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PÓS GRADUAÇÃO – PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática Professor: Rodrigo J. Capobianco

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PÓS GRADUAÇÃO – PENAL E PROCESSO PENALLegislação e Prática

Professor: Rodrigo J. Capobianco

LEGISLAÇÃO ESPECIAL

LEI DOS CRIMES HEDIONDOS

• Lei 8072/90

• Trata dos crimes hediondos e dos assemelhados (equiparados) a hediondos

Lei dos Crimes Hediondos

• Por que hediondos e assemelhados a hediondos ?

Lei dos Crimes Hediondos

• o constituinte quis mencionar o “TTT” na Constituição como insuscetíveis de graça, indulto e fiança, como qualquer crime hediondo.

Lei dos Crimes Hediondos

• Porém, ao utilizar a expressão “...tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos...” o legislador constitucional deixou esses crimes fora do rol taxativo de crimes hediondo

• (ART. 5º, XLIII,CF)

Lei dos Crimes Hediondos

• São considerados hediondos:

• - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, §2o, I, II, III, IV, V, VI e VII);

Lei dos Crimes Hediondos

- lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição

Lei dos Crimes Hediondos

(art. 142 - As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica)

(art. 144 - I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares)

- latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);

Lei dos Crimes Hediondos

- extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);

Lei dos Crimes Hediondos

- extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);

Lei dos Crimes Hediondos

- estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);

Lei dos Crimes Hediondos

- estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);

Lei dos Crimes Hediondos

- favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º)

Lei dos Crimes Hediondos

- epidemia com resultado morte (art. 267, §1o).

Lei dos Crimes Hediondos

- falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, capute § 1o, § 1o-A e § 1o-B

Lei dos Crimes Hediondos

- genocídio (previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956), tentado ou consumado.

Lei dos Crimes Hediondos

- posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento)

- (acrescido pela Lei 13.497/17)

Lei dos Crimes Hediondos

São assemelhados a hediondos:

- Tráfico de drogas

- Tortura

- Terrorismo

• (TTT)

Lei dos Crimes Hediondos

• Possibilidades:

• - liberdade provisória

• - progressão

• - livramento condicional

• - remição

• - detração

Lei dos Crimes Hediondos

• Impossibilidades:

• - anistia

• - graça

• - indulto

• - fiança

Lei dos Crimes Hediondos

• OBSERVAÇÕES:

• - Prisão temporária

• - Delação premiada

fim

Lei dos Crimes Hediondos

TORTURA

(Lei 9455/97)

Tortura

• Constitui crime de tortura:

• I - constranger alguém com emprego deviolência ou grave ameaça, causando-lhesofrimento físico ou mental:

Tortura

• a) com o fim de obter informação,declaração ou confissão da vítima ou deterceira pessoa;

Tortura

• b) para provocar ação ou omissão denatureza criminosa;

Tortura

• c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

Tortura

• II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo

Tortura

• Outra forma de tortura:

• Submeter pessoa presa ou sujeita a medidade segurança a sofrimento físico oumental, por intermédio da prática de atonão previsto em lei ou não resultante demedida legal.

Tortura

• Penas:

• Reclusão: 2 (dois) a 8 (oito) anos

Tortura

• Observações:

• 1. Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos (metade).

• Atenção: não precisa iniciar no fechado

Tortura

• 2. Se a tortura resultar em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima

• - pena: reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos;

• 3. Se a tortura resultar em morte

• - pena: reclusão de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos;

Tortura

• 4. A pena será aumentada de 1/6 (um sexto) até 1/3 (um terço):

- se o crime é cometido por agente público

– se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos

- se o crime é cometido mediante seqüestro

Tortura

• 5. Extraterritorialidade: O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira

Tortura

• 6. “Início” no regime fechado

Tortura

• 7. A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada

fim

TERRORISMO

(Lei 13.260 de 16 de março de 2016)

Terrorismo

• O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública.

Terrorismo

• São atos de terrorismo:

Terrorismo

• * usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa;

Terrorismo

• * sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, grave ameaça a pessoa ou servindo-se de mecanismos cibernéticos, do controle total ou parcial, ainda que de modo temporário, de meio de comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, (segue)

Terrorismo

• instalações públicas ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações de geração ou transmissão de energia, instalações militares, instalações de exploração, refino e processamento de petróleo e gás e instituições bancárias e sua rede de atendimento;

Terrorismo

• * atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa:

• Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das sanções correspondentes à ameaça ou à violência.

Terrorismo

• OBS: O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais, sem prejuízo da tipificação penal contida em lei.

Terrorismo

• Outros crimes:

• Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização terrorista:

• Pena - reclusão, de cinco a oito anos, e multa.

Terrorismo

• Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito:

• Pena - a correspondente ao delito consumado, diminuída de um quarto até a metade

Terrorismo

Equiparação:

• Incorre nas mesmas penas o agente que, com o propósito de praticar atos de terrorismo:

- recrutar, organizar, transportar ou municiar indivíduos que viajem para país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade; ou

- fornecer ou receber treinamento em país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade.

Terrorismo

OBS: quando a conduta não envolver treinamento ou viagem para país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade, a pena será a correspondente ao delito consumado, diminuída de metade a dois terços

Terrorismo

• Receber, prover, oferecer, obter, guardar, manter em depósito, solicitar, investir, de qualquer modo, direta ou indiretamente, recursos, ativos, bens, direitos, valores ou serviços de qualquer natureza, para o planejamento, a preparação ou a execução dos crimes previstos nesta Lei:

• Pena - reclusão, de quinze a trinta anos.

Terrorismo

• Equiparação: Incorre na mesma pena quem oferecer ou receber, obtiver, guardar, mantiver em depósito, solicitar, investir ou de qualquer modo contribuir para a obtenção de ativo, bem ou recurso financeiro, com a finalidade de financiar, total ou parcialmente, pessoa, grupo de pessoas, associação, entidade, organização criminosa que tenha como atividade principal ou secundária, mesmo em caráter eventual, a prática dos crimes previstos nesta Lei.

Terrorismo

• OBS:

• Salvo quando for elementar da prática de qualquer crime previsto nesta Lei, se de algum deles resultar lesão corporal grave, aumenta-se a pena de um terço, se resultar morte, aumenta-se a pena da metade

• Mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo, na hipótese do art. 5o desta Lei, aplicam-se as disposições do art. 15 do CP

Terrorismo

• Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos nesta Lei são praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu processamento e julgamento, nos termos do inciso IV do art. 109 da Constituição Federal.

• É possível a aplicação de medidas assecuratórias e alienação antecipada de bens

• É possível a prisão temporária.fim

GENOCÍDIO

(Lei 2889/56)

Genocídio

• Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:

Genocídio

• a) matar membros do grupo;

• (pena – 121§2º, CP)

Genocídio

• b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;

• (pena - art. 129, § 2º, CP)

Genocídio

• c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;

• (pena - art. 270, CP)

Genocídio

• d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;

• (pena - art. 125, CP)

Genocídio

• e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;

• (pena - art. 148, CP)

Genocídio

• Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos crimes mencionados

• (Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos)

Genocídio

• Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qualquer dos crimes mencionados (exceto a associação)

• Pena: Metade das penas ali cominadas.

Genocídio

• OBS:

• 1. Se o crime incitado se consumar a pena será igual e não a metade

• 2. A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando a incitação for cometida pela imprensa

Genocídio

• 3. A pena será agravada de 1/3 (um terço), quando quaisquer dos crimes for cometido o crime por governante ou funcionário público.

• 4. A tentativa será punida com 2/3 (dois terços) das penas

Genocídio

• 5. Os crimes de genocídio não são considerados crimes políticos para fins de extradição

fim

PRÁTICA

Prática

• Caso:José da Silva, mecânico, primário, de bons antecedentes, que exerce as suas funções na empresa de Aviação Civil XXX há 15 anos, sempre no aeroporto de Cumbica, no Município de Guarulhos, Estado de São Paulo, aproveitando-se da relação pessoal com Pilotos e Comissários de sua companhia e de outras, também vende e compra dólares e euros no aeroporto de Cumbica. Em uma dessas transações a Polícia o interceptou e o prendeu em flagrante pelo crime previsto no artigo 22 da Lei 7.492 de 1986 (Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional). Efetuado o auto de prisão em flagrante delito, na presença de advogado constituído, a cópia do referido auto foi encaminhada para o Fórum. Como advogado de José da Silva, tome a providência cabível.

LIBERDADE PROVISÓRIA

Excelentíssimo Senhor Doutor

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da __ Vara Criminal Federal

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da __ Vara Criminal Federal da Subseção Judiciária de

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da __ Vara Criminal Federal da Subseção Judiciária de Guarulhos - SP

Autos n. ...

José da Silva, qualificado nos autos emepígrafe, por

José da Silva, qualificado nos autos emepígrafe, por seu advogado ao final firmado,vem respeitosamente à presença de V. Ex.arequerer

José da Silva, qualificado nos autos emepígrafe, por seu advogado ao final firmado,vem respeitosamente à presença de V. Ex.arequerer a sua LIBERDADE PROVISÓRIA,

José da Silva, qualificado nos autos emepígrafe, por seu advogado ao final firmado,vem respeitosamente à presença de V. Ex.arequerer a sua LIBERDADE PROVISÓRIA, nostermos do art. 5º, inc. LXVI da CF e do art. 310,III do CPP,

José da Silva, qualificado nos autos emepígrafe, por seu advogado ao final firmado,vem respeitosamente à presença de V. Ex.arequerer a sua LIBERDADE PROVISÓRIA, nostermos do art. 5º, inc. LXVI da CF e do art. 310,III do CPP, pelos fatos e fundamentos a seguirexpostos.

Fatos

“contar o histórico”

Direito

“Demonstrar o merecimento da liberdade provisória”

Pedido

Diante do exposto requer,

Pedido

Diante do exposto requer, após a manifestação do Ministério Público,

Pedido

Diante do exposto requer, após a manifestação do Ministério Público, a concessão da Liberdade Provisória,

Pedido

Diante do exposto requer, após a manifestação do Ministério Público, a concessão da Liberdade Provisória, com a expedição de alvará de soltura,

Pedido

Diante do exposto requer, após a manifestação do Ministério Público, a concessão da Liberdade Provisória, com a expedição de alvará de soltura, como medida de justiça.

Local, data.

Advogado (a)

OAB ...

Prática

• Caso:Após uma discussão, na porta de sua residência, com o vizinho João de Souza, José da Silva efetuou disparos de arma de fogo (a qual tinha o regular registro e porte) causando a morte de seu vizinho. Não havia testemunhas presenciais. Sem saber da morte, José chama o resgate sem se identificar e o resgate chega encontrando João já sem vida. Três horas depois, José resolve ir à Delegacia de Polícia mais próxima, onde narra o ocorrido, fato esse desconhecido pela Polícia. O Delegado de Polícia, então, prende José da Silva em flagrante. Você foi contratado(a) para defendê-lo. Sabedor que a cópia do auto de prisão em flagrante foi encaminhada a Juízo, tome a providência cabível.

RELAXAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara do Júri

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara do Júri da Comarca de ...

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara do Júri da Comarca de ...

Autos n. ...

José da Silva, qualificado nos autos emepígrafe, por

José da Silva, qualificado nos autos emepígrafe, por seu advogado ao final firmado,vem respeitosamente à presença de V. Ex.arequerer

José da Silva, qualificado nos autos emepígrafe, por seu advogado ao final firmado,vem respeitosamente à presença de V. Ex.arequerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO,

José da Silva, qualificado nos autos emepígrafe, por seu advogado ao final firmado,vem respeitosamente à presença de V. Ex.arequerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO, nostermos do art. 5º, inc. LXV da CF e do art. 310, Ido CPP, pelos fatos e fundamentos a seguirexpostos.

Fatos

“contar o histórico”

Direito

“Demonstrar a necessidade de relaxamento”

Pedido

Diante do exposto,

Pedido

Diante do exposto, após a manifestação do Ministério Público, requer

Pedido

Diante do exposto, após a manifestação do Ministério Público, requer o relaxamento da prisão,

Pedido

Diante do exposto, após a manifestação do Ministério Público, requer o relaxamento da prisão, com a expedição de alvará de soltura,

Pedido

Diante do exposto, após a manifestação do Ministério Público, requer o relaxamento da prisão, com a expedição de alvará de soltura, como medida de justiça.

Local, data.

Advogado (a)

OAB ...