postal 1121 - 4 abr 2014

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Veja anúncio pág. 6 AGRICULTURA > Vila Real de Santo António já enviou as últimas respostas ao Tribunal de Contas e Faro está por dias. Depois, o tribunal dispõe apenas de escassos dias para poder pedir esclarecimentos adicionais ou o visto prévio considera-se dado aos PAEL de ambas as autarquias. Está para breve, portanto, a entrada dos emprésti- mos nos cofres destas câmaras algarvias p. 2 Vila Real e Faro à beira de receber dinheiro do PAEL > O Algarve foi a região turística do país que em 2013 registou mais proveitos globais dos esta- belecimentos hoteleiros, tendo obtido um resultado de 609 mi- lhões de euros, mais 4% do que em 2012, indica o Turismo do Algarve. p. 5 Descubra nesta edição o Jornal do Lethes PUB RICARDO CLARO D.R. Algarve atinge 609 milhões com turismo TURISMO Portimão trava na Justiça degradação do hospital SAÚDE > 4 INEM reforça resposta a recém- -nascidos EMERGÊNCIA > 6 CA D.R. ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB Director Henrique Dias Freire • Ano XXVI • Edição 1121 • Semanário à sexta-feira • 4 de Abril de 2014 • Preço 1 Obra da Polis quase concluída: Faro ganha a partir do próximo mês uma nova e muito aguardada zona verde e de lazer, o Parque Ribeirinho da cidade vai ser inaugurado e no terreno a obra já está completamente visível. Três milhões e meio de euros para dar uma nova frente ribeirinha à capital da região > 7 Parque Ribeirinho inaugurado em Maio D.R. Faro: EM FOCO 2 AMAL VAI COORDENAR PLATAFORMA CONTRA PORTAGENS 3 PORTIMÃO VENCE PRIMEIRO EMBATE CONTRA CENTRO HOSPITALAR 4 ALGARVE FACTUROU 609 MILHÕES DE EUROS EM PROVEITOS GLOBAIS 5 ALGARVE TEM NOVA AMBULÂNCIA PARA RECÉM-NASCIDOS 6 CLASSIFICADOS 9 A INFORMAÇÃO DE SEMPRE À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE VISITE - NOS EM : WWW . POSTAL . PT ON- LINE

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• VEJA O POSTAL DESTA SEMANA • Sexta-feira 4/4) nas bancas com o PÚBLICO • NESTA EDIÇÃO COM O CULTURA.SUL • • Partilhe o que é indispensável saber sobre o Algarve • EM DESTAQUE: > Vila Real e Faro à beira de receber o dinheiro do PAEL > Parque Ribeirinho de Faro inaugurado em Maio > Portimão trava na Justiça degradação do hospital > Algarve atinge 609 milhões com o Turismo > INEM reforça resposta a recém-nascidos • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 7 de Março: o indispensável sobre o Algarve • NESTA EDIÇÃO COM O CULTURA.SUL •

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Page 1: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

Veja anúncio pág. 6

AGRICULTURA

> Vila Real de Santo António já enviou as últimas respostas ao Tribunal de Contas e Faro está por dias.Depois, o tribunal dispõe apenas de escassos dias para poder pedir esclarecimentos adicionais ou o visto prévio considera-se dado aos PAEL de ambas as autarquias.Está para breve, portanto, a entrada dos emprésti-mos nos cofres destas câmaras algarvias p. 2

Vila Real e Faro à beira de receber dinheiro do PAEL

> O Algarve foi a região turística do país que em 2013 registou mais proveitos globais dos esta-belecimentos hoteleiros, tendo obtido um resultado de 609 mi-lhões de euros, mais 4% do que em 2012, indica o Turismo do Algarve. p. 5

Descubra nesta edição o Jornal do Lethes

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ricardo claro

d.r.

Algarve atinge 609 milhões com turismo

TURISMO

Portimão travana Justiçadegradação do hospital

SAÚDE

> 4

INEM reforça resposta a recém- -nascidos

EMERGÊNCIA

> 6

CA

d.r.

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVI • Edição 1121 • Semanário à sexta-feira • 4 de Abril de 2014 • Preço € 1

Obra da Polis quase concluída: Faro ganha a partir do próximo mês uma nova e muito aguardada zona verde e de lazer, o Parque Ribeirinho da cidade vai ser inaugurado e no terreno a obra já está completamente visível. Três milhões e meio de euros para dar uma nova frente ribeirinha à capital da região > 7

Parque Ribeirinho inaugurado em Maio

d.r.

Faro:

EM FOCO 2 AMAL VAI COORDENAR PLATAFORMA CONTRA PORTAGENS 3 PORTIMÃO VENCE PRIMEIRO EMBATE CONTRA CENTRO HOSPITALAR 4

ALGARVE FACTUROU 609 MILHÕES DE EUROS EM PROVEITOS GLOBAIS 5 ALGARVE TEM NOVA AMBULÂNCIA PARA RECÉM-NASCIDOS 6 CLASSIFICADOS 9

a informação de sempre à distância de um clique

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Page 2: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

ZZZ pág. ##

ZZZ pág. ##em foco

2 | 4 de Abril de 2014

Ricardo [email protected]

A CÂMARA DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO, presidida por Luís Gomes, enviou na passa-da quarta-feira ao Tribunal de Contas as respostas às úl-timas questões que o tribunal tinha colocado à autarquia sobre o Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) a que a câmara se candidatou, no âmbito deste programa des-tinado a solucionar as dívidas das autarquias locais a nível nacional.

O tribunal presidido por Guilherme d’Oliveira Mar-tins já só dispõe, desde a data da entrega das respos-tas pelo município, de quatro dias úteis para colocar mais questões à câmara, prazo que termina a 9 de Abril, a próxi-ma quarta-feira.

Findo este prazo, o visto--prévio do Tribunal de Contas tem-se por dado tacitamente e o processo poderá avançar para a efectivação do desblo-queamento das tranches para os cofres da autarquia.

As respostas ao Tribunal de Contas foram tema de discus-são e afinação na reunião de câmara que decorreu em Vila Real de Santo António na sex-ta-feira da passada semana, disse ao POSTAL Luís Gomes.

A entrega dos documen-tos foi confirmada ao POS-TAL por parte dos serviços de apoio à presidência da autarquia.

VILA REAL PEDE 58,9 MILHÕES Recorde-se que com o PAEL a Câmara de Vila Real de San-to António acede a um em-préstimo oriundo dos cofres da Administração Central de 25,6 milhões de euros, a 20 anos (PAEL), e fica autori-zada a assinar com a banca os contratos de empréstimo

que titularão um montante próximo de 33,3 milhões de euros, ao abrigo do Plano de Reequilíbrio Financeiro. Aos cofres da autarquia chegarão pois um total de 58,9 milhões de euros.

A autarquia liderada por Luís Gomes viu aprovada a sua candidatura ao PAEL e o acesso ao mercado bancário a 7 de Março de 2013, mas em Setembro do ano passado, como o POSTAL noticiou, o processo ainda não constava da lista de contratos de finan-ciamento visados pelo Tribu-nal de Contas.

Fonte ligada aos processos do PAEL explicou ao POSTAL que “o Tribunal de Contas co-loca questões a conta gotas”. Como o prazo se suspende com cada questão levanta-da pelo órgão de controlo, o tempo que o tribunal dis-põe para emitir o visto pré-

vio pode dilatar-se de forma substancial, fazendo com que todo o processo se arraste por longos meses.

Através do Plano de Apoio à Economia Local - instru-mento de financiamento das autarquias criado pelo Go-verno para responder às dí-vidas a fornecedores das au-tarquias vencidas há mais de 90 dias à data de 31 de Mar-ço de 2012 - a autarquia vila--realense encaixará assim um volume substancial de verbas, todas elas já afectadas a dívi-das pré-identificadas e que não poderão ser empregues para pagamento de quais-quer outros encargos ou res-ponsabilidades.

De acordo com a autarquia, “cerca de 30% do valor será destinado a liquidar facturas a fornecedores do concelho, injectando liquidez na econo-mia local”.

Como Vila Real de Santo António se propôs integrar o Programa I do PAEL, o di-nheiro chegará à autarquia em três tranches, a primeira, no valor de 60 % do montante financiado, após obtenção do visto do Tribunal de Contas; a

segunda, no valor de 20 % do montante financiado, após comprovação do pagamento integral das dívidas elegíveis abrangidas pela tranche ini-cial e, uma terceira, no valor de 20 % do montante finan-ciado, após comprovação do pagamento integral das dívi-das elegíveis abrangidas pela segunda tranche.

FARO TAMBÉM ESTÁ A CAMI-NHO DO FIM Entretanto, outra das autarquias que se encon-tra também na recta final do processo de pedido de visto--prévio ao Tribunal de Contas é Faro, liderada por Rogério Bacalhau.

Ao POSTAL fonte da autar-quia avançou que as respostas para o tribunal estão em fase de finalização e serão entregues à instituição em breve. Neste caso, o POSTAL sabe que o tri-bunal dirigido por Guilherme d’Oliveira Martins dispõe ape-nas de três dias para colocar no-vas questões.

Em ambos os casos o pra-zo para o Tribunal de Contas continuar a colocar questões às câmaras entrou assim na recta final, o que permite an-tever uma resolução dos pro-cessos a curto prazo.

Ao PAEL Faro irá buscar um empréstimo de cerca de 21 milhões de euros, também a 20 anos. Recorde-se que este dinheiro é em larga medida, cerca de 50%, reconhece a autarquia, destinado a pagar facturas a fornecedores do concelho, o que permitirá in-jectar na economia local um valor substancial de liquidez.

Esta é aliás uma questão semelhante em todas as au-tarquias que se candidataram na região ao PAEL, o efeito multiplicador na economia local da injecção de liquidez por via dos respectivos PAEL, não obstante, o referido efei-to esteja em muito afectado pela demora na chegada do dinheiro aos cofres das nove autarquias, o que provoca a perda do potencial regenera-dor das verbas na economia quando chegam a empresas cuja viabilidade o decurso do tempo tornou impossível ou dificilmente atingível.

Resta agora esperar que o Tribunal de Contas não colo-que questões de última hora para poder rapidamente per-ceber o efeito destes milhões de euros na economia do Al-garve e particularmente de Faro e de Vila Real.

PAEL de Vila Real à beira da Luz verde do Tribunal de ContasFaro também entrou na recta final

Ô A câmara presidida por Luís Gomes pode ver em breve desbloqueada a verba de 58,9 milhões de euros

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

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fotos: ricardo claro

Ô A câmara liderada por Rogério Bacalhau irá buscar ao PAEL cerca de 21 milhões de euros

Page 3: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

região

4 de Abril de 2014 | 3

O PRESIDENTE DA ASSOCIA-ÇÃO DE MUNICÍPIOS DO AL-GARVE (AMAL) aceitou, du-rante o II Fórum Algarve/Andaluzia sobre as portagens na A22, realizado recentemen-te, integrar e coordenar uma plataforma regional alargada que irá construir uma estraté-gia para pôr fim às portagens na região.

A plataforma vai reunir vá-rios sectores da sociedade al-garvia, autarquias, entidades públicas regionais e associações empresariais, assim como a Co-missão de Utentes da Via do Infante, deixando de fora “po-litiquices”, como o presidente da AMAL, Jorge Botelho, fez questão de frisar perante uma assembleia com algumas cen-tenas de pessoas.

À margem do evento, Jorge Botelho disse que o primeiro

passo passará por uma avalia-ção do impacto das portagens no Algarve para que depois os participantes possam encon-

trar um “fio condutor”, uma consonância a favor da sus-

pensão imediata das portagens.“Sempre fui contra as porta-

gens”, afirmou o também pre-sidente da Câmara de Tavira, acrescentando que “ao longo dos sucessivos Governos as portagens no Algarve sempre foram excluídas e depois levá-mos com as portagens como uma inevitabilidade”.

ALGARVE TEM PROBLEMA DE MOBILIDADE O representante dos 16 presidentes de câmara algarvios frisou que “há um problema económico poten-cial no Algarve, há um proble-ma de mobilidade no Algarve”.

“Estamos a perder em ter-mos de competitividade regio-nal e em termos económicos, os agentes políticos, sociais, culturais e económicos do Al-

garve vêem que este assunto é fundamental e merece a defesa das populações”, acrescentou.

O II Fórum Algarve/Andalu-zia decorreu em Loulé, desen-volveu-se em torno do tema “Dois anos de portagens: uma PPP ruinosa para o Algarve” e contou com uma apresentação sobre a questão das portagens em Portugal proferida pelo vice-presidente da Associação Transparência e Integridade, Paulo Morais.

Os participantes, entre eles, vários autarcas, os deputados Cecília Honório (BE), Miguel Freitas (PS) e representantes de vários sectores económicos da região e também espanhóis foram convidados a assinar e a integrar uma fase de recolha de assinaturas do “Manifesto

ao Algarve”, um documento onde são apresentados os ar-gumentos pelos quais a Co-missão de Utentes da Via do Infante se tem batido nos úl-timos cinco anos.

No manifesto é explica-do que a Via do Infante foi construída sem o perfil de auto-estrada e fora do mo-delo de financiamento SCUT, tendo por isso dois terços do troço sido pagos com fundos comunitários.

“A EN 125 não constitui uma alternativa credível à Via do Infante, apresentando-se como uma das vias rodoviá-rias mais perigosas da Europa e cuja requalificação se encon-tra totalmente parada”, lê-se naquele documento.

Lusa

AMAL vai coordenar plataforma contra portagensRepresentantes de vários sectores pedem a suspensão imediata

Ô Fórum Algarve/Andaluzia debateu o impacto negativo das portagens

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FARO

CCDR debate edificação dispersa

A COMISSÃO DE COORDENA-ÇÃO E DESENVOLVIMENTO RE-GIONAL DO ALGARVE vai pro-mover uma sessão subordinada ao tema da Edificação Dispersa, no âmbito da apresentação do livro “Ocupação Dispersa, cus-tos e benefícios à escala local “, a ter lugar esta sexta-feira, pelas 10.15, no edifício sede, Praça da Liberdade n. 2, em Faro.

A abertura da sessão estará a cargo do presidente da CCDR Algarve, David Santos, seguin-do-se o painel de apresentação do livro sobre a edificação dis-persa, um tema da actualidade e de grande importância para a região algarvia, com a presença dos autores e coordenadores deste projecto de investigação: o professor Jorge Carvalho, da Universidade de Aveiro; e o professor Alexandre Cancela de Abreu, da Universidade de

Évora. Esta sessão conta igual-mente com a participação do presidente da Câmara de Mon-chique, Rui André, o qual apre-sentará como exemplo da edi-ficação dispersa, nos territórios de baixa densidade, o caso de Monchique.

O evento decorrerá apenas na parte da manhã, estando reser-vado para o final da sessão um período de debate com todos os intervenientes e público em geral.

d.r. Santa Casa da Misericórdia de TaviraInstituição fundada em 1498

CERIMÓNIAS DA PÁSCOAA Mesa da Santa Casa da Misericórdia convida os Irmãos e a população em geral a tomarem parte na solene PROCISSÃO DO ENTERRO DO SENHOR.

DIA 18 DE ABRIL (6ª Feira Santa) pelas 21h00m(A PARTIR DA IGREJA DA MISERICÓRDIA)

Ø ATUAÇÃO DO GRUPO CORAL TAVIRA

Ø SERMÃO

Ø SOLENE PROCISSÃO DO ENTERRO

Nota:

A Santa Casa distribui velas e tochas às pessoas que se incorpo-rarem nas “alas” e aos residentes nas ruas do percurso de forma a poderem iluminar as suas sacadas e janelas.

A Mesa Administrativa

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4 | 4 de Abril de 2014

região

Portimão vence primeiro embate contra Centro HospitalarTribunal Administrativo dá provimento a providência cautelar

d.r.

Ricardo Claro/[email protected]

NO PRIMEIRO EMBATE JUDI-CIAL entre Portimão e o Cen-tro Hospitalar do Algarve, liderado por Pedro Nunes, a vitória vai para os portimo-nenses, com o Tribunal Admi-nistrativo de Loulé a dar razão à providência cautelar que se opunha à reorganização dos serviços do Centro Hospitalar do Algarve e aos efeitos desta, nomeadamente, a extinção das urgências cirúrgicas de especialidades no Hospital de Portimão.

A providencia cautelar in-terposta por alguns notáveis do PS de Portimão e desde a primeira hora encabeçada por Isilda Gomes, autarca da cidade, vê assim confirmados os pedidos realizados ao tribu-nal no sentido de suster aqui-lo que a autarca desde sempre classificou como “uma tenta-tiva de desmembramento dos serviços de saúde prestados no Hospital de Portimão”.

VITÓRIA EM TODA A LINHA O processo teve provimento in-

tegral no tribunal que o decla-rou “totalmente procedente” e determinou que as entidades contra o qual foi movido, leia--se Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e Cen-tro Hospital do Algarve (CHA), bem como a respectiva tutela, o Ministério da Saúde, se de-vem “abster de praticar quais-quer actos que importem a ex-tinção das urgências cirúrgicas de especialidades no Hospital de Portimão, como a ortope-dia, otorrinolaringologia e of-talmologia e outras nelas exis-tentes e que aí sejam levadas a cabo”.

Mais determina o órgão de justiça que as mesmas entida-des, “no caso de terem sido praticados actos administra-tivos que estejam abrangidos pelos pedidos da presente acção, (...) reponham o fun-cionamento de todas as va-lências e serviços que possam ou tenham sido desactivados, e a cessarem todos os actos que importem a transferência de tais valências ou serviços, bem como dos médicos e dos enfermeiros, para o Hospital de Faro”, bem como, se devem

abster “de praticar actos que impliquem a obrigatoriedade dos médicos e das enfermeiras das urgências médico-cirúrgi-cas daquelas especialidades que prestam serviço no Hos-pital de Portimão de se des-locarem, de forma habitual e/ou permanente, ao Hospital de Faro para realizarem serviços de urgência médico-cirúrgica nas referidas especialidades”.

Uma vitória em toda a linha

que, ainda que recorrível, não pode ser travada nos seus efei-tos imediatos, uma vez que o recurso não implica a suspen-são da decisão fixada.

Não obstante, a vigência da providência cautelar tem pra-zo limitado e a fixação definiti-va de uma decisão judicial nes-ta matéria dependerá sempre da interposição de uma acção judicial destinada não só a evi-tar a hipotética lesão de direi-

tos, mas a analisar as questões de fundo determinando uma posição definitiva da justiça portuguesa sobre a matéria.

O RESTO DA GUERRA Vencida esta batalha Isilda Gomes está consciente de que não se pode ficar por aqui. “O que pretendemos é a reposição integral da situação anterior à fusão dos hospitais da re-gião no Centro Hospitalar

do Algarve” disse ao POSTAL a autarca.

Desconhecendo a forma como o Estado actuará para dar cumprimento à decisão judicial, a presidente da câ-mara portimonense aguarda as acções da tutela, da ARS e do CHA que determinem a conformidade com as determi-nações do tribunal, caso contrá-rio, diz, a luta será levada “até às últimas consequências”, “recor-rendo a todas as instâncias judi-cias sejam elas administrativas ou criminais”.

“Não concedemos naquilo que é uma questão de fundo para as populações do barlaven-to, que é o regresso às mesmas condições de acesso aos serviços de saúde que tinham antes do início de todo estes processo”, remata a autarca.

A autarca tem agora, na de-fesa daquelas que são as am-bições dos seus eleitores, face ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, um valioso trunfo, uma decisão judicial favo-rável que não tarda poderá transformar-se numa senten-ça definitiva a ser proferida na acção principal.

Ô Isilda Gomes diz que levará a luta até às últimas consequências para que a situação anterior seja reposta

Algarve tem nova ambulância para recém-nascidos pág. 6

DOCUMENTO PERMITE A PARTILHA DE EQUIPAMENTOS CULTURAIS E DESPORTIVOS

Eurocidade do Guadiana lança Cartão do EurocidadãoA EUROCIDADE DO GUADIANA inicia este mês a emissão do Cartão do Eurocidadão, um documento que permitirá aos residentes dos municípios de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Ayamonte efec-tuar a partilha de equipamentos culturais e desportivos e obter vantagens nas áreas da saúde e da mobilidade.

O lançamento do cartão foi simbolicamente assinalado através da entrega dos primei-ros exemplares do documento aos autarcas dos três municípios da Eurocidade do Guadiana, passo que marca de uma forma definitiva o princípio da união administrativa dos “concelhos irmãos”.

A emissão do Cartão do Eu-

rocidadão poderá ser feita, de uma forma gratuita, em cada um dos municípios aderentes, que colocarão à disposição dos cidadãos um gabinete que tra-tará de todas as formalidades.

De acordo com Luís Gomes, presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, “a par-tilha de equipamentos comuns como piscinas, bibliotecas ou outros espaços culturais e des-portivos serão algumas das van-tagens oferecidas pelo cartão, que será atribuído, sem custos, a todos os residentes nos municí-pios de Vila Real, Castro Marim e Ayamonte que o requeiram”.

Outro dos benefícios que o cartão proporcionará aos Eu-rocidadãos será o acesso a um conjunto de prestadores de saú-

de com condições e preços mais vantajosos.

PARCERIAS DARÃO ORIGEM A BENEFÍCIOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE As parcerias estão a ser estudadas há alguns meses e darão origem a um directório de serviços de saúde – que será lançado em breve – cujos opera-dores aderentes proporcionarão descontos mínimos de 10% aos titulares do documento.

“De uma forma inovadora, es-tamos a formalizar as relações de fronteira que sempre existi-ram entre Portugal e Espanha, tirando partido das vantagens da economia de escala e da co-operação europeia”, refere Luís Gomes.

A par da emissão do cartão,

os autarcas dos três municípios avaliam a criação de uma linha periódica de transporte rodoviá-

rio entre Portugal e Espanha, de forma a aumentar a mobilidade na fronteira do Guadiana e a fa-

cilitar o acesso aos equipamen-tos e infra-estruturas comuns.

O projecto - e respectivos tra-jectos - está a ser estudado com cada uma das câmaras muni-cipais e deverá colmatar uma lacuna até agora registada no que se refere às deslocações de proximidade entre o Algarve e a Andaluzia.

A Eurocidade do Guadiana foi criada em janeiro de 2013 pelos municípios de Ayamonte e Vila Real, mas em Maio foi alargada com a entrada de Castro Marim.

A partilha de equipamentos, a criação de uma marca turística conjunta, o lançamento de um canal de rádio e a realização de eventos comuns em ambos os lados da fronteira são os seus objectivos principais.

Ô Residentes da Eurocidade vão usufruir de melhor qualidade de vida

d.r.

Page 5: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

4 de Abril de 2014 | 5

regiãoParque Ribeirinho de Faro inaugurado já em Maio pág. 7

Algarve facturou 609 milhões de euros em proveitos globaisTurismo foi o sector que mais contribuiu para a balança comercial do país

d.r.

O ALGARVE FOI A REGIÃO TU-RÍSTICA DO PAÍS que em 2013 registou mais proveitos globais dos estabelecimentos hotelei-ros, tendo obtido um resultado de 609 milhões de euros, mais 4% do que em 2012, indica o Turismo do Algarve.

O ano turístico de 2013 na re-gião do Algarve encerrou com subidas de hóspedes, de dor-midas, de proveitos e na taxa de ocupação hoteleira, lê-se no editorial do boletim trimestral do Turismo do Algarve divulga-do na semana passada.

O documento, enviado à Lusa, indica que o Algarve fac-turou “609 milhões de euros” em proveitos globais nos esta-belecimentos hoteleiros, ou seja, mais 4% do que em 2012.

“Esta terá sido (…) a cereja no topo do bolo, já que o turismo foi o sector que mais contribuiu para a balança comercial do país em 2013 e que o Algarve foi a região que mais o impul-sionou (o destino representou 31,1% dos proveitos totais da hotelaria nacional)”, lê-se no boletim trimestral.

No âmbito da capacidade de alojamento na hotelaria global, o número de camas disponíveis aumentou 0,8% em 2013 rela-tivamente a 2012, passando de 106.625 para 107.462 camas.

O maior aumento de camas foi verificado na tipologia “Ho-téis” (+4,4%), seguindo-se as ti-pologias “Aldeamentos” (+2,5%) e “Apartamentos” (+0,7%). Em contrapartida, a tipologia “Ho-téis-Apartamentos” apresentou um decréscimo de 4,4% em re-lação a 2012.

ALGARVE REGISTOU 3,15 MI-LHÕES DE HÓSPEDES EM 2013 Quanto ao número total de hóspedes registados, em 2013, na hotelaria global do Algar-ve totalizou cerca de 3,15 mi-

lhões, mais 3,6% do que em 2012.

“A maioria dos hóspedes re-gistados foi estrangeira (2,22 milhões), conquistando uma quota de 70% do total (+ 1,5 pontos percentuais do que em 2012). Os hóspedes por-tugueses diminuíram 2,3%, tendo sido registados cerca de 0,93 milhões em 2013”, refere o documento.

Em 2013, verificou-se um aumento do número de hós-pedes em todas as tipologias de alojamento, com excepção

da tipologia “Aldeamentos Turísticos”.

Houve uma “ligeira dimi-nuição do número de portu-gueses” hóspedes registados na hotelaria global do Algar-ve, embora representem uma quota de 30%, enquanto os cidadãos do Reino Unido são os “hóspedes estrangeiros com maior representação no Algar-ve, tendo mesmo sido reforça-da a sua posição face ao total, atingindo uma quota de 28,1% e ficando, assim, mais próximo da posição ocupada pelo mer-cado português”.

No campo das “Dormidas”, o número total em 2013 na hotelaria global do Algarve aumentou 3,5% em relação a 2012, para aproximadamente 14,82 milhões de dormidas.

A maioria das dormidas foi de hóspedes estrangeiros (11,4 milhões), enquanto as dormi-das dos portugueses voltaram a ser menores do que no ano anterior.

A estada média dos hós-pedes na hotelaria global do Algarve manteve-se, em 2013, nas 4,7 noites. Os hóspedes estrangeiros pernoitaram no Algarve, em média, 5,1 noites, mais 1,5 noites do que os hós-pedes portugueses (3,6 noites).

Lusa

Ô Ingleses são os que mais procuram o Algarve para passar férias

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DINHEIRO DESTINA-SE A EMPRESÁRIOS ATINGIDOS POR INTEMPÉRIES

Governo disponibiliza dez milhões de euros para apoios de praia

O GOVERNO DISPONIBILIZOU, através de uma linha de finan-ciamento já existente, dez mi-lhões de euros para os apoios de praia afectados pelo mau tempo de Janeiro e Fevereiro, foi anunciado.

“Na sequência da iniciativa da AHRESP [Associação da Hotela-ria, Restauração e Similares de Portugal] e do Turismo de Por-tugal, foi criada uma linha de financiamento específica para os Apoios de Praia e Estabeleci-mentos de Restauração e Bebi-das e Hotelaria afectados pelas intempéries climatéricas na orla costeira, nos passados meses de Janeiro e Fevereiro”, refere a AHRESP, em comunicado.

A nota adianta que “para esta linha de financiamento foi alocada uma verba de dez milhões de euros e criado um quadro prioritário de acesso a este apoio”.

Esse quadro estabelece “um prazo de resposta de cinco dias úteis e a aceitação automática, por parte do Turismo de Por-tugal, no enquadramento da referida linha de crédito, de

todos os projectos que tenham por objecto a reconstrução e re-qualificação dos apoios de praia atingidos pelas intempéries, bem como a aceitação da elegi-bilidade das despesas de inves-timento já realizadas, desde que o investimento não se encontre totalmente concluído”.

No próximo dia 9 vai ter lugar uma sessão informativa para empresários sobre esta linha de crédito, na Escola de Hotelaria e Turismo de Faro.

A 17 de Fevereiro, o Ministé-rio da Economia informou que estava assegurada a “agilização das linhas de apoio financeiro disponíveis” para os conces-sionários de apoios de praia responderem aos prejuízos do mau tempo, sem necessidade de criar novos apoios.

Numa resposta enviada à Lusa, a tutela referiu terem sido comunicadas ao Turismo de Portugal várias orientações, no âmbito da Linha de Qualifi-cação da Oferta Turística, para responder aos pedidos de finan-ciamento dos concessionários dos apoios de praia. Lusa

Ô Mau tempo provocou elevados prejuízos nas zonas costeiras

d.r.

Page 6: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

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6 | 4 de Abril de 2014

região

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Algarve tem nova ambulância para recém-nascidosViatura do INEM funciona com equipas médicas do centro hospitalar

O INSTITUTO NACIONAL DE EMERGÊNCIA MÉDICA (INEM) e o Centro Hospitalar do Al-garve (CHA) dispõem de uma ambulância de Transporte Inter-hospitalar Pediátrico (TIP) para operar na região algarvia.

A nova unidade tem como objectivo “reforçar a capaci-dade de resposta na área do doente crítico pediátrico e ne-onatal” e o “transporte de re-cém-nascidos e doentes pedi-átricos em estado crítico entre

Unidades de Saúde”, referiu o INEM, em comunicado.

“A nova ambulância TIP do INEM vai funcionar com equi-pas médicas do CHA, sendo o seu accionamento efectuado pelos médicos das unidades hospitalares que necessitem deste serviço ou pelo Centro de Orientação de Doentes Ur-gentes (CODU) do INEM. Tra-ta-se de um meio altamente diferenciado, com capacida-de de prestação de cuidados na área do Suporte Avançado

de Vida”, acrescenta-se.

TERCEIRA VIATURA EM PORTU-GAL Em Portugal, existem ac-tualmente três ambulâncias TIP, uma em Lisboa, outra em Coimbra e a terceira no Por-to. Cada uma delas dispõe de um médico, um enfermeiro e um técnico de ambulância de emergência.

No ano passado, o INEM re-gistou 1.289 intervenções de ambulâncias TIP, com o veí-culo de Lisboa a somar 587

acções, enquanto a do Porto registou 507 e a de Coimbra teve 195 missões.

A ambulância de configu-ração TIP está equipada com todo o material necessário à estabilização de doentes crí-ticos dos zero aos 18 anos de idade, “permitindo o seu transporte para hospitais onde existam unidades di-ferenciadas com capacida-de para o seu tratamento”, acrescenta o INEM.

Lusa

d.r.

Ô Ambulância vai transportar doentes entre unidades de saúde

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CCDR quer região a ‘fazer melhor o que já faz bem’ pág. 8

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ZZZ pág. ## região

4 de Abril de 2014 | 7

Parque Ribeirinho de Faro inaugurado já em MaioNova zona de lazer da cidade custa 3,5 milhões de eurosRicardo [email protected]

FORAM PRECISOS MUITOS ANOS e 3,5 milhões de euros de investimento total para que a obra avançasse no terreno, com a consignação da empreitada a ter lugar em Fevereiro do ano passado.

Agora, com os trabalhos quase concluídos, o novo Parque Ribeirinho de Faro está já totalmente visível e os trabalhos que permitirão a abertura ao público em Maio, avançou ao POSTAL a Câmara de Faro, sem no en-tanto definir uma data exac-ta, estão a decorrer dentro dos prazos.

No local, os trabalhadores da obra avançaram ao POS-TAL que “só estamos cá mais três semanas, depois são só trabalhos de pormenor que estas obras têm sempre mes-mo depois de concluídas”.

DEZASSEIS HECTARES DE ÁREA DE LAZER São 16 hectares de área intervencionada entre a linha de comboio e a Ria Formosa, que têm início nas traseiras do Teatro Munici-pal da cidade e se estendem até às Pontes de Marchil, na-quela que é a maior inter-venção na frente ribeirinha da cidade dos últimos anos.

Canteiros, estacionamen-tos, circuitos pedonais, ci-

clovias, mobiliário urbano moderno e mesmo o anfite-atro ao ar livre com capaci-dade para 250 lugares senta-dos são já uma realidade no novo espaço.

As linhas de águas que en-trecuzam o espaço atraves-sadas por pontes metálicas e apontamentos lagunares delimitados por estacas de madeira fazem adivinhar uma zona de lazer de refe-rência para uma cidade há muito necessitada de mais áreas verdes.

No espaço são várias as pequenas praças que aco-lherão, a par das áreas de circuitos pedestres, zonas de descanso e sombra, com o relevo dos jardins a entre-cortar o campo de visão.

De acordo com os dados do projecto, toda a área vai acolher equipamentos de restauração, percursos in-terpretativos e zonas de ob-servação de aves e permitirá o desenvolvimento de activi-dades desportivas e de lazer.

No futuro, a ligação pedo-nal e ciclável ao Aeroporto e à Praia de Faro serão tam-bém uma realidade, após a extensão das vias agora criadas.

No horizonte o Montene-gro e uma paisagem de Ria Formosa de beleza invejá-vel, numa intervenção que enquadra o aglomerado ha-bitacional dos Moinhos do Grelha com a água ali mes-mo a marginar a área de in-tervenção.

A menos de um mês da abertura, o espaço promete

tornar-se uma referência na cidade e conseguir dar respos-ta a uma população ávida de áreas verdes dedicadas ao lazer e às mais variadas actividades desportivas e de bem-estar.

OBRA É DA RESPONSABILIDA-DE DO POLIS Recode-se que a obra do Parque Ribeirinho de Faro está a cargo da So-ciedade Polis Ria Formosa e que constitui uma das várias intervenções que estavam e ainda estão pendentes de realização no âmbito do projecto de requalificação e valorização que foi desen-volvido para as zonas lagu-nares, ilhas barreira e frentes de ribeirinhas.

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Lagoa recebe torneio de natação

O TORNEIO REGIONAL DE NATA-ÇÃO DE CADETES DE INVERNO vai ter lugar no próximo fim--de-semana, no Complexo Mu-nicipal de Piscinas de Lagoa.

Este evento desportivo, que é dirigido aos nadadores mais novos, contará com a presen-ça de todos os clubes de na-tação do Algarve, sendo uma das provas mais importantes do calendário competitivo da categoria, esperando-se que os atletas estejam na sua máxima performance, proporcionan-do um bom espectáculo de natação.

O torneio é organizado pela câmara local em parceria com a Associação de Natação do Algarve.

Assim, no sábado realiza-se a 1ª jornada com início às 15 horas e término às 18.30. No domingo, a 2ª jornada decorre entre as 9.30 e as 12.30.

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8 | 4 de Abril de 2014

região

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CCDR quer região a “fazer melhor o que já faz bem”Aposta em sectores com valor acrescentado e know-how instalado é o desafio para a economia do mar

“O ALGARVE TEM DE FAZER MELHOR O QUE JÁ FAZ BEM”. A frase não é nova, mas abarca em larga medida aquela que é uma das linhas de força do pensa-mento do actual presidente da Comissão de Coordenação e De-senvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, David Santos.

O responsável tem repetido a ideia por todo o Algarve e fê-lo na quinta-feira da passada se-mana, novamente, na Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António, onde teve lugar mais um dos debates inseridos no ci-clo “Made in Algarve”. Este ciclo de debates que tem percorrido a região e já abordou temas como o turismo e a terra, respectiva-mente em Albufeira e Tavira, foi em Vila Real dedicado ao mar e teve como oradores David San-tos, Luís Gomes, presidente da câmara local; Ribau Esteves, presidente da Associação Ocea-

no XXI e da Câmara de Aveiro; e José Ribeiros, director comer-cial da Companhia de Pescarias do Algarve.

Numa sala absolutamente repleta, as apresentações ini-ciais abordaram as questões que enquadram e o panorama geral nacional e regional do sec-tor do mar e das várias fileiras que o constituem. Além das te-máticas recorrentes nesta área, como a da consolidação de um verdadeiro cluster do mar e da criação de condições propícias a que o mesmo se possa vir a afir-mar nacionalmente como um hiper-cluster, o debate abordou ainda temáticas viradas para o futuro associadas à exploração e investigação no domínio do mar profundo.

O RETRATO NEGRO DO ALGARVE Apesar de reconhecer que “no Algarve temos gente, projec-

tos de excelência, boas práticas, produtos de identidade única e saber fazer acumulado, que nos deve orgulhar e dar força para enfrentar os desafios do futuro”, David Santos identifica na re-gião vários problemas, nomea-damente o facto de sermos “uma das regiões com a maior taxa de desemprego do país (17,2%), particularmente ao nível dos jo-vens, onde registamos 58,2% no primeiro trimestre de 2013”.

A isto se soma uma “tendên-cia de convergência negativa com as médias nacionais do PIB per capita” e uma “região fortemente especializada no cluster do turismo e do lazer, sem capacidade de absorver noutros sectores os excedentes de desemprego”, recorda o titu-lar da CCDR.

Somos uma região, continua David Santos, que “perdeu competitividade e que perdeu

nesse processo as suas activida-des tradicionais, particularmen-te ao nível do mar”.

Na resposta a estes proble-mas falharam, reconhece, a Administração Central e o Go-verno, como a gestão regional, apesar do muito que se fez com os fundos comunitários diferi-dos para a região ao longo dos sucessivos quadros de fundos da União Europeia.

INTERVENÇÕES PERTINENTES Perante uma audiência que depois de ouvir atentamente as intervenções dos oradores aderiu a um debate vívido e pertinente, é claro que David Santos quer encontrar res-postas eficientes e reais para problemas também eles reais e candentes, acertando os azi-mutes da intervenção na distri-buição de fundos com aqueles

que forem os ditames de uma “estratégia de especialização inteligente”.

Pôr termo ao actual retrato do PROMAR - Programa Ope-racional das Pescas, aquele que na região tem menor execução, maximizar o aproveitamento das verbas que resultarão do quadro de apoios comunitários 2014-2020, e aproximar a deci-são ao nível dos apoios a atri-buir daquelas que são as ver-dadeira necessidades regionais, são desafios que David Santos assume como imediatos.

É exactamente por isso que a CCDR está apostada em mos-trar exemplos de sucesso de aplicação dos fundos europeus para provar que podemos e so-mos capazes de fazer melhor o que já fazemos bem e que podemos fazer mais daquilo que já fazemos muito e com qualidade. Ricardo Claro

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AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

V E N D ATAVIRA

FLORENTINO MATOS LUIS, Administrador de Insolvência, com escritório na Avenida Al-mirante Gago Coutinho, 48-A - 1700-031 LISBOA, nomeado nos Autos de Insolvência nº. 1013/11.2TBTVR, a correr termos pelo Tribunal Judicial de Tavira, em que foi de-clarada insolvente PROJECTOS E CONSTRUÇÕES J., BAÍA, LDª., faz saber que, com o acordo da Comissão de Credores, vai proceder à venda no estado físico e jurídico em que se encontram, por negociação particular, através de propostas que serão remeti-das em carta fechada, dos seguintes bens:

IMÓVEL

Verba nº. 6

Fracção designada pela letra “P”, correspondente ao 3º. andar D, destinado a habitação social, sito na Rua António Pinheiro, 9, em Tavira, inscrito na matriz sob o artº. 5016 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o nº. 2234/19930204-P, da freguesia de Tavira (Santa Maria).

BENS MÓVEIS

Horta D’El-Rei, Rua 25 de Abril - Tavira

Verba nº. 3

um lote composto por: uma betoneira eléctrica, um guincho eléctrico, um motor em muito mau estado; vedações metálicas, cerca de 40 m. de chapa de tapume, diversos prumos metálicos; e diversas garras de cofragem, tudo com muito uso; e ainda cerca de 2.000 kg. de ferro de obra.

Recebem-se propostas, as quais serão ou não aceites, após audição da Co-missão de Credores.

Para efeito da apresentação das propostas, o bens podem ser visto mediante marcação pelos telefones 218406953 ou 917247040.

REGULAMENTO:

� As propostas serão remetidas, até ao dia 9/04/2014, que inclui a data do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fechado e lacrado, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Administrador da Insolvência de PROJECTOS E CONS-TRUÇÕES J. BAÍA, LDª., Florentino Matos Luis, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, nº. 48-A, 1700-031 LISBOA.

� As propostas deverão conter: nome ou denominação completa da entidade propo-nente; morada ou sede social; número de contribuinte ou de pessoa colectiva; repre-sentante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou fax de contacto e valor oferecido por extenso.

� A abertura das propostas realizar-se-à no dia 11/04/2014, pelas 16H00, no escri-tório do Administrador da Insolvência, na presença dos Senhores Credores que pre-tendam assistir, onde deverão comparecer os proponentes, condição para que as s/ propostas sejam aceites. Serão excluídas as propostas que não contenham todos os elementos solicitados.

� Desde que exista mais que um proponente com propostas válidas para o mesmo bem, serão estes convidados a licitarem entre si, cujo valor base de licitação será o da melhor proposta recebida, o que se fará (no mesmo local) pelas 16H30 do referido dia.

� As propostas serão ou não aceites, após audição da Comissão de Credores.

Se após a audição da Comissão de Credores as propostas forem aceites, os promi-tentes compradores entregarão, em relação aos bens móveis, dois cheques, sendo um do valor do preço e outro do IVA; e ao imóveil, um cheque referente a 20% do valor do preço, a título de sinal.

� A competente escritura de compra e venda do imóvel, será realizada no prazo máxi-mo de 60 dias, em data, hora e local a notificar ao comprador.

� Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente compra-dor, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.

� Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos. São igualmente por conta do comprador os encargos de emolumentos com o cancelamento dos ónus existentes.

� Caberá ao Meretíssimo Juíz do processo de insolvência, a resolução de todas e quaisquer questões surgidas, que não estejam contempladas no presente regulamento.

O Administrador da Insolvência

Florentino Matos Luis

POSTAL do ALGARVE, nº 1121, de 4 de Fevereiro de 2014

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AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Ó Jesus que disseste: “Pede e receberás, procura e acharás. Bate e a porta se abrirá”. Por intermédio de Maria Vossa Mãe Santíssima, eu bato, procuro e Vos rogo que minha prece seja atendida.Menciona-se o pedido).Ó Jesus que disseste: “Tudo que pedires ao Pai em meu nome, Ele atenderá”.Com Maria, Vossa Santa Mãe, humildemente rogo ao Pai em vosso nome que minha prece seja ouvida.(Menciona-se o pedido).

Ó Jesus que disseste: “- O Céu e a terra passarão, mas a minha pa-lavra não passará”.Com Maria, Vossa Mãe Bendita, eu confio que a minha oração seja ouvida.Menciona-se o pedido).Rezar 3 ave-marias e uma salvé-rainha.Em casos urgentes, esta novena deverá ser feita em 9 horas.Mando publicar por ter alcançado uma grande graça.Agradece. R.P.

AO DIVINO ESPÍRITO SANTO AO MENINO JESUS DE PRAGAAO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

NOVENA INFALÍVEL

Page 11: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

opinião

Sobe

& d

esce Parque Ribeirinho

É já no próximo mês que, depois de anos de espera, Faro vai ganhar um novo es-paço de lazer. A inauguração da requalifi-cação da frente ribeirinha é uma benção para a capital do Algarve (Ler pág. 7).

PAEL

A notícia é positiva, mas tardou demasiado em chegar a boa nova de que as Câmaras de Vila Real e Faro estão a um passo de encaixar o dinheiro do PAEL, elas e as empresas a quem devem (Ler pág. 2).

Beja SantosAssessor do Instituto de Defesado Consumidor e consultor do POSTAL

A abordagem é original: indagar mulheres que esti-veram por detrás de quem fez um golpe militar, quem, naquele acto de subleva-ção, arriscou praticamente tudo. O que Ana Sofia Fon-seca propõe em “Capitãs de Abril, a revolução dos cravos vivida pelas mulheres dos mi-litares”, A Esfera dos Livros, 2014, é contar a revolução no feminino, vivida dentro de casa, como lutaram nas fileiras da conspiração, como deram cobertura às reuniões clandestinas, como passaram à máquina manifestos. “Esta é também a história da única mulher que leu um comuni-cado do Movimento das For-ças Armadas e da rapariga que, sem saber, deu nome à revolução. São personagens de um dos mais importantes acontecimentos do século XX português. Todas elas, cada uma à sua maneira, prota-gonistas na sombra”. Projec-to aliciante e com resultados dignos de reflexão.

Começando com Maria Dina Afonso Alambre de Carvalho, mulher de Otelo, aquele tempo foi dobadoi-ra, como se escreve: “Foram meses de reuniões, sabe bem que o golpe anda a ser prepa-rado. À sua maneira, ajudou quanto pôde. Nos últimos dias, sentava o filho no ban-co de trás, ocupava o lugar da frente e acompanhava Otelo por onde quer que ele condu-zisse. Aceleravam até à casa de camaradas, estacionavam a observar o Forte de Caxias para melhor planear a liber-tação dos presos políticos. Como se nada fosse, ela ficava no carro, a ver o filho brincar, a disfarçar. Ansiosas, as agu-lhas de renda burilavam sem descanso uma toalha com rosetas”. Outra protagonista, Natércia Salgueiro Maia, tam-bém recebeu a mesma infor-mação: “Vai ser hoje…”. Uma despedida que lhe deixou o coração apertado. Sabe que o marido partirá à frente de uma coluna a partir da Escola Prática de Cavalaria, tem de-sempenho primacial na ope-ração “Fim do regime”. Nessa mesma noite, Ana Coucello, mulher do adjunto opera-cional de Otelo, Luís Ferreira Macedo preparou um jan-tar para receber familiares, era preciso aparentar natu-ralidade, confundir a polí-cia política. Pouco antes de Abril, Ana bateu à máquina

um documento intitulado “O Movimento, as Forças Arma-das e a Nação”, afinal um ma-nifesto redigido por Ernesto Melo Antunes. Não tem ilu-sões, algo de formidável está em marcha, este documento fora lido na reunião de Cas-cais, em 5 de Março, no ate-liê do arquitecto Braula Reis, agora vai ser difundido pelos oficiais que aderiram ao Mo-vimento. Vítor Alves diz a Te-resa: “Olha, é esta noite”. E ela pergunta-lhe: “É esta noite, o quê?”. E ele, de imediato: “A revolução que temos andado aí a preparar…”. Teresa está apreensiva, é a filha do Chefe

de Estado-Maior da Armada. E fica à escuta, sabe que a uma determinada hora alguém, na rádio, dirá que se vai ouvir a canção de Paulo Carvalho “E Depois do Adeus”.

Esta ansiedade toma as mulheres de todos os gol-pistas, Aura Costa Martins, a namorada de Costa Martins, oficial da Força Aérea, ela gritará exuberante, “Já está, já está!”, João Paulo Dinis, pelas 22.55 horas anuncia a canção de Paulo Carvalho. O golpe de Estado começa a desenrolar-se. A vida desta mulher terá esta e outras ale-grias, mas muito sofrimento

posterior. Costa Martins, de-pois do 25 de Novembro, sentindo-se perseguido, irá para Luanda, aí celebrarão casamento. O que se segue é desconhecido de muitos por-tugueses: “O militar colabora com os camaradas do MPLA. Trabalha nos ministérios da Defesa, do Comércio, dos Transportes e do Trabalho. E veio o golpe de 27 de Maio de 1977. Será arrastado na desgraça. Foi torturado até acreditar que a morte não é o pior dos tormentos. A malda-de tem excesso de imagina-ção – chicote, espigão de fer-ro, correia de camião. O rosto numa bola irreconhecível, o corpo em chaga. Aura deses-perada à sua procura. Nada sabia do que se passava, ape-nas conhecia o que acontece-ra debaixo do seu olhar – uns homens à porta, decididos a levar o português para pres-tar declarações”. Mas a sua alegria não terá limites quan-do na Rádio Renascença, pela meia-noite e vinte, Leite Vas-concelos anunciou “Grândo-la, Vila Morena”. Uma noite à volta da rádio, começara, na plenitude, a madrugada da libertação.

E aqui entraram mulhe-res que nada tinham a ver directamente com o golpe. Foi o caso de Clarisse Guer-ra, locutora na Rádio Clube Português, onde se estreara em 1962.

4 de Abril de 2014 | 11

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]: www.postal.pt

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricar-do (CP 388), Pedro Ruas. Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco, José Cassapo.Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire, inscrito sob o nº 211 612 no Registo das Empresas Jornalísticas. Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:8.123 exemplares

Capitãs de Abril: como elas viram nascer o golpe de Estado

O postal alterou o e-mail da redacção:

[email protected]

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

>> SOLUÇÃO da edição passada >> ASSINALE A FRASE CORRETA

� Pára de chorar! ;Para de chorar!

� Ele comprou um polo azul.

� Ele comprou um pólo azul.

Page 12: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

O RALI DE PORTUGAL ARRAN-COU ONTEM para uma edição que pode marcar o adeus ao sul do país e com um piloto apontado por todos como su-perfavorito: o francês Sebastien Ogier (Volkswagen).

A 48.ª edição do Rali de Portugal é também a décima consecutiva no sul e a organi-zação, o Automóvel Clube de Portugal, pondera um regres-so da prova às “míticas” etapas do norte.

Com o presidente do ACP, Carlos Barbosa, a admitir uma decisão para breve e com o campeão do Mundo de pilo-tos, o francês Sebastien Ogier, a assumir que um Rali de Por-tugal nortenho “seria especta-cular” devido à maior presença de adeptos, esta poderá mesmo

ser a última edição do rali em terras algarvias.

Para esta edição do Rali de Portugal estão inscritos mais de 80 carros, 15 dos quais do Campeonato do Mundo de Ra-lis (WRC), além dos principais pilotos portugueses - o cam-peão nacional Ricardo Moura, o actual líder do campeonato Pedro Meireles, Bernardo Sou-sa e Rui Madeira -, já que a pri-meira etapa é pontuável para o Campeonato Nacional de Ralis.

OGIER DEFENDE O TÍTULO O francês Sebastien Ogier surge no Rali de Portugal como cam-peão em título, como líder do campeonato (63 pontos, mais três do que o colega de equi-pa na Volkswagen, Jari-Matti Latvala) e com o estatuto de

superfavorito. “O Ogier é o maior piloto da

actualidade, tem o melhor car-ro e, por isso, será concerteza o favorito”, considerou à Lusa o líder do campeonato nacional, Pedro Meireles.

O próprio francês assume que está em Portugal para ga-nhar pela quarta vez (repetindo os triunfos de 2010, 2011 e do ano passado), e, para “abrir as hostilidades”, venceu no passa-do fim-de-semana o Fafe Rally Sprint, provando uma vez mais que o Polo-R é o melhor carro do pelotão.

Já a Hyundai (do vice-cam-peão mundial, o belga Thierry Neuville) inscreveu três carros no Rali, sobretudo para obter dados em prova acerca do fun-cionamento do i20 WRC, um

carro que a marca sul-coreana acredita poder desenvolver para ser competitivo em 2015.

Quanto à Citroën, histórica dos ralis e dominadora na última década, tem no norueguês Mads Ostberg e no britânico Kris Me-eke pilotos candidatos a um “bri-lharete” na terra portuguesa.

O próprio Ogier considerou à Lusa que a marca francesa será perigosa: “a Citroën ainda tem um nível alto de rendimento. Foi a equipa que dominou os últimos dez anos e não pode ter perdido tudo agora. Tenho a certeza de que a equipa e o carro ainda são bons”.

“Ao Mads e ao Kris não lhes falta velocidade, por isso, tere-mos de manter um olho neles. Eles conseguem ser muito rápi-dos em alguns ralis, mas falta-

-lhes alguma experiência no WRC. Se evitarem cometer erros, poderão estar na luta pelos lu-gares cimeiros”, explicou à Lusa o piloto da Volkswagen.

A partir de hoje contam-se três dias de corrida em 15 tro-ços de terra no Algarve e Bai-

xo Alentejo, num total de mais de 336 quilómetros cronome-trados em localidades como Silves, Ourique, Almodôvar, Santa Clara, Santana da Serra, Malhão, Loulé e São Brás de Alportel.

Lusa

Sebastien Ogier superfavorito no Rali de Portugal Ogier venceu o Fafe Rally Sprint no fim-de-semana

Ô Ogier assumiu o desejo de que o Rali de Portugal regresse ao norte

d.r.

últimaTiragem desta edição:

8.123 exemplares

O POSTAL regressa no dia 17 de Abril

visite-nos em www.postal.pt

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Page 13: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

ABRIL 2014 | n.º 68

www.issuu.com/postaldoalgarve

Mensalmente com o POSTALem conjuntocom o PÚBLICO

d.r.

Espaço AGECAL:

Seis anos em prol da Cultura

p. 3

Aqui háespectáulo:

Orquestra leva música a palcos insuspeitos

p. 4

Espaço Património:

Patrimónios da água no Algarve

Momentos:

Casca-crochet

p. 9

d.r.

ricardo claro

d.r.

p. 7

d.r.

ricardo claro

8.123 EXEMPLARES

p. 6

Isabel Allende: A ténue linha entre a magia e o real

O regresso das vendas p. 5

Panorâmica:

Page 14: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

04.04.2014 2 Cultura.Sul

Os dias 6 e 8 deste mês mar-cam, respectivamente, os aniver-sários dos cineclubes de Faro e Tavira, com o primeiro a somar 58 anos e o segundo uns ‘jovens’ 15 anos de existência.

Estamos, pois, em momento de comemorações cinéfilas, mas estamos, acima de tudo, em mo-mento de celebrar um serviço às comunidades de Faro e Tavira, à região do Algarve e ao país e ao cinema e cultura em geral abso-lutamente indesmentível.

Os cineclubes permitiram pelo seu árduo trabalho, dedi-cação das respectivas organiza-ções e esforço, tantas vezes des-mesurado, trazer ao Algarve um circuito de cinema que foge às grandes salas comerciais e são por isso e por tantas outras ra-zões um marco indelével do es-forço de alguns em prol do todo comunitário regional.

São anos de projecções, mi-lhares de filmes, outras tantas introduções e enquadramen-tos, sem os quais se saberia no Algarve muito menos de cinema e se viveriam muito mais longin-quamente as delícias que a séti-ma arte nos reserva.

Há decerto em muitos da-queles que nos trouxeram pela mão dos cineclubes tantos mo-mentos únicos o sabor do tra-balho feito da obra cumprida, como há neles também certa-mente, a noção do muito que há por cumprir e dos milhares de filmes que nos podem ainda mostrar. Há, também, no meio de tudo isto muitas derrotas e dificuldades, como as haverá vitórias e sucessos, mas o que importa é que sem vós - almas por detrás dos cineclubes da região - seríamos todos muitís-simo mais pobres.

Devemos a todos vós esta ri-queza, devemos a todos vós este saber maior e devemos, acima de tudo, a vós o nosso mais sin-cero obrigado.

Mais do que aquilo que nos deram em milhares de horas de cinema e conhecimento associa-do, olhamos para trás e vemos o tanto que só pela vossa mão conhecemos e olhamos o futuro certos de que pelo vosso esforço muito mais conheceremos.

O nosso obrigado aos cineclubes

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginação:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N:

Pedro Jubilot• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço CRIA:

Hugo Barros• Espaço Educação:

Direcção Regionalde Educação do Algarve

• Espaço Cultura:Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Grande ecrã:Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Momento:

Vítor Correia• Panorâmica:

Ricardo Claro• Património:

Isabel Soares• Sala de leitura:

Paulo Pires

Colaboradoresdesta edição:Ana Lúcia CruzCarlos CampaniçoPaulo SerraSónia Tomé

Parceiros:Direcção Regional de Cul-tura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.issuu.com/postaldoalgarve

Tiragem:8.123 exemplares

Empreendedorismo do Algarve, é bom e recomenda-se!

Posso afirmar com toda a certeza, a que me é possível, que se há um ano do Empre-endedorismo para o Algarve… é sem dúvida 2014! Senão re-parem: Desde os Workshops «Cria a tua Empresa», em par-ceria com todas as autarquias da região e cujo valor dos par-ticipantes já ultrapassou os 800, ao Concurso de Ideias em Caixa (com 161 candidaturas e um total de 314 empreende-dores), entre outras iniciativas que têm vindo a decorrer na região, eu diria que o arranque não podia ser melhor!

Muitos de vós pensarão que o empreendedorismo é uma questão de moda e eu não pretendo entrar nessa “dis-cussão”. No entanto, gostaria de vos dizer porque conside-ro importante continuarmos a desempenhar o nosso papel na promoção de uma “cultura

empreendedora”. Para come-çar, porque aquela pessoa que hoje não está interessada em constituir uma empresa, ama-nhã já poderá estar; porque os desafios mudam mediante o setor de atividade, o contex-to socioeconómico e também o enquadramento geográfico; porque o mercado atualmen-te é muito mais competitivo

do que há uns anos; porque os consumidores são cada vez mais exigentes; e porque, na verdade, inspirar e apoiar os sonhos - para muitos de uma vida - , sabe bem e faz--nos sentir a todos um pouco

empreendedores. Criar uma empresa não é fá-

cil, mas o empreendedorismo não termina assim que cons-tituímos a empresa. Depois desta etapa seguem-se mui-tos outros desafios e, aí sim, ser determinado e multiface-tado ganha outro significado. Ser empreendedor e levar para a frente uma empresa, signi-

fica uma verdadeira apren-dizagem ao longo da vida. E a mensagem que vos quere-mos transmitir, é a urgência de abdicarmos do medo que nos impede de “navegar por mares nunca antes navega-

dos”. Se isso passa por aquele restaurante que desde peque-nos sonhávamos abrir ou fa-zer sabonetes em casa... que assim seja. Mas medo é que não! Até porque hoje em dia, apesar das exigências serem muitas e maiores, o conheci-mento também o é, tal como as entidades disponíveis para vos apoiar. Claro que não vale a pena mascararmos as dificul-dades, com arco-íris e pós de perlimpimpim, pois mesmo as entidades que prestam apoio enfrentam grandes desafios. Da nossa parte, continuare-mos a navegar “por mares já antes navegados” em prol do empreendedorismo e dos empreendedores que nos procuram, pois o ano come-çou da melhor maneira e da mesma forma que muitos se inspiram nos sucessos de outros para arrancar com uma ideia de negócio, nós inspiramo-nos nessa vonta-de para fazermos mais e me-lhor. Neste momento, vamos apoiar tanto as 50 ideias que passaram à segunda fase no Concurso do Ideias em Cai-xa, como as que ficaram para trás. Portanto, como podem ver, 2014 será repleto de no-vos projetos empresariais para a nossa região e isto só podem ser boas notícias.

Os Jovens e a Cultura

Não há muito, estive numa das principais salas de teatro do País. A peça era um clássico, levada à cena por duas grandes companhias de teatro em Por-tugal. O encenador e os actores eram de excelsa qualidade. O público, por seu turno, não fal-tou e a sala esgotou.

Pensar-se-á que, com estas premissas, é fácil que se encham salas. Concordo em absoluto. Porém, trago este tema porque

ainda não revelei um pormenor: 40 a 50% dos espectadores eram jovens entre os quinze e os vinte e cinco anos de idade. Reparei que não foram em visita escolar (até porque era sábado à noite), nem com os pais. Organizados em grupos de amigos, decidi-ram ir ao teatro. Alguns, possi-velmente, foram dali para bares e discotecas, mas passaram an-tes pelo teatro.

Fiquei com imensa inveja de poder ver em Olhão um cenário próximo deste.

Neste momento, o trabalho que a Casa da Juventude está a fazer em prol do teatro, concre-tamente, é de grande utilidade. Está a formar jovens que fazem teatro, incrementando-lhes o gosto pela arte. O Auditório Municipal com peças de teatro/musical infantil tem o intuito

de gerar esse gosto desde mui-to cedo. O teatro é apenas um exemplo.

Mas não chega!Há neste momento muito

boas condições no Concelho para que os jovens desfrutem da Cultura. Porém, falta dar um passo: a adesão voluntária

dos mesmos. Falta aos jovens deste Concelho perceber a uti-lidade da arte, a mais-valia do seu usufruto, o prazer que a mesma nos oferece e até os ho-mens e mulheres mais capazes que se poderão tornar, tendo a Cultura como um dos suportes dos seus conhecimentos.

d.r.

d.r.

Ricardo [email protected]

Editorial Espaço CRIA

Ana Lúcia Cruz Gestora de Ciência e Tecnologia no CRIA - Divisão de Empreende-dorismo e Transferênciade Tecnologia da UAlg

Juventude, artes e ideias

Carlos CampaniçoProgramador artístico/escritor

Page 15: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

04.04.2014  3Cultura.Sul

Espaço AGECAL

A Gestão Cultural é a gestão dos re-cursos culturais, uma ciência.

Esta disciplina baseia-se e potencia conhecimentos de diversas ciências da cultura.

O Algarve possui um património cul-tural material e imaterial antiquíssimo, forjado pelos povos que habitaram a região muitos séculos antes da existên-cia da nacionalidade.

Possui, pois, múltiplos recursos culturais de várias épocas históricas, monumentos, tradições festivas, am-bientes sociais, culturas alimentares, diversidade paisagística.

A gestão de todo este potencial re-quer trabalho especializado, do planea-mento aos programas, do financiamen-to à gestão das infra-estruturas.

Sabemos hoje melhor que a primeira causa do atraso económico e social de um País é a sua colonização mental e cultural, a imitação de modelos, a des-

valorização da língua, da arquitectura, da paisagem construída pelo homem durante séculos, o abandono das pro-duções da terra, das culturas alimenta-res, da música e das artes, …

Conhecer os recursos culturais é o primeiro passo para a afirmação do País e a cultura é o mais poderoso instrumento da economia, como faz com eficácia o mundo anglo-saxónico vendendo os modelos culturais para a seguir vender os seus produtos.

Por outro lado, refira-se outro aspec-to da maior importância.

Neste momento a protecção da di-versidade cultural do planeta é tão importante como a preservação da biodiversidade, não apenas pela ga-rantia de pluralidade, mas também por razões éticas, políticas e ambien-tais, económicas e de sustentabilidade dos territórios.

Por isso, a UNESCO desde a II Guer-ra Mundial vem promovendo con-venções e programas que protegem as culturas de um modelo de globali-zação padronizador.

A AGECAL cumpriráa 17 de Abril seis anos

Foi fundada por cerca de duas de-zenas de profissionais da cultura do Algarve.

A sua criação corres-pondeu à consciência dos problemas que afectam a região, da necessidade de inserção da dimensão cultural e patrimonial no desenvolvimento regional, promovendo a gestão cul-tural nas suas componentes científicas e formativas.

Desde 2008 que a AGECAL deu um contributo empenha-do para a formação profis-sional no campo da cultura, atraves de seminários e cursos diversos, do jornalismo cultural aos serviços educativos, da pro-dução de espectáculos à gestão de infra-estruturas e recursos culturais.

Manteve uma relação com o movimento internacional da gestão cultural, em particular com os cole-gas de Espanha, sendo co-organiza-dora do 1º Congreso Internacional da Gestão Cultural realizado em 2010 em Almeria. Foi co-fundadora da AIGC.

A AGECAL colaborou com a Uni-versidade do Algarve na organização do Mestrado de “Gestão Cultural” que melhorou a oferta de formação superior para algumas dezenas de jovens técnicos.

Este espaço cultural na imprensa re-gional, que num primeiro momento se chamou “.S” e depois “Cultura.Sul, resul-tou de uma proposta nossa ao diretor do “Postal do Algarve”, Henrique Dias Freire, que acarinhou a ideia e lhe deu a utilidade que todos lhe reconhecemos.

Nestes anos mantivemos mensal-mente e sem uma falha este espaço,

no qual foram publicados dezenas de artigos de diferentes autores e sobre as mais diversas temáticas.

Fica um acervo de pensamento he-terogéneo e pluridisciplinar sobre a cultura no Algarve de um período histórico que todos sabemos mui-to difícil.

Perdemos infelizmente com-panheiros, como o Antonio Rosa Mendes, solidário e leal, homem de valores e causas, desaparecido prematuramente.

Outros saíram da região atin-gidos pela quebra de actividade ou ausência de trabalho no sec-tor cultural, contudo, um grupo qualificado e generoso mante-ve-se com a Associação como na

primeira hora.As organizações são “biológicas”,

nascem, evoluem, cumprem funções. Concluídas as tarefas primor-

diais originam outras ou extin-guem-se dando lugar a novas re-alidades organizativas.

Há que reflectir, antecipar o futuro e sobretudo renovar.

O Algarve necessita de outros horizontes também na cultura, construir uma contemporaneida-de personalizada.

Passaram seis anos, a AGECAL cumpriu.

Grande ecrã

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | 965 209 198 | 934 485 [email protected]

SESSÕES REGULARESCine-Teatro António Pinheiro | 21.30 horas

8 ABR | LA CAGE D’ORÉE (A GAIOLA DOU-RADA), Ruben Alves – França/Portugal 2013, 90’, M/12

11 ABR | CONCERTO ERIC ANDERSEN TRIO – LIVE, 15º aniversário do Cineclube de Ta-vira - Música ao vivo (cerca de 90’) 17 ABR | SHORT TERM 12 (TEMPORÁRIO 12), Destin Cretton – E.U.A. 2013, 96’, M/1624 ABR | NYMPHOMANIAC: VOL 1 (NINFO-MANÍACA – PARTE 1), Lars Von Trier – Din/Alem/F/Bél/RU 2013, 128’, M/18

Cineclube traz Eric Andersen Trio a Tavira

Uma vez que o concerto com o trio do nova-iorquino Eric Andersen irá ter lugar na sexta feira, dia 11 de Abril, nes-sa semana a nossa sessão habi-tual decorrerá na terça-feira, 8 de Abril, precisamente no dia em que iniciámos a nossa actividade, há 15 anos atrás. Durante estes anos vários ci-neclubes nasceram um pouco por todo o país, muitos desa-pareceram pouco depois. Por incrível que pareça, o de Tavi-ra ainda continua vivo e está a preparar-se para... os próximos 15 anos.

No mês passado anunciei que este mês estaria final-mente em cartaz Mr. Nobody, o filme fascinante de Jaco Van Dormael (Óscar para Melhor filme de Língua Estrangeira para Toto, Le Héros, em 1991), mas a sessão teve de ser adia-da e irá realizar-se no dia 8 de Maio. Na semana anterior

(quinta, dia 1) iremos exibir a segunda parde de Nymphoma-niac. Conforme o nosso públi-co já está habituado, também este mês tentámos tecer um programa com filmes signi-

ficativos e sensíveis. Já agora – já, já, não –, no dia 11 de Ju-lho irá abrir a 14ª edição da nossa Mostra de Cinema Eu-ropeu. Cinema de qualidade não falta em Tavira. Até breve!

Concerto assinala 15º aniversário do cineclube

fotos: d.r.

A capa do POSTAL deu destaque ao nascimento

da AGECAL

d.r.

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

IPJ | 21.30 HORAS | ENTRADA PAGA

8 ABR | DR. ESTRANHO AMOR, Camille Claudel, 1915, Bruno Dumont, França, 2013, 93’, M/1215 ABR | TEMPORÁRIO 12, Destin Cretton, EUA, 2013, 96’, M/1622 ABR | A JANELA (MARYALVA MIX),Edgar Pêra, Portugal, 2001, 104’, M/12029 ABR | FRANCES HA, Noah Baumbach, EUA, 2012, 86’, M/12

SEDE | 21.30 HORAS | ENTRADA LIVRE

10 ABR | RECORDAÇÕES DA CASA AMARE-LA, João César Monteiro, 1989, 122’17 ABR | OUTRO PAÍS, Sérgio Tréfaut, 1999, 70’24 ABR | JUVENTUDE EM MARCHA, Pedro Costa, 2006, 155’

58 ANOS CINECLUBE DE FARO | 5 ABR | 22 HORAS | S.R.A.F. – OS ARTISTAS Mostra de Curtas Metragens Austríacas

DESPEDIDA DE ANABELA MOUTINHO | TEATRO LETHES | 21.30 HORAS6 ABR | A MÁSCARA, Ingmar Bergman,Suécia, 1966, M/16

AGECAL – Seis anos

Jorge QueirozSociólogo e Gestor CulturalPresidente da Direcção da AGECAL

Page 16: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

04.04.2014 4 Cultura.Sul

Aqui há espectáculo

Orquestra leva músicaa palcos insuspeitos

Depois de, em finais de 2013, a Orquestra Clássica do Sul se ter apresentado nos Hospitais de Faro, Garcia de Horta em Al-mada, Beja e Huelva, num for-mato que levou a música clássi-ca a espaços onde a mesma não entra com regularidade, chega agora a vez do Estabelecimento Prisional Regional de Faro.

A Orquestra Clássica do Sul (OCS) tem feito, em particular desde que o maestro Cesário Costa assumiu funções como director artístico, um redese-nho da respectiva programa-ção, mantendo o que de mui-to e bom já fazia em termos da promoção e divulgação da música erudita e somando-lhe novas esferas de actuação e no-vos palcos.

A aposta numa orquestra cada vez mais próxima da co-munidade que a acolhe - que neste momento engloba as re-giões do Algarve, sede da OCS, Alentejo, Península de Setúbal e Andaluzia - ganhou expres-são real e objectiva com a inau-guração do ciclo de concertos “música em comunidade” e a iniciativa deu já à formação or-questral uma nova face.

Depois das enfermarias, a música em comunidade in-vade agora um palco ainda mais insuspeito, o das cadeias, numa experiência que decerto se mostrará única, seja para aqueles que pelas mais variadas razões estão afastados da convi-vência em sociedade, seja para os próprios músicos.

John Avery na batuta

A direcção artística do con-

certo, que decorrerá a 22 de Maio na cadeia de Faro, está nas mãos do maestro Cesário Costa, mas na batuta estará o maestro inglês John Avery, ha-bituado também ele a dirigir a formação orquestral sediada no Algarve.

Em declarações ao Cultura.Sul, Cesário Costa realça “a im-portância deste ciclo de concer-tos ‘Música em comunidade’, como uma forma de apresentar a orquestra em espaços onde normalmente a música clássi-ca não marca presença”.

Em termos de reportório, que ainda está a ser desenha-do, o director artístico da Or-questra Clássica do Sul tem em vista “um programa que seja adequado ao público e às suas especificidades e que possa ser atraente para quem ouve”, um tratamento que em nada difere daquele que é sempre dispensado pela orquestra no processo de idealização de cada concerto, mas que, neste caso, tem como acréscimo a responsabilidade de responder a um público com especifici-dades particulares.

Antes de saber se a experiên-cia de tocar em estabelecimen-tos prisionais será para repetir, Cesário Costa entende que “de-pois desta primeira iniciativa a avaliação dos seus resultados é que determinará novas ini-ciativas nestes moldes”. Para o maestro, “o importante é que a ideia subjacente aos concer-tos ‘Música em comunidade’ se mantenha e desenvolva como um dos objectivos de trabalho da orquestra”.

Ricardo Claro

Cadeia de Faro vai acolher a orquestra

Teatro Municipal de Faro Programação: www.teatromunicipaldefaro.pt

Até 5 ABR | XVI FARTUNA, Festival de Tunas Universitárias, às 21 horas, 3.35 horas de duração9 a 12 ABR | 11º Dançarte, Concurso Internacional de Dança, provas e espectáculos variados

AMO - Auditório Municipal de Olhão Programação: www.cm-olhao.pt/auditorio

TEMPO - Teatro Municipal de PortimãoProgramação: www.teatromunicipaldeportimao.pt

8 ABR | Passión Flamenca, flamenco, 21.30 horas, preço: 10 euros (descontos especiais)11 ABR | LX COMEDY CLUB - First Class Tour, comédia, 22 horas, 83 min., preços: plateia 12euros; balcão 10 euros17 ABR | Concerto de Páscoa: Alemanha e Áustria, música, 21.30 horas, 60 min., preço: 6 euros (descontos especiais)

Ao atingir os 30 anos de carreira, o Avô Cantigas apresenta-se ao vivo com um novo concerto que vai deliciar miúdos e graúdos. Acompanhado em palco por actores que interpretam divertidos ne-tinhos, ele vai cantar uma mão cheia de canções inesquecíveis que são a garantia

de um tempo bem passado com grande animação.“A Cantiga do Avô Cantigas”, “Fungagá da Bicharada”, “Fantasminha Brinca-lhão”, são exemplos de um reportório que vai dos grandes clássicos aos suces-sos mais recentes.

Dest

aque 5 ABR | “É Bom Sonhar”, infantil, 16 horas

d.r.

Após o sucesso alcançado pelo quarto trabalho de originais, ‘não se deitam co-migo corações obedientes’ - distinguido pela Sociedade Portuguesa de Autores com o Prémio Autores para Melhor Disco de 2012 - A NAIFA regressou aos álbuns no final de 2013.‘As Canções d’A Naifa’, editado no passa-do dia 4 de Novembro, surge como o en-

cerrar de um ciclo. Como tal, é um disco diferente dos quatro anteriores, estas can-ções são originais de outros artistas que A NAIFA sentiu como suas e que foi tocando ao vivo durante os seus quase dez anos de existência. Nove canções que fazem parte da história d’A NAIFA e que prometem fazer vibrar novamente o público no palco do TEMPO.

Dest

aque 5 ABR | Cações d’A Naifa, música, 21.30 horas, preço: 10 euros

Nos últimos tempos, quantas vezes já deu consigo a perguntar onde acaba a reali-dade e começa a ficção? No mundo d’Os Idiotas o facebook deixou de ser virtual e as pessoas, mesmo as “supostamente nor-mais”, trocaram as gargalhadas por uma dúzia de LOLs.Neste universo paralelo, há homens que afinal são mulheres, que entretanto muda-ram de sexo, e jogos de computador que se instalaram na vida sem pedir autorização

para fazer download.Se no final desta comédia detectar sinto-mas antes desconhecidos, não se preocu-pe. Esses sinais fazem parte do projecto de contaminação que Os Idiotas delinearam para o livrar desse semblante sério a que a rotina o condenou. Faça uma pausa... Ver Os Idiotas é a melhor coisa que lhe pode acontecer, afinal vão estar em palco José Pedro Gomes, Aldo Lima, Jorge Mou-rato e Ricardo Peres.

Dest

aque 17 ABR | Os Idiotas, comédia, 21.30 horas, preços: 1ª plateia 12,50 euros; 2ª plateia 10 euros

Cine-Teatro LouletanoProgramação: http://cineteatro.cm-loule.pt

6 ABR | Zarafa, cinema, 15.30 horas, 80 min., preço: 3 euros10 ABR | O Milagre Segundo Salomé, cinema, 21 horas, 105 min., gratuito

A Orquestra Clássica do Sul e a Câmara Mu-nicipal de Loulé convidam-no para o Ciclo “Loulé Clássico”, um conjunto de concertos inédito, que o irão acompanhar de Feverei-

ro a Dezembro, em meses alternados.No Cineteatro Louletano poderá desfrutar da música de grandes compositores, do clássico ao contemporâneo.

Dest

aque 12 ABR | Ciclo Loulé Clássico – Orquestra Clássica do Sul, música, 21.30 horas, 70 min.,

preço: 8 euros

30 ABR | Miguel Araújo, música, 21.30 horas, preços: 1ª plateia, normal 15 euros; 2ª plateia, normal 10 euros

11 ABR | Romeu e Julieta, dança, 21.30 horas

29 ABR | Dia Mundial da Dança - Different Bodies Different Movements, dança, 21.30 horas, 60 min. Preço: 10 euros

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04.04.2014  5Cultura.Sul

O regresso das vendas: tradição, cultura e boa mesa

A Venda, um espaço a lembrar a sala-de-jantar das nossas bisavós

fotos: ricardo claro

“UM OLHAR SOBRE A IRREALIDADE”Até 28 ABR | Galeria de Arte Pintor Samora Barros - AlbufeiraPassos Silva, estando reformado escolheu a pintura como meio de ocupar o tempo livre, tendo adoptado a técnica do óleo sobre tela para dar forma às suas personagens e paisagensAg

endar

Panorâmica

As vendas, as tabernas, as mercearias e as tascas ainda po-voam o imaginário de muitos de nós e para alguns - felizardos - nunca deixaram de ser uma re-alidade, porque em zonas mais rurais estes pequenos comércios nunca desapareceram do dia-a--dia dos algarvios.

A SUPA (Companhia Portu-guesa de Supermercados) do Grupo C.U.F., criada em 1969, abriu em Lisboa o primeiro supermercado do país no ano seguinte, na Avenida Estados Unidos da América, e o fenó-meno das prateleiras intermi-náveis não mais teve fim. Na senda da oferta multimarcas e do crescimento do sector da distribuição, também por terras algarvias nasceram, qual cogu-melos, os novíssimos supermer-cados. Quem não se lembra do velhinho Horta em Faro, só para dar um exemplo.

As vendas e mercearias fo-ram cedendo terreno e per-dendo a tal quota de merca-do, como a foram perdendo as tabernas e as tascas a favor dos restaurantes e snack-bar e, mais tarde, dos fast food mas-sificados e massificantes.

Registos de outros tempos

Eis senão quando tudo parece estar a tomar outro rumo e no Algarve, como no país, estão a renascer um pouco por toda a parte, e muito em particular nas cidades, novas vendas e tascas e abrem portas novas tabernas e mercearias.

Os conceitos são vários, des-de a estratégia base do ‘abrir a porta e depois logo se vê’ até às mais sofisticadas associações ao estilo gourmet, mas todas dentro do espaço do pequeno comércio tradicional e é exacta-mente esta uma das caracterís-ticas que importa realçar nestes novos negócios.

É gente nova, a fazer nascer negócios novos, a recuperar tradição e saber fazer e a ofere-cer alma, cultura, gastronomia e modus vivendi que se foram per-

dendo na loucura da moderni-dade e do imediatismo.

Há uma nova realidade que une produtos locais a marcas de outros tempos, economia sus-tentável a artesanato, questões ambientais a uma dieta tradi-cional e um sorriso na face ao conhecer pelo nome quem nos atende por detrás de um balcão.

A Venda em Faro

O Cultura.Sul saiu à rua para conhecer um destes novos es-paços que recuperam uma forma de estar e de receber de outros tempos e, em Faro, en-contrámos as mercearias mais gourmet e as tascas mais apru-madas desta nova geração e, depois... encontrámos a Ven-da, diferente de tudo e absolu-tamente singular.

Pelas mãos de Ana Fonseca e Vasco Prudêncio, no centro da cidade, a Venda é uma realida-de única e aquilo que começou por ser uma mercearia ganhou

novos contornos e tornou-se numa verdadeira sala de estar, onde além de se encontrarem produtos para comprar com marcas antigas e da região, se

pode sentar, degustar um vi-nho e provar as especialidades da casa num espaço que é cada vez mais uma tasca ou taberna.

Mas não uma tasca ou taber-na qualquer. Quando se entra na Venda - mal se passa por uma inesquecível estante de mercearia dos anos 40 ou 50, re-cheada de produtos de marcas de outros tempos - entra-se na sala-de-estar das nossas bisavós.

Do mobiliário, às paredes, do naperon, ao balcão, dos retratos aos candeeiros, o momento é de um flashback que nos transpor-ta a outro tempo.

A receber-nos um sorriso contagiante. A alma de quem acolhe o cliente “como se esti-véssemos a receber os amigos em casa” invade a conversa, onde surgem as propostas inu-sitadas de uma ementa feita dia--a-dia de sugestões criadas sob medida.

Cheira ao cheiro caracterís-tico da casa de jantar, onde brincámos em pequenos,

num espaço feito de mobiliá-rio restaurado conquistado em feiras de velharias e nas arreca-dações da família. O chão tem os ladrilhos antigos a marcar um tempo datado e recheado de memórias e a iluminação projecta-se dos abat-jours de vidro cromado em forma de campânula.

“Esta casa tem uma história antes da sua própria história”, refere Ana Fonseca, “tudo aqui já teve imensa vida antes de aqui ter chegado”.

Até no horário a Venda é sui generis, durante a semana abre até às 20 horas, e só à sexta e sá-bado abre as portas para o jan-tar, mas de resto a cozinha está sempre aberta para os petiscos ou as tábuas de queijos e enchi-dos, ou ainda para pequenas de-licadezas imaginadas como se se estivessem a servir “lá em casa aos amigos e sem querermos ser gourmet, porque queremos que a boa comida seja para todos”, refere Vasco.

A isto se junta, sempre, uma proposta vegetariana diária e a possibilidade de um bom vinho para acompanhar dois dedos de conversa num ambiente que de tão singular só pode ser enten-dido quando vivido.

Uma proposta diferente

Se tudo na Venda não fosse absolutamente diferente, a pro-posta “A Venda convida” seria uma surpresa, mas não é.

A Venda propõe no primeiro sábado de cada mês um jantar no mínimo peculiar. A escolha do tema é feita pelo espaço co-mercial e ao jantar podem ace-der por marcação até 20 pesso-as, que a única coisa que têm em comum é o facto de não se co-nhecerem e aceitarem o desafio.

Assim, ao marcar lugar neste jantar os convivas sabem que, em princípio, não conhecem os seus companheiros de refeição e numa mesa única a proposta é desafiar as possibilidades e co-nhecerem-se pessoas pela sim-ples razão de que partilham o espaço da Venda.

Uma iniciativa que Vasco e Ana dizem estar a ser um suces-so e em que as pessoas aparecem para jantar já com o espírito de aventura que um blind date co-mensal encerra em si mesmo. Assim se faz mais uma das pecu-liaridades da Venda, num jantar onde não reserva mesa, mas sim cadeira.

Seja pela mão da Venda ou de outras tantas propostas ditas alternativas que vão surgindo um pouco por toda a parte nas malhas urbanas algarvias, há um renascer da cultura da mercearia e da tasca, há um reviver da con-versa de palheta com palheto que regressa ao nosso convívio nas vendas e tabernas e que nos enriquece, quer no aspecto social, quer na recuperação do modo de ser e de estar tradicional.

Há surpresas por aí à espera de vivermos hoje um jeito algarvio de conviver por entre retalhos de um outro tempo, numa paleta de propostas imperdíveis.

Ricardo Claro

“RÃO KYAO APRESENTA INTIMISMOS”11 ABR | 21.30 | Centro Cultural de LagosEspectáculo que apresenta uma série de temas sig-nificativos da carreira do flautista compositor Rão Kyao, numa versão que, dado o seu carácter intimis-ta, aproxima os músicos do seu público numa comu-nhão tão querida a todos

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04.04.2014 6 Cultura.Sul

“ESPECTÁCULO COM TIME FOR T”12 ABR | 21.30 | Centro Cultural de LagosTiago Saga e o fundador do projeto Time for T. E luso--britânico, da Califórnia portuguesa, como o próprio apelida o Algarve. Os membros são de vários pontos diferentes da Europa e as diferentes veias musicais do grupo definem o som eclectico que a banda produz

“S.O.S. PORTUGAL”Até 3 MAI | CECAL - Centro de Experimentaçãoe Criação Artística de LouléExposição do artista quarteirense Menau, integra as vertentes de desenho, pintura, instalação, fotografia e vídeo. “S.O.S.” apresenta-se em estado de luta, como um hino de insurreição contra o sistemaAg

endar

Isabel Allende - A ténue linha entre a magia e o real

Quase parece trivial escrever sobre esta autora, tão conhecida se tornou... Isabel Allende exilou-se nos Estados Unidos da America, dois anos após o golpe militar de Pinochet no Chi-le, visto encontrar-se numa situação delicada por ser uma jornalista mais ou menos popular e sobrinha de Sal-vador Allende, o presidente chileno assassinado, bem como enteada do embaixador da Argentina. Quando veio a saber que o avô estava a mor-rer no Chile começou a escrever-lhe uma carta que se tornou infindável e deu origem a esse fabuloso romance, A Casa dos Espíritos, um êxito editorial um pouco por todo o mundo, depois adaptado ao cinema, tendo sido in-clusivamente filmado em Portugal. Isabel Allende referiu em entrevista que, apesar da sua escrita ser enqua-drada no realismo mágico, usa sem-pre o real para escrever. Ao lermos o seu romance Paula, que e próximo do registo diarístico e teve como ponto de partida a situação traumática da doença da sua filha, que entrou de-pois em coma ate que acabou por morrer, podemos realmente consta-tar como a história da família que Isa-bel escreve à cabeceira da filha – para que ao acordar ela não se sinta tão perdida – tem diversos pontos em co-mum com o que nos e narrado em A Casa dos Espíritos e que, aparentemen-te, parecia ser puramente fantástico.

O romance A Casa dos Espíritos conta-nos a história de uma família que atravessa o seculo XX em três ge-rações, com uma vasta panóplia de elementos insólitos ou maravilhosos, como o caso da cabeça decapitada de Nívea, encontrada por Clara e depois esquecida na cave; Barrabás, uma criatura que nunca percebemos tra-tar-se de um cão ou de um estranho animal mitológico; a máquina voado-ra do tio Marcos que consegue efeti-vamente levantar voo, numa epoca

em que não havia ainda aeroplanos; ou o facto de Clara permanecer com a filha na barriga apesar de o termo da gravidez já ter sido ultrapassado num mês; a aparição de Ferula que entra na sala de jantar e beija Clara, voltando a sair, sem que ninguem se aperceba de que era um fantasma, exceto a própria Clara, que avisa a família de que a cunhada morreu; a pequena Alba que nascerá com os cabelos verdes como a sua tia-avó Rosa; a maldição que Ferula lança ao irmão Esteban Trueba, de que en-colherá com o tempo e morrerá so-zinho; o tio Nicolau que passou um ano como mendigo, percorrendo a pe os caminhos do oriente, para

voltar como um faquir vegetariano, capaz de exercer total domínio sobre a mente, permitindo-lhe atravessar--se com alfinetes e manter-se três mi-nutos sem respirar. As personagens são várias, mas destaca-se o facto de serem sempre as mulheres o centro da narrativa: Clara, a filha de Nívea, que será mãe de Blanca, e avó de Alba. O significado dos nomes e re-velador: Clara significa luz e lucidez, alguem que ilumina o caminho, pois os seus dons de clarividência permi-tem muitas vezes antecipar o futuro, da mesma forma que os seus diários permitirão à neta resgatar, ordenar e

reconstituir o passado da família. E tambem após a sua morte que o livro perde a at-mosfera beatífica da magia e a violência toma conta do ce-nário da acção e vi-timiza a família. O nome de Clara re-força as capacida-

des de clarividência de que a personagem e dotada. Blanca e filha de Clara e forma o elo seguinte dessa sequência de nomes associados à lu-minosidade. A última mulher dessa família será Alba, cujo nome significa alvorada: «A mãe queria chamar-lhe Clara, mas a avó não era partidária de repetir os nomes da família, por-que isso cria confusão nos cadernos de anotar a vida. Procuraram um nome num dicionário de sinónimos e descobriram o seu, que e o último de uma cadeia de palavras lumino-sas que querem dizer o mesmo.». O capítulo seguinte à morte de Clara e intitulado justamente de «A Epoca da Decadência»: «Alba sabia que a

avó era a alma da grande casa da es-quina. Os outros souberam-nos mais tarde, quando Clara morreu e a casa perdeu as flores, os amigos que iam e vinham e os espíritos brincalhões e entrou em pleno na epoca da de-sordem.». E importante salientar que quase toda a magia que encon-tramos ao longo da narrativa existe em consequência ou por irradiação dos poderes e da natureza de Clara, a clarividente. Daí que, após a sua morte, a casa que o marido havia justamente construído para ela co-mece a decair, do mesmo modo que toda essa dimensão mágica domi-nante na obra se afaste como um veu soprado. E, com toda a dor e crueldade da Revolução, o roman-ce prende-se a assuntos muito mais terrenos, quase como um violento despertar para a vida, uma brutal intrusão do mundo real naquele reino encantado. A magia dissipa--se na exata proporção em que au-menta a violência do poder político. Isabel Allende fala recorrentemente da sua avó, que foi quem lhe inspi-rou esta personagem: «Fui criada a

ouvir comentários acerca do talento da minha avó em redizer o futuro, ler na mente alheia, dialogar com os animais e fazer mexer objectos com o olhar. Contam que uma vez fez deslocar uma mesa de bilhar pelo salão, mas na verdade a única coisa que vi a mexer na sua presença foi um insignificante açucareiro, o qual, à hora do chá, costumava deslizar, errático, sobre a mesa.». Os poderes mágicos que as personagens de Cla-ra e Branca detêm parecem ser uma forma de se proteger, de compensa-rem e contestarem a tirania que lhes e imposta pelo homem, quer nos comportamentos violentos de Este-ban ou de Pássaro, quer na autorida-de governativa assente num poder patriarcal. O segundo romance da autora, De Amor e de Sombra, aban-dona por completo esse realismo mágico sul-americano e prossegue em tom quase de crónica jornalísti-ca, sendo uma obra política que re-lata acontecimentos verídicos ocor-ridos durante a ditadura chilena (este livro foi igualmente adaptado ao cinema mas passou-nos desper-cebido). Isabel Allende tem como ritual iniciar um romance todos os anos, no dia 8 de Janeiro, mas a verdade e que ultimamente os seus romances tornaram-se mais históri-cos, por vezes demasiado exaustiva-mente (Inês da minha alma), outras vezes de forma mais efabulada e melhor conseguida, como em Filha da Fortuna ou Retrato a Sépia (que, aliás, constituem um tríptico com A Casa dos Espíritos). Curiosamente, tem sido nas suas obras de litera-tura juvenil que essa dimensão de efabular histórias fabulosas parece continuar viva, como em A cida-de dos deuses selvagens, prendendo tanto os jovens como os adultos. O seu último livro saiu agora, intitu-lado O jogo de Ripper, onde a auto-ra mostra agora como e capaz de variar em termos de genero de es-crita, aventurando-se no romance policial, mas mantendo constantes algumas das suas linhas de escrita como a relação entre personagens de diferentes gerações (agora que já e avó). Este livro volta a prender o leitor e parece ser um agradável regresso à qualidade e originalidade de outros romances seus.

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

Letras e Leituras

d.r.

A escritora chilena Isabel Allende

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04.04.2014  7Cultura.Sul

Momento

Casca-crochet

Foto de Vítor Correia

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04.04.2014 8 Cultura.Sul

Só não desejo cair em sensatezSala de leitura

Maria de Belém Roseira, autora de “Mulheres Livres”

Paulo PiresProgramador culturalno Município de [email protected]

Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:

a) Que o esplendor da manhã não se abre com facab) O modo como as violetas preparam o dia para morrerc) Por que é que as borbole-tas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos

d) Se o homem que toca de tarde sua existência num fa-gote, tem salvaçãoe) Que um rio que flui entre dois jacintos carrega mais ternura que rio que flui en-tre dois lagartosf) Como pegar na voz de um peixeg) Qual o lado da noite que umedece primeiroetcetcetcDesaprender oito horas por dia ensina os princípios.O poeta que escreveu estes

versos é um dos meus predi-

lectos em língua portuguesa. Um encantador de palavras do outro lado do Atlântico (nasceu em Cuiabá [Brasil] em 1916 e vive no Pantanal), para quem o “fado é […] não entender quase tudo”, não cultivar conexões com o real, descobrir as insignificâncias (do mundo e nossas) e ter profundidades sobre o nada, como diz num dos seus tex-tos maiores (“Poema”).

Uma escrita que nos faz parar para ouvir gritar bai-xinho e que (nos) reinventa o olhar em relação às coi-sas mais banais, mundanas,

rasteiras e inusitadas, mos-trando que todas elas servem para a poesia: “todas as coi-sas cujos valores podem ser / disputados no cuspe à dis-tância”; “o homem que pos-sui um pente / e uma árvo-re”; “um chevrolé gosmento / colecção de besouros abstê-mios / o bule de Braque sem boca”; “cada coisa sem prés-timo”; “o que se encontra em ninho de joão-ferreira”; “tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma”; “as coi-sas que os líquenes comem / – sapatos, adjectivos”; “os loucos de água e estandarte”;

“tudo que explique / o alica-te cremoso / e o lodo das es-trelas”; “pessoas desimpor-tantes”; “tudo que explique / a lagartixa da esteira / e a laminação de sabiás”; “o que é bom para lixo”.

O escritor Pedro Vieira disse um dia que a literatu-ra dá-nos um banho de hu-mildade, pois percebemos e relembramos, pela leitura--viagem, que o nosso mundo habitual, aquele em que nos movemos e nos é familiar, é afinal tão pequeno, parco e limitado, havendo tantos ou-tros universos e perspectivas,

mais ou menos insondáveis, por descobrir e desfrutar, como lugares onde habitam “loucos [em] que grassam lu-arais” e sapos que são peda-ços de chão que pula.

Numa primorosa antologia publicada há 14 anos pelas extintas Quasi Edições com apenas trinta textos (o poeta brasileiro por várias vezes in-siste na ideia de que “poesia é coisa para ser pouca, senão cansa o leitor”), e num tempo em que a sua obra era prati-camente desconhecida em Portugal (ainda hoje o é, em grande medida), Valter Hugo

Maria de Belém apresenta “Mulheres Livres” em Lagoa

Nome incontornável da po-lítica portuguesa no feminino, Maria de Belém Roseira marou recentemente presença em La-goa naquela que foi a mais re-cente edição das tertúlias men-sais que decorrem na biblioteca municipal local.

A obra que a ex-ministra da Saúde e para a Igualdade e presidente do Partido Socialista apresentou em Lagoa marca a sua estreia literária sob o título “Mulheres Livres”, um livro que retrata a história de 12 mulhe-res portuguesas e estrangeiras, de diversas áreas, que lutaram pelos seus ideais ao longo da vida.

Depois de uma alocução in-trodutória a cargo da vereado-ra da Câmara de Lagoa Anabe-la Rocha, coube a Maria Luísa

Francisco apresentar a obra de Maria de Belém, a que se refe-re como sendo “uma homena-gem à liberdade, um livro que não deixa perder a memória de mulheres extraordinárias que desbravaram novos caminhos no seu tempo, ultrapassando dificuldades e preconceitos”.

A também investigadora su-blinhou a “riqueza” da obra no que toca “a testemunhos que mostram o preço elevado que estas mulheres escritoras, ar-tistas, políticas, cientistas pa-garam por isso”.

Ao Cultura.Sul, a responsá-vel pela iniciativa, que desde 2006 se realiza mensalmen-te, realçou a vivacidade desta edição da tertúlia. Para Maria Luísa Francisco estes eventos “marcam pela diferença e pela

continuidade”. “As tertúlias têm atraído novos públicos e primado pela diversificação das temáticas”, refere, afirmando que “fazer esta programação tem aspectos muito gratifican-tes ao permitir a ligação entre pessoas e as suas várias lingua-gens, ao sentir nelas um abrir de horizontes, um brilho no olhar de quem está a absorver cada palavra”.

“A participação do público torna cada evento numa ver-dadeira tertúlia, sempre com intervenções muito pertinen-tes que quase sempre ultra-passam a meia-noite”, remata a organizadora.

As sessões da iniciativa de-correm quase sempre na Bi-blioteca Municipal de Lagoa, na última sexta-feira de cada mês, e são o resultado de uma parce-ria entre a Biblioteca Municipal de Lagoa, a Liga dos Combaten-tes - Núcleo de Lagoa e Porti-mão e o Lions Clube de Lagoa.

A programação mensal está a cargo de Maria Luísa Francis-co, directora cultural do Lions Clube de Lagoa desde 2006 até à presente data, tendo en-tretanto sido presidente do referido Clube em 2007 e pre-sidente Regional dos Lions de 2008 a 2010.

Um palco recheadode nomes maiores da Cultura

Por este palco das letras têm passado importantes no-mes das Artes, Letras e Cultu-

ra portuguesas, procurando criar públicos mais exigentes e participativos. Assim, Maria João Lopo de Carvalho, Adria-no Moreira, Francisco Moita Flores, Carlos Pinto Coelho, Galopim de Carvalho, Lia Gama, Martim Cabral, bem como, Mário Augusto, Pedro Teixeira da Mota, Margarida Pinto Correia, Sandra Augusto França, António José Borges, estão entre os nomes acolhi-dos em Lagoa, a que se jun-tam Frei Bento Domingues, Adriana Nogueira, Strecht

Monteiro, Miguel Real e Vi-riato Soromenho-Marques, entre outros.

São oito anos de progra-mação cultural mensal que Maria Luísa Francisco descre-ve como “um bom exercício de atenção à actividade cul-tural, que obriga a muitas lei-turas, pois muitas vezes para além das tertúlias há também a apresentação da obra dos escritores”.

Tendo em conta a diversi-dade que caracteriza as ter-túlias, a do mês de Abril terá

uma vertente mais prática, ou seja, irá haver uma de-gustação gastronómica após o showcooking com o chefe Augusto Lima.

O chefe irá falar um pouco da história dos alimentos e da riqueza de alguns recursos marinhos na alimentação. As-sim, esta tertúlia intitulada “A Gastronomia e o Mar” insere--se no âmbito dos eventos do Município de Lagoa dedica-dos ao Ano do Mar: “Lagoa – um mar de sentidos”.

Ricardo Claro

d.r.

Na senda da Cultura

Aspecto geral da sala em Lagoa

d.r.

Page 21: POSTAL 1121 - 4 ABR 2014

04.04.2014  9Cultura.Sul

Só não desejo cair em sensatez

Património(s) da Água no AlgarveEspaço ao Património

Mãe escreveu sobre ele: “Po-eta que guardamos na nossa essência, porque se agarra a nós como uma alma que deus nos concede. Ou […] é poeta com jeito para deus, [que] sabe criar um mundo onde passamos a viver”.

Já em 2011 a Editorial Ca-minho viria a publicar toda a sua obra produzida até 2010, num volume único intitula-do Poesia Completa. Recordo poemas marcantes, plenos de verdade e de beleza, que revisito regularmente, car-regados de sinestesias, fan-tasias, feitiços e outras in-

venções imagético-verbais, como [“Deus disse: Vou ajei-tar a você um dom:”] ou “O Poeta”, ambos feitos de si-lêncios, perfumes, sotaques, vozes, azuis e iluminuras – como este primeiro verso escrito com os olhos postos na “Cordilheira dos Andes que / se perdia lá nos longes da Bolívia”: “Aquele morro bem que entorta a bunda da paisagem”.

Para este criador continu-amente espantado com as pequenas “insignificâncias” do mundo, com as coisas mais simples, a imagina-

ção não tem estrada, pois o poeta gosta de desvio e de desver, como defende numa entrevista em 2012. Este prodigioso “guardador de águas” que quer “crescer pra passarinho” – e que, a meu ver, deveria ter um lugar nos programas escolares oficiais do ensino secundário das disciplinas de Português/Li-teratura, pela grandeza do seu imaginário, criatividade e originalidade – afirmaria mesmo algo singular de que me recordo amiúde: “Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas

se o nada desaparecer a po-esia acaba. Eu sei. Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é ver-dadeira”. Pois “só as pala-vras não foram castigadas com / a ordem natural das coisas. / As palavras conti-nuam com seus deslimites”. Quem escreveu isto? Manoel de Barros.

P.S. Escrever em absurdez faz causa para poesia.

Eu falo e escrevo Absurdez.

Me sinto emancipado.

“A água na terra, ou nas coi-sas, é como o sangue no nosso corpo. A água é para beber, a água é para a comida, a água é para lavar, a água é para tudo, a água é o sangue da terra... ele chovendo a terra dá tudo, a terra dá a fava, a terra dá a semente, a terra dá o fruto e não chovendo a terra não dá nada, porque a água é que é o sangue da terra... a pessoa que não tem sangue morre e assim é a terra, não chove não há água, a terra morre, morre as árvores, morre tudo”.

Ti’Carma, 90 anos, Querença, Novembro 2005.

Q u a n d o f a l a m o s d e património(s) da água, não é simples delimitar o seu objec-to, nem o seu alcance temporal. Matriz da vida, fundamental ao desenvolvimento das socieda-des humanas, em todos os tem-pos e lugares, a ÁGUA, constitui--se, ao mesmo tempo, como Património Natural e Cultural da Humanidade.

A História mostra-nos que, desde cedo, as primeiras civili-zações viram-se obrigadas, não só, a realizar pesadas obras hi-dráulicas para garantir o acesso ao bem precioso, como a criar

mecanismos de regulação e gestão dessas águas que assegu-rassem a sua distribuição entre diferentes tipos de utilizações e utilizadores.

No Algarve, desde a Pré-Histó-ria, muitas foram as influências legadas por outros povos, com destaque para duas grandes ci-vilizações da água, a Romana e a Árabe. Neste contexto, o cidadão comum associará, de imediato, ao(s) património(s) da água, as tradicionais noras ou os român-ticos fontanários, um público mais especializado, associará as grandes obras hidráulicas, como os aquedutos, barragens, azenhas, complexos termais... No entanto, são igualmente pa-trimónios da água, os Saberes Tradicionais das actuais popula-ções locais, relacionados com a gestão da água de uso agrícola e doméstico.

Os patrimónios relativos à ges-tão da água de uso agrícola, em concreto, incluem por exemplo: os saberes respeitantes ao ciclo da pequena horta familiar, tão dependente da sábia gestão da água; os saberes associados à manutenção dos tradicionais regadios colectivos e à gestão comum da água; os saberes as-sociados às tecnologias tradi-cionais de elevação da água; os saberes referentes aos modos de detecção de água... Patrimónios menos perceptíveis, porque situ-ados no domínio do imaterial, do intangível.

No Algarve, A Água Dá, A Água Tira...

O Algarve é uma das mais tí-

picas paisagens mediterrânicas de Portugal, onde as culturas e arvoredos de sequeiro represen-tam a característica dominante da paisagem agrícola tradicio-nal, como forma de combater a aridez. Aspecto que continua a predominar na paisagem Algar-via da primeira década do séc.XXI, não obstante a expansão do regadio, a partir dos anos 70 (séc. XX), tendo-se verificado a substituição progressiva de po-mares de sequeiro por pomares irrigados de citrinos, bem como o aumento exponencial das áre-as hortícolas.

Trata-se de uma zona clássi-ca de regime torrencial medi-terrânico, onde a precipitação apresenta uma elevada variabi-lidade espacial e temporal, onde o perigo/risco de ocorrência de situações de escassez ou exces-so de água é eminente. O título “No Algarve, A Água Dá, A Água Tira”, resume toda essa lógica dos perigos enfrentados pelos pequenos agricultores que, por isso, vivem na constante incerte-za do acesso à água de rega, nas quantidades desejáveis, existin-do sempre o risco do compro-metimento dos seus cultivos. A Água Dá, pois sem ela não é possível qualquer tipo de vida, mas quando em excesso, ou em míngua, ela destrói, inviabiliza, isto é, a Água Tira.

Todavia, sendo o Algarve um contexto geográfico historica-mente habituado a gerir situa-ções extremas de água, onde o regime torrencial das ribeiras, a escassez da água à superfície, aliados às dificuldades de capta-ção e elevação, tornaram difícil

o acesso a este recurso, tornou propícia a existência de uma forte Cultura da Água que per-durou até aos nossos dias, atra-vés da memória e das práticas das gentes locais. Esta vulnera-bilidade hidrológica típica das regiões do Mediterrânio, tem suscitado o interesse por parte de alguns Organismos Inter-nacionais (ONU e FNCA), em estudar os sistemas ancestrais de gestão da água nesses paí-ses, considerando a eficácia dos métodos tradicionais do uso da terra e da água, baseados na prudência e no respeito pela natureza, mesmo que possam comportar algumas limitações.

Neste sentido, podemos dizer que, no Algarve, os patrimónios da água falam-nos, sobretudo, dos meios de sobrevivência ao dispor das populações que, ao longo de séculos e milénios, habitaram a região. Falam-nos,

principalmente, do modo de vida das gentes, permitido em cada época, em cada momento histórico. Na realidade, a ÁGUA CONTA O SOCIAL. Dada a sua na-tureza complexa e multi-faceta-da, enquanto fenómeno não só natural, mas também cultural e social, a água constitui-se como um verdadeiro Facto Social To-tal, por nele se exprimirem, si-multaneamente, os vários níveis da realidade social (religiosa, política, ecológica, económica, jurídica, cultural).

Porém, à semelhança de ou-tras regiões incluídas no Me-diterrâneo Sul, mudanças so-ciais advindas do crescimento do turismo, do incremento do sector terciário e declínio da agricultura tradicional, com in-tensificação de uma agricultura extensiva industrializada, colo-caram em cheque a continuida-de de uma cultura tradicional

Aspecto geral de uma pequena horta familiar

d.r.

Sónia ToméAntropóloga e SociólogaISCTE-IUL

de uso sustentável da água e situam em novos contextos o problema agudo da dimensão social dos recursos hídricos.

Como refere Raul Iturra “quem transporta a semente da continuidade social é uma enti-dade que vive transitoriamente, efemeramente, que aparece na história de um grupo quando as acções já estão definidas e antes de desaparecer, entrega o que é seu em coisas e ideias a um su-cessor, o que faz ainda em tempo útil”[1]. Deste modo, urge efec-tuar o registo aprofundado dos Saberes Tradicionais ligados à gestão da água no Algarve, em tempo de vida dos seus usuá-rios e gestores, não só para fins museológicos, mas também, por tratar-se de uma sabedo-ria riquíssima em influências culturais diversas, adaptada às condições locais, para tentar perceber a sua utilidade/eficá-cia à luz de problemas actuais como a poluição de águas, de-sertificação, alterações climáti-ca, etc., activando a reflexividade social, sobre o que deve ser uma Cultura Pública da Água[2].

Notas:

[1] ITURRA, Raúl (1991), «A Al-deia: Presente Etnográfico, Passado Histórico – Propostas Metodológi-cas Exploratórias» in O’Neill, Brian Juan, Brito, Joaquim Pais (Org.), Lugares Daqui. Actas do Seminário “Terrenos Portugueses”, Lisboa, Dom Quixote, pp.237-243.

[2] Para o aprofundamento desta temática consultar a obra: A Água Dá, A Água Tira. Um Estudo sobre a Cultura Tradicional da Água no Barrocal Algarvio, Freguesias de Querença, Tôr e Salir do Concelho de Loulé, Óbidos, SINAPIS Editores, da minha autoria.

d.r.

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04.04.2014 10 Cultura.Sul

“DO AR, DA TERRA E DO MAR…”Até 29 MAI | Edifício dos Paços do Concelhode AlbufeiraJúlio Antão, artista autodidacta, apaixonado pela fo-tografia na vertente animal e vegetal, aproveita os momentos que passa a fotografar para se inspirar, o que se reflecte nas várias áreas da arte a que se dedicaAg

endar

“ROTINAS DA MORTE”Até 18 ABR | Espaço de atendimento da EMARPExposição de fotografia de João Tata Regala, onde a morte recebe destaque mas pretende ser banalizada pela interpretação presente nos títulos. Não obstante a morbidez, o autor pretende estabelecer analogias com a própria vida

Abril

Pedro [email protected]

O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

Passear as cidadesComo no amor de tempo longo, é preciso re-tomar cada pedaço de corpo, recordar cada gesto, dispensar a estima. Como à nossa terra. Não basta recordar como era bela, jovial, como vivemos intensamente nela os nossos dias dou-rados… temos de nos despir, respirar e deixar levar pela sua luz, pelo seu calor, a sua beleza intrínseca. Devemos continuar a passear as nos-sas cidades. Habitá-las, escutá-las, abraçá-las, vivê-las. Para elas continuarem a existir... com a sua história em nós, com a nossa história nelas...

O Golfinho

Hoje conhecida por “Golfinho” a lancha de madeira, oriunda de Monte Gordo e represen-tante da última geração destas embarcações, foi outrora usada na pesca de rede artesanal. Destinada à demolição, a embarcação foi doada para fins culturais e está integrada no projecto «Museu Aberto da Ria». Encontra-se em recupe-ração no estaleiro da Fuseta. A dificuldade de reabilitar velhos barcos, tanto económica como tecnicamente leva a que este processo precise de donativos. Por exemplo, adquirindo o livro «Golfinho Reviver», de Naná Rebelo. Por favor contactar a associação ADRIP de Cacela Velha.

Postais da Costa Sul ~ começou um novo dia desta noite que passou. sabes que tens de amar todos os dias, por igual. e fazer por merecê-los como um todo. mas este tempo invernoso já vai longo e começas a ficar impaciente. anseias por manhãs mais quentes, horizontes mais claros, roupas mais leves, be-bidas mais frescas. dizes que desejas o solstício, que é sempre o tempo em que tudo acontece, sobretudo em que reaparece o teu mais que tudo no seu bem te querer. aí desces à costa sudoeste meridional, onde em terrenos pedre-gosos de calcário ou xisto deslindas o muito, donde há pouco ou nada ~

O Sorriso da Chuva

No chamado mês de águas mil, as palavras (mesmo menos de mil) podem valer mais que uma imagem, como neste poema de Vítor Gil Cardeira, do livro ‘Espuma Evanescente’ (canal-sonora editora, 2014):

Dizes sempre alguma coisa antes de contem-plarmos o sorrisoda chuva a lamber a vidraça. O cabelo envolveas palavras frias das pessoas sem ritmo musicalcontinuando a viajar na lucidez das ausências nunca anunciadas. Dizes o que não traz nome, chave postiça que viola a explicaçãosimples na revelação da leitura impune, quandointeriorizas o eterno guião da mudança.

A tua responsabilidade no crescer do esquecimento

assume-se como rejeição do tempo intrans-ponível. Somosaquilo que o olhar procura, aquilo que desa-parece na mecânicado desejo acomodado.

Rejeitas o que dizes antes de o dizer, exiges a rara leiturada distância, o sopro do discurso que éramos naocasional confusão dos corpos enlutados.Nenhuma agressividade se liberta do que dizesna acomodação do desejo, na rigidez dos significadosdas palavras murmuradas que nos explicam a legitimidadeda  insensível brusquidão da loucura.

Podemos dizer, sem exprimir a acomodação dos sentidos,a irrecusável notícia do mensageiro apocalíp-tico que nossurpreende enquanto paradoxo reunido à mesados  esqueletos brumosos da comunidade. O sorriso da chuva é uma ameaça à necessidadeexasperante dos sinais exteriores de melancolia.Dizes e não ouves.

Poesia

Em Março a primavera entrou. E foi um mês de poesia que teve o seu dia mundial. De sotavento a barlavento decorreram eventos. Os municí-pios da eurocidade do Guadiana, formada por V. R. de Stº António, Castro Marim e Ayamon-

te, comemoraram com sessões de poesia nas bibliotecas. Em Tavira, a editora CanalSonora organizou uma noite de leitura informal de po-esia, numa concorrida sessão aberta ao públi-co, que decorreu num novo espaço da cidade: Coffee Shop & Restaurante Álvaro de Campos. Em S. Bartolomeu de Messines a editora Arandis levou a cabo, conjuntamente com a junta de SBM, o II Encontro de escritores algarvios. Em Faro, desde fevereiro até 23 de Abril, continua a acontecer o festival ‘Poesia & Companhia’, a poesia em diálogo. Com base na Ar Quente– as-sociação cultural, poetas e artistas, tem criado espectáculos, formação, leituras encenadas, manifestando-se, literalmente, numa cidade que parece voltar a acordar, com o lema: «Em tempos de crise oferecemos poesia a dobrar».

Reflect

«O album homónimo de 2013, é um reflexo do passado, do presente e do futuro de alguém que carrega nos ombros um histórico de de-silusão e persistência, êxito e nostalgia, sofri-mento e dedicação, e muita motivação - sobre uma base instrumental de tirar a respiração, absorvendo-nos para dentro de uma narrati-va intensa e profundamente sentida». É como Joana Nicolau descreve a obra do autor da A. Pêra, fundador da editora algarvia Kimahera... e «O resto desta história são vocês que a vão escrever».

fotos: d.r.

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04.04.2014  11Cultura.Sul

Percorrendo as capelinhas: comida e afetosDa minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

“SEMANA DA PAIXÃO”Até 27 ABR | Castelo de Castro MarimO visitante é convidado a descobrir minuciosamente os ritos da Semana Santa, período compreendido entre o Domingo de Ramos e o Domingo de Páscoa, através de uma maquete de três mil peças de cerâ-mica pintada à mão que recria a paixão de CristoAg

endar

“PRIVADO”Até 12 ABR | Convento de Stº António - LouléAtravés da presente exposição, que reúne vários tra-balhos de carácter instalatório, Nuno Viegas faz com que o espectador se questione relativamente à sua pri-vacidade, à sua liberdade e ao futuro que se prepara para nós, nomeadamente no plano político/artístico

O ato de comer está inti-mamente ligado aos afetos. Os bebés sabem disso muito bem, tal como nós, que va-mos acumulando, ao logo da vida, memórias de momentos saborosos, que valeram pelo paladar, sim, mas muito mais pela companhia.

Chegaram à minha biblio-teca, recentemente, dois livros que me fizeram recordar um terceiro que aqui estava já há uns anos. Como gosto de co-zinhar, tenho muitos livros de culinária, mas estes três são especiais: todos eles falam de comidas e de receitas, é certo, mas, têm muito mais do que isso e, a mim, todos eles, por razões diferentes, me falam ao coração.

Branca Vilallonga, Receitas da minha vida.

Memórias, emoções, afectos.

O livro que despoletou to-dos estes sentimentos foi o de Branca Vilallonga, antiga di-retora do departamento edi-torial da Imprensa Nacional Casa da Moeda. Do título ao cólofon (onde se lê: «Esta edi-ção especial e limitada acabou de imprimir-se em Coimbra, em Janeiro de 2014, e chegou a Lisboa mesmo a tempo da primeira grande alegria do ano»), percebe-se que são as emoções que o norteiam, confirmado pela sua estru-tura: cada receita, na página ímpar, tem uma dedicatória à esquerda, no alto da página par que, no fundo, em jeito de rodapé, finaliza com dois ou três provérbios, ditos ou pensamentos, metáforas de amizade e carinho. Família e amigos (e alguns artistas que admira, tanto portugue-

ses como estrangeiros) são os destinatários da ternura e gentileza com que Branca Vilallonga (n)os presenteia, c o m o s e p o d e

apreciar neste exemplo de uma dedicatória a um casal amigo, que, depois de umas linhas, termina deste modo: «presente de ouro que as vol-tas da vida me deram».

No final da página, rezam dois provérbios que faço meus: «Amor antigo não enferruja» e «Amizades e telhas, as melho-res são as mais velhas».

Teresa Perdigão, Serpentina – uma tradição

de raiz

Em resultado do trabalho da antropóloga Teresa Per-digão (investigadora do IELT da U. Nova de Lisboa e autora dos conhecidos volumes da Verbo, Tesouros do Artesanato Português) saiu, em 2013, esta publicação (com uma capa e contracapa, da autoria de Inês Milagres, dignas de nota), que não é um livro de receitas, mas um livro com receitas. Destaco esta obra, porque, como todos

os trabalhos da autora, esti-mulou o meu gosto pela an-tropologia e saberes antigos.

Este volume veio diretamen-

te dos Açores, numa edição da Junta de Fregue-sia da Ribeira Chã, Lagoa, São Miguel, e fala-nos de uma raiz, a serpentina (conhecida no con-tinente como «jarro dos campos», pela semelhança com a flor decorativa a que chamamos «jarro»), que pro-vém de uma planta altamente tóxica (sim, tão tóxica que já foi usada como rodenticida), mas que, depois de um longo tratamento (limpa, raspada, lavada, cozida, ralada, coada, demolhada, secada) é trans-formada numa farinha que já foi muito conhecida e ampla-mente comercializada, até aos anos 30 do séc. XX.

Ezequiel Moreira da Silva (1893-1974), um açoriano apreciador deste produto, viu as suas potencialidades comerciais e, da mesa dos

mais desfavorecidos, foi ex-portada para a dos abastados, com muito sucesso. Na caixa do produto, vendido, então, nos Armazéns do Chiado, as suas qualidades eram realça-das («Um alimento delicioso para creanças, para adoles-centes, para toda a gente!»), destacando-se as «Conclusões da análise do Prof. Charles Lepierre: farinha tipo fécula de composição normal, bem preparada, semelhante à de arrow-root. Pode entrar na alimentação corrente. Poder alimentício – 3.500 calorias por kilograma».

Como se diz no prefácio, «quando os nossos antepas-

sados, em tempos de penú-ria, recorreram à serpentina como alimento preponderan-te, provaram-nos de que po-demos ser criativos perante as adversidades». A criatividade mantém-se nas ilhas dos Aço-res e as receitas antigas estão a ser reaproveitadas e moder-nizadas pela Escola de Hote-laria de Ponta Delgada, que criou, expressamente para este livro, receitas como esta: «medalhão de novilho com polenta de farinha de ser-pentina e espinafre salteado».

José Labaredas, Corucheà mesa e outros manjares

Em Dezembro de 1999 (ano da sua publicação pela Assírio & Alvim), o meu ir-mão mais velho (que viria a falecer daí a menos de dois anos), ofereceu-me este livro, num jantar de despedida pela minha partida para os E.U.A., onde iria trabalhar no m e u d o u t o r a m e n t o . Como não éramos mui-to dados a troca de pre-sentes e este foi o úl-timo que dele recebi, tenho-lhe um carinho especial.

Na altura, porque o meu objetivo era ler o máximo que conse-guisse nas bibliotecas americanas, decidi que ia levar apenas

seis livros portugueses (um por cada mês que lá ficaria), tendo este feito parte do rol. Não sendo nenhum de nós da região ribatejana, a esco-lha do meu irmão surpreen-deu-me, mas depois percebi: é um livro cheio de referên-cias literárias que ele sabia serem do meu agrado. Mui-to bem escrito, muito bem documentado, com menções a vários trabalhos sobre es-tes assuntos culinários, uns mais antigos e outros mais modernos, citando prodi-gamente Eça de Queiroz e contendo um exaustivo tra-balho sobre Gil Vicente, no que a comida diz respeito («E inúmeras e preciosas são as informações que todo o es-crínio vicentino nos fornece acerca da alimentação coeva e dos modos e usos de cozi-nha que, saborosamente, va-mos seguir» – p.141).

E f o i n e s t e l i v r o q u e aprendi uma curiosidade que aqui partilho: a ori-gem da «expressão ‘correr as capelinhas’ para signifi-car o périplo pelas baiucas dos grupos de amigos mais afeiçoados ao vinho» – p.59). António Houaiss diz, no seu Dicionário, que «capelinha», além de uma «capela pe-quena», é uma «pequena loja de miudezas variadas», acrescentando que, num uso informal da língua, sig-nifica «taberna», mas não

refere a palavra grega de onde ela nos chega, dire-

tamente: kapeleion, termo usado para designar taberna ou mercearia. José Labaredas conquis-t o u - m e , q u a n d o acrescentou: «Todos os grandes nomes da literatura grega a elas se referem. De Sófocles a Aris-tófanes». E referem mesmo.

Além das experi-ências que ensinam a fazer na cozinha, estes livros com re-ceitas são de ler e chorar por mais.

Imagens da capa e contra capa do livro de Teresa Perdigão e da embalagem da

farinha Serpentina

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04.04.2014 12 Cultura.Sul

A recente inscrição da Dieta Mediterrânica na lista do Património Imaterial da UNESCO veio abrir oportuni-dades para que sejam toma-das medidas de salvaguarda deste património pelos vários países envolvidos. Uma das medidas passa pela identifi-cação de práticas alimentares e competências associadas à dieta mediterrânica que se encontram dispersas; ou seja, a inventariação não só de produtos alimentares, como de técnicas de confeção, de produção e de conservação.

A Doçaria Tradicional Al-garvia é composta por uma riquíssima diversidade de produtos, tais como os famo-sos «Doce Fino», «Dom Rodri-go», «morgado», «queijos de figo», «figos com amêndoa e chocolate» e tantos outros doces tradicionais. As lendá-rias amendoeiras e as figuei-ras são as grandes protago-nistas destas obras, já que os seus frutos são os ingredien-tes principais destes delicio-sos doces.

O famoso «Dom Rodrigo», um dos doces de referência da região algarvia, de origem conventual, terá «nascido» em Lagos, como forma de agrade-cimento das freiras carmelitas do Convento de Nossa Senho-ra da Conceição (um dos raros conventos femininos do Algar-ve, do qual resta aquela que é mais conhecida como «Igreja das Freiras») a Dom Rodrigo, fidalgo e governador da Praça de Lagos, pelo seu papel fun-damental no auxílio aos sinis-trados do terramoto de 1755. As freiras, imensamente agra-decidas pelo auxílio prestado, dedicaram estas delícias de

ovos ao Governador, dando--lhes a designação de «bolos de Dom Rodrigo».

Não por acaso, decorre anu-almente, desde 1986, na cida-de de Lagos, a Feira de Arte Doce, onde a doçaria tradicio-nal algarvia é protagonista. Contando já com 26 edições, o principal objetivo desta fei-ra-concurso é preservar esta tradição algarvia, através da exposição e comercialização das iguarias e de alguns dos seus ingredientes, com des-

taque para os frutos secos, sobretudo amêndoa e figo. A atração principal são as obras de arte feitas em doce, sendo premiadas as melhores de cada edição.

Se todo o Algarve tem uma doçaria que vale a pena sal-vaguardar, Lagos conta com a presença de artesãos parti-cularmente dedicados e em-penhados em manter a sua tradição, procurando, na sua feira, contribuir para a revita-lização e preservação daquela que é uma das tradições mais genuínas da região. Não sen-do hoje o único evento do gé-nero que se realiza na região, continua a ter uma identidade muito própria, patente no fac-to de aliar a exposição e venda de produtos típicos do Algar-ve à criatividade das doceiras, sendo assim fundamental para a sustentabilidade deste patri-mónio.

Não só pela realização anual da Feira de Arte Doce, em que toda uma comunidade de do-ceiras participa, como também pelo sentimento de partilha e de pertença deste legado que se verifica nas suas gentes, La-gos é sem dúvida um local de referência para a doçaria tra-dicional algarvia e assume um protagonismo de comunidade representativa desta manifes-tação do Património Cultural Imaterial da região. Daí que a Câmara Municipal de Lagos e a Direção Regional de Cultura do Algarve tenham dado início aos procedimentos que visam a inscrição desta manifesta-ção no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial (INPCI).

Direção Regionalde Cultura do Algarve

Doce Algarved.r.

A Doçaria Tradi-c i o n a l A l g a r v i a , composta por uma riquíssima diversi-dade de produtos, é protagonista na Feira de Arte Doce, certame que decorre anualmente na cida-de de Lagos, contan-do já com 26 edições. Com a presença de doceiras e artesãos, dedicados e empe-nhados em manter a sua tradição, a feira tem, desde a sua ori-gem, procurado con-tribuir para a preser-vação e revitalização daquela que é uma das tradições mais genuínas da região, sendo fundamental para a sustentabi-lidade deste patri-mónio, que tem em Lagos uma das suas comunidades mais representativas

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Dom Rodrigo, um dos exemplos da doçaria tradicional da região