portfólio de zoologia

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BIOLOGIA E GEOLOGIA PORTFÓLIO DE ZOOLOGIA Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Docente: Jorge Ventura Discente: LUÍS SAMPAIO Nº 33706;

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Portfólio realizado para a cadeira de Zoologia abordando diferentes temas

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Page 1: Portfólio de zoologia

BIOLOGIA

E

GEOLOGIA PORTFÓLIO DE ZOOLOGIA

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Docente: Jorge Ventura Discente: LUÍS SAMPAIO Nº 33706;

Page 2: Portfólio de zoologia

2

Índice Classificação Taxonómica .............................................................................................................. 3

Acontecimentos biológicos ao longo do tempo geológico ........................................................... 4

Ciclo de Vida da Leishmania .......................................................................................................... 8

Ciclo de vida do Trypanosoma cruzi ............................................................................................ 10

Pesquisa sobre Plasmodium ........................................................................................................ 12

Toxoplasma gondii ...................................................................................................................... 14

Ciclo de vida da Fascíola hepática ............................................................................................... 16

Ciclo de vida de Schistosoma mansoni ....................................................................................... 18

Pesquisa sobre a Taenia Solium .................................................................................................. 19

Ciclo de vida do Echinococcus granulosus .................................................................................. 21

Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides ......................................................................................... 23

Ciclo de vida do Aquilostoma Duodenal ..................................................................................... 25

Ciclo de vida de Wuchereria bancrofti ........................................................................................ 26

Ciclo de vida do Nemátodo do pinheiro...................................................................................... 28

Porque são os artrópodes um Filo tão abundante e diversificado? ........................................... 30

Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 32

Page 3: Portfólio de zoologia

3

Classificação Taxonómica

Tigre

Domínio: Eukaryota

Reino: Animalia

Subreino: Metazoa

Filo: Chordata

Subfilo: Vertebrata

Infrafilo: Gnathostomata

Superclasse: Tetrapoda

Classe: Mammalia

Subclasse: Theria

Infraclasse: Placentalia

Superordem: Laurasiatheria

Ordem: Carnivora

Superfamília: Feloidea

Família: Felidae

Subfamília: Pantherinae

Género: Panthera

Espécie: Panthera tigris

Foto retirada de: http://www.maisonscoutederoly.be/totemoscope.htm

Page 4: Portfólio de zoologia

4

Acontecimentos biológicos ao longo do tempo geológico Esquemas representativos de acontecimentos biológicos, ao longo do tempo

Geológico.

Retirado de

:http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/581/imagens/escala_tempo_

geol.jpg

Page 5: Portfólio de zoologia

5

Retirado de : http://www.nzetc.org/tm/scholarly/Bio10Tuat02-fig-Bio10Tuat02_P001a.html

Page 6: Portfólio de zoologia

6

Eras geológicas são divisões da escala de tempo geológico que podem ser

subdivididos em períodos a fim de se conhecer a longa vida do planeta. As eras são

caracterizadas pelas formas em que os continentes e os oceanos se distribuíam e os

seres viventes que neles se encontravam.

ERA PERÍODO / INÍCIO

ÉPOCA PRINCIPAIS EVENTOS

CENOZÓICA

Quaternário1,8 milhões de anos

Holocénico (recente)

- "Era do Homem". O homem torna-se a forma de vida dominante sobre a Terra. - Estabilização do clima.

Pleistocénico

- Glaciações mais recentes. - Domínio dos mamíferos de grande porte. - Evolução do homo sapiens

Terciário 65 milhões de anos

Pliocénico

- Avanço dos glaciares. - A vegetação é dominada pelos campos e savanas. - Aparecimento de mamíferos ruminantes.

Miocénico

- Formação de grandes campos. - Mudanças climáticas levam a formação da calote polar Antártica.

Oligocénico

- Aparecimento de elefantes e cavalos. - Aparecimento de vários tipos de gramíneas.

Eocénico - Surgimentos da maior parte das ordens de mamíferos.

Paleocénico - Domínio dos mamíferos de porte pequeno a médio.

MESOZÓICA

Cretácico 146 milhões de anos

- Primeiras plantas com flores, grupos modernos de insectos, pássaros e mamíferos.

Jurássico 208 milhões de anos

- Pterossauros e primeiros pássaros. - Dinossauros vagueiam pela Terra.

Triássico 245 milhões de anos

- Primeira aparição dos dinossauros.

PALEOZÓICA

Pérmico 286 milhões de anos

- Primeiro grande evento de extinção em massa. - Formação do supercontinente Pangea.

Carboníco 360 milhões de

- Formação das enormes florestas de pteridófitas (samambaias) e o

Page 7: Portfólio de zoologia

7

anos registro das primeiras gimnospermas (espécies com sementes).

Devónico 410 milhões de anos

- Aparecimento dos primeiros vertebrados terrestres, primeiros artrópodes terrestres, incluindo os insetos e as aranhas; - Expansão dos diversos tipos de corais; - Diversificação dos peixes.

Sílurico 440 milhões de anos

- Estabilização do clima. - Derretimento do gelo glaciar, elevação dos níveis dos oceanos. - Evolução dos peixes. Aparecimento dos peixes com mandíbulas; - Primeiras evidências de vida no meio terrestre, incluindo alguns parentes das aranhas e das centopéias, além das primeiras plantas vasculares.

Ordovícico 505 milhões de anos

- É conhecido pela ocorrência de invertebrados marinhos diversos.

Câmbrico 544 milhões de anos

- Segundo registros fósseis, este período marca o aparecimento da maioria dos grupos principais de animais.

PROTEROZÓICA 2,5 bilhões de anos

- A formação das terras continentais se estabiliza; - Registro dos primeiros fósseis de organismos unicelulares; - Primeira evidência de oxigênio na atmosfera.

ARCAICO 3,8 bilhões de anos

- Formação de 70% das massas dos continentes; - Aparecimento dos primeiros organismos vivos anaeróbicos, isto é, utilizam metano ou hidrogénio no metabolismo, em vez de oxigénio.

HADEANA Não é um período geológico. Não existem rochas na Terra, tão antigas.

4,5 bilhões de anos

- Formação do Sistema Solar. - Solidificação da crosta terrestre

Adaptado de:

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/geografia/geografia_geral/formac

ao_da_terra/eras_geologicas

Page 8: Portfólio de zoologia

8

Ciclo de Vida da Leishmania

As leishmanioses são um grupo de doenças infecciosas parasitárias que

afectam pessoas e animais domésticos e silvestres, em todo o Mundo. São causadas

por protozoários (seres unicelulares) do género Leishmania. A infecção é transmitida

por insectos chamados flebótomos (vulgar e erradamente referidos como mosquitos).

A infecção canina é muito frequente em cães em várias regiões geográficas

principalmente nos países da Bacia Mediterrânica e da América do Sul. Os cães

infectados funcionam como principal hospedeiro e reservatório

doméstico/peridoméstico nas áreas endémicas de leishmaniose visceral. Os cães

infectados por Leishmania podem não revelar sinais da doença -portadores

assintomáticos e serem infectantes para os flebótomos – isto é, podem infectar os

insectos mesmo não apresentando sintomas, até porque alguns cães aparentam não

estar doentes ou rarissimamente não desenvolvem a doença. A infecção no cão pode

manter-se indetectável por longos períodos de tempo, podendo ir de meses até anos

(1).

As Leishmanioses Humanas podem ser classificadas em 3 formas de acordo

com as manifestações clínicas que causam (1):

Leishmaniose Cutânea (LC),

Leishmaniose Mucocutânea (LMC)

Leishmaniose Visceral (LV).

Só as fêmeas destes insectos é que são hematófagas - picam os animais para

se alimentarem do seu sangue. As fêmeas dos flebótomos, após se alimentarem em

cães infectados, desenvolvem e mantêm umas formas do parasita, alongadas e com

flagelo (forma promastigota) no seu tubo digestivo e regurgitam-nas aquando da

refeição de sangue num outro cão, infectando-o (2). E termina aqui o ciclo (Figura 3).

O mosquito não passa de um hospedeiro intermediário que, ao picar este vertebrado

doente servirá de veículo do parasita a outro ser (sadio) que vier a picar e assim

sucessivamente. Sem o mosquito não haverá o ciclo. Por isso, o contacto de um cão

contaminado (Figura 1) com um sadio ou o simples contacto do cão com o homem

não constituem qualquer perigo de contágio da doença como frequentemente se

pensa. O contágio cão-cão só poderia ocorrer se se usasse a mesma agulha de

vacinação num infectado e noutro não infectado, por exemplo (1).

Page 9: Portfólio de zoologia

9

No caso da Leishmaniose tegumentar, surge uma pequena elevação

avermelhada na pele que vai aumentando até se tornar uma ferida que pode estar

recoberta por crosta ou secreção purulenta (Figura 2).

A Leishmaniose Visceral no Homem, também conhecida como “Kala Azar”,

afecta principalmente as crianças até aos 4 anos de idade, causando febre irregular,

perda de peso, anemia, e aumento do volume do baço e do fígado. Caso não seja

tratada, é fatal. No entanto, o tratamento é eficaz e usualmente permite a cura

definitiva. A única excepção aplica-se a doentes com imunodeficiência grave (1).

Em Portugal, felizmente, a expressão da Leishmaniose Humana não é tão

exuberante como a Leishmaniose Canina. O número de casos reportados anualmente

à Direcção-Geral da Saúde tem-se mantido nos últimos anos, em cerca de 15 casos

por ano (1).

Considera-se que o ciclo zoonótico de transmissão tenha uma importância

epidemiológica significativa, ou seja, que o cão como reservatório natural da doença,

tenha um papel relevante na disseminação e manutenção da infecção humana (1).

O período de incubação, isto é, desde a picada do mosquito até ao

aparecimento dos primeiros sintomas da doença é muito variável e isso também

dificulta o diagnóstico - de 10 a 25 dias, podendo chegar a um ano ou mais (1).

Figura 1 e 2 – Feridas causadas pela leishmaniose tegumentar ou cutânea, tanto no cão (foto

à esquerda) como no Homem à direita;

Retirado de:

Foto 1:http://ajudar-animais.blogspot.com/2010_04_01_archive.html;

Foto 2:http://biosalecionario.blogspot.com/2010/10/leishmaniose_26.html;

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Figura 3 – Ciclo de Vida da Leishmania. Retirado de : http://inovabrasil.blogspot.com/2010/10/cell-homeostasis-in-leishmania-major.html

Ciclo de vida do Trypanosoma cruzi

O parasita protozoário, Trypanosoma cruzi (Figura 5), causa a doeça de

Chagas, uma doença parasitária que pode ser transmitida aos humanos pelas fezes

do insecto triatoma (3).

Os insectos triatoma, Triatoma infestans (Figura 4), são um vector de

infectação pois ao picar e sugar o sangue vão libertar fezes para junto da ferida. Estas

fezes estão contaminadas por tripomastigotas que vão entrar no hospedeiro através

da ferida ou então através de membranas intactas da mucosa, como a conjuntivo (3).

Page 11: Portfólio de zoologia

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Da mesma forma que outros tripanossomas, este tem uma forma

tripomastigota e uma forma epimastigota, tendo também nos tecidos uma forma

amastigota, não flagelada, semelhante às leishmanias.

Alimenta-se de sangue, mas a transmissão não se dá pelas glândulas salivares

como nos outros casos: tem um reflexo gastro-cólico muito vivo, que faz com que,

enquanto de alimenta, defeque eliminando as formas infectantes, tripomastigotas

(Figura 6).

A picada em si causa prurido. A própria pessoa vai coçar a lesão e inocular os

tripomastigotas na corrente sanguínea, que vão para os tecidos e transformam-se em

amastigotas, onde se multiplicam e invadem. Passado algum tempo, estas formas

entram de novo na corrente sanguínea e vão transformar-se em tripomastigotas. Um

triatomídio não infectado, ao picar alguém que tenha a doença de Chagas, aspira

estas formas tripomastigotas, no seu intestino tansformam-se em epimastigotas, e de

novo em tripomastigotas infectantes (3).

Figura 4 e 5 – Triatoma infestans(à esquerda), vector responsável pela proliferação

do parasita protozoário, Trypanosoma cruzi (à direita), causador a doença de Chagas;

Retirado de: Foto 4: http://www.servidorpublico.net/noticias/2006/06/09/brasil-elimina-transmissao-da-doenca-de-chagas-pelo-triatoma-infestans; Foto 5: http://polegaropositor.com.br/tag/historia-da-ciencia/page/3/

Page 12: Portfólio de zoologia

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Figura 6- Ciclo de vida do Trypanosoma Cruzi.

Retirado de: http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/hTML/Frames/S-

Z/TrypanosomiasisAmerican/body_TrypanosomiasisAmerican_Page1.htm

Pesquisa sobre Plasmodium

Protozoário causador da malária (Figura 7). A doença é transmitida pelos

mosquitos do gênero Anopheles (Figura 8) e ocorre principalmente nas zonas

equatoriais e tropicais do globo, sendo considerada a doença parasitária de maior

letalidade mundial. Existem quase 100 espécies de plasmódios, porém aquelas que

habitualmente parasitam o homem são quatro: P. falciparum, P. malariae, P. vivax,P.

ovale (4).

Os parasitas da malária são transmitidos de uma pessoa para outra através do

mosquito fêmea. Os machos não transmitem a doença, pois alimentam-se somente

de fluidos vegetais (5).

Existem cerca de 380 espécies de mosquito, mas apenas 60 ou assim são

capazes de transmitir o parasita. Como todos os outros mosquitos,os Anopheles

são criados na água, cada espécie tendo os seus locais de criação preferidos, padrões

de alimentação e locais de descanso. A sua sensibilidade aos inseticidas também

é altamente variável (5).

Page 13: Portfólio de zoologia

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Figura 7 e 8 – Protozoário responsável pela malária (neste caso Pasmodium Vivax) à esquerda, e mosquito responsável pela sua propagação (à direita); Retirado de: Foto 7: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plasmodium; Foto 8: http://www.microbiologybytes.com/introduction/Malaria.html;

Os protozoários do gênero Plasmodium apresentam diferentes formas ao longo

do seu ciclo de vida. Na generalidade seguem o seguinte ciclo (Figura 9) (6):

Os plasmódios são inoculados diretamente na corrente sanguínea do homem

quando um mosquito Anopheles infectado pica a pessoa;

Ao picar, o mosquito inocula na corrente sanguínea formas esporozoítas

do Plasmodium que estavam em suas glândulas salivares;

Uma vez no corpo humano, os esporozoítas deixam a corrente sanguínea e

invadem as células do fígado, onde se multiplicam e passam por diferentes

formas até se tornarem merozoítos;

As células do fígado rompem e liberam os merozoítos. Alguns são destruídos,

enquanto outros invadem as hemácias;

No interior das hemácias, novas transformações... os protozoários passam

pelas fases de trofozoíta, esquizontee novamente se tornam merozoítas.

Esse ciclo se repete em intervalos regulares: de 36 a 48h para P. falciparum,

48h para P. vivax e P. ovale ou 72h para P. malariae. Esses intervalos estão

diretamente relacionados com os acessos febris regulares característicos para

cada forma de malária;

Depois de algum tempo de infecção, aparecem no interior das hemácias

formas que não se dividem mais: são os gametócitos. Ao sugar o sangue de

uma pessoa infectada os mosquitos podem ingerir os gametócitos, dando

continuidade ao ciclo do Plasmodium.

Page 14: Portfólio de zoologia

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Figura 9- Ciclo de vida do Plasmodium spp. Retirado de : http://fpslivroaberto.blogspot.com/2010/01/parasitas-plasmodium-spp-e-malaria.html

Toxoplasma gondii

Confundido com Leishmania no passado, o Toxoplasma gondii (Figura 10)

é um parasita protozoário apicomplexo bastante pequeno, cujo tamanho corresponde

à metade do diâmetro de uma hemácia, com um formato arqueado e alongado. A

forma do parasita é semelhante à amastigota da Leishmania (7).

O T. gondii tém mais de 100 hospedeiros naturais homeotermos entre aves e

mamíferos. No homem, ele pode ser encontrado em qualquer célula nucleada dentro

de vacúolos e não disperso no citoplasma, sendo que a afinidade maior é por células

do sistema fagocítico mononuclear (7).

O Toxoplasma gondii (Nicolle e Manceaux, 1909) é um protozoário com

distribuição geográfica mundial, com prevalência bastante alta: cerca de 40% ou mais

de uma população pode apresentar sorologia positiva. Deve-se esclarecer, entretanto,

Page 15: Portfólio de zoologia

15

que a grande maioria é apenas uma infecção assintomática, raras vezes ocorrendo

doença. Nos casos de doença pode haver alterações graves, tais como cegueira,

aborto, retardamento mental da criança, etc; o que justifica o seu estudo. O gato é

hospedeiro definitivo, sendo o homem, os mamíferos em geral e as aves os

hospedeiros intermediários ou incompletos. As formas evolutivas infectantes são:

taquizoítos, cistos e oocistos(8).

Nos hospedeiros definitivos, sendo o principal representante o gato,

o T.gondii realiza os ciclos sexuado e assexuado. O homem assume a posição de

hospedeiro intermediário (7).

A reprodução assexuada se dá por endogenia ou esquizogônia, ou seja, dentro

da célula primitiva formam-se dois complexos apicais, dois núcleos e finalmente, duas

células filhas. Ao processo de formação de duas células filhas dá-se o nome de

endodigenia, enquanto que o processo de formação de mais de duas células filhas é

chamado de endopoligenia (7).

Há formação completa da célula filha dentro da célula mãe e não há uma célula

que se divida em duas, como ocorre na bipartição. As células filhas são chamadas

endozoítas e aquelas que se reproduzem rapidamente são chamados de taquizoítos

(7).

Os taquizoítas predominam no início da infecção, enquanto os bradizoítas o

fazem no decorrer da infecção. Após o rompimento da célula hospedeira, os

taquizoítos invadem outras células vizinhas e são arrastados pela corrente sanguínea

e se distribuem pelo corpo (7).

Figura 10- Imagem do

Toxoplasma gondii, parasita

protozoário apicomplexo.

Retirado de:

http://scienceblogs.com/afarensi

s/2006/08/04/the_effect_of_toxo

plasma_gondi/

Page 16: Portfólio de zoologia

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Figura 11 – Ciclo de vida do Toxoplasma gondii e dos intermediários. Retirado de: http://www.antimicrobe.org/Lifecycle/b130lc.asp

Ciclo de vida da Fascíola hepática

A fasciolose é uma doença causada por um Tremátode helminta - a Fascíola

hepática (Figura 12), um parasita que se instala nos ductos biliares de diferentes

espécies (ruminantes, cavalos e humanos) (9).

Figura 12 – Foto de uma Fascíola hepática. Retirado de: http://people.emich.edu/kmcgowa4/newpagefasciola.html

Page 17: Portfólio de zoologia

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Os ovos imaturos são libertados no ducto biliar e nas fezes . Os ovos tornam-

se embrionários da água e destes libertam-se os miracídios que invadem umas

espécies específicas de caracol que são os hospedeiros . Estas espécies

intermediárias incluem os géneros Galba, Fossaria e Pseudosuccinea (Figura 13).

No caracol os parasitas vão sofrer várias fases de desenvolvimento

(esporocisto , rédia e cercária ). As cercárias são libertadas do caracol e vão

enquistar na vegetação aquática e outras superfícies sob a forma de metacercárias.

Os mamíferos adquirem a infecção ao comer a vegetação , como o agrião,

que contém as metacercárias.

Após a ingestão o metacercário enquista-se no duodeno e migra através da

parede intestinal, da cavidade peritoneal e do parênquima hepático nos ductos biliares

onde se vão desenvolver até chegarem á fase adulta .

Nos seres humanos, maturação de metacercárias em adultos flukes leva

aproximadamente 3 a 4 meses. O trematodo adulto (Fasciola hepatica: até 30 mm por

13 mm; F. gigantica: até 75 mm) reside nos grandes ductos biliares dos mamíferos.

Fasciola hepatica infecta várias espécies animais, principalmente herbívoros (10).

Figura 13 – Ciclo da Fascíola hepática. Retirado de: http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Fascioliasis.htm

Page 18: Portfólio de zoologia

18

Ciclo de vida de Schistosoma mansoni

A esquitossomose, doença provocada pelo agente patológico Schistosoma

mansoni, teve sua provável origem nas bacias de dois importantes rios, o Nilo na

África e no Yangtze na Ásia. Tudo indica que sua história é bastante antiga já que

existem relatos de ovos de Schistosoma sp. em vísceras de múmias egípcias de

idade aproximada a 1.250 a.C (11).

Os ovos são eliminados com as fezes ou urina (Figura 16). Em

condições ideais a eclosão dos ovos e libertam miracídios,

que nadam e penetram moluscos hospedeiros intermédios específicos. Os estágios

dentro do molusco incluem duas gerações de esporocistos e a

produção de cercárias. Após a liberação do caramujo, as cercárias

infectantes nadam, penetram na pele do hospedeiro humano, e perdem a sua cauda

bifurcada. Depois de perderam a cauda migram através diversos tecidos

e estágios para sua alojando-se nas veias. Os vermes adultos nos seres

humanos residem no vênulas mesentéricas em várias localizações, que às vezes

parecem ser específicas para cada espécie. Por exemplo, o S. japonicum é mais

freqüentemente encontrada nas veias mesentérica superior de drenagem do intestino

delgado, e S. mansoni ocorre mais freqüentemente na veia mesentérica superior de

drenagem do intestino grosso. No entanto, ambas as espécies podem ocupar uma ou

outra posição, e eles são capazes de se mover entre os lugares, por isso não

é possível afirmar categoricamente que uma espécie só ocorre em um único local. S.

Figura 15- Imagem de um Schistosoma

mansoni, agente patológico responsável pela

esquitossomose.

Retirado de :

http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrar

y/s-

z/schistosomiasis/body_Schistosomiasis_il7.h

tm

Page 19: Portfólio de zoologia

19

haematobium ocorre mais freqüentemente no plexo venoso da bexiga, mas também

pode ser encontrado em vênulas retais (12).

As fêmeas (tamanho de 7 a 20 mm, macho um pouco menor) depositam

ovos em pequenas vênulas dos sistemas portal e perivesical.

Os ovos são movidos progressivamente para o lúmen do intestino (S. mansoni e S.

japonicum) da bexiga e ureteres (S. haematobium), e são eliminados com as fezes

ou urina, respectivamente (12).

Pesquisa sobre a Taenia Solium

"Ténia" é o nome comum dado aos vermes platelmintes das

ordens Pseudophilidae e Ciclophylidae, que pertencem à classe Cestoda, que inclui

vermes parasitas de diversos animais, inclusive do homem. A Taenia solium e

a Taenia saginata são as mais conhecidas por parasitarem o intestino delgado do

homem. Os seus hospedeiros intermediários são o porco, no caso da Taenia solium

(Figura 17), o boi no caso da Taenia saginata e os peixes no caso do Diphyllobothrium

latum. Além de ser o hospedeiro definitivo, quando tem o lúmen do intestino

Figura 16 – Ciclo de vida do Schistosoma mansoni. Retirado de: http://p-i-g.org.uk/research/Schistosomiasis/Introduction/;

Page 20: Portfólio de zoologia

20

parasitado, (de forma quase sempre benigna) causando a doença Teníase, o homem,

também pode se tornar hospedeiro intermediário sendo acometido por uma doença

mais grave, a Cisticercose. Entre as tênias existentes quatro têm o homem

como hospedeiro definitivo, são elas a Taenia solium, Taenia saginata, Taenia

asiatica e Diphyllobothrium latum (13).

A Taenia solium (Figura 18) adulta vive no intestino delgado do homem e

possui o corpo alongado, delgado e chato, podendo ser dividido em: cabeça ou

escólex, colo e estróbilos ou proglótides. A cabeça é a porção anterior destinada à

fixação do hospedeiro e possui, para esse efeito, quatro ventosas e uma dupla coroa

de ganchos. O pescoço ou colo é a região em que são produzidos novos anéis por

estrobilização. O corpo é constituído por uma série de anéis -proglótides- que são

divididos em imaturos, maduros e, no final, grávidos. O homem que possui teníase ou

solitária, como também é chamada a doença causada pela presença desse animal no

intestino, libera cerca de 40.000 ovos fecundados por anel eliminado nas fezes. Esses

ovos contêm embriões denominados oncosfera (13).

O porco, hospedeiro intermediário, ingere os ovos que, ao chegarem

no intestino, liberam a oncosfera. A oncosfera entra na corrente sanguínea e se aloja

em alguns tecidos do animal. Nesses locais, evolui para um estágio larval, chamado

cisticerco (13).

A carne de porco mal passada é a origem da infecção com T. solium. O

homem se torna hospedeiro definitivo do animal quando ingere carne de porco crua ou

malcozida contendo cisticercos. Ao ingerir ovos da ténia em vez de cisticercos, o

homem passa a ser hospedeiro intermediário. Quando os ovos sofrem maturação e se

tornam cisticercos num organismo humano, podem causar deficiência visual, fraqueza

muscular e/ou epilepsia, dependendo do local onde se alojam. Essa doença é

chamada cisticercose e é mais grave que a teníase (13).

Figura 17 – Fotografia de uma Taenia solium adulta

retirada do intestino delgado de um humano.

Retirada

de:http://biologiafilo.blogspot.com/2010_09_01_archive.ht

ml

Page 21: Portfólio de zoologia

21

Ciclo de vida do Echinococcus granulosus

A hidatidose é uma infecção causada pela forma larval do cestóide

Echinococcus granulosus (Figura 19). Para completar seu ciclo biológico este cestóide

precisa de dois hospedeiros, onde sua forma adulta parasita o intestino do cão,

enquanto a forma larvária (cisto hidático) acomete os herbívoros e, acidentalmente, o

homem. A hidátide localiza-se preferentemente nos pulmões e fígado e, raramente,

pode ser encontrada em outros órgãos como rins, músculos, baço, cérebro e ossos. O

E. granulosus distribui-se de forma cosmopolita é uma zoonose de grande significado,

que acarreta danos à saúde pública e perdas econômicas em diversas regiões do

mundo, principalmente em zonas de pecuária (14).

Figura 18 – Ciclo de vida da Taenia Solium.

Retirado de:

http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/frames/sz/taeniasis/body_taeniasis_page1.htm

Page 22: Portfólio de zoologia

22

O Echinococcus granulosus é um platelmite pertencente ao filo

Platyhelminthes, a Classe Cestoda, a ordem Cyclophyllidea e a Família Taeniidae

Este cestóide é uma das menores espécies de tenídeos conhecidas. O escólex é

subglobuloso e apresenta um rostro com dupla coroa de acúleos grandes e pequenos.

Seu estróbilo é constituído por três a quatro proglótides. A dimensão desta tênia é de

3 a 6 mm de comprimento por 1 mm de largura. A forma larval do E. granulosus é

chamada de hidátide ou cisto hidático, sua forma é mais ou menos esférica, de cor

branca e de consistência elástica. Pode atingir grandes dimensões, como o tamanho

da cabeça de um feto humano. Seu crescimento está na dependência do hospedeiro e

do órgão parasitado. A hidátide é uma das formas larvares mais volumosas que se

conhece, contrastando com sua forma adulta, que é extremamente pequena quando

comparada com outras tênias (14 e 15)

Os ovos são eliminados pelas fezes dos cães e contaminam o ambiente, como

os pastos. Os hospedeiros intermediários, herbívoros, ingerem os ovos junto com a

pastagem. Nestes animais, assim como no homem, há dissolução do embrióforo e a

liberação da oncosfera por estímulo do suco gástrico. Assim, a oncosfera é liberada no

duodeno do hospedeiro intermediário e com os acúleos atravessa a parede intestinal,

caindo na circulação, migrando para os músculos, baço, SNC, pulmão. No fígado, o

embrião hexacanto, se transforma em cisto hidático e se aloja nos tecidos. Quando os

cães se alimentam comendo as vísceras do hospedeiro intermediário, ingerem o cisto

com escólexes, que no duodeno desenvaginam-se e se transformam em parasitas

adultos em dois meses (14 e 15).

Figura 19 – Fotografia de um Echinococcus

granulosus.

Retirado de:

http://library.thinkquest.org/26260/pg3.html

Page 23: Portfólio de zoologia

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Figura 20 - Ciclo de vida do E. granulosus. Retirado de: http://www.stanford.edu/class/humbio103/ParaSites2006/Echinococcus/main.html

Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides

Este verme nemátode é um parasita muito conhecido como lombriga intestinal.

Este microorganismo infecta os seres humanos e mais frequentemente as crianças

(Figura 21). Aloja-se normalmente no intestino delgado e às vezes dirige-se para

outras partes do corpo. Seu comprimento pode variar de 15 a 25 cm (16).

Figura 21- Fotografia de um jovem infectado de tal maneira com Ascaris lumbricoides que estas já lhe saiam pela boca e nariz. Retirado de: http://tamilesenfermagem.blogspot.com/2011/04/ascaris-lumbricoides.html

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Os vermes adultos vivem no lúmen do intestino delgado.

Uma fêmea pode produzir cerca de 200 mil ovos por dia, que são passados junto com

as fezes . Os ovos não fertilizados podem ser ingeridos, mas não

são infectantes. Os ovos férteis e embrionados tornam-se infectantes após 18

dias a várias semanas , dependendo das condições ambientais (melhor: terra

húmida, quente e com sombra). Depois de ovos infectantes são ingeridos , as larvas

, invadem a mucosa intestinal e são transportadas através da circulação portal e

depois por circulação sistêmica para os pulmões . As larvas maduras

ainda nos pulmões (10 a 14 dias), penetram pelas paredes dos

alvéolos, sobem os brônquios até à garganta, e são engolidos . Ao

chegar ao intestino delgado, transformam-se em vermes adultos . Entre 2 e 3

meses são necessários a partir da ingestão dos

Figura 22- Ciclo de vida da Ascaris Lumbricoides. Retirado de: http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/ascariasis.htm

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ovos infectantes para oviposição pela fêmea adulta. Os vermes adultos podem viver 1-

2 anos (17).

Ciclo de vida do Aquilostoma Duodenal

Aquilostoma duodenal é uma espécie parasita do filo dos nemátodos, que

causa uma das doenças parasitárias de maior prevalência no mundo,

particularmente nos países em desenvolvimento. Juntamente com a espécie Necator

americanus são as causadoras da anquilostomose no homem (18).

O hospedeiro é o homem salvo a A. ceylonicum e a A. caninum que são os

cães e gatos. São nemátodos cilíndricos cinza-esbranquiçado de 10 mm de

comprimento. Eles têm uma cápsula bucal com dois pares de dentes curvos (A.

duodenale) ou duas lâminas de corte semi-circulares (N. americanus) usadas para se

prender à mucosa intestinal e provocar danos, cada fêmea põe entre 5000-10000 ovos

por dia (18).

Em condições adequadas de temperatura (20-30 °

C), humidade e sombra tornam-se embriões em 24 horas e lançam uma larva que,

após várias mudanças rabditóides torna-se filarióide que é a infectante (Figura 23). A

vida média de um verme adulto é de 6 anos. A infecção de um novo hospedeiro

ocorre pela penetração das larvas filarióides através da pele, muitas vezes na áreas

entre os dedos. Passam para a corrente sanguínea para os pulmões, penetram nos

alvéolos e sobem através dos bronquíolos, até à traquéia sendo engolidos descendo

pelo esôfago, completando aí a sua maturação no intestino. Essa infecção pode

ocorrer através da mucosa oral ou por ingestão de larvas, neste caso, não migram

através dos tecidos. Depositam os ovos 4-6 semanas depois de penetrar através

da pele. Maturam no solo cerca de 7-8 dias. Eclosão dos ovos fertilizados e

a libertação da larva babditiforme que evolui para larva filarióides podendo

penetrar de novo na pele e fechando assim o ciclo (18).

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Figura 23- Ciclo do Aquilostoma duodenal. Retirado de: http://www.monografias.com/trabajos82/anquilostoma-necator-estrongiloidiasis/anquilostoma-necator-estrongiloidiasis.shtml

Ciclo de vida de Wuchereria bancrofti

A filária Wuchereria bancrofti (Figura 24)causa a filariose linfática. É um verme

longo e delgado, que vive quase que exclusivamente em seres humanos. As filárias se

alojam no sistema linfático, a rede de gânglios e vasos que mantém o equilíbrio

delicado entre os tecidos e o sangue e é um componente essencial do sistema de

defesa do organismo. No sistema linfático, são encontradas enroladas em novelos,

que provocam inflamação e atrapalham a circulação da linfa. Consequentemente, vai

ocorrer uma acumulação anormal de líquidos nos tecidos onde tais os vermes vivem,

causando inchaços (edemas linfáticos) (Figura 25) (19).

A fêmea da filária mede entre 8 e 10 cm de comprimento por 0,3 mm de

diâmetro. Já o macho mede 4 cm de comprimento por 0,1 mm de diâmetro. Vivem de

4 a 6 anos, produzindo milhões de microfilárias imaturas (larvas minúsculas) que

circulam no sangue (19).

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Figura 24 e 25- Fotografia de Wuchereria bancrofti adulto, à esquerda e de uma pessoa que sobre de edemas linfáticos, à direita. Retirado de: Foto 24: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=2&infoid=105; Foto 25: http://www.tiosam.org/enciclopedia/index.asp?q=Filariose;

Tem como transmissor os mosquitos dos gêneros culex, e algumas espécies

do gênero Anopheles, presentes nas regiões tropicais e subtropicais (19).

As larvas são transmitidas pela picada dos mosquitos (Figura 26). Da corrente

sanguinea elas dirigem-se para os vasos linfáticos, onde se maturam nas formas

adultas sexuais. Após cerca de oito meses da infecção inicial (período pré-patente),

começam a produzir microfilárias que surgem no sangue, assim como em muitos

Figura 26- Ciclo de vida de Wuchereria bancrofti . Retirado de: http://www.lookfordiagnosis.com/images.php?term=Wuchereria+Bancrofti&lang=4&from3=16&from=32

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orgãos. O mosquito é infectado quando pica um ser humano doente. Dentro do

mosquito as microfilárias modificam-se ao fim de alguns dias em formas infectantes,

que migram principalmente para a cabeça do mosquito (20)

Ciclo de vida do Nemátodo do pinheiro

O Nemátodo da Madeira do Pinheiro (NMP), cujo nome científico é

Bursaphelenchus xylophilus (Figura 27), é um verme microscópico que mede menos

de 1,5mm de comprimento, sendo considerado um dos organismos patogénicos mais

perigosos para as coníferas a nível mundial, pois é o agente causal da doença da

murchidão dos pinheiros, originando a morte das árvores afectadas (21).

O NMP é nativo da América do Norte, ocorrendo nos Estados Unidos e

Canadá. A actividade humana provocou a sua introdução acidental em vários países

do Extremo Oriente, primeiro no Japão e, mais tarde, na China, Taiwan e Coreia do

Sul. Recentemente o NMP foi detectado em Portugal no ano de 1999. As afinidades

genéticas entre as populações portuguesas e orientais fazem supor que a introdução

na Europa tenha ocorrido através de madeira infectada proveniente do extremo oriente

(21 e 22).

O NMP ataca as coníferas, principalmente do género Pinus (pinheiros). As

espécies que ocorrem na América do Norte aparentam ser resistentes, sendo o P.

banksiana, P. echinata e o P. elliottiias mais susceptíveis (22).

Embora em termos gerais se possa referir que as árvores apresentam

diminuição no fluxo de resina algumas semanas após a infecção, ao que se segue a

descoloração da copa e/ou seca e murchidão das agulhas, sintomas esses que

aparecem a partir do meio do Verão, sendo mais evidentes nos meses de Outono e/ou

Primavera. Estudos realizados no nosso país sugerem que as árvores infectadas pelo

NMP apresentam sintomas de declínio no prazo de alguns meses após a infecção.

Na América do Norte os vectores mais importantes são Monochamus

carolinensis, M. mutator, M. scutellatus e M. titillator, enquanto que na Ásia a

transmissão é feita essencialmente pelo M. alternatus. No nosso país, exaustivas

prospecções em várias dezenas de espécies de insectos associadas a árvores

infectadas pelo NMP demonstraram que o único vector deste organismo é também um

insecto de género Monochamus, no nosso caso M. galloprovincialis (Figura 28), a

única espécie do género detectada em Portugal (22).

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O M. galloprovincialis apresenta uma geração por ano em Portugal. As

posturas são mais abundantes nas primeiras semanas após emergência, e cada

fêmea deposita, em média, cerca de 67 ovos ao longo da sua vida. Após as posturas

na casca das árvores, as larvas iniciam o seu desenvolvimento em galerias individuais

no floema (debaixo da casca), penetrando após algumas semanas no xilema

(madeira), onde a maior parte da população sobrevive durante os meses de Inverno.

Após dez a treze meses de desenvolvimento larvar, as emergências dos insectos

adultos ocorrem de Maio a Agosto, com um pico em Junho/Julho. Actualmente já é

possível prever anualmente a emergência dos insectos adultos com base em cálculos

de acumulação da temperatura média diária. Os adultos emergem por orifícios

perfeitamente circulares com cerca de 0,5 cm de diâmetro, que são muito visíveis.

Estes adultos vivem em média cerca de 63 dias (22).

Figura 27 e 28 – Nemátodo do pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus ), à esquerda, e o vector

responsavél pela sua proliferação, o M. galloprovincialis, à direita.

Retirado de:

Foto 27: http://entranaciencia.blogspot.com/2008_07_01_archive.html;´

Foto 28: http://pardieirosonline.blogspot.com/2008/10/nemtodo-da-madeira-do-pinheiro.html;

Page 30: Portfólio de zoologia

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Porque são os artrópodes um Filo tão abundante e diversificado?

O filo Arthropoda é o mais extenso do reino Animal, existindo ainda muitas

espécies por identificar. Este grupo inclui as aranhas, os crustáceos, as centopeias e

os insectos, entre muitos outros seres vivos. Desde o final do Pré-Câmbrico, há cerca

de 570 milhões de anos, que são encontrados artrópodes no registo fóssil (23). Estes

seres vivos têm órgãos sensoriais bem desenvolvidos e um exosqueleto com quitina.

A sua estrutura primitiva consiste numa série linear de segmentos, cada um com um

par de apêndices constituídos por diferentes artículos. No entanto, verificou-se a

tendência para os segmentos se fundirem entre si, originando grupos funcionais, e os

apêndices estão frequentemente diferenciados, de modo a existir uma divisão do

trabalho. Poucos são os artrópodes que apresentam dimensões superiores a 60 cm de

comprimento: o maior é um caranguejo japonês, com aproximadamente 4m de largura,

e o mais pequeno é um ácaro com menos de 0,1 mm (23). Os artrópodes são

geralmente animais activos e energéticos. A maioria destes seres vivos são

herbívoros, mas existem também artrópodes carnívoros e omnívoros. Tendo em conta

a sua enorme abundância, vasta distribuição ecológica e elevado número de espécies,

a sua diversidade não é ultrapassada por nenhum outro grupo de animais. São

encontrados em todos os tipos de ambiente, desde zonas oceânicas profundas até

regiões de elevada altitude, bem como desde o equador, até aos pólos. Muitas

espécies estão adaptadas à vida no ar, em meio terrestre, em água doce, salobra ou

salgada. Outras vivem ainda sobre ou no interior de plantas ou de outros animais (23).

Apesar dos artrópodes competirem com o Homem por alimento e provocarem

doenças, são essenciais para a polinização de muitas plantas e são também utilizados

como alimento e para a produção de produtos como a seda, o mel e a cera (23).

Apesar dos artrópodes competirem com o Homem por alimento e provocarem

doenças, são essenciais para a polinização de muitas plantas e são também utilizados

como alimento e para a produção de produtos como a seda, o mel e a cera (Hickman

et al., 1997).

Encontram-se seguidamente enumeradas algumas das características deste

grupo de seres vivos que os torna tão especiais:

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1. A simetria é bilateral e o corpo é segmentado, estando os segmentos geralmente

agrupados em duas ou três regiões distintas: cabeça e tronco; cabeça, tórax e

abdómen; ou cefalotórax e abdómen (23 e 24).

2. Existem apêndices constituídos por um conjunto de artículos. Tipicamente cada

segmento apresenta um par de apêndices, mas esta organização surge

frequentemente modificada, com segmentos e apêndices adaptados a funções

especializadas: natação, manipulação do alimento, reprodução, entre outras (23).

3. Existe um exosqueleto com proteínas, quitina, lípidos e, muitas vezes, carbonato de

cálcio. Trata-se de um esqueleto externo, segregado pela epiderme, que possibilita

uma grande protecção. Para além disso, evita a desidratação, permite a fixação dos

músculos e confere protecção contra as radiações solares. Um dos principais

constituintes do exosqueleto é a quitina, um polissacarídeo resistente e insolúvel em

água, existindo igualmente nos crustáceos impregnações de carbonato de cálcio.

Devido à existência de zonas do exosqueleto que não são expansíveis, os artrópodes

para crescerem têm que libertar esta cobertura após determinados intervalos de

tempo, produzindo um novo exosqueleto, de maiores dimensões. Este processo

denomina-se por mudas. Até atingirem a idade adulta, os artrópodes podem passar

por quatro a sete mudas, podendo continuar a sofrer mudas durante a idade adulta

(nesse caso, podem chegar a passar por 50 mudas). Como o exosqueleto é

relativamente pesado, este é um dos factores que condiciona as dimensões destes

seres vivos (23).

4. O sistema muscular é complexo e utiliza o exosqueleto como suporte para os

músculos, adaptados a movimentos rápidos (23).

5. O sistema circulatório é aberto, correspondendo a maior parte da cavidade do

corpo ao hemocélio, que está repleto de hemolinfa (23 e 24).

6. O sistema digestivo é completo, com peças bucais resultantes da modificação de

apêndices e adaptadas a diferentes tipos de alimentação (Hickman et al.,1997).

7. A respiração ocorre através da superfície do corpo, de brânquias, de traqueias ou

de pulmões laminares. A maioria dos artrópodes terrestres tem um sistema de

traqueias altamente eficiente, que entrega o oxigénio directamente aos tecidos,

permitindo uma elevada taxa metabólica. Este sistema limita igualmente o tamanho

destes seres vivos. Os artrópodes aquáticos respiram principalmente por um sistema

de brânquias, igualmente eficiente (23).

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8. Os órgãos sensoriais estão bem desenvolvidos, existindo uma grande variedade de

estruturas: para o tacto, audição, olfacto, equilíbrio e visão. Em relação aos órgãos

visuais, podem existir olhos compostos e/ou olhos simples (ocelos). Os olhos

compostos são constituídos por unidades (omatídios) que variam em número (entre 1

e cerca de 10.000) e 3 que operam individualmente, permitindo que o ser vivo veja

simultaneamente em quase todas as direcções. Quando o número de omatídios é

muito elevado, obtém-se a conhecida imagem em “mosaico” dos insectos. A visão

inicia-se na gama dos ultravioleta, estendendose apenas até ao laranja (23

9. Os sexos são geralmente separados, sendo a fecundação maioritariamente interna.

Podem ser ovíparos ou ovovivíparos (23)

10. Durante o desenvolvimento, podem ocorrer metamorfoses, existindo por vezes

uma fase larvar muito diferente da forma adulta. Nesta situação, as duas formas têm

geralmente exigências alimentares e ecológicas diferentes, diminuindo assim a

competição intraespecífica (23).

O filo Arthropoda inclui quatro subfilos: Trilobita (extinto); Chelicerata, com três

classes (Arachnida, Merostomata e Pycnogonida); Crustacea, com dez classes; e

Atelocerata, com cinco classes (Diplopoda, Chilopoda, Pauropoda, Symphyla e

Insecta) (24).

Referências Bibliográficas

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2. http://whippetp.no.sapo.pt/leishmaniose.htm;

3. http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/hTML/Frames/S-

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5. http://www.microbiologybytes.com/introduction/Malaria.html;

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8. http://profilaxia-pragmatica.blogspot.com/2009/08/toxoplasma-gondii.html;

9. http://www.segalab.pt/web/guest/42;

10. http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Fascioliasis.htm;

11. http://eduep.uepb.edu.br/rbct/sumarios/pdf/schistosoma.pdf;

12. http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Schistosomiasis.htm;

13. http://www.medicinaealimentacao.com/?id=370&Tenia-ou-Cisticercose;

Page 33: Portfólio de zoologia

33

14. http://www.revista.inf.br/veterinaria11/revisao/edic-vi-n11-RL38.pdf;

15. http://www.stanford.edu/class/humbio103/ParaSites2006/Echinococcus/main.ht

ml;

16. http://www.todabiologia.com/zoologia/ascaris_lumbricoides.htm;

17. http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/ascariasis.htm;

18. http://www.monografias.com/trabajos82/anquilostoma-necator-

estrongiloidiasis/anquilostoma-necator-estrongiloidiasis.shtml;

19. http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=2&infoid=105;

20. http://www.tiosam.org/enciclopedia/index.asp?q=Filariose;

21. http://www.embar.pt/conteudos/File/Noticias/2008/232%20Perguntas%20e%20

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22. http://www.anefa.pt/pdf/revista_2.pdf;

23. Hickman,C.P.,Roberts, L. S. &Larson, A.. Integrated Principles of Zoology;

1997; McGraw-HillInternational Edition, Biological Sciences Series;

24. Triplehorn, C., & Johnson, N. (2005). Borror and Delong’s Introduction to the

Study of Insects. Belmont, California: Thomson Brooks/Cole;