porto alegre, agosto de 2009. n°2 / ano lxi melhorias ... · síntese dos eventos acadêmicos...

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Apresentamos as melhoras implementadas nas últi- mos meses em nossa biblioteca, conquistas que vem para qualificá-la cada vez mais. Além disso, texto de Opinião do acadêmico Bruno Leal (4M). Páginas 6 e 7 Porto Alegre, agosto de 2009. N°2 / ANO LXI Distribuição gratuita Tiragem: 1.000 exemplares Síntese dos eventos acadêmicos realizados no último semes- tre, que lotaram o Salão Nobre e trouxeram nomes de reco- nhecimento internacional para a Faculdade. Página 10 Semestre de lotar o Salão Nobre Copa do Direito Preibas/Chubergs fatura mais um título para sua cole- ção, em final eletrizante com o Estudiantes. Leia mais sobre como foi a Copa do Direito Contracapa Entrevista: Carlos Alberto de Oliveira O Presidente da Comissão de Estágios e Exame da Ordem da OAB/RS conversou com “A Toga” sobre a nova lei dos estágios e as polêmicas envolvendo o Exame da Ordem. Páginas 8 e 9 Cultura Resenhas de sites e do livro Contar a lei: as fontes do ima- ginário político, de François Ost, por Lucas Nascimento (3M), além de poema de Ga- briel Aquino Tempo para nada (1N). Página 11 XIX EGED Resumo das discussões da tal edição do Encontro Gaúcho dos Estudantes de Direito, além de comentários de calou- ros (ou bixos) da delegação da Faculdade sobre as expectati- vas para seu primeiro EGED. Página 3 Melhorias realizadas na biblioteca

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Apresentamos as melhoras implementadas nas últi-mos meses em nossa biblioteca, conquistas que vem para qualificá-la cada vez mais. Além disso, texto de Opinião do acadêmico Bruno Leal (4M).

Páginas 6 e 7

Porto Alegre, agosto de 2009. N°2 / ANO LXI Distribuição gratuitaTiragem: 1.000 exemplares

Síntese dos eventos acadêmicos realizados no último semes-tre, que lotaram o Salão Nobre e trouxeram nomes de reco-nhecimento internacional para a Faculdade. Página 10

Semestre delotar o Salão Nobre

Copa do DireitoPreibas/Chubergs fatura mais um título para sua cole-ção, em final eletrizante com o Estudiantes. Leia mais sobre como foi a Copa do Direito Contracapa

Entrevista: Carlos Alberto de OliveiraO Presidente da Comissão de Estágios e Exame da Ordem da OAB/RS conversou com “A Toga” sobre a nova lei dos estágios e as polêmicas envolvendo o Exame da Ordem. Páginas 8 e 9

CulturaResenhas de sites e do livro Contar a lei: as fontes do ima-ginário político, de François Ost, por Lucas Nascimento (3M), além de poema de Ga-briel Aquino Tempo para nada (1N).Página 11

XIX EGEDResumo das discussões da tal

edição do Encontro Gaúcho dos Estudantes de Direito,

além de comentários de calou-ros (ou bixos) da delegação da Faculdade sobre as expectati-vas para seu primeiro EGED.

Página 3

Melhorias realizadas na biblioteca

Comissão Editorial Designada: Elis Marina Barbieri (2M), Kauê Petry (5M), Marcelo Azambuja (1M), Thiago Calsa Nunes (3M) e Raíssa Nothaft (2M).Diagramação: Taís Seibt (acadêmica de Jornalismo).Tiragem: 1.000 exemplares.Impressão: Impresso no Jornal Pioneiro/Grupo RBS.

A Toga é uma publicação de responsabilidade do Centro Acadêmico André da Rocha. Os textos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Fundado por Nicanor Luz e José J. Dall-agnol em maio de 1949.

A TogaJornal dos estudantes da Faculdade de Direito da UFRGSN°2 / ANO LXI / Agosto de 2009

Presidente: Bruno Irion Coletto (5M)Vice-Presidente: Bruno Rodrigues da Silva (5M)Secretaria-Geral: Francisco Ponzoni Pretto (2N)1ª Tesouraria: José Artigas Leão Ramminger (4N)2ª Tesouraria: Alexandre Casanova Mantovani (2M)Secretaria Acadêmico: Ezequiel Fajreldines dos Santos (4N)Ouvidoria Estudantil – Manhã: Tássia Cividanes Pazinato (2M), Luiza Cabral Brack (2M)Ouvidoria Estudantil – Noite: Caroline Alcaldes Leal (2N), Renan Machado Guimarães (4N)Secretaria de Ensino, Pesquisa e Extensão: Elis Marina Barbieri (2M); Laura Schmidt Duncan (5M), André Silva Gomes (1M) e Gabriela Souza Antunes (2N)Ouvidoria Estudantil Manhã: Tássia Cividanes Pazinato (2M) e Luiza Cabral Brack (2M)Ouvidoria Estudantil Noite: Caroline Alcades Leal (2N) e Renan Machado Guimarães (4N)Secretaria de Comunicação: Fernanda Stragliotto Bonotto (1M), Raíssa Jeanine Nothaft (2M), Luíza Leão Soares Pereira (2M), Tito Cláudio Moreira (3M) Secretaria de Eventos Acadêmicos: Lucas Gerhardt Gavronski (5M), Letizia Casaril (5M), Letícia Zanevich (2N), Luiz Francisco Stefanello Maioli (5M), Kauê Ávila Petry (5M)Secretaria de Eventos de Integração: Felipe Matte Russomanno (4M), Lucien Carlos Silveira Pires (2N), Camila Souza Julio (4N), Alexandre Luis Schreiner (3M)Secretaria de Eventos Esportivos: Vitor Arthur Correa Lima (2N), Fábio Silveira Rachelle (4N), Guilherme Queirolo Feijó (3N), Natália Piffero Dos Santos (4N), Fernanda Menezes Vedana (3N), Mariana Martins Costa Ferreira (3N)

REPRESENTANTES DISCENTES DE GRADUAÇÃO NOS ÓRGÃOS COLEGIADOS DA FACULDADE DE DIREITO DA UFRGS

CONSUNI1. Ezequiel Fajreldines dos Santos / Elis Marina Barbieri2. Raíssa Jeanine Nothaft / Lucas Gerhardt GavronskiCOMGRAD1. Elis Marina Barbieri / Bruno Rodrigues da Silva2. Tássia Cividanes Pazinato / Laura Schmidt Duncan3. Alexandre Peinado Praetzel Porto / Fábio Balestro FlorianoCOMEX1. Gabriela Souza Antunes / Caroline Alcaldes LealCOMPESQ1. Raíssa Jeanine Nothaft / Laura Schmidt DuncanDIR 11. Natália Piffero dos Santos / Renata Dapper Santos2. Bruno Irion Coletto / Felipe Matte Russomanno3. Greice Redlich de Souza / Luiza Massia OsórioDIR 21. Ezequiel Fajreldines dos Santos / Luiza Cabral Brack2. Laura Schmidt Duncan / Elis Marina Barbieri3. Alexandre Casanova Mantovani / Bruno Rodrigues da Silva4. Francisco Ponzoni Pretto / Renan Machado Guimarães5. Alexandre Peinado Praetzel Porto / Greice Redlich de Souza6. Vitor Albuquerque Guimarães / Pedro Almeida Rodrigues7. Bruno Scalco Franke / Lucas do Nascimento8. Thiago Calsa Nunes / Aline Amaral da SilvaDIR 31. Bruno Rodrigues da Silva / Tássia Cividanes Pazinato2. Raíssa Jeanine Nothaft / Bruno Irion Coletto3. Caroline Alcaldes Leal / Ezequiel Fajreldines dos Santos4. Fábio Balestro Floriano / Alexandre Peinado Praetzel Porto5. Luiza Rocha Lima / Bruno Scalco Franke6. Gabriela Porto Fernandes / Ronaldo Luiz KochemDIR 41. Tássia Cividanes Pazinato / Kauê Ávila Petry2. Bruno Irion Coletto / Eduardo Miguel Serafini Fernandes3. Samuel Sganzerla / Fernanda Portela de Oliveira4. Pedro Almeida Rodrigues / Luiza Rocha LimaSPPP1. José Artigas Leão Ramminger / Bruno Irion ColettoCOMBIB1. Bruno Rodrigues da Silva / Rafael CecagnoNAU1. Francisco Ponzoni Pretto / Alexandre Casanova Mantovani

DIRETORIA EXECUTIVA DO CENTRO ACADÊMICO ANDRÉ DA ROCHA: Gestão Construindo o Caminho

A Toga - Agosto de 20092

EDITORIAL

A Revista Res Severa Verum Gaudium - Revista Científica dos Estudantes de Direito da UFRGS foi criada em 17 de abril de 2009 pela Gestão Construindo o Caminho do Centro Acadêmico André da Rocha. A Res Severa Verum Gaudium foi elaborada com o intuito de valorizar, publicar e difundir trabalhos (artigos acadêmicos, pesquisas e ensaios) produzidos por estudantes, principalmente os estudantes de graduação em Ciências Jurídicas e Sociais e de ciências afins, tanto na pesquisa, quanto na extensão.

Além de incentivar a iniciação científica na Faculdade de Direito da UFRGS, a “Res Severa Verum Gaudium” dá maior destaque à produção dos grupos de pesquisa e extensão, dando um passo a mais ao encontro da excelência acadêmica.

A organização da revista é feita pelos membros do Conselho Editorial, que tem a seguinte composição: Bruno Rodrigues da Silva, Ezequiel Fajreldines dos Santos, Elis Marina Barbieri, Raíssa Nothaft e Bráulio Matos.

A seleção fica por conta de quatro excelentes professores, quecompõem o Conselho Editorial: Humberto Jacques, Judith Martins-Costa, Luis Fernando Barzotto e Leandro Dornelles.No dia 20 de agosto será feita uma cerimônia de inauguração da Revista na Biblioteca da nossa Faculdade, onde contamoscom a presença dos alunos, professores e colaboradores da Faculdade de Direito.

Estão todos convidados a fazer parte dessa conquista!

EXPEDIENTE

Começando-se mais um semestre, a Ges-tão Construindo o Caminho, do Centro Acadêmico André da Rocha, tem a sa-

tisfação de distribuir a nova edição do jornal A Toga. Conforme plano de gestão, nessa transição de semestres, a segunda edição deveria ser publi-cada. Para tanto, ainda no primeiro semestre, a gestão solicitou em CGR a formação de uma Co-missão Editorial, composta de cinco alunos, para a elaboração deste “A Toga” que você tem agora nas mãos.

Cabe-nos, portanto, uma rápida reflexão sobre esse primeiro semestre da Faculdade de Direito. Podemos dizer que o fato mais marcante e mais visível aos olhos dos estudantes dessa casa, foram as mudanças ocorridas na nossa biblioteca. Con-forme poderá ser lido nas páginas centrais dessa edição, a biblioteca sofreu grandes modificações, tanto no seu espaço físico, quanto no quadro de funcionários. Foi através do diálogo entre CAAR, Faculdade de Direito e PPGDir que conseguimos fazer com que essas modificações finalmente se concretizassem. Hoje, contamos com uma maior e melhor estrutura para a realização de pesqui-sas, além de um espaço de estudos melhor orga-nizado e uma redistribuição espacial dos livros, dando, além de funcionalidade à procura pelos volumes, especial atenção aos livros raros. Tais transformações geraram efeito imediato, tanto que até mesmo o fluxo de alunos aumentou den-tro do espaço da biblioteca, que hoje está sempre repleta de estudantes. Mais informações sobre a biblioteca podem ser encontradas nas páginas 06 e 07.

Tivemos também, no mês de junho, mais um EGED, que este ano foi realizado na cidade de Rio Grande. O encontro contou, mais uma vez, com a presença de uma delegação da nossa Fa-culdade, organizada pelo CAAR. Os painéis des-se ano foram: “O papel do Estado na defesa dos direitos humanos”, “Da creche à universidade: sucateamento e descaso”, “Homoafetividade e o direito à Família” e “Reflexos socioeconômicos da legalização das drogas”, tendo como objetivo incentivar o debate político entre os estudantes de Direito do Rio Grande do Sul e a tomada de decisões que vincularão a Coordenação Regional

de Estudantes de Direito (CORED) pelo próximo ano.

Nessa edição trazemos, inclusive, informações sobre o trote solidário, o lançamento da Res Seve-ra Verum Gaudium (a revista científica dos estu-dantes de direito da UFRGS) e os eventos ocorri-dos nessa primeira metade do ano. Outro ponto de destaque é a efetivação de outra proposta do plano da gestão Construindo o Caminho: a im-plantação de copos reutilizáveis no CAAR, com vista à diminuição do desperdício e colaboração com as campanhas de proteção ao meio ambien-te.

Buscando oxigenar o jornal, a Comissão Edi-torial apresenta também duas novas ideias para o jornal. A primeira delas trata-se do espaço cul-tural. Nessa edição, são apresentadas resenhas do livro “Contar a lei: as fontes do imaginário políti-co” e de alguns sites, mas que permite a discussão de muitos outros assuntos para as próximas edi-ções. A segunda se trata da realização de uma en-trevista sobre estágios e exame de ordem, espaço aberto para a discussão de assuntos de grande in-teresse dos estudantes da Faculdade. Reiteramos que críticas, sugestões (e até mesmo elogios, por que não?) podem ser enviadas para [email protected].

Infelizmente, no final do semestre, tivemos também uma lição sobre a brevidade da vida. Perdemos um amigo, ganhamos algum aprendi-zado. A duras penas, aprendemos que devemos dar valor a cada pequeno instante, a cada palavra, cada gesto, cada sentimento. Extrair ao máximo o que há de bom em cada aspecto do nosso dia-a-dia, e dar a devida importância ao que estamos vivendo nesse exato momento, afinal de contas, não é à toa que o agora também se chama pre-sente. A vida levou um grande aluno, um grande estudioso, um amigo de coração enorme, e, as-sim, desejamos a todos que sofreram essa perda muita força para seguir adiante. Fica, assim, uma pequena homenagem da Comissão Editorial ao Guto, grande pessoa que tivemos a honra de co-nhecer.

Elis Marina Barbieri (2M)Comissão Editorial

Criada a Revista Res Severa Verum Gaudium

A Toga - Agosto de 2009 3

Entre os dias 11 e 14 de junho, aconteceu em Rio Grande o XIX Encontro Gaúcho de Estu-dantes de Direito, organizado pela Federação

Nacional de Estudantes de Direito, o qual contou mais uma vez com a presença com os acadêmicos da Facul-dade de Direito da UFRGS.

Pouco mais de 20 pessoas formavam a delegação que saía de Porto Alegre na quinta-feira pela manhã em frente ao Parque Farroupilha para o encontro que teria como mote o Meio Ambiente e a Efetivação dos Direitos Humanos. Apesar do cansaço do horário ma-tutino e a viagem longa até o sul do estado, já no ônibus os participantes contavam para A Toga o que espera-vam do encontro e o que os animava a encarar o frio minuano que chega à Lagoa dos patos (veja o quadro ao lado).

Chegando à universidade FURG, sede do encon-tro, a delegação da UFRGS começou a acomodar-se no alojamento reservado para passar a noite, havendo de início a integração entre as pessoas, as quais algumas se falavam pela primeira vez. Nome, ano, cor favorita... E inciava-se o EGED.

Após a abertura no salão principal da FURG, teve início o primeiro painel do encontro na quinta-feira à tarde, versando sobre o tema do papel do Estado na de-fesa dos direitos humanos. Com representantes do Mi-nistério Público e do MST, o destaque ficou por conta da fala de Maria de Fátima Zachia Paludo, sobre o fun-cionamento e a tarefa da Defensoria Pública como um das portas abertas do judiciário aos desassistidos. Após a exposição, os estudantes se dirigiram aos Grupos de Trabalho (GTs) para discussão dos assuntos colocados, do qual surgiram encaminhamentos para a Plenária Final do encontro.

Já na sexta-feira, no segundo painel, tendo como tema central a universidade pública, foram levantados dados sobre o orçamento da União destinado à edu-cação e uma comparação do Brasil com outros países. Professora da Universidade de São Paulo, Deisy Ven-tura fez a principal fala do painel, analisando temas correntes envolvendo as Faculdades de Direito como o Exame da OAB, a pesquisa e extensão, a importância dos estudantes na participação das questões universi-tárias e a atuação política enquanto formação cidadã. Ainda na sexta-feira, ocorreu o Encontro Gaúcho das Assessorias Jurídicas Universitárias (EGAJU), com uma oficina facilitada pelo SAJU, da nossa faculdade, em conjunto com outros núcleos de assessoria do es-tado. O espaço teve boa participação dos estudantes, com destaque para os colegas da UFRGS, mesmo não integrantes do SAJU.

O sábado foi o dia mais cansativo do encontro, ocorrendo o Ato Público em defesa da educação no estado, fechando um dos sentidos da rodovia RS 374, e dois painéis seguidos de GTs, com os temas “Homo-afetividade e o direito à família” e “Reflexos socioeco-nômicos da legalização das drogas”. Ambos os painéis invocavam temas que se mostraram polêmicos no en-contro, a partir de falas tratando do movimento LGBT e da legalização das drogas ou quaisquer substâncias psicoativas.

A plenária final, no domingo, retomou as discus-sões dos GTs e realizou os encaminhamentos a serem tomados pela Coordenação Regional de Estudantes de Direito - CORED. Em meio às atividades do encontro, ocorreram reuniões desta coordenação – CORERED – que encaminharam uma nova coordenação a ser eleita na plenária pelos estudantes participantes. Com chapa única, o CAAR ocupará a pasta de Relações Institu-cionais Regionais, cargo o qual manterá até o próxi-mo EGED, que irá ocorrer em 2010 na cidade de Santa Maria, sediado pela UFSM. Ano que vem, é na boca do monte.

UFRGS no XIX Encontro Gaúcho de Estudantes de DireitoThiago Calsa Nunes*Marcelo Azambuja**

* Acadêmico do 3º ano/manhãComissão Editorial de A Toga

** Acadêmico do 1º ano/manhã.

Delegação do Direito da UFRGS em frente ao ônibus que a levou ao EGED

Por que ir ao EGED?Em meio à viagem, a comissão editorial de A Toga entrevistou a delegação da UFRGS que foi a esta edição do encontro em Rio Grande. Confira algumas respostas sobre como os estudantes pensavam o encontro e quais as expectativas para o EGED.

“Conhecer outras pessoas do Direito e aproveitar bastante as

oportunidades do encontro.”Gustavo Saling dos Santos (1º N)

“A principal expectativa é a de integração com o pessoal de

outras faculdades e também pelo aprendizado.”

João Antônio Carrarra de Cintra (1º M)

“Complementar meus estudos acadêmicos com assuntos que me interessam muito e me integrar com o pessoal, conhecer pessoas

de outros anos no curso.”Luciana Passos (1º M)

“Participar do EGAJU, que é um encontro de assessorias jurídicas

universitárias, para ajudar a fomentar a prática de assessoria em outras faculdades que ainda não possuem núcleos com esta

finalidade, também melhorando nossas práticas com o contato de

outros núcleos do RS.”Vitor Guimarães (2º N)

“Conhecer bastante gente e apro-veitar sobretudo o último painel sobre o tema da legalização das drogas, para ver como os estu-

dantes de Direito estão pensando este assunto muito importante.”

Pedro Gil (2º N)

“Tirar proveito no sentido inte-lectual, sendo que as palestras parecem ser bem interessantes.

Pretendo também conhecer o pes-soal, aproveitando as palestras

como formação acadêmica.”Aline Monteiro (3º N)

“É um espaço de reflexão e de in-teração. Reflexão porque propicia que aqueles que já conhecem, que tem uma certa bagagem política, possam debater de forma geral com outras pessoas, com visões distintas. E também interação porque no EGED há ações que

você faz com as pessoas, que você faz com seus colegas. Há uma in-quietude que move o EGED e que

se transformam em ações.”Leonardo Serrat (3º M)

“Há dois aspectos bem importan-tes em relação a importância do encontro. Primeiro em relação a ele ser um encontro diferente dos outros por ser um encontro de estudantes, organizado por estudantes e para estudantes. Isso faz com que não seja um

evento profissionalizado, voltado para que haja um protagonismo estudantil, seja nos momentos

das palestras, seja dos grupos de discussão. O segundo é quanto a

interação visto que ficamos muito voltados à nossa faculdade e

nesses encontros há uma oportu-nidade única para que posamos conhecer as experiências dos ou-tros locais, aprender e aprimorar a nossa, de como fazer para que o ensino jurídico seja melhor, como

o movimento estudantil pode ser mais ativo, eficaz, debater ques-

tões pertinentes.”Rafael Lemes (4º M)

“Integrar e unir os estudantes de Direito do Rio Grande do Sul, não só academicamente mas

também politicamente. O debate político que este evento propor-

ciona é o grande diferencial para outros eventos de Direito no

estado.”Bruno Coletto (5º M)

“Como quinto EGED, creio que possa ser divertido e que saia

do encontro uma coordenação regional bem estruturada, o que é sempre um desafio a cada en-

contro. Espero que seja um fórum importante de debate, dada a relevância da questão do meio

ambiente, que já há algum tempo deveria ser pauta de um encontro

estudantil.”Bruno Franke (5º N)

“O EGED acontece todo ano e a gente tem que aproveitar que é um evento diferente de todos os

outros que freqüentamos durante o ano todo. Tem a parte acadêmi-ca parecida com outros eventos, mas a diferença é que podemos

discutir com os colegas de outras partes do estado e este aprendiza-do deixa de ser teórico e passa a

ser prático também.”Letizia Cazaril (5º M)

Trote SolidárioA Toga - Agosto de 20094

Raissa Jeanine Nothaft*

O fim dos copos plásticos descartáveis no CAARGestão implementa idéia de diminuir a utilização de copos descartáveis

na entidade para preservar o meio ambiente.

A partir do segundo semestre deste ano, a Gestão Construindo o Caminho, do Centro Acadêmico André da Rocha,

buscará implementar mais um projeto de seu pla-no de gestão: fornecer aos estudantes copos reuti-lizáveis, diminuindo a utilização de copos descar-táveis e preservando o meio-ambiente.

A idéia, apresentada no último Conselho Ge-ral de Representantes, consiste em fornecer copos retráteis de plástico aos estudantes. Assim, cada pessoa poderá ter o seu copo – que possui tampa e um tamanho pequeno – evitando a utilização de muitos copos descartáveis em um mesmo dia. Por ser retrátil, pode ser levado no bolso, facilitando a utilização por todos os estudantes.

Durante o primeiro semestre deste ano, a Gestão observou que vários estudantes – principalmente nos dias mais quentes do ano – se utilizavam de muitos copos descartáveis no mesmo dia. A partir disso, passou a incentivar as pessoas a escrever seu nome no copo, para reutilizá-los posteriormente. A idéia evoluiu e agora será possível ter o seu pró-prio copo retrátil, com tampa.

Estima-se entre março e junho foram compra-dos pelo CAAR cerca de 10.000 (dez mil) copos descartáveis (o que representou um gasto de R$ 176.00) - fora os utilizados nos CAARbarés – sen-do que a faculdade possui em torno de 700 estu-dantes de graduação.

É sabido que copos plásticos levam em torno de 50 anos para se decompor. Ademais, conforme dados do BRDE atualmente a produção nacional de copos plásticos descartáveis gira em torno de 96 mil toneladas/ano, sendo a produção, predomi-nantemente destinada para o mercado interno.

Certamente podemos começar fazendo a nossa parte.

Já neste mês de agosto será possível comprar o novo copo retrátil na sede do CAAR com preço subsidiado pela gestão – como forma de incenti-vo à utilização do novo sistema. Haverá uma lista de todos os estudantes da Faculdade e cada um terá direito a um copo abaixo do preço de custo. A compra do segundo copo, contudo, terá o preço de mercado.

Participe da campanha pelo fim dos copos des-cartáveis no CAAR. Adquira seu copo descartável retrátil na sede do CAAR, abaixo do preço de cus-

to, e utilize-o colaborando com um meio ambien-te mais equilibrado.

O valor dos copos retráteis é R$ 3,50. Até o fim do mês de setembro, promocionalmente, o copo será vendido a R$ 1,50, como incentivo à redução do uso dos copos descartáveis. Essa campanha tem como finalidade a redução paulatina dos co-pos descartáveis, até que sua utilização seja irrisó-ria. Colabore!

Gestão Construindo o Caminho

Parte de doação de alimentos feita pelos estudantes de direito

Modelo de copo retrátil

O Trote Solidário é uma iniciativa do CAAR, que já ocorreu em outros anos, mas que tomou proporções ainda maio-

res nesta gestão. As doações foram em quantidade superior à esperada, sendo a maioria dos materiais doados de qualidade, principalmente quando se trataram de livros e brinquedos.

A campanha ocorreu do dia 2/03 até o dia 13/03, datas em que foram recebidas doações no CAAR, que chegaram ao montante de:

24 litros de leite; 200 kg de alimentos 63 produtos de higiene e limpeza 6 fitas VHS infantis 19 mochilas 3 estojos 46 brinquedos 20 itens escolares

85 livros infantis e230 exemplares, entre livros de cursinho, ensi-

no médio e literatura.

As entregas ocorreram nos dias 26 de março e 27 de março.

No dia 26, em dois carros levamos as doações destinadas para a Casa Menino Jesus de Praga – fundada em 1984 com a missão de tratar gratuita-mente de crianças portadoras de lesões cerebrais profundas. Essa instituição sobrevive de doações. Lá foram entregues: 44 brinquedos, 6 mochilas/bolsas, 1 estojo, 63 produtos de limpeza e higiene, 6 fitas VHS, 4 livros infantis, os 24 litros de leite e os alimentos não perecíveis. A entrega contou com a presença de membros do CAAR, assim como ca-louros, que cederam seus carros e seu tempo para que a doação se tornasse possível.

No dia 27 um carro da Prorext veio buscar os livros de cursinho e ensino médio para levar para

o Cursinho Esperança Popular da Restinga. Ele integra o projeto da UFRGS, Conexão dos Sabe-res. O material foi levado para o colégio muni-cipal Senador Alberto Pasqualine, onde as aulas do cursinho se realizam à noite. Dessa forma, o material ficará disponível a toda comunidade da Restinga, que é bastante carente.

Os livros infantis foram destinados às Esco-las Municipais de Ensino Fundamental Grande Oriente do RS e Lauro Rodrigues. Essa última doação foi entregue por membros da gestão, em visita posterior.

Na primeira semana de aula, os alunos do se-

gundo ano levaram, entre colegas e bixos, mais de 25 pessoas até o Hospital Conceição, na zona nor-te, para a doação de sangue. A colaboração entre bixos e veteranos foi essencial para que esse desejo se concretizasse.

O que fica dessa iniciativa é a vontade de que atitudes como essa se tornem tradição do Centro Acadêmico André da Rocha e da Faculdade de Di-reito, que a cada ano o Trote Solidário se engran-deça, e marque o início dos anos letivos com mais do que tintas e brincadeiras, e sim com um pouco de amor.

* Acadêmica do 2º ano/manhã.

1- http://www.brde.com.br/estudos_e_pub/2006%20Copos%20pl%C3%A1sticos%20

descart%C3%A1veis.pdf

A Toga - Agosto de 2009 5

Lembro agora, como se fosse ontem, do dia da minha matrícula na “Egrégia”. Tudo era estranho, tudo era novo, eu não entendia

nada do que estava acontecendo e só queria saber de estar matriculado de uma vez por todas. Mal sabia eu que um mundo inteiro estava prestes a se mostrar a partir daquele momento.

Quase cinco anos se passaram desde então e, prestes a me despedir, aqui estou perguntando a mim mesmo: “O que ficou da Faculdade de Direi-to?”. Ela sempre estará aqui impávida, imponente, às vezes assustadora, outras indiferente, aconche-gante para alguns, apenas uma faculdade para ou-tros, importante, referencial, seja o que for, sempre estará aqui. A diferença é que eu não estarei mais aqui, nem meus contemporâneos, nem os meus veteranos, nem aqueles que vieram antes deles, e nem os outros que vieram ainda antes. Estarão apenas os meus calouros, e os que vieram depois deles, e os que virão ainda depois. Mas um dia eles também irão. Assim como irão professores e fun-cionários. E isso me colocou a pensar.

Cheguei à conclusão de que estava fazendo a pergunta errada. Preciso questionar-me: “O que ficou de mim na Faculdade de Direito?”, ou “O que ficou de mim depois da Fa-culdade de Direito?”. Isso por-que a Faculdade de Direito é a história continuada das pessoas que passaram por aqui e deixa-ram suas indeléveis marcas, e por ela foram indelevelmente marcadas; são mais de cem anos de história, feita por milhares de pessoas, cada uma a seu tempo. Ela não é apenas um prédio bo-nito, mas, sim, as pessoas que vêm e vão, deixando algo de si e levando algo daqui.

Andando pelos bonitos corredores da Casa de André da Rocha lembro cada momento mar-cante que passei aqui, ou que passei longe, mas ao lado daqueles que têm me acompanhado ao

longo destes anos. Muito embora eles estivessem vazios hoje à noite, enquanto caminhava buscan-do inspiração para este texto, ao fundo parece que escutava todas as conversas sobre filosofia - séria e de boteco, sobre política nacional e local, sobre movimento estudantil, sobre a dupla Grenal, so-bre o glorioso La Barca (para os mais desavisados, faço referência ao vitorioso time de futebol do 5º ano noite), sobre a qualidade dos professores, sobre eleições pro Centro Acadêmico, sobre aflições de colegas, sobre a carreira... São tantas coisas a lembrar que este jornal ficaria pequeno.

Não posso deixar de mencio-nar a formação acadêmica que tive durante a graduação, que apesar de todos os percalços, só não foi melhor, talvez, por uma falta de dedica-ção de minha parte. Contudo, isso passa pela con-cepção que tenho de que meu maior crescimen-to neste lugar foi pessoal, foi a isso que eu mais me dediquei e é isso que levo comigo daqui, é o que ficou de mim depois da Faculdade de Direito. Foi aqui que aprendi a realmente ouvir às outras pessoas e perceber que nem sempre estou certo, a ponderar, a pensar antes de falar. Aqui eu apren-di que nem sempre se ganha, e, mesmo quando se perde, o aprendizado vale todo esforço e cada

lágrima derramada por conta da derrota. Levo comigo os profundos laços de amizade criados, o respeito e conside-ração por aqueles de quem di-virjo, e, nas sábias palavras de uma das grandes amigas que tive a oportunidade de conhe-cer aqui, levo a gratidão à vida por colocar no meu caminho pessoas que, durante estes

anos, sonharam comigo sonhos que se costuma sonhar sozinho. Saio daqui muito mais completo enquanto ser humano.

E, a despeito de toda seriedade e responsabi-lidade que significa estar se formando na Facul-

dade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é preciso dizer que, olhando para trás, parece mesmo que foi um sonho. Isto por-que aprendi aqui que nossos sonhos são tangíveis, só é preciso um pouco de esforço. E é exatamente isso que deixo de mim para a Faculdade de Direi-to, meu esforço para torná-la um pouco melhor do que quando a conheci (com a ajuda de muitos,

acho que consegui), meu es-forço para tirar o melhor dela, mesmo quando ela não queria colaborar, meu esforço para tornar-me um bom profissio-nal e fazer jus ao seu nome e renome. Mas deixo também, ecoando pelos corredores e pelas salas de aula boas garga-lhadas, discursos e discussões acaloradas, lágrimas, gritos de

gol, copos de cerveja, xícaras de café, trocas de olhares com aquela linda colega nova, articula-ções políticas, conquistas, abraços de despedida e de boas-vindas, momentos com a melhor turma que eu poderia querer... Deixo um pouco de tudo o que vivi aqui dentro, pois é disso que ela é feita, de material humano, de emoções e sensações.

Embora pareça um tolo desabafo de um for-mando antecipando a melancolia por estar indo embora, isto é o que a Faculdade de Direito sig-nifica para mim, o que ela deixou marcado mais profundamente. Entrei aqui achando que seria apenas um local de estudo, de aprendizado de processo, direitos dos mais variados, técnicas ju-rídicas diversas, de leitura de manuais, cursos, tratados e códigos. E definitivamente o é, dos me-lhores. Mas saio convicto de que o que a torna tão especial não é só isso, mas isso somado a tudo o mais que já citei, àquilo que só aqueles que aqui estiveram saberão, àquilo que não fica escrito nem gravado em nenhum lugar.

Em mim ficou a certeza de que a Faculdade de Direito vai além do que se vê.

O que ficou?Bruno Scalco Franke*

* Acadêmico do 5º ano/noite.

...Não é um assunto assaz agradável de se es-crever. Somos os ‘bixos’ ou, pela boca dos mais resignados, os ‘calouros’. Os iniciantes. Que se es-pera tenhamos nós a dizer? Arrolar expectativas não é uma boa idéia. Penso em, nos anos seguin-tes, voltar a ler este texto, então publicado e, se porventura o fizer, receio bastante ter de menear a cabeça ao ver que muito disso é uma incipiente fantasia. Mas não tenho também solução melhor. O que temos são planos, nossos projetos grandio-sos ou singelos. Chegamos a um curso bem conhecido, Faculdade bem conceituada, Universidade que por ser Federal já carrega a ponta do orgulho que não mui-to demonstramos. Mas orgu-lho não é bem o que sentimos e --permissão -- vou sim seguir a falar no plural. Emoção? Ainda não é isso. Ela fi-cou nos momentos de vestibular, de classificação, de início, três coisas que já sepultamos com o fito de apressar essa passagem do status de novatos ao

de um pouco menos novatos. Não é lá a situação mais confortável, mas não é o caso de se reclamar, já que basta estampar a cara de perdida para já aparecer um ou dois para ajudar. Isso é bom. E essa é uma expectativa que vale mencionar. Expectamos contar com essa ajuda, com esse compa-nheirismo, que vem da experiên-cia para a falta dela a fim de que, quando tivermos as nossas pró-prias para repassar, o façamos até com a devida humildade (aquela humildade de lembrar que todos

um dia já fomos ‘bixos’). Mas não, não estamos requerendo atenção. Devemos lembrar que, da nossa turma, muitos nem es-peram isso, são uma gente já ex-periente e que tem demonstrado também uma carga de paciência conosco, o subgrupo dos “nunca

passei por isso”, que enfim, mais a exigem. Ali-ás, de atenção já recebemos bastante, muito antes de sabermos se estaríamos aqui. Sabe Deus des-de quando andaram às voltas com este currículo

que vimos a inaugurar. Falta pouco para sairmos do stand by, desse “sermos assistidos” constan-temente, para darmos nossos primeiros passos independentes, para forjarmos o caráter de uma

turma, guerreira ou resignada, “vai-com-as-outras” ou inova-dora, ou, pelo menos, tentá-lo. Se depender de nós. Não. Nada posso afirmar nesse sentido. É a situação de turma, e a bendita democracia que se faz prevale-cer. Maioria, sempre maioria. Posto isso, não tenho nada a re-

querer. A desejar, apenas, que do topo de nossa incipiência almejemos coisas tão justas, tão boas e tão benéficas, que nos façam, no mínimo, che-gar a ser uma parte disso. A maior das utopias? Talvez, mas é essa que desejo manter para seguir caminhando. Eis o texto de uma bixo, de uma gu-ria, ainda não tão politizada que pudesse se posi-cionar melhor, recém saída de uma redoma que era o colégio. Mas é um texto, venceu um receio, e ficará aqui.

Sobre ingressar na Faculdade e outras expectativas...

* Acadêmica do 1º ano/noite.

Dóris Amaral Kümmel*

ARTIGOS

“Tudo era estranho, tudo era novo, eu não entendia nada do que estava acontecendo e só queria saber de estar matriculado de uma vez

por todas.”

“Aqui eu aprendi que nem sempre se ganha, e, mesmo quando se perde, o apren-dizado vale todo esforço e cada lágrima derramada por conta da derrota.”

“Os iniciantes. Que se espera tenhamos nós

a dizer? Arrolar expectativas não é

uma boa idéia.”

“A maior das utopias? Talvez, mas é essa que

desejo manter paraseguir caminhando.”

Em junho de 2008 edição do A Toga trazia, como reportagem principal, a elaboração, pelo CAAR, e a entrega à Direção da Faculdade, do

chamado “Relatório Biblioteca”, documento que listava problemas da Biblioteca da nossa Faculdade de Direito. Aquele documento, de doze páginas (ainda disponível para acesso no site do CAAR: http://www6.ufrgs.br/caar/wp-content/uploads/relatorio-da-biblioteca.pdf), compi-lava a situação da Biblioteca naquele momento, apon-tando problemas e referindo sugestões de quais atitudes poderiam ser tomadas em conjunto por docentes, dis-centes e técnicos-administrativos.

Pois bem, além de reunir informações relevantes so-bre a Biblioteca, o Relatório, durante o último ano, ser-viu de base para muitas mudanças iniciadas em maio de 2008. A primeira delas, conforme noticiada pelo CAAR à época, foi a mudança da bibliotecária-chefe que estava no cargo há mais de 15 anos. A reportagem de A Toga terminava esperançosa: “um primeiro (e pequeno) pas-so foi dado. Agora cabe a toda comunidade acadêmica (leia-se docentes, técnicos-administrativos e discentes), de fato, mudar a nossa Biblioteca para melhor. Cabe agora, a cada um, trazer os tijolos e colocar as mãos à obra para construir uma Biblioteca que não apenas con-diga com a nossa qualidade de ensino, mas que também sirva como elemento instigador na produção de conhe-cimento”.

Desde lá, felizmente, muita coisa mudou. Edição de março deste ano do A Toga destacou algu-

mas melhorias na bibliotecaA edição anterior do A Toga, publicada em março

deste ano, relatou o movimento dos estudantes por mu-

danças na Biblioteca de nossa Faculdade e os significa-tivos avanços obtidos até então, após a apresentação do Relatório Biblioteca pela então Gestão Novos Horizon-tes (2008). Destacou, ainda, a integração entre Direção, PPGDir UFRGS e CAAR que, pela primeira vez em longos anos, estavam conversando e literalmente dese-nhando planos para melhorar e expandir os espaços da Biblioteca.

A notícia de março destacava o trabalho da nova chefia da Biblioteca, com o aumento de funcionários ca-pacitados para o trabalho, a implementação do sistema de pagamento de multas da UFRGS – que facilita a pres-tação de contas da Biblioteca –, a aquisição de compu-tadores pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da UFRGS (PPGDir) e a classificação trilíngue do acervo. Outro destaque daquela notícia era o desenvolvimento do Setor de Obras Raras. Quebrando a lógica anterior, na qual os livros raros ficavam escondidos dos usuários e mal armazenados, a idéia era desenvolver um setor na própria Biblioteca que conservasse livros antigos e os colocasse à disposição da comunidade acadêmica de forma organizada e de modo a preservar a importância das obras. Hoje o setor de obras raras é realidade na Bi-blioteca, como se percebe na foto.

Setor de obras raras é uma das mais chamativas novi-

dades da biblioteca no último anoEm um pouco mais de um ano se fez muito mais do

que nos últimos dez. Pelo menos essa é a conclusão dos freqüentadores da Biblioteca. O CAAR tem recebido em seu correio eletrônico muitos elogios à nova reali-dade da nossa Biblioteca. Talvez a mudança mais notá-vel nos últimos meses tenha sido a construção do Setor de Obras Raras. Agora com um espaço reservado por divisórias de vidro, a maior parte das raridades de nos-so acervo, antes perdida em meio ao restante dos livros

ou simplesmente empilhada nas salas administrativas – como mostrado em a toga de junho de 2008 –, está or-ganizada, muito melhor conservada e, principalmente, disponível aos pesquisadores de nossa Faculdade. Resta, ainda, regulamentar o uso do espaço, mas já se sabe que luvas de borracha serão entregues a quem for manusear os livros, que haverá um procedimento especial para re-tiradas, etc., o que deve ser efetivado até o final do ano.

Em verdade, o Setor de Obras Raras é parte de um projeto maior de remodulação dos espaços da Bibliote-ca. Como todos já devem ter notado, nosso acervo agora está dividido em 4 partes – periódicos, obras do Séc. XIX e anteriores (ou seja, o Setor de Obras Raras), obras do Séc. XX e obras do Séc. XXI (locadas intencionalmen-te no espaço ao lado do Setor de Obras Raras, onde há a maior facilidade de colocação de novas estantes para comportar os livros que serão adquiridos ao longo dos próximos anos). Essa nova sistemática, somada ao ain-da não finalizado remanejamento das estantes, já abriu novos e mais qualificados espaços de leitura. Ainda não foi atingida a meta de duplicar o número de assentos, mas a melhora se percebe pelo número de freqüentado-res que aumentou e muito, nos três turnos. Aqui cum-pre destacar a ironia: há pouco mais de um ano a Bi-blioteca fechava à tarde sob a alegação de que não havia movimento que justificasse sua abertura... A realidade de hoje comprova que a assertiva não podia estar mais equivocada.

Outra importante conquista, que não se limita ao es-paço da Biblioteca, mas também oriunda das conversas sobre o assunto entre Direção, Pós e Centro Acadêmico, é a internet sem fio. A Faculdade de Direito, se não a primeira, é uma das primeiras Unidades a implantar o Programa UFRGS Sem Fio, disponibilizando sinal de banda larga gratuito praticamente na totalidade de suas dependências.

A Toga - Agosto de 20096

Lucas Gavronski*

Um ano que fez diferençaApós pouco mais de um ano da apresentação do “Relatório Biblioteca” – documento elaborado

pelo CAAR em maio de 2008 que sintetizava as principais deficiências da biblioteca – seus princi-pais problemas estão sendo resolvidos e muitas novidades podem ser conferidas na Biblioteca.

Setor de Obras Raras, novosespaços para estudo e compu-tadores são as principaismudanças na Bi-blioteca desdea apresentaçãodo RelatórioBiblioteca em maio de 2008.

A Toga - Agosto de 2009 7

* Acadêmico do 5º ano/manhãSecretário de Eventos Acadêmicos do CAAR.

Seguindo, o Laboratório de Informática (em frente ao Setor de Obras Raras) está em implantação, contudo, reconheça-se, está aquém do que esperávamos. Novos computadores foram doados – uns disponibilizados aos alunos e outros utilizados pelo serviço interno, mas ainda uma boa parte das máquinas não chegou, temos apenas os respectivos monitores. E é claro, continuamos distantes da meta de disponibilizar de 16 a 18 computa-dores para pesquisa em uma nova bancada confeccio-nada especialmente para esse fim.

Quanto ao ar-condicionado, o famigerado ar-con-dicionado, as notícias não são as melhores possíveis. Houve avanços nesses últimos meses, e significativos. A estrutura metálica de suporte aos exaustores (localizada na parede externa, nos fundos da Faculdade) foi finali-zada. Os aparelhos referentes à Biblioteca foram instala-dos e novos foram adquiridos para serem instalados nas salas de aula. Entretanto, problemas relacionados à rede elétrica não permitem que mais de um ou dois aparelhos sejam ligados ao mesmo tempo. O CAAR, juntamente com os demais envolvidos na reforma da Biblioteca, está em contato com a Secretaria de Patrimônio Histórico da Universidade para contornar os atuais obstáculos e dar prosseguimento ao projeto de climatização da Fa-culdade de Direito. O objetivo é termos pelo menos a Biblioteca climatizada no próximo verão, e é para isso que estamos nos empenhando.

O projeto para um novo balcão central não teve me-lhor sorte. A idéia, conforme noticiada na reportagem de março, consiste na confecção de um novo balcão onde mais funcionários poderiam trabalhar e o aten-dimento tivesse maior qualidade, principalmente em relação aos portadores de necessidades especiais. To-davia, apesar de já termos o desenho pronto, ainda não se obteve recurso suficiente para a implementação do plano. E aqui outro destaque merece ser feito: tudo está sendo financiado com as próprias forças da Faculdade de Direito. Do sistema de segurança dos livros à internet sem fio, as verbas que possibilitaram sua implantação tem origem na Direção ou em programas desenvolvidos pela PPGDir UFRGS.

As dificuldades relatadas acima, no entanto, não de-vem – e não podem – nos desanimar. Pelo contrário. Em março a notícia publica no A Toga concluía que a Biblioteca estava melhor do que ontem e que seria ain-da melhor amanhã. Hoje sabemos que efetivamente o é. Avançamos, e muito. Certamente não tanto quanto gos-taríamos, mas os novos ares da Biblioteca da Faculdade de Direito são inegáveis. Muito já foi feito, muito mais do que se fez na última década.

Dentre as novas idéias para continuar as mudanças da Biblioteca, está a criação de uma Lista Permanente de

Livros que a Biblioteca precisa adquirir – inclusive com a possibilidade de os usuários sugerirem títulos pelo site da Faculdade. Assim, com uma lista centralizada e orga-nizada por relevância, ficará mais fácil atualizar o acer-vo e utilizar os recursos que chegam à Biblioteca. Outra idéia que está prestes a sair do papel é a devolução de livros em qualquer horário, por meio de uma caixa em que se depositarão os livros devolvidos fora do horário de funcionamento da Biblioteca. Sem dúvidas não fal-tam idéias para continuar melhorando o principal setor da Faculdade de Direito da UFRGS, transformando-o, num futuro que esperamos seja próximo, em referência dentro da Universidade.

Com efeito, não podemos dizer que terminamos as reformas. Sempre haverá reformas a serem feitas, sem-pre deve haver reformas a serem feitas. Podemos afir-mar, contudo, que hoje existe um rumo, um projeto a ser seguido. Esse primeiro passo foi, sim, concluído. Nos últimos meses, representantes dos professores, es-tudantes e funcionários pensaram a Biblioteca. E pen-saram ela não apenas como um depósito de livros, mas como um verdadeiro Laboratório de Pesquisa, onde o sujeito possa ter acesso às obras que busca, possa as estudar de maneira confortável e possa redigir seu tra-balho, contando com ferramentas e pessoal qualificado para apoiá-lo.

É com esse espírito que, mesmo faltando muito, sa-bemos o que queremos construir e seguimos construin-do, trazendo tijolo por tijolo.

Mais espaços de estudo, Setor de Obras Raras e novos computadores:diferenciais que têm chamado a atenção

Novos livros para a bibliotecaNa busca de patrocínio para o Jornal, a Comissão do Jornal recebeu uma proposta de permuta de livros da Editora Livraria do Advogado. Pela necessidade de dinheiro para o desenvolvimento do Jornal, o CAAR comprou os livros para serem doados à biblioteca, que são:

- A Eficácia dos Direitos Fundamentais, INGO WOLFGANG SARLET.- Comentários à lei de Benefícios da Previdência Social, JOSÉ PAULO BALTAZAR JR. , DANIEL MACHADO DA ROCHA.- Responsabilidade Civil Ambiental, ANNELISE MONTEIRO STEIGLEDER- Impostos Federais Estaduais e Municipais, JOSÉ EDUARDO SOARES DE MELO, LEANDRO PAULSEN.- Arbitragem nos contratos. Empresariais, internacionais e governamentais, LUCIANO BENETTI TIMM.- Controle de constitucionalidade das leis. Ação direta de inconstitucionalidade, VASCO DELLA GIUSTINA.- Cumulação eventual de pedidos. Art. 289 do cpc sem- segredos, RICARDO LUIZ DA COSTA TJÄDER.- Direito e Economia, LUCIANO BENETTI TIMM (ORG.)

Escrever sobre livros – sobre os plurais de que são compostos e os plurais que compõem - é complexa meta-tarefa que remete ao próprio

nascimento do homem primitivo, suas inscrições nas cavernas e o seu diferencial: a capacidade de abstra-ção.

É pelas mãos que se modelou a linguagem, a prin-cípio vivida pelo corpo todo inteiro e mimado pelas danças. Para os usos correntes da vida, os gestos da mão lhe deram impulso, contribuíram a articulá-la, a separar-lhe os elementos, a isolá-los num sincretismo sonoro, a ritmá-la e, dessa mímica da palavra, dessas trocas entre a voz e as mãos, resta alguma coisa que os antigos chamavam “ação oratória”.

A linguagem desenvolve-se em processo dialético com a construção da cultura: a par das conquistas que o ser humano desenvolveu – da roda à engenharia ge-nética -, deu-se conta que podia registar suas conquis-tas, perpetuar seu conhecimento já que sua existência – apesar dos esforços milenares – continua finita. Das cavernas ao mundo antigo muito se passou, entretanto, as bibliotecas medievais são simples prolongamentos das bibliotecas antigas, tanto na composição, quanto na organização, na natureza, no funcionamento: não se trata de dois tipos de biblioteca, mas de um tipo que sofreu modificações insignificantes decorrentes de pe-quenas divergências de organização social.

Até à Renascença, as bibliotecas não estão à dis-posição dos profanos: são organismos mais ou menos sagrados, ou, pelo menos, religiosos, a que têm acesso apenas os que fazem parte de uma certa ‘ordem’, de um ‘corpo’ igualmente religioso ou sagrado. Nesse parti-cular, as sandálias macias do monge medieval repe-

tiam, no eco das abóbadas, o mesmo som ancestral dos sacerdotes sumerianos da biblioteca de Assurbanipal. O livro, a palavra escrita, era o mistério, o elemento carregado de poderes maléficos para os não-iniciados: cumpria manuseá-los com os conhecimentos exorcis-matórios indispensáveis.

Felizmente, o espírito científico é irrequieto e re-fratário às amarras que a História tenta lhe impor: o grande acontecimento medieval e que, de uma certa forma, decide dos destinos de toda a civilização, e, por conseqüência, dos destinos do livro, é a fundação das universidades. A biblioteca acompanhou, como não podia deixar de ser, a própria evolução social que é, a partir da Renascença, uma nítida e cada vez mais sólida laicização: assim como foram desaparecendo as monarquias de direito divino e as universidades; assim o livro perde o seu caráter de objeto sagrado e secreto para se transformar num instrumento de tra-balho posto ao alcance de todas as mãos.

A biblioteca da Faculdade de Direito da UFRGS tem em suas portas, hoje abertas, a lembrança viva de uma clausura “monástica” há poucos anos; em suas paredes, o lamento taciturno de desaparecimentos in-justificados de volumes; em seu ambiente, a respiração dorida do que pareciam ser os últimos esforços de um ancião que, interpelado pelo virginal ímpeto de curio-sidade dos que recém lhe conhecem, parecia estar sem condição de oferecer agasalho em sua sabedoria.

A mesma biblioteca recepcionou este calouro – um pouco menos experiente e três anos mais iludido do que o atual – com ares de promessa, como rece-be, anualmente, aqueles que lograram êxito no exame vestibular. A biblioteca exerce, também, o papel apazi-guador: trata-se de espaço privilegiado, de verdadeira imaginação, no sentido que lhe empresta Bachelard:

“A imaginação não é, como sugere a etimologia, a faculdade de formar imagens da realidade; é a facul-

dade de formar imagens que ultrapassam a realidade, que cantam a realidade. É uma faculdade de sobrehu-manidade. Um homem é um homem na proporção em

que é um super-homem. Deve-se definir um homem pelo conjunto das tendências que o impelem a ultra-

passar a humana condição”.

É neste sentido que o prédio da Faculdade de Di-reito, com o ar denso de tradição e cultura seculares, cuidou de abrigar em sua arquitetura o ambiente ade-quado para que todos os estudantes possam ser insig-nes jusfilósofos do seu próprio universo. Folheando as páginas amareladas do relicário, reúnem-se Savigny, Cujácio, Windscheid, Pothier, Teixeira de Freitas, To-bias Barreto e Pontes de Miranda, ao redor de quem os convida, emprestando toda a sua autoridade e se-gurança científica aos neófitos inseguros de quanto (não) sabem.

As recentes reformas pelas quais passou a biblio-teca da nossa Faculdade de Direito, devido à atua-ção diligente do Centro Acadêmico André da Rocha, traduzem o devido respeito ao depositário de uma memória indelével e a evidência insofismável de que História envolve mais do que pensamento: exige ação. Consubstancia a evidência concreta de que somos a História, produtos do passado e rodeados por ele, pelo que o questionamento retórico de Benedetto Croce se faz mais atual: como é possível dirigir-nos a uma nova vida sem partir do passado, sem estar “sobre” e “ao redor” dele? Quanto a mim, encontrei resposta sufi-ciente no segundo andar da “Casa do Velho André”.

* Acadêmico do xx ano/noite.

Bruno Leal*OPINIÃO

A Toga - Agosto de 20098

ENTREVISTA

Com o objetivo de trazer para o debate questões de grande interesse aos alunos da Faculdade, entrevis-tamos nesta edição do “A Toga” o Dr. Carlos Alber-to de Oliveira, presidente da Comissão de Estágios e Exame da Ordem da OAB/RS desde 2004 e membro da Comissão Nacional de Exame da Ordem. Carlos é graduado em 1982 pela Unisinos e atualmente le-ciona em diversas faculdades do Estado. Questionado por “A Toga”, ele se prontificou a esclarecer algumas questões sobre tais temas, e também a compartilhar um pouco de sua história como aluno e profissional do Direito.

A Toga - Qual a sua posição acerca da obrigatorieda-de do exame da ordem?

CAO – A OAB entende que a obrigatoriedade do exame da ordem se dá por sua contribuição sob diver-sos pontos de vista. O primeiro deles passa por uma visão de cidadania, quando outorga ao bacharel em direito uma credencial dada pelo exame da ordem. O exame acaba trazendo uma tranquilidade perante o ci-dadão. Prova disso é que quando o exame da ordem é questionado, sempre tem um respaldo muito grande, porque o cidadão entende que ele vem em proteção da cidadania, na medida em que acaba sendo um ele-mento avaliativo do bacharel em direito. Ele também tem um efeito colateral periférico, que é a medição dos cursos jurídicos, porque se sabe qual a faculdade que o egresso cursou. Pode-se, dessa forma avaliar as facul-dades de direito, o que na prática não traz muitas novi-dades, pois as boas faculdades têm bons resultados, as faculdades que a gente sabe que tem dificuldades têm maus resultados.

A Toga – O exame foca na parte de ensino, deixando de fora a pesquisa e extensão, que fazem parte do “tripé” da educação universitária. Como a OAB entende esse modo de avaliação?

CAO – O exame da ordem é composto de duas par-tes. Uma parte objetiva, que tem como conteúdo o eixo curricular obrigatório nos cursos jurídicos, definidos pelo MEC. Através dela, se pretende verificar a apre-ensão de um conteúdo mínimo e razoável advindo do curso jurídico, perpassando diversas disciplinas. São onze áreas do direito que procuram verificar a baga-gem jurídica do candidato. A prova prática, por sua vez, possui outra conotação, onde procura verificar a condição do bacharel de responder concretamente as demandas. Trata-se de uma demanda material, de um cliente, processual decorrente de um prazo, uma inti-mação, onde se verifica qual a capacidade desse bacha-rel de solucionar os problemas jurídicos numa prova discursiva, com consulta, como se tivesse atuando no dia-a-dia. Sobre a educação universitária, acreditamos que os três pilares do tripé [ensino, pesquisa e exten-são] convergem para a formação do conhecimento. Não sabemos, no entanto, como, numa prova com o perfil do exame da ordem, apreender essas outras pers-pectivas que somente são adquiridas com as atividades complementares, de extensão, de pesquisa e de prática. Me parece que elas convergem para a formação do ba-charel, e como estamos falando exatamente sobre ba-gagem jurídica, parece que quem tiver uma formação mais completa vai ser favorecido no momento de fazer a prova. Não sei se nós teríamos outra forma de con-seguir medir esse tipo de conhecimento. É, no entanto uma preocupação válida. Se, por ventura, os centros acadêmicos quiserem colaborar, nos dizendo como se-ria possível buscar uma avaliação mais completa do conhecimento, essa contribuição seria bem-vinda. São sugestões que nós poderíamos receber de bom grado para avaliar.

A Toga - O que o senhor pensa sobre o movimento nacional dos bacharéis em direito, que afirmam que é inconstitucional o exame da ordem?

CAO – Eu, particularmente, já estive em vários momentos com os representantes desse movimento em debates. Sempre digo que o movimento é válido e justo. Penso que temos que nos preocupar com a situ-ação de bacharéis que colocam toda uma expectativa financeira, emocional e familiar em um curso jurídi-co e depois não conseguem a aprovação no exame da

ordem, que é o primeiro passo da atividade jurídica. Achamos válida a inconformidade, mas me parece que ela está mal direcionada, que não deveria ser no exame da ordem. O exame da ordem existe por norma legal, uma lei federal. A questão da inconstitucionalidade é uma questão superada. A lei existe desde 1994, ou seja, há 15 anos. Nesse meio tempo, por diversos motivos, foi argüida a sua (in)constitucionalidade, e eu sempre repito a mesma coisa. Quem fala sobre a inconstitu-cionalidade é o judiciário, e o judiciário tem dito que a exigência é constitucional. O artigo constitucional que trata da liberdade das profissões, diz que é livre no ter-ritório brasileiro o exercício de profissões, nos termos definidos pela lei, e nós temos uma lei que diz que para a advocacia é necessário o exame da ordem e inscrição no quadro da OAB. Então, é nessa compreensão her-menêutica constitucional que os tribunais têm se va-lido para dizer que não é inconstitucional. Em relação ao movimento dos bacharéis contrários ao exame da ordem, eu vejo uma resignação natural de quem faz um curso jurídico e não obtém aprovação no exame. Creio que, nessa situação, cada um deve olhar para dentro de si mesmo. Sou professor universitário e vejo que grande parcela dos acadêmicos vão fazer figuração na faculdade. A banca paga, mas a banca cobra, quer dizer, você passa um semestre inteiro sentado olhan-do para o professor, não é capaz de fazer um trabalho, se envolver numa leitura, se envolver numa pesquisa. Quando se pede um desenvolvimento acadêmico não existe a resposta, e, obviamente, o conteúdo aprendi-do vai ser pequeno. Depois, na hora do exame, se olha pra trás e vê que ficou muito pouco. É uma situação complicada, mas no fim, a solução está em cada um. Não adianta fazer um curso mal feito e depois dizer que a OAB está exigindo algo que não poderia exigir. A lei existe, qualquer bacharel em direito sabe disso, qualquer candidato ao curso jurídico já deve saber de antemão que lá no final vai ter um exame na ordem; consequentemente ele tem que se preparar para isso.

A Toga – Quais as razões que o senhor atribui aos al-tos índices de reprovação?

CAO – A média de reprovação é alta, mas nós te-mos excelentes níveis de aprovação e grandes níveis de reprovação. A UNB aprovou 95%, a UFRGS 70%, a federal de Santa Maria, Pelotas, Rio Grande, por volta disso. Na outra ponta temos universidades particulares que aprovam 1%. O que acontece? Por que nós temos essa distância tão grande? Sei que o aluno da federal é um aluno privilegiado no sentido de que tem uma base intelectual que lhe permitiu passar num vestibular al-tamente competitivo. Via de regra é um aluno que tem possibilidade financeira ou disponibilidade de tempo pra fazer uma faculdade com foco acadêmico. No ou-tro lado existem uns que, com muito sacrifício, fazem uma faculdade de direito arrastada, estudando à noite, fazendo duas, três disciplinas por semestre por falta de condições financeiras de cursar a totalidade do curso. Consequentemente, o conhecimento apreendido no final do curso vai ser bem diferente entre um e outro. As realidades são diversas, mas na verdade, o exame se constitui num instrumento que busca um nível de co-nhecimento mediano. O resultado de algumas faculda-des é muito bom; a maioria é muito ruim. O discurso que ta no ar há muito tempo é aquele contra a mer-cantilização dos cursos jurídicos, contra a reprodução de cursos que não têm uma finalidade social. Existem cidades do Rio Grande do Sul que têm seis faculdades de direito; faculdades que têm dez, doze campi. Será que elas estão realmente procurando o desenvolvimen-to acadêmico ou estão para equilibrar o orçamento do curso? São muitas as verdades envolvidas nessa ques-tão, mas elas revelam, ao fim, esse quadro que a OAB há muitos anos combate, da abertura de imensuráveis cursos que não têm, na sua finalidade, aquela que é a maior de todas: uma finalidade social.

A Toga – E sobre as críticas à qualidade do exame, sobre o número de questões que vêm sendo anuladas, o que o senhor tem a dizer?

CAO – Sempre digo que qualquer instrumento ava-liativo é sujeito a críticas. Muitas vezes você se depara com uma prova muito mal elaborada, muito mal feita,

porque construir um elemento de avaliação não é nada simples. Tem que ter metodologia, clareza do que se quer buscar através desse elemento. O exame de ordem é um elemento avaliativo, e como tal, também sujeito a críticas. Nós sabemos disso, e estamos trabalhando muito no sentido de dotar o exame de um perfil filo-sófico, estudando o que se quer através dele buscar, em nível de conhecimento. A prova objetiva, por si só é uma prova controvertida. Sabe-se que provas objetivas podem conter, se não forem muito bem elaboradas, equívocos na sua elaboração. A OAB tem tido inter-namente, bastante debates acerca da prova. Temos tra-balhado muito no sentido de melhorar o perfil da pro-va da ordem. Sobre as anulações, problema nenhum. Muito pior seria não anular. Nós temos a honestidade de reconhecer os erros da prova. São 100 questões na prova objetiva e milhares de recursos. Quando perce-bemos que houve algum tipo de equívoco na formu-lação da questão, que induziu o candidato a erro, ou que poderia ter induzido a erro, nós vamos anular por uma questão de transparência, honestidade, compro-metimento com a verdade. E eu não vejo que isso seja demérito. Demérito seria não anular. Creio que é mui-to mais saudável crer que eventualmente possa se ter errado em algum momento, do que não dar ouvidos ao recurso. Claro que o nosso trabalho, o nosso esforço, é de evitar anulações, no sentido de que as questões se-jam o melhor possível.em termos de elaboração. Mas, de outro lado, não é impossível reconhecer que o di-reito é dinâmico, é dialético, é controvertido e muitas vezes somente no recurso é que vem aparecer algum defeito na formulação.

A Toga - Ano passado, no Rio Grande do Sul foi a pri-meira vez que se aplicou o exame unificado. Que obser-vações, positivas ou negativas, vocês já puderam retirar desse primeiro ano?

CAO – Existem vários pontos positivos, outros nem tanto, mas o ponto mais importante a ressaltar é que agora nós temos um instrumento avaliativo único no país.

O provimento da ordem 109/2005, que estipula as regras do exame, diz que deve haver uma prova ob-jetiva, uma prova prática e fixa as grandes balizas da prova, mas o conteúdo era desenvolvido por cada esta-do. Conseqüentemente, nós poderíamos ter uma prova mais rigorosa num estado, menos rigorosa no outro, e isso conduzia a resultados díspares. Hoje não. Hoje o bacharel em direito que faz exame no Amazonas faz o mesmo exame em Porto Alegre. Conseqüentemente, o resultado do exame é sólido, porque induzido por um único instrumento avaliativo. Esse é um ponto positi-vo, ou seja, o bacharel em direito que vai advogar em qualquer lugar do país tem a mesma exigência advoca-tícia no Brasil inteiro. Em segundo lugar, o Ministério da Educação passou a admitir o exame da ordem jun-tamente com o resultado do ENADE para a mesuração da qualidade dos cursos jurídicos. É um avanço nessa perspectiva.

A Toga - Há alguma possibilidade de que haja modi-ficações na estrutura da prova? Talvez com a entrada de uma prova oral?

CAO - Muitas vezes já ouvi falar em modificações, contudo não escuto qualquer comentário concreto nes-se sentido. Sou também da Comissão Nacional do Exa-me da Ordem, ou seja, no seio do Conselho Federal, e nós estamos realizando uma alteração no provimento virtual, mas isso não passa pela alteração das provas. Contudo, é claro que ela está sujeita a mudanças. In-clusive me parece saudável que exista essa preocupa-ção com o aperfeiçoamento da prova, porém não existe qualquer projeção de uma prova oral, por exemplo.

A Toga - De que maneira o senhor acredita que o exa-me da ordem influencia os que ainda estão nos bancos da faculdade?

CAO - Espero que influencie principalmente no sentido de que ele não curse a faculdade buscando a aprovação em determinada cadeira ou no semestre, mas curse no sentido de que ele busque uma bagagem jurídica. O aluno deverá buscar lógica e raciocínio ju-

Carlos Alberto de Oliveira, Presidente da Comissão de Estágio e Exame da Ordem da OAB/RS

A Toga - Agosto de 2009 9

rídico. Ele deve ter a sua bagagem cultural acrescida pelo curso, e não simplesmente passar por ele como se figurasse, e isso depende de envolvimento com o curso. O aluno tem que ler. Infelizmente, percebe-se que boa parte dos acadêmicos não lê, nem faz a menor questão de ler. Se não lê não pode ter qualquer pretensão na carreira jurídica, pois é da leitura que se desenvolverá toda a capacidade cognitiva, a capacidade de resolução de problemas. O que é o agente jurídico? É um indiví-duo com habilidade na resolução de problemas; o Di-reito é um instrumento para a resolução de problemas. Se espera um compromisso que vai alem da faculda-de. Em segundo lugar, esperamos que as faculdades também se aperfeiçoem. Não esqueço um debate que presenciei em que um juiz federal declarou que era no-tável a melhoria da advocacia após o exame da ordem. Antes era comum que as faculdade possuíssem duas cadeiras de prática jurídica. Hoje, existem faculdades com mais de seis cadeiras dessa espécie. Surgem novos laboratórios, novos serviços de assistência. É notável a preocupação dos gestores dos cursos de direito em relação ao exame da ordem e isso será uma mola pro-pulsora na melhorias destes cursos.

A Toga – O senhor acredita na opinião de algumas pessoas que dizem que o exame da ordem deve existir, mas que, em primeiro lugar deve haver uma reciclagem dos advogados mais antigos?

CAO - Consigo ver isso sob diversas óticas. Pri-meiramente é possível tirar uma lição filosófica muito valiosa: não devemos olhar a vida pelo retrovisor. Por-tanto, não se deve levar a sério essa discussão de pes-soas que dizem: “por que justo no meu ano surge um exame de ordem?”, ou então algumas pessoas que não poderão se aposentar como iriam. O exame da ordem, que antes era facultativo, passou a ser obrigatório por um motivo: o ensino superior de Direito estava ruim. Em segundo lugar, a norma que dá o direito de advo-cacia aos advogados é mais antiga que o exame da or-dem. Sendo assim, imagina o debate jurídico que iria se formar a partir de tal proposta. Obrigar os juristas que se formaram antes do exame da ordem a passar por qualquer espécie de seleção é uma afronta ao es-tatuto do direito adquirido. Em terceiro lugar, o mau profissional, seja porque cause mal a seu cliente, seja porque é desonesto, será punido pelo tribunal de ética da OAB, e este órgão tem uma atuação forte. Acredito que seja isso, enfim, não se pode olhar a realidade pelo retrovisor. Devemos ver as mudanças a partir de nossa realidade.

Montag é bombeiro em uma sociedade totalitária, um profissional que queima livros, todos eles, já que proibidos. Fiel a seus afazeres e, conseqüentemente, à lei que os condiciona, dedica-se à atividade incendi-ária sem questionamentos, pois assim lhe ensinaram a proceder. Tudo se modifica, no entanto, quando al-guém revolucionariamente lhe pergunta: por que age dessa forma? Desperto de uma vida moralmente não experienciada, preestabelecida pelas prescrições jurí-dicas totalizantes, Montag também se coloca fora de sua comunidade quando, em atividade tipicamente reflexiva, zetética, questiona: por que razões pode al-guém querer entender as razões da lei? Ora, pela na-tureza deste pensamento, acaba-se por questioná-la igualmente.

É esse, sucintamente, o eixo central da película Fahrenheit 451 (ING, 1966, 112 min.), de François Truffaut, adaptação cinematográfica do romance homônimo de Ray Bradbury. Obra marco acerca da alienação encoberta do dia-a-dia, da gênese social da esquizofrenia pela hipostasia do medo, enquadra-se em ciclo literário consagrado, do qual se destacam os livros 1984, de George Orwell, e O Processo, de Kafka, textos máximos sobre as tendências geradoras do co-munismo stalinista e do fascismo, mas, mais do que isso, de uma versão exacerbada desses, em que o Esta-do, além de excessivamente interventor e burocratiza-do, não necessita mais afirmar-se pela história.

Ora, a constante nas ficções supramencionadas é justamente a ausência de passado, de uma história pessoal ou política que se possa afigurar compreen-sível. Nelas, assim, a própria possibilidade da história se viu destruída. O protagonista de O Processo, K., se-quer tem um nome sonante identificável. Suas memó-rias são esparsas e confusas. K. não compreende, da mesma forma, parte alguma do processo contra si mo-vido, já que insondáveis e infindáveis os mecanismos burocráticos, distanciados do comum dos homens.

Montag, depois de questionar a lei e iniciar, clan-destinamente, a leitura de livros, a conhecer histó-rias de outros indivíduos e, portanto, a perceber que tem uma, pergunta a sua esposa, Linda, se lembra de quando se conheceram, no que ela, surpresa, respon-de negativamente. O único contato de Montag com a autoridade é através de suas instituições repressi-vas, e isso porque delas faz parte. No entanto, mes-mo sendo bombeiro, acha ridícula a suposição de que no passado esses profissionais apagassem incêndios, pois “casas foram sempre à prova de fogo”. A própria autoridade não mais sabe o que foi e, conseqüente-mente, o que é.

O mais significativo de todos, contudo, é Winston, de 1984, que, como primeiro ato de rebeldia contra a ordem que vê, mas não entende, começa a regis-trar a sua própria história! Enquanto o Estado ideal é marcado pelo equilíbrio entre uma lógica narrativa, que reconhece as pessoas, e uma lógica deliberativa, que restringe o campo dos destinos singulares e das

morais comunitárias, possibilitando, pela abstração e racionalidade, a construção de um futuro melhor com base no passado legado ao presente pela lógica nar-rativa, nos regimes fictícios (ou nem tanto) com os quais trabalhamos é manifesta a ausência daquela e, portanto, de uma concretude contextualizada que em-base as construções comunitárias abstratas.

Assim, compreendem-se os motivos para a rebeldia através da história, atitude principalmente necessária onde haja predominância de uma concepção infun-dada que a conceba como processo “científico” (seja dialético ou não) rumo a um futuro supostamente me-lhor. Negar o passado, considerá-lo sempre algo a ser evitado, ao contrário do futuro enquanto possibilidade eterna do novo, é atentar contra qualquer construção valorativa consuetudinária, alicerce necessário para a consolidação de regimes estáveis e justos, na medida em que garante harmonia entre o público e o priva-do, a deliberação e a tradição, o abstrato e o concreto e, dessa forma, o reconhecimento privado e singular dos valores públicos e coletivos, e vice-versa. Em um país sem identidade, portanto, é urgente o testamento que lega o passado, e não aquilo que, sem basear-se neste legado, constrói o futuro. É lastimável, por isso, o fato de no Brasil TODOS usarem a pior das visei-ras, a que impede a visualização e aproveitamento do passado, impossibilitadora de qualquer compreensão mútua entre o poder público e os sujeitos concreta-mente tomados.

Num país onde todos vêem, um ensaio sobre a viseira:Kafka, Orwell, Truffaut e a identidade brasileira

* Acadêmico do 3º ano/manhã.

Lucas Nascimento*

A Toga - Sobre a nova lei dos estágios, o senhor acre-dita que, até o presente momento, ela trouxe mais preju-ízos ou benefícios?

CAO - Vejo a nova lei dos estágios, ao menos no âmbito jurídico, como positiva. Em nossa área, temos o trabalho de estágio como um aperfeiçoamento aca-dêmico. A teoria deve ser aliada à prática. Buscamos um estágio que seja sério, de modo que aquele que busque um estágio pela OAB encontre um local sério que irá prover uma experiência na atuação jurídica. A lei possui o teor de que o estágio seja sério. Nesse senti-do estão as férias, reguladas pela nova lei. É impossível que alguém trabalhe e estude durante doze meses sem um descanso, que no caso do estagiário deve coincidir com a sua folga acadêmica. Portanto, segundo o nosso entendimento, a nova lei veio para fortalecer o está-gio.

A Toga - O senhor acha que as mudanças da lei foram suficientes ou ela poderia ter ido além?

CAO - Eu não sou um profundo conhecedor do tema, a ponto de poder fazer críticas a essa lei. Dentro de nossa comissão de estágios, acredito que ela esteja adequada. Acredito que ela faz jus aquilo que quere-mos.

A Toga - Algumas pessoas disseram que a nova lei iria diminuir o número de novos estágios. Qual a sua opinião?

CAO - Com a entrada da lei em vigor, talvez alguns postos de estágio realmente sejam suspensos. Princi-palmente, pelo motivo de que a lei deixa explícito que o não-cumprimento de algum de seus aspectos implica em penas. Certamente, isso traz certo receio àqueles que tomavam uma mão-de-obra estagiária.

A Toga - Quais os instrumentos que a comissão dis-põe para fiscalizar os postos de estágio?

CAO - Primeiramente, para que o estágio seja re-gularizado como um estágio da ordem, existem alguns requisitos: estrutura do escritório, a idoneidade de seus participantes, a capacidade de ter em seu escritório um estágio efetivo de advocacia. Depois, nós temos um ór-gão de acompanhamento escolar, para que seja supervi-sionado se o estagiário está freqüentando as aulas, está sendo aprovado em suas disciplinas. Também existe uma visita aos escritórios, de certa periodicidade a ser desenvolvida, feita por amostragem através de sorteio. Ano passado foi inaugurado uma central de estágios, que facilita o contato entre estagiário e empregador. O

acadêmico, desde que possua os requisitos, faz o seu cadastro, assim como o escritório que possua vagas, faz-se daí o contato entre os dois.

A Toga - Por que o senhor escolheu o Direito?CAO - Olha, o meu primeiro curso foi geologia. Mas

era movido por uma visão romântica, em um tempo em que o Brasil vivia a euforia de ter descoberto postos de petróleo. Isso me levou a acreditar que viveria em-baixo do solo, no meio da mata. Mas em toda minha trajetória escolar, gostei de matérias como literatura, história, geografia, português e detestava matemática, química e física. Qual não foi a minha surpresa quan-do eu cheguei na geologia e encontrei essas matérias como as principais. Estudei mais uns três semestres de geologia, um deles já concomitante com o Direito, quando abandonei o primeiro curso, passando de vez para a carreira jurídica, minha verdadeira formação. Tive, é claro, uma grande influência de meu pai, que é promotor de justiça. Portanto sempre participei desse universo jurídico. Hoje, realmente creio, que por mais que se possa ter dúvidas, seguimos sempre as nossas aptidões culturais.

A Toga - Qual era o seu perfil na faculdade?CAO - Nunca fui um CDF, extremado. Sempre fui

engajado, era muito envolvido com as coisas que fazia ou me propunha a fazer. Sempre procurei ser atuante, na faculdade não haveria de ser diferente.

A Toga - Qual o conselho o senhor daria aos bixos da nossa faculdade?

CAO - Uma orientação básica é a seguinte: o curso de direito exige engajamento. É preciso que o aluno se envolva. Não se pode aceitar esse pacto de mediocrida-de, onde os professores fazem de conta que dão aula e os alunos fazem de conta que aprendem. O estudo tem de ser efetivo. Se pudesse voltar à minha vida acadê-mica, uma de minhas atitudes seria valorizar mais as propedêuticas. Muitas vezes o aluno que curso Direito não se dá conta que as aulas que tem de Economia, So-ciologia e Filosofia serão a base para todo o seu ensino. Vai entender melhor o direito quem conseguir olhá-lo sobre a ótica dessas disciplinas. Outro fator é ler. Saber que não basta sentar e ouvir o professor em uma aula expositiva. Tem de se envolver, buscar bibliografia re-comendada, complementar com atividades e procurar grupos de pesquisa.

OPINIÃO

A Toga - Agosto de 200910

Kauê Ávila PetryLetizia CasarilLucas GavronskiLuiz Francisco Stefanello Maioli*

Semestre de grandes eventos na Casa do Velho André

* Acadêmicos do 5º ano/manhãSecretaria de Eventos Acadêmicos

Gestão Construindo o Caminho.

EVENTOS ACADÊMICOS

O primeiro semestre do ano foi de mui-ta movimentação e de altas discussões jurídicas em nossa faculdade. Tal afir-

mativa é corroborada pela quantidade e qualida-de dos eventos acadêmicos ocorridos, que pro-porcionaram aos estudantes da Casa do Velho André debates e palestras de grande relevância sobre diversos temas polêmicos do Direito. Não há dúvidas de que os grandes professores nacio-nais e estrangeiros que compareceram ao nosso Salão Nobre neste primeiro semestre deixaram grandes ensinamentos aos participantes.

Já no mês de março, nos dias 25 e 26, a Facul-dade abrigou debate sobre os rumos do Direito Privado no país com o ciclo de palestras Revisi-tando Pontes de Miranda 5 Anos após a Vigên-cia do Novo Código Civil, evento organizado em parceria entre o Centro Acadêmico André da Ro-cha e o Grupo de Pesquisa “A Arbitragem como Meio de Solução de Controvérsias”, coordenado pela Profª. Dra. Véra Jacob de Fradera.

Após dois instigantes workshops e exposições qualificadas de professores da Faculdade sobre a influência da obra ponteana nos variados ramos do Direito Privado, o evento foi fechado com chave de ouro pela brilhante palestra do Prof. Marcos Bernardes de Mello. Com sua simpatia e conhecimento, o Professor Emérito da UFAL e autor da célebre obra Teoria do Fato Jurídico encantou as mais de trezentas pessoas que esgo-taram as inscrições e lotaram o Salão Nobre nos dois dias do evento, o que demonstra seu indiscu-tível sucesso. Sucesso este que também deve ser atribuído à seleção privilegiada de professores da Casa que participaram do evento (Prof. Dr. Car-los Alberto Alvaro de Oliveira, Prof. Dr. Carlos Klein Zanini, Profª. Dra. Judith Martins-Costa, Prof. Norberto MacDonald, e Prof. Gustavo Hai-cal, além da coordenadora Prof.ª Dra. Véra Jacob de Fradera).

Em maio, dois eventos fizeram com que a Fa-culdade novamente se tornasse o centro das aten-ções do meio jurídico no Rio Grande do Sul. Nos dias 05 e 06, o Direito Penal foi objeto de relevan-tes debates no Ciclo de Debates sobre Dogmáti-ca e Política Criminal, evento organizado pelo CAAR, com grande colaboração do prof. Odone Sanguiné, onde foram abordados temas como a dogmática do crime culposo e o envolvimento entre teoria do delito e política. O evento foi rea-lizado em homenagem ao Prof. Dr. Eugênio Raul Zaffaroni, Ministro da Suprema Corte argentina e renomado estudioso do assunto, e contou com palestras do homenageado, do Dr. José Henrique Pierangeli e do Prof. Dr. Tupinambá Azevedo. Os palestrantes abordaram com muita profundida-de e sabedoria os temas propostos, levantando aspectos históricos e conduzindo a uma reflexão sobre o contexto atual do Direito Penal, trazendo grande proveito aos presentes.

Indo além na bem-sucedida iniciativa dos workshops, dessa vez eles contaram com a par-ticipação de graduandos integrantes de grupos de pesquisa da Faculdade relacionados aos temas do Ciclo, sob coordenação do Prof. Moysés da Fontoura Pinto Neto. Os workshops foram bas-tante elogiados, pois, de forma mais informal,

Casa cheia para ouvir o prof. Marcos Bernardes de Mello

proporcionam aos presentes uma introdução aos temas que seriam posteriormente abordados. Os alunos não iniciados na matéria puderam, assim, aproveitar melhor as palestras que se seguiram.

Como é já tradição do primeiro semestre, também ocorreram no mês de maio as Jornadas de Processo e Constituição, que brindou a Casa com a presença de grandes nomes do Processo Civil. Fruto de consolidada parceria entre CAAR, PPGD-UFRGS e o Curso de Especialização em Processo Civil, a quinta edição das Jornadas ho-menageou o Prof. Dr. Humberto Theodoro Jr., Professor Titular da UFMG e um dos doutrina-dores mais renomados e populares do país, autor de obras que são obrigatórias para qualquer ope-rador do Direito.

Para discutir as mais atuais polêmicas sobre o Processo Civil e a permanente busca pela sua aplicação em consonância com os princípios constitucionais, o professor homenageado uniu-se a outros conhecedores íntimos do tema (Prof. Dr. Fredie Didier Jr., Prof. Dr. Darci Ribeiro, Prof. Dr. Carlos Alberto Alvaro de Oliveira, Prof. Dr. Danilo Knijnik e Prof. Dr. Daniel Mitidiero). Novamente os workshops tiveram destaque, com a participação dos professores da Casa Eduardo Scarparo, Klaus Koplin e Artur Carpes, além dos graduandos integrantes do Grupo de Pesquisa em Processo Coletivo.

Também em maio, foi realizado a 2ª edição do Minicurso de Processo Penal. O evento, organi-zado pelo CAAR, proporcionou o debate sobre um de seus temas mais apaixonantes e instigan-tes: o Tribunal do Júri. Entre aulas com profes-sores como Mauro Fonseca Andrade e um de-bate entre reconhecidos estudiosos com vivência de Júri, o Minicurso teve como ponto alto o Júri Simulado, que arrebatou os presentes com uma grande participação dos alunos da turma de Pro-cesso Penal do Prof. Marco Aurélio Moreira de Oliveira.

Apesar da inegável qualidade de tais eventos, o melhor ainda estava por vir. Também em ju-nho, a ilustre presença do professor italiano Pa-olo Grossi foi o ápice do grande semestre acadê-mico que tivemos. Um dos maiores nomes em História do Direito da atualidade, o jurista de re-conhecimento internacional e membro da Corte Constitucional italiana foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela nossa Universi-dade em meio as Jornadas de Estudo promovidas em sua homenagem.

As Jornadas, coordenadas pela Profª. Dra. Ju-dith Martins-Costa com o apoio, entre outros, do PPGD-UFRGS e do CAAR, foi um enorme sucesso, propiciando o encontro de diversos professores, acadêmicos e autoridades do meio jurídico como há muito não se via na Casa do Velho André. O complexo tema da Codificação foi abordado com grande profundidade e sabe-doria pelos presentes, dentre os quais podem ser citados, entre tantos outros, os professores italia-nos Paolo Cappellini e Giovanni Cazzetta, o pro-fessor espanhol Jesús Vallejo e os professores da USP Gilberto Bercovici e Miguel Reale Jr., além dos presidentes do TJ/RS e da OAB/RS.

Além dos eventos programados para o próxi-mo semestre, com os quais se espera contribuir ainda mais com a formação dos estudantes de Direito da UFRGS, é importante lembrar que o segundo semestre é a vez de nós, graduandos, apresentarmos nossas pesquisas no Salão de Ini-ciação Científica da Faculdade. Não há dúvidas de que a participação de todos, apresentando suas pesquisas ou apoiando os colegas, demonstrará o diferencial dos alunos da Casa, que seguirão construindo o caminho de uma Faculdade cada vez mais voltada para a excelência acadêmica e para a busca de novos rumos para o Direito.

Abordando as facetas interdisciplina-res do Direito, neste livro François Ost, professor nas Facultés Univer-

sitaires Saint-Louis, Bruxelas, e presidente da Academia Européia de Teoria do Direito, tra-balha com a contemporânea corrente law and literature pela própria ótica da Literatura, ou seja, através de análise do Direito na Literatura (law in literature). Buscando entender os sig-nificados e significantes da esfera jurídica pelo estudo de como suas constantes e contingências são tratadas e/ou refletidas em grandes textos literários e utilizando-se de uma postura críti-co-filosófica que rejeita o formalismo e o mo-ralismo jurídico, o autor mergulha na tradição literária universal de modo a explicar como o simbólico nela implícito pode fornecer impor-tantes indicativos acerca da origem e do desti-no do Direito. Mais do que da convenção ou do fato, defende que o Direito nasce da narrativa. É perseguindo esse objetivo, na busca por ex-plicitar o direito contado e suas repercussões para a compreensão e vivência da justiça, para a própria conformação da identidade dos sujei-tos e possibilitação de uma esfera pública a par-tir da consolidação de um imaginário político comum, que escolhe como objetos de pesquisa a recepção da lei bíblica por Moisés, no monte

Sinai (‘No começo era a lei: o Sinai ou a lei ne-gociada’); a Oréstia, de Ésquilo, trilogia trágica que trata do surgimento do areópago, da subs-tituição do justiceiro (dikèphoros) pelo juiz (dikastès) e da transição do sistema vindicativo pela justiça enquanto instrumento da força pú-blica institucionalizada do tribunal (‘No come-ço era o juiz: a Oréstia ou a invenção da justiça’); a Antígona, de Sófocles, acerca dos conflitos entre as morais privada e pública, assim como sobre a relação entre o excesso (hybris) de for-ça público e a consciência privada do justo na destruição de qualquer ordem política, defesa máxima da moderação no trato daquilo que é comum (koinon) aos membros da comunidade (‘No começo era minha consciência: a Antígo-na de Sófocles: resistência, aporias jurídicas e paradoxos políticos’); Robinson, de Daniel De-foe, obra ímpar na exaltação e caracterização do mundo liberal contratualista, sobre a tensão entre a exigência religiosa puritana e o desejo de lucro, famosa pela figura de sua personagem principal, Robinson Crusoé, que ganhará pos-teriormente novas versões, com outros autores, versões essas também analisadas por François Ost, cada qual exemplificativa do panorâma moderno no qual foram escritas (‘No começo era meu direito: Robinson Crusoé e a apropria-ção do mundo’); a liberdade de Fausto, em suas variadas faces e paradoxos quando considerada em sua relação com a natureza do pacto con-

traido, nas mais diversas versões, escritas por diferentes autores desde o remoto século XVI (‘No começo era meu direito: o Pacto faustiano ou os avatares da liberdade’); e, por fim, a obra completa de Kafka, sobre a negação do Direito, a lei-esquizo (que não vige ou, caso sim, o faz apenas como afirmação de sua própria necessi-dade de existência), acerca do distanciamento, não-reconhecimento e separação total entre o direito e o justo (‘E no fim? Kafka ou o aquém da lei’).

A Toga - Agosto de 2009 11

Resenha - Contar a lei: as fontes do imaginário políticoLucas do Nascimento*

Tempo para nada

CULTURAL

FICHA TÉCNICAContar a lei:as fontes do imaginário políticoAutor: François OstEditora: UnisinosAno da 1ª edição: 2007

Siteshttp://www.un.org/law/avlSite da Biblioteca Audiovisual de Direito Internacional mantida pela Organização

das Nações Unidas. Contém um imenso banco de dados sobre Direito Internacional, di-vididos em três grandes partes: Historic Archives, onde podem ser encontrados materiais relacionados a grandes temas da área; Research Library, onde estão organizados links para os diversos bancos de dados de órgãos e tribunais internacionais, além de publica-ções oficiais e acadêmicas; e Lecture Series, onde é disponibilizada uma variada seleção de vídeo-aulas ministradas por alguns dos mais importantes doutrinadores de Direito Internacional, como o brasileiro Antonio Augusto Cançado Trindade, juiz da Corte In-ternacional de Justiça. O site está em língua inglesa, mas há vídeo-aulas também em francês e em espanhol.

www.lexml.gov.brPortal especializado em informação legislativa e jurídica, a rede de informações inau-

gurada disponibiliza leis, decretos, acórdãos, súmulas e projetos de lei das esferas federal, estadual e municipal, com o objetivo de criar uma rede que organize e integre tais infor-mações, facilitando o acesso dos interessados.

http://www.terciosampaioferrazjr.com.brSite pessoal do renomado prof. Tércio, ele se destaca por possuir vasta seleção de arti-

gos do professor, sobre os mais diversos temas jurídicos.

www.stf.jus.brSe você está acostumado a entrar no site do Supremo Tribunal Federal apenas para

pesquisar a jurisprudência mais recente, saiba que você está perdendo muito. O site con-tém uma seção de julgamentos históricos, onde são disponibilizados para download acór-dãos, separados por datas e eventos aos quais os julgados se referem. É possível encontrar nessa seção alguns processos de 1812 digitalizados, além de acórdãos com relação à Re-volução Federalista e à Revolta da Vacina, por exemplo. Ficou curioso? Entre em www.stf.jus.br > sobre o STF > conheça o STF > julgamentos históricos e conheça um pouco da história jurídica de nosso país.

www.bibliojuridica.comSite em espanhol com vários arquivos para baixar gratuitamente. Apresenta grande

acervo jurídico. Contém também indicação de outros sites para baixar material da área jurídica.

O tempo passa desapercebidoO presente insensível e irremediável

Vira passado para sempre

Os momentos são roubados pelas fotografiasQue zombam dos homens desatentos

Porque retratam para sempreO que eles nunca mais terão

O tempo morre e o relógio é seu algozCom sua voz sussurrante nos pressiona

Lembrando-nos que o tempo se esvaiUm tic a cada segundo que foiUm tac a cada segundo que vai

Apressados passam os anosOs homens vivem sem perceber

Morrem, nascem e tornam a morrerCumprindo esses ciclos estranhos

Sem perceber que no passar dos anosNada muda de verdade

Mas o tempo continua a passarE através dos anos nós estamos

Cada vez mais apressadosPara que tudo possa ser feitoSem atraso e na hora exata

Assim quem sabe sobra um pouco de tempoPara podermos não fazer nada

Gabriel Aquino*

* Acadêmico do 1º ano/noite.

* Acadêmico do 3º ano/manhã.

Copa do Direito 2009Vitor Lima*

* Secretário de esportes

Campeões:Preibas/Chubergs

Vice-campeões:Estudiantes

Foi realizada nos meses de maio e junho a Copa do Direito 2009, que contou com a participação de oito equipes formados

por atuais e antigos alunos da Faculdade: Advo-calcio (1M), Diretoria (4 e 5M), Estudiantes de Derecho (3N), Exército Chinês (formados), Jo-hnnie Lawyer (4M e N), La Barca (5N), Preibas/Chubergs (formados), e Tapetão (formados). Todos os jogos da edição deste ano aconteceram nas quadras da HD Sport Center Farrapos, local tradicionalmente utilizado para as competicões futebolísticas da Faculdade.

Além do incentivo à prática esportiva e ao espírito de competitividade, a Copa do Direito promove a confraternização entre atuais e anti-gos membros da Faculdade e a integração entre os atletas e os fiéis torcedores, que acompanha-ram no frio e no calor os desempenhos de suas esquadras.

Diferentemente do tradicional Direitão, em que a primeira fase é disputada no sistema “todos contra todos”, na primeira fase da Copa os oito times parti-cipantes foram divididos por sorteio em dois grupos de quatro equipes. No grupo 1 estavam a equipe Prei-bas/Chubergs, campeã do Direitão 2008, como cabe-ça de chave; Exército Chinês; Estudiantes e Tapetão. No grupo 2, La Barca, campeã da Copa do Direito 2008 e vice-campeã do Direitão 2008, como cabeça de chave; Diretoria; Johnnie Lawyer e Advocalcio.

Os dois melhores classificados em cada gru-po avançaram para a segunda fase, realizada no molde “mata-mata”, no qual semifinal e final foram disputadas em jogos de ida e volta. Em quatro partidas muito disputadas, Estudiantes e Preibas/Chubergs mostraram mais força, dei-xando para trás, respectivamente, Diretoria e Exército Chinês.

A final entre Preibas/Chubergs, equipe for-mada da fusão de dois times de antigos alunos que juntos somam oito títulos do Direitão, e Estudiantes, vice-campeão da Copa do Direito 2008 e única equipe até então invicta na Copa do Direito 2009, foi eletrizante. No primeiro jogo, em que ambas as equipes demonstraram um futebol de muita marcação e aplicação tá-tica, houve a vitória do Preibas/Chubergs pelo placar de 2 a 1. Tal resultado fez com que o Es-tudiantes realizasse um segundo jodo de muita ofensividade, jogando-se ao ataque para con-seguir a vitória que lhe daria o título, mas não conseguiu superar a forte equipe do Preibas/Chubergs, que segurou o empate em 6 a 6 e sa-grou-se campeã da Copa do Direito 2009.

Além da festa dos campeões, o encerramen-to do torneio contou também com um churras-co comemorativo oferecido pela organização aos atletas e torcedores presentes, repetindo o que já havia sido realizado na abertura da com-petição.

O CAAR e a Secretaria de Esportes parabe-niza a equipe campeã pelo título conquistado e agradece às demais equipes e torcedores que fizeram parte deste grande evento esportivo. Desde já, convocamos todos os interessados a participarem do Direitão 2009, que promete ainda mais emoção!