port.com fevereiro 2015

60
DOSSIÊ ESPECIAL A EMIGRAÇÃO PORTUGUESA NA ALEMANHA O CARNAVAL EM PORTUGAL DIA DOS NAMORADOS AGENDA DOS ARTISTAS NAS COMUNIDADES www.revistaport.com

Upload: ajbb-network

Post on 07-Apr-2016

229 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Edição de Fevereiro da Revista PORT.COM dedicada ao Carnaval em Portugal. Destaque para o Suplemento: "A Emigração Portuguesa na Alemanha" www.revistaport.com

TRANSCRIPT

Page 1: Port.com Fevereiro 2015

DOSSIÊ ESPECIALA EMIGRAÇÃO

PORTUGUESA NA ALEMANHA

O CARNAVALEM PORTUGAL

DIA DOS NAMORADOS

AGENDA DOS ARTISTAS

NAS COMUNIDADES

www. rev i s tapor t .com

Page 2: Port.com Fevereiro 2015
Page 3: Port.com Fevereiro 2015

3

4EDITORIAL

6DESTAQUE

CARNAVAL EM PORTUGAL

12DESTAQUE

O QUE MUDA EM 2015

16A AGENDA DOS ARTISTAS PORTUGUESES

PELAS COMUNIDADES

20NEGÓCIOS

O MARKETING OUSADO DA RENOVA

22CIÊNCIA E TECNOLOGIA

VISION BOX DÁ NAS VISTAS

24DIA DOS NAMORADOS

SUGESTÕES DE PRESENTES MADE IN PORTUGAL

28ROTAS GASTRONÓMICAS

VILA NOVA DE POIARES:CAPITAL UNIVERSAL DA CHANFANA

34DISCURSO DIRECTO

DESTINO:LONDRES

www.revistaport.com

SUMÁRIO

A AJBBNETWORK não é responsável pelo conteúdo dos anúncios nem pela

exatidão das características e proprieda-des dos produtos e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformidade com a realidade são da integral e exclu-siva responsabilidade dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias.

Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações, - sob quaisquer meios e para quaisquer

fins, inclusive comerciais.

ficha técnica

Rua João de Ruão, nº 12 – 8º3000-299 Coimbra (Portugal)

Tel: (+351) 239 820 688

[email protected]

Nº de registo na ERC: 126526

R E V I S T A D E P O R T U G A L E D A S C O M U N I D A D E S

DOSSIÊ ESPECIAL

A EMIGRAÇÃO PORTUGUESA

NA ALEMANHA

2015 . SUPLEMENTO REVISTA PORT.COM . EDIÇÃO FEVEREIRO

ESPECIAL

A EMIGRAÇÃO PORTUGUESA NA ALEMANHA

EDIÇÃO E PROPRIEDADE

[email protected]

NIF: 510 475 353

DIREÇÃO Abílio Bebiano

[email protected]

EDITORA DE CONTEÚDOS Márcia de Oliveira

[email protected]

REDAÇÃO Márcia de Oliveira, Ana Laura Duarte,

Filipa Marques

DESIGN E PAGINAÇÃO BDMP, LDA

www.bdmp.pt

ASSINATURAS [email protected]

PLATAFORMA ONLINE Carlos Gouveia

PUBLICIDADE AJBB Network

Rua João de Ruão, 12 – 1º 3000-229 Coimbra (Portugal)

(+351) 912 573 813 [email protected]

EDIÇÃO PAPEL: Tiragem: 30.000 Exemplares

Impressão: StudioPrint Depósito Legal: 376930/14

Distrib. nacional e internacional: CTT

Page 4: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES4

O projeto PORT.COM foi totalmente desenhado e cria-do para todos os portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro, tendo-se iniciado em junho de 2014 com a primeira edição da revista PORT.COM dedi-

cada ao dia de Portugal, de Camões e das Comunidades e, em agosto, com a ação de receção e boas-vindas às famílias de emigrantes que vieram passar férias a Portugal, na fronteira de Vilar Formoso e em Fátima.

Após alguns ajustamentos e correções que introduzimos ao projeto no passado mês de dezembro, para melhor poder corresponder aos interesses dos nossos leitores que nos acompanham em 108 países, melhorámos os conteúdos do site www.revistaport.com, alterámos a apresentação dos conteúdos da revista PORT.COM, que passa a ser mensal, e optámos por um novo formato para permitir uma leitura mais confortável na edição online.

Neste momento consideramos que o projeto já está em fase de con-solidação junto do público-alvo que definimos - emigrantes- e, por is-so mesmo, preparado para continuar a crescer de uma forma bastante sustentável, como se comprova pelo tráfego e movimento verificados na plataforma PORT.COM e nas redes sociais onde estamos presentes.

Estamos satisfeitos com a recompensa de um trabalho desenvolvi-do com colaboradores que, de uma forma muito séria, empenhada, motivadora e profissional, nos ajudaram a colocar rapidamente este projeto na sua trajetória inicial. Aos leitores da revista, aos visitantes do site a todos que connosco partilham as redes sociais e também aos investidores publicitários que nos apoiam com a sua presença numa aposta de confiança, agradecemos a força que nos dão para fazermos ainda mais e melhor num projeto credível e único em Portugal.

EDITORIAL

A direção

Page 5: Port.com Fevereiro 2015

ONDE QUER QUE ESTEJA,TENHA PORTUGAL

SEMPRE À MÃO.

superbock.ptfacebook.com/SuperBock

Saudade é o nome da aplicação que a Super Bock criou para quem está fora de Portugal ficar mais perto de casa. Esteja onde

estiver, basta consultar a app Saudade, no seu smartphone, para ficar a conhecer os restaurantes, os cafés, os bares ou as

associações culturais portuguesas mais próximos. A aplicação está disponível através da App Store ou do Google Play.

Para mais informações, veja o vídeo em www.superbock.pt. Descarregue a aplicação e encontre Portugal no mundo.

APP SAUDADE. É UMA APLICAÇÃO PORTUGUESA, COM CERTEZA.

A Vida é Super

(Descarregue a APP com este QR Code)

Seja responsável. Beba com moderação.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

af imp appsaudade 210x250.pdf 1 30/01/15 14:44

Page 6: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES6

Carnaval em Portugal

Prepare o disfarce, dispa-se de tristezas e venha celebrar o Carnaval português. Conheça as matrafonas, os Zés Pereiras, os gigantones, os chocalheiros e muitas outras tradições das

maiores festas de carnaval do país.

O Carnaval em Portu-gal tem fortes tradi-ções que evoluíram durante séculos de existência e con-

tinuam a levar multidões para as ruas. Muitas destas tradições fo-ram importadas das colónias por-tuguesas, especialmente do Brasil, mas ao longo do tempo foram-se alterando, de terra para terra e,

hoje, Portugal tenta preservar ao máximo a sua identidade cultural, com corsos tradicionais, caricatu-ras de políticos e bonecos gigantes. À falta do calor brasileiro, prevale-ce o calor humano que tão bem nos caracteriza. A PORT.COM diz-lhe quais são os maiores carnavais de Portugal e como vai ser o programa carnavalesco deste ano. Porque o Carnaval já não são só três dias!

Por Márcia de Oliveira

FOLIA E ALEGRIA DE NORTE A SUL

DE PORTUGAL

Page 7: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 7

destaque

MEALHADA (DESDE 1971)

O Carnaval luso-brasileiro da Mealhada carac-teriza-se pelos grandes corsos carnavalescos, com a presença de atores e atrizes de novelas brasilei-ras, que foram ao longo dos anos a grande atração deste carnaval. Atores como Tony Ramos ou Lima Duarte, provocaram grandes enchentes na região da Bairrada. No entanto, figuras de primeiro pla-no foram, ao longo dos últimos anos, sendo cada vez mais difíceis de contratar pelo que, este ano a Associação do Carnaval decidiu não ter a presença

do tradicional rei ou rainha brasileiros, gorada que foi a contratação de An-

tónio Fagundes.Mantém-se para este ano a tra-

dição luso-brasileira, com dois desfiles, no domingo gordo e na terça-feira, com as tradicionais

escolas de samba e os carros ale-góricos com as habituais sátiras

político-sociais.O Carnaval da Mealhada 2015 ini-

ciou-se no dia 7 e estende-se até 21 de fevereiro, tendo o ponto alto nos dias 15 e 17 com o corso luso-brasileiro. Este ano a organização apostou em espetáculos noturnos, com a presença de al-guns cantores/grupos bem conhecidos do pano-rama musical nacional. Quim Barreiros, Mickael Carreira, David Antunes, Irmãos Verdades, Banda Red, Banda Ministério e DJ Fernando Alvim, são alguns dos nomes que fazem parte do cartaz.

Bons motivos para uma visita à Bairrada, assistir

a bons momentos carnavalescos, ao mesmo tem-po que saboreia o tradicional Leitão à Bairrada.

TORRES VEDRAS (DESDE 1923)

Durante muitos anos o Carnaval de Torres Vedras limitou-se aos bailes e récitas nas coleti-vidades e em casas particulares, quase sem ani-mação de rua. Foi a partir de 1960 que o Carnaval de Torres começou a realizar-se regularmente, voltando a demarcar-se dos então existentes pelas suas características únicas. Prova disso foi a realização do 1.º passeio “auto-trapalhão”, em 1971, onde os participantes tinham de ir mas-carados.

A partir de 1980, o Carnaval de Torres profis-sionaliza-se e cresce ano após ano, rejeitando figurinos externos e assumindo-se como o mais “Português de Portugal”.

Por todo o país as cores e os sons das escolas de samba juntam-se às tradicionais manifestações do Carnaval Português

Na Mealhada as tradições portuguesas estãode “braço dado” com a exuberância do carnaval Brasileiro

Page 8: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES8

O Carnaval de Torres assumiu, desde logo, o carácter espontâneo da sua participação na tradição das ma nifestações de Entr udo em Portugal, cortando a separação entre atores e espetadores. A sátira política, os carros alegó-ricos, assim como as matrafonas, marcam em definitivo a história do Carnaval desta cidade. Este ano, de 13 a 18 de fevereiro, O A MOR vai andar no ar, pois será este o tema no Carnaval de Torres.

Um c o n c u r s o f o t o g r á f i c o d e n o m i n a d o “Fotografa(me) com a matrafónica (uma espé-cie de vuvuzela)” e a corrida das matrafonas são algumas das novidades da edição 2015. Nos cor-sos são de esperar, de novo, as habituais críticas políticas que, ano após ano, vão sendo cada vez mais contundentes. Torres Vedras mantém-se fiel ao Carnaval mais português de Portugal, pelo que não há desfiles de escolas de samba.

LOULÉ (DESDE 1906)

Este ano, o Carnaval de Loulé é “desportivo”. O mais antigo corso carnavalesco do país sai à rua nos dias 14, 15 e 17 de fevereiro, e terá como tema «Loulé, Cidade Europeia do Desporto e Capital da Tradição Carnavalesca».

A s moda l idades ma is representat iv a s do movimento associativo louletano estarão em destaque, tal como os acontecimentos mais importantes na área do desporto. E, como se-ria de esperar, será dada especial atenção ao f utebolista Cr istia no Rona ldo, que g a n hou recentemente a terceira Bola de Ouro da sua carreira.

A mediática prisão de José Sócrates, a po -lémica em torno da colocação dos professo-

res no presente a no letivo e as decla rações do Ministro da Educação Nuno Crato, a luta pela liderança do Partido Socialista ou as me-didas de austeridade impostas pelo Governo, são matérias que fazem parte da agenda deste Carnaval, bem satirizadas como é apanágio da tradição carnavalesca algarvia.

A lém dos carros alegóricos, participam no desf ile as coletividades do concelho, grupos de animação, escolas de samba, cabeçudos e g iga ntones e a a nimação habitua l no ma ior corso do sul do país.

Os satíricos carros alegóricos são já uma marca do Carnavalde Torres Vedras.

Carnaval em Portugal

Page 9: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 9

nome secçÃodestaque

OVAR (DESDE 1952)

O Carnaval de Ovar é um dos principais aconteci-mentos turísticos da região. Milhares de visitantes assistem anualmente aos desfiles de Entrudo, Do-mingo Gordo e Terça-feira de Carnaval. Tradicio-nalmente são os próprios figurantes e respetivas famílias que executam as máscaras, fantasias, ade-reços e carros alegóricos, que são os reis da festa.

Num misto de tradição portuguesa com as escolas de samba brasileiras, o Carnaval de Ovar envolve mais de dois mil participantes, organizados em grupos de foliões, satíricos e escolas de samba.

O Rei Momo e a Rainha do Carnaval são duas figu-ras típicas de Ovar, cortando assim com a tradição de contratar figuras públicas.

Este ano, pela primeira vez, à boa imagem do sambódromo do Rio de Janeiro, há camarotes para assistir aos corsos. Por 2.500 euros, famílias ou empresas podem assistir confortavelmente aos des-files, com catering, instalações sanitárias próprias e abrigados das possíveis travessuras que o tempo possa trazer.

FIGUEIRA DA FOZFernando Maltez, figura local ligada às tradições

populares, e Merche Romero, vão ser os reis do Carnaval Buarcos/Figueira. Com desfiles nas prin-cipais avenidas da Figueira da Foz e Buarcos, vulgo marginal, os dias 15 e 17 de fevereiro são o ponto alto desta festa que promete animar quem decida passar o Carnaval na Praia da Claridade.

Samba enredo, carros alegóricos e muitos grupos de foliões fazem parte do tradicional Carnaval da Figueira da Foz não esquecendo as sátiras tradi-cionais da época que ajudam a decorar os carros

alegóricos.

O Carnaval é Rei em Ovar, com milhares de foliões a aderir aos desfiles espontaneamente, ou organizados em grupos.

Na Figueira da Foz, a rainha do Carnaval é

Merche Romero.

Page 10: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES10

CARETOS DE PODENCEOs caretos de Podence dão uma particularidade

aos festejos carnavalescos que se realizam um pouco por todo o país. Com origem que se perde nos tempos, os Caretos representam imagens diabólicas e misteriosas, que na época carnava-lesca saem à rua com os estridentes chocalhos bem cruzados nas grossas mantas. Habitualmen-te “assustam” as raparigas que, incautas, andem nas ruas por esta altura.

DANÇA DOS CUS

A dança dos cus, em Cabanas de Viriato, é outra forma original e tradicional de festejar o Carna-val. Para além dos “cabeçudos” ou “gigantones”, bonecos gigantes de índole satírica, na dança dos cus não há carros alegóricos ou som de samba. Os milhares de foliões agrupam-se em duas filas e desfilam ao som de uma valsa, batendo os cus, com o vizinho do lado a cada mudança de ritmo.

TRADIÇÕES CARNAVALESCAS

São formas originais e tradicionalmente portuguesas de festejar o Entrudo.

Carnaval em Portugal

Page 11: Port.com Fevereiro 2015

8545 Sogrape D. Antonia Anuncio 210x250.pdf 1 12/22/14 11:12 AM

Page 12: Port.com Fevereiro 2015

12

PORTUGAL

REFORMA DA FISCALIDADE VERDE Os sacos de plástico vão passar a custar dez cênti-mos já a partir do dia 15 de fevereiro. Mais do que obter receita, a medida ambiciona revolucionar os comportamentos nas compras, sobretudo nos supermercados. A reforma verde vai assentar na criação ou aumento de cinco taxas, das quais a mais pesada será a nova taxa de carbono que será paga pelos setores que estão fora do comércio de licenças de CO2, como os transportes. As grandes superfícies comerciais, como o Continente, já estão a arranjar uma alternativa para o cliente não ter de pagar mais.

2015O ANO DAS MUDANÇAS

Em 2014 a “troika” deixou Portugal e 2015 arrancou com menos aumentos de preços, mas com outras alterações significativas para os portugueses. O mesmo aconteceu no Luxemburgo e em França.

Veja o que mudou nestes países.

PENSÕES E PRESTAÇÕES SOCIAIS

As pessoas com pensões abaixo de 4.611 euros deixaram de pagar contribuição extraordinária de solidariedade (CES). As restantes vão continuar a ser penali-zadas, mas com menor incidência.

Há menos 200 milhões para pensões e prestações sociais. As verbas destinadas ao Rendimento Social de Inserção (RSI) descem 8,3 milhões, para o complemento para idosos há menos 14,3 milhões e para abono de família menos 6,5 milhões.

As pensões mínimas de invalidez e ve-lhice do regime geral da Segurança So-cial têm um aumento de 1%, equivalente a 2,59 euros.

Sacos de plástico custam mais 10 cêntimos

Economia

Por Filipa Marques

Page 13: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 13

destaque

IMPOSTOS

IRS A sobretaxa de IRS mantém-se nos 3,5%. Uma parte ou a totalidade deste valor pode ser devolvida aos contribuintes, mas só se o Estado arrecadar mais dois mil milhões de euros em IVA e IRS em relação a 2014.

IRC O IRC baixa pelo segundo ano consecuti-vo. O imposto pago pelas empresas cai de 23% para 21%.

IMI A cláusula de salvaguarda do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) termina e as famílias portuguesas, que ainda não viram o imposto atualizado, vão pagar mais.

TABACO E ÁLCOOL

Cigarros electrónicos, rapé, tabaco de mascar e tabaco aquecido passam a pagar imposto. O Governo estima arrecadar este ano 1.505 mi-lhões de euros com o imposto sobre o tabaco, mais 100 milhões em relação a 2014.

Impostos sobre cerveja e bebidas espirituosas com maior teor alcoólico aumentam 2,9%. A medida não abrange o setor do vinho.

COMBUSTÍVEISOs combustíveis vão ficar mais caros, por via do aumento da contribuição do serviço rodoviário. Gasolina e gasóleo rodoviário deverão subir dois cêntimos por litro e GPL Auto sete cêntimos.

VEÍCULOSO Governo mantém a taxa adicional sobre o Im-posto Único de Circulação (IUC) para os veículos ligeiros de passageiros a gasóleo, que varia entre os 1,39 euros e os 68,85 euros.

SAÚDE As taxas moderadoras nos hospitais descem para valores de 2013, enquanto nos centros de saúde só reduzem se a taxa de inflação for negativa.

FUNÇÃO PÚBLICA

Os funcionários públicos recuperaram 20% do corte salarial aplicado desde 2011. O Governo avalia a medida em 199 mi-lhões de euros.

Os salários e progressões na carreira vão continuar congelados em 2015, mas o Go-verno admite a atribuição “excepcional” de prémios de desempenho.

Os familiares dos trabalhadores das em-presas públicas de transportes vão conti-nuar sem poder viajar gratuitamente.

Cigarros eletrónicos passam a pagar imposto

20%REPOSIÇÃO

CORTES

Page 14: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES14

LUXEMBURGO

ABONO DE FAMÍLIAHá cortes em vários subsídios, incluindo nos apoios à maternidade e educação a partir do dia 1 de junho. Permanece o subsídio de nascimento, o de início de ano escolar, o especial suplementar e os abonos de família.

LICENÇA PARENTAL O Governo está a estudar a hipótese de reduzir a licença para quatro meses, de forma voluntária, para os pais que o desejem. No entanto, esses pais poderão vir a receber mensalmente o valor total da licença (2881 euros).

CASAMENTO Desde o dia 1 de janeiro, os casais do mesmo se-xo têm direito a casar. A nova lei do casamento também aboliu a obrigatoriedade da realização de testes médicos.

AUMENTO DO IVA Em janeiro, o IVA subiu de 15% para 17%. Já a taxa reduzida, passou de 6% para 8%, e a intermédia de 12% para 14%.

RESTAURANTES E BARES O IVA aplicado a bebidas alcoólicas em restauran-tes e bares vai aumentar de 3% para 17%.

NOVO IMPOSTOO Governo avançou com um novo imposto de 0,5% sobre todos os rendimentos, estando apenas isen-tos os rendimentos que correspondam a um quarto do salário mínimo. A nova contribuição vai servir para investir na política da infância e da juventude.

COMÉRCIO ELECTRÓNICO Na venda de produtos e serviços digitais, o IVA passa a ser cobrado no país onde reside o compra-dor, em vez de ser no Estado-membro onde reside a empresa vendedora.

INTRODUÇÃO DE RADARES FIXOS As estradas luxemburguesas vão ter 25 a 30 radares fixos, semelhantes aos que existem em França. Em autoestradas , dentro de localidades e em estradas nacionais, a partir do segundo semestre deste ano.

PONTOS NA CARTA DE CONDUÇÃO Prevê-se o agravamento da perda de pontos na car-ta de condução por infrações de trânsito: excesso de velocidade, uso de drogas, uso de telemóveis, condução em contramão.

ABOLIÇÃO DO “TRIMESTRE DE FAVEUR” PARA FUNCIONÁRIOS PÚBLICOSA partir do dia 1 de maio o Estado vai abolir o cha-mado “Trimestre de faveur”, que equivale a três meses de salário pagos aos funcionários públicos após o fim da atividade.

Beber em restaurantes vai ficar mais caro.

0,5%NOVO IMPOSTO

SOBRE TODOS OS

RENDIMENTOS

Economia

Page 15: Port.com Fevereiro 2015

PUB

INSPEÇÃO AUTOMÓVEL A primeira inspeção de-

ve ser feita após quatro anos, ao contrário dos anteriores três anos e meio.

AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMOO salário mínimo nacional aumentou 0,1%, pas-sando a ser de 1.922,95 euros para trabalhadores não qualificados e de 2.307,53 para trabalhadores qualificados.

HABITAÇÃO Desde o dia 1 de janeiro, só beneficia do IVA super-reduzido de 3% no setor da construção quem cons-truir a sua própria casa ou renove o seu alojamento.

FRANÇA

BOLSA-FAMÍLIA A partir do dia 30 de junho, cada família vai rece-ber a “Bolsa-família” francesa de acordo com os salários do casal ou, no caso de família monopa-rental, de acordo com o salário do responsável. A medida deixa de ser baseada apenas no número de filhos, visando assim diminuir as despesas dos cofres governamentais em 400 milhões de euros já nos primeiros meses.

1.922,95€Salário Mínimo

Page 16: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES16

Agenda Música Portuguesa

A lguns dos maiores artistas por-tugueses vão percorrer o mundo, dando a conhecer o melhor do seu trabalho. Sabemos que estar longe do nosso país não é fácil e, por isso,

preparamos uma agenda com os espetáculos já confirmados para este novo ano. Música feita por portugueses cheios de talento e que vão, certamen-te, ajudar quem vive longe de Portugal a enganar a saudade.

Desde o Fado ao rock, passando pela música ro-mântica ou pela eletrónica, difícil mesmo vai ser escolher o que ver – e ouvir.

MARIZA

Mariza é um nome que dispensa apresentações. A fadista, reconhecida mun-

dialmente, tem sido presença

regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Ange-les, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guar-dian considerou-a “uma diva da música do mun-do”.16 março - Barbican Centre - Londres, Reino Unido 24 março - Sala Palatului - Bucareste, Roménia

DAVID CARREIRA

Filho do cantor romântico Tony Carreira, o jovem David Carreira tem três discos edi-tados entre Portugal e França e tem vindo a acumular galardões pelas vendas surpreendentes dos seus trabalhos. Os êxitos mais conhecidos como “Esta noite”, “A força está em nós”, “Baby fica”, “Abc” ou

SONS DE PORTUGAL PELO MUNDO

2015 traz consigo uma mão cheia de espetáculos musicais portugueses que não vai querer perder.

Por Ana Laura Duarte

Page 17: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 17

nome secçÃocultura

“Falling into you” levam as multidões ao rubro em todas as ocasiões – sempre interpretados de forma original e surpreendente, combinando música, dança e espetáculo. É caso para dizer: filho de peixe sabe nadar.05 abril - Rockhal - Esch-sur-Alzette, Luxemburgo18 abril - Plainpalais Genebra, Suíça30 maio - Sala CERM – Martigny, Suíça14 junho - Festa Rádio Alfa Paris - Base De Loisirs De Créteil em Créteil, França

TONY CARREIRA

Tony Carreira, ou melhor, An-tónio Manuel Mateus Antunes, é o cantor de música românti-ca portuguesa mais popular en-

tre as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Para já, o

aclamado cantor romântico tem apenas duas datas confirmadas na Suíça e em França, mas muitas oportunidades surgirão ao longo do ano.02 maio - Patinoire du Littoral - Neuchâtel, Suíça09 maio - Patinoirs des Vernets – Genebra, Suíça23 maio - Festa de Pontault Combault, França 06 junho - Festival Montereau Confluences, França

LUÍSA SOBRAL

Aos 27 anos, Luísa Sobral prepara-se para um ano em grande a nível mundial: só em janeiro, tocou os seus primeiros álbuns, “The Cherry On My Cake” e “There’s a Flower In My Bedroom”, nos Estados Unidos, na Alemanha e Lu-xemburgo.

Aos admiradores mais novos ofereceu entretanto “Lu-pu-i-pi-sa-pa”, primeiro álbum todo cantado em português, para crianças e feito de histórias sobre a infância, desde as paixonetas ao bullying. 17 março – Kennedy Centre – Washington, EUA18/20 março – South by Southwest – Austin, EUA

MAFALDA ARNAUTH

A luz e o Fado são elemen-tos indissociáveis na carreira de Mafalda Arnauth. Quando lançou o seu primeiro álbum, em 1999, abriu o caminho a uma nova geração de fadistas, que vi-riam a dar ao Fado uma espécie de se-gunda vida, deslumbrante.26 março – Taranto, Itália 27 março – Cesena, Itália

CAMANÉ

Camané tem uma voz única na arte de cantar o Fado. Aquele que é um dos fadistas mais aclamados a nível nacional e internacional, tem a agenda bastante preenchida no primeiro trimestre deste ano.5 março - The John F Kennedy Center for The Per-forming Arts – Washington, EUACamané and National Symphony Orchestra7 março – The Zeiterion – New Bedford, MA , EUA13 março- Winter Garden – Toronto, Canadá 14 março - Theatre Outremont - Montreal Quebec, Canadá

15 março - Prudential Hall - Newark, NJ, EUA 19 março –Miner Auditorium - SF Jazz, San Fran-cisco, EUA

20 março – Kay Meek Center, Vancouver, Canadá

Page 18: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES18

Agenda Música Portuguesa

ANA MOURA Não há outra voz no Fado como

a de Ana Moura. Uma voz que se passeia pela tradição livremente,

sem deixar de “f lirtar” elegan-temente com a música pop, alar-

gando, de uma forma muito pessoal, o raio de ação da canção de Lisboa. Mas

aquilo que a distingue não é apenas um timbre gra-ve e sensual como há poucos – Ana Moura transfor-ma instantaneamente em Fado qualquer melodia a que encoste a sua voz. É um rastilho imediato, uma explosão emocional disparada sem contemplações ao coração de quem a ouve.02 março - Ethno Jazz Festival – Breslávia, Polónia03 março – Szczecin Music Fest – Estetino, Polónia06 março – Theater Casino – Zug, Suíça07 março – Theater am Kirchplatz - Liechtenstein08 março – Cankarjev Dom – Liubliana, Eslovénia10 março – HKV- Berlim, Alemanha16 abril – Budapest Spring Festival – Budapeste, Hungria22 abril – April Jazz in Expo – Helsínquia, Finlândia

PETE THA ZOUK

Pete Tha Zouk é o mais re-quisitado DJ português e um DJ em enorme ascensão no mundo. A responsabilidade

deste feito deve-se à magia e

paixão que consegue criar quando assume os co-mandos de uma festa. Em 2012 foi considerado o 47.º melhor DJ Mundial segundo o Top100 da DJ Mag, conquistando o lugar mais alto de sempre de um DJ português. 17 fevereiro – Camarote Vila Mix – Salvador, Brasil07 março – Clubinho Audio Club – São Paulo, Brasil

CARMINHO

Em 2013 , Carminho af ir-mou-se como uma das artis-tas portuguesas mais interna-cionais, levando a sua voz aos quatro cantos do mundo, sendo distinguida em Portugal com um Globo de Ouro e com o Prémio Carlos Paredes e vendo ambos os seus álbuns atingirem a marca da dupla platina.

Há fadistas que sussurram, outros que arrastam a voz, outros ainda que gritam. Ela não grita, mas a voz voa-lhe com facilidade, deixando por vezes na plateia a sensação de perigo iminente na afinação e no fôlego. Falso alarme: ela é como a trapezista que voa sem rede porque controla milimetricamente os movimentos. 14 março – L’Epicerie Moderne – Feyzin, França14 maio – Kurtheater Bad Homburg – Bad Homburg Vor Der Hohe, Alemanha

Page 19: Port.com Fevereiro 2015

nome secçÃo

PUB

ANTÓNIO ZAMBUJOUm nativo do sul de Portugal

que absorveu a arte vocal Cante Alentejano, António Zambujo,

apoiado por músicos subtis, recita versos e regista com uma arte notável

uma musicalidade única, bem-humorada e cheia de alegria. A sua voz, sensual e envolvente, dá ao fado uma nova conotação contemporânea e elegante.19 março – Kennedy Center – Washington, EUA

DULCE PONTES

Vinte e sete anos de música a percorrer os palcos do mundo, Dulce Pontes inicia 2015 com o abraço mais desejado: uma viagem poético-musical entre o passado e o presente, com algumas pontes para o futuro. Pelo Fado, o folclore, a música popular portuguesa, a música galaico-portuguesa, de Mar-tin Codax a Artur Paredes, de Fernando Pessoa a Horácio Ferrer, de Mikis Theodorakis a Linhares Barbosa, Dulce faz a travessia do Atlântico, tocando as orlas de África e Brasil, com paragem obrigatória

em temas que são clássicos da sua extensa carreira.

19 fevereiro – Barcelona, Espanha3 abril – Istambul, Turquia23 abril – Chile25 abril – Córdoba, Argentina26 abril – Buenos Aires, Argentina

Page 20: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES20

Marketing

RENOVAO PAPEL HIGIÉNICO

MAIS SEXY E OUSADO DO MUNDO

A Renova dispensa apresentações, porque é conhecida de todos como uma das mais famosas marcas de papel higiénico do mundo. É cer-to que todo o ser humano utiliza

este tipo de produtos no seu dia a dia, mas pode ser estranho quando o papel higiénico não tem uma cor esbranquiçada e uns pequenos desenhos gravados, e em vez disso é preto. Ou cor-de-rosa. Ou vermelho. Na verdade a Renova foi a primeira empresa a lançar uma linha de papel higiénico com cores vivas, agressivas e muito apelativas ao olho humano, que catapultou a marca para a boca dos mais famosos atores de Hollywood ou para as pá-ginas de grandes revistas e jornais internacionais.

Chama-se a isto uma ideia arrojada. E veio da cabe-ça de Paulo Pereira da Silva, presidente da Renova, que sempre acreditou que o risco compensa.

O papel higiénico português está por todo o mun-do: a cantora norte-americana Beyoncé exige que no camarim dos seus espetáculos o papel higiénico seja vermelho. O museu do Louvre, em Paris, tem casas de banho com rolos de papel pretos e uma pop up store, lembrando que o papel higiénico ou os lenços de papel também podem ser produtos estéticos.

O lançamento do papel higiénico preto e, mais tarde, de outras cores, posicionou a Renova no mercado do luxo e é hoje uma love brand mundial

Por Ana Laura Duarte

Page 21: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 21

Negócios

MARKETING OUSADO

A Renova é uma marca de produtos de grande consumo no segmento do papel de casa de banho, presente nos cinco continentes. O seu sucesso consiste na inovação constante de conceitos e pro-dutos. Desde sempre líder no nosso país, a Renova continua a apostar em novas soluções para respon-der às expectativas e necessidades quotidianas dos cidadãos.

Com todo o alarido criado em torno deste fenó-meno mundial foram feitos vários estudos para perceber de onde vem tamanho sucesso, em análi-se está a capacidade inventiva da marca, que se tem diferenciado das concorrentes não só na inovação de produtos, mas também pela aplicação de estra-tégias de comunicação e marketing ousadas.

Uma das ideias mais aclamadas da Renova foi o lançamento do papel higiénico negro e, mais tarde, de várias outras cores. Com esta iniciativa a companhia nacional rapidamente deixou de estar apenas associada ao papel higiénico vendido em

supermercados, para passar a constar da decora-ção de hotéis luxuosos e até de desfiles de moda.

Este produto lançado pela Renova é considerado um produto de luxo e tem dado muito que falar nos quatro cantos do mundo. Os rolos de papel às cores, da empresa portuguesa, já chegaram a 57 países, como Macau, França, Bélgica, Estados Unidos, Canadá ou Espanha e não são apenas co-mercializados em supermercados, mas também em lojas de produtos criativos ou de design.

Esta gama de papel higiénico está disponível em todas as cores e destina-se a combinar com diferentes ambientes. Os consumidores podem escolher entre o rosa, o vermelho, o laranja, o ama-relo, o verde, o azul, o roxo, o castanho ou o preto, a hipótese que mais tem encantado o público devido ao fator novidade.

A par de marcas com a Apple, Lego, IBM ou a Nike, a marca portuguesa Renova foi considerada por especialistas britânicos como uma das 100 Marcas da Próxima Geração (Next Generation Brand). Multinacional 100% made in Portugal, a Renova tem 650 trabalhadores e fatura mais de 130 milhões de euros por ano.

Page 22: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES22

A Vision-Box tem apenas 13 anos, mas já é uma das empresas nacionais com maior visibilidade além-fron-teiras. Esta empresa, com sede em Lisboa, criou uma tecnologia ino-

vadora que já é utilizada em dezenas de aeroportos internacionais. O objetivo inicial passava por criar um sistema que permitisse, a quem viaja, avançar pelo aeroporto sem burocracias, filas de espera ou gastar tempo desnecessário. A aposta foi ganha e este novo sistema – eGates - tornou os documentos em papel quase desnecessários. O eGates aplica a ciência biométrica para facilitar a viagem de um passageiro pelo aeroporto e permite que este deixe de ter de apresentar a documentação a cada passo, podendo simplesmente passar por todos os postos de controlo olhando apenas para uma câmara. O reconhecimento é feito através da íris, de impres-são digital e dos traços faciais. Assim, o passageiro evita filas de espera e torna-se completamente autónomo, tendo o controlo total do seu percurso.

A Vision-Box é hoje a empresa líder na oferta de soluções de controlo automatizado de fronteiras e

de gestão de identidade eletrónica, já implemen-tou mais de 3000 soluções inovadoras nos cinco continentes, somando 90% da quota de mercado da automatização de fronteiras a nível europeu e mais de 30% a nível mundial.

A empresa foi responsável pelo desenvolvimento

Ciência eTecnologia

AEROPORTOS MUNDIAIS RENDIDOS À TECNOLOGIA

PORTUGUESAA segurança da “porta de entrada” no nosso país deve-se à Vision Box, uma

tecnológica portuguesa que já conquistou os mercados de mais de 150 países.

Por Ana Laura Duarte

Page 23: Port.com Fevereiro 2015

PUB

de sistemas de registo biométrico em 2005 para o Passaporte Eletrónico Português e para o Car-tão do Cidadão, bem como pela implementação do primeiro sistema de controlo automatizado de fronteiras baseado no reconhecimento facial, tornando-se uma referência neste setor.

Com a adesão de cada vez mais países ao passa-porte eletrónico, o potencial de crescimento é cada vez maior. Até hoje, a Vision-Box é a única empresa que pensa, desenvolve, fabrica, vende, instala e mantém todos os equipamentos que comercializa, conferindo-lhe, assim, um conceito diferenciador.

Portanto, cada vez que entrar no aeroporto lem-bre-se: está a passar numa “porta” portuguesa.

Com o encerramento de vários consulados pelo mundo, a Vision-Box criou um conceito diferente de ajudar os emigrantes. De forma a chegar mais facilmente às comunidades, a vb epass portable é uma mala portátil que per-mite a recolha de dados biométricos e biográ-ficos (traços faciais, íris e impressões digitais) em menos de 60 segundos. A ideia passa por garantir o fácil processamento de informação, emissão de documentos de identificação, como o car-tão do cidadão, passapor-te ou visto de residência, e aumentar a segurança dos cidadãos portugue-ses que se movimen-tam pelo mundo.

VB EPASS PORTABLE OS CONSULADOS ITINERANTES

Page 24: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES24

SUGESTÕES MADE IN PORTUGAL

PARA OS APAIXONADOSO Dia dos Namorados está a chegar e o amor anda no ar. Para quem ainda não começou a pensar o que oferecer à sua cara-metade, não há problema: nós ajudamos. Porque não aproveitar a data e sur-preender a pessoa que ama com presentes made in Portugal? A Port.Com fez uma compilação de pre-sentes românticos e inesquecíveis que pode com-prar, a partir de qualquer ponto do globo, apenas à distância de um clique.

Por Ana Laura Duarte

Clique na foto para seguir para o site

Dia dos Namorados

Page 25: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 25

online

“Bai carta feliz buando nas asas dum passarinho, cando bires o meu

amor dále um abraço e um veiji-nho”. Os sapatos Namorar Portugal são a fusão criativa entre tradição,

modernidade e a paixão.

PVP: 130eurosLOJA: namorarportugal.pt/

A maioria das mulheres adora acessórios: malas, carteiras ou porta-moedas. Então por-que não juntar a moda com o que de melhor tem Portugal e oferecer uma exclusiva mala em cortiça à mulher da sua vida? Decerto

que vai adorar o presente.

PVP: 144.72 eurosLOJA: caraveladecortica.pt/

Este espumante tem um aspeto cristalino, com bolha fina e muito persistente. De sabor exuberante, frutado intenso, persistente em citrinos e notas de frutos tropicais. Na boca

entra vivo, cremoso e cativante, com boa acidez e termina persistente, harmonioso e elegante. Nada melhor do que um bom espumante nacional para regar uma noite

romântica com a pessoa que ama.

PVP: 30 eurosLOJA: estadoliquido.pt/

As DIN Wallets são carteiras que vão terminar com a sua luta contra os

cartões partidos. Através da união da resistência das madeiras portuguesas a um desenho rigoroso e milimétrico é criada uma carteira leve, elegante e minimalista capaz de manter os car-tões seguros em qualquer situação.

PVP: desde 11,90eurosLOJA: dinwallets.com/

Brincos em prata em forma de pomba e coração, com zircónia vermelha cravada

PVP: 44eurosLOJA: namorarportugal.pt

SAPATOS NAMORAR PORTUGAL

MALA DE CORTIÇA

BRINCOS FILIGRANA

ESPUMANTE MURGANHEIRA PINOT - VINTAGE 2005

CARTEIRADIN WALLETS

Page 26: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES26

Dia dos Namorados

As bonecas Namorar Portugal são todas diferentes e exclusivas, não há

duas iguais. Existem em três modelos: redondo, coração e alto. Com fundo preto ou fundo branco. E todas pintadas com motivos de lenços dos namorados.

PVP: 120 eurosLOJA: namorarportugal.pt/

O cabaz, numa caixa de cartão duro, contém: uma caixa de cho-colates Arcádia, uma lata de rebuçados de ovo de Portalegre, uma embalagem de chá preto Pekoe Gorreana, um caderno Serrote A Vida Portuguesa, um lápis grafite Viarco e dois baralhos de cartas

da Litografia Maia. Para quem tem sorte ao jogo e ao amor!

PVP: 51 eurosLOJA: loja.avidaportuguesa.com/pt

Anel em prata com detalhes em ouro e rosa em coral.

PVP: 54 eurosLOJA: namorarportugal.pt/

BONECA NAMORAR PORTUGAL

CABAZ CARTAS DE AMOR

ANEL EM PRATA

Page 27: Port.com Fevereiro 2015

PUB

O lenço dos namorados é fabricado a partir de um pano de linho fino ou de algodão, bordado com motivos

variados. É uma peça de artesanato e vestuário típico do Minho, sendo usado por mulheres com idade de

casar.

PVP: 178,50 eurosLOJA: namorarportugal.pt/

A pedido de muitas famílias, a mar-ca portuguesa Regina fez regressar

ao mercado a versão mini da co-nhecida Máquina de Furos, que traz vinte chocolates, um para cada furo.

Para serem “devorados” a dois.

PVP: 28,90 eurosLOJA: deliciasdaestrela.pt

LENÇO DOS NAMORADOS

CHOCOLATES REGINA

Page 28: Port.com Fevereiro 2015

Moinhos em São Miguel de Poiares

Page 29: Port.com Fevereiro 2015

rotas gastronómicas

“CAPITAL UNIVERSAL DA CHANFANA”

VILA NOVA DE POIARES

“…o Centro de Portugal, a afigurar-se-me sempre robusto como um peito largo, onde respira, pura e salutar, a densidade da floresta, à

mistura com os acenos impetuosos de um mar de lonjuras e misté-rios; onde pulsa o coração da raça…” António Manuel Couto Viana

Por Ana Laura Duarte

Page 30: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES30

P arta à descoberta de um território diversificado que abrange locais em-blemáticos. Descubra a cultura, a na-tureza, a religiosidade, o bem-estar, a gastronomia ou os vinhos, através

da simpatia das gentes que se traduzem na arte de bem receber!

Nem só as grandes cidades oferecem motivos para a uma visita. Por todo o Centro de Portugal é possível encontrar tesouros bem escondidos onde apetece refugiar-se para sempre! Um território multifacetado, de gentes acolhedoras e paisagens deslumbrantes que proporcionam momentos ines-quecíveis! Atrevemo-nos a deixar um conselho: vá com todo o tempo do mundo para saborear cada momento e cada descoberta!

HISTÓRIA

Vila Nova de Poiares é um dos 17 concelhos do distrito de Coimbra, inserido na vasta região do Pinhal Interior Norte.

No que toca ao seu património histórico, as origens de Poiares remontam à pré-história, co-mo documentam os vestígios que podemos en-contrar de um dólmen. Há ainda marcas da in-fluência romana e muçulmana, bem como regis-tos de lendas (como a de D. Afonso Henriques). Crê-se também na existência de uma Albergaria, remontando ao tempo de D. Sancho I, e ainda di-versas construções religiosas, pertencentes ao Mosteiro de Lorvão, Mosteiro de Santa Cruz e Uni-versidade de Coimbra.

O concelho de Vila Nova de Poiares, não ten-do sido um município medieval, esteve sob a jurisdição de Mosteiros e da Universidade

de Coimbra, que ali possuíam diversos foros. Elevado à categoria de Vila em 1905, manteve-se económica e socialmente estagnado até à Revolu-ção dos Cravos. Hoje, Poiares assume-se cada vez mais como um concelho moderno, com índices de crescimento que o têm guindado a patamares de desenvolvimento verdadeiramente ímpares, tanto a nível regional como nacional.

ARTESANATO

Vila Nova de Poiares é um concelho extrema-mente rico em tradições, nomeadamente no do-mínio do artesanato, com os barros pretos, os Palitos Floridos e pequenos artefactos em madei-ra, a cestaria e canastraria, a tecelagem, a latoa-ria, as ceiras, capachos e ainda a cantaria (Mós). As atividades artesanais incorporam na sua ação produtiva larga quantidade de mão-de-obra, on-de o “saber de experiência feito” é a garantia da autenticidade do bem cultural que os produtos artesanais em si mesmo comportam.

As feiras e eventos de exposição e venda de ar tesanato têm sido uma constante, duran-te os últimos anos, dando a conhecer a nível

Arte esculpi-da em palitos de madeira

Destino: Vila Nova de Poiares

Page 31: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 31

O Barro Preto de Olho Marinho (na foto, o cacoilo com chanfana) está em proces-so de certificação.

rotas gastronómicas

nacional a riqueza artesanal deste concelho. Destaque ainda para o processo de certificação do Barro Preto de Olho Marinho, cujo objetivo principal assenta na recuperação, requalificação e desenvolvimento da atividade artesanal em causa, proporcionando condições para que a produção sobreviva, se desenvolva e alcance um plano eco-nomicamente viável, aliando as valências tradi-

cionalmente observadas a medidas inovadoras e imprescindíveis à recuperação e desenvolvimento da produção.

GASTRONOMIA

A Gastronomia é um dos ex-líbris de Vila Nova de Poiares, ou não fosse este concelho reconhecido e denominado como a “Capital Universal da Chan-fana” e “Capital Nacional do Artesanato e da Gas-tronomia”. São a Chanfana, o Arroz de Bucho e os

Negalhos, os pratos que mais seduzem e encantam o gosto dos mais exigentes comensais.

A Chanfana é um dos pratos tradicionais mais famosos, cozinhado nos célebres caçoilos de barro preto de Olho Marinho. A tradição deste prato le-vou, inclusive, à criação da Confraria da Chanfana, que visa preservar e promover a confeção tradicio-nal deste prato Poiarense.

O POIARITO

Desde tempos imemoriais que na região onde se situa o concelho de Vila Nova de Poiares se confe-cionaram inúmeros pratos gastronómicos, salien-tando-se os de doçaria. Produtos ligados ao pão, mel, ovos e vinhos, assim como os seus derivados, aguardentes e em especial os licores, deram cor e sabores aos doces aqui confecionados.

A base desta cultura alimentar, sempre muito rica e variada, deu origem a que a região obtivesse

Page 32: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES32

a denominação de Origem Protegida no caso do Mel

do Urze. O próprio nome Poiares

terá origem nos fornos da Poia, onde se coziam os grandes pães de cabeça e a Chanfana.

Também os vinhos se obtinham de doces uvas, que se transformavam em aguardentes e licores, secando-se ainda alguns cachos para mais tarde saborear passas e sultanas. É assim, que na mais plena tradição da região, surge o “Poiarito”.

Este doce “natural” de Poiares, apela aos ingre-dientes característicos do país e da zona Beirã - açúcar, pão, água, mel, sultanas, gemas e licor - e que fazem desta iguaria um verdadeiro ex-libris do concelho.

CONFRARIA DA CHANFANA

A Confraria da Chanfana surgiu por iniciativa do presidente da Câmara Municipal que, numa perspetiva de preservação e promoção dos pro-dutos endógenos, propôs a constituição de uma confraria, instituição capaz não só de potenciar a cultura gastronómica, como também de con-tribuir para a certificação deste prato, de origens tão remotas.

Assim, por deliberação da Câmara Municipal, datada de 1 de março de 1999, foi aprovada a Con-fraria, decisão essa ratificada igualmente pela Assembleia Municipal, unanimemente, em 30 de abril do mesmo ano.

Destino: Vila Nova de Poiares

Receita

CHANFANA

INGREDIENTES:Carne de Cabra

Vinho tintoBanha de Porco

ColorauLouro

Cabeças de alhoSal e piripíri.

MODO DE PREPARAÇÃO:Coloca-se a carne de cabra num caçoi-lo de barro preto e tempera-se com os

ingredientes. No final rega-se com vinho tinto que deve ser de boa qualidade.

Vai ao forno de lenha, cerca de três horas e deixa-se lá ficar até apurar muito bem.

A Chanfana é um dos pratos tradicionais mais famosos, cozinhada nos caçoilos de

barro preto do Olho Marinho.

Poiarito, doce tradicional

Page 33: Port.com Fevereiro 2015

nome secçÃo

Page 34: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES34

Discurso Direto

DESTINO: LONDRES

No início da minha vida académica, nunca nenhum dos meus pensa-mentos passou por trabalhar nou-tro país, mas depois de terminar o curso e de uma experiência de

trabalho em Portugal comecei a ponderar abra-çar novos desafios e partir à descoberta de novas aventuras.

Após uma pesquisa bastante detalhada e uma ponderação meticulosa o destino foi escolhido: Londres.

Papeladas tratadas e malas feitas … Chegou o dia! Deixar a “terrinha”, a família e os amigos não foi fácil, mas a ideia de que seriam apenas alguns meses ajudou a superar a tristeza que sentia.

Londres é todo um mundo novo para descobrir. Facilmente me apercebi da multiculturalidade da cidade, conhecer pessoas de tantas nacionalidades, com diferentes maneiras de pensar e de viver foi surpreendente e ajudou bastante na minha inte-gração e adaptação. Provavelmente um dos pontos mais gratificantes desta jornada.

No trabalho, a adaptação foi relativamente fácil, apesar do inglês um pouco enferrujado. As condi-ções de trabalho são bastante boas e apesar de se ganhar mais que em Portugal, o custo de vida em Inglaterra – especialmente em Londres - é bastante elevado. O pagamento é semanal e foi algo a que tive de me habituar, mas fácil de ajustar.

Depois do trabalho é muito comum a ida ao pub, que facilita a integração no grupo de trabalho. Estes

espaços, quase sempre cheios, são um ótimo local de convívio, e o tamanho das pints (meio litro de cerveja), que ao início se estranham, depois acabam por se entranhar!

Sair à noite foi, também, uma surpresa e a adap-tação aos horários pode ser, por vezes, mais um desafio. A noite, que é bastante animada, começa bem mais cedo que em Portugal e termina muitas horas antes.

Viajar diariamente é de transportes públicos. A rede de transportes, embora com preços elevados, está bem estruturada e é fácil encontrar transpor-tes a qualquer hora do dia ou da noite. O autocarro é o meio mais barato e conveniente para quem quer ficar a conhecer melhor a cidade e aproveitar as vistas.

Quanto ao tempo, é sempre motivo de conversa: no início foi complicado lidar com a chuva frequen-te, o frio e a neve, mas rapidamente uma pessoa se habitua a estes fatores e ao facto do sol ser escasso. No entanto, a partir do momento que por entre as nuvens espreite um raio de sol, todos os parques da cidade se transformam e se tornam em autênticos locais de convívio e exposição solar.

Quando apertam as saudades da boa comida por-tuguesa, Stockwell Road é o destino. Cafés, restau-rantes e mercearias com produtos tugas, um bom sítio a ir para repor as prateleiras cá de casa.

As visitas a Portugal são frequentes e após seis anos mantém-se a pergunta: regressar a Portugal? Definitivamente. Quando? Eis a questão.

Page 35: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 35

DESTINO: LONDRES

ANA RITA DIASTÉCNICA DE INVESTIGAÇÃO,

CONTROLO E QUALIDADE

Page 37: Port.com Fevereiro 2015

R E V I S T A D E P O R T U G A L E D A S C O M U N I D A D E S

DOSSIÊ ESPECIAL

A EMIGRAÇÃO PORTUGUESANA ALEMANHA

2015 . SUPLEMENTO REVISTA PORT.COM . EDIÇÃO FEVEREIRO

Page 38: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES2

Entrevista

Luís de Almeida Sampaio é o Embaixador de Por-tugal na Alemanha. Com 57 anos, e mais de trinta anos de carreira diplomática, representa uma co-munidade que “faz parte ativa de uma população cosmopolita, moderna e sofisticada”, composta por “excelentes embaixadores” de Portugal, com trabalhadores nos serviços e no comércio mas tam-bém “no mundo académico, intelectual e artístico”. A Port.Com falou com o diplomata ligado a esta vasta comunidade residente num país que é “um dos principais parceiros económicos e comerciais de Portugal, o segundo maior emissor de turistas para o país, um dos maiores investidores diretos e um dos maiores recetores das exportações [portu-guesas]”. Nos últimos 50 anos muita coisa mudou, mas para Luís de Almeida Sampaio há algo que se mantém inalterado: os portugueses na Alemanha são, como sempre foram, uma “comunidade exem-plar, prestigiada e motivo de orgulho para todos os portugueses”.

PORT.COM (P.C): É Embaixador de Portugal na Alemanha desde 2012. Como é que definiria a comunidade portuguesa aí residente?

Luís de Almeida Sampaio (LAS): É uma comu-nidade exemplar, prestigiada e motivo de orgulho para Portugal e todos os portugueses.

P.C.: É possível traçar um perfil geral do emi-grante atual?

LAS: O emigrante atual é essencialmente um tra-balhador no setor dos serviços e na dimensão co-mercial da economia alemã mais do que um operá-rio especializado, ao contrário do que acontecia há alguns anos. Para além disso, em certas regiões da Alemanha como, por exemplo, em Berlim e na área da grande capital alemã, os portugueses desempe-nham relevantes funções no mundo académico, intelectual e artístico, fazendo parte ativa de uma população cosmopolita, moderna e sofisticada que é o padrão das grandes metrópoles alemãs.

“OS LUSODESCENDENTES ASSUMEM AS ORIGENSCOMO UMA MAIS-VALIA

E UM ORGULHO”

Luís de Almeida Sampaio, Embaixador de Portugal na Alemanha

Page 39: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 3

DOSSIÊ ESPECIAL

P.C.: Quais são as principais zonas de im-plantação da comunidade no país?

LAS: Os portugueses estão dispersos e simul-taneamente integrados um pouco por todo o ter-ritório alemão mas é na Renânia do Norte Veste-fália, no Baden-Vurtemberga, em Hamburgo e em Osnabrück, que essencialmente se concentra a nossa comunidade. Não é por acaso que, pa-ra além da Secção Consular da Embaixada de Portugal em Berlim, há também Consulados-Gerais de Portugal em Düsseldorf, Estugarda e Hamburgo. Destes Consulados-Gerais erradia o apoio consular às comunidades portuguesas na Alemanha.

P.C.: Ainda existem os típicos “bairros de portugueses” ou a comunidade está inserida, também residencialmente, na sociedade?

LAS: A comunidade portuguesa está inserida e integrada, na sociedade alemã. Exemplo típico é o chamado “Bairro Português de Hamburgo” (Portugiesenviertel) que, apesar do nome e da proliferação de dezenas de restaurantes e cafés portugueses, neste local, é hoje habitado por mais alemães do que por portugueses.

P.C.: Qual é a relação dos lusodescendentes com Portugal? Sentem-se também um boca-dinho portugueses ou são já completamente alemães?

LAS: Os lusodescendentes continuam profun-damente ligados, do ponto de vista emocional, cultural e familiar, a Portugal e às suas origens. Nunca serão completamente alemães e assumem as suas origens como uma mais-valia e um motivo de orgulho.

Page 40: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES4

P.C.: Os lusodescendentes falam português? Conhecem o país? A sua história, sua cultura?

LAS: De forma não unívoca, porque há diferen-ças de região para região, ou de cidade para cidade, a maioria dos lusodescendentes preserva, designa-damente através da língua, a ligação a Portugal. Para além disso, o sistema de ensino do português na Ale-manha, com dezenas de professores espalhados pelo território alemão, procura dar resposta ao objetivo de valorizar e preservar o Português como língua de herança cultural.

P.C.: Ainda há o estigma do emigrante que chega ao país à procura de uma vida melhor?

LAS: Não há estigmas em relação aos portugueses na Alemanha. Os portugueses que vivem e trabalham na Alemanha são cidadãos da União Europeia, parti-lham o destino europeu com os alemães, fazem parte da grande família europeia.

P.C.: A comunidade portuguesa na Alemanha celebrou em 2014 o seu 50.º aniversário. O que é que mudou ao longo deste último meio século na emigração de portugueses para esse país?

LAS: Mudou exatamente o facto de os portugueses serem hoje cidadãos da União Europeia. Quando a vaga de maior emigração começou, nos anos sessenta do século passado, os portugueses que chegavam à Alemanha eram oriundos de um país que, para além das dificuldades económicas e sociais que passava, não era uma democracia nem integrava as comuni-dades europeias. Muito mudou para além disso, des-de logo a crescente maior e melhor qualificação dos portugueses emigrantes na Alemanha, mas eu diria que o aspeto mais estruturalmente significativo é esta pertença à Europa, à União Europeia, à nossa casa comum. É assim que os portugueses na Alemanha são vistos: como cidadãos europeus.

P.C.: Os emigrantes são bons embaixadores de Portugal na Alemanha?

LAS: São excelentes embaixadores. A imagem que projetam e a contribuição que dão para o apro-fundamento das relações bilaterais entre Portugal e a Alemanha é ímpar e eu tenho dela bem consci-ência na minha atividade diplomática quotidiana.

P.C.: Qual é a imagem de Portugal na Alema-nha? Alterou-se com o programa de ajustamen-to económico?

LAS: Portugal é visto como uma história de su-cesso, na ultrapassagem da crise económica e fi-nanceira que a Europa atravessa. Na Alemanha há a convicção de que Portugal vai vencer e que os nossos sacrifícios no cumprimento do programa de ajustamento económico e financeiro, com todas as exigências e desafios, é bem o exemplo de como uma nação antiga como a nossa sabe enfrentar os desafios que o presente nos coloca e vencê-los com grande categoria. A imagem é muito boa e a expectativa de que vamos ultrapassar a crise, rea-lizar as reformas estruturais inadiáveis e projetar um futuro com mais crescimento económico e eficaz combate ao desemprego, são hoje as marcas mais sublinhadas na Alemanha quando se fala de Portugal e dos portugueses.

“A Língua Portuguesa é um bem precioso do ponto de vista estra-tégico mundial. O português é a próxima língua da globalização, falado por mais de 250 milhões de pessoas no mundo.”

Entrevista

Page 41: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 5

DOSSIÊ ESPECIAL

P.C.: E como é que os emigrantes veem o Por-tugal atual?

LAS: Com expectativa. Claro que com preocupa-ção pela dimensão dos desafios que enfrentamos e com simpatia e solidariedade pelos sacrifícios que nos são impostos, mas sempre com a certeza de que estamos no caminho certo.

P.C.: A maioria dos emigrantes pensa regres-sar a Portugal depois da reforma ou vai manter-se na Alemanha?

LAS: Eu diria que há uma tendência crescente nas gerações mais recentes para a integração plena na sociedade alemã o que implica, naturalmente, que o número daqueles que têm como principal objeti-vo regressar a Portugal vá lenta mas paulatinamen-te diminuindo. Mas também isso é reflexo do facto de na Alemanha, ou em Portugal, nos sentirmos na Europa, na nossa casa.

P.C.: Como é que estão as relações comerciais entre Portugal e a Alemanha?

LAS: Têm evoluído muito significativamente. A Alemanha é um dos principais parceiros econó-micos e comerciais de Portugal, o segundo maior emissor de turistas para o nosso país, um dos maio-res investidores diretos e um dos maiores recetores das nossas exportações.

P.C.: Quais são os produtos e serviços portu-gueses mais apreciados pelos alemães?

LAS: O turismo, a indústria agroalimentar, desig-nadamente as frutas e legumes, o vinho, mas tam-bém o calçado, os componentes para a indústria aeronáutica e automóvel, as energias renováveis, a nanotecnologia. Já para não falar de setores que se reconverteram de uma forma notável e que são hoje uma história de grande sucesso, quando há

alguns anos eram considerados condenados como o calçado ou os têxteis-lar.

P.C.: Há um conjunto de empresas alemãs que têm um ótimo relacionamento com Portugal: A Bayer e a Siemens, por exemplo, estão em Portugal há mais de um século; a Volkswagen tem, há dezenas de anos, uma grande instalação em Palmela. Acha que a Alemanha vê Portugal como um país onde vale a pena investir?

LAS: Esses são os exemplos que contam e que têm servido para multiplicar a densidade do nosso relacionamento económico bilateral. Basta pen-sar que o maior investimento direto estrangeiro

“Ser Embaixador de Portugal na Ale-manha é, simultaneamente, um fasci-nante desafio e uma enorme respon-sabilidade, que eu cumpro com muito entusiasmo todos os dias.”

Page 42: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES6

realizado em Portugal desde o início do programa de ajustamento económico e financeiro - ou seja, como popularmente se diz, durante o período da presença da “Troika” em Portugal - foi justamente um investimento alemão, o novo investimento da Volkswagen na Autoeuropa de Palmela, num valor superior a 670 milhões de euros.

P.C.: E relativamente à língua? Começa a ha-ver, por parte dos alemães, interesse em apren-der português?

LAS: A Língua Portuguesa é um bem precioso do ponto de vista estratégico mundial. O português é a próxima língua da globalização. Falado por mais de 250 milhões de pessoas no mundo, é a ponte, a porta e a chave, para mercados na América Latina, no Atlântico e na África, que ninguém conhece tão bem como os portugueses e as empresas portugue-sas. É evidente que na Alemanha há a consciência crescente da importância estratégica da Língua Portuguesa.

P.C.: Como é o dia-a-dia de um embaixador?LAS: O Embaixador de Portugal na Alemanha

está na primeira linha no exercício da nossa política externa. Não há descanso, nem fins de semana ou feriados. É a imagem de Portugal, a promoção dos nossos interesses empresariais, políticos, diplomá-ticos e económicos que está em causa. Ser Embai-xador de Portugal na Alemanha, especialmente na Alemanha de hoje, é, simultaneamente, um fasci-nante desafio e uma enorme responsabilidade, que eu cumpro com muito entusiasmo todos os dias.

P.C.: Há uma relação de proximidade entre o embaixador e a comunidade ou trata-se de uma relação mais institucional?

LAS: Eu tenho a maior proximidade possível com

as comunidades portuguesas, em todas as minhas deslocações pela Alemanha e, em grande número das minhas atividades na capital, dirijo-me, con-grego e mobilizo as comunidades portuguesas e tenho a convicção de que isso é reconhecido e respeitado pelos nossos compatriotas.

P.C.: De que forma é que a Comunidade é ou pode ser apoiada nos seus esforços no que con-cerne ao seu papel no reforço das relações luso-alemãs?

Luís de Almeida Sampaio nasceu no Porto, há 57 anos. Depois de estudar Direito em Coimbra e História do Século XX em França, ingressou na carreira diplomática há mais de trinta anos.

Entrevista

Page 43: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 7

DOSSIÊ ESPECIAL

LAS: Faz parte da minha ação de todos os dias promover o papel da Comunidade Portuguesa no quadro do reforço das relações luso-alemãs, constituindo, pois, uma das prioridades do meu mandato, assim como do desempenho das mi-nhas f unções. A Embaixada de Por tugal em Berlim e os Consulados-Gerais de Portugal na Alemanha sabem bem a importância e a energia que devotamos sempre a estas questões.

P.C.: Como é viver na Alemanha?LAS: A Alemanha é um país com grande qua-

lidade de vida, com uma população vibrante e tolerante, com a consciência de que tem uma especial responsabilidade no contexto atual da vida da Europa e onde dá gosto trabalhar e viver. Do ponto de vista cultural a Alemanha é um país

fascinante e de oferta quase inesgotável. É um privilégio, a que dou valor permanentemente, trabalhar e viver na Alemanha.

P.C.: Quais são as principais diferenças en-tre os dois países?

LAS: Portugal é um país voltado para o Atlânti-co, hoje reconciliado com a Europa, com apenas um vizinho, partilhando simultaneamente o espaço global representado, designadamente, pela Língua Portuguesa e o destino europeu que escolhemos desde a consolidação da nossa de-mocracia em 1976 com o início da caminhada que levou à nossa integração europeia. Somos um país de dimensão média e com grandes res-ponsabilidades que vão muito para além da nos-sa contingência geográfica e populacional. A Alemanha está no centro da Europa, com tudo o que isso implica, desde logo ao nível da perceção que os alemães têm de si próprios e do seu país. A Alemanha é o motor económico e, cada vez mais, político, da União Europeia. Além disso, a Alemanha é um Estado Federal por isso há mui-tas Alemanhas na Alemanha e há vincadíssimas diferenças entre o norte e o sul ou entre o oes-te e o leste, o que é também simultaneamente um grande desafio e uma fonte permanente de aprendizagem para quem aqui exerce funções como as minhas.

P.C.: De que é que sente mais saudades de Portugal?

Portugal tem muitas coisas que a Alemanha não tem - e o inverso também é verdadeiro - mas quando vou a Lisboa e passeio perto de minha casa, junto ao rio, na zona de Belém, digo fre-quentemente, de mim para mim, que, uma luz como a nossa, a Alemanha não tem.

Page 44: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES8

Em 2013, a emigração portuguesa para a Alemanha aumentou 50%. O país considerado o “motor económico eu-ropeu” é, agora, a casa de cerca de mais 140 mil portugueses. A crise laboral,

económica, financeira e política em Portugal levou ao aumento de emigrantes portugueses na Alema-nha – uns saem pela insegurança, outros porque já foram atingidos pelo desemprego.

MIGUEL CARVALHO, 30 ANOS ENGENHEIRO DE SOFTWARE

Miguel Carvalho mudou-se com a sua cara-metade para Hamburgo, em 2011, pela mesma razão que leva centenas de portugueses a saírem todos os anos de Portugal – a falta de condições laborais. A adaptação ao novo país não foi difícil, “o mais complicado é a

constante necessidade de aprendizagem, desde leis, sistema de saúde, finanças, entre outros e… encontrar casa. O mercado imobiliário é muito competitivo, a oferta é pouca, e a que existe é normalmente gerida

Comunidades

A PORT.COM falou com cinco portugueses que estão a morar atualmente na Alemanha, e que fazem da sua vida um ponto de

encontro entre Portugal e a Alemanha.

PONTO DE ENCONTRO ENTRE PORTUGAL

E A ALEMANHA

Por Márcia de Oliveira

Sinto muita falta do que aqui chamam “ser espontâneo”, diz Miguel Carvalho.

hamburgo

Page 45: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 9

DOSSIÊ ESPECIAL

por agentes imobiliários, aos quais se tem de pagar a “módica” quantia de 2,38 vezes do valor da renda mensal sem despesas (aqui chamada de renda fria)”.

O que em Portugal são hábitos comuns, rapidamen-te se perdem na Alemanha. “Um hábito que posso di-zer que mudou, foi o de me encontrar com amigos ao fim-de-semana no café. Aqui combinam-se mais fes-tas em casa uns dos outros, o que acaba de certa forma por substituir a cultura de ir ao café portuguesa”.

Família, amigos e sol são as três coisas de que mais sente saudades em Portugal. “Também sinto muita falta do que aqui chamam de “ser espontâneo”, que para mim é uma das melhores características do por-tuguês. Outra coisa da qual também sinto falta é de alguns dos nossos produtos alimentares, isto é, legu-mes, fruta e carne”. Mas viver na Alemanha também tem os seus pontos positivos: “A cidade é muito orga-nizada. O que me faz gostar muito de viver aqui, é a forma como as pessoas aproveitam a vida ao ar livre”. E a comunidade portuguesa é unida? “Haverá certa-

mente grupos da comunidade que são muito unidos, mas não posso considerar, de forma alguma, que a comunidade portuguesa é unida. Existem muitas quezílias e “quintalinhos” entre as pessoas que gerem as iniciativas e atividades culturais dentro da comu-nidade. Desde marcarem festas propositadamente para a mesma data, de forma a “roubarem” público uns aos outros, até ao facto de apenas darem espaço e atenção às atividades/opiniões que lhes convêm, há um pouco de tudo. Acrescentando a isto a enorme diferença geracional existente entre a nossa e a ge-ração mais velha, havendo de certa forma uma falta de compreensão entre ambas as partes, faz com que sejamos rejeitados por instituições das quais à partida esperávamos ter apoio incondicional na realização de eventos culturais. Mais bizarra se torna ainda a situa-ção, ao verificar que alguns amigos acabaram por ter que recorrer ao Instituto Cervantes para promover/realizar os seus eventos culturais, dado terem sido rejeitados/ignorados pelo Instituto Camões”, destaca.

O mercado laboral alemão é favorável, por isso, “por enquanto, limitamo-nos aos regressos temporários a Portugal para gozar da companhia da família, rever os amigos e aproveitar o muito e bom que o país tem para oferecer ao nível de sol, praia e turismo”.

SOFIA RODRIGUES , 25 ANOSEMPREGADA DE MESA

Na área da hotelaria também existem muitos portugueses que procuram novas oportunidades fora do nosso país. É o caso de Sofia Rodrigues que, depois de terminar a licenciatura em 2013, viu o mercado de trabalho em Portugal fechar-lhe as portas. “Procurei em diversos locais e não consegui arranjar nada. Por isso decidi tentar a minha sorte

Anos 60 e 70

. Pouco qualificados

. Integração mais difícil

. Executantes

. Mal necessário para os alemães. Regresso como objetivo possível. Quando chegaram só fala-vam português

Vaga atual

. Qualificações elevadas

. Europeizados e de fácil integração. Criadores. Bem-vindos. Projeto de vida e procura de carreira internacional. Fala mais que uma língua

O que distingue, em traços gerais, os “velhos” dos “novos” emigrantes:

Page 46: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES10

em Colónia”, diz. A língua foi o maior obstáculo que encontrou, mas isso não a fez desistir. “O estilo de vida e as condições económicas são demasiado ali-ciantes para pensar em voltar para já para Portugal, apesar de ter saudades da rotina portuguesa, dos pastéis de nata, da família e dos amigos. E isso é o que custa mais”.

PEDRO LOPES, 32 ANOSEMPRESÁRIO

Pedro Lopes é o homem dos sete ofícios: faz 20 horas por semana de tutoria a um pré-adolescente com problemas de integração, desenvolve uma vez por semana um curso lúdico-criativo para crianças numa outra escola e, aos fins de semana, ainda tem um pequeno café onde vai desenvolvendo ativida-des culturais.

Chegou a Hamburgo em dezembro de 2012, depois de ter conhecido a namorada (alemã) em Lisboa. Tem saudades do sol, da família, da espon-taneidade de poder estar com amigos e do ritmo de vida português, mas já se adaptou à vida na Ale-

manha. “Levanto-me às 06H00, gosto de algumas especialidades locais como o fischbrötchen [sandes com peixe e cebola] ou franzbrötchen [bolo com manteiga e canela] e já comecei a ler em alemão” explica, salientando que “quando começamos a entrar dentro desta nova estrutura social que é a Alemanha e começamos a criar laços com diversas pessoas, a cidade começa a ganhar emoções que acabam por tornar a vida consideravelmente pra-zenteira”. O regresso a Portugal não está para um futuro imediato.

RAÚL PEREIRA, 29 ANOS, EMPREGADO DE MESA

Munique é a cidade que Raúl escolheu para viver desde outubro de 2012. “Mudei-me, porque, eu e a minha ex-namorada, decidimos embarcar numa nova aventura, dada a situação em Portugal em termos de trabalho”. O clima frio, a inexistência de mar, a falta de praias, a língua e, sobretudo, a gastronomia portuguesa, fizeram muita falta nos primeiros tempos, mas ao longo dos anos foi-se

O estilo de vida e as condições económicas são demasiado aliciantes para pensar em vol-tar, diz Sofia Rodrigues.

Pedro Lopes tem saudades do sol, da família e de poder estar com amigos mas já se habituou à vida na Alemanha.

hamburgoColónia

Comunidades

Page 47: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 11

adaptando. Os hábitos portugueses mantêm-se, até porque como diz “nunca irei ser um português-alemão. Os poucos motivos que me levam a gostar de viver aqui, são decididamente financeiros. Claro que podemos também falar da segurança que sen-timos quando, por exemplo, vamos sair à noite, ou em termos de saúde, que temos sempre ajuda do estado mesmo no privado”.

Quanto a voltar para Portugal, “por mim ia já amanhã. O que me leva a ficar aqui é apenas a segu-rança que tenho em termos de trabalho”.

MARGARIDA SILVAENFERMEIRA

Margarida é uma das muitas enfermeiras que tiveram de sair do país para ter uma oportunidade a nível profissional. Terminou a licenciatura em 2013, percorreu vários hospitais e lares de idosos mas nunca obtinha resposta. Ao fim de alguns meses em casa decidiu tentar concorrer para a Alemanha. “Já tinha lido imensas propostas e eram de facto bem melhores que em Portugal, bem como a possibili-

dade de evolução na carreira, algo que em Portugal não existe”. Estudou alemão durante cerca de quatro meses e mudou-se para Hamburgo em setembro do ano passado. “O primeiro mês foi mais complicado, é uma cultura bem diferente da nossa, o tempo, a complexidade da língua.. Penso que no início o mais difícil foi a língua e a mudança de hábitos, como por exemplo o horário de trabalho, aqui um enfermeiro começa o turno da manhã às 06H00”.

Gosta de viver em Hamburgo, porque está a exer-cer a sua profissão e é valorizada por isso. “Acho Hamburgo uma cidade muito bonita e muito bem organizada, mas tenho imensas saudades da minha família, dos meus amigos e da minha cidade. Cresci e vivi toda a minha vida a beira mar, e sinto sauda-des dessas pequenas coisas da vida. Um passeio sossegado na praia, muito sol e sem a agitação da multidão…”, desabafa.

Voltar para Portugal, de momento, é uma ques-tão complicada para a enfermeira. “Por um lado as saudades são muitas, mas por outro aqui tenho pos-sibilidade de progredir na carreira e ganhar maior estabilidade profissional”.

Raúl Pereira regressava a Portugal “já amanhã”, mas a segurança financeira fala mais alto.

“Aqui tenho possibilidade de progredir na car-reira e ganhar maior estabilidade profissional” afirma Margarida Silva

Hamburgomunique

Page 48: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES12

Comunidades

A 10 de setembro de 1964, como tan-tos outros portugueses, Armando Rodrigues de Sá embarcou num comboio em Lisboa rumo a uma nova vida na Alemanha. Quando

chegou à estação de Colónia-Deutz foi surpreendi-do com uma receção que incluiu banda de música, flores e uma motorizada: o acaso determinara o emigrante português como o milionésimo a chegar à Alemanha naquele dia, entrando para sempre para a História do país.

Cinquenta anos depois ( em 2014), no mesmo dia, foi a vez do seu neto, António de Sá, embarcar

em Santa Apolónia para refazer o percurso do avô. Foi a sua forma de homenagear uma figura que se tornou emblemática na Alemanha, mas permanece praticamente desconhecida em Portugal.

António de Sá foi acompanhado à estação de Santa Apolónia em Lisboa por representantes da Alemanha em Portugal, que participaram numa breve cerimónia. Depois António de Sá rumou à Alemanha na companhia da historiadora alemã residente em Portugal, Svenja Länder. Em Coló-nia, António de Sá participou nas celebrações em homenagem ao seu avô, ao lado dos dois filhos de Armando Rodrigues de Sá.

ARMANDO RODRIGUES DE SÁ SÍMBOLO DA EMIGRAÇÃO PORTUGUESA NA ALEMANHA

Page 49: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 13

DOSSIÊ ESPECIAL

O MILIONÉSIMO IMIGRANTE PORTUGUÊS

Armando Rodrigues de Sá nasceu em Vale de Madeiros, distrito de Viseu, a 4 de Janeiro de 1926. Trabalhava na Companhia Portuguesa de Fornos Elétricos. Era carpinteiro. E apesar de ter emprego decidiu tentar a sorte na Alemanha. Estávamos em 1964.

O dia era especial. Era dia 10 de setembro de 1964. Naquela manhã, chegavam à estação de Deutz, em Colónia, na Alemanha, dois comboios com 1106 trabalhadores estrangeiros: 933 espanhóis e 173 portugueses. E ao contrário do que acontecia ha-bitualmente, iam ter direito a um comité de boas vindas. Motivo: assinalar a chegada do milionésimo gastarbeiter – trabalhador convidado, em alemão.

O nome de Armando Rodrigues de Sá tinha sido selecionado previamente de uma lista de 20 portu-gueses por corresponder ao imigrante ideal para a sociedade alemã: tinha 38 anos, era casado, com dois filhos e ficaria no país temporariamente.

Nos anos seguintes, o anonimato em Portugal contrastava com o reconhecimento de que era alvo na Alemanha. Tornou-se um símbolo que repre-senta a história da imigração. Hoje, mesmo 36 anos depois de falecer, aparece nos livros escolares, é frequentemente referido em documentários te-levisivos e há vários filmes que recuperaram as imagens da chegada dele a Colónia.

A fotografia de Armando Rodrigues de Sá ainda figura nos manuais escolares da Alemanha a recordar o dia 10 de setembro de 1964, quando recebeu o título de milionésimo imigrante a en-trar no país, numa receção que incluiu banda de música e até a oferta de uma motorizada. Uma surpresa tão grande que ele pensou que «era a PIDE que o vinha prender».

António de Sá, neto de Armando de Sá, na viagem evocativa da aventura do avô

Page 50: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES14

Cultura

Contar a história da Alemanha é o argumento da Casa da Música, no Porto, para o “País Tema” de 2015. A história é contada através dos seus maiores compositores desde o século XVI até à atualidade, com destaque para os três compositores principais: Bach, Beethoven e Wagner.

Ao longo do ano será narrada toda a história ale-mã, partindo da transição do Renascimento para o período Barroco, com obras de Hassler, Schütz e também de Bach. Do Barroco, viaja-se até ao Clas-sicismo com concertos para piano de Beethoven. Do Classicismo parte-se para o Romantismo com a música de Weber e Wagner.

A abertura do Ano da Alemanha foi oficializada em janeiro com um concerto da Orquestra Sin-

fónica do Porto. O concerto marcou a estreia do novo maestro titular

da orquestra, o suíço Baldur Brönnimann. Este primeiro dia também foi assinalado pe-lo regresso do maestro Pedro

Burmester, num concerto para piano de Beethoven.

10.º ANIVERSÁRIO COM ESTREIA MUNDIAL

Este é também o ano em que a Casa da Música celebra dez anos de existência, com os momentos altos a acontecerem entre 9 e 12 de abril: a abertura fica a cargo de “Consagração da Casa”, a obra que Beethoven escreveu para a inauguração de um teatro em Viena e que desde então representa um hino para salas de concerto em todo o mundo.

Seguem-se a estreia mundial de uma encomen-da ao compositor português Pedro Amaral, obras-primas da música Barroca, música coral sinfónica, um showcase do Serviço Educativo que passa em revista alguns dos seus projetos mais marcantes, concertos da Banda Sinfónica Portuguesa e da Orquestra Jazz de Matosinhos e uma edição espe-cial do NOS Club, com a banda alemã Tangerine Dream.

ESTE É O ANODA ALEMANHA…

NA CASA DA MÚSICAQuer ouvir a história da Alemanha

e da “mais alemã das artes”? Até ao fim do ano pode fazê-lo na

Casa da Música do Porto.

A programação coloca em destaque a obra dos grandes mestres alemães da música clássi-

ca Bach, Beethoven e Wagner.

Page 51: Port.com Fevereiro 2015

DOSSIÊ ESPECIAL

Always by your side

International | National | Talk | Text | Data

Over 8 millionworlds connectedevery day.Get your FREE SIM at lebara.com

Page 52: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES16

Cultura

Em 1993 nascia a edição ex-perimental do Portugal Post (PP), mas só em 1994 passou a ter uma edição re-gular, tendo sido publicado

ininterruptamente até aos dias de hoje. A comunidade portuguesa na Alemanha passou a ter um porta-voz e um órgão de informação atento aos seus problemas: revela as suas potencialidades, faz a pon-te entre a própria comunidade, impul-siona, divulga o que de melhor há no país, esclarece, denuncia situações de injustiça e dá voz ao movi-mento associativo, aos professores, pais e alunos.

“O Portugal Post é um exemplo de uma comuni-cação social posta ao serviço das preocupações, dos desafios e das esperanças de toda uma comunidade portuguesa que vive e trabalha na Alemanha. Não é apenas um jornal, mas sobretudo um elemento

incontornável na presença dos portu-gueses neste país (Alemanha)”, desta-ca Luís Almeida Sampaio, embaixador de Portugal em Berlim.

DEDICAÇÃO DE UMA VIDA À COMUNIDADE

PORTUGUESAMário dos Santos é o fundador des-

te que é o único jornal português da Alemanha e ainda se recorda bem do início desta longa viagem: “A vida da comunidade, na altura in-tensa e muito diferente da de hoje, não tinha eco em nenhum meio de informação. Sozinho, lancei mãos à obra valendo-me das minhas poupanças pessoais e publiquei, em 1993, uma edição experimental do Correio de Portugal (o título inicial do PP). Foi com esse número nos braços que percorri a Alemanha

PORTUGAL POST: O ELO DE LIGAÇÃO ENTRE PORTUGAL E A ALEMANHA

O jornal Portugal Post faz este mês 22 anos. São mais de duas décadas dehistórias da comunidade portuguesa na Alemanha, dos lusodescendentes e da nova onda de emigração provocada pela crise económica portuguesa.

Sempre em prol dos portugueses.

Por Márcia de Oliveira

Page 53: Port.com Fevereiro 2015

DOSSIÊ ESPECIAL

de lés-a-lés, distribuindo-o pelas associações, festas e encontros dos portugueses”. Em suma, era ele que escrevia, que fazia o grafismo e ia a todos os lados onde estivessem portugueses. “Nesses contactos comecei a conhecer e a compreender a comunidade, os seus inte-resses, as suas preocupações, etc… Tinha de perceber a comunidade e os seus interesses enquanto leitores. Tinha de me aproximar dos emigrantes se quisesse ir longe”, realça.

E foi tão longe que, para além da versão impressa, o PP criou também uma versão online. “Temos uma versão online desde 1998 que foi recentemente alte-rada. Agora, os leitores têm acesso ao jornal a partir da nossa página”.

A persistência e trabalho do jornalista, assim como dos colaboradores que considera como peças fun-damentais do jornal, resultaram no crescimento do órgão de comunicação social que, ao longo dos anos, se orgulha de nunca ter contado com apoios ou pa-

trocínios institucionais. “Nunca recebemos nada de qualquer entidade oficial. Houve quem insinuasse que o PP receberia dos partidos e até dos governos, mas fo-ram insinuações cujos objetivos me escapam. Em vez de conceder apoios, os governos deveriam conceder publicidade paga aos jornais das comunidades, como aliás fazem nos jornais em Portugal. Cumprimos uma informação social importante poucas vezes reconhe-cida; divulgamos gratuitamente informação oficial. Quem estiver atento sabe que é assim. Continuamos a depender da venda dos jornais e da publicidade. Foi sempre assim”, afirma o fundador. Quanto ao futuro, “imagino que o PP continuará a ser publicado durante muitos anos, enquanto houver comunida-de portuguesa ou descendentes dela”, conclui.

Mário dos Santos, fundador e diretor do Portugal Post

PUB

Page 54: Port.com Fevereiro 2015

LANDUNGSBRÜCKENO BAIRRO MAIS PORTUGUÊS

DA ALEMANHA

O Bairro Português em Hamburgo é, desde sempre, a imagem de marca da comunidade lusa na Alemanha. Mas, com a nova emigração,

surgiram visões diferentes sobre aquele espaço com selo lusitano.

Por Márcia de Oliveira

Page 55: Port.com Fevereiro 2015

DOSSIÊ ESPECIAL

Page 56: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES20

Bairro português

Em território alemão vivem cerca de 140 mil portugueses. Só em Hambur-go estão cerca de 10 mil. A distância de 2500 quilómetros entre a cidade e o nosso país tem de ser colmatada

de alguma forma, e é em Landungsbrücken, o famoso Bairro Português de Hamburgo, que os portugueses (e os alemães) encontram algum conforto para “matar” as saudades.

O galão e o pastel de nata não são as únicas mar-cas portuguesas no “little Portugal” alemão. Para além de haver dezenas de pastelarias, há outro fenómeno único: o bairro dos restaurantes por-tugueses. É um pequena rua com bandeiras por-tuguesas com restaurantes portugueses porta-sim-porta-sim. Há o Farol, a Casa Madeira, o Pes-

cador, o D. José, o Porto... Saindo da rua principal, ainda há o Cantinho do António, a Casa Benfica, a Varina, o Lusitano, entre outros. Este é o Kleine Portugiesenviertel, o pequeno bairro português, na Ditmar-Koel-Strasse, uma rua na zona turística perto do porto, onde a clientela dos restaurantes é sobretudo alemã, que procura os maravilhosos sabores portugueses.

O BAIRRO PORTUGUÊS VISTO PELOS NOVOS EMIGRANTES

Margarida Silva está em Hamburgo há poucos meses, mas já conseguiu perceber que os alemães “adoram os portugueses”. “Quando cheguei ao bairro português parecia que estava em Portugal:

EIN GALAO, BITTEUm galão, por favor

Page 57: Port.com Fevereiro 2015

www.revistaport.com 21

DOSSIÊ ESPECIAL

o ambiente, a música, a boa disposição…tudo ca-racterísticas portuguesas”. Mas o mais engraçado, continua, “foi o facto de me parecer que os alemães frequentam mais aquela zona do que os próprios portugueses, adoram os portugueses e, principal-mente, a nossa gastronomia”. A enfermeira afirma que o bairro é um dos sítios que gosta mais, “até pe-la proximidade com o rio. O Hafen é um bom local para passear e sabe bem matar algumas saudades, nem que seja de ouvir a nossa língua”.

Os portugueses em Hamburgo têm muitas coisas em comum com outras comunidades de emigran-tes: há bailes, há comemorações de festas (Sto.

António, São João, já houve uma procissão de Fá-tima), às vezes com artistas portugueses, como Tony Carreira. Há igualmente equipas de futebol amadoras (Sporting, Porto e Benfica). Tudo para criar mais proximidade à cultura e gastronomia portuguesa. Mas esta nova vaga de emigrantes portugueses sente que falta algo. Miguel Carvalho mudou-se há quatro anos para Hamburgo, e diz que o bairro português gera diversos sentimentos nele. “É sem dúvida um bairro simpático onde, na generalidade, nos sentimos bem recebidos, até porque quase todos os seus cafés e restaurantes são geridos por portugueses. Se por um lado gosto

“Há o Farol, a Casa Madeira, o Pescador, o D. José, o Porto... Saindo da rua principal, ainda há o Cantinho do António, a Casa Benfica, a Varina, o Lusitano, entre outros”

Page 58: Port.com Fevereiro 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES22

Bairro português

de lá ir de vez em quando comer uma nata ou jantar num dos restaurantes, onde sei que posso comer bons pratos típicos não muito germanizados, por outro lado, não deixo de ter um sentimento algo es-tranho, como se não pertencesse àquela realidade, já que o bairro e os seus restaurantes transmitem uma visão kitsch e ultrapassada do que é Portugal e a sua gastronomia atuais”, afirma à PORT.COM.

Para este engenheiro de software, “se é verdade que o que ali se observa é parte inquestionável do nosso ADN, é ainda mais verdade que Portugal mu-dou muito e tem hoje em dia uma cultura muito rica e diversificada, que vai muito para além do futebol, fado, música popular e galos de Barcelos”.

Esta opinião é reforçada por Pedro Lopes. “In-felizmente não são incomuns as histórias em que situações socialmente estranhas acontecem, tal-

vez derivado a um certo choque geracional, mas igualmente social. Confesso que foi dos primeiros sítios em Hamburgo onde fui à procura de um certo sentimento que pudesse ajudar a matar as sauda-des, mas cedo percebi que não seria bem ali que

O famoso Bairro Português de Hamburgo, Landungsbrücken, é um ponto de encontro de alemães e portugueses

Page 59: Port.com Fevereiro 2015

isso iria acontecer”, refere o empresário. E remata dizendo que, “assim sendo, poder-se-á igualmente falar de uma segunda comunidade de portugueses, de emigração relativamente recente mas que, por todo um conjunto de fatores, talvez não funcione de forma tão cerrada e não tão conjunta, sendo bastante difícil ligar a palavra comunidade a esta segunda vaga de emigrantes”.

A MODA DO GALÃO

Neste bairro, do tamanho de dois campos de fu-tebol, existem cerca de 40 estabelecimentos gastro-nómicos, dos quais cerca de metade estão nas mãos de portugueses. Aqui é natural ouvir os clientes a pedirem o galão tipicamente português: “Ein galao, bitte”. É algo que faz quem tem tempo para sair de casa e demorar meia hora no café antes de ir para o trabalho, com uma sandes, um croissant, ou um jornal a acompanhar. O pastel de nata, que também já foi “adotado” em vários outros sítios na cidade, fica para depois do almoço, ou ao lanche.

O Bairro Português costuma receber os festejos da comunidade portuguesa, como o Dia de Portugal e das Comunidades, 10 de junho.

PUB

Page 60: Port.com Fevereiro 2015

www.lycamobile.ptMais informações em

Chamadas Internacionais desde

cênt/min

Fique mais perto da sua famíliae amigos com a Lycamobile

Angola Alemanha

Itália

Suécia

Brasil

França Noruega

Suiça

China

Holanda

Polónia Reino Unido

Índia

Irlanda

Espanha

Estado Unidos Roménia Ucrânia

Mais de 200 destinos.

Peça já o seu cartão SIM

LM_PT_1_cent_Offer_201X250mm.indd 1 16/12/2014 16:13