postal 1148 - 11 set 2015

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVIII • Edição 1149 • Quinzenário à sexta-feira • 11 de Setembro de 2015 • Preço 1,40 ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB Faro é candidata a Capital Europeia da Cultura Festas da vila: Alcoutim promete três dias de festa no Cais do Rio RICARDO CLARO Faro inaugura novo terminal de autocarros urbanos TRANSPORTES PÚBLICOS > 5 IEFP inicia novos cursos de aprendizagem EMPREGO > 7 D.R. > 6 D.R. Universidade do Algarve cresce 19% em novos alunos > Uma aposta de grande ambição é o míni- mo que se pode dizer da candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura em 2027. Rogério Bacalhau e a sua equipa na Câmara de Faro estão definitivamente apostados em mudar a face da cidade e não se fazem roga- dos a desafios de monta. Esperemos que a sorte e o sucesso premeiem os audazes. p. 3 D.R. > 2 EM FOCO 2 FARO CANDIDATA A CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA 2027 3 VILA REAL INVESTE 60 MILHÕES EM REDES DE ÁGUA E SANEAMENTO 4 FARO JÁ TEM NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO URBANO 5 TRÊS DIAS DE FESTA ANIMAM CAIS DO RIO EM ALCOUTIM 6 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11 PUB CA CRÉDITO PESSOAL Veja anúncio pág. 12

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• CONHEÇA O POSTAL DESTA SEMANA! • (Sexta-feira 11/09) nas bancas com o jornal PÚBLICO • LEIA E PARTILHE A INFORMAÇÃO INDISPENSÁVEL SOBRE O ALGARVE • EM DESTAQUE NESTA EDIÇÃO: > Faro é candidata a Capital Europeia da Cultura > Universidade do Algarve cresce 19% em novos alunos > Festas da vila: Alcoutim promete três dias de festa no Cais do Rio > Faro inaugura novo terminal de autocarros urbanos > IEFP inicia novos cursos de aprendizagem • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 9 de Outubro: o indispensável sobre o Algarve

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Page 1: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

Director Henrique Dias Freire • Ano XXVIII • Edição 1149 • Quinzenário à sexta-feira • 11 de Setembro de 2015 • Preço € 1,40

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

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Faro é candidata a Capital Europeia da Cultura

Festas da vila: Alcoutim promete três dias de festa no Cais do Rio

ricardo claro

Faro inaugura novo terminal de autocarros urbanos

TRANSPORTES PÚBLICOS

> 5

IEFP inicia novos cursos de aprendizagem

EMPREGO

> 7

d.r.

> 6

d.r.

Universidade do Algarve cresce 19% em novos alunos

> Uma aposta de grande ambição é o míni-mo que se pode dizer da candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura em 2027.Rogério Bacalhau e a sua equipa na Câmara de Faro estão definitivamente apostados em mudar a face da cidade e não se fazem roga-dos a desafios de monta. Esperemos que a sorte e o sucesso premeiem os audazes. p. 3

d.r.

> 2

EM FOCO 2 FARO CANDIDATA A CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA 2027 3 VILA REAL INVESTE 60 MILHÕES EM REDES DE ÁGUA E SANEAMENTO 4

FARO JÁ TEM NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO URBANO 5 TRÊS DIAS DE FESTA ANIMAM CAIS DO RIO EM ALCOUTIM 6 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11

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CA CRÉDITO PESSOAL

Veja anúncio pág. 12

Page 2: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

em foco

2 | 11 de Setembro de 2015

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

[email protected] ¦ www.advogados.com.pt

Universidade do Algarve é a que mais cresce em novos alunosMais de 1.100 novos alunos - considerando apenas a primeira fase de candidaturas - rumam a Faro este ano

Ricardo [email protected]

NUMA ÉPOCA EM QUE conse-cutivamente o número de can-didatos ao ensino superior vem descendo, a Universi-dade do Algarve apresenta este ano, e pelo segundo ano lectivo consecutivo, uma tendência de crescimento no número de candidatos a fre-quentar a instituição pública de ensino superior algarvia.

Quando está apenas con-cluída a primeira fase de candidaturas, a Universi-dade do Algarve regista já um crescimento de 19% do número de candidatos co-locados na 1ª fase do Con-curso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Em termos absolutos este aumento tra-duz-se em mais 178 estudan-tes do primeiro ano, com o número de caloiros a subir de 942, em 2014, para 1.120, em 2015.

Este resultado coloca a academia algarvia na posi-ção de líder no crescimento de colocações já nesta fase do concurso nacional de acesso.

António Branco, reitor da instituição, congratula--se com “a consolidação do crescimento no número de

candidatos colocados na primeira fase, reflectida no segundo ano consecutivo de aumento de novos estudan-tes, ainda por cima quando ele é acompanhado de um elevado aumento de colo-cações em primeira opção”.

O reitor reitera que “a Universidade do Algarve também proporcionará a estes mais de mil novos estudantes uma formação académica num ambiente de grande proximidade e de bom exemplo da prática da cidadania”.

De acordo com a Univer-sidade do Algarve, este ano o número de cursos com a totalidade de vagas ocupa-das duplicou, de 12 para 24, fenómeno a que ajudou a re-dução das vagas oferecidas pela instituição no total dos cursos ministrados de este aumento associado ao ajus-tamento da oferta formativa, através de uma redução de 54 vagas (de 1.420 em 2014 para 1.366 em 2015).

Assim se alcançou uma

diminuição das vagas não ocupadas em 44% (de 481 em 2014, para 270 em 2015).

OCUPAÇÃO DE VAGAS SEME-LHANTE NO POLITÉCNICO E NA UNIVERSIDADE Em comunica-do a Universidade do Algarve revela que os dois subsiste-mas da instituição de ensino - Politécnico e Universitário - tiveram uma evolução da percentagem de ocupação das vagas idêntica.

“A progressão da percen-tagem de ocupação das va-gas foi muito idêntica nos dois subsistemas da UAlg: no subsistema universitário, de 75% para 90%; e no subsiste-ma politécnico, de 60% para 76%”, refere a instituição de ensino superior”.

ESTUDANTES REFORÇAM ALGAR-VE COMO PRIMEIRA ESCOLHA De acordo com a instituição di-rigida pelo reitor António Branco, o número de alunos colocados com a Universida-de do Algarve como primei-ra escolha cresceu.

Os candidatos à universi-dade como primeira opção cresceram 28%, de 724 em 2014, para 930 em 2015. Também neste indicador, afirma a Universidade do Al-garve, a instituição registou o crescimento mais intenso entre o conjunto das univer-sidades portuguesas.

AUTARCA FARENSE DESTACA A IMPORTÂNCIA DESTES RESUL-TADOS PARA A CIDADE E PARA A REGIÃO Ao POSTAL Rogé-rio Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, afirmou-se

“feliz com os resultados ob-tidos pela Universidade do Algarve nesta primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior”. “Trata-se de um crescimento e simul-taneamente de uma conso-lidação de uma evolução positiva no número de alu-nos que chegam ao Algarve

e em particular a Faro para estudarem na universidade, o que num quadro recessivo no número de alunos a ace-derem a este nível de ensino, como aquele que temos vin-

do a atravessar, é um dado particularmente positivo”, refere o autarca.

Para a cidade o presidente da edilidade sublinha “a im-portância da população es-tudante”, numa cidade que é já “uma cidade habituada a ter uma forte comunidade universitária”.

O responsável pela au-tarquia sublinha que “este trajecto ascendente no que toca ao número de novos estudantes a ingressarem nas fileiras da Universida-de do Algarve é também si-nal de que se encontraram estratégias de afirmação da instituição a nível nacional e no quadro das institui-ções portuguesas de ensino superior”.

“Este trabalho de afirma-ção da universidade e da sua capacidade de atracção de estudantes é fundamental para assegurar o futuro da Universidade do Algarve”, diz Rogério Bacalhau, que está certo de que “uma vez mais os farenses receberão de braços abertos os novos estudantes”.

A nível nacional, e de acordo com os dados avan-çados pelo Universidade do Algarve na sequência dos resultados da primeira fase de candidaturas ao ensino superior, registou-se “um aumento de 4.290 candida-tos (+11,4%) colocados nas universidades portuguesas”.

A média nacional de ocu-pação das vagas colocadas a concurso subiu de 74%, em 2014, para 83%, em 2015. Já no que respeita aos subsis-temas de ensino universi-tário e à respectiva taxa de ocupação de vagas, as uni-versidades registaram uma percentagem de ocupação das vagas de 94% e os poli-técnicos de 67%.

fotos: d.r.

Ô Número de cursos com a totalidade de vagas ocupadas duplicou de 12 para 24

fotos: ricardo claro

Ô O reitor António Branco Ô Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro

fotos: d.r.

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11 de Setembro de 2015 | 3

regiãoFaro já tem novo terminal rodoviário urbano pág. 5

Faro candidata a Capital Europeia da Cultura 2027Cidade candidata-se com Guilherme d’Oliveira Martins a liderar o processo

Ricardo [email protected]

PORTUGAL TERÁ EM 2027 uma cidade nacional que será Capi-tal Europeia da Cultura - a par de uma cidade da Letónia - e Faro apresentou-se, na passada segunda-feira, Dia da Cidade, como a primeira candidata na-cional a acolher a organização pela voz do presidente da Câ-mara, Rogério Bacalhau.

A organização implica que até 2017, daqui a apenas dois anos, a candidatura de Faro es-teja preparada para ser apre-sentada ao júri internacional seleccionado pela Comissão Europeia a quem caberá, em 2019, decidir quem será a ci-dade portuguesa a ganhar.

Ao POSTAL Rogério Baca-lhau esclareceu que “esta é uma aposta da autarquia que implicará um forte investi-mento do esforço da Câmara e de um conjunto alargado de outras entidades a nível lo-cal, regional e nacional, e que temos noção que exigirá um grande esforço e muito traba-lho para poder vingar”.

A ser escolhida, Faro será a quarta Capital Europeia da Cultura Portuguesa, depois de

Lisboa (1992) - ainda no perío-do em que apenas uma cidade europeia organizava em cada ano o evento - Porto (2001), que organizou o evento a par de Roterdão na Holanda, e Guimarães (2012), que foi Ca-pital Europeia da Cultura a par de Maribor na Eslovénia.

FARO COMO PONTA DE LANÇA DE UMA CANDIDATURA DE ABRAN-GÊNCIA REGIONAL Nas decla-rações que fez ao POSTAL Ro-gério Bacalhau deixa antever uma candidatura de Faro à organização deste programa alargado de actividades cul-turais na qualidade de ponta de lança de um projecto que o autarca deseja que seja de ver-dadeiro âmbito regional.

A escolha estratégica não surpreende, uma vez que, a cidade de Faro por si só difi-cilmente poderia acolher o vastíssimo programa cultural que a condição de Capital Eu-ropeia da Cultura implica.

Para já “estamos no come-ço do trabalho”, diz o autarca, que deseja ver envolvidos no processo de candidatura vários parceiros a nível regional en-tre os quais destaca à partida a Universidade do Algarve.

Identificado está também o presidente do grupo de traba-lho para a elaboração da can-didatura farense, o presidente do Centro Nacional de Cultura Guilherme d’Oliveira Martins, que é também o actual presi-dente do Tribunal de Contas. Um nome incontornável da cul-tura portuguesa e uma das vozes mais respeitadas no meio cultu-ral nacional.

FARO FOI CAPITAL NACIONAL DA CULTURA HÁ DEZ ANOS Recorde--se que Faro foi Capital Nacional da Cultura em 2005, há dez anos exactamente, numa organiza-ção liderada pelo saudoso Rosa Mendes, que salvou o projecto

de um verdadeiro ‘flop’ depois de uma implementação contur-bada da candidatura.

Um erro que, quer pela im-portância, quer pela magnitu-de da candidatura a Capital Eu-ropeia da Cultura, não poderá repetir-se.

Já nesta organização Faro lide-rou um projecto que se estendeu a todo o Algarve e que implicou uma transversalidade da reali-zação dos eventos culturais por toda a região.

Certo é que o anúncio da can-didatura não se fez por certo na incerteza dos apoios e dos con-sensos necessários a um projecto desta natureza, adiantou ao POS-TAL uma fonte habituada a este tipo de organizações.

Rogério Bacalhau é o primei-ro a reconhecer, nas declarações que prestou ao POSTAL, que “este é um projecto que não se-rei eu decerto a ver concretizar enquanto presidente da Câmara, atravessará mandatos autárqui-cos e vários Governos até à sua concretização no terreno”.

A aposta da autarquia é pesa-da, mas também o são os efeitos de um projecto desta natureza, quer ao nível dos custos, quer ao nível dos benefícios que trará a Faro e ao Algarve.

Para a directora regional de Cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves, “é uma proposta am-biciosa e positiva cuja concreti-zação dependerá da qualidade da candidatura de Faro face à das restantes cidades candidatas que possam vir a surgir”.

A responsável regional da Cultura acredita, estudando os modelos melhor sucedidos en-tre os já aplicados nesta matéria pelas diversas capitais europeias

da cultura e evitando os erros co-metidos noutras candidaturas, que Faro com o envolvimento da região e de todos os parcei-ros poderá ter sucesso”.

A responsável destaca ainda a qualidade do presidente esco-lhido para o grupo de trabalho que elaborará a candidatura, reconhecendo a Guilherme d’Oliveira Martins “as quali-dades necessárias a um projec-to desta dimensão”.

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Ô Rogério Bacalhau prepara-se para apresentar o projecto

fotos: ricardo claro

Ô Guilherme d’Oliveira Martins preside à candidatura

d.r.

Page 4: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

região

4 | 11 de Setembro de 2015

Vila Real investe 60 milhões em redes de água e saneamentoIntervenção põe fim aos esgotos não tratados no Rio Guadiana

d.r.

O SECRETÁRIO DE ESTADO DO AMBIENTE, Paulo Lemos, e o secretário de Estado adjun-to do ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Pedro Lomba, visitaram na quarta-feira da passada se-mana, em Vila Real de San-to António, a maior obra jamais efectuada no conce-lho em matéria de abasteci-mento de água e saneamen-to básico, intervenção que permitiu acabar de vez com os esgotos não tratados no Rio Guadiana.

Avaliados em 30 milhões de euros e executados ao abrigo do Programa Opera-cional Temático de Valoriza-ção do Território (POVT), os trabalhos puseram fim a uma rede obsoleta que misturava esgotos e águas pluviais e se encontrava subdimensionada face às necessidades actuais.

Este conjunto de interven-ções soma-se às já realizadas pelo executivo vila-realense desde 2005, cujo montante ultrapassa os 31 milhões de

euros, o que totaliza um valor global superior a 61 milhões de euros em infra-estruturas de água e saneamento.

Para Luís Gomes, presiden-te da Câmara de Vila Real de Santo António, “mesmo em tempo de contenção finan-ceira, o município soube encontrar os mecanismos de financiamento ainda dis-poníveis, levando a cabo o maior investimento público de sempre”.

“Por outro lado, este es-forço financeiro dá cumpri-mento às regras exigidas por Bruxelas em matéria de sane-amento, corrigindo os erros do passado e evitando multas ao Estado Português”, prosse-gue o autarca.

Ao nível do POVT, e em matéria de saneamento, fo-ram construídas 17 novas estações elevatórias em todo o concelho e implementados 34 quilómetros de novas con-dutas de esgotos, moderni-zando uma rede antiquada que, em muitos casos, não se

encontrava ligada aos siste-mas interceptores e às Esta-ções de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).

Já no abastecimento, a obra permitiu a renovação de mais 33 quilómetros de tubagens de água e a construção de quatro novos reservatórios, diminuindo drasticamente

as roturas e os episódios de falta de água que, no passa-do, se verificavam no Verão.

Simultaneamente, foi re-modelada a maioria das tu-bagens de água do concelho, algumas com mais de 50 anos, e levada água canaliza-da a diversos pontos do inte-rior do município que ainda não possuíam este serviço em pleno século XXI.

Para o secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, que elogiou a obra levada a cabo em Vila Real, “este in-vestimento permite não só o equilíbrio ambiental do país, mas cria também condições para o desenvolvimento tu-rístico da região do Algarve”.

Ô Elementos do Governo visitaram a maior obra de redes de água e saneamento realizada no concelho

INSTRUMENTO DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO FOI ANULADO HÁ MAIS DE UMA DÉCADA

Após 13 anos Lagos volta a ter PDMO PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DE LAGOS entrou em vigor no passado dia 1 de Setembro. Assim, mais de uma déca-da depois, Lagos volta a ter PDM.

Com a publicação do Aviso N.º 9904/2015 - Diário da Re-pública N.º 169/2015, Série II DE 2015-08-3170139901, está assim confirmada a efi-cácia do principal Plano da hierarquia dos Planos Muni-cipais. Este foi o culminar de um processo que já decorria há 13 anos, altura em que o Município de Lagos, actu-almente presidido por Joa-quina Matos, viu o seu PDM anulado.

Recorde-se que a versão fi-nal foi aprovada na reunião de 29 de Junho da Assem-bleia Municipal de Lagos, tendo a câmara local, nessa sequência, remetido o Plano

para publicação no Diário da República, de acordo com o artº. 81º. do anterior Regi-me Jurídico dos Instrumen-tos de Gestão Territorial.

Conforme sublinha a au-tarquia lacobrigense, “o ob-

jectivo genérico central do PDM é o de concretizar uma política de ordenamento do território segundo as orienta-ções do Plano Regional de Or-denamento do Território do Algarve (PROTAL), bem como de outras indicações constan-tes nos demais planos e estu-dos de incidência territorial, reforçando simultaneamente a imagem do concelho de La-gos como território inovador e competitivo, socialmente coeso e activo cultural e cien-tificamente, na linha da sua tradição histórica e maríti-ma de relação com o Mar e de sede dos Descobrimentos Portugueses”.

Todos os documentos do Plano Director Municipal de Lagos podem ser consul-tados no Balcão Virtual da câmara em www.cm-lagos.com.

Ô A autarca lacobrigense Joaquina Matos

d.r.

Três dias de festa animam Cais do Rio de Alcoutim pág. 6

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MUNICIPIO DE TAVIRAEDITAL Nº 48 /2015

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 01 de setembro de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 175/2015/CM, referente a 11.ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano - 2015;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 176/2015/CM, referente à atribuição de auxílios económicos para livros escolares a alunos carenciados – Ano letivo 2015/2016 – 1ª. fase;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 177/2015/CM, referente à atribuição de bolsas de estudo a estudantes universitários – 2014/2015;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 178/2015/CM, referente à atribuição de apoio ao Centro Social de Santo Estevão – aquisição de equipamento;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 179/2015/CM, referente à atribuição de apoio à Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia da Conceição – “Festa de Nossa Senhora do Mar Padroeira de Cabanas”;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 180/2015/CM, referente à atribuição de apoio à Associação Cultural Rock da Baixamar – “Mar de Contos”;

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 181/2015/CM, referente à atribuição de apoio ao Rancho Folclórico da Luz – XXXVIII Festival Internacional de Folclore da Luz de Tavira;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 182/2015/CM, referente à concessão de isenção de en-tradas e alargamento de horário de abertura ao público no Museu Municipal de Tavira durante a III Feira da Dieta Mediterrânica (3 a 6 de setembro 2015);

9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 183/2015/CM, referente ao parecer prévio vinculativo para a celebração de contrato de prestação de serviços de instalação de fibra ótica;

10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 184/2015/CM, referente à aquisição de energia elétrica em regime de mercado liberalizado ao abrigo do Acordo Quadro da AMAL com anúncio de procedimento nº 1108/2013 e JOUE S050-081623 de 12 março 2013, para instalações alimentadas em Baixa Tensão Especial (BTE) e Média Tensão (MT) – Aprovação do procedimento e dos compromissos plurianuais.

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 01 de setembro do ano 2015

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1149, de 11 de Setembro de 2015)

Page 5: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

11 de Setembro de 2015 | 5

região

Faro já tem novo terminal rodoviário urbanoObra foi inaugurada no Dia da Cidade

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Ricardo [email protected]

CERCA DE 700 MIL EUROS foi quanto custou o novo terminal rodoviário para os transportes públicos urbanos de Faro, que operam sob a marca Próximo.

Inaugurado na manhã da pas-sada segunda-feira, o novo ter-minal disponibiliza aos utiliza-dores sala de espera climatizada, casas de banho e cafetaria, num edifício de linhas arquitectónicas modernas, onde se destacam, no alçado frontal, a marca Próximo - em letras 3D metálicas de grande dimensão - e um relógio.

Em termos operacionais o terminal, situado ao lado do ve-lhinho terminal da EVA na bai-xa da cidade, pode acolher seis autocarros e é a resposta dada pelo concessionário privado dos transportes públicos urbanos de Faro à necessidade de organizar gestão de passageiros na zona da baixa de Faro junto ao Hotel EVA.

Ao POSTAL Carlos Osório Gomes, responsável pela EVA, realçou “as melhorias que o terminal trará aos passagei-ros”, mas também ao trânsito na zona envolvente do Hotel Eva, onde os autocarros do Pró-ximo se acumulavam por falta de uma infra-estrutura adequa-da para acolher as viaturas.

Já Rogério Bacalhau, no discurso de inauguração do terminal, destacou “o acrésci-mo de conforto que o termi-nal trará a quem utiliza o Pró-ximo”. Ao POSTAL o autarca sublinhou que “a localização

do terminal é estratégica para quem faz uso dos transportes urbanos de Faro nas suas des-locações tendo o centro da ci-dade como ponto de partida ou chegada, bem como, para quem efectua transbordos entre os transportes urbanos e os transportes interurbanos, regionais e nacionais”.

Poucas dezenas de metros separam o novo terminal de ur-banos do terminal da EVA para os transportes interurbanos, re-gionais e nacionais, e estão agora facilitadas em termos de como-didade as ligações entre estes diversos transportes. Também perto fica a estação de comboios da cidade, colocando numa úni-ca área e a curtas distâncias um conjunto de ligações no que res-peita a transportes.

TERMINAL DA EVA SEM OBRAS PREVISTAS Ao POSTAL o admi-nistrador da EVA Carlos Osório Gomes disse, “não estarem de momento previstas intervenções

de manutenção ou requalifica-ção do velho terminal da EVA”. Instalado por debaixo do Hotel EVA o terminal é sombrio e tem poucas condições para os passa-geiros, nomeadamente, no que diz respeito a instalações sanitá-rias, mas segundo o responsável da EVA a solução para este termi-nal deverá “passar antes por uma relocalização num edifício cria-do de raiz para o efeito à seme-lhança do que aconteceu com a modernização dos terminais de transportes públicos noutras ci-dades algarvias como Albufeira ou Tavira”.

Carlos Osório Gomes reco-nhece no entanto que este inves-timento não está no horizonte próximo dos investimentos da empresa. “Em termos de inves-timentos em terminais, depois deste novo terminal do Próximo a empresa tem apenas previsto outro investimento na região e não é destinado a Faro, avança o responsável da EVA, sem revelar qual o concelho que receberá tal

investimento”.

PASSES SOCIAIS SEM DATA DEFINIDA PARA CHEGAREM AO ALGARVE À margem da inaugu-ração, o administrador da EVA referiu ao POSTAL que a intro-dução dos passes sociais, cujo alargamento ao país nas mes-mas condições em que existem há anos para Lisboa e Porto já foi aprovado pelo Governo, “de-verá estar próxima de entrar em aplicação”.

“Não sabemos datas concre-tas”, refere o responsável, que su-blinha que esta “será uma van-tagem para os utilizadores dos transportes públicos que verão assim reduzidos os seus encargos com os transportes”.

“Em termos de vantagens para as concessionárias os passes não trazem vantagens financeiras directas, nem alteram os termos em que as concessões estão feitas no que respeita aos transportes públicos urbanos”, remata Car-los Osório Gomes.

Ô Passageiros das carreiras urbanas vão dispor de melhores condições de embarque e desembarque

APOIO EM TEMPO DE CRISE

Câmara de Tavira entrega material escolar

A CÂMARA DE TAVIRA continua a apostar na qualidade do ensi-no público e a apoiar as famílias do concelho que no início de cada ano lectivo se deparam com despesas acrescidas. Neste senti-do, segundo refere em nota de imprensa, “para este ano lectivo, foram investidos perto de 28 mil euros na aquisição de material escolar para todos os alunos do

1º Ciclo”. Novecentos e cinquen-ta conjuntos de material escolar serão distribuídos na próxima sexta-feira, dia 11, assim como na segunda e na terça-feira, entre as 9.30 e as 17 horas, no edifício da câmara, no local onde funcio-nou o Espaço Internet.

Os materiais serão entregues de acordo com o ano lectivo que o aluno frequenta, correspon-

dendo a uma distribuição de 470 conjuntos para os alunos do 1º e 2º anos e 480 para os alunos do 3º e 4º anos.

Com a adopção desta medida, a autarquia tavirense visa “auxi-liar as famílias, numa época de crise financeira, bem como pro-porcionar aos alunos as condi-ções necessárias para o arranque de mais um ano lectivo”. Ô O autarca Jorge Botelho

ricardo claro

ricardo claro

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRANos termos do Artº. 100, nº. 1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia vinte e sete de Agosto de dois mil e quinze, a folhas cinquenta e nove, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e oito–A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, ISABEL MARIA PIRES FERREIRA, NIF 113.866.615, natural da freguesia de Paranhos, concelho de Porto, casada sob o regime da separação de bens com José Constantino Sequeira, NIF 160.306.426, residente na Rua Professor Mira Fernandes, lote 13, 1.º Esq., Lisboa, declarou: Que, com exclusão de outrem, é dona e legítima possuidora do prédio urbano, composto por edifício térreo, destinado a habitação, com a superfície coberta de duzentos e trinta e três metros quadrados e a superfície descoberta de quatrocentos e oitenta e sete metros quadrados, sito em Santa Margarida, União das Freguesias de Santa Maria e Santiago, concelho de Tavira, inscrito na matriz sob o artigo 3.694 (anterior artigo 4.229 da extinta freguesia de Santiago), que confronta do norte, sul e nascente com Ruy Maria Palermo Ferreira e do poente com Isabel Maria Pires Ferreira, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

Que, adquiriu o prédio em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por doação verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita por seus pais, Rui Maria Palermo Ferreira e Maria de Lourdes Brito Pires Ferreira, casados sob o regime da comunhão geral de bens e residentes na Avenida Dom Rodrigo da Cunha, número vinte e um, primeiro direito, Lisboa. Que, desde esse ano, possui o prédio em nome próprio, usufruindo do mesmo, fazendo as obras de reparação e conservação necessárias, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriu o prédio por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, em 27 de Agosto de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAO 1436/2015 Factura nº. 01443

(POSTAL do ALGARVE, nº 1149, de 11 de Setembro de 2015)

IEFP inicia novos cursos de aprendizagem em Setembro e Outubro pág. 7

Comarca de FaroTavira – Inst. Local – Sec. Comp. Gen. – J1

Palácio da Justiça – Rua Dr. Silvestre Falcão, 10 – 8800-412 Tavira

Telef: 281 320 970 Fax: 281 093 519 Mail: [email protected]

ANÚNCIOProcesso: 205/15.0T8TVRInterdição / InabilitaçãoN/Referência: 978170015Data: 03-07-2015Requerente: Maria Ermelinda Antunes Dias Cavadas

Interdito: Henrique Gonçalo Dias Cavadas

Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerido Henrique Gonçalo Dias Cavadas, com residência em domicílio: Rua D. Je-rónimo Osório, N.º 67, Conceição de Tavira, 8800-082 TAVIRA, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

O Juiz de Direito,

Dr. Rogério da Silva e Sousa

O Oficial de Justiça,

Joan Santos Gonçalves de Sousa

(POSTAL do ALGARVE, nº 1149, de 11 de Setembro de 2015)

CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃORua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,

Notário Lic. António Jorge Miquelino da SilvaCertifico narrativamente para efeito de publicação que por escritura de 21 de Agosto de 2015, exarada a folhas 147 do livro de notas deste Cartório número 117-A, Alexandrina da Natividade Guerreiro Fernandes, divorciada, natural da freguesia e concelho de Olhão, residente no Bairro dos Pescadores, Rua do Malhão, nº. 70, em Olhão, que declarou-se dona e legítima possuidora, com exclusão de outrém, do prédio urbano térreo, para habi-tação, composto por diversos compartimentos, com a área de trinta e quatro vírgula vinte metros quadrados, sito em Feiteira, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, a confrontar do Norte com José de Brito Lopes e do Sul, Nascente e do Poente com Serafina Campina, inscrito na matriz, em nome da antepossuidora, sob o artigo 1282, com o valor patrimonial tributável de quatro mil setecentos e quarenta e um euros e noventa e oito cêntimos, a que atribui igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

Que entrou na posse do prédio, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do início do ano de mil novecentos e noventa e cinco, a Maria do Céu Ferreira Paulo e marido Manuel do Rosário Paulo, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Amadora, e que sem qualquer interrupção no tempo desse então, portanto há mais de vinte anos, tem estado ela, justificante, na posse do prédio, procedendo à sua vedação e praticando actos de manutenção, enfim, extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, pos-se essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que adquiriu o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.

Está conforme:

Cartório Notarial de Olhão sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 21 de Agosto de 2015.

O Notário,

António Jorge Miquelino da Silva

Conta registada sob o n.º 1879/2015

(POSTAL do ALGARVE, nº 1149, de 11 de Setembro de 2015)

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Page 6: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

6 | 11 de Setembro de 2015

Três dias de festa animam Cais do Rio em AlcoutimMunicípio aposta num programa de eventos para todos os gostos

d.r.

Ô Festa de Alcoutim atrai anualmente milhares de visitantes

A FESTA DE ALCOUTIM volta a quebrar a habitual pacatez desta vila raiana a partir desta sexta-feira e até domingo. Na-quela que é já a 64.ª edição des-te evento que marca o fim do Verão na região, o Município volta a apostar num programa diversificado com três dias reple-tos de actividades para todos os públicos.

As festividades arrancam às 9.30 horas de sexta-feira, com as cerimónias comemorativas do Dia do Município, cuja progra-mação inclui uma demonstração de pára-quedismo (10h), e termi-nam na madrugada de segunda--feira com a discoteca no cais e o tradicional cacau no rio.

Animação é o que não vai faltar neste evento que atrai anualmente milhares de visi-tantes e que nesta edição tem como cabeça de cartaz a banda Quinta do Bill, na sexta-feira, David Antunes, que convida FF e Paulo de Carvalho, sába-do, e no dia de encerramento, domingo, o artista português D8. Destaque ainda para a Dis-coteca no Cais, tão apreciada pelo público mais jovem, que será animada ao longo dos três dias, a partir das 4 horas, pelos Dj’s Royal Pires, KK Connec-tions e Lady F.

O programa destas emble-máticas festas anuais abre ainda um leque de actividades cultu-

rais como as apresentações dos livros “Colónia Balnear Infantil de Alcoutim (1959 - 1962): Um Projecto Comunitário”, de Celi-na Moura Arroz, pelo jornalista e escritor Mário Zambujal, na sexta-feira, e “A Raia de Alcou-tim: contrabando, emigração e outras narrativas”, de José Dias Rodrigues, no sábado. Ambas as apresentações decorrerão no Auditório do Castelo de Alcou-tim, pelas 16 horas.

Gastronomia, artesanato, desporto, concursos, fogo-de--artifício no Guadiana e ani-mação musical diversa fazem também parte do programa que promete encher estes dias de animação.

região Abastecimento de água garantido até final de 2016 pág. 8

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região

11 de Setembro 2015 | 7

d.r.

Ô Após o estágio, Sandro foi convidado a fazer parte dos quadros da Fundação António Aleixo

IEFP inicia novos cursos de aprendizagem em Setembro e Outubro Novas oportunidades formativas para jovens com menos de 25 anos

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OS SERVIÇOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO IEFP - AL-GARVE vão iniciar 13 novos cursos de Aprendizagem, nos meses de Setembro e Outubro do presente ano.

Os cursos de aprendizagem, que funcionam num sistema dual, destinam-se a jovens com idade inferior a 25 anos, atribuindo uma dupla certifica-ção - qualificação profissional de nível 4 e certificação escolar de 12º ano.

O sistema dual conjuga co-nhecimentos teóricos com competências adquiridas no posto de trabalho (learning by doing). Os conhecimentos adquiridos em sala de aula são consolidados e aplicados na prática permanentemente ao longo da qualificação. Um per-curso de aprendizagem dura aproximadamente 3.200 ho-ras (cerca de dois anos e meio), das quais 1.500 são realizadas em empresas (Formação Prá-tica em Contexto de Trabalho - FPCT). A alternância entre o Centro de Formação e a em-presa favorece a inserção dos jovens no mercado de trabalho e, em simultâneo, permite-lhes o prosseguimento de estudos.

SANDRO FERREIRA Foi duran-te a frequência do curso de Aprendizagem de Técnico de

Acção Educativa, desenvolvi-do em Loulé, pelo Centro de Emprego e Formação Profis-sional de Faro, entre Novem-bro de 2011 e Dezembro de 2013, que Sandro Joaquim Guedes Ferreira, de 23 anos, deu os primeiros passos da sua vida profissional, na Fundação António Aleixo, onde realizou a FPCT. Inicial-mente fez a formação prática no Espaço Infantil, em Lou-lé, passando nos períodos seguintes para a creche Me-ninos do Aleixo, no Centro Comunitário António Aleixo, em Quarteira. Durante o seu percurso formativo Sandro demonstrou ser possuidor de grande sentido de res-ponsabilidade e capacidade de trabalho, bem como de uma grande facilidade em interagir com as crianças. Foram estas as qualidades que o destacaram e no fi-nal do curso foi convidado a permanecer na Fundação ao abrigo da medida Está-gio-Emprego.

Finalizado o período de estágio, a Fundação decidiu convidar Sandro a fazer parte dos seus quadros, agora com um contrato individual de trabalho de seis meses. Este revelou-se um grande desa-fio para Sandro, pois teria

a seu cargo os meninos da sala dos Coelhos, onde esta-va uma criança com necessi-dades educativas especiais. Um desafio, considerado pelo próprio, como supera-do, atendendo ao processo de grande evolução e autonomi-zação vivido por essa criança.

A oferta formativa dispo-nibilizada pela Delegação Regional do Algarve do IEFP é diversificada, está dispo-nível em toda a região, e procura responder às ne-cessidades de trabalhadores qualificados, manifestadas pelas empresas.

Nos meses de Setembro e Outubro está previsto o iní-cio dos seguintes cursos: Es-teticista - Cosmetologista, em Faro; Técnico/a de Soldadura, em Faro; Técnico/a de Res-taurante/Bar, em Faro e em Tavira; Recepcionista de Ho-tel, em Loulé, em Vila Real de Santo António, em Silves e em Portimão; Técnico/a de Multi-média, em Faro; Técnico/a de Apoio à Gestão, em Olhão; Técnico/a Comercial em La-gos e Técnico/a de Cozinha/Pastelaria em Portimão.

A inscrição para estes novos cursos pode ser feita nos Ser-viços de Emprego do IEFP IP.

Mais informações disponí-veis em www.iefp.pt.

Page 8: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

8 | 11 de Setembro de 2015

Abastecimento de água garantido até final de 2016Apesar da seca a disponibilidade hídrica ainda é favorável

Ô A barragem de Odelouca

A EMPRESA ÁGUAS DO ALGAR-VE (AdA) anunciou que as dis-ponibilidades hídricas das qua-tro albufeiras que asseguram o abastecimento de água na região garantem as necessidades até ao final de 2016.

“A situação das disponibili-dades hídricas para o abasteci-mento público é ainda favorável, estando actualmente assegurado o suprimento das necessidades para o abastecimento até ao final do período seco de 2016”, reve-lou, em comunicado, a Águas do Algarve.

Segundo a AdA, da análise dos volumes e disponibilidades hídricas das quatro albufeiras (Odelouca, Bravura, Odeleite e Beliche) que constituem as ori-gens de água do sistema multi-municipal de abastecimento do Algarve, verificou-se que os cau-

dais de regularização das albu-feiras, não permitiram grandes incrementos em termos de per-centagem de armazenamento de água durante o ano hidrológico 2015/2016.

A albufeira da barragem da Bravura foi uma excepção, ten-

do “estado próxima de atingir a sua capacidade máxima”.

De acordo com a Águas do Algarve, verifica-se que a dispo-nibilidade de água superficial para o abastecimento público, é mais favorável na região do bar-lavento, onde os consumos são

também superiores, merecendo a situação das disponibilidades a sotavento “um acompanha-mento mais apertado ao longo do próximo período húmido”.

“Apesar do contexto de seca que se tem vindo a manifestar no território continental, no Algarve (…) está actualmente assegurado o suprimento das necessidades para o abasteci-mento público até ao final do período seco de 2016”, lê-se no documento.

De acordo com a Águas do Algarve, com o início de um novo ano hidrológico em Ou-tubro, há a expectativa de me-lhoria do balanço hídrico, “com maiores afluências às diversas albufeiras” e, consequentemen-te, o aumento das disponibili-dades totais.

Lusa

REGIÃO

d.r.

Cartório Notarial em TaviraNotário

Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em trinta de Julho de dois mil e quinze, exarada a folhas cento e quarenta e três e seguinte do Livro de notas para escrituras diver-sas número Sessenta e quatro – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A JOÃO PEDRO GONÇALVES ROSA, NIF 219738130, solteiro, maior, natural da freguesia de Faro (Sé), concelho de Faro, residente na Avenida 5 de Outubro, n.º 44, 8.º B, em Faro, declara que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem do prédio urbano composto por dois compartimentos, destinado a habitação, com a área de quarenta vírgula cinquenta metros quadrados, sito na Rua do Norte, actualmente Travessa do Norte, número 26, na aldeia e freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, a confrontar no norte com José Afonso Batista, do sul com António de Sousa, do nascente com Travessa do Norte, e de Poente com Maria Catarina, inscrito na respetiva matriz predial sob o artigo 12, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, com o valor patrimonial tributário e atribuído de € 3.830,00.

- Que este prédio veio à sua posse, por doação meramente verbal, no ano de mil novecentos e oitenta e sete, em data que não pode precisar, e nunca reduzida a escritura pública, feita por seus bisavós Manuel Francisco Anica e mulher Inácia Rosa, já falecidos, residentes que foram em Cachopo, Tavira, não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo do prédio em seu nome.

- Que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposi-ção de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencido de ser o único titular do direito de propriedade sobre o prédio supra identificado, e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aquele prédio – fazendo obras de manutenção, reparação e beneficiação, nomeadamente no telhado e pintando-a, e suportando os respectivos encargos –, pelo que, tendo em consideração as referidas caracte-rísticas de tal posse, adquiriu o referido prédio por USUCAPIÃO.

Tavira, 30 de Julho de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/1700

(POSTAL do ALGARVE, nº 1149, de 11 de Setembro de 2015)

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EMPREITADA DEVE ESTAR CONCLUÍDA DENTRO DE OITO MESES

Obras no Mercado Municipal de Altura já arrancaramA CÂMARA DE CASTRO MARIM já iniciou as obras de moderni-zação do Mercado Municipal de Altura. A empreitada foi adjudi-cada por 267 mil e 942 euros e deverá estar concluída dentro de oito meses.

A intervenção, que assenta na remodelação, modernização e revitalização do equipamento público, vai melhorar as con-dições técnicas e tecnológicas necessárias aos vendedores na garantia da qualidade dos pro-dutos, além de tornar o espaço mais atractivo para o público em geral.

“As principais modificações vão acontecer na zona de venda de pescado, através da total re-modelação de bancas e espaços afectos, procurando responder à excelência exigida, tanto pelo vendedor, como pelo consumi-dor”, explica a autarquia castro-marinense.

O projecto contempla tam-bém a reabilitação de outros espaços interiores, que passam pela redistribuição de sítios de

venda, aplicação de novos re-vestimentos, remodelação de sanitários, reformulação de in-fra-estruturas de abastecimento de água e de rede eléctrica, entre outros.

“A necessidade de intervenção, para além de questões higineo--sanitárias, tem como principal objectivo o apoio e dinamização da economia do local, e o refor-ço da sua identidade ligada ao mar, hoje muito focada no sol e praia. Acreditamos num au-mento da procura de bens no

mercado local, referenciados como de superior qualidade e, consequentemente, no aumento de transacções de produtos liga-dos ao mar. Ali serão realizados workshops e atelieres que esti-mulem essa procura, tal como serão levadas a cabo acções de promoção e marketing para o mesmo fim e para a sensibiliza-ção do consumidor para as van-tagens de compra num mercado de proximidade. Num aprovei-tamento de sinergias, o Espaço do Cidadão, da rede de lojas do Cidadão, também ali funciona-rá. Por outro lado, Altura e Castro Marim, referências na região pela sua restauração e gastronomia, poderão no seu conjunto e com o mercado, impulsionar as pe-quenas explorações e dessa for-ma criar mais emprego”, referiu a vice-presidente da Câmara de Castro Marim, Filomena Sintra, sobre a importância desta obra para o território.

Durante o decurso da obra, o Mercado de Altura ficará a fun-cionar na antiga escola primária.

A modernização do Mercado Municipal de Altura tem o co--financiamento do PROMAR.

Ô O autarca Francisco Amaral

d.r.

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRACertifico:

Que no dia 09-09-2015, a folhas 81, do livro de notas para escrituras diversas número 178 – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual, FERNANDO MANUEL FERNANDES RODRIGUES, NIF 181.939.258, natural da freguesia de Salir, concelho de Loulé e mulher GIOVANNA RUTA RODRIGUES, NIF 224.866.664, natural de Calttanisseta, Sicília, Itália, ambos de nacionalidade francesa, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em 28 Rue d’Orleans, Tourcoing, 59200 França, declararam:

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto por terra de cultura com duas amendoeiras, sito em Ferragial, Mealha, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, a confrontar do norte com Manuel Lourenço Costa, do sul com Manuel Ma-teus Coelho, do nascente com casas de Manuel José e do poente com Custódio da Luz Braz, com a área de duzentos e vinte metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 20.180, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira. Que adquiriram o prédio no ano de mil novecentos e oitenta e cinco, a Custódia Rosário, viúva e a Liberto Gonçalves e mulher Maria José Iria Gonçalves, todos residentes no dito sitio de Mealha. Que adquiriram o prédio por usucapião.

Tavira, em 09 de Setembro de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3)

Conta registada sob o nº. PAO1501/2015 Factura nº. 01509

(POSTAL do ALGARVE, nº 1149, de 11 de Setembro de 2015)

AVISO Oferta de Estágios Profissionais

5ª Edição PEPALTorna-se público, nos termos e para os efeitos do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, conjugado com o n.º 3 da Portaria n.º 254/2014, de 09 de dezembro, que se encontram abertas, pelo prazo de 10 (dez) dias úteis, contados da data do aviso publicitado no sítio da internet do Municipio de Tavira, as candidaturas ao procedimento de recrutamento e seleção de 1 estágio, no âmbito da 5.ª edição PEPAL, na área de formação de terapia ocupacional e 1 estágio na área de formação de design de comunicação, a decorrer no Municipio de Tavira, por um período de 12 meses não prorrogável.

Os interessados deverão apresentar as candidaturas em suporte papel, através do preenchimento do formulário de candidatura PEPAL – 5.ª Edição, podendo ser entregues pessoalmente na Secção de Expediente e Apoio, até às 17h00 do termo do prazo de candidatura mencionado no aviso, acompanhado dos restantes documentos exigidos ou remeter por correio registado, com aviso de receção, para Câmara Municipal, Praça da República, 8800-951 Tavira, expedidas até ao termo do prazo fixado para a apre-sentação das candidaturas.

Para o efeito, os potenciais candidatos, deverão, obrigatoriamente consultar a página eletrónica do Município de Tavira (www.cm-tavira.pt/Balcao Virtual/Recursos Humanos/PEPAL), onde poderão ter acesso ao formulário de candidatura e ao teor do aviso de publicitação do estágio.

Paços do Município, 09 de setembro de 2015

O Presidente da Câmara Municipal,

Jorge Botelho

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Page 9: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

zzzZZZ pág. ##

11 de Setembro de 2015 | 9

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Avenida Martins Chagas Pinto Avenida Martins Chagas

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Ria Nobre Brito Rocha Pacheco Olhanense Ria

Arade Rio Central P. Mourinha Moderna Carvalho Rosa Nunes

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Cartório Notarial em TaviraNotário

Bruno Torres MarcosExtrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em oito de Setembro de dois mil e quinze, exarada a folhas cento e dezassete e seguinte do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta e seis – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, compareceram:

- JOSÉ DA CONCEIÇÃO GUERREIRO, NIF 198593481, casado com Eulália Fernandes da Conceição Guerreiro sob o regime da comunhão de adquiridos, natural da freguesia de Tavira (Santa Maria), con-celho de Tavira, residente no Sítio de Bernardinheiro, caixa postal 1508-C, 8800-513 Tavira;

- que declarou ser dono e legítimo possuidor, com a natureza de bens próprio dele e com exclusão de outrem dos seguintes prédios, ambos sitos na freguesia da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), concelho de Tavira:

I) Rústico, composto por terra de pastagem, sito em Gonsalmestre, que confronta a norte com Manuel Martins, a sul com Sebastião Rosa, a nascente com Maria Teresa e a poente com Sebastião Rosa e Francisco Gonçalves, com a área total de cinco mil novecentos e cinquenta metros quadrados, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 33993, que teve origem no artigo 33248 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com o valor patrimonial tributário de 60,30€, igual ao atribuído;

II) Rústico, composto por terra de pastagem, sito em Vale Martins, que confronta a norte com Fran-cisco Baltazar, a sul com Manuel Martins e a nascente e poente com Manuel José Fernandes, com a área total de três mil e cinquenta metros quadrados, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 34997, que teve origem no artigo 34275 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com o valor patrimonial tributário de 31,62€, igual ao atribuído;

Que ambos os prédios não se encontram descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira e totalizam um valor patrimonial tributário de 91,92 €;

Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse por partilha meramente verbal, no ano de mil novecentos e oitenta e nove, em data que não pode precisar, e nunca reduzida a escritura pública, feita por óbito dos seus pais Jacinto Guerreiro e mulher Luísa da Conceição, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram em Gira da Palma, Tavira (Santa Maria).

- não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo dos prédios em seu nome. - Que, assim, justifica os referidos imóveis, porquanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencido de ser titular do respetivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, amanhando e limpando a terra e deles retirando os respetivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invoca.

Tavira, 08 de Setembro de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Conta registada sob o n.º 2/2060

(POSTAL do ALGARVE, nº 1149, de 11 de Setembro de 2015)NOTARIADO PORTUGUÊS

JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVANOTÁRIO em TAVIRA

Certifico:

Que no dia 21-08-2015, a folhas 27, do livro de notas para escrituras diversas número 178 – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual, MARIA DA SAUDADE GONÇALVES, NIF 107.869.420, viúva, natural da freguesia de Santa Maria, concelho de Tavi-ra, residente na Rua Dr. Miguel Bombarda, número 94, Tavira, declarou: Que, com exclusão de outrem, é dona e legítima possuidora do prédio urbano, sito na Rua Miguel Bombarda, número 94, União das Freguesias de Santa Maria e Santiago, concelho de Tavira, inscrito na matriz sob o artigo 2.477 (anterior 3.103 da extinta freguesia de Santiago), não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

Que adquiriu o prédio em data imprecisa do ano de 1972, já no estado de viúva, por compra verbal feita a António Gonçalves Rodrigues e mulher Maria Isabel Rodrigues, residentes que foram em Tavira. Que desde esse ano possui o prédio em nome próprio, usufruindo do mesmo, fazendo obras de beneficiação e reparação necessárias, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriu o prédio por USUCAPIÃO.

Tavira, em 21 de Agosto de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco - Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAO 1396/2015 Factura nº. 01403.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1149, de 11 de Setembro de 2015)

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRACertifico:

Que no dia 24-08-2015, a folhas 33, do livro de notas para escrituras diversas número 178 – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual, FLORENTINO CA-ETANO BRITES DE JESUS, NIF 108.096.416, natural da freguesia de Conceição, concelho de Tavira e mulher MARIA FERNANDA DA PALMA, NIF 149.384.009, natural da freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no sitio dos Carriços, Caixa Postal 404-Z, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são dono e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na União das Freguesias de Santa Maria e Santiago, concelho de Tavira, (extinta freguesia de Santa Maria) e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber:

Verba um: Prédio sito em Várzea, composto por terra de cultura, a confrontar de norte com Custódia Guerreiro, do sul com Manuel João Amaro, do nascente com Maria Teresa e do poente com Monte, com a área de290 m2, inscrito na matriz sob o artigo 36.591 (anterior artigo 35.885);

Verba dois: Prédio sito em Várzea, composto por terra de cultura e uma alfarrobeira, a con-frontar de norte com Manuel Domingos, do sul com Manuel José da Palma e Manuel Augusto da Palma, do nascente com Silvério Caetano e do poente com caminho, com a área de 910 m2, inscrito na matriz sob o artigo 36.606, (anterior artigo 35.900), e

Verba três: Prédio sito em Horta da Cova, composto por terra de cultura, pastagem e arvo-redo, a confrontar do norte com Silvério Caetano, do sul com Silvério Caetano e Manuel José Pereira, do nascente com Manuel Marcelino Gonçalves e do poente com Sebastião Custódio, com a área de 1.850 m2, inscrito na matriz sob o artigo 36.614, (anterior artigo 35.908).

Que adquiriram os prédios em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Maria José de Jesus e marido Manuel Fran-cisco, residentes que foram em Carriços, Tavira. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por USUCAPIÃO.

Tavira, em 24 de Agosto de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº.PAO 1403/2015 Factura nº.01410

(POSTAL do ALGARVE, nº 1149, de 11 de Setembro de 2015)

Page 10: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

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ABÍLIO BENTO FERNANDES24-09-1933 / 24-08-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA – TAVIRACONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA – TAVIRA

MANUEL CUSTÓDIO PEREIRA12-11-1933 / 02-09-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

CONCEIÇÃO – TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO – TAVIRA

ANTÓNIO PEREIRA15-04-1929 / 25-08-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

S. SEBASTIÃO - LOULÉSANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

MARIA GUERREIRO CATIVO NEVES29-06-1924 / 06-09-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA – TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO – TAVIRA

LEONÍLIO EDUARDO FIGUEIRA SANTOS

11-04-1926 / 18-08-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA - TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

ANGELINA MARIA DOMINGUES14-02-1927 / 30-08-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

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Page 11: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

11 de Setembro de 2015 | 11

opiniãoSo

be &

des

ce

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]: www.postal.pt

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricardo (CP 388)Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco.Propriedade do título: Henrique Manuel Dias FreireEdição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): ERC nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:8.697 exemplares

Adelino Nogueira VazAssociação Raiz

Participei de forma altruísta, romântica e sonhada na vida político-partidária desde Abril até à véspera da nossa entrada na então União Europeia.

Tínhamo-nos libertado da tu-tela militar, ultrapassado com dignidade as negociações com

Quo vadis, Portugal?

Capital Europeia da Cultura

Uma aposta forte da autarquia farense quer trazer para a cidade a Capital Euro-peia da Cultura 2027. Muito para fazer no caminho de quem escolhe e bem a ambição como desafio (Ler pág. 3).

O apóstolo iluminado que an-dou anos a incendiar a opinião pública com a língua mirandesa foi Amadeu Ferreira, recentemen-te falecido. Quem quiser conhecer esta figura prodigiosa tem agora ao seu dispor “O Fio das Lembran-ças, Biografia de Amadeu Ferrei-ra”, por Teresa Martins Marques, Âncora Editora, 2015. Agora que o apóstolo partiu, a homenagem que se lhe pode fazer é divulgar o seu verbo incendiário, escre-veu com encanto, fervor, tinha a vontade de um caminheiro in-

dómito, conhecia os limites da peregrinação, como escreveu: “A semente cai à terra, nasce uma nova árvore, que dá flores e fru-tos, que um dia vai morrer e tor-nará a nascer. Hoje sou matéria viva, amanhã sou pó, terra, ven-to, que vai alimentar uma planta, que vai alimentar uma flor. Só a metamorfose é imortal. É essa a nossa forma de eternidade. Cada manhã em que acordo é um mi-lagre da vida”.

Recomendo a todos o seu manifesto “Língua Mirandesa”, também publicado pela Âncora Editora, um texto glorioso sobre a nossa fala madre, de que não de-vemos abdicar, há que a prezar com unhas e dentes, e ele adverte:

“Quando uma língua não se escreve, dizem que a história ain-da não começou, porque não há como contar com essa história. Apenas pode ser contada pela língua dos outros. Uma língua sem história não pode durar

para sempre.Os mirandeses apenas podem

gabar-se de uma coisa: a sua lín-gua. Correi o mundo inteiro e não encontrareis nada igual.

Há mil anos, dizem, já se falava mirandês. Talvez fosse um pou-co diferente, mas era mirandês. Uma língua que teimou perma-necer numa pequena ilha, cerca-da pelo mar que é o português e o castelhano. Se morrer, com ele morrerão de novo todas as pessoas que nestes mais de mil anos a falaram. Então, ficamos com um enorme problema: nem em toda a Terra de Miranda há espaço para enterrar tanta gen-te. Por isso, como almas penadas, ficaremos condenados a chocar constantemente com os esquele-tos da língua que morreu.

No passado, há muitos anos, obrigaram-nos a falar português. Disseram-nos que o mirandês não era uma língua de gente ou, então, era uma língua de

gente estúpida, atrasada. Os reis obrigavam as pessoas a fazer os documentos oficiais em portu-guês. Os enviados do rei vinham a Miranda e falavam português. O português era a língua dos ri-cos e do poder e, com o tempo, o mirandês foi-se identificando como fala dos pobres, como fala do campo.

Passou a andar por aí a lavrar, a ceifar, a cavar, a vindimar, a regar, a apanhar rosmaninho para estrume, a apanhar lenha, a caminhos, a apascentar as mulas ou as vacas. Foi língua de raiva, mas também de embalar; língua deste inferno de mete pé saca pé e língua de sonhar com vidas melhores; língua de ralhar e língua de torna-jeira ou torna o burro; língua de chorar e língua de festas e de dançar; língua de morrer e língua de nascer.

Que destino queremos para o mirandês? Nos últimos trin-ta anos, a Terra de Miranda en-

A exaltação da língua mirandesa, com furor e mistério

Beja SantosAssessor do Instituto de Defesado Consumidor e consultor do POSTAL

o FMI, e pensei Portugal no cami-nho da inovação, da renovação das infra-estruturas, da moderni-zação legislativa, das reformas na saúde, na educação e na redução do excessivo papel do Estado.

Voltei à Faculdade de Direito de Lisboa para acabar o curso que se ia arrastando.

Dois anos depois o dr. Mário Soares convidou-me para na sua casa no Campo Grande ter-mos uma conversa. Ponderava candidatar-se à Presidência da República e fazendo-o, gostaria de me ter como mandatário da juventude. Tínhamos interna-mente extremado posições e a Primavera Europeia dava por cá sinais de Outono: uma maioria, um governo e um presidente.

Já como mandatário numa vi-sita ao Sítio, na Nazaré, Soares sai do carro acompanhado por mim e pelo seu assessor de imprensa, Carneiro Jacinto, e, no meio de muito afecto e carinho das va-

rinas e pescadores, repara num senhor idoso que não parava de o aplaudir.

Dirige-se ao homem a quem dá um abraço fraterno, agradece e pede-lhe que pare com tantas palmas frenéticas. Resposta do senhor: Isto não é nada, havia de ver o sr. dr. no tempo de Salazar, quando era mais novo a força com que aplaudia…

Hoje a classe política vive do descrédito, da amarga descon-fiança e do asco vigoroso aos políticos, repetentes de poderes, das benesses, isenções, mordo-mias e equivalências. O mundo é completamente diferente. As exigências são outras.

A Europa está dividida en-tre duas europas: a dos pobres (Chipre, Grécia, Itália, Portugal, ou seja, o Império Romano) e o norte. Os caminhos por onde os bárbaros desceram para destruir o Império são aqueles por onde sobem os imigrantes em busca

de futuro.A situação de protectorado

que se traduziu na Troika, foi das situações mais humilhantes que recordo da nossa história… ver ministros portugueses a negocia-rem com funcionários, nada tem a ver com a história diplomática portuguesa.

Não se consegue decidir se se quer uma Alemanha europeia ou uma Europa alemã.

Substitui-se o credo dos valo-res pelo credo dos mercados.

O debate plural não se resume ao comentário, onde têm lugar cativo os suspeitos do costume.

Os debates que exercitam o músculo da democracia, a man-têm saudável e regeneram a sua cultura, ao serem recusados re-presentam uma grosseira falta de respeito pelos eleitores e um estilo de governo a evitar.

Os debates têm a virtude de revelar convicções, denunciar hesitações, vivem de ideias. Os

programas como os comícios de generalidades.

A democracia vem do ano quinhentos e oito a.C., surgiu em Atenas pelo cidadão Clístenes, que propôs algumas reformas que concediam a cada cidadão um voto apenas.

Para além de “um voto ape-nas”, parece-me que no séc. XXI pouco acrescentámos aos pode-res do “populis”.

Vivemos num país de políticos “cristãos novos”, burocratas sem ligação ao homem-sumário, às suas angústias, sonhos, pesade-los, desistências, bem como, às suas incertezas quanto ao futuro dos seus filhos e netos.

Leram na vertical o “Contrato Social” de Rosseau, fizeram-lhes umas cábulas de Kafka e Ma-quiavel, mas ignoram a “Arte da Guerra de Sun Tzu e não têm tempo para a poesia popular portuguesa.

Vamos entrar em tempo de

ofertas: chapéus, esferográficas, porta-chaves, isqueiros, t-shirts, baralhos de cartas, algumas chur-rascadas gratuitas com vinho a rodo e muitas bandeirinhas. Vão-nos cumprimentar como se fossem nossos vizinhos, pegar em crianças, beijar velhinhas e dizer que agora é que vai ser.

No dia das eleições vamos assistir à noite das facas afia-das para quem as perdeu e à guerra fratricida nos vence-dores para a distribuição de lugares e benesses.

Parece-me que a democra-cia, para além da liberdade de “alguns” poderem dormir por extravagância uma noite de-baixo de uma qualquer ponte sem serem detidos, é cada vez mais o regime em que temos a liberdade de votar contra os nossos próprios interesses.

Até quando vai a capaci-dade de resiliência do nosso povo?

cheu-se de doutores, de jornais, de rádios, de televisões. Mas não há doutores em mirandês. Um mirandês é pobre e não terá di-nheiro para televisões.

Nos últimos trinta anos, mui-tas coisas que falavam mirandês foram desaparecendo, mortas ou escondidas onde ninguém as veja: arados, relhas, charruas, carros de mulas e carros de bois, albardas, molhelhas, jugos, ca-niças para a palha, forquilhas de madeira e de ferro, trilhos, foices, picotas, foices de cabo comprido, cestos vindimadeiros, cestos es-trumeiros, cilhas, cargas e arro-chos, cabeçadas, malhos, molhos de colmo, forjas, fornos, eiras e tantas, tantas coisas.

Nos últimos trinta anos, a lín-gua foi sendo expulsa das casas: os contos já não sobem pelas chaminés, já não come à mesa, já não dorme na cama. Na rua, quando ela passa, já há quem a olhe de lado. A continuar assim, sem eira nem beira, há de morrer de frio, numa noite de Inverno, debaixo de algum telheiro onde, por caridade, lhe permitiram dormir”.

Terminal da EVA em Faro

Faro inaugurou o novo terminal para trans-portes públicos urbanos. Indignas são as condições do vizinho terminal da EVA que acolhe os transportes não urbanos. Lamentável. (Ler pág. 5).

Page 12: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

última

Festival do Berbigão anima a Mexilhoeira GrandeCertame apresenta pratos para todos os gostos

Ô Duas toneladas de berbigão serão confeccionadas no local

Tiragem desta edição:8.697 exemplares

d.r.

O POSTAL regressa no dia

9 de Outubro

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A 13.ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DO BERBIGÃO decorre no próximo fim-de-semana no Polidespor-tivo da Figueira e promete le-var milhares de pessoas a esta localidade da freguesia da Me-xilhoeira Grande em Portimão.

Este festival gastronómi-co aposta em pratos como massa de berbigão, arroz de berbigão, papas de berbigão, rissóis de berbigão ou berbi-gão ao natural, todos confec-cionados no local. A doçaria e a pastelaria local estão igual-mente ao dispor, bem como outros comes e bebes, tudo a preços muito apelativos.

O recinto do festival tem capacidade para cerca de

400 lugares sentados e irão ser preparadas cerca de duas toneladas de berbigão para fazer as delícias a mais de quatro mil pessoas que pro-curam um dos pratos mais genuínos e saborosos da gas-tronomia regional. Este bival-ve saboroso tradicionalmente confeccionado de uma forma simples surge neste certame sob as mais diversas formas, sempre tendo como base um pouco de azeite, um ramo de salsa ou coentros e um dente de alho.

A música local garantirá o entretenimento para que toda a gente possa dançar, e no pri-meiro dia inclui as actuações

do Duo Musical Ritmo Jovem e do espectáculo Tiago Neto e Paulo Fragoso, enquanto no dia seguinte, após a actuação de João Paulo Cavaco, a mú-sica tradicional ficará a cargo do Grupo de Cantares Brasa Doirada com uma actuação de Cante Alentejano que pro-mete encantar o público.

DOIS DIAS DE ANIMAÇÃO TÍPI-CA Este festival de dois dias oferece a oportunidade de experienciar uma verdadei-ra festa típica, enriquecida pela comunidade e visitantes e pela gastronomia tradicio-nal algarvia.

A Figueira organiza há 13

anos consecutivos o Festival do Berbigão, em honra ao lugar especial que este mo-lusco tem no seu coração, pois a apanha do berbigão na Ria de Alvor data bem para lá da antiguidade, ten-do este negócio sustentado muitas famílias locais em tempos idos.

O certame vai decorrer entre as 19 e a 1 hora e a entrada continua a custar três euros, com direito a um pires de berbigão, numa or-ganização da Sociedade Re-creativa Figueirense, com os apoios da Câmara de Porti-mão e Junta de Freguesia da Mexilhoeira Grande.

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Page 13: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

www.issuu.com/postaldoalgarve8.697 EXEMPLARES

Mensalmente com o POSTAL

em conjuntocom o PÚBLICO

SETEMBRO2015n.º 84

d.r

.

Noção de património: da Antiguidade

à actualidade p. 10

‘A Filha do Papa’:Dario Fo

na versão romancista

p. 4

d.r.

História e património militar em Tavira

p. 3

d.r.

Missão Cultura:

Atlas do Património Classificado

p. 2

Panorâmica:

Comunicar o património

d.r.

p. 5

ricardo claro

Grande ecrã:

A Devota e a Devassa, uma novela de Fernando Pessanha

p. 11

d.r.

Da minha biblioteca:

Page 14: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

11.09.2015 2 Cultura.Sul

AGENDAR

Atlas do Património Classificado: importante instrumento de gestão cultural para o Algarve

O património cultural consti-tui um valioso elemento na di-ferenciação dos territórios. Por isso, um dos eixos estratégicos da DRCAlgarve passa pela proteção da riquíssima herança cultural que marca a trajetória temporal do território algarvio. O conjun-to dos bens culturais imóveis da região constitui um importante ativo de desenvolvimento, que a administração pública tem obrigação de salvaguardar e cuja proteção jurídica é a medida de maior importância para a sua preservação física.

Conforme a Lei 107/2001 – a lei de bases do património cul-tural português, que é uma das mais avançadas do mundo nes-ta matéria – a proteção dos bens culturais assenta na inventaria-ção e na classificação. Se bem que o Algarve conte com uma notável densidade de bens cultu-rais imóveis inventariados – mais de dois milhares de sítios arque-ológicos e edifícios históricos ofi-cialmente referenciados –, desses, encontram-se somente classifica-

dos 173 e em vias de classificação outros 29, situação a que não são estranhos os procedimentos bu-rocráticos de classificação que se arrastam, em alguns casos, du-rante mais de uma década.

Num esforço concertado com a Direção-Geral do Património Cultural, a Direção Regional de Cultura do Algarve tem vindo a contribuir para atualizar o Atlas do Património Classificado e em vias de Classificação, cuja ta-

refa de georreferenciação conta também com a colaboração das Câmaras Municipais (celebração de protocolos). A atualização do Atlas é constante e decorre da evolução jurídica da situação de classificação dos bens imóveis. Encontra-se assim concluída a revisão da cartografia georrefe-renciada de 180 do total de 202 bens culturais imóveis algarvios que dispõem de proteção legal, com identificação e verificação

dos limites dos imóveis classifi-cados e respetivas zonas de pro-teção de 14 dos 16 municípios algarvios (as exceções são os municípios de Loulé e Alcou-tim). Essa verificação foi pontu-almente acompanhada pela re-visão dos conteúdos descritivos de cada imóvel na respetiva ficha de identificação.

Não podendo os imóveis classificados ser alterados sem o parecer (aliás vinculativo) da

entidade de tutela, e ficando os licenciamentos de obras e co-municações prévias sujeitos a restrições nas respetivas zonas de proteção, compreende-se o grande interesse em democrati-zar o acesso dos cidadãos a esta informação, naquilo que con-sideramos ser uma boa prática de gestão do património e de divulgação dos bens culturais da região.

O Atlas pode ser facilmente acedido, através do sítio da inter-net da Direção-Geral do Patrimó-nio Cultural, em http://geo.pa-trimoniocultural.pt/flexviewers/Atlas_Patrimonio/default.htm, onde se pode visualizar e pes-quisar o património e zonas de proteção diretamente sobre o mapa ou através da localidade ou endereço, ou selecionando alguns temas de referência.

No horizonte mais próximo da Direção Regional de Cultura do Algarve está, agora, a conclu-são da cartografia georreferen-ciada dos dois concelhos ainda em falta, tornando o Algarve a primeira região portuguesa a disponibilizar em linha infor-mação georreferenciada sobre a totalidade dos seus bens cultu-rais classificados ou em vias de classificação.

Noites de Levante

Ao longo de oito dias, a Camara Municipal de Olhão e a Fesnima ofereceram aos olhanenses e a quem nos vi-sita oito Noites de Levante com espetáculos de grande qualidade. Um cartaz va-

riado de música, dança e teatro muito elogiado pelo público.

O evento começou no dia 18 com uma invasão pirata, na Avenida 5 de Outubro, se-guida de um espetáculo de pirotecnia O Guardião do Te-souro, protagonizados pela Viv’arte.

As Noites de Levante pros-seguiram, no Jardim Patrão Joaquim Lopes, no dia 19 com os algarvios Azinhaga.

No dia 20 deu-se lugar ao jazz, ao reggae e à soul, com Jazzafari. Uma “mistura” tão

bem sucedida quanto impro-vável.

Os Farra Fanfarra tomaram conta da Zona Ribeirinha no dia 21. Especialistas em eu-foria coletiva e transmissão de ritmos contagiantes.

Artesanato, música, teatro e dança foram os ingredien-tes para o Mercado do Levan-te, que teve lugar no dia 22.

Alexandre Lopes que nos dias anteriores tinha prota-gonizados dois grandes mo-mentos teatrais de interação com o público, ao longo da Zona Ribeirinha, mostrou-se

também o seu talento vocal no dia 23, numa noite em que se recordaram alguns clássicos da língua france-sa, inglesa e espanhola dos anos 60.

No dia 24 foi a vez do gru-po Tripé, um projeto de mú-sica eletrónica, progressiva e ambiental associada à mul-timédia.

A fechar as Noites de Le-vante, no dia 25, a compa-nhia Teatro do Mar, apre-sentou A Balada do Velho Marinheiro.

Olhão não pára!

Editorial Missão Cultura

Direção Regionalde Cultura do Algarve

Juventude, artes e ideias

“PONTO ZERO”24 SET | 19.00 | Teatro das Figuras - FaroCarolina e Margarida Cantinho estreiam no Teatro das Figuras a sua mais recente criação, centrada no ponto onde tudo começa. O grande vazio que dá ori-gem a todos os pontos de partida

“ESCOLA INTERN. ARTES DE LOULÉ 1993-1997”Até 30 SET | 21.30 | Convento de Stº António - LouléExposição apresenta trabalhos recentes de professo-res da Escola das Artes, em particular de Bruce Dor-fman, Minerva Durham, Enrico Gonçalves, Cécile Massart e Pascaline Wollast

foto: drcalg

Imagem da ferramenta web Atlas do Património Cultural

A memória é muitas vezes cur-ta, na neblina do tempo que pas-sa caem no esquecimento uma parte de leão dos momentos que marcam a História da humani-dade, os bons e os maus.

Nestes tempos conturbados de migrações massivas em direc-ção à Europa, devemos todos pa-rar para pensar e reflectir sobre que posições tomar relativamen-te a um fenómeno que assume proporções históricas.

Independentemente das ra-zões de vária ordem que estão por detrás da debandada em direcção à Europa de milhares de migrantes de várias naciona-lidades da Ásia e da África, im-porta ter em conta o que a Eu-ropa - toda a Europa - tem por obrigação saber no que respeita a guerras e seus efeitos ao nível de refugiados.

É neste contexto que ao ler "Hi-tler", de Ian Kershaw, uma obra (biografia) incontornável sobre o ditador e sobre a história da Segunda Guerra Mundial e dos profundos efeitos que teve em várias populações até então en-quadradas na amálgama civiliza-cional europeia, me surge a ideia de quanto deve a Europa saber ser sapiente para poder gerir a 'crise' migratória que atravessamos.

As diferenças étnicas, cultu-rais e civilizacionais que nos 'separam' de muitos dos actuais migrantes não podem, de per si, ser razão bastante para fundar medos e receios, nem podem permitir-se arremessos de fantas-mas populistas sobre os perigos do acolhimento dos migrantes assentes em generalizações que mais não são do que mera deso-nestidade intelectual.

Os migrantes são todos eles nossos irmãos na humanidade e, como entre nós, entre eles estão bons e maus, apenas isso, seres humanos.

A bem da memória

Ricardo [email protected]

Jady Batista Coordenação Jornal J

d.r.

Page 15: POSTAL 1148 - 11 SET 2015

11.09.2015  3Cultura.Sul

Espaço AGECAL

Grande ecrã

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | [email protected]

SESSÕES REGULARES CINE-TEATRO ANTÓNIO PINHEIRO 21.30 HORAS

12 SET | FATATSUME NO MADO – STILL THE WATER (A QUIETUDE DA ÁGUA), Na-omi Kawase – Japão/Espanha/França 2014 (110’) M/14

17 SET | TAXI (TÁXI DE JAFAR PANAHI), Jafar Panahi – Irão 2015 (82’) M/12

Cineclube de Tavira regressa ao Cine-Teatro depois de Verão recheado de cinema

Depois das Mostras de Ci-nema ao Ar Livre, que foram um sucesso sem preceden-tes a todos os níveis, já vol-támos ao Cine-Teatro An-tónio Pinheiro. Aliás, este António Pinheiro (Tavira 1867 – Lisboa 1943) foi actor de teatro e cinema, realiza-dor, argumentista, escritor e professor da Arte de Repre-sentar português. Fundou a Associação de Actores Dra-máticos e publicou diversas obras. Estreou-se no cinema em 1910, como actor no fil-me brasileiro Os Milagres de Nossa Senhora da Penha. Em Portugal integrou o elenco de filmes de Georges Pallu. Como realizador, estreou-se com o filme mudo Tinoco em Bolandas, tendo também rea-lizado e interpretado Tragédia

de Amor, ambos em 1924.Neste mês de Setembro

iremos exibir filmes todas as quintas e todos os sábados.

Com a qualidade a que esta-mos habituados... Até lá!

Cineclube de Tavira

Cineclube exibe filmes à quinta-feira e ao sábado

fotos: d.r.

No momento em que se anuncia a transferência para Beja da histórica unidade militar sediada em Tavira, a única actualmente existente na re-gião algarvia, importa reflectir o sig-nificado desta estrutura para o País, a cidade e também para o Algarve.

A defesa do território e das suas po-pulações é uma das funções centrais da soberania nacional, mais acen-tuada em momento de crescente e perigosa instabilidade internacional.

O Algarve encontra-se muito pró-ximo de uma das zonas com maior tráfego marítimo do planeta por onde circula cerca de 50% do comér-cio mundial, 33% do gás e petróleo e 80% das mercadorias que a União Europeia consome. Torna-se evidente a necessidade de meios permanentes que colaborem em missões de protec-ção e vigilância.

Mas para além destas questões estratégicas importa salientar as-

pectos de ordem histórico-cultural e económica.

Tavira esteve desde sempre ligada à história militar portuguesa e pou-cas cidades poderão apresentar uma continuidade tão expressiva.

Na 1ª dinastia e com D. Dinis, Ta-vira ganha um lugar fundamental como cidade mais próxima do norte de África. No final do século XIII pos-suía um “Alcaide de Mar”, dispondo de um efectivo de intervenção nume-ricamente idêntico a Lisboa.

Em Setembro de 1415, no regresso da conquista de Ceuta, o Rei D. João I, os príncipes e parte da armada de-sembarcaram em Tavira onde dois dos Infantes foram armados cavaleiros.

No seculo XVI sediava em Tavira a importante “Esquadra do Estreito” (nessa época existiam no País duas outras sob a tutela real, a “Esquadra das Ilhas” e a “Esquadra do Conti-nente”) e por Tavira passavam enge-nheiros, mestres pedreiros, religiosos, mercadores e outros relacionados com a expansão.

A cidade transformou-se no rei-nado de D. Sebastião em “Praça de Guerra” com mais de um milhar de homens armados, sete companhias de ordenança e cavalaria, efectivo que terá aumentado no início do século XVII.

Após a Restauração foi criado o “Terço Pago”, um corpo militar pro-fissionalizado às ordens da hierar-quia militar. Como consequência do grande terramoto de 1755 o Quartel--general sediado em Lagos, cidade que ficou muito destruída, passou para Tavira.

Nas décadas seguintes surgiu o Regimento de Infantaria de Tavira e por decisão do Marquês de Pombal foi construído o imponente quartel da Atalaia concluído em 1795.

Figura incontornável no Algarve desta época é o engenheiro José San-

de de Vasconcelos, que trabalhou e faleceu em Tavira em 1808, legando à região uma valiosa obra que vai das construções militares, ao ensino da matemática e levantamento cartográ-fico do litoral algarvio.

O Regimento de Infantaria de Ta-vira defendeu em 1801 a fronteira do Guadiana do ataque de Castela e o Regimento de Infantaria nº 14 enfrentou os exércitos napoleónicos.

As guerras civis entre liberais e ab-solutistas trazem nova instabilidade e a derrota dos miguelistas levou à ex-tinção do RI de Tavira, que alinhara

pelo lado dos vencidos. Com a Con-venção de Evoramonte surgiu o Bata-lhão de Caçadores nº 5.

A unidade militar de Tavira par-ticipou nas campanhas do norte de Moçambique do final do século XIX e durante a 1ª Guerra Mundial na Ba-talha de La Lys em França registou 60 mortos. Na Praça da Republica está colocado um obelisco que homena-geia os mortos pela Pátria.

Durante as Guerras Coloniais (1961 - 1974) passou a Centro de Instrução de sargentos milicianos.

O período mais recente reflecte as alterações estratégicas do regime de-mocrático e a integração europeia do País, surgindo ciclicamente a desac-tivação e de reactivação da unidade militar tavirense.

A economia sempre beneficiou em múltiplos aspectos com a presença militar na cidade.

Com a recente decisão de abando-no do Quartel da Atalaia o Algarve perderá e por isso os seus represen-tantes na Assembleia da Republica devem lutar pela sua manutenção na função militar, devendo ainda acrescentar-lhe a função museológica que exponha, interprete e valorize a riquíssima História e património mi-litares da cidade ligados a oito sécu-los da nossa soberania.

História e património militar em Tavira

Jorge QueirozSociólogo – sócio da AGECAL

d.r.

19 SET | KAGUYAHIME NO MONOGATA-RI – THE TALE OF PRINCESS KAGUYA (O CONTO DA PRINCESA KAGUYAHIME), Isao Takahata – Japão 2014 (137’) M/6

24 SET | JIAO YOU – STRAY DOGS (CÃES ERRANTES), Tsai Ming-Lang – França/Taiwan 2013 (138’) M/12

26 SET | NATIONAL GALLERY, Frederick Wiseman – França/E.U.A./Reino Unido 2014 (180’) M/12

O Regimento de Infantaria 1 foi transferido de Tavira para Beja

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11.09.2015 4 Cultura.Sul

Letras e Leituras

A Filha do Papa: O único romance de Dario Fo

A Filha do Papa é a obra mais recente e também o primeiro romance, do italiano Dario Fo. Dario Fo nasceu em 1926, na Lombardia. Foi escritor, diretor e ator. Em 1997 recebeu o Pré-mio Nobel de Literatura.

As suas obras destacam-se por representarem sátiras que atacam os poderes instituídos. O político, o capitalismo, a má-fia e até mesmo o Vaticano. Talvez seja pertinente salva-guardar que o autor estava em plena adolescência quando de-flagrou a Segunda Guerra Mun-dial. Tinha ingressado na Escola Brera de Belas-Artes quando se viu forçado a interromper os estudos, ao ser recrutado para o exército. Acabou depois por desertar e refugiou-se num só-tão onde os seus pais escondiam judeus, ajudando-os a atravessar a fronteira para poderem che-gar à Suíça. Terminada a guer-ra, Dario Fo retomou os estudos, voltando à Escola Brera, e ma-triculou-se no curso de Arqui-tetura do Instituto Politécnico de Milão. Mais tarde trabalhou como cenarista. Escreveu a pri-meira peça de teatro em 1944 e desde então não parou de escre-ver. Em 1951 conheceu Franca Rame, atriz descendente de uma longa linhagem de atores, com quem casou em 1954. Em 1959 fundou com a sua esposa uma companhia de teatro de nome Fo-Rame. Atualmente é um au-tor reconhecido internacional-mente, com cerca de setenta obras, muitas delas escritas em colaboração com a mulher.

A Filha do Papa foi publicado em Outubro do ano passado, pelas Publicações Dom Quixo-te e neste seu romance históri-co, Dario Fo dá-nos a conhecer a sua versão de quem terá sido afinal Lucrécia Borgia. Como a própria Sinopse da obra refere, Lucrécia é sobejamente conhe-cida na História e na literatura, se bem que nem sempre pelas me-lhores razões: «Filha de um papa, três casamentos, um marido as-sassinado, um filho ilegítimo… tudo em apenas trinta e nove anos, em pleno Renascimento. (...) afastando-se das reconstitui-

ções escandalosas ou puramen-te históricas, revela-nos num ro-mance magistral, o único escrito pelo autor, toda a humanidade de Lucrécia, libertando-a dos cli-chés de mulher dissoluta e inces-tuosa e inserindo-a no contexto histórico e na vida quotidiana da sua época. Assim, ante os nossos olhos desfila o fascínio das cortes renascentistas, com o papa Ale-xandre VI – o mais corrupto dos pontífices –, o diabólico irmão Cesare, os maridos de Lucrécia – perseguidos, mortos, humilha-dos – e os seus amantes, acima de todos Pietro Bembo, com o qual partilhava o amor pela arte e, em especial, pela poesia e pelo tea-tro. Todos peões dos impiedosos jogos de poder. Uma verdadeira academia do nepotismo e do obsceno, entre festas e orgias.».

Dario Fo tenta nesta obra não só retratar o lado mais humano de Lucrécia como joga ainda com o facto de produzir um romance quase cénico, muito próximo de uma peça dramáti-

ca, naquela que é também uma narrativa histórica, apoiada em diversa bibliografia (apresenta-da no final do livro). Procurando ater-se a um espírito documen-talista e de honestidade, Dario Fo começa logo por apresentar no preâmbulo da sua obra de que o tema que nos traz não é propriamente novo:

«Sobre a vida, sobre os triun-fos e sobre as infâmias mais ou menos documentadas dos Bor-gia foram escritas e levadas à cena óperas e peças teatrais, re-alizados filmes de notável qua-lidade com atores de fama e, ultimamente, até mesmo duas séries televisivas de extraordiná-rio sucesso./Qual é o motivo de tanto interesse sobre o compor-tamento destes personagens? Antes do mais, a despudorada falta de qualidade moral que lhes é atribuída em todos os momentos da vida. Uma exis-tência libertina desde a sexua-lidade até ao comportamento social e político.» (pág. 33).

Encontraremos, aliás, diver-sas citações de obras de autores como Savonarola e Alexandre Dumas a corroborar o retrato que nos é apresentado da filha do papa.

É bem patente, desde as pri-meiras linhas, a crítica ácida e o tom cáustico de que a escrita do autor se reveste. A Filha do Papa inclui ainda diversas ilus-trações realizadas pelo próprio autor que procuram ilustrar a história com retratos não só de Lucrécia – sendo que a capa do livro é uma dessas ilustrações do próprio autor – como também das outras figuras que gravitam

em seu redor ou, melhor dizen-do, nas mãos das quais Lucrécia foi muitas vezes um fantoche ou um peão. Dario Fo consegue as-sim, quase cinco séculos depois, recuperar a figura de Lucrécia, apresentando-a como vítima e cordeiro sacrificial, representan-do a jovem Bórgia, quase sempre vista como incestuosa e mestre na arte da sedução e do vene-no, como uma figura inocente no meio dos esquemas levados a cabo pelo pai e pelos irmãos, bastante angelical aliás dado o clima de traição e ambição que reinava na época. Como o au-tor indica a dada altura no seu

Preâmbulo: «De todas as vezes, a vítima a imolar desde a infância não é outra senão Lucrécia. É ela que é lançada em todas as oca-siões, tanto pelo pai como pelo irmão, no vórtice dos interesses financeiros e políticos, sem a mínima piedade. O que pensa-va daquilo a doce menina não os preocupava nada. Aliás era uma mulher, um juízo que valia tanto para um pai futuro papa como para um irmão próximo cardeal. Portanto, em certos momentos, Lucrécia é uma coisa com rotun-dos seios e esplêndidos glúteos. Ah, já nos esquecíamos, também os seus olhos são cheios de en-canto.» (pág. 34).

O humor, assim como a iro-nia, reveste-se também de par-ticular importância, no retrato apresentado da época e das personagens que gravitam em redor de Lucrécia e dos Bórgia. Veja-se, por exemplo, a seguinte passagem a propósito do papa Inocêncio, citando Savonarola: «em cuja existência a única coisa inocente foi o nome. (...) ele era chamado «pai do povo» porque graças às suas atividades amató-rias tinha aumentado o número dos seus súbditos em oito filhos machos e oito fêmeas – numa vida que decorreu em grande voluptuosidade – naturalmen-te com amantes diversas.» (pág. 36). Ou noutra passagem digna de nota quando se refere a um massacre ocorrido em julho de 1492: «a cada morte de um papa, em Roma, ocorria uma grande quantidade de homicí-dios porque, por tradição secu-lar, no final de cada conclave em que é eleito o novo pontífice se concede a graça a quem tiver co-metido um crime nos dias de in-terregno./Portanto, todos aque-les que sonham com um ato de vendetta aproveitam as tradicio-nais férias para tirar a desforra, matar hoje para se tornar livre amanhã, e tudo graças a uma segura indulgência plenária. Que belos tempos!» (pág. 38).

Para quem gosta de ler o li-vro e depois ver na tela ou no pequeno ecrã uma adaptação mais fiel, pode recorrer à série Os Bórgia que é certamente a mais mediática, em termos de projeção internacional, exibida entre nós no canal AXN. Realiza-da por Neil Jordan (Jogo de Lá-grimas), conta com Jeremy Irons a representar o papel do papa Alexandre VI (outrora o cardeal Rodrigo Borgia) e a jovem atriz inglesa Holliday Granger que desempenha com inocência e candura o papel de Lucrécia Bórgia.

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

fotos: d.r.

No seu único romance, Dario Fo revela o lado mais humano de Lucrécia Bórgia

Dario Fo recebeu em 1997 o Prémio Nobel de Literatura

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11.09.2015  5Cultura.Sul

Panorâmica

A arte de bem comunicar o património

Comunicar é uma necessidade e comunicar bem um cruzamento entre objectivos, técnicas e ferra-mentas e, em muitos casos, arte no sentido lato.

A comunicação aplicada às áreas da cultura e, em particular, do patri-mónio exige na era tecnológica que vivemos capacidades técnicas e ferra-mentas tecnológicas que permitam fazer chegar os conteúdos aos públi-cos-alvo com eficiência e eficácia.

A comunicação na área da cultu-ra no Algarve apresenta, ainda hoje e não obstante os investimentos e os esforços das entidades públicas, uma dispersão, uma falta de coesão e uma ausência de estratégia que prejudica sobremaneira a forma como, quer os algarvios, quer o imenso mercado do turismo, percepciona a região e a sua cultura, bem como, as manifestações culturais e o património regional.

Na área do património e, muito em particular, na área do património re-gional a cargo da Direcção Regional de Cultura do Algarve, a comunicação foi durante muito tempo - demasiado tempo - rudimentar e desajustada da realidade. Sobre este facto indesmen-tível o Cultura.Sul publicou por diver-sas vezes peças que alertavam para a situação e confrontou os titulares da Direcção Regional de Cultura com a incapacidade comunicacional da di-recção regional.

Dos responsáveis destaque-se a hombridade de reconhecerem as deficiências da estratégia e em particular dos meios com que a di-recção regional se debatia para dar resposta a uma necessidade comu-nicacional que não se compadece actualmente com ferramentas e dis-cursos desactualizados.

Alexandra Gonçalves, actual res-ponsável pela pasta da Cultura no Algarve, identificada a dificuldade, fez um caminho no sentido de ul-trapassar o problema da escassez e ineficiência da comunicação na área do património sob alçada da direcção regional.

A Alexandra Gonçalves coube dar resposta ao problema naquilo que concerne à página da Direcção Regio-nal de Cultura do Algarve e à forma como este serviço público se relacio-na com os seus públicos-alvo, nome-adamente através das redes sociais.

Nova página da DRCAlgarve surgiu na internet

em Dezembro de 2014

Em Dezembro do ano passado surgia na internet a nova página da Direcção Regional de Cultura do Al-garve que, modernizada, se apresen-tava aos internautas com um visual moderno e arrumado de acordo com o actual estado da arte na comunica-ção em plataforma web.

Ao invés do que anteriormente su-cedia, digitar na barra de endereços de qualquer motor de busca www.cultalg.pt deixou de ser sinónimo de um anacronismo visual e comunica-cional e de uma forma e substância de apresentação de conteúdos em tudo disfuncional e não amigável.

Hoje, o sítio on-line da direcção regional de cultura contém bastan-te informação útil, destaques rela-tivamente àquilo que mais importa em cada momento, funcionalidade na abordagem de conteúdos e um acesso privilegiado - de novo o patri-mónio - a uma subpágina dedicada aos sete monumentos cuja gestão cabe à Direcção Regional de Cultu-

ra do Algarve.Assim, é hoje possível de forma rá-

pida e eficaz conhecer mais em por-menor e à distância de um simples clique a Fortaleza de Sagres, os cas-telos de Paderne e Aljezur, as ruínas romanas da Villa da Abdicada e de Milreu, os Monumentos Megalíticos de Alcalar e a Ermida de Nossa Se-nhora de Guadalupe.

Conteúdos simplese de qualidade

Nem só de imagem e amigabilida-de sobrevive a comunicação através

da internet, as páginas on-line só vingam quando os conteúdos no seu todo, intercomunicabilidade e sus-tentabilidade, são capazes de garan-tir ao público-alvo uma resposta ade-quada às respectivas necessidades.

Nas várias subpáginas dedicadas aos vários monumentos, o sítio da Di-recção Regional de Cultura do Algarve disponibiliza informação suficiente e atractiva para o utilizador, asseguran-do ao internauta links para informa-ção mais detalhada, imagens, locali-zação com mapas de fácil percepção, bem como dados históricos, plantas e em alguns casos áudio-guias e jogos didácticos cuja descarga permite aos utilizadores prepararem ou efectua-rem visitas aos locais patrimoniais com acesso a informação qualificada e acessível.

Assim se transforma de forma notá-vel a acessibilidade digital ao patrimó-nio cultural e desta forma se garante mais e melhor qualidade na apresen-tação da herança patrimonial algarvia, projectando para o futuro a oferta cul-tural e patrimonial da região.

Número de visitantes a subir

Ao Cultura.Sul a actual directora regional de Cultura destacou “a su-bida substancial do número de vi-sitantes da página institucional da direcção regional e em particular das áreas dedicadas ao património sob sua responsabilidade”.

“Desenvolvemos uma nova estra-tégia de comunicação com o público exterior através de uma página on--line que apesar de institucional dis-ponibiliza informação a pensar em quem quer conhecer o património do Algarve que gerimos”, refere Alexan-dra Gonçalves, que destaca que “fa-zemos hoje uma comunicação mais alargada em que o sítio da direcção regional se articula com as redes so-ciais e este posicionamento tem dado resultados positivos nas várias ver-tentes em que desejamos comunicar com quem acede às ferramentas que utilizamos”.

Balanço positivo

“Para nós o balanço é extrema-mente positivo, mas há sempre coisas a melhorar e para as quais estamos a criar condições de im-plementação”, diz a responsável, que não esperou por um consenso nacional sobre a modernização dos sítios on-line das direcções regio-nais de cultura e avançou com o trabalho no Algarve, dando provas de que a região pode ser pioneira sem pôr em causa a coesão da lin-guagem comunicacional dos servi-ços centrais.

Entre as questões a melhorar está a disponibilização em línguas estrageiras da informação actual-mente apresentada pela página da direcção regional. “Foi uma ques-tão que desde o início estava iden-tificada, mas cuja implementação exige mais recursos do que aqueles que no momento eram possíveis alocar”, refere Alexandra Gonçal-ves, que deixa assim clara a visão estratégica de evolução da plata-forma on-line no futuro.

Um exemplo que podia e devia ser seguido de perto relativamente ao resto da património regional, no-meadamente aquele que está debai-xo da alçada das autarquias e que teima em ser tratado com pouco mais do que meras referências nos respectivos portais autárquicos.

Há ainda muito por fazer no Al-garve em termos de comunicação relativamente à vasta herança pa-trimonial regional e urge fazê-lo de forma articulada que permita senão de raiz - como seria obviamente preferível - pelo menos a médio prazo a criação de uma plataforma integradas sobre o património do Algarve.

Ricardo ClaroJornalista / [email protected]

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“14º FESTIVAL FLAMENCO DE LAGOS”11 e 12 SET | 21.30 | Centro Cultural de LagosFestival aposta numa programação equilibrada que junta artistas já consolidados com jovens referências do flamenco em espectáculos de enorme beleza vi-sual e sonora

“RITMOS E MELODIAS”Até 7 NOV | 21.30 | Galeria de Arte da Praçado Mar - QuarteiraPedra, bronze e fibra de vidro são alguns dos mate-riais usados por Teresa Paulino na criação das suas esculturas, que pretende reflectir os sons, cores e pa-drões de algumas partes do mundo

Imagem da página on-line da Direcção Regional de Cultura do Algarve - Fortaleza de Sagres

fotos: ricardo claro

Alexandra Gonçalves

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11.09.2015 6 Cultura.Sul

Artes visuais

Saul Neves de JesusProfessor catedrático da UAlg;Pós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora

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“V MOSTRA DE ARTISTAS DE LAGOS”Até 10 OUT | Centro Cultural de LagosA MALA é um evento que apresenta a vasta activida-de dos artistas de Lagos e que acompanha o balanço da diversidade do trabalho dos artistas do concelho

“LA VOZ DE NUNCA”19 SET | 21.30 | Teatro das Figuras - FaroEspectáculo onde se tenta encenar a ‘dança do ab-surdo’ numa obra total em que confluem movimen-to, palavra e música interpretada ao vivo

Qual a importância da cor nas artes visuais? (1)

Proposta de Newton no seu livro “Uma nova teoria de luz e cores” (1672)

d.r.

Um dos domínios em que a investigação científica tem tido mais impacto nas artes visuais diz respeito ao estudo da cor. Desde aspetos mais físicos e químicos que tinham sobretudo a ver com a forma de produzir certas cores, até aspetos mais psicológicos que dizem sobretudo respeito à per-ceção das cores pelo observador, a cor tem sido desde sempre uma dimensão importante na produ-ção em artes plásticas, procuran-do aproveitar os conhecimentos científicos neste domínio.

Como exemplos explícitos do reconhecimento da importância da cor e do interesse em ter mais conhecimento neste âmbito por parte dos artistas, destacamos os seguintes posicionamentos de Van Gogh e de Paul Klee. Em 1885, Van Gogh escreveu numa carta ao seu irmão Théo o se-guinte: “Eu ouvi falar de uma ex-periência feita com uma folha de papel de cor neutra que se torna esverdeada sobre um fundo ver-melho, avermelhada sobre um fundo verde, azulada sobre o alaranjado, alaranjada sobre o azul, amarelada sobre o violeta e violetada sobre o amarelo (…) Se encontrares algum livro sobre essas questões da cor, um livro que seja bom, envia-o antes de qualquer outra coisa, pois é ne-cessário que eu saiba tudo sobre isso. Não se passa um dia sem que eu me procure instruir”. Por seu turno, em 1914, Klee escreveu no seu “Diário de viagem à Tunísia”: “A cor apoderou-se de mim. Sei que ela me tomou para sempre. Tal é o significado deste momen-to abençoado. A cor e eu somos um. Sou pintor”.

A cor não tem uma existência material, sendo uma sensação provocada pela ação da luz so-bre o órgão da visão. Já Epicuro, há mais de 2.300 anos, referia

que “os corpos não têm cor em si mesmos” e que “a cor guarda íntima relação com a luz, uma vez que quando não há luz, não há cor” (cit. em Pedrosa, 2009). Em termos de evolução das espécies, supõe-se que a capacidade para identificar as cores terá surgido nos primatas há 400 milhões de anos, no sentido de permi-tir identificar os frutos no meio das árvores (Bramão, 2011). Na atualidade, face aos avanços da ciência, sabe-se que a cor é como o olho do homem (e de outros animais) interpreta a reemissão da luz vinda de um objeto e que corresponde à parte do espetro eletromagnético que é visível, isto é, entre aproximadamente 380 a 750 nanômetros ou frequên-cias. Apenas podemos conhecer aquela parte do Universo a que fisicamente temos acesso e ape-nas podemos formar sobre ele as imagens inteligíveis que sejam compatíveis com a estrutura neuronal do nosso cérebro.

O olho humano é um meca-nismo complexo desenvolvido para a percepção de luz e cor. No centro do olho, a fóvea é rica em cones, um dos dois tipos de células fotorecetoras, sendo res-ponsáveis pela captação da in-formação luminosa dos objetos observados. As cores percebidas pelo olho humano dividem--se em três tipos e respondem preferencialmente a compri-mentos de ondas diferentes de luz. Temos cones sensíveis aos vermelhos e laranjas, outros aos verdes e amarelos e ainda outros sensíveis aos azuis e violetas.

Em termos de teorias da cor, embora já Hipócrates e Platão se tivessem pronunciado sobre as cores dos objetos, considera--se que a mais antiga teoria terá sido apresentada por Aristóte-les, no séc. IV aC., ao considerar as cores como propriedade dos objetos, tal como o são o peso, o material ou a textura. Distin-guiu entre seis cores principais: vermelho, verde, azul, amarelo, branco e preto.

No entanto, foi na Renascença que o estudo da cor começou a ser objeto de pesquisa sistemá-tica pelos próprios artistas, os quais muitas vezes eram tam-bém cientistas. Nesse contexto

compreende-se que nesse perí-odo tenha surgido a expressão “ciência da pintura”, da autoria de Leonardo da Vinci ao afirmar: “A ciência da pintura reside no espírito que a concebe” (cit. em Pedrosa, 2009).

Aliás, já no início do séc. XV, no seu “Livro da Arte”, Cennino Cennini evidenciava que o ateliê do pintor era o mais desenvol-vido laboratório de química da época.

Nesta época do Renascimen-to, destacam-se os tratados de Leon Alberti sobre a arquitetu-ra, a pintura e a escultura, em que definiu o vermelho, o verde e o azul como sendo as cores fundamentais que dão origem

a todas as outras. Essa tríade veio a ser consagrada entretanto pela Física Moderna. Procurando uma correspondência aos quatro ele-mentos, fogo, água, ar e terra, Alberti incluiu também o cinza (mistura do preto e do branco). Assim, o vermelho seria a cor do fogo, o verde da água, o azul do ar e o cinza da terra.

No final do séc. XV, Leonar-do da Vinci escreveu o “Tratado da pintura e da paisagem”, sen-do o primeiro a salientar que a sombra pode ser colorida, pro-pondo que a relação entre luz e sombra pode ser mensurada e representada proporcional-mente. Concordou que todas as outras cores poderiam formar-se

a partir do vermelho, verde, azul e amarelo e demonstrou experi-mentalmente a composição da luz branca, pois observou que o branco surge quando um raio de luz diurna (cinza-azulada) pene-tra por um respiro no interior de uma câmara escura e entra em contato com a luz de uma vela (amarelo-alaranjada) que lá se encontra. No seu tratado sobre pintura escreveu: “A primeira de todas as cores simples é o branco, embora os filósofos não aceitem tanto o branco como o preto como cores, porque bran-co é a causa ou o receptor de to-das as cores e o preto é a privação total delas. Mas como os pintores não podem ficar sem ambas, as colocaremos dentre as demais. (...) Podemos colocar o branco como representante da luz sem a qual nenhuma cor pode ser vista, amarelo para a terra, verde para a água, azul para o ar, vermelho para o fogo e preto para a escu-ridão” (cit. em Araújo, 2005). Ao afirmar que todos os corpos se refletem de luzes e sombras, po-dendo as luzes ser originais ou derivadas (refletidas), Leonardo abre caminho para a concepção do espaço renascentista, pleno de cores e imagens refletidas pelos corpos sob a ação da luz incidente (Pedrosa, 2009).

No final do século XVII, desta-cam-se as experiências sistemáti-cas para o estudo da cor realiza-das pelo físico Isaac Newton, as quais se encontram descritas em “Uma nova teoria de luz e cores”, publicado em 1672. Newton veio revolucionar os conhecimentos sobre a luz, pois demonstrou que as cores eram propriedades da luz e não dos corpos refleto-

res, como se acreditava anterior-mente. Observou que um raio de sol se decompunha em várias cores ao atravessar um prisma de vidro, voltando estas cores a dar origem à luz branca ao atraves-sarem um segundo prisma inver-tido. As cores do espetro seriam vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Newton relacionava as sete cores com os sete planetas e as sete notas mu-sicais da escala diatónica. A partir destas cores criou um disco que rodando a uma certa velocidade provocava a percepção de bran-co. Este dispositivo de sete cores ficou conhecido como Disco de Newton. No seu livro afirmava o seguinte: «As cores não são qua-lificações da luz derivadas de re-fração ou reflexões dos corpos naturais (como é geralmente acreditado), mas propriedades originais e inatas que são dife-rentes nos diversos raios. Alguns raios são dispositivos a exibir uma cor vermelha e nenhuma outra; alguns uma amarela e nenhuma outra, alguns uma verde e nenhu-ma outra e assim por diante” (cit. em Rocha, 2002). Newton foi um dos nomes que mais se destacou no seu tempo, tendo tido outros importantes contributos para o desenvolvimento da ciência, destacando-se a descoberta Lei da Gravidade.

Cerca de meio século depois de Newton, em 1725, o fran-cês Le Blon utilizou os três pig-mentos básicos para impres-são, o vermelho, o verde e o azul. As cores primárias seriam um número mínimo de pig-mentos a partir dos quais se poderiam obter as demais co-res. Estas cores-luz primárias, por síntese aditiva produzem o branco. Por seu turno, as cores--pigmento opacas primárias, vermelho, amarelo e azul, por síntese subtrativa produzem o preto. Esta teoria da formação de cores complementares por mistura ótica tornou-se a base para qualquer trabalho envol-vendo pigmentos coloridos.

Estes foram alguns dos prin-cipais desenvolvimentos para a utilização das cores em artes visu-ais. No próximo número iremos analisar os desenvolvimentos mais recentes, desde o século XIX.

Obra “A descoberta da Lei da Gravidade. Homenagem a Newton”, de Saul de Jesus (2011)

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11.09.2015  7Cultura.Sul

Momento

American carsFoto de Ana Omelete

Espaço ALFA

Tirar fotografias pode ter di-versos significados. Há mil e uma razões para se fotografar. Há o já conhecido casamento, o grupo de amigos, a família, aquela paisagem, o carro novo ou para vender e outros tantos temas para fotografar.

Há, no entanto, uma outra coisa muito importante em tirar fotografias. Há o fotografar para mais tarde recordar. A fotografia é um momento único mas o seu conteúdo, a imagem, ficará gra-vada para sempre.

Temos como exemplo prático as fotografias antigas que expres-sam e nos mostram determina-dos momentos de grande impor-

tância na nossa história. Foram fotografados monumentos. Fo-ram fotografados momentos. Foram fotografadas pessoas. Em tempos passados as pessoas que eram fotografas tinham de ter alguma importância, por vezes, apenas monetária ou política.

Atualmente já não é assim. A fotografia está sempre a mudar nalguns aspetos mas noutros continua sempre igual. Fotogra-far é sempre captar o momento. E há sempre o recordar. Todas as pessoas se lembram daque-la fotografia que foi tirada na-quele dia. A recordação dá vida à imagem.

São muitos momentos que a ALFA – Associação Livre Fotó-grafos do Algarve tem guardado nos seus passeios fotográficos que irão continuar. Basta con-sultar as informações em www.alfa.pt para saber quando fo-tografar nos nossos passeios e mais tarde a nossa memória consultar para lembrar aquele momento.

Fotografar para recordar

Raúl Grade CoelhoMembro da ALFA

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11.09.2015 8 Cultura.Sul

Alexandre FerreiraLicenciado em PatrimónioCultural pela UAlg

Património Humano - Bem a preservar?Um olhar sobre o património

A poesia visual de Ana Hatherly

d.r.

Há olhares que não perden-do o seu foco, não podem dei-xar de olhar mais além.

Erguida nos pilares da li-berdade, da democracia, da igualdade, do respeito pelos direitos humanos e do respeito pela dignidade humana, a Eu-ropa e os seus fundadores pre-tendiam desde o seu primeiro momento criar uma sociedade

onde o pluralismo, a não discri-minação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre mulheres e homens pre-valeçam. Muito se tem visto, dito e escrito sobre os tempos conturbados que vivemos.

Nalguns casos, poucos, análises fundamentadas e realistas; na grande maioria réplicas de opiniões simplis-

“Um cego a quem foi dado ver numa pequena pausa fria” – era assim que a criadora de imagens Ana Hatherly (1929-2015) se gos-tava de definir. Um das dádivas (e privilégios) maiores da sua vida terá sido precisamente essa iluminação inquietadora, esse aclarar do mundo, esse despren-dimento de uma “visão” única/unívoca e redutora no que toca à linguagem artística.

Em 1992 ela assumia a sua vo-cação para a derivação: uma escri-tora que transita para as artes vi-suais através da experimentação com a palavra (e sua caligrafia); e uma pintora que se espraia pela literatura através de um processo de consciencialização dos laços que unem todas as artes. A sua obra representou singularmente esse passaporte, esse livre-trânsito entre poesia, desenho e pintura, abolindo limites e visões estan-ques, transpondo fronteiras e instaurando pontes e diálogos interdisciplinares, em muitos casos bem à frente do seu tem-po (anos 60 do século passado), numa cativante e inspiradora tendência para a “promiscuida-de” e experimentalismo estéticos. A motivação central desse ímpe-to (saudavelmente) contami-nante e transgressor foi sempre o mesmo para a poeta nascida no Porto: “uma investigação do idio-ma artístico, particularmente do ponto de vista da representação – mental e visual”.

Profunda conhecedora do legado barroco e maneirista, e dos labirintos (ou textos visuais) do século XVII, Hatherly fez uma releitura criativa dessa estética cultural, dialogando ao mesmo tempo com formas e tendên-cias da vanguarda internacional (sobretudo a poesia concreta). A sua “mão inteligente” reinventou a escrita poética, o que implicou também um outro tipo de recep-ção por parte do leitor: mais par-ticipante, criativo e livre.

O seu arrojo e versatilidade estenderam-se assim às artes plásticas, cinema e performance, e a poeta-pintora-investigadora--docente universitária acabou por colar indelevelmente essa másca-ra ao rosto como seu “mais vital artifício” (para usar um verso seu de 1998). Não por acaso, Valter Hugo Mãe confessava há pouco tempo, revisitando andanças li-terárias em que privou com a es-critora, que “era uma maravilha correr tanto perigo com ela”, pois ele, “ainda moço, nunca teria lata para uma rebeldia daquelas”, o que, no fundo, lhe instigava o seu lado livre e improvável, sobretu-

do quando Hatherly o estimu-lava reiterando-lhe: “Põe-te sem pés e sem cabeça”.

Em 2008, no Dia Mundial da Poesia, recordo-me de ouvi-la a ler a sua própria poesia no CCB,

ao lado de outros reconheci-dos poetas e actores. Retive de si uma imagem discreta, rigo-rosa e generosa na partilha da palavra. Ali, viajei também por uma preciosa retrospectiva de poesia visual (desenho e pintu-ra) sua com cerca de 150 dese-nhos pertencentes à exposição Anagramas (1969) e à obra Poe-sia Visual – Mapas da Imaginação e da Memória (1973), que era com-plementada, e bem, por oficinas de desenho, pintura e colagem inspiradas na sua obra e destina-das a escolas e grupos. No fundo, um mapa da imaginação no/do mundo que dava toda a liber-dade de leitura e interpretação, como ela tanto frisava: com a poesia visual “podemos ler, ver, ouvir ou fazer o que quisermos”, pois esta, pela constelação de significados que lhe é inerente, exige outro tipo de reacção que não se compara à “partitura” que um livro implica que sigamos (da

esquerda para a direita, de cima para baixo).

Ana Hatherly assumia a escri-ta como uma pintura de signos, como aventura física e mental que aspirava a uma forma de co-nhecimento, sendo o poeta um pintor do mundo invisível (como se lê numa das suas Tisanas). Daí que a sua obra navegasse muito por anagramas, acrósticos e ou-tros labirintos de sentido e ima-gem, em que ressaltava a “pura potencialidade do traço como desejo de ser e de inventar ser”, como certeiramente salientou o poeta e professor Manuel Portela.

As referidas Tisanas, iniciadas em 1969 como work in progress, reflectem bem essa concepção da escrita enquanto pintura e filtro da vida. São textos inclassificáveis do ponto de vista da genologia literária, cruzando poesia, mi-cronarrativa e ensaio, e apresen-tando múltiplas ressonâncias e influências aos níveis temático e

formal/estilístico: um aprofun-damento do imaginário/filoso-fia oriental e do budismo zen e sua tradição contista; a explora-ção das amplas potencialidades expressivas do poema em prosa; a inserção de elementos surrea-listas em formas narrativas mais clássicas; e uma vincada propen-são reflexiva e experimental, com forte carga simbólica, a qual se associa, não poucas vezes, a uma roupagem aforística/proverbial/epigramática e fragmentária em que o registo ensaístico e/ou po-ético se sobrepõe claramente ao modo narrativo.

Na visão de Hatherly, a poe-sia surge como uma espécie de emergência e a sangria que esta lhe provoca no corpo – à qual o mundo parece ser indiferente – como metáfora da criação (Tisa-na 336). O autor e o leitor, por seu lado, vivem no limiar do prazer, um de cada lado como tensos anfitriões. Vivenciam “a proble-mática do segredo – se for divul-gado deixa de existir; se não for torna-se um horrível tormento”. Talvez por isso alguns mestres di-gam “que o próprio do prazer é não poder ser dito” (Tisana 126). E os livros? Estão sempre sós, tal e qual nós, sofrendo o terrível impacto do presente e calando a sua fúria com a sua farsa, como escreveu na Tisana 433. E conti-nua: “[Os livros] estão ali sendo entretanto. Como nós. No limiar do esquecimento. Como nós. Cheios de submissão ao serviço do impossível. Como nós”.

A fechar, revisito, com reno-vado prazer, a curta e incisiva Tisana 336: “Durante o jantar vou contando coisas que me aconteceram mas de tal modo que todos me ouvem como se eu estivesse contando histórias. Apercebendo-me disso digo: sou uma efabuladora, percebem? Percebem e tranquilizam-se”.

O passaporte de Hatherly Sala de leitura

in memoriam Ana Hatherly

tas, demagógicas e toldadas por sen-timentos que criam antagonismos muito pouco saudáveis reveladoras de frieza, crueldade, insensibilidade e porque não desumanidade?

Património, legado transmitido às gerações actuais e futuras pelos seus antepassados, só o é enquanto as gera-ções presentes o entenderem como tal, e virem nele os alicerces para o seu futuro e para o futuro dos seus descendentes.

Eis então que surge a questão que nos devemos colocar constantemente: qual é o património humano que queremos deixar às gerações futuras?

A reinvenção da leitura (pormenor), de 1975, de Ana Hatherly

Paulo PiresProgramador culturalno Município de Loulé[email protected]

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11.09.2015  9Cultura.Sul

O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

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“DO DIA-A-DIA”Até 31 OUT | Galeria do Convento do EspíritoSanto - LouléExposição de pintura e instalação de Alfredo Revuel-ta que integra a colecção de Marie e Volker Huber

“HENRIQUE O NAVEGADOR”25 SET | 18.00 | Fortaleza de SagresApresentação do filme artístico de Timo Dillner (25 min.) dedicado ao lado mais humano do Infante D. Henrique, integrado nas Jornadas Europeias do Património

Setembro

Pedro [email protected]

1895

Dá-se o início da construção do coreto de Faro, no jardim Manuel Bívar, então espaço nobre de lazer da cidade. Com materiais vin-dos da Companhia Aliança do Porto (cidade donde terá vindo também o coreto de Tavira) ali permanece este ‘monumento’ esquecido pe-las edilidades e seus munícipes. Mas é assim um pouco por todo o lado, são espaços desaprovei-tados sobretudo aqui onde num clima ameno pediria mais uso àquela que foi a sua função inicial. Poder-se-ia por exemplo criar em volta dos coretos uma esplanada-cafetaria de madei-ra elevada para aproximar os artistas do público em recitais de poesia ou música.

1918

Nenhuma poetisa poderia querer viver numa terrinha como Quelfes, ainda que aconselhável pelos bons ares. Muito menos Florbela Espanca

que já pouco vivia por esses dias. “Estou cansa-da, cada vez mais incompreendida e insatisfeita comigo, com a vida e com os outros”. Ali não consegue refazer-se do desgaste acumulado pela situação física e psicológica em que se en-contrava. Da sua fugaz passagem ficou na estra-da junto à casa, uma lápide colocada em Março de 1985, homenagem dos seus admiradores, a assinalar o edifício onde viveu um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos.

1923

Na margem direita do rio guadiana, locali-zado no areal ao sul de V.R. Stº António, o fa-rol da cidade do iluminismo está em latitude 37º11’ 07’’/longitude 7º24’54’’. Caracteres de luz-branca; relâmpagos de 0,1s –ocidente -7,4s; período de 7,5s. Edifício em forma de torre cir-cular de cimento armado, branca, com estreitas listas horizontais escuras com anexo de dois pa-vimentos, com 48 metros de altura e um alcance de 19 milhas. Tem elevador mas está desprovido de faroleiro devido à automatização em 1989.

1924Quem negoceia com peixe mais cedo ou mais

tarde vem parar a Olhão. Raul ‘Tamanqueiro’  Figueiredo (1903-1941) juntou o útil ao agra-dável e representou o S. C. Olhanense- campeão de Portugal na época de 1923/24. Na final (4-2 ao F.C.Porto) da 1ªcompetição organizada pela F.P.F, no Campo Grande, onde o presidente al-garvio Teixeira Gomes destacou a sua forma de jogar «juvenilmente obstinada, na sua ubi-quidade inverosímil (…) sem deixar nunca de sorrir». De seguida foi chamado a representar a selecção nacional, e logo aliciado a ingressar no Benfica.

1943

Numa noite de Novembro um PB4Y-1 (ver-são da Marinha do quadrimotor B-24 Libera-tor) desorientado, despenhou-se no mar a algu-mas milhas de Faro. Mas para Carlos Guerreiro a inspiração e motivação para escrever o livro ‘Aterrem em Portugal’ (pedra da lua,2008) co-meçou quando conheceu a história do pescador algarvio Jaime Nunes (já falecido), que salvou do mar para a sua embarcação, seis soldados americanos sobreviventes dessa queda. A partir daí o jornalista farense iniciou uma pesquisa de vários anos sobre os aviões que na segunda guerra aterravam de emergência em Portugal.

1968

Quando esteve de férias com Linda no Al-garve, Paul McCartney escreveu uma canção de nome “Penina” que ofereceu ao grupo musical Jotta Herre (do Porto), com quem tocou numa noite em que tomava uns copos no bar do Hotel Penina. O fanzine “Club Sandwich” do antigo clube de fãs de McCartney, conta que Paul terá composto ali de improviso a letra e música da mais obscura canção que aparece no cd pirata: ‘Unheard Melodies, The Songs The Beatles Gave Away’, juntamente com as versões dos Jotta Her-re (EP Philips 431923PE) e de Carlos Mendes.

1974Neste tempo impreciso em que vivemos, mes-

mo na poética Lagos - cidade de luz, se torna difícil esquecer os adjectivos que temos sempre a ecoar no dia-a-dia destes dias: confuso, disfor-me, ocultação, degradação - tal como para So-phia M.B.A , no dia 20 de Abril de 1974, quando escreveu naquela cidade atlântica estes versos para o poema ‘Lagos I’: (…)Na precisa claridade de Lagos é-me mais difícil /Aceitar o confuso o disforme a ocultação/Na nitidez de Lagos onde o visível /Tem o recorte simples e claro de um projecto/O meu amor da geometria e do concre-to/Rejeita o balofo oco da degradação.(…) – in ‘O Nome das Coisas’,1977

1974Em pleno ano da revolução dos cravos Bryan

Ferry instalava-se incógnito na costa do barla-vento, aliando o lazer à intenção de se inspirar para escrever temas para um novo disco. Per-tence a chão algarvio a relva da capa, naquela que seria a mais ousada da sua discografia em contraponto com o menos conseguido long--play dos Roxy Music, apesar de neste se incluir o sucesso ‘Bitter Sweet’. A canção que usa versos em língua alemã, foi inspirada na convivência com as duas raparigas alemãs (também na capa do lp).

1976

Influenciada pelo construtivismo e pela pop art, aquando da sua passagem de quatro anos por Paris, Maluda usa a linearidade nas paisa-gens urbanas. Recorrendo ao hiper-realismo e ao foto-realismo, começa a ser mais conhecida na década de 70, pelas paisagens tradicionais do país. Tanto os famosos quiosques como as janelas portuguesas, exploram os reflexos e os efeitos de luz. Já para não falar da intensidade da luz na arquitectura cubista que Olhão ainda tinha quando Maluda a pintou em «Olhão VII», óleo sobre tela (81/65cm).

1985

Para a gravação do clip de um single do seu lp de estreia ‘Psycocandy’, os The Jesus and Mary Chain escolheram um barato destino do Sul da Europa, no tempo em que Algarve ainda tinha ‘360 dias de sol por ano’, o slogan quase mais verdadeiro da história do turismo em Portugal. Quem os viu chegar ao aeroporto de Faro, diz que os irmãos Reid vinham já assim mesmo des-grenhados, nos blusões de cabedal de 2ªmão, dispensando cabeleireiro e guarda-roupa na equipa de produção. Daí para o ‘set’ localizado nas praias e ruas de Ferragudo e Alvor.

fotos: d.r.

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11.09.2015 10 Cultura.Sul

Acerca da noção de património

O modo como, em cada momento, uma sociedade sente, pensa e age sobre o seu património constitui um indi-cador do “pulsar” social, das suas angústias e motivações, do seu quadro de valores e de referências, dos seus momen-tos de ruptura e de mudança.

Entendida pelos romanos como uma relação particular entre um grupo e certo tipo de bens materiais a noção de património manteve-se durante séculos na esfera da propriedade privada, trans-missível por transacção ou herança.

A noção de património, no sentido que aqui nos interes-sa, teve a sua origem no séc. XVIII com a Revolução Fran-cesa. O confisco dos bens da nobreza e do clero, aliados às destruições radicais dos símbolos do poder perpe-trados por grupos de popu-lares, leva o Estado a definir critérios para o que deve ou não ser salvaguardado. Nas vicissitudes desse período conturbado ganha forma um sentimento novo que é a ideia de bem comum e de riqueza moral de uma Nação, a qual, porque inalienável, passa a es-tar legalmente protegida pelo Estado. Surge assim a noção actual de património, que se desloca definitivamente do domínio privado para o colec-tivo, que se liberta da matéria para ganhar uma existência imaterial.

Mas não é só o patrimó-nio cultural que é objecto de medidas de protecção. Desde finais do séc. XIX que a no-ção de património natural se impôs, tendo originado a criação de parques nacionais e reservas naturais um pouco por todo o mundo. O objec-tivo destas áreas classificadas não é já o de preservar a Cul-tura mas sim a Natureza ou, melhor dizendo, sistemas vi-vos e, portanto, sujeitos a um processo evolutivo. A noção de património desloca-se do passado para o presente, é aquilo que ainda existe que tem de ser preservado.

Esta deslocação temporal da noção de património veri-ficou-se também no domínio da cultura, principalmente através da etnologia que se começa a interessar não só pelo exótico mas também pela cultura europeia, datan-do da 2ª metade do séc. XIX a criação de museus nacio-nais de etnografia em vários países da Europa. É também deste período o interesse pela etnografia regional, que se manifestou inicialmente nas grandes exposições univer-sais, e que motivou a criação de vários museus regionais de etnografia, que testemu-nhavam a existência de um património local, se bem que ainda restrito ao “típico” e ao “decorativo”.

Com efeito, a noção de pa-trimónio conheceu notável desenvolvimento durante o séc. XIX, tendo progressiva-mente abrangido vários do-mínios disciplinares mercê da especialização das ciências e das transformações sociais ocorridas na Europa Ociden-tal e América e a industrializa-ção que conheceram durante este período.

Em contrapartida, a socie-dade da primeira metade do séc. XX, atravessada por duas guerras mundiais, centrou--se no esforço de guerra e no drama humano que lhe é ine-rente, remetendo para plano secundário as preocupações com o património. Não obs-tante, o impacto destrutivo de tais conflitos iria desen-cadear na sociedade do pós--guerra uma motivação sem precedentes pela preservação do património, alargando esta noção a campos inéditos até então.

A noção contemporânea de património é um conceito

amplo e integrador onde po-demos ainda isolar conceitos mais específicos (património arquitectónico, património paisagístico, património in-

dustrial, património cientí-fico, património geológico… entre outros), muitos dos quais se afirmaram na 2ª me-tade do séc. XX.

Uma concepção universal do

património ganhou forma ofi-cial em 1972, quando foi adop-tada pela Conferência Geral da Unesco, em Paris, a Convenção para a Protecção do Patrimó-

nio Mundial, Cultural e Natu-ral. Esta convenção assenta na ideia que determinados bens do património cultural e natu-ral se revestem de excepcional interesse para toda a humani-

dade, pelo que a sua preserva-ção não respeita apenas a uma nação mas a toda a comunida-de internacional.

Paralelamente, face à amea-ça de uma guerra nuclear e ao esgotamento dos recursos, o homem toma consciência de que não está fora da natureza mas que faz parte dela, para o que foi decisivo o contributo da ecologia. De ora avante, a conservação já não diz respei-to só às outras espécies, é da sobrevivência da própria es-pécie humana que se trata, a qual está ameaçada pela rup-tura dos equilíbrios naturais. A noção de património natu-ral alarga-se assim à de patri-mónio ambiental, abordagem que desencadeou numerosos movimentos de protecção do ambiente e a formação de par-tidos ecologistas.

Como vimos, a noção de pa-trimónio é bastante dinâmica e plástica. Se inicialmente se res-tringia à herança artística e mo-numental, hoje o património pode ser quase tudo; os traços materiais e imateriais de uma vida e gerações passadas, a me-mória de um mundo em vias de extinção. É assim uma noção vaga mas extremamente pre-sente, que traduz a inquietação da consciência colectiva peran-te as ameaças à sua integrida-de. Formulada num contexto de ruptura social, a noção de património não mais se desli-gou deste sentimento de perda, numa incessante procura de re-ferências que, por descodifi-carem o passado, dão senti-do ao presente e orientam a construção do futuro.

Ana XavierAntropóloga, Mestre em Museologia e Património

Arraial do Barril

foto: antónio coelho

Flamingos

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginaçãoe gestão de conteúdos:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• Artes visuais:

Saul de Jesus• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço ao Património:

Isabel Soares• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Grande ecrã:

Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista

• Letras e literatura: Paulo Serra• Missão Cultura:

Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Momento:Ana Omelete

• O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N: Pedro Jubilot• Panorâmica:

Ricardo Claro• Sala de leitura:

Paulo Pires• Um olhar sobre o património:

Alexandre Ferreira

Colaboradoresdesta edição:Ana Xavier

Parceiros:Direcção Regional de Cultu-ra do Algarve, FNAC Forum Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.postal.pt

e-paper em:www.issuu.com/postaldoalgarve

facebook: Cultura.Sul

Tiragem:8.697 exemplares

Um olhar sobre o património

Narciso-das-areias

foto: paula martins

foto: agostinho

foto: agostinho gomes

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11.09.2015  11Cultura.Sul

Da minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

Há um ano e meio escre-vi neste jornal sobre Hotel Anaidaug, narrativa fantás-tica de Fernando Pessanha, que brevemente (assim o espero) poderemos ver em filme. Hoje, este prolífero au-tor proporcionou-me a opor-tunidade de escrever sobre a sua mais recente novela, A Devota e a Devassa, da qual já tive o privilégio de redigir o prefácio.

O título

O título do livro equilibra--se na escolha dos adjetivos (aqui, podendo, até, ser en-carados como substantivos) que o compõem, «devota» e «devassa», que partilham, além do mesmo número de sílabas, as primeiras 3 letras (dev-). Há um certo humor associado a este balancear, a este hesitar entre duas ca-racterísticas tão diferentes (mesmo antagónicas, poder--se-ia dizer), como se emen-dasse, a meio da palavra, um lapsus calami (não resisti a usar esta expressão latina, que significa, literalmente, «erro da caneta», logo, «erro de escrita»), indiciando, as-sim, o tom jocoso da novela. O facto de ambos virem pre-cedidos pelo determinante artigo definido «a» («a devo-ta», «a devassa»), em vez de ligados apenas pela conjun-ção copulativa «e» («devota e devassa»), pode levar-nos a pensar que se referem a pes-soas diferentes. Além disso, a moralidade dos nossos tem-pos fez com que estes dois termos entrassem quase em

desuso, o que nos dá uma indicação sobre a época em que a história se passará: um tempo no qual estes qualifi-cativos teriam ainda usança.

A linguagem e a época

«D. António Correia de Vasconcelos, figura pompo-sa da sociedade lusa da cen-túria de setecentos, tinha-se mudado há três anos para o palacete da família, restau-rado após o terramoto de 1755 e situado nas proximi-dades do sofisticado centro da cidade. Para tal, em muito tinha contribuído o maras-mo cultural imposto pela entediante vida no campo. O distinto cavalheiro, mor-gado descendente de nobres linhagens, era possuidor de uma invejável herança, ali-cerçada por uma política de relações endogâmicas que se encarregou de transformá-lo no exclusivo proprietário de um abastado património.»

Assim começa a narrativa, apresentando a personagem à volta da qual se tece a teia de relações das restantes personagens e situando, de imediato, o leitor na época retratada: Lisboa, segunda metade do séc. XVIII (pós--terramoto).

Fernando Pessanha é his-toriador e o conhecimento que tem nesta área do sa-ber revela-se no cuidado com que o põe ao serviço da construção da narrativa, não só relativamente a momen-tos da nossa história, mas também à linguagem então usada. Só neste pequeno ex-certo, podemos ver a tonali-dade que pretendeu dar ao texto, através do vocabulário escolhido para descrever D. António. E começando pela primeira palavra: o uso do título «Dom» (abreviado, como é costume) remete, de imediato, para um contexto de nobreza. D. António é um morgado (um «vínculo dado

a c e r t o s bens que d e v e r i a m ser transmi-tidos ao primogénito sem que este os pudesse ven-der», como nos diz o dicio-nário Houaiss, que foi abo-lido na segunda metade do séc. XIX), um fidalgo rico («descendente de nobres linhagens» e de « invejável herança»).

Ao colocar o adjetivo antes do nome (e dando apenas exemplos do excerto citado: «sofisticado centro», «ente-diante vida», «distinto cava-lheiro», «nobres linhagens», «invejável herança», «exclu-sivo proprietário», «abastado património»), consegue dar ênfase e tornar a linguagem mais pomposa, fazendo, as-sim, par com a personagem descrita. Este modo de adje-tivar é o usado preferencial-mente ao longo da novela, exagerando o ridículo ou o trágico (que se torna, por isso, ridículo) das situações:

«E, então, lágrimas de ine-narrável tristeza brotavam dos seus olhos, escorrendo--lhe pelas delicadas faces piedosas. O fidalgo, ente-diado, via naquele pranto um recurso frequente nas mulheres frágeis, incapazes de aceitar as mais óbvias ver-dades. Ainda assim, pronto se apercebia das alturas em que transpunha os limites e não ousava levar mais longe as suas provocações.» (p.26).

A História

Cada personagem é um bom recurso para a crítica à sociedade daquela época e às suas instituições, nomea-damente a Igreja. A devoção de D. Amelinha, que se escu-sa a cumprir os seus deveres conjugais em nome de uma dedicação à oração, dentro e fora de portas, permite as mais duras críticas do seu marido ao comportamen-

to nada abonatório dos re-presentantes do clero: «Pois não há nada mais duvidoso do que o paleio dos malan-dros dos padres; é com ma-nhas e falinhas mansas que seduzem as mulheres e as jovenzinhas, e é sempre em nome do altíssimo que as ludibriam e as desonram. Já para não falar dos meninos do coro…» (p.25).

D. Nuno de Mascarenhas, amigo de D. António, é o aventureiro com quem per-corremos episódios (alguns bem caricatos) da nossa história e que, ao mesmo tempo, nos mostram a fal-ta de princípios de mui-tos dos nossos nobres: «Durante algum tem-po frequentou a alcova da célebre Ana Jacques Mondtegui, uma dama natural de Damão, tão famosa pela rara bele-za como pelos amantes que coleccionava. To-davia, a desconfiança do marido da senhora,

o sargento-mor do cor-po de sipais da infantaria de Bardez, fê-lo fugir para Macau, onde se dedicou ao contrabando de especiarias, sedas, porcelanas, sândalo e outros produtos. Ainda as-sim, foi o rentável tráfico de ópio, entre Bengala e a Chi-na, que acabou por denun-ciá-lo. Perseguido pelas au-toridades, foi interceptado em Díli, no decurso da desig-nada “Guerra dos Doidos”, a célebre revolta comandada por um feiticeiro que se pre-tendia invulnerável perante as armas portuguesas. Curio-samente foi apanhado in fla-grante delicto, no decurso de um assalto a uma igreja em que se fazia acompanhar pelos indígenas revoltosos, a fim de roubarem alfaias religiosas.» (p.32).

Tenho a certeza que esta leitura vai agradar ao leitor que gosta de aprender en-quanto passa por momentos de boa disposição.

O historiador e escritor Fernando Pessanha≠

d.r.

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“MÁRIO LAGINHA TRIO”11 SET | 21.30 | Auditório Municipal de OlhãoNo trio que mantém com o contrabaixista Bernardo Moreira e baterista Alexandre Frazão, Mário Laginha mantém o gosto pela mistura, pela diversidade mu-sical e pelo risco

“BIGODES DE ALFAZEMA”Até 3 OUT | Posto Municipal de Exposiçõesde LagosExposição de artesanato directamente relacionado com o tema a partir de tecidos onde as figuras de gatos estão sempre presentes e associadas ao perfu-me de alfazema

A Devota e a Devassa,uma novela de Fernando Pessanha

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