legalizar o casamento homos-sexual na Grã-Bretaña. Sintetizo o

que me parece mais relevante de cada argumento: 1. O casamento entre homem e mulher é uma instituição social, não uma invenção que o Estado pode moldar em função dos desejos de um coletivo. “Não está nas mãos dos governos redefinir o casamento, mas simplesmente re-conhecê-lo para aquilo que serve, e promovê-lo e protegê-lo como a instituição única que é”. 2. Desde que entrou em vigor no ano de 2004 o Civil Partnership Act, as uniões do mesmo sexo têm os mesmos direitos a que o casamento dá acesso (mais de 20.000 homossexuais disfrutam já destes benefícios). Daí não ser necessário redefinir o casamento para o conjunto da sociedade.

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3. Cameron não incluiu no seu programa eleitoral a decisão de legalizar o casamento homosse-xual. Além disso, a consulta que oferece agora às populações inglesa e galesa é puramente formal, pois não lhes é perguntado “se” deveria aprovar-se ou não, mas “como” fazê-lo. 4. A igualdade não é uniformidade. Numa sociedade livre, aceitamos pacificamente que há uma série de atividades que nem todos nós podemos realizar. Por exemplo: os homens não podem participar nas corridas de 100 metros femininos, nem os menores beber álcool, votar ou conduzir. Mas isso não significa menosprezo para nin-guém; simplesmente não reúnem as condições necessárias.

5. Dado que nenhuma outra forma de convivência proporciona a mesma estabilidade que os casa-mentos formados por um pai e uma mãe envolvidos na educação dos seus filhos, as políticas sociais têm de promover o casa-mento igualitário como um bem social para crianças e adultos. 6. O referido anteriormente não se cumpre naquelas formas de convivência onde a relação bioló-gica complementar entre homem e mulher – que pressupõe “a ligação natural entre intimidade sexual e procriação”– é substi-tuída pelas técnicas de repro-dução assistida. A proposta de Cameron elimina essa diferença específica que traz o casamento e aumenta o risco de que prolifere “o número de famílias nas quais

se confunde a identidade bioló-gica, social e familiar”. 7. Redefinir o casamento seria complexo e caro. Entre outras coisas, porque fará confusão com o regime legal das uniões civis registadas (homossexuais ou não). Calcula-se que o custo de implementar o casamento homos-sexual na Grã-Bretanha rondaria os 5.000 milhões de libras. 8. Ao mudar a definição legal do casamento, as escolas ver-se-ão obrigadas a ensinar às crianças que o casamento pode realizar-se entre um homem e uma mulher, entre dois homens ou entre duas mulheres. “Isto pode confundir as crianças cujos pais desejam formá-las de acordo com os seus próprios valores e a sua visão do

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mundo. Aqueles pais que forem objetores a essa definição, podem ver-se desautorizados aos olhos dos seus filhos, estigmatizados como homofóbicos e impedidos de participar plenamente nas escolas”. 9. Se a definição legal do casamento pode ser mudada em

função dos desejos do coletivo homossexual, nada impede que outros coletivos como os polí-gamos ou os “poliamorosos” exi-jam o mesmo para satisfazer os seus interesses. 10. Redefinir o casamento poderia levar a discriminações baseadas na fé, e a vulnerabilizar os direitos

de consciência de indivíduos e organizações que não estão de acordo com o casamento homos-sexual. Por exemplo, exigir às agências de adoção católicas que aceitem uniões homossexuais.

J.M.

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A “violência estrutural” no aborto As palavras que o ministro da Justiça espanhol, Alberto Ruiz- -Gallardón, pronunciou sobre a “violência de género estrutural” que empurra muitas mulheres a abortar, estavam destinadas a gerar polémica. Em poucos te-mas, o discurso politicamente

correto se blindou tanto contra a dúvida como no aborto. Qualquer sugestão de crítica dá azo a uma reação colérica. Isto levou a que, frequentemente, o avanço em “direitos reprodu-tivos” da mulher se tenha produzi-

do à custa de uma mutilação do debate público, uma espécie de censura por consenso que apro-veita a força dos factos consu-mados. O discurso oficial sobre o aborto apresenta um curioso exemplo de como se podem evitar em simultâneo os argumentos

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racionais, sociológicos e cientí-ficos e, apesar disso, sair refor-çado na argumentação. Talvez que parte do dogmatismo do “direito a abortar” se baseie preci-samente nesta equidistância (no que diz) em relação a todo o tipo de argumentos; uma estranha confusão de fatores emocionais, sociológicos e científicos que parece proporcionar um apoio suficiente aos defensores da “liberdade de escolha”. O aborto não entende de igualdade Nas argumentações pro-choice, destaca-se a escassa atenção que se costuma prestar ao papel pouco igualitário do homem no aborto. Numa entrevista para o forumlibertas.com, Esperanza Pu-

ente – porta-voz da AVA, Asociación de Víctimas del Aborto – salientava que “se deixa tudo nas mãos da mulher. Não inte-ressa alargar esta responsabili-dade ao homem e, além disso, ninguém quer reivindicá-lo”. A associação de que Puente é porta-voz – ela própria abortou um dia e conhece em pessoa o contexto sociocultural do aborto – elaborou em 2005 um estudo sobre as razões que levam as mulheres a abortar. Segundo os resultados dos inquéritos realizados a quase 3.000 mulheres que tinham abortado, o motivo mais frequente foi o medo que se rompesse a relação com o parceiro. Em muitos casos, o medo era baseado numa ameaça expressa

do homem neste sentido. Concre-tamente, 87% das inquiridas sali-entaram o “abandono emocional e/ou físico do seu parceiro” como a causa principal do aborto, e 71% reconheceram ter sofrido algum tipo de “chantagem emocional”. Outras formas de pressão Outro tipo de pressão tem a sua origem na própria família ou na sociedade, a começar pelos círcu-los mais próximos de amigos. 85% das inquiridas menores de idade salientaram terem sofrido a pressão dos seus pais para abor-tarem. Por outro lado, apesar de a maternidade enquanto solteiras ser cada vez mais comum, 58% declararam ter sentido medo pelo “juízo social” que a sua decisão de ter o filho pudesse acaretar.

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Às pressões sociais deve acres-centar-se a laboral: “travão do desenvolvimento laboral”, “amea-ça de despedimento” ou “dificul-dades para encontrar um emprego estável sendo grávida ou com um filho recém-nascido” são fatores que 74% das inquiridas referiram como determinantes na sua deci-são. Por último, 99,7% das mulheres a cujos filhos foi diagnosticada alguma malformação (3% dos casos do estudo) declararam ter recebido o conselho do seu ginecologista como uma forte pressão para abortar. Para lá das diferentes formas de pressão, o motivo mais citado para abortar foi a falta de informação suficiente sobre outras

saídas para a gravidez. Espe-ranza Puente conta como no seu caso, ninguém lhe falou da exis-tência de associações pró-vida que oferecem alternativas ao aborto. A única coisa que fizeram, foi darem-lhe o telefone de uma clínica abortiva. Aí, o psicólogo concedeu-lhe somente uns 10 minutos: “Limitou-se a dizer-me que tudo correria muito bem, sem dores, e que as coisas ficariam por aí”. Violência contra a mulher? É de perguntar se a falta de informação ou a pressão social que empurra muitas mulheres a abortar constitui um ato de violência. Muitos dos que se escandalizaram, entendem que utilizar a palavra “violência” em

referência ao aborto, é equipará-lo com outras realidades muito mais humilhantes para a mulher, como a discriminação laboral ou a “violência de género”. No entanto, não fica claro qual possa ser o critério que impeça o aborto de fazer parte das vio-lências contra a mulher. Não parece ser a necessidade de que existam maus tratos físicos, visto que nem a discriminação laboral, nem os maus tratos de género cumprem este requisito. Por exemplo, as ameaças verbais são entendidas como formas de violência, e ninguém se escanda-liza. O que significa essa violência ser “estrutural”? O adjetivo pode refe-rir-se à existência de fenómenos

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sociais – determinados proce-dimentos médicos, formas de pensamento, chantagens emocio-nais como se descrevem no relatório – que pela sua extensão e aceitação são de qualificar como estruturais. No caso do aborto, a expressão responde a uma situa-ção real. Nas palavras do ministro, “muitas mulheres veem violentado o seu direito de ser mães pela pressão que geram à sua volta determinadas estruturas, que su-postas gravidezes não desejadas as tornam responsáveis únicas por esses conflitos ou por essas situações problemáticas”. Por is-

so, acrescentou, é “absolutamen-te insuficiente a proposta de uma legislação que se limite à despe-nalização do aborto sem remover os obstáculos reais que impedem a mulher do seu direito de ser mãe, abandonando a proteção do concebido”. Quanto ao aborto ser ou não uma violência “de género” – algo muito importante para alguns –, os dados do relatório da AVA pare-cem indicar que no caso do aborto, de maneira muito mais demonstrável que noutros, existe um abuso do homem sobre a

mulher com origem numa forma de domínio sobre ela, venha essa dominação de onde vier. O pro-blema é que a libertação da mulher dessa posição de domínio masculino choca com outro dos princípios do feminismo radical, o de libertar-se “do jugo da mater-nidade”. Neste caso, e tendo em conta as reações às palavras de Ruiz-Gallardón, a sobrevivência do princípio parece mais impor-tante que o sofrimento de muitas mulheres de carne e osso.

F.R.-B.

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