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PORTE E TRÁFICO DE DROGAS Lei 11.343/2006, de 23 de agosto de 2006

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PORTE E TRÁFICO DE DROGAS

Lei 11.343/2006, de 23 de agosto de 2006

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PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou

trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização

ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será

submetido às seguintes penas: I – advertência sobre os efeitos

das drogas; II – prestação de serviços à comunidade; III –

medida educativa de comparecimento a programa ou curso

educativo. § 1.º. Às mesmas medidas submete-se quem, para

seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas

destinadas à preparação de pequena quantidade de substância

ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. §

2.º. Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal,

o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância

apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a

ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta

e aos antecedentes do agente.

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§ 3.º. As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo

serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. § 4.º. Em

caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do

caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez)

meses. § 5.º. A prestação de serviços à comunidade será

cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou

assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos

ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,

preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação

de usuários e dependentes de drogas. § 6.º. Para garantia do

cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput,

nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente,

poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I – admoestação

verbal; II – multa. § 7.º. O juiz determinará ao Poder Público que

coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento

de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento

especializado.

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1. BEM JURÍDICO

É a saúde pública. Trata-se aqui de bem

transindividual, pois o portador da droga,

ainda que para consumo próprio, é

potencial vetor da difusão do consumo,

expondo a perigo a incolumidade pública. A

lei não visa proteger a pessoa do

consumidor da substância, “mas o de evitar

o risco à integridade social” que as drogas

acarretam.

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2. SUJEITOS

Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa

(delito comum). Sujeito passivo é a

coletividade, titular do bem jurídico saúde

pública.

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3. TIPO OBJETIVO

As condutas típicas previstas no caput do artigo 28 consistem em:

a) adquirir, expressa o ato de lograr a aquisição, seja a título

oneroso ou gratuito, o que inclui a compra, a obtenção em

permuta etc.;

b) guardar significa ter sob seu cuidado, sua proteção, seja por

conta própria ou de terceiro;

c) ter em depósito implica armazenar, manter, em caráter

prolongado, num determinado local;

d) transportar representa o ato de trasladar de um ponto a

outro, transferir de local; e

e) trazer consigo tem o significado de ter junto ao corpo, v. g.,

nos bolsos, ou dentro do sapato, ou até interna corporis, como

no canal vaginal, e distingue-se da conduta de transportar

porque esta pressupõe o uso de um meio de locomoção

(automóvel, ônibus, avião etc).

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Em todas essas condutas deve estar presente o propósito de

consumo pessoal, elemento subjetivo que é o marco distintivo

entre esse delito e aquele tipificado no artigo 33 da Lei.

Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal,

o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância

apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu

a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à

conduta e aos antecedentes do agente (art. 28, § 2.º, Lei

11.343/2006).

A expressão consumo pessoal é mais abrangente do que a

de uso próprio, utilizada na lei anterior (Lei 6.368/1976), pois

alcança tanto a conduta destinada ao consumo do próprio

detentor da substância, bem como o consumo partilhado com

terceiro, sem ânimo de disseminação da droga.

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A expressão sem autorização ou em desacordo

com determinação legal ou regulamentar é

“elemento normativo do tipo com referência

específica à possível concorrência de uma causa

de justificação. Estão presentes no tipo, embora

digam respeito à antijuridicidade. Sua ausência

torna a conduta não só atípica como permitida”.

Assim, será atípica a conduta se o agente tiver

autorização de autoridade competente, fundada em

lei, para, v.g., adquirir ou transportar a droga; o que

só se pode verificar, em caráter de

excepcionalidade, para fins medicinais,

terapêuticos ou científicos.

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A nova lei fez uma adequada correção

terminológica ao adotar, seguindo orientação da

Organização Mundial de Saúde, o termo drogas em

lugar da expressão substância entorpecente

utilizada na revogada Lei 6.368/1976, já que

substância entorpecente é mera espécie do gênero

drogas, e limita-se, na verdade, aos

estupefacientes, sendo inadequado seu emprego

para designar, v. g., substâncias como a cocaína –

euforizante – ou o LSD e a maconha –

psicodislépticos, alucinógenos.

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Drogas, na definição legal, são “as substâncias ou

os produtos capazes de causar dependência,

assim especificados em lei ou relacionados em

listas atualizadas periodicamente pelo Poder

Executivo da União” (art. 1.º, parágrafo único, Lei

11.343/2006).

Assim como na legislação anterior, os tipos

incriminadores da atual lei antidrogas constituem

normas penais em branco, isto é, têm a descrição

do comportamento proibido incompleta,

requestando complemento pela norma integradora

– outra lei ou ato normativo do Poder Executivo da

União.

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No parágrafo 1.º, pune-se com as mesmas penas do caput o

semeio, o cultivo ou a colheita de plantas destinadas à

preparação de pequena quantidade de substância ou produto

capaz de causar dependência física ou psíquica.

Semear é sinônimo de plantar, deitar sementes; cultivar significa

cuidar, amanhar, fertilizar aquilo que já foi plantado; e colher é

apanhar, recolher, fazer a colheita do produto antes plantado e

cultivado.

Essas condutas devem ter a mesma tendência subjetiva

verificada na figura do caput, ou seja, devem destinar-se a

consumo pessoal, do contrário o fato terá subsunção no artigo

33, parágrafo 1.º, II, da Lei 11.343/2006.

Demais disso, é indispensável para a configuração dessa

modalidade delitiva que a conduta seja destinada à “preparação

de pequena quantidade da substância ou produto capaz de

causar dependência física ou psíquica”.

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4. TIPO SUBJETIVO

É o dolo, direto ou eventual e o elemento subjetivo

do injusto, representado pelo especial fim de agir –

consumo pessoal.

5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Consuma-se o delito no momento da realização de

qualquer das ações descritas no caput ou no

parágrafo 1.º. A tentativa é, em tese, possível.

Entretanto, nas modalidades de adquirir e guardar

entende-se não ser possível a caracterização do

conatus.

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6. CLASSIFICAÇÃO

Delito comum, uniofensivo, unissubjetivo,

plurissubsistente, de conteúdo variado, de perigo

abstrato, de mera atividade, comissivo e doloso.

Trata-se ainda de delito permanente nas

modalidades de guardar, ter em depósito,

transportar e trazer consigo. Na modalidade de

adquirir, assim como naquelas descritas no

parágrafo 1.º, é delito instantâneo.

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7. PENAS

Advertência sobre os efeitos das drogas; prestação de serviços à comunidade; medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Essas sanções podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas – umas pelas outras – a qualquer tempo (art. 27, Lei 11.343/2006).

Todavia, caso a sanção aplicada seja apenas a advertência, não se afigura possível a substituição, pois a pena esgota-se numa audiência.

8. AÇÃO PENAL

É pública incondicionada.

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IMPORTANTE

Admite-se a transação penal (art. 76, Lei 9.099/1995).

O prazo prescricional é de 2 (dois) anos, tanto para a pretensão

punitiva quanto para a pretensão executória (art. 30, Lei

11.343/2006).

O artigo 28 da Lei 11.343/2006 contempla todas as condutas

antes previstas no artigo 16 da Lei 6.368/1976. Cuida-se,

portanto, de novatio legis in melius e, por isso, tem aplicação

retroativa aos fatos ocorridos antes de sua vigência.

A competência para o processo e julgamento dos delitos

previstos no artigo 28, caput e parágrafo 1.º é dos Juizados

Especiais Criminais (art. 61, Lei 9.099/1995). Não se admite

prisão em flagrante (art. 48, §§ 1.º e 2.º, Lei 11.343/2006).

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É admissível o concurso de pessoas, tanto na modalidade de

co-autoria como participação, exceto na modalidade de trazer

consigo, do caput, que só admite a participação acessória.

O prazo máximo de duração da prestação de serviços

comunitários e/ou da obrigação de comparecimento a

programa ou curso educativo é de 5 (cinco) meses ou, no

caso de reincidência, 10 (dez) meses, na forma dos §§ 3.º e

4.º. No caso de descumprimento injustificado dessas

medidas, o juiz pode submeter o sentenciado sucessivamente

a uma admoestação verbal e multa (§ 6.º).

A principal discussão existente é se foi mantido o caráter

criminoso da hipótese ou se houve descriminalização,

existindo dois posicionamentos: um que afirma a

descriminalização formal e despenalização, criando uma

infração penal sui generis; outra entende que houve abolitio

criminis, passando a conduta a se tratar de um processo

judicial punitivo.

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A Lei 11.343, de 23.08.2006, revoga e substitui as Leis

6.368/1976 e 10.409/2002, define tipos penais, comina

as respectivas penas e estabelece regras processuais

pertinentes ao tráfico, posse e outras condutas relativas

às substâncias que o referido diploma concebe como

drogas.

A Lei 11.343/2006 procura distinguir de forma mais

pontual as condutas relacionadas ao consumo de

drogas daquelas caracterizadoras de produção, tráfico

ou difusão de drogas. Por isso, trata em títulos

diferentes os tipos penais que versam, respectivamente,

sobre a “prevenção do uso indevido, atenção e

reinserção social de usuários e dependentes de drogas”

(Título III), no qual se inclui o tipo incriminador do porte

para consumo próprio, e sobre a “repressão à produção

não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas” (Título IV).

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TRÁFICO DE DROGAS

E CONDUTAS AFINS

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,

produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,

oferecer, ter em depósito, transportar, trazer

consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a

consumo ou fornecer drogas, ainda que

gratuitamente, sem autorização ou em desacordo

com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e

pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e

quinhentos) dias-multa.

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§ 1.º. Nas mesmas penas incorre quem:

I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;

II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

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§ 2.º. Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido

de droga:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100

(cem) a 300 (trezentos) dias-multa.

§ 3.º. Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de

lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a

consumirem:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e

pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e

quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas

no art. 28.

§ 4.º. Nos delitos definidos no caput e no § 1.º deste

artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a

dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de

direitos, desde que o agente seja primário, de bons

antecedentes, não se dedique às atividades criminosas

nem integre organização criminosa.

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1. BEM JURÍDICO

É a saúde pública.

2. SUJEITOS

Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa (delito

comum), exceto na conduta de prescrever descrita

no caput do artigo 33, que configura delito especial

próprio, visto que exige qualidade especial do

agente, que deve ser médico, dentista ou outro

profissional de saúde a quem incumba expedir

receituário de medicamentos. Sujeito passivo é a

coletividade.

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3. TIPO OBJETIVO

São dezoito as condutas típicas previstas no caput do artigo 33:

importar (introduzir no território nacional),

exportar (enviar para fora do território brasileiro),

remeter (enviar de um lugar para outro, dentro das fronteiras nacionais e sem acompanhar a mercadoria enviada),

preparar (compor, aprontar para consumo, obter algo por meio da composição de elementos),

produzir (fabricar, elaborar, fazer algo que não existia),

fabricar (produzir em maior escala, valendo-se de equipamentos e máquinas próprias),

adquirir (incorporar ao patrimônio; é a aquisição a qualquer título, oneroso ou gratuito),

vender (alienar mediante um preço),

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expor à venda (exibir para fins de alienação),

oferecer (ofertar, mostrar, disponibilizar gratuita ou onerosamente),

ter em depósito (manter armazenado, conservar em algum lugar),

transportar (levar de um lugar para outro mediante o uso de algum veículo ou meio de transporte, deslocar, conduzir a droga, acompanhando-a);

trazer consigo (ter a posse ou conduzir a droga junto consigo, nas próprias vestes ou no corpo, v.g. nos bolsos, no sapato, no ânus etc.),

guardar (tomar conta, ter sob sua vigilância coisa de outra pessoa),

prescrever (receitar, preceituar);

ministrar (aplicar, servir, inocular, injetar),

entregar a consumo (passar às mãos, dar a outrem para que consuma);

fornecer (dar, prover, propiciar o abastecimento), ainda que gratuitamente.

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A expressão sem autorização ou em desacordo

com determinação legal ou regulamentar é

“elemento normativo do tipo com referência

específica à possível concorrência de uma causa

de justificação.

Estão presentes no tipo, embora digam respeito à

antijuridicidade. Sua ausência torna a conduta não

só atípica como permitida”.

Será, pois, atípica a conduta se o agente,

excepcionalmente, tiver autorização de autoridade

competente, fundada em lei, para praticar a ação,

v.g., para fins de pesquisa científica ou para

aplicação medicinal.

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No parágrafo 1.º do artigo 33, punem-se com as mesmas penas

do caput condutas equiparadas ao tráfico.

O inciso I desse dispositivo repete 14 (quatorze) dos 18 (dezoito)

verbos do caput (importar, exportar, remeter, produzir, fabricar,

adquirir, vender, expor à venda, oferecer, fornecer, ter em

depósito, transportar, trazer consigo ou guardar, ainda que

gratuitamente) e os associa à matéria-prima, insumo ou produto

químico destinado à preparação de drogas.

São excluídas as condutas de preparar, prescrever, ministrar e

entregar a consumo, porque inaplicáveis, já que o objeto material

das condutas, aqui, não é a droga propriamente dita, mas sua

matéria-prima (substância básica, essência originária da coisa), o

insumo (elemento integrante, componente, parte do processo de

produção) ou produto químico destinado à preparação de drogas

(qualquer substância química, desde que, objetiva e

subjetivamente orientada no sentido da produção, destilação ou

fabricação de droga).

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No inciso II do parágrafo 1.º, pune-se o semeio (ato de deitar

sementes, plantar), cultivo (trato, cuidado, amanho) ou a colheita

(coleta, extração, apanha) de plantas que sejam matéria-prima para

a preparação de drogas.

São condutas similares àquelas do artigo 28, parágrafo 1.º, delas

distinguindo-se por um critério objetivo – pequena quantidade que se

exige na conduta menos grave – e pela tendência subjetiva da

conduta, que aqui é o propósito de traficância, ao passo que na

infração do artigo 28, parágrafo 1.º, é o consumo pessoal.

No inciso III do parágrafo 1.º, pune-se a conduta de quem utiliza (faz

uso, emprega), ou consente (permite) que terceira pessoa utilize

local (casa, escritório, terreno etc.) ou qualquer outro bem de

qualquer natureza (inclusive móveis) de sua propriedade, posse,

administração, guarda ou vigilância, para o tráfico ilícito de drogas.

É a incriminação do emprego de qualquer bem sob a

responsabilidade do agente, por ele ou por terceiro autorizado por

ele, para a realização do tráfico.

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No parágrafo 2.º do artigo 33 tipifica-se uma especial

forma de participação, erigida em delito autônomo, em que

o agente atua moral (induzimento ou instigação) ou

materialmente (auxílio) para que terceiro faça uso de

droga.

Punem-se as condutas de induzir (incutir a ideia, sugerir,

fazer nascer na mente a ideia do uso de drogas), instigar

(açular, encorajar, fortalecer um propósito já existente), ou

auxiliar (ajudar materialmente.

É a participação concreta, não apenas moral como nas

duas outras condutas. Ocorre, v. g., quando o agente

empresta um aparelho para o usuário inocular a

substância, ou oferece-lhe a casa para que ali faça uso

tranquilo da droga).

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No parágrafo 3.º do artigo 33 incrimina-se a ação de

oferecer droga, em caráter eventual e sem objetivo de

lucro, a pessoa de seu relacionamento, para consumo

conjunto.

É o que no jargão forense e na jurisprudência

costuma-se denominar roda de fumo: o fornecimento

casual, gratuito, da droga a alguém do círculo íntimo

(amizade, namoro, familiar) para consumo

concomitante.

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É uma forma privilegiada de tráfico, entretanto, para

que seja possível a subsunção da conduta nesse tipo,

é necessário que estejam presentes, a um só tempo,

os seguintes requisitos:

a) que o oferecimento da droga seja em caráter eventual,

isto é, fato casual;

b) que seja gratuito, sem propósito de lucro;

c) que a pessoa a quem o agente oferece a droga seja de

seu relacionamento, alguém que prive de sua intimidade,

ou de sua amizade;

d) que o fornecimento seja para fins de consumo conjunto,

isto é, o agente deve fornecer quando está também

consumindo, ou quando for consumir junto com o terceiro.

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4. TIPO SUBJETIVO

É o dolo, direto ou eventual. Na hipótese do

parágrafo 3.º, exige-se ainda que o agente se

conduza com o especial fim de que a droga

oferecida se destine a consumo conjunto, elemento

subjetivo do injusto.

5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Consumam-se os delitos no momento da

realização de quaisquer das condutas descritas no

caput ou nos parágrafos do artigo 33.

A tentativa é admissível, exceto nas ações de

adquirir, guardar e oferecer, visto que tratam-se de

condutas unisubsistentes.

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6. CLASSIFICAÇÃO

Delito comum (exceto na forma prescrever, que

configura delito especial próprio), de mera

atividade, de conteúdo variado, de perigo abstrato,

comissivo e doloso. Trata-se ainda de delito

permanente nas modalidades ter em depósito,

transportar, trazer consigo e guardar. As demais

ações incriminadas consubstanciam delitos

instantâneos. A conduta de cultivar, tipificada no

inciso II, do parágrafo 1.º, é delito habitual.

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7. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA

A pena será diminuída de um sexto a dois terços, nas

hipóteses do caput e parágrafo 1.º, se o agente for

“primário, de bons antecedentes, não se dedique às

atividades criminosas nem integre organização criminosa”

(art. 33, § 4.º).

Duvidosa a constitucionalidade dessa minorante do § 4.º,

à luz do princípio constitucional da isonomia. Tal princípio,

consagrado no caput do art. 5.º da Constituição da

República, cristalização normativa da máxima aristotélica

de igualdade, deve ter um “sentido real e não nominal... a

igualdade consiste em assegurar aos homens que estão

equiparados os mesmos direitos, benefícios e vantagens,

ao lado dos deveres correspondentes”.

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Disso se tem que, inexistindo razões lógicas que legitimem

o discrímen, lícito negar compatibilidade vertical com a Lei

Maior a qualquer norma legal que confira tratamento

diferenciado a quem esteja em idênticas condições.

É afrontado o princípio da isonomia sempre que a norma

conferir, arbitrariamente, tratamento privilegiado ou

discriminatório a pessoas diversas, eis que para que essas

concessões normativas diferenciadas “possam ser

consideradas não discriminatórias, torna-se indispensável

que exista uma justificativa objetiva e razoável, de acordo

com critérios e juízos valorativos genericamente aceitos”,

de modo que ao conceder a redução de pena

exclusivamente ao traficante primário, de bons

antecedentes, não integrante de organização criminosa,

sem que a mesma redução possa ser estendida a autor de

qualquer outro crime, ainda que esteja nas mesmas

condições subjetivas, a norma em comento é de

questionável constitucionalidade.

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8. PENAS

Às figuras típicas previstas no artigo 33, caput, e parágrafo 1.º,

comina-se pena de reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e

pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos dias-

multa). Para o delito descrito no parágrafo 2.º, as penas são de

1 (um) a 3 (três) anos de detenção, e multa de 100 (cem) a 300

(trezentos) dias-multa.

Na hipótese do parágrafo 3.º, as penas são de 6 (seis) meses a

1 (um) ano de detenção, e pagamento de 700 (setecentos) a

1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, cumulativamente com as

sanções do artigo 28 (advertência sobre os efeitos das drogas,

prestação de serviços à comunidade e medida educativa de

comparecimento a programa ou curso educativo).

9. AÇÃO PENAL

Pública incondicionada.

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IMPORTANTE

O prazo prescricional da pretensão punitiva nas hipóteses do

caput e do parágrafo 1.º, em 20 (vinte) anos (art. 109, I, CP);

para a figura do parágrafo 2.º, em 8 (oito) anos (art. 109, IV, CP);

e para o parágrafo 3.º, em 4 (quatro) anos (art. 109, V, CP).

A competência para processo e julgamento do delito previsto no

artigo 33, § 3.º, é do Juizado Especial Criminal e admite ainda,

satisfeitos os requisitos legais, a transação penal (art. 76, Lei

9.099/1995). Entretanto, ao cominar para esse crime, que se

insere no conceito legal de infração de menor potencial ofensivo,

pena pecuniária cumulativa mais elevada que a do próprio

tráfico tipificado no caput, o legislador feriu ostensivamente o

princípio da proporcionalidade. Na hipótese do artigo 33, § 2.º, é

possível a suspensão condicional do processo (art. 89, Lei

9.099/1995), em razão da pena mínima abstratamente prevista.

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A competência será da Justiça Federal quando se tratar de delito

internacional, sendo irrelevante que o local do crime não seja

sede de vara federal (art. 70 e parágrafo único, Lei 11.343/2006).

O concurso de pessoas é admissível tanto na modalidade de co-

autoria como participação, à exceção da modalidade de trazer

consigo, do caput, que só admite a participação.

A redução de pena prevista no artigo 33, § 4.º, se admitida sua

constitucionalidade (v. item 7, infra), constitui direito público

subjetivo do réu, de modo que, se satisfeitos os requisitos legais,

o juiz não pode negar-lhe a redução. A lei, contudo, não fornece

os critérios de graduação da diminuição, entre o mínimo de um

sexto e o máximo de dois terços da pena. Se não reduzir no

máximo, a sentença deverá expor as razões para tanto. No caso

de aplicação dessa minorante, a lei faz expressa ressalva para

vedar a conversão da pena privativa de liberdade em restritivas

de direitos.

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A fixação da pena mínima de reclusão para o

patamar de cinco anos coloca fim ao debate

existente, desde a edição da Lei 9.714/1998,

acerca do cabimento da substituição de penas para

o delito de tráfico de drogas. Como a pena mínima

superou o limite máximo admitido, criou-se um

obstáculo absoluto à aplicação de penas

substitutivas à pena privativa de liberdade.

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PETRECHOS PARA A

PRODUÇÃO DE DROGAS

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar,

oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer

título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que

gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento

ou qualquer objeto destinado à fabricação,

preparação, produção ou transformação de drogas,

sem autorização ou em desacordo com

determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e

pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois

mil) dias-multa.

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1. BEM JURÍDICO

É a saúde pública.

2. SUJEITOS

Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (delito

comum). Sujeito passivo é a coletividade.

3. TIPO OBJETIVO

As condutas incriminadas consistem em fabricar,

adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender,

distribuir, entregar, possuir, guardar e fornecer.

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Todas essas condutas, à exceção de utilizar (fazer

uso, empregar) e distribuir (dar para várias pessoas,

repartir) são também objeto de incriminação no artigo

33 e parágrafo 1.º, de modo que se remete ao que já

foi dito supra em relação a elas.

O objeto material aqui, entretanto, não é a droga,

mas o maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer

objeto destinado à fabricação, preparação, produção

ou transformação de drogas.

Visa o legislador punir aqui as ações relacionadas

não à droga propriamente, mas aos petrechos

destinados à sua fabricação.

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A expressão maquinário traz a ideia de equipamento

mecânico, mecanismo; aparelho é algo mais complexo, de

regra envolvendo funcionamento automático, elétrico ou

eletrônico e instrumento é um objeto singular, mais simples

do que a máquina ou o aparelho.

O emprego da cláusula genérica “ou qualquer objeto

destinado à fabricação, preparação, produção ou

transformação de drogas” propicia a interpretação

analógica, espécie do gênero interpretação extensiva, para

abranger “os casos análogos, conforme fórmula casuística

gravada no dispositivo legal.

Há extensão aos casos semelhantes, análogos (in casi

simili) aos regulados expressamente”, para alcançar

qualquer objeto cuja destinação precípua seja a fabricação,

produção, preparação ou transformação de drogas.

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Desnecessário que o equipamento ou objeto tenha destinação

exclusiva ao emprego na fabricação, produção, preparação ou

transformação de substância relacionada como droga, até porque

tal hipótese é cerebrina, já que um objeto sempre poderá ser

utilizado para uma outra finalidade.

Não é preciso, portanto, que a coisa sirva unicamente para tal fim,

o que importa é que possa também ser para isso usada, de modo

que é relevante, em cada caso, averiguar a relação subjetiva do

agente com o maquinário, aparelho ou objeto.

Não se deve confundir os maquinários, aparelhos ou instrumentos

de que trata o tipo com os simples objetos usados pelos usuários

para consumo da droga, como as “maricas”, cachimbos para

fumar “maconha”.

Há ainda a presença do elemento normativo sem autorização ou

em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Se não

estiver presente tal elemento, a conduta será atípica.

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4. TIPO SUBJETIVO

É o dolo, direto ou eventual e o elemento subjetivo

do injusto consistente no especial fim de agir.

Trata-se de delito de tendência subjetiva

intensificada, em que “o agente impregna sua

conduta do significado desaprovado”, já que sua

configuração depende do ânimo do agente em

relação ao objeto, isto é, da finalidade que o agente

lhe empresta, quando é possível seu uso para

outras finalidades.

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5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Consuma-se o delito com a realização de

quaisquer das condutas incriminadas,

independente da efetiva fabricação, preparação,

produção ou transformação da droga. A tentativa é

admissível, salvo nas condutas de adquirir e

guardar.

6. CLASSIFICAÇÃO

Delito comum, unissubjetivo, de mera atividade, de

perigo abstrato, comissivo e doloso. É delito

permanente nas modalidades de transportar,

possuir e guardar, e instantâneo nas demais

modalidades.

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7. PENA

Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento

de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-

multa. Embora menor a pena privativa de liberdade

que a do tráfico tipificado no artigo 33, caput, a

pena pecuniária cumulativa é mais grave, o que

viola o princípio da proporcionalidade.

8. AÇÃO PENAL

Pública incondicionada.

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IMPORTANTE

O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 16 (dezesseis)

anos (art. 109, II, CP).

O delito previsto no artigo 34 é absorvido pelo descrito no artigo

33, caput, quando a aquisição, posse ou guarda do instrumento

caracteriza-se como ato precedente lógico da conduta de fabricar,

preparar ou produzir a droga, posteriormente realizada pelo

agente. Nada impede, entretanto, o concurso de delitos entre o

artigo 34 e o artigo 33, se, v.g., o agente possui um aparelho ou

instrumento próprio para a produção de cocaína e, concomitante,

tem em depósito ou oferece à venda LSD ou maconha, e até

mesmo cocaína, se esta não foi produzida com seu próprio

equipamento.

A competência para o processo e julgamento é da Justiça

Federal, caso se verifique a transnacionalidade (art. 70 da Lei

11.343/2006).

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ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para

o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer

dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1.º, e

34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e

pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e

duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste

artigo incorre quem se associa para a prática

reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

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1. BEM JURÍDICO

É a paz pública, que é o sentimento coletivo de

tranquilidade, e, de forma secundária, a saúde

pública.

2. SUJEITOS

Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Trata-se de

delito de concurso necessário, pois exige a

pluralidade de agentes (pelo menos dois). Sujeito

passivo é a coletividade.

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3. TIPO OBJETIVO

Pune-se a associação para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes nos arts. 33, caput e parágrafo 1.º, e 34, desta Lei; ou, ainda, com o fim de prática reiterada do delito do artigo 36 também desse diploma legal.

O legislador desvia-se da estrutura clássica do crime de quadrilha ou bando do artigo 288 do Código Penal, ao sancionar a associação a partir de duas pessoas.

Associar-se tem o significado de agregar-se com ânimo perene, isto é, agrupar-se com propósito duradouro.

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É a sociedade estável, distinguindo-se do mero

concurso de pessoas justamente por essa estabilidade

e porque, nela, a reunião de agentes é conduta

preponderante, vindo os eventuais crimes

subsequentes como consequência, enquanto no

concurso de que trata o artigo 29 do Código Penal, o

crime ou crimes a serem praticados constituem a

própria razão da associação dos participantes.

O tipo refere-se a duas ou mais pessoas, número no

qual podem ser incluídos eventuais inimputáveis.

É irrelevante que todos os associados se conheçam, já

que pode haver a associação sem que os membros

conheçam-se uns aos outros.

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Desnecessário que haja organização hierárquica ou distribuição de tarefas entre os associados.

Assim, configura-se o delito do artigo 35 tanto quando a finalidade de praticar os crimes dos arts. 33, caput e parágrafo 1.º, e 34, seja reiterada ou não.

Entretanto, se o objetivo anelado pela associação é a prática do financiamento ou custeio de tais crimes, exige-se o propósito de reiteração, consoante o parágrafo único do artigo 35.

4. TIPO SUBJETIVO

Dolo mais o elemento subjetivo do injusto, representado

pela especial direção subjetiva que os associados dão à

sociedade, qual seja, a finalidade de cometer,

reiteradamente ou não, os crimes tipificados nos arts.

33, caput, e parágrafo 1.º, e 34; ou de, reiteradamente,

financiar ou custear a prática desses delitos.

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5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Consuma-se o delito com a mera formação do

grupo, isto é, com o ato de associarem-se os

agentes, animados pelo propósito especial

mencionado no tipo, independente de qualquer

prática criminosa ulterior. A tentativa é inadmissível,

porquanto os atos precedentes à ação de associar-

se – momento subjetivo – constituem meros atos

preparatórios, e não início de execução.

6. CLASSIFICAÇÃO

Delito comum, plurissubjetivo, de mera atividade,

de ação única, de perigo abstrato, permanente,

comissivo e doloso.

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7. PENA

Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa

cumulativa de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e

duzentos) dias-multa.

8. AÇÃO PENAL

Pública incondicionada.

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IMPORTANTE

O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 16 (dezesseis)

anos (art. 109, II, CP).

Com o advento da Lei 11.343/2006, fica superada a questão da

aparente antinomia entre o artigo 8.º, da Lei 8.072/1990 e o artigo

14 da revogada Lei 6.368/1976, eis que, sendo lex specialis e,

ainda, posterior, a matéria agora é regulada exclusivamente no

artigo 35 da nova Lei Antidrogas, de forma que o crime de

associação aperfeiçoa-se com a participação de apenas dois

integrantes e as penas são, cumulativamente, de 3 a 10 anos de

reclusão e multa de 700 a 1.200 dias-multa.

O delito em tela exige um vínculo associativo duradouro, voltado

subjetivamente à perpetração de qualquer dos crimes mencionados

no tipo. Ressalte-se que, se o fim visado pelo grupo é o custeio ou

financiamento do tráfico, tipificado no artigo 36 da lei, exige-se o

propósito de reiteração como elemento subjetivo, por força do que

dispõe o parágrafo único do artigo 35.

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O delito de associação é autônomo em relação aos

eventuais crimes que a sociedade venha a cometer

posteriormente. Assim, o associado que concorrer para

o crime subsequente responderá pelos dois delitos, em

concurso material.

A exigência do concurso necessário, a partir da reunião

de duas pessoas, afasta a possibilidade de incidência

de qualquer hipótese de agravamento de pena pelo

concurso de agentes ao tráfico que o grupo venha

realizar, pois tal reunião já se constitui em delito

autônomo. Isso não obsta, entretanto, a incidência da

causa especial de aumento de pena, quer do crime

autônomo do art. 35, quer daqueles descritos nos arts.

33 a 37 da Lei, que a quadrilha vier a praticar, em

virtude de associação e/ou concurso com criança ou

adolescente (art. 40, VI).

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Não há possibilidade de concurso do crime do art.

35 da Lei com o delito de quadrilha ou bando do

art. 288 do Código Penal, já que a figura típica de

associação para o tráfico, pelo caráter especial,

aplica-se em relação à associação criminosa

dedicada ao tráfico de drogas e também a outros

crimes.

A competência será da Justiça Federal, se o bando

tiver caráter internacional (art. 70 e parágrafo

único, Lei 11.343/2006).

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FINANCIAMENTO OU

CUSTEIO DO TRÁFICO

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer

dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1.º, e

34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e

pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000

(quatro mil) dias-multa.

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1. BEM JURÍDICO É a saúde pública.

2. SUJEITOS Sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa

(delito comum). Sujeito passivo é a coletividade.

3. TIPO OBJETIVO As ações incriminadas consistem em financiar e

custear. A redação é pleonástica, já que se tratam,

na verdade, de expressões sinônimas, que têm o

sentido de fornecer recursos, dar dinheiro, bancar

os custos, assumir as despesas de uma atividade.

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O legislador parece ter querido abarcar tanto a contribuição

financeira parcial, com a expressão financiar, quanto a

assunção integral das despesas, pelo uso do verbo custear.

Pune-se com esse dispositivo a ação de suportar os custos

ou despesas necessárias para a realização de quaisquer

das condutas do artigo 33, caput e parágrafo 1.º, e artigo 34

da Lei 11.343/2006.

É a tipificação autônoma de uma forma específica de

participação no tráfico de drogas ou crimes assemelhados,

que o legislador destacou como mais grave que a própria

realização do tráfico.

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Trata-se de delito habitual, o que se infere da previsão da

causa de aumento do artigo 40, VII, incidente quando “o

agente custear a prática do crime”, bem como, do

quantum das penas, mais severas que a do próprio tráfico

do artigo 33, o que, afastada a ideia de habitualidade da

conduta, implicaria em manifesta ofensa ao princípio da

proporcionalidade.

Exige-se, assim, ao menos a tendência subjetiva de

repetir a conduta, ou seja, o agente deve prestar a ajuda

financeira ou bancar os custos do tráfico de drogas de

forma reiterada ou, ao menos, com o propósito de

reiteração. Se o agente restringe-se a auxiliar ou pagar

uma única vez, de forma eventual, incide, por força do

artigo 29 do Código Penal, no crime para o qual contribuiu

(art. 33 ou 34, Lei 11.343/2006), com a causa de aumento

do artigo 40, VII.

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4. TIPO SUBJETIVO

É o dolo.

5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Consuma-se o delito com a ação que se ajuste à conduta de

financiar ou custear, como, v.g., fornecer dinheiro, ou adquirir

passagens para que o transportador da droga a leve ao

destino etc. Irrelevante que o crime financiado não tenha

chegado a realizar-se.

Não é preciso que o ato, necessariamente, seja repetido, mas

é necessário, cuidando-se de delito habitual, que ele integre

ao menos um contexto ou propósito de habitualidade. A

tentativa, em tese, é admissível.

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6. CLASSIFICAÇÃO

Delito comum, unissubjetivo, de mera atividade, de

perigo abstrato, plurissubsistente, comissivo e

doloso.

7. PENA

Reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos e multa

cumulativa de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000

(quatro mil) dias-multa.

8. AÇÃO PENAL

Pública incondicionada.

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IMPORTANTE

O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 20 (vinte) anos

(art. 109, I, CP).

É o crime mais gravemente apenado na Lei 11.343/2006. Como

é forma especial, mais gravosa, de participação nos crimes dos

arts. 33, caput, e parágrafo 1.º, e 34, deve ser incluído no

conceito de crime de tráfico, equiparado ao hediondo, da Lei

8.072/1990. Ressalte-se que não há na lei nenhuma infração

penal sob o nomen juris de “tráfico de drogas”, de modo que a

conceituação do tráfico é incumbência doutrinária e

jurisprudencial. Se conduta menos grave é equiparada, sob o

rótulo de “tráfico”, a crime hediondo, com maior razão o delito do

artigo 36 deve ser contemplado na Lei 8.072/1990.

A competência é da Justiça Federal se o crime tem caráter

internacional.

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COLABORAÇÃO PARA

O TRÁFICO

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo,

organização ou associação destinados à prática de

qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e

§ 1.º, e 34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e

pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)

dias-multa.

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1. BEM JURÍDICO

A ordem pública e, secundariamente, a saúde

pública.

2. SUJEITOS

Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, exceto o

próprio membro da associação ou grupo (delito

comum). Sujeito passivo é a coletividade.

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3. TIPO OBJETIVO

A conduta incriminada consiste em colaborar

(contribuir, cooperar) como informante, com grupo,

organização ou associação destinados à prática de

qualquer dos crimes pre­vistos nos arts. 33, caput e

parágrafo 1.º, e 34 desta Lei.

Assim, para a configuração desse delito a

colaboração deve ser no sentido de prestar

informações, já que sua colaboração é na qualidade

de informante e a informação deve ser relevante para

a realização de qualquer dos delitos descritos nos arts.

33, caput e parágrafo 1.º, e 34 desta Lei.

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É forma menos gravosa de participação em

atividade de associação, grupo ou organização

criminosa. Pune-se a conduta daquele que, não

integrando o grupo criminoso, nem concorrendo

diretamente para as atividades deste, passa-lhe

informações úteis, v.g., o horário em que

determinado local está desvigiado pela polícia.

A forma de prestar a informação é irrelevante. Pode

dar-se verbalmente, por escrito, por sinais

luminosos ou sonoros, enfim, por qualquer meio

apto a transmitir a notícia ou o conhecimento de

um fato.

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4. TIPO SUBJETIVO

É o dolo, consubstanciado na vontade de contribuir

e consciência, que inclui o conhecimento de que a

informação é útil para a associação ou grupo

criminoso dedicado ao tráfico de drogas.

5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Consuma-se o delito com o fornecimento da

informação, ou seja, no momento em que o

colaborador faz chegar ao grupo destinatário a

informação útil. A tentativa é admissível.

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6. CLASSIFICAÇÃO

Delito comum, unissubjetivo, de mera atividade,

plurissubsistente, de perigo abstrato, instantâneo,

comissivo e doloso.

7. PENA

Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento

de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.­

8. AÇÃO PENAL

Pública incondicionada.

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IMPORTANTE

O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 12

(doze) anos (art. 109, III, CP).

Cuida-se de forma especial, menos grave, de

participação. A lei desvia-se da tradicional opção pelo

sistema unitário ou monista e institui um “delito de

participação”, desviando-se para a teoria dualista.

O agente desse delito é também alcançado pela

figura da “delação premiada”, caso colabore com a

investigação, na forma do artigo 41 da Lei, embora

não seja integrante ou membro da associação

criminosa. Terá, nesse caso, a redução de sua pena,

nos limites de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços).

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Atente-se a que o emprego da expressão “grupo,

organização ou associação” dificulta a exegese do

tipo.

Grupo e associação podem ser distinguidos pelo

fato de que o primeiro pode ter caráter eventual,

não requestando o vínculo perene e estável que

caracteriza a associação; entretanto, enquanto a

legislação não definir o que seja uma organização

criminosa, o tipo suscitará controvérsias.

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PRESCRIÇÃO CULPOSA

DE DROGA

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente,

drogas, sem que delas necessite o paciente, ou

fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com

determinação legal ou regulamentar:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,

e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos)

dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação

ao Conselho Federal da categoria profissional a

que pertença o agente.

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1. BEM JURÍDICO

A saúde pública e, concomitante, a saúde da

pessoa que está sob cuidados médicos (paciente).

2. SUJEITOS

Sujeito ativo é o médico, o dentista ou outro

profissional da saúde apto a prescrever ou

ministrar medicamentos (delito especial próprio).

Sujeito passivo é a coletividade, titular do bem

jurídico saúde pública, assim como o paciente que

recebeu a droga desnecessária ou em dosagem

excessiva.

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3. TIPO OBJETIVO

São duas as condutas incriminadas no tipo: prescrever (receituar, preceituar) e ministrar (aplicar, injetar, inocular) drogas de que o paciente não necessite, ou de que necessite em dose menor.

Na primeira conduta – prescrever – o agente, na condição de médico, dentista ou assemelhado, em ação negligente, passa o receituário para que outrem, por sua conta, ministre a droga; na segunda, o próprio agente, profissional da saúde negligente, é quem aplica a droga desnecessária ou excessiva.

Pune-se a conduta do agente que infringe o dever objetivo de cuidado, tratando-se de delito culposo. A culpa, nesse caso, é “elemento normativo (face normativa aberta) do tipo”.

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4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Consuma-se o delito, na modalidade prescrever, quando a

receita chega ao destinatário, na modalidade ministrar, quando

a substância é introduzida no corpo da vítima. Não admite

tentativa, por tratar-se de delito culposo.

5. CLASSIFICAÇÃO Próprio, de mera atividade, de forma livre, comissivo,

instantâneo, de perigo abstrato, culposo.

6. PENA

Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de

50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.

7. AÇÃO PENAL

Pública incondicionada

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IMPORTANTE

O prazo prescricional da pretensão punitiva é de 4

(quatro) anos (art. 109, V, CP).

A competência para processo e julgamento é dos

Juizados Especiais Criminais, pois trata-se de infração

de menor potencial ofensivo (art. 61, Lei 9.099/1995).

Havendo condenação, o juiz deverá comunicar ao

Conselho da categoria profissional ao qual pertença o

agente.

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CONDUÇÃO DE AERONAVE

OU EMBARCAÇÃO SOB O EFEITO

DE DROGAS

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o

consumo de drogas, expondo a dano potencial a

incolumidade de outrem:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da

apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva

ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena

privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200

(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas

cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6

(seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos)

dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for

de transporte coletivo de passageiros.

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1. BEM JURÍDICO

A segurança jurídica

2. SUJEITOS

Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (delito

comum). Sujeito passivo é a coletividade.

3. TIPO OBJETIVO

Sujeito A conduta incriminada consiste em conduzir (guiar,

pilotar, dirigir) embarcação ou aeronave após o consumo de

drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem.

Trata-se de um delito de tráfego, por punir quem conduz

embarcação (tráfego náutico) ou aeronave (tráfego aéreo)

após haver consumido drogas. Demais disso, o delito é de

perigo concreto, pois o tipo exige a prova deste ao estabelecer

expressamente “expondo a dano potencial a incolumidade de

outrem”.

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4. TIPO SUBJETIVO

É o dolo.

5. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Consuma-se o delito com a condução de embarcação ou

aeronave, após a ingestão de drogas, ainda que em

pequena quantidade. Sendo assim, é absolutamente

dispensável que ocorra a completa intoxicação.

Admissível a tentativa se a pessoa tenta conduzir a

embarcação ou aeronave após ingerir drogas e é

impedida por circunstâncias alheias a sua vontade, por

exemplo, a ação de terceira pessoa.

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6. CLASSIFICAÇÃO

Delito comum, de mera atividade, de forma livre,

comissivo, instantâneo, de perigo concreto,

unissubjetivo, plurissubsistente.

7. PENA

Detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da

apreensão do veículo, cassação da habilitação

respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo

da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento

de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

8. AÇÃO PENAL

Pública incondicionada.

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IMPORTANTE

Prazo prescricional da pretensão punitiva: em 8 (oito)

anos (art. 109, IV, CP).

O art. 39 desta Lei não se aplica se a condução for de

veículo automotor em via terrestre, caso em que

incidirá o art. 306 da Lei 9.503/97 (Código de Trânsito

Brasileiro).

O art. 39 desta Lei é norma especial em relação ao

art. 34 da Lei das Contravenções Penais, no caso de

condução de embarcações.