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  • 7/30/2019 Posicionamento de Profissionais de Relaes Pblicas nas Organizaes Departamentos e Cargos: um estudo ju

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    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoXXXI Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Natal, RN 2 a 6 de setembro de 2008

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    Posicionamento de Profissionais de Relaes Pblicas nas Organizaes Departamentos e Cargos: um estudo junto a empresas de Porto Alegre - RS1

    Souvenir Maria Graczyk DORNELLES2Elisa CASAGRANDE3

    Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

    RESUMO

    Este artigo tem como objetivo principal apresentar os resultados de uma pesquisarealizada junto a organizaes privadas de mdio e grande porte, assim como rgos einstituies pblicas da cidade de Porto Alegre RS, que buscou levantar os espaosque vm sendo ocupados por profissionais formados em Relaes Pblicas, nos setoresrelacionados s reas da comunicao e de relacionamento com pblicos internos eexternos. A inteno foi de mapear no s a presena dos mesmos nestes espaos detrabalho, mas tambm descobrir as nomenclaturas utilizadas para definir seus cargos,buscando-se conhecer como vem se dando esta oferta de mercado.

    PALAVRAS-CHAVE: organizaes; relaes pblicas; setores; cargos; comunicao

    social.

    INTRODUO

    No universo da Comunicao, apesar das fronteiras limitantes que vm sendo

    mantidas por cada rea, observa-se que surgem novas realidades que passam a

    questionar algumas fronteiras. O surgimento de termos como Comunicao

    Empresarial e Comunicao Corporativa, por exemplo, j fazem parte de inmeras

    organizaes privadas e de instituies pblicas, assim como daquelas pertencentes ao

    terceiro setor.

    Levando-se em conta algumas discusses no meio acadmico, alm das

    observaes minuciosas do mercado, por meio de informaes acerca da colocao dos

    alunos egressos e tambm pelo tipo de estgios que vm sendo oferecidos aos

    graduandos, neste artigo pretendemos discutir duas questes bsicas:

    De que maneira as Relaes Pblicas vm ocupando alguns espaosempresariais?

    1 Trabalho apresentado no NP Comunicao Organizacional e Relaes Pblicas Encontro dos Ncleos de Pesquisaem Comunicao, evento componente do XXXI Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao.2 Formada em Comunicao Social habilitao em Relaes Pblicas e ps-graduada em Comunicao Social(mestrado e doutorado) pela Pontifcia Universidade Catlica do RS PUCRS. professora da Faculdade deComunicao Social da FAMECOS/PUCRS, ocupando atualmente o cargo de coordenadora do Departamento deRelaes Pblicas.3 Aluna de graduao do Curso de Comunicao Social habilitao em Relaes Pblicas da PUCRS/FAMECOS,atualmente monitora do Departamento de Relaes Pblicas da Universidade.

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    Quais as nomenclaturas utilizadas atualmente pelo mercado, para definir oscargos desses profissionais nas organizaes e instituies?

    Observa-se que algumas discusses permeiam a prpria academia em relao a

    algumas reas e profisses, baseadas nas atuais realidades contemporneas, exigindo um

    ensino baseado na interdisciplinaridade. Tambm surgem necessidades especficas apartir dos novos contextos e expectativas sociais mundiais. A diversidade faz parte da

    sociedade civil e tambm vem se firmando nos meios empresarial, pblico e poltico.

    Para responder a estas inquietudes, buscamos referncias bibliogrficas

    relacionadas ao entendimento da expresso relaes pblicas como profisso e

    atividade e, paralelamente, desenvolvemos uma pesquisa junto a algumas organizaes

    de mdio e de grande porte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na tentativa de

    entender a oferta e ocupao destes espaos para esta profisso.

    RELAES PBLICAS: AS ORIGENS DESTA NOMENCLATURA

    Surgida no meio governamental e, posteriormente, empresarial americano

    localizamos em nossa pesquisa bibliogrfica informaes diferenciadas a respeito da

    origem da expresso Public Relations. Alguns defendem que o surgimento desta

    expresso deu-se durante o mandato do Presidente Thomas Jefferson, porm sem

    preciso nas datas: uns falam em 1802 e outros em 1807. Conforme Jos Xavier

    Oliveira (1971, p. 11), neste perodo a mesma foi empregada

    com o sentido de estado de esprito ou para salientar a necessidade deprestao de contas do Governo ao povo norte-americano, em manuscritorelativo a uma declarao dirigida ao Congresso norte-americano.

    Outros pesquisadores defendem que foi o advogado de Nova York, Dorman

    Eaton, que empregou primeiramente a expresso em sua conferncia na Faculdade de

    Direito de Yale, cujo ttulo foi The Public Releations and the Duties of the Legal

    Profession, em 1882. Contudo, salientam no ter sido a partir da que o seu uso

    comeou a generalizar-se (OLIVEIRA, p. 12). Ainda, outros autores falam que o

    pioneirismo do emprego da nomenclatura Public Releations ocorre

    em 1897 no Yearbook of Railway Literature; em 1906, por Theodore Vail, norelatrio anual da American Telephone and Telegraph Co., de que erapresidente; em 1910, quando Daniel Willard, presidente da Baltimore-Ohio

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    Railroad teria preferido falar em nossas relaes pblicas em lugar denossas relaes com o pblico (OLIVEIRA, 1971, p. 12).

    Aps um perodo de aes na rea governamental e poltica, como servios

    oficialmente profissionais e de consultoria voltados para empresas, os primeiros

    escritrios de Relaes Pblicas nos Estados Unidos surgiram em 1916, de Ivy Lee, e

    em 1919, de Edward Berways. Este perodo caracteriza o incio do emprego desta

    nomenclatura como profisso, contudo atrelando-se diretamente ao sentido

    manipulador. Conforme pesquisa de Fernanda Barcellos (1984, p. 28), muitos

    empresrios procuravam, nessa poca, comprar jornalistas que atacavam as

    organizaes. Operao fecha a boca.

    Em relao formao acadmica, somente em 1947 foi fundada a primeira

    escola oficial de Relaes Pblicas, na Universidade de Boston. No Brasil, alm dos

    cursos tcnicos primeiramente oferecidos, a Escola de Comunicao e Artes ECA, daUniversidade de So Paulo USP, foi pioneira a oferecer o curso superior de Relaes

    Pblicas, abrindo sua primeira turma em 1967.

    O TERMO RELAES PBLICAS (COMO ATIVIDADE E PROFISSO)

    Empregado pela primeira vez na histria por Thomas Jefferson, entre 1802 e

    1807, na apresentao de seu Plano de Governo para o exerccio do ano seguinte, emuma mensagem ao congresso norte-americano, o termo Relaes Pblicas (Public

    Relations) foi utilizado, no momento em questo, para dar nfase necessidade de

    prestao de contas do poder pblico para o povo (WEY, Hebe, 1986, p. 32). Porm,

    segundo Waldyr Gutierrez Fortes (Portal-RP, 2008) foi em 1910 que Daniel Villard,

    presidente da Baltimore-Ohio Railroad, empregou o termo Relaes Pblicas no seu

    conceito atual, tendo utilizado nossas relaes pblicas e no nossas relaes com os

    pblicos.

    Segundo Cndido Teobaldo de Souza Andrade, apesar da ampla literatura sobreo tema e do vasto desenvolvimento da rea no mundo todo, o significado da expresso

    Relaes Pblicas no se encontra ainda em fase de cristalizao (2001, p. 29). Um

    bom motivo para isso seria o nmero de definies que se pode encontrar sobre o

    assunto, tendo Gilpert Decross, em 1952, catalogado 987 definies de Relaes

    Pblicas nos Estados Unidos. O autor ainda coloca que a vastido de definies e

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    conceitos sobre Relaes Pblicas equivalente ao nmero de estudiosos, professores,

    profissionais e admiradores dessa atividade (ibidem).

    Andrade justifica que tal conflito causado pela utilizao do termo Relaes

    Pblicas como causa e efeito, podendo-se dizer que este problema de definio

    causado por uma questo semntica, por ser usado com diversas significaes, chega-sea utilizar esta expresso para indicar um estado de esprito ou uma atitude,

    confundindo-se, assim, os meios com os fins (2001, p. 30). Tendo ainda diferentes

    significados para pessoas diferentes, uma significao pacfica para a expresso no est

    prxima de ser encontrada (ibidem).

    Ademais Relaes Pblicas so tambm filosofia e mtodo, em busca doaperfeioamento da interao social. Seria necessrio, pois, que nesseprocesso evolutivo procura de status, as Relaes Pblicas fossemapreciadas, inicialmente, nas diferentes acepes que vm sendo

    empregadas, para que se pudesse caminhar, mais rapidamente, para umaconceituao definitiva sobre a sua significao e o seu processo. (...)Recorre-se, muitas vezes, a uma espcie de definio negativa, isto ,dizendo-se o que Relaes Pblicas no devem ser (ANDRADE, 2001, p.30).

    Roberto Porto Simes (1995, p. 45) corrobora tal pensamento ao declarar que o

    termo Relaes Pblicas possui mltiplos significados, ou seja, polissmico, visando-

    se identificar, com estas duas palavras, vrios objetos. O autor explica que a razo para

    tal seria o tratamento histrico-emprico dado ao assunto, sem a preocupao de

    caracterizar bem o que se desejava explicar (ibidem). Os vrios significados de

    Relaes Pblicas seriam: o processo, a funo, a atividade, o profissional, o cargo e a

    profisso, sendo necessrio, para que se entenda estes significados ter-se

    em mente a premissa da existncia de um processo (e resultante)pluridimensional de interao da organizao com seus diversos pblicos,desde o momento em que a mesma passa a existir. Trata-se do processo dosistema social (ou sociedade especfica) organizao-pblicos, inserido emprocessos de sociedades maiores, isto , a cidade, o estado, o pas e omundo. Este sistema e seu processo, nos domnios da sociologia, designado por sistema social e suas relaes sociais. No caso especfico dasociedade organizao-pblico pode-se, perfeitamente, design-lo porprocesso de Relaes Pblicas (SIMES, 1995, p. 45).

    a existncia (bem como a natureza) deste processo social organizao-

    pblicos, especialmente sua dimenso poltica, que exige dentro da organizao uma

    funo, segundo a linguagem funcionalista, ou um subsistema, de acordo com a

    linguagem da teoria geral de sistemas, abrangendo afilosofia, as polticas, as normas e

    as atividades organizacionais no trato dos interesses comuns e especficos com os

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    vrios pblicos (SIMES, 1995, p. 46). Depende da eficincia desta a legitimao (ou a

    deslegitimao) do poder decisrio e das aes organizacionais (ibidem).

    Por conter aspectos de deciso, de relao de poder, de comunicao,qualifico-a de poltica. Alm do que, por dizer respeito sobrevivncia daorganizao, enquadro-a no mesmo plano das funes organizacionais:

    produo, financeira, marketing, recursos humanos, pesquisa edesenvolvimento e administrao geral (SIMES, 1995, p. 46).

    A necessidade de uma atividade perita surge para que esta funo no fique

    desamparada, tendo assim maiores probabilidades de desfuncionalizao (ibidem),

    levando a conflitos no sistema social organizao-pblicos. Esta necessidade de

    administrao tem relao com o tamanho da organizao, com o nvel de democracia

    participativa do pas, da capacidade de denncia dos meios de comunicao social e da

    independncia e eficcia do poder judicirio (SIMES, 1995, p. 46).

    Segundo Simes (1995, p. 47), a atividade ocupa um lugar na estrutura daorganizao (o cargo), descrito em um manual de cargos e representado no

    organograma, pelo designativo da atividade que o seu ocupante desempenha,

    agregando um posto na hierarquia organizacional. A atividade e o cargo s podem ser

    realizados e ocupados por pessoas, ou seja, profissionais de Relaes Pblicas (ibidem).

    O autor considera que este o significado que tem mais uso e destaque entre os outros,

    especialmente entre estudantes de graduao (1995, p. 47). Com a legalizao e o

    reconhecimento profissional da atividade, se fortalece e distingue uma classe

    econmica, a profisso de Relaes Pblicas (ibidem).

    Podem ser acrescentados a estes seis significados, trs outros usos para o termo,

    ocorrendo nas reas de cincia social, tecnologia e arte social, que se referem ao

    objeto: processo de interao organizao-pblicos na sua dimenso poltica

    (SIMES, 1995, p. 47). Cincia de Relaes Pblicas o conhecimento adquirido

    cientificamente em documentos especializados que leva ao entendimento do processo de

    interao descrito (ibidem).

    Tecnologia de Relaes Pblicas engloba trs significados do termo: tecnologia

    de projetos de Relaes Pblicas, conjunto de conhecimentos para que (levando-se em

    conta as especificaes de um determinado programa) consiga-se provocar uma

    seqncia de operaes sociais, apto produo daquele programa, dentro das

    particularizaes ansiadas (SIMES, 1995, p. 48). Tecnologia de manufatura de

    Relaes Pblicas, conjunto de conhecimento de recursos (dentro das mesmas

    especificaes de um programa), para que se consigaproduzir o programa referido com

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    a qualidade, os custos e a abundncia desejados. E a tecnologia do uso de Relaes

    Pblicas que busca o uso da melhor infra-estrutura para um resultado eficiente e eficaz

    de um programa escolhido (ibidem).

    Porm, s se pode falar em desenvolvimento tecnolgico se estas trs categorias

    esto desempenhadas, especialmente as duas ltimas, e so tidas como essenciais paraempresrios e governantes. O desconhecimento, a m avaliao da importncia da unio

    destas e/ou a fundamentao de projetos em uma estrutura econmico-financeira frgil,

    leva demora de avano da profisso, podendo-se tomar como exemplo pases

    subdesenvolvidos (ibidem). A arte de Relaes Pblicas a competncia do fazer com

    que sua subjetividade seja aplicada na criao de projetos, programas e instrumentos

    que mantenham ou alterem a estrutura do processo, qualidade responsvel por

    diferenciar profissionais (SIMES, 1995, p. 48).

    Simes determina que sempre antes ou depois do termo Relaes Pblicasdevem ser colocados determinantes, tais como, o, as, processo, profissional, etc.

    (ibidem, p. 49). Alm disso, se o termo aparecer sem qualquer determinante, antes do

    verbo ser, o verbo deve ser conjugado na terceira pessoa do plural (1995, p. 49).

    Portanto, a dificuldade de entendimento do termo Relaes Pblicas pelos

    envolvidos no tema, seja na comunidade profissional ou entre leigos, vem de o termo

    ser utilizado com o fim de indicar vrios objetos sociais (a polissemia do termo), assim

    como da existncia de diversas definies da atividade, fornecidas por estudiosos e

    associaes de classe (SIMES, 1995, p. 48). Porm, Andrade coloca que o campo de

    definio de Relaes Pblicas vem ficando mais estreito, mostrando tendncias de ser

    reduzido cada vez mais (2001, p. 30).

    CRIAO DE DEPARTAMENTOS DE RELAES PBLICAS NO BRASIL

    Wey (1986, p. 33) aponta que as Relaes Pblicas passam a existir em uma

    conjuntura em que conflitos entre as classes ficam mais fortes nas democracias

    burguesas e neste momento se explicitam comofuno persuasiva buscando alcanar a

    converso dos interesses da sociedade aos do capital. Mostrando, ainda, que o impulso

    da atividade correspondente

    arrancada na industrializao, o que coerente se atentarmos que a origemdos estudos das relaes humanas no trabalho ser ligada ao surgimento dagrande indstria, com os seus decorrentes problemas de administrao do

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    pessoal. E. Simas Pereira chega a afirmar que as indstrias de baseinauguram as relaes pblicas no Brasil (ibidem, p. 25).

    Francisco Gaudncio Torquato do Rego (2004, p. 3) afirma que devido s razes

    histricas, as Relaes Pblicas se concentravam com prioridade na rea externa,

    planejando e operando as estratgias de projeo da imagem. E, por um longo perodo

    de tempo, a comunicao interna das organizaes esteve a cargo da rea deRecursos

    Humanos, causando tenses com o setor de Relaes Pblicas (ibidem, p. 4).

    Wey (1986), Peruzzo (1986) e Andrade (2001) concordam que a criao do

    primeiro departamento de Relaes Pblicas no Brasil ocorreu no ano de 1914 na

    empresa canadense The San Paulo Tramway Light and Power Company Limited, que

    veio a se tornar posteriormente a Eletropaulo Eletricidade de So Paulo S/A. Segundo

    Andrade (2001, p. 72),

    Nessa ordem de servio j estavam traados os primeiros objetivos do novodepartamento, bem como designado para seu primeiro chefe o engenheiroEduardo Pinheiro Lobo, que entrando para a empresa, em novembro de 1908,ocupava o cargo de chefe do Departamento de Luz e Fora Instalaes.

    Ciclia Maria Krohling Peruzzo determina que, quando foi criado este

    departamento ficou responsvel pelos negcios da Companhia com as autoridades

    estaduais, municipais e passes escolares. (1986, p. 24).

    H entre Wey (1986) e Peruzzo (1986) o consenso de que foi somente no incio

    da dcada de 50 que as Relaes Pblicas adquiriram maior forma. At ento, eraincipiente a prtica das Relaes Pblicas, limitando-se a poucas atividades (WEY,

    1986, p. 33 e 34). A rea era confundida com relaes sociais e determinadas empresas

    tinham profissionais sem qualificao, somente possuindo um nome de famlia

    respeitvel e um largo crculo de amizades influentes (ibidem, p. 34).

    interessante, ainda, recordar mais algumas datas histricas de Relaes

    Pblicas. Em 1940 ocorre a criao do Servio de Informao Agrcola do Ministrio da

    Agricultura, que, segundo Wey (1986, p. 34), marca o aparecimento de um servio de

    Relaes Pblicas no campo oficial. Andrade (2001, p. 72) cita que para a RevistaEsso em 1946 surge o segundo Servio de Relaes Pblicas do Brasil, na Escola

    Tcnica de Aviao da cidade de So Paulo, tendo como objetivo a melhora do

    relacionamento entre os alunos da ETA e a populao da capital paulista (ibidem).

    Wey (1986, p. 34) coloca que, neste mesmo ano, no regimento do DASP

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    Departamento Administrativo do Servio Pblico ficaram determinadas as atividades de

    Relaes Pblicas,

    no sentido de incrementar as boas relaes entre o DASP, o pblico e osdemais rgos da Administrao Pblica, assim como fazer pesquisa deopinio pblica em relao s suas atividades e tambm de outros rgosadministrativos (ibidem).

    Porm, segundo Peruzzo (1986, p. 33), somente no ano de 1951 criado o

    primeiro departamento verdadeiramente de Relaes Pblicas, na Companhia

    Siderrgica Nacional.

    FUNES DE RELAES PBLICAS

    As funes bsicas de Relaes Pblicas, segundo Fortes (2003) so: pesquisa,assessoramento, coordenao, planejamento, execuo, controle e avaliao. Estas sete

    funes bsicas so subdivididas em funes especficas, dependendo do tipo de

    organizao em que sero inseridas e das caractersticas do trabalho a ser realizado,

    tendo carter estratgico, por suportar relacionamentos estabelecidos e de necessidade

    para situar-se bem a organizao aos pblicos e ambientes. Percebemos que a rea

    ampla e que propicia inmeras formas de trabalho.

    A Resoluo Normativa n. 43, de 24 de agosto de 2002, define as funes e

    atividades privativas de Relaes Pblicas. Esta apresenta, no pargrafo segundo doartigo primeiro, que Relaes Pblicas so definidas como uma filosofia administrativa

    organizacional, com funes administrativas de direo e comunicao, independente

    de nomenclaturas de cargos e funes que sejam adotadas. No primeiro pargrafo do

    artigo um, fica determinado que so consideradas de Relaes Pblicas todas as aes

    de uma organizao que vise estabelecer e/ou manter, atravs da comunicao, a

    compreenso mtua com os pblicos, no devendo ser subordinadas a outra rea ou

    segmento.

    No artigo terceiro so definidas as funes privativas da atividade profissional

    de Relaes Pblicas. So estas, no inciso I:

    Elaborao, coordenao, implantao, superviso e avaliao do planejamentoestratgico da comunicao, da comunicao coorporativa e das campanhas

    institucionais (sejam elas de informao, integrao, etc.) direcionadas ao

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    pblico estratgico e informao da opinio pblica em apoio a todas as reas

    da organizao.

    Coordenao, implantao, superviso, avaliao, criao e produo dematerial que contenha carter institucional da organizao e se enquadre no alvo

    da comunicao organizacional. Elaborao do planejamento para relacionamento da organizao com a

    imprensa. Abrangendo definio de estratgia de abordagem e aproximao,

    estabelecimento de programas completos de relacionamento, contato e

    atendimento, elaborao/distribuio de informaes sobre a organizao,

    criao/produo de manuais de atendimento e relacionamento com a imprensa e

    treinamento de dirigentes e executivos para o atendimento da imprensa.

    Desenvolvimento de estratgias e conceitos de comunicao institucional pormeios audiovisuais, eletrnicos e de informtica.

    Definio de conceitos e linhas de comunicao de carter institucional pararoteiros de produo de filmes e vdeos.

    No inciso II:

    Coordenao e planejamento de pesquisas de opinio pblica com finsinstitucionais. Assim como anlise dos resultados obtidos, diagnstico, detectar

    situaes que tenham risco imagem da organizao e realizao do

    prognstico.

    Implantao, realizao, coordenao, direo, acompanhamento e avaliao deauditoria e pesquisa de opinio, auditoria e pesquisa de imagem, auditoria e

    pesquisa de clima organizacional e auditoria e pesquisa de perfil da organizao.

    No inciso III so delimitadas as funes na rea acadmica, que no convm

    para os fins desejados neste artigo. Conclumos, nesta etapa, que o campo de atuao do

    profissional de Relaes Pblicas muito amplo, dificultando o entendimento e a

    materializao das funes e atividades que podem ser realizadas por este profissional

    no mercado de trabalho.

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    A PESQUISA: BUSCANDO DADOS DE MERCADO

    A pesquisa, mediante tcnica de entrevistas por telefone, realizada em junho de

    2008, deu-se a partir de contatos diretos com quarenta e duas (42) empresas e

    instituies da cidade de Porto Alegre. Nesta pesquisa buscamos informaes referentesa:

    Existncia de um setor ou departamento voltado comunicao; Profissionais responsveis pelo setor ou departamento; Equipe de apoio; Titulao destes executivos; Nomenclatura do departamento; Nomenclatura de cargo do responsvel pelo departamento ou setor; Referncias ao mesmo nos sites das organizaes.A seguir, descrevemos as reas das organizaes entrevistadas e todos os nomes dos

    respectivos departamentos ligados comunicao, alm da existncia de links referentes

    aos mesmos em seus sites.

    rea Nomes do setores ou reas Site Links

    Sade (6)

    Setor de Comunicao (2)Assessoria de Comunicao SocialSuperintendncia de Mercado

    Departamento de ComunicaoGerncia de ComunicaoAssessoria de Imprensa

    Relaes PublicasMarketingComunicao Social

    Ouvidoria (3)Imprensa (2)

    Ensino (7)Setor de Comunicao (3)Assessoria de Comunicao (3)Marketing e Comunicao

    ComunicaoOuvidoriaNada consta (6)

    Indstria (6)Assessoria InstitucionalComunicao CorporativaDiviso de MarketingSetor de Comunicao (2)

    Gerncia deComunicaoAssessoria de ImprensaNada consta (4)

    Comrcio (7)

    Setor de Comunicao (4)

    MarketingMarketing e ComunicaoImprensa e Marketing

    Ouvidoria (2)

    Sala de ImprensaNada consta (4)

    Servios (9)

    Comunicao Social (2)Gerncia de ComunicaoSetor de Comunicao (3)ImprensaAssessoria de ImprensaMarketingSetor de Marketing e Comunicao (2);

    Central de AtendimentoOuvidoria (4)ImprensaEventos e Marketing (2)Relaes Pblicas

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    Marketing, Comunicao e Novos NegciosSetor de Desenvolvimento

    Setor Pblico (6)

    Secretaria de Comunicao SocialSuperintendncia de Comunicao SocialAssessoria de RRPPRelaes InstitucionaisSetor de Imprensa e Comunicao

    Assessoria deComunicao Social (2)Superintendncia deComunicao SocialNada consta (2)

    Entidades declasse/Instituies (3)

    Desenvolvimento OperacionalMarketing e ComunicaoSetor de Imprensa

    ImprensaOuvidoriaMarketing e Comunic.Nada consta (1)

    OS SETORES

    Conforme o levantamento de dados, das quarenta e quatro (44) empresas e

    instituies consultadas, quarenta e duas (42) mantm um setor voltado comunicaoou ao relacionamento com pblicos de interesse (interno ou externo). Dentre os nomes

    ou designaes dos departamentos ou setores levantados, termos como Comunicao,

    seguido por Marketing se destacam, porm observamos que a palavra Imprensa se faz

    presente em algumas delas. Em relao presena de links nos sites destas

    organizaes, observamos que apenas duas intitulam os mesmos como Relaes

    Pblicas, destacando-se dentre as outras, referncias a Ouvidoria e Comunicao ou

    Marketing.

    CHEFIAS

    Das quarenta e duas (42) empresas consultadas que possuem algum setor

    relacionado comunicao ou relacionamentos com seus pblicos, a grande maioria

    (34) possui profissionais ou estagirios de Relaes Pblicas em sua equipe ou setor de

    trabalho. Treze (13) delas, mantm a frente, com cargos de chefia dos seus setores,

    profissionais formados em Relaes Pblicas, onze (11) com formao em Jornalismo,quatro (4) em Marketing, quatro (4) em Publicidade e Propaganda, oito (8) de outras

    reas e trs (3) no souberam precisar a formao dos profissionais.

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    NOMENCLATURAS DOS CARGOS

    Destas quarenta empresas, apesar de possurem um setor voltado para a

    Comunicao, oito (8) no tm em seus quadros ou equipes de trabalho qualquerprofissional ou estagirio em Relaes Pblicas. Dentre aqueles profissionais da rea de

    RRPP que coordenam ou fazem parte da equipe de coordenao dos setores voltados

    comunicao e aos relacionamentos, destacam-se as seguintes titulaes em seus

    cargos:

    Gerente de Comunicao (3) Assessor de RP (2) Relaes Pblicas (2) Coordenador (a) de Comunicao (2) Analista de Comunicao Assessor de Comunicao Lder do Ncleo de Eventos Institucionais Analista de Eventos Diretor de Relaes Institucionais Executivo de Marketing Coordenador de Marketing Facilitador de Marketing Coordenador de Marketing e Atendimento Gerente de Marketing e Comunicao Social

    Podemos observar que, novamente, o termo Comunicao se destaca dentre os

    demais, por ocasio da definio do cargo das chefias, quando ocupadas por

    profissionais com titulao em Relaes Pblicas. Alm disto, outras tantas

    denominaes aparecem, ficando apenas quatro (4) empresas dentre a amostra dapesquisa com a indicao direta s Relaes Pblicas em seus cargos.

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    CONCLUSES

    Os resultados da pesquisa indicam claramente uma tendncia para o uso de

    nomenclaturas diversificadas que o mercado vem absorvendo, quando se trata daprofisso de Relaes Pblicas. No devemos esquecer que isto no privilgio da rea,

    pois muitas transformaes neste sentido vm atingindo outras formaes quando da

    oferta de trabalho.

    Conforme artigo de Cleusa Gimenes Cesca (2006, p.33),

    o grande questionamento dos estudantes de relaes pblicas : por que nasempresas, nas agncias de recrutamento e seleo de pessoal e nosclassificados dos jornais impressos no se encontra Precisa-se de relaespblicas?

    Neste estudo junto a empresas do Sul do Brasil, o que podemos verificar que

    os espaos de empregabilidade existem em todos os setores, contudo o mercado vem

    atribuindo as nomenclaturas de cargos e setores nesta rea de forma por vezes mais

    ampla e, em poucos casos, bem focadas na atividade em si a ser desenvolvida.

    Deve-se isso, conforme abordado neste artigo, amplitude de funes e

    atividades agregadas formao superior, oferecida aos estudantes dos cursos de

    Relaes Pblicas. No s a terminologia abre para diversas interpretaes, algumas

    positivas ou negativas, pensando-se na histria e desenvolvimento da profisso, outras

    amplas demais, sobrepondo-se a outras formaes, tanto da comunicao quanto de

    outras reas. O que importa, a constatao de existncia de espaos, sejam

    denominados de RRPP, sejam pertencentes a outros saberes. A pesquisa clara: os

    profissionais encontram-se presentes nas organizaes e instituies, dividindo, em sua

    maioria, espaos com outros segmentos da Comunicao, do Marketing e do

    Jornalismo.

    No recente e instigante artigo de Simes (2007), presente no livro Relaes

    Pblicas: quem sabe, faz e explica, quando o terico e pesquisador confronta as vises

    ingnuas e crticas das Relaes Pblicas, ao abordar o tema mercado de trabalho, ele

    enftico ao criticar este posicionamento de simplificao e desvalorizao das RRPP

    frente concorrncia, sugerindo que os futuros profissionais devem saber que:

    (...) antes de tudo, o mercado estabelecido pelo recrutamento de profissionaisque resolvam os problemas de Relaes Pblicas nas organizaes. (...)percebem os espaos, sob outras designaes para sua atuao. (...) Ocupanichos, mesmo que o termo organizacional administrativo de uma empresa no

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    explicite perfeitamente que seja um trabalho para profissional de RelaesPblicas, na ocasio ou no futuro. (...) Sabe que as oportunidades de mercadoesto conforme se desenvolve a sociedade (...) Associa-se concorrncia.Fazem bons negcios e ambas ganham (p. 25).

    A percepo, defendida por alguns, de que o mercado empresarial no enxerga

    ou valoriza a profisso, no encontra respaldo na medida em que verificamos que osmesmos existem, contudo com diversas nomenclaturas. Ademais, podemos dizer que,

    dentre as diversas reas da Comunicao, Relaes Pblicas configura-se como a mais

    abrangente e estratgica, levando-se em considerao a sua amplitude de

    conhecimentos, alm da personalidade assumidamente estratgica, quando falamos

    em relao pblicos-organizaes.

    Os espaos existem. Convm preparar-nos para preench-los, evitando uma

    viso mope neste vasto campo de atuao, ficando atentos s oportunidades oferecidas

    quando se trata da comunicao, de relacionamentos e de tudo aquilo que cerca estasnovas exigncias do mercado.

    REFERNCIAS

    ANDRADE, Cndido Teobaldo de Souza. Para entender relaes pblicas. 3. ed. So Paulo:Loyola, 2001.

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    SIMES, Roberto Jos Porto. Relaes Pblicas: funo poltica. So Paulo: Summus, 1995.

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