postal 1107 - 9 ago 2013

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVI • Edição 1107 • Semanário à sexta-feira • 9 de Agosto de 2013 • Preço 1 ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB Veja anúncio pág. 7 SOLUÇÃO EMIGRANTES > Menos de um ano depois de tomar posse como presiden- te da ERTA, Desidério Silva voltou a eleições encabeçando a única lista, sendo assim eleito até 2018. Saiba o que mudou na orgânica do Turismo do Algarve, as novidades que podem fortalecer a imagem da região e, as- sim, atrair mais turistas, bem como, todos os nomes da nova equipa que rege os destinos do Turismo na região. p. 3 Desidério Silva à frente do Turismo por cinco anos > Arranca no final do mês mais uma edição dos Dias Medievais de Castro Marim. Quatro dias de viagens no tempo que fazem da vila actual um cená- rio medieval com o rigor e imagi- nação que tem sido marca nos úl- timos anos, uma experiência a não perder. p. 7 Tavira mostra obra na atracção de empresas e de emprego Empreendedorismo: > 5 PUB D. R. D.R. Dias Medievais revivem a História CASTRO MARIM Olhão recebe milhares no Festival do Marisco DIVERSÃO > 4 Parque de Campismo da Ilha de Tavira As suas férias de sonho junto da natureza E-mail: [email protected] · www.campingtavira.com Telef.: (+351) 281 32 17 09 · Fax: (+351) 281 32 17 16 Tendas de aluguer Fatacil aposta em cartaz musical de luxo FEIRAS PUB > 6 D. R. CA Alterações ao Código da Estrada: Dentro em breve nada voltará a ser o que era em termos das regras de estrada que regulam a relação entre velocípedes e veículos motorizados nas estradas. Conheça no POSTAL as novidades nas regras de condução > 2 Sinal verde para as bicicletas Novidades na estrada: EM FOCO 2 DESIDÉRIO MANTÉM-SE NO COMANDO DO TURISMO 3 OLHÃO CELEBRA MARISCO AO SOM DA MÚSICA 4 TAVIRA CADA VEZ MAIS AMIGA DO INVESTIMENTO 5 FATACIL ABRE PORTAS EM LAGOA 6 CASTRO MARIM VOLTA À IDADE MÉDIA 7 FREGUESIAS DE TAVIRA CELEBRAM OS PESCADORES 8 CLASSIFICADOS 9 D.R.

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• VEJA O POSTAL DESTA SEMANA • Sexta-feira (9/8) nas bancas com o PÚBLICO • NESTA EDIÇÃO COM O CULTURA.SUL • • Partilhe o que é indispensável saber sobre o Algarve • EM DESTAQUE: > Desidério Silva à frente do Turismo por cinco anos > Novidades na estrada: Sinal verde para as bicicletas > Tavira mostra obra na atracção de empresas e de emprego > Olhão recebe milhares no Festival do Marisco > Dias Medievais revivem a História > Fatacil aposta em cartaz musical de luxo > Macário regressa à cadeira do poder em Faro • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 6 de Setembro: o indispensável sobre o Algarve

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Page 1: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

Director Henrique Dias Freire • Ano XXVI • Edição 1107 • Semanário à sexta-feira • 9 de Agosto de 2013 • Preço € 1

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

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Veja anúncio pág. 7

SOLUÇÃO EMIGRANTES

> Menos de um ano depois de tomar posse como presiden-te da ERTA, Desidério Silva voltou a eleições encabeçando a única lista, sendo assim eleito até 2018.Saiba o que mudou na orgânica do Turismo do Algarve, as novidades que podem fortalecer a imagem da região e, as-sim, atrair mais turistas, bem como, todos os nomes da nova equipa que rege os destinos do Turismo na região. p. 3

Desidério Silva à frente do Turismo por cinco anos

> Arranca no final do mês mais uma edição dos Dias Medievais de Castro Marim.Quatro dias de viagens no tempo que fazem da vila actual um cená-rio medieval com o rigor e imagi-nação que tem sido marca nos úl-timos anos, uma experiência a não perder. p. 7

Tavira mostra obra na atracção de empresas e de emprego

Empreendedorismo:

> 5

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d. r.

d.r.

Dias Medievais revivem a História

CASTRO MARIM

Olhão recebe milhares no Festival do Marisco

DIVERSÃO

> 4

Parque de Campismo da Ilha de Tavira

As suas férias de sonhojunto da naturezaE-mail: [email protected] · www.campingtavira.comTelef.: (+351) 281 32 17 09 · Fax: (+351) 281 32 17 16

Tendas de

aluguer

Fatacil aposta em cartaz musical de luxo

FEIRAS

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> 6

d. r.

CA

Alterações ao Código da Estrada: Dentro em breve nada voltará a ser o que era em termos das regras de estrada que regulam a relação entre velocípedes e veículos motorizados nas estradas. Conheça no POSTAL as novidades nas regras de condução > 2

Sinal verde para as

bicicletas

Novidades na estrada:

EM FOCO 2 DESIDÉRIO MANTÉM-SE NO COMANDO DO TURISMO 3 OLHÃO CELEBRA MARISCO AO SOM DA MÚSICA 4 TAVIRA CADA VEZ MAIS AMIGA DO INVESTIMENTO 5

FATACIL ABRE PORTAS EM LAGOA 6 CASTRO MARIM VOLTA À IDADE MÉDIA 7 FREGUESIAS DE TAVIRA CELEBRAM OS PESCADORES 8 CLASSIFICADOS 9

d.r.

Page 2: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

2 | 9 de Agosto de 2013

Ricardo [email protected]

QUANDO SE CRUZA COM UMA BICICLETA NUM CRUZAMENTO ACREDITA QUE TEM SEMPRE PRIORIDADE POR CONDUZIR UM CARRO? Esta é uma rea-lidade que está por dias para deixar de ser verdade, dentro em breve o diploma que altera o Código da Estrada aprovado no fim do passado mês pela Assembleia da República e que já foi remetido à Presidência da República para promulga-ção verá a luz do dia e o que era verdade sobre a relação entre veículos motorizados e velocípedes deixará de o ser.

Assim, quem num cruza-mento não sinalizado se cru-zar com um velocipede terá de lhe ceder passagem se este se apresentar pela direita. Outra alteração prende-se com a ul-trapassagem de velocípedes, que passa a ter de ser reali-zada com uma distância face

ao mesmo de pelo menos 1,5 metros e que passa a obrigar à redução de velocidade, au-mentando assim a segurança dos ciclistas.

Mas as diferenças não se ficam por aqui, dois ciclistas passam a poder circular lado--a-lado na via, uma vantagem importante, nomeadamen-te para quem treina ciclismo enquanto desporto e que põe fim à obrigação de transitar em fila indiana. Soma-se a permissão dos velocípedes te-rem acoplados atrelados para o transporte de passageiros e a permissão da circulação de bicicletas nos passeios condu-zidas por crianças até aos dez anos de idade.

Os veículos que podem hoje circular nas faixas BUS, nas localidades e vias onde estas existem, passam também a poder contar com mais com-panhia, uma vez que a nova legislação estipula que as au-tarquias poderão abrir estes

corredores especiais à circula-ção de bicicletas em condições de igualdade com os demais utilizadores.

Termina ainda a obrigação de circulação dos velocípedes nas vias que lhes estão espe-cialmente destinadas quando estas existam. Os condutores de bicicleta passam, apesar de existir uma via preferen-cial a poder escolher entre usar esta ou a via normal, quando não considerem que a ciclovia constitui uma alter-nativa vantajosa em termos de segurança, conforto ou competitividade.

O código passa ainda a im-por aos condutores de veícu-los motorizados uma obriga-ção genérica de assegurar que o seu comportamento na via não põe em causa a segurança dos utilizadores mais vulne-ráveis da mesma via, leia-se peões e ciclistas.

Finalmente, a indicação de uma travessia de ciclovia

passa a impor aos conduto-res de veículos motorizados a obrigação de paragem para o respectivo atravessamento como se se tratasse de uma passagem de peões.

São muitas as diferenças e importa agora assimilar as novas regras uma vez que de-terminam uma profunda alte-ração do modo de circulação dos veículos motorizados nas

vias, em particular, dentro das zonas urbanas. As regras mo-dificam de forma substancial ideias muito inculcadas nos hábitos dos condutores, que se impõe sejam alteradas para salvaguarda dos ciclistas que cada vez mais marcam pre-sença nas ruas e estradas do país.

Para João Barreto, membro da Direcção da MUBi (Associa-

ção para a Mobilidade Urbana em Bicicleta), em declarações ao POSTAL, “a legislação ago-ra aprovada constitui um pas-so de gigante no que respeita à necessidade de respeitar e facilitar a circulação de ciclis-tas nas estradas”. “Estas altera-ções colocam Portugal junto dos países com melhor legis-lação nesta área e remetem o país para o século XXI em ter-mos de legislação rodoviária”.

“Mas nem tudo está feito”, recorda o dirigente associati-vo. As novas regras do código impõem a revisão da regula-mentação de sinalização, para que as regras possam ser con-vertidas em sinais que todos conheçam e que possam na prática esclarecer os condu-tores quando se encontram em circulação na estrada.

Um trabalho por comple-tar, mas que importa referir muito pode contribuir para o aumento da segurança nas nossas estradas.

região

Novas regras protegem ciclistas na estradaCódigo da Estrada foi alterado e tem muitas novidades para as duas rodas

Ô Ciclistas com mais direitos nas novas regras do Código da Estrada

d.r.

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A solução da fábrica para os profissionais com ou sem serviço de montagem

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CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRAAVISO

Nos termos do Decreto-Lei 555/99 de 16/12, com as alterações introduzidas pela Lei 60/2007 de 4/9, torna-se público que a Câmara Municipal de Tavira, emitiu a 21 de maio de 2013, o 3º aditamento ao alvará do loteamento número 4/2003, em nome de URBICRUZ-DESENVOLVIMENTOS IMOBILIÁRIOS E URBANOS, LDA, pessoa coletiva número 503 180 505, com sede no Edifício Vera Cruz, Travessa dos Ourives, número 4 – 2º andar, sala V, em Aveiro, através do qual são licenciadas as alterações às espe-cificações do referido alvará que consistem no seguinte:

- Alteração de uso das frações comerciais dos lotes 1 e 9, de comércio para comércio e serviços;

- Alteração de uso da fração C do lote 8, de comércio para comércio, serviços e industria tipo 3;

- Alteração de uso das restantes frações comerciais do lote 8, de comércio para comércio e serviços.

As presentes alterações às especificações do alvará de loteamento nº 4/2003, foram aprovadas por despacho de 13 de maio de 2013 e enquadram-se no estabelecido no nº 8 do artigo 27º do D.L. 555/99 de 16/12, com as alterações introduzidas pela Lei 60/2007 de 4/9.

O Vice-Presidente,

Luís Alberto da Fonseca Nunes

(POSTAL do ALGARVE, nº 1107, de 9 de Agosto de 2013)

CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRAAVISO

Nos termos do Decreto-Lei 555/99 de 16/12, com as alterações introduzidas pela Lei 60/2007 de 4/9, torna--se público que a Câmara Municipal de Tavira, emitiu a 17 de abril de 2013, o 1º aditamento ao alvará do lote-amento número 2/85, em nome de Kay Louise Lumber e Robert Charles Davies, contribuintes fiscais números 246 819 006 e 246 819 316 respetivamente, residentes na rua 25 de abril, número 3, rés-do-chão esquerdo, freguesia de Santiago, neste Município, através do qual são licenciadas as alterações às especificações do referido alvará que consistem no seguinte:

- Aumento da área do lote 1, de 873,00 m2 para 1.578,00 m2, com a anexação de uma parcela de terreno, com 705,00 m2, a qual foi desanexada da parte rústica do prédio misto, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, sob o número cento e quarenta e um, de seis de setembro de mil novecentos e oitenta e cinco;

- Aumento das áreas totais dos lotes, de 4.528,00 m2 para 5.233,00 m2 e consequentemente da área de intervenção do loteamento, passando de 5.603,80 m2 para 6.308,80 m2.

As presentes alterações às especificações do alvará de loteamento nº 2/85, foram aprovadas por despacho de 02 de Abril de 2013 e enquadram-se no estabelecido no nº 8 do artigo 27º do D.L. 555/99 de 16/12, com as alterações introduzidas pela Lei 60/2007 de 4/9.

O Vice-Presidente,

Luís Alberto da Fonseca Nunes

(POSTAL do ALGARVE, nº 1107, de 9 de Agosto de 2013)

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região

9 de Agosto de 2013 | 3

Ricardo [email protected]

QUANDO DESIDÉRIO SILVA TO-MOU POSSE, em Novembro do ano passado e em pleno pro-cesso de reformulação da le-gislação que rege as entidades regionais de Turismo, muitos houve que vaticinaram ao ex--presidente da Câmara de Al-bufeira uma liderança a prazo dos destinos do Turismo do Algarve.

Dez meses depois Desidério Silva encabeçou a única lista candidata à Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA) e ganhou as eleições da passa-da terça-feira, cujo resultado foi 31 votos favoráveis, um

contra e uma abstenção.Com a vitória no sufrágio

o político social-democrata é eleito para um mandato de cinco anos e afasta o espectro de uma liderança de curto prazo e ganha o reconheci-mento de que os primeiros dez meses de mandato não foram despiciendos. Numa eleição que escolhe sempre um presidente por consenso tácito dos maiores partidos políticos (PS e PSD), Desi-dério não encontrou lista oponente e consegue assim provar que as medidas que tomou nos meses que este-ve à frente do Turismo da região se não colheram con-senso geral, pelo menos não

geraram descontentamentos insanáveis.

QUEM É QUEM NA ERTA Em re-sultado do acto eleitoral na presidência da Comissão Exe-cutiva da ERTA fica Desidério Silva, com João Fernandes, di-rector da Escola de Turismo do Algarve, e Carlos Luís, agente de viagens da região, a com-pletarem a equipa.

Na presidência da Mesa da Assembleia-geral, renova o lu-gar Álvaro Viegas, presidente da Assembleia-geral da Asso-ciação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, que conta com Isolete Correia, presidente da direcção da Associação Por-tuguesa de Portos de Recreio, como secretária da Mesa.

Novidade na orgânica da ERTA é o Conselho de Marke-ting, órgão que será respon-sável pela aprovação e pelo acompanhamento do plano de marketing proposto pela Comissão Executiva, e que contará com as presenças de Elidérico Viegas, da Associa-ção dos Hotéis e Empreendi-mentos Turísticos do Algarve, Daniel do Adro, da Associa-ção dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve, Luís

Tavares, da Associação Portu-guesa das Agências de Viagem e Turismo, Joel Pais, da Asso-ciação Portuguesa de Casinos, Laurentino de Almeida, da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor, Christopher Sti-lwell da Algarve Golfe, e Élio Vicente, da Algarve Anima.

PRIVADOS REFORÇAM PESO NA ERTA Se até agora os pri-vados tinham como domínio a Assembleia-geral da ERTA, onde estavam fortemente representados, na nova com-posição dos órgãos do Turis-mo do Algarve ganham nova força, passando a integrar um órgão dentro da estrutura executiva do organismo.

A estratégia de marketing, desde sempre o calcanhar de Aquiles das relações en-tre o público e o privado nas ERTs, passa agora a ter uma forte componente do trade e dos operadores privados em geral no processo de es-colha daquele que deve ser o fio condutor das políticas de promoção do Algarve nos mercados.

Recorde-se que a ERTA, que até à nova legislação apenas

tinha competências para a promoção do Algarve no mercado interno, por oposi-ção à Associação de Turismo do Algarve, que dominava a promoção externa, alargou a sua acção ao mercado ibérico.

É exactamente na área do mercado espanhol que Desi-dério Silva é uma mais-valia para a ERTA, uma vez que en-quanto presidente da Câmara de Albufeira e da Agência de Promoção de Albufeira, des-de sempre manteve estreitas ligações com as entidades pú-blicas e privadas espanholas com relevo na área do turis-mo, muito em particular na Andaluzia e na Galiza.

Entretanto, há que reco-nhecer a Desidério Silva, muito na tradição da postu-ra do seu antecessor António Pina, o facto de não deixar por mãos alheias a defesa dos interesses do Turismo da re-gião junto do poder central. Ainda recentemente o presi-dente da ERTA remeteu ao Governo um memorando com aquelas que são consi-deradas pela ERTA as acções fundamentais para a susten-tabilidade e desenvolvimento deste sector na região.

Desidério Silva mantém-se no comando do Turismo do AlgarveEleições ditam cinco anos de liderança para o militante do PSD

d.r.

Ô Desidério Silva encabeçou a única lista candidata à Entidade Regional de Turismo do Algarve

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

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CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRAEDITAL Nº 33/2013

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 06 de agosto de 2013 foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 117/2013/CM, referente à 9ª. Alteração às Grandes Opções do Plano e ao Orçamento;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 118/2013/CM, referente à atribuição de apoio às freguesias de Cabanas e Santiago – Festas de Verão;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 119/2013/CM, referente à atribuição de apoio à Associação Lar – Jardim-de-Infância Carlos Alberto Coelho de Lima;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 120/2013/CM, referente à atribuição de apoio em espécie à Freguesia de Santa Catarina;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 121/2013/CM, referente aos auxílios económicos para livros escolares a alunos do concelho – correção;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 122/2013/CM, referente à atribuição de apoio às freguesias de Santa Luzia e Conceição – Festas de Verão;

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 123/2013/CM, referente à alteração à tabela de preços – Livro “Dieta Mediterrânica – Património Cultural Milenar”.

Para constar e produzir efeitos legais se publica o pre-sente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 06 de agosto do ano 2013

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1107, de 9 de Agosto de 2013)

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região

Olhão celebra marisco ao som da músicaFestival do Marisco volta a ter seis dias

d.r.

Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

CONJUGAR AS MAIS DELICIO-SAS IGUARIAS da nossa costa à música é a receita de mais um Festival do Marisco de Olhão, um dos mais aguardados cer-tames algarvios que decorre de 10 a 15 de Agosto, no Jardim do Pescador Olhanense.

Os sabores do mar não vão faltar e entre santolas, lagos-tas, camarões, búzios, amêijo-as, ostras ou lavagantes, além do sempre apetecível arroz de marisco ou uma saborosa paella, se fazem os sabores de um festival que vai contar tam-bém com alguns nomes bem conhecidos da música portu-

guesa e brasileira.As novidades deste ano pas-

sam por haver mais um dia de festa em relação a 2012 e a promoção do mexilhão, pro-duzido em offshore ao largo de Olhão, como convidado a destacar nesta edição.

O cartaz musical é novamen-te outro dos pontos fortes do festival, que a par do melhor marisco da Ria Formosa, conta com artistas como Tony Car-reira, no sábado, seguindo-se nos dias seguintes Carminho, Xutos & Pontapés, João Pedro Pais, a banda de tributo U2UK e, por fim, os brasileiros Reve-lação que encerram, dia 15, a 28.ª edição do Festival do Ma-risco.

Num investimento que ron-da os 500 mil euros e com uma expectativa de receber cerca de 60 mil visitantes, Francis-co Leal, presidente da Câma-

ra de Olhão, considera que o evento “tem sido de alta ren-tabilidade para Olhão, através da dinamização turística, em-belezamento da cidade e do

comércio local”.No último ano à frente do

executivo municipal, depois de 20 anos como edil da cidade cubista, Francisco Leal diz ter “o maior orgulho em ter con-tribuído para que o Festival do Marisco desse uma volta sig-nificativa em termos de qua-lidade” e promete voltar “não como presidente da câmara, mas como pessoa que gosta de bom marisco”, sublinha.

As portas abrem ao público diariamente às 19.30 e a festa prolonga-se até à 1.30. O pre-ço dos bilhetes é de oito euros para adultos e de três para crianças dos 7 aos 12 anos, sendo a entrada grátis para os mais novos.

Ô Francisco Leal, na apresentação do Festival do Marisco

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Fatacil abre portas em Lagoa pág. 6

Macário regressa à cadeira do poder em Faro

Ô Macário Correia regres-sou às funções de presiden-te da Câmara de Faro a 25 de Julho, 23 dias depois de ter pedido a suspensão de mandato. Sem qualquer so-lução definitiva sobre o pro-cesso no qual foi decretada a perda de mandato e apenas com uma mera aceitação de um recurso da referida deci-são, Macário considera que estão “alteradas as circuns-tâncias” que levaram à sus-pensão das funções e põe as-sim fim ao consulado, breve, de Rogério Bacalhau à frente do município. Não sendo o recurso urgente e conside-radas as férias judiciais, Ma-cário deve poder terminar tranquilamente o mandato sentado na cadeira do po-der. Entretanto já apareceu, pela primeira vez em públi-co, a dar apoio à candidatu-ra de Rogério Bacalhau. RC

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regiãoCastro Marim volta à Idade Média pág. 7

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D.R.

Ô O espaço Level UP situa-se no centro da cidade

Tavira cada vez mais amiga do investimentoIncubadora de empresas inaugurada na cidade do Gilão

Ricardo [email protected]

TAVIRA JÁ TEM uma incubado-ra de empresas instalada em pleno centro da cidade, lado--a-lado com o edifício da câ-mara. Um espaço criado para ser um primeiro passo, no que toca a espaços físicos, na estra-tégia de dinamização empre-sarial traçada para o concelho pela autarquia presidida por Jorge Botelho.

Inaugurado recentemente pelo autarca e pelo presiden-te da EMPET - Parques Empre-sariais de Tavira , João Pedro Rodrigues, o Level UP - Centro de Negócios, assim se chama o espaço, arrancou com empre-sas já instaladas e foi compra-do pela empresa municipal.

Dos cinco gabinetes desti-nados a empresas, quatro já estão ocupados, e os respec-tivos contratos de instalação foram assinados na cerimónia de inauguração. O espaço ofe-rece ainda dez lugares para co-working, um balcão de apoio ao empreendedor e as valências administrativas necessárias ao funcionamento das empresas ali instaladas. O gabinete que falta ocupar receberá em breve uma star-up que dará ao pro-jecto uma verdadeira face de incubação empresarial.

Perante as dificuldades da economia e do financiamen-to ao arranque de empresas, a estratégia da EMPET passa, a par da dinamização e promo-

ção dos parques empresariais tavirenses, por flexibilizar a oferta feita pelo concelho aos empresários, criando vários patamares de atracção de in-vestimento pensados para vá-rios níveis de desenvolvimento das empresas e que permitem que estas transitem entre os re-feridos patamares conforme a sua estrutura e negócio se de-senvolvem.

ACOMPANHAR AS EMPRESAS EM CADA PASSO Um siste-ma gravitacional que tem os parques empresariais como destino final e core business, mas que cria condições para

que qualquer empresa, de qualquer dimensão, se insta-le em Tavira para dar início à sua actividade, contando com todo o apoio necessário para crescer até poder ter dimensão para vir a ocupar um lugar nos parques empresariais.

Assim, e sem descurar a procura de empresas que di-rectamente se instalem nos parques empresariais, estão criadas condições de apoio ao empreendedorismo versáteis o suficiente para garantir a atractividade do concelho ao investimento e para que destas novas empresas nasçam tam-bém negócios que ocupem no

futuro as duas infra-estruturas empresarias de grande dimen-são de Tavira.

Na calha está ainda a cria-ção de um espaço de maiores dimensões para o desenvol-vimento de empresas, situa-do no parque empresarial de Santa Margarida, que acolherá numa área de perto de 1.500 metros quadrados sete gabi-netes de incubação, 14 postos de coworking, além de outras valências. Um projecto que aguarda financiamento do Quadro de Referência Estraté-gico Nacional e que enquanto se não torna uma realidade conta com o Level Up para

garantir a implantação da es-tratégia no terreno.

INCUBAÇÃO GRAVITACIONAL No âmbito da dinamização efec-tiva da política de atracção de investimento para Tavira está ainda a implementação do conceito de incubação gra-vitacional. Neste capítulo a aposta está em abranger todo o concelho e em criar condi-ções favoráveis para que qual-quer empresa em qualquer localização possa estabelecer com o sistema de apoio aos empresários criado pelo pro-grama Ativar Tavira sinergias que maximizem as potencia-lidades de cada negócio.

Similarmente já pode qual-quer empresa do concelho contar com o apoio da EMPET através do conceito de incu-bação virtual, contando com o apoio administrativo e so-luções tailor-made para em-presas que não necessitem de instalação física num centro de negócios.

OBRA FEITA PELO EMPREGO E PELO FUTURO Para Jorge Bote-lho o que importa é que, “um pouco mais de um ano depois do lançamento do programa Ativar Tavira pela Câmara a es-tratégia está desenhada para colocar Tavira na primeira li-nha da atractividade para o investimento privado”. “Das palavras e dos conceitos pas-sou-se à acção e com uma im-plementação real e a trabalhar

em pleno”, diz o autarca.“Sabíamos o que herdamos

do anterior executivo com os parques empresariais. Uma in-fra-estrutura pesada com custos de investimento elevados que ti-nha de ser dinamizada num pe-ríodo em que nada joga a favor do empreendedorismo.

Aceitámos o desafio, fize-mos o trabalho de casa dis-cretamente e sem alaridos e estamos hoje efectivamente melhor posicionados do que a maioria dos concelhos para sermos um pólo de instalação de empresas e por via disso de criação de emprego”, sublinha.

“Num momento em que a política da obra de betão e da construção civil não tem lu-gar, a diferença faz-se assim, colocando Tavira estrategica-mente na rota do emprego e do investimento e desenhan-do um futuro melhor para os tavirenses e para os empresá-rios. Não terá a visibilidade de outros tempos de obra fácil, mas sabemos que encetámos um caminho de futuro que era imprenscindível desbravar”, refere o autarca.

“Com estratégias como Ati-var Tavira e a candidatura a Património Imaterial da Hu-manidade, com a Dieta Me-diterrânica, criámos a base para uma Tavira diferente e melhor no futuro. É este o ca-minho quando o óbvio já não é solução e isso é que importa que se perceba”, conclui Jorge Botelho.

A DISTRITAL DO ALGARVE DO PS pediu na semana passada ao Governo para que sejam completadas as obras na EN 125 e colocou a hipótese de os municípios partirem para os tribunais.

A Federação Regional do PS recordou o caso de Ferreira do Alentejo, que interpôs uma pro-vidência cautelar contra a Estra-das de Portugal, Ministério da

Economia, Ministério da Agri-cultura e uma concessionária a propósito da A26 e que culmi-nou com uma multa de 43 euros diários aos respectivos ministros.

“Depois de tantas insistências junto dos organismos governa-mentais, quer dos municípios afectados, quer de instituições da sociedade civil, será preci-so que os municípios algarvios também recorram aos tribunais

para que as obras se iniciem e se-jam devidamente concluídas?”, questiona a distrital socialista, num comunicado assinado por António Eusébio, presidente do PS/Algarve.

O PS/Algarve “exorta o Gover-no e a empresa Rotas do Algar-ve Litoral a evitarem mais uma vergonhosa condenação judicial pela sua inacção irresponsável, se bem que já nada possam fa-

zer para escaparem à censura popular”.

No comunicado é ainda su-blinhado que a “suspensão dos trabalhos e o abandono dos es-taleiros causam um conjunto de riscos inerentes à circulação em via sem sinalização suficiente e sem vedações seguras, credíveis ameaças ambientais e possíveis danos na saúde e na integrida-de física”. Lusa

EM CAUSA FIM DAS OBRAS NA EN 125

PS/Algarve ameaça levar Governo a tribunal

Ô António Eusébio, presidente do PS/Algarve

D.R.

Page 6: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

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6 | 9 de Agosto de 2013

região

tel 281 325 647 • fax 281 325 781 • tlm 917 811 380 • [email protected] Baltazar G. Lobato, 4-A (em frente às Escolas Primárias da Estação da CP) 8800-743 Tavira

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Fatacil abre portas em LagoaCartaz musical de luxo em destaque

Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

A FATACIL, principal certame generalista da região, abre portas em Lagoa no próximo dia 16 e prolonga-se até dia 25 de Agosto, no Parque Munici-pal de Feiras e Exposições.

Num recinto com 40 mil metros quadrados, a Fatacil contará este ano com cerca de 600 expositores, uma redução visível em relação a 2012, pese embora o cartaz se mantenha de luxo e todos os sectores de-vidamente preenchidos.

No sector da gastronomia os produtos de excelência regio-

nais e nacionais não vão faltar e há espaço para os melhores vinhos, licores, queijos, enchi-dos, pratos de carne e peixe, doçaria e outras especialida-des da gastronomia tradicio-nal para degustar e apreciar ao longo dos dez dias.

O artesanato, uma das for-tes apostas da Fatacil, integra cerca de 180 artesãos que, ao vivo, demonstram com mes-tria a arte daquilo que melhor se faz no nosso país.

Outras das actividades que mais deslumbram os visitantes são os espectáculos equestres que este ano contam com a presença de algumas das mais

prestigiadas coudelarias portu-guesas, espanholas e brasileiras.

OFERTA MUSICAL ATRAI MILHA-RES Não obstante se tratar da maior feira multissectorial a sul do Tejo, a Fatacil aposta muito na animação musical e, assim, todas as noites há lugar para alguns dos mais famosos nomes do panorama musical nacional, a partir das 22.30 horas.

Na primeira noite, sexta-fei-ra, cabe aos algarvios Entre As-pas abrir o cartaz musical. De Alcobaça chegam no sábado, dia 17, os The Gift, naquele que é um dos mais aguarda-dos concertos da Fatacil. O primeiro fim-de-semana ter-mina com o bom humor de Herman José & Orquestra.

Durante a semana seguem--se José Cid (dia 19), Vol.2 e Os Azeitonas (20), Miguel Gameiro (21) e Emanuel (22).

O último fim-de-semana reser-va alguns dos mais aguardados artistas a passar em Lagoa este ano. Sexta-feira, 23, os Expensi-ve Soul, sábado João Pedro Pais e, a fechar, no domingo, Pedro Abrunhosa, prometem fazer do palco principal uma festa de acordo com a qualidade que nos habituou a Fatacil.

Os bilhetes custam cinco euros, sendo que o bilhete fa-miliar, para quatro pessoas, custa 15. Crianças até aos 12 anos têm entrada livre.

Ô Espectáculo de Pedro Abrunhosa encerra certame

d.r.

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região

9 de Agosto de 2013 | 7

Ô Vila viaja na máquina do tempo e recua muitos séculos atrás

Castro Marim volta à Idade MédiaDias Medievais a não perder no final do mês

AGOSTO É SINÓNIMO DE VIA-GEM NO TEMPO em Castro Marim e, uma vez mais, a vila altaneira traja a rigor para a 16.ª edição dos Dias Medievais, que este ano se realizam de 22 a 25 deste mês.

Ponto alto do calendário fes-tivo do concelho, os Dias Medie-vais cruzam história e fantasia perante o deleite dos milhares de visitantes esperados que, durante quatro dias, são transportados à sempre enigmática Idade Média.

Ao temor dos exímios cava-leiros, dos arqueiros e besteiros, junta-se o misticismo de mágicos e adivinhos, cuspidores de fogo ou encantadores de serpentes e os mesteres medievais, como são os boticários, ferreiros, moleiras e iluminadores, fazendo, assim, a vila recuar mil anos, nem que seja por umas horas.

O programa ainda não está definido, mas terá decerto o ri-gor e a imaginação das edições

passadas e além dos cavaleiros, dos armeiros, bruxas ou contor-cionistas, há ainda lugar a desfi-les medievais que representam as diferentes classes sociais mis-turando nobres, clérigos, bur-gueses e povo numa arruada que, como não podia deixar de ser, conta com os sempre diver-tidos bobos, malabaristas, equi-libristas e bufões.

Aquela que foi a mais negra era da história da humanidade

é assim revisitada em mote de alegria e nem a gastronomia é esquecida com o tradicional banquete medieval em que bri-lham as iguarias da época e as representações durante o festim.

Há ainda teatro, exposições e recriações a cada canto que tor-nam este num dos mais marcan-tes eventos do calendário algar-vio de Agosto. Se estas razões não bastam garantida está sempre a diversão e o sonho. PR/RC

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região

8 | 9 de Agosto de 2013

ESTE FIM-DE-SEMANA HÁ FESTA RIJA em Santa Luzia, no concelho de Tavira, onde, de 9 a 12 de Agosto, se celebram as tradicionais festas em honra dos pescadores.

Num local onde os visitantes podem disfrutar da privilegia-da vista para a Ria Formosa, dar um pulo até às fantásticas praias da Terra Estreita e Barril ou saborear os melhores pratos típicos da região, há a partir de hoje mais uma razão para uma visita àquela que também é co-nhecida pela “capital do polvo”, com actividades para todos os gostos durante o dia e, claro, muita música noite dentro.

Durante o dia há as tradicio-nais e sempre concorridas brin-cadeiras que animam miúdos e graúdos com destaque para o “Pau de Sebo”, para as regatas na ria ou para as construções na areia.

À noite há os animados bailes e a presença de Bonga (dia 10) e José Cid (dia 12) são os maiores destaques entre outras bandas e

djs que vão garantir a animação todas as noites.

CABANAS DE TAVIRA No fim-de--semana seguinte, de 15 a 18 de Agosto, é a vez da freguesia de Cabanas de Tavira celebrar a Festa dos Pescadores em hon-ra de Nª Senhora do Mar, onde, até domingo, há outra belíssi-ma marginal preenchida por uma feira de artesanato, inú-meras actividades e a indispen-sável animação musical.

Na quinta-feira, dia 15, além da abertura da feira, marcada

para as 18 horas, há um sunset que promete aquecer residen-tes e turistas para um fim-de--semana de festa. Sexta-feira a noite começa com baile, se-guido do grupo de dança Arte da Ria. Mais tarde, às 23.30 horas, há a Grande Noite do Fado com actuações de Pedro e Teresa Viola, Alcino Bom e Aurora Gonçalves.

No sábado, o destaque vai para os frenéticos La Plante Mu-tante. A fechar e antes mesmo da música há lugar à tradição com a Tirada de Fitas (15 ho-ras), o Pau de Sebo (16 horas), seguidos da missa solene e da procissão em honra de Nossa Senhora do Mar. A noite conta com os concertos de G.Y.G.G.Y e Urbanvisz. Por fim, é a vez do dj Fábio Palma pôr todos a dançar.

Razões mais do que suficien-tes para visitar duas das mais procuradas freguesias do con-celho, onde se junta a beleza do espaço, a simpatia de quem re-cebe e muita animação sempre com entrada livre. PR/RC

d.r.

Freguesias de Tavira celebram os pescadoresFestas em Santa Luzia e Cabanas

Ô José Cid em Santa Luzia

TAVIRA

Freguesia despede-se do Dia de SantiagoA JUNTA DE FREGUESIA DE SAN-TIAGO, em Tavira, celebrou no passado dia 25 de Julho o Dia de Santiago, naquela que foi a última comemora-ção da data enquanto fregue-sia, uma vez que será extinta após as eleições autárquicas de 29 de Setembro.

Contudo, o dia era de festa e começou por ser de homenagem

a cidadãos e entidades da fregue-sia e da cidade, numa cerimónia realizada na Biblioteca Álvaro de Campos. Entre os homenagea-dos destaque para Geraldo de Jesus, saudoso fotojornalista e colaborador do POSTAL.

Feitas as devidas homena-gens, as comemorações do Dia de Santiago continuaram com a celebração de uma eucaristia

na Igreja de Santiago.Para a noite estava reserva-

da a maior dose de animação com a realização de dois espec-táculos no Anfiteatro da Praça da República, onde os passos marcados pelo Clube de Dan-ças João de Deus e o ritmo de Beto Kalulu deram cor ao ‘úl-timo’ dia da freguesia.

PR/RC

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

>> SOLUÇÃO da edição passada >> ASSINALE A FRASE CORRETA

A razão ainda que severa,

Ora, vê lá se sabes este provérbio:

Quem semeia ventos,

� colhe tempestades.

� ao inferno vai parar.

Ora, vê lá se sabes este provérbio:

; é sempre amiga e sincera.

� leva o coração à miséria.

Município de AljezurAVISO

Elaboração do plano de pormenor da área de intervenção específica da Paisagem Oceano (loteamento Paisagem Oceano)

Dr. José Manuel Velhinho Amarelinho, presidente da Câmara Municipal de Aljezur:

Faz público que a Câmara Municipal de Aljezur, com endereço postal no edifício dos Paços do Concelho, rua Capitão Salgueiro Maia, 8670-005 Aljezur, telef. n.º 282990010, fax n.º 282990011 e endereço eletrónico [email protected], na sua reunião realizada no dia 28/05/2013, deliberou, de acordo com o n.º 1 do artigo 74.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro, promover a elaboração do “Plano de pormenor da área de intervenção específica da Paisagem Oceano (loteamento Paisagem Oceano)”, fixar o prazo máximo de 6 (seis) meses para a sua elaboração, bem como estabelecer o período de participação de 15 (quinze) dias, contados a partir do dia seguinte ao da publicação do presente aviso no Diário da República, para formulação de sugestões e apresentação de informações sobre quaisquer questões que possam ser consideradas no âmbito do respetivo procedimento de elaboração.

Os termos de referência foram aprovados por deliberação tomada na reunião de 09/07/2013.

Durante o período fixado para a participação, que poderá revestir qualquer meio escrito, poderão os interessados consultar os elementos que constituem este processo, no Departamento Técnico de Obras e Urbanismo desta Câmara Municipal, no endereço acima referido, entre as 9:00 e as15:30 horas.

Aljezur, 23 de julho de 2013

O Presidente da Câmara

Dr. José Manuel Velhinho Amarelinho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1107, de 9 de Agosto de 2013)

Município de AljezurAVISO

Elaboração do plano de pormenor para a área de intervenção específica de equipamentos e uso turístico a norte de Aljezur (zona desportiva)

Dr. José Manuel Velhinho Amarelinho, presidente da Câmara Municipal de Aljezur:

Faz público que a Câmara Municipal de Aljezur, com endereço postal no Edifício dos Paços do Concelho, rua Capitão Salgueiro Maia, 8670-005 Aljezur, telef. n.º 282990010, fax n.º 282990011 e endereço eletrónico [email protected], na sua reunião realizada no dia 28/05/2013, deliberou, de acordo com o n.º 1 do artigo 74.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro, promover a elaboração do “Plano de pormenor para a área de intervenção específica de equipamentos e uso turístico a norte de Aljezur (zona desportiva)”, fixar o prazo máximo de 6 (seis) meses para a sua elaboração, bem como estabelecer o período de participação de 15 (quinze) dias, contados a partir do dia seguinte ao da publicação do presente aviso no Diário da República, para formulação de sugestões e apresentação de informações sobre quaisquer questões que possam ser consideradas no âmbito do respetivo procedimento de elaboração.

Os termos de referência foram aprovados por deliberação tomada na reunião de 09/07/2013.

Durante o período fixado para a participação, que poderá revestir qualquer meio escrito, poderão os interessados consultar os elementos que constituem este processo, no Departamento Técnico de Obras e Urbanismo desta Câmara Municipal, no endereço acima referido, entre as 9:00 e as15:30 horas.

Aljezur, 23 de julho de 2013

O Presidente da Câmara

Dr. José Manuel Velhinho Amarelinho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1107, de 9 de Agosto de 2013)

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NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRANos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia trinta de Julho de dois mil e treze, de folhas quarenta e seis a folhas quarenta e sete, do livro de notas para escrituras diversas número cento e sessenta e cinco – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual:

JOSÉ ANTÓNIO MARTINS, NIF 104.781.297 e mulher ILDA GONÇALVES MAR-TINS, NIF 104.781.289, ambos naturais da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes em Porto Carvalhoso, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, de-clararam:

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio ur-bano, composto por edifício térreo com vários compartimentos, destinado a habi-tação, sito em Porto Carvalhoso, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, com a área total de duzentos metros quadrados, a confrontar do norte e nascente com Paulino Luís Martins, do sul com José António Martins e do poente com a rua, inscrito na matriz sob o artigo 3.254, com o valor patrimo-nial tributável e igual ao atribuído de ONZE MIL SEISCENTOS E TRINTA EUROS, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

Que eles justificantes adquiriram este prédio, no ano de mil novecentos e setenta e oito, em data que não podem precisar, por partilha verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, por óbito dos pais do justi-ficante marido, Manuel António e Maria José, residentes que foram no dito sitio de Porto Carvalhoso.

Que desde esse ano possuem o prédio em nome próprio, usufruindo do mesmo, fazendo as obras de conservação e reparação necessárias, pagando contribui-ções e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o prédio por usucapião.

Que os prédios têm a natureza de bens comuns do casal.

Que atribuem a esta justificação o valor de ONZE MIL SEISCENTOS E TRINTA EUROS.

Tavira, aos 30 de Julho de 2013

A funcionária por delegação de poderes;

Irene Maria Pereira Lourenço Rodrigues - Inscrita na O.N. sob o n.º 87/2

Conta registada sob o nº. PAO 951 / 2013 Factura nº. 0959

(POSTAL do ALGARVE, nº 1107, de 9 de Agosto de 2013)

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As alterações ao Código da Estrada ditam vantagens para ciclistas e peões, na mira da lei está a condução agressiva de veículos motorizados e a perspectiva de uma adesão às duas rodas (Ler pág. 2).

Novela autárquica

Mais um capítulo da novela autárquica que envolve os tribunais e Macário Correia. Desta vez o episódio “O regresso” devolve o poder ao autarca, seguem-se as cenas dos próximos capítulos (Ler pág. 4).

Pedro MestreArquitecto

Um grupo de investigação norte-americano, constatou que a prática da Meditação contribui para que os alu-nos tirem melhores notas. A razão de só agora se divul-gar este facto, denota bem

o atraso, chegámos à con-clusão que podemos tirar melhores notas meditando, quando a sua prática diária, mudaria o mundo. Em tem-pos de Inquisição Medieval, foram eliminados todos os que não se alinhavam com os dogmas da Igreja, hoje temos pelo contrário uma ciência, sem suporte espiri-tual, uma cultura que anda de braço dado com a violên-cia nas escolas.

A Meditação, começa por ser uma via de aperfeiçoa-mento. Meditar é conhecer a Verdade. É uma prática milenar, rumo à iluminação. O espírito depois de passar por uma série de ciclos de vidas, só tem um caminho… “é convidado a despertar”, a sair do obscurantismo em que se atolou, é essa a men-sagem de Cristo.

Uma vez iniciada esta via,

deixa os vícios terrenos que o atrasaram durante milé-nios. Dalai Lama disse:…“A melhor religião é aque-la que é capaz de te fazer melhor”. A via da Medita-ção não sendo considera-da uma religião, acaba por ”religar” tão eficazmente o devoto a Deus, e a mostrar--lhe o caminho, que resolve os problemas do mundo. Está ao alcance de qualquer um aquietar a mente. Por enquanto não somos do-nos de nós próprios, não somos senhores da nossa mente, ela continua a dar--nos ordens. A nossa mente é um navio com muitos co-mandantes, cada qual, dita a sua ordem, a sociedade é o reflexo do nosso interior, são confusas as decisões dos homens, confusa é a socie-dade… acaba por só existir o caminho da paz interior.

Quem olha para fora so-nha, quem olha para den-tro, desperta. O mundo dito real, é um perfeito embuste. O trabalho interno, tem a capacidade de nos transfor-mar. A Paz por enquanto só existe no papel, ainda não chegámos à Paz interior. Cristo e Buda deixaram-nos ensinamentos sobre Medi-tação, esta prática forma al-mas, que contribuem para um mundo perfeito, isso é indigesto aos olhos da so-ciedade. Muitos meditantes foram considerados lou-cos… pela lama social. Uma prática perfeita que devia ser adoptada nas escolas do primeiro ciclo como na pré-escolar. As crianças que vêm a este mundo são con-frontadas com muitas infor-mações que em nada as aju-dam, chamamos inteligente àquele que vive enganando

o próximo, forte àquele que agride os colegas nas esco-las, fazemos por ignorar os resultados dessas práticas, continuamos lobos de nós próprios. Ainda alimenta-mos a ideia de que se pode manter estável um mundo baseado no medo.

A Meditação provoca uma mudança radical no com-portamento dos humanos. Segundo as estatísticas a sociedade ainda não parou de se autodestruir. A solu-ção existe há milhares de anos, morremos cheios de doenças, e levamos para o outro lado problemas por resolver, porque ainda não sabemos perdoar. Perdoar é uma atitude de muita sa-bedoria, não é para todos. A Meditação tem o condão de eliminar esses venenos, as melhores notas acabam por ser uma ínfima parte

do caminho, julgamos sen-tirmo-nos bem, mas não es-tamos bem. Até quando as nossas crianças continuam inibidas desta prática que faria delas pioneiras da concórdia e da Paz nas es-colas futuras. Lamentamos a violência mas não quere-mos a solução.

Dizem os textos Gnósticos que a Meditação é o pão do sábio, um Desígnio Divino feito para o homem com a finalidade de o elevar espi-ritualmente. O saber livres-co é bagagem para intelec-tos, apenas uma ferramenta que nos permite resolver os problemas na Terra, nenhu-ma raça até hoje se elevou deixando para trás o supor-te Divino. O espírito sai en-riquecido com a prática da Meditação, deixa as vestes rotas, para seguir o cami-nho da Paz.

9 de Agosto de 2013 | 11

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Director Comercial: Basílio Pires Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricar-do (CP 388), Pedro Ruas. Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire, inscrito sob o nº 211 612 no Registo das Empresas Jornalísticas. Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:9.194 exemplares

2000 anos depois…

Eduardo DiasMeditação Atma Kriya

Senhor Dr. Jorge Botelho

A primeira Carta Aberta que lhe dirigi e aqui publi-cada neste mesmo “Postal” em 31 de Maio p.p., visa-va um objectivo bem cla-ro: obter de si a resposta à questão que lhe colocara em carta de 27 de Outubro de 2009 e continuada em mais seis cartas que se lhe seguiram, às quais nunca se dignou responder. Ad-miti que ao trazer a ques-

tão para o espaço público o Senhor se dignasse cumprir um elementar dever cívico e que seria: responder-me. Não o fez. Por isso aqui es-tou, para lhe dizer muito frontalmente que o Senhor tem revelado um compor-tamento nada condizente com o cargo que por elei-ção lhe foi conferido. A sua condição de Presidente da Câmara obriga-o ao cum-primento dos mais elemen-tares princípios da cidada-nia, que pelos vistos deles se terá esquecido. E este caso é prova disso.

A questão que nos opõe nem sequer é de carácter pessoal para que se pudesse dar ao capricho de a desva-lorizar, negando-me qual-quer atenção. Ela é mesmo de interesse público, por isso convém lembrar-lhe

algo de muito importante.Quando da minha carta

de 27/10/09, alimentei a esperança de que o Senhor, acabado de ser eleito, es-tivesse determinado a en-frentar e resolver os pro-blemas que transitaram do mandato que lhe antecede-ra. Vã esperança. Enganei--me. O Senhor é mesmo in-capaz de os resolver, como neste caso, refém que está de uma herança envenena-da que não soube gerir e da qual não sabe como se livrar. Chegam-me rumores que me falam disso. Estou a falar do Regulamento Mu-nicipal para a Urbanização e Edificação no concelho de Tavira (RMUE); concre-tamente, o seu Artº 32º, nº 1 que eu contestei desde o início por considerá-lo um “aborto”, produto de uma

indigência cultural e técni-ca que grassava aí por “cer-to” sector dos serviços téc-nicos e do analfabetismo funcional de quem o conce-beu e dele fez arma de arre-messo para infernizar a vida de cidadãos, causando-lhes enormes prejuízos. E tive-ram a boa companhia de TODOS quantos o sanciona-ram: Câmara, Tribunal Ad-ministrativo e Fiscal de Lou-lé (TAF-L), Tribunal Central Administrativo Sul TCA-S e Senhora Procuradora Ge-ral Adjunta. Por isso decidi questioná-lo para saber do seu entendimento quanto a esse famigerado artigo. E foi o que se viu: fechou-se em copas numa atitude cómoda e muito praticada por aque-les cuja coluna vertebral é bastante maleável e conse-quentemente adaptável às

circunstâncias.Compreendo perfeita-

mente o seu embaraço. O Senhor não tem coragem para enfrentar os tribunais e não só, pois também pe-rante mim não teve essa coragem. Nem ao menos a dignidade de responder a uma das 7 cartas que lhe enviei. Logo, face a este qua-dro, nada mais há a esperar. Nada mesmo!

E termino manifestan-do aqui o meu desaponta-mento por mais uma vez ter acreditado em “coisas”. Como essa de ter manifes-tado “... o meu desejo de ver este assunto devida-mente sanado a breve tre-cho e com desfecho digno para ambas as partes”... Foi mesmo de quem acredita (ainda) no Pai Natal. Vou procurar a cura.

Segunda Carta Aberta ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Tavira

Page 12: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

O BLOCO DE ESQUERDA VAI APRESENTAR PEDIDOS DE IM-PUGNAÇÃO de 11 candidatu-ras autárquicas no âmbito da lei de limitação de mandatos, entre as quais as do PSD em Castro Marim e Alcoutim, dis-se na passada terça-feira fonte do partido.

Em declarações à Lusa, o co-ordenador autárquico do Blo-co de Esquerda, Pedro Soares, explicou que vão ser entregues pedidos de impugnação de candidaturas nos concelhos de Alcácer do Sal, Aveiro, Beja (dois candidatos), Castro Ma-rim (Francisco Amaral), Évora, Guarda, Lisboa, Loures, Porto e Tavira (José Estevens).

Pedro Soares referiu que, caso o pedido de impugna-ção seja rejeitado, pode ainda ser realizada uma reclamação, também junto do tribunal da respectiva comarca, seguindo--se um eventual recurso para o Tribunal Constitucional, em última instância, que terá dez dias para decidir.

Na passada terça-feira, o partido liderado por Catarina

Martins e João Semedo havia anunciado os pedidos de im-pugnação das candidaturas dos actuais presidentes das Câmaras de Castro Marim e Al-coutim a municípios vizinhos.

O presidente da Câmara de Castro Marim, José Estevens, está impedido de se candidatar a um novo mandato naquele concelho e anunciou que vai liderar a lista do PSD à Câmara de Tavira.

Por seu lado, o autarca de Alcoutim, Francisco Amaral, encontra-se em situação idên-tica e anunciou que vai con-correr pelo PSD à Câmara de Castro Marim.

Recorde-se que o Movimen-to Revolução Branca também já recorreu aos tribunais com providências cautelares no sen-tido de travar candidaturas de ex-autarcas candidatos a mais de três mandatos consecutivos.

Uma situação que caberá em última análise ao Tribunal Constitucional resolver agora que estão fechadas as apresen-tações de candidaturas nos tri-bunais de comarca. RC/Lusa

Candidatos do PSD/Algarve na mira do BlocoEm causa José Estevens e Francisco Amaral, candidatos a Tavirae Castro Marim

Ô Bloco pede impugação da candidatura de dois autarcas algarvios

d.r.

últimaTiragem desta edição:9.194 exemplares

O POSTAL regressa no dia 6 de Setembro

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Page 13: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

AGOSTO 2013 | n.º 60

www.issuu.com/postaldoalgarve9.194 EXEMPLARES

Mensalmente com o POSTALem conjuntocom o PÚBLICO

Ele, ela e o Globo

p. 8

Contos de Verãona Ria Formosa:

photoarch/ricardo soares

Espaço Cria:

O verdadeiro desafio para o autor é a protec-ção da sua obra

p. 2

Letras e leituras:

Gostos e cheiros traduzidos em palavras

p. 4

Momento:

Portimão, “work in progress”

Sala de leitura:

Na senda das pedras falantes

p. 7

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d.r.

p. 9

d.r.

Palato, à mesa com a envolvente

p. 5d.r.

Page 14: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

09.08.2013 2 Cultura.Sul

Os termómetros sobem e a Cultura sai à rua, e abandona em grande medida os espaços fechados em que faz as delícias dos visitantes nos meses menos ensolarados.

A Cultura do estio não é ou-tra diversa da do resto do ano, é a mesma. Expressa de formas menos formais e conceptuais, muitas vezes, ganha cor, sabor, leveza e absorve realidades mar-ginais para o seu espectro inte-rior. Não deixa, no entanto, de ser Cultura e de merecer a aten-ção de quem com ela se cruza ainda que em época de férias.

As feiras, os mercados, os fes-tivais, são exemplos do ser e do estar algarvios e proliferam nes-ta altura do ano para acolher ao sabor dos elementos os muitos milhares que nos visitam com a mesma vontade com que re-cebem aqueles que 365 dias por ano fazem do Algarve a sua terra.

As ruas vêem-se invadidas por costumes de outras épo-cas, por saltimbancos das sete partidas regressados dos baús da História que é o nosso pas-sado comum. Os mariscos, os peixes e os petiscos fazem-se mostrar nos largos e praças na melhor expressão da tradição gastronómica algarvia.

A música invade os palcos e faz rumar ao Algarve as mais diversas tendências sonoras, do nacional-cançonetismo ao ‘pim-ba’ puro e duro, do rock ao fado, da pop à música do mundo.

O folclore dá-se a conhecer e faz-se ver e ouvir em ritmos de corridinho marcados por rodo-piantes piruetas dignas de mes-tria. A serra revela os segredos melhor preservados e convida a ser visitada apesar do calor e ser descoberta em toda a sua beleza e hospitalidade.

O Algarve cultural pintado com as cores do Verão é mul-tifacetado e reserva a todos surpresas inesperadas numa terra onde da beira-mar à ser-ra profunda se chega num ápi-ce, percorridas apenas algumas dezenas de quilómetros.

Imperdível porque em cada ano há apenas um Verão, ape-nas um tempo com estas cores, deixemo-nos levar pelo mo-mento e pela ilusão.

A Cultura na ruaFicha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginação:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• Contos da Ria Formosa:

Pedro Jubilot• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço CRIA:

Hugo Barros• Espaço Educação:

Direcção Regionalde Educação do Algarve

• Espaço Cultura:Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Grande ecrã:Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Momento:

Vítor Correia• Panorâmica:

Ricardo Claro• Património:

Isabel Soares• Sala de leitura:

Paulo Pires

Colaboradoresdesta edição:Alexandra PiresGustavo MarcosMaria Luísa FranciscoNatércia PereiraPaulo Serra

Parceiros:Direcção Regional de Cul-tura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.issuu.com/postaldoalgarve

Tiragem:9.194 exemplares

O verdadeiro desafio para o autor é a proteção da sua obra!

O Direito de Autor, como se sabe, é o exclusivo conferido ao titular de uma obra de ex-ploração dessa mesma obra, impedindo terceiros de utili-zar esse direito. Consideram-se obras as criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico, por qualquer modo exteriorizadas. Trata-se de um conceito bastante abrangen-te em termos da realidade a proteger e, por isso, fácil de enquadrar uma criação de ca-ráter intelectual e criativo. O direito de autor pertence ao criador intelectual da obra e é reconhecido independente-mente de registo, depósito ou qualquer outra formalidade, o que traduz uma situação de custo acessível a todos os criadores. Neste aspeto, resi-de a grande diferença com a propriedade industrial que, para ser reconhecida, implica registo no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

O incremento exponencial de utilização das criações do

espírito humano pela Socieda-de da Informação, conduziu a um enorme aumento da pro-cura de obras protegidas pelo Direito de Autor, o que vem dificultar a gestão dos direi-tos pelo próprio autor. Neste

contexto, novas formas de ex-ploração emergem e a gestão coletiva, como forma de gerir as múltiplas utilizações das obras por parte de entidades a quem é atribuída essa tarefa pelos autores, ganha relevân-cia. Acresce o facto deste tipo de direito ter um âmbito ter-

ritorial, o que acaba por difi-cultar, sobretudo em determi-nadas áreas como é o caso da música, o controle individual por cada autor das utilizações de determinada obra em ou-tros territórios.

A Sociedade da Informação vem, de facto, agudizar o pro-blema de uma eficiente gestão de direitos a título individual, assumindo que o utilizador de obras quer um acesso cada vez mais rápido e ao máximo reportório possível, o que em certa medida não se coaduna

com a necessidade, legalmente imposta, de haver autorizações para utilização desses direitos. A internet como forma de dis-tribuição, resultante em grande parte da substituição do consu-mo de informação escrita pela informação digital, tem um pa-pel central nesta problemática e nunca podemos esquecer o direito à Informação que assis-te a cada um de nós e, por outro lado, à questão da subordinação do direito de autor ao interesse público. O verdadeiro desafio está em conciliar o livre fluxo de informação com a proteção da propriedade intelectual que, não constituindo um problema novo, apresenta uma dimensão nova devido à generalização do uso da internet. O Direito de Au-tor e o Direito à Informação de-verão estar em equilíbrio para que um não impeça o outro, e é neste sentido de conciliar posições que as legislações dos diferentes países tendem a ca-minhar e que algumas Diretivas recentes da UE apontam.

De facto, assistimos a al-guns conflitos de interesse entre a chamada “Indústria Criativa” e os consumidores, o que justifica a necessidade de alcançar uma solução sa-tisfatória, no respeito pelos princípios do Direito de Au-tor e salvaguardando, natu-ralmente, o direito de acesso à informação, à cultura e à educação a todos.

Jornalismo (In)dependente

A imprensa desempenha uma função socialmente primordial que ultrapassa a mera função de informar.

Inteirar, dar parecer ou ensinar são alguns dos si-nónimos de informar - um exercício subjectivo. Em últi-ma análise, a transmissão de conhecimento é sempre con-dicionada por uma série de

factores que, objectivamente, impedem a definição de uma notícia como uma realidade ascética, típica de uma ciên-cia exacta.

Ora, não nos espanta que, desde a sua origem, os meios de comunicação social te-

nham sofrido pressões da mais diversa índole, sobre-tudo quando se sabe que a «consciência da informação» cairá sempre para um lado. Resta-nos esperar que seja o nosso!

Na actualidade, a multipli-

cidade de plataformas noti-ciosas, ao contrário do que possa parecer, constituem uma fonte de liberdade, uma vez que não condicionam esse exercício de ensinar a um determinado número de agentes. Hoje, todos pode-mos presenciar factos e, atra-vés das redes digitais, passar o nosso ensino.

Num mundo onde os gran-des grupos económicos pro-curam condicionar governos e sociedades aos seus interes-ses egoístas e egocêntricos de lucro fácil e desmedido, ter a oportunidade de sermos jor-nalistas é um exercício de re-sistência que nenhum de nós deve desperdiçar.

d.r.

d.r.

Ricardo [email protected]

Editorial Espaço CRIA

Natércia Pereira Colaboradora do Gabinetede Apoio à Promoção da Propriedade Industrial, CRIA, UAlg

Juventude, artes e ideias

Gustavo MarcosAdvogado

Page 15: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

09.08.2013  3Cultura.Sul

“COMMEDIA GOURMET”24 AGO | 21.30 | Centro Cultural de LagosO humorista Chef Eduardo Madeira, autor de receitas de sucesso como “Os Contemporâneos”, “Estado de Graça” e “Anticrise”, apresenta um menu de Stand Up Comedy, música e redução de trufas, servido com boa disposiçãoAg

endar

Espaço AGECAL

Gestão cultural e recursos culturais“Gestão” refere-se ao acto de gerir,

significa administração de recursos e integra os sistemas de planeamento, organização e estruturação de meios para alcançar objectivos estratégicos, gerais e sectoriais.

A gestão comporta diagnósticos e análise, tomadas de decisão para corri-gir deficiências, também uma dimensão projectiva sobre metas e alargamento de resultados.

A Gestão Cultural, surgida na segunda metade do século XX em consequência da evolução das sociedades, focaliza-se na administração dos recursos culturais de uma determinada área geográfica, cidade, município ou região, de institui-ções públicas ou privadas. Tem funções mediadoras e operativas.

A Gestão Cultural é uma disciplina autónoma que exige, como todas as outras, estudo e conhecimentos espe-cializados, formação científica superior e técnico-profissional, experiências em contexto de trabalho, análise e avaliação.

O Gestor Cultural é fundamental-mente um gestor de recursos culturais, que poderá ser um monumento ou con-junto patrimonial, sítio arqueológico ou arquivo, biblioteca ou teatro, museu ou centro de ciência, mas também poderá gerir festivais de artes ou empresa de ser-viços culturais. O Gestor Cultural para exercer corretamente a sua profissão terá de possuir conhecimentos de Direi-to da Cultura, Economia da Cultura, ges-tão de recursos humanos em equipas de intervenção cultural, comunicação da cultura, turismo cultural, entre outros, sobretudo entender a importância das diferentes disciplinas que intervêm no fenómeno cultural.

A cultura exerce um papel central na socialização dos indivíduos e na trans-missão de valores, esta aprendizagem realizou-se tradicional e quase exclusi-vamente através da família ou do gru-po, da escola e da religião. Atualmente, e cada vez mais, essa mediação se faz pelos meios de comunicação social, em

particular da televisão, normalmente as-sociados a interesses prioritariamente comerciais.

Daqui resulta a crescente importância da educação cívica, da Gestão Cultural Pública e de organizações sem fins lu-crativos, enquanto modelo de oferta democrática na transmissão de conhe-cimentos diversos, de garantia do direito de todos à formação e à escolha indivi-dual e colectiva.

A Gestão Cultural pública centra-se

na maioria dos casos na concepção, organização e funcionamento das in-fraestruturas culturais, propriedade do Estado ou das autarquias (teatros, mu-seus, centros culturais, bibliotecas, vide-otecas…), na gestão dos meios humanos especializados e dos recursos financeiros disponíveis.

Integra a educação para os valores, a participação e inclusão de cidadãos e minorias, sejam étnicas, etárias, de gé-nero ou pessoas com limitações físicas

ou intelectuais. A Gestão Cultural privada está so-

bretudo ligada às indústrias culturais como a edição/produção, promoção e comercialização do livro, da música e discos, audiovisuais e cinema, artes do espectáculo, conservação e restauro, fes-tivais, parques temáticos, promoção e transacção de obras de arte, criação de conteúdos, …

As sociedades com melhores níveis de organização interna garantem normal-mente maior equilíbrio e cooperação entre a oferta da gestão cultural pública e privada, associando educação e acesso comunitário com uma dinâmica pro-dução de conteúdos para as culturas de apartamento, de saída e divertimento.

O ideal será a concretização de uma boa cooperação estratégica entre a ges-tão cultural pública e a privada, reco-nhecendo a importância e funções de cada uma.

AGECAL - Associação de Gestores Culturais do Algarve

Grande ecrã

“PEQUENAS E GRANDES MARAVILHAS DA NATUREZA”Até 4 SET | Centro Comunitário de Benafim - LouléExposição fotográfica de Alexis Morgan, que retrata algumas espécies botânicas e borboletas que se en-contram na região

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | 965 209 198 | 934 485 [email protected]

8ª MOSTRA DE CINEMA NÃO EUROPEU DE TAVIRA

9 AGO | ZAN VA SHOHAR KAREGAR/ THE HISTORY OF A MARRIED COUPLE (A HISTÓRIA DE UM CASAMENTO), Keywan Karimi, Irão 2012 M/6 (11’) + JODAEIYE NADER AZ AZMIN/A SEPARATION (UMA SEPARAÇÃO), Asghar Farhadi, Irão 2011 (123’) M/12

10 AGO | THE HELP (AS SERVIÇAIS), Tate Taylor, E.U.A./Índia/Emiratos Árabes Uni-dos 2011 (137’) M/12

11 AGO | HERE (AQUI), Braden King, E.U.A. 2011 (126’) M/12

12 AGO | DRIVE (RISCO DUPLO), Nicolas Winding Refn, E.U.A. 2011 (100’) M/16

15 AGO | SEARCHING FOR SUGAR MAN (À PROCURA DE SUGAR MAN), Malik Bend-jelloul, Suecia/Reino Unido/E.U.A. 2012 (86’) M/12

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

ARTISTAS | 22H15 | ENTRADA LIVRECICLO LIBERDADE CIGANA

14 AGO | JE SUIS NÉ D’UNE CIGOGNE, Tony Gatlif, França, 1999, 80’ (leg. em português)

21 AGO | VENGO, Tony Gatlif, Espanha/França/Alemanha/Japão, 2000, 90’ (leg. em inglês)28 AGO | TRANSYLVANIA, Tony Gatlif, França, 2003, 106’ (leg. em português)

Cinema não europeu no Convento do Carmo

Estamos de volta. Não faz sentido descrevermos os tempos difíceis e as lu-tas que travámos nos últi-mos anos, o que importa é que as mostras de cinema de Tavira têm lugar este Ve-rão! O local é o mesmo: os Claustros do Convento do Carmo, ao lado da igreja do mesmo nome. Duran-te os últimos meses traba-lhámos incessantemente para poder oferecer-lhes um programa coerente de histórias sensíveis e de no-tável qualidade, para serem compartilhadas no grande ecrã. Empenhámo-nos para encaixar curtas--metragens cuidadosamente escolhidas para iluminar os vossos serões.

Querendo tomar em conta ainda mais a opinião do nosso público, decidimos intro-duzir um “Prémio do Público”, tanto para as curtas como para as longas-metragens destas mostras. Por favor não hesitem em classificar cada filme que acabaram de ver no bilhete

de voto que lhes será entregue à entrada. O mesmo ajudar-nos-á para ficarmos mais cientes das vossas preferências e poderá tam-bém ajudar os criadores dos filmes! Apenas peço a todos para que não percam as duas estreias nacionais, algumas das muitas péro-las no programa deste ano. Espero que tanto a nossa selecção como o ambiente criado vos agradem! Divirtam-se!

Cinema ao ar livre em Tavira

d.r.

Page 16: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

09.08.2013 4 Cultura.Sul

“TEMPOS QUE PASSAM... RECORDAÇÕES QUE FICAM”Até 31 AGO | Galeria de Arte Pintor Samora Barros - AlbufeiraExposição fotográfica de Vítor Sousa, onde apresenta imagens inéditas, a cores ou a preto e branco, que revelam a cidade de Albufeira nos anos 1950 e 1960

“ORQUESTRA DO ALGARVE COM AMOR ELECTRO”9 AGO | 22.00 | Parque do Palácio da Galeria - TaviraA Orquestra do Algarve junta-se aos Amor Electro, a banda revelação de maior sucesso em 2011, num concerto inserido no Festival Caixa Geral de Depó-sitos 2013Ag

endar

Gostos e cheiros traduzidos em palavras

Quando li dois livros na passada semana, a marcar o início oficial das férias, lembrei-me, devido aos títulos em questão, daquelas pessoas que têm o hábito detestável de forrar os seus livros nos transportes públicos. Mas, paradoxalmente, dei por mim a compreender melhor essa atitude de ocultação pois, a marcar o início da minha época balnear, composta de leituras adiadas há um ano, li de enfiada dois livros e ambos com um certo prazer culpado, que quase me fez lê-los apenas às escondidas. Quase decidi escrever aqui sobre o primeiro dos dois, que foi, inevitavelmente, o Inferno, de Dan Brown, pois mesmo que seja para criticar pela negati-va não posso evitar a leitura. Sobre esse senhor talvez fale mais à frente no tempo, mas interessa-me agora escrever sobre - e porque afinal es-tamos em época de praia e de coisas mais light, nomeadamente leituras leves também - esse outro romance, que me prendeu logo nas primeiras linhas: O Aroma das Especiarias, últi-mo romance de Joanne Harris.

Não vou estar com paliativos. O tí-tulo é horrendo, mas isso é culpa das editoras, pois actualmente os títulos de filmes e livros estão de tal forma enredados e, por vezes, desfazados do original que depois deixam um travo amargo com certos títulos delicodoces como este que fazem lembrar tudo e não dizem nada. Outra questão bem actual é a forma como tudo parece vir em séries. Mas por vezes as trilogias ou sagas trazem esse prazer reconfor-tante de voltar a um lugar ou a uma personagem cuja força não se esgota num único romance. Este livro fecha - ou retoma (pois a autora diz que é bem possível voltar novamente a estas personagens) - o ciclo iniciado com o bem conhecido Chocolate que origi-nou um filme que recebeu nomeações aos Óscares. Quando descobri a obra desta autora foi justamente com o livro Chocolate que eu incluí (erradamente) numa espécie de subliteratura para se-nhoras, agora muito na moda. Mas este

êxito comercial surpreendeu-me, pois vinha imbuído de originalidade e de qualidade. Fui levado pela voz de Vian-ne Rocher que segue o vento, segundo uma espécie de maldição de família, até chegar a uma pequena localidade francesa, chamada Lansquenet, onde vai abrir uma chocolataria em plena Quaresma, provocando a hostilidade do padre e de outros locais. Aí perce-bemos que ela é mais do que uma sim-ples dona de casa, pois não só herdou um receituário de antigas receitas de chocolate como tem o condão de pôr a falar as pessoas mais duras. O sabor do chocolate quente funciona como uma mezinha que ajuda a derreter o cora-ção das pessoas, além de Vianne saber sempre quais são os chocolates favori-tos de cada um dos seus clientes, che-gando assim pela boca ao seu âmago.

Se bem que no seu segundo livro, Vinho Mágico, o leitor regresse ain-da a esse universo de sabores, em que uma garrafa de vinho conta uma his-tória passada na mesma localidade de Lansquenet, só voltamos a encon-trar Vianne muitos anos (e roman-ces) depois, em Sapatos de Rebuça-do, quando a sua vida e verdadeira identidade são ameaçadas por uma mulher maléfica porque, talvez, seja demasiado parecida consigo e con-siga ler bem demais a sua natureza,

portadora de uns magnificos sapatos vermelhos que brilham como cristal ou como rebuçado. Cinco quartos de laranja seria o último dessa trilogia sobre a comida, em que uma jovem, Framboise, volta também a uma lo-calidade rural, acompanhada por um velho livro de receitas, herança da sua mãe, e abre uma casa de crepes. Em Peaches for Monsieur Le Curé, tradu-zido com o infeliz título de O Aroma das Especiarias ainda que este se jus-tifique dado o tema, sente-se ainda esse dilema de uma alma nómada, fadada a seguir o vento para onde ele sopra e a ajudar aqueles que preci-sam de si, sem poder criar grandes laços afectivos, tanto que a sua rela-ção amorosa continua mas havendo um forte sentido de autonomia en-tre ambos os parceiros além de que vivem numa casa fluvial, isto é, num barco ancorado no Sena. Chegada novamente, desta feita durante o Ra-madão, à localidade de Lansquenet, que aqui mais parece uma alegoria da França, Vianne vai ser confrontada com uma espécie de alter ego. O ce-nário está agora repleto de novos ha-bitantes, pois instalou-se uma comu-nidade muçulmana no outro lado do rio, que chega mesmo a improvisar uma mesquita onde até a chaminé de uma antiga fábrica é aproveitada

como torre de onde se fazem ouvir os chamamen-tos para as orações. A “Dama Escor-pião”, uma mulher que anda per-manentemente coberta de negro, vai provocar o desconforto nessa pa-cata comunidade, não só entre a po-pulação local como entre os próprios muçulmanos, quando chega a abrir uma escola para raparigas (no antigo espaço abandonado da chocolataria) ensinando-lhes o valor da tradição e de se respeitarem ao andarem co-bertas. E Vianne, apesar de atacada e ofendida, vai acabar por aprofundar a sua relação com o padre que antes a hostilizava, da mesma forma que irá ajudar a sarar a divisão que grassa entre as duas comunidades e no seio de cada uma.

O livro está efectivamente bem es-crito e as personagens são detento-ras de densidade psicológica, além de que se consegue manter o suspense

até final da história quando final-mente se percebe o que esconde a mulher de negro por trás daquele véu. A tensão que se vai criando ao longo da história, que é contada, pela primeira vez nesta série, a duas vo-zes, alternando o registo na primei-ra pessoa entre Vianne, essa xamã do chocolate, e o padre, só é resolvida mesmo no final do romance e conse-gue criar um forte impacto no leitor,

quando finalmente se per-cebe os obscuros segredos que motivam o estranho comportamento de Inès, a Dama Escorpião.

Quando penso no pra-zer de ler Joanne Harris lembro-me ainda muito bem de outro livro fabu-loso, cujo título Gentle-men & Players foi tradu-zido por Xeque ao Rei. Esse romance marcou--me imenso ao ponto de me provocar uma genuína exclamação de surpresa que en-controu eco na re-acção de admiração despertada noutras pessoas a quem fiz questão de oferecer o livro mas na sua versão original. Sem querer criar aqui um spoiler tenho que dizer que esta autora consegue,

durante todo o ro-mance, criar uma tensão idêntica, em que as informações vão sendo dadas espaçadamente, numa longa e len-ta digestão de uma história original, que narra o desenrolar de uma ami-zade quase obsessiva de um rapaz em relação ao outro, num registo mais uma vez paralelo com a história de um professor do colégio onde um dos rapazes estuda. Só nos últimos capítulos percebemos que aquele jo-vem que vive nas imediações de um colégio interno de rapazes e que se aproxima por uma espécie de plato-nismo do outro rapaz, aluno inter-no do colégio, até quase inundar a sua vida, é, afinal, outra pessoa, ins-tituindo assim um inovador e apra-zível jogo ficcional que, infelizmente, se perde na tradução, mas nem por isso rouba o prazer e o impacto da surpresa a um leitor contemporâneo, que é cada vez mais difícil de surpre-ender.

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

Letras e Leituras

d.r.

A escritora Joanne Harris

Page 17: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

09.08.2013  5Cultura.Sul

A gastronomia faz-se de mil cores, aromas e sabores, numa paleta que se mistura para deleite dos comensais e se reinventa numa geração incessante de cruzamentos entre tradição, Histó-ria e modernidade.

É exactamente a gastronomia o ponto de partida do projecto Palato que se vem mostrando aos algarvios pelas mãos da Xerem, uma associa-ção cultural que decidiu dar vida e forma a uma visão única e rara da arte e da cultura algarvias numa de-monstração de que nem tudo o que supostamente não se cruza se deve manter assim.

A mesa como ponto de partida

O prazer da mesa, a gastronomia e a capacidade que de agregação que o acto de comer tem são o mote para o Palato, é em torno desta “mesa” que os artistas, os investigadores, os amantes do património e do território, enquan-to espaço cultural geodeterminado, e os internautas se querem sentados.

Espaço privilegiado escolhido para o diálogo entre as variáveis que com-põem este projecto, a mesa, símbolo da gastronomia, e o acto de cozinhar, fonte de todos os repastos, são a ágora para um diálogo que se quer demons-trativo do património e do território, enriquecedor porque integrador de várias expressões culturais, e partilha-do, enquanto acessível a públicos insus-peitos perdidos na web que partilham com a assistência in loco as performan-ces criadas para dar corpo ao Palato.

A web como plataforma de partilha

A casa do Palato é antes de mais a internet. A rede acolhe o sítio www.palato.org onde o projecto se eterniza entre a escrita, as fotos e os vídeos. Ali se espelham os resultados de cada per-formance, mas também se antecipa o próprio desenvolvimento do projecto.

O sítio é um organismo. Vive e de-senvolve-se, expõe e apresenta e, final-mente, ali se consolida a experiência daqueles que entram em contacto com o projecto cultural.

É também na rede que o Palato con-vida os internautas, em qualquer sítio do globo, a partilharem em directo as

experiências que a Xerem desenvol-ve no âmbito do projecto. Ao vivo e a cores, num qualquer local com acesso à internet é possível assistir às perfor-mances e partilhar experiências através de um chat em tempo real que permite uma interacção entre os artistas e inves-tigadores e quem está do outro lado, perdido na internet.

Cozinhando na Paisagem

Cozinhando na Paisagem é a perfor-mance do Palato junto do património

edificado do Algarve. Jorge Rocha as-sume as despesas do cozinhar perante uma assistência convidada a ouvir um especialista falar do enquadramento cenográfico.

Antes do arranque do tacho exposto ao lume, o desafio é o de realizar uma visita guiada ao monumento, depois a performance de cozinha assume o controlo do programa e junta investi-gação sobre tradição gastronómica a explicações sobre a História e o valor patrimonial do local.

Arqueologia, gastronomia e estética,

a que se juntam a arte performativa, a envolvência e o espaço em si unidos numa realidade pouco habitual. As Muralhas de Lagos e a Villa Romana de Milreu já acolheram o Cozinhando na Paisagem e na calha a Xerem tem novas sessões cujas datas, a divulgar, podem ser conhecidas aderindo à newsletter do Palato no sítio do projecto na in-ternet.

Tavolo

Imagine uma mesa, corporizada

numa tira rectangular de tecido branco que é transportada por vários convivas por entre um espaço urbano. Correm os comensais as ruas e os locais onde se podem adquirir os ingredientes para uma refeição típica do local e regres-sam da passeata performativa ao local de partida com cestas cheias para o acto que mais se aguarda.

Ganha lugar e espaço, uma vez mais, a gastronomia e o cozinhar, enquanto o diálogo frutifica e espreita os domí-nios insondáveis de uma boa conversa que tem como ponto de partida o péri-plo que levou todos até ali. Lagos foi a primeira cidade a assistir ao Tavolo que promete repetir-se, diz Jorge Rocha, que deseja encontrar parceiros para que a ideia ganhe maior dimensão.

Território

Ainda dentro do universo polifaceta-do do projecto Palato surge Território, em que a cozinha se desenvolve pe-rante uma assistência tendo por base o enquadramento territorial e a recolha daqueles que são os hábitos alimenta-res ligados ao território em causa.

Vila do Bispo acolheu a primeira per-formance que Jorge Rocha considera ter sido uma óptima experiência. A repetir um pouco por todo o Algarve onde se queira experimentar o projecto Palato, a Xerem está aberta a sugestões e encetar parcerias que se juntem àque-las que já se fundaram com autarquias, associações e com a Direcção Regional de Cultura.

A proposta é a de ir acompanhan-do a par e passo um projecto que não tem um tempo determinado nem pra-zo agendado, como refere Jorge Rocha, responsável maior pelo conceito.

Levar o Palato a todo o Algarve, mos-trar aos algarvios o que a mesa tem de relação estreita com a História e o pa-trimónio , com o espaço e tempo que habitamos e com aqueles que o habi-taram antes de nós é um desafio no mí-nimo interessante. O Algarve quer-se assim reinventado em cada momento e conhecido culturalmente das mais di-versas formas e pelos mais insuspeitos meios. Há lá melhor do que conhecer-mo-nos, ainda mais com uma mesa como palco?!

Ricardo Claro

Web, património, gastronomia e muito mais: uma ágora chamada Palato

Em cada sítio Jorge Rocha cozinha ao vivo acompanhado de um investigador

fotos: photoarch/ricardo soares

“ISTO É QUE ME DÓI!”Até 31 AGO | 22.00 | Teatro Municipalde Portimão - TEMPOPeça interpretada por José Raposo, acompanhado de um elenco com grandes nomes do espectáculo, 35 anos após Raul Solnado ter dado vida a esta comédia

“BELA MANDIL REVISITADO”Até 23 AGO | Junta de Freguesia de Pechão - OlhãoExposição de pintura digital de José Bívar, que com este trabalho pretende chamar a atenção para o fu-turo da freguesia em terras sustentáveis, preservando as suas características ruraisAg

endar

Cozinhando na Paisagem na Villa Romana de Milreu

Panorâmica

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09.08.2013 6 Cultura.Sul

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A forma como valorizamos o Patri-mónio revela não só as nossas preo-cupações com o passado, o presente e o futuro, mas revela acima de tudo uma parte do que somos. O tempo que dedicamos a esta valorização será sempre um bom investimento, trará novas vivências e reforçará outras me-mórias. Porque como dizia António Rosa Mendes: “Somos feitos de tem-po. Pelas nossas veias não circula só o sangue, circula também o tempo. A nossa matéria é o tempo e nessa medida se queremos sinais de orien-tação em relação ao futuro temos que nos apoderar do passado”.

Núcleos Museológicosno espaço rural

Os Núcleos Museológicos no espa-ço rural têm de estar ao serviço das populações incentivando a participa-ção da comunidade, promovendo a experiência colectiva e a reflexão dos visitantes.

Quando um Núcleo é lugar de re-cuperação de objectos, símbolos e saber-fazeres de uma comunidade, esta sente-se valorizada e sente que o seu legado cultural continua no tem-po. Ao dar a conhecer essa “herança cultural”, para além de fomentar o interesse pelo património, está-se também a viabilizar a preservação do

espaço, fazendo com que a comuni-dade sinta admiração e respeito pela identidade cultural que represen-ta. Essa é uma forma de incutir aos mais jovens o gosto e o interesse em preservar a história e a cultura local, despertando interesse pelas suas pró-prias raízes culturais.

A realização de actividades cultu-rais nos referidos espaços contribui para a revitalização do património, para a revalorização da história numa perspectiva de identificação e de au-to-estima das populações, em parti-cular dos espaços rurais. O trabalho de investigação realizado nos mon-tes do Nordeste Algarvio permitiu--me conhecer um pouco do seu patri-mónio cultural material e imaterial, através destas magníficas gentes, de vivências ricas e, por vezes, de auto--estima baixa.

Os Núcleos Museológicos podem representar uma mais-valia no de-

senvolvimento local, nomeadamente no domínio turístico e cultural e essa mais-valia pode ser reforçada com di-ferentes dinâmicas de revitalização.

Revitalização museológica em Alcoutim

“A realidade museológica do Algar-ve assenta sobretudo em museus de tutela autárquica (53%) e na prolife-ração de uma grande quantidade de núcleos museológicos, na sua maio-ria dedicados à etnografia das diver-sas localidades”.1 Dos vários núcleos museológicos existentes no concelho de Alcoutim, que integram a Rede Museológica de Alcoutim e a Rede de Museus do Algarve, um deles está a ser revitalizado de forma sistemática e or-ganizada. Trata-se de uma antiga Esco-la Primária, musealizada desde 2000, onde se pode encontrar uma sala de aula dos anos 50/60, com todos os

elementos e materiais usados na épo-ca. Este Núcleo situa-se no Monte de Santa Justa, a 3 Km de Martim Longo. O processo de revitalização referido passa pela dinamização de sessões mensais, que irão decorrer até Outu-bro, no âmbito do «Projeto Alcoutim» do qual sou coordenadora executiva.

Pretende-se com estas sessões a participação da comunidade na va-lorização do seu património e ao mesmo tempo contribuir para que a população se aproprie de um espa-ço, que afinal é seu e está povoado das suas memórias. No essencial, a ideia é que a comunidade se envolva socialmente na vida do Núcleo Muse-ológico e que dê continuidade a este processo de revitalização mensal.

É importante que se sintam “guar-diões das memórias”, das histórias de vida e da identidade cultural. Foi com esse sentimento que ficamos na primeira sessão ao escutarmos teste-

munhos tão genuínos e espontâneos, capazes de “povoar os objectos” da escola, resgatando o passado, trans-formando as imagens, já de todos distantes, em novos modos de inter-rogar o presente e problematizar o futuro. A segunda sessão foi dedi-cada ao enquadramento histórico do ensino da época e à recriação de uma aula com os conteúdos de uma lição da 2ª classe dos anos 50/60. Nessa recriação não faltaram alguns rituais da altura como o canto do Hino Nacional de pé e a professora vestida de bata branca com a palma-tória na mão! Houve uma recolha de depoimentos que nos fizeram perce-ber como as memórias de infância estão bem presentes nos mais idosos, tendo deixado algumas marcas que não se esvaíram no tempo.

A sessão de 29 de Agosto será de-dicada aos contos tradicionais, envol-vendo a comunidade nessa partilha. Desejo que a comunidade de Santa Justa possa dar continuidade a este processo de revitalização do Núcleo, realizando actividades, serões onde partilhem as suas vivências, as suas histórias de vida e as possam transmi-tir aos seus descendentes e ainda que possam motivar outros montes com núcleos museológicos a trilhar o mes-mo caminho. Desejo ainda que este pequeno contributo sirva de reforço à interiorização da “herança cultu-ral” do seu território e a promova de modo a atrair mais visitantes para o rico e importante património do Nor-deste Algarvio.

1. PAULO, Dália (2008) “Museus de fron-teira no Algarve: novos espaços, novos desafios” in MUSEAL nº 3, Faro: Museu Municipal; Câmara Municipal de Faro, p.96 a 105.

Maria Luísa FranciscoDelegada Regional da Associação Portuguesa de Museologia

Núcleos Museológicos em Alcoutim: um processo de revitalização

maria lUísa francisco

Recriação de uma aula da 2ª classe dos anos 50/60, no Núcleo Museológico de Santa Justa

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09.08.2013  7Cultura.Sul

Momento

Portimão, “Work in Progress”

Foto de Vítor Correia

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Ele, ela e o Globo

O Globo

Já ninguém tem um. Com luz e tudo. Como aqueles que se compra-vam às Selecções Reader’s Digest. Com um manual de utilizador de capa azul e branca. Que ensinava a ajustar as co-ordenadas de um determinado local e encontrá-lo na bola mundo. De onde aprendemos os nomes dos lugares e as suas características. Graças a ele sabe-mos onde estamos, onde já estivemos, e onde gostaríamos de ir nessa esfera azul terrestre. O globo de todos os so-nhos. Dava muito jeito.

Entretinha muito as famílias, quando ainda não havia o Google Earth, nem mesmo sequer os computadores. Tan-to, que o pai dele criou uma história que lhe contava a si e aos seus irmãos, sobre como tinha viajado em lua-de--mel com a sua mãe antes de se casa-rem. Tudo por causa de uma brinca-deira com o globo que o seu avô lhe comprara. Um bom investimento se revelou. Tornou-se professor de Geo-grafia. Assim também ele percorreu o país de norte a sul enquanto o pai não conseguiu a colocação definitiva.

(Ela e) Ele

O que é aquilo, aquele… ali sobre a mesa? Para que o compraste? A tua mania de comprar coisas inúteis nas feiras de velharias. É de segunda mão? É vintage? Tem um ar estranho? Para que queres aquilo?

Adoro este globo. E o Google Earth também. Permitem-me viajar como o

Pessoa - o poeta dos pobres que viajam sentindo (indo, mas sentados). Não te lembras da história? É o globo do meu pai. Deu-mo. Quer dizer, agora vai pas-sar por mim. Disse-me para eu o trazer porque teve a sensação que podia estar a chegar a minha vez de o usar. E acon-selhou-me a não dar ouvidos aos que estão sempre a dizer: «A vida é o que tu fazes dela», convencido que nada se desvela mais enganoso, quando depois aprendemos que a vida é o que se vai (sempre) pensando que se poderia ter feito nela.

Ela (para Ele)

Ah…, sim! Estou a lembrar-me da-quela história dos teus pais meio estra-nha, que me contaste… isso é mesmo verdade? É então este o famoso glo-bo!? Já que vens com isso, aproveito para te dizer algo que venho pensan-do há alguns dias… tenho que te dizer isto. Desculpa, mas não aguento mais. Acho que chegou o momento da ver-dade da nossa relação. Aqui e agora - é este o tempo e o lugar decisivos. As-sim como nos concursos da televisão, aqueles que tanto há agora, esses tipo

espectáculo da realidade, em que o concorrente ou arrecada o que ga-

nhou até esta fase, ou decide se vai jogar a prova final ganhan-

do o fabuloso prémio em jogo. Onde também pode perder tudo. Este é o mo-mento que interessa. O mais importante do pro-cesso, a decisão. Depois se ganhas o prémio final, isso é o futuro que nunca saberás se não jogares. O princípio mágico e arre-

piante da vida. A glória e o arrependimento. Se me

amas tens agora a tua opor-tunidade de me levar nessa

viagem de família. E eu esco-lho a igreja para nos casarmos

quando regressarmos. Se não o fi-zeres sei que a nossa relação termina

aqui. Os espectadores, divididos, entre te julgarem cauteloso e sensato, ou atirando-te com um para ali está mais um jovem cobarde e sem ambição… baterão palmas, todos no entanto, en-quanto eu saio de cena por aquela por-ta. Já tu ficas com eles a apanhar com blocos de 20 minutos de publicidade seguidos. Ou: - Podes pensar. Mas tens apenas aqueles dois minutos e meio que demora o intervalo exclusivo da-

quele novo carro que tanto gostas.

Ele, (Ela) e o Globo

A solução, concordaram, passava simplesmente pela escolha aleatória de um destino de férias, como era da tra-dição. Algo que ele tantas vezes tinha ouvido aos pais, visto contar pelos tios, gabado pelos amigos de todos eles. E nem mesmo assim ele sabia se isto não passava de um mito. Mesmo que não tivesse acontecido nunca, era por ele que o faria, pela sua honra própria. E por ela. Agora não podia simplesmente dizer-lhe que tudo aquilo não passava de uma história, uma brincadeira, uma piada privada de amigos e familiares. Não era simplesmente a lenda de todos os homens da família, que num certo dia se tinham virado para a mulher que a dado momento achavam ser a da vida deles, propondo-lhes a tal via-gem para um local do mundo ao acaso. Embora não à sua escolha, mas da sua decisão. E uma vez escolhido o lugar – fosse esse qual fosse – esse seria, e ne-nhum outro mais. Como numa roleta russa. Quando o globo parasse de rolar abruptamente, o destino estaria traça-do. Com bilhete só de ida. Teriam de conquistar o regresso. Agora a decisão era irrefutável, chegado pois o momen-to da verdade. Ele levantou-se.

Ela (o Globo e Ele)

Um gesto por ela interpretado como um sim. Uma prova de amor embora não verbalizada, entendia-se. Foi bus-car o globo de família. ‘Aquela relíquia macabra, que me trouxe para esta casa’, lembrou-se da frase que a mãe dele di-zia, ainda que não tivesse para já ava-liado o grau de ironia nela envolvido. Mas estaria agora mais perto de perce-ber porque aquele objecto antiquado e insignificante era tão importante e de-cisivo para aquela família. Não apenas o tal de fetiche como ela o apelidava, pois achava que aquelas histórias de viagens, provavelmente inventadas - eram meio caminho andado para le-var na bagagem, as pretensas ouvintes, novas potenciais viajantes, para uma cama de hotel.

Ele, Ela, o Globo

Ele carregava o mundo nas suas mãos. Aqui tens. Dou-to. É todo teu, mas

dele infelizmente só vais poder esco-lher um único ponto. Onde ser feliz não dependerá só de ti.

Respiraram fundo. Iniciaram o ritu-al. Ele girou o globo de modo a dar as voltas suficientes para não se distingui-rem os oceanos dos continentes. Olha-ram-se nos olhos. Sentiam a tensão do mundo a girar entre os seus peitos. O planeta azul começava a perder força na sua rotação forçada. Era então que ela tinha de cerrar os olhos. E em segui-da teria de apontar o dedo indicador sobre a superfície do globo, parando o mundo e tudo o que nele gira. Por uns segundos. Cabia ao homem marcar as coordenadas. Ditá-las à mulher que as escreveria num pedaço de papel. Onde fez aparecer: 37° 2’ 0’’ N, 7° 55’ 0’’ W. Ele tomou o livro a seu lado sobre uma cadeira. Procurou e deu-lhe a ler:

«Europa, Portugal, Algarve, Faro, Ilha da Culatra».

Caraças, isto não está viciado nem nada !? Que galo, saiu logo o único sí-tio onde com esta crise eu conseguiria ir passar uns dias de qualquer modo. Seja! Também nunca acreditei muito nesta treta. Aí não diz se vamos à boleia ou de comboio!?, desabafou ela.

Ele e Ela, sem Globo

O táxi-aquático serpenteou o canal de águas turvas da maré baixa, sempre junto às bóias. Quando a pequena lan-cha enfiou a proa pela areia naquela ilha lá para o pé do fim, como cantou Júlio Pereira, puderam ver a seu lado as pessoas que dentro e fora das traineiras terminavam os preparativos para a festa da Nª Srª dos Navegantes. Na sua frente destacava-se iluminada, a igreja.

Não conseguiram dormir sujeitos ao calor desses dias de canícula. A casa que alugaram era demasiado quente. Daí observaram a lua, que toda a noite brilhara tão alto, a desaparecer do lado poente enquanto o sol nascia do mar a este. À primeira claridade rumaram à costa, já o farol do cabo de StªMaria esta-va prestes a desligar-se. O mar mais pare-cia um longo espelho deitado. Entraram na água que surpreendentemente estava a uma temperatura muito agradável.

Dali, no cedo daquela manhã, perce-beram que será errado tentar repetir as horas perfeitas. Algo que se pensa mas não se enuncia. E que o amor e vida são para sempre, pelo menos enquanto du-ram nesta breve eternidade, que mais parece feita de pequenos nada, de cada presente que vivemos. A eternidade não é algo para o futuro, que se constrói com o que não se viveu ainda, mas tal-vez com aquilo que se tem vivido e nos leva para diante.

Pedro [email protected]

Contos de Verão na Ria Formosa

d.r.

“A RIQUEZA QUE A RIA E O MAR NOS DÃO”Até 15 AGO | Ria Shopping - OlhãoExposição fotográfica do habitat natural de um dos locais mais bonitos e emblemáticos do Algarve, com destaque para os flamingos, assim como para a arte da faina de pesca e captura de bivalves e para a acti-vidade de extracção de salAg

endar

“F.M.I. E OS 40 E TAL MAMÕES”30 e 31 AGO | 21.30 | Centro Cultural de LagosA actualidade política e social do país e do mundo, bem como o quotidiano de Portimão, servem de mote para mais uma edição desta revista à portu-guesa, que segue as directrizes impostas pela Troika para cortar nas despesas

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09.08.2013  9Cultura.Sul

Na senda das pedras falantes

O presente texto vem na sequência do último artigo, em que foi apresen-tado, de um modo mais genérico, o formato interdisciplinar “Leituras Zen”, dando-se agora alguns exem-plos práticos a nível musical, literário e contextual.

Musicalmente, é fundamental o recurso a sonoridades de efeito tro-fotrópico, ou seja, de melodias que

induzam tranquilidade, apazigua-mento, sono e harmonia íntima, na linha da chamada “música orgânica”, dotada de atributos biológicos (flui-dez, harmonia, unidade de sentido). O universo clássico, por exemplo, é fértil em peças enquadráveis neste registo, como alguns temas de Ravel, Massenet, Liszt, Bach, Beethoven ou Vivaldi. No jazz, a música “Reed song” dos americanos Will Holshouser Trio é um tema bem ilustrativo do que se pretende para este formato planante e viajante.

No caso português, além de com-posições instrumentais de projectos como Madredeus (“As Montanhas” e “As ilhas dos Açores” são bons exem-plos), Danças Ocultas, Bernardo Sas-setti e João Paulo Esteves da Silva, uma palavra especial para Rodrigo Leão, que, com o seu som clássico--moderno e as suas aproximações à música contemporânea, ao minima-lismo e ao misticismo/espiritualida-de (patentes no cariz contemplativo

e introspectivo de parte do seu reper-tório), possui temas instrumentais de grande adequação a este forma-to, como “Cinema”, “Amatorius” ou “Final”.

Sobre os textos, alguns exemplos que resultam bem: “Convida-me só para jantar”, de Ana Goês; “A terra do nunca”, “Presente” e “As coisas mais simples”, de Nuno Júdice; “O brinca-dor”, de Álvaro Magalhães; “Eu sei, mas não devia”, de Marina Colasanti; “O faroleiro do Sardão” e “O guarda-dor da ilha”, de Al Berto; “[Não gosto tanto”], de Adília Lopes; “E tudo era possível” e “A rua é das crianças”, de Ruy Belo; ou “O sorriso”, de Eugénio de Andrade.

Quanto a espaços de realização, as possibilidades são inúmeras con-soante a imaginação e a ousadia: o interior de uma igreja ou de outro edifício histórico, um terraço junto

ao mar, em plena sala de leitura de uma biblioteca, um jardim público, junto a uma fonte, moinho ou eira tradicionais, a praia, um retiro espiri-tual, um monumento arqueológico, o recanto de uma esplanada de café ou uma zona mais elevada, privilegiada, de observação paisagística…

Esta abordagem já foi testada, de forma inédita em Portugal, em 2011 pelo projecto Experiment’arte, em colaboração e com o patrocínio da Direcção Regional de Cultura do Al-garve, tendo sido então criado o ciclo “Na senda das pedras falantes”, assen-te na ideia de reinvenção do conceito de experiência patrimonial. Propor-cionou-se assim aos visitantes de vá-rios monumentos da região uma ex-periência inovadora, diferenciad(or)a e surpreendente, que obteve um assi-nalável impacto junto do público-al-vo e será inclusivamente reposta este ano nalguns monumentos algarvios entre 25 de Agosto e 20 de Outubro. Atrevam-se…

Um Algarve a descobrir

A época de férias traz mais uma vez ao Algarve uma grande afluência de turistas, quer nacionais, quer es-trangeiros, que enchem as praias em busca de sol, tornando uma vivência habitualmente calma num corrupio de falta de estacionamento e engar-rafamentos. Não sendo algarvia mas vivendo no Algarve há cerca de dez anos, a sazonal diferença de vivências a que se assiste nesta região suscita--me sempre alguma perplexidade. É no Verão que a diferença entre o lito-

ral algarvio e o interior da região se torna gritante. Aí, mesmo quando as praias estão cheias de turistas, con-tinuamos a poder apreciar com cal-ma toda a beleza que nos é oferecida pelas regiões mais afastadas do mar.

O concelho de Loulé, com a sua grande extensão territorial, enfrenta vários problemas na dinamização do seu interior. Numa tentativa de con-trariar esta tendência tem existido um esforço por parte da autarquia em di-versificar a oferta turística aí existente. A par de várias iniciativas de carácter social e cultural e do turismo de ver-tente natural e paisagística, o patrimó-nio arqueológico pretendeu assumir--se nos últimos anos como mais um ponto de interesse a ser explorado nas regiões do interior.

À oferta turística da freguesia do Ameixial, que passa por uma série de percursos pedestres procurou ultima-mente associar-se uma visita aos mo-

numentos megalíticos existentes per-to desta localidade, uma vez que estes monumentos se encontram em locais de fácil acesso. O caminho encontra--se sinalizado, permitindo ao público interessado aceder facilmente ao local.

Outra iniciativa levada a cabo recen-temente resulta de uma parceria entre a Universidade de Jena (Alemanha) e o município de Loulé para a escavação de um sítio arqueológico romano na freguesia de Benafim, na localidade de Espargal. A vontade de realizar traba-lhos arqueológicos no local partiu do proprietário do terreno, na expectativa do seu aproveitamento turístico futu-ro. A escavação, a decorrer desde 2010, colocou a descoberto vestígios de uma estrutura de produção de azeite e/ou vinho que terá estado em utilização entre os séculos II a.C e V d. C.

Durante o corrente ano foi realizada mais uma iniciativa visando aumen-tar a afluência de turistas interessados na vertente patrimonial e arqueoló-

gica ao interior do concelho. Trata-se de uma exposição de rua itinerante, concebida numa parceria entre a au-tarquia e o Projecto Estela, que visa dar a conhecer a Idade do Ferro e as estelas com escrita do sudoeste encontradas no Concelho de Loulé. A exposição, que pretende interagir com os espaços públicos, foi pensada para estar paten-te nas freguesias onde foram encon-trados vestígios arqueológicos deste tipo de escrita, tendo sido inaugurada em Salir a 9 de Maio. Localizada perto do Pólo Museológico de Salir, a exposi-ção permitia que o visitante iniciasse a sua visita junto da antiga escola pri-mária, subindo a Rua do Castelo ao mesmo tempo que lia os seis painéis que constituem a exposição, termi-nando a visita no Pólo Museológico, onde se expõe a Estela de Viameiro. A exposição esteve em Salir cerca de um mês tendo registado um elevado número de visitantes, seguindo de-

pois para a aldeia da Penina, fregue-sia de Benafim, onde esteve desde 10 de Junho até 10 de Julho. A iniciativa juntava ao percurso pedestre de ver-tente natural da Rocha da Pena uma vertente patrimonial que pretendia ser uma mais-valia para a oferta já existente. A colocação temporária da Estela de Barradas na aldeia da Penina permitia aos visitantes a frui-ção de um objecto arqueológico que faz parte da exposição permanente do núcleo sede do Museu Municipal.

Com a deslocação da exposição para o Ameixial a 12 de Julho, onde terminará o seu percurso, dá-se o encerramento de um ciclo. Sendo o Ameixial a freguesia do concelho de Loulé com maior número de estelas com escrita do sudoeste até agora identificadas, esta realidade apresen-ta-se como uma herança histórica de peso para a localidade. A exposição, localizada na principal artéria do Ameixial, a EN 2, estrada que ainda

hoje é uma das mais movimentadas da região, pretende receber não só os visitantes que se deslocam especifica-mente para este fim mas também sur-preender quem transita na estrada, convidando-os a parar para conhecer melhor esta realidade. No âmbito da exposição foi realizada pelos serviços do Museu Municipal uma réplica da estela de Corte Pinheiro, a última a ser descoberta na freguesia do Amei-xial e no concelho de Loulé. A réplica e a exposição vão passar a fazer parte da oferta turística do Ameixial, pas-sando a exposição a estar patente a partir do final do Verão numa das salas da Junta de Freguesia.

Com este tipo de iniciativas a au-tarquia pretende diversificar a ofer-ta turística existente no concelho, promovendo o nosso património e convidando à fruição de um outro Algarve que para tanta gente é com-pletamente desconhecido.

Espaço ao Património Sala de leitura

d.r.

Alexandra PiresArqueóloga,Câmara Municipal de Loulé Paulo Pires

Programador Culturalno Departamento Socioculturaldo Município de [email protected]

d.r.

Anta da Pedra do Alagar (Ameixial)

Leituras zen na villa romana de Milreu (Estoi)

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09.08.2013 10 Cultura.Sul

Na senda da Cultura

InIcIatIva

OrganIzaçãO

10 a 15 de Agosto

www.festivaldomarisco.com

XXVIII

Jardim Pescador Olhanense

OLHÃO´13

10 sábAdo

tony CArreIrA

11 doMIngo

CArMInho

12 segundA-feIrA

Xutos & PontAPés

13 terçA-feIrA

João Pedro PAIs

14 quArtA-feIrA

trIbuto u2 uk

15 quIntA-feIrA

gruPo reVelAção

Feira Medieval de Silves

Zona histórica de Silves

Ô Dias: até 11 de Agosto Ô Horário: das 18 às 2 horas hoje e amanhã, sábado, e das 18 à 1 hora no domingo

Ô Preço: 4 euros (passe paratodos os dias) e 2 euros bi-lhete diário. Crianças até 1,30 metros de altura têm entrada grátis.

Com a chegada da época estival, o Algarve recebe milhões de turis-tas que programam as férias para a região, em busca, essencialmente, de sol e de mar. Contudo, nem só de praia vive o Algarve e muitas vão ser as festas, festivais e concertos que complementam a oferta numa esta-ção que não esquece a Cultura e as tradições.

O Cultura.Sul destaca cinco even-tos que durante este mês procuram encher o tempo livre de turistas e residentes e que passam por festas temáticas medievais, festivais gas-tronómicos, certames de artesanato com muita animação e, claro, muita música.

Silves, uma lição de história

A decorrer desde o dia 2 de Agos-to e até domingo, a Feira Medieval de Silves é uma boa maneira de começar as férias. Uma feira temática que apos-ta no traçado característico do centro histórico da cidade para oferecer aos visitantes uma viagem no tempo atra-vés da recriação histórica do período medieval do final do séc. XII.

Para este fim-de-semana é esperada a grande fatia dos milhares de visitan-tes que anualmente acorrem à anti-ga capital do Reino do Algarve e que, uma vez mais, podem experimentar uma atmosfera única num cenário tão distante dos nossos dias.

A não perder os torneios a cavalo e o teatro no castelo. A música e a anima-ção de rua ficam a cargo dos figuran-tes do povo, acrobatas, malabaristas ou cuspidores de fogo que ajudam a avivar todos os sentidos para uma época de incontornável importância para a cidade.

O preço diário do evento é de dois euros e o passe para todos os dias cus-ta quatro euros. As crianças até 1,30 metros não pagam.

O marisco é rei em Olhão

Também a gastronomia tem lugar de destaque na programação algarvia nesta época do ano e a 28.ª edição do Festival do Marisco é, provavelmente, um dos certames gastronómicos mais aguardados por turistas e residentes.

Com conquilhas, amêijoas, gambas e camarão, perceves, búzios, mexilhões, ostras ou santolas como protagonistas, já nada mais seria preciso para fazer deste evento um dos mais apetecidos mas, de 10 a 15 de Agosto, há ainda

muita música para ouvir na no Jardim Pescador Olhanense.

Tony Carreira, Carminho, Xutos & Pontapés, João Pedro Pais, a banda de tributo U2 UK e o Grupo Revelação são os cabeças-de-cartaz que garantem a animação aos milhares de visitantes durante os seis dias de festival.

Os bilhetes custam oito euros para adultos, três para crianças dos 7 aos 12 anos e entrada grátis para os mais novos.

Cartaz de luxo em Lagoa

Naquela que é a maior feira rea-lizada a sul do Tejo, a 34.ª FATACIL – Feira de Artesanato, Tu-rismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa tem no carácter ge-neralista a sua maior valência.

Com activida-des para todos os gostos, os visitan-tes podem sempre contar com degus- t a -ções da melhor gastrono-mia, demonstrações ao vivo de grande parte dos 180 ar-tesãos presentes no Parque de Feiras e Exposições, além da beleza dos espectáculos equestres.

Contudo, é também na música que se centram as atenções nos 11 dias de fei-

ra. De 16 a 25 de Agosto o palco prin-cipal conta, todas as noites às 22.30 horas, com nomes como Entre Aspas, The Gift, Herman José & Orquestra, José Cid, Vol. 2, Os Azeitonas, Miguel Gameiro, Emanuel, Expensive Soul, João Pedro Pais e Pedro Abrunhosa, por esta ordem.

Os ingressos custam cinco euros e o bilhete familiar para quatro pesso-as custa 15 euros. As crianças até aos 12 anos têm entrada gratuita.

História e fantasia em Castro Marim

Também a sotavento há via aber-

ta para uma viagem ao imagi-nário da Idade Média. Os Dias Medievais, de 22 a 25 de Agos-to, convidam os milhares de visitantes esperados em Castro Marim a conhecer em pormenor, e com o rigor alcançado ao longo das últimas 15 edições, os usos e costumes, os mesteres e a gastro-nomia medievais, num certame que conta com música, animação de rua, desfiles e até um banquete típico da época.

Razões mais do que suficientes para estar atento e não perder uma noite seguramente diferente, num dos mais imponentes castelos da região.

Loulé despede-se do Verão de branco

A grande novidade des-te ano é o regresso da Noite Branca de Loulé depois de uma interrupção de dois anos. No úl-timo sábado de Agosto, dia 31, e sob o mote do branco a cida-de louletana despede-se da época estival com um evento organizado pela autarquia, onde não vai faltar música, animação de rua, moda, pintura ou artes plásticas.

Uma forma diferente para se des-pedir do Algarve ou das férias com um sorriso no rosto e uma recorda-ção que justifica o regresso no pró-ximo Verão à rua e à Cultura.

Pedro Ruas/Ricardo Claro

Cultura na rota da rua

“ARTE COM LATA”Até 29 SET | Museu de PortimãoExposição composta por uma série de imagens cria-das pelo artista holandês Eric de Bruijn, com base nas antigas ilustrações litográficas coloridas das latas de conservaAg

endar

“EXPOSIÇÃO DE PEDRO VARANDAS”Até 29 SET | Casa da Juventude de OlhãoArtista é natural de Olhão, desde criança que sente interesse pelo desenho, sobretudo desenhos anima-dos. Em 2009 começou a frequentar o Centro de Arte de Pintores Olhanenses e aí descobriu a pintura a óleo sobre tela

d.r.

Silves e Castro Marim regressam à Idade Média

Festival do Marisco

Jardim Pescador Olhanense

Ô Dias: 10 a 15 de Agosto Ô Horário: todos os dias

a partir das 19.30 horas Ô Preço: 8 euros para os

adultos, as crianças até aos seis anos têm entrada grá-tis e pagam 3 euros a partir dos sete e até aos 12 anos

Fatacil

Parque de Feiras e Exposições

de Lagoa

Ô Dias: 16 a 25 de Agosto Ô Horário: Os concertos

decorrem todos dias às 22.30 horas

Ô Preço: 5 euros para osadultos, bilhete para qua-tro pessoas 15 euros, as crianças até aos 12 anos têm entrada grátis

Dias Medievais Castro Marim

Castelo e vila de Castro Marim

Ô Dias: 22 a 25 de Agosto

Ô Com o programa ainda por definir uma coisa é certa, a viagem histórica para tempos imemoriais está garantida. Cheiros, sabores e viveres de outros tempos num cenário único, Castro Marim

Noite Branca

Loulé

Ô Dias: 31 de Agosto

Ô Uma noite imperdível em que a diversão invade as ruas da cidade de Loulé. Uma noite vestida de branco, que o dress code oblige, e em que é imprescindivel uma úni-ca coisa, boa disposição

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09.08.2013  11Cultura.Sul

Sob o signo de Pigmalião: O Lago, de Ana Teresa Pereira

O mito de Pigmalião, como muitos dos mitos gregos, foi glosado ao longo da história, sendo uma das versões mais conhecidas a peça de George Bernard Shaw, Pygmalion, po-pularizada pela sua versão ci-nematográfica com o nome de My Fair Lady (um filme de Ge-orge Cukor, de 1964, com  Au-drey Hepburn e Rex Harrison) e, em Portugal, pela produção do musical homónimo, de Fi-lipe La Féria, em 2002.

Conta o mito (vou usar a versão latina, de Ovídio, livro X, versos 244-296, na tradução de Domingos Lucas Dias) que Pigmalião, desiludido com as mulheres, esculpiu «uma es-tátua/ de níveo marfim e em-prestou-lhe uma beleza com que/ mulher alguma pode nascer. E enamorou-se da sua obra (…). Adorna-lhe/ os de-dos com jóias, enfeita-lhe o pescoço com longos/ colares, nas orelhas, elegantes pérolas, pendem-lhe/ do peito cordões. Tudo nela fica bem./ (…) Havia chegado/ o dia das festividades de Vénus (…) – ‘Se tudo podeis conceder, ó deuses,/ desejo que seja minha esposa…’ Não ousando dizer/ a donzela de marfim, Pigmalião disse – ‘…uma igual/ à de marfim’. Dado que a dourada Vénus assistia/ em pessoa às festividades em sua honra, percebeu o que/ pretendiam aqueles votos (…). Pigmalião dirigiu-se/ à estátua da sua amada e, reclinando-se no leito, beijou-a./ Pareceu-lhe estar quente. Aproxima outra vez a boca/ e, com as mãos, toca-lhe o peito também. Ao ser tocado,/ o marfim torna-se mole (…)./As veias palpitam

sob o polegar (…)./ Por fim, beijou com sua boca/ uma boca não fingida. A donzela sentiu os beijos que lhe/ eram dados e corou. E, erguendo seu tímido olhar para/ os olhos dele, de par com o céu viu o seu enamorado./ A deusa as-sistiu à boda, que organizou».

Este longo preâmbulo ser-ve para apresentar o livro que trago hoje, O Lago, de Ana Teresa Pereira (editora Relógio d’Agua, 2012), que ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela - 2012, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores.

Ana Teresa Pereira é uma autora discreta. Nascida no Funchal, em 1958, começou a publicar em 1989 e tem man-tido uma edição regular, tendo muitas das suas obras ganho prémios variados (começando pelo primeiro, Matar a Ima-gem, que recebeu o Prémio Caminho de Literatura Poli-cial). Não dá muitas entrevis-tas e mantém-se à margem de polémicas em blogues e afins.

Li alguns dos seus livros e cada um dá-me vontade de

ler outro e mais outro e mais outro. Este não foi exceção.

No início…

… está tudo. Ao terminar-mos apercebemo-nos de que os indícios do que se ia pas-sar já estavam lá.

Cada capítulo é contado focalizando ora em Tom, ora em Jane. Apesar do livro ter apenas 4 personagens, uma delas quase não aparece (Ed, o produtor) e a outra, o ator Kevin, é uma espécie de pro-jeção do autor (Tom), que re-presenta em vez dele, mas a sua existência não é suficien-temente importante para que a narrativa se centre no que sente ou pensa. Apenas em Tom e Jane.

Jane esperava ter trabalho como atriz, depois de ver a sua carreira como bailarina destruída por uma queda que a deixou incapacitada para voltar a dançar: «Continuava à espera de uma oportunida-de. Embora gostasse de repe-tir a si mesma que não acre-ditava em contos de fadas.

Mesmo que fosse numa peça que mais ninguém recordas-se. Mas ela teria sido, comple-tamente, aquela personagem. Teria passado, completamen-te, para o outro lado». (p.21)

Pigmalião e My Fair Lady

No mito de Pigmalião, a está-tua – Galateia – ganha vida, casa com o seu criador, têm uma fi-lha e são felizes para sempre. Portanto, passa de uma não vida para uma vida – boa, para os padrões da época (e, como se percebe, esses tempos mito-lógicos não estão tão distantes assim). Em Pigmalião/ My Fair Lady, Galateia – Eliza Doolittle – já tem uma vida antes de encon-trar Pigmalião (Henry Higgins) e a mudança que ele opera nela – uma mudança que ela deseja, sem ter noção das consequên-cias desse desejo – é irreversível e a sua vida nunca mais poderá ser a mesma. E esta Galateia re-cusa ficar com o seu Pigmalião, porque ele não a trata com a gentileza que ela merece, mas como uma sua criação.

Tom, como a maioria de

nós, é um homem da era visu-al e, para ele, Galateia teria de ter o rosto, o corpo, os gestos, o cabelo da atriz por quem se apaixonara: «Havia nela alguma coisa de Audrey Hepburn. E se havia alguma coisa, ele podia inventar o resto» (p.12). «Apai-xonara-se por Audrey Hepburn quando vira My Fair Lady. Sem-pre o seduzira a história de Pig-malião. Apaixonava-se de vez em quando, mas tinha consci-ência de qua a outra pessoa era só alguém com quem viver uma fantasia. Só podia amar de facto um ser criado por ele. (…) Ele conhecia tudo a seu respeito, excepto o seu rosto. (…) De vez em quando sonhava com ela. Não era nada de surpreenden-te, sonhara com as personagens que interpretava, com as perso-nagens que criara. Quase não sonhava com outras coisas. No fundo, era um fanático, sempre o fora. Acordava à procura dela, e com uma certeza. Ela seria tão bonita. De uma forma profunda e tortuosa, estava apaixonado

por ela. Tanto quanto podia estar apaixonado por alguém.» (p.26-27)

E quando dois fanáticos se juntam (também ela diz: «Ain-da havia nela alguma coisa da criança que treinava horas to-dos os dias, até perder as forças. Um princípio de fanatismo» - p. 21), quando um quer criar uma personagem e o outro quer ser essa personagem, o resultado é inquietante.

Este livro questiona os limi-tes da memória, da vontade, da própria existência.

Muito bom.

Outras leiturasOvídio, Metamorfoses (tra-

dução de Domingos Lucas Dias, em dois volume, de 2006 e 2008, Lisboa, Ed. Vega).

George Bernard Shaw, Pig-malião (não conheço a quali-dade da tradução portuguesa, mas a inglesa – Pygmalion – está disponível, gratuitamen-te, na Internet).

d.r.

Da minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

“AIA SUMMER PARTY”11 AGO | 21.30 | Autódromo Internacionaldo Algarve – PortimãoConcerto pela banda inglesa Keane, que lançou o seu primeiro single “Call Me What You Like” em Feverei-ro de 2000 e desde então têm tido sucessos como “Everybody’s Changing” e “This Is The Last Time”Ag

endar

“TRANSPARÊNCIAS”Até 13 SET | Galeria Municipal de AlbufeiraExposição de aguarelas de João Moraes Rocha. Artista autodidacta, que privilegia as paisagens, especial-mente as marinhas, tendo eleito a aguarela como a sua técnica pictórica

Ana Teresa Pereira

Page 24: POSTAL 1107 - 9 AGO 2013

09.08.2013 12 Cultura.Sul

Ao que parece o Verão vol-tou a trazer algumas boas novidades para os amantes da sétima arte. O cinema que parecia definhar, fosse ele de massas ou minorias, em cen-tros comerciais ou cineclubes, um pouco por todo o Algarve, e pelo país, num grande ecrã que tendia a minguar.

Eis que as boas novas, ainda que a conta-gotas, nos reser-vam a esperança de que, afinal, o cinema e a Cultura ainda po-dem dar a volta por cima do negro cenário que no horizon-te se desenhava.

Bem virtuosos os investi-mentos sérios no sector, in-dependentemente da sua origem, e os frutos que daí possam surgir para os públi-cos actuais e para aqueles que estas mesmas salas de cinema vão decerto criar.

Vejamos os exemplos de um percurso que parece indi-car que o Algarve tem espaço para o cinema e que os algar-vios não deixarão de aderir às propostas da arte de con-tar histórias no grande ecrã a começar pelos cineclubes e a terminar nas salas ditas co-merciais. Foi assim em Tavira, onde as mostras de cinema ao ar livre regressaram para gáu-dio de residentes e turistas, foi assim em Lagos, onde pela mão de Carlos Matos o cinema voltou anos depois do esque-cimento e agora a notícia de que até os centros comerciais na Guia e em Portimão, cujas salas estavam encerradas des-de o início do ano, vêem agora luz ao fundo do túnel com a entrada dos brasileiros Orient Cinemas no mercado nacional, com a marca ‘Cineplace’.

Salas de cinema reabrem até fim do ano

São 60 as salas que em dez centros comerciais do grupo Sonae Sierra vão reabrir por-tas aos portugueses, até ao final do ano, de norte a sul e até às ilhas, por via do acordo com a Orient Cinemas, que fi-cam assim a gerir as salas que eram exploradas pela Socora-ma Cinemas, que entretanto pediu insolvência.

É o caso do AlgarveShop-ping (Guia) e Centro Comer-cial Continente de Portimão, os dois exemplos no Algarve, mas também do Estação Via-na Shopping, LeiriaShopping, LoureShopping, MadeiraSho-pping (Funchal) e ainda as salas de cinema do Parque Atlântico (Ponta Delgada), do Serra Shopping (Covilhã), do RioSul Shopping (Seixal) e da 8.ª Avenida (São João da Madeira).

A data limite apontada pe-los responsáveis para a reaber-tura das mencionadas salas é até ao final do ano, mas tudo aponta para que alguns dos cinemas reabram ainda este mês, avança o jornal Público.

Brasileiros apostam em Portugal

Os nordestinos Grupo Orient (UCI Orient, Orient Ci-nemas e Cineplace) chegam em força ao mercado nacional de exibição cinematográfica e com o novo protocolo assina-do com a Sonae Sierra passam imediatamente a ocupar a se-gunda posição no país, ime-diatamente atrás da já muito bem implementada Zon Lu-

somundo.A Sonae Sierra, que já nego-

ciava com operadores há di-versos meses, e que chegou a pensar noutras opções como dar novo uso às salas entretan-to encerradas, vê naturalmente com bons olhos a entrada da Orient em Portugal, que diz ser “um importante opera-dor, uma referência em qua-lidade, tecnologia e sinónimo de programação inteligente e bem elaborada”.

De facto, o grupo brasileiro conta com vinte anos de pre-sença no mercado brasileiro e opera em Angola há seis e, segundo a Sonae Sierra, “é líder de mercado de exibi-ção de filmes no nordeste do Brasil”.

Aquiles Mônaco, presiden-te do grupo brasileiro, consi-dera que a aquisição das salas de cinema em Portugal é “um importante passo na estraté-gia de internacionalização da empresa”, sendo Portugal a porta de entrada para o mer-cado europeu.

De resto, e com a realização deste negócio, a Orient passa a deter cerca de 15% da cota de mercado em Portugal, sendo que tem ainda cerca de 20 salas espalhadas pelo nordeste do Brasil, além das seis salas no Belas Shopping, o primeiro centro comercial angolano.

A crise por que passa Portu-gal parece não assustar Aqui-les Mônaco e este investimento pode e deve reforçar em breve os cerca de 30 milhões de eu-ros de facturação global regis-tados pelo grupo em 2012.

Pedro Ruas/Lusa

Cinemas ganham novo fôlego na região

d.r.

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