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PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR WORD CLOUD 20.SET.2011 N.563 AGENDA Portugal melhora a competitividade www.aese.pt OPINIÃO A Fileira da Pasta e do Papel Lisboa,11 de Outubro Apoio solidário em cadeia O que é o MBA? PGL: Dê uma volta à sua carreira Nova edição do PDE NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO Racionalizar custos repensando as operações AGENDA NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO Ciclo “O Sector Florestal e a sua importância económica” Lisboa, 18 de Outubro Um fundador da Greenpeace explica a sua mudança O futuro do microcrédito A mortalidade materna reduziu-se mais do que se esperava Atender as pessoas dependentes exigirá mais gastos e prestadores Os cuidados paliativos, uma carência nos países em desenvolvimento Multiculturalismo: contributo da China para a economia global Lisboa, 27 de Setembro Cimeira mundial do microcrédito em 2011 EFMD renova acreditação do Executive MBA AESE/IESE AESE participa no Access MBA Passaporte

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NOTÍCIAS WORD CLOUD

20.SET.2011N.563

AGENDA

Portugal melhora a competitividade

www.aese.pt

OPINIÃO

A Fileira da Pasta e do Papel

Lisboa,11 de Outubro

Apoio solidárioem cadeia

O que é o MBA?

PGL: Dê uma volta à sua carreira

Nova edição do PDE

NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

Racionalizar custos repensando as operações

AGENDANOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Ciclo “O Sector Florestal e a sua importância económica”Lisboa, 18 de Outubro

Um fundador da Greenpeace explica a sua mudança

O futuro do microcrédito

A mortalidade materna reduziu-se mais do que se esperava

Atender as pessoas dependentes exigirá mais gastos e prestadores

Os cuidados paliativos, uma carência nos países em desenvolvimento

Multiculturalismo: contributo da China para a economia globalLisboa, 27 de Setembro Cimeira mundial

do microcrédito em 2011

EFMD renova acreditação do Executive MBA AESE/IESE

AESE participa no Access MBA

Passaporte

APRESENTAÇÃO DO GLOBAL COMPETITIVENESS REPORT 2011-12

2 CAESE SETEMBRO 2011

07 DE SETEMBRO

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Portugal melhora a competitividade

ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

O Global Competitiveness Report2011-12 coloca Portugal em 45ºlugar, tendo subido uma posiçãocomparativamente ao ano passado.O índice do World Economic Forum(WEF) foi apresentado na AESE, a7 de Setembro, numa iniciativaconjunta com a Proforum –Associação para o Desenvolvi-mento da Engenharia e a FAE -Forum de Administradores deEmpresas.

Portugal foi ultrapassado pela Itáliae Lituânia, deixando para trás oChipre, a Eslovénia e a Indonésia,ocupando a 18ª posição entre os27 estados europeus auscultados.

De acordo com o relatório, osfactores que mais contribuírampara a inversão da tendênciadecrescente, registada a partir de2005, foram o acesso às Tecno-logias de Informação (16º) e a

Qualidade das Infra-estruturas(12º).

Apesar da performance nalgunsíndices de competitividade nacionalser positiva, Portugal continua arevelar debilidade a nível macro-económico, devido à dificuldade deacesso ao financiamento, à taxa depoupança baixa (128º), ao déficepúblico (137º), à rigidez do mer-cado de trabalho (140º) e pela faltade indexação entre os salários e aprodutividade (112º).

Face aos dados anunciados porBeñat Bilbao-Osorio, Senior Eco-nomist do WEF, a Proforum, a FAEe a AESE sublinharam a neces-sidade de apoiar as Pequenas eMédias Empresas, fito ao aumentoda competitividade e crescimentoeconómico do país.

O encontro contou com os comen-»»

3 CAESE SETEMBRO 2011

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tários de Carlos Martins,Presidente da Martifer, ÂngeloSantos Paupério, Vice-Presidenteda Sonae e CEO da Sonaecom,Rui Semedo (27º PADE), Presi-dente do Banco Popular, PedroFerraz da Costa, Presidente doForum para a Competitividade, eNelson de Souza (23º PADE),Programa Compete +.

Carlos Nuno de Oliveira,Secretário de Estado do Empreen-dedorismo, Competitividade eInovação, revelou ser intenção doactual Governo “ouvir as ins-tituições e colaborar em iniciativascom o desígnio da melhoria dacompetitividade: O Estado tem dever as empresas como clientes. Éainda necessário reformular o po-der estatal na economia, passandode agente a regulador. O tema éfundamental para o sucesso dopaís nas próximas décadas.”

A Suíça, Singapura e Suécia classi-ficaram-se nos lugares cimeiros doranking, registando-se a queda dosEUA da 4º para a 5ª posição.

Painel de empresários: Rui Semedo (Banco Popular), Carlos Martins (Martifer), Ângelo Paupério (Sonaecom), Pedro Ferraz da Costa (Forum para a Competitividade), Nelson de Souza ( Programa Compete +) e Martim Avilez Figueiredo.

Da esquerda para a direita: Pedro Carmo Costa (FAE), Paulo Variz (Ministério de Economia), Carlos Nuno de Oliveira (Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação (ao centro)e Ilídio Serôdio (Proforum).

FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS

O PGL - Programa de Gestão eLiderança é o novo programa daAESE que se propõe dar uma voltaà carreira dos dirigentes que,apesar de ainda terem poucotempo de experiência em gestão depessoas e de empresas, precisamde ganhar rapidamente conhe-cimentos para realizarem todo oseu potencial.

Pegando no conceito de “viragem”,a AESE lança uma campanha noExpresso “às avessas”, colocandoos dirigentes mais novos emcontacto com líderes e gestores detopo, naquela que é a Escola deNegócios mais antiga do país.

Venha conhecer o PGL, cuja ediçãoem Lisboa tem início a 24 de Outu- Contacto: [email protected]

bro, e, no Porto, a 27 do mesmomês.

4 CAESE SETEMBRO 2011

OUTUBRO DE 2011, EM LISBOA E NO PORTO

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PGL: dê uma volta à sua carreira

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FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS

Nova edição do PDE

A 48ª edição do Programa deDirecção e Empresas está prestesa começar. No dia 2 de Novembro,a AESE em Lisboa, recebedirigentes de vários sectores deactividade que têm como objectivooptimizar as suas capacidades dedirecção e exercitar a visão inte-grada da empresa para encontra-rem soluções mais criativas, so-bretudo em contextos de crise.

No ano lectivo 2010-11, 58% dosparticipantes no PDE, em Lisboa eno Porto, foram unânimes emrecomendar vivamente o programada AESE a colaboradores eamigos.

O estudo e discussão de casosreais que reflectem as estratégiasadoptadas por organizações emcenários de mudança, é, desde hávários programas, complementado

com a semana de trabalho noIESE em Madrid.

Ultimamente, e por iniciativa dospróprios participantes, têm surgidoiniciativas de visita às própriasempresas, em horário complemen-tar ao PDE, e que têm contribuídopara o espírito de grupo e para ocontacto directo com outros negó-cios e empresas.

5 CAESE SETEMBRO 2011

02 DE NOVEMBRO, EM LISBOA

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EPAS, O SELO DE QUALIDADE

EFMD renova acreditação do Executive MBA AESE/IESEO Executive MBA AESE/IESE tema acreditação EPAS (EuropeanProgramme Accredition System)renovada por um período de trêsanos.

A chancela da EFMD atesta aqualidade e a actualidade doprograma de formação de líderesde elevado potencial, no âmbito

internacional. O conteúdo progra-mático e a execução do MBA daAESE foram submetidos ao escru-tínio de um júri orientado por umrigoroso processo de avaliação. AAESE mantém a sua posição entreas escolas de negócios de topocujo MBA tem esta distintacertificação, reconhecida mundial-mente.

6 CAESE SETEMBRO 2011

SETEMBRO DE 2011

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AESE participa no Access MBAAESE participou mais uma vez noAccess MBA Tour, uma feirainternacional que dá a conheceraos potenciais candidatos a ofertade programas no mercado,colocando-os em contacto directocom os responsáveis dasBusiness Schools mais pres-tigiadas e acreditadas no mundo.

O Executive MBA AESE/IESEesteve representado, em Lisboa,pelos Professores: Adrián Caldart,André Vilares Morgado e FátimaCarioca. O evento ocorreu no dia19 de Setembro, no Sana LisboaHotel, na Avenida Fontes Pereirade Melo.

19 DE SETEMBRO, EM LISBOA

7 CAESE SETEMBRO 2011

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AGENDA Seminário

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Programa de Continuidade

Ciclo “O Sector Florestal e a sua importância económica”A Fileira da Pasta e do Papel

Lisboa, 18 de OutubroSaiba mais >

SeminárioRacionalizar custos, repensando as operações

Lisboa, 11 de OutubroSaiba mais >

Sessão de ContinuidadeMulticulturalismo: Contributo da China para a economia global

Lisboa, 27 de SetembroSaiba mais >

8 CAESE SETEMBRO .2011

BLOG

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O que é um MBA?

As empresas estão entre as organizações mais próximas da maioria de todos nós mas também,possivelmente, são das menos compreendidas. Como consumidores usamos todos os dias os seusprodutos e serviços. Muitos trabalhamos em empresas e delas dependemos para obter grandeparte do nosso rendimento…

Ler maisPublicado no Diário Económico 12 de Setemrbo de 2011

Apoio solidário em cadeia

Por mera curiosidade, um destes dias li o PES. Certamente sabe do que se trata. É o Programa de Emergência Social proposto pelo actual Governo. É um documento interessante, que aborda 5 áreas fundamentais…

Ler mais e comente Publicado no Blog AESE a 6 de Setembro de 2011

Siga‐nos em Blog AESE

Filomena Gonçalves

Prof. José Miguel Pinto dos Santos

Pedro Silva
Rectangle

Pedro E. Monteiro (19º PDE), é onovo CFO da Martifer MetallicConstructions, no Brasil.

9 CAESE SETEMBRO 2011 Nesta secção pretendemos dar notícias sobre algumas trajectórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni.Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

PASSAPORTE

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Pasquale Impesi (6º ExecutiveMBA AESE/IESE), é oImmunology Division Directornos Laboratórios Abbott.

PANORAMA

Um fundador da Greenpeace explica a sua mudança

10 CAESE SETEMBRO 2011

Patrick Moore foi um dos funda-dores da Greenpeace no iníciodos anos 70. Os protestos contraas experiências das bombas dehidrogénio por parte do governode Richard Nixon fizeram-no com-tactar com um grupo de ecolo-gistas de Vancouver, cidade dazona onde nasceu. Esse seria ocomeço da organização.Em “Confessions of a GreenpeaceDropout: The Making of a SensibleEnvironmentalist”, Beatty StreetPublishing Inc., Moore descreve oambiente desses primeiros anos,em pleno apogeu do movimentohippie: “Cantávamos canções deprotesto, bebíamos cerveja, fu-mávamos marijuana e passáva-

mos geralmente bons momentos”.Assim decorriam as viagens nobarco de pesca que lhes deu famainternacional, sobretudo com apublicação de fotografias do ata-que que sofreram da parte debarcos militares franceses, quan-do faziam um dos seus caracte-rísticos protestos “zona zero”.Adianta também um dado signifi-cativo: dos membros fundadoresda Greenpeace, ele era o únicoque tinha um doutoramento emEcologia. Pela sua fama de rigo-roso nos dados e pela sua recusade fazer inchar esses mesmosdados, ganhou a alcunha de “Dou-tor verdade”, que nem sempre erautilizado como um cumprimento.

No entanto, no início dos anos 80,o panorama mudou para Moore.Numa conferência sobre o meioambiente que a ONU efectuavaem Nairobi, descobriu o conceitode “desenvolvimento sustentável”.Foi quando tomou consciênciadas duas posições que havia noseio dos activistas: os dos paísesdesenvolvidos opunham-se porprincípio ao desenvolvimento eco-nómico, enquanto que os dos paí-ses pobres eram favoráveis. “Eracomplicado rebater os seus argu-mentos”, diz referindo-se a estesúltimos. E acrescenta: “uma pes-soa bem alimentada tem muitaspreocupações, uma pessoa famin-ta tem apenas uma”.

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A partir desta conferência, Mooreapercebeu-se de que o verdadeirodesafio era procurar o modo defazer com que os valores ecoló-gicos que tinham ajudado a criar,servissem para melhorar a vidadas pessoas, e isto tinha de serealizar de forma a não prejudicaro desenvolvimento económico:“era uma questão de equilíbrio, dedifícil equilíbrio; não de aderirdogmaticamente a um princípio”.Por outras palavras, a sua novamissão exigia ser moderado econstrutivo, dois aspectos quenunca tinham caracterizado aidiossincrasia da Greenpeace:“Não tínhamos tido problemascom confrontos – tínhamos feitopasses de mágica com eles –,mas não éramos bons a cooperarnem a conseguir compromissos”.

E aqui começou a distanciar-se

dos outros membros da Green-peace: “Ao mesmo tempo que metransformava em menos militantee mais diplomata, os meus cole-gas tornaram-se mais extremistase intolerantes com as opiniõesdiscordantes na organização”.

O outro responsável pelo seuafastamento da Greenpeace foium facto paradoxal: tendo asinstituições começado a aceitargrande parte das posições do mo-vimento verde, os seus membrosforam adoptando opiniões maisradicais. “Quando a maioria daspessoas concorda com as tuasideias razoáveis, a única formaque te resta para continuar a sercontestatário e anti-sistema éadoptar posições mais extremas”,diz Moore. Com o fim da GuerraFria e a queda do bloco soviético,o movimento pacifista desman-

telou--se, e muitos dos seuscomponentes foram desembocarna Greenpeace, com ideias quetinham mais a ver com a rejeiçãodo capitalismo e da globalização,do que com a ciência ou aecologia.

A partir de então, o autor conduziua guerra por sua conta. Continuaa ser um ecologista activo – dirigeo grupo “Greenspirit Strategies” deVancouver –, mas modificou algu-mas das suas posições, e, con-forme afirma, não por acomoda-mento, mas por realismo. O con-ceito que sustenta as suas novaspropostas é o de sustentabilidade,que exige “compreender a espéciehumana como um elemento posi-tivo na evolução” e não como umerro fatal da Natureza.

No livro agora publicado, Moore

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11 CAESE SETEMBRO 2011

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12 CAESE SETEMBRO 2011

concretiza algumas dessas novaspropostas, na sua maior parteopostas ao discurso oficial domovimento ecologista contempo-râneo. Entre outras coisas, pensaque devemos plantar mais árvorese utilizar mais madeira, em vez decortar menos árvores e usar me-

nos madeira, pois a madeira é omaterial renovável mais importan-te. Considera que a energia nu-clear, que demonstrou ser limpa esegura, é essencial para o nossofuturo fornecimento energético. Éfavorável aos alimentos genetica-mente modificados, para melhorar

a nutrição no mundo. Não vê nadade mal se os países que gozamde importantes potenciais de ener-gia hidroeléctrica construam ascentrais necessárias para a explo-rar. E, em resumo, pensa que apobreza é o pior problema am-biental.

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PANORAMA

O futuro do microcréditoEm 1974, a ideia do microcréditoimpulsionada pelo professor cate-drático de Economia do Bangla-desh, Muhammad Yunus, consti-tuiu uma revolução no âmbito dodesenvolvimento e tornou-o mere-cedor, em 2006, do Prémio Nobelda Paz. Passaram mais de trêsdécadas e meia desde que o

“banqueiro dos pobres” impul-sionou esta iniciativa e menos deum lustro desde que recebeuaquele galardão, e já este novoconceito de empréstimo se con-verteu no centro de um debatesobre o desenvolvimento e a coo-peração, especialmente na Índia.O microcrédito nasceu no Bangla-

desh como alternativa aos em-préstimos de utentes que pagamtaxas de juro de até 100% ao ano.O sucesso do modelo do Gra-meen Bank, criado por Yunus em1976 para articular a sua inicia-tiva, levou a que os agentes des-te, inicialmente, pequeno sector,se tenham multiplicado em poucos »»

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13 CAESE SETEMBRO 2011 »»

anos e, inclusivamente, se hajamintegrado, como mais um departa-mento, em bancos prestigiados.“Existem diversas aproximações aesta indústria em função do mo-delo de negócio e da estratégia decada entidade financeira”, salientaRicardo Olábarri Santos, especia-lista em micro-finanças. “Não sócréditos, como também outrosprodutos e serviços financeiros,tipo micro-finanças produtivas,emissões de títulos ou valoresmobiliários de empresas micro--financeiras ou como mais umaparte da banca de consumo.”Nos países em desenvolvimento,os microcréditos oscilam entre os75 e os 300 dólares, dirigidos es-pecialmente a mulheres que, porvezes, se organizam colectiva-mente para enfrentar a devoluçãodas quantias recebidas. 80% dos

mais de cem milhões e meio depessoas que receberam micro-créditos estão na Ásia.A princípio, o trabalho dos grupossem fins lucrativos e os pequenosempréstimos aos pobres pareciamum caminho prometedor para quemilhões de pessoas saíssem dapobreza. Mas, na busca de lucros,o micro-financiamento levou algu-mas empresas de todo o mundo aconceder empréstimos a campo-neses pobres a taxas de juro ele-vadas, sem ter em conta a sua es-cassa capacidade de os devolver.Há alguns meses, o InternationalHerald Tribune contava a históriade Durgamma Dappu, uma viúva,que trabalha no campo emMadoor (Índia), a qual pedira umcrédito a uma empresa privada demicro-financiamento para construiruma casa. Emprestaram-lhe 200

dólares apesar de nunca ter tidouma conta bancária nem algumavez ter recebido um salário comregularidade. Mal tinha possibili-dades de devolver o empréstimoe, para fazê-lo, teve de pedir outroempréstimo a uma empresa dife-rente e, a seguir, ainda a umaoutra, até acumular uma dívida de2.000 dólares. Meses depois fugiuda localidade e a sua família per-deu a sua pequena terra.“Quando se solicita o empréstimodizem-nos que não nos preocu-pemos, que é fácil de devolver”,explica ao jornal, K. Shivamma,que confiava poder mudar radical-mente vários anos de perda decolheitas provocadas pela seca eque acabou por ter de vender otelevisor, o telefone e até os doisbúfalos que tinha comprado com oempréstimo.

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14 CAESE SETEMBRO 2011 »»

Os casos de Dappu e Shivammasão dois, em milhares, quetiveram um desenlace parecido,ao ponto de muitos políticos locaisterem acusado o sector de obterenormes lucros à custa dospobres. A ideia original era que osmicrocréditos fossem concedidosa pequenos empreendedores lo-cais. Estes constituíam um grupode prestatários – na sua grandemaioria mulheres – que res-pondiam em conjunto pela devolu-ção dos empréstimos. Depois en-traram no sector empresas quecomeçaram a emprestar sem sepreocuparem com a solvência docliente e com as perspectivas daactividade para a qual era solici-tado o crédito. Só queriam fazerdinheiro e os seus clientes ficarammuitas vezes envolvidos emdívidas.

No Estado do Andhra Pradesh, ospolíticos encorajaram os presta-tários a deixarem de devolver oscréditos. E como neste Estado selocalizam 35% dos microcréditosefectuados na Índia, a crise amea-ça vir a pôr em risco todo estesector.Quem iria dizer aos bancosindianos – os quais proporciona-ram cerca de 80% do dinheiroemprestado pelas empresas demicrocréditos – que, depois deterem passado a salvo a grandecrise financeira mundial, se veriamafectados pela elevada percen-tagem de incumprimento com ori-gem nos microcréditos, atingindoum capital de 4.000 milhões dedólares?Esta situação levou a que algunspolíticos e trabalhadores sociaisindianos tenham concluído que as

micro-finanças poderiam conver-ter-se na versão indiana daderrocada das hipotecas subprimedos Estados Unidos. “Pode seruma comparação exageradaquanto ao volume, mas é verdadeque pelo número de pessoaspotencialmente afectadas, o im-pacto poderia ser significativo.Contudo, a causa disso não seriaunicamente a ambição desmedidade alguns micro-banqueiros, e sima falta de regulamentação e su-pervisão específica das micro--finanças no país”, explica RicardoOlábarri Santos.Mas a regulamentação está achegar. As taxas de juro nosmicrocréditos – entre 20% e 50%ao ano – são elevadas, pois existeum maior risco ao emprestar aclientes que nunca receberam umcrédito e não têm propriedades.

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15 CAESE SETEMBRO 2011 »»

Dada a situação, governos destazona da Ásia como o do Bangla-desh, limitaram a taxa de juroanual que é possível impor aestes créditos nos 27%. Na Índiae no Andhra Pradesh têm vindo atomar-se iniciativas similares.Apesar de serem decisões queforam tomadas pelo desejo deevitar que os pobres fiquemaprisionados pelas dívidas, segun-do a revista The Economist, nãosão as mais correctas.A análise que faz da situação osemanário inglês, conclui queforçar para a baixa as taxas dejuro através do intervencionismoestatal travaria a entrada de novosprestamistas no sector e reduziriaa concorrência, fazendo com quea longo prazo os pobres tivessemum acesso mais difícil, senãoimpossível, aos microcréditos. A

história regressaria ao ponto departida, situação em que os maispobres poderiam de novo serexplorados pelos ferozes presta-mistas locais que proporcionam amaioria dos créditos nos paísespobres (82% contra 11% empres-tado por empresas de micro-finan-ças).A revista The Economist avançacomo modelo de ambiente ade-quado para as micro-finanças, ocaso do Peru, em parte porque oregulador soube definir e impul-sionar regras com sucesso, permi-tindo um cenário mais estávelpara este sector.A capacidade do microcrédito paratirar as pessoas da pobrezatambém é discutida entre oseconomistas. Dois estudos rigo-rosos de programas de micro-crédito realizados nas Filipinas e

na Índia parecem ter concluídoque não são a panaceia.Estes estudos confirmam que omicrocrédito permite aos clientesrealizar compras importantes parao seu lar ou para o seu trabalho,que de outro modo não teriampodido fazer. Mas passados 18meses, não se constata umatransformação significativa na vidadessas famílias. O microcréditoverifica-se ser mais apto parafinanciar actividades familiares deconsumo, que verdadeiras empre-sas criadoras de emprego.

A. L.

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16 CAESE SETEMBRO 2011

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PANORAMA

Cimeira Mundial do Microcrédito em 2011A primeira Cimeira Mundial doMicrocrédito, que foi realizada emWashington no ano de 1997,colocou os alicerces do que seriaa actividade de microcrédito dosfinais do século XX e início doséculo XXI. O modo de reorientaro sector do microcrédito no meiode uma crise financeira como aactual será, sem dúvida, um dosprincipais temas de discussão daCimeira Mundial do Microcréditoque se realizará em Valladolid(Espanha) neste ano de 2011 (14--17 de Novembro).O último “Informe del Estado de laCampaña de la Cumbre delMicrocrédito 2009” pintava já umquadro mais sombrio da expansão

financeira em 2008 e 2009. ACampanha entrevistou vários líde-res de instituições deste sector damicro-finança e houve alguns te-mas comuns em todas as respos-tas. Muitos dos inquiridos já ob-servavam, na altura, o custocrescente e a diminuição dosfundos dos mercados comerciaise previam a crise de liquidez queo sector micro-financeiro teria deenfrentar.

Dados

No plano mundial, em 31 deDezembro de 2007, 3.552instituições de microcrédito tinhamservido 154,8 milhões de clientes,

dos quais 106,6 milhões seencontravam entre os mais pobresquando obtiveram o seu primeiroempréstimo. De entre estes últi-mos, 83,4% eram mulheres.Das 3552 instituições micro--financeiras, 935 encontram-se naÁfrica subsariana, 1.727 na Ásia eno Pacífico, e 613 na AméricaLatina. Nos países industriali-zados, existem 127 instituições naAmérica do Norte e EuropaOcidental, e 65 na Europa Orientale Ásia Central.

DOCUMENTAÇÃO

A mortalidade materna reduziu-se mais do que se esperava

17 CAESE SETEMBRO 2011

Um estudo publicado na revistamédica “The Lancet” no anopassado, conseguiu provar que,entre 1980 e 2008, a taxa demortalidade materna global dimi-nuiu 35%. Isso demonstra ser umproblema resolúvel com recursosadequados, ao mesmo tempo quedesmente a necessidade de lega-lizar o aborto com este objectivo.O empenho em fazer diminuir asmortes das mulheres relacionadascom a gravidez e o parto levou asNações Unidas a fixar, como umdos 10 objectivos do milénio, aredução em 75% da mortalidadematerna até 2015.

O problema é que, desde então,algumas agências das NaçõesUnidas, e outros organismos inter-nacionais, converteram a estraté-gia para reduzir a mortalidadematerna num pretexto para legali-zar o aborto.Para estes organismos, grandeparte das mortes maternas tem-sedevido à existência de complica-ções causadas pelo aborto, emespecial quando este se realizaem condições deficientes. Osabortos inseguros costumam seridentificados com os clandestinos,e isso tem servido de argumento afavor de que seja legalizado oaborto nos países onde ele é

proibido ou permitido apenas atítulo de excepção.Esta foi a lógica utilizada nalgunstrabalhos patrocinados pelo Fundoda ONU para a população(UNFPA) ou pela OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS).Logicamente, esta posição foiaplaudida pelas organizações de-fensoras do aborto. Por exemplo,a International Planned Paren-thood Federation (IPPF) assegura,na sua página web, que amortalidade materna se reduziriafacilmente através da prestação eacesso das mulheres ao abortoseguro. »»

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18 CAESE SETEMBRO 2011 »»

Chama a atenção o teor cate-górico deste tipo de afirmaçõesquando comparado com a pru-dência que os especialistas costu-mam utilizar neste tema. Narealidade, há muito poucos dadosfiáveis sobre a relação entreaborto e mortalidade materna. É oque explica, por exemplo, DonnaHarrison, presidente da Asso-ciação Americana de Obstetras eGinecologistas pela Vida.

Afastar os preconceitos

O estudo publicado pela “TheLancet” oferece uma oportunidadede ouro para afastar os precon-ceitos e ver como as coisas setêm passado. Com os dadosreferidos, se algo fica claro é quea redução da mortalidade maternase consegue melhorando os

sistemas sanitários locais, o níveleducativo e os rendimentos dasmulheres.Segundo o estudo, realizado porinvestigadores das Universidadesde Washington e Queensland(Austrália), as mortes relacio-nadas com a maternidade pas-saram de 526.300 em 1980, para342.900 em 2008. Isso significaque o rácio de mortalidadematerna global caiu 35% nesseperíodo.Este trabalho oferece dados muitodiferentes dos de outro estudopublicado na “The Lancet” em2007. Tal investigação, de umaequipa de investigadores diferen-tes, situava o número de mortesmaternas ocorridas no ano de2005 em 535.900. Este númeroimpedia que se falasse de umaqueda da mortalidade materna.

Mas o novo estudo estabeleceu asua conclusão graças à utilizaçãode métodos mais precisos. Alémdisso, a nova equipa de investi-gadores trabalhou com todo o tipode dados provenientes de óbitos,censos e estatísticas de 181países, o que lhes permitiu acu-mular um volume de informaçãoquase três vezes maior que oempregado no estudo anterior.Embora haja apenas 23 paísesem vias de alcançar o ambiciosoobjectivo do milénio fixado pelaONU, o estudo destaca os rápidosprogressos realizados por paísescomo o Egipto, a China, oEquador e a Bolívia.Um dado interessante é a inci-dência do HIV nas mortes ma-ternas: entre 1980 e 2008, 60.000mulheres grávidas morreram deSIDA. “Isto explica porque a

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19 CAESE SETEMBRO 2011 »»

mortalidade materna está a subirno Leste e no Sul de África”, dizChristopher J. L. Murray, Directordo Institute for Health Metrics andEvaluation da Universidade deWashington e um dos autores doestudo.Entre os factores que contribuírampara reduzir as mortes relacio-nadas com a maternidade, oestudo destaca os seguintes: adiminuição das taxas de gravideznalguns países; o aumento dosrendimentos femininos, que contri-buem para melhorar a alimen-tação e o acesso aos cuidados desaúde; a melhoria do nível educa-tivo das mulheres; e a crescentedisponibilidade de cuidados pres-tados por especialistas durante oparto.Também teve muita influência nadescida da taxa de mortalidade

materna global o facto de termelhorado em países tão popu-losos como a China e a Índia. NaChina, passaram de cerca de 144--187 mortes por cada 1.000nascimentos em 1980, para 35-46em 2008. E, na Índia, a descida foide 408-1.080 mortes por cada1.000 nascimentos em 1980, para154-395 em 2008.

Optimismo, sob pressão

Os resultados do estudo provo-caram uma injecção de optimismona comunidade científica, sobre-tudo por conseguirem fazer dis-sipar os receios de se estar peran-te um problema irresolúvel. “Amensagem principal é que, pelaprimeira vez numa geração, háprovas de um constante e bemvindo progresso”, disse Richard

Horton, editor da “The Lancet”, naapresentação do estudo.Os impulsionadores do mito damortalidade materna provocadapelo aborto é que não gostaram.Horton explicou ao “InternationalHerald Tribune”, ter recebido pres-sões de defensores dos “direitosreprodutivos” da mulher para a“The Lancet” atrasar a publicaçãodo estudo.O motivo que alegaram, segundoHorton, é que nos meses se-guintes se ia realizar uma série deconferências sobre a saúdematerna: uma, no seio da ONU; eoutras duas, em Washington eLondres. Além disso, constata-seque, nas Assembleias Gerais dasNações Unidas, este é umdaqueles temas “onde a ciência eo activismo costumam entrar emconflito”, conclui Horton.

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20 CAESE SETEMBRO 2011

Dinheiro, para quê?

Horton confia que a investigaçãose venha a traduzir em conse-quências políticas. Na sua opini-ão, os governos deveriam interro-gar-se sobre o destino que dão aodinheiro e as estratégias quepromovem para reduzir as mortesrelacionadas com a gravidez e oparto.Neste sentido, não deixa de serinquietante o acordo que oGoverno espanhol assinou, noano passado, com o Fundo dasNações Unidas para a Mulher(UNIFEM); um organismo que,segundo o ABC, se manifestoucontra as restrições ao aborto em18 Estados mexicanos.Segundo o novo acordo, oGoverno espanhol destinará aoUNIFEM, em três anos, um total

de 99,5 mihões de euros. Já tinhaassinado convénios parecidoscom o Programa das NaçõesUnidas para o Desenvolvimento(PNUD) e com o Fundo dasNações Unidas para a Infância(UNICEF).Em geral, estes três organismostendem a colocar a estratégiapara reduzir as mortes relacio-nadas com a maternidade comose fosse um dilema entre libera-lizar ou restringir o aborto. Mas averdade é que a correlação entrea legalização do aborto e baixoíndice de mortalidade maternatem pouco fundamento.Como demonstra o estudo publi-cado na “The Lancet”, países comleis permissivas do aborto podemcoexistir com uma subida damortalidade materna. Por exem-plo, os Estados Unidos passaram

de 12 mortes por cada 1.000nascimentos em 1980, para 17 em2008; o Canadá oscila entre as 6e as 7; e a Noruega subiu de 7para 8. Acrescente-se ainda quepaíses onde existem leis restri-tivas, como a Irlanda, podem teruma mortalidade baixa.

J. M. V.

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DOCUMENTAÇÃO

Atender as pessoas dependentes exigirá mais gastos e prestadores

21 CAESE SETEMBRO 2011

A OCDE acaba de publicar umrelatório que concretiza o queimplicará o atendimento às pes-soas dependentes, em conse-quência do actualmente imparávelenvelhecimento dos países maisdesenvolvidos. A despesa públicapoderia duplicar e, inclusivamente,triplicar daqui até 2050. Istoexigirá aos governos ajustar assuas políticas orçamentais.Sem entrar em aspectos muitotécnicos e definições jurídicas,consideram-se dependentes aspessoas que necessitam de umaajuda externa para acções vitaisquotidianas. Exigem a prestaçãode um conjunto de cuidados

permanentes, por falta de capa-cidade física, cognitiva ou fun-cional. Pode incluir ajuda para amanutenção da casa ou para asatisfação das obrigações admi-nistrativas, crescentes também nomundo de hoje.Segundo o relatório, intitulado“Help Wanted? Providing andpaying for long-term care”,actualmente, metade das pessoasdependentes tem mais de 80 anos(4% da população). Mas aproxi-mar-se-á dos 10% da populaçãoem 2050. As percentagens maisaltas acontecerão no Japão (17%)e na Alemanha (15%). E adespesa continuará a crescer,

sendo actualmente nos países daOCDE de 1,5% do PIB, emborahaja notórias diferenças de algunspaíses para outros, desde os3,6% da Holanda para os 0,1% dePortugal.

Serviços de apoio a prestadores de cuidados de saúde familiares

Além do problema económico –também o re la t ivo aos queabandonam a sua ocupação pro-fissional para cuidar das pessoaspróximas –, o relatório salienta anecessidade de formar pessoalespecializado no tratamento das

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22 CAESE SETEMBRO 2011 »»

pessoas dependentes. Durantemuito tempo, especialmente nospaíses latinos, essa tarefa circuns-creveu-se ao âmbito familiar. Nazona da OCDE, mais de umadulto de 50 anos, em dez, ajudauma pessoa funcionalmente limi-tada, normalmente de forma nãoremunerada. Quase dois terçossão mulheres. A ajuda que rece-bem é quase apenas simbólica: oreconhecimento da sua utilidadesocial e da dificuldade do seupapel.Além de ajudas concretas, seriapreciso estabelecer serviços deapoio, para a formação própria e oacompanhamento psicológico (éelevada a incidência de problemasde saúde mental), assim como apossibilidade de recorrer periodi-camente a centros de cuidados.Os especialistas consideram que

é possível implementar estassoluções a custos relativamentebaixos, com o apoio, tambémfrequente, do voluntariado. Tudoisto acarreta grandes vantagenspara os beneficiários dos cuida-dos, que preferem ser atendidospor parentes e amigos. E, àpartida, constitui uma grande pou-pança para o Estado. Daí aconveniência de fomentar essasmedidas intermédias, como asprestações familiares e a facilita-ção do trabalho a tempo parcial,que levam a que a entrada emestabelecimentos residenciais se-ja limitada a casos extremos.Como recorda o relatório, estesconstituem 62% dos gastos, em-bora 70% das pessoas dependen-tes sejam atendidas na sua casa.Mas não será fácil manter estapossibilidade – tão normal durante

muito tempo – perante as dificul-dades provocadas pela crise dafamília em tantos países ociden-tais.

Contratar seguros

Em tempos mais recentes, ospostos de trabalho desempenha-dos por pessoas alheias à familia,são submetidos a uma amplarotação, ocupados muitas vezespor imigrantes não qualificados:um em cada quatro, na Austrália,na Grã-Bretanha e nos EstadosUnidos, e um em cada dois, naAlemanha, na Áustria, na Grécia,em Israel e em Itália.Fala-se já de um sector da depen-dência, que empregaria entre 1%e 2% da população activa. Emmuitos países, esta percentagemirá duplicar em meados do século

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23 CAESE SETEMBRO 2011 »»

XXI. Não será fácil, na opinião daOCDE, recrutar novos trabalha-dores e assegurar a sua perma-nência no sector. As suascondições de trabalho terão demelhorar muito.Segundo o relatório, os governosdevem encontrar um equilíbrioentre a oferta de atendimento dequalidade – que os cidadãosexigem cada vez mais no âmbito

da saúde pública e no conjunto dasegurança social – e a suaviabilidade económica.Por outro lado, será precisofavorecer a adequada utilizaçãodas diversas estruturas decuidados de saúde e de aten-dimento de longa duração, coor-denando actividades dentro e forados centros hospitalares. Nessecontexto, é essencial a informação

que é prestada aos dependentese às suas respectivas famílias.Existe igualmente a possibilidadede contratar seguros para cobrir adependência futura. De momento,nos Estados Unidos e em França,5% e 15%, respectivamente, dosmaiores de 40 anos de idade,subscreveram apólices para asse-gurar o risco da futura depen-dência pessoal.

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DOCUMENTAÇÃO

Os cuidados paliativos, uma carência nos países em desenvolvimentoDos 58 milhões de pessoas quemorrem anualmente, 48 falecemnos países em desenvolvimento, ea grande maioria delas não tem

um sistema de cuidados de saúdepaliativos. Salienta-o um artigo dePriya Shetty na revista médica“The Lancet”, no ano passado.

De facto, em países como a Índia,este tipo de cuidados só setornaram visíveis graças àsactividades de entidades privadas,

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de voluntários ou de ONGs. É ocaso de Kerala, um Estado do Suldo país, que conta actualmentecom dois terços de todos oscentros de cuidados paliativos daÍndia. Em 1993, a Pain andPalliative Care Society imple-mentou um programa – com finan-ciamento do Estado – de educa-ção para profissionais de saúde evoluntários. Como resultado, oEstado de Kerala foi um dosprimeiros a modificar a restritivapolítica de acesso à morfina eoutros derivados do ópio reco-mendados para o tratamento dador em doentes terminais. Em2008, além disso, adoptou umapolítica geral sobre os cuidadospaliativos muito mais avançada doque a da maioria do restanteterritório indiano.

Houve igualmente alguns avançosem África. O governo do Ugandamostrou nos últimos anos umaatitude mais positiva perante otratamento específico da dor.Assim, em 2004, alterou as suasleis para permitir, às enfermeiras eaos especialistas no acompanha-mento de doentes terminais, pres-creverem morfina.O problema da falta deatendimento específico aos doen-tes terminais tem muito que vercom os entraves para a distribui-ção nos hospitais de certosprodutos, especialmente os opiá-ceos, por medo do seu potencialde dependência ou de se vir ageneralizar uma utilização inade-quada. Segundo explica Shetty,um potente produto anti-dor comoa morfina não está disponível emmais de 150 países, apesar de a

Organização Mundial de Saúde oincluir entre os fármacos essen-ciais. Em muitos destes países, oanalgésico mais eficaz a que têmacesso os doentes que delesnecessitam é o paracetamol ou aaspirina.Contudo, o acesso aos opiáceosnão é o único problema queenfrentam os cuidados paliativosnos países em desenvolvimento.Formação de especialistas

Outro dos desafios deste ramo damed ic ina é a fo rmação deprofissionais competentes. Ran-jana Srivastava, oncologista doSouthern Health de Melbourne,atribui a falta de pessoal prepa-rado ao modo como se ensina amedicina: “Em muitos países de-senvolvidos, o currículo oficial

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25 CAESE SETEMBRO 2011

presta muita atenção, teorica-mente, à comunicação entre mé-dico e doente, mas este aspectoda saúde [os cuidados paliativos]continua a ser encarado como umapêndice circunstancial na forma-ção do médico, en vez de o sercomo uma parte nuclear”.Por isso, no Trivandum Institute ofPalliative Sciences – o centropioneiro na Índia – oferecemcursos práticos a médicos eenfermeiras. Estes cursos incluemperíodos de visitas a outros hospi-tais e a casas particulares.Por seu turno, médicos de doishospitais británicos – o DouglasHouse Hospice e o SevernHospice, respectivamente –, ela-boraram um kit de cuidados palia-tivos que podem ajudar inclusiva-mente em sítios onde o trata-mento da dor é quase inexistente.

Atitude do médico perante amorte

Priya Shetty adverte também noseu artigo que, quando a medicinaé encarada como a luta contra adoença a qualquer preço, a morteconverte-se num fracasso abso-luto: “enquanto se tiver esse com-ceito da morte, vai ser sempredifícil falar de como morrer bem”,reflecte Srivastava. Infelizmente,esta cultura está muito arraigadaentre os médicos, que foram for-mados para proporcionar esperan-ça, mas entendida só em termosde prolongar a vida. Daí se evita-rem as conversas com os doentesque possam vir, assim, a descobrirclaramente a sua situação termi-nal, substituindo-as por trocas deimpressões eufemísticas que sóconseguem confundir o enfermo.

Outra moda neste campo consisteem deixar ao doente a escolha dotratamento que pretende lhe sejaaplicado. Para Susan Block, espe-cialista em cuidados paliativos doDana-Farber Cancer Institute deBoston, esta prática implica quese lhes imponha uma carga deresponsabilidade para a qual nãoestão preparados.

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