tipificaÇÃo de carcaÇas bovinas na regiÃo oeste da bahia

61
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS COLEGIADO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA CAMPUS IX TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA BRUNO RODRIGUES PAES BARREIRAS - BA Agosto - 2006

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monografia 2006

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Page 1: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

COLEGIADO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

CAMPUS IX

TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA

BAHIA

BRUNO RODRIGUES PAES

BARREIRAS - BA

Agosto - 2006

Page 2: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

COLEGIADO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

CAMPUS IX

TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA

BAHIA

BRUNO RODRIGUES PAES

Orientador: D.Sc. Danilo Gusmão de Quadros

BARREIRAS - BA

Agosto - 2006

MONOGRAFIA apresentada ao Departamento de Ciências Humanas da UNEB – Campus IX Barreiras, para obtenção do Diploma de Engenheiro Agrônomo.

Page 3: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CAMPUS IX

CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

TÍTULO: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA

BAHIA

AUTOR: BRUNO RODIGUES PAES

ORIENTADOR: D.Sc. DANILO GUSMÃO DE QUADROS

Aprovada pela Banca Examinadora:

___________________________________

D. Sc. Danilo Gusmão de Quadros - UNEB

___________________________________

D. Sc. Fábio Del Monte Coccoza - UNEB

____________________________________

M. Sc. Cláudio Durán Alvarez - EBDA

Data de realização 24/08/2006

Page 4: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

Catalogação Biblioteca UNEB, Campus IX.

Paes, Bruno Rodrigues. P126t Tipificação de carcaças bovinas na região Oeste da Bahia./Bruno Rodrigues Paes. Barreiras, BA: Uneb, 2006 [monografia de graduação.] 47 p.; il. Orientadores: D. Sc. Danilo Gusmão de Quadros; D. Sc. Fábio Del Monte Coccoza; M. Sc. Cláudio Durán Alvarez

1. Conformação. 2. Bovino. 3. Acabamento. 4. Maturidade. I. Titulo.

CDD: 636.213

Page 5: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

iii

Aos meus pais, Aroldo Paes de Oliveira e Maria Zélia Rodrigues de Oliveira,

pela dedicação e amor recebido;

a meus avós materno: Sr. Joaquim Cândido Rodrigues (in memória) e

Altaides Pereira de Oliveira,

pelo amor e conselhos que sempre me deram.

OFEREÇO

A meu filho Arthur Dourado Paes,

a minha esposa Cíntia Dourado da Silva,

aos meus sogros José Davi da Silva e Maria Aparecida Leão Dourado, e minha

cunhada Laíse Dourado da Silva pelo apoio,

carinho e incentivo pessoal.

DEDICO

Page 6: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

iv

AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos a Deus, por estar sempre presente em minha vida, e a

todos os meus familiares.

A todos os colegas da turma de 1999 pelo exemplo de vontade de vencer e

brilhantismo profissional que muito contribuíram durante o meu processo de

graduação. Em especial a Wesley Abreu de Lima, Alisson Miranda, Dourivá

Alves, Jean Carlos Macedo, Eric Moura, Rosângela, Marcele, Cristiano Cléser,

Péricles, Pedro Venício pela amizade e ajuda em vários momentos dessa

trajetória.

Aos docentes da UNEB – Campus -IX, que durante o curso iluminaram e

direcionaram minha cognição para o agronegócio, em especial aos professores

Danilo Gusmão de Quadros e Fábio Del Monte, os quais fico honrado em tê-los

como orientador e co-orientador.

A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) na pessoa do gerente

regional Dr. Franklin José Lima e do zootecinsta M.Sc. Cláudio Garcia Durán

Alvarez pela parceira e esclarecimento quanto ao tema proposto.

Ao Frigorífico Fribarreiras na pessoa da Dr. Márcia Rodrigues e Ítalo Abreu

Lima por receber a equipe e permitir a realização das amostragens do trabalho

na indústria.

A Jorge Aurélio Macedo Araújo pela força e disposição na execução do

trabalho e demais colaboradores, que auxiliaram e incentivaram

compartilhando suas idéias e reflexões para concretização dessa monografia.

Quero agradecer também aos meus amigos pelo trabalho de colaboração e

pelo companheirismo de todas as horas, sempre com respeito e consideração,

por isso merecem minha gratidão.

Page 7: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

v

TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

RESUMO

As características de carcaças bovinas estão indiretamente relacionadas à

qualidade, padronização e adequação dos produtos cárneos. O objetivo deste

trabalho foi tipificar carcaças bovinas na região Oeste da Bahia, segundo

sistema oficial brasileiro, o qual atribui letras da palavra B-R-A-S-I-L,

considerando o sexo e maturidade dos animais, a conformação, acabamento e

peso das carcaças. Foram amostradas 609 carcaças bovinas, oriundas de

animais abatidos após um período de jejum de 16 horas, no FRIBARREIRAS-

Frigorífico Regional de Barreiras, nos dias 10, 12 e 13 de julho de 2006. Em

relação ao total, 45 e 43% das carcaças foram de machos inteiros e fêmeas,

respectivamente e 66% de animais com número superior a quatro dentes

permanentes. O grau de acabamento de 47% das carcaças foi gordura

mediana (3 a 6 mm), entretanto 34% apresentaram grau 2, o qual pode

comprometer o processamento. Considerando a conformação, 60% foram

retilíneas, devido a grande proporção de fêmeas. A classe de peso

predominante foi de 200 a 249 kg (44,3%), contudo houve 33,5% de carcaças

com 150 a 199 kg. Considerando B-R-A-S-I-L em ordem decrescente de

qualidade, 62,6% das carcaças foram tipificadas como I por conseqüência

provável do preço reduzido da arroba, levando aos pecuaristas abaterem

fêmeas.

Palavras chaves: conformação, bovino, acabamento, maturidade.

Page 8: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

vi

BEEF CARCASS EVALUATION IN THE WEST OF BAHIA

ABSTRACT

Beef carcass characteristics are indirectly related with meat quality,

standardization and improvement of meat products. The objective of this work

was to evaluate beef carcass in the west of Bahia, following brazilian official

system, which give letters of B-R-A-S-I-L, considering sex and maturity of

animals, conformation, finishing and carcass weight. There were sampled 609

bovine carcasses from animals submitted to 16 hours of jejum, before

slaughtering, at FRIBARREIRAS-Frigorífico Regional de Barreiras, at 10,12,

and 13 of July of 2006. In relation to all carcasses, 45 and 43% were from intact

males and females, respectively and 66% from animals with more than four

permanent incisors. The finishing grade of 47% of all carcasses showed

medium subcutaneous fat (3-6 mm), however 34% had degree 2, which could

compromise the processing. Considering the conformation, 60% was straight,

due large proportion of females. The most frequent carcass weight ranged from

200 to 249 kg (44,3%), however there was 33,5% with 150-199 kg. Considering

B-R-A-S-I-L in decrescent order of quality, 62,6% of all carcasses were

evaluated as I, probably by reduced price of @, taking farmers to slaughter

females.

Palavras chaves: conformation, bovine, finishing, maturity.

Page 9: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

vii

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATRURAS............................. ............................................. ix

LISTA DE FIGURAS................................... ...................................................... xi

LISTA DE TABELAS ................................... .................................................... xii

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................ .............................................. 5

2.1 Tipificação de carcaça.................................................................................. 5

2.1.1 Classificação e tipificação de carcaças ..................................................... 6

2.1.2 Avaliação de carcaças .............................................................................. 6

2.1.3 Sistema nacional (Sistema B-R-A-S-I-L) ................................................... 8

2.1.3.1 Quota Hilton ........................................................................................... 9

2.1.3.2 Carne bovina na União Européia (U.E.) ............................................... 10

2.1.4 Sistema americano (USDA) .................................................................... 11

2.1.4.1 Avaliação por rendimento (Yield Grades)............................................. 11

2.1.4.2 Avaliação por qualidade (Quality Grade).............................................. 12

2.1.5 Sistema de tipificação neozelandês ........................................................ 13

2.2 Qualidade de carcaça ............................................................................... 13

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................... .............................................. 16

3.1 Local, amostragens e animais amostrais ................................................... 16

3.2 Abate .......................................................................................................... 16

3.3 Tipificação das Carcaças ........................................................................... 16

3.3.1 Sexo ........................................................................................................ 17

3.3.2 Maturidade .............................................................................................. 17

3.3.3 Conformação........................................................................................... 18

3.3.4 Acabamento ............................................................................................ 19

3.3.5 Peso ........................................................................................................ 19

3.4 Análise dos dados ...................................................................................... 20

3.5 Regionalização dos animais amostrais ...................................................... 21

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................... ......................................... 22

4.1 Sexo ........................................................................................................... 22

4.2 Maturidade ................................................................................................. 24

Page 10: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

viii

4.3 Acabamento ............................................................................................... 26

4.4 Conformação.............................................................................................. 29

4.5 Peso da Carcaça........................................................................................ 30

4.6 Tipificação no Sistema Nacional ................................................................ 33

5 CONCLUSÔES............................................................................................. 35

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................... ...................................... 36

ANEXOS .......................................................................................................... 42

Page 11: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

ix

LISTA DE ABREVIATURAS

SIF - Serviço de Inspeção Federal

M - Macho Inteiro

C - Macho Castrado

F - Fêmea

dl - Dente de Leite

2d - Dois Dentes Permanentes

4d - Quatro Dentes Permanentes

6d - Seis Dentes Permanentes

8d - Oito Dentes Permanentes

C - Carcaças convexas

Sc - Carcaças subconvexas

Re - Carcaças retilíneas

Sr - Carcaças sub-retilíneas

Co - Carcaças côncavas

mm - milímetros

kg - quilogramas

J - Jovem

I - Intermediário

A - Adulto

T - Touro, touruno e carreiro

Vo - Vitelo e vitela

mil. - milhões

t - toneladas

nº. - número

D.I.P. – dentes incisivos permanentes

U.E. - União Européia

Eq. - equação

EGA - espessura de gordura ajustada

PCQ - peso da carcaça quente

GPRT - gordura pélvica, renal e torácica

AOL - área do olho lombar

cm2 - centímetro quadrado

Page 12: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

x

km - quilômetro

pH - potencial de hidrogeniônico

@ - arrobas

PV - peso vivo

Page 13: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Consumo de carne bovina nos principais pa íses ........................ 2

Figura 2. Cronometria dentária .................... ................................................ 18

Figura 3. Avaliação da conformação da carcaça...... ................................... 18

Figura 4. Avaliação de acabamento de gordura na car caça ...................... 19

Figura 5. Percentual de bovinos machos inteiros, ca strados e de fêmeas

abatidos no FRIBARRERAS-Frigorífico Regional de Bar reiras-Bahia ...... 22

Figura 6. Maturidade de carcaças bovinas abatidas n o oeste da Bahia .. 24

Figura 7. Acabamento de carcaças bovinas na região Oeste da Bahia ... 27

Figura 8. Conformação de carcaças bovinas na região Oeste da Bahia... 29

Figura 9. Freqüência de peso de carcaças bovinas no oeste da Bahia .... 31

Figura 10. Tipificação de carcaças bovinas na regiã o oeste da Bahia...... 33

Page 14: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Efetivo bovino do Brasil (2001 a 2004)... ........................................ 1

Tabela 2. Critérios utilizados por vários paises pa ra classificar e tipificar

carcaças bovinas ................................... .......................................................... 7

Tabela 3. Resumo do sistema de classificação de car caças bovinas......... 8

Tabela 4. Idade aproximada da erupção dos incisivos permanentes........ 17

Tabela 5. Resumo do sistema de tipificação de carca ças bovinas ......... 20

Tabela 6. Origem e quantidade dos bovinos experimen tais avaliados neste

trabalho, no FRIBARREIRAS-Frigorífico Regional de B arreiras/BA.......... 21

Tabela 7. Classificação dos animais abatidos de aco rdo ao sexo e

maturidade na região oeste da Bahia................ ........................................... 25

Tabela 8. Médias e desvio padrão do peso de carcaça quente (PCQ), em

kg, dos animais abatidos, em função do sexo e do gr au de acabamento 32

Page 15: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

1 INTRODUÇÃO

O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo. Conforme dados

da pesquisa agropecuária, realizada pelo IBGE (2005) em 2004, estimou-se

que o País contava com aproximadamente 204 milhões de cabeças (Tabela 1).

De acordo com Heinemann (2002), esse rebanho é composto

predominantemente pela raça Nelore, que é rústica, adaptada ao clima tropical.

Por outro lado, as raças européias têm sido utilizadas em cruzamentos

industriais visando melhorar o desempenho dos animais.

Tabela 1. Efetivo bovino do Brasil (2001 a 2004).

Fonte: IBGE (2005)

O rebanho concentra-se na região Centro-Oeste, sendo os Estados do Mato

Grosso do Sul e Mato Grosso principais produtores nacionais, com,

respectivamente, 12,78% e 12,59% do rebanho nacional (Tabela 1).

Do efetivo brasileiro, 81% são destinados à produção de carne (21%

provenientes de cruzamentos industriais e 60% de outros tipos) e os 19%

restantes são voltados à produção de leite. O Brasil possui grande potencial

para a produção de bovinos em sistemas de pastagens. Com sua extensão

continental, o País apresenta grandes disponibilidades de solo, água e luz

solar, fatores essenciais para produção de bovinos em pastagens (FERREIRA,

2004).

LOCAL 2001 2002 2003 2004 Brasil 176.388.726 185.348.838

195.551.576 204.512.737

Norte 27.284.210 30.428.813 33.929.590 39.787.138 Nordeste 23.414.017 23.892.180 24.992.158 25.966.460 Sudeste 37.118.765 37.923.575 38.711.076 39.379.011 Sul 26.784.435 27.537.047 28.030.117 28.211.275 Centro-Oeste 61.787.299 65.567.223 69.888.635 71.168.853 Bahia 9.855.828 9.856.290 10.146.529 10.466.163 Extremo Oeste Baiano/BA 1.070.839 1.075.542 1.085.061 1.115.057 Barreiras/BA 277.719 276.357 286.887 285.231

Page 16: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

2

O volume de exportações brasileiras de carne bovina tem aumentado nos

últimos anos, refletindo o potencial de crescimento do mercado e estimulando a

adoção de tecnologias que aumentem a produtividade e a lucratividade da

bovinocultura. As previsões apontam para uma consolidação do Brasil como

maior exportador mundial de carne bovina, podendo atingir, até 2010, a marca

de dois milhões de toneladas exportadas, equivalente a três bilhões de dólares

(ANUALPEC, 2004).

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) publicou em 2005

um estudo sobre as perspectivas do consumo de carne bovina. Segundo esse

relatório o consumo mundial de carne bovina para o ano de 2006 deve

apresentar crescimento anual de 2,9% em relação ao ano de 2005, chegando a

51,74 mil. t de carcaça. Os EUA devem continuar a ser o país com o maior

consumo mundial, previsto em 13,06 mil. t em 2006. Para o Brasil, as previsões

do consumo de carne bovina indicam crescimento de 3,9% nesse período de

2005-2006, chegando a 7,04 mil. t. O consumo per capita estimado será de

37,4 kg/habitante (crescimento de 2,7% em relação a 2005). Na Figura 1 estão

apresentados os dados de consumo nos principais países, constituindo-se os

principais mercados para exportação da carne bovina brasileira.

Fonte: (LADEIRA et al., 2006)

Figura 1. Consumo de carne bovina nos principais países.

Page 17: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

3

Nesse contexto, cresce a importância da aplicação nos frigoríficos do sistema

nacional de tipificação de carcaças bovinas, da redução do abate clandestino e

da implantação da rastreabilidade. No setor industrial, a ordenação das

carcaças é realizada por categorias, em função de características definida pela

cronometria dentária (maturidade), sexo, por parâmetros de peso, cobertura de

gordura (acabamento) e conformação, que são relacionadas aos fatores de

rendimento e qualidade da carne (ROÇA, 2000).

Entende-se por carcaça de bovino, o animal abatido, sangrado, esfolado,

eviscerado, desprovido de cabeça, patas, rabada, glândulas mamárias na

fêmea, ou verga, no macho, exceto suas raízes e testículos (BRASIL, 1989).

A definição de carcaça de melhor qualidade por um conjunto de critérios

técnicos e que se verifique ser de maior aceitação no mercado, pode resultar

em maiores preços pagos pelos consumidores diante à demanda do mercado.

Entretanto, o SEBRAE (2000) afirmou não existir valorização de animais que

forneçam carne de melhor qualidade, referindo-se à falta de reconhecimento

desse critério. De acordo com ALVES et al. (2005), pode-se afirmar que a

bovinocultura nacional de corte é um dos segmentos do setor produtivo de

carnes que mais tem encontrado dificuldades para se organizar e superar

obstáculos importantes para a manutenção/expansão do mercado.

A classificação e tipificação de carcaças bovinas contextualizam-se como

ferramentas importantes e necessárias à conquista de novos mercados, bem

como na padronização e adequação do produto para satisfazer preferências

regionais, ou mesmo novas possibilidades da carne brasileira tornar-se mais

competitiva internacionalmente.

A tipificação das carcaças bovinas está intrinsecamente ligada à qualidade da

carne, o que possibilita, desde o produtor até o consumidor, maior lucratividade

na atividade, tanto comercial, quanto na escolha do produto. O Brasil perde em

exportação e em ampliação de novos mercados, justamente porque não se

aplica no processo industrial a tipificação e classificação de carcaças. Os

Page 18: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

4

Frigoríficos que utilizam o sistema de tipificação de carcaças, o fazem para

atender a Quota Hilton, pois a tipificação e classificação de carcaças bovinas

são requisitos imprescindíveis para atender aos altos padrões de exigências

dos mercados internacionais quanto à qualidade da carne.

Na região Oeste da Bahia a pecuária possui cerca de 10% do rebanho estadual

e são escassos trabalhos sobre tipificação de carcaças. A média da idade de

abate no Brasil, próximo aos 4 anos (EUCLIDES FILHO, 2001), devido ao

sistema de criação predominante, resultam em carcaças oriundas de animais

com elevado grau de maturidade, reduzindo o giro de capital do produtor e a

qualidade da carne.

Objetivou-se neste trabalho, tipificar carcaças bovinas na região Oeste da

Bahia, mensurando o sexo e maturidade dos animais, a conformação,

acabamento e peso das carcaças, bem como implementar a rotina de

aplicação do sistema, necessária aos frigoríficos e a sociedade.

Page 19: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

5

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Tipificação de Carcaça

O sistema de tipificação de carcaças procura utilizar medidas de fácil aplicação,

que realmente avaliem as diferenças em quantidade e qualidade (JARDIM et

al., 1995). Com a globalização da economia, o que acontece nos países mais

distantes influencia as atividades econômicas similares ou relacionadas no

Brasil. Nesse contexto, a política agropecuária internacional muitas vezes ao

incentivar alguma atividade produtiva influi diretamente no comportamento dos

preços e na comercialização dos produtos (ANTUNES et al., 1998).

Com vistas aos fatores que influenciam na avaliação comercial de animais de

corte, PARDI et al. (1995) ressaltaram que, com a harmonização dos

interesses do produtor primário, da indústria de transformação e da

industrialização, o mercado interno alcança a categorização desejada e amplia

seu conceito no mercado exterior. Com o tempo, seriam evidentes as

repercussões na qualificação e produtividade dos rebanhos, através do

estímulo à obtenção de animais mais jovens para o abate e à tecnificação da

pecuária.

FRANCO (1999) enfatizou que o desafio da produção de carne no Brasil é

intensificar a oferta de um produto com qualidade, a preços mais baixos. Além

de se ajustar às demandas do consumidor interno, permite aumentar a

competitividade no mercado externo, que impõe exigências cada vez mais

rigorosas ao produto brasileiro. O mercado europeu exige perfeita identificação

dos animais que originaram a carne. Informações detalhadas do indivíduo têm

o objetivo de garantir qualidade ao produto e atendimento diferenciado ao

consumidor.

Para FAVERET FILHO & PAULA (1997), a associação entre exigências dos

consumidores e base produtiva amplia a necessidade da tipificação de

carcaças, ou seja, a definição de um sistema de classificação capaz de

enquadrar cada animal em categorias definidas por critérios técnicos, como

Page 20: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

6

cobertura de gordura, idade e sexo do animal, peso ao abate e conformação da

carcaça.

Segundo FELICIO (1999), a tipificação de carcaças também poderá servir

como ferramenta para organização da cadeia produtiva. O problema, nesse

caso, é que deve haver alguma organização prévia do setor para a definição de

critérios, pois se pressupõe que os representantes dos segmentos participem

dos debates a esse respeito, o que não tem acontecido na prática.

2.1.1 Classificação e tipificação de carcaças

Para GOMIDE (2004) a padronização dos cortes de carne constitui uma etapa

preliminar que permite diferenciação qualitativa entre os diversos segmentos,

mas que não proporciona os elementos decisivos de qualidade se não for

acompanhada da padronização do animal vivo, seguida da classificação e

tipificação da carcaça.

Define-se classificação como o agrupamento dos animais em diferentes

classes considerando a idade e o sexo, e às vezes inclui a raça. Já tipificação é

a ordenação de carcaças em termos de categorias, em função da classe do

animal, definida pela cronometria dentária, sexo e pelos parâmetros de peso,

cobertura de gordura e conformação dentre outros critérios de avaliação de

carcaça que possibilita pontuação conforme a sua qualidade.

2.1.2 Avaliação de carcaças

O princípio da comercialização do bovino, principalmente no mercado de

compra, é dado pela avaliação do animal in vivo, esse processo

necessariamente passa por estimativas das características consideradas mais

importantes relacionadas à carcaça.

Os sistemas de tipificação têm, basicamente, como escopo: regulamentar a

comercialização do animal vivo e da carne, permitir ampla comercialização a

longas distâncias, orientar o pecuarista para a produção de um tipo específico

Page 21: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

7

de carcaça mais demandada pelo mercado de carnes e estimular a redução na

idade de abate dos animais com o conseqüente aumento da produtividade

(CAÑEQUE et al., 2000).

Há uma série de sistemas de tipificação em uso para avaliação do animal,

independente da premissa estratégica, todos esses adotam como condição

sine qua non a determinação da idade e, pelo menos, um índice no quesito

terminação, afinal a qualidade da carne difere mediante esses fatores. Na

Tabela 2 estão dispostos os critérios usados comercialmente pelos principais

países exportadores.

Tabela 2. Critérios utilizados por vários paises para classificar e tipificar

carcaças bovinas.

Países Critérios Brasil EUA Canadá União

Européia Austrália Nova

Zelândia Idade * * * * * * Sexo * * * * * * Peso da carcaça * * * Conformação * * * * * * Gordura * * * * * * Gordura cavitária * * Área de olho do lombo (AOL)

* * *

Marmorização * * * Espessura da gordura dorsal

* * * *

Cor do músculo * * * Cor da gordura * * * Contusões * Rendimento a retalhar

*

Fonte: GOMIDE (2004)

Cada país adota um sistema de tipificação de carcaças correspondente à meta

pré-estabelecida por sua legislação. Ocorrem, até mesmo, países que utilizam

mais de um sistema (um com vistas ao mercado doméstico e outro a

exportação). O interesse maior é o de poder dar subsídios quanto ao

entendimento das cadeias de produção e o concernente às vantagens

Page 22: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

8

comerciais, além de facilitar o atendimento às exigências dos mercados

nacional e internacional de carnes.

2.1.3 Sistema Nacional ( Sistema B-R-A-S-I-L )

O sistema nacional de tipificação de carcaças bovinas é normatizado pela

Portaria Ministerial nº. 612 de 05 de Outubro de 1989, publicada no Diário

Oficial da União de 10.10.1989, no qual é padronizada a classificação de

bovinos em pé, para fins de tipificação de carcaças, os tipos formados pela

combinação das classes de sexo, grau de maturidade, grau de acabamento,

conformação e peso da carcaça (Tabela 3).

Tabela 3. Resumo do sistema de classificação de carcaças bovinas.

CATEGORIA CARACTERÍSTICAS SIGLA

Jovem Bovino macho castrado ou não e fêmea apresentando no máximo as pinças e os 1º médios da segunda dentição, sem queda dos 2º médios e com peso mínimo de 210 kg de carcaça para o macho e 180 kg para a fêmea;

J

Intermediário

Bovino macho castrado e fêmea, com evolução dentária incompleta (com mais de quatro e até seis dentes incisivos definitivos) sem queda dos cantos da primeira dentição, com peso mínimo de 220 kg de carcaça para o macho e 180 kg para a fêmea;

I

Adulto Bovino macho castrado e fêmea, com mais de seis dentes incisivos da segunda dentição, com peso mínimo de 225 kg para o macho e 180 kg para a fêmea;

A

Touro, touruno e carreiro

Estas categorias serão englobadas em uma só, tendo os seguintes conceitos: Touro – Bovino macho adulto não castrado considerado a partir da queda das pinças da primeira dentição; Carreiro – Bovino macho adulto, castrado, também conhecido como “boi de carro” ou “boi manso”; Touruno – Bovino macho adulto castrado tardiamente e que apresenta características sexuais secundárias de macho (pescoço, barbela, anterior desenvolvido).

T

Vitelo e vitela

As características para a tipificação desta categoria serão definidas através de ato específico, quando houver produção e solicitação para tipificar este tipo de animal.

Vo

Fonte: BRASIL (1989)

Page 23: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

9

O sistema nacional passa a ser hierarquizado, principalmente pelo total de

dentes incisivos permanentes (D.I.P.), e algumas restrições quanto ao

acabamento, conformação e peso. A avaliação é feita com a carcaça quente,

como resultado da tipificação se obtém seis tipos designados pelas letras da

palavra B-R-A-S-I-L.

2.1.3.1 Quota Hilton

A Quota Hilton é um índice que fixa a participação de cada país no mercado

europeu de carne in natura. Originou-se da cadeia de Hotéis Hilton que, para

ofertar aos seus hospedes um produto de alta qualidade, especificou os cortes

e a quantidade de carne requerida anualmente e credenciou alguns países

fornecedores. Hoje, a Quota Hilton não é exclusiva da cadeia de hotéis que lhe

deu o nome, mas sim de outras redes de hotéis, restaurantes e supermercados

da Europa Ocidental. Essa é constituída de cortes especiais do quarto traseiro,

com aproveitamento de cerca de 8% da carcaça de novilhos(as) precoces de

até 30 meses de idade e 450 kg de peso vivo, o preço pago no mercado

internacional atinge de três a quatro vezes o preço da carne comum.

Atualmente, o sistema preconizado não é efetivamente aplicado pelos

frigoríficos. Quando o fazem, esses visam atender situações especiais como

exportação na Quota Hilton, que paga mais pela carne bem preparada e com a

devida seleção, ou para os programas de novilho precoce.

As quotas do tipo Hilton são administradas pelo país exportador e a Comissão

Européia determina critérios de padrão de qualidade específicos para cada

fornecedor. A quota anual é fixa, e o acesso é restrito a países credenciados.

Atualmente os volumes de exportação estão subdivididos do seguinte modo: 28

mil t. para a Argentina; 11,5 mil t. para os EUA/Canadá; 7 mil t. para Austrália;

6,3 mil t. para o Uruguai; 5 mil t. para o Brasil e 0,3 mil t. para a Nova Zelândia

(NASSAR, 2004).

A União Européia (U.E.) proíbe importações de carne bovina de regiões que

possuem focos de febre aftosa, por causa disso o Paraguai não exporta para a

Page 24: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

10

UE. No entanto, a U.E. importa carne do Brasil, porque adota o princípio da

regionalização sanitária, critério esse que permite que as regiões livres da febre

aftosa exportem. A grande maioria dos cortes da quota Hilton são exportados

refrigerados e destinados ao consumidor final.

2.1.3.2 Carne Bovina na União Européia (U.E.)

A U.E. é o mais importante mercado consumidor de carne bovina brasileira. No

entanto, o excessivo protecionismo praticado pela política agrícola na U.E.

(considerada a mais distorciva do mercado), com tarifas alfandegárias

astronômicas e, internamente, com subsídios bilionários, impedindo, em parte,

o aumento das exportações brasileiras.

A carne brasileira nas gôndolas dos supermercados europeus tem pouco

destaque, sendo atrativa pelo preço. As lojas tentam esconder ou desviar a

atenção dos consumidores da denominação de origem, enquanto os

supermercados preferem adotar a compra social, expondo produtos de origem

regional. Na UE, o equivalente a 91% da receita da produção de carne bovina

foi proveniente de programas governamentais e de transferências dos

consumidores por estarem pagando preços muito mais altos devido aos

elevados impostos de importação (BRASIL, 2005).

Foram gastos bilhões de Euros para atenuar a crise da vaca louca (BSE) e da

febre aftosa, tanto com abate de animais suspeitos, quanto em marketing para

recuperar a confiança de seus consumidores. Esses fatos determinaram a

intensificação e investimentos em segurança alimentar, principalmente para

produtos importados.

Do total das importações européias, o Brasil é o grande fornecedor com mais

da metade do volume total. A expectativa da Comissão Européia é que haja

uma redução na produção de carne bovina em 22% até 2008, e espera que,

nesse mesmo período ocorra um crescimento no consumo geral de carnes, de

5,3%. Com uma possível liberalização do mercado de carne bovina na UE, o

principal beneficiado seria o Brasil que teria maiores lucratividades com a

Page 25: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

11

ampliação do acesso a mercados e com redução das tarifas. Portanto, é

preciso que o país invista na qualidade dos produtos exportados e adote uma

política agrícola que favoreça a rentabilidade do pecuarista, além de fortalecer

e fortaleça as cadeias produtivas.

2.1.4 Sistema Americano (USDA)

Nos E.U.A. a responsabilidade de julgamento e avaliação é prioritariamente

realizado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Utiliza-se o United States Standards for Grades of Carcass Beef que constitui

no sistema de classificação e tipificação americano o qual, em suma, é

baseado na padronização em categorias de rendimento (yield grades) e de

qualidade (quality grades).

2.1.4.1 Avaliação por Rendimento (Yield Grades)

A classificação do rendimento está relacionada com o rendimento de carne dos

principais cortes cárneos (RLRC – round, loin, rib and chuck) na desossa e

gordura aparada estimada na seção transversal entre a 12ª e a 13ª costela.

Pelo modelo americano de regressão múltipla (cutability ou “retalhabilidade”),

expresso na Eq. 1, transformada para o sistema métrico-decimal, é expressa

em números de 1 (melhor) a 5 (pior), é feita a avaliação, essencialmente, de

quatro características da carcaça:

1. a quantidade de gordura externa;

2. a quantidade de gordura interna (cavitária);

3. a área do olho do lombo (Longissimos dorsi); e

4. o peso da carcaça quente.

Eq. 1: [Yield Grades = 2,5 + 0,1 (EGA) + 0,0084 (PCQ, kg) + 0,2 (GPRT) -

0,0496 (AOL)]

Em que:

EGA - espessura de gordura ajustada (mm)

PCQ - peso da carcaça quente (kg)

Page 26: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

12

GPRT - gordura pélvica, renal e torácica (%)

AOL - área do olho lombar (cm2)

O Yield Grades oficial é sempre expresso como um valor inteiro, o valor

encontrado em casas decimais depois da vírgula é aproximado para baixo sem

arredondamentos, a exemplo: quaisquer valores entre 1,0 e 1,9 são

aproximados para 1, e assim sucessivamente.

2.1.4.2 Avaliação por Qualidade (Quality Grade)

A avaliação por qualidade (Quality Grade) é definida por distintos graus de

maturidade e marmorização, fatores esses que influenciam na palatabilidade

da carne (maciez, suculência, sabor e aroma). Primeiramente faz-se a

classificação do animal por seus caracteres sexuais, classificando-os e,

novilhos, vacas e tourinhos.

A idade no sistema americano é determinada pela avaliação da coloração,

tamanho, forma e grau de ossificação dos ossos e das cartilagens das

carcaças. Pode ser também pela observação da cor e textura da área de olho

de lombo (AOL), entre a 12ª e 13ª costela. Basicamente animais mais jovens

possuem a carne de coloração vermelha brilhante intensa e textura fina,

enquanto o animal mais velho a carne torna-se mais escura e de textura

grossa. A maturidade fica então determinada por cinco classes, a saber:

1. A: idade fisiológica de 9 a 30 meses;

2. B: idade fisiológica de 30 a 42 meses;

3. C: idade fisiológica de 42 a 72 meses;

4. D: idade fisiológica de 72 a 96 meses;

5. E: idade fisiológica acima de 96 meses;

O grau de marmoreio (marbling), também chamado de marmorização, é

definido como o depósito de gordura intramuscular (diretamente relacionada a

maciez da carne). Esse item é considerado na classificação de qualidade no

sistema USDA variando em 10 graus de marmoreio, numa escala de

“praticamente inexistente” até “extremamente abundante”. A reunião desses

Page 27: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

13

critérios finda na seguinte categorização: Prime, Choice, Standard, Commecial,

Utility e Cutter.

2.1.5 Sistema de Tipificação Neozelandês

O esquema de classificação e tipificação do sistema neozelandês é bastante

simples. Os critérios utilizados são obedientes à filosofia do governo, cuja

postura é impor a sua obrigatoriedade e aplicação comercial, com vistas a

oferecer parâmetros que possam orientar a comercialização da carne bovina

sem pretender determinar o que é de melhor qualidade ou de maior rendimento

a desossa. Busca-se, simplesmente, separar o que for diferente e juntar o

semelhante, permitindo ao mercado, desse modo, definir o preço justo pago a

um produto amplamente reconhecido no mercado e cuja característica de

qualidade é aquela de atendimento dos anseios de consumo demandada pela

sociedade. Interessante, nesse sistema, é a compra e venda por

especificações e a facilidade de compreensão pelos diferentes segmentos da

cadeia produtiva (FELICIO, 2005).

Classificam-se os animais em novilhos e novilhas, vacas gordas, vacas magras

e touros. Na categoria “novilhos” e “novilhas”, as carcaças são classificadas

quanto à gordura de cobertura em cinco classes: de 0 a 3 mm, 3 a 10 mm, 11 a

16 mm, e >16 mm.

As carcaças também são classificadas de acordo as faixas de peso e, com

exceção das “vacas magras”, em três classes de musculosidade como segue:

1=superior, 2=regular, e 3=inferior. Na categoria “vacas gordas”, em três

classes de gordura: 3 a 10 mm, 11 a 6 mm, e >16 mm. Na categoria “vacas

magras” em uma classe: até 4 mm. Na de touros, em duas classes: até 2 mm e

>2 mm.

2.2 Qualidade de Carcaça

A etapa inicial do processo de integração de informações e ações para

abastecimento de possíveis demandas envolve a obtenção de um retrato da

Page 28: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

14

situação atual da qualidade das carcaças, que permitam estimar a qualidade da

carne produzida, bem como a sustentabilidade e eficiência da cadeia produtiva

da bovinocultura (SORIA, 2005).

O estudo de carcaças permite avaliar a qualidade do produto final de um

sistema de produção (COSTA et al., 2002). E, segundo DELGADO (2000), a

qualidade da carcaça relaciona-se indiretamente com aspectos de qualidade da

carne bovina.

O valor comercial das carcaças bovinas é determinado por um conjunto de

características, dentre as quais: peso, cobertura de gordura, rendimento de

carcaça e marmoreio (gordura intramuscular) (PEROTTO et al., 1999). Em

sistemas de tipificação de carcaças, a quantidade e distribuição de gordura na

carcaça são fatores importantes na determinação de seu valor (PERON et al.,

1993).

A espessura da gordura de cobertura tem recebido maior importância,

evitando-se carcaças com cobertura abaixo de 3 mm a acima de 6 mm

(RESTLE et al., 2003). Espessura menor do que 3 mm provoca escurecimento

da parte externa dos músculos pelo frio das câmaras frigoríficas nas primeiras

24 horas, além do encurtamento excessivo das fibras musculares pela maior

velocidade de resfriamento, que afeta negativamente a maciez da carne

(JUNQUEIRA et al., 1998).

Segundo COSTA et al. (2002), a variação do peso da carcaça é de relevância

econômica aos frigoríficos, ao considerar que materiais de pesos diferentes na

linha de abate requerem a mesma mão-de-obra e tempo de processamento na

desossa.

Carcaças com muita gordura subcutânea sofrem toalete mais intenso na linha

de abate, o que representa prejuízo duplo ao produtor, devido ao aumento do

custo de produção durante a terminação, pela menor eficiência biológica em

acumular gordura. E em segundo lugar, pela perda do peso da carcaça, uma

vez que o excesso de gordura é removido antes da pesagem (SORIA, 2005).

Page 29: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

15

Fêmeas de descarte normalmente possuem peso vivo menor, intensa

deposição de gordura, menor musculosidade e conseqüentemente menor

porção comestível, com maior proporção de ossos na carcaça, em relação aos

novilhos (PEROBELLI et al., 1995). Geralmente as fêmeas descartadas são as

que não interessam aos sistemas de produção por deficiência na produção,

idade avançada ou mesmo por critérios de seleção, cujo preço pago pela

carcaça é deduzido. Esses autores afirmaram que em países desenvolvidos as

fêmeas de descarte são destinadas à produção de carne industrializada,

enquanto os cortes nobres, provenientes dos melhores animais, destinam-se à

venda no varejo, com valor diferenciado.

Todavia, consumidores brasileiros ao adquirir carne bovina dispõem de

informações escassas ou mesmo nulas, e acabam por comprar um produto de

qualidade inferior com o mesmo valor de outro com qualidade superior.

Page 30: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

16

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local, amostragens e animais amostrais

Foram amostradas 609 carcaças bovinas, oriundas de animais abatidos após

um período de jejum de 16 horas, no FRIBARREIRAS-Frigorífico Regional de

Barreiras, credenciado pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), localizado na

Rodovia BR 020/135, km 13, Distrito Industrial do município de Barreiras,

Bahia, nos dias 10,12 e 13 de julho de 2006.

Não foi identificado grupo genético, raça e sistema de criação, ou seja, houve

representatividade de animais que comumente são adquiridos pela empresa

para abate e processamento.

3.2 Abate

O abate foi realizado sempre pelo horário da manhã, conforme a ordem de

chegada, estabelecida pelo responsável do Frigorífico. Obedeceu-se as

práticas industriais durante todas as etapas, desde os currais e anexos até a

sala de matança, instalações frigoríficas e graxaria, seguindo os procedimentos

normais do frigorífico conforme determina a Lei sobre a Inspeção Federal

(BRASIL, 1997).

Na linha de abate após a sangria, esfola, evisceração, divisão em meia-

carcaça, toalete e retirada de miúdos, foi tomada em seguida o peso de cada

meia-carcaça quente (PCQ) em balança eletrônica.

3.3 Tipificação das Carcaças

O estudo foi norteado pelo sistema oficial brasileiro que classifica e tipifica as

carcaças de bovinos de acordo com as letras da palavra B-R-A-S-I-L. Para

cada letra designa-se um padrão de qualidade dos animais e de conformação

das respectivas carcaças, basicamente, consiste em alocar as carcaças em

Page 31: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

17

categorias, segundo características de sexo e maturidade dos animais,

conformação, acabamento e peso das carcaças.

3.3.1 Sexo

O sexo é verificado através da observação dos caracteres sexuais. São

estabelecidas as seguintes categorias:

1 - Macho (M);

2 - Machos Castrado (C);

3 - Fêmea (F).

3.3.2 Maturidade

A maturidade é verificada pela fase fisiológica de acordo com exame da

cronologia dentária conforme apresentada na Tabela 4 sobre a provável idade

em meses em relação à erupção dos dentes incisivos permanentes (Figura 2),

define-se as seguintes categorias:

1 - Dente de leite (d): Animais com apenas a 1ª dentição, sem

queda das pinças;

2 - Dois dentes (2d): animais com até dois dentes definitivos sem

queda dos primeiros médios da primeira dentição;

3 - Quatro dentes (4d): Animais com até quatro dentes definitivos

sem queda dos segundos médios da primeira dentição;

4 - Seis dentes (6d): Animais com mais de 4 e até 6 dentes

definitivos sem queda dos cantos da primeira dentição;

5 - Oito dentes (8d): Animais possuindo mais de seis dentes

definitivos.

Tabela 4. Idade aproximada da erupção dos incisivos permanentes.

Idade aproximada da erupção (meses) Incisivos Permanentes Zebuínos Taurinos

0 - - 2 20-24 18-28 4 30-36 24-31 6 42-48 32-43 8 52-60 36-56

Fonte: SAINZ (2001).

Page 32: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

18

Dentes de leite 2 dentes 4 dentes 6 dentes

Fonte: (FUNDEPEC, 1998)

Figura 2. Cronometria dentária.

3.3.3 Conformação

A conformação expressa o desenvolvimento das massas musculares. Este

parâmetro é obtido pela verificação subjetiva dos perfis musculares, os quais

definem anatomicamente as regiões de uma carcaça. A Figura 3 demonstra o

padrão de avaliação subjetiva da conformação da carcaça. As carcaças serão

descritas como:

- Carcaças convexas - C

- Carcaças subconvexas - Sc

- Carcaças retilíneas - Re

- Carcaças sub-retilíneas - Sr

- Carcaças côncavas – Co

Fonte: (FELICIO, 2005)

Figura 3. Avaliação da conformação da carcaça.

Co Sr Re Sc C

Page 33: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

19

3.3.4 Acabamento

O acabamento expressa a distribuição e a quantidade de gordura de cobertura

da carcaça (Figura 4), sendo descrita pelos escores de 1 a 5:

1 - Magra: gordura ausente;

2 - Gordura escassa: 1 a 3 mm de espessura;

3 - Gordura mediana: acima de 3 e até 6 mm de espessura;

4 - Gordura uniforme: acima de 6 e até 10 mm de espessura;

5 - Gordura excessiva: acima de 10 mm de espessura.

1 2 3 4 5

Fonte: (FUNDEPEC, 1998)

Figura 4: Avaliação de acabamento de gordura na carcaça.

3.3.5 Peso

Este critério refere-se ao peso quente da carcaça obtido na sala de matança,

logo após o abate. Os seguintes limites mínimos são estabelecidos por tipo:

B - Macho 210 kg - Fêmea 180 kg

R - Macho 220 kg -Fêmea 180 kg

A - Macho 210 kg - Fêmea 180 kg

S - Macho 225 kg - Fêmea 180 kg

I - Sem especificação

L - Sem especificação

Page 34: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

20

Em resumo, unindo as classificações e os escores de cada item avaliado,

tipifica-se, tecnicamente, a carcaça bovina no sistema nacional (B-R-A-S-I-L)

conforme descrito na Tabela 5.

Tabela 5. Resumo do sistema de tipificação de carcaças bovinas.

Fonte: BRASIL (1989) 1 Sexo: M = macho inteiro; C = macho castrado; F = Fêmea. 2 d.i.p. = dentes incisivos permanentes. 3 Conformação: C = convexo; Sc = sub-convexo; Re = retilíneo; Sr = sub-retilíneo; e Co =

côncavo. 4 Acabamento: 1 = ausência total de gordura; 2 = 1 a 3 mm de gordura de cobertura (GC);

3 = 3 a 6 mm de GC; 4 = 6 a 10 mm de GC; 5 = acima de 10 mm de GC. 5 O padrão da Quota Hilton é o tipo B sem sexo M e sem acabamento 4.

3.4 Análise dos dados

Uma vez sistematizados, os dados foram digitados em planilhas no EXCEL e

processadas em computador de uso pessoal, para análise da freqüência

relativa de cada categoria, além da média e erro padrão dos pesos das

carcaças, dentro de 5 categorias com variação de 50 kg, desde menos que 150

até mais de 300 kg.

TIPO SEXO1/MATURIDADE(d.i.p.) 2 CONFORMAÇÃO 3 ACABAMENTO 4 PESO

B5 Jovem – M (dl), C e F (dl até 4 dentes)

C, Sc e Re 2, 3, 4 M>210kg C>210kg F>180kg

R Intermediários C e F (4 a 6 dentes)

C, Sc, Re e Sr 2, 3, 4 C>220kg F>180kg

A Jovem M (dl) e Intermediário C e F (4 a 6 dentes)

C, Sc, Re e Sr 1, 5 M>210kg C>210kg F>180kg

S Adultos C e F (6 até 8 dentes)

C, Sc, Re e Sr 1, 2, 3, 4, 5 C>225kg F>180kg

I Adultos que não atenderam o peso mínimo, Touros, Tourunos e Carreiros M C e F

C, Sc, Re e Sr 1, 2, 3, 4, 5

------------

L Carcaças côncavas Co 1, 2, 3, 4, 5 ------------

Page 35: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

21

3.5 Regionalização dos animais amostrais

Os bovinos abatidos pelo frigorífico, em sua maioria, originam-se de

propriedades rurais do Estado da Bahia e Barreiras foi à localidade da qual

originaram 35,14% do total, seguido dos municípios de Luiz Eduardo

Magalhães e Bom Jesus da Lapa, com 14,29 e 13,30%, respectivamente

(Tabela 6). Os municípios de Irecê, Riachão das Neves, Seabra e Wanderley

abateram juntas 24,47% dos animais. Outros Estados (Goiás e Tocantins)

forneceram um volume considerado de animais ao frigorífico totalizando

12,80% das amostras.

Tabela 6. Origem e quantidade dos bovinos experimentais avaliados neste

trabalho, no FRIBARREIRAS - Frigorífico Regional de Barreiras/BA.

Município/Estado nº. %

ARRAIAS/TO 44 7,22

AURORA/TO 20 3,28

BARREIRAS/BA 214 35,14

BOM JESUS DA LAPA/BA 81 13,30

CAMPOS BELO/GO 14 2,30

IRECÊ/BA 34 5,58

LUIZ EDUARDO MAGALHÃES/BA 87 14,29

RIACHÃO DAS NEVES/BA 33 5,42

SEABRA/BA 43 7,06

WANDERLEY/BA 39 6,40

TOTAL 609 100,00

O frigorífico abate diariamente cerca de 350 bovinos e, normalmente,

concentra-se a aquisição de animais para abate preferencialmente, de regiões

próximas a sua localização. As prováveis condições que atendem essa

situação provêm da proximidade entre produtor/frigorífico para comercialização,

da facilidade na logística, da estabilidade financeira contratual do comprador e

da oferta de animais do vendedor.

Page 36: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

22

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Sexo

Durante o período amostrado, no que concerne a totalidade de bovinos

abatidos em questão, predominaram os machos inteiros (M) e fêmeas (F) com

45 e 43%, respectivamente, com menor proporção foram machos castrados (C)

(12%).

MachoInteiro45%

Fêmea43%

Castrado12%

M C F

Figura 5. Percentual de bovinos machos inteiros, castrados e de fêmeas

abatidos no FRIBARRERAS-Frigorífico Regional de Barreiras-Bahia.

A proporção de fêmeas obtida neste trabalho foi maior que os 13% observado

por SORIA (2005), em um grupo frigorífico atuante nos Estados de Mato

Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais, apesar de que, nesses

estados, as pesquisas do IBGE registram valores médios da ordem de 27%.

O alto percentual de fêmeas encontrado deste trabalho denota o quadro atual

da redução de exportação (após a ocorrência de focos de febre aftosa em 2005

no MS e PR), aumentando a oferta no mercado interno e reduzindo os preços.

Page 37: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

23

Segundo HADDAD (1999), a comercialização de carne de fêmeas demonstra

desordenação da cadeia produtiva de gado de corte. Segundo esse autor, a

redução do preço da arroba pelo aumento da oferta de machos reflete

negativamente na procura por bezerros. Assim, a atividade de cria por hora

desestimulada cai à produção, abatendo um número maior de matrizes, que

reduz ainda mais os preços. Quando ocorre a queda no número de fêmeas

abatidas, há tendência natural de recuperação dos preços da arroba do boi na

tentativa de aumentar sua oferta, cresce a demanda no mercado de reposição,

então os criadores passam a reter suas fêmeas, dando continuidade ao

processo cíclico da pecuária. DE ZEN (1998) afirmou que esses ciclos tendem

a repetir a cada sete anos.

Vários fatores influenciam na composição e distribuição dos tecidos corporais.

Ao sexo do animal, cabe a influência da composição da carcaça, logo, da

qualidade da carne bovina.

Quanto ao sexo, as carcaças de animais inteiros são mais pesadas, de melhor

conformação e maior proporção de músculos, porém apresentam menor

quantidade de gordura de cobertura e intramuscular, além de maior velocidade

de maturação fisiológica, quando comparado aos animais castrados (RESTLE

et al., 1996). Ainda, de acordo com LUCHIARI FILHO (2000), as fêmeas

depositam gordura mais precocemente que novilhos castrados e, estes por sua

vez, são mais precoces que novilhos inteiros em relação ao acabamento.

VAZ et al. (2001), estudaram o efeito do sexo sobre as características de

carcaça de animais Braford, abatidos aos quatorze meses de idade, terminados

com suplementação energética sobre pastagem cultivada de Lolium multiflorum

+ Avena strigosa no sistema de pastejo controlado. Esses autores

comprovaram que os novilhos são mais pesados ao abate, possuindo maior

rendimento de carcaça e, por isso, resultaram em carcaças mais pesadas que

as novilhas. Ademais, os machos bovinos apresentaram carcaças mais

desenvolvidas que as fêmeas, refletindo numa melhor resposta animal frente à

suplementação em pastagem cultivada.

Page 38: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

24

4.2 Maturidade

Os animais abatidos apresentaram alto grau de maturidade, 66% dos mesmos

apresentou constituição dentária acima de 4 dentes permanentes (Figura 6).

Comparativamente, no trabalho de SORIA (2005) a freqüência de animais

adultos foi de 70% nos machos inteiros e 78% nas fêmeas.

Dente de leite6% 8 dentes

24%

6 dentes18%

4 dentes24%

2dentes28%

d 2d 4d 6d 8d

Figura 6. Maturidade de carcaças bovinas abatidas no oeste da Bahia.

Os dentes são estruturas que fornecem ótimas indicações para determinarmos

à idade dos bovinos (FAÍSCA et al., 2002). A idade de abate é um índice

zootécnico de extrema valia aos sistemas produtivos por estar ligado a

eficiência econômica das propriedades rurais e a qualidade do produto final

(CEZAR et al., 1996).

Nos zebuínos, o processo de substituição dos incisivos caducos inicia-se aos

20 meses tornando-se dois dentes, aos 36 meses tornam-se quatro dentes,

neste momento os animais já atingiram maturidade sexual. Os segundos

médios e os cantos são substituídos respectivamente, aos 42 meses (seis

dentes) e 52 meses (oito dentes) (CAMARGO; CHIEFFI, 1971 apud SORIA,

2005). Diante dos resultados obtidos neste trabalho, os animais abatidos na

região Oeste da Bahia apresentaram 18% com 6d e 24% com 8d, o que daria

Page 39: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

25

42% de animais acima dos 47 meses. Segundo EUCLIDES FILHO (2001), a

média brasileira é de 4 anos, a qual há três décadas não melhora, devido ao

baixo ganho de peso diário, médio/alto nas águas e negativo/nulo/baixo na

seca.

Com a idade avançada, o animal apresentará seus músculos enrijecidos

(duros) o que levará á obtenção de uma carne de qualidade inferior, não

havendo mecanismos de produção suficientemente capazes de transformar

músculo enrijecido em um corte cárneo de qualidade e com maciez desejada

(FERREIRA, 2004). Segundo LADEIRA (2006), à medida que a idade do

animal aumenta ocorre diminuição na proporção de proteína e aumento da

gordura.

A freqüência de abate de bovinos jovens e adultos para machos (M) foi de 28 e

15%, castrados (C) de 8% e 5% e fêmeas (F) com 22%, respectivamente.

Observou-se ainda que, do total de carcaças, somente 6% foram oriundas de

animais com dentição de leite, isto é, abatidas antes dos 20 meses (Tabela 7).

Tabela 7. Classificação dos animais abatidos de aco rdo ao sexo e maturidade na região oeste da Bahia. MATURIDADE Jovem 1 Adulto 2 d 2d 4d 6d 8d SEXO (%) (%) (%) (%) (%) Macho Inteiro 2 12 14 11 4 Macho Castrado 1 4 3 2 3 Fêmea 3 12 7 5 17 Total 6 28 24 18 24 Jovem1 bovinos de até quatro dentes (4d); Adulto2 bovinos acima de 4d, com seis (6d) a oito dentes (8d).

A categoria macho castrado foi menos representativa, com freqüência de

apenas 1%, dentro da classe de jovens – dente de leite. A freqüência mais alta

foi de fêmeas adultas (8d), com 17% do total.

Segundo BRONDANI (2002) a produção do bovino para abate entre 13 e 14

meses de idade em comparação àquele que é abatido aos 24 meses, implica

em um giro a mais do capital investido, além dos benefícios indiretos obtidos na

Page 40: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

26

propriedade de ciclo completo, pela tendência de eliminação da categoria

machos de 24 meses possibilitando liberação de área e propiciando aumento

do número de matrizes no rebanho e maior produção de bezerros. Esse autor

afirmou que a produção do bovino jovem é viável técnica e economicamente,

desde que se utilizem alimentos de qualidade, produzidos a baixo custo e

animais melhorados de raças precoces.

Entre as recomendações para redução da variação da maciez, estaria a

limitação da idade de abate em 30 meses (KOOMARAIE et al., 2003). O

predomínio de animais adultos compromete sistematicamente a qualidade da

carne produzida. À medida que os animais envelhecem, ocorre o

amadurecimento do tecido conjuntivo, tornando-se termoestáveis pelo maior

número de ligações intercruzadas na molécula de colágeno, condição que

favorece a produção de carne dura (SORIA, 2005).

A base zebuína do rebanho, pela predisposição a produção de carne menos

macia (WHIPPLE et al., 1990). O abate dos animais quando maduros,

apresentando mais de 4d (acima de 3,5 anos), comprometem a maciez da

carne bovina brasileira (SORIA, 2005). A incorporação de fêmeas de descarte

ou mesmo matrizes em idade reprodutiva na rotina de abate contribuem para

produção de carne dura. Entretanto, isso parece não limitar o processo

industrial brasileiro, considerando as exigências em carcaças pesadas pelos

frigoríficos, bem como limitações do sistema de produção predominante.

4.3 Acabamento

Cerca de 47% das carcaças apresentaram grau de acabamento escore 3,

correspondente a quantidade de gordura mediana, variando de 3 a 6 mm de

espessura. Entretanto, 36% apresentaram acabamento menor que 2,

correspondente a gordura escassa, menor que 3 mm, o que pode aumentar o

índice de quebra, com o resfriamento rápido, encurtamento das fibras, com

menor temperatura durante o resfriamento, ocorrendo menor ação glicosídica

muscular, maior pH e pouca ação da calpaína, enzima responsável pela

maciez da carne, antagonicamente a calpastatina (SILVEIRA et al, 2001).

Page 41: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

27

Sabe-se que a acidificação ocorre devido à queima dos açúcares no tecido

(glicose), o rápido congelamento inibe este processo, mantendo o pH alto, o

que por sua vez inibe a calpaína. Na época seca, a qual foi realizada este

trabalho, as pastagens encontram-se com baixa disponibilidade e qualidade de

forragem, resultando em animais com baixa cobertura de gordura.

Segundo SHORTHORE & HARRIS (1990), para a produção de carne

consistentemente macia, dentre os critérios mínimos, são fundamentais a idade

de abate e a gordura de cobertura.

12%

234%

415%

52%

347%

1 2 3 4 5

Figura 7. Acabamento de carcaças bovinas na região Oeste da Bahia.

Dentre os fatores relacionados ao complexo conceito de qualidade, os fatores

raça, sexo, alimentação e idade dos animais no momento do abate são de

essencial importância para a deposição de gordura de cobertura na carcaça

dos animais terminados (FERREIRA, 2004).

Uniforme Mediana Magra Excessiva Escassa

Page 42: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

28

Em experimento conduzido na região da Amazônia LAMBERTUCCI et al.

(2005) avaliaram as características de carcaça de diferentes grupos genéticos

de novilhos, terminados em pastagens. Foram utilizados 14 novilhos da raça

Nelore, mestiços Nelore x Santa Gertrudis e Nelore x Simental, mantidos em

pastagens de capim-marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) durante o

período das águas. Esses autores concluíram que os animais da raça Nelore

depositam gordura na carcaça mais precocemente que mestiços, alcançando a

maturidade em menor tempo.

O desempenho de animais Zebuínos, quanto ao peso de carcaça (16,7 ± 0,2 e

15,0 ± 0,3 arrobas), idade ao abate (27,8 ± 0,9 e 34,5 ±1,4 meses) e espessura

de gordura na altura da 12ª costela (5,2 ±0,3 e 5,7 ±0,7 mm), sugere que a

estratégia de cruzamentos deve ser comparada com a utilização das raças

zebuínas para produção de novilhos precoces (BARBOSA, 1998). Além disso,

a escolha estratégica das raças para utilização em sistemas de cruzamento

deve ser feita levando-se em consideração as características de carcaça

desejadas pelos segmentos do mercado consumidor.

Diferenças genéticas podem ser observadas na composição da carcaça,

porque algumas raças começam a depositar gordura mais precocemente do

que outras. A taxa de deposição de gordura pode diferir entre raças, mas a

maior diferença observada é com relação ao período de estabelecimento da

fase de acabamento. Geralmente, os animais precoces apresentam um menor

tamanho por ocasião da maturidade e, conseqüentemente, entram na fase de

acabamento mais jovens e com pesos mais leves do que os animais de raças

de grande porte (BARBOSA, 1998)

O local de deposição também é um outro ponto importante sobre a gordura na

carcaça e conseqüentemente na carne. A gordura renal e pélvica e a gordura

interna são as primeiras a se depositarem. A seguir, a gordura de cobertura e,

por último, a gordura intramuscular ou de marmoreio (LUCHIARI FILHO, 2000).

A indústria frigorífica brasileira tem como baliza a compra de carcaças com

pelo menos 3 mm de gordura subcutânea, para proteger a superfície muscular

Page 43: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

29

durante o processo de resfriamento da carcaça e de conservação da carne

(JUNQUEIRA et al., 1998).

No Brasil, a escassa produção de animais jovens e razoável proporção de

carcaças com pouca cobertura pode ser revertida, pois o País dispõe de

domínio científico e tecnológico (EUCLIDES FILHO, 2001).

4.4 Conformação

A avaliação visual da conformação, relacionada com a necessidade de se

selecionar animais adequados à competitiva indústria da carne bovina,

observada em carcaças na região Oeste da Bahia, indicou a maioria como

retilínea (60%), seguida, em menores freqüências, carcaças sub-convexas e

sub-retilíneas, com 28 e 11%, respectivamente. Contudo, o tipo convexo

representou apenas 1% e não foi observada carcaça côncava (Figura 8).

R60%

Sc28%

C1%

Sr11%

Co0%

Convexo Sub-convexo Retilíneo Sub-retilíneo Côncavo

Figura 8. Conformação de carcaças bovinas na região Oeste da Bahia.

Segundo BRONDANI (2002), a conformação geralmente está associada a

outras características que também expressam a musculosidade, como o peso

Page 44: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

30

de carcaça, a área do músculo Longissimus dorsi (AOL), a espessura do

coxão, o perímetro do antebraço, a relação músculo:osso e a porção

comestível. Em estudos realizados por ABRAHÃO et al. (2005), avaliaram a

substituição do milho pelo resíduo seco de fecularia de mandioca sobre as

características de carcaça de novilhas mestiças confinadas. Os autores

observaram que a espessura de gordura subcutânea foi maior para os animais

que consumiram a dieta à base de milho, tendência também observada para

marmoreio e percentagem de gordura na carcaça e a substituição do milho não

influenciou o peso ao abate, o rendimento, o peso, o comprimento e a

conformação da carcaça.

Como a conformação é uma avaliação subjetiva da expressão muscular,

levando em conta principalmente a cobertura muscular do traseiro, onde estão

localizados os cortes de maior valor comercial, as carcaças com melhor

conformação são preferidas pelos açougues e supermercados, pois produzem

cortes com melhor aparência e tendem a apresentar menor proporção de osso

e maior porção comestível (ABRAHÃO et al., 2005).

4.5 Peso da Carcaça

Em se tratando do peso das carcaças, é essa variante que determina o valor

comercial pago pelo frigorífico, os animais do oeste baiano resultaram, numa

variação entre 132,4 e 378,9 kg, com maioria (44%) de 200-249 kg (Figura 9),

próximos da média brasileira de 210 kg (EUCLIDES FILHO, 2001). Segundo

esse autor, a intensificação do sistema de produção, com investimento em

pastagens, suplementação e confinamento, aumentaria para 230 ou 240 kg.

Page 45: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

31

0,82%

44,33%

33,50%

4,43%

16,91%

p≤149 150-199 200-249 250-299 p>300

Figura 9. Freqüência de peso de carcaças bovinas no oeste da Bahia.

Considerando o rendimento de carcaça de 50%, a classe de 200-249 kg,

predominante neste trabalho, corresponde a animais de 400 a 500 kg PV, ou

14-16@. Segundo SORIA (2005), a indústria na tentativa de reduzir custos

operacionais busca processar carcaças mais pesadas, porém pesos elevados

implicam em alta quantidade de gordura subcutânea, que reduz o rendimento

da porção comestível. Para o produtor, aumenta o custo e perde em peso de

carcaça, após o toalete pela retirada do excesso da gordura, antes da

pesagem. Segundo esse autor, o mercado nacional normalmente penaliza

carcaças com menos de 15 @ ou 230 kg, todavia no FRIBARREIRAS –

Frigorífico Regional de Barreiras é prática deduzir R$ 1,00/@ de animais

pesando menos de 16@, ou 480 kg PV.

Carcaças pesando abaixo de 200 kg foram observadas em considerável

percentual (35%), (Figura 9) provavelmente decorrente da exclusiva

alimentação em pastagens tropicais, sem manejo adequado e ausência de

suplementação alimentar. SILVEIRA et al. (2001) encontraram pesos de

carcaças de 238 a 263 kg, considerando animais das raças Angus, Charolesa,

Hereford, Simental, Pardo suíça, criados no sistema superprecoce.

De acordo com FERREIRA (2004), em estudo sobre os fatores produtivos da

carne bovina, para os produtores rurais ligados à produção de bovinos de

Page 46: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

32

corte, um dos fatores mais importantes é o peso vivo do animal, pois é com

base neste fator que os mesmos recebem atualmente, pela venda de seus

animais. O peso do animal vivo ou da carcaça bovina relaciona-se com a

eficiência produtiva e econômica dos sistemas de produção (SORIA, 2005).

O aumento do peso da carcaça correlacionou-se positivamente a melhoria grau

de acabamento (Tabela 8). Machos castrados apresentaram melhor

acabamento com menor peso, ou com carcaças muito pesadas, provavelmente

descarte de touros. As fêmeas apresentaram carcaças com pesos mais

baixos.

Tabela 8. Médias e desvio padrão do peso de carcaça quente (PCQ), em kg,

dos animais abatidos, em função do sexo e do grau acabamento.

Classe Sexual

Acabamento Média Amplitude

1 2 3 4 5 M1 212,6

±14,9 242,9 ±38,9

251,9 ±38,9

258,6 ±64,7

**** 241,5 ±20,31

156,5-250,1

C2

***** 207,2 ±29,8

228,1 ±22,6

236,1 ±24,6

372,1 ±9,6

260,88 ±75,14

160,2-378,9

F3 256,84 190 ±23,5

189,6 ±27,4

204,9 ±32

216,6 ±19,6

211,58 ±27,67

132,4-263,2

M1 Macho Inteiro C2 Macho Castrado F3 Fêmea 4 Peso único.

As Vacas de descarte normalmente possuem peso vivo menor, intensa

deposição de gordura, menor musculosidade e, conseqüentemente, menor

proporção comestível e maior proporção de ossos na carcaça, em relação à

novilhos (PEROBELLI et al., 1995). O peso de carcaça que se pratica no

momento da comercialização é definido pela indústria, sendo de 240-270 kg

(16-18@) para machos (PICCHI, 2000).

Animais inteiros, para alcançarem ponto adequado de abate, necessitam ser

abatidos com pesos mais elevados que animais castrados, e que para o

Page 47: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

33

mesmo grau de acabamento o grupo genético de maior peso adulto

permaneceu mais tempo em confinamento (EUCLIDES FILHO et al., 1999).

ARBOITTE et al. (2002) concluíram que as características quantitativas como

rendimento de carcaça fria e espessura de gordura de cobertura aumentam

linearmente em relação ao peso de abate, o mesmo ocorrendo com as

características métricas: de comprimento de carcaça e de perna, perímetro de

braço e espessura de coxão.

FAÍSCA et al. (2002) defenderam que a pecuária brasileira dispõe da carne

saborosa e saudável, proveniente basicamente, de animais da raça Nelore ou

anelorados, com menor custo de produção, e afirmou que a avaliação apenas

pelo peso, como commodity, está com os dias contados.

4.6 Tipificação no Sistema Nacional

Alarmantemente, em relação à tipificação de carcaça, a proporção

predominante das carcaças (62%) foi I, sendo S+I equivalentes a 80% (Figura

10), as mais baixas categorias, depois da L. Teoricamente, as carcaças de

menor qualidade, apesar das críticas a respeito desse sistema e o

entendimento disso no entendimento da obtenção de carcaças de primeira,

segunda e terceira (FELÍCIO, 2005).

L 0%

S18,72%

R4,27%A

0,16%

B4,6%

B* 9,69%

I62,56%

B* B R A S I L

Figura 10. Tipificação de carcaças bovinas na região oeste da Bahia.

Page 48: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

34

Por outro lado, foi obtido quase 10% de carcaças que atendem aos critérios

estabelecidos para exportação à Quota Hilton (tipo B*), isso demonstra ser

possível a melhoria da qualidade de carcaça na região Oeste da Bahia, desde

que melhorado o sistema de produção.

Uma boa quantidade de carcaças saltou do tipo B para o tipo I (dito, de uma

melhor classificação para uma pior, segundo estabelece a Lei nº. 612 de 1989)

devido, principalmente, às restrições por falta de peso para enquadramento, na

época do abate (Figura 10). No que tange à suplementação na época seca,

mostra-se ser uma alternativa viável que possibilita melhor retorno do capital

investido de modo concreto na região oeste da Bahia, visto que produz grande

quantidade de subprodutos e resíduo agroindustriais que pode ser utilizados na

alimentação animal.

Page 49: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

35

5 CONCLUSÔES

• Para os critérios e condições em que foi realizada a tipificação de

carcaças no Oeste da Bahia, a grande parte dos abates foi de machos

inteiros e fêmeas adultas;

• A grande maioria de carcaças derivaram de animais adultos, acima de

4d, com acabamento adequado ao processamento nos padrões

brasileiros (3-6 mm) e a região não é direcionada a produção para

fornecimento de machos jovens e castrados;

• O acabamento de carcaças que prevaleceu foi de gordura mediana, em

torno de 3 mm a 6 mm;

• A conformação predominante foi do tipo retilíneo, característico de

raças zebuínas com peso variando de 132,4kg a 378,9kg, sendo o

maior percentual entre 200-249 kg, apesar de razoável proporção de

carcaças com peso abaixo dessa classe, podendo resultar em baixo

rendimento de cortes.

• A tipificação de carcaças prevalecente foi o tipo I, seguida por S, devido

a idade avançada e a incompatibilidade do peso de carcaças, contudo o

frigorífico adquiriu pequena quantidade de animais com carcaças que

atingiram as exigências da quota Hilton. Esse mercado promissor

depende da organização da cadeia para se alcançar produções mais

uniformes e regulares;

• Recomenda-se a criação de um programa (software), preferencialmente

adaptado a um computador de mão (palm top), específico facilitando a

coleta e armazenamento das informações para compor o banco de

dados e permitir a tipificação das carcaças. É imprescindível a

implantação do sistema nos frigoríficos para que, entre outros

benefícios, permita obtenção de dados sobre a sazonalidade dos

produtos ao longo do ano.

Page 50: TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA

36

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAHÃO, J.J.S.; MACEDO, L.M.A.; PEROTTO, D.; MOLETTA, J.L.; MARQUES, J.A.; PRADO, I.N.; MATSUSHITA, M.; PRADO, J.M. Características de carcaça de novilhas mestiças confinadas, submetidas a dietas com milho ou resíduo seco de fecularia de mandioca. Acta Scientiarum. Animal Science , Maringá, v. 27, n. 4, p. 459-468, 2005. ALVES, D. D., TONISSI R. H., GOES E B., MANCIO A. B. Maciez da carne Bovina. Ciência Animal Brasileira , Goiânia, v. 6, n. 3, p. 135-149, jul./set. 2005. ANTUNES, L. M.; RIES L. R. Gerência Agropecuária: analise de resultados. Guaíba: Agropecuária, Guaíba, 1998. 240p. ANUALPEC 2004. Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: FNP Consultoria & Comércio, 2004. 400p. BARBOSA, P.F. Cruzamentos industriais e a produção de novilhos precoces. In: SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO INTENSIVA DE GADO DE CORTE, Campinas, 1998, p. 100-114. Campinas: Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, 1998, 232p. BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Revista de Política Agrícola . Secretaria de Política Agrícola. Ano XIV nº. 3, Jul./Ago./Set. Brasília, 2005. BRASIL, Portaria nº. 2244, de 5 de Junho de 1997. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Orig em Animal. Ministério da Agricultura, Brasília, 1997. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegisconsulta/servlet/VisualizarAnexo?id=3162>. Acesso em: 01 Jun. 2006 BRASIL, Portaria nº. 612, de 5 de Outubro de 1989. Sistema Nacional de Tipificação de Carcaças Bovinas. Ministério da Agricultura, Brasília, 1989. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegisconsulta/servlet/Visualizaranexo?id= 123> . Acesso em: 01 Jun. 2006 BRONDANI, I.L. Desempenho e características da carcaça de bovinos

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à alimentação restrita de ad libitum. Revista Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 22, n. 5, p. 813-819, 1993. PEROTTO, D.; MOLETTA, J.L.;CUBAS, A.C. Características da carcaça de bovinos Canchim e Aberdeen angus e de seus cruzamentos recíprocos terminados em confinamento. Ciência Rural , v. 29, n. 2, p. 331-338, 1999. RESTLE, J.; GRASSI, C.; FEIJÓ, G.L.D. características das carcaças e da carne de bovinos inteiros ou submetidos a duas formas de castração, em condições de pastagem. Revista Sociedade Brasileira de Zootecnia , Viçosa, v.25, n. 2, p. 334-343, 1996. RESTLE. J.; VAZ, F.N. Eficiência e qualidade na produção de carne bovina. In: REUNIÃO AUNAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 40, Santa Maria, 2003. Anais... Santa Maria: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 2003. (CD-ROM). ROÇA, R.O. Tecnologia da carne e produtos derivados. Botucatu: Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP - Universidade Estadual Paulista, 2000, 202p. SAINZ, R. D.; ARAÚJO, F.R.C. Tipificação de carcaças de bovinos e suínos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE CARNES. 1.,2001. São Pedro, SP. Anais... São Pedro: Centro de Tecnologia de Carnes do Instituto de Alimentos, p.26 a 55, 2001. SEBRAE. Estudo Sobre a Eficiência Econômica e Competitividade da Cadeia Agroindustrial da Pecuária de Corte no Brasil. / IEL, CNA E SEBRAE. – Brasília: IEL, 2000. SILVEIRA, A.C., et al. Produção de novilho superprecoce. In: SIMCORTE – SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE. Universidade Federal de Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 2001, p.37-54. SHORTHORE, W.R.; HARRIS, P.V. Effect of age on the tenderness of selected beef muscles. Journal of Food Science , v.55, p.1-8, 1990. SORIA, R.F. Características de carcaças bovinas obtidas por fri goríficos na região central do Brasil, um retrato espacial e temporal. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2005 60p. : il. Dissertação (Mestrado).

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WHIPPLE, G. et al. Evaluation of attributes that effect Longissimus muscle tenderness in Bos Taurus and Bos indicus cattle. Journal of Animal Science , v. 68, p. 2716-2890. 1990.

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ANEXOS

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Figura 11. Fluxograma da produção de carnes no FRIBARREIRAS – Frigorífico Regional de Barreiras e posicionamento da equipe.

CHEGMATPRI CURCHEGSEL

CURR ABAT E

CHUVEIRO

INSENSIBILIZAÇÃO

SANGRIA

PRIMTRANSP ESFCABEÇA RET CHIFRE ESFPALRETMOC

SEGTRANSP

OCLABLRET

ESFMATAMB

OCLABLESÔF

RET CAB

ABER PEITO

INSPEÇÃO

EVISCERAÇÃO

INSPEÇÃO

DIVCARC

TOALETE BAIXO TOALETE ALTO INSPEÇÃO

IDENTCARC

PESAGEM

LAVAGEM

CARIMBAGEM

REFRIGERAÇÃO

DESOSSA

PREPCORT

IDENTIFICAÇÃO

EMBPRIM

RESFRIAMENTO

EMBSECUN

CONGELAMENTO

EXPEDIÇÃO

Estudante 1 Estudante

2

Legenda: CHEGMATPRI: chegada da matéria-prima CURCHEGSEL: curral de chegada e seleção CURR ABATE : curral de abate PRIMTRANSP: primeiro transpasse SEGTRANSP: segundo transpasse ESFPALRETMOC : esfola das paletas e retirada dos mocotós RET CHIFRE: retirada dos chifres ESFCABEÇA : esfola da cabeça OCLABLRET : oclusão e ablação do reto ESFMATAMB : esfola do matambre OCLABLESÔF : oclusão e ablação do esôfago RET CAB : retirada da cabeça ABER PEITO : abertura do peito DIVCARC: divisão da carcaça IDENTCARC: identificação da carcaça PREPCORT: preparação dos cortes EMBPRIM: embalagem primária EMBSECUN: embalagem secundária

Estudante 1: Bruno Rodrigues Paes Estudante 2: Jorge Aurélio Macedo Araújo

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Figura 12 (a) Figura 12 (b)

Figura 12 (c) Figura 12 (d)

Figura 12 (e) Figura 12 (f)

Limpeza das botas na entrada e saída da sala de matança Foto Bruno Rodrigues Paes

Equipe de amostragens de carcaças Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Abate de bovinos zebuínos

Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Etapa da sangria Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Visualização do sexo em machos inteiros Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Visualização do sexo em machos inteiros e castrados Foto: Danilo Gusmão de Quadros

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Figura 13 (a) Figura 13 (b)

Figura 13 (c)

Visualização do sexo em fêmeas Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Visualização do sexo em fêmeas Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Dente de leite (d) Dois dentes (2d)

Quatro dentes (4d) Seis dentes (6d)

Oito dentes (8d)

Visualização da idade pela cronologia dentária Fotos: Danilo Gusmão de Quadros

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Figura 14 (a) Figura 14 (b)

Figura 14 (c) Figura 14 (d)

Divisão da carcaça Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Divisão da carcaça Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Avaliação da conformação Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Avaliação da carcaça Foto: Danilo Gusmão de Quadros

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Figura 15 (a) Figura 15 (b)

Figura 15 (c) Figura 15 (d)

Identificação SIF Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Avaliação acabamento e conformação Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Avaliação da carcaça Foto: Danilo Gusmão de Quadros

Conformação Foto: Danilo Gusmão de Quadros