portaria nº 2488

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    PORTARIA N 2.488, DE 21 DEOUTUBRO DE 2011Legislaes - GMSeg, 24 de Outubro de 2011 00:00

    PORTARIA N 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011

    Aprova a Poltica Nacional de Ateno Bsica, estabelecendo areviso de diretrizes e normas para a organizao da Ateno Bsica,

    para a Estratgia Sade da Famlia (ESF) e o Programa de AgentesComunitrios de Sade (PACS).

    O MINISTRO DE ESTADO DA SADE, no uso das atribuies que lheconferem os incisos I e II do pargrafo nico do art. 87 da Constituio, e

    Considerando a Lei n 8.080, de 19 de setembro 1990, que dispe sobre ascondies para a promoo, proteo e recuperao da sade, a organizao e ofuncionamento dos servios correspondentes, e d outras providncias;

    Considerando a Lei n 11.350, de outubro de 2006, que regulamenta o 5 doArt. 198 da Constituio, dispe sobre o aproveitamento de pessoal amparado peloPargrafo nico do Art. 2 da Emenda Constitucional n 51, de 14 de fevereiro de 2006;

    Considerando o Decreto Presidencial n 6.286 de 5 de dezembro de 2007, queinstitui o Programa Sade na Escola (PSE), no mbito dos Ministrios da Sade e daEducao, com finalidade de contribuir para a formao integral dos estudantes da rede

    bsica por meio de aes de preveno, promoo e ateno sade;

    Considerando o Decreto n 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lein 8.080/90;

    Considerando a Portaria n 204, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta ofinanciamento e a transferncia de recursos federais para as aes e servios de sade, naforma de blocos de financiamento, com respectivo monitoramento e controle;

    Considerando a Portaria n 687, de 30 de maro de 2006, que aprova a Poltica dePromoo da Sade;

    Considerando a Portaria n 3.252/GM/MS, de 22 de dezembro de 2009, que tratado processo de integrao das aes de vigilncia em sade e ateno bsica;

    Considerando a Portaria n 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que estabelecediretrizes para a organizao da Rede de Ateno Sade no mbito do Sistema nicode Sade (SUS);

    Considerando asPortarias n 822/GM/MS, de 17 de abril de 2006, n 90/GM, de17 de janeiro de 2008 e n 2.920/GM/MS, de 03 de dezembro de 2008, que estabelecem

    http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/leis/1-8080.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/leis/1-8080.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/leis/15173-11350.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/leis/15173-11350.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/decretos/14455-6286.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/108599-7508.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/336-204.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/950-687.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/102068-3252.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/107038-4279.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/12440-822.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/12440-822.html?q=http://www.brasilsus.com.br/component/mailto/?tmpl=component&link=aHR0cDovL3d3dy5icmFzaWxzdXMuY29tLmJyL2xlZ2lzbGFjb2VzL2dtLzExMDE1NC0yNDg4Lmh0bWw%3Dhttp://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/110154-2488.html?tmpl=component&print=1&page=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/leis/15173-11350.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/decretos/14455-6286.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/108599-7508.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/336-204.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/950-687.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/102068-3252.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/107038-4279.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/12440-822.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/leis/1-8080.html?q=
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    os municpios que podero receber recursos diferenciados da ESF;

    Considerando Portaria n 2.143/GM/MS, de 9 de outubro de 2008 - Cria oincentivo financeiro referente incluso do microscopista na ateno bsica para

    realizar, prioritariamente, aes de controle da malria junto s Equipes de AgentesComunitrios de

    Sade - EACS e/ou s Equipes de Sade da Famlia (ESF);

    Considerando Portaria n 2.372/GM/MS, de 7 de outubro de 2009, que cria oplano de fornecimento de equipamentos odontolgicos para as Equipes de Sade Bucalna Estratgia Sade da Famlia;

    ConsiderandoPortaria n 2.371/GM/MS, de 07 de outubro de 2009 que institui,no mbito da Poltica Nacional de Ateno Bsica, o Componente Mvel da Ateno

    Sade Bucal - Unidade Odontolgica Mvel (UOM);

    Considerando aPortaria n 750/SAS/MS, de 10 de outubro de 2006, que instituiua ficha complementar de cadastro das ESF, ESF com ESB - Modalidades I e II e de ACSno SCNES;

    Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atualmomento do desenvolvimento da ateno bsica no Brasil;

    Considerando a consolidao da estratgia sade da famlia como forma

    prioritria para reorganizao da ateno bsica no Brasil e que a experincia acumuladaem todos os entes federados demonstra a necessidade de adequao de suas normas.

    Considerando a pactuao na Reunio da Comisso Intergestores Tripartite dodia 29, de setembro de 2011, resolve:

    Art. 1 Aprovar a Poltica Nacional de Ateno Bsica, com vistas reviso daregulamentao de implantao e operacionalizao vigentes, nos termos constantes dosAnexos a esta Portaria.

    Pargrafo nico. A Secretaria de Ateno Sade, do Ministrio da Sade(SAS/MS) publicar manuais e guias com detalhamento operacional e orientaesespecficas desta Poltica.

    Art. 2 Definir que os recursos oramentrios de que trata a presente Portariacorram por conta do oramento do Ministrio da Sade, devendo onerar os seguintesProgramas de Trabalho:

    I - 10.301.1214.20AD - Piso de Ateno Bsica Varivel - Sade da Famlia;

    http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/14738-2143.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/100825-2372.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/100825-2372.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/100824-2371.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/100824-2371.html?q=http://www.brasilsus.com.br/vhttp://www.brasilsus.com.br/vhttp://www.brasilsus.com.br/noticias/nacionais/101353-secretaria-de-atencao-a-saude-sas?q=%22secretaria+de+aten%C3%A7%C3%A3o+%C3%A0+sa%C3%BAde%22http://www.brasilsus.com.br/noticias/nacionais/101353-secretaria-de-atencao-a-saude-sas?q=%22secretaria+de+aten%C3%A7%C3%A3o+%C3%A0+sa%C3%BAde%22http://www.brasilsus.com.br/noticias/nacionais/101353-secretaria-de-atencao-a-saude-sas?q=%22secretaria+de+aten%C3%A7%C3%A3o+%C3%A0+sa%C3%BAde%22http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/14738-2143.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/100825-2372.html?q=http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/100824-2371.html?q=http://www.brasilsus.com.br/vhttp://www.brasilsus.com.br/noticias/nacionais/101353-secretaria-de-atencao-a-saude-sas?q=%22secretaria+de+aten%C3%A7%C3%A3o+%C3%A0+sa%C3%BAde%22
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    II - 10.301.1214.8577 - Piso de Ateno Bsica Fixo;

    III - 10.301.1214.8581 - Estruturao da Rede de Servios de Ateno Bsica deSade;

    IV- 10.301.1214.8730.0001 - Ateno Sade Bucal; e

    V - 10.301.1214.12L5.0001 - Construo de Unidades Bsicas de Sade - UBS.

    Art. 3 - Permanecem em vigor as normas expedidas por este Ministrio comamparo na Portaria n 648/GM/MS, de 28 de maro de 2006, desde que no conflitemcom as disposies constantes desta Portaria.

    Art. 4 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 5 Fica revogada as Portarias n 648/GM/MS, de 28 de maro de 2006,publicada no Dirio Oficial da Unio n 61, de 29 de maro de 2006, Seo 1, pg. 71, n154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, publicada no Dirio Oficial da Unio n 18, de25 de janeiro de 2008, Seo 1, pg. 47/49, n 2.281/GM/MS, de 1 de outubro de 2009,

    publicada no Dirio Oficial da Unio n 189, de 2 de outubro de 2009, Seo 1, pg. 34,n 2.843/GM/MS, de 20 de setembro de 2010, publicada no Dirio Oficial da Unio n181, de 21 de setembro de 2010, Seo 1, pg. 44, n 3.839/GM/MS, de 7 de dezembro de2010, publicada no Dirio Oficial da Unio n 237, de 8 de dezembro de 2010, Seo 1,

    pg. 44/45, n 4.299/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, publicada no Dirio Oficial daUnio n 251, 31 de dezembro de 2010, Seo 1, pg. 97, n 2.191/GM/MS, de 3 deagosto de 2010, publicada no Dirio Oficial da Unio n 148, de 4 de agosto de2010,Seo 1, pg. 51, n 302/GM/MS, de 3 de fevereiro de 2009, publicada no DirioOficial da Unio n 28, de 10 de fevereiro de 2009, Seo 1, pg. 36, n 2.027/GM/MS, de25 de agosto de 2011, publicada no Dirio Oficial da Unio n 164, Seo 1, pg.90.

    ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

    ANEXO I

    DISPOSIES GERAIS SOBRE A ATENO BSICA DOS PRINCPIOS E

    DIRETRIZES GERAIS DA ATENO BSICA

    http://www.brasilsus.com.br/vhttp://www.brasilsus.com.br/v
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    A Ateno Bsica caracteriza-se por um conjunto de aes de sade,no mbito individual e coletivo, que abrange a promoo e a proteo

    da sade, a preveno de agravos, o diagnstico, o tratamento, areabilitao, reduo de danos e a manuteno da sade com oobjetivo de desenvolver uma ateno integral que impacte na situaode sade e autonomia das pessoas e nos determinantes econdicionantes de sade das coletividades. desenvolvida por meiodo exerccio de prticas de cuidado e gesto, democrticas e

    participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas apopulaes de territrios definidos, pelas quais assume aresponsabilidade sanitria,

    considerando a dinamicidade existente no territrio em que vivem essas

    populaes. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar nomanejo das demandas e necessidades de sade de maior freqncia e relevncia em seuterritrio, observando critrios de risco, vulnerabilidade, resilincia e o imperativo ticode que toda demanda, necessidade de sade ou sofrimento devem ser acolhidos.

    desenvolvida com o mais alto grau de descentralizao e capilaridade, prximada vida das pessoas. Deve ser o contato preferencial dos usurios, a principal porta deentrada e centro de comunicao da Rede de Ateno Sade. Orienta-se pelos

    princpios da universalidade, da acessibilidade, do vnculo, da continuidade do cuidado,da integralidade da ateno, da responsabilizao, da humanizao, da equidade e da

    participao social. A Ateno Bsica considera o sujeito em sua singularidade einsero scio-cultural, buscando produzir a ateno integral.

    A Ateno Bsica tem como fundamentos e diretrizes:

    I - ter territrio adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir o planejamento, aprogramao descentralizada e o desenvolvimento de aes setoriais e intersetoriais comimpacto na situao, nos condicionantes e determinantes da sade das coletividades queconstituem aquele territrio sempre em consonncia com o princpio da eqidade;

    II - possibilitar o acesso universal e contnuo a servios de sade de qualidade e

    resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da rede deateno, acolhendo os usurios e promovendo a vinculao e corresponsabilizao pelaateno s suas necessidades de sade; o estabelecimento de mecanismos que asseguremacessibilidade e acolhimento pressupe uma lgica de organizao e funcionamento doservio de sade, que parte do princpio de que a unidade de sade deva receber e ouvirtodas as pessoas que procuram os seus servios, de modo universal e sem diferenciaesexcludentes. O servio de sade deve se organizar para assumir sua funo central deacolher, escutar e oferecer uma resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria dos

    problemas de sade da populao e/ou de minorar danos e sofrimentos desta, ou ainda seresponsabilizar pela resposta, ainda que esta seja ofertada em outros pontos de atenoda rede. A proximidade e a capacidade de acolhimento, vinculao, responsabilizao e

    resolutividade so fundamentais para a efetivao da ateno bsica como contato eporta deentrada preferencial da rede de ateno;

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    III - adscrever os usurios e desenvolver relaes de vnculo e responsabilizaoentre as equipes e a populao adscrita garantindo a continuidade das aes de sade e alongitudinalidade do cuidado.A adscrio dos usurios um processo de vinculao de

    pessoas

    e/ou famlias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de serreferncia para o seucuidado. O vnculo, por sua vez, consiste naconstruo de relaes de afetividade e

    confiana entre o usurio e otrabalhador da sade, permitindo o aprofundamento doprocesso de corresponsabilizao pela sade, construdo ao longo do tempo, almdecarregar, em si, um potencial teraputico. A longitudinalidade do cuidado pressupe acontinuidade da relao clnica, com construo de vnculo e responsabilizao entre

    profissionais e usurios ao longo

    do tempo e de modo permanente, acompanhando os efeitos das intervenes em sade ede outros elementos na vida dos usurios, ajustando condutas quando necessrio,

    evitando a perda de referncias e diminuindo os riscos de iatrogenia decorrentes dodesconhecimento das histrias de vida e da coordenao do cuidado;

    IV - Coordenar a integralidade em seus vrios aspectos, a saber: integrao deaes programticas e demanda espontnea; articulao das aes de promoo sade,

    preveno de agravos, vigilncia sade, tratamento e reabilitao e manejo dasdiversas tecnologias de cuidado e de gesto necessrias a estes fins e ampliao daautonomia dos usurios e coletividades; trabalhando de forma multiprofissional,interdisciplinar e em equipe; realizando a gesto do cuidado integral do usurio ecoordenando-o no conjunto da rede de ateno. A presena de diferentes formaes

    profissionais assim como um alto grau de articulao entre os profissionais essencial,de forma que no s as aes sejam compartilhadas, mas tambm tenha lugar um

    processo interdisciplinar no qual progressivamente os ncleos de competnciaprofissionais especficos vo enriquecendo o campo comum de competncias ampliandoassim a capacidade de cuidado de toda a equipe. Essa organizao pressupe odeslocamento do processo de trabalho centrado em procedimentos, profissionais para um

    processo centrado no usurio, onde o cuidado do usurio o imperativo tico-polticoque organiza a interveno

    tcnico-cientfica; e

    V - estimular a participao dos usurios como forma de ampliar sua autonomia ecapacidade na construo do cuidado sua sade e das pessoas e coletividades doterritrio, no enfrentamento dos determinantes e condicionantes de sade, naorganizao e orientao

    dos servios de sade a partir de lgicas mais centradas no usurio e no exerccio docontrole social.

    A Poltica Nacional de Ateno Bsica considera os termos Ateno Bsica eAteno Primria a Sade, nas atuais concepes, como termos equivalentes. Associa aambos os termos: os princpios e as diretrizes definidos neste documento.

    A Poltica Nacional de Ateno Bsica tem na Sade da Famlia sua estratgia

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    prioritria para expanso e consolidao da ateno bsica. A qualificao da Estratgiade Sade da Famlia e de outras estratgias de organizao da ateno bsica deveroseguir as diretrizes da ateno bsica e do SUS configurando um processo progressivo esingular que considera e inclui as especificidades locoregionais.

    DAS FUNES NA REDE DE ATENO SADE

    Esta Portaria conforme normatizao vigente do SUS, define a organizao deRedes de Ateno Sade (RAS) como estratgia para um cuidado integral edirecionado as necessidades de sade da populao. As RAS constituem-se em arranjosorganizativos formados por aes e servios de sade com diferentes configuraestecnolgicas e misses assistenciais, articulados de forma complementar e com baseterritorial, e tm diversos atributos, entre eles destaca-se: a ateno bsica estruturadacomo primeiro ponto de ateno e principal porta de entrada do sistema, constituda deequipe multidisciplinar que cobre toda a populao, integrando, coordenando o cuidado,

    e atendendo as suas necessidades de sade. O Decreto n 7.508, de 28 de julho de 2011,que regulamenta a Lei n 8.080/90, define que "o acesso universal, igualitrio e ordenados aes e servios de sade se inicia pelas portas de entrada do SUS e se completa narede regionalizada e hierarquizada". Neste sentido, ateno bsica deve cumprir algumasfunes para contribuir com o funcionamento das Redes de Ateno Sade, so elas:

    I - Ser base: ser a modalidade de ateno e de servio de sade com o maiselevado grau de descentralizao e capilaridade, cuja participao no cuidado se fazsempre necessria;

    II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de sade,utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meiode uma clnica ampliada capaz de construir vnculos positivos e intervenes clnica esanitariamente efetivas, na perspectiva de ampliao dos graus de autonomia dosindivduos e grupos sociais;

    III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos teraputicossingulares, bem como acompanhar e organizar o fluxo dos usurios entre os pontos deateno das RAS. Atuando como o centro de comunicao entre os diversos pontos deateno responsabilizando-se pelo cuidado dos usurios em qualquer destes pontosatravs de uma relao horizontal, contnua e integrada com o objetivo de produzir a

    gesto compartilhada da ateno integral. Articulando tambm as outras estruturas dasredes de sade e intersetoriais, pblicas, comunitrias e sociais. Para isso, necessrioincorporar ferramentas e dispositivos de gesto do cuidado, tais como: gesto das listasde espera (encaminhamentos para consultas especializadas, procedimentos e exames),

    pronturio eletrnico em rede, protocolos de ateno organizados sob a lgica de linhasde cuidado, discusso e anlise de casos traadores, eventos-sentinela e incidentescrticos, dentre outros. As prticas de regulao realizadas na ateno bsica devem serarticuladas com os processos regulatrios realizados em outros espaos da rede, de modoa permitir, ao mesmo tempo, a qualidade da micro-regulao realizada pelos

    profissionais da ateno bsica e o acesso a outros pontos de ateno nas

    condies e no tempo adequado, com equidade; e

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    IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de sade da populao sob suaresponsabilidade, organizando as necessidades desta populao em relao aos outros

    pontos de ateno sade, contribuindo para que a programao dos servios de sadeparta das

    necessidades de sade dos usurios.

    DAS RESPONSABILIDADES

    So responsabilidades comuns a todas as esferas de governo:

    I - contribuir para a reorientao do modelo de ateno e de gesto com base nosfundamentos e diretrizes assinalados;

    II - apoiar e estimular a adoo da estratgia Sade da Famlia pelos servios

    municipais de sade como estratgia prioritria de expanso, consolidao e qualificaoda ateno bsica sade;

    III - garantir a infraestrutura necessria ao funcionamento das Unidades Bsicasde Sade, de acordo com suas responsabilidades;

    IV - contribuir com o financiamento tripartite da Ateno Bsica;

    V - estabelecer, nos respectivos Planos de Sade, prioridades, estratgias e metaspara a organizao da Ateno Bsica;

    VI - desenvolver mecanismos tcnicos e estratgias organizacionais dequalificao da fora de trabalho para gesto e ateno sade, valorizar os profissionaisde sade estimulando e viabilizando a formao e educao permanente dos

    profissionais das equipes, a garantia de direitos trabalhistas e previdencirios, aqualificao dos vnculos de trabalho e a implantao de carreiras que associemdesenvolvimento do trabalhador com qualificao dos servios ofertados aos usurios;

    VII - desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas de informaes daAteno Bsica de acordo com suas responsabilidades;

    VIII - planejar, apoiar, monitorar e avaliar a Ateno Bsica;

    IX - estabelecer mecanismos de controle, regulao e acompanhamentosistemtico dos resultados alcanados pelas aes da Ateno Bsica, como parte do

    processo de planejamento e programao;

    X - divulgar as informaes e os resultados alcanados pela ateno bsica;

    XI - promover o intercmbio de experincias e estimular o desenvolvimento deestudos e pesquisas que busquem o aperfeioamento e a disseminao de tecnologias econhecimentos voltados Ateno Bsica;

    XII - viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organizaes

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    governamentais, no governamentais e do setor privado, para fortalecimento da AtenoBsica e da estratgia de sade da famlia no Pas; e

    XIII - estimular a participao popular e o controle social. Compete ao Ministrio

    da Sade:

    I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comisso IntergestoresTripartite, as diretrizes da Poltica Nacional de Ateno Bsica;

    II - garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da AtenoBsica;

    III - prestar apoio institucional aos gestores dos estados, ao Distrito Federal e aosmunicpios no processo de qualificao e de consolidao da Ateno Bsica;

    IV - definir, de forma tripartite, estratgias de articulao com as gestesestaduais e municipais do SUS com vistas institucionalizao da avaliao equalificao da Ateno Bsica;

    V - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizarinstrumentos tcnicos e pedaggicos que facilitem o processo de gesto, de formao eeducao permanente dos gestores e profissionais da Ateno Bsica;

    VI - articular com o Ministrio da Educao estratgias de induo s mudanascurriculares nos cursos de graduao e ps-graduao na rea da sade visando

    formao de profissionais e gestores com perfil adequado Ateno Bsica; eVII - apoiar a articulao de instituies, em parceria com as Secretarias de

    Sade Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, para formao e garantia de educaopermanente para os profissionais de sade da Ateno Bsica.

    Compete s Secretarias Estaduais de Sade e ao Distrito Federal:

    I - pactuar, com a Comisso Intergestores Bipartite, estratgias, diretrizes enormas de implementao da Ateno Bsica no Estado, de forma complementar sestratgias, diretrizes e normas existentes, desde que no haja restries destas e que

    sejam respeitados as diretrizes e os princpios gerais regulamentados nesta Portaria;

    II - destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite da AtenoBsica prevendo, entre outras, formas de repasse fundo a fundo para custeio einvestimento das aes e servios;

    III - ser co-responsvel, pelo monitoramento da utilizao dos recursos federaisda Ateno Bsica transferidos aos municpios;

    IV - submeter CIB, para resoluo acerca das irregularidades constatadas naexecuo dos recursos do Bloco de Ateno Bsica, conforme regulamentao nacional,

    visando:

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    a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as irregularidades;

    b) comunicao ao Ministrio da Sade;

    c) bloqueio do repasse de recursos ou demais providncias, conformeregulamentao nacional, consideradas necessrias e devidamente oficializadas pelaCIB;

    V - analisar os dados de interesse estadual, gerados pelos sistemas de informao,utiliz-los no planejamento e divulgar os resultados obtidos;

    VI - verificar a qualidade e a consistncia dos dados enviados pelos municpiospor meio dos sistemas informatizados, retornando informaes aos gestores municipais;

    VII - consolidar, analisar e transferir para o Ministrio da Sade os arquivos dos

    sistemas de informao enviados pelos municpios de acordo com os fluxos e prazosestabelecidos para cada sistema;

    VIII - prestar apoio institucional aos municpios no processo de implantao,acompanhamento, e qualificao da Ateno Bsica e de ampliao e consolidao daestratgia Sade da Famlia;

    IX - definir estratgias de articulao com as gestes municipais do SUS comvistas institucionalizao da avaliao da Ateno Bsica;

    X - disponibilizar aos municpios instrumentos tcnicos e pedaggicos quefacilitem o processo de formao e educao permanente dos membros das equipes degesto e de ateno sade;

    XI - articular instituies, em parceria com as Secretarias Municipais de Sade,para formao e garantia de educao permanente aos profissionais de sade das equipesde Ateno Bsica e das equipes de sade da famlia; e

    XII - promover o intercmbio de experincias entre os diversos municpios, paradisseminar tecnologias e conhecimentos voltados melhoria dos servios da AtenoBsica.

    Compete s Secretarias Municipais de Sade e ao Distrito Federal:

    I - pactuar, com a Comisso Intergestores Bipartite, atravs do COSEMS,estratgias, diretrizes e normas de implementao da Ateno Bsica no Estado,mantidos as diretrizes e os princpios gerais regulamentados nesta Portaria;

    II - destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite daAteno Bsica;

    III - ser co-responsvel, junto ao Ministrio da Sade, e Secretaria Estadual de

    Sade pelo monitoramento da utilizao dos recursos da Ateno Bsica transferidos aosmunicpio;

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    IV - inserir a estratgia de Sade da Famlia em sua rede de servios comoestratgia prioritria de organizao da ateno bsica;

    V - organizar, executar e gerenciar os servios e aes de Ateno Bsica, de

    forma universal, dentro do seu territrio, incluindo as unidades prprias e as cedidas peloestado e pela Unio;

    VI - prestar apoio institucional s equipes e servios no processo de implantao,acompanhamento, e qualificao da Ateno Bsica e de ampliao e consolidao da

    estratgia Sade da Famlia;

    VII - Definir estratgias de institucionalizao da avaliao da Ateno Bsica;

    VIII - Desenvolver aes e articular instituies para formao e garantia deeducao permanente aos profissionais de sade das equipes de Ateno Bsica e das

    equipes de sade da famlia;

    IX - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compem as equipesmultiprofissionais de Ateno Bsica, em conformidade com a legislao vigente;

    X - garantir a estrutura fsica necessria para o funcionamento das UnidadesBsicas de Sade e para a execuo do conjunto de aes propostas, podendo contar comapoio tcnico e/ou financeiro das Secretarias de Estado da Sade e do Ministrio daSade;

    XI - garantir recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para ofuncionamento das Unidades Bsicas de Sade e para a execuo do conjunto de aespropostas;

    XII - rogramar as aes da Ateno Bsica a partir de sua base territorial e deacordo com as necessidades de sade das pessoas, utilizando instrumento de

    programao nacional ou correspondente local;

    XIII - Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistncia dos dadosalimentados nos sistemas nacionais de informao a serem enviados s outras esferas degesto, utiliz-los no planejamento e divulgar os resultados obtidos;

    XIV - Organizar o fluxo de usurios, visando garantia das referncias a serviose aes de sade fora do mbito da Ateno Bsica e de acordo com as necessidades desade dos usurios;

    XV - manter atualizado o cadastro no sistema de Cadastro Nacional vigente , dosprofissionais, de servios e de estabelecimentos ambulatoriais, pblicos e privados, sobsua gesto; e

    XVI - assegurar o cumprimento da carga horria integral de todos osprofissionais que compe as equipes de ateno bsica, de acordo com as jornadas de

    trabalho especificadas no SCNES e a modalidade de ateno.

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    Da infraestrutura e funcionamento da Ateno Bsica So necessrias realizao das aes de Ateno Bsica nos municpios e Distrito Federal:

    I - Unidades Bsicas de Sade (UBS) construdas de acordo com as normas

    sanitrias e tendo como referncia o manual de infra estrutura do Departamento deAteno Bsica/SAS/ MS;

    II - as Unidades Bsicas de Sade:

    a) devem estar cadastradas no sistema de Cadastro Nacional vigente de acordocom as normas vigentes;

    b) Recomenda-se que disponibilizem, conforme orientaes e especificaes domanual de infra estrutura do Departamento de Ateno Bsica/SAS/ MS:

    1. consultrio mdico/enfermagem, consultrio odontolgico e consultrio comsanitrio, sala multiprofissional de acolhimento demanda espontnea, sala de

    administrao e gerncia e sala de atividades coletivas para os profissionais da AtenoBsica;

    2. rea de recepo, local para arquivos e registros, sala de procedimentos, salade vacinas, rea de dispensao de medicamentos e sala de armazenagem demedicamentos (quando h dispensao na UBS), sala de inalao coletiva, sala de

    procedimentos, sala de coleta, sala de curativos, sala de observao, entre outros:

    2.1. as Unidades Bsicas de Sade Fluviais devero cumprir os seguintesrequisitos especficos:

    2.1.1. quanto estrutura fsica mnima, devem dispor de: consultrio mdico;consultrio de enfermagem; ambiente para armazenamento e dispensao demedicamentos; laboratrio; sala de vacina; banheiro pblico; banheiro exclusivo para osfuncionrios; expurgo; cabines com leitos em nmero suficiente para toda a equipe;cozinha; sala de procedimentos; e, se forem compostas por profissionais de sade bucal,ser necessrio consultrio odontolgico com equipo odontolgico completo;

    c) devem possuir identificao segundo padres visuais do SUS e da Ateno

    Bsica pactuados nacionalmente;

    d) recomenda-se que estas possuam conselhos/colegiados, constitudos degestores locais, profissionais de sade e usurios, viabilizando a participao social nagesto da Unidade Bsica de Sade;

    III - manuteno regular da infraestrutura e dos equipamentos das UnidadesBsicas de Sade;

    IV - existncia e manuteno regular de estoque dos insumos necessrios para ofuncionamento das unidades bsicas de sade, incluindo dispensao de medicamentos

    pactuados nacionalmente quando esta dispensao est prevista para serem realizadasnaquela UBS;

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    V - equipes multiprofissionais compostas, conforme modalidade das equipes, pormdicos, enfermeiros, cirurgies-dentistas, auxiliar em sade bucal ou tcnico em sade

    bucal, auxiliar de enfermagem ou tcnico de enfermagem e Agentes Comunitrios daSade, dentre outros profissionais em funo da realidade epidemiolgica, institucional e

    das necessidades de sade da populao;

    VI - cadastro atualizado dos profissionais que compe a equipe de ateno bsicano sistema de Cadastro Nacional vigente de acordo com as normas vigentes e com ascargas horrias de trabalho informadas e exigidas para cada modalidade;

    VII - garantia pela gesto municipal, de acesso ao apoio diagnstico elaboratorial necessrio ao cuidado resolutivo da populao;e

    VIII - garantia pela gesto municipal, dos fluxos definidos na Rede de Ateno Sade entre os diversos pontos de ateno de diferentes configuraes tecnolgicas,

    integrados por servios de apoio logstico, tcnico e de gesto, para garantir aintegralidade do cuidado.

    Com o intuito de facilitar os princpios do acesso, do vnculo, da continuidade docuidado e da responsabilidade sanitria e reconhecendo que existem diversas realidadesscio epidemiolgicas, diferentes necessidades de sade e distintas maneiras deorganizao das UBS, recomenda-se:

    I - para Unidade Bsica de Sade (UBS) sem Sade da Famlia em grandescentros urbanos, o parmetro de uma UBS para no mximo 18 mil habitantes, localizadadentro do territrio, garantindo os princpios e diretrizes da Ateno Bsica; e

    II - para UBS com Sade da Famlia em grandes centros urbanos, recomenda-seo parmetro de uma UBS para no mximo 12 mil habitantes, localizada dentro doterritrio, garantindo os princpios e diretrizes da Ateno Bsica. Educao permanentedas equipes de Ateno Bsica A consolidao e o aprimoramento da Ateno Bsicacomo importante reorientadora do modelo de ateno sade no Brasil requer um sabere um fazer em educao permanente que sejam encarnados na prtica concreta dosservios de sade. A educao permanente deve ser constitutiva, portanto, daqualificao das prticas de cuidado, gesto e participao popular.

    O redirecionamento do modelo de ateno impe claramente a necessidade detransformao permanente do funcionamento dos servios e do processo de trabalho dasequipes exigindo de seus atores (trabalhadores, gestores e usurios) maior capacidade deanlise, interveno e autonomia para o estabelecimento de prticas transformadoras, agesto das mudanas e o estreitamento dos elos entre concepo e execuo do trabalho.

    Nesse sentido, a educao permanente, alm da sua evidente dimensopedaggica, deve ser encarada tambm como uma importante "estratgia de gesto",com grande potencial provocador de mudanas no cotidiano dos servios, em suamicropolitica, bastante

    prximo dos efeitos concretos das prticas de sade na vida dos usurios, e como umprocesso que se d "no trabalho, pelo trabalho e para o trabalho".

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    A Educao Permanente deve embasar-se num processo pedaggico quecontemple desde a aquisio/atualizao de conhecimentos e habilidades at oaprendizado que parte dos problemas e desafios enfrentados no processo de trabalho,envolvendo prticas que

    possam ser definidas por mltiplos fatores (conhecimento, valores, relaes de poder,planejamento e organizao do trabalho, etc.) e que considerem elementos que faamsentido para os atores envolvidos (aprendizagem significativa).

    Outro pressuposto importante da educao permanente oplanejamento/programao educativa ascendente, em que, a partir da anlise coletiva dosprocessos de trabalho, identificam-se os ns crtico (de natureza diversa) a seremenfrentados na ateno e/ou na gesto, possibilitando a construo de estratgiascontextualizadas que promovam o dilogo entre as polticas gerais e a singularidade doslugares e das pessoas, estimulando experincias inovadoras na gesto do cuidado e dos

    servios de sade.

    A vinculao dos processos de educao permanente a estratgia de apoioinstitucional pode potencializar enormemente o desenvolvimento de competncias degesto e de cuidado na Ateno Bsica, na medida em que aumenta as alternativas para oenfrentamento das dificuldades vivenciadas pelos trabalhadores em seu cotidiano.

    Nessa mesma linha importante diversificar este repertrio de aesincorporando dispositivos de apoio e cooperao horizontal, tais como trocas deexperincias e discusso de situaes entre trabalhadores, comunidades de prticas,grupos de estudos, momentos de apoio matricial, visitas e estudos sistemticos deexperincias inovadoras, etc.

    Por fim, reconhecendo o carter e iniciativa ascendente da educao permanente, central que cada equipe, cada unidade de sade e cada municpio demandem, proponhae desenvolva aes de educao permanente tentando combinar necessidades e

    possibilidades

    singulares com ofertas e processos mais gerais de uma poltica proposta para todas asequipes e para todo o municpio. importante sintonizar e mediar as ofertas de educao

    permanente pr-formatadas (cursos, por exemplo) com o momento e contexto das

    equipes, para que faam mais sentido e tenham, por isso, maior valor de uso eefetividade.

    De modo anlogo importante a articulao e apoio dos governos estaduais efederal aos municpios buscando responder suas necessidades e fortalecer suasiniciativas. A referncia mais de apoio, cooperao, qualificao e oferta de diversasiniciativas para diferentes contextos que a tentativa de regular, formatar e simplificar adiversidade de iniciativas.

    Do Processo de trabalho das equipes de Ateno Bsica So caractersticas doprocesso de trabalho das equipes de Ateno Bsica:

    I - definio do territrio de atuao e de populao sob responsabilidade das

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    UBS e das equipes;

    II - programao e implementao das atividades de ateno sade de acordocom as necessidades de sade da populao, com a priorizao de intervenes clnicas e

    sanitrias nos problemas de sade segundo critrios de freqncia, risco,vulnerabilidade e resilincia.

    Inclui-se aqui o planejamento e organizao da agenda de trabalho compartilhado detodos os profissionais e recomenda-se evitar a diviso de agenda segundo critrios de

    problemas de sade, ciclos de vida, sexo e patologias dificultando o acesso dos usurios;

    III - desenvolver aes que priorizem os grupos de risco e os fatores de riscoclnico-comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir oaparecimento ou a persistncia de doenas e danos evitveis;

    IV - realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificao de risco,avaliao de necessidade de sade e anlise de vulnerabilidade tendo em vista aresponsabilidade da assistncia resolutiva demanda espontnea e o primeiroatendimento s urgncias;

    V - prover ateno integral, contnua e organizada populao adscrita;

    VI - realizar ateno sade na Unidade Bsica de Sade, no domiclio, emlocais do territrio (sales comunitrios, escolas, creches, praas, etc.) e outros espaosque comportem a ao planejada;

    VII - desenvolver aes educativas que possam interferir no processo de sade-doena da populao, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na

    busca por qualidade de vida pelos usurios;

    VIII - implementar diretrizes de qualificao dos modelos de ateno e gestotais como a participao coletiva nos processos de gesto, a valorizao, fomento aautonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na produo de sade, ocompromisso

    com a ambincia e com as condies de trabalho e cuidado, a constituio de vnculos

    solidrios, a identificao das necessidades sociais e organizao do servio em funodelas, entre outras;

    IX - participar do planejamento local de sade assim como do monitoramento e aavaliao das aes na sua equipe, unidade e municpio; visando readequao do

    processo de trabalho e do planejamento frente s necessidades, realidade, dificuldades epossibilidades analisadas;

    X - desenvolver aes intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social,voltados para o desenvolvimento de uma ateno integral;

    XI - apoiar as estratgias de fortalecimento da gesto local e do controle social; e

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    XII - realizar ateno domiciliar destinada a usurios que possuam problemas desade controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade fsica delocomoo at uma unidade de sade, que necessitam de cuidados com menorfrequncia e menor necessidade de recursos de sade e realizar o cuidado compartilhado

    com as equipes de ateno domiciliar nos demais casos.

    Das Atribuies dos membros das equipes de Ateno Bsica As atribuies decada um dos profissionais das equipes de ateno bsica devem seguir as referidasdisposies legais que regulamentam o exerccio de cada uma das profisses. Soatribuies comuns a todos os profissionais:

    I - participar do processo de territorializao e mapeamento da rea de atuao daequipe, identificando grupos, famlias e indivduos expostos a riscos e vulnerabilidades;

    II - manter atualizado o cadastramento das famlias e dos indivduos no sistema

    de informao indicado pelo gestor municipal e utilizar, de forma sistemtica, os dadospara a anlise da situao de sade considerando as caractersticas sociais, econmicas,culturais, demogrficas e epidemiolgicas do territrio, priorizando as situaes a seremacompanhadas no planejamento local;

    III - realizar o cuidado da sade da populao adscrita, prioritariamente nombito da unidade de sade, e quando necessrio no domiclio e nos demais espaoscomunitrios (escolas, associaes, entre outros);

    IV - realizar aes de ateno a sade conforme a necessidade de sade dapopulao local, bem como as previstas nas prioridades e protocolos da gesto local;

    V - garantir da ateno a sade buscando a integralidade por meio da realizaode aes de promoo, proteo e recuperao da sade e preveno de agravos; e dagarantia de atendimento da demanda espontnea, da realizao das aes programticas,coletivas e de vigilncia sade;

    VI - participar do acolhimento dos usurios realizando a escuta qualificada dasnecessidades de sade, procedendo a primeira avaliao (classificao de risco,

    avaliao de vulnerabilidade, coleta de informaes e sinais clnicos) e identificao dasnecessidades de intervenes de cuidado, proporcionando atendimento humanizado, se

    responsabilizando pela continuidade da ateno e viabilizando o estabelecimento dovnculo;

    VII - realizar busca ativa e notificar doenas e agravos de notificaocompulsria e de outros agravos e situaes de importncia local;

    VIII - responsabilizar-se pela populao adscrita, mantendo a coordenao docuidado mesmo quando esta necessita de ateno em outros pontos de ateno dosistema de sade;

    IX - praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais que visa

    propor intervenes que influenciem os processos de sade doena dos indivduos, dasfamlias, coletividades e da prpria comunidade;

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    X - realizar reunies de equipes a fim de discutir em conjunto o planejamento eavaliao das aes da equipe, a partir da utilizao dos dados disponveis;

    XI - acompanhar e avaliar sistematicamente as aes implementadas, visando

    readequao do processo de trabalho;

    XII - garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de informaona Ateno Bsica;

    XIII - realizar trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando reas tcnicas eprofissionais de diferentes formaes;

    XIV - realizar aes de educao em sade a populao adstrita, conformeplanejamento da equipe;

    XV - participar das atividades de educao permanente;

    XVI - promover a mobilizao e a participao da comunidade, buscandoefetivar o controle social;

    XVII - identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializaraes intersetoriais; e

    XVIII - realizar outras aes e atividades a serem definidas de acordo com asprioridades locais. Outras atribuies especficas dos profissionais da Ateno Bsica

    podero constar de normatizao do municpio e do Distrito Federal, de acordo com asprioridades definidas pela respectiva gesto e as prioridades nacionais e estaduaispactuadas.

    Das atribuies especficas

    Do enfermeiro:

    I - realizar ateno a sade aos indivduos e famlias cadastradas nas equipes e,quando indicado ou necessrio, no domiclio e/ou nos demais espaos comunitrios(escolas, associaes etc), em todas as fases do desenvolvimento humano: infncia,

    adolescncia, idade adulta e terceira idade;

    II - realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo econforme protocolos ou outras normativas tcnicas estabelecidas pelo gestor federal,estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposies legais da profisso,solicitar exames complementares, prescrever medicaes e encaminhar, quandonecessrio, usurios a outros servios;

    III - realizar atividades programadas e de ateno demanda espontnea;

    IV - planejar, gerenciar e avaliar as aes desenvolvidas pelos ACS em conjunto

    com os outros membros da equipe;

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    V - contribuir, participar, e realizar atividades de educao permanente da equipede enfermagem e outros membros da equipe; e

    VI - participar do gerenciamento dos insumos necessrios para o adequado

    funcionamento da UBS.

    Do Auxiliar e do Tcnico de Enfermagem:

    I - participar das atividades de ateno realizando procedimentos regulamentadosno exerccio de sua profisso na UBS e, quando indicado ou necessrio, no domiclioe/ou nos demais espaos comunitrios (escolas, associaes etc);

    II - realizar atividades programadas e de ateno demanda espontnea;

    III - realizar aes de educao em sade a populao adstrita, conforme

    planejamento da equipe;

    IV - participar do gerenciamento dos insumos necessrios para o adequadofuncionamento da UBS; e

    V - contribuir, participar e realizar atividades de educao permanente.

    Do Mdico:

    I - realizar ateno a sade aos indivduos sob sua responsabilidade;

    II - realizar consultas clnicas, pequenos procedimentos cirrgicos, atividades emgrupo na UBS e, quando indicado ou necessrio, no domiclio e/ou nos demais espaoscomunitrios (escolas, associaes etc);

    III - realizar atividades programadas e de ateno demanda espontnea;

    IV - encaminhar, quando necessrio, usurios a outros pontos de ateno,respeitando fluxos locais, mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do

    plano teraputico do usurio;

    V - indicar, de forma compartilhada com outros pontos de ateno, a necessidadede internao hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilizao peloacompanhamento do usurio;

    VI - contribuir, realizar e participar das atividades de Educao Permanente detodos os membros da equipe; e

    VII - participar do gerenciamento dos insumos necessrios para o adequadofuncionamento da USB. Do Agente Comunitrio de Sade:

    I - trabalhar com adscrio de famlias em base geogrfica definida, a microrea;

    II - cadastrar todas as pessoas de sua microrea e manter os cadastros

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    atualizados;

    III - orientar as famlias quanto utilizao dos servios de sade disponveis;

    IV - realizar atividades programadas e de ateno demanda espontnea;

    V - acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famlias e indivduos sobsua responsabilidade. As visitas devero ser programadas em conjunto com a equipe,considerando os critrios de risco e vulnerabilidade de modo que famlias com maiornecessidade sejam visitadas mais vezes, mantendo como referncia a mdia de 1 (uma)visita/famlia/ms;

    VI - desenvolver aes que busquem a integrao entre a equipe de sade e apopulao adscrita UBS, considerando as caractersticas e as finalidades do trabalho deacompanhamento de indivduos e grupos sociais ou coletividade;

    VII - desenvolver atividades de promoo da sade, de preveno das doenas eagravos e de vigilncia sade, por meio de visitas domiciliares e de aes educativasindividuais e coletivas nos domiclios e na comunidade, como por exemplo, combate Dengue,

    malria, leishmaniose, entre outras, mantendo a equipe informada, principalmente arespeito das situaes de risco; e

    VIII - estar em contato permanente com as famlias, desenvolvendo aes

    educativas, visando promoo da sade, preveno das doenas, e aoacompanhamento das pessoas com problemas de sade, bem como ao acompanhamentodas condicionalidades do Programa Bolsa Famlia ou de qualquer outro programasimilar de transferncia de renda e enfrentamento de vulnerabilidades implantado peloGoverno Federal, estadual e municipal de acordo com o planejamento da equipe.

    permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas unidades bsicas de sade,desde que vinculadas s atribuies acima. Do Cirurgio-Dentista:

    I - realizar diagnstico com a finalidade de obter o perfil epidemiolgico para oplanejamento e a programao em sade bucal;

    II - realizar a ateno a sade em sade bucal (promoo e proteo da sade,preveno de agravos, diagnstico, tratamento, acompanhamento, reabilitao emanuteno da sade) individual e coletiva a todas as famlias, a indivduos e a gruposespecficos, de acordo com planejamento da equipe, com resolubilidade;

    III - realizar os procedimentos clnicos da Ateno Bsica em sade bucal,incluindo atendimento das urgncias, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentosrelacionados com a fase clnica da instalao de prteses dentrias elementares;

    IV - realizar atividades programadas e de ateno demanda espontnea;

    V - coordenar e participar de aes coletivas voltadas promoo da sade e

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    preveno de doenas bucais;

    VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes sade bucal comos demais membros da equipe, buscando aproximar e integrar aes de sade de forma

    multidisciplinar;

    VII - realizar superviso tcnica do Tcnico em Sade Bucal (TSB) e Auxiliarem Sade Bucal (ASB); e

    VIII - participar do gerenciamento dos insumos necessrios para o adequadofuncionamento da UBS.

    Do Tcnico em Sade Bucal (TSB):

    I - realizar a ateno em sade bucal individual e coletiva a todas as famlias, a

    indivduos e a grupos especficos, segundo programao e de acordo com suascompetncias tcnicas e legais;

    II - coordenar a manuteno e a conservao dos equipamentos odontolgicos;

    III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes sade bucal comos demais membros da equipe, buscando aproximar e integrar aes de sade de formamultidisciplinar;

    IV - apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas aes de preveno e promoo

    da sade bucal;V - participar do gerenciamento dos insumos necessrios para o adequado

    funcionamento da UBS;

    VI - participar do treinamento e capacitao de Auxiliar em Sade Bucal e deagentes multiplicadores das aes de promoo sade;

    VII - participar das aes educativas atuando na promoo da sade e napreveno das doenas bucais;

    VIII - participar na realizao de levantamentos e estudos epidemiolgicos,exceto na categoria de examinador;

    IX - realizar atividades programadas e de ateno demanda espontnea;

    X - realizar o acolhimento do paciente nos servios de sade bucal;

    XI - fazer a remoo do biofilme, de acordo com a indicao tcnica definidapelo cirurgio-dentista;

    XII - realizar fotografias e tomadas de uso odontolgicos exclusivamente em

    consultrios ou clnicas odontolgicas;

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    XIII - inserir e distribuir no preparo cavitrio materiais odontolgicos narestaurao dentria direta, vedado o uso de materiais e instrumentos no indicados pelocirurgio-dentista;

    XIV - proceder limpeza e anti-sepsia do campo operatrio, antes e aps atoscirrgicos, inclusive em ambientes hospitalares; e

    XV - aplicar medidas de biossegurana no armazenamento, manuseio e descartede produtos e resduos odontolgicos.Do Auxiliar em Sade Bucal (ASB):

    I - realizar aes de promoo e preveno em sade bucal para as famlias,grupos e indivduos, mediante planejamento local e protocolos de ateno sade;

    II - realizar atividades programadas e de ateno demanda espontnea;

    III - executar limpeza, assepsia, desinfeco e esterilizao do instrumental,equipamentos odontolgicos e do ambiente de trabalho;

    IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenes clnicas;

    V - realizar o acolhimento do paciente nos servios de sade bucal;

    VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes sade bucal comos demais membros da equipe de sade da famlia, buscando aproximar e integrar aesde sade de forma multidisciplinar;

    VII - aplicar medidas de biossegurana no armazenamento, transporte, manuseioe descarte de produtos e resduos odontolgicos;

    VIII - processar filme radiogrfico;

    IX - selecionar moldeiras;

    X - preparar modelos em gesso;

    XI - manipular materiais de uso odontolgico; e

    X - participar na realizao de levantamentos e estudos epidemiolgicos, excetona categoria de examinador.

    Especificidades da Estratgia de Sade da Famlia. A estratgia de Sade daFamlia visa reorganizao da Ateno Bsica no Pas, de acordo com os preceitos doSistema nico de Sade, e tida pelo Ministrio da Sade e gestores estaduais emunicipais, representados respectivamente pelo CONASS e CONASEMS, comoestratgia de expanso, qualificao e consolidao da Ateno Bsica por favoreceruma re-orientao do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os

    princpios, diretrizes e fundamentos da ateno bsica, de ampliar a resolutividade e

    impacto na situao de sade das pessoas e coletividades, alm de propiciar umaimportante relao custo-efetividade.

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    Especificidades da equipe de sade da famlia So itens necessrios estratgiaSade da Famlia:

    I - existncia de equipe multiprofissional (equipe sade da famlia) composta por,

    no mnimo, mdico generalista ou especialista em sade da famlia ou mdico de famliae comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em sade da famlia, auxiliar outcnico de enfermagem e agentes comunitrios de sade, podendo acrescentar a estacomposio, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de sade bucal:cirurgio dentista generalista ou especialista em sade da famlia, auxiliar e/ou tcnicoem Sade Bucal;

    II - o nmero de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da populaocadastrada, com um mximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de

    Sade da Famlia, no ultrapassando o limite mximo recomendado de pessoas porequipe;

    III - cada equipe de sade da famlia deve ser responsvel por, no mximo, 4.000pessoas, sendo a mdia recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critrios deequidade para esta definio. Recomenda- se que o nmero de pessoas por equipeconsidere o grau de vulnerabilidade das famlias daquele territrio, sendo que quantomaior o grau de vulnerabilidade menor dever ser a quantidade de pessoas por equipe;

    IV - cadastramento de cada profissional de sade em apenas 01 (uma) ESF,exceo feita somente ao profissional mdico que poder atuar em no mximo 02 (duas)ESF e com carga horria total de 40 (quarenta) horas semanais; e

    V - carga horria de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissionais desade membros da equipe de sade da famlia, exceo dos profissionais mdicos, cuja

    jornada descrita no prximo inciso. A jornada de 40 (quarenta) horas deve observar anecessidade de dedicao mnima de 32 (trinta e duas) horas da carga horria paraatividades na equipe de sade da famlia podendo, conforme deciso e prviaautorizao do gestor, dedicar at 08 (oito) horas do total da carga horria para prestaode servios na rede de urgncia do municpio ou para atividades de especializao emsade da famlia, residncia multiprofissional e/ou de medicina de famlia e decomunidade, bem como atividades de educao permanente e apoio matricial.

    Sero admitidas tambm, alm da insero integral (40h), as seguintesmodalidades de insero dos profissionais mdicos generalistas ou especialistas emsade da famlia ou mdicos de famlia e comunidade nas Equipes de Sade da Famlia,com as respectivas equivalncias de incentivo federal:

    I - 2 (dois) mdicos integrados a uma nica equipe em uma mesma UBS,cumprindo individualmente carga horria semanal de 30 horas (equivalente a 01 (um)mdico com jornada de 40 horas semanais), com repasse integral do incentivo financeiroreferente a uma

    equipe de sade da famlia;

    II - 3 (trs) mdicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, cumprindo

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    individualmente carga horria semanal de 30 horas (equivalente a 02 (dois) mdicos comjornada de 40 horas, de duas equipes), com repasse integral do incentivo financeiroreferente a duas equipes de sade da famlia;

    III - 4 (quatro) mdicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, comcarga horria semanal de 30 horas (equivalente a 03 (trs) mdicos com jornada de 40horas semanais, de trs equipes), com repasse integral do incentivo financeiro referente atrs equipes de sade da famlia;

    IV - 2 (dois) mdicos integrados a uma equipe, cumprindo individualmentejornada de 20 horas semanais, e demais profissionais com jornada de 40 horas semanais,com repasse mensal equivalente a 85% do incentivo financeiro referente a uma equipede sade da famlia; e

    V - 1 (um) mdico cumprindo jornada de 20 horas semanais e demais

    profissionais com jornada de 40 horas semanais, com repasse mensal equivalente a 60%do incentivo financeiro referente a uma equipe de sade da famlia. Tendo em vista a

    presena do mdico em horrio parcial, o gestor municipal deve organizar os protocolosde atuao da equipe, os fluxos e a retaguarda assistencial, para atender a estaespecificidade. Alm disso, recomendvel que o nmero de usurios por equipe seja

    prximo de 2.500 pessoas. As equipes com esta configurao so denominadas EquipesTransitrias, pois, ainda que no tenham tempo mnimo estabelecido de permanncianeste formato, desejvel que o gestor, to logo tenha condies, transite para um dosformatos anteriores que prevem horas de mdico disponveis durante todo o tempo defuncionamento da equipe.

    A quantidade de Equipes de Sade da Famlia na modalidade transitria ficarcondicionada aos seguintes critrios:

    I - Municpio com at 20 mil habitantes e contando com 01 (uma) a 03 (duas)equipes de Sade da Famlia, poder ter at 2 (duas) equipes na modalidade transitria;

    II - Municpio com at 20 mil habitantes e com mais de 03 (trs) equipes poderter at 50% das equipes de Sade da Famlia na modalidade transitria;

    III - Municpios com populao entre 20 e 50 mil habitantes poder ter at 30%

    (trinta por cento) das equipes de Sade da Famlia na modalidade transitria;

    IV - Municpio com populao entre 50 e 100 mil habitantes poder ter at 20%(vinte por cento) das equipes de Sade da Famlia na modalidade transitria; e

    V - Municpio com populao acima de 100 mil habitantes poder ter at 10%(dez por cento) das equipes de Sade da Famlia na modalidade transitria.

    Em todas as possibilidades de insero do profissional mdico descritas acima,considerando a importncia de manuteno do vnculo e da longitudinalidade docuidado, este profissional dever ter usurios adscritos de modo que cada usurio seja

    obrigatoriamente acompanhando por 1 (um) ACS (Agente Comunitrio de Sade), 1(um) auxiliar ou tcnico de enfermagem, 01 (um) enfermeiro e 01(um) mdico e

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    preferencialmente por 1 (um) cirurgio-dentista, 1 (um) auxiliar e/ou tcnico em SadeBucal, sem que a carga horria diferente de trabalho comprometa o cuidado e/ou

    processo de trabalho da equipe.

    Todas as equipes devero ter responsabilidade sanitria por um territrio dereferncia, sendo que nos casos previstos nos itens b e c, podero ser constitudasequipes com nmero de profissionais e populao adscrita equivalentes a 2 (duas) e 3(trs) equipes de sade da famlia, respectivamente.

    As equipes de sade da famlia devem estar devidamente cadastradas no sistemade cadastro nacional vigente de acordo com conformao e modalidade de insero do

    profissional mdico.

    O processo de trabalho, a combinao das jornadas de trabalho dos profissionaisdas equipes e os horrios e dias de funcionamento das UBS devem ser organizados de

    modo que garantam o maior acesso possvel, o vnculo entre usurios e profissionais, acontinuidade, coordenao e longitudinalidade do cuidado. Especificidades dos

    profissionais de Sade Bucal das equipes de sade da famlia

    Os profissionais de sade bucal que compem as equipes de sade da famliapodem se organizar nas seguintes modalidades:

    I - Cirurgio dentista generalista ou especialista em sade da famlia e auxiliarem sade bucal (ASB);

    II - Cirurgio dentista generalista ou especialista em sade da famlia, tcnico emsade bucal (TSB) e auxiliar em sade bucal (ASB); e

    III - Profissionais das modalidades I ou II que operam em Unidade OdontolgicaMvel.

    Independente da modalidade adotado, recomenda-se que os profissionais deSade Bucal, estejam vinculados a uma ESF e compartilhem a gesto e o processo detrabalho da equipe tendo responsabilidade sanitria pela mesma populao e territrioque a ESF qual integra, e com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos osseus componentes.

    Cada Equipe de Sade de Famlia que for implantada com os profissionais desade bucal ou quando se introduzir pela primeira vez os profissionais de sade bucalnuma equipe j implantada, modalidade I ou II, o gestor receber do Ministrio da Sadeos equipamentos odontolgicos, atravs de doao direta ou o repasse de recursosnecessrios para adquiri-los (equipo odontolgico completo). Especificidades daEstratgia de Agentes Comunitrios de

    Sade prevista a implantao da estratgia de Agentes Comunitrios de Sade nasUnidades Bsicas de Sade como uma possibilidade para a reorganizao inicial daAteno Bsica com vistas implantao gradual da estratgia de sade da famlia ou

    como uma forma de agregar os agentes comunitrios a outras maneiras de organizaoda ateno bsica. So itens necessrios implantaodesta estratgia:

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    I - a existncia de uma Unidade Bsica de Sade, inscrita no sistema de CadastroNacional vigente que passa a ser a UBS de referncia para a equipe de agentescomunitrios de sade;

    II - a existncia de um enfermeiro para at no mximo 12 ACS e no mnimo04, constituindo assim uma equipe de Agentes Comunitrios de Sade; e

    III - o cumprimento da carga horria integral de 40 horas semanais por toda aequipe de agentes comunitrios, composta por ACS e enfermeiro supervisor.

    Fica garantido o financiamento das equipes de agentes comunitrios de sade jcredenciadas em data anterior a esta portaria que no esto adequadas ao parmetro de01 enfermeiro para no mximo 12 ACS, porm extinta a possibilidade de implantao denovas equipes com esta configurao a partir da publicao destaPortaria.

    Cada ACS deve realizar as aes previstas nesta portaria e ter umamicrorea sob sua responsabilidade, cuja populao no ultrapasse750 pessoas.

    O enfermeiro da Estratgia Agentes Comunitrios de Sade, alm das atribuiesde ateno sade e de gesto, comuns a qualquer enfermeiro da ateno bsicadescritas nesta portaria, a atribuio de planejar, coordenar e avaliar as aesdesenvolvidas pelos ACS, comum aos enfermeiros da estratgia de sade da famlia, edeve ainda facilitar a relao entre os profissionais da Unidade Bsicade Sade e os ACScontribuindo para a organizao da ateno sade, qualificao do acesso,acolhimento, vnculo, longitudinalidade do cuidado e orientao da atuao da equipe daUBS em funo das prioridades definidas equanimemente conforme critrios denecessidade de sade, vulnerabilidade, risco, entre outros.

    Equipes de ateno bsica para populaes especficas

    1. Equipes do consultrio na rua A responsabilidade pela ateno sade dapopulao de rua, como de qualquer outro cidado, de todo e qualquer profissional doSistema nico de Sade com destaque especial para a ateno bsica. Em situaesespecficas, com o objetivo de ampliar o acesso destes usurios rede de ateno eofertar de maneira mais oportuna a ateno integral sade, pode-se lanar mo dasequipes dos consultrios na rua que so equipes da ateno bsica, compostas por

    profissionais de sade com responsabilidade exclusiva de articular e prestar atenointegral sade das pessoas em situao de rua.

    As equipes devero realizar suas atividades, de forma itinerante desenvolvendoaes na rua, em instalaes especficas, na unidade mvel e tambm nas instalaes deUnidades Bsicas de Sade do territrio onde est atuando, sempre articuladas edesenvolvendo aes em parceria com as demais equipes de ateno bsica do territrio(UBS e NASF), e dos Centros de Ateno Psicossocial, da Rede de Urgncia e dosservios e instituies componentes do Sistema nico de Assistncia Social entre outrasinstituies pblicas e da sociedade civil.

    As equipes dos Consultrios na Rua devero cumprir a carga horria mnimasemanal de 30 horas. Porm seu horrio de funcionamento dever ser adequado s

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    demandas das pessoas em situao de rua, podendo ocorrer em perodo diurno e/ounoturno em todos os dias da semana.

    As equipes dos Consultrios na Rua podem estar vinculadas aos Ncleos de

    Apoio Sade da Famlia e, respeitando os limites para vinculao, cada equipe serconsiderada como uma equipe de sade da famlia para vinculao ao NASF.

    Em Municpios ou reas que no tenham consultrios na rua, o cuidado integraldas pessoas em situao de rua deve seguir sendo de responsabilidade das equipes deateno bsica, incluindo os profissionais de sade bucal e os ncleos de apoio a sadeda famlia (NASF) do territrio onde estas pessoas esto concentradas.

    Para clculo do teto das equipes dos consultrios na rua de cada municpio, serotomados como base os dados dos censos populacionais relacionados populao emsituao de rua realizados por rgos oficiais e reconhecidos pelo Ministrio da Sade.

    Caso seja necessrio o transporte da equipe para a realizao do cuidado in loco,nos stios de ateno da populao sem domiclio, o gestor poder fazer a opo deagregar ao incentivo financeiro mensal o componente de custeio da Unidade Mvel. Ogestor local que fizer esta opo dever viabilizar veculo de transporte com capacidadede transportar os profissionais da equipe, equipamentos, materiais e insumos necessrios

    para a realizao das atividades propostas, alm de permitir que alguns procedimentospossam ser realizados no seu interior. Esta Unidade Mvel dever estar adequada aosrequisitos pactuados e definidos nacionalmente, incluindo o padro de identificaovisual.

    O Ministrio da Sade publicar Portaria Especfica e Manual Tcnicodisciplinando composio das equipes, valor do incentivo financeiro, diretrizes defuncionamento, monitoramento e acompanhamento das equipes de consultrio na ruaentre outras disposies.

    2. Equipes de sade da famlia para o atendimento da Populao Ribeirinha daAmaznia Legal e Pantanal Sul Matogrossense Considerando as especificidades locais,os municpios da Amaznia Legal e Mato Grosso do Sul podem optar entre dois arranjosorganizacionais para equipes Sade da Famlia, alm dos existentes para o restante do

    pas: I - Equipe de Sade da Famlia Ribeirinhas (ESFR): equipes que desempenham a

    maior parte de suas funes em unidades bsicas de sade construdas/localizadas nascomunidades pertencentes rea adscrita e cujo acesso se d por meio fluvial; e

    II - Equipes de Sade da Famlia Fluviais (ESFF): equipes que desempenhamsuas funes em Unidades Bsicas de Sade Fluviais (UBSF).

    As Equipes de Sade da Famlia Ribeirinhas e Fluviais devero ser compostas,durante todo o perodo de atendimento populao por, no mnimo: um (01) Mdicogeneralista ou especialista em sade da famlia, ou medico de famlia e comunidade, um(01) Enfermeiro generalista ou especialista em sade da famlia; um (1) Tcnico ouAuxiliar de Enfermagem e de Seis (06) a doze (12) Agentes Comunitrios de Sade.

    As equipes de Sade da Famlia Ribeirinhas devem contar ainda com um (01)

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    microscopista, nas regies endmicas. As equipes de Sade da Famlia Fluviais devemcontar ainda com um (01) tcnico de laboratrio e/ou bioqumico.Estas equipes poderoincluir na composio mnima os profissionais de sade bucal, um (1) cirurgio dentistageneralista ou especialista em sade da famlia, e um (01) Tcnico ou Auxiliar em Sade

    Bucal, conforme modalidades I e II descritas anteriormente.

    As Equipes de Sade da Famlia Ribeirinha devero prestar atendimento populao por, no mnimo, 14 dias mensais (carga horria equivalente 8h/dia) e doisdias para atividades de educao permanente, registro da produo e planejamento dasaes. Os Agentes Comunitrios de Sade devero cumprir 40h/semanais de trabalho eresidir na rea de atuao. recomendvel as mesmas condies para os auxiliares etcnicos de enfermagem e sade bucal. As Unidades Bsicas de Sade Fluviais (UBSF)devem:

    I - funcionar, no mnimo, 20 dias/ms, com pelo menos uma equipe de sade da

    famlia fluvial. O tempo de funcionamento destas unidades deve compreender odeslocamento fluvial at as comunidades e o atendimento direto populao ribeirinha.Em uma UBSF

    pode atuar mais de uma ESFF a fim de compartilhar o atendimento da populao edividir e reduzir o tempo de navegao de cada equipe. O gestor municipal deve prevertempo em solo, na sede do municpio, para que as equipes possam fazer atividades de

    planejamento e educao permanente junto com outros profissionais e equipes. OsAgentes Comunitrios de Sade devero cumprir 40h/semanais e residir na rea deatuao. So recomendveis as mesmas condies para os auxiliares e tcnicos deenfermagem e sade bucal;

    II - nas situaes nas quais for demonstrada a impossibilidade de funcionamentoda Unidade Bsica de Sade Fluvial pelo mnimo de 20 dias devido s caractersticas edimenses do territrio, dever ser construda justificativa e proposio alternativa defuncionamento,

    aprovada na Comisso Intergestores Regional - CIR e na Comisso IntergestoresBipartite e encaminhada ao Ministrio da Sade para avaliao e parecer redefinindotempo mnimo de funcionamento e adequao do financiamento, se for o caso;

    III - adotar circuito de deslocamento que garanta o atendimento a todas ascomunidades assistidas, ao menos at 60 (sessenta) dias, para assegurar a execuo dasaes de Ateno Bsica pelas equipes visando minimamente a continuidade de pr-natal, puericultura e cuidado continuado de usurios com condies crnicas dentro dos

    padres mnimos recomendados;

    IV - delimitar rea de atuao com populao adscrita, acompanhada por AgentesComunitrios de Sade, compatvel com sua capacidade de atuao e considerando aalnea II;

    V - as equipes que trabalharo nas UBSF devero garantir as informaes

    referentes sua rea de abrangncia. No caso de prestar servios em mais de ummunicpio, cada municpio dever garantir a alimentao das informaes de suas

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    respectivas reas de abrangncia.

    As Unidades Bsicas de Sade Fluviais (UBSF) devero cumprir,cumulativamente, os seguintes requisitos:

    I - quanto estrutura fsica mnima, devem dispor de: Consultrio mdico;Consultrio de enfermagem; Consultrio Odontolgico; Ambiente para armazenamentoe dispensao de medicamentos; Laboratrio; Sala de vacina; Banheiros; Expurgo;Cabines com leitos em nmero suficiente para toda a equipe; Cozinha; Sala de

    procedimentos; Identificao segundo padres visuais da Sade da Famlia,estabelecidos nacionalmente; e

    II - quanto aos equipamentos, devem dispor, no mnimo, de: Maca ginecolgica;Balana Adulto; Balana Peditrica; Geladeira para vacinas; Instrumentos bsicos para olaboratrio: macro e microcentrfuga e microscpio binocular, contador de clulas,

    espectrofotmetro e agitador de Kline, autoclave e instrumentais; Equipamentosdiversos: sonar, esfignomanmetros, estetoscpios, termmetros, medidor de glicemiacapilar, Equipo odontolgico completo e instrumentais.

    O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das Equipes de Sade daFamlia Ribeirinhas ser publicado em portaria especfica e poder ser agregado de umvalor caso esta equipe necessite de transporte fluvial para a execuo de suas atividades.

    O valor do o valor do incentivo mensal para custeio das Unidades Bsicas deSade Fluviais ser publicado em portaria especfica, com uma modalidade sem

    profissionais de sade bucal e outra com estes profissionais.

    Devido grande disperso populacional, os municpios podero solicitarampliao da composio mnima das equipes de sade da famlia fluviais e equipes desade da famlia ribeirinhas conforme o quadro abaixo, fazendo jus a um incentivo paracada agregao a ser definido em portaria especfica:

    ProfissionaisCritrio parasolicitao de am-

    Mximo

    Agente

    Comunitrio de

    Sade

    trabalhador vinculadoa nimo 100 pessoas

    12 (doze)

    Aux. ou Tcnicode

    Enfermagem

    trabalhador vinculadoa no m- nimo 500

    pessoas

    04 (qua-tro)

    Tcnico emSade Bu- cal

    trabalhador vinculadoa no m- nimo 500

    pessoas01 (um)

    Enfermeiro trabalhador vinculadoa no m- nimo 1.000

    02 (dois)

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    pessoas

    Para implantar Equipes de Sade da Famlia Ribeirinhas nos Municpios onde oteto de cobertura de Equipes de Sade da Famlia j tenha sido atingido, estas devem sersubstitudas pela nova modalidade de equipe mediante aprovao pelo ConselhoMunicipal de Sade (CMS), Comisso Intergestores Regional (CIR) e ComissoIntergestores Bipartite (CIB).

    As Unidades Bsicas de Sade Fluviais e as Equipes de Sade da Famlia paraPopulaes Ribeirinhas podero prestar servios a populaes de mais de um Municpio,desde que celebrado instrumento jurdico que formalize a relao entre os municpios,devidamente aprovado na respectiva Comisso Intergestores Regional - CIR e ComissoIntergestores Bipartite - CIB.

    Para implantao de Equipes de Sade da Famlia Fluviais e Equipes de Sade daFamlia para Populaes Ribeirinhas, os Municpios devero seguir o fluxo previsto

    para a implantao de Equipes de Sade da Famlia.

    Ncleos de Apoio Sade da Famlia Os Ncleos de Apoio Sade da Famlia -NASF foram criados com o objetivo de ampliar a abrangncia e o escopo das aes daateno bsica, bem como sua resolubilidade.

    Os Ncleos de Apoio Sade da Famlia - NASF so constitudos por equipescompostas por profissionais de diferentes reas de conhecimento, que devem atuar de

    maneira integrada e apoiando os profissionais das Equipes Sade da Famlia, dasEquipes de ateno Bsica para populaes especficas (consultrios na rua, equipesribeirinhas e fluviais, etc.) e academia da sade, compartilhando as prticas e saberes emsade nos territrios sob responsabilidade destas equipes, atuando diretamente no apoiomatricial s equipes da(s)

    unidade(s) na(s) qual(is) o NASF est vinculado e no territrio destas equipes.

    Os NASF fazem parte da ateno bsica, mas no se constituem como servioscom unidades fsicas independentes ou especiais, e no so de livre acesso paraatendimento individual ou coletivo (estes, quando necessrios, devem ser regulados

    pelas equipes de ateno bsica). Devem, a partir das demandas identificadas no trabalhoconjunto com as equipes e/ou Academia da sade, atuar de forma integrada Rede deAteno Sade e seus servios (ex.: CAPS, CEREST, Ambulatrios Especializadosetc.) alm de outras redes como SUAS, redes sociais e comunitrias.

    A responsabilizao compartilhada entre a equipe do NASF e as equipes desade da famlia/equipes de ateno bsica para populaes especficas prev a revisoda prtica do encaminhamento com base nos processos de referncia e contra-referncia,ampliando a

    para um processo de compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal deresponsabilidade das equipes de ateno bsica, atuando no fortalecimento de seus

    princpios e no papel de coordenao do cuidado nas redes de ateno sade.

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    Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuriosdo SUS principalmente por intermdio da ampliao da clnica, auxiliando no aumentoda capacidade de anlise e de interveno sobre problemas e necessidades de sade,tanto em termos clnicos quanto sanitrios. So exemplos de aes de apoio

    desenvolvidas pelos profissionais dos NASF: discusso de casos, atendimento conjuntoou no, interconsulta, construo conjunta de projetos teraputicos, educao

    permanente, intervenes no territrio e na sade de grupos populacionais e dacoletividade, aes intersetoriais, aes de preveno e promoo da sade, discusso do

    processo de trabalho das equipes e etc. Todas as atividades podem se desenvolvidas nasunidades bsicas de sade, academias da sade ou em outros pontos do territrio.

    Os NASF devem utilizar as Academias da Sade como espaos que ampliam acapacidade de interveno coletiva das equipes de ateno bsica para as aes de

    promoo de sade, buscando fortalecer o protagonismo de grupos sociais em condiesde vulnerabilidade na superao de sua condio.

    Quando presente no NASF, o profissional sanitarista pode reforar as aes deapoio institucional e/ou matricial, ainda que as mesmas no sejam exclusivas dele, taiscomo: anlise e interveno conjunta sobre riscos coletivos e vulnerabilidades, apoio discusso de informaes e indicadores e sade (bem como de eventos-sentinela e casos-traadores e analisadores), suporte organizao do processo de trabalho (acolhimento,cuidado continuado/programado, aes coletivas, gesto das agendas, articulao comoutros pontos de ateno da rede, identificao de necessidades de educao permanente,utilizao de dispositivos de gesto do cuidado etc).

    Os NASF podem ser organizados em duas modalidades, NASF 1 e NASF 2. Aimplantao de mais de uma modalidade deforma concomitante nos municpios e no

    Distrito Federal no receber incentivo financeiro federal.

    O NASF 1 dever ter uma equipe formada por uma composio de profissionaisde nvel superior escolhidos dentre as ocupaes listadas abaixo que renam as seguintescondies:

    I - a soma das cargas horrias semanais dos membros da equipe deve acumularno mnimo 200 horas semanais;

    II - nenhum profissional poder ter carga horria semanal menor que 20 horas; e

    III - cada ocupao, considerada isoladamente, deve ter no mnimo 20 horas e nomximo 80 horas de carga horria semanal. O NASF 2 dever ter uma equipe formada

    por uma composio de profissionais de nvel superior escolhidos dentre as ocupaeslistadas abaixo que renam as seguintes condies:

    I - a soma das cargas horrias semanais dos membros da equipe deve acumularno mnimo 120 horas semanais;

    II - nenhum profissional poder ter carga horria semanal

    menor que 20 horas; e III - cada ocupao, considerada isoladamente, deve ter no

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    mnimo 20 horas e no mximo 40 horas de carga horria semanal. Podero compor osNASF 1 e 2 as seguintes ocupaes doCdigo Brasileiro de Ocupaes - CBO: MdicoAcupunturista; Assistente Social; Profissional/Professor de Educao Fsica;Farmacutico; Fisioterapeuta; Fonoaudilogo; Mdico Ginecologista/Obstetra; Mdico

    Homeopata; Nutricionista; Mdico Pediatra; Psiclogo; Mdico Psiquiatra; TerapeutaOcupacional; Mdico Geriatra; Mdico

    Internista (clinica mdica), Mdico do Trabalho, Mdico Veterinrio, profissional comformao em arte e educao (arte educador) e profissional de sade sanitarista, ou seja,

    profissional graduado na rea de sade com ps-graduao em sade pblica ou coletivaou graduado diretamente em uma dessas reas.

    A composio de cada um dos NASF ser definida pelos gestores municipais,seguindo os critrios de prioridade identificados a partir dos dados epidemiolgicos edas necessidades locais e das equipes de sade que sero apoiadas.

    Os NASF 1 e 2 devem funcionar em horrio de trabalho coincidente com o dasequipes de Sade da Famlia e/ou equipes de ateno bsica para populaes especficasque apiam.

    Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em uma nica unidade desade, localizada preferencialmente dentro do territrio de atuao das equipes de Sadeda Famlia e/ou equipes de ateno bsica para populaes especficas, s quais estovinculados, no recomendado a existncia de uma Unidade de Sade ou servio de sadeespecficos para a equipe de NASF.

    A organizao do trabalho do NASF deve seguir as normas publicadas peloMinistrio da Sade destacando os Cadernos de Ateno Bsica/Primria que tratam dotema, descrevendo as diretrizes, o processo de trabalho, as principais ferramentas e asaes de responsabilidade de todos os profissionais dos NASF a serem desenvolvidas emconjunto com as equipes de Sade da Famlia, equipes de ateno bsica para

    populaes especficas e/ou academia da sade. Define-se que cada NASF 1 realize suasatividades vinculado a, no mnimo, 8 (oito) Equipes de Sade da Famlia e no mximo15 (quinze) equipes de Sade da Famlia e/ou equipes de ateno bsica para populaesespecficas. Excepcionalmente, nos Municpios com menos de 100.000 habitantes dosEstados da Amaznia Legal e Pantanal Sul Matogrossense, cada NASF 1 poder realizar

    suas atividades vinculado a, no mnimo, 5 (cinco) e no mximo 9 (nove) equipes.

    Define-se que cada NASF 2 realize suas atividades vinculado a, no mnimo, 3(trs) equipes de Sade da Famlia e no mximo 7 (sete) equipes de sade da famlia.

    OS NASF 3, que so suprimidos por essa portaria, se tornaro automaticamenteNASF 2, para isso os municpios com projetos de NASF 3 anteriormente enviados aoMinistrio da Sade devero enviar para CIB documento que informa as alteraesocorridas. Fica garantido o financiamento dos NASF intermunicipais j habilitados emdata anterior, porm extinta a possibilidade de implantao de novos a partir da

    publicao desta portaria.

    Cada NASF poder ser vinculado a no mximo 03 (trs) plos do Programa

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    Academia da Sade em seu territrio de abrangncia, independente do tipo de NASF eda modalidade do polo implantado. Para cada plo vinculado equipe do NASF deverexistir pelo menos 1 (um) profissional de sade de nvel superior com carga horria de40 horas semanais ou 2 (dois) profissionais de sade de nvel superior com carga horria

    mnima de 20 horas semanais cada, que ser(ao) responsvel(is) pelas atividades doPrograma Academia da Sade. Este(s) profissional(is) deve(m) ter formao compatvele exercer funo relacionada s atividades da academia da sade.

    Quanto ao NASF, compete as Secretarias de Sade dos Municpios e do DistritoFederal:

    I - definir o territrio de atuao de cada NASF de acordo com as equipes deSade da Famlia e/ou equipes de ateno bsica para populaes especficas s quaisestes NASF estiverem vinculados; propiciar o planejamento das aes que serorealizadas pelos NASF, de forma compartilhada entre os profissionais (Equipe NASF e

    Equipe SF e Equipes de ateno bsica para populaes especficas);

    II - selecionar, contratar e remunerar os profissionais dos NASF, emconformidade com a legislao vigente nos municpios e Distrito Federal; e

    III - disponibilizar espao fsico adequado nas UBS, e garantir os recursos decusteio necessrios ao desenvolvimento das atividades mnimas descritas no escopo deaes dos diferentes profissionais que comporo os NASF, no sendo recomendadaestrutura fsica especfica para a equipe de NASF.

    Programa Sade na Escola

    O Programa Sade na Escola - PSE, institudo pelo Decreto Presidencial n 6.286de 5 de dezembro de 2007, surgiu como uma poltica intersetorial entre os Ministrios daSade e da Educao, na perspectiva da ateno integral (promoo, preveno,diagnstico e recuperao da sade e formao) sade de crianas, adolescentes e

    jovens do ensino pblico bsico, no mbito das escolas e unidades bsicas de sade,realizada pelas equipes de sade da ateno bsica e educao de forma integrada, pormeio de aes de:

    I - avaliao clnica e psicossocial que objetivam identificar necessidades de

    sade e garantir a ateno integral s mesmas na rede de ateno sade;

    II - promoo e preveno que articulem prticas de formao, educativas e desade visando a promoo da alimentao saudvel, a promoo de prticas corporais eatividades fsicas nas escolas, a educao para a sade sexual e reprodutiva, a prevenoao uso de lcool, tabaco e outras drogas, a promoo da cultura de paz e preveno dasviolncias, a promoo da sade ambiental e desenvolvimento sustentvel; e

    III - educao permanente para qualificao da atuao dos profissionais daeducao e da sade e formao de jovens. A Gesto do PSE centrada em aescompartilhadas e coresponsveis. A articulao intersetorial das redes pblicas de sade,

    de educao e das demais redes sociais se d por meio dos Grupos de TrabalhoIntersetoriais (GTI) (Federal, Estadual e Municipal) que so responsveis pela gesto do

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    incentivo financeiro e material, pelo apoio institucional s equipes de sade e educaona implementao das aes, pelo planejamento, monitoramento e avaliao doPrograma. Sobre o processo de implantao, credenciamento, clculo dos tetos dasequipes de ateno bsica, e do financiamento do bloco

    de ateno bsica:

    1. Implantao e Credenciamento

    Para implantao e credenciamento das equipes de ateno bsica, descritas neste anexo,os municpios e o Distrito Federal devero:

    I - realizar projeto(s) de implantao das equipes de sade da Famlia, com ousem os profissionais de sade bucal, equipe de agentes comunitrios de sade, dasequipes de ateno bsica para populaes especficas e do NASF. Os itens que devem

    minimamente constar do projeto esto descritos no anexo III desta portaria;

    II - aprovar o projeto elaborado nos Conselhos de Sade dos Municpios eencaminh-lo Secretaria Estadual de Sade ou sua instncia regional para anlise. ODistrito Federal, aps a aprovao por seu Conselho de Sade, dever encaminhar sua

    proposta para o Ministrio da Sade;

    III - cadastrar os profissionais das equipes, previamente credenciadas pelo estadoconforme deciso da CIB, no SCNES e alimentar os dados no sistema de informaoque comprove o incio de suas atividades; para passar a receber o incentivocorrespondente s

    equipes efetivamente implantadas; e

    IV - solicitar substituio, no SCNES, de categorias de profissionais colocadosno projeto inicial caso exista a necessidade de mudana, sendo necessrio o envio de umoficio comunicando sobre a necessidade desta alterao ao Estado.

    Para Implantao e Credenciamento das referidas equipes as secretarias estaduais desade e o Distrito Federal devero:

    I - analisar e encaminhar as propostas de implantao das equipes elaboradaspelos municpios e aprovadas pelos Conselhos Municipais de Comisso IntergestoresBipartite (CIB) no prazo mximo de 30 dias, aps a data do protocolo de entrada do

    processo na Secretaria Estadual de Sade ou na instncia regional;

    II - aps aprovao na CIB, cabe Secretaria de Sade dos Estados e do DistritoFederal informar ao Ministrio da Sade, at o dia 15 de cada ms, o nmero de equipes,suas diferentes modalidades e composies de profissionais com as respectivas cargashorrias, que faro jus ao recebimento de incentivos financeiros da ateno bsica;

    III - submeter CIB, para resoluo, o fluxo de acompanhamento do

    cadastramento dos profissionais das equipes nos sistemas de informao nacionais,definidos para esse fim;

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    IV - submeter CIB, para resoluo, o fluxo de descredenciamento e/ou obloqueio de recursos diante de irregularidades constatadas na implantao e nofuncionamento das equipes a ser publicado como portaria de resoluo da CIB, visando regularizao das equipes que atuam de forma inadequada; e

    V - responsabilizar-se perante o Ministrio da Sade pelo monitoramento, ocontrole e a avaliao da utilizao dos recursos de incentivo destas equipes.

    2. Clculo do Teto das equipes de ateno bsica Para o clculo do teto mximode equipes de sade da famlia, de agentes comunitrios de sade, de equipes de sade

    bucal

    e dos Ncleos de Apoio Sade da Famlia a fonte de dados populacionais utilizada sera mesma vigente para clculo do recurso per capita definida pelo IBGE e publicada peloMinistrio da Sade.

    A) Sade da Famlia com ou sem os profissionais de sade bucal: o nmeromximo de ESF com ou sem os profissionais de sade bucal pelas quais o municpio e oDistrito Federal podem fazer jus ao recebimento de recursos financeiros especficos sercalculado pela frmula: populao/2400.

    B) Agentes Comunitrios de Sade: o nmero mximo de ACS pelos quais omunicpio e o Distrito Federal podem fazer jus ao recebimento de recursosfinanceiros especficos ser calculado pela frmula: populao /400. Para

    municpios dos estados da Regio Norte, Maranho e Mato Grosso, a frmula ser:populao da rea urbana/400 + populao da rea rural/280.

    C) NASF - Ncleo de Apoio de Sade da Famlia: o nmero mximo de NASF 1aos quais os municpios e o Distrito Federalpodem fazer jus para recebimento derecursos financeiros especficos ser calculado pelas frmulas:

    I - para Municpios com menos de 100.000 habitantes de Estados da AmazniaLegal = nmero de ESF do Municpio/5; e

    II - para Municpios com 100.000 habitantes ou mais da Amaznia Legal e paraMunicpios das demais unidades da Federao = nmero de ESF do Municpio/8.

    O nmero mximo de NASF 2 aos quais o municpio pode fazer jus para recebimento derecursos financeiros especficos ser de 1 (um) NASF 2.

    D) O teto mximo de Equipes Sade da Famlia Ribeirinha e Fluvial e equipes deconsultrio na rua ser avaliado posteriormente, de acordo com cada projeto.

    3. Do Financiamento da Ateno Bsica O financiamento da Ateno Bsicadeve ser tripartite. No mbito federal o montante de recursos financeiros destinados viabilizao de aes de Ateno Bsica sade compe o Bloco de financiamento deAteno Bsica (Bloco AB) e parte do Bloco de financiamento de investimento. Seus

    recursos devero ser utilizados para financiamento das aes de Ateno Bsicadescritas na RENASES e nos Planos de Sade do municpio e do Distrito Federal.

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    Os repasses dos recursos do Bloco AB aos municpios so efetuados em contaaberta especificamente para este fim, de acordo com a normatizao geral detransferncias de recursos fundo a fundo do Ministrio da Sade, com o objetivo defacilitar o acompanhamento

    pelos Conselhos de Sade no mbito dos municpios, dos estados e do Distrito Federal.

    O Ministrio da Sade definir os cdigos de lanamentos, assim como seusidentificadores literais, que constaro nos respectivos avisos de crdito, para tornar claroo objeto de cada lanamento em conta. O aviso de crdito dever ser enviado aoSecretrio de

    Sade, ao Fundo de Sade, ao Conselho de Sade, ao Poder Legislativo e ao MinistrioPblico dos respectivos nveis de governo.

    Os registros contbeis e os demonstrativos gerenciais mensais devidamenteatualizados relativos aos recursos repassados a essas contas ficaro, permanentemente, disposio dos Conselhos responsveis pelo acompanhamento, e a fiscalizao, nombito dos

    Municpios, dos Estados, do Distrito Federa