dos crimes contra a incolumidade pÚblica

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Trabalho de Direito Penal Mariângela Teixeira de Souza 5° período –Direito Noite Crimes contra a incolumidade pública – Arts. 250 a 285 do CP DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA DOS CRIMES DE PERIGO COMUM INCÊNDIO Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Elementos do crime:Núcleo do tipo é causar Tipo objetivo: Causar incêndio é provocar, motivar, produzir combustão. Tipo subjetivo: O dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de provocar o incêndio, com conhecimento do perigo comum (dolo de perigo). Objeto jurídico: A incolumidade pública. Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Sujeito passivo: A Sociedade (crime vago) Classificação doutrinária:crime comum , material e de perigo concreto,vago de forma livre , instantaneo, não 1

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Page 1: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Trabalho de Direito Penal

Mariângela Teixeira de Souza

5° período –Direito Noite

Crimes contra a incolumidade pública – Arts. 250 a 285 do CP

DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA DOS CRIMES DE

PERIGO COMUM

INCÊNDIO

Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o

patrimônio de outrem:

Elementos do crime:Núcleo do tipo é causar

Tipo objetivo: Causar incêndio é provocar, motivar, produzir combustão.

Tipo subjetivo: O dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de provocar o

incêndio, com conhecimento do perigo comum (dolo de perigo).

Objeto jurídico: A incolumidade pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A Sociedade (crime vago)

Classificação doutrinária:crime comum , material e de perigo concreto,vago de

forma livre , instantaneo, não transeunte, unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual.

Consumação: Com a efetiva situação de perigo comum.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

EXPLOSÃO

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Page 2: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Art. 251. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem,

mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de

substância de efeitos análogos:

Elementos do crime:

Núcleo do tipo: expor

Tipo objetivo: crime praticado mediante o uso de engenho de dinamite ou de

substância de efeitos análogos 1°. A conduta incriminada é expor a perigo.

Tipo subjetivo: o dolo,

Objeto jurídico: A incolumidade pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade

Classificação doutrinária:è crime comum, material ou causal,de perigo comum e

concreto, de forma livre,vago,instantâneo, unissubjetivo, unilateral ou de concurso

eventual, comissivo e normalmente plurissubsistente.

Consumação: Com a criação de situação de perigo próximo e imediato.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE

Art. 252. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o património de outrem,

usando de gás tóxico ou asfixiante: Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Elementos do crime:

Tipo objetivo: Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de

outrem

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Page 3: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Objeto material:Gás tóxico ou asfixiante

Tipo subjetivo: O dolo

Objeto jurídico: A incolumidade pública

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Classificação doutrinária:crime comum, material ou causal,de perigo

concreto,vago, de forma

Vinculada,instantâneo,comissivo, unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual

e normalmente

Plurissubsistente.

Consumação: Com o surgimento da situação de perigo próximo e imediato para a

integridade física ou patrimônio de indiscriminado número de pessoas. É crime de perigo

concreto.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

FABRICO, FORNECIMENTO, AQUISIÇÃO, POSSE OU TRANSPORTE DE

EXPLOSIVOS OU GÁS TÓXICO, OU ASFIXIANTE

Art. 253. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da

autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material

destinado à sua fabricação:

Objeto jurídico: A incolumidade pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

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Page 4: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: Várias são as condutas alternativamente previstas, São elas:

fabricar , fornecer , adquirir , possuir , ou transportar .

Tipo subjetivo: O dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de praticar as ações,

sem licença da autoridade e com conhecimento do perigo comum.

Não há forma culposa.

Consumação: Com a efetiva prática das ações.

Tentativa: Inadmissível, pois a lei incrimina atos preparatórios.

Ação penal: Pública incondicionada.

INUNDAÇÃO

Art. 254. Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o

patrimônio de outrem:

Elementos do crime: Tipo objetivo: A conduta prevista é causar (provocar, motivar,

produzir) inundação, entendendo-se esta como "o alagamento de um local de notável extensão,

não destinado a receber águas" Requer-se, portanto, que da inundação decorra perigo concreto

ou efetivo a número indeterminado de pessoas ou bens. Ausente tal perigo, não se configura o

crime.

Tipo subjetivo: O crime de inundação é punido a título de dolo ou culpa (com penas

diversas). O dolo, consistente na vontade livre e consciente de causar inundação, com

conhecimento do perigo concreto comum

Objeto jurídico: A incolumidade pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Consumação: Com a superveniência do perigo concreto comum.

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Page 5: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

PERIGO DE INUNDAÇÃO

Art. 255. Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a

perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra

destinada a impedir inundação:

Objeto jurídico: A incolumidade pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: Três são as condutas alternativamente incriminadas: remover,

destruir ou inutilizar .

O objeto material sobre o qual a ação recai é obstáculo natural ou obra destinada a

impedir inundação, situado em prédio próprio ou alheio.

Tipo subjetivo: O dolo, consistente na vontade livre e consciente de praticar as

ações descritas.

Inexiste punição a título de culpa.

Consumação: Com a criação do perigo concreto comum.

Tentativa: Inadmissível.

Ação penal: Pública incondicionada.

DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO

Art. 256. Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a

integridade física ou o patrimônio

de outrem:

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Page 6: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Objeto jurídico: A incolumidade pública

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, até mesmo o proprietário do prédio que desaba.

Sujeito passivo: A coletividade (principal).

Tipo objetivo: A conduta prevista é causar desabamento ou desmoronamento .

Deve haver perigo concreto ou efetivo e não abstrato ou presumido.

Tipo subjetivo: O dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de causar desabamento

ou desmoronamento, com conhecimento do perigo concreto comum. A modalidade

culposa é prevista no parágrafo único do artigo.

Consumação: Com a criação da situação de perigo concreto comum.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento

        Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio,

inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer

meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir

ou dificultar serviço de tal natureza

Objeto jurídico: A incolumidade pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, incluindo-se o dono do material de salvamento.

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Page 7: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: E pressuposto do crime deste art. 257 que o comportamento do

agente seja por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade livre e consciente de praticar as

ações, ciente do perigo comum que elas acarretam. Não há modalidade culposa.

Consumação: Na figura a, com as ações de subtrair, ocultar ou inutilizar; na figura

b, com o efetivo impedimento ou dificuldade.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza

grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada

em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de

metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de

um terço.

DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA

Art. 259. Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou

animais de utilidade econômica:

Objeto jurídico: A incolumidade pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, incluindo o proprietário.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: O núcleo é difundir(espalhar, disseminar). A doença ou praga deve

ser apta a causar dano, pois o dispositivo fala que possa causar dano a floresta, plantação

ou animais de utilidade econômica .

Tipo subjetivo: o dolo que consiste na vontade de difundir, consciente do perigo

comum, sendo desnecessária finalidade especial. o "dolo genérico".

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Page 8: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

A figura culposa é prevista no parágrafo único.

Consumação: Com a efetiva difusão de doença ou praga idônea a causar perigo

comum.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E

TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS PERIGO DE DESASTRE FERROVIÁRIO

Art. 260. Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a segurança dos meios

de transporte.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: As condutas alternativamente incriminadas são impedir ou perturbar

serviço de estrada de ferro

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade de impedir ou perturbar, consciente

de que pode dar causa a desastre ferroviário.

Consumação: Com a efetiva situação de perigo de desastre (perigo concreto e não

presumido).

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE TRANSPORTE MARÍTIMO,

FLUVIAL OU AÉREO

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Page 9: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Art. 261. Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar

qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a segurança dos meios de

transporte. Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: São duas as modalidades previstas: 1- Expor a perigo embarcação

ou aeronave

2. Ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima,

fluvial ou aérea., o perigo deve ser concreto.

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade livre e consciente de expor a perigo

ou praticar ato tendente a impedir ou dificultar

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, incluindo o dono da embarcação ou aeronave.

Consumação: Com o perigo concreto de acidente.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

Art. 262. Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou

dificultar-lhe o funcionamento:

Consumação: Com o efetivo desastre.

Tipo subjetivo: O delito do art. 262 do CP atenta contra o bem jurídico segurança

Tentativa: Inadmissível.

Tipo objetivo: É necessária a existência de perigo in concreto

Art. 263. Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de

desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.

ARREMESSO DE PROJÉTIL

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Page 10: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Art. 264. Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao

transporte público por terra, por água ou pelo ar:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a segurança dos

transportes.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: A conduta prevista é arremessar (atirar, lançar) projétil.

Tipo subjetivo: O dolo, consistente na vontade livre e consciente de arremessar,

sabendo que pode causar perigo comum.

Inexiste forma culposa.

Consumação: Com o arremesso de projétil idôneo a causar perigo, ainda que não

atinja o veículo em movimento.

Tentativa: Não se admite, pois o arremesso não é ação divisível. Só existirão atos

preparatórios, que são impuníveis.

Ação penal: Pública incondicionada.

Objeto jurídico :O que se protege no art. 264 é o passageiro

Consumação: O art. 264 é crime de perigo, que se esgota com o arremesso

ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE SERVIÇO DE UTILIDADE

PÚBLICA

Art. 265. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz,

força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a segurança dos serviços

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Page 11: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

de utilidade pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: Atentar. Atentar contra o funcionamento é porem risco a

continuidade do funcionamento

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade de atentar, com a consciência de

poder criar perigo comum.

Não há forma culposa.

Consumação: Com a prática do ato capaz de perturbar a segurança ou o

funcionamento.

Tentativa: Admite-se, embora seja difícil a sua ocorrência na prática.

Ação penal: Pública incondicionada.

INTERRUPÇÃO OU PERTURBAÇÃO DE SERVIÇO TELEGRÁFICO OU

TELEFÔNICO

Art. 266. Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou

telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:

Objeto jurídico: O funcionamento dos serviços telegráficos, radiotelegráficos ou

telefônicos, no que ele afeta a incolumidade pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: Duas são as modalidades contidas no art. 266;Interromper e

perturbar

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Page 12: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade de praticar as ações incriminadas,

com consciência de que pode criar perigo comum.

Inexiste forma culposa.

Consumação: Com a efetiva interrupção ou perturbação, ou, ainda, com o

impedimento .

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PUBLICA EPIDEMIA

Art. 267. Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, até mesmo a própria pessoa infectada.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: O núcleo causar tem a significação de provocar, motivar, produzir.

Epidemia

O comportamento pode ser comissivo ou omissivo. O perigo é considerado

presumido.

Tipo subjetivo: O dolo (vontade livre e consciente de propagar) e o elemento

subjetivo que o tipo contém, representado pelo especial fim de causar epidemia .

Consumação: Com o surgimento da epidemia, ou seja, com o aparecimento de

casos em número que dá o caráter de epidemia.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

INFRAÇÃO DE MEDIDA SANITÁRIA PREVENTIVA

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Page 13: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Art. 268. Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução

ou propagação de doença contagiosa:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, no particular aspecto da saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: O núcleo é infringir, que possui a significação de violar, transgredir,

desrespeitar, desobedecer.

Tipo subjetivo: O dolo, representado pela vontade livre e consciente de infringir a

determinação. "dolo genérico". Não há forma culposa.

Consumação: Com a violação.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA

Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja

notificação é compulsória:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, no especial aspecto da saúde pública.

Sujeito ativo: Somente o médico

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: Deixar de denunciar à autoridade pública é a conduta que se

incrimina ao médico.

Tipo subjetivo: O dolo, consistente na vontade livre e consciente de praticar a

omissão.

Não há forma culposa.

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Page 14: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Consumação: Com o esgotamento de eventuais prazos regulamentares ou, na

ausência destes, com a prática de ato inconciliável com a obrigação de denunciar.

Tentativa: Não se admite, pois é delito omissivo puro.

Ação penal: Pública incondicionada.

Só o médico pode ser agente: A obrigação de denunciar só é exigida do médico.

ENVENENAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL OU DE SUBSTÂNCIA

ALIMENTÍCIA OU MEDICINAL

Art. 270. Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância

alimentícia ou medicinal destinada a consumo:

.

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: O núcleo é envenenar

O perigo é considerado como presumido.

Tipo subjetivo: É o dolo, que consiste na vontade livre e consciente de envenenar,

com conhecimento do destino de consumo comum e do perigo coletivo

Consumação: Com a superveniência da situação de perigo comum.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

Tipo objetivo: a. Entregar a consumo é fornecer, a título oneroso ou gratuito, a

indeterminado número de pessoas. b. Ter em depósito, para o fim de ser distribuída.

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Page 15: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Tipo subjetivo: Na modalidade a é igual ao do caput. Na b, há, ainda, o elemento

subjetivo do tipo, que consiste no especial fim de agir a finalidade de distribuir.

Consumação: Com a entrega ou depósito, independentemente de efetivo consumo

ou distribuição.

CORRUPÇÃO OU POLUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL

Art. 271. Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-

a imprópria para consumo ou nociva à saúde:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: O verbo corromper tem, aqui, a significação de estragar, desnaturar,

infectar.

Tipo subjetivo: O dolo, consistente na vontade livre e consciente de corromper ou

poluir, com conhecimento do perigo para indeterminado número de pessoas.

A figura culposa é prevista no parágrafo único.

Consumação: Com a efetiva impropriedade ou nocividade provocada pela

corrupção ou poluição, independentemente de real dano às pessoas.

Tentativa: Admitimos a possibilidade de sua ocorrência,

Ação penal: Pública incondicionada.

FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE

SUBSTÂNCIA OU PRODUTO ALIMENTÍCIO

Art. 272. Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto

alimentício destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor

nutritivo:

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Page 16: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente no aspecto da saúde

pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade

Tipo subjetivo: O dolo, consistente na vontade livre e consciente de corromper,

adulterar, falsificar ou alterar, com conhecimento da destinação a consumo da substância

ou do produto e do perigo comum.

Consumação: Quando a substância ou produto se torna nocivo à saúde ou tem seu

valor nutritivo reduzido.

Tentativa: Admite-se.

Tipo objetivo: Os núcleos são: a. fabricar ,vender, expor à venda ou entregar.

Tipo subjetivo: O dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de fabricar, vender,

expor, importar

Ação penal: Pública incondicionada.

FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE

PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS

Art. 273. Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins

terapêuticos ou medicinais:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, ainda que não seja comerciante ou industrial.

Sujeito passivo: A coletividade, ou seja, número indeterminado de pessoas.

Tipo objetivo: Os núcleos previstos são os mesmos do artigo anterior: a. falsificar,

b. corromper, c. adulterar ou d. alterar.

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Page 17: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

O objeto material é o produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

Tipo subjetivo: o dolo, que consiste na vontade livre e consciente de falsificar,

corromper, adulterar ou alterar, ciente do perigo comum e da destinação do produto para

fins terapêuticos ou medicinais.

Consumação: Com a falsificação, corrupção, adulteração ou alteração do produto.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

Tipo objetivo: São estes os núcleos previstos: a. importar; b. vender; c. expor à

venda; d. ter em depósito para vender, e. distribuir ou entregar

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade livre e consciente de importar,

vender, expor, ter em depósito, distribuir ou entregar a consumo, ciente da falsificação,

corrupção, adulteração ou alteração do produto, bem como da sua destinação para fins

terapêuticos ou medicinais.

Ação penal: Pública incondicionada.

EMPREGO DE PROCESSO PROIBIDO OU DE SUBSTANCIA NÃO

PERMITIDA

Art. 274. Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento,

gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora ou

qualquer outra não expressamente permitida pela legislação sanitária:

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: O núcleo é empregar

O objeto material é produto destinado ao consumo

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Page 18: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade livre e consciente de empregar.

Não há punição a título de culpa.

Consumação: Com o efetivo emprego do processo ou substância,

independentemente de outro resultado (delito de perigo abstrato).

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

INVÓLUCRO OU RECIPIENTE COM FALSA INDICAÇÃO

Art. 275. Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios,

terapêuticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo

ou que nele existe em quantidade menor que a mencionada: Pena — reclusão, de um a

cinco anos, e multa.

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, embora, geralmente, seja o fabricante.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: O objeto material é produto (resultado de produção) alimentício,

terapêutico ou medicinal.

Tipo subjetivo: O dolo, isto é, a vontade livre e consciente de fazer falsa indicação.

"dolo genérico".

Não há forma culposa.

Consumação: Com a efetivação da falsa indicação, sem dependência de outro

resultado (delito de perigo abstrato).

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

.

18

Page 19: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

PRODUTO OU SUBSTÂNCIA NAS CONDIÇÕES DOS DOIS ARTIGOS

ANTERIORES

Art. 276. Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer

forma, entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa (ainda que não comerciante).

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: O objeto material é: a. produto destinado a consumo, fabricado

com emprego de processo proibido ou substância não permitida

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade livre e consciente de praticar as

ações indicadas

Não há forma culposa.

Consumação: Com a efetiva prática das ações, sendo delito permanente nas

figuras de exposição e depósito.

Tentativa: Teoricamente é possível.

Ação penal: Pública incondicionada.

SUBSTÂNCIA DESTINADA À FALSIFICAÇÃO

Art. 277. Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à

falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa.

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Page 20: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: O objeto material do delito é substância destinada à falsificação de

produto alimentício, terapêutico ou medicinal.

Não há modalidade culposa.

Consumação: Com a efetiva prática das ações, sendo delito permanente nas formas

de expor e de depósito.

Tentativa: Teoricamente é possível, mas de difícil ocorrência na prática.

Ação penal: Pública incondicionada.

OUTRAS SUBSTÂNCIAS NOCIVAS À SAÚDE PÚBLICA

Art. 278. Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de

qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não

destinada à alimentação ou a fim medicinal:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa (ainda que não seja industrial ou comerciante).

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: São cinco os núcleos alternativamente indicados: a. fabricar b.

vender c. expor à venda; ter em depósito para vender; e. ou, de qualquer forma, entregar a

consumo.

O objeto material é coisa ou substância nocivas à saúde, ainda que não destinada à

alimentação ou a fim medicinal .

Tipo subjetivo: o dolo, consistente na vontade livre e consciente de praticar as

ações, com conhecimento da nocividade à saúde pública. A figura culposa é prevista no

parágrafo único.

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Page 21: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Consumação: Coma efetiva prática de qualquer das ações, independentemente de

outros resultados. E infração permanente nas modalidades de expor e de ter em depósito.

Tentativa: Teoricamente é admissível.

Ação penal: Pública incondicionada.

SUBSTÂNCIA AVARIADA

Art. 279.

Revogado: “O art. 279 do Código Penal, que continha a definição típica do crime

de substancia avariada, foi expressamente revogado pelo art.23 da lei 8.137/1990.

Atualmente , a conduta configura crime contra as relações de consumo,e encontra-se

definida no art. 7° inc. IX, do citado diploma legal, cuja redação é a seguinte:

Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:

IX-vender,ter em deposito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma,

enregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo.

MEDICAMENTO EM DESACORDO COM RECEITA MÉDICA

Art. 280. Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa; mas há autores que consideram que só pode ser

agente o farmacêutico, prático autorizado ou herbanário

Sujeito passivo: A coletividade; secundariamente, a pessoa que recebe ou a quem é

destinado o medicamento.

Tipo objetivo: O verbo fornecer tem o sentido de entregar, dar, proporcionar,

ministrar, suprir; é indiferente que o fornecimento seja feito gratuita ou onerosamente.

Substância medicinal é a destinada à cura, melhora ou prevenção de doenças de

indeterminado número de pessoas. Em desacordo com receita médica preceitua .

21

Page 22: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade livre e consciente de fornecer

medicamento em desacordo com a receita. A figura culposa é prevista no parágrafo único.

Consumação: Com a entrega da substância em desacordo, independentemente de

outro resultado (delito de perigo presumido).

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

COMÉRCIO CLANDESTINO OU FACILITAÇÃO DE USO DE

ENTORPECENTES

Art. 281.

Revogado:

“o art.281 foi revogado pela Lei n. 6368, de 21 de outubro de 1976 (antiga lei de

Tóxicos)” capez 238

“esta por ultima, por sua vez, foi revogada expressamente pela lei 11343/2006 –lei

de drogas, a qual atualmente disciplina os ilícitos penais relativos as drogas em geral.”

P353 masson

EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA, ARTE DENTÁRIA OU

FARMACÊUTICA

Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou

farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:

Sujeito passivo: A coletividade e, secundariamente, a pessoa que é tratada ou

servida.

Tipo objetivo: O art. 282 contém duas modalidades distintas. Na primeira, a

profissão é exercida sem autorização legal; na segunda, excedendo os limites .

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Page 23: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Tipo subjetivo: O dolo, ou seja, a vontade de exercer a profissão, com consciência

da falta de autorização legal ou de que excede os limites profissionais. Não há forma

culposa.

Consumação: Com o efetivo exercício, que exige habitualidade (o delito é de

perigo abstrato).

Tentativa: Não se admite.

Ação penal: E pública incondicionada.

CHARLATANISMO

Art. 283. Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa, incluindo o médico.

Sujeito passivo: A coletividade.

Tipo objetivo: São dois os verbos empregados no dispositivo: inculcar ou anunciar

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade de inculcar ou anunciar, com

consciência da ineficácia do meio de cura,é necessário que haja insinceridade e falsidade

por parte do agente.

Não há forma culposa.

Consumação: Com a efetiva inculca ou anúncio, independentemente de outro

resultado.

Tentativa: Admite-se.

Ação penal: Pública incondicionada.

CURANDEIRISMO

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Page 24: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Art. 284. Exercer o curandeirismo:

Objeto jurídico: A incolumidade pública, especialmente a saúde pública.

Sujeito ativo: Qualquer pessoa desprovida de conhecimentos médicos. No

entanto ,pode ser partícipe do delito o próprio médico que preste auxílio ao curandeiro.

Sujeito passivo: A coletividade e, secundariamente, a pessoa que é tratada ou

diagnosticada pelo agente.

Tipo objetivo: A conduta incriminada é exercer

Tipo subjetivo: O dolo, que consiste na vontade livre e consciente de exercer o

curandeirismo.

Inexiste modalidade culposa.

Consumação: Com o efetivo exercício (que requer habitualidade),

independentemente de outro resultado.

Tentativa: Não se admite.

Ação penal: Publica incondicionada.

Consumação: Como o delito do art. 284 é crime habitual, se o agente o continuou

praticando, o início da ação penal deve ser considerado como momento consumativo,

inclusive para a contagem da prescrição

Forma qualificada Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos

neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. Código Penal

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Page 25: DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Referências Bibliográficas

MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado Volume 3. 2ª edição são Paulo:

Método 2012

CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal parte Especial Volume 3 são Paulo: Saraiva

2007

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