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Apostilas Exitus Português 1 LÍNGUA PORTUGUESA ORTOGRAFIA Introdução Vem do grego: ortho = correto Graphia = escrita Parte da gramática que ensina a escrever, corre- tamente, as palavras. Podemos dizer: determina-se Ortografia a parte da Gramática que estuda a exata figuração dos sons, ou seja, a correta escrita dos vocábulos. Tendo em vista um processo mais simples, vamos apresentar-lhe grupos de palavras nos quais você encon- trará algumas bases para a sua ortografia. Em alguns casos só recorrendo às origens latina, grega, e outras quando tal se fizer realmente indispensável. O compa- nheiro inseparável é o dicionário, pois nele buscamos o caminho certo da Ortografia, Etimologia, Sinônimos, Antônimos, Regência Verbal e Nominal. Uso de "e" e "i" finais nas formas verbais Atenção: a) Se o verbo termina em -oar ou em -uar, escre- ve-se com "e" no final das formas verbais. Exemplos: Abençoe (v. abençoar) Aperfeiçoe (v. aperfeiçoar) Continue (v. continuar) Efetue (v. efetuar) b) Se o verbo termina em -uir, escreve-se com "i" no final das formas verbais. Exemplos: Contribui (v. contribuir) Influi (v. influir) Possui (v. possuir) Restitui (v. restituir) Uso do "CH" 1 - De "fl" e "pl" latinos para "ch": Chão, chave, cheirar, chorar, chuva, ... 2 - As palavras vindas do francês: Brocha, chalé, chapéu, , chefe, ... 3 - As palavras vindas do espanhol: Apetrecho, endicha, mochila, ... 4 - As palavras oriundas do italiano: Chusma, espadachim, flecha, salsicha, ... 5 - As palavras oriundas do alemão e do inglês: Chope, cheque, sanduíches, ... Uso do "H" 1 - No início e ou no fim das interjeições: Ah!, oh!, hi!, hem! 2 - O segundo elemento do composto for unido ao primeiro por hífen: Anti - higiênico, sobre - humano, super - homem. OBSERVAÇÃO: Se o segundo elemento for ligado ao primeiro sem hífen: lobisomem. 3 - Por força da etimologia: Harpa, hindu, horta, humilde, hosana, hendecassílabo... 4 - Bahia - nome de estado, os derivados, todavia, não são com "h": baiana, baianada, baiano... 5 - As palavras sofreram transformações com a queda do "h" nas palavras: Iate, ontem, úmido, úmero... Amá - lo - ei, ser - lhe - ei, trá - lo - ás. Uso do "X" 1 - Vocábulos oriundos do árabe - de "XIME": Almoxarife, xale, elixir, oxalá, xadrez, ... 2 - Vocábulos indígenas, africanos e de idiomas exóticos: Abacaxi, Caxambu, xavante, xingar, ... 3 - "sh" - inglês - xampu, xangai, ... 4 - "x" - castelhano - xerez, lagartixa, ... 5 - "x" - depois de ditongo - baixo, caixa, ... 6 - "x" - depois de "en" - enxada, enxovar, enxugar, enxaqueca, enxoval, ... EXCEÇÕES: encher, enchova, encharcar. 7 - "x" - depois de "ME" inicial - mexer, mexicano, mexilhão , mexoalho... 8 - O "x" com o som de "/ks/" anexar, fixação, óxido, paradoxo, bórax, clímax, índex, látex, tórax, táxi , fixo , nexo... 9 - O dígrafo consonantal "XC" intervocálico: Exceção, excelência, excelso, excêntrica, excitar, ... Uso do "Ç" e do "C" 1 - De "T" para ""C": (de absorto) - absorção, (de al- to) - alçar, (de canto) - canção, (de executar) - execução, (de redentor) - redenção, (de isento) - isenção, ... 2 - De TER para TENÇÃO: (de abster) - abstenção, (de ater) - atenção, (de deter) - detenção. 3 - As palavras com uso do "Ç" e "C" depois do di- tongo: Foice, feição, traição, ... 4 - As palavras com "Z" espanhol passou para "Ç":(de azucar) - açúcar, (de danza) - dança, (de Suiza) - Suisça, ... 5 - O "SC" passou para "C": (de scientia - "sc" inicial do latim) - ciência, (de scena) - cena, (de scintillare - latim) - cintilar. Uso da Letra "G" 1 - As palavras de origem grega ou latina: Falange, gesto, sugestão, tigela... 2 - As palavras de origem Árabe: Álgebra, ginete, girafa, giz... 3 - As palavras de importação estrangeira, em cuja origem aparece o "G": Gim (ing.), ágio, (ital.), sege (fr.), geléia, herege...

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Page 1: Portugues

Apostilas Exitus

Português 1

LÍNGUA PORTUGUESA

ORTOGRAFIA

Introdução Vem do grego: ortho = correto Graphia = escrita Parte da gramática que ensina a escrever, corre-

tamente, as palavras. Podemos dizer: determina-se Ortografia a parte da

Gramática que estuda a exata figuração dos sons, ou seja, a correta escrita dos vocábulos.

Tendo em vista um processo mais simples, vamos

apresentar-lhe grupos de palavras nos quais você encon-trará algumas bases para a sua ortografia. Em alguns casos só recorrendo às origens latina, grega, e outras quando tal se fizer realmente indispensável. O compa-nheiro inseparável é o dicionário, pois nele buscamos o caminho certo da Ortografia, Etimologia, Sinônimos, Antônimos, Regência Verbal e Nominal.

Uso de "e" e "i" finais nas formas verbais

Atenção: a) Se o verbo termina em -oar ou em -uar, escre-

ve-se com "e" no final das formas verbais. Exemplos: Abençoe (v. abençoar) Aperfeiçoe (v. aperfeiçoar) Continue (v. continuar) Efetue (v. efetuar) b) Se o verbo termina em -uir, escreve-se com "i"

no final das formas verbais. Exemplos: Contribui (v. contribuir) Influi (v. influir) Possui (v. possuir) Restitui (v. restituir)

Uso do "CH" 1 - De "fl" e "pl" latinos para "ch": Chão, chave, cheirar, chorar, chuva, ... 2 - As palavras vindas do francês: Brocha, chalé, chapéu, , chefe, ... 3 - As palavras vindas do espanhol: Apetrecho, endicha, mochila, ... 4 - As palavras oriundas do italiano: Chusma, espadachim, flecha, salsicha, ... 5 - As palavras oriundas do alemão e do

inglês: Chope, cheque, sanduíches, ...

Uso do "H" 1 - No início e ou no fim das interjeições: Ah!, oh!, hi!, hem!

2 - O segundo elemento do composto for unido ao primeiro por hífen:

Anti - higiênico, sobre - humano, super - homem. OBSERVAÇÃO: Se o segundo elemento for ligado ao primeiro sem

hífen: lobisomem. 3 - Por força da etimologia: Harpa, hindu, horta,

humilde, hosana, hendecassílabo... 4 - Bahia - nome de estado, os derivados, todavia,

não são com "h": baiana, baianada, baiano... 5 - As palavras sofreram transformações com a

queda do "h" nas palavras: Iate, ontem, úmido, úmero... Amá - lo - ei, ser - lhe - ei, trá - lo - ás.

Uso do "X" 1 - Vocábulos oriundos do árabe - de "XIME": Almoxarife, xale, elixir, oxalá, xadrez, ... 2 - Vocábulos indígenas, africanos e de idiomas

exóticos: Abacaxi, Caxambu, xavante, xingar, ... 3 - "sh" - inglês - xampu, xangai, ... 4 - "x" - castelhano - xerez, lagartixa, ... 5 - "x" - depois de ditongo - baixo, caixa, ... 6 - "x" - depois de "en" - enxada, enxovar, enxugar,

enxaqueca, enxoval, ... EXCEÇÕES: encher, enchova, encharcar. 7 - "x" - depois de "ME" inicial - mexer, mexicano,

mexilhão , mexoalho... 8 - O "x" com o som de "/ks/" anexar, fixação, óxido,

paradoxo, bórax, clímax, índex, látex, tórax, táxi , fixo , nexo...

9 - O dígrafo consonantal "XC" intervocálico: Exceção, excelência, excelso, excêntrica, excitar,

...

Uso do "Ç" e do "C"

1 - De "T" para ""C": (de absorto) - absorção, (de al-to) - alçar, (de canto) - canção, (de executar) - execução, (de redentor) - redenção, (de isento) - isenção, ...

2 - De TER para TENÇÃO: (de abster) - abstenção, (de ater) - atenção, (de deter) - detenção.

3 - As palavras com uso do "Ç" e "C" depois do di-tongo:

Foice, feição, traição, ... 4 - As palavras com "Z" espanhol passou para

"Ç":(de azucar) - açúcar, (de danza) - dança, (de Suiza) - Suisça, ...

5 - O "SC" passou para "C": (de scientia - "sc" inicial do latim) - ciência, (de scena) - cena, (de scintillare - latim) - cintilar.

Uso da Letra "G"

1 - As palavras de origem grega ou latina: Falange,

gesto, sugestão, tigela... 2 - As palavras de origem Árabe: Álgebra, ginete,

girafa, giz... 3 - As palavras de importação estrangeira, em cuja

origem aparece o "G": Gim (ing.), ágio, (ital.), sege (fr.), geléia, herege...

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4 - As palavras em que há as terminações: ágio, é-gio, ígio, ógio e úgio: Estágio, egrégio, remígio, relógio, refúgio.

5 - As palavras com os sufixos verbais - ger, - gir: Eleger, fingir, fugir, proteger, submergir

6 - As palavras com o emprego do "G" depois da vogal inicial "A": Agente, ágil, agiota, agitar...

Uso do "S" com som de "Z"

1 - Os verbos formados de substantivos a que se

acrescentam o sufixo verbal " - ar": Analisar (de análise), avisar (de aviso), frisar (de fri-

so), irisar (de íris), abusar (de abuso), pesquisar (de pes-quisa)...

2 - As palavras de verbos que tenham " - D", mu-dando em " - S": Alusão, alusivo (de aludir), decisão, decisivo (de decidir)...

3 - As palavras formadas de verbos que tenham " - ND", mudando em " - S": Defesa (de defender), despesa (de despender), surpresa (de surpreender), empresa (de empreender), teso (de tender)...

NOTA - Os itens no.s 2 e 3 pela correção entre "S" e "D" e "S" e "ND" têm a base para o emprego de " - S" com som de "Z" em palavras que representem a mesma característica.

4 - As palavras com títulos de nobreza escritas com "S": Baronesa, duquesa, marquesa, princesa

5 - As palavras com substantivos gentílicos termi-nados em "S" no masculino: (chinês, inglês, português, francês, japonês, chinesa, inglesa, portuguesa, france-sa, japonesa).

6 - As palavras que têm ditongo escreve - se "S": Causa, coisa, lousa, maisena, Neusa, Sousa...

7 - As palavras depois da consoante "N", quando o "S" é pronunciado com som de "Z" e vem antes de vogal: "transa", transe, transação, trânsito, transitório.

8 - As palavras em formas verbais, cujo infinitivo não têm "Z": Pus, puser, pusera, pusesse (de, por), quis, quiser, quisera, quisesse (de querer).

Sendo que se o infinitivo do verbo tiver "Z", então escreve - se "Z" como:

Fazer, fiz, fizer, fizesse, fizera. Dizer, dizia, dize-rem...

9 - Os diminutivos formados de palavras primiti-vas contendo "S": Luís, - Luisinho, Rosa, - Rosinha, Teresa, - Teresinha.

10 - As palavras vindas de substantivos (veja den-tro dos parênteses): (de burgo): burguesia, burguesa, burguês; (de corte): cortesia, cortês; (de campo): cam-ponesa, camponês;

11 - As palavras femininas escritas com sufixo "I-SA": Papisa, pitonisa, sacerdotisa, poetisa.

Uso do "Z"

1 - De "C" para "Z" (de ácido) - azedo, (de feroci-

dade) - feroz, (de contumácia) - contumaz, (de felicida-de), feliz, (de preço) - prezar, de vacivo - latim) - vazio, (de vicino - latim) - vizinho, (de velocidade) - veloz, ...

2 - As palavras quando formadas entram como consoante de ligação (eufônica) para evitar um som de-sagradável: Cafezal, pazada, pezinho, ...

3 - As palavras oriundas do latim em: Acem - ecem - icem - ocem - ucem.

Capaz - mordaz - feliz - feroz - mordaz - luz.

4 - Coração - corações + zinhos - coraçõezinhos Carretel - carretéis + zinhos - carreteizinhos Pão - pães + zinhos – pãezinhos

Uso do "J"

1 – As palavras de origem latina: jeito, sujeição, hoje, majestade, trejeito...

2 – As palavras de origem árabe, indígena, africa-na ou mesmo populares com sentido exótico, quando se sente o som palatal do "J": Alfanje, alforje, jibóia, jiló, jenipapo, pajé, jipe, jiu - jitsu, jirau, jingar, manjericão, jerivá,....

3 – As palavras derivadas de outras escritas com "J" (Observe dentro dos parênteses):

Gorjeio, gorjear, gorjeta (de gorja), sarjeta (de sar-ja), lisonjear, lisonjeiro (de lisonja).

4 – Nos substantivos sempre que a etimologia não justificar um "g", represente - se o som palatal por "j".

Arranje (arranjar), suja (sujar), viaje (viajar)... e substantivos vindos de verbos em "JAR": arranjo, sujeira, jia, jerico, manjerona, caçanje, ...

Uso do "S" com som de "SE" e o sibilado 1 - Os verbos tendo - ND - mudam para - NS - : (de pretender) - pretensão, pretensioso. (de estender) - extensão. (de ascender) - ascensional. (de pender) pênsil, pensão (de tender) - tensão (de contender) - contensão. (de distender) - distensão Baseado na correlação de " - ND para - NS", vo-

cê terá: De RG - RS - (de aspergir) - aspersão, (de imer-

gir) - imersão. De RT - RS - (de inverter) - inversão... Concluindo os cognatos - "de PEL para PULS" -

(de expelir) - expulsão; (de impelir) - impulsão. "De CORR para CURS": (de correr) - curso, (de

discorrer) - discurso, assim como: excursão... De SENT para SENS (de sentir) - senso, consen-

so, sensível. 2 - Havendo sufixo erudito " -ense": Amazonense,

paraense, riograndense, piauiense, espírito - santense. Nos grupos "ist", "ust" -misto, -mistura, justapor,

justalinear...

Uso do "SC" Os termos eruditos latinos (emprestados) são es-

critos com "SC", enquanto os populares (herdados) e os de formação vernácula se escrevem com "C" - arbores-cer, crescer, florescer, intumescer, presciência, rescin-dir...

Celso Pedro Luft, em seu livro Guia Ortográfico, disse: Ö desejável para a simplificação ortográfica seria

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substituir o dígrafo "SC" por "C", em todos os casos como se fez com o "SC" inicial: cena, ciência, cintilar, ...

Uso do "SS"

1 - De CED para CESS - (de ceder) -cessão, (de

exceder) -excessivo. 2 - De GRED para GRESS - (de agredir) agres-

são, agressivo; (de progredir) -progressão. 3 - De PRIM para PRESS - (de imprimir) - impres-

são, (de oprimir) -opressão. 4 - De TIR para SSÃO - (de admitir) -admissão,

(de permitir) -permissão. 5 - Do latim a palavra persona - pessoa - logo "RS

- SS"; Do latim a palavra - pérsico - pêssego. 6 - Do latim a palavra "dixi" - disse, logo "X" -

"SS"; Do latim a palavra - sexaginta - sessenta. 7 - As palavras em que há prefixo em vogal ou

terminado por ela; logo, "SE" juntado a palavras que comecem por "S", este deve ser dobrado, para se ter o tom de "SÊ" assilábico, assindeto, ressurgir, assindéti-ca, assimilado.

letra "K"

1 - A letra K é substituída por "qu" antes de "e" e

"i", e por "c" antes de outra qualquer "letra". Exemplos: Breque, caqui, caulim, faquir, níquel... Kaiser (alemão) aportuguesando temos-cáiser. Kamerum (alemão) aportuguesando temos-

camarões Basket (inglês) aportuguesando temos-basquete Kitchenette (inglês) aportuguesando temos-

quitinete 2 - Conserva-se a letra "K": Nas abreviaturas de: K-símbolo químico do potássio; Kg-quilograma; Km-quilômetro; Kw-quilowatt; Kl-quilolitro; Kgm-quilogrâmetro; Kr-símbolo químico do criptônio; Kwh-quilowatt-hora Com os nomes próprios personativos e locativos

estrangeiros e seus derivados como: Kafka, Kentucky, Kafkiano, Kentuckyano, Frankli-

niano, Kantismo, Kepleriano, Perkinismo, Kant, Kardec, Bismarck...

A letra W

1 - É substituída por "v" ou por "u" nos aportugue-

samentos. Exemplos: Wermut (alemão)-vermute Twiter (inglês)-tuiter 2 - Nos derivados vernáculos de nomes próprios

estrangeiros: Exemplos: Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano;

Zwinglianista... 3 - Como símbolo e abreviatura, usa-se: Kw-quilowatt W-oeste ou tungstênio; W-watt Ws-watt-segundo

A letra Y 1 - É substituída pela letra "i" nas palavras aportu-

guesadas Exemplos: Boy (inglês)-bói Yacht (inglês)-iate Y (ítrio (ytrium) Yd-jarda Yt-ytterbium 2 - Nos derivados de nomes próprios estrangei-

ros... Byroniano, Taylorista, Maynardina, Disney, Disne-

ylandia. O "y" é empregado em matemática como uma das

incógnitas algébricas.

Porque - Por que - Por quê - Porquê Você deve lembrar-se de que a palavra "que" será

acentuada no final da frase. Exemplo: Você estudou o quê ? A menina precisa de quê ? O menino vive de quê ? Escreve-se "porque" - junto e sem acento - sendo

uma conjunção causal ou explicativa (= geralmente eqüi-vale a pois).

Exemplo: Tirou uma ótima nota porque estudou muito , Estude, porque as provas estão próximas. Estudo porque preciso. Escreve-se "por que"-separado- Refere-se a preposição "por" seguida de pronome

relativo que-eqüivale a "pelo qual" e "flexões". Exemplo: Este é o assunto por que estudas bem. Referindo-se a preposição "por" seguida do pro-

nome interrogativo "que"-quando depois dele vier escrita ou subentendida a palavra "razão". Isto ocorrerá no final da frase e deverá ser acentuado

Exemplo: Por que razão não estudou ? Você precisa de quê ? Maria faltou por quê ? Pedro e Paulo não vieram por quê ? No início da frase, fazendo-se

uma pergunta. Exemplo: Por que chegou atrasado ? Escreve-se "porquê"-junto e com acento-

sendo um substantivo- neste caso estará pre-cedido de artigo ou palavra determinante.

Exemplo:

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Nem o Presidente sabe o porquê da corrupção. Li pouco, eis o porquê da questão. Tirou boa nota porque estudou. Eis o porquê.

Fonte: J. João Campagnaro http://www.gramaticaportuguesa.com/GLPshop/pt-br/pg_10.html

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A Acentuação Gráfica Obedecerá as seguintes regras: 1) Os vocábulos OXÍTONOS terminados em A - E - O, seguidos, ou não de "S" recebem acento agudo. A - cajá, cajás, aliás, atrás, dará, quiçá, vatapá, jacaran-dás, lilás, satanás. E - café, cafés, através, rapé, rapés, sapé, jacaré, filé, filés, jacarés, ... O - cipó, cipós, dominó, dominós, após, vovó, filó, xodó, rondó, jiló, avós. 2) Recebem acento circunflexo os vocábulos OXÍTONOS TERMINADOS EM "E "e "O" fechados, seguidos ou não de "S" E - dendê, dendês, cortês, você, Inês, umbês, O - bisavô, trisavô, avô, repôs. OBSERVAÇÃO: Os vocábulos OXÍTONOS tônicos ter-minados em "I" e "U" não são acentuados, seguidos ou não de "s". I - ali, aqui, Camburi, Guarapari, Iriri, gibi, guri, guarani, civis, Cambuci U - Itu, urubu, angu, chuchu, bambu, perus, canguru, indu 3) Acentuam-se as formas verbais terminadas em "A"-"E"-"O" que se assimilam o "R", o "S " e o "Z" ao "L" do pronome LO, LOS, LA, LAS, caindo depois o primeiro "L" (Ver conjugação do verbo com o pronome enclítico "O") A-dá-lo, chamá-lo, amá-lo, cantá-lo, louvá-lo, acompa-nhá-lo, fá-lo-ás, desejá-lo-iamos E-fê-lo, dizê-los, movê-los-ia, qué-los, sabê-lo-emos, resolvê-la-íeis percebê-las O-pô-lo, compô-los, repô-la, indispô-lo-emos, predispô-la-ão, dispô-las, propô-los, predispô-la-ão.

ATENÇÃO : - As palavras proparoxítonas ou esdrúxulas são todas acentuadas, lembrando que a sílaba tônica é a antepenúltima . Exemplos : matemática , física , química ... ...

OBSERVAÇÃO : Nossa língua não agasalha com acento na pré – antepenúltima sílaba. Diz-se do conjunto fonético em que o acento tônico recai na pré – antepenúltima sílaba tônica , ou seja , palavras BISESDRÚXULAS. Somente algumas formas verbais seguidas de pro-nomes oblíquos são BISESDRÚXULAS Exemplos : Tomávamo-lo / Amávamo-lo / Fazíamo-lo / Escreví-amos-lhe / Devíamos-lhe / Erguía-se-lhe ... ...

4) Marca-se com o acento agudo o "e" da terminação "em", "ens" das palavras oxítonas. Alguém, armazém, armazéns, convém, convéns, des-dém, parabéns, conténs, além detém-lo, mantém-.. 5) Todos os MONOSSÍLABOS TÔNICOS terminados em A-E-O, seguidos ou não de "s " são acentuados. A - pá, pás, má, más, cãs, hás, chás. E - pé, pés, ré, rés, lê, crê, dê, vê, fé, dês. O - pó, pós, pôs, dó, cós, sós, só. Observação: OS MONOSSÍLABOS TÔNICOS termina-dos em "-em", "-ens", "i", "u" não são acentuados. Tem, tens, vem, vens, si, ti, tu, jus, pus, xis, vis. 6) a) formas verbais Devemos colocar o acento circunflexo nas sílabas tôni-cas das formas verbais de terceira pessoa do plural do Presente do Indicativo dos verbos - Ter e Vir e seus compostos ou derivados.

Exemplo: Ter ele tem - eles têm derivados: ele contém – eles contêm Vir ele vem eles vêm

derivados: Ele intervém – eles intervêm. Ele convém – eles convêm Ele sobrevém – eles sobrevêm b) Coloca-se acento circunflexo sobre o primeiro "e " da terminação "em" (3ª pessoa do plural) dos verbos crer, dar, ler, e ver e seus compostos ou derivados.

Exemplo:

Derivados- crer: crê, crêem, descrêem, descrê, dar: dê, dêem, redêem, redê ler: lê, lêem, relêem, relê ver : vê, vêem, revêem revê. 7) Os vocábulos PAROXÍTONOS finalizados em "i" ou "u", seguidos ou não de "s" são marcados com acento agudo quando na sílaba tônica aparecem A – E – O, abertos, I ou U, e com acento circunflexo quando nela aparecem "E" e "O" fechados ou A – E – O, seguidos de "M" ou "N "

Exemplo: Beri-béri, bônus, dândi, íris, júri, táxi, lápis, miosótis, tênis, ônus, grátis, vírus, múnus. OBSERVAÇÕES: Já os paroxítonos terminados em "-um", "-uns", têm acento agudo na sílaba tônica Exemplo: Álbum, álbuns, médium, médiuns 8) Coloca-se acento agudo no "i" e no "U" tônicos que

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não formam ditongo com a vogal anterior isto é, formam hiato. Exemplo: Aí, saí, caí, balaústre, egoísta faísca heroína, juízo, raí-zes, país, peúga, saía, caía, saúde, timbaúva, viúvo, , contraí-la, distribuí-la, cafeína, timboúva. 9) Não se coloca o acento agudo no "i" e no "u" quando precedidos de vogal que com eles não forma ditongo, são seguidos de "l", "m", "n ", "r " ou "z"" que não iniciam sílabas e, ainda "nh". Exemplo: Adail, contribuinte, juiz, raiz demiurgo, paul, ravina, retribuirdes, ladainha, bainha, tainha, rainha, ventoinha, redemoinho, 10) Não, se assinala com acento agudo a base dos DI-TONGOS TÔNICOS "iu" e "ui" quando precedidos de vogal

Exemplo: Atraiu, saiu, ruiu, contribuiu, pauis, caiu, traiu, etc. 11) Assinala-se com acento agudo o "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i".

Exemplo: Argúi, argúis, averigúe, averigúes, obliqúe, obliqúes. 12) Coloca-se acento agudo nas bases dos DITONGOS ABERTOS "éi"-"éu"-"ói" quando tônicos.

Exemplo: Assembléia, anéis, pastéis, geléia, bacharéis, chapéu, réu, rói, jibóia, lóio, paranóico, rouxinóis, fiéis, anzóis, apóio, véu, céu, atéia, epopéia, estréia, ilhéu, incréu, mausoléu, solidéu, troféu, alcalóide, corrói, esfe-róide, jóia, ovóide. 13) Não se acentuam graficamente os vocábulos paroxí-tonos finalizados por "-em". Exemplo: Passagem, imagem, garagem, viagem (subs-tantivo), imagens, jovens, viajem (verbo), hifens, edens. 14) Sobrepõe-se o acento agudo ao "a", "e", "o" abertos e o "i", ou "u" da penúltima sílaba dos vocábulos paroxí-tonos que acabam em: L, N, X, R e PS; e o acento cir-cunflexo ao "e", "o" fechados e ao "a", "e", "o" seguidos de "m" ou "n" em situação idêntica.

Exemplo: Amável, indelével, afável, alúmen, tórax, félix, códex, bórax, córtex, cóccix, líquen, pólen, éter, hífen, aljôfar, âmbar, cânon, êxul, fênix, vômer, ônix, ágil, bí-ceps, fórceps, óton, rádon, caráter, revólver, mártir, néc-tar, sêmen, abdômen, éden, fácil, níquel.

15) Coloca-se o acento, agudo ou circunflexo, na vogal da sílaba tônica dos vocábulos paroxítonos acabados em ditongo oral:-ea(s),-eo(s),-ia(s),-ei(s), uo(s), io(s),-oa(s), ua(s),-ue(s)

Exemplo: Ágeis, faríeis, férteis, fôsseis, imóveis, jóquei, pênseis, pusésseis, quisésseis, túneis, úteis, variáveis, escrevêsseis, faríeis, côdeas, azáleas, errôneo, argên-teo, ânsia, vitórias, espécie, pátios, mágoa, páscoa, régua, água, tênue, árduo, contínuo, ême, álea, Áurea, terráqueos, boêmia, imundícies, colégio, árduo, estádio, amêndoas, água.

16) Recebe o acento circunflexo o penúltimo "o" fechado do hiato "oo", seguido ou não de "s" nas palavras paroxí-tonas.

Exemplo: Abençôo, enjôos, vôos, perdôos, côo, magôo, amaldiçôo, atraiçôo, vôo. 17) Não se acentuam os prefixos paroxítonos terminados em I, R, Um. São eles: semi, hemi, super, hiper, circum.

18) Todas as palavras PROPAROXÍTONAS devem ser acentuadas graficamente.

Exemplo: Âmago, lâmpada, exército, espírito, árabe, lâmina, espe-táculo, límpido, louvaríamos, público, ônibus, gênero, química, úmbrico, devêssemos, lêmures, pêndulo, quilô-metro, recôndito, êxito, ótimo, trânsfuga, úbere, vermífu-go, féretro, chávena, cônjuge, ágape, diácono, lépido, êxodo, plêiade, prófugo, quasímodo, etc. 19) ACENTO DIFERENCIAL – recebe acento circunflexo a forma verbal "pôde", 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, para diferenciar de "pode", 3ª pes-soa do singular do presente do indicativo. 20) Os nomes próprios das pessoas físicas ou jurídicas podem:

a) ou obedecer à grafia constante no respectivo registro, como:

Exemplo: Luiz de Souza Coutinho Hidroelétrica Polo Seguro S/A. b) ou adaptar-se às regras da ortografia oficial, como:

Exemplo: Luís de Sousa Coutinho Hidroelétrica Pólo Seguro S/A. 21) acentuação das abreviaturas – constando da abre-viatura "vogal" graficamente "acentuada" no vocábulo escrito por extenso, conserva-se o respectivo sinal gráfi-co.

Exemplo: Código – Cód. Cônego – Côn. Página – Pág. Gênero – Gên., etc. 22) emprega-se o TREMA no "u" átono que se pronuncia depois de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i".

Exemplo: Cinqüenta, lingüeta, ungüento, agüentar, lin-güiça, argüição, lingüística, eloqüente, tranqüilidade, ubiqüidade, delinqüir, eloqüência.

Observação: Sendo facultativa a pronúncia do "u", é facultativo o uso do trema. Exemplo: Eqüidade ou equidade Lângüido ou lânguido Eqüivaler ou equivaler

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Sangüíneo ou sanguíneo Líqüido ou líquido Sangüinário ou sanguinário Liqüefato ou liquefato Não se põe acento agudo na sílaba tônica das formas verbais terminadas em "que", "quem". Exemplo: Apropinqüe, delinqüem. 23) O ACENTO GRAVE é empregado para assinalar a fusão da preposição "A" com o artigo "A" e com os adje-tivos ou pronomes demonstrativos a, aquele, aqueloutro, aquilo, ou quais, se escreverão assim: À, às, àquele, àqueles, àquela, àquelas, àquilo, àquelou-tro, àqueloutros, àqueloutra, àqueloutras.

Exemplo: Ele foi à casa de Pedro. Refiro-me àquilo que te falei ontem. Àquele menino. Àqueles meninos. Refiro-me àquelas meninas. Refiro-me àquela menina. 24) Usa-se o til para indicar a nasalização, e vale como acento tônico se outro acento não figura no vocábulo.

Exemplo:Capitães, afã, coração, limão, mamão, bobão, chorão, devoções, põem, etc. Observação: Se é átona a sílaba onde figura o til, acen-tua-se graficamente a predominante.

Exemplo: Órfão, órfãos, órgão, órgãos, acórdão, benção, etc. 25) Emprega-se o ACENTO CIRCUNFLEXO para distin-guir de certos homógrafos inacentuados. As palavras com "E" e o "O" fechados. Permanece nos seguintes exemplos:

Pêlo. Pêlos (substantivo) diferente de pelo (verbo) Pôlo, pôlos (substantivo) diferente de pólo, pólos (subs-tantivo) Pêra (substantivo) diferente de pera (preposição) Pêra (substantivo) diferente de péra (elemento do subs-tantivo composto péra-fita) Pôr (verbo) diferente de por (preposição) Côa, côas (verbo) diferente de coa, coas (contração) ou co'a, co'as Pôlo (s.m.-gavião novo) diferente de polo (contração) Porquê (substantivo) diferente de porque (conjunção) Quê (substantivo) ou no fim da frase diferente de que (conjunção ou pronome) Sê (substantivo) diferente de se (conjunção) Recebem ACENTO AGUDO os seguintes vocábulos que estão em homografia com outros: Ás (s.m.) diferente de – às (fusão de preposição + art.) Pára (verbo) diferente de – para (preposição) Péla, pélas (v. s.f.) diferente de pela, pelas (contração) Pélo, (v.) diferente de - pelo (contração) Péra (de péra- fina) diferente de - pera (preposição ar-caica) Pólo, pólos (s.m.) diferente de - polo, polos (aglutinação da preposição por)

26) O APÓSTROFO (') que se emprega nos casos de ectlipse (= vem do grego "ectlipsis" = ato e esmagar) Ectlipse é a supressão do "m" final da preposição "com" diante de vocábulos começados por vogal.

Exemplo:

Co'o-(com + o) Co'as-(com + as) Co'estes (com + este) Co'um (com + um), etc. Atenção: A ectlipse só é usada na conversação comum e na poe-sia. O apóstrofo também é usado em certos casos de sínco-pe. (vem do grego syncopé = corte) consiste na supres-são ou corte de uma letra ou sílaba no meio da palavra

Exemplo:

Imigo – inimigo Soidão – solidão Mor – maior Per'la – perola Esp'rança – esperança 27) A palavra terminada em "il" átomo faz o plural em "eis" também átono e conserva o acento agudo na sílaba tônica:

Exemplo: Projétil, projéteis Réptil, répteis, Verossímil, verossímeis Têxtil (adjetivo) têxteis 28) a) O ACENTO RIZOTÔNICO – A palavra rizotônica. É RIZOTÔNICO quando o acento tônico cai no radical da palavra ou então o verbo na 1ª, 2ª e 3ª pessoas do sin-gular e na 3ª pessoa do plural

1º- verbo: amo, amas, ama, amam passeio, passeias, passeia, passeiam louvo, louvas, louva, louvam 2º- palavra: fútil útil banal b) O ACENTO ARRIZOTÔNICO – palavra rizotônica.

É ARRIZOTÔNICO quando o acento tônico cai depois do radical da palavra ou estando o verbo na 1ª e 2ª pessoas do plural. 1ª- verbo: amamos, amais passeamos, passeais louvamos, louvais 2ª- palavra:

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futilidade utilidade banalidade 29) Foi abolido o acento circunflexo e o grave com que se assinala a sílaba subtônica dos vocábulos derivados em que figura o sufixo "mente" ou sufixo iniciados por "z"

Exemplo:

Cortês – cortesmente Indelével – indelevelmente Prático – praticamente Só - somente Pá – pazada Avó – avozinha Café – cafezal Faísca – faiscazinha Zé – zezito Pé – pezudo OBSERVAÇÃO: Os vocábulos escritos com "til" não sofrem alterações.

Exemplo: Chã – chãmente Mão – mãozinha Mão – mãozada Mãe – mãezinha Romã – romãzeira Cristã – Cristãmente Fonte: J. João Campagnaro http://www.gramaticaportuguesa.com/GLPshop/pt-br/pg_10.html

SINAIS DE PONTUAÇÃO 1- PONTO ( . )

a) indicar o final de uma frase declarativa. Ex.: Lembro-me muito bem dele. b) separar períodos entre si. Ex.: Fica comigo. Não vá embora. 2- DOIS-PONTOS ( : )

a) iniciar a fala dos personagens: Ex.: Então o padre respondeu: - Parta agora. b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que explicam, resumem idéias anteriores. Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilber-to. c) antes de citação Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

3- RETICÊNCIAS ( ... )

a) indicar dúvidas ou hesitação do falante. Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece. b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta Ex.: - Alô! João está? - Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde... c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de idéia. Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de Alencar) d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita. Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros- Raimundo Fagner)

4- PARÊNTESES ( ( ) )

a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explica-tivo e datas. Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúme-ras perdas humanas.

5- PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )

a) Após vocativo Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humber-to de Campos) b) Após imperativo Ex.: Cale-se! c) Após interjeição Ex.: Ufa! Ai! d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocio-nal Ex.: Que pena!

6- PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

Em perguntas diretas Ex.: Como você se chama?

7- VÍRGULA ( , )

É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separa-dos, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.

Não se separam por vírgula: a) predicado de sujeito; b) objeto de verbo; c) adjunto adnominal de nome; d) complemento nominal de nome; e) predicativo do objeto do objeto; f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem in-versa)

8- PONTO-E-VÍRGULA ( ; )

a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc.

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Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares: I- advertência; II- suspensão; III- demissão.

9- TRAVESSÃO ( - )

a) dar início à fala de um personagem Ex.: O filho perguntou: - Pai, quando começarão as aulas? b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos - Doutor, o que tenho é grave? - Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom

10- ASPAS ( “ ” )

a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologis-mos, arcaísmos e expressões populares. A festa na casa de Lúcio estava “chocante”. b) indicar uma citação textual Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. ( O prazer de viajar - Eça de Queirós)

EMPREGO DA CRASE Crase é a fusão (ou contração) de duas vogais idênti-cas numa só. Em linguagem escrita, a crase é represen-tada pelo acento grave.

Exemplo:

à Vamos a |

prep.

+ a |

art.

cidade logo depois do almoço.

Observe que o verbo ir requer a preposição a e o subs-tantivo cidade pede o artigo a.

Ocorrência da crase 1. Preposição a + artigos a, as: Fui à feira ontem. Paulo dedica-se às artes marciais. OBSERVAÇÕES a) Quando o nome não admitir artigo, não poderá haver crase: Vou a Campinas amanhã. Estamos viajando em direção a Roma. No entanto, se houver um modificador do nome, haverá crase: Vou à Campinas das andorinhas. Estamos viajando em direção à Roma das Sete Coli-nas. b) Ocorre a crase somente se os nomes femininos pude-rem ser substituídos por nomes masculinos, que admi-

tam ao antes deles: Vou à praia. Vou ao campo. As crianças foram à praça. As crianças foram ao largo. Portanto, não haverá crase em: Ela escreveu a redação a tinta. (Ela escreveu a redação a lápis.) Compramos a TV a vista. (Compramos a TV a prazo.) 2. Preposição a + pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Maria referiu-se àquele cavalheiro de terno cinza. Depois nos dirigimos àquelas mulheres da Associação. Nunca me reportei àquilo que você disse. 3. Na indicação de horas: João se levanta às sete horas. Devemos atrasar o relógio à zero hora. Eles chegaram à meia-noite. 4. Antes de nomes que apresentam a palavra moda (ou maneira) implícita: Adoro bife à milanesa. Eles querem vitela à parmegiana. Ele vestiu-se à Fidel Castro. Ele cortou o cabelo à Nero. 5. Em locuções adverbiais constituídas de substantivo feminino plural: Pedrinho costuma ir ao cinema às escondidas. Às vezes preferimos viajar de carro. Eles partiram às pressas e não deixaram o novo ende-reço. 6. Em locuções prepositivas e conjuntivas constituídas de substantivo feminino: Eles vivem à custa do Estado. Estamos todos à mercê dos bandidos. Fica sempre mais frio à proporção que nos aproxima-mos do Sul. Sentimos medo à medida que crescia o movimento de soldados na praça. Principais casos em que não ocorre a crase 1. diante de substantivo masculino: Compramos a TV a prazo. Ele leva tudo a ferro e fogo. Por favor, façam o exercício a lápis. 2. diante de verbo no infinitivo: A pobre criança ficou a chorar o dia todo. Quando os convidados começaram a chegar, tudo já estava pronto. 3. diante de nome de cidade: Vou a Curitiba visitar uma amiga. Eles chegaram a Londres ontem. 4. diante de pronome que não admite artigo (pessoal, de tratamento, demonstrativo, indefinido e relativo): Ele se dirigiu a ela com rudeza.

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Direi a Vossa Majestade quais são os nossos planos. Onde você pensa que vai a esta hora da noite? Devolva o livro a qualquer pessoa da biblioteca. Todos os dias agradeço a Deus, a quem tudo devo. 5. diante do artigo indefinido uma: O policial dirigiu-se a uma senhora vestida de verme-lho. O garoto entregou o envelope a uma funcionária da recepção. 6. em expressões que apresentam substantivos repeti-dos: Ela ficou cara a cara com o assassino. Eles examinaram tudo de ponta a ponta. 7. diante de palavras no plural, precedidas apenas de preposição: Nunca me junto a pessoas que falam demais. Eles costumam ir a reuniões do Partido Verde. 8. diante de numerais cardinais: Após as enchentes, o número de vítimas chega a tre-zentos. Daqui a duas semanas estarei em férias. 9. diante de nomes célebres e nomes de santos: O artigo reporta-se a Carlota Joaquina de maneira bastante desrespeitosa. Ela fez uma promessa a Santa Cecília. 10. diante da palavra casa, quando esta não apresenta adjunto adnominal: Estava frio. Fernando havia voltado a casa para apa-nhar um agasalho. Antes de chegar a casa, o malandro limpou a mancha de batom do rosto.

11. diante da palavra Dona: O mensageiro entregou a encomenda a Dona Sebasti-ana. Foi só um susto. O macaco nada fez a Dona Maria Helena. 12. diante da palavra terra, como sinônimo de terra firme: O capitão informou que estamos quase chegando a terra. Depois de dois meses de mar aberto, regressamos finalmente a terra. Ocorrência facultativa da crase 1. antes de nome próprio feminino: Entreguei o cheque à Paula. OU Entreguei o cheque a Paula. Paulo dedicou uma canção à Teresinha. OU Paulo dedicou uma canção a Teresinha.

2. antes do pronome possessivo feminino: Ele fez uma crítica séria à sua mãe. OU Ele fez uma crítica séria a sua mãe. Convidei-o a vir à minha casa. OU Convidei-o a vir a minha casa.

3. depois da preposição até: Vou caminhar até à praia. OU Vou caminhar até a

praia. Eles trabalharam até às três horas. OU Eles trabalha-ram até as três horas. Eu vou acompanhá-la até à porta do elevador. OU Eu vou acompanhá-la até a porta do elevador.

SEMÂNTICA Significado das palavras

Quanto à significação, as palavras podem ser:

1. sinônimas - quando apresentam sentidos

semelhantes: falecer e morrer, belo e bonito; longe e distante etc.

2. antônimas - quando têm significação oposta: triste e alegre, bondade e maldade, riqueza e pobreza.

3. homônimas - quando são escritas ou pronunciadas de modo idêntico mas são diferentes quanto ao significado. Os homônimos podem ser:

a. perfeitos - quando possuem a mesma grafia

(homógrafos) e a mesma pronúncia (homófonos): cura (padre) - cura (do v. curar) verão (estação) – verão (verbo ver) são (sadio) – são (verbo ser) b. imperfeitos - quando têm a mesma grafia mas

pronúncia diferente (homógrafos) ou a mesma pronúncia mas grafia diferente (homófonos). Exemplos:

selo (substantivo) – selo (verbo selar) ele (pronome) – ele (letra) 4. parônimas - quando se assemelham na forma

mas têm significados diferentes. Exemplos: descriminar (inocentar) - discriminar (distinguir) discente (relativo a alunos) - docente (relativo a

professores)

DENOTAÇAO E CONOTAÇAO A denotação é a propriedade que possui uma

palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.

A conotação é a propriedade que possui uma

palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias interpretações.

Observe os exemplos Denotação As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro. Conotação As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores O fogo da paixão

SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO

As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido figurado

Construí um muro de pedra - sentido próprio

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Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.

A água pingava lentamente – sentido figurado.

Classes de Palavras

Introdução

Há em português (10) classes de palavras Substantivo Adjetivo Pronome Advérbio Conjunção Artigo Numeral Verbo Preposição Interjeição As classes de palavras podem ser: a) variáveis b) invariáveis

São variáveis as que se flexionam em gênero, número e grau, São elas: substantivo, artigo, adjetivo, numeral , verbo e pronome.

São invariáveis as que não se flexionam . São e-las: advérbios, preposição, conjunção e interjeição.

ALGUMAS OBSERVAÇÕES; 1 - A mesma palavra pode figurar em mais de uma

classe: a) O céu é azul (azul é adjetivo) b) O azul alegre das águas profundas.(azul é subs-

tantivo) c) O sério deve ser tratado com respeito (Sério é substantivo) d) Gosto de tratar com homem sério (sério é adjeti-

vo) e) Vamos falar sério (sério é advérbio) f) O pouco com Deus é muito. (pouco é substantivo) g) Trouxe pouco dinheiro. (pouco é indefinido) h) Ele estudou pouco (pouco é advérbio) i) Que fazer? (que é pronome interrogativo) j) Urge que ela volte. (que é conjunção subordinati-

va integrante) k) O quê só não é verbo. (que é substantivo) l) Que! Já falaste!? (que é interjeição) 2 - Não poucos substantivos, numerais e pronomes

são invariáveis: lápis, pires, férias, dez, vinte, trinta, tudo, isto, ninguém, etc.

3 - Alguns advérbios admitem flexões de grau: cedo = cedinho agora = agorinha muito = muitíssimo pouco = pouquíssimo tarde = tardinha noite = noitinha

SUBSTANTIVO

É todo nome com que designamos os seres "É a palavra com que designamos ou nomeamos

os seres em geral ". (Celso Cunha) São portanto, substantivo:

1 - Os nomes de pessoas, animais, legumes, verduras, frutas, lugares, coisas.

Exemplo: Pedro, Mário, boi, cavalo, chuchu, beterraba, re-

polho, couve, laranja, manga, Vitória, Argentina, Brasil, caderno, mesa, livro, lápis, etc

NOTA Qualquer palavra precedida de artigo é um substantivo, ou seja, pode ser uma palavra substantivada

Exemplo; O sim, o não, o porquê, o sê, o amar, o querer, o

triste, o alegre, etc. São palavras substantivadas por derivação im-

própria, Exemplo: O não é uma palavra amarga.

2 - Os nomes tomados como seres, indicando ação, estado ou qualidade:

Exemplo: Tristeza, bondade, patriotismo, velhice, colheita, limpeza, firmeza, inteligência, etc.

TIPOS DE SUBSTANTIVOS Podem ser:

COMUM quando se refere a todos os seres de uma mesma espécie.

Exemplo: Revista (esse nome se refere a toda a espécie

de revista) Cidade (esse nome identifica toda a espécie de

cidade) PRÓPRIO: quando se refere a um só ser de uma mesma espécie.

Exemplos: A GAZETA (esse nome se refere a um só ser da

espécie jornal), Recife; (esse nome identifica um ser da espécie

cidade) SIMPLES quando o substantivo for formado por um só radical.

Exemplo: Árvore, flor, repolho, menino, pé, mão... COMPOSTO quando o substantivo for formado por mais de um radical

Exemplo: Salário-família; Azul-marinho; Pé-de-moleque PRIMITIVO dá origem a outro substantivo.

Exemplo: Carro, terra... DERIVADO quando se origina de outro substanti-vo, primitivo.

Exemplo: Carroça, carroceiro, carretel, carrua-gem, terreiro, terreno, terremoto... CONCRETO quando indica um ser de existência independente, real ou não.

Exemplo: Menino, Deus, alma, terreiro, couve-flor...

ABSTRATO quando indica um ser de existência dependente, isto é, ser que não existe no mundo ex-terior, mas apenas em nossa consciência.

Exemplo: Amor, saudade, inveja, entrada, dor... CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS Podem ser:

a) Concreto b) Abstratos

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SUBSTANTIVOS CONCRETOS

São os que designam os seres propriamente di-tos, têm existência real em si, isto é, os nomes de pes-soas, animais, plantas, lugares, vegetais, coisas ou quaisquer objetos. Ou ainda podemos dizer que os subs-tantivos CONCRETOS designam seres de existência independente, ou que o pensamento apresenta como real.

Exemplo: Mulher, Pedro, Benedito, Deus, Stella, Giovanni, cão, cavalo, burro, égua, boi, macaco, elefan-te, capela, tronco, galho, acaiaca, ipê, folha, fruto, diabo, Paris, Belém, Piauí, Maranhão, Brasília, Mato Grosso, borracha, tinta, prato, lápis, saci, régua, caneta, papel, livro etc.

SUBSTANTIVOS ABSTRATOS

São os que designam seres cuja existência de-pende de outro ser. Não têm existência, real em si. Ou ainda: designam atributos, qualidades e atos próprios dos seres, porém como se fossem outras entidades, como se estivessem separados dos seres.

Exemplo: Prazer, beijo, saída, beleza, glória, dor, formosura, alegria, tristeza, doença, firmeza, quentura, largura, coragem, opinião, franqueza, polidez, juventude, pessimismo, otimismo, ociosidade, brancura, feiura, entrada, saída, etc.

Substantivos "PRÓPRIOS" e "COMUNS":

Comuns São os substantivos que pertencem ou apresentam os seres da mesma espécie.

Próprios aplicam-se a um determinado indivíduo (exemplar) da espécie. O substantivo próprio é o nome com que se distingue a todos os seres, um ser de entre outros da mesma espécie.

Exemplo: José, Pedro, Paraguai, Argentina, An-tônio, Brasil, Amazonas, Camões, Atenas, etc.

FORMAÇÃO DO FEMININO

Forma-se o feminino:

Regra geral, mudando a terminação "o" em "a".

boneco boneca menino menina macaco macaca filho filha aluno aluna gato gata

As palavras terminadas em "e", mudam-se esta final em "a":

mestre mestra

parente parenta alfaiate alfaiata elefante elefanta infante infanta monge monja Apenas acrescentando "a" em: leitor leitora professor professora eleitor eleitora bacharel bacharela zagal zagala oficial oficiala juiz juíza doutor doutora

As palavras terminadas em "ão", mudando por "ã", "ão" ou "ona":

anão anã irmão irmã folião foliã leão leoa valentão valentona anfitrião anfitrioa ou anfitriã cidadão cidadã ermitão ermitoa chorão chorona hortelão horteloa valentão valentona

Aparecem substantivos que têm uma só forma para os dois sexos. São chamados COMUM DE DOIS, distingue-se o sexo, quando se lhe antepõe o "o" para o masculino e o "a" para o feminino:

o camarada a camarada o estudante a estudante o mártir a mártir o capitalista a capitalista o doente a doente

Muitos substantivos com os nomes de animais empregamos as palavras: MACHO e FÊMEA para dis-tinção do sexo:

cobra macho cobra fêmea

jacaré macho jacaré fêmea

OBSERVAÇÃO:

Estes nomes de animais são chamados EPICE-NOS

São SOBRECOMUNS os nomes de um só gêne-ro gramatical que se aplicam, indiferentemente, a ho-mens e a mulheres: o cônjugue, o ser, o algoz, o carras-co, a testemunha, a vítima.

Certos nomes de animais: bode cabra boi vaca cão cadela

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carneiro ovelha cavalo égua Certos nomes de pessoas: cavaleiro amazona cavalheiro dama compadre comadre genro nora marido mulher padrasto madrasta padrinho madrinha pai mãe

Certos nomes formam os femininos das termina-ções "esa", "essa", "isa":

abade abadessa duque duquesa etíope etiopisa papa papisa barão baronesa bispo episcopisa píton pitonisa poeta poetisa profeta profetisa sacerdote sacerdotisa visconde viscondessa diácono diaconisa cônsul consulesa

Certos substantivos irregulares na formação do feminino, não se enquadrando em nenhum dos casos precedentes:

avô avó capiau capioa confrade confreira czar czarina dom dona grou grua judeu judia maestro maestrina pierrô pierrete rei rainha sandeu sandia embaixador embaixatriz europeu européia frade freira guri guria ilhéu ilhoa marajá marani pigmeu pigméia rapaz rapariga réu ré tabaréu tabaroa herói heroína

Atenção: a mulher no cargo de embaixador é embaixadora

PLURAL DOS SUBSTANTIVOS

Forma-se o plural dos substantivos, acrescentan-do-se um "s " ao singular quando terminados em vogal ou ditongo

Exemplos: Cadeira/cadeiras Livro/livros Baú/baús Boi/bois Pai/pais Rapé/rapés Caderno/cadernos Chapéu/chapéus Vaca/vacas Cavalo/cavalos Boné/bonés Boneca/bonecas

OBSERVAÇÃO

Podemos incluir nesta relação os substantivos terminados em "m", havendo simplesmente a troca do "m" por "n" e o acréscimo do "s".

Exemplo:

Álbum/álbuns Bem/bens Som/sons Flautim/flautins Boletim/boletins

Plural dos nomes terminados em ZINHO, ZITO.

Regra:

Põe-se, no plural, os dois elementos e suprime-se o ''s'' do primeiro

Flor+zinha = folores+zinha = florezinhas Papel = zinho = papéis+zinho = papeizinhos Colar+zito = colares+zitos = colarezitos Réptil+zito = répteis+zitos = repteizitos Coração+zito = corações+zito = coraçõezitos

PLURAL DOS SUBSTANTIVOS

1 - Os terminados em "ÃO "fazem o plural.

a) em "AES"

Alemão/alemães Capitão/capitães Catalão/catalães Escrivão/escrivães Pão/pães Tabelião/tabeliães

b) em "ÕES"

Canção/canções Mamão/mamões Limão/limões Eleição/eleições

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2 - Quando os substantivos terminarem am "al", "el", "il", "ol" e "ul", regra geral, troca-se o "l" por "is".

Coronel/coronéis Nível/níveis Jornal/jornais Papel/papéis Lençol/lençóis Paul/pauis

3 - Os substantivos terminados em "il"

Sendo o vocábulo oxítono, muda-se "il" por "is"

Barril/barris Canil/canis Covil/covis Fuzil/fuzis

OBSERVAÇÃO:

a) Réptil e projétil, como paroxítona, fazem plural répteis e projéteis como oxítonos, fazem o plural: reptis e projetis

4 - Os substantivos terminados em "r" ou "z" a-crescenta-se a terminação "es"

Altar/altares Açúcar/açúcares Rapaz/rapazes Exemplar/exemplares Cartaz/cartazes Éter/éteres

5 - Os substantivos terminados em "s", sendo monossílabos, acrescentam-se-lhes "es"

mês/meses camponês/camponeses francês/franceses português/portugueses inglês/ingleses chinês/chineses holandês/holandeses

Sendo os substantivos paroxítonos ficam invariá-veis, o adjunto adnominal indicar-lhe-á o número

O lápis/os lapís O cais/os cais O xis/os xis

OBSERVAÇÃO 2:

O mesmo acontecendo com as palavras que só se usam no plural. São chamadas "pluralia tantum" o Estados unidos/os Estados Unidos

O lápis/os lápis

O pires/os pires

6 - Os substantivos terminados em "x", ficam invariáveis

O ônix-os ônix O fênix-os fênix O tórax-os tórax Plural metafônico de alguns adjetivos Gostoso-gostosos Feioso-feiosos Dengoso-dengosos Precioso-preciosos Portentoso-portentosos Gênero do substantivo Os substantivos podem ser dos gêneros:

a) Masculino b) Feminino

Os masculinos são: Homem, menino, rapaz, boi, etc. Os femininos são: Mulher, menina, moça, vaca, etc.

Fonte: J. João Campagnaro - http://www.gramaticaportuguesa.com/GLPshop/pt-br/pg_18.html

o cabeça (o chefe, o líder) o capital (dinheiro, bens) o rádio (aparelho recep-tor) o moral (ânimo) o lotação (veículo) o lente (o professor)

a cabeça (parte do corpo) a capital(cidade principal) a rádio (estação trans-missora) a moral (parte da Filosofi-a, conclusão) a lotação (capacidade) a lente (vidro de aumento)

Grau

Os substantivos podem apresentar diferentes

graus, porém grau não é uma flexão nominal. São três: normal, aumentativo e diminutivo e po-

dem ser formados através de dois processos: analítico - associando os adjetivos (grande x pe-

queno) ao substantivo sintético - anexando-se ao substantivo sufixos in-

dicadores de grau (meninão x menininho) Observações: - o grau nos substantivos também pode denotar

sentido afetivo e carinhoso ou pejorativo, irônico. (Ele é um velhinho legal / Que mulherzinha implicante)

- certos substantivos, apesar da forma, não ex-pressam a noção aumentativa ou diminutiva. (cartão, cartilha)

Adjetivos Palavra variável que acompanha o substantivo,

indicando qualidades e características deste. Mantém com o substantivo que determina relação de concordân-cia de gênero e número.

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Adjetivos pátrios: indicam a nacionalidade ou a o-

rigem geográfica, normalmente são formados pelo a-créscimo de um sufixo ao substantivo de que se originam (Alagoas: alagoano). Podem ser simples ou compostos, referindo-se a duas ou mais nacionalidades ou regiões; nestes últimos casos assumem sua forma reduzida e erudita, com exceção do último elemento (franco-ítalo-brasileiro).

Locuções adjetivas: expressões, geralmente,

formadas por preposição e substantivo que equivalem a adjetivos (anel de prata = anel argênteo).

Flexão dos adjetivos: Gênero Uniforme ou biforme (inteligente x honesto [a]) Número Os adjetivos simples formam o plural segundo os

mesmos princípios dos substantivos simples, em função de sua terminação (agradável x agradáveis).

Os substantivos utilizados como adjetivos ficam

invariáveis (blusas cinza). Os adjetivos terminados em -OSO, além do a-

créscimo do -S de plural, mudam o timbre do primeiro -O, num processo de metafonia.

Grau São três: normal, comparativo e superlativo comparativo: mesma qualidade entre dois ou

mais seres, duas ou mais qualidades de um mesmo ser. - igualdade - tão ... quanto (como) - superioridade - mais ... (do) que - inferioridade - menos ... (do) que superlativo: exprime qualidade em grau muito e-

levado ou intenso. - absoluto - quando a qualidade não se refere à

de outros elementos. Pode ser analítico (acréscimo de palavra modificadora - muito) ou sintético (-íssimo, -érrimo, -ílimo). (muito veloz X velocíssimo)

- relativo - qualidade relacionada, favorável ou desfavoravelmente, à de outros elementos. Pode ser de superioridade (o mais ... que) ou de inferioridade (o me-nos ... que)

VERBOS Conceito Palavra variável (pessoa, tempo, número e modo) que exprime uma ação, um estado, um fenômeno. a) O policial prendeu o assassino. b) Maria foi atropelada pelo veículo. c) O assassino estava doente. d) No Nordeste quase não chove. a) O policial praticou uma ação; b) Maria sofreu uma ação; c) O assassino encontrava-se num certo estado; d) Quase não ocorre um dado fenômeno da natureza no Nordeste Conjugações

Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjugações, de conformidade com a terminação do infinitivo: Infinitivo em AR - verbos de primeira conjugação (can-tar, amar, procurar, etc.) Infinitivo em ER - verbos de segunda conjugação (cor-rer, bater, ceder, etc.) Infinitivo em IR - verbos de terceira conjugação (ir, pos-suir, agir, etc. O verbo irregular pôr e seus derivados ( antepor, compor, contrapor, opor, pospor, etc.) pertencem a segunda con-jugação, pois são derivados da forma poer. Cada conjugação se caracteriza por uma vogal temática: CANTAR - vogal temática A (primeira conjugação) VENDER - vogal temática E (segunda conjugação) PARTIR - vogal temática I (terceira conjugação)

Estrutura do verbo (radical + terminação) O verbo possui uma base comum de significação que é chamada de RADICAL. A esse radical se junta, em cada forma verbal, uma TERMINAÇÃO, da qual participa pelo menos um dos seguintes elementos:

Vogal temática ( -a- , -e-, -i- , respectivamente para verbos de 1ª, 2ª e 3ª conjugação) Ex.: cant-a, beb-era, sorr-ira

O radical acrescido de vogal temática chama-se tema: CANTAR, VENDER, PARTIR

Desinência temporal (ou modo temporal) - in-dica o tempo e o modo: canta (ausência de sufixo), cant-a-va, cant-a-ra

Desinência número-pessoal - identifica a pes-soa e o número: canta (ausência de desinência), cant-a-va-s (2ª pessoa singular), cant-á-ra- mos (1ª pessoa plu-ral)

Todo o mecanismo da formação dos tempos simples repousa na combinação harmônica desses elementos flexivos com um determinado radical verbal. Muitas ve-zes, falta um deles, como, por exemplo:

VOGAL TEMÁTICA, no presente do subjuntivo e, em decorrência, nas formas do imperativo de-le derivadas: cante, cantes, cante, etc.

DESINÊNCIA TEMPORAL, no presente e no pretérito perfeito do indicativo, bem como nas formas do imperativo derivadas do presente do indicativo: canto, cantas, canta, etc.; cantei, cantaste, cantou, etc.; canta (tu), cantai (vós);

DESINÊNCIA PESSOAL, a) na 3ª pessoa do singular do presente do indi-cativo (canta); b) na 1ª e na 3ª pessoa do singular do imperfei-to (cantava), do mais-que-perfeito (cantara) e do futuro do pretérito (cantaria) do indicativo; c) na 1ª e na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo (cante), do imperfeito do subjunti-vo (cantasse) e do futuro do subjuntivo (cantar); d) na 1ª e na 3ª pessoa do infinitivo pessoal (cantar).

Flexões do verbo O verbo apresenta variações de número, pessoa, modo, tempo e voz. 1. Número e Pessoa O verbo admite dois números: singular (quando se refere

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a uma só pessoa ou coisa) e plural (quando se refere a mais de uma pessoa ou coisa). A primeira pessoa é aquela que fala e corresponde aos pronomes pessoais eu (singular) e nós (plural): 1ª pessoa singular: eu falo 1ª pessoa plural: nós falamos A segunda pessoa é aquela a quem se fala e correspon-de aos pronomes pessoais tu (singular) e vós (plural): 2ª pessoa singular: tu falas 2ª pessoa plural: vós falais A terceira pessoa é aquela de quem se fala e correspon-de aos pronomes pessoais ele, ela (singular) e eles, elas (plural): 3ª pessoa singular: ele fala 3ª pessoa plural: eles falam 2. Modos Os modos indicam as diferentes atitudes da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia e são três:

a) Indicativo: apresenta o fato como sendo re-al, certo, positivo. Ex.: Voltei ao colégio.

b) Subjuntivo: apresenta o fato como sendo uma possibilidade, uma dúvida, um desejo. Ex.: Se tivesse voltado ao colégio, teria encon-trado o livro.

c) Imperativo: apresenta o fato como objeto de uma ordem, conselho, exortação ou súplica. Ex.: Volta ao colégio.

3. Formas nominais do verbo São chamadas formas nominais, porque podem desem-penhar as funções próprias dos nomes (substantivos, adjetivos ou advérbio) e caracterizam-se por não indica-rem nem o tempo nem o modo. São elas: o INFINITIVO, o GERÚNDIO e o PARTICÍPIO.

Infinitivo- exprime a idéia de ação e seu valor aproxima-se do substantivo:

"Navegar é preciso Viver não é preciso" (Fernando Pessoa) Os verbos navegar e viver ocupam a função de um sujei-to gramatical e por isso equivalem a um substantivo. O infinitivo pode ser : Pessoal - quando tem sujeito: É preciso vencermos esta etapa (sujeito: nós) Impessoal - quando não tem sujeito: Viver é aproveitar cada momento. (não há sujeito)

Gerúndio - exprime um fato em desenvolvimen-to e exerce funções próprias do advérbio e do adjetivo: O menino estava chorando. (função de adjetivo) Pensando, encontra-se uma solução. (função de advérbio)

Particípio - exerce as funções próprias de um adjetivo e por isso pode, em certos casos, flexi-onar-se em número e em gênero: Terminado o ano letivo, os alunos viajaram. Terminados os estudos, os alunos viajaram.

4. Tempo O tempo verbal indica o momento em que acontece o fato expresso pelo verbo. São três os tempos básicos: presente, passado (pretéri-to) e futuro, que designam, respectivamente, um fato

ocorrido no momento em que se fala, antes do momento em que se fala e que poderá ocorrer após o momento em que se fala. O presente é indivisível, mas o pretérito e o futuro subdi-videm-se no modo indicativo e no subjuntivo. Indicativo Presente : estudo Pretéritos Pretérito Imperfeito: estudava Pretérito Perfeito simples: estudei Pretérito Perfeito composto: tenho estudado Pretérito Mais-que-perfeito simples: estudara Pretérito Mais-que-perfeito composto: tinha (ou havia) estudado Futuros Futuro do presente simples: estudarei Futuro do presente composto: terei (ou haverei) estuda-do Futuro do pretérito simples: estudaria Futuro do pretérito composto: teria (ou haveria) estudado Subjuntivo Presente: estude Pretéritos Pretérito Imperfeito: estudasse Pretérito Perfeito composto: tenha (ou haja) estudado Pretérito mais-que-perfeito: tivesse (ou houvesse) estu-dado Futuros Futuro simples : estudar Futuro composto: tiver (ou houver) estudado Imperativo Presente: estuda (tu)

Tipos de verbos

Conforme visto nos elementos mórficos, os ver-bos apresentam três conjugações. Em função da vogal temática (-a/-e/-i), podem-se criar 3 paradigmas verbais. De acordo com a relação dos verbos com esses para-digmas, obtém-se a seguinte classificação:

regulares: seguem o paradigma verbal de sua

conjugação irregulares: não seguem o paradigma verbal da

conjugação a que pertencem. As irregularidades podem aparecer no radical ou nas desinências (ouvir - ou-ço/ouve, estar - estou/estão)

anômalos: verbos irregulares com mudanças pro-fundas nos radicais (ser/ir)

defectivos: não são conjugados em determina-das pessoas, tempo ou modo (falir - no pres. do ind. só apresenta a 1ª e a 2ª pess. do plural)

abundantes: apresentam mais de uma forma pa-ra uma mesma flexão. Mais freqüente no particípio, de-vendo-se usar o particípio regular com ter e haver; já o irregular com ser e estar (aceito/aceitado, acendi-do/aceso)

auxiliares: juntam-se ao verbo principal amplian-do sua significação. Presentes nos tempos compostos e locuções verbais

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Obs.: - certos verbos possuem pron. pessoais á-tonos que se tornam partes integrantes deles. Nestes casos, o pronome não tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se, queixar-se etc.)

- formas rizotônicas (tonicidade no radical - eu canto) e formas arrizotônicas (tonicidade fora do radical - nós cantaría-mos)

Tempos

Quanto à formação dos tempos, estes dividem-se em primitivos e derivados. Primitivos: a) presente do indicativo b) pretérito perfeito do indicativo c) infinitivo impessoal Derivados do Presente do Indicativo: Presente do subjuntivo Imperativo afirmativo Imperativo negativo Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo: Pretérito mais-que-perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do subjuntivo Futuro do subjuntivo Derivados do Infinitivo Impessoal: Futuro do presente do indicativo Futuro do pretérito do indicativo Imperfeito do indicativo Gerúndio Particípio Tempos derivados do presente do indicativo Presente do subjuntivo Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conju-gação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação) IMPERATIVO Imperativo afirmativo ou positivo Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do pre-sente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a se-gunda pessoa do plural (vós) eliminando-se o S final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Imperativo negativo Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Tempos derivados do pretérito perfeito do indicativo Pretérito mais que perfeito Para formar o pretérito mais-que-perfeito do indicativo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito. Acrescenta-se a esse tema a desi-nência temporal -RA mais a desinência de número e pessoa correspondente. Pretérito imperfeito do subjuntivo Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a de-sinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito per-feito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescen-ta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.

Futuro do subjuntivo Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desi-nência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspon-dente.

Tempos derivados do infinitivo impessoal 1. Futuro do presente do indicativo Para formar o futuro do presente, acrescentamos direta-mente ao tema do infinitivo as desinências temporais - RE e - RA e as desinências pessoais

2. Futuro do pretérito do indicativo Para formar o futuro do pretérito, acrescentamos

diretamente ao tema do infinitivo a desinência tem-poral -RIA/-RIE e as desinências pessoais.I

3. Imperfeito do Indicativo Para formar o imperfeito do indicativo, acrescenta-

mos diretamente ao tema do infinitivo a desinência -VA para os verbos de 1ª conjugação. Para os verbos de 2ª e 3ª conjugações, acrescentamos ao radical as

desinências -IA/-IE : 4. Gerúndio Para formar o gerúndio, acrescentamos diretamente ao tema do infinitivo a desinência -NDO: Infinitivo impessoal Gerúndio cantar ........ - R = CANTA canta NDO vender........ - R = VENDE vende NDO partir ......... - R = PARTI parti NDO 5. Particípio Para formar o particípio, acrescentamos diretamente ao tema do infinitivo a desinências -ADO para os verbos de 1ª conjugação e -IDO para os verbos de 2ª e 3ª conjuga-ção: Infinitivo impessoal Particípio cantar (- R) = CANTA canta DO vender (-R) = VENDE vendi DO possuir (-R) = POSSUI possuí DO

Há também as desinências -TO e -SO para a formação do particípio:

SATISFAZER SATISFEITO VER VISTO PÔR POSTO FAZER FEITO INCLUIR INCLUÍDO ou INCLUSO Formação dos tempos compostos Voz ativa Os tempos compostos da voz ativa são formados pelos verbos auxiliares TER ou HAVER acompanhados do particípio do verbo principal.

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Ex.:Alice tem cantado todas as noites. Alice havia cantado aquela noite. Voz passiva Os tempos compostos da voz passiva são formados com o uso simultâneo dos verbos auxiliares TER (ou HAVER) e SER seguidos do particípio do verbo principal. Ex.:Segundo dizem, Alice teria sido assassinada por um amante.

Conjugação perifrástica São as chamadas locuções verbais e constituem-se de um verbo auxiliar mais gerúndio ou infinitivo. Ex.:Alice tem de cantar hoje à noite. Alice estava cantando, quando ocorreu falta de ener-gia elétrica.

Modos verbais As flexões de Modo determinam as diversas atitudes da pessoa que fala com relação ao fato enunciado. Assim:

uma atitude que expressa certeza com relação ao fato que aconteceu, que acontece ou que acontecerá, é característica do Modo Indicativo. Exemplos:

o Ele trabalhou ontem. o Ela está em casa. o Nós iremos amanhã.

uma atitude que revela uma incerteza, uma dúvida ou uma hipótese é característica do Modo Subjuntivo(br)/Modo Conjuntivo(pt). Exemplos:

o Se eu trabalhasse, ... o Quando eu partir, ...

uma atitude que expressa uma ordem, um pedido, um conselho, uma vontade ou um desejo é característica do Modo Imperativo. Exemplo:

o Faça isto, agora! Com relação ao Tempo, podemos expressar um fato basicamente de três maneiras diferentes:

1. No presente: significa que o fato está acontecendo relativamente ao momento em que se fala;

2. No pretérito: significa que o fato já aconteceu relativamente ao momento em que se fala;

3. No futuro: significa que o fato ainda irá acontecer relativamente ao momento em que se fala.

Entretanto, as possibilidades de se localizar um processo no tempo podem ser ampliadas de acordo com as necessidades da pessoa que fala ou que relata um evento. Neste contexto, a Língua Portuguesa oferece-nos as seguintes possibilidades para combinarmos Modos e Tempos: Modo Indicativo Expressa certeza absolutamente apresentando o fato de uma maneira real, certa, positiva. Presente do Indicativo Expressa o fato no momento em que se fala.

O aluno lê um poema. Pretérito Imperfeito Expressa o passado inacabado, um processo anterior ao momento em que se fala, mas que se prolongou, ou

ainda, um fato habitual. Por isto, chama-se este tempo verbal de pretérito imperfeito, pois não se refere a um conceito situado perfeitamente num contexto de passado. Emprega-se o pretérito imperfeito do Indicativo para assinalar:

um fato passado contínuo, permanente ou habitual, ou casual.

o Eles vendiam sempre fiado. o "Uma noite eu me lembro que ela

dormia Numa rede encostada molemente (Castro Alves, Adormecida).

o "Glória usava no peito um broche com

um medalhão de duas faces." (Raquel de Queirós, As Três Marias).

um fato passado, mas de incerta localização no tempo:

o Era uma vez, ... um fato presente em relação a outro passado,

indicando a simultaneidade de ambos os fatos: o Eu lia quando ela chegou. o "Nessa mesma noite, leu-lhe o artigo

em que advertia o partido da conveniência de não ceder às perfídias do poder." (poema de Quincas Borba).

Pretérito Perfeito Indica um fato já ocorrido, concluído. Daí o nome: Pretérito Perfeito; referindo-se a um fato que se situa perfeitamente no passado. Emprega-se o Pretérito Perfeito do Indicativo para assinalar:

um fato já ocorrido ou concluído: o "Trocaram beijos ao luar tranquilo."

(Augusto Gil, Luar de Janeiro) o "Andei longes terras,

Lidei cruas guerras, Vaguei pelas serras, Dos vis Aimorés." (Gonçalves Dias, I-Juca-Pirama).

o "Apanhou o rifle, saiu ao meio da trilha e detonou."(Coelho Neto, Banzo).

Na forma composta, é usado para indicar uma ação que se prolonga até ao momento presente; através da locução verbal, na qual se usa o particípio.

o Tenho estudado todas as noites. o "Eu, que tenho sofrido a angústia das

pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo." (Fernando Pessoa, Poema em Linha Reta - Álvaro de Campos)

Pretérito Mais-Que-Perfeito Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito para assinalar um fato passado em relação a outro também no passado (o passado do passado, algo que aconteceu antes de outro fato também passado). O pretérito mais-que-perfeito aparece nas formas simples e composta, sendo que a primeira costuma

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aparecer em discursos mais formais e a segunda, na fala coloquial.

Exemplos de usos do pretérito mais-que-perfeito simples:

o Ele comprou o apartamento com o dinheiro do carro que vendera.

o "Levava comigo um retrato de Maria Cora; alcançara-o dela mesma ... com uma pequena dedicatória cerimoniosa." (Machado de Assis, Relíquias de Casa)

o Morava .. no arraial de São Gonçalo da Ponte, cuja ponte o rio levara, deixando dela somente os pilares de alvenaria." (Gustavo Barroso, O Sertão e o Mundo)

Exemplos de usos do pretérito mais que perfeito composto:

o Quando eu cheguei, ela já tinha saído. o Tinha chovido muito naquela noite.

Futuro do Presente Emprega-se o futuro do presente para assinalar uma ação que ocorrerá no futuro relativamente ao momento em que se fala.

Se eleito, lutarei pelos menores carentes. "... era Vadinho, herói indiscutível, jamais outro

virá tão íntimo das estrelas, dos dados e das prostitutas, ... " (Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos)

"A qual escolherei, se, neste estado, Eu não sei distinguir esta daquela?" (Alvarenga Peixoto, Jônia e Nise).

Exemplos de futuro composto: Ele vai fazer (fará) compras e vai voltar

(voltará) em breve. Futuro do Pretérito / Condicional Emprega-se o futuro do pretérito para assinalar:

um fato futuro em relação a outro no passado o "Se eu morresse amanhã, viria ao

menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria. (Álvares Azevedo, Se Eu Morresse Amanhã).

o "Ia levar homens para o quarto. Como era boa de cama, pagar-lhe-iam muito bem." (Clarice Lispector, A Via-Crúcis do Corpo)

uma ironia ou um pedido de cortesia: o Daria para fazer silêncio! o Poderia fazer o favor de sair!?

Modo Subjuntivo(br) / Conjuntivo(pt) Revela um fato duvidoso, incerto. Presente Emprega-se o presente do subjuntivo para assinalar:

um fato presente, mas duvidoso ou incerto. o Talvez eles façam tudo aquilo que nós

pedimos. o Talvez ele saiba sobre o que está

falando.

um fato futuro, mas duvidoso ou incerto o Talvez eles venham amanhã.

um desejo ou uma vontade o Espero que eles façam o serviço

corretamente. o Se choro... bebe o meu pranto a areia

ardente; talvez... p´ra que meu pranto, ó Deus clemente! Não descubras no chão... (Castro Alves, Vozes d´África)

Pretérito Imperfeito Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para assinalar:

uma hipótese ou uma condição numa ação passada, mas posterior e dependente de outra ação passada.

o "Talvez a lágrima subisse do coração à pupila ..." (Coelho Neto, Sertão)

o "Como fizesse bom tempo, as senhoras combinaram em tomar o café na chácara." (Aluísio Azevedo, Casa de Pensão)

o "Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje vencido, como se estivesse para morrer." (Fernando Pessoa, Tabacaria - Álvaro de Campos)

uma condição contrafatual, ou seja, que não se verifica na realidade, que teria uma certa consequência; pode se referir ao passado, ao presente ou ao futuro.

o Se ele estivesse aqui ontem, poderia ter ajudado.

o Se ele estivesse aqui agora, poderia ajudar.

o Se ele viesse amanhã, poderia ajudar. Futuro Emprega-se o futuro do subjuntivo para assinalar uma possibilidade a ser concluída em relação a um fato no futuro, uma ação vindoura, mas condicional a outra ação também futura.

Quando eu voltar, saberei o que fazer. Quando os sinos badalarem nove horas,

voltarei para casa. Também pode indicar uma condição incerta, presente ou futura.

Se ele estiver lá agora, certamente ela também está.

Se ele estiver lá amanhã, certamente ela também estará.

Futuro Composto Emprega-se para exprimir uma possibilidade incerta, num tempo passado, ou num tempo passado em relação a um tempo futuro.

Se ela tiver chegado a tempo ontem, terá sido ótimo.

Ao final das provas, se ele tiver sido aprovado, pararão de falar mal dele.

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Pretérito Perfeito Caso eu tenha sido escolhido, ficarei muito feliz.

Pretérito Mais-que-Perfeito Se eu tivesse sido escolhido, estaria muito feliz.

Imperativo Exprime uma atitude de solicitação, mando. E formado por afirmativo e negativo. Este modo verbal não possui a primeira pessoa do singular (eu), pois não podemos mandar nós mesmos. uma atitude que expressa uma ordem, um pedido, um conselho, uma vontade ou um desejo é característica do Modo Imperativo. Exemplo: Faça isto, agora! Com relação ao Tempo, podemos expressar um fato basicamente de três maneiras diferentes: No presente: significa que o fato está acontecendo relativamente ao momento em que se fala; No pretérito: significa que o fato já aconteceu relativamente ao momento em que se fala; No futuro: significa que o fato ainda irá acontecer relativamente ao momento em que se fala. Entretanto, as possibilidades de se localizar um processo no tempo podem ser ampliadas de acordo com as necessidades da pessoa que fala ou que relata um evento. Neste contexto, a Língua Portuguesa oferece-nos as seguintes possibilidades para combinarmos Modos e Tempos Formas infinitas

Infinitivo - em muitas línguas, é o próprio nome do verbo (ex: agir; viver).

Particípio - Consiste na forma que reúne as características verbais com a de o adjetivo, sendo formado, no Português, com o acréscimo do sufixo -do (ex: falado; comido).

Forma nominal Gerúndio, formado, no idioma português, do

sufixo -ndo. Fonte: http://www.portugues.com.br/morfologia/classes/verbos/verbos.asp Flexões verbais

número - singular ou plural pessoa gramatical- 1ª, 2ª ou 3ª tempo - referência ao momento em que se fala

(pretérito, presente ou futuro) modo - indicativo (certeza de um fato ou estado),

subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa or-dem, advertência ou pedido)

voz - ativa, passiva e reflexiva Tempos primitivos: presente e pretérito perfeito do indica-

tivo e o infinitivo derivados: - presente do indicativo - presente do subjuntivo

e imperativo negativo (da 1ª pes. sing.); imperativo afir-mativo (2as pes. sem S e demais = pres. do subjuntivo)

- pret. perfeito do indicativo - pret. mais-que-perfeito do indicativo (3ª pess. plural sem M + DNPs), fut. do subjuntivo (3ª pes. plural sem AM + DNPs.), pret.

imperfeito do subjuntivo (3ª pes. plural sem RAM + DMT SSE e DNPs)

- infinitivo impessoal - fut. do presente (+ -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão), fut. do pretérito (+ -ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, -iam) e pret. imperfeito (se 1ª conj. + DMT=VA, de 2ª ou 3ª conj. + DMT=IA), sendo todos do indicativo

Vozes

ativa: sujeito é agente da ação verbal passiva: sujeito é paciente da ação verbal. Pode

ser analítica ou sintética: analítica - verbo auxiliar (TD) + particípio do ver-

bo principal sintética - verbo (TD) na 3ª pes. do singular SE

(partícula apassivadora) reflexiva: sujeito é agente e paciente da ação

verbal. Também pode ser recíproca ao mesmo tempo (acréscimo de SE = pronome reflexivo)

Na transformação da voz ativa na passiva, a vari-

ação temporal é indicada pelo verbo ser. Entretanto, nas locuções verbais, o ser assume a forma do verbo princi-pal na voz ativa.

Ex.: Ele fez o trabalho - O trabalho foi feito por ele

(mantido o pret. perf. do ind.) O vento ia levando as folhas - As folhas iam sen-

do levadas pelas folhas (mantido o gerúndio do verbo principal)

Verbos notáveis

Encontram-se listados aqui alguns verbos que

podem apresentar problemas de conjugação. Desta maneira, dedique uma atenção especial a este grupo.

Abolir (defectivo): não possui a 1ª pes. do sing. do

pres. do indicativo, por isso não possui pres. do subjunti-vo e o imperativo negativo. (= banir, carpir, colorir, delin-qüir, demolir, descomedir-se, emergir, exaurir, fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir)

Acudir (alternância vocálica o/u): pres. ind. - acu-do, acodes... e / pret. perf do ind. - com u (=bulir, consu-mir, cuspir, engolir, fugir)

Adequar (defectivo): só possui a 1ª e a 2ª pes. do plural no pres. do ind.

Aderir (alternância vocálica e/i): pres. ind. - adiro, adere... (= advertir, cerzir, despir, diferir, digerir, divergir, ferir, sugerir)

Agir (acomodação gráfica g/j): pres. ind. - ajo, a-ges... (= afligir, coagir, erigir, espargir, refulgir, restringir, transigir, urgir)

Agredir (alternância vocálica e/i): pres. ind. - agri-do, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem (= pre-venir, progredir, regredir, transgredir)

Aguar (reg.): pres. ind. - águo, águas..., / pret. perf do ind. - agüo, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram (= desaguar, enxaguar, minguar)

Apiedar-se (pronominal) Aprazer (irreg.): pres. ind. - aprazo, aprazes, a-

praz... / pret. perf do ind. - aprouve, aprouveste, aprouve, aprouvemos, aprouvestes, aprouveram

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Argüir (irregular com alternância vocálica o/u): pres. ind. - arguo (ú), argúis, argúi, argüimos, argüis, argúem / pret. perf - argüi, argüiste... (com trema )

Atrair (irreg.): pres. ind. - atraio, atrais... / pret. perf - atraí, atraíste... (=abstrair, cair, distrair, sair, subtrair)

Atribuir (irreg.): pres. ind. - atribuo, atribuis, atribui, atribuímos, atribuís, atribuem / pret. perf. - atribuí, atribu-íste, atribuiu... (= afluir, concluir, destituir, excluir, , instru-ir, possuir, usufruir)

Averiguar (alternância vocálica o/u): pres. ind. - averiguo (ú), averiguas (ú), averigua (ú), averiguamos, averiguais, averiguam (ú) / pret. perf. - averigüei, averi-guaste... (= apaziguar)

Caber (irreg.): pres. ind. - caibo, cabes... / pret. perf. - coube, coubeste...

Cear (irreg.): pres. ind. - ceio, ceias, ceia, ceamos, ceais, ceiam / pret. perf. ind. - ceei, ceaste, ceou, cea-mos, ceastes, cearam (= verbos terminados em -ear: falsear, passear... - alguns apresentam pronúncia aberta: estréio, estréia...)

Coar (irreg.): pres. ind. - côo, côas, côa, coamos, coais, coam / pret. perf. - coei, coaste, coou... (= abenço-ar, magoar, perdoar)

Comerciar (reg.): pres. ind. - comercio, comerci-as... / pret. perf. - comerciei... (= verbos em -iar , exceto os seguintes verbos: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar)

Compelir (alternância vocálica e/i): pres. ind. - compilo, compeles... / pret. perf. ind. - compeli, compelis-te...

Compilar (reg.): pres. ind. - compilo, compilas, compila... / pret. perf. ind. - compilei, compilaste...

Construir (irregular e abundante): pres. ind. - construo, constróis (ou construis), constrói (ou constui), construímos, construís, constroem (ou construem) / pret. perf. ind. - construí, construíste...

Crer (irreg.): pres. ind. - creio, crês, crê, cremos, credes, crêem / pret. perf. ind. - cri, creste, creu, cremos, crestes, creram / imp. ind. - cria, crias, cria, críamos, críeis, criam

Dignar-se (pronomina): (= persignar-se) Dizer (irreg.): pres. ind. - digo, dizes, diz... / pret.

perf. ind. - disse, disseste... Falir (defectivo): pres. ind. - falimos, falis / pret.

perf. ind. - fali, faliste... (= aguerrir, combalir, foragir-se, remir, renhir)

Frigir (acomodação gráfica g/j e alternância vocá-lica e/i): pres. ind. - frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem / pret. perf. ind. - frigi, frigiste...

Ir (irreg.): pres. ind. - vou, vais, vai, vamos, ides, vão / pret. perf. ind. - fui, foste... / pres. subj. - vá, vás, vá, vamos, vades, vão

Jazer (irreg.): pres. ind. - jazo, jazes... / pret. perf. ind. - jazi, jazeste, jazeu...

Mobiliar (irreg.): pres. ind. - mobílio, mobílias, mo-bília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam / pret. perf. ind. - mobiliei, mobiliaste...

Obstar (reg.): pres. ind. - obsto, obstas... / pret. perf. ind. - obstei, obstaste...

Pedir (irreg.): pres. ind. þ peço, pedes, pede, pe-dimos, pedis, pedem / pret. perf. ind. - pedi, pediste... (= despedir, expedir, medir)

Polir (alternância vocálica e/i): pres. ind. - pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem / pret. perf. ind. - poli, poliste...

Precaver-se (defectivo e pronominal): pres. ind. - precavemo-nos, precaveis-vos / pret. perf. ind. - precavi-me, precaveste-te...

Prover (irreg.): pres. ind. - provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem / pret. perf. ind. - provi, proveste, proveu...

Reaver (defectivo): pres. ind. - reavemos, reaveis / pret. perf. ind. - reouve, reouveste, reouve... (verbo derivado do haver, mas só é conjugado nas formas ver-bais com a letra v)

Remir (defectivo): pres. ind. - remimos, remis / pret. perf. ind. - remi, remiste...

Requerer (irreg.): pres. ind. - requeiro, requeres... / pret. perf. ind. - requeri, requereste, requereu... (deriva-do do querer, diferindo dele na 1ª pess. sing. do pres. ind. e no pret. perf. do ind. e derivados, sendo regular)

Rir (irreg.): pres. ind. - rio, rir, ri, rimos, rides, riem / pret. perf. ind. - ri, riste... (= sorrir)

Saudar (alternância vocálica) þ pres. ind. - saúdo, saúdas... / pret. perf. ind. - saudei, saudaste...

Suar (reg.): pres. ind. - suo, suas, sua... / pret. perf. ind. - suei, suaste, sou... (= atuar, continuar, habitu-ar, individuar, recuar, situar)

Valer (irreg.): pres. ind. - valho, vales, vale... / pret. perf. ind. - vali, valeste, valeu...

Ver (irreg.): pres. ind. - vejo, vês, vê, vemos, ve-des, vêem / Pret. perf. ind. - vi, viste, viu... (= antever, prever, rever etc.)

Vir (irreg.): pres. ind. - venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm / pret. perf. ind. - vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram (= advir, convir, intervir, provir, sobrevir etc.)

Infinitivo pessoal ou impessoal?

O emprego do infinitivo não obedece a regras

bem definidas. impessoal: sentido genérico ou indefinido, não re-

lacionado a nenhuma pessoa pessoal: refere-se às pessoas do discurso, de-

pendendo do contexto Recomenda-se sempre o uso da forma pessoal se

for necessário dar à frase maior clareza e ênfase. Usa-se o impessoal: sem referência a nenhum sujeito - É proibido fu-

mar na sala nas locuções verbais - Devemos avaliar a sua si-

tuação quando o infinitivo exerce função de complemento

de adjetivos - É um problema fácil de solucionar quando o infinitivo possui valor de imperativo - Ele

respondeu: "Marchar!" Usa-se o pessoal: quando o sujeito do infinitivo é diferente do sujeito

da oração principal - Eu não te culpo por saíres daqui quando, por meio de flexão, se quer realçar ou i-

dentificar a pessoa do sujeito - Foi um erro responderes dessa maneira.

quando queremos determinar o sujeito (usa-se a 3ª pes. do pl.) - Escutei baterem à porta

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Artigos

Palavra colocada antes do substantivo para de-terminá-lo, mantendo com ele relação de concordância.

Pode ser classificado em: definido: o, a, os, as - determinam o substantivo

de modo preciso, específico indefinido :um, uma, uns, umas - determinam o

substantivo de modo vago, impreciso Podem aparecer combinados com preposições.

(numa, do, à ...) O artigo tem a propriedade de substantivar qual-

quer palavra precedida por ele. Esse processo chama-se substantivação. (fumar-verbo / O fumar faz mal à saúde)

Observação: - para se certificar de que uma palavra é artigo,

troque o gênero do substantivo posterior. Se o suposto artigo não mudar de gênero, pertence à outra classe.

Emprego não se deve usar artigo depois de cujo e suas fle-

xões não se usa artigo diante de expressões de trata-

mento iniciadas por possessivos é obrigatório o uso do artigo definido entre o nu-

meral ambos e o substantivo a que se refere (ambos os cônjuges)

diante do possessivo adjetivo o uso é facultativo; mas se o pronome for substantivo, torna-se obrigatório

antes de nomes de pessoas, geralmente, não se utiliza o artigo

não se usa artigo diante das palavras casa (=lar, moradia) e terra (=chão firme) a menos que essas pala-vras sejam especificadas

diante de alguns nomes de cidade não se usa ar-tigo, a não ser que venham modificados

usa-se artigo definido antes dos nomes de esta-dos brasileiros, exceto: AL, GO, MT, MG, PE, SC, SP e SE

não se combina com preposição o artigo que faz parte de nomes de jornais, revistas e obras literárias (li em Os Lusíadas)

depois de todo, emprega-se o artigo para conferir idéia de totalidade (Toda a sociedade poderá participar)

Numerais Palavra que indica quantidade, número de ordem,

múltiplo ou fração. Classifica-se como: cardinal (1, 2, 3, ...), ordinal (primeiro, segundo, terceiro, ...), multiplicativo (dobro, duplo, triplo, ...), fracionário (meio, metade, terço)

Valor do Numeral Podem apresentar valor adjetivo ou substantivo.

Se estiverem acompanhando e modificando um substan-tivo, terão valor adjetivo. Já se estiverem substituindo um substantivo e designando seres, terão valor substantivo.

Ex.: Ele foi o primeiro jogador a chegar. (valor ad-

jetivo) Ele será o primeiro desta vez. (valor substantivo)

Emprego Os fracionários têm como forma própria meio, me-

tade e terço, todas as outras representações de divisão correspondem aos ordinais ou aos cardinais seguidos da palavra avos (quarto, décimo, milésimo, quinze avos etc.)

designando séculos, reis, papas e capítulos, utili-za-se na leitura ordinal até décimo; a partir daí usam-se os cardinais. (Luís XIV - quatorze, Papa Paulo II - segun-do)

Observação: - se o numeral vier antes do substantivo, será o-

brigatório o ordinal (XX Bienal - vigésima, IV Semana de Cultura - quarta)

zero e ambos (as) também são numerais cardi-nais

dúzia, centena... são chamados numerais coleti-vos, por designarem um conjunto de seres

um - numeral ou artigo? Nestes casos, a distinção é feita pelo contexto. Numeral indicando quantidade e artigo quando se opõe ao substantivo indicando-o de forma indefinida

Flexão Variam em gênero e número Gênero Cardinais: um, dois e os duzentos a novecentos;

todos os ordinais; os multiplicativos e fracionários, quan-do expressam uma idéia adjetiva em relação ao substan-tivo

Número: Cardinais terminados em -ão; todos os ordinais;

os multiplicativos, quando têm função adjetiva; os fracio-nários, dependendo do cardinal que os antecede

Os cardinais, quando substantivos, vão para o

plural se terminarem por som vocálico

PRONOMES

Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.

Quando o pronome representa o substantivo, di-zemos tratar-se de pronome substantivo.

Ele chegou. (ele ) Convidei-o (o) Quando o pronome vem determinando o substan-

tivo, restringindo a extensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.

Esta casa é antiga. (esta) Meu livro é antigo. (meu ) Classificação dos Pronomes Há, em Português, seis espécies de pronomes: - pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as

formas oblíquas de tratamento: - possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e

flexões; - demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; is-

to, isso, aquilo; - relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que,

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quem, onde; - indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito,

certo, pouco, vários, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, outrem, nada, cada, algo.

- interrogativos: que, quem, qual, quanto, empre-gados em frases interrogativas.

Pronomes Pessoais Pronomes pessoais são aqueles que representam

as pessoas do discurso: 1ª pessoa: quem fala, o emissor. Eu sai (eu) Nós saímos (nós) Convidaram-me (me) Convidaram-nos (nós) 2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Tu saíste (tu) Vós saístes (vós) Convidaram-te (te) Convidaram-vos (vós) 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referen-

te. Ele saiu (ele) Eles sairam (eles) Convidei-o (o) Convidei-os (os) Os pronomes pessoais são os seguintes.

Pronomes de Tratamento

Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tratamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso.

Veja a seguir alguns desses pronomes.

PRONOME ABREVIATURA EMPREGO Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Vossa Eminência V .Ema Cardeais Vossa Excelência V.Exa Altas autorida-des em geral Vossa Magnificência V. Mag a Reitores de universi-dades Vossa Reverendíssima V. Revma Sacerdotes em geral Vossa Santidade V.S. Papas Vossa Senhoria V.Sa Funcionários graduados Vossa Majestade V.M. Reis, imperadores

São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vocês Emprego dos Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, e-

le/ela, nós. vós. eles/elas) devem ser empregados na função sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento.

Convidaram ele para a festa (errado) Receberam nós com atenção (errado) Eu cheguei atrasado (certo) Ele compareceu à festa (certo)

Na função de complemento, usam-se os prono-

mes oblíquos e não os pronomes retos. Convidei ele ( errado)

Chamaram nós ( errado) Convidei-o (certo) Chamaram-nos (certo)

Os pronomes retos (exceto eu e tu), quando ante-

cipados de preposição, passam a funcionar como oblí-quos. Neste caso, considera-se correto seu emprego como complemento:

Informaram a ele os reais motivos Emprestaram a nós os livros Eles gostam muito de nós As formas eu e tu só podem funcionar como sujei-

to. Considera-se errado seu emprego como complemen-to.

Nunca houve desentendimento entre eu e tu (er-

rado) Nunca houve desentendimento entre mim e ti

(certo) Como regra prática, podemos propor o seguinte:

quando precedidas de preposição não se usam as for-mas retas eu e tu, mas as formas oblíquas mim e ti:

Ninguém irá sem eu ( errado) Nunca houve discussões entre eu e tu (errado) Ninguém irá sem mim (certo) Nunca houve discussões entre mim e ti (certo) Há, no entanto, um caso em que se empregam as

formas retas eu e tu mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo.

Deram o livro para EU ler ( ler: sujeito) Deram o livro para TU leres( leres: sujeito) Verifique que, neste caso, o emprego das formas

retas eu e tu é obrigatório, na medida em que tais pro-nomes exercem a função sintática de sujeito.

Os pronomes oblíquos se, si, consigo devem ser

empregados somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em que os referidos prono-mes não sejam reflexivos:

Querida, gosto muito de si. (errado) Preciso muito falar consigo. (errado) Querida, gosto muito de você. (certo) Preciso muito falar com você. (certo) Observe que nos exemplos que seguem não há

erro algum, pois os pronomes se, si, consigo foram em-pregados como reflexivos:

Ele feriu-se Cada um faça por si mesmo a redação O professor trouxe as provas consigo Os pronomes oblíquos conosco e convosco são

utilizados normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais pronomes devem ser substi-tuídos pela forma analítica:

Queriam falar conosco = Queriam falar com nós

dois Queriam conversar convosco = Queriam con-

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versar com vós próprios

Os pronomes oblíquos podem aparecer combi-nados entre si. As combinações possíveis são as seguin-tes:

A combinação também é possível com os pro-

nomes oblíquos femininos a, as. me+a=ma me + as = mas te+a=ta te + as = tas - Você pagou o livro ao livreiro?

- Sim, paguei-lho.

Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que representa o livreiro) com O (que representa o livro).

As formas oblíquas O, AS, OS, AS são sempre empregadas como complemento verbos transitivos dire-tos, ao passo que as formas LHE, LHES são emprega-das como complemento de verbos transitivos indiretos:

O menino convidou-a (V.T.D ) O filho obedece-lhe (V.T. l ) Consideram-se erradas construções em que o

pronome O (e flexões) aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemen-to de verbos transitivos diretos:

Eu lhe vi ontem (errado) Nunca o obedeci (errado) Eu o vi ontem (certo) Nunca lhe obedeci (certo) 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome o-

blíquo pode funcionar como sujeito.Ocorre com os ver-bos deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver seguidos de infinitivo: o nome oblíquo será sujeito desse infinitivo:

Deixei-o sair. Vi-o chegar. Sofia deixou-se estar à janela.

É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes

oblíquos, desenvolvendo as orações reduzidas de infini-tivo:

Deixei-o sair = deixei que ele saísse Não se considera errada a repetição de pronomes

oblíquos: A mim, ninguém me engana. A ti tocou-te a máquina mercante. Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo

não constitui pleonasmo vicioso, e sim ênfase. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a

pronomes possessivo exercendo função sintática de adjunto adnominal:

Roubaram-me o livro = roubaram meu livro Não escutei-lhe os conselhos = não escutei os

seus conselhos As formas plurais nós e vós podem ser emprega-

das para representar uma única pessoa (singular), adqui-rindo valor cerimonioso ou de modéstia:

Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o

problema das enchentes. Vós sois minha salvação, meu Deus! Os pronomes de tratamento devem vir precedidos

de vossa, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por sua, quando falamos dessa pessoa:

Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: - Vossa Excelência já aprovou os projetos? Sua Excelência, o governador, deverá estar pre-

sente na inauguração. Você e os demais pronomes de tratamento (Vos-

sa Majestade, Vossa Alteza, embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como pronomes de ter-ceira pessoa:

Você trouxe seus documentos? Vossa Excelência não precisa incomodar-se com

seus problemas.

Colocação de Pronomes

Em relação ao verbo, os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o. a. nós, vós. lhes, os, as) podem ocupar três posições:

1. Antes do verbo - próclise Eu te observo há dias. 2. Depois do verbo - ênclise Observo-te há dias. 3. No interior do verbo - mesóclise Observar-te-ei sempre. Ênclise Na linguagem culta, a colocação que pode ser

considerada normal é a ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento direto ou indireto.

O pai esperava-o na estação agitada. Expliquei-lhe o motivo das férias. Ainda na linguagem culta, em escritos formais e

de estilo cuidadoso, a ênclise é a colocação recomenda-da nos seguintes casos:

1. Quando o verbo iniciar a oração. Voltei-me em seguida para o céu límpido. 2. Quando o verbo iniciar a oração principal prece-

dida de pausa. Como eu achasse muito breve, explicou-se.

me+o=mo te+o=to lhe+o=lho nos + o = no-lo vos + o = vo-lo lhes + o = lho

me + os = mos te + os = tos lhe + os = lhos nos + os = no-los vos + os = vo-los lhes + os = lhos

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3. Com o imperativo afirmativo. Companheiros, escutai-me. 4. Com o infinitivo impessoal.

A menina não entendera que engordá-las seria

apressar-lhes um destino na mesa. 5. Com o gerúndio, não precedido da preposição

em. E saltou, chamando-me pelo nome. conversou

comigo. 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindé-

tica. A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma

pequena moeda de meio franco. Próclise Na linguagem culta, a próclise é recomendada 1. Quando o verbo estiver precedido de prono-

mes relativos, indefinidos, interrogativos e conjunções. As crianças que me serviram durante anos eram

bichos. Tudo me parecia que ia ser comida de avião. Quem lhe ensinou esses modos? Quem os ouvia, não os amou. Que lhes importa a eles a recompensa? Emília tinha quatorze anos quando a vi pela pri-

meira vez. 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo) Papai do céu o abençoe. A terra lhes seja leve. 3. Com o gerúndio precedido da preposição em: Em se animando, começa a contagiar-nos. Bromil era o suco em se tratando de combater a

tosse. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o

verbo, sem que haja pausa entre eles. Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova. Antes, falava-se tão-somente na aguardente da

terra.

Mesóclise

Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente e do futuro do pretérito do indicati-vo. desde que estes verbos não estejam precedidos de palavras que reclamem a próclise.

Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Dir-se-ia vir do oco da terra. mas: Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Jamais se diria vir do oco da terra. Com essas formas verbais e ênclise é inadmissí-

vel: Lembrarei-me (!?) Diria-se (!?) O Pronome Àtono nas Locuções Verbais Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode

vir proclítico ou enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.

Podemos contar-lhe o ocorrido Podemos lhe contar o ocorrido Não lhe podemos contar o ocorrido O menino foi-se descontraindo O menino foi descontraindo-se O menino não se foi descontraindo Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir

enclítico ou proclítico ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.

"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi

ter-me levado a Descartes " Tenho-me levantado cedo. Não me tenho levantado cedo. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o

infinitivo, ou entre o auxiliar e o gerúndio, já está genera-lizado, mesmo na linguagem culta. Outro aspecto eviden-te, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da colocação do pronome no inicio da oração o que se deve evitar na linguagem escrita. Pronomes Possessivos

Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso. atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Quando digo, por exemplo, meu livro, a palavra

meu informa que o livro pertence á 1ª pessoa (eu) Eis as formas dos pronomes possessivos. 1ª pessoa singular meu, minha, meus, minhas. 2ª pessoa singular teu, tua, teus, tuas. 3ª pessoa singular seu, sua, seus, suas. 1ª pessoa plural nosso, nossa, nossos, nossas. 2ª pessoa plural. vosso, vossa, vossos, vossas. 3ª pessoa plural seu, sua, seus, suas. Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa

deles. Eles batizaram com o nome delas as águas deste

rio. Os possessivos devem ser usados com critério

Substituí-los pelos pronomes oblíquos comunica à frase desenvoltura e elegância.

Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido

(em vez de: beijou as suas mãos). Não me respeitava a adolescência. A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da fa-

ce. O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. Além da idéia de posse, podem ainda os prono-

mes exprimir: 1 . Cálculo aproximado, estimativa: Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se à per-

sonagem de uma história O nosso homem não se deu por vencido. Chama-se Falcão o meu homem

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3. O mesmo que os indefinidos certo, algum Eu cá tenho minhas dúvidas Cornélio teve suas horas amargas 4. Afetividade, cortesia Como vai, meu menino? Não os culpo, minha boa senhora, não os cul-

po No plural usam-se os possessivos substantivados

no sentido de parentes família. É assim que um moço deve zelar o nome dos

seus? Podem os possessivos ser modificados por um

advérbio de intensidade. Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele

gesto tão seu, quando não sabia o que dizer. Pronomes Demonstrativos

São aqueles que determinam, no tempo ou no

espaço, a posição da coisa designada em relação à pessoa gramatical.

Quando digo este livro, estou afirmando que o li-vro se encontra perto de mim a pessoa que fala Por outro lado, esse livro indica que o livro está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; aquele livro indica que o livro está longe de ambas as pessoas.

Os pronomes demonstrativos são estes este (e variações), isto = 1ª pessoa esse (e variações), isso = 2ª pessoa aquele (e variações), próprio (e variações) mesmo (e variações), próprio (e variações) semelhante (e variação), tal (e variação) Emprego dos Demonstrativos 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª

pessoa (aquela que fala). Este documento que tenho nas mãos não é meu. Isto que carregamos pesa 5 kg. b) Para indicar o que está em nós ou o que nos

abrange fisicamente: Este coração não pode me trair. Esta alma não traz pecados. Tudo se fez por este país.. c) Para indicar o momento em que falamos: Neste instante estou tranqüilo. Deste minuto em diante vou modificar-me. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passa-

do, mas próximo do momento em que falamos: Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. Um dia destes estive em Porto Alegre. e) Para indicar que o período de tempo é mais ou

menos extenso e no qual se inclui o momento em que falamos:

Nesta semana não choveu. Neste mês a inflação foi maior

Este ano será bom para nós. Este século terminará breve. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Este assunto já foi discutido ontem. Tudo isto que estou dizendo já é velho. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: Só posso lhe dizer isto. nada somos. Os tipos de artigo são estes: definidos e indefini-

dos. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª

pessoa (aquela com quem se fala): Esse documento que tens na mão é teu? Isso que carregas pesa 5 kg. b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a

abrange fisicamente: Esse teu coração me traiu. Essa alma traz inúmeros pecados Quantos vivem nesse pais? c) Para indicar o que se encontra distante de nós,

ou aquilo de que desejamos distância: O povo já não confia nesses políticos. Não quero mais pensar nisso. d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela

2ª pessoa: Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. O que você quer dizer com isso? e) Para indicar tempo passado, não muito próximo

do momento em que falamos: Um dia desses estive em Porto Alegre. Comi naquele restaurante dia desses. f) Para indicar aquilo que já mencionamos: Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia

não está muito distante. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se: a) Para indicar o que está longe das duas primei-

ras pessoas e refere-se á 3ª. Aquele documento que lá está é teu? Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. b) Para indicar tempo passado mais ou menos

distante. Naquele instante estava preocupado. Daquele instante em diante modifiquei-me. Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, a-

quele ano, aquele século para exprimir que o tempo já decorreu.

4. Quando se faz referência a duas pessoas

ou coisas já mencionadas, usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou varia-ções) para a primeira:

Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se

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encontrava nervoso e aquela tranqüila. 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos

da preposição DE, pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:

Você teria coragem de proferir um palavrão des-ses, Rose?

Com um frio destes não se pode sair de casa. Nunca vi uma coisa daquelas. Mesmo e próprio variam em gênero e número

quando têm caráter reforçativo: Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas

camas. 6. O (e variações) é pronome demonstrativo

quando equivale a aquilo, isso ou aquele (e variações) Nem tudo a (aquilo) que reluz é ouro. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mes-

tres. Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressa-

iu nos exames. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fa-

to, ela não ama os homens superiores. 7. Nisto, em inicio de frase, significa então, no

mesmo instante: A menina ia cair, nisto o pai a segurou 8. Tal é pronome demonstrativo quando tomado

na acepção de este, isto, esse, isso. aquele, aquilo Tal era a situação do País. Não disse tal. Tal não pôde comparecer. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo

ou pronome (atitudes tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha que, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Que tal milha filha'?. Que tais minhas filhas? e quando correlativo de qual ou outro tal:

Suas manias eram tais quais as minhas. A mãe era tal quais as filhas. Os filhos são tais qual o pai. Tal pai, tal filho. É pronome substantivo em frases como: Não encontrarei tal (= tal coisa). Não creio em tal (= tal coisa).

Pronomes Relativos Veja este exemplo: Armando comprou a casa QUE lhe convinha A palavra que representa o nome casa, relaciona-

se com o termo casa é um pronome relativo PRONOMES RELATIVOS são palavras que re-

presentam nomes já referidos, com os quais estão rela-cionados. Daí denominarem-se relativos.

A palavra que o pronome relativo representa

chama-se antecedente. No exemplo dado, o antecedente de que é casa.

Outros exemplos de pronomes relativos:

Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos O lugar onde paramos era deserto. Traga tudo quanto lhe pertence. Leve tantos ingressos quantos quiser. Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) de-

sistiu do concurso?

Observações:

1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pes-soas, tem antecedente, vem sempre antecedido de pre-posição e equivale a O QUAL.

O médico de quem falo é meu conterrâneo. 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual,

da qual, e precedem sempre um substantivo sem artigo. Qual será o animal cujo nome a autora não quis

revelar? 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes rela-

tivos quando precedidos de um dos pronomes indefini-dos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.

Tenho tudo quanto quero. Leve tantos quantos precisar. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. 4.ONDE, como pronome relativo, tem sempre an-

tecedente e equivale a em que. A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.

Pronomes Indefinidos

Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do dis-curso, designando-a de modo vago, impreciso, indeter-minado.

1. São pronomes indefinidos substantivos:

algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo Exemplos: Algo o incomoda? Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. Não faças a outrem o que não queres que te fa-çam. Quem avisa amigo é. Encontrei quem me pode ajudar. Ele gosta de quem o elogia.

2. São pronomes indefinidos adjetivos: cada, certo, certos, certa certas. Cada povo tem seus costumes. Certas pessoas exercem várias profissões. Certo dia apareceu em casa um repórter famo-so.

Pronomes Interrogativos

Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.

Exemplos: Que há? Que dia é hoje? Reagir contra quê?

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Por que motivo não veio? Quem foi? Qual será? Quantos vêm? Quantas irmãs tens?

Advérbios Pode modificar um verbo, um adjetivo, outro ad-

vérbio ou uma frase inteira. Classificam-se de acordo com as circunstâncias que expressam:

lugar: longe, junto, acima, atrás, alhures... tempo: breve, cedo, já, dentro, ainda... modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, a maioria

dos adv. com sufixo -mente negação: não, tampouco, absolutamente... dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, possivel-

mente... intensidade: muito, pouco, bastante, mais, de-

mais, tão... afirmação: sim, certamente, realmente, efetiva-

mente... Obs.: as palavras onde (de lugar), como (de mo-

do), por que (de causa) e quando (de tempo), usadas em frases interrogativas diretas ou indiretas, são classifica-das como advérbios interrogativos.

São locuções adverbiais: à direita, à frente, à von-

tade, de cor, em vão, por acaso, frente a frente, de ma-neira alguma, de manhã, de repente, de vez em quando, em breve, etc. São classificadas, também, em função da circunstância que expressam.

Grau Apesar de pertencer à categoria das palavras in-

variáveis, o advérbio pode apresentar variações de grau comparativo ou superlativo.

Comparativo: igualdade: tão+adv+quanto superioridade: mais+adv+(do) que inferioridade: menos+adv+(do) que Superlativo: sintético: + sufixo -íssimo analítico: muito+adv. Obs.: bem e mal admitem grau comparativo de

superioridade sintético: melhor e pior. As formas mais bem e mais mal são usadas diante de particípios adjeti-vados. (Ele está mais bem informado do que eu)

Emprego Na linguagem coloquial, o advérbio recebe sufixo

diminutivo. Nesses casos, embora ocorra o diminutivo, o advérbio assume valor superlativo

A repetição de um mesmo advérbio também as-sume valor superlativo

Quando os advérbio terminados em -mente esti-verem coordenados, é comum o uso do sufixo só no último

Antes de particípios, bem e mal aparecem nas formas analíticas do comparativo de superioridade (mais bem e mais mal) e não como melhor e pior

Muito e bastante podem aparecer como advérbio (invariável) ou pron. indefinido (variável - determina subst.)

Adjetivos adverbializados mantêm-se invariáveis (terminaram rápido o trabalho)

Palavras denotativas

Série de palavras que se assemelham ao advér-

bio. A NGB considera-as apenas como palavras denota-tivas, não pertencendo a nenhuma das 10 classes gra-maticais. Classificam-se em função da idéia que expres-sam:

adição: ainda, além disso etc. (Comeu tudo e ain-

da queria mais) afastamento: embora (Foi embora daqui) afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente

(Ainda bem que passei de ano) aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de,

por volta de etc. (É quase 1h a pé) designação: eis (Eis nosso carro novo) exclusão: apesar, somente, só, unicamente, inclu-

sive, exceto, senão, sequer, apenas etc. (Todos saíram, menos ela)

explicação: isto é, por exemplo, a saber etc. (Li vários livros, a saber, os clássicos)

inclusão: até, ainda, também, inclusive etc. (Eu também vou)

limitação: só, somente, unicamente, apenas etc. (Apenas um me respondeu)

realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque etc. (E você lá sabe essa questão?)

retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes etc. (Somos três, ou melhor, quatro)

situação: então, mas, se, agora, afinal etc. (Afinal, quem perguntaria a ele?)

Preposições Palavra invariável que liga dois termos entre si,

estabelecendo relação de subordinação (regente - regi-do). Divide-se em:

essenciais (maioria das vezes são preposições):

a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás

acidentais (podem exercer função de preposição): afora, conforme, consoante, durante, exceto, salvo, se-gundo, senão etc.

preposições essenciais regem pron. obl. tônicos; enquanto preposições acidentais regem as formas retas dos pron. pessoais. (Falei sobre ti/Todos, exceto eu, vieram)

São locuções prepositivas: abaixo de, acerca de, a fim de, além de, ao lado de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de, junto de, perto de etc.

Obs.: a última palavra da loc. prepositiva é sem-

pre uma preposição, enquanto a última palavra de uma loc. adverbial nunca é preposição

Emprego

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Português 28

combinação: preposição + outra palavra sem per-da fonética (ao/aos)

contração: preposição + outra palavra com perda fonética (na/àquela)

não se deve contrair de se o termo seguinte for sujeito (Está na hora de ele falar)

Pronome pessoal oblíquo x preposição x artigo Preposição - liga 2 termos, sendo invariável Pron. oblíquo - substitui um substantivo

Artigo - antecede o substantivo, determinando-o Relações estabelecidas pelas preposições autoria - música de Caetano lugar - cair sobre o telhado / estar sob a mesa tempo - nascer a 15 de outubro / viajar em uma hora modo - chegar aos gritos / votar em branco causa - tremer de frio / preso por vadiagem assunto - falar sobre política fim ou finalidade - vir em socorro / vir para ficar instrumento - escrever a lápis / ferir-se com a faca companhia - sair com amigos meio - voltar a cavalo / viajar de ônibus matéria - anel de prata / pão com farinha posse - carro de João oposição - Flamengo contra Fluminense conteúdo - copo de (com) vinho

preço - vender a (por) R$ 300, 00 origem - descender de família humilde destino - ir a Roma Conjunções Palavra que liga orações, estabelecendo entre e-

las alguma relação (subordinação ou coordenação). As conjunções classificam-se em:

Coordenativas: ligam duas orações independen-

tes (coordenadas), ou dois termos que exercem a mes-ma função sintática dentro da oração. Apresentam 5 tipos:

aditivas (adição) - e, nem, mas também, mas ain-

da etc. adversativas (adversidade, oposição) - mas, po-

rém, todavia, contudo etc. alternativas (alternância, exclusão, escolha) - ou,

ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer etc. conclusivas (conclusão) - logo, portanto, pois (de-

pois do verbo) etc. explicativas (justificação) - pois (antes do verbo),

porque, que etc. Subordinativas: ligam duas orações dependentes,

subordinando uma à outra. Apresentam 10 tipos. causais - porque, visto que, já que, uma vez que

etc. comparativas - como, que (precedido de mais ou

menos) etc. condicionais - se, caso, contanto que, desde que

etc. consecutivas (conseqüência, resultado, efeito) -

que (precedido de tal, tanto, tão etc. - indicadores de intensidade), de modo que, de maneira que etc.

conformativas (conformidade, adequação) - con-forme, segundo, consoante, como etc.

concessiva - embora, se bem que, ainda que, mesmo que etc.

temporais - quando, enquanto, logo, desde que etc.

finais - a fim de que, para que, que etc. proporcionais - à medida que, à proporção que,

ao passo que etc. integrantes - que, se As conjunções integrantes introduzem as orações

subordinadas substantivas, enquanto as demais iniciam orações subordinadas adverbiais. Muitas vezes a função de interligar orações é desempenhada por locuções conjuntivas.

Interjeições Expressa estados emocionais do falante, variando de

acordo com o contexto emocional. Podem expressar:

alegria: ah!, oh!, oba! etc. advertência: cuidado!, atenção etc. afugentamento: fora!, rua!, passa!, xô! etc. alívio: ufa!, arre! animação: coragem!, avante!, eia! aplauso: bravo!, bis!, mais um! etc. chamamento: alô!, olá!, psit! etc. desejo: oxalá!, tomara! etc. dor: ai!, ui! etc. espanto: puxa!, oh!, chi!, ué! etc. impaciência: hum!, hem! etc. silêncio: silêncio!, psiu!, quieto! São locuções interjeitivas: puxa vida!, não diga!,

que horror!, graças a Deus!, ora bolas!, cruz credo! etc.

SINTAXE: TERMOS DA ORAÇÃO

FRASE

Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.

O tempo está nublado. Socorro! Que calor!

ORAÇÃO

Oração é a frase que apresenta verbo ou

locução verbal. A fanfarra desfilou na avenida. As festas juninas estão chegando.

PERÍODO Período é a frase estruturada em oração ou

orações. O período pode ser: - simples - aquele constituído por uma só oração

(oração absoluta). Fui à livraria ontem. - composto - quando constituído por mais de uma

oração.

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Fui à livraria ontem e comprei um livro.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

São dois os termos essenciais da oração: SUJEITO

Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.

Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)

O sujeito pode ser : - simples: quanto tem um só núcleo As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; núcleo:

rosas) - composto: quando tem mais de um núcleo O burro e o cavalo saíram em disparada. (suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo) - oculto: (ou elíptico ou implícito na desinência

verbal) Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) - indeterminado: quando não se indica o agente

da ação verbal Come-se bem naquele restaurante. - Inexistente: quando a oração não tem sujeito. Choveu ontem. Há plantas venenosas.

PREDICADO

Predicado é o termo da oração que declara

alguma coisa do sujeito. O predicado classifica-se em: 1. - nominal: é aquele que se constitui de verbo

de ligação mais predicativo do sujeito. Nosso colega está doente. Principais verbos de ligação: ser, estar, parecer,

permanecer, etc. Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o

verbo de ligação a comunicar estado ou qualidade do sujeito.

Nosso colega está doente. A moça permaneceu sentada. 2. - predicado verbal é aquele que se constitui de

verbo intransitivo ou transitivo. O avião sobrevoou a praia. Verbo intransitivo é aquele que não necessita de

complemento. O sabiá voou alto. Verbo transitivo é aquele que necessita de

complemento. - Transitivo direto: é o verbo que necessita de

complemento sem auxílio de proposição. Minha equipe venceu a partida. - Transitivo indireto: é o verbo que necessita de

complemento com auxílio de preposição.

Ele precisa de um esparadrapo. - Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o

verbo que necessita ao mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de complemento com auxilio de preposição.

Damos uma simples colaboração a vocês. - predicado verbo nominal: é aquele que se

constitui de verbo intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais predicativo do sujeito.

Os rapazes voltaram vitoriosos. - Predicativo do sujeito: é o termo que, no

predicado verbo-nominal, ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.

Ele morreu rico. - predicativo do objeto é o termo que, que no

predicado verbo-nominal, ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto direto ou indireto.

Elegemos o nosso candidato vereador.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

Chama-se TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO os que completam a significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à compreensão do enunciado. 1. OBJETO DIRETO

Objeto direto é o termo da oração que completa

o sentido do verbo transitivo direto. Mamãe comprou peixe.

2. OBJETO INDIRETO

Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo indireto.

As crianças precisam de carinho. 3. COMPLEMENTO NOMINAL

Complemento nominal é o termo da oração que

completa o sentido de um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.

Toda criança tem amor aos pais. - amor (substantivo)

O menino estava cheio de vontade. - cheio (adjetivo)

Nós agíamos favoravelmente às discussões. - favoravelmente (advérbio). 4. AGENTE DA PASSIVA

Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na voz passiva.

A mãe é amada pelo filho. O cantor foi aplaudido pela multidão. Os melhores alunos foram premiados pela

direção.

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

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TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma função secundária, limitandoo sentido dos substantivos ou exprimindo alguma circunstância.

São termos acessórios da oração:

1. ADJUNTO ADNOMINAL

Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou

determina os substantivos. Pode ser expresso: - pelos adjetivos: água fresca, - pelos artigos: o mundo, as ruas - pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas

coisas - pelos numerais : três garotos; sexto ano - pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem

sem escrúpulos 2. ADJUNTO ADVERBIAL

Adjunto adverbial é o termo que exprime uma

circunstância (de tempo, lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.

Cheguei cedo. José reside em São Paulo.

3. APOSTO

Aposto é uma palavra ou expressão que explica

ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração.

Dr. João, cirurgião-dentista, Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.

4. VOCATIVO

Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado

para chamar ou interpelar alguém ou alguma coisa. Tem compaixão de nós, ó Cristo. Professor, o sinal tocou. Rapazes, a prova é na próxima semana.

PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES

No período simples há apenas uma oração, a

qual se diz absoluta. Fui ao cinema. O pássaro voou.

PERÍODO COMPOSTO

No período composto há mais de uma oração. [Não sabem] [que nos calores do verão a terra

dorme] [e os homens folgam]. Período composto por coordenação - apresenta

orações independentes. [Fui à cidade], [comprei alguns remédios] [e voltei

cedo. ] Período composto por subordinação -

apresenta orações dependentes. [É bom) [que você estude].

Período composto por coordenação e subordinação - apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este período é também conhecido como misto.

[Ele disse] [que viria logo], [mas não pôde].

SINTAXE: COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

ORAÇÃO COORDENADA

Oração coordenada é aquela que é independente.

As orações coordenadas podem ser: - sindética: aquela que é independente e é

introduzida por uma conjunção coordenativa. Viajo amanhã, mas volto logo. - assindética: aquela que é independente e

aparece separada por uma vírgula ou ponto e vírgula. Chegou, olhou, partiu. A oração coordenada sindética pode ser: 1. ADITIVA: expressa adição, seqüência de

pensamento. (e, nem (=e não), mas, também: Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ. 2. ADVERSATIVA: ligam orações, dando-lhes

uma idéia de compensação ou de contraste (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc.

A espada vence MAS NÃO CONVENCE. O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO

POR DENTRO. Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A

TEMPO. 3. ALTERNATIVAS : (ligam palavras ou orações

de sentido separado, uma excluindo a outra) (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc.)

Mudou o natal OU MUDEI EU? OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel, OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva! ( C.

Meireles) 4. CONCLUSIVAS: ligam uma oração a outra

que exprime conclusão (logo, pois, portanto, por conseguinte, por isto, assim, de modo que, etc.

Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVA DO.

Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. 5. EXPLICATIVAS: ligam a uma oração,

geralmente com o verbo no imperativo, outro que a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)

Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas,

PORQUE É PIOR. Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.

ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE

É aquela que vem entre os termos de uma

outra oração. O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.

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A oração intercalada ou interferente aparece

com os verbos: continuar, dizer, exclamar, falar etc. ORAÇÃO PRINCIPAL

Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida por um conectivo.

ELES DISSERAM que voltarão logo. ELE AFIRMOU que não virá. PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)

ORAÇÃO SUBORDINADA

Oração subordinada é a oração dependente

que normalmente é introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal nem sempre é a primeira do período.

Quando ele voltar, eu saio de férias. Oração principal; EU SAIO DE FÉRIAS Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA Oração subordinada substantiva é aquela que

tem o valor e a função de um substantivo. Por terem as funções do substantivo, as orações

subordinadas substantivas classificam-se em: 1) SUBJETIVA (sujeito) Convém que você estude mais. Importa que saibas isso bem. . É necessário que você colabore. (SUA

COLABOR ÇÃO) é necessária. 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) Desejo QUE VENHAM TODOS. Pergunto QUEM ESTÁ Aí. 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. 4) COMPLETIVA NOMINAL (complemento

nominal) Ser grato A QUEM TE ENSINA. Sou favorável A QUE O PRENDAM. 5) PREDICATIVA (predicativo) Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio

era (A CHUVA) Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE. Não sou QUEM VOCÊ PENSA. 6) APOSITIVAS (servem de aposto) Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A

SUA FELICIDADE) Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. 7) AGENTE DA PASSIVA: O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (

PELO SEU A TOR) A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de um adjetivo.

Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: 1) EXPLICATIVAS: explicam ou esclarecem, à

maneira de aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma informação.

Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. 2) RESTRITIVAS: restringem ou limitam a

significação do termo antecedente, sendo indispensáveis ao sentido da frase:

Pedra QUE ROLA não cria limo. As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE

sorriem. Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está

mais aqui.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Oração subordinada adverbial é aquela que

tem o valor e a função de um advérbio. As orações subordinadas adverbiais classificam-

se em: 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. O tambor soa PORQUE É OCO. 2) COMPARATIVAS: representam o segundo

termo de uma comparação. O som é menos veloz QUE A LUZ. Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM

GUIA. 3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se

concede, que se admite: POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são

ouvidos com agrado. CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não

faltava. 4) CONDICIONAIS: exprimem condição,

hipótese: SE O CONHECESSES, não o condenarias. Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? 5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou

conformidade de um fato com outro: Fiz tudo COMO ME DISSERAM. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. 6) CONSECUTIVAS: exprimem uma

conseqüência, um resultado: A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR

OS OLHOS. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! Tenho medo disso QUE ME PÉLO! 7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE

MELHOR.

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8) PROPORCIONAIS: denotam

proporcionalidade: À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o

tombo. 9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se

realiza o fato expresso na oração principal: ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se

levantam. 10) MODAIS: exprimem modo, maneira: Entrou na sala SEM QUE NOS

CUMPRIMENTASSE. Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE

INCOMODE. ORAÇÕES REDUZIDAS

Oração reduzida é aquela que tem o verbo

numa das formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio.

Exemplos: Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE

ESTOU PREPARADO. Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE

ESTIVERAM LÁ. FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES

ASSIM, conseguirás. É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE

FIQUEMOS A TENTOS. AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO

SOUBE DISSO, entristeceu-se. É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante

QUE ESTUDES MAIS. SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR

DAQUI, procure-me.

Concordância

Concordância nominal O adjetivo concorda em gênero e número com o

termo a que se refere (substantivo ou pronome), quer exerça a função de adjunto adnominal (Comprei um bom livro), quer a de predicativo (O livro é bom).

Adjunto adnominal. Referindo-se a mais de um substantivo ou pronome, o adjunto adnominal a estes antepostos concorda em gênero e número com o mais próximo (O professor exigiu completo silêncio e discipli-na. Galoparam por estreitas estradas e caminhos); sendo nomes próprios ou de parentesco os termos modificados pelo adjunto, este vai para o plural (os dedicados Pedro e Paulo; os estudiosos João e Maria).

Se o adjunto adnominal está posposto a mais de um substantivo ou pronome, pode concordar em gênero com o termo mais próximo a que se refira, ou adotar a flexão masculina, se os termos modificados tiverem gê-neros diferentes; e pode concordar em número com o termo mais próximo a que se refira, ou ir para o plural. Exemplos (a concordância mais rara está entre parênte-

ses): (1) livro e caderno encapado (ou encapados); (2) livro e caderneta encapada (ou encapados); (3) livros e caderno encapados (ou encapado); (4) livros e caderne-tas encapadas (ou encapados).

Predicativo. As normas de concordância do predi-cativo com o sujeito composto são idênticas às que se aplicam ao adjunto adnominal, com as seguintes ressal-vas: (1) Sendo do mesmo gênero os termos que com-põem o sujeito, o predicativo conserva esse gênero e, de preferência, vai para o plural (O livro e o caderno estão encapados); (2) se os gêneros dos termos que compõem o sujeito forem diversos, o predicativo vai, normalmente, para o masculino plural (O livro e a caderneta estão encapados).

A concordância do predicativo do objeto segue, em geral, as mesmas normas que se aplicam à concor-dância do predicativo do sujeito.

Se o sujeito for uma oração, o predicativo fica no masculino singular (É vantajoso saber-se uma língua estrangeira = É vantajoso que se saiba uma língua es-trangeira).

Concordância dos pronomes pessoais o, a, os, as. Os pronomes o (lo) e a (la) substituem, respectiva-mente, um nome masculino singular ou um nome femini-no singular (Encontrei João = Encontrei-o. Vou encontrar João = Vou encontrá-lo. Encontrei Maria = Encontrei-a. Vou encontrar Maria = Vou encontrá-la); o pronome os (los) substitui um nome masculino plural ou mais de um nome de gêneros diferentes (Encontrei meus amigos, ou meu amigo e minha amiga = Encontrei-os. Vou encontrar meus amigos, ou meus amigos e minhas amigas = Vou encontrá-los); o pronome as (las) substitui um nome feminino plural ou mais de um nome feminino (Encontrei minhas amigas, ou encontrei Maria e Júlia = Encontrei-as. Vou encontrar minhas amigas, ou vou encontrar Maria e Júlia = Vou encontrá-las).

Concordância dos pronomes possessivos. Os pronomes possessivos concordam em gênero e número com o substantivo designativo do objeto possuído, e em pessoa com o possuidor desse objeto: João vendeu sua casa (sua = dele, João, 3a pessoa; sua = feminino singu-lar, concordando com casa). Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o que estiver mais próximo: Teu juízo e serenidade...

Concordância Verbal Regra geral O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. O técnico escalou o time. Os técnicos escalaram os times.

Casos especiais Sujeito composto anteposto: verbo no plural. posposto: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural. de pessoas diferentes: verbo no plu-ral da pessoa predominante. com núcleos em correlação: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural. ligado por COM: verbo concorda com o antecedente do COM ou vai para o plural.

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ligado por NEM: verbo no plural e, às vezes, no singular. ligado por OU: verbo no singular ou plural, dependendo do valor do OU. Exemplos: O técnico e os jogadores chegaram ontem a São Paulo. Chegou(aram) ontem o técnico e os joga-dores. Eu, você e os alunos iremos ao museu. Tu, ela e os peregrinos visitareis o santuá-rio. O cientista assim como o médico pesqui-sa(m) a causa do mal. O professor, com os alunos, resolveu o problema. O maestro com a orquestra executaram a peça clássica. Nem Paulo nem Maria conquistaram a simpatia de Catifunda. Valdir ou Leão será o goleiro titular. João ou Maria resolveram o problema. O policial ou os policiais prenderam o peri-goso assassino. Sujeito constituído por: a)um e outro, nem um nem outro: verbo no singular ou plural. um ou outro: verbo no singular. expressões partitivas seguidas de nome plural: verbo no singular ou plural. coletivo geral: verbo no singular. expressões que indicam quantidade a-proximada seguida de numeral: verbo concorda com o substantivo. pronomes (indefinidos ou interrogativos) seguidos de pronome: verbo no singular ou plu-ral. palavra QUE: verbo concorda com o ante-cedente. palavra QUEM: verbo na 3ª pessoa do sin-gular. um dos que: verbo no singular ou plural. palavras sinônimas: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural. Exemplos: Um e outro médico descobriu(ram) a cura do mal. Nem um nem outro problema propostos foi(ram) resolvido(s). A maioria dos candidatos conseguiu(iram) aprovação. Mais de um jogador foi elogiado pela crôni-ca esportiva. Cerca de dez jogadores participaram da briga. O povo escolherá seu governante em 15 de novembro. Qual de nós será escolhido? Poucos dentre eles serão chamados pelo Exército.

Alguns de nós seremos eleitos. Hoje sou eu que faço o discurso. Amanhã serão eles quem resolverá o pro-blema. Foi um dos alunos desta classe que resol-veu o problemas. Seu filho foi um dos que chegaram tarde. A Ética ou a Moral preocupa-se com o comportamento humano.

Verbo acompanhado da palavra SE SE = pronome apassivador: verbo con-corda com o sujeito paciente. Viam-se ao longe as primeiras casas. Ofereceu-se um grande prêmio ao ven-cedor da corrida. SE = índice de indeterminação do sujeito: verbo sempre na 3ª pessoa do singular. Necessitava-se naqueles dias de novas idéias. Estava-se muito feliz com o resultado dos jogos. Morria-se de tédio durante o inverno.

Verbos impessoais Verbos que indicam fenômenos; verbo ha-ver indicando existência ou tempo; verbo fazer, ir, indicando tempo: ficam sempre na 3ª pessoa do singular. Durante o inverno, nevava muito. Ainda havia muitos candidatos para a Uni-versidade. Ontem fez dez anos que ela se foi. Vai para dez meses que tudo terminou.

Verbo SER indicando tempo, distância: concorda com o predicativo. Hoje é dia 3 de outubro, pois ontem foram 2 e o amanhã serão 4. Daqui até Jardinópolis são 316 quilômetros. com sujeito que indica quantidade e pre-dicativo que indica suficiência, excesso: con-corda com o predicativo. Dez feijoadas era muito para ela. Vinte milhões era muito por aquela casa. com sujeito e predicativo do sujeito: concorda com o que prevalecer. O homem sempre foi suas idéias. Santo Antônio era as esperanças da soltei-rona. O problema eram os móveis. Hoje, tudo são alegrias eternas. Mulheres discretas é coisa rara. A Pátria não é ninguém; somos todos nós.

Verbo DAR Verbo dar (bater e soar) + hora(s): con-corda com o sujeito. Deram duas horas no relógio do campaná-rio. Deu duas horas o relógio do alto da monta-nha.

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Verbo PARECER Verbo parecer + infinitivo: flexiona-se um dos dois. Os cientistas pareciam procurar grandes segredos. Os cientistas parecia procurarem grandes segredos.

Sujeito = nome próprio plural. a)com artigo singular ou sem artigo: verbo no singular. O Amazonas deságua no Atlântico. Minas Gerais exporta minérios. b)com artigo plural: verbo no plural. Os Estados Unidos enviaram tropas à zona de conflito. "Os Lusíadas" narram as conquistas portu-guesas.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Regência nominal. Quando se refere à relação entre substantivos ou

adjetivos e seus complementos, a regência denomina-se nominal, como nos seguintes exemplos: acostumado a, ou acostumado com; adido a; assíduo em; atenção a, ou atenção para; chute a; consulta a; curioso de; deputado por; desacostumado a, ou desacostumado com; falta a; grudado a; invasão de; liderança sobre; morador em; ódio a, ou ódio contra; palpite sobre; preferência por; presente a, ou presente em; pressão sobre; residente em; sito em; situado em.

Regência Verbal 1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em. Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte. 2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição em. Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa Catarina. 3- Namorar – não se usa com preposição. Ex.: Joana namora Antônio. 4- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a. Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O aluno desobe-deceu ao professor. 5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com. Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor de História. 6- Preferir - este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposição e o outro com a preposi-ção a. Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica. Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc. Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.

Verbos que apresentam mais de uma regência 1 - Aspirar a- no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.: Aspirou o ar puro da manhã. b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava. 2 - Assistir a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição. Ex.: O técnico assistia os joga-dores novatos. b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a. Ex.: Não assistimos ao show. c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a. Ex.: Assiste ao homem tal direito. d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em. Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo. 3 - Esquecer/lembrar a- Quando não forem pronominais: são usados sem preposição. Ex.: Esqueci o nome dela. b- Quando forem pronominais: são regidos pela preposi-ção de. Ex.: Lembrei-me do nome de todos. 4 - Visar a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.: Dis-parou o tiro visando o alvo. b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Ex.: Visaram os documentos. c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição a. Ex.: Viso a uma situação melhor. 5 - Querer a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição. Ex.: Quero viajar hoje. b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a prepo-sição a. Ex.: Quero muito aos meus amigos. 6 - Proceder a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição. Ex.: Suas queixas não procedem. b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição de. Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo. c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a. Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteri-osa. 7 - Pagar/ perdoar

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a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não exigem preposição. Ex.: Ela pagou a conta do res-taurante. b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: são regidos pela preposição a. Ex.: Perdoou a todos, 8 - Informar a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: ad-mite duas construções: 1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições de ou sobre). Ex.: Informou todos do ocorrido. 2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto de coisa. Ex.: Informou a todos o ocorrido. 9 - Implicar a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposi-ção. Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências. b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a preposição em. Ex.: Implicou o negociante no crime. c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com. Ex.: Implica com ela todo o tempo. 10- Custar a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o problema. b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição. Ex.: O carro custou-me todas as economias. c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição. Ex.: Imóveis custam caro. Texto extraído de: http://www.portugues.com.br/sintaxe/regenomi.asp

INTERPRETACAO DE TEXTOS Os concursos apresentam questões interpretati-

vas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.

As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.

Além disso, é fundamental apreender as infor-mações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

Denotação e Conotação Sabe-se que não há associação necessária entre

significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É basea-do neste conceito de signo lingüístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.

O sentido denotativo das palavras é aquele en-contrado nos dicionários, o chamado sentido verdadei-ro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.

Os textos literários exploram bastante as cons-truções de base conotativa, numa tentativa de extrapo-lar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.

Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significa-ções). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuin-do um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampli-ando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.

Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de

leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpre-tativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abor-dado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar pala-vras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada pará-grafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a inter-pretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como perti-nentes.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.

A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamen-tais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que res-ponde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à per-gunta, mas não ser a adotada como gabarito pela ban-

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ca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões a-presentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta ma-neira a resposta será mais consciente e segura.

Elementos constitutivos Texto narrativo

As personagens: São as pessoas, ou seres, vi-ventes ou não, forças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos.

Toda narrativa tem um protagonista que é a figura

central, o herói ou heroína, personagem principal da história.

O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe

aos designos do protagonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano.

As personagens secundárias, que são chamadas

também de comparsas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narração.

O narrador que está a contar a história também é

uma personagem, pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor importância, ou ainda uma pessoa estranha à história.

Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fun-

damentais de personagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não alteram seu com-portamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações perante os aconteci-mentos.

Seqüência dos fatos (enredo): Enredo é a se-

qüência dos fatos, a trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a com-plicação, o climax, o desenlace ou desfecho.

Na exposição o narrador situa a história quanto à

época, o ambiente, as personagens e certas circunstân-cias. Nem sempre esse estágio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recen-tes, a história começa a ser narrada no meio dos aconte-cimentos (“in média”), ou seja, no estágio da complica-ção quando ocorre e conflito, choque de interesses entre as personagens.

O clímax é o ápice da história, quando ocorre o

estágio de maior tensão do conflito entre as personagens

centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a conclu-são da história com a resolução dos conflitos.

Os fatos: São os acontecimentos de que as

personagens participam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gênero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, relacionados ao principal.

Espaço: Os acontecimentos narrados aconte-

cem em diversos lugares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter informações sobre o espa-ço, onde os fatos acontecem. Muitas vezes, principal-mente nos textos literários, essas informações são ex-tensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo.

Tempo: Os fatos que compõem a narrativa de-

senvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificação do momento, dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade salienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fa-tos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fato que aconteceu depois.

O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O

cronológico é o tempo material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele que ocorre no interior da persona-gem, depende da sua percepção da realidade, da dura-ção de um dado acontecimento no seu espírito.

Narrador: observador e personagem: O nar-

rador, como já dissemos, é a personagem que está a contar a história. A posição em que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracterizado por :

- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o

que diz respeito às personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acontecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.

- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa

o centro da narrativa que é feito em 1a pessoa. - visão “de fora”: o narrador descreve e narra

apenas o que vê, aquilo que é observável exteriormente no comportamento da personagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.

Foco narrativo: Todo texto narrativo necessari-

amente tem de apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a história está sendo con-tada. Como já vimos, a narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.

Formas de apresentação da fala das persona-

gens

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Como já sabemos, nas histórias, as personagens

agem e falam. Há três maneiras de comunicar as falas das personagens.

Discurso Direto: É a representação da fala das

personagens através do diálogo. Exemplo: “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo.

O povo é dono da verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carnaval a cidade é do povo e de ninguém mais”.

No discurso direto é freqüente o uso dos verbo de

locução ou descendi: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travessões. Po-rém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas os verbos de locução podem ser omitidos.

Discurso Indireto: Consiste em o narrador

transmitir, com suas próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. Exemplo:

“Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias

triste e passados, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os menos sombrios por vir”.

Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala

da personagem se mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração. Exemplo:

“Os trabalhadores passavam para os parti-

dos, conversando alto. Quando me viram, sem cha-péu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.

(José Lins do Rego)

Texto Descritivo Descrever é fazer uma representação verbal dos

aspectos mais característicos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.

As perspectivas que o observador tem do objeto,

é muito importante, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem unificada.

Uma boa descrição vai apresentando o objeto

progressivamente, variando as partes focalizadas e as-sociando-as ou interligando-as pouco a pouco.

Podemos encontrar distinções entre uma descri-

ção literária e outra técnica. Passaremos a falar um pou-co sobre cada uma delas:

Descrição Literária: A finalidade maior da des-crição literária é transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente através do sentidos. Daí de-correm dois tipos de descrição: a subjetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata e dimensional.

Descrição de Personagem: É utilizada para ca-

racterização das personagens, pela acumulação de tra-ços físicos e psicológicos pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a finali-dade de situar personagens no contexto cultural, social e econômico .

Descrição de Paisagem: Neste tipo de descri-

ção, geralmente o observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais típicas desse todo.

Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes

dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visualização das, suas parti-cularidades, de seus traços distintivos e típicos.

Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição

movimentada que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.

Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das

características gerais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário mais preciso, se sali-entando com exatidão os pormenores. É predominante-mente denotativa tendo como objetivo esclarecer con-vencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.

Texto Dissertativo

Dissertar significa discutir, expor, interpretar idéi-

as. A dissertação consta de uma série de juízos a respei-to de um determinado assunto ou questão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência e objetividade.

A dissertação pode ser argumentativa - na qual o

autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de vista, ou simplesmente, ter com finalidade dar a co-nhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.

A linguagem usada é a referencial, centrada, na

mensagem, enfatizando o contexto. Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :

Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor

os dados fundamentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva da definição do ponto de vista do autor.

Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto,

onde as idéias colocadas na introdução serão definidas

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com os dados mais relevantes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de idéias articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de-sencadeia a conclusão.

Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado

pela síntese da idéia central. Na conclusão o autor refor-ça sua opinião, retomando a introdução e os fatos resu-midos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese e opinião.

- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja ve-

racidade e reconhecida; é a obra ou ação que realmente se praticou.

- Hipótese: É a suposição feita a cerca de

uma coisa possível ou não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação sobre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.

- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expres-

sões de aprovação ou desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos descritos, é um pare-cer particular,um sentimento que se tem a respeito de algo.

O Texto Argumentativo Baseado em Adilson Citelli.

A linguagem é capaz de criar e representar reali-

dades, sendo caracterizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os discursos ver-bais podem ser formados de várias maneiras, para dis-sertar ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do tipo de texto solicitado.

Para se persuadir através de muitos recursos da

língua, o que é necessário é que um texto possua um caracter argumentativo/descritivo. A construção de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua análise e esta se dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do conteúdo, ou daqui-lo que fora tratado seja concretado. A formação discursi-va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a forma-ção do ponto de vista do sujeito, suas análises das coi-sas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo viva. Vemos que o sujeito, lança suas opiniões com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento do ponto de vista de algo/alguém.

Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de

sermos entendidos e desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de relevada importân-cia para a produção textual, pois nela, se dará uma se-

qüência das idéias, e da progressão de argumentos a serem explanadas. Sendo a argumentação o procedi-mento que tornará a tese aceitável, a apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus obje-tivos; isto se dará através do convencimento da persua-são. Os mecanismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da formação textual.

Dentro dos mecanismos coesivos, podem reali-

zar-se em contextos verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos com o intuito de persuadir para se qualifi-car a comunicação; nisto, estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persuasão).

Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e es-

crever; não tem em sua unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos dão tornem esta pro-dução altamente evocativa.

A paráfrase é também outro recurso bastante uti-

lizado para trazer a um texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes, é que a paráfrase não possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argumentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes diferentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las, bem como para se adotá-las. Um texto não é total-mente auto-explicativo, daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico uma relação interdiscursiva e intertextual.

As metáforas, metomínias, onomatopéias ou figu-

ras de linguagem, entram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capazes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é que a ironia dá ênfase à go-zação, além de desvalorizar idéias, valores da oposição, tudo isto em forma de piada.

Uma das últimas, porém não menos importantes,

formas de persuadir através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, idéias ou conceitos pré estabelecidos, sem porém com objeti-vos de forma clara e concisa. O que acontece é a forma-ção de um ambiente poético e sugerível, capaz de evo-car nos leitores algo, digamos, uma sensação...

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Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumen-tativo” São Paulo SP, Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edi-ção.

Ofício Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chama-mos de padrão ofício.

Partes do documento no Padrão Ofício

O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:

a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede:

Exemplos:

Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME

b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita:

Exemplo:

Brasília, 15 de março de 1991.

c) assunto: resumo do teor do documento

Exemplos:

Assunto: Produtividade do órgão em 2002.

Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.

d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço.

e) texto: nos casos em que não for de mero enca-minhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:

– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: "Tenho a honra de", "Tenho o prazer de", "Cumpre-me informar que", empregue a forma direta;

– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;

– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.

Os parágrafos do texto devem ser numerados, ex-ceto nos casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.

Já quando se tratar de mero encaminhamento de docu-mentos a estrutura é a seguinte:

– introdução: deve iniciar com referência ao expedi-ente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encami-nhar, indicando a seguir os dados completos do docu-mento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e

assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:

"Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral de Ad-ministração, que trata da requisição do servidor Fu-lano de Tal."

ou

"Encaminho, para exame e pronunciamento, a a-nexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de moderniza-ção de técnicas agrícolas na região Nordeste."

– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de de-senvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encami-nhamento.

f) assinatura do autor da comunicação; e

g) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signatário).

Forma de diagramação

Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação:

a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Ro-man de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;

b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;

c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número da página;

d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direta terão as distâncias inverti-das nas páginas pares ("margem espelho");

e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;

f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;

g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;

h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;

i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, rele-vo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;

j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;

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l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;

m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;

n) dentro do possível, todos os documentos elabo-rados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;

o) para facilitar a localização, os nomes dos arqui-vos devem ser formados da seguinte maneira:

tipo do documento + número do documento + pala-vras-chaves do conteúdo

Ex.: "Of. 123 - relatório produtividade ano 2002"

Carta oficial

Conceito Uma carta oficial consiste num meio de comunica-

ção de caráter oficial decorrente do cargo ou da função públicos.

Modelo Uma carta oficial deve ser estruturada de maneira

que contenha um timbre, local e data por extenso e nú-mero, antecedido por "c", que é um indicativo de carta. Acompanhando estes elementos devem estar o endere-çamento, o vocativo, o texto, fecho e, por último, a assi-natura, nome e cargo do remetente.

Vejamos o exemplo que segue:

Rio Grande, 01 de abril de 2000 C.n° 023/00 À Divisão de Letras COMCUR Av. Itália, 1500 05523 - 210 Rio Grande – RS

Prezados Senhores,

gostaria de convidá-los a participar do evento que integrará os alunos do curso de Letras Português. Tal evento proporcionará debates acerca do ensino de gra-mática na escola, nos dias atuais.

Atenciosamente, Marcos Pereira Reitor

OFÍCIO Conceito

Um ofício é um documento utilizado por órgãos do governo ou autarquias para correspondência externa e que tem por finalidade tratar de assuntos oficiais.

Modelo

Um ofício deve conter em sua estrutura um timbre representado por um símbolo e o nome da unidade im-pressa no alto da folha e a numeração, dentro do ano,

que o ofício recebe, em ordem cronológica de feitura, seguido da sigla de indicação do órgão eminente. Este, por sua vez, faz-se anteceder o nome da correspondên-cia escrito por extenso ou abreviado. Acompanhando estes elementos virá o local e data (dia, mês e ano) que devem ser escritos a sete espaços duplos ou a 6,5cm. da borda superior. O mês é escrito por extenso. Entre o espaço e a centena se deixa um algarismo do ano, deve ser feito o ponto final e o término da data deve coincidir com a margem direita, que é de cinco espaços duplos ou de 5cm. A seguir virá o vocativo que deve ser escrito a dez espaços duplos ou 10cm da borda superior, na linha do parágrafo, a dez espaços ou 2,5cm da margem e, por fim, um texto, em forma de parágrafo expondo o assunto, que inicia-se a 1,5cm do vocativo. Os parágrafos são enumerados rente a margem, com exceção do 1º e do fecho.

A apresentação do ofício é feita no primeiro pará-grafo, no decorrer do texto aprecia-se e se ilustra o as-sunto com os devidos esclarecimentos e informações pertinentes. Na conclusão se faz a reafirmação da posi-ção recomendada pelo emitente do ofício sobre o assun-to.

Quanto ao fecho este deve estar localizado a um espaço duplo (ou 1cm) do último parágrafo do texto, centrado à direita e seguido de vírgula. Seguindo este elemento virá o nome do signatário datilografado em maiúsculas, do cargo só com as iniciais maiúsculas, escritas sob o nome, a assinatura que deverá ser feita imediatamente acima do nome.

Estes dados devem estar centralizados à direita na direção vertical da fecho, a três espaços duplos ou 2,5cm. deste .

A identificação do destinatário deverá conter um pronome de tratamento, acima da designação da função exercida pelo mesmo, seguido do nome deste e, após, o endereço.

Caso o ofício seja constituído por mais de uma fo-lha, o endereço do destinatário deve constar da primeira. Na diagramação dos dados, o último deve estar a dois espaços duplos ou 2cm. da borda inferior do papel, e todas as linhas devem coincidir com o texto, rentes a margem esquerda.

Entre os parágrafos do ofício deve ser deixado um espaço duplo ou 1cm. O espaço entre as linhas também é duplo; nas transcrições e citações é um ou um e meio; estes, preferencialmente, devem vir salientados por as-pas e, se ultrapassarem cinco linhas, devem distar cinco espaços da margem esquerda.

Se o ofício tem por objetivo transmitir um assunto do interesse de diversos setores, é necessário que sejam tiradas tantas cópias forem preciso. Nesse caso, o ofício passará a se chamar de ofício circular, grafado com inicial maiúscula, antes do número de ordem.

ORDEM DE SERVIÇO Conceito Uma ordem de serviço é um documento oficial e

interdepartamental, com numeração própria e, às vezes, apresenta características de circular. Refere-se ao ato de expedir determinações que serão executadas por institu-ições de caráter social e por servidores desses órgãos.

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Uma ordem de serviço deve ser estruturada de maneira que contenha o nome do órgão emissor da ordem de serviço, o número do documento e o ano. Deverá conter um título referindo-se ao SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, um texto, a data e, por fim, a assina-tura do supervisor administrativo e a explicitação de que executa tal cargo.

Vejamos o exemplo:

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO ORDEM DE SERVIÇO Nº5 / 99/ SUA O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de suas atribuições, Considerando o fiel cumprimento da Lei nº1234, de 12 de outubro de 1972, que regula prazos e o andamento dos expedientes administrativos.

Considerando que, para apreciação de qualquer tipo de requerimento ou petição, deve o mesmo estar acompa-nhado de todos os dados imprescindíveis á sua análise.

Considerando que, em número substancial, há necessi-dade de se comunicar com o signatário da petição inicial, não só em seu interesse, como no da administração.

DETERMINA 1º Todos os órgãos desta secretaria, antes de darem andamento a qualquer expediente, deverão verificar se constam no mesmo os elementos informativos e se a documentação exigida para a sua apreciação foi devi-damente anexada.

2º O endereço do peticionário deverá obrigatoriamente ser anexado, em todos os formulários, modelos, reque-rimentos, petições e solicitações.

Rio Grande, 08 de maio de 1999

SUPERVISOR ADMINISTRATIVO

Instrução

Termo que designa a regra geral, abstrata e im-pessoal, de caráter prático, baixada por órgãos da admi-nistração pública, para os agentes públicos ou encarre-gados de órgãos de serviço público.

Coerência textual

As idéias numa dissertação precisam se comple-tar, a geral se apóia na particular, a particular sustenta a geral. Na narração, se uma personagem for negra no começo, será assim até o fim, só Michel Jackson trocou de cor. A menos que a mudança da coloração seja signi-ficativa.

A coesão colabora com a coerência, porque os conectivos ajudam a dar o sentido à união de duas ou mais idéias: alternância, conclusão, oposição, conces-são, adição, explicação, causa, conseqüência, tempora-lidade, finalidade, comparação, conformidade, condição.

Veja um exemplo de incoerência na dissertação: “O verdadeiro amigo não comenta sobre o próprio su-

cesso quando o outro está deprimido. Para distraí-lo, conta-lhe sobre seu prestígio profissional, conquistas amorosas e capacidade de sair-se bem das situações. Isso, com certeza, vai melhorar o estado de espírito do infeliz”.

Exemplo de incoerência em narração: “O quarto espelha as características de seu dono: um esportista, que adorava a vida ao ar livre e não tinha o menor gosto pelas atividades intelectuais. Por toda a parte, havia sinais disso: raquetes de tênis, prancha de surf, equipa-mento de alpinismo, skate, um tabuleiro de xadrez com as peças arrumadas sobre uma mesinha, as obras com-pletas de Shakespeare”.

Coesão textual Quando lemos com atenção um texto bem

construído, não nos perdemos por entre os enunciados que o constituem, nem perdemos a noção de conjunto. Com efeito, é possível perceber a conexão existente entre os vários segmentos de um texto e compreender que todos estão interligados entre si.

A título de exemplificação do que foi dito, observe-se o texto que vem a seguir:

É sabido que o sistema do Império Romano dependia da escravidão, sobretudo para a produção agrícola. É sabido ainda que a população escrava era recrutada principalmente entre prisioneiros de guerra.

Em vista disso, a pacificação das fronteiras fez diminuir consideravelmente a população escrava.

Como o sistema não podia prescindir da mão-de-obra escrava, foi necessário encontrar outra forma de manter inalterada essa população.

Como se pode observar, os enunciados desse texto não estão amontoados caoticamente, mas estritamente interligados entre si: ao se ler, percebe-se que há conexão entre cada uma das partes.

A essa conexão interna entre os vários enunciados presentes no texto dá-se o nome de coesão. Diz-se, pois, que um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles.

A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido são manifestadas sobretudo por certa categoria de palavras, as quais são chamadas conectivos ou elementos de coesão. Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias relações de sentido que existem entre os enunciados.

No caso do texto citado acima, pode-se observar a função de alguns desses elementos de coesão. A palavra ainda no primeiro parágrafo (“É sabido ainda que”...) serve para dar continuidade ao que foi dito anteriormente e acrescentar um outro dado: que o recrutamento de escravos era feito junto dos prisioneiros de guerra.

O segundo parágrafo inicia-se com a expressão em vista disso, que estabelece uma relação de implicação causal entre o dado anterior e o que vem a seguir: a pacificação das fronteiras diminui o

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fornecimento de escravos porque estes eram recrutados principalmente entre os prisioneiros de guerra.

O terceiro parágrafo inicia-se pelo conectivo como, que manifesta uma outra relação causal, isto é: foi necessário encontrar outra forma de fornecimento de escravos porque o sistema não podia prescindir deles.

São várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão:

— as preposições: a, de, para, com, por, etc.; — as conjunções: que, para que, quando,

embora, mas, e, ou, etc.; — os pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse,

aquele, que, o qual, etc.; — os advérbios: aqui, aí, lá, assim, etc.

O uso adequado desses elementos de coe-são confere unidade ao texto e contribui considera-velmente para a expressão clara das idéias. O uso inadequado sempre tem efeitos perturbadores, tor-nando certas passagens incompreensíveis.

Para dar idéia da importância desses elementos na construção das frases e do texto, vamos comentar sua funcionalidade em algumas situações concretas da língua e mostrar como o seu mau emprego pode perturbar a compreensão.

A coesão no período composto

O período composto, como o nome indica, é constituído de várias orações, que, se não estiverem estruturadas com coesão, de acordo com as regras do sistema lingüístico, produzem um sentido obscuro, quando não, incompreensível.

O período que segue é plenamente compreensível porque os elementos de coesão estão bem empregados:

Se estas indústrias são poluentes, devem abandonar a cidade, para que as boas condições de vida sejam preservadas.

Esse período consta de três orações, e a oração principal é: devem abandonar a cidade; antes da principal vem uma oração que estabelece a condição que vai determinar a obrigação de as indústrias abandonarem a cidade (o conectivo, no caso, é a conjunção se); depois da oração principal segue uma terceira oração, que indica a finalidade que se quer atingir com a expulsão das indústrias poluentes (o conectivo é a conjunção para que).

Muitas vezes, nas suas redações, os alunos constroem períodos incompreensíveis, por descuidarem dos princípios de coesão. Não é raro, por exemplo, ocorrerem períodos desprovidos da oração principal, como nos exemplos que seguem:

O homem que tenta mostrar a todos que a corrida armamentista que se trava entre as grandes potências é uma loucura.

Ao dizer que todo o desejo de que os amigos viessem à sua festa desaparecera, uma vez que seu pai se opusera à realização.

No primeiro período temos:

1) o homem; 2) que tenta mostrar a todos: oração

subordinada adjetiva; 3) que a corrida armamentista é uma loucura:

oração subordinada substantiva objetiva direta;

4) que se trava entre as grandes potências: oração subordinada adjetiva.

A segunda oração está subordinada àquela que seria a primeira, referindo-se ao termo homem; a terceira é subordinada à segunda; a quarta à terceira. A primeira oração está incompleta. Falta-lhe o predicado. O aluno colocou o termo a que se refere a segunda oração, co-meçou uma sucessão de inserções e “esqueceu-se” de desenvolver a idéia principal.

No segundo período, só ocorrem orações subordinadas. Ora, todos sabemos que uma oração subordinada pressupõe a presença de uma principal.

A escrita não exige que os períodos sejam longos e complexos, mas que sejam completos e que as partes estejam absolutamente conectadas entre si.

Para evitar deslizes como o apontado, graves porque o período fica incompreensível, não é preciso analisar sintaticamente cada período que se constrói. Basta usar a intuição lingüística que todos os falantes possuem e reler o que se escreveu, preocupado com verificar se tem sentido aquilo que acabou de ser redigido.

Ao escrever, devemos ter claro o que pretendemos dizer e, uma vez escrito o enunciado, devemos avaliar se o que foi escrito corresponde aquilo que queríamos dizer. A escolha do conectivo adequado é importante, já que é ele que determina a direção que se pretende dar ao texto, é ele que manifesta as diferentes relações entre os enunciados.

TEXTO COMENTADO Um argumento cínico

(1) Certamente nunca terá faltado aos sonegadores de todos os tempos e lugares o confortável pretexto de que o seu dinheiro não deve ir parar nas mãos de administradores incompetentes e desonestos. (2) Como pretexto, a invocação é insuperável e tem mesmo a cor e os traços do mais acendrado civismo. (3) Como argumento, no entanto, é cínica e improcedente. (4) Cínica porque a sonegação, que nesse caso se pratica, não é compensada por qualquer sacrifício ou contribuição que atenda à necessidade de recursos imanente a todos os erários, sejam eles bem ou mal administrados. (5) Ora, sem recursos obtidos da comunidade não há policiamento, não há transportes, não há escolas ou hospitais. (6) E sem serviços públicos essenciais, não há Estado e não pode haver sociedade política. (7) Improcedente porque a sonegação, longe de fazer melhores os maus governos, estimula-os à prepotência e ao arbítrio, além de agravar a carga tributária dos que não querem e dos que, mesmo querendo, não têm como dela fugir — os que vivem de salário, por exemplo. (8) Antes, é preciso pagar, até mesmo para que não faltem legitimidade e força moral às denúncias de malversação. (9) Ë muito cômodo, mas não deixa de ser, no fundo, uma hipocrisia, reclamar contra o mau uso dos dinheiros públicos para cuja

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formação não tenhamos colaborado. (10) Ou não tenhamos colaborado na proporção da nossa renda.

VILLELA. João Baptista. Veja. 25 set. 1985.

O produtor desse texto procura desmontar o argumento dos sonegadores de impostos que não os pagam sob a alegação de que os administradores do dinheiro público são incompetentes e desonestos.

Por uma razão prática, vamos fazer o comentário dos vários argumentos tomando por base cada um dos períodos que compõem o texto:

1° período:

Expõe o argumento que os sonegadores invocam para não pagar impostos: eles alegam que não os pagam porque o seu dinheiro não deve ir parar nas mãos de administradores desonestos e incompetentes. Observe-se que o produtor do texto começa a desautorizar esse argumento ao considerá-lo um “confortável pretexto”, isto é, uma falsa justificativa usada em proveito próprio.

2° período:

O enunciador admite que, como pretexto (falsa razão), essa justificativa é insuperável e tem aparência de elevado espírito cívico.

3° período:

O conectivo “no entanto” (de caráter adversativo) introduz uma argumentação contrária ao que se admite no período anterior: a justificativa para sonegar impostos, como argumento, é cínica e improcedente.

4° período:

Através do conectivo “porque”, o enunciador expõe a causa pela qual considera cínico o argumento: é cínico porque a sonegação não é substituída por outro tipo de contribuição que atenda à necessidade de recursos do Estado.

5° período:

O conectivo “ora” dá início a uma argumentação que se manifesta contrária à idéia de que o Estado possa sobreviver sem arrecadar impostos e sem se prover de recursos.

6° período:

O conectivo “e” introduz um segmento que adiciona um argumento ao que se afirmou no período anterior.

7° período:

Depois de demonstrar que o argumento dos sonegadores é cínico, o enunciador passa a demonstrar que é também improcedente, o que já foi afirmado no terceiro período. O motivo da improcedência vem expresso por uma oração causal iniciada pelo conectivo “porque”: a justificativa para sonegar é improcedente porque a sonegação, ao invés de contribuir para melhorar os maus governos, estimula-os à prepotência e ao arbítrio. No mesmo período, o conectivo “além de” introduz um argumento a mais a favor da improcedência da sonegação: ela agrava a carga tributária dos que, como os assalariados, não têm como fugir dela.

8° período:

O conectivo “antes”, que inicia o período, significa “ao contrário” e introduz um argumento a favor da necessidade de pagar impostos. O conectivo “até mesmo” dá início a um argumento que reforça essa necessidade.

9° período:

O conectivo “mas” (adversativo), que liga a oração “É muito cômodo” à oração “não deixa de ser uma hipocrisia”, estabelece uma relação de contradição entre as duas passagens: de um lado, é cômodo reclamar contra o mau uso do dinheiro público, de outro, isso não passa de hipocrisia quando não se colaborou com a arrecadação desse dinheiro.

10° período:

O conectivo “ou” inicia uma passagem que contém uma alternativa que caracteriza ainda a atitude hipócrita: é hipocrisia reclamar do mau uso de um dinheiro para o qual nossa colaboração foi abaixo daquilo que devia ser.

Como se vê, os períodos compostos bem estruturados e os conectores usados de maneira adequada dão coesão ao texto e consistência à argumentação.

Vocabulário "Um vocabulário escasso e inadequado, incapaz

de veicular impressões e concepções, mina o próprio desenvolvimento mental, tolhe a imaginação e o poder criador, limitando a capacidade de observar, compreen-der e até mesmo de sentir." Assim Oton M. Garcia realça a importância do melhor conhecimento das palavras da própria língua para o exercício pleno da inteligência, a compreensão abrangente da realidade concreta e abstra-ta e a manifestação eficiente do pensamento e da emo-ção.

Vocabulário é o conjunto das palavras de uma lín-gua. Em sentido exclusivamente lingüístico, palavra é o símbolo de uma coisa e essa coisa é seu referente. A partir das teorias do suíço Ferdinand de Saussure, as palavras são compreendidas sob três aspectos: o signifi-cante, isto é, a imagem acústica de um fonema dotado de significação; o significado, isto é, o conceito que a palavra carrega; e o referencial, isto é, a idéia, a coisa, o elemento psicológico, social ou físico apreendido pelos interlocutores e que originou a necessidade da palavra. O vocabulário é, assim, o conjunto organizado dos signi-ficantes ou signos de uma língua e que constituem seu léxico.

Quando necessário, cria-se uma palavra ou atri-bui-se a uma palavra já existente um significado novo para expressar um fato ou conceito até então inédito ou não nomeado. Uma área em que a constante presença desses neologismos afeta facilmente a língua de uso diário é a economia. Por exemplo, criou-se na década de 1980 a palavra "maxidesvalorização" para designar as desvalorizações drásticas da moeda ocorridas no Brasil em 1979 e 1983. A partir daí, as desvalorizações da moeda passaram a ser definidas segundo sua ordem de grandeza -- pequena, média ou grande -- e à palavra desvalorização acrescentaram-se também os prefixos

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"mini" e "midi", surgindo "minidesvalorização" e "midides-valorização". Com o uso, essas palavras reduziram-se a seus prefixos e é comum ocorrerem em textos de eco-nomia frases como: "A máxi obedece à tentativa de obter megassuperávits na balança comercial (...)". Ausentes da primeira edição do Novo Dicionário da Língua Portugue-sa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, "maxidesva-lorização" e "minidesvalorização" constam da segunda edição.

Além de criar palavras, os usuários de uma língua também incorporam a seu léxico palavras de outras línguas que, quando adotadas com a construção sintáti-ca original, são chamadas "estrangeirismos". Nem sem-pre essa "importação" é bem-sucedida, principalmente se a palavra foge ao uso específico de um determinado campo de conhecimentos para incorporar-se ao vocabu-lário comum da população. Um exemplo é o fracasso da palavra "estória" (do inglês story), que se tentou impor para designar uma narrativa de ficção, como alternativa a "história".

O vocabulário pode ser ordenado em forma de di-cionário (conjunto de "significantes" seguidos de seus "significados") ou de glossário (conjunto de "significan-tes" de uma determinada região, área do saber, autor, setor etc.). O ramo da lingüística que estuda os fatos relacionados ao vocabulário é a lexicologia, uma das três partes de um todo composto ainda pela fonologia e a gramática (morfologia e sintaxe). A organização das palavras em dicionários, glossários, vocabulários, enci-clopédias etc. é tarefa da lexicografia, que utiliza princí-pios lexicológicos. O estudo da significação das palavras cabe à semântica que, para alguns autores, é um ramo da morfologia, enquanto para outros é parte da própria lingüística.

Tipos de vocabulário. Em culturas desenvolvidas, o número de palavras que compõem o léxico chega a centenas de milhares: é o caso de línguas como o inglês, o francês, o português etc. Desse total, os usuários nor-malmente utilizam em seu cotidiano uma quantidade limitada de palavras, o vocabulário chamado ativo, com o qual expressam seu pensamento e se fazem compreen-der pelos outros. O conjunto global da língua constitui o vocabulário passivo, responsável pela compreensão do pensamento alheio.

O vocabulário utilizado por um indivíduo de cultura mediana compreende quatro tipos: no vocabulário ativo, diferenciam-se o da língua falada ou coloquial e o da língua escrita; no passivo, o vocabulário da língua de leitura e o de contato.

O vocabulário da língua coloquial é relativamente restrito e serve para a comunicação oral das necessida-des imediatas e corriqueiras do indivíduo. São palavras de compreensão comum a todos os usuários da mesma língua, referem-se quase sempre a fatos concretos ou emoções partilhadas e estão ligadas a situações reais. Seu aprendizado e uso não dependem de grau de esco-laridade ou de leitura. Exemplos são os verbos comer, andar, dormir; os advérbios não, amanhã; os substanti-vos amor, comida, irmão, cama, casa etc.; e milhares de outras palavras. O vocabulário de escrita é o acervo de palavras usadas para compor um texto escrito de qual-quer categoria e compreende o vocabulário coloquial, acrescido de termos adicionais, pouco freqüentes na linguagem oral.

Parte do vocabulário passivo de uma língua, os vocabulários de leitura e de contato têm presença bem mais limitada no cotidiano das pessoas. O vocabulário de leitura é aquele que um usuário geralmente não utiliza nem na fala coloquial nem na língua escrita mas cujo significado conhece. Seu domínio permite ao indivíduo ler um texto e compreendê-lo sem recorrer ao dicionário, geralmente porque as palavras fazem sentido dentro do contexto.

O vocabulário de contato é constituído de palavras ouvidas ou lidas com certa freqüência em situações diversas mas cujo significado não é apreendido com exatidão. Ocasionalmente uma palavra -- que, em sua origem, estava restrita a um campo específico do saber e cujo sentido exato é mais ou menos obscuro para os leigos -- passa a ocorrer com freqüência nos meios de comunicação de massa. Seu real significado, no entanto, continua a escapar à maioria da população. Se pergun-tado, o usuário dirá que conhece a palavra mas não sabe exatamente o que significa. Isto é, o som, o significante da palavra lhe é familiar, mas não seu significado. Um exemplo é a palavra "estagflação", estrangeirismo impor-tado dos Estados Unidos, onde surgiu no começo da década de 1970, e que significa estado de estagnação econômica, isto é, de inibição das atividades de produ-ção da economia, combinado com a alta acelerada dos preços, isto é, com a inflação. Certamente a maioria dos falantes do português desconhece o significado da pala-vra, mas também quase certamente já esteve em contato com ela por meio da imprensa escrita ou falada e, por-tanto, sua existência lhe é familiar.

Significado das palavras. A palavra é um símbolo ao qual se atribui determinado sentido. Isso é feito por convenção e de modo arbitrário, em dado momento histórico e numa área social específica. Uma palavra com dezenas de significados só transmite um sentido inequívoco quando inserida num contexto, isto é, no âmbito de um conjunto harmonioso que transmite uma mensagem. A palavra "casa", por exemplo, que traz à mente de imediato a idéia de habitação, significa tam-bém, entre numerosas outras coisas, linhagem ou famí-lia, como indica o título do romance de Eça de Queirós A ilustre casa de Ramires.

Independente de sua variedade, os sentidos das palavras podem ser basicamente de duas ordens: refe-rencial ou denotativo e afetivo ou conotativo. Seu sentido é referencial ou denotativo quando se refere à realidade objetiva, quando é exato, literal, concreto; é conotativo ou afetivo quando sugere ou evoca coisas abstratas, conceitos, sentimentos, emoções. No exemplo dado com a palavra "casa", seu sentido é denotativo quando desig-na um edifício que serve para morar; e conotativo quan-do se refere a "lar", que transmite uma carga forte de emoção, de sentimento, de proteção familiar. O sentido denotativo é geralmente encontrado nos dicionários; o conotativo varia segundo a experiência, a cultura, os hábitos e o temperamento de quem fala e de quem ouve, de quem escreve e de quem lê. O chamado "sentido figurado" é derivado da popularização de um sentido conotativo e, em razão de sua maior ou menor ocorrên-cia, é eventualmente incluído nos dicionários.

Nas línguas escritas, em que o léxico é formado por centenas de milhares de vocábulos, é muito útil do-minar alguns procedimentos que permitem compreender

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ou deduzir o sentido das palavras. Uma técnica eficiente é agrupar as palavras segundo alguns critérios. Pode-se dividi-las em três conjuntos: (1) famílias etimológicas; (2) famílias ideológicas; (3) áreas semânticas.

As famílias etimológicas são constituídas por pa-lavras da mesma origem, isto é, que têm um radical comum, ao qual se acrescentam afixos (prefixos e sufi-xos) e desinências. Por exemplo, da palavra "guerra" formam-se, com o radical "guerr", muitas outras, como guerrear, guerreiro, guerrilha, guerrilheiro, guerrilhar, aguerrear, aguerrido etc.

As famílias ideológicas são formadas por palavras que têm uma identidade de sentido, que transmitem uma noção fundamental comum embora não idêntica: os sinônimos. Adverte Antenor Nascentes em O idioma nacional: "Nas palavras aparentemente da mesma signi-ficação, às vezes há diferenças sutis, que escapam à nossa percepção, difíceis de explicar, mas patenteadas no emprego adequado."

As áreas semânticas compreendem as palavras que sugerem outras que com elas se relacionam embora não sejam sinônimas. No exemplo citado de "guerra", a palavra evoca outras idéias, expressas por exemplo pelos termos "bravura", "heroísmo", "soldado", "exército", e também "sofrimento", "morte", "destruição". ©Encyclo-paedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

PROVA SIMULADA DE LÍNGUA POR-TUGUESA

01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à gra-fia das palavras. (A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer. (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. (C) O processo foi julgado em segunda estância. (D) O problema passou despercebido na votação. (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. 02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (C) A colega não se contera diante da situação. (D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. (E) Quando você vir estudar, traga seus livros. 03. O particípio verbal está corretamente empregado em: (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. (C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. (E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em conformidade com a norma culta. Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do interior da concha de moluscos reúne outras características interessantes, como resistência e flexibilidade. (A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.

(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a con-fecção de componentes para a indústria. (D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. 05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que ele está empregado conforme o pa-drão culto. (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardan-do na linha. (D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. 06. De acordo com a norma culta, a concordância nomi-nal e verbal está correta em: (A) As características do solo são as mais variadas pos-sível. (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapida-mente. (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicita-da. (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explica-ções. (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as nor-mas cultas de flexão de grau. (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por per-manecer lá durante as férias. (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais ma-líssima qualidade. Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas palavras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento estatal ciência e tecnologia. (A) à ... sobre o ... do ... para (B) a ... ao ... do ... para (C) à ... do ... sobre o ... a (D) à ... ao ... sobre o ... à (E) a ... do ... sobre o ... à 09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a franqueadora procura ser muito mais crite-riosa ao contratá-los, pois eles devem estar aptos comercializar seus produtos. (A) ao ... a ... à (B) àquele ... à ... à

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(C) àquele...à ... a (D) ao ... à ... à (E) àquele ... a ... a 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a norma culta. (A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampli-ado. E isso trarão grandes benefícios às pesquisas. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói par-ques, colaborando com o meio ambiente. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvolvendo projetos na área médica. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apresentadas pelos economistas. (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no litoral ou aproveitam férias ali. 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emer-gência devido às chuvas. (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos reclamações. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à cultura. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da culpa. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negócios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de seleção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investidores. (Texto adaptado) Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investidores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (A) seus ... lhes ... los ... lhes (B) delas ... a elas ... lhes ... deles (C) seus ... nas ... los ... deles (D) delas ... a elas ... lhes ... seu (E) seus ... lhes ... eles ... neles 13. Assinale a alternativa em que se colocam os prono-mes de acordo com o padrão culto. (A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamen-te. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto direto e indireto em: (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. (B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada. (E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos respectivos substantivos a elas correspon-dentes, a frase

correta é: (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obten-ção. (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo. (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obten-ção. (D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secreta-ria de Educação do Estado de São Paulo. Face à proxi-midade da data de inauguração de nosso Teatro Educa-tivo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reverendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se programar e participar do referido evento. Atenciosamente, ZZZ Assistente de Gabinete. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por (A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos (B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a nor-ma culta, se respeitam as regras de pontuação. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade Policial, confessou sua participação no referi-do furto. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste funcionário, seja aquela sugerida, pela pró-pria chefia. (E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamente, apenas a: (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo. (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.

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Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. O livro de registro do processo que você procurava era o que estava sobre o balcão. 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva seqüência, remetem a (A) processo e livro. (B) livro do processo. (C) processos e processo. (D) livro de registro. (E) registro e processo. 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período acima: I. há, no período, duas orações; II. o livro de registro do processo era o, é a oração prin-cipal; III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. Está correto o contido apenas em (A) II e IV. (B) III e IV. (C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) I, III e IV. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providen-ciar a leitura do acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilida-de da leitura pelo Juiz; III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adver-sativo equivalente ao da palavra mas; IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acórdão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. Está correto o contido apenas em (A) II e IV. (B) III e IV. (C) I, II e III. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV. 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. Ao transformar os dois períodos simples num único perí-odo composto, a alternativa correta é: (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. (E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, on-tem, os enfraquecidos galhos da velha árvore.

Assinale a alternativa correta para interrogar, respecti-vamente, sobre o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar. (A) Quem podou? e Quando podou? (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? (C) Que jardineiro? e Podou o quê? (D) Que vizinho? e Que galhos? (E) Quando podou? e Podou o quê? 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da platéia. Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibilidades de leitura. Elimina-se essa ambigüi-dade pelo estabelecimento correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontuação em: (A) O público da platéia, observava a agitação dos lan-terninhas. (B) O público observava a agitação da platéia, dos lan-terninhas. (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da platéia. (D) Da platéia o público, observava a agitação dos lan-terninhas. (E) Da platéia, o público observava a agitação dos lan-terninhas. 25. Felizmente, ninguém se machucou. Lentamente, o navio foi se afastando da costa. Considere: I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de modo; III. felizmente se refere ao modo como o falante se colo-ca diante do fato; IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; V. felizmente e lentamente são caracterizadores de subs-tantivos. Está correto o contido apenas em (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, III e IV. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V. 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro..., indicando concessão, é: (A) para poder trabalhar fora. (B) como havia programado. (C) assim que recebeu o prêmio. (D) porque conseguiu um desconto. (E) apesar do preço muito elevado. 27. É importante que todos participem da reunião. O segmento que todos participem da reunião, em relação a É importante, é uma oração subordinada (A) adjetiva com valor restritivo. (B) substantiva com a função de sujeito. (C) substantiva com a função de objeto direto. (D) adverbial com valor condicional. (E) substantiva com a função de predicativo. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabelecida pelo termo como é de (A) comparatividade. (B) adição. (C) conformidade. (D) explicação.

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(E) conseqüência. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão contempladas em diferentes pro-porções; haverá, ______, planos diversificados de acor-do com as possibilidades de investimento dos possíveis franqueados. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e relaciona corretamente as idéias do texto, é: (A) digo ... portanto ... mas (B) como ... pois ... mas (C) ou seja ... embora ... pois (D) ou seja ... mas ... portanto (E) isto é ... mas ... como 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. A alternativa correta para substituir Assim que as empre-sas concluírem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzida, sem alterar o sentido da frase, é: (A) Porque concluindo o processo de seleção dos inves-tidores ... (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ... (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ... (D) Se concluído do processo de seleção dos investido-res ... (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...

A MISÉRIA É DE TODOS NÓS

Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-ção? No decorrer das últimas décadas, enquanto a misé-ria se mantinha mais ou menos do mesmo tamanho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças em idade escolar freqüentando aulas atu-almente do que em qualquer outro período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil também são as menores desde que se passou a regis-trá-las nacionalmente. O Brasil figura entre as dez na-ções de economia mais forte do mundo. No campo di-plomático, começa a exercitar seus músculos. Vem fir-mando uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.

Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.

Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cidades, com aterrorizante freqüência, ela atravessa o fosso soci-al profundo e se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Ex-

plicar a resistência da pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada simples.

Veja, ed. 1735 31 O título dado ao texto se justifica porque: A) a miséria abrange grande parte de nossa popu-lação; B) a miséria é culpa da classe dominante; C) todos os governantes colaboraram para a mi-séria comum; D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. 32 A primeira pergunta - ''Como entender a resis-tência da miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da colonização?'': A) tem sua resposta dada no último parágrafo; B) representa o tema central de todo o texto; C) é só uma motivação para a leitura do texto; D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe res-posta; E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta. 33 Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil que ela: A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em outras áreas; B) tem manifestações violentas, como a criminali-dade nas grandes cidades; C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam para a classe dominante; D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a de outros indicadores soci-ais; E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas décadas. 34 O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é: A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros indicadores sociais melhora-ram; B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se mantém onipresente; C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos incompetentes; D) Embora os indicadores sociais mostrem pro-gresso em muitas áreas, a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo; E) Todos os indicadores sociais melhoraram ex-ceto o indicador da miséria que leva à criminalida-de. 35 As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na quantidade, exceto: A) freqüência escolar;

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B) liderança diplomática; C) mortalidade infantil; D) analfabetismo; E) desempenho econômico. 36 ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil: A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança na América Latina; B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no cenário exterior; D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizi-nhos que já é suficientemente forte para tornar-se líder; E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior. 37 Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: A) apareça algumas vezes nas grandes cidades; B) se manifeste de formas distintas; C) esteja escondida dos olhos de alguns; D) seja combatida pelas autoridades; E) se torne mais disseminada e cruel. 38 ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma empreitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma INCORRE-TA é: A) não é uma preocupação geral = é uma preocu-pação superficial; B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; C) não é uma questão vital = é uma questão de-simportante; D) não é um problema universal = é um problema particular; E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia redu-zida. 39 ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colo-cando-se o verbo desse segmento do texto no futu-ro do subjuntivo, a forma correta seria: A) mantiver; B) manter; C) manterá; D) manteria; E) mantenha. 40 A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos abaixo é: A) ''Como entender a resistência da miséria...''; B) ''No decorrer das últimas décadas...''; C) ''...desde que se passou a registrá-las...''; D) ''...começa a exercitar seus músculos.''; E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.

PROTESTO TÍMIDO

Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam dez minutos para a meia-noite. Perto da

Praça General Osório, olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma

trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era um menino.

Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, braços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos tam-bém encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esburacada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abandonado.

Quem nunca viu um menor abandonado? A cin-co passos, na casa de sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da ra-diopatrulha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém tomava conhecimento da exis-tência do menino.

Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acordasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?

(....)

Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imaginação não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e lancho-netes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas estamos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, conquistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor aban-donado não chateie, isto é problema para o juizado de menores. Mesmo porque são todos delinqüentes, pivetes na escola do crime, cedo terminarão na cadeia ou criva-dos de balas pelo Esquadrão da Morte.

Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua, exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi com um monte de lixo.

Fernando Sabino

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41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor definição: A) registro de fatos históricos em ordem cronológica; B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano; C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializa-do; D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bastante variados; E) pequeno conto com comentários, sobre temas atu-ais. 42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudan-ça para o pretérito perfeito - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: A) do passado para o presente; B) da descrição para a narração; C) do impessoal para o pessoal; D) do geral para o específico; E) do positivo para o negativo. 43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se deve a que: A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste inútil; C) a situação do fato não permite a perfeita identifica-ção do menino; D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo; E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pessoas. 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a seguir: I - Daqui há pouco vou sair. II - Está no Rio há duas semanas. III - Não almoço há cerca de três dias. IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino. As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver são: A) I - II B) I - III C) II - IV D) I - IV E) II - III 45 O comentário correto sobre os elementos do primei-ro parágrafo do texto é: A) o cronista situa no tempo e no espaço os aconteci-mentos abordados na crônica; B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é a sujeira; D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o texto; E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica. 46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma forma que: A) salvo-conduto; B) abaixo-assinado; C) salário-família; D) banana-prata;

E) alto-falante. 47 A descrição do menino abandonado é feita no se-gundo parágrafo do texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é que o autor: A) se utiliza de comparações depreciativas; B) lança mão de vocábulo animalizador; C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do me-nino; D) mostra precisão em todos os dados fornecidos; E) usa grande número de termos adjetivadores. 48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto significa que: A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava morto; B) a posição do menino era idêntica à de um morto; C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou morto; D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava dormindo ou morto; E) o cronista não sabia sobre a real situação do meni-no. 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é: A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...''; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte''; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens''; D) ''...isto é problema para o juizado de menores''; E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''. 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento do texto é uma: A) metonímia; B) comparação ou símile; C) metáfora; D) prosopopéia; E) personificação. RESPOSTAS

01. D 02. A 03. C 04. E 05. A 06. B 07. D 08. E 09. C 10. D

11. B 12. A 13. C 14. E 15. C 16. A 17. B 18. E 19. D 20. A

21. B 22. A 23. C 24. E 25. D 26. E 27. B 28. C 29. D 30. B

31. D 32. B 33. A 34. A 35. B 36. C 37. C 38. A 39. A 40. B

41. D 42. B 43. C 44. E 45. A 46. A 47. D 48. C 49. B 50. C

BIBLIOGRAFIA ©Encyclopaedia Britannica do Brasil

Publicações Ltda. ALMANAQUE ABRIL CULTURAL – Editora

Abril/São Paulo Vários artigos foram extraídos da Internet:

Provedores: uol, ig, bol, terra, google

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NOVÍSSIMA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA – Domingos Paschoal Cegalla

PORTUGUÊS, teoria e prática – Walter Rossignoli – Editora Ática/SP

BIBLIOTECA INTEGRADA – Claudinei Flores – Editora Lisa S.A.

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