portaria nº 020de 18jun01 - regulamentação de sindicâncias

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 B ol et im G era l do CB MDF 112, de 18 Jun 2001 PORTARIA Nº 20-CBMDF   NORMAS INTERNAS PARA REGULAMENTAÇÃO DE SINDICÂNCIAS  ANEXO O COMANDANTE-GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições legais, RESOLVE: 1)  APROVAR e PUBLICAR, como anexo 2 ao presente boletim, a Portaria nº 20- CBMDF, de 18 Jun 2001, que dispõe sobre as normas internas para regular a instauração, tramitação e julgamento de sindicâncias e seus modelos relativos às transgressões disciplinares envolvendo bombeiros militares e dá outras providências. 2) INFORMAR aos Comandantes de OBMs que existem exemplares (manuais) na  Ajudância-Geral à disposição dos Oficiais, os quais deverão ser requisitados conforme o quantitativo de Oficiais existentes em cada OBM. OSCAR SOARES DA SILVA   CEL QOBM/Comb. Comandante-Geral do CBMDF

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Regulamenta as Sindicâncias no âmbito do CBMDF.

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  • Boletim Geral do CBMDF n 112, de 18 Jun 2001

    PORTARIA N 20-CBMDF NORMAS INTERNAS PARA REGULAMENTAO DE SINDICNCIAS ANEXO

    O COMANDANTE-GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO

    FEDERAL, no uso das atribuies legais,

    RESOLVE:

    1) APROVAR e PUBLICAR, como anexo 2 ao presente boletim, a Portaria n 20-

    CBMDF, de 18 Jun 2001, que dispe sobre as normas internas para regular a instaurao,

    tramitao e julgamento de sindicncias e seus modelos relativos s transgresses

    disciplinares envolvendo bombeiros militares e d outras providncias.

    2) INFORMAR aos Comandantes de OBMs que existem exemplares (manuais) na

    Ajudncia-Geral disposio dos Oficiais, os quais devero ser requisitados conforme o

    quantitativo de Oficiais existentes em cada OBM.

    OSCAR SOARES DA SILVA CEL QOBM/Comb. Comandante-Geral do CBMDF

  • PORTARIA N 020 - CBMDF, DE 13 DE JUNHO DE 2001

    Dispe sobre as normas internas para regular a

    instaurao, tramitao e julgamento de sindicncias

    e seus modelos relativos s transgresses

    disciplinares envolvendo bombeiros militares e d

    outras providncias.

    O COMANDANTE-GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO

    FEDERAL, no uso de suas atribuies legais, notadamente as previstas no artigo 9, da Lei

    n 8.255, de 20 Nov 91, artigo 47, incisos II, V, XII e XVIII, do Decreto n 16.036, de 04 Nov

    94, e;

    Considerando que o Comandante-Geral tem por atribuio a preservao das garantias

    constitucionais de respeito dignidade da pessoa humana, cidadania e o cumprimento

    da legalidade;

    Considerando que as garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditrio

    revogaram o termo de declarao e a verdade sabida;

    Considerando que a sindicncia o meio legal de apurao dos fatos e forma de

    assegurar o exerccio da defesa pelo sindicado;

    Considerando que qualquer sano disciplinar, para ser imposta ao bombeiro militar,

    dever ser convenientemente apurada pela autoridade que a este estiver imediatamente

    subordinado;

    Considerando que o Regulamento Disciplinar Vigente estabelece a competncia a vrios

    escales para aplicao de sano disciplinar, mas no positivou o procedimento para a

    apurao de infraes disciplinares;

    RESOLVE:

    BAIXAR as seguintes normas internas para regular a instaurao, tramitao e julgamento

    de sindicncias relativas s transgresses disciplinares envolvendo bombeiros militares.

    CAPTULO I

    DAS DISPOSIES GERAIS

    Art. 1 Instaurar-se- sindicncia de acordo com as prescries desta Portaria, objetivando

    a apurao da responsabilidade disciplinar de bombeiro militar por infrao praticada no

    exerccio das atribuies do cargo em que se encontre investido, ou com elas

    relacionadas.

    Art. 2 Sero carreadas para os autos todas as provas admitidas em direito e necessrias

    ao cabal esclarecimento dos fatos, assegurando-se ao sindicado as prerrogativas

    constitucionais do contraditrio e da ampla defesa, com os meios e recursos a elas

    inerentes, inclusive acompanhar o procedimento pessoalmente ou por intermdio de

    defensor, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular

    quesitos, quando se tratar de prova pericial.

    1402420Realce

  • 1 O sindicante poder denegar pedidos considerados impertinentes, meramente

    protelatrios ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos, mediante despacho

    fundamentado.

    2 Ser indeferido o pedido de prova pericial quando a comprovao do fato independer

    de conhecimento especial de perito.

    3 Juntar-se- aos autos, necessariamente, extrato dos assentamentos funcionais do

    sindicado, contendo nome, matrcula, data de ingresso no rgo, elogios, penalidades no

    canceladas.

    Art. 3 A sindicncia ser presidida por oficial, de nvel hierrquico igual ou superior ao do

    sindicado.

    1 No caso de o sindicante ter o mesmo nvel hierrquico do sindicado, dever aquele ser

    mais antigo que este, salvo nos casos de precedncia funcional estabelecida em lei ou

    regulamento.

    2 A autoridade instauradora poder conceder, em caso de fora maior ou mediante

    justificativa fundamentada, afastamento temporrio do servio por motivo de frias,

    licenas ou outro, ao sindicante, aos membros do conselho de disciplina, aos membros da

    tomada de contas especial, aos membros do conselho de justificao, ao encarregado de

    IPM, ao encarregado do procedimento de licenciamento de praas sem estabilidade, e

    designar substituto para prosseguir no procedimento apuratrio, vedada a prtica de

    qualquer ato por autoridade estranha ao mesmo.

    Art. 4 O sindicante consignar, mediante despachos ordinatrios, as diligncias

    necessrias elucidao do fato, estabelecendo o nexo causal entre o objeto da apurao

    e as medidas adotadas.

    Art. 5 Quando de sindicncia feita em mbito de circunscrio militar resulte indcios da

    existncia de crime militar, encontrando-se nos autos sinal de prova da autoria e

    materialidade do delito, a autoridade militar instauradora dever remeter os autos originais

    ao Comandante-Geral, cabendo a este, por sua vez, encaminh-lo Auditoria Militar,

    conforme o disposto no Art. 28 do CPPM.

    Art. 6 A sindicncia instaurada para apurar a autoria ou circunstncias de fatos que no

    importem em acusao preliminar a determinado bombeiro militar ser elaborada de forma

    inquisitorial, observando-se, no que couber, os prazos e preceitos previstos nesta Portaria.

    Pargrafo nico. Conhecida a autoria, o sindicante elaborar relatrio circunstanciado

    sobre o que ficou apurado, indicando a transgresso disciplinar e observar o disposto nos

    artigos 19 e 20 desta Portaria, assegurando-se sempre o direito ao contraditrio e ampla

    defesa.

    Art. 7 Se, em qualquer fase da instruo, surgir dvida sobre a sanidade mental do

    sindicado, seu defensor poder requerer ao sindicante ou este, de ofcio, propor

    autoridade instauradora que ele seja submetido a exame por junta mdica oficial, da qual

    participe pelo menos um mdico psiquiatra, requerendo o sobrestamento do feito at a

    expedio do laudo pericial.

  • Pargrafo nico. O incidente de insanidade mental ser processado em autos apartados e

    apensado sindicncia.

    Art. 8 Comprovada a impossibilidade de locomoo do sindicado por ato do mdico do

    CBMDF at o 15 (dcimo quinto) dia ou aps este prazo ato da JISC, atestando que o

    sindicado no est em condies de prestar esclarecimentos, o sindicado ou seu defensor

    comunicar, imediatamente, tal incidente ao sindicante ou este de ofcio, encaminhar os

    autos devidamente instrudo a autoridade instauradora, que solucionar a questo.

    Art. 9 Ser assegurado, na apurao, o sigilo necessrio elucidao do fato, ou exigido

    pelo interesse da Administrao, mediante despacho fundamentado do sindicante.

    Art. 10. As cpias reprogrficas de documentos carreados para os autos sero

    autenticadas, sempre que possvel.

    Pargrafo nico - As cpias termogrficas (fax) podero ser admitidas para defesa de

    direitos de risco iminente, as quais devero ser substitudas at o trmino da sindicncia.

    Art. 11. So deveres do sindicado perante a Administrao sem prejuzo de outros

    previstos em leis ou regulamentos.

    I - expor os fatos conforme a verdade;

    II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-f;

    III - no agir de modo temerrio;

    IV - prestar as informaes que lhe forem solicitadas conforme o Art. 25, 1 e Art. 29, sob

    pena de precluso e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

    CAPTULO II

    DO REGISTRO

    Art. 12. Ao tomar conhecimento de fato caracterizador de transgresso disciplinar, qualquer

    militar dever particip-lo, encaminhando, imediatamente, cpia da parte autoridade

    competente para instaurao da sindicncia, salvo se for competente para faz-lo, ou

    propor, por intermdio de seu superior hierrquico, a instaurao de sindicncia.

    Pargrafo nico. A parte conter, circunstanciadamente, a notcia do fato, os nomes e

    respectiva lotao dos envolvidos, rol de testemunhas que no dever exceder ao nmero

    de 03 (trs) e as providncias preliminares adotadas.

    CAPTULO III

    DA COMPETNCIA PARA INSTAURAR

    Art. 13. So competentes, no mbito de suas respectivas atribuies, para instaurar

    sindicncia as seguintes autoridades:

    I - Comandante-Geral;

    II - Chefe do Estado-Maior Geral/Subcomandante-Geral;

    III - Diretores;

    IV - Chefe de Gabinete do Gabinete do Comandante-Geral;

    V - Comandantes Operacionais;

    VI - Comandantes de Batalhes;

    VII - Comandante da ABM;

    VII - Ajudante-Geral;

  • IX - Chefes das Sees do Estado-Maior-Geral;

    X - Comandantes de Centros;

    XI - Comandantes de Companhias.

    1 O Comandante-Geral, o Subcomandante-Geral, os Comandantes Operacionais e os

    Diretores podero avocar, a qualquer tempo, a sindicncia ou o expediente noticiador do

    fato, para determinar o prosseguimento na apurao, instaurar sindicncia ou propor a

    instaurao de inqurito policial militar, respectivamente, sempre que houver convenincia

    para a Administrao, ou o episdio, por sua natureza, gravidade, circunstncia ou

    repercusso, comprometer a imagem ou a credibilidade da Corporao.

    2 Obedecidas as normas regulamentares de circunscrio hierrquica e comando, as

    atribuies enumeradas neste artigo, podero ser delegadas a oficiais da ativa, para fins

    especificados e por tempo limitado.

    3 Na ocorrncia de infrao disciplinar de pequena complexidade, ou em caso de dvida

    de sua existncia, poder a autoridade instaurar procedimento apuratrio, fazendo

    mediante simples despacho, observado o disposto no Art. 17, 1; devendo o encarregado

    concluir os trabalhos de apurao no prazo de 12 (doze) dias, prorrogveis no mximo por

    igual prazo, conforme o Art. 32, 1; obedecidas as prescries desta Portaria, cabendo

    ao encarregado acostar aos autos os seguintes documentos essenciais:

    I - notcia conforme o Art. 12;

    II - notificao/intimao conforme o Art. 19.

    III - termo de interrogatrio conforme o Art. 25, caso as circunstncias demonstrem ser

    necessrio;

    IV - razes de defesa escrita conforme o Captulo V;

    V - relatrio minudente do Encarregado conforme o Art. 31;

    VI - julgamento da autoridade instauradora conforme o Captulo VII.

    CAPTULO IV

    DA INSTRUO

    SEO I

    DA AUTUAO

    Art. 14. A capa da sindicncia no ser numerada e conter os seguintes registros:

    I - Nmero da sindicncia;

    II - Cabealho com a inscrio Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal seguido do

    nome da OBM responsvel pela designao;

    III - Nome, cargo e matrcula do sindicado, ou quando ignorado a expresso " em

    apurao";

    IV - Breve resumo da transgresso disciplinar a ser apurada;

    V - Nome, cargo e matrcula do sindicante.

    Art. 15. A sindicncia ser desmembrada em volumes sempre que cada um deles atingir o

    total de 200 folhas, cabendo ao escrivo a lavratura dos termos de encerramento e de

    abertura, independentemente de despacho da autoridade sindicante.

  • 1 Cada novo volume ter numerao de folhas seqencial do anterior, incluindo as

    novas capas.

    2 Nas capas dos novos volumes da sindicncia, ser transcrito o registro da capa inicial,

    lanando-se, em destaque, inscrio que indique a ordem numrica de cada volume.

    3 Consignar-se-, na capa inicial com apensos, a expresso "autos com apenso".

    4 O apensamento ser sempre certificado nos autos principais e a capa dos volumes

    ter modelo prprio, contendo apenas os dados previstos nos incisos do Art. 14, lanando-

    se, em destaque, a expresso "apenso", seguida de sua ordem numrica.

    Art. 16. Todas as peas da sindicncia sero, por ordem cronolgica, reunidas numa s

    processada, digitadas ou datilografadas, em espao simples com as folhas numeradas,

    com exceo da capa, que corresponde folha um, e rubricadas pelo escrivo responsvel

    pelo feito, utilizando-se carimbo mecnico prprio, no podendo haver rasuras ou

    emendas.

    Pargrafo nico. O carimbo conter campos distintos para lanamento da numerao de

    folhas, nmero de ordem do procedimento e rubrica do responsvel seqencialmente.

    SEO II

    DA INSTAURAO

    Art. 17. A sindicncia ser instaurada por Portaria, salvo exceo do Art. 13, 3,

    publicada em boletim, que individualizar o sindicado, quando for conhecido, consignando

    as circunstncias do fato reprovvel, data, horrio, local, eventual vtima ou prejudicado e a

    classificao legal, em tese, da possvel transgresso disciplinar, de forma a permitir o

    exerccio do amplo direito de defesa.

    1 No ato de instaurao, tambm ser designado o sindicante do feito.

    2 Poder o sindicante designar escrivo para a sindicncia, se no tiver sido feito pela

    autoridade que lhe deu delegao para aquele fim, recaindo em 2 ou 1 tenente, se o

    sindicado for oficial, e em subtenente ou sargento, nos demais casos.

    Art. 18. A instaurao do procedimento, prevista no Art. 13, incisos II ao XI, ser

    comunicada, imediatamente, ao rgo do art. 41, por escrito, anexando cpia da parte

    disciplinar registrada, se ainda no houver sido encaminhada.

    Pargrafo nico. Consignar-se-, obrigatoriamente, na comunicao, a individualizao

    funcional do sindicado, nmero do feito, data do incio e breve histrico do fato a ser

    apurado, juntando-se cpia nos autos.

    Art. 19. O bombeiro militar, a quem se atribua transgresso disciplinar, ser notificado por

    escrito da instaurao da sindicncia, no prazo de dois dias teis, a contar da data da

    publicao em Boletim ou no caso do artigo 13, 3, do despacho de instaurao;

    anexando-se ao mandado cpia da portaria instauradora, da parte disciplinar e do

    despacho inicial ordinatrio.

    Art. 20. Na fase instrutria, observar-se- o disposto no artigo antecedente, para posterior

    incluso de sindicado ou imputao de fato novo, que ser precedida de despacho

    fundamentado da autoridade sindicante, notificao a todos os sindicados e repetio dos

  • atos que exijam cincia ou presena pessoal do militar ento acusado, assegurando-se

    sempre o direito ao contraditrio e ampla defesa.

    SEO III

    DAS TESTEMUNHAS

    Art. 21 As testemunhas prestaro depoimento oral separadamente e, na redao do termo,

    o sindicante se cingir, tanto quanto possvel, s expresses usadas por elas,

    reproduzindo, fielmente, o que for dito.

    1 Na inquirio de testemunhas, observar-se- o disposto nos artigos 347 a 364 do

    Cdigo de Processo Penal Militar. As testemunhas sero intimadas a depor mediante

    mandado expedido pelo sindicante, devendo, a primeira via, com o ciente da intimao ser

    juntada aos autos.

    2 Se a testemunha for militar ser requisitado; o agente pblico ser intimado

    pessoalmente e notificado a sua chefia imediata; o civil ser intimado pessoalmente, em

    qualquer hiptese a comunicao ser feita mediante ofcio com indicao do dia, hora e

    motivo para a inquirio.

    3 Sendo necessria a oitiva de testemunha estranha ao servio pblico e havendo

    recusa por parte desta em comparecer audincia, a autoridade sindicante a intimar pela

    Segunda vez, advertindo que sua contumcia injustificada poder caracterizar crime de

    desobedincia conforme o Art. 330 do Cdigo Penal, podendo esta ser conduzida

    coercitivamente, mediante ordem judicial.

    4 Na hiptese de depoimentos contraditrios ou que se infirmem, poder ser feita a

    acareao entre os depoentes.

    Art. 22. O sindicado ou seu defensor ser intimado por escrito, com antecedncia mnima

    de 24 (vinte e quatro) horas, da data, horrio e local da audincia de inquirio de

    testemunhas, salvo se o sindicante no tiver cumprido o disposto nos Arts. 4; 19 e 20.

    Art. 23. O sindicado ou seu defensor constitudo, conforme o Art. 2, poder fazer

    perguntas s testemunhas por intermdio do sindicante.

    Pargrafo nico. A presena ou ausncia do sindicado inquirio de testemunha ser,

    obrigatoriamente, consignada no respectivo termo, colhendo-se, ao final, a assinatura de

    todos.

    Art. 24. A inquirio de testemunhas residentes em localidades de outros Estados da

    Federao, desde que impossibilitado o deslocamento do sindicante, poder ser feita

    mediante Carta Precatria conforme o artigo 361 do CPPM, com perguntas prvias e

    objetivamente formuladas, remetida autoridade local pelo meio mais rpido de

    comunicao escrita, dando cincia dos respectivos atos ao sindicado.

    Pargrafo nico. O sindicado ser intimado por escrito, com antecedncia mnima de 24

    (vinte e quatro) horas, para apresentar os quesitos que entender necessrios defesa.

    SEO IV

    DO INTERROGATRIO

    Art. 25. Em dia e hora previamente designados, o sindicado, devidamente requisitado

    conforme o Art. 349 do CPPM, com antecedncia mnima de 24 horas, ser interrogado

  • sobre os fatos que lhes so imputados, com observao, no que lhe for aplicvel, das

    regras previstas nos artigos 302 a 306 do CPPM.

    1 O interrogatrio ser o primeiro ato da Sindicncia que no estiver enquadrado

    conforme o Art. 6. O sindicado ou seu defensor poder, logo aps o interrogatrio ou no

    prazo de 2 (dois) dias, oferecer alegaes escritas, indicar diligncias e arrolar

    testemunhas no mximo em nmero de 3 (trs).

    2 O defensor do sindicado poder assistir ao interrogatrio, sendo-lhe vedado intervir

    ou, de qualquer maneira, influir nas perguntas e respostas.

    3 No caso de mais de um sindicado, cada um deles ser ouvido separadamente e

    sempre que divergirem em suas declaraes sobre fatos os circunstncias, poder ser

    promovida a acareao entre eles.

    Art. 26. Se impedido de se locomover, por motivo de sade, mas estiver em condies de

    prestar esclarecimentos, o sindicado ser interrogado no local onde se encontrar, ouvido o

    mdico que acompanha o tratamento.

    Pargrafo nico. A ausncia do sindicado audincia designada para o seu interrogatrio

    ser certificada nos autos, dando-se prosseguimento do procedimento apuratrio.

    SEO V

    DO SOBRESTAMENTO

    Art. 27. Ocorrendo causas que impeam o prosseguimento das diligncias, a sindicncia

    poder ser sobrestada a pedido motivado do sindicante, por at 30 dias, exceo do Art.

    42, 2 desta Portaria, mediante despacho fundamentado da autoridade que determinou

    sua instaurao.

    1 O sobrestamento destina-se ao aguardo da concluso de exames periciais de difcil

    elaborao, recebimento de documento relevantes que possam demandar demora na sua

    expedio, oitiva de pessoas que se encontrem ausentes, cumprimento da providncia

    prevista no artigo 24 desta Portaria e outras diligncias imprescindveis elucidao do

    fato, podendo ocorrer tambm, se o sindicado for designado para cumprir misso

    considerada inadivel fora do Distrito Federal, em carter temporrio.

    2 Em relao ao sindicado, o sobrestamento ser concedido somente em caso de

    licena para tratamento de sade prpria, mediante recomendao ou parecer da

    JISC/CBMDF, licena luto, licena npcias e frias.

    3 O sobrestamento suspender o prazo da sindicncia, prosseguindo-se a contagem

    deste quando cessarem os motivos que justificaram a sua concesso.

    4 No podero ser formalizadas quaisquer diligncias nos autos durante o prazo de

    sobrestamento, salvo as relacionadas medida.

    5 A concesso do sobrestamento, a sua prorrogao e o reinicio da apurao,

    respectivamente, sero comunicados aos rgos previstos no Artigo 18 desta Portaria,

    notificando-se, tambm, o sindicado.

    CAPTULO V

    DO DESPACHO DE INSTRUO E INDICIAO

  • Art. 28. Ultimada a fase instrutria e havendo indcios de transgresso disciplinar ou crime,

    o sindicante proceder indiciao do militar mediante despacho prprio, consignando a

    tipificao da infrao, o fato censurvel e suas circunstncias, bem como as respectivas

    provas.

    Pargrafo nico. No vislumbrando a prtica de transgresso disciplinar ou crime, por

    inexistncia do fato ou absoluta ausncia de indcios de responsabilidade funcional do

    militar, o sindicante far minucioso relatrio, discorrendo sobre os fatos constantes da

    portaria ou despacho inicial e os que tiverem decorrido da instruo probatria, remetendo

    a sindicncia autoridade que determinou sua instaurao para apreciao e julgamento.

    CAPTULO VI

    DA DEFESA ESCRITA

    Art. 29. O sindicado ou seu defensor constitudo ser citado para apresentar defesa escrita

    no prazo de 3 (trs) dias, sendo-lhe facultada vista dos autos e reproduo de peas por

    ele indicadas, s suas expensas;

    Pargrafo nico. Havendo dois ou mais sindicados, o prazo ser comum e de 06 (seis)

    dias.

    Art. 30. No apresentado defesa escrita, o sindicante dever, de imediato, solicitar

    autoridade instauradora a nomeao de um oficial como defensor do sindicado, a quem

    ser concedido vistas dos autos, para que, a partir da nomeao, possa acompanhar o

    sindicado em sua defesa, apresentando-a por escrito em seu nome, no prazo de cinco

    dias, observando-se as prescries desta Portaria.

    CAPTULO VII

    DA CONCLUSO

    SEO I

    DO RELATRIO

    Art. 31. Concludos os trabalhos investigatrios, o sindicante far minucioso relatrio sobre

    o que tiver sido apurado, opinando pela aplicao de sano ao sindicado, com indicao

    do dispositivo legal ou regulamentar infringido, ou pelo arquivamento, remetendo os autos,

    em qualquer hiptese, autoridade que determinou a instaurao da sindicncia.

    Pargrafo nico. No relatrio, dever o sindicante fazer um histrico do fato, discorrer

    sobre as diligncias realizadas e concluir sobre a materialidade, circunstncias e autoria da

    transgresso com objetividade, clareza e conciso; evitando, contudo, exposio,

    demasiadamente, sucinta e transcries extensas de termos de reinquirio, repetindo,

    apenas e quando necessrio, os trechos essenciais ao esclarecimento.

    SEO II

    DOS PRAZOS

    Art. 32. O prazo para a concluso da sindicncia de 30 (trinta) dias, prorrogvel, no

    mximo, por igual perodo, a critrio da autoridade instauradora, incluindo-se o prazo para

    defesa escrita e relatrio; salvo o disposto no Art. 13, 3 desta Portaria.

  • 1 Conhecida a autoria e no havendo prazo suficiente para a concluso do feito, o

    sindicante elaborar relatrio circunstanciado sobre o que foi apurado, contendo os

    motivos que impediram a concluso no prazo regular e as providncias faltantes.

    2 Os prazos sero contados por dias corridos, no se computando o dia inicial,

    prorrogando-se o vencimento que cair em sbados, domingos e feriados ou ponto

    facultativo para o primeiro dia til subseqente, ressalvados os casos especiais previstos

    nesta Portaria.

    3 As prorrogaes de prazo sero comunicadas, por escrito, ao rgo do Art. 41 desta

    Portaria.

    CAPTULO VIII

    DO JULGAMENTO

    Art. 33. Caber autoridade instauradora proferir o julgamento e, se for o caso, aplicar a

    punio no prazo de oito dias, a contar do recebimento da sindicncia, ressalvada a

    competncia da autoridade de instncia superior.

    1 No vislumbrando a ocorrncia de transgresso disciplinar, a autoridade julgadora

    determinar o arquivamento do feito, mencionando as razes do seu convencimento.

    2 Quando, por ocasio da aplicao da sano disciplinar resultante da sindicncia, a

    autoridade aplicadora no tiver a competncia para aplicar o quantum cabvel, dever

    encaminhar a sindicncia autoridade competente, que decidir em igual prazo.

    3 Havendo mais de um sindicado e diversidade de sanes, o julgamento caber

    autoridade competente para a imposio da penal mais grave.

    Art. 34. Caso a autoridade hierarquicamente superior no acolha os termos da deciso

    anterior, avocar a deciso do feito, proferindo novo julgamento no prazo de 08 (oito) dias

    do recebimento dos autos, podendo aplicar pena, anul-la ou agrav-la,

    fundamentadamente.

    Art. 35. A autoridade julgadora e as demais autoridades de instncia superior procedero,

    obrigatoriamente, reviso e anlise criteriosa dos autos, quanto aos aspectos formais e

    de mrito, e, constatando qualquer vcio insanvel, declarar nulidade do feito ou, se

    couber, sem prejuzo do rito, do prazo ou da uniformidade da instruo, apenas do ato

    irregular, determinando respectivamente a instaurao de outro procedimento ou repetio

    do ato viciado.

    1 Cpia integral autenticada da sindicncia anulada, instruir o novo procedimento que

    for instaurado para apurar o mesmo fato;

    2 Constatadas falhas grosseiras que, em princpio, no deveriam passar despercebidas

    aos responsveis pela feitura e anlise da sindicncia, estes estaro passveis de

    responsabilizao disciplinar.

    Art. 36. A autoridade julgadora poder dar ao fato definio jurdica diversa da que consta

    da Portaria instauradora ou do despacho iniciatrio, ainda que em conseqncia, tenha de

    aplicar sano mais grave, desde que o sindicado dele haja se defendido.

    1 Ocorrendo a possibilidade de nova definio jurdica do fato, em conseqncia de

    prova existente nos autos de circunstncia elementar no contida, explcita ou

  • implicitamente, no despacho de instruo, a autoridade instauradora dar vista ao

    sindicado, a fim de defender-se do novo enquadramento, observado o disposto no captulo

    V desta Portaria.

    2 Na hiptese do pargrafo anterior, a autoridade instauradora, aps juntada da defesa,

    elaborar relatrio complementar, considerando as novas razes apresentadas e

    submeter o feito a julgamento da instncia, imediatamente, superior.

    Art. 37. Em caso de anulao da sindicncia, o novo procedimento instaurado receber

    numerao diversa, repetindo-se todos os atos que exijam cincia ou presena pessoal do

    sindicado, inclusive inquirio de testemunhas, com homologao das demais provas

    obtidas, juntando-se cpia integral do feito anterior em apenso, apenas como pea

    informativa.

    Pargrafo nico. No ocorrendo indiciao do sindicado, e divergindo deste entendimento

    a autoridade instauradora da sindicncia, ou a outra na escala hierrquica ascendente,

    poder aquela que divergiu, fundamentadamente, instaurar novo procedimento,

    designando outro sindicante, aps o arquivamento do feito anterior, ou promover o

    indiciamento do sindicado, citando-o a apresentar defesa escrita, observado o disposto nos

    captulos IV , V e 2, do Art. 35 desta Portaria.

    Art. 38. O julgamento ser feito em despacho fundamentado, com meno expressa do

    fato censurvel e suas circunstncias, do dispositivo legal ou regulamentar infrigido,

    observando-se a dosimetria da sano, disposta no Regulamento Disciplinar Vigente.

    1 Todas as solues e/ou resumo dos despachos de arquivamento sero publicados em

    boletim, para eficcia do ato administrativo, salvo os casos de segredo de justia previsto

    em lei;

    2 Sobrevindo a transferncia de unidade do sindicado, permanece preventa a

    competncia da autoridade instauradora para a aplicao da sano disciplinar.

    3 Uma via do ato punitivo ser juntada, logo aps o despacho decisrio; outra ser

    anexada aos autos da sindicncia para publicao, devendo ser a ltima pea do processo

    e regularmente numerada.

    Art. 39 Publicado o ato punitivo, o militar ser comunicado de imediato para o cumprimento

    da sano disciplinar, devendo ser juntado ao feito provas do incio e trmino da execuo.

    Pargrafo nico. O Comandante ou Chefe imediato do militar punido, aps a publicao do

    ato punitivo, dever de ofcio ou mediante determinao, dar cumprimento integral

    sano imposta; fiscalizando, registrando, bem como, notificando o rgo do art. 41 desta

    Portaria; o no cumprimento desta atribuio importar em responsabilizao disciplinar,

    conforme o disposto no art. 13, item 2 do RDE. (Revogado pelo Art. 12, da Portaria n

    17, de 5 de junho de 2007)

    CAPTULO IX

    DAS DISPOSIES FINAIS

    Art. 40. Aplica-se, subsidiariamente, aos casos omissos e ou no regulamentados, o

    Cdigo de Processo Penal Militar ou o Cdigo de Processo Penal.

    1402420Realce

  • Art. 41. O rgo do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal responsvel pelo

    arquivamento manter registro das sindicncias, consignando os dados essenciais de cada

    procedimento e promovendo rigoroso controle de seu andamento e concluso, sem

    prejuzo da fiscalizao por parte do Comandante-Geral.

    Art. 42. No ser concedida licena-especial ou licena para tratar de interesse particular

    ao bombeiro militar que estiver respondendo sindicncia.

    1 O sindicado, em gozo de qualquer das licenas mencionadas no caput deste artigo,

    ser intimado para comparecer aos atos que exijam sua presena ou cincia.

    2 No comparecendo o sindicado, por razes devidamente justificadas, no prazo

    estipulado pelo sindicante, este fundamentar pedido de sobrestamento autoridade

    instauradora.

    3 Havendo mais de um sindicado, na hiptese do pargrafo anterior, o feito ser

    desmembrado, dando-se prosseguimento em relao aos demais.

    Art. 43. Concluda a sindicncia, com a comprovao da falta cometida e aps o

    cumprimento da sano estabelecida, o bombeiro militar sancionado poder ser transferido

    da unidade em que serve, a critrio de seu Comandante, mediante proposta fundamentada

    autoridade superior.

    Art. 44. O bombeiro militar que estiver respondendo sindicncia poder permanecer no

    expediente administrativo na unidade onde estiver lotado.

    Pargrafo nico. O sindicado poder concorrer escala de servio submetida aos militares

    do expediente administrativo, desde que no ocasione prejuzo ao feito.

    Art. 45. Cabe recurso de reconsiderao, na forma do Ttulo V, Captulo I do Regulamento

    Disciplinar Vigente no que couber, ao sindicante ou autoridade instauradora no prazo de

    dois dias, a contar do conhecimento da deciso ou do ato a ser impugnado.

    Pargrafo nico. A autoridade ter dois dias para manifestar-se sobre o recurso

    mencionado no caput deste artigo. (Revogado pelo Art. 12, da Portaria n 17, de 5 de

    junho de 2007)

    Art. 46. Cabe recurso de representao ou de queixa na forma do Ttulo V, Captulo I do

    Regulamento Disciplinar Vigente no que couber, pelo indeferimento do pedido ou no

    cumprimento do artigo antecedente no prazo de dois dias do conhecimento da deciso.

    1 O recurso ser encaminhado por intermdio da autoridade referida no Art. 45 desta

    Portaria.

    2 A autoridade ter dois dias para manifestar-se sobre os recursos mencionados no

    caput deste artigo. (Revogado pelo Art. 12, da Portaria n 17, de 5 de junho de 2007)

    Art. 47. O policiamento das audincias ser exercido pelo Encarregado da Sindicncia, o

    qual usar dos meios necessrios para assegurar a regularidade dos trabalhos, inclusive

    fazendo retirar do recinto aqueles que estejam comportando-se inconvenientemente.

    Art. 48. No caso de recusa do sindicado em apor o ciente na citao ou intimao que lhe

    for apresentada, o bombeiro militar incumbido da diligncia consignar o incidente, em

  • termo prprio, com a assinatura de duas testemunhas presenciais, iniciando-se da o curso

    de eventual prazo concedido defesa.

    Art. 49. As autoridades elencadas no Artigo 13 desta Portaria devero manter um livro,

    numerado e rubricado pela autoridade instauradora, para registrar todas as sindicncias

    instauradas no mbito de sua competncia, onde constar o nome das partes envolvidas,

    do encarregado pela apurao, incidncia disciplinar, data do fato e os andamentos do

    feito.

    Art. 50. Com o escopo de maximizar a celeridade do procedimento apuratrio, encontram-

    se, no Anexo I, modelos de atos de instaurao e de instruo de sindicncia.

    Art. 51. O disposto nesta Portaria aplica-se s sindicncias em curso, sem prejuzo da

    validade dos atos praticados na vigncia da Portaria n 64 de 30 dezembro de 1.999,

    publicada no Boletim Geral n 246/99.

    Art. 52. Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicao, revogando-se a Portaria n

    064 de 30 de dezembro de 1.999 e Portaria n 002 de 5 de fevereiro de 2001, publicada no

    Boletim Geral n 25/2001.

    Braslia-DF, em 13 de junho de 2001.

    OSCAR Soares da Silva - Coronel QOBM/Comb.

    Comandante-Geral do CBMDF