portaria ic 05 2013 câmara acesso à informação

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Page 1: Portaria ic 05 2013 câmara acesso à informação

Ministério Público do Estado de Pernambuco Promotorias de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital

Promoção e Defesa do Patrimônio Público

Rua 1º de Março nº 100 – Santo Antonio – Recife/PE – CEP: 50010-070 – Fone (81) 3182-7265

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Portaria PJDC nº 05/2013

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, por

intermédio dos Promotores de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, com

atuação na defesa do patrimônio público (interesse difuso) e que subscrevem a

presente Portaria, no uso das funções que lhe são conferidas pelo artigo 129,

inciso III, da Constituição da República; artigo 25, inciso IV, da Lei Federal n°

8.625/93; artigo 6°, inciso I, da Lei Complementar Estadual n° 12/94; artigo 1°,

da Resolução RES-CSMP n° 001/2012;

Considerando que compete ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica,

do regime democrático e dos direitos assegurados na Constituição Federal,

devendo promover as medidas necessárias à sua garantia;

Considerando o teor do Inciso XXXIII do artigo 5º da Constituição da

República, o qual determina que todos têm direito a receber dos órgãos

públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou

geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,

ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e

do Estado;

Considerando a determinação contida no Inciso II do § 3º do artigo 37, no

sentido de que a lei disciplinará as formas de participação do usuário na

administração pública direta e indireta, regulando especialmente o acesso dos

usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,

observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

Considerando o disposto no artigo 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal ao

determinar que são instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais

será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público:

os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas

e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária

e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos;

Considerando de igual modo que o Inciso II do parágrafo único do artigo 48 da

Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que a transparência será assegurada

também mediante liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da

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sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução

orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público;

Considerando, por conseguinte, que o Inciso I do artigo 48-A da Lei de

Responsabilidade Fiscal prevê que para os fins a que se refere o inciso II do

parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer

pessoa física ou jurídica o acesso a informações quanto à despesa de todos os

atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no

momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados

referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao

serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e,

quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

Considerando que, nos moldes do artigo 3º da Lei nº 12.527/2011, os

procedimentos previstos naquele diploma normativo destinam-se a assegurar o

direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em

conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as

seguintes diretrizes: (...) II - divulgação de informações de interesse público,

independentemente de solicitações;

Considerando, ainda que, nos termos do artigo 8º da Lei nº 12.527/2011, é dever

dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de

requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas

competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas

ou custodiadas;

Considerando, por outra mão, o assentado no artigo 6º da Lei nº 12.527/2011 no

sentido de que cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as

normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: I - gestão

transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação;

II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e

integridade;

Considerando que o § 2º do artigo 8º da Lei nº 12.527/2011 estabelece que para

cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão

utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo

obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores

(internet);

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Considerando a determinação contida no § 3º do artigo 8º da Lei nº 12.527/2011

para que os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regulamento, atender,

entre outros, aos seguintes requisitos: I - conter ferramenta de pesquisa de

conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente,

clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar a gravação de

relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não

proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das

informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em

formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; IV - divulgar em

detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a

autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso; VI -

manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e

instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou

telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as

medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas

com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de

2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,

aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008;

Considerando, ademais, a impertinência de eventual óbice à divulgação de

informações referentes à remuneração dos servidores decorrente do resguardo

do direito fundamental à vida privada, conforme já decidido pelo Supremo

Tribunal Federal, nos autos do Agravo Regimental na Suspensão de Segurança

nº 3.902;

Considerando, por seu turno, o artigo 10 da Convenção das Nações Unidas

contra a Corrupção, promulgada em âmbito interno pelo Decreto nº 5.687/2006,

o qual determina que, tendo em conta a necessidade de combater a corrupção,

cada Estado Parte, em conformidade com os princípios fundamentais de sua

legislação interna, adotará medidas que sejam necessárias para aumentar a

transparência em sua administração pública, inclusive no relativo a sua

organização, funcionamento e processos de adoção de decisões, quando

proceder.

Considerando que a Câmara de Vereadores do Recife não atende aos

dispositivos acima referidos através do seu sítio eletrônico –

http://www.recife.pe.leg.br;

RESOLVE:

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Instaurar o presente Inquérito Civil, adotando-se as seguintes providências:

a) Oficiar ao Presidente da Câmara de Vereadores do Recife para que, no

prazo de dez dias úteis, informe quanto às medidas adotadas por aquela

casa legislativa para atender os dispositivos legais e constitucionais

referentes ao acesso à informação;

b) Encaminhar cópia da presente portaria, por meio magnético, ao Centro

de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio

Público e à Secretaria Geral do MPPE, para publicação no Diário Oficial

do Estado;

c) Comunicar a providência adotada ao Conselho Superior e à

Corregedoria Geral do MPPE;

Autue-se, registre-se e cumpra-se.

Recife, 18 de setembro de 2013.

Charles Hamilton Santos Lima 26º Promotor de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital

Ana Joêmia Marques da Rocha 14ª Promotora de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital

Lucila Varejão Dias Martins 15ª Promotor de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital