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RELATÓRIO Nº 201408632 QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO? Linha de Atuação: Ação de Controle Pontual. Unidade examinada: Secretaria de Infraestrutura Hídrica - SIH Objeto: Edital RDC Presencial nº 1/2014 cujo objeto é a execução das obras civis, montagens, comissionamento, pré-operação, elaboração dos projetos executivos faltantes e complementação dos projetos do Trecho VII - Ramal do Agreste, do Projeto de Integração do Rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional – PISF. Ação: 152D - Construção do Sistema Adutor Ramal do Agreste Pernambucano Programa: 2051 - Oferta de Água. Escopo: Análise documental do processo licitatório, com ênfase na aprovação dos projetos e análise da compatibilidade do orçamento aprovado com os custos dos Sistemas Oficiais de Custos do Governo Federal. Referencial Legal: Decreto 7.581/2011. POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? Trata-se de obra a ser realizada no Norte do Estado de Pernambuco, com o objetivo de levar água do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco à Adutora do Agreste, beneficiando mais de 2 milhões de pessoas. Com um orçamento estimado em R$ 1.160.750.887,18 (um bilhão, cento e sessenta milhões, setecentos e cinquenta mil, oitocentos e oitenta e sete reais e dezoito centavos), data-base de maio/2014, o projeto do ramal do agreste contempla um total de 17 canais com 42,7 km de extensão, 6 (seis) túneis com total 16 km de extensão, 5 (cinco) aquedutos, uma adutora de 7,14 km, duas barragens e uma estação de bombeamento. Além disso, há 2 (duas) estruturas de controle, 8 (oito) pontes, 5 (cinco) passarelas e um sistema viário de 113 km. Devido a relevância econômica-social enaltece-se o aspecto preventivo do Controle Interno, cuja atuação antes da realização do certame e, consequentemente, anterior à lavratura de um contrato com a Administração Pública, busca contribuir com o processo de contratação de um grande empreendimento para o país, mitigando possíveis paralisações do empreendimento em eventuais discussões quanto aos desequilíbrios econômico-financeiros decorrentes de falhas no orçamento e no projeto da obra. QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS? Com base nos exames realizados, estritamente no âmbito do escopo definido, verificou-se inconformidades em seis composições de preço do orçamento aprovado, bem como deficiências na estimativa de taxa de risco estabelecida para o empreendimento. Para a CGU a SIH teria condições de prosseguir com processo licitatório referente ao Ramal do Agreste, desde que as proposições de correção fossem efetivadas nas especificações de projeto e no novo orçamento referencial do certame. Conforme relatório de acompanhamento das recomendações ao relatório, o gestor adotou medidas satisfatórias para a correção das composições de preços questionadas pela equipe de auditoria. Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle

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RELATÓRIO Nº 201408632

QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO?

Linha de Atuação: Ação de Controle Pontual. Unidade examinada: Secretaria de Infraestrutura Hídrica - SIH Objeto: Edital RDC Presencial nº 1/2014 cujo objeto é a execução das obras civis, montagens, comissionamento, pré-operação, elaboração dos projetos executivos faltantes e complementação dos projetos do Trecho VII - Ramal do Agreste, do Projeto de Integração do Rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional – PISF. Ação: 152D - Construção do Sistema Adutor Ramal do Agreste Pernambucano Programa: 2051 - Oferta de Água. Escopo: Análise documental do processo licitatório, com ênfase na aprovação dos projetos e análise da compatibilidade do orçamento aprovado com os custos dos Sistemas Oficiais de Custos do Governo Federal. Referencial Legal: Decreto

7.581/2011.

POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO?

Trata-se de obra a ser realizada no Norte do Estado de Pernambuco, com o objetivo de levar água do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco à Adutora do Agreste, beneficiando mais de 2 milhões de pessoas. Com um orçamento estimado em R$ 1.160.750.887,18 (um bilhão, cento e sessenta milhões, setecentos e cinquenta mil, oitocentos e oitenta e sete reais e dezoito centavos), data-base de maio/2014, o projeto do ramal do agreste contempla um total de 17 canais com 42,7 km de extensão, 6 (seis) túneis com total 16 km de extensão, 5 (cinco) aquedutos, uma adutora de 7,14 km, duas barragens e uma estação de bombeamento. Além disso, há 2 (duas) estruturas de controle, 8 (oito) pontes, 5 (cinco) passarelas e um sistema viário de 113 km.

Devido a relevância econômica-social enaltece-se o aspecto preventivo do Controle Interno, cuja atuação antes da realização do certame e, consequentemente, anterior à lavratura de um contrato com a Administração Pública, busca contribuir com o processo de contratação de um grande empreendimento para o país, mitigando possíveis paralisações do empreendimento em eventuais discussões quanto aos desequilíbrios econômico-financeiros decorrentes de falhas no orçamento e no projeto da obra.

QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS?

Com base nos exames realizados, estritamente no âmbito do escopo definido, verificou-se inconformidades em seis composições de preço do orçamento aprovado, bem como deficiências na estimativa de taxa de risco estabelecida para o empreendimento.

Para a CGU a SIH teria condições de prosseguir com processo licitatório referente ao Ramal do Agreste, desde que as proposições de correção fossem efetivadas nas especificações de projeto e no novo orçamento referencial do certame. Conforme relatório de acompanhamento das recomendações ao relatório, o gestor adotou medidas satisfatórias para a correção das composições de preços questionadas pela equipe de auditoria.

Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle

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RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201408632

Ação de Controle Sobre o Edital do Ramal do Agreste.

Brasília, 01 de abril de 2015.

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

SUMÁRIO

1. Introdução ............................................................................................................. 3

2. Resultados dos Exames ......................................................................................... 4

2.1 Parte 1 ..................................................................................................................... 4

2.1.1. Descrição dos Trabalhos ......................................................................................... 4

2.1.2. Do Empreendimento ............................................................................................... 5

2.1.3. Das Correções no Novo Edital ................................................................................ 7

2.1.4. Deficiências na Estimativa de Taxa de Risco. ...................................................... 20

2.1.5. Superdimensionamento do Transporte de Água em Razão da Opção de Utilização de Fonte de Água Mais Distante da Obra. ........................................................................... 30

2.1.6. Duplicidade de Perdas no Serviço dos Concretos Projetados. .............................. 35

2.1.7. Superdimensionamento do Volume de Concreto Poroso ..................................... 41

2.1.8. Duplicidade no Número de Encarregados ............................................................ 45

2.1.9. Sobrepreço nos Tubos de Aço Carbono da Adutora da EBVII-1 ......................... 48

3. Conclusão ............................................................................................................. 65

ANEXO 1: Relatório de Acompanhamento das Recomendações ................................ 66

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO

Ordem de Serviço: 201408632 Município/UF: Brasília/DF Órgão: MINISTERIO DA INTEGRACAO NACIONAL Instrumento de Transferência: Execução Direta Unidade Examinada: SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA HIDRICA - SIH Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.160.750.887,18 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de a sobre a aplicação dos recursos do programa 2051 - Oferta de Água / 152D - Construção do Sistema Adutor Ramal do Agreste Pernambucano no município de Brasília/DF. Trata-se de proposta de ação de controle desta Diretoria de Infraestrutura referente ao Edital RDC Presencial nº 1/2014 cujo objeto é a execução das obras civis, montagens, comissionamento, pré-operação, elaboração dos projetos executivos faltantes e complementação dos projetos do Trecho VII - Ramal do Agreste, do Projeto de Integração do Rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional - PISF, a cargo da Secretaria de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional. O edital foi publicado em 15 de abril de 2014 e informou o valor estimado pela Administração em R$ 1.242.444.489,19, na data-base de setembro/2013, e previsão da abertura das propostas para o dia 18 de junho de 2014. A presente licitação tem como fundamento legal a Lei nº 12.462, de 5 de agosto de 2011, e o Decreto nº 7.581, de 11 de outubro de 2011, em face da obra ter sido incluída no Programa de Aceleração do Crescimento - PAC. O gestor optou pelo regime da contratação integrada com critério de julgamento do tipo menor preço. Em 12 de junho de 2014 foi publicado no DOU o aviso de suspensão da referida licitação. Quando da análise do primeiro edital da obra do Ramal do Agreste, Edital RDC Presencial nº 1/2014, este Controle Interno fez algumas ponderações, as quais foram atendidas, mesmo que parcialmente, pelo MI.

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O novo Edital, RDC Eletrônico nº 09/2014, foi publicado em 4 de novembro de 2014, informando o valor estimado do futuro contrato de R$ 1.160.750.887,18 (data-base: maio/2014), com previsão da abertura das propostas no dia 7 de janeiro de 2015.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS

Fato Os trabalhos foram realizados junto ao Ministério da Integração Nacional – MI em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal, tendo como objeto o Edital RDC Eletrônico nº 09/2014, cujo objeto é “EXECUÇÃO DAS OBRAS CIVIS, AQUISIÇÕES, MONTAGENS, COMISSIONAMENTO, PRÉ-OPERAÇÃO, ELABORAÇÃO DOS PROJETOS EXECUTIVOS FALTANTES E COMPLEMENTAÇÃO DOS PROJETOS EM QUE TAL SE MOSTRAR NECESSÁRIO, DO TRECHO VII - RAMAL DO AGRESTE, DO PROJETO DE INTEGRAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO COM BACIAS HIDROGRÁFICAS DO NORDESTE SETENTRIONAL-PISF”, tendo como regime de execução a contratação integrada. O orçamento global estimado para o objeto da licitação é de R$ 1.160.750.887,18 (um bilhão, cento e sessenta milhões, setecentos e cinquenta mil, oitocentos e oitenta e sete reais e dezoito centavos), sendo a data-base de maio/2014. Nesse contexto e a partir do objetivo deste trabalho, formularam-se as seguintes questões: 1. Há projeto básico/executivo adequado para a licitação/execução da obra? 2. O procedimento licitatório está sendo conduzido de forma regular? 3. O orçamento da obra encontra-se devidamente detalhado (planilha de quantitativos e preços unitários), inclusivas as composições de custos unitários de seus serviços? 4. Os quantitativos definidos no orçamento da obra são condizentes com os quantitativos apresentados no projeto básico/executivo? 5. Os preços dos serviços no orçamento da obra são compatíveis com os valores de mercado? 6. As composições de custo unitário estão atualizadas e refletem a execução dos serviços?

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Para a realização desta fiscalização, foram utilizadas as seguintes técnicas de auditoria: a) análise documental dos processos de licitação e aprovação dos projetos; relatórios de acompanhamento dos serviços, controle tecnológico sobre as obras anteriores do PISF, dentre outros; b) pesquisa em sistemas informatizados: CADIN, SICRO II, SINAPI, sistemas de preços CODEVASF, DER/PR e DAER/RS e Banco de Dados Corporativo; e c) entrevistas: formulação de ofícios de requisição. As principais constatações deste relatório foram: i. deficiências na estimativa de taxa de risco; ii. superdimensionamento do transporte de água em razão da opção de utilização de fonte de água mais distante da obra; iii. duplicidade de perdas no serviço dos concretos projetados; iv. superdimensionamento do volume de concreto poroso; v. duplicidade no número de encarregados ; e vi. sobrepreço nos tubos de aço carbono da adutora da EBVII-1. Ressaltamos que essa Equipe de Auditoria discorda do procedimento adotado pelo MI de divulgar o valor global do empreendimento, mas mantendo o sigilo sobre o orçamento da Administração, quantitativos e preços unitários, por entendermos não haver suporte legal para tal procedimento. Tal assunto já foi comunicado ao Ministério por meio da Nota de Técnica nº 1221/2014/GABDI/DI/SFC/CGU-PR, que apresentou as contrarrazões, as quais foram encaminhadas à Assessoria Jurídica da CGU. Assim, o presente tema será tratado em outro momento. Por fim, destacamos que o presente trabalho não exaure futuras avaliações deste empreendimento por parte do Controle Interno. ##/Fato##

2.1.2. DO EMPREENDIMENTO Fato Trata-se de obra a ser realizada no Norte do Estado de Pernambuco, próxima à fronteira do Estado da Paraíba, nos municípios de Sertânia e Arcoverde, com extensão de 70,8 km, incluindo canais trapezoidais, aquedutos e túneis até a Estação de Bombeamento EBVII-1 (vazão de 8,0 m³/s) e desnível de 220 m.

O empreendimento contempla um total de 17 canais com 42,7 km de extensão, 6 (seis) túneis com total 16 km de extensão, 5 (cinco) aquedutos, uma adutora de 7,14 km, duas barragens e uma estação de bombeamento. Além disso, há 2 (duas) estruturas de controle, 8 (oito) pontes, 5 (cinco) passarelas e um sistema viário de 113 km.

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Figura 1 – Recorte do mapa de localização do Ramal do Agreste. Quando da publicação do primeiro edital da obra do Ramal do Agreste, Edital RDC Presencial nº 1/2014, publicado em 14 de abril de 2014, este Controle Interno fez algumas ponderações, as quais foram atendidas, mesmo que parcialmente, pelo MI. Tais ponderações estão colecionadas na constatação 001, itens 1.1 a 1.6 adiante. Ressalva-se que o item 1.5 não foi atendido, mas se encontra na sequência para melhor contextualização. O novo Edital, RDC Eletrônico nº 09/2014, foi publicado em 4 de novembro de 2014, informando o valor estimado do futuro contrato de R$ 1.160.750.887,18 (data-base: maio/2014), com previsão da abertura das propostas no dia 7 de janeiro de 2015. ##/Fato##

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2.1.3. DAS CORREÇÕES NO NOVO EDITAL Fato CORREÇÃO DA EQUIPE DO SESMT No orçamento de referência do primeiro edital da obra do Ramal do Agreste figuravam seis auxiliares de enfermagem. Porém, para obras desse porte, seriam necessários apenas dois desses profissionais, conforme Quadro II, NR-4 do Ministério do Trabalho.

Quadro 1 – Dimensionamento dos SESMT segundo a NR-4. Assim, é razoável a alocação de um Auxiliar de Enfermagem por canteiro, logo a quantidade desses profissionais deveria ser 3 (três), e não 6 (seis) como figurava no orçamento de referência da Administração. Após questionamento da CGU por meio da Solicitação de Auditoria nº 201408632/002, o Consórcio Logos-Concremat reconheceu a falha e, segundo o item 9.d do documento CTE12055, informou:

Para a montagem da equipe SESMET utilizamos como base a NR-4 do Ministério do Trabalho, assim, a previsão de 02 AUXILIARES DE ENFERMAGEM do QUADRO II foi multiplicada pelo número previsto de canteiros, com isso, a quantidade será retificada para 03 profissionais, conforme orientação desta Auditoria.

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Assim, compulsando o novo orçamento da obra, verificamos que foram efetivamente retirados 03 (três) Auxiliares de Enfermagem, o que resultou em uma redução de R$ 491.323,35 no orçamento de referência. DA CORREÇÃO PARCIAL DO TRAÇO DE CONCRETO DE 25 MPA Por meio da Solicitação de Auditoria nº 201408632/002, a CGU questionou o traço empregado para o concreto de 25MPa, composição CA0478 - Concreto Estrutural Fck 25MPa com areia artificial (material), visto que o consumo de materiais era diverso do trazido no próprio Projeto Básico da Obra, conforme abaixo:

Quadro 2 – Recorte da fl. 209, Projeto Básico – R8 – Canteiros e Sistema Viário, Cronograma e Orçamento.

Quadro 3 – Composição CA0478 - Concreto Estrutural Fck 25MPa com areia artificial (material).

Em resposta, o Consórcio Logos-Concremat reconheceu a falha e, no item 9.e do documento CTE12055, fls. 9 e 10, informou que executou a correção, assim como também corrigiu os custos dos concretos de 10 MPa e 30 MPa. Observa-se que os demais concretos presentes no orçamento continuaram com os traços já utilizados para as obras do PISF. Ao se analisar a composição referente ao concreto de 25 MPa (código CA0478), constata-se que a correção solicitada foi efetivamente executada e que, mesmo com o aumento nos custos dos insumos devido ao emprego de data-base mais recente, verifica-se uma redução no custo total do serviço conforme quadro a seguir.

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ADITIVO PLASTIMENT BV-40 kg 1,92 3,98 7,64 kg 2,1 3,98 8,36

CIMENTO PORTLAND CP II 32 t 0,32 390 124,80 t 0,37 390 144,30

ADITIVO INCORPORADOR DE AR kg 0,64 2,49 1,59 kg 0,4 2,49 1,00

AREIA ARTIFICIAL m³ 0,5067 19,31 9,78 m³ 0,43 19,31 8,30

BRITA PRODUZIDA EM CENTRAL DE

BRITAGEM DE 80 M3/H m³ 0,8513 19,31 16,44 m³ 0,79 19,31 15,25

160,26 177,21

16,95

1.370.752,22

Antes da CorreçãoApneas materiais CONCRETO ESTRUTURAL FCK 25MPa - Corrigido

Total dos materiais (A)= Total dos materiais (B) =

(B)-(A) =

Economia com a correção do traço de projeto (R$) =

Quadro 4 – Nova composição CA0478 - Concreto Estrutural Fck 25MPa com areia artificial (material).

Comparando os custos na data-base atual percebe-se uma redução de R$ 16,95/m³, que multiplicada pelo volume de projeto de 63.999,97 m³ (53.760,4 m³ lançados com bomba e 10.239,57 lançado com calha) e pelo BDI de 26,33% resultou em uma economia de R$ 1.370.752,22 ao erário, já acatada pelo MI. Quadro 5 – Comparação entre as duas composição para o Concreto Estrutural fck 25 MPa

com areia artificial. Contudo, há ainda concretos de 25 MPa na obra com traços equivocados, a exemplo da Composição Auxiliar CA0113, na qual o peso dos materiais empregados para produzir 1 m³ é muito maior que o necessário. Nessa composição a soma dos pesos dos agregados e do cimento chega a 2.900 kg/m³, enquanto a densidade do concreto simples é da ordem de 2.400 kg/m³. Esse mesmo erro ocorreu também no concreto de 15 MPa, assunto do item 1.4 adiante. Destaca-se que tal erro é herdado da composição do SICRO 2: “2 S 03 327 00 - Conc.estr.fck=25 MPa-contr.raz.uso ger.conf.e lanç”. Apresenta-se a seguir a composição desse concreto de 25 MPa no orçamento de referência das obras do Ramal do Agreste.

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Quadro 6 – Composição Conc. estr. fck = 25 MPa - contr. raz. uso ger. conf. e lanç. Destaca-se que essa composição de referência foi prevista, principalmente, para os serviços de calhas e muretas dos sistemas de drenagem interna dos canais. Questiona-se a necessidade do emprego de concreto de resistência de 25 MPa e também o emprego da armadura das calhas (tela Q-138). Nessa linha de argumentação, cabe observar que nas calhas rodoviárias se emprega predominantemente concreto de 15 MPa sem armação de aço, conforme se depreende do ÁLBUM DE PROJETOS-TIPO DE DISPOSITIVOS DE DRENAGEM, publicação IPR - 736. De qualquer forma, ainda que haja justificativa técnica para execução de calhas tão robustas, não se pode concordar que esse concreto tenha um traço mais oneroso, ao custo de R$ 169,33/m³ (custo total de materiais), do que os concretos que vão ser aplicados nas estruturas, segundo a composição CA0478 a um custo de R$ 160,25/m³. Portanto, faz-se necessária a devida correção. Por fim, a CGU entende que, para a confecção dos concretos de 25 MPa e de 15 MPa (composição CA0107), dever-se-ia constar do projeto centrais dosadoras, e não a previsão de confeccioná-los por meio de betoneiras. ADOÇÃO DE METODOLOGIAS ANTIECONÔMICAS NO ORÇAMENTO. Ainda seguindo a linha de argumentação da constatação anterior, vale destacar que, especificamente para o concreto de 15 MPa, a CGU questionou ao MI, via Solicitação de Auditoria, o uso de betoneiras para fabricação desse concreto em obras desse porte. Deve-se levar em conta que, a primeira vista, a confecção de concretos em usina seria mais econômica. Tanto que o próprio projeto da obra prevê a instalação de usinas para a

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confecção de outros concretos. Em resposta a tal controvérsia, o Consórcio contratado pelo MI informou que (vide documento CTE12055, fl. 10):

A composição auxiliar de concreto de 15 MPa com uso de betoneira fica restrita às obras de arte correntes, como canaletas, meio-fio e escadas, portanto, sua utilização se justifica pelo processo de execução. O concreto não é lançado diretamente na estrutura. O concreto rodado na betoneira incialmente é colocado na masseira e em seguida é aplicado (enquanto se aplica o primeiro traço já estamos batendo o segundo traço). Para se realizar uma central de concreto o transporte deve ser realizado por um caminhão betoneira, cuja capacidade mínima é de 4,5 m³, que neste caso rodaria com apenas 1 m³ a cada viagem, alternativa bastante antieconômica.

Contudo, data venia, essa Controladoria discorda da justificativa apresentada, pois, apesar desses concretos rodados em betoneiras estarem sendo empregados em serviços simples, o fato é que a obra do Ramal do Agreste é um empreendimento de grande porte, no qual os quantitativos de serviços são de grande monta. Apenas a título de exemplo, o serviço CB9387 - Canaleta de drenagem moldada in loco – canal 1ª categoria tem um quantitativo previsto de 75.199,62 m (mais de 75 km). Como o consumo de concreto para fazer 1 (um) metro desta canaleta é 0,0612 m³, tem-se um consumo total de 4.602,22 m³ de concreto. Isto é, serão necessários mais de mil caminhões de concreto de 4,5 m³ apenas para confeccionar um dos tipos de canaletas da drenagem interna da obra. Frisa-se que, a princípio, desconhecemos justificativa técnica para que o caminhão betoneira transporte apenas 1 m³. Em termos práticos, bastaria aumentar o tamanho da equipe da frente de serviço e executar as metragens necessárias para utilização do volume transportado pelo caminhão. Em resumo, as equipes de campo deixariam as frentes de serviços prontas para receber o concreto dos caminhões betoneiras. Neste diapasão, levando em consideração o porte da obra e as quantidades a serem executadas, questiona-se também a metodologia utilizada para a abertura de valas. Como se verifica na composição a seguir (CPU código CB9387), a projetista previu a escavação manual. Quadro 7 – Composição para execução das canaletas de drenagem moldadas “in loco” para

canal em corte (1ª categoria).

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Em termos técnicos, sabe-se que a escavação mecânica com uma valeteadeira seria mais econômica, além de ser compatível com uma obra desse porte. Para confirmar essa tese, verifica-se no orçamento de referência que, para a mesma canaleta quando executada em material de 2ª categoria, há a previsão da escavação mecânica, a um custo 3,9 (= R$ 25,40 / R$ 6,40) vezes menor do que o especificado para o de 1ª categoria, conforme se percebe do recorte da CPU - CB9388 a seguir. Quadro 8 – Composição para execução das canaletas de drenagem moldadas “in loco”

para canal em corte (2ª categoria). INCONSISTÊNCIA NO TRAÇO DOS CONCRETOS DE 15 MPa. O primeiro orçamento do empreendimento elegeu a composição CA0107 para o serviço do concreto de 15 MPa. Essa composição previu um consumo de materiais superestimado, pois a soma dos pesos do cimento (270 kg), areia (1.395 kg) e brita (1.260 kg) totaliza 2,925 ton/m³, sem contabilizar o peso da água de hidratação do cimento, o que extrapola a densidade do concreto simples de 2,4 ton/m³ (NBR – 6120). A diferença de quase 500 kg não pode ser justificada pelas perdas de materiais, pois, como já relatado, sobre o valor de 2,925 ton/m³ não foi contabilizado o peso correspondente à água de hidratação. Essa composição é oriunda do SICRO 2, especificamente da Composição Auxiliar 1 A 01 415 01 – Concr. Estr. fck =15MPa c.raz uso ger conf/lanç. Independente disso, tem-se uma inconsistência técnica. Assim, naquela oportunidade, instamos o MI para que corrigisse tal CPU. Este, por sua vez, substituiu a composição do SICRO 2 (1 A 01 415 01) pela composição do DNOCS código 3033, conforme documento CTE12055, item 9.g. As composições de concreto do DNOCS não são definidas por faixa de resistência, e sim por consumo de cimento. A composição referenciada na resposta do MI é especificada para um consumo de 300 kg de cimento, conforme apresentado a seguir.

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Quadro 9 – Composição do DNOCS para concreto confeccionado em betoneira, com consumo de 300 kg de cimento.

Nessa linha de argumentação, lembramos que, como já trazido para o concreto de 25 MPa, o projeto básico tem um quadro com traços de concreto para a obra em questão. Esse quadro, apesar de não dispor do traço do concreto de 15 MPa, contempla os traços para os concretos de 18 MPa. Conforme abaixo, constata-se que o consumo de cimento varia de 215 kg a 260 kg para o concreto de 18 MPa.

Quadro 10 – Recorte da fl. 209, Projeto Básico – R8 – Canteiros e Sistema Viário, Cronograma e Orçamento.

Assim, como a CPU auxiliar CA0107 está sendo empregada prioritariamente nos elementos de drenagem, sarjetas, canaletas, dissipadores de energia, etc., entende-se que o MI deveria empregar o traço D do quadro acima em substituição à composição do DNOCS, pelos seguintes motivos: i. os traços do quadro acima são frutos de ensaios dos materiais locais especificados para a obra, enquanto que o traço do DNOCS é um traço mediano genérico, especificado pelo consumo de cimento; e ii. a utilização da composição estabelecida pelo traço D trará no mínimo duas melhorias ao serviço: a) maior resistência/vida útil; e b) uma significativa redução de custo ao erário, de 9%, se comparada à composição do DNOCS. Ilustra-se a seguir a comparação de custo entre a composição do DNOCS e a composição estabelecida em projeto por meio do traço D.

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IM0201 CIMENTO PORTLAND CP II-32(A GRANEL) kg 300 0,39 117,00

IM1030 AREIA ARTIFICIAL m³ 0,547 19,31 10,56

IM8197 BRITA PRODUZIDA EM CENTRAL DE BRITAGEM DE 80 M3/H m³ 0,724 19,31 13,98

141,54

IM0201 CIMENTO PORTLAND CP II-32(A GRANEL) kg 245 0,39 95,55

IM1030 AREIA ARTIFICIAL m³ 0,57 19,31 11,01

IM8197 BRITA PRODUZIDA EM CENTRAL DE BRITAGEM DE 80 M3/H m³ 0,84 19,31 16,22

IM4148 ADITIVO INCORPORADOR DE AR kg 0,49 2,49 1,22

IM0604 ADITIVO PLASIMENT BV-40 kg 1,47 3,98 5,85

129,85

11,70 (9%)

Custo total dos materiais (R$/m³)=

Custo total dos materiais (R$/m³)=

Materiais - Necessários Traço DNOCS

Materiais - Necessários Traço CONCRETO 18 MPA -PROJETO

Sobrecusto ao se utilizar a referência do DNOCS (R$/m³)=

IM0604 ADITIVO PLASIMENT BV-40 kg 1,8 3,98 7,16

IM0201 CIMENTO PORTLAND CP II-32(A GRANEL) kg 315 0,39 122,85

IM4148 ADITIVO INCORPORADOR DE AR kg 0,3 2,49 0,75

IM1030 AREIA ARTIFICIAL m³ 0,5488 19,31 10,60

IM8197 BRITA PRODUZIDA EM CENTRAL DE BRITAGEM DE 80 M3/H m³ 0,709459 19,31 13,70

155,06

IM0201 CIMENTO PORTLAND CP II-32(A GRANEL) kg 260 0,39 101,40

IM1030 AREIA ARTIFICIAL m³ 0,66 19,31 12,74

IM8197 BRITA PRODUZIDA EM CENTRAL DE BRITAGEM DE 80 M3/H m³ 0,77 19,31 14,87

IM4148 ADITIVO INCORPORADOR DE AR kg 0,52 2,49 1,29

IM0604 ADITIVO PLASIMENT BV-40 kg 1,56 3,98 6,21

136,52

18,54

Custo total dos materiais (R$/m³)=

Materiais - Necessários Traço CONCRETO 18 MPA - PROJETO Calsse C

Custo total dos materiais (R$/m³)=

Sobrecusto ao se utilizar a referência do Orçamento (R$/m³)=

Materiais - CPU Orçamento Referência CA0481

Quadro 11 – Comparação entre a composição do DNOCS e a composição estabelecida em projeto por meio do traço D.

Ainda sobre o grupo de composições de concreto de 15 MPa, a CPU CR0009 (concreto empregado em partes da obra) engloba a composição auxiliar CA0481, que estabelece as quantidades de agregados necessários para produzir um concreto de 15 MPa. Ao se comparar essa composição CA0481 com a estabelecida em projeto, especificamente para o concreto de 18 MPa (traço C), verifica-se que o consumo de materiais previsto para o concreto de 15 MPa é superior ao de 18 MPa. Conforme posição adotada anteriormente, a CGU entende que o MI deveria empregar o traço C do quadro estabelecido em projeto, pelas seguintes razões: i. propicia uma maior resistência/vida útil às estruturas; ii. os traços do quadro do projeto são frutos de ensaios dos materiais locais especificados para a obra; e iii. promove uma redução no custo do concreto, conforme quadro comparativo abaixo (composição CA0481 versus traço C de projeto). Quadro 12 – Comparação entre a composição de referência CA0481 para o concreto de 15

MPa e a composição estabelecida em projeto do concreto de 18 MPa.

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Frisa-se que o sobrepreço total relacionado às divergências nos traços de concreto de 15 MPa não será quantificado, pois a composição auxiliar está presente em outras composições da obra. Portanto, nesse momento, devido à premência deste relatório, não se tem o tempo hábil para aquilatar o sobrepreço arraigado em outras composições da obra. Restará ao Projetista e ao MI o respectivo cálculo. CORREÇÃO DAS QUANTIDADES DE CENTRAIS DE CONCRETO. Na primeira análise do edital e orçamento da obra, observamos que a projetista previu a instalação 9 (nove) pequenas centrais de concreto modelo: CIFALI : - 30 m³/h– DOSADORA. Naquela ocasião, a CGU questionou ao MI os motivos de não ter sido optada a instalação de uma central maior em cada canteiro de obra, totalizando apenas três centrais, o que, em tese, reduziria os custos do empreendimento. Em resposta, o Ministério informou que, in verbis:

O quantitativo de centrais de concreto, 9 (nove), é obtido através do planejamento no software Compor, que leva em consideração a produtividade dos serviços da obra. A utilização de 03 centrais de concreto de maior porte geraria maiores custos de mobilização e desmobilização, maiores áreas de estocagem, e, principalmente, maiores momentos de transportes de concreto e agregados para concreto. Portanto, no caso da obra em questão o uso de centrais de pequeno porte torna-se mais viável.

Contudo, mesmo com a negativa por parte do MI, o fato é que no novo edital houve a redução em 5 (cinco) unidades. Isto é, o documento Histograma de Equipamentos – Obras Civis contempla apenas 4 (quatro) centrais de concreto, conforme quadro abaixo.

Quadro 13 – Recorte “Histograma de Equipamentos – Obras Civis”, fl. 463, documento 1377-MMO-3700-00-00-003-R04.

Essa alteração demonstra que a quantidade de centrais de concreto para a obra foi estimada incorretamente. SOBREPREÇO DOS GEOTÊXTEIS – CORRIGIDOS PELO MI Esta Equipe de Auditoria também vem desenvolvendo um trabalho de acompanhamento da reformulação do SINAPI junto à CAIXA e ao IBGE. Essa atuação nos ajudou adquirir conhecimento de particularidades e limitações do sistema de referência.

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Geotextil RT 09 RT 10 RT 14 RT 16

SINAPI - PE (R$/m² -

set/2013) 4,03 5,33 5,79 8,13

SICRO 2 - PE (R$/m² -

set/2013) 3,23 4,32

Construção e Mercado

(R$/m² - dez/2013 -

Estado/RJ) 3,37 4,95

Cotação CGU - PE

(R$/m² - jul/2014) 3,89 4,65

Especificamente para essa obra, observou-se na primeira análise do orçamento a utilização do SINAPI como referência para os geotêxteis. Os custos para o geotêxtil tipo RT-16 (300 gramas/m²) foi de R$ 8,13/m² e para o tipo RT-10 foi de R$ 5,33/m². Por outro lado, as tabelas do SICRO 2 estabelecem que o custo do geotêxtil RT-14 é de R$ 4,32/m². Portanto, verifica-se que o geotêxtil cotado pelo SICRO possui uma resistência maior que o geotêxtil RT-10 do SINAPI, além de ter um custo menor. Diante das divergências, a CGU realizou cotação de preços e confirmou que os preços do SINAPI estavam altos, ao menos para o padrão dessa obra, conforme quadro a seguir.

Quadro 14 – Comparação dos custos de geotêxteis.

A cotação da CGU trouxe um custo 74% menor que o do orçamento do MI, o que resulta em um sobrepreço de R$ 1.845.728,94 apenas para o Geotextil RT 16. Assim, em vassalagem ao Acórdão nº 2984/2013 TCU-Plenário, que determina a cotação dos insumos mais representativos em obras de maior vulto, a CGU recomendou que os preços fossem revisto pelo Ministério. Em resposta no citado Documento CTE12055, o Consórcio informou, in verbis:

O MI ao elaborar um orçamento utiliza preços fixados por órgãos oficiais competentes ou tabelas autorizadas, e, no caso de inexistência de algum insumo nestes órgãos, realiza cotações de mercado. Conforme orientação dessa Auditoria, o valor de origem oficial para o insumo Geotêxtil RT16 será alterado, para R$ 4,65/m². E para o insumo Geotêxtil RT-10 será adotado preço do Geotêxtil RT-09 de origem SICRO (R$ 3,23/m²).

Compulsando o novo orçamento da obra, verificou-se que as alterações informadas foram realizadas pelo MI, implicando em significativa economia ao erário. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada a) Constatação 1.2: Da Correção Parcial do Traço do Concreto de 25 MPA 12. Por meio da Solicitação de Auditoria nº 20148632/002, foi questionado o traço empregado para o concreto de 25 MPa, composição CA0478, visto que o consumo de materiais era diverso do trazido no próprio Projeto Básico da Obra.

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13. Exibe que, em resposta, o Consórcio Logos-Concremat, corrigiu o traço do concreto de 25 MPa (CA0478) e ainda alterou também os traços dos concretos de 10 MPa e 30 Mpa. 14. Entretanto, ainda haveria a composição auxiliar CA0113 – “Conc. Estr. FCK=25MPA contr. raz uso ger. conf. e lanç” com traço diferente do corrigido na composição do concreto de 25 MPa (CA0478). 15. Além da correção do traço na composição CA0113 a CGU questiona a necessidade do emprego de concreto de 25 MPa e o uso de armadura nas CANALETAS (calhas). E ainda, argui que dever-se-ia constar do projeto centrais dosadoras, e não a previsão de confecção de alguns concretos por meio de betoneiras. Comentários da Projetista (Consórcio Sondotécnica-Engevix-Magna):

16. O MI questionou ao Consórcio Projetista, por e-mail, a necessidade do emprego do concreto de 25 MPa e armaduras (tela Q-138) nas calhas de drenagem do sistema de drenagem dos canais (canaletas de drenagem). 17. Em resposta, o Consórcio Projetista, por e-mail, explicou que o concreto de 25 MPa com armadura nas canaletas é usado quando o terreno apresentar baixo poder de suporte. Comentários da Gerenciadora:

18. Após análise do relatório preliminar, o MI encaminhou o Ofício nº 27/2015/DPE/SIH/MI à Gerenciadora solicitando a alteração do traço da composição CA0113 - “Conc. Estr. FCK=25MPA contr. raz uso ger. conf. e lanç” e a adoção do concreto de 15 MPa, sem armadura, nas calhas dos sistemas de drenagem (canaletas) com exceção dos casos onde a projetista explicitasse a necessidade do concreto armado de 25 MPa. 19. Em resposta, a Gerenciadora, por meio de Nota Técnica, explicou que os traços utilizados nos orçamentos do PISF têm origem em vários estudos e projetos apresentados pelas diversas projetistas e ainda em bases de dados de custos de obras de órgãos do Governo. Assim, efetuou as modificações no traço da composição CA0113 e nos demais traços de concretos que estavam diferentes da tabela do projeto básico. 20. Com relação à escavação mecânica das canaletas, a Gerenciadora apresenta a informação dada pela projetista de que a utilização do concreto de 25 MPa com armadura somente seria usado quando as canaletas fossem construídas em aterro ou em terrenos com baixa capacidade de suporte. Ademais, avaliou os desenhos com os detalhes típicos dos canais e percebeu as restrições fixadas. 21. Destarte, considerou que o terreno onde as canaletas serão construídas como de boa capacidade de suporte e o caso onde fosse observada baixa capacidade de suporte estariam contemplados na taxa de risco. Portanto, adotou a execução das canaletas somente com concreto de 15 MPa, sem armadura, deixando as exceções no âmbito da cobertura propiciada pela taxa de risco.

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Análise do Ministério da Integração Nacional:

22. Esta equipe entende que a correção do traço na composição CA0113 de concreto de 15 MPa indicado pela CGU e outros concretos presentes no orçamento para traços indicados no projeto básico adequam tecnicamente as composições que norteavam-se no SICRO 2.

23. Assim, a sugestão dada pela CGU de alterar o traço da composição baseada no SICRO 2 para o traço do projeto básico foi adotada na composição exemplificada pela Controladoria e nas demais existentes no orçamento. b) Constatação 1.3: Adoção de Metodologias Antieconômicas no Orçamento

24. A CGU questiona os concretos rodados em betoneira para alguns serviços ao invés de serem misturados em usinas e transportados por caminhões betoneiras. Citou como exemplo a composição CB9387 – “Canaleta de drenagem moldada in loco para canal em corte (1ª categoria)”.

25. Além disso, indaga a metodologia utilizada para a abertura de valas. Para isso, exemplificou com a CB9387 que apresenta escavação manual e a CB9388 - “Canaleta de drenagem moldada in loco para canal em corte (2ª categoria)” que apresenta escavação mecânica. (item esclarecido na constatação anterior). Comentários da Gerenciadora:

26. Após análise do relatório preliminar, solicitou-se à Gerenciadora, por meio do ofício nº 27/2015/DPE/SIH/MI, a avaliação da alternativa mais econômica para a confecção de alguns concretos considerando o uso de centrais dosadoras ou betoneiras, indicando a melhor solução por meio de memorial de cálculo. Outrossim, requisitou-se a justificativa para a não adoção de escavação mecânica em material de primeira categoria na composição de execução de canaletas de drenagem moldadas in loco.

27. A Gerenciadora elaborou estudo comparativo considerando o uso de centrais de dosadoras de concreto e o uso de betoneiras. Apresentou que quando da utilização de centrais dosadoras para o concreto de 15 MPa das canaletas observou-se um custo superior de R$ 8.582,74, enquanto para o concreto de 25 MPa das muretas verificou-se uma economia de R$ 4.680,32.

28. Comenta que apesar “das comparações acima indicarem, em conjunto, um aumento de custos de R$ 3.902,42 ao adotar concretos rodados em centrais, não se pode concluir por uma ou outra alternativa, pois a diferença é muito pequena e foi obtida em função do posicionamento das centrais.”. Assim, recomendou “utilizar o concreto produzido em centrais, pois aqui não foi considerada a economia de escala gerada por esse processo, o que certamente provocará uma inversão na comparação de custos efetuada, tornando-a mais atraente.”. Análise do Ministério da Integração Nacional:

29. Concorda-se com a economia de escala gerada pela utilização de centrais dosadoras. Assim, entende-se que a sugestão indicada pela Controladoria é mais atraente para a Administração. Portanto, adotou-se a metodologia de fabricação dos concretos por centrais dosadoras para os serviços de canaletas e muretas.

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c) Constatação 1.4: Inconsistência no traço dos concretos de 15 Mpa

30. A CGU informa que o item já havia sido perguntado ao MI, a composição adotada na ocasião foi oriunda do SICRO 2 e contém inconsistência técnica.

31. Na oportunidade o MI substituiu a composição de referência (1 A 01 415 01 – SICRO 2) pela composição do DNOCS código 3033.

32. No Relatório, a CGU argumenta que as composições de concreto do DNOCS não são definidas por resistência, e sim por consumo de cimento.

33. Assim, lembra que a tabela do projeto básico, apesar de não dispor do traço de 15 MPa, contempla os traços para os concretos de 18 MPa. Considera que “como a CPU auxiliar CA0107 está sendo empregada prioritariamente nos elementos de drenagem, sarjetas, dissipadores de energia, etc., entende-se que o MI deveria empregar o traço D do quadro acima em substituição à composição do DNOCS...”. Comentários da Gerenciadora:

34. Por similaridade os esclarecimentos para esse item são os mesmos já apresentados para a constatação 1.2. Análise do Ministério da Integração Nacional:

35. Por similaridade os esclarecimentos para esse item são os mesmos já apresentados para a constatação 1.2. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O posicionamento exarado pelo Ministério vai ao encontro de todos os apontamentos colecionados nesta constatação, itens 1.1 a 1.6. Cabe inclusive destacar o trabalho do MI e da Supervisora em revisar o dimensionamento das canaletas, que estavam especificadas com concreto 25 MPa e armadura de tela Q-138, para o padrão usual de calhas de concreto de 15 Mpa. Isso representou uma redução de R$ 3.215.856,23 nos custos do empreendimento.

Assim, as alterações promovidas pelo MI nos termos desta constatação promoveram uma economia potencial ao erário de R$ 6.276.276,97. Porém, o maior benefício na visão deste Controle Interno é a uniformização das premissas, a exemplo da adequação dos traços de concreto das composições do orçamento com o especificado em projeto e do ganho de qualidade/eficiência ao se utilizar centrais de concreto e não betoneiras. AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Observe no novo edital para contratação do empreendimento as premissas e alterações elencadas pela CGU, e acatadas pelo MI e Supervisora, nos termos desta constatação.

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2.1.4. DEFICIÊNCIAS NA ESTIMATIVA DE TAXA DE RISCO. Fato Após os questionamentos deste Controle Interno e do TCU, o MI promoveu uma redução da taxa de risco do transporte da água, que inicialmente era de 10,98% e passou para 7,55%. Apesar da alteração empreendida, a nosso ver, ainda existem três pontos que carecem de correção. Primeiramente, o risco de transporte de água na verdade deveria ser visto como uma oportunidade, ou seja, um risco de redução do custo de empreendimento. Este entendimento se baseia no fato de que a premissa estabelecida no projeto executivo é bem conservadora, pois se adotou um cenário de seca muito severa, a exemplo da que está ocorrendo atualmente. Assim, o orçamento prevê a busca de água exclusivamente em mananciais de grande capacidade, os quais são capazes de resistir à severa seca. Ademais, esses mananciais estão a elevadas distâncias da obra, conforme se depreende do memorial do projeto executivo, in

verbis:

As distâncias fixas (manancial ao trecho) consideradas para os canais e suas estruturas complementares foram: 86 km para trecho do Canal C1 ao Canal C5 (Poço da Cruz), 73 km para trecho do Canal C6 ao Canal C9 (Poço da Cruz) e 50 km para trecho do Canal C10 ao Canal C13 (Pão de Açúcar).

Em resumo, a obra foi prevista em uma condição de seca severa ao longo dos três anos de sua execução, desprezando as variações naturais decorrentes do ciclo hidrológico, ou seja, a ocorrência de períodos de maior ou menor disponibilidade hídrica. O cenário mais provável ao longo dos três anos de empreendimento é que, nesse ínterim, volte a chover os volumes médios na região. Consequentemente, haverá uma recuperação da capacidade hídrica dos mananciais, mesmo que por um curto período de tempo, possibilitando a disponibilidade de água a menores distâncias da obra e, por decorrência, redução da correspondente DMT. O quadro a seguir apresenta a séria histórica do posto pluviométrico localizado em Sertânia/PE, código 185, da Agência Pernambucana de Águas e Clima – APAC. Adiante, apresenta-se a variação da pluviosidade na estação Caroalina (código 00837053), no mesmo município, da Agência Nacional de Águas – ANA, a fim de ilustrar a sazonalidade das chuvas na região na última década, com destaque a um possível ciclo de maior precipitação a cada três anos. Por fim, traz-se gráfico elaborado pela APAC contendo os quantis mensais para a região do empreendimento, denominada de Sertão do Moxotó.

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Quadro 15 – Série histórica do posto pluviométrico de Sertânia, da APAC.

Quadro 16 – Série histórica do posto pluviométrico Caroalina (código 00837053), da ANA.

Figura 2 – Histograma do posto pluviométrico Caroalina (código 00837053), da ANA.

Código Posto Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual185 Sertânia 1994 71,6 44,9 126,6 99,8 129 113 90 - - 53 - 2 729,90 185 Sertânia 1995 4,5 76 36 91,7 60 10 23 - - - 27 - 328,20 185 Sertânia 1996 12,5 68 126 168 229 15 18,5 22 - - 38 - 697,00 185 Sertânia 1997 141 17 211,5 41,7 51 - 50 13 - - 3 - 528,20 185 Sertânia 1998 53 67 78,4 79 5 10 4,6 57 - - - - 354,00 185 Sertânia 1999 44,6 77,2 22,7 3 108,2 9 49 - - 12 24 46 395,70 185 Sertânia 2000 92,5 113,9 20 207,4 34 52,2 10,6 18 - - - 74 622,60 185 Sertânia 2001 28,2 34,8 148,1 - - 76,6 15 - - 36 - 1,7 340,40 185 Sertânia 2002 180,1 45 78 47 45 28 5,2 - 3 - 2 50 483,30 185 Sertânia 2003 104 187,2 65,6 78,5 63,6 6,2 - - - 50 38 14 607,10 185 Sertânia 2004 391 228,1 39,2 52 2 30 5,8 23,2 - - 1,5 0,5 773,30 185 Sertânia 2005 68,4 37,2 176 47,6 11,8 130,6 30 34 - - - 32,8 568,40 185 Sertânia 2006 51 123 121,6 164,5 77 35,4 9 - 13,5 21,4 30 - 646,40 185 Sertânia 2007 12,9 141,1 65 100,5 65,8 9,5 - - - - - - 394,80 185 Sertânia 2008 - - - - - - 2,4 - - - - 32 34,40 * dados incompletos185 Sertânia 2009 16,4 131,3 34,7 221,3 188,2 64,3 10 36 - - - 14,3 716,50 185 Sertânia 2010 103,1 76,9 24,6 206,6 - 86,5 5,4 - - 64,4 - 51,8 619,30 185 Sertânia 2011 144,2 35,3 59,2 86,7 125,7 - 4,9 - - - - - 456,00 * dados incompletos185 Sertânia 2012 - 56,6 46,6 - 3,5 16,8 1,3 3,2 3,2 - 2,6 39,1 172,90 185 Sertânia 2013 57,9 - 9,5 64,7 27,4 62,1 55,8 2,8 - - - 121,2 401,40 185 Sertânia 2014 48,3 32,2 51,1 47,4 55,9 15 13,2 11,6 - 24,7 30 - 329,40

57,90 68,00 62,10 82,85 57,95 29,00 10,60 20,00 3,20 36,00 25,50 32,80 483,30 Preicipitações Médias

Código Posto Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual00837053 Caroalina 2004 - - - - - - - - - - 0 14,4 14,40 00837053 Caroalina 2005 27,1 87,2 150 81,4 102,2 68,4 20,6 0 0 0 0 44,3 581,20 00837053 Caroalina 2006 6,2 54,8 147,8 96,7 61,5 41,4 18,8 10,2 8 7,7 32,9 0 486,00 00837053 Caroalina 2007 0 200,9 132,8 22,6 71,6 4,2 11 0 0 0 56,8 11,2 511,10 00837053 Caroalina 2008 12,8 213,3 467,8 72,6 104,6 49,9 32,6 13,3 0 0 0 12,9 979,80 00837053 Caroalina 2009 47,1 151,5 89 177,8 155,3 33,3 13,5 50,9 24,7 0 14,8 20,7 778,60 00837053 Caroalina 2010 97,6 51,1 106,1 79 5 57,8 38,3 0 3,7 83 1,7 9 532,30 00837053 Caroalina 2011 116,2 208 60,8 68,2 174,5 57 13,8 14,4 6 148,6 37,3 0 904,80 00837053 Caroalina 2012 8,9 31,8 73,8 21,6 6,6 20,3 2,6 11,4 0 3,9 0 8,3 189,20 00837053 Caroalina 2013 34,2 10,3 48,8 20,3 33,8 21,8 45,7 8,1 0 4,2 13 76,7 316,90 00837053 Caroalina 2014 0 98,3 76,2 202,4 54,7 3,1 29,5 3,9 2,6 470,70

19,95 92,75 97,55 75,80 66,55 37,35 19,70 9,15 1,30 3,90 7,35 12,05 511,10 Preicipitações Médias

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Figura 3 – Quantis mensais para a região do empreendimento, publicado pela APAC. O outro ponto diz respeito ao reservatório “Poço da Cruz”. Essa fonte de abastecimento não é a opção mais econômica, pois existem dois reservatórios no Estado da Paraíba mais próximos à obra, especialmente para o primeiro trecho – Canal C1 ao C9. O primeiro reservatório situa-se no Município de Sumé, a 56 km do trecho, com capacidade de 44.864.100 m³. Atualmente conta com 28,9% de sua capacidade, ou seja, de 12.980.560 m³, conforme informações disponibilizadas pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba – AESA. O segundo reservatório é o açude de Poções, situado em Monteiro/PB, e dista 37,1 km da obra. Segundo a AESA, encontra-se com 11,6% de sua capacidade. Alerta-se que atualmente o reservatório de Poço da Cruz, também denominado Barragem Eng. Francisco Saboia em Ibimirim, está com apenas 7% de sua capacidade.

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Figura 4 – Localização e informações do reservatório de Poço da Cruz. (fonte: APAC) Podem-se supor dois cenários de disponibilidade hídrica na região e suas consequências para a obra. Por um lado, temos a eventualidade de ocorrer uma seca mais severa, o que implicaria ao contratado transportar a água do Rio São Francisco, a uma DMT de 218 km. Por consequência, haveria um impacto de 2,5 vezes aos custos de transporte de água, além de possíveis descolamentos de cronogramas. De outra banda, com a probabilidade de ocorrência de períodos chuvosos, haveria a possibilidade de utilização do açude de Pocinhos, a uma DMT de 13,7 km. Isso acarretaria uma redução de 6 (seis) vezes aos custos de transporte, além de possíveis adiantamentos de cronogramas. Assim, como o modelo de risco empregado não contempla as oportunidades - risco de custos menores - entendemos que deve ser retirado da taxa de risco qualquer percentual relacionado ao transporte de água, pois já se tem, como premissa de projeto, uma situação muito desfavorável em termos de disponibilidade hídrica, situação que tende a não perdurar por todo o tempo do empreendimento. Outro ponto de discordância é o risco de atrasos e custos adicionais em razão de problemas com a entrega dos materiais na obra, notadamente tubulações e peças para o sistema adutor e equipamentos para estação de bombeamento. Para tais materiais, a projetista estimou um percentual de 21,07%. Esse valor é oriundo de dados de apenas 3 (três) empreendimentos relacionados a usinas eólicas. A CGU entende que esses empreendimentos são bem destoantes em comparação às obras de canais e de adução. Ademais, verificamos que a memória de cálculo da projetista possui dados estatísticos de empreendimentos relacionados às usinas hidrelétricas. Apesar deles não serem essencialmente similares às obras em questão, entendemos que o percentual

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estabelecido para as obras das hidrelétricas é o que mais guarda relação com o empreendimento ora auditado. Ressalta-se que o objeto auditado também possui obras de barragem, o que favorece, em parte, uma similitude com as obras de usinas hidrelétricas. De toda forma, a aplicação da taxa de 21,07%, oriunda de dados de obras de eólicas, é tecnicamente inapropriada ao empreendimento em questão. Além disso, também entendemos que uma amostra com apenas três dados não seria adequada/suficiente para dar o devido tratamento estatístico e definição da margem de confiança. Questiona-se ainda a correlação de empreendimentos de geração eólica com as obras do Ramal do Agreste, cujos custos de fornecimento mais relevantes estão associados aos tubos de aço e conjuntos de bombas, insumos esses com diversos fornecedores nacionais. Nas eólicas, os principais componentes são a torre, as pás, o nacele e o hub, que têm, via de regra, apenas 60% de conteúdo nacional, sendo o restante importado. Destaca-se que a necessidade de importação aumenta significativamente a chance de atraso dos materiais em razão dos problemas e desembaraços aduaneiros. Neste diapasão, a CGU entende que o projetista deveria correlacionar às obras do Ramal do Agreste a outras que guardasse similaridade, a exemplo de usinas hidrelétricas. Por decorrência, a taxa de risco guardaria maior confiabilidade ao empreendimento. Destaca-se que os dados das eólicas são aqueles que apresentam uma maior variação nos custos de aquisições dos materiais, fato esse que eleva a taxa de risco de fornecedores. Assim, a CGU entende que o MI deveria incluir os dados das usinas hidrelétricas para fins de cálculo da taxa de risco de fornecedores. Isso faz com que a nova taxa seja de 12,06% (mantendo-se a confiabilidade em 95%) em detrimento à prevista pela projetista, de 21,07%. O último ponto de discordância relaciona-se aos custos “Macroeconômicos”, isto porque tais riscos são de responsabilidade legal da Administração, conforme se depreende do dispositivo da Lei nº 12.462/2011:

Art. 9o Nas licitações de obras e serviços de engenharia, no âmbito do RDC, poderá ser utilizada a contratação integrada, desde que técnica e economicamente justificada e cujo objeto envolva, pelo menos, uma das seguintes condições: (...) § 4o Nas hipóteses em que for adotada a contratação integrada, é vedada a celebração de termos aditivos aos contratos firmados, exceto nos seguintes casos: I - para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro decorrente de caso fortuito ou força maior;

Destaca-se que o risco macroeconômico se encaixa justamente nos casos fortuitos ou de força maior. Logo, na hipótese de ocorrência de impactos significativos de natureza macroeconômica, o contratado teria direito ao reequilíbrio econômico-financeiro. Ademais, essa regra é de ordem constitucional – CF/88, art. 37, inciso XXI. Outrossim, a literatura especializada sugere que os riscos devem ser alocados às partes que detêm melhores condições de administrá-lo. Nesse caso, a parte que detém maior capacidade de arcar com eventuais mudanças no cenário econômico é o Estado. Segue abaixo trecho da tese de especialização em controle da regulação: (original sem grifos)

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Ainda, segundo Allen (2001), uma vez que os riscos inerentes ao projeto tenham sido identificados, eles devem ser alocados entre os parceiros públicos e privados, seguindo o princípio básico de que o risco deve ser atribuído a quem tem melhor condição para administrá-lo. Esse princípio é largamente difundido na literatura técnica internacional, por exemplo, Kerf et. al. (1998) afirmam que os critérios para a alocação dos riscos são bem simples: os riscos devem ser suportados pela parte que tem as melhores condições para avaliar, controlar e gerenciar ou a parte com melhor acesso a instrumentos de cobertura, a maior capacidade para diversificar, ou o menor custo para suportá-los. Ainda, nessa linha de raciocínio, Irwin et. al. (1997) reconhecem que existem dois fatores que devem ser levados em consideração na alocação dos riscos: primeiro, o grau em que o agente pode influenciar ou controlar o resultado sujeito a riscos; segundo, a capacidade do agente em suportar o risco com menor custo.

No mesmo diapasão, o Federal Highway Administration – FHWA esclarece:

6.1.1. Allocate Risks to Party Best Able to Manage Them A fundamental tenet of risk management is to allocate the risks to the party best able to manage them. The party assuming the risk should be able to best evaluate, control, bear the cost of, and benefit from its assumption.(18) For example, the risk of an inadequate labor force, a breakdown in equipment, or a specific construction technique is best borne by the contractor, while a risk of securing of project funds or project site availability is best borne by the agency. Following this principle of allocating the risks to the party best able to manage them will ultimately result in the lowest overall price because contractors will not be forced to include contingencies for possible financial losses or take gambles in an extremely competitive bidding environment. Inappropriate risk shifting from the owner to the contractor can result in misaligned incentives, mistrust, and an increase in disputes.

Em resumo, entende-se pela necessidade de: i) retirada do risco de transporte de água; ii) inserção da taxa de 12,06% para o risco de “Aquisições (fornecedores)”, em detrimento ao percetual de 21,07%; e iii) retirada dos custos “macroeconômicos”. A implementação dessas alterações fazem com que a taxa de risco do empreendimento atinja o valor de 4,85%. Em termos financeiros, isto equivale a uma redução de R$ 29.140.189,63 no orçamento de referencia da Administração. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada 36. O relatório indica que a taxa de risco carece de correção em três pontos, destacados a seguir. 37. O primeiro seria relacionado ao transporte de água, pois haveria oportunidade de redução nos custos, uma vez que foram adotados mananciais de grande capacidade com “um cenário de seca muito severa”. 38. Indica que o cenário mais provável ao longo dos três anos de obra é que volte a chover os volumes médios na região, havendo uma recuperação da capacidade hídrica dos mananciais, possibilitando a disponibilidade hídrica de água a menores distâncias.

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39. Nesse sentido, expõe séries históricas de postos pluviométricos a fim de ilustrar a sazonalidade de chuvas na região na última década, destacando um possível ciclo de maior precipitação a cada três anos. 40. Outra vertente abordada nessa constatação foi que o reservatório Poço da Cruz não seria a opção mais econômica. Indicou os reservatórios no município de Sumé e o Açude de Poções como possibilidades de disponibilidade hídrica. Ainda, citou que haveria a possibilidade de utilização do açude Pocinhos na ocorrência de períodos chuvosos. 41. Considera que, como os mananciais utilizados no orçamento fazem parte de situação muito desfavorável em termos de disponibilidade hídrica, devia ser retirado da taxa de risco qualquer percentual relacionado ao transporte de água. 42. O segundo ponto de discordância foi relacionado ao risco de aquisições. A CGU entende que: os empreendimentos relacionados às usinas eólicas são bem destoantes em comparação às obras de canais e de adução; o valor de 21,07% oriundo de dados de obras eólicas são de uma amostra inadequada (“apenas 3”) e que poderia ser incluído no cálculo os dados das usinas hidrelétricas constantes da memória de cálculo , resultando num percentual de 12,06%. 43. O último ponto de desafinação seria relacionado aos riscos Macroeconômicos, pois, segundo o inciso I, § 4º do Art. 9º da Lei nº 12.462/2011, tais riscos são de responsabilidade da Administração. Entende que o risco macroeconômico se encaixa justamente nos casos fortuitos ou de força maior e deveria ser desconsiderado do cálculo da taxa de risco. Comentários da Gerenciadora (primeiro ponto – risco de jazidas de água):

44. A Gerenciadora expôs os estudos realizados em relação à precipitação, vazão e volumes dos reservatórios na região das obras, demonstrando o comportamento das variáveis envolvidas, de forma a justificar a manutenção de uma taxa de risco relacionada às jazidas de água. 45. Para efeito de cálculo da taxa de risco foram considerados cenários de utilização de reservatórios que têm capacidades de atendimento da obra, resultando em um “impacto do evento a 5%” de 1,06%, adotando-se uma ponderação de acordo com a probabilidade, para cada cenário, de atendimento de toda obra por 2 anos consecutivos. Análise do Ministério da Integração Nacional – risco de jazidas de água: 46. Esta Área Técnica, após as diversas discussões empreendidas, entende que, após o recálculo realizado, considerando alguns cenários possíveis, baseados em dados hidrológicos, o estudo de disponibilidade hídrica para a obra, que inclusive contempla possibilidades de utilização de reservatórios menos distantes que os adotados no orçamento, apresenta maior aderência ao método de cálculo da taxa de risco realizada, considerando, portanto, os cálculos com fundamentos suficientes para devida adoção da taxa de risco quanto ao item em questão.

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Comentários da Gerenciadora (segundo ponto – risco de aquisições):

47. Segue transcrição dos comentários apresentados pela Gerenciadora:

Para o cálculo do percentual de risco atribuído a problemas com custos adicionais decorrentes de atrasos de materiais e equipamentos nas obras foram pesquisadas obras de infraestrutura que guardassem semelhanças com as obras do PISF. Entretanto, diante dos dados disponíveis, o grupo que se mostrou mais próximo com relação à forma de aquisição de equipamentos foi o de Usinas Eólicas. Os outros grupos de obras, na massa de dados analisada, embora de execução mais parecida com o PISF, não apresentam formas de aquisição de equipamentos semelhantes, pois, na maioria deles, principalmente com relação às Usinas Hidrelétricas, o fornecimento dos principais equipamentos era de responsabilidade do Contratante, ou o custo das obras estava vinculado ao preço cobrado do fornecimento de energia, quando da entrada em operação, e não do fornecimento dos equipamentos, o que dificulta a comparação. Da mesma forma, as obras já contratadas do próprio PISF, semelhantes às do ramal do agreste, tiveram os principais equipamentos fornecidos pelo MI (contratante dos serviços). Embora a massa de dados de Usinas Eólicas contemple apenas três contratos de referência, verificou-se que as ocorrências mostraram-se bastante parecidas não apresentando grandes distorções, o que nos leva a uma maior confiabilidade de sua representatividade. Para o Ramal do Agreste os principais equipamentos e materiais a serem fornecidos são as tubulações e peças de aço carbono, conjuntos motor-bombas de grande potência e equipamentos elétricos para subestação e linhas de transmissão. Todos esses equipamentos estão sujeitos a problemas de fornecimento, haja vista que os conjuntos motor-bombas são equipamentos, devido a seu porte, a serem fabricados exclusivamente para essa obra, podendo ser importados ou com componentes importados. As peças e tubulações de aço também serão fabricadas exclusivamente para essa obra e estão sujeitos a regras de mercado com influências do mercado internacional. Cabe ainda realçar que o universo de fornecedores no Brasil para esses tipos de equipamentos é bastante reduzido. Dessa forma, tinha sido utilizado o percentual de 21,07%, obtido de dados de projetos de referência de Usinas Eólicas.

Análise do Ministério da Integração Nacional – risco de aquisições: 48. Esta equipe técnica considera que a opção pela utilização dos dados de usinas eólicas, dentro da massa de dados disponível no momento, para o cálculo do risco relacionado a aquisições de equipamentos, apesar de não guardar grande semelhança tipológica e quanto ao método construtivo, apresenta forma de contratação mais parecida com a modelagem de transferência de riscos utilizada nesta contratação integrada. 49. Entretanto, salienta-se que para ter uma melhor representação da realidade seriam necessários mais de 3 contratos. Durante reunião com o consultor responsável pelo estudo da taxa de risco, lhe foi questionado sobre a possibilidade de aumentar a base dados. Na ocasião nos foi informado que seria necessário mais de um mês sem a garantia de que fossem encontrados contratos com situações compatíveis. Desta feita, sob o risco de prolongar ainda mais o andamento da licitação ora em questão, e, consequentemente, os benefícios dela esperados, esta equipe compreende que, neste momento, a opção pela utilização dos dados de usinas eólicas é a mais adequada.

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Comentários da Gerenciadora sobre a const. 2 (ultimo ponto – riscos macroeconômicos):

O item de risco macroeconômico refere-se ao risco de descolamento entre os índices de reajuste de preços dos contratos e o custo efetivo, real, de implantação da obra. Em nada possui relação com caso fortuito ou força maior, que por ser um risco de natureza compartilhada entre as partes, inclusive por assim estar expresso na norma, enseja o direito ao reequilíbrio contratual. Para avaliar o impacto do risco macroeconômico foram avaliadas duas séries de dados: uma composta pela fórmula paramétrica e outra pela variação no “verdadeiro” preço das obras ao longo de um mesmo período de tempo. A variação do verdadeiro preço foi feita pela atualização dos orçamentos sintéticos com base nas curvas do SICRO e SINAPI. As duas séries foram cointegradas em segunda ordem, de forma a se evitar correlações espúrias decorrentes de impactos exógenos que afetassem ambas de forma análoga. A análise dos resíduos apontou para uma distribuição de probabilidades que indica o tamanho do risco incorrido na diferença entre parâmetros de reajuste de preços e as variações nos custos reais de implantação do projeto. O relatório com as metodologias utilizadas no cálculo de risco deixa claro que as variáveis que são cobertas pela possibilidade de reequilíbrio econômico do contrato não foram incorporadas na quantificação para cálculo de risco por custos macroeconômicos. Dessa forma, no cálculo do percentual de risco foi inserido o percentual de 4,20% como impacto do evento, obtido de série histórica de comparação dos valores referenciados. O Anexo 3 mostra as séries de indicadores econômicos usados na avaliação do risco macroeconômico. A Matriz de Responsabilidades foi revisada com o objetivo de manter a coerência em relação às adequações informadas, principalmente no que se refere aos riscos macroeconômicos. O anexo 4 mostra a nova versão da matriz de responsabilidades.

Análise do Ministério da Integração Nacional – riscos macroeconômicos:

50. Conforme mencionado na Nota Técnica da Gerenciadora, o item de risco macroeconômico não guarda relação com os conceitos de caso fortuito e força maior, mas sim, com a diferença histórica entre a fórmula paramétrica de reajuste e a variação apurada nos preços do SICRO e SINAPI. 51. Entretanto, verificou-se que o termo risco macroeconômico poderia causar algum conflito durante a gestão do contrato. Dessa forma, foi alterada a descrição do risco macroeconômico na matriz de responsabilidade para “Variação nos preços dos seguintes itens a maior do que os índices de reajuste contratual, salvo os reajustes considerados como força maior ou caso fortuito:”. 52. Por conseguinte, entende-se que a manutenção do item macroeconômico na taxa de risco não fere o inciso I, § 4º do Art. 9º da Lei nº 12.462/2011. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Este é certamente o ponto de maior divergência entre esta Equipe de Auditoria e o MI/Gerenciadora e Consultor contratado, o que não poderia ser diferente em razão da relativa novidade da aplicação da taxa de risco em editais de obras públicas nacionais, cujo

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procedimento foi inaugurado com o advento do RDC em 2011 e ainda pouco empregado nas licitações. Atualmente não há grande jurisprudência pátria que norteie o tema, e, portanto, há visões díspares sobre o tema, mas que tendem a se alinhar com o amadurecimento desse instituto. Assim, os questionamentos desta Controladoria buscaram refutar procedimentos que entendemos ser tecnicamente questionáveis, e não como uma imposição ao MI de um percentual para essa contingência. Isso porque a entidade que se encontra mais avançada na aplicação de metodologia para tratamento risco é o DNIT, muito em razão do elevado número de editais na qual sua metodologia já foi aplicada. Nessa autarquia encontram-se, na média dos empreendimentos colecionados pela CGU, taxas de riscos significativamente superiores ao do edital em apreço. Logo, apesar de discordarmos de parte dos argumentos trazidos pelo MI, conforme análise pormenorizada a seguir, adianta-se que não obstaremos o prosseguimento do futuro edital. Porém, mantemos os questionamentos assinalados no presente relatório para que a análise sobre tema seja aprofundada, a fim de se melhorar a metodologia do MI em futuros editais. Neste diapasão, principia-se por refutar a maneira do cálculo efetivado para o dito risco “macroeconômico”, que, com a nova redação dada pela matriz de risco, se buscou afastar a possível interpretação de coincidência com as hipóteses legais de caso fortuito e força maior. Porém, a nosso sentir, a metodologia utilizada para avaliar a variação nos preços dos seguintes itens a maior do que os índices de reajuste contratuais é deficiente. Isso porque, utilizar os preços do SICRO, e/ou SINAPI, como preços “reais de obras” extrapola-se o alcance desses sistemas a algo que eles não são. De fato, estes sistemas são apenas referenciais de preços para a Administração, com inúmeras deficiências apontadas por esta CGU e pelo TCU ao longo dos anos. Nesse sentido, ilustra-se que existem diversas variações de preços nesses sistemas por alterações metodológicas, em um processo contínuo de aperfeiçoamento, que não tem correlação direta com os custos efetivos das obras. Apenas a título de exemplo, vide a significativa variação de preços no SICRO 2 entre novembro/2012 e janeiro/2013 decorrentes da assunção da pesquisa de preços pela FGV; a alteração da metodologia baseada no menor preço pesquisado do insumo para o preço médio; e a instabilidade nos meses seguintes decorrente da imputação de vários preços. Tais variações, portanto, não guardam correlação direta com os preços efetivos das contratadas, e sim adaptações, ou mesmo falhas, do próprio sistema. Logo, estes descolamentos entre os preços do SICRO 2 e os índices de reajuste não são os melhores representantes deste dito “risco macroeconômico”. Também se entende que a amostra selecionada para representar o “risco de fornecedores” não é adequada, como reconhece o próprio Ministério. No entanto, na carência de melhores dados admite-se a utilização das informações então disponíveis. Ressalta-se novamente a necessidade do MI buscar ampliar e melhorar a amostra para definição da taxa de risco nos futuros editais.

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Por fim, mantemos o entendimento de que há incoerência no tratamento do risco hídrico, pois o cenário-base do orçamento já é bastante desfavorável. Todavia, como o impacto deste risco é mínimo no valor global do orçamento, também entendemos por transferir os debates desse tema ao refinamento da metodologia em futuros editais. Diante de todo exposto, nesse contexto relativamente novo de busca por formas de mapear as situações de risco e determinar valores, ou percentuais, capazes de mitigar eventuais prejuízos que impactariam o contrato, e considerando, ainda, a recente publicação de portaria do MI contemplando diretrizes sobre o tema, a CGU entende que a adoção do percentual de riscos proposto configura decisão motivada pela discricionariedade do gestor. De qualquer forma, com vista à melhoria da gestão e ao aperfeiçoamento dos editais futuros, caberá ao MI aprofundar os estudos sobre o tema, procurando caracterizar melhor o risco macroeconômico e aprimorar a metodologia de determinação do correspondente percentual de risco. Além disso, quando da ocorrência de uma eventual solicitação de reequilíbrio econômico, restará ao MI adotar providências visando alertar tanto o contratado como o gestor do contrato da necessidade de se averiguar a prévia cobertura do pleito por meio do componente de risco macroeconômico, a fim de evitar duplicidade e pagamento indevido. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Para as próximas contratações, refine a metodologia de cálculo da taxa de risco no âmbito do MI e estabeleça em portaria os parâmetros mínimos que os estudos que fundamentem essa taxa devam cumprir.

2.1.5. SUPERDIMENSIONAMENTO DO TRANSPORTE DE ÁGUA EM RAZÃO DA OPÇÃO DE UTILIZAÇÃO DE FONTE DE ÁGUA MAIS DISTANTE DA OBRA. Fato Como já adiantado na constatação anterior, o reservatório “Poço da Cruz” não é a opção mais econômica e nem tampouco a que propicia maior segurança hídrica à obra, especialmente no primeiro trecho – Canal C1 ao C9. Existe o reservatório de Sumé, situado no Estado da Paraíba, a uma distância de 56 km desse trecho, o qual possui capacidade de 44.864.100 m³. Atualmente, segundo dados da AESA, encontra-se com 28,9% de sua capacidade, ou seja, de 12.980.560m³. Abaixo, ilustra-se o trajeto entre a obra e o reservatório de Sumé/PB.

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Figura 5 – Distância entre o reservatório de Sumé/PB (A) e o trecho do canal C1 a C9 do

Ramal do Agreste (B).

Destaca-se que atualmente a opção mais econômica seria o açude de Poções, localizado no Município de Monteiro/PB. Esse reservatório encontra-se com 11,6% de sua capacidade, dispondo atualmente de 3.477.035 m³, conforme informação de 21/11/2014 da AESA. A DMT deste reservatório é de 37,10 km, sendo 23,70 km em rodovia asfaltada e 13,50 km de terra. Apresenta-se a seguir ilustração do trajeto entre a obra e o açude de Poções.

Figura 6 – Distância entre o açude de Poções (A) e a obra do Ramal do Agreste (B).

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Como citado na constatação anterior, ainda há o açude de Pocinhos, em Monteiro/PB, mais próximo à obra, a uma DMT de 13,6 km. Todavia, esse reservatório está momentaneamente em colapso, visto que sua capacidade hídrica atual é de 3.712 m³. Nesse diapasão, hoje o reservatório de Poço da Cruz, denominado Barragem Eng. Francisco Saboia e situado Município de Ibimirim, está com apenas 7% de sua capacidade, ou seja, também em colapso. Mas, conforme demonstrado acima, há dois açudes que, em tese, podem fornecer água à obra. Frisa-se que, apesar de contarem com um volume menor, qualquer dos açudes indicados no Estado da Paraíba tem capacidade suficiente para fornecer, durante os três anos de construção do empreendimento, o volume necessário às obras do Canal C1 ao C9, inclusive para as do sistema viário. Segundo os dados do projeto, as obras do sistema viário necessitam de um volume de água de 450.166,94 m³ e, como dito, o açude de Poções dispõe hoje de quase 3,5 milhões de m³ de água. Assim, demonstra-se que a opção de projeto pelo fornecimento de água a partir do reservatório do Poço da Cruz é antieconômica. A CGU recalculou o momento extraordinário de água para aterro tomando como origem o açude de Poções, conforme quadros a seguir. Por meio desse cálculo, obtém-se uma redução de 13.384.467,47 m³.km, que em termos financeiros se traduz em uma economia de R$ 16.061.360,97 no preço da obra.

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Quadro 17 – Recálculo do momento extraordinário de água para aterro, a partir do açude de Poções.

##/Fato##

LocalDistância

Fixa

Distância

Total

Volume de

Aterro

Consumo

(m³/m³)

Momento

extraordinário (A)

m³ x km

Distância

Fixa

Distância

Total

Momento

extraordinário

(B) m³ x km

(A-B) m³ x km

Canal 1 86 86,78 111.510,26 0,172 1.664.419,98 38 38,78 743.791,28 920.628,71

Canal 2 86 88,45 103.198,83 0,172 1.570.005,08 38 40,45 717.995,54 852.009,54

Canal 3 86 89,8 52.858,03 0,172 816.423,99 38 41,8 380.028,09 436.395,90

Canal 4 86 91,37 4.150,96 0,172 65.234,99 38 43,37 30.964,67 34.270,33

Canal 5 86 93,83 291.545,47 0,172 4.705.182,37 38 45,83 2.298.182,97 2.406.999,40

Canal 6 73 84,71 407.826,82 0,172 5.942.085,71 51 62,71 4.398.869,02 1.543.216,69

Canal 7 73 79,5 213.397,06 0,172 2.917.991,40 51 57,5 2.110.496,92 807.494,48

Canal 8.1 73 76,68 139.557,95 0,172 1.840.624,22 51 54,68 1.312.536,94 528.087,28

Canal 8.2 73 73,9 94.561,27 0,172 1.201.949,39 51 51,9 844.129,55 357.819,85

Canal 8.3 73 75,32 163.801,38 0,172 2.122.053,43 51 53,32 1.502.229,01 619.824,42

Canal 8.4 73 78,82 113.947,81 0,172 1.544.795,02 51 56,82 1.113.616,51 431.178,51

Canal 8.5 73 82,75 187.354,15 0,172 2.666.611,62 51 60,75 1.957.663,51 708.948,10

Canal 9 73 88,3 144.456,82 0,172 2.193.952,40 51 66,3 1.647.327,79 546.624,61

29.251.329,59 10.193.497,80

Aqueduto Passagem 86 87,86 2.105,00 0,172 31.810,59 38 39,86 14.431,71 17.378,88

Aqueduto Boqueirão 86 91,59 53.960,00 0,172 850.057,78 38 43,59 404.564,02 445.493,76

Aqueduto Jiboi 86 96,08 1.030,00 0,172 17.021,53 38 48,08 8.517,85 8.503,68

Aqueduto Lagoa do Meio 73 91,61 1.134,00 0,172 17.868,35 51 69,61 13.577,29 4.291,06

Aqueduto Minador 73 78,67 1.776,00 0,172 24.031,48 51 56,67 17.311,10 6.720,38

465.008,88

Canal 1 86 86,78 9.305,30 0,100 80.751,39 38 38,78 36.085,95 44.665,44

Canal 2 86 88,45 1.312,00 0,100 11.604,64 38 40,45 5.307,04 6.297,60

Canal 3 86 89,8 14.298,52 0,100 128.400,71 38 41,8 59.767,81 68.632,90

Canal 4 86 91,37 - 0,100 - 38 43,37 - -

Canal 5 86 93,83 3.056,00 0,100 28.674,45 38 45,83 14.005,65 14.668,80

Canal 6 73 84,71 1.152,00 0,100 9.758,59 51 62,71 7.224,19 2.534,40

Canal 7 73 79,5 - 0,100 - 51 57,5 - -

Canal 8.1 73 76,68 - 0,100 - 51 54,68 - -

Canal 8.2 73 73,9 436,00 0,100 3.222,04 51 51,9 2.262,84 959,20

Canal 8.3 73 75,32 - 0,100 - 51 53,32 - -

Canal 8.4 73 78,82 - 0,100 - 51 56,82 - -

Canal 8.5 73 82,75 2.641,00 0,100 21.854,28 51 60,75 16.044,08 5.810,20

Canal 9 73 88,3 158,00 0,100 1.395,14 51 66,3 1.047,54 347,60

Aqueduto Passagem 86 87,86 31.005,00 0,100 272.409,93 38 39,86 123.585,93 148.824,00

Aqueduto Boqueirão 86 91,59 17.225,00 0,100 157.763,78 38 43,59 75.083,78 82.680,00

Aqueduto Jiboi 86 96,08 18.285,00 0,100 175.682,28 38 48,08 87.914,28 87.768,00

Aqueduto Lagoa do Meio 73 91,61 17.225,00 0,100 157.798,23 51 69,61 119.903,23 37.895,00

Aqueduto Minador 73 78,67 14.045,00 0,100 110.492,02 51 56,67 79.593,02 30.899,00

531.982,14

Canal C2 e C3 86 89,13 1.844,84 0,172 28.282,06 38 41,13 13.051,06 15.231,00

Canal C4 e C5 86 93,6 6.525,98 0,172 105.063,06 38 45,6 51.184,57 53.878,49

Canal C5 e C6 86 97,04 8.150,62 0,172 136.041,02 38 49,04 68.749,50 67.291,52

Canal C7 e C8.1 73 77,84 10.327,51 0,172 138.269,66 51 55,84 99.190,36 39.079,30

Canal C7 e 8.2 73 76,65 11.288,51 0,172 148.825,46 51 54,65 106.109,74 42.715,72

73 73,41 1.254,28 0,172 15.837,19 51 51,41 11.091,00 4.746,20

Canal C8.2, C9 e C10 73 82,97 30.439,12 0,172 434.391,81 51 60,97 319.210,18 115.181,63

338.123,85

Canal C2 e C3 86 89,13 - 0,100 - 38 41,13 - -

Canal C4 e C5 86 93,6 31.594,00 0,100 295.719,84 38 45,6 144.068,64 151.651,20

Canal C5 e C6 86 97,04 20.737,00 0,100 201.231,85 38 49,04 101.694,25 99.537,60

Canal C7 e C8.1 73 77,84 16.569,00 0,100 128.973,10 51 55,84 92.521,30 36.451,80

Canal C7 e 8.2 73 76,65 9.439,20 0,100 72.351,47 51 54,65 51.585,23 20.766,24

73 73,41 1.045,80 0,100 7.677,22 51 51,41 5.376,46 2.300,76

Canal C8.2, C9 e C10 73 82,97 12.776,00 0,100 106.002,47 51 60,97 77.895,27 28.107,20

338.814,80

Canal C1 a C5 86 90,95 60.000,00 0,172 938.604,00 38 42,95 443.244,00 495.360,00

Canal C6 a C9 73 80,37 121.500,00 0,172 1.679.572,26 51 58,37 1.219.816,26 459.756,00

73 82,1 148.500,00 0,172 2.096.998,20 51 60,1 1.535.074,20 561.924,00

1.517.040,00

13.384.467,47

16.061.360,97R$

Momento extraordinário de água maior que o devido (m³ x km) =

Sobrepreço em razão da superestimativa do Momento Extraordinário de transporte de água =

Aterro Canais

Aterro Aquedutos

Enrocamento aquedutos

Aterro Canais - Sistema Viário Complementar

Enrocamento Canais

Enrocamento - Sistema Viário Complementar

ESTRADA PROVISÓRIA

Corrigido CGUProjeto MI

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Manifestação da Unidade Examinada 53. A Controladoria entende que o reservatório utilizado no orçamento (Poço da Cruz) não é a opção mais econômica e não propicia maior segurança hídrica à obra, pois estaria em colapso. 54. Cita que o reservatório Sumé, situado no Estado da Paraíba, possui distância menor e expõe sua situação atual de reservação. 55. Destaca que atualmente a opção mais econômica seria o açude Poções, localizado no Município de Monteiro/PB. E ainda, haveria a possibilidade de utilização do açude Pocinhos, em Monteiro/PB, em caso de chuva, mas constata que o reservatório encontra-se “momentaneamente em colapso”. 56. Então, recalculou o momento de transporte considerando apenas o açude Poções. Comentários da Gerenciadora:

57. A Gerenciadora argumenta que foram considerados somente reservatórios dentro do Estado de Pernambuco e com disponibilidade hídrica na ocasião da elaboração do orçamento. 58. Entretanto, considerando-se a possibilidade de obtenção de autorização de captação de água em outros estados refez os quantitativos de momento de transporte de água para terraplanagem e concreto utilizando-se os reservatórios de Sumé e Pão de Açúcar. 59. Informa que não foram considerados os reservatórios Poções e Pocinhos, pois estão em colapso atualmente. Análise do Ministério da Integração Nacional:

60. O MI entrou em contato, via telefone e correspondência eletrônica, com a área técnica da ANA questionando a possibilidade de utilização dos reservatórios da Paraíba (Poções e Sumé) nas obras do Ramal do Agreste. Após análise preliminar, a ANA respondeu que:

[...] a demanda apresentada pode ser atualmente atendida pelo Açude Sumé. O volume deste açude, em 28/01/2015, era igual a 10,56 hm³ (23,54% de sua capacidade). A demanda total solicitada (0,52 hm³) corresponde a, aproximadamente, 5% do volume acumulado pelo açude em 28/01/2015. Ademais, espera-se que haja alguma recarga em 2015, durante a estação chuvosa. Esclareço que, dependendo da recarga dos açudes em 2015 e de outros fatores, a ANA poderá solicitar, a qualquer tempo, a mudança da fonte hídrica para o Açude Poço da Cruz, ou mesmo autorizar a captação no Açude Poções.

61. A ANA solicitou a formalização do pleito que foi realizada por meio do Ofício nº 60/2015/DPE/SIH/MI, em 19 de fevereiro de 2015, o qual, até a presente data, não foi respondido.

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62. Dessa maneira, a utilização dos reservatórios de Sumé e Pão de Açúcar no orçamento correspondem as fontes hídricas disponíveis atualmente, considerando as informações obtidas junto àquela agência. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O MI acata parcialmente os argumentos deste Controle Interno, pois utilizou no cálculo do momento de transporte de água a origem no reservatório de Sumé na Paraíba. Por sua vez, a CGU utilizou como opção para o primeiro trecho o reservatório de Poções, mais próximo à obra, mas com disponibilidade hídrica sabidamente restrita, tanto quanto da barragem de Ibimirim utilizada inicialmente no projeto, diga-se. Cabe destacar que o reservatório de Sumé foi a solução de maior disponibilidade hídrica no cenário atual, a qual inclusive foi indicada pela CGU como uma possível solução. Ademais, sua adoção em detrimento ao reservatório indicado inicialmente no projeto executivo implicou uma redução de R$ 8.750.979,72 nos custos estimados para o empreendimento, segundo os cálculos do próprio MI. Neste diapasão, o MI traz a informação obtida por e-mail junto à ANA (Anexo A do Ofício nº 43/AECI/GM/MI) de que, neste momento, autorizaria a captação apenas no Açude de Sumé, e não em Poções. Assim, diante da informação da ANA da indisponibilidade atual do Açude de Poções, não resta solução diversa da adotada agora pelo MI e sugerida por esta CGU. Porém, cabe observar que seria salutar que a informação da ANA fosse oficializada e incluída no projeto executivo. Isso porque é uma informação importante para a elaboração das propostas, pois permite aos licitantes conhecer a indisponibilidade atual do Açude de Poções, como fonte de água para as obras, e as incertezas existentes. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: No próximo edital para licitação do empreendimento utilize como fonte de água para obras os açudes disponíveis que impliquem em menores DMTs, e por conseguinte, menores custos ao erário em vassalagem ao princípio constitucional da economicidade.

2.1.6. DUPLICIDADE DE PERDAS NO SERVIÇO DOS CONCRETOS PROJETADOS. Fato Conforme estabelecido na NBR – 6120 a densidade do concreto simples é em torno de 2.400 kg/m³. O orçamento de referência elegeu a composição CA0473 para o serviço de concreto projetado. Verifica-se nessa composição que os pesos dos agregados (cimento, areia e brita) perfazem um total de 3.725 kg/m³ [500 kg de cimento + (1,4 m³)x(1.500 kg/m³) de areia + (0,75 m³)x(1.500 kg/m³) de brita = 3.725 kg/m³]. Inicialmente, evidencia-se um consumo exagerado de materiais, mas que pode estar relacionado à natureza e às condições de execução do serviço. Esmiúça-se: em princípio, o

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consumo de insumos a maior (cerca de 1300 kg a mais) justifica-se pelas perdas durante a execução do serviço. Nesse momento, salvo melhor juízo, o citado exagero guarda correlação com a execução do serviço e, por decorrência, com as possíveis perdas. Abaixo segue o detalhamento da composição CA0473 – concreto projetado – túnel (sem tela).

Quadro 18 – Composição CA0473 – Concreto Projetado – túnel (sem tela). A CGU fez uma comparação da composição CA0473 com a composição 100.25.42 – Concreto Projetado, constante da tabela de referência da Codevasf. Verifica-se que o consumo de cimento e agregados da composição de referência é idêntico ao da Codevasf. A título de informação, a composição da Companhia faz parte do RDC Presencial nº 01/2013 – Execução de Obras Civis, instalação, Montagem, Comissionamento e Testes das Obras Complementares das Metas 1L e 2L, do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. Apresenta-se a seguir a composição da Codevasf.

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Quadro 19 – Composição Concreto Projetado da Codevasf e presente no orçamento das obras complementares das Metas 1L e 2L do PISF.

Como se nota das duas composições acima, os coeficientes de produtividade dos insumos areia, brita e cimento são idênticos em ambas. Isso denota que a composição do MI é oriunda das tabelas de composição da Codevasf. Porém, no orçamento de referência do Ramal do Agreste, a projetista aplicou sobre a composição CA0473 um fator de majoração de 1,45, conforme se depreende da composição CG0358, a seguir. Quadro 20 – Composição CG0358 – Concreto projetado – fabricação e lançamento (túnel).

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A projetista justifica que essa majoração de 1,45 refere-se às perdas. Neste sentido a Nota Técnica Concreto Projetado Para Taludes e Túneis – Ramal de Entremontes (1377-NTC-3700-00-00-006-R00), que compõe a Memória Orçamentária do orçamento sob análise, não deixa dúvida que o coeficiente de 1,45 foi aplicado a título de perdas, fl. 10: Aplicamos um coeficiente de perda de 1,45, referente à média para perdas de concreto projetado em superfícies sem tela, sendo 1,38 para paredes e 1,51 para teto. Com referência à composição CA0473, depreende-se que para se conseguir executar 1 (um) m³ de concreto projetado é necessário 3.725 kg de agregado. Se compararmos esse valor ao peso do concreto simples (2.400 kg/m³), temos um fator de majoração de 1,55 (=3725/2400). Esse acréscimo de 55%, a princípio, se justifica devido às perdas. Deixando, nesse momento, de emitir um juízo de valor sobre a magnitude desses 55%, o que realmente destoa tecnicamente é a aplicação de um novo fator de majoração (1,45) sobre indicadores de produtividades que já estão majorados. Sabe-se que essa nova majoração na composição final do concreto projetado refere-se ao fenômeno de reflexão, que ocorre durante a projeção do concreto, onde parte do material é refletido, não ficando incorporado à superfície-alvo, caindo ao chão consequentemente. Tal fenômeno é influenciado pela dimensão da camada a ser executada, quantidade e dimensão do agregado, quantidade de água da mistura, características do substrato onde se está projetando e, principalmente, o processo de projeção. Segundo Figueiredo e Helene (1993) , o processo de projeção pode ser classificado segundo o tipo de equipamento utilizado, o qual define em que condições se irá trabalhar com o material, bem como as propriedades que ele irá apresentar. De forma resumida, há dois tipos básicos de projeção: o via seca e o via úmida. O quadro a seguir ilustra as diferenças entre os dois métodos. (original sem grifos)

Quadro 21 – Fatores ligados à projeção por via seca e úmida.2

FATOR VIA SECA VIA ÚMIDA

1. EQUIPAMENTO

• menor investimento total • manutenção simples e pouco

frequente • fácil operação

• menos equipamento no local de trabalho

• menor desgaste de bico, mangueiras e bomba para a mesma produção

• consumo de ar até 60% menor

2. MISTURA

• na obra ou na usina • possibilidade de utilização de

misturas pré-dosadas • desempenho alterado pela umidade

da areia

• na usina e apurada • a umidade da areia não interfere no

processo

3. PRODUÇÃO E ALCANCE

• raramente ultrapassa os 5m³/h no campo

• pode transportar material a maiores distâncias

• 2 – 10m³/h na projeção manual • até 20m³/h na projeção mecanizada-

robo

4. REFLEXÃO

• 15-40% para paredes verticais • 20-50% para o teto • ocorrer formação de bolsões de

material refletido • variação do traço na estrutura por

perda intensa de agregado

• baixa reflexão que pode ser menor que 10%

• não ocorrer formação de bolsões de material refletido

• pequena perda de agregado

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FATOR VIA SECA VIA ÚMIDA

5. QUALIDADE

• alta resistência de vido ao baixo fator a/c

• menor homogeneidade do material • depende da experiência da mão-de-

obra

• maior dificuldade para obter grandes resistências (alto fator a/c)

• maior homogeneidade na qualidade

6. VELOCIDADE DE IMPACTO

• maior com melhor adesão e facilidade de aplicação no teto

• maior facilidade de compactação do material

• geralmente adequada para emprego em tuneis e minas

• material menos compacto, geralmente

7. ADITIVOS

• em pó adicionados na betoneira ou antes da cuba de alimentação

• líquidos adicionados no bico de projeção

• utiliza-se apenas os aditivos líquidos

8. POEIRA E NÉVOA

• grande produção de poeira (3) • dificuldade de visualização do

trabalho • formação de ambiente insalubre em

túneis (exige ventilação)

• muito pouca formação de poeira • melhor visibilidade • pode produzir névoa de aditivo

liquido de alta alcalinidade e tóxica exigindo ventilação

9. VERSATILIDADE • pode ser utilizada para jateamento

de areia, projeção de argamassa e materiais refratários e recobrimentos

• pode ser utilizada como sistema de bombeamento convencional de concreto

10. FLEXIBILIDADE

• facilidade de interrupção com pouca ou nenhuma perda de material

• ajustável às condições da superfície (em presença de água)

• exige planejamento cuidadoso para minimizar perdas por interrupção do trabalho

• apresenta dificuldade de operação em superfície molhada (exige maiores teores de aditivos aceleradores)

2 - Concreto projetado: o controle do processo de projeção / A. D. de Figueiredo. P. R. L. Helene. São Paulo: EPUSP, 1993 Destaca-se a baixa reflexão no processo de projeção via úmida em relação à via seca, chegando-se a reduzir a perda a menos de um terço. No projeto das obras do Ramal do Agreste constata-se a previsão de emprego exclusivo da via seca, sem a apresentação da devida justificativa da escolha dessa opção em detrimento à via úmida, a qual apresenta vantagens ambientais, produtivas, qualitativas e, principalmente, econômicas pelo fato de reduzir a perda de um material nobre como o concreto. Retornando à questão do fator de reflexão (perdas), ao se analisar o serviço de concreto projetado segundo o orçamento do Ramal do Agreste e o que vem sendo utilizado nas obras complementares das Metas 1L e 2L do PISF, constata-se que a aplicação de um novo fator de 1,45 (vide Quadro 20 – ) prevista para as obras do Ramal representa uma duplicidade, tendo em vista a majoração já introduzida no traço do concreto (de 1,55) e nos coeficientes da mão de obra e dos equipamentos. Essa constatação é percebida ao se comparar as duas composições apresentadas anteriormente (Quadro 18 – e Quadro 19 – ). No caso do concreto, não houve alteração do consumo dos materiais, uma vez que as duas composições mantiveram o mesmo traço. Mas, na composição final referente à execução do serviço, nas obras complementares do PISF não foi adotado qualquer outra majoração, como agora o fez ao aplicar o fator de 1,45

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para o Ramal do Agreste. Isso se deu justamente em decorrência da incorporação das perdas inerentes à execução do serviço já no dimensionamento do traço do concreto. A título ilustrativo, ao majorarmos o valor 3.725 kg (repita-se já majorado) em mais 45%, chega-se ao valor de 5.401 kg/m³. Desse valor depreende-se que para se conseguir executar 1 (um) m³ de concreto projetado é necessário 5.401 kg de agregado. Se compararmos esse valor ao peso do concreto simples (2.400Kg/m³), tem-se um fator de majoração de 2,25 (=5.401/2.400). Desse fator, deduz-se que as perdas equivalem a 125%, isto é, para execução de 1 (um) m³ de concreto projetado perde-se 1,25 m³ de concreto. Essa premissa além de ser antieconômica é também tecnicamente incompatível com a realidade do serviço de concreto projetado. No caso dos equipamentos e da mão de obra, percebe-se que nas obras do Ramal do Agreste os coeficientes da composição sofreram forte elevação em relação a composição anterior do PISF, sem que houvesse uma justificativa técnica para tamanha diferença. Do exposto, a CGU entende pela retirada do fator de perda (f = 1,45) sobre o valor da composição CA0473, pois essa premissa gera duplicidade e, por decorrência, um sobrepreço de R$ 5.936.514,94. Cabe destacar que mantivemos os demais coeficientes de mão de obra e equipamentos previstos na composição CA0473 por conservadorismo. Todo o raciocínio até aqui desenvolvido também pode ser aplicado à CPU CG0355 – CONCRETO PROJETADO (TALUDES) – FABRICAÇÃO E LANÇAMENTO. Para o cálculo do valor dessa composição, a projetista aplicou um fator de majoração de 1,38 sobre a composição CA0473. Analogamente ao que ocorreu com o serviço de concreto projetado para túneis, esse fator de 1,38 promove uma duplicidade de perdas, isto é, a premissa da projetista majora as perdas já inseridas na composição do serviço CA0473. Mais uma vez, a CGU entende pela remoção do fator de perda (f = 1,38) sobre o valor da composição CA0473, pois essa premissa gera também duplicidade e, por consequência, um sobrepreço de R$ 571.414,71. Por fim, devido à duplicidade de perdas, o sobrepreço total nos serviços de concreto projetado é de R$ 6.507.929,65. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada 63. A CGU expõe que a composição auxiliar CA0473 – “Concreto Projetado – túnel (sem tela)” do serviço de concreto projetado apresenta a somatória dos pesos dos agregados maior que a densidade estabelecida na NBR 6120 para concreto simples e enfatiza que o consumo de insumos a maior pode estas relacionado à natureza e às condições de execução do serviço, justificando-se pelas perdas durante a execução do serviço. 64. Além disso, observa que nas composições CG0358 – “Concreto Projetado - fabricação e lançamento (túnel)” e CG0355 – “Concreto Projetado - fabricação e lançamento (TALUDES)” aplicou-se, respectivamente, fatores de majoração de 1,45 e 1,38. Assim, entende que há duplicidade de perdas nas composições que devem ser corrigidas com a retirada dos fatores de majoração.

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Comentários da Gerenciadora:

65. Quando do Ofício encaminhado à Gerenciadora solicitou-se avalição da existência de duplicidade de perdas no concreto projetado, uma vez que o traço da composição apresenta um peso especifico que já indica uma perda e ainda sim foi aplicado um coeficiente de perda; 66. A Gerenciadora considerou a ponderação válida e retirou as majorações nos coeficientes do concreto projetado. Análise do Ministério da Integração Nacional:

67. Esta equipe técnica entende que a observação realizada pela CGU foi pertinente. Por conseguinte, concorda com a retirada dos coeficientes de majoração das composições, com o consequente impacto orçamentário. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Diante do exposto pelo MI e Gerenciadora, resta evidente a falha inicial do orçamento de referência e, portanto, considera-se adequado o procedimento da retirada do coeficiente de perdas que estava gerando duplicidade nas composições de referência do concreto projetado. Frisa-se que tal correção provoca a redução de R$ 6.507.924,42 nos custos estimados para a obra. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: No novo orçamento da obra retirar os coeficientes de majoração das composições de concreto projetado, visto que as composições de referência utilizadas já possuem quantidades adicionais relacionadas às perdas, evitando assim a duplicidade.

2.1.7. SUPERDIMENSIONAMENTO DO VOLUME DE CONCRETO POROSO Fato O projeto executivo do empreendimento prevê a aplicação do concreto poroso para a regularização das superfícies resultantes do desmonte a fogo de materiais de 3ª categoria. Tal serviço se faz necessário em razão da ocorrência do fenômeno conhecido como over break, que naturalmente surge no desmanche de rocha a fogo, resultando em seções geométricas escavadas maiores do que aquelas previstas em projeto. Nesse diapasão, o item 6.2.28, do Anexo 06 - Especificações Técnicas das Obras Civis esclarece que a espessura da camada de concreto poroso depende de duas variáveis, a saber: • a espessura mínima necessária dessa camada, decorrente do tamanho dos agregados utilizados. No caso, com o emprego de brita 1, a espessura mínima é de 7,5 cm. • a sobre-escavação média (“over break”) resultante das escavações executadas.

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Ainda nessa linha de raciocínio, para a definição do quantitativo deste serviço, basta multiplicar a área das seções laterais do canal pela espessura média da camada de concreto. A superfície do fundo do canal não é contabilizada, pois nesse local não se aplica o material. Apresenta-se abaixo a memória de cálculo utilizada pelo orçamentista. Quadro 22 – Relatório Final do Projeto Executivo Canal C7 – Quantitativos dos Serviços,

documento nº 1250-QNT-5211-20-04-001-R4, fl. 9

Conforme destaque em vermelho, nota-se que a projetista utilizou a espessura de 30 cm para efeitos de cálculo. Primeiramente, o projeto não apresenta justificativa para essa espessura. Ademais, na prática, verifica-se que tal valor normalmente é da ordem de 10 a 20 cm. Para fins de exemplo, citamos as medições dos serviços efetivamente executados nas obras do Consórcio São Francisco Leste, obras – Complementares das Metas 1L e 2L, Contrato nº 47/2013, Boletim nº 12.

Quadro 23 – Recorte de trecho do 12º Boletim de Medição, Contrato nº 47/2013.

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1. 1. 1. 8 CR0001 Regularização dos taludes do canal com concreto poroso m³ 2.277,000Nos trechos em rocha: 0,20m (espessura) x 797,27 (comprimento

do trecho em rocha) x 14,28m (area media do talude)

1. 2. 1. 7 CR0001 Regularização dos taludes do canal com concreto poroso m³ 567,000 da 979 a 989+10 trecho em rocha: = 210*6,75*0,2*2 = 567m³

1. 3. 1. 13 CR0001 Regularização dos taludes do canal com concreto poroso m³ 6.827,520area da seção hidraulica onde foi considrado o prefissuramento

vezes espessura media (20cm).

1. 4. 1. 13 CR0001 Regularização dos taludes do canal com concreto poroso m³ 653,20010 seçoes em materie de 3a (estimado pelas seçoes de projeto)

expessura media de 20cm. 200 x8,165 x 0,2 x 2

1. 5. 1. 9 CR0001 Regularização dos taludes do canal com concreto poroso m³ 973,440 360 x 6,76 x 2 x 0,20

1. 6. 1. 14 CR0001 Regularização dos taludes do canal com concreto poroso m³ 8.598,720 42.993,60 x 0,20 = 8.598,72

7. 1. 51 CR0001Regularização dos taludes do canal com concreto poroso,

inclusive cimento m³ 208,160

(Quant. Proj. Executivo - Quant. Executada); Planilhas EBV's - 2-3-4-

5-40

9. 1. 44 CR0001Regularização dos taludes do canal com concreto poroso,

inclusive cimento m³ 272,700

(Quant. Proj. Executivo - Quant. Executada); Planilhas EBV's - 2-3-4-

5-85

Do recorte acima, verifica-se que a espessura média dessa camada é de 13 cm, sendo a maior espessura de 17 cm, vide estaca 838. Nessa mesma toada, vale citar o caso do Edital RDC Presencial nº 01/2013, cujo objeto é a “Execução de obras civis, instalação, montagem, comissionamento e testes das obras complementares das Metas 1l e 2l, do Projeto de Integração do Rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional”, orçado no valor de R$ 492.615.215,52. De acordo com o documento Meta 1L+2L - Planilha Quantitativos - Memória Cálculo disponibilizado pelo MI, para o serviço Regularização dos taludes do canal com concreto poroso, unidade em “m³”, foi considerada a espessura de 20 cm nos cálculos das quantidades do referido serviço, conforme quadro abaixo.

Quadro 24 – Recorte da memória de cálculo dos quantitativos das obras complementares das Metas 1L+2L do PISF.

Cabe esclarecer que a aplicação de concreto poroso para regularização de superfícies resultantes do desmonte a fogo não é algo estanque, ou seja, segue uma espessura pré-definida. Na prática, busca-se minimizar a ocorrência de over break por meio de ajuste do plano de fogo do desmonte. Isso se dá por razões econômicas e técnicas, tais como o elevado custo do concreto poroso e a necessidade de se evitar a ocorrência de escorregamento da massa. Assim, tendo em vista que não é usual a aplicação de camadas espessas de concreto poroso para preenchimento das irregularidades decorrentes dos desmontes a fogo e que não há justificativas técnica e econômica no projeto para a execução de uma camada de 30 cm, a CGU considerou a espessura de 20 cm para o cálculo do volume do presente serviço, valor este bem conservador e baseado nas obras executadas pelo próprio Ministério, inclusive no âmbito do PISF. Ao se adotar 20 cm de espessura, tem-se uma redução de 26.407,1 m³ no quantitativo de projeto, que em termos financeiros equivale a uma economia de R$ 4.628.111,27. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada 68. A CGU ilustra que no Relatório Final do Projeto Executivo foi prevista uma espessura de 30 cm para a regularização de talude com concreto poroso não apresentando justificativa para tal. 69. Expõe que “na prática, verifica-se que tal valor normalmente é da ordem de 10 a 20 cm.”. Para isso, exemplifica com Boletim de medição no 12 dos serviços executados nas

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obras do Consórcio São Francisco Leste – Contrato no 47/2013. Verificando uma espessura média de 13 cm e uma maior espessura de 17 cm. 70. E ainda, cita o caso que no Edital RDC Presencial no 01/2013 (obras complementares das Metas 1L e 2L) foi considerada espessura de 20 cm nos cálculos das quantidades do referido serviço, conforme memória de cálculo. Comentários da Gerenciadora:

71. A Gerenciadora explicou que para a elaboração do orçamento “foram considerados os quantitativos informados pela projetista responsável pela execução do projeto executivo. Dessa forma, conforme relatórios desse projeto executivo, foi utilizada a espessura média de 30 cm no cálculo dos volumes de concretos porosos para regularização das seções hidráulicas dos canais.”. Ao reavaliar os documentos do Projeto Executivo constatou que a Projetista realmente adotou a média de 30 cm nos cálculos dos quantitativos em todos os canais e por outro lado indicou, em detalhes de desenhos, que a espessura de 30 cm é máxima. Isso gerou uma contradição das informações. 72. Por conseguinte, considerando a prática observada em outros trechos do PISF, adotou a espessura média de 20 cm para o cálculo do concreto poroso. Análise do Ministério da Integração Nacional:

73. Entende-se que as informações confusas expostas no Projeto Executivo confundiram a Gerenciadora quando da elaboração do orçamento. No entanto, oportunamente, a Controladoria observou, a tempo, o erro nos quantitativos. Assim, considera-se que o ajuste realizado foi correto. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A manifestação do MI ilustra o ocorrido e corrobora o entendimento desta CGU. Cabe ressaltar, contudo, que o MI e a CODEVASF deveriam se valer de uma análise detalhada dos parâmetros efetivos de campo das diversas obras do PISF, disponibilizados pelas Supervisoras/Gerenciadoras dos diversos contratos, de modo a subsidiar o planejamento de futuros empreendimentos. Tal procedimento visa internalizar na Administração Pública o “know how” destes serviços relacionados às grandes obras hídricas, cujo conhecimento está concentrado atualmente nos parceiros privados e em alguns poucos engenheiros de campo do Ministério e da Companhia. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: No novo orçamento de referência, utilize parâmetros de consumo de materiais mais próximos à realidade de campo das obras anteriores do PISF, nos termos expressos nesta constatação. Recomendação 2: Realizar uma análise dos parâmetros de campo, de contratos pretéritos e vigentes, dos serviços mais relevantes para as grandes obras hídricas, com a finalidade de obter projetos e orçamentos mais aderentes à realidade das obras.

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2.1.8. DUPLICIDADE NO NÚMERO DE ENCARREGADOS Fato Observa-se no orçamento da obra, especificamente no item “Administração Local”, que foram incluídos os custos dos encarregados de diversos serviços: usinagem de concreto, britagem, armação e terraplenagem. Segue abaixo o recorte do item Administração local.

Quadro 25 – Previsão de encarregados de diversos serviços na Administração Local. Sabemos que as composições do SICRO 2 já abarcam esses profissionais. E como o orçamento de referência elege as composições desse sistema, extrai-se que esses profissionais já estão incluídos nas composições de preço unitário, a exemplo da CPU abaixo.

Quadro 26 – Composição CA0428 – Fabricação de Concreto na Central (sem material) com previsão de encarregado.

Em tempo, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201408632/002, a CGU já havia pedido justificativas ao MI sobre essa constatação, o qual se limitou a responder da seguinte maneira, in verbis:

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Resposta: Os profissionais locados na Administração Local não são os presentes nas composições de preços unitários, ou seja, esses não participam diretamente da execução dos serviços, são os técnicos responsáveis pelas áreas afins. Contudo, o Manual de Custos Rodoviários – Volume 1 – Metodologia e Conceitos, fl. 26, deixa claro que no SICRO 2 os encarregados responsáveis pelos serviços, apesar de obviamente não participarem diretamente da execução, já estão incluídos nas composições. Apresenta-se abaixo o citado trecho do Manual do DNIT: (original sem grifos)

Administração Local – Compreende o conjunto de atividades realizadas no local do empreendimento pelo Executor, necessárias à condução da obra e à administração do contrato. É exercida por pessoal técnico e administrativo, em caráter de exclusividade. Seu custo é representado pelo somatório dos salários e encargos dos componentes da respectiva equipe, que inclui pessoal de serviços gerais e de apoio. Segundo a metodologia adotada, estão incluídos também na administração local, os mestres e encarregados gerais, visto que os níveis inferiores da hierarquia estão incluídos diretamente nas Composições de Atividades e Serviços. Este custo depende da estrutura organizacional que o Executor vier a montar para a condução de cada obra e de sua respectiva lotação de pessoal. Não existe modelo rígido para esta estrutura. As peculiaridades inerentes a cada obra determinarão a estrutura organizacional necessária para bem administrá-la.

O citado manual deixa claro que na Administração Local deveriam figurar apenas os níveis superiores da hierarquia da obra, quais sejam: engenheiros, mestres e encarregados gerais. Já os encarregados de serviços (de turma, de britagem, de pavimentação, etc.) não devem constar do item Administração local, pois já figuram nas respectivas CPU’s. De fato, analisando as quantidades totais de mão de obra previstas para o empreendimento, é possível notar que, em determinado mês da obra, o número de encarregados chega a 270 profissionais, isto é, 10% de toda a força de trabalho. Em outros termos, como para esse mesmo mês há 2.742 homens, conclui-se que cada encarregado é responsável por apenas 10 serventes, vide Memória Orçamentária fls.467 a 469. Portanto, nota-se que o número de encarregado para obra está superdimensionado. Em comparação com as demais obras do PISF, aqui citamos especificamente o Relatório de Evolução das Obras, Trecho I, período 01/09/2014 a 30/09/2014, observa-se que no Lote 2 havia 358 profissionais trabalhando, dos quais apenas 15 eram encarregados, isto é, 4,2% do total da força de trabalho. Ademais, no Lote 8 havia 828 profissionais mobilizados, dos quais apenas 38 eram encarregados, isto é, aproximadamente 4,5% do total da força de trabalho. A CGU entende que os encarregados alocados no item Administração Local devem ser expurgados, face à duplicidade existente. Essa alteração promove uma redução de R$ 6.506.146,08 no preço da obra, conforme detalhado abaixo.

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Item Descrição mêses

Preço

Unitário Preço Total

1. 1. 1. 27

ENCARREGADO DE TERRAPLENAGEM/DESMONTE DE

ROCHA - 06 PROFISSIONAIS 216 5.829,88 1.259.254,08

1. 1. 1. 28 ENCARREGADO DE ARMAÇÃO - 06 PROFISSIONAIS 216 5.829,88 1.259.254,08

1. 1. 1. 29 ENCARREGADO DE FORMA - 06 PROFISSIONAIS 216 5.829,88 1.259.254,08

1. 1. 1. 30 ENCARREGADO DE BRITAGEM - 01 PROFISSIONAL 36 5.829,88 209.875,68

1. 1. 1. 31 ENCARREGADO DE CONCRETO - 08 PROFISSIONAIS 288 5.829,88 1.679.005,44

1. 1. 1. 32

ENCARREGADO DE OBRAS CIVIS DE ACABAMENTO - 02

PROFISSIONAIS 72 5.829,88 419.751,36

1. 1. 1. 33

ENCARREGADO DE MONTAGEM ELETROMECÂNICA - 02

PROFISSIONAIS 72 5.829,88 419.751,36

6.506.146,08R$

Preço Total com Encarregados de Serviços Incluidos indevidamente na Administração

Local (R$)=

Quadro 27 – Cálculo referente à retirada dos encarregados da Administração Local. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada 74. A Controladoria exibe no seu Relatório que no item de Administração Local foram incluídos os custos dos encarregados de diversos serviços e que as composições baseadas no SICRO 2 já abarcariam esses profissionais. 75. Expõe que já havia pedido justificativas ao MI sobre a duplicidade e que a resposta teria sido de que os profissionais locados na Administração Local não participariam diretamente da execução dos serviços, mas seriam responsáveis pelas áreas afins. 76. Assim, demonstra o Manual de Custos Rodoviários – Volume 1 – Metodologia e Conceitos, do SICRO 2, apresentando que na Administração Local figura-se apenas os profissionais de níveis superior da hierarquia da obra. Comentários da Gerenciadora: 77. A Gerenciadora informa que:

Existem duas categorias de Encarregados previstos no orçamento das obras. Eles exercem funções diferenciadas e recebem salários diferentes, e são plenamente justificáveis numa obra de grande porte, onde se faz necessário trabalhar com uma estrutura hierárquica de vários níveis. Os encarregados alocados no orçamento da Administração correspondem a profissionais de nível equivalente ao de técnico de obra. Eles exercem atividades de comando geral das equipes e controle de qualidade dos serviços, rodando as diversas frentes de serviço, verificando a conformidade dos serviços executados, as necessidades logísticas e efetuando a interface entre os profissionais das frentes e os engenheiros de obras.

78. Apesar das ponderações a Gerenciadora retirou do orçamento da Administração Local os encarregados, restando somente o de acabamento de obras civis e da montagem eletromecânica, pois não estão contemplados nas composições do SICRO 2.

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Análise do Ministério da Integração Nacional:

79. Considerando as informações dispostas no manual do SICRO 2, conforme apresentado pela CGU, esta Área Técnica entende que a correção no orçamento da Administração local resulta em concordância com a maioria das composições adotadas como referência, ou seja, estão em harmonia com o SICRO 2. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Apesar do posicionamento parcialmente divergente da Gerenciadora, o MI procedeu às correções pertinentes. Vale destacar, inclusive, que o valor reduzido pelo MI é superior ao proposto inicialmente pela CGU devido aos reflexos nos custos de outros itens da administração local como: menores custos de mobilização, refeições, transporte, dentre outros, os quais não tinham ainda sido computados pela Equipe de Auditoria. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Manter os novos parâmetros para o quantitativo de encarregados no futuro orçamento do empreendimento.

2.1.9. SOBREPREÇO NOS TUBOS DE AÇO CARBONO DA ADUTORA DA EBVII-1 Fato De acordo com o projeto executivo das obras do Ramal do Agreste, a Adutora de Recalque da EBVII-1 é constituída por um único conduto forçado de aço aparente, apoiado sobre berços no terreno, com diâmetro interno de 2,1 m, extensão de cerca de 7.200 m e pressão máxima de 350 mca, resultando numa estrutura composta por tubulação espessa autoportante, com espessuras de chapa variando de 16 mm a 25 mm, blocos de apoio fixos e móveis, blocos de ancoragem, válvulas de drenagem, ventosas, juntas de montagem, curvas, suportes, chumbadores, etc, conforme croqui abaixo.

Figura 7 – Croqui de implantação da Adutora de Recalque da EBVII-1.

No orçamento inicial previsto no Edital RDC PRESENCIAL nº 01/2014, a adutora de recalque da EBVII-1 representava 29,07% do orçamento global, ou seja, R$ 1.242.444.489,19. Considerando o comprimento total de 7.170 m, o valor por quilômetro

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da adutora ficou em R$ 50.585.239,92 (fornecimento e montagem), o qual se mostrou demasiadamente elevado quando comparado aos custos das demais estruturas da obra, tais como: os canais, aquedutos e túneis, conforme ilustrado no quadro abaixo. Esse comparativo é possível visto que a vazão de adução ao longo das estruturas do ramal do agreste é praticamente constante. Quadro 28 – Comparativo de preço por km das diversas estruturas das obras do Ramal do

Agreste.

Diante de tal assimetria de valores, esta Equipe de Auditora solicitou ao MI cópia do orçamento estimativo da obra objeto do Edital RDC Presencial nº 1/2014, assim como as composições de custo unitário e memória de cálculo dos quantitativos, por meio da Nota Técnica nº 1221/2014/GABDI/DI/SFC/CGU-PR, de 11 de junho de 2014. Segundo consta no documento Memória orçamentária – Equipamentos Eletromecânicos Ramal do Agreste (1377-MMO-3600-80-10-003-R00), os preços unitários de fornecimento dos tubos de aço carbono foram orçados com base em atualizações do Contrato nº 09/2009-MI referente ao fornecimento das tubulações da EBV3 (Eixo Leste). Em consulta às peças técnicas do projeto de engenharia da EBV3, tais como os relatórios, desenhos, especificações, dentre outros, disponíveis no sítio do Construmanager, verificou-se que o comprimento da tubulação de recalque da referida EB é substancialmente inferior à extensão da adutora do Ramal do Agreste, em que pese haver compatibilidade entre os diâmetros e espessura da parede dos tubos das duas linhas de adução. Outro ponto observado está relacionado ao fato dos tubos da EBV3 terem sido fornecidos sob a forma de peças (comprimentos variados) e não nos padrões comerciais de 6 ou 12 m. A respeito desse último ponto, é importante destacar que o recalque do Ramal do Agreste se assemelha mais a uma adutora de abastecimento do que a uma estrutura típica de barrilete de estação de bombeamento. Tanto é que no projeto executivo predominam os trechos de tubulação onde se prevê a utilização de tubos de 6 ou 12 m. A adoção de tubos de comprimentos variados é restrita aos locais de singularidades da linha de adução, tais como, trechos em que há mudança da direção (seja em perfil ou em planta), onde há presença de dispositivos de controle (válvulas, juntas de desmontagem, etc.) e nas travessias de talvegues. No meio técnico sabe-se que os preços de tubos, por metro linear, na forma de peça (isto é, customizados) são mais elevados que os comercializados nos padrões de 6 ou 12m. No caso das peças de aço carbono, a fabricação se dá através da dobra de chapas retangulares, soldadas no sentido longitudinal e circular, processo mais conhecido como CALANDRAGEM. Por se tratar de um processo quase que “artesanal” do ponto de vista

ESTRUTURA UNID. QUANT.VALOR / UNID.

(R$/KM)(%) VALOR (R$)

Adutora km 7,14 50.585.239,92 29,07% 361.178.613,01

Canal km 42,7 7.798.012,25 26,80% 332.975.123,10

Túnel km 16 7.633.268,33 9,83% 122.132.293,29

Aqueduto km 1,9 17.263.439,22 2,64% 32.800.534,51

68,34% 849.086.563,91

100% 1.242.444.489,19 TOTAL OBRA (R$)

(%)

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industrial, os preços dos tubos calandrados são mais caros que aqueles fabricados pelo processo de solda helicoidal contínua, estes normalmente utilizados em grandes adutoras. Neste contexto, a fim de verificar a adequabilidade dos preços dos tubos de aço da adutora da EBVII-1 em face da relevância desses materiais no cômputo global do orçamento das obras do Ramal do Agreste, esta Equipe de Auditoria realizou pesquisa no mercado nacional junto a fabricantes de tubos de aço carbono, com base nas especificações e quantitativos apresentados no projeto executivo da obra. Dentre as cotações obtidas, destaca-se a empresa BRASTUBO CONSTRUÇÕES METÁLICAS S.A, localizada no Estado de São Paulo e especializada em tubulação de aço carbono fabricada pelo processo de solda helicoidal contínua. Comparando os preços cotados nesse fabricante com os do orçamento da licitação, foi identificada uma desproporcional diferença a menor de R$ 95 milhões, em favor dos preços cotados. Vale atentar que a especificação dos itens cotados se referiram aos tubos de diâmetro 2.100 mm, espessuras de chapa de 16 e 20 mm, fabricados em aço carbono ASTM A-1018-SS 36 Tipo 2 pelo processo “DSAW” com costura helicoidal, preços relativos à condição de entrega CIF – Município de Sertânia/PE, impostos inclusos (ICMS, IPI, PIS/COFINS) e BDI de 14,34 %, extraído das memórias de cálculo do MI. Em face de tamanha assimetria de preços, esta Equipe de Auditoria julgou por bem informar ao MI sobre os preços cotados junto a BRASTUBO CONSTRUÇÕES METÁLICAS S.A, no sentido de cientificar àquele Ministério que os preços os tubos de aço praticados no orçamento da licitação estariam acima do mercado, conforme explicitado na Solicitação de Auditoria nº 201408632/002, de 18 de julho de 2014, a seguir:

9. Nesse sentido, solicita-se justificar: a.1) o procedimento de orçamentação dos tubos de aço carbono com base, exclusivamente, em atualização dos preços praticados em contratos pretéritos das obras do PISF, estes todos formalizados com um único fornecedor e em quantidades substancialmente inferiores aos da obra em questão, em que pese existirem diversos fornecedores desses materiais no mercado nacional; e a.2) a discrepância entre os preços unitários dos tubos de aço carbono no orçamento-base do Edital RDC PRESENCIAL nº1/2014 e aqueles obtidos por esta Controladoria em consulta a outros fornecedores, o que resulta em sobrepreço de R$ 95.505.268,37, conforme demonstrado no quadro abaixo.

Quadro 29 – Comparativo de preços dos tubos de aço carbono da Adutora de Recalque da

EBVII-1. (fonte: Solicitação de Auditoria nº 201408632/002)

Item Diâmetro interno (mm)

Espessura (mm)

Quant. aproximad

a (m)

Preço unitário Orçamento-base

(R$/m)

Preço unitário Cotação de Mercado (R$/m)

Preço Total Orçamento-

base (R$/m)

Preço Total Cotação de

Mercado (R$/m) Diferença (R$)

1 2.100 16 3.823,00 22.829,58 8.736,91 87.277.484,34 33.401.206,93 53.876.277,41

2 2.100 20 2.764,00 25.028,16 9.967,02 69.177.834,24 27.548.843,28 41.628.990,96

TOTAL (R$) 156.455.318,58 60.950.050,21 95.505.268,37

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Por meio do documento CTE12055, de 31 de julho de 2014, expedido pelo CONSÓRCIO CONCREMAT-ACARDIS LOGOS (gerenciadora), foi respondido o seguinte:

• A adutora é composta por um conjunto de tubos e peças, de características, espessuras e comprimentos específicos, muito mais complexos do que simplesmente uma linha de tubulações retas com comprimentos fixos e padronizados, conforme pode constatado na planilha completa da adutora, anexa e esse documento, Anexo 1, conforme projeto executivo para o obra; • Essas tubulações têm de ser fabricadas uma a uma dependendo de mobilização de equipamentos e equipes específicos o que dificulta o ganho de escala em sua fabricação; • Diante dessas particularidades e ainda tendo em vista que são poucas as fábricas que têm condições de produzir o material necessário optou-se por obter os preços por parametrização utilizando-se contratos existentes com materiais de características similares e atualização de preços com indicadores econômicos da FGV. Com essa metodologia a intenção era de se ter preços bastante realistas e não despertar um mercado onde poucas empresas são capazes de competir; • Diante do questionamento do CGU, solicitamos uma cotação de preços dos materiais que serviram de base para a parametrização utilizada, como forma de aferir se os preços atuais estão coerentes com os preços atualizados em maio/2014 com indicadores econômicos através da FGV, conforme utilizado no orçamento. Infelizmente, embora estejamos cobrando as cotações, insistentemente, recebemos, somente até a data presente o orçamento da empresa GM5, anexa a esse documento, Anexo 1A, a qual informa que o preço FOB-Obra/PE, nas condições similares ao utilizado para o Orçamento da Licitação do Ramal do Agreste, o preço requerido da Peça de Tubulação PN 10, PP DN 2235x25,4 mm, L=4.800 mm é de R$ 156.854,45. Conforme mostrado no Anexo 1, as quais são dezenas de Peças de Tubulações, e utilizando o mesmo critério utilizado anteriormente, temos que o metro desta Peça de Tubulação custa R$ 32.678,01. Portanto, como referência utilizada anteriormente tínhamos o valor de R$ 22.363,38 e com a atualização monetária para março de 2014 de 17,254 %, tínhamos o valor de R$ 26.221,96 para o metro. Dessa forma temos que o preço de julho de 2014 é 24,62 % maior que o preço utilizado em março de 2014.

O MI alegou que a complexidade da estrutura da tubulação justificaria o processo de orçamentação baseado na adoção de preços de contratos pretéritos. Todavia, ao final da resposta é informado que o Ministério estaria efetuando pesquisas de preços e que, até aquele momento, os valores já obtidos demonstravam que o orçamento da licitação estaria compatível com mercado, sendo relatado que ainda aguardavam outras cotações. Da análise dessa resposta percebe-se que o MI optou pela via de justificar os preços adotados no orçamento a partir de comparação com pesquisa de mercado, onde o correto seria adotar tal procedimento quando da elaboração da orçamentação, principalmente por tamanha materialidade. Ademais, chamou atenção a afirmativa de que “com essa metodologia a intenção era de se ter preços bastante realistas e não despertar um mercado onde poucas empresas são capazes de competir”. Ora, reconhece-se que o processo de orçamentação com base em preços praticados em contratos pretéritos é possível na seara das obras públicas, porém é importante atentar que tal ferramental pode resultar em preços descolados do mercado, tanto para mais como para menos. No caso concreto, a principal falha no orçamento da licitação não é, em si, o fato de se utilizar preços atualizados de antigos contratos, mas sim na extrapolação dos preços de

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tubos de aço adquiridos sob a forma de peça (comprimentos variados e customizados) para outros tubos a serem adquiridos/fornecidos em padrões comerciais de 6 ou 12 m. Como resultado dessa premissa equivocada, os preços orçados para os tubos de aço do presente edital ficaram acima de valores praticados no mercado. Em resumo apertado, não se podia realizar tal extrapolação de preço visto que os tubos em peça têm um custo bem superior aos tubos comerciais, em decorrência, principalmente, do processo de fabricação. Frisa-se que, para este Controle Interno, do ponto de vista técnico, não havia justificativa para adoção exclusiva de procedimento que visava a “não despertar um mercado”. Por isso, visando melhor esclarecimento dessa questão, encaminhou-se a Solicitação de Auditoria nº 201408632/004, de 10 de setembro de 2014, onde se questionou o sentido técnico do termo. Em resposta, o MI esclareceu nos seguintes termos:

Quando da realização do primeiro orçamento, em que foi utilizado a parametrização dos preços, utilizando os contratos existentes com materiais de características similares, e atualização de preços com indicadores econômicos da FGV, e por consequência não houve consulta ao mercado, para cotações preliminares, a referência a “não despertar o mercado”, entendia-se como a não antecipação das características técnicas do objeto do edital, previamente a sua publicação, visto os momentos envolvidos, a poucas empresas capacitadas no mercado, e conforme já foi explicitado, em outro processo, ao TCU, Acórdão 2019/2006, sem posteriores solicitações de alterações.

Presentemente realizou-se consulta ao mercado, solicitando-se cotação das tubulações de 16 mm e 19 mm, fornecidas pelo método construtivo por calandragem e de método de solda helicoidal, sendo este último se revelou o de menor custo, e que foi considerado no orçamento atual, parametrizadas para as espessuras requeridas, conforme pode ser observado nas planilhas e memórias constantes do presente processo licitatório par ao Ramal do Agreste, e como anteriormente já ressaltado. Por ocasião dessa nova manifestação, o MI informa que “presentemente realizou-se

consulta ao mercado, solicitando-se cotação das tubulações de 16 mm e 19 mm,

fornecidas pelo método construtivo por calandragem e de método de solda helicoidal,

sendo este último se revelou o de menor custo, e que foi considerado no orçamento atual”. Ou seja, agora se realizou as cotações e a pertinente consulta ao mercado. Posteriormente, por meio do Ofício nº 28484/2014/GABDI/DI/SFC/CGU-PR, de 24 de outubro de 2014, a CGU solicitou informações sobre o andamento da revisão do orçamento das obras do Ramal do Agreste, assim como a apresentação das novas cotações de mercado. A resposta do MI se deu via Memorando nº 308/2014/CGIC/DPE/SIH/MI, de 30 de outubro de 2014, tendo a Secretaria de Infraestrutura Hídrica – SIH encaminhado o novo orçamento e respectivas memórias de cálculo. Anexou-se à manifestação o Parecer Técnico nº 120/2014/CGOC/ DPE/SIH/MI, de 30 de outubro de 2014, que tratava da “avaliação orçamentária da documentação relacionada ao edital referente à aquisição da

tubulação da adutora de recalque da EBVII-1 das obras do Ramal do Agreste do PISF”. De acordo com o referido parecer, a área técnica do MI efetuou análise da nova orçamentação da tubulação da adutora da EBVII-1 a partir da seleção de amostra correspondente a 88% da aquisição de equipamentos hidromecânicos e materiais.

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PREÇO

UNITÁRIO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

PREÇO

UNITÁRIO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

PREÇO

UNITÁRIO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

PREÇO

UNITÁRIO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

PREÇO

UNITÁRIO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

TUBO RETO DE AÇO ASTM

A36,Ø2100MM, CHAPA 16MMM 2335 8.736,91 20.400.684,85 11.066,85 25.841.094,75 15.321,56 35.775.842,60 17.722,70 41.382.504,50 37.898,15 88.492.180,25

TUBO RETO DE AÇO ASTM A36,

Ø2100MM, CHAPA 20MMM 1615 9.967,02 16.096.737,30 14.248,36 23.011.101,40 18.351,57 29.637.785,55 23.439,70 37.855.115,50 47.372,69 76.506.894,35

36.497.422,15 48.852.196,15 65.413.628,15 79.237.620,00 164.999.074,60

DESCRIÇÃO UNID. QUANT.

TOTAL GERAL (INCLUSO BDI DE 14,34%)

BRASTUBO CENTERVAL HYDROSTEC UTINAV ENERG

PREÇO

UNITÁRIO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

PREÇO

UNITÁRIO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

PREÇO

UNITÁRIO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

TUBO RETO DE AÇO ASTM

A36,Ø2100MM, CHAPA 16MMM 2335 8.736,91 20.400.684,85 16.522,13 38.579.173,55 14.134,42 33.003.870,70

TUBO RETO DE AÇO ASTM A36,

Ø2100MM, CHAPA 20MMM 1615 9.967,02 16.096.737,30 20.895,64 33.746.458,60 20.159,86 32.558.173,90

36.497.422,15 72.325.632,15 65.562.044,60

NOVO ORÇAMENTO

DESCRIÇÃO UNID. QUANT.

TOTAL GERAL (INCLUSO BDI DE 14,34%)

BRASTUBO MEDIANA

Em relação aos tubos de aço, os técnicos do MI realizaram pesquisa de mercado e obtiveram propostas de quatro fornecedores, quais sejam CENTERVAL, HYDROSTEC, UTINAV e ENERG, que foram comparadas com aqueles dispostos no orçamento. Ainda anterior a essa etapa, a Gerenciadora se manifestou na Nota Técnica “Análise do

Preço Base da Tubulação para o Orçamento da Adutora do Ramal do Agreste - Lote E do

PISF”, do mês de outubro de 2014. Nesse documento, houve a chancela de que orçamento inicial foi elaborado com base nos preços da EBV-3. No mesmo texto, afirma-se que “posteriormente consultamos alguns fornecedores no sentido de estabelecer parâmetros

mais precisos na elaboração do orçamento”. Fica, então, evidenciado que o MI reconhece que a pesquisa de mercado se mostrava necessária ao processo de orçamentação. A Gerenciadora informou que fora solicitada a cotação junto à empresa HYDROSTEC para obtenção de preços dos tubos de fabricação helicoidal. Voltando à análise dos preços apresentados pelos quatro fornecedores, observamos que, em todas as cotações, os preços dos itens “Tubo reto de aço ASTM A36, diâmetro 2.100 mm, chapa 16 mm” e “Tubo reto de aço ASTM A36, diâmetro 2.100 mm, chapa 20 mm”, cujos quantitativos são 2.335 m e 1.615 m, respectivamente, ficaram acima dos valores informados pela empresa BRASTUBO, obtidos mediante cotação pela CGU. Isso motivou a elaboração de quadro comparativo entre os preços das diferentes empresas, conforme a seguir. Quadro 30 – Comparativo de preços dos tubos de aço carbono da Adutora de Recalque da

EBVII-1. Dos valores acima, observa-se que a menor cotação do MI, da empresa CENTERVAL e no valor de R$ 48.852.196,15, ainda se mostra 34 % acima dos preços da BRASTUBO, que foram de R$ 36.497.422,15. Caso se considere a cotação da empresa ENERG (a maior), o seu valor é 4,5 vezes superior (R$ 164.999.074,60 / R$ 36.497.422,15). Como resultado da orçamentação, tanto a mediana das cotações do MI quanto os valores da Gerenciadora (novo orçamento) ainda se mostram acima da cotação da BRASTUBO, conforme quadro abaixo. Quadro 31 – Comparativo de preços dos tubos de aço carbono da Adutora de Recalque da EBVII-1 – Cotação CGU versus preços segundo a mediana e do novo orçamento do MI.

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Apesar das diferenças mencionadas, reconhece-se aqui que os novos preços unitários dos tubos de aço são menores que a da orçamentação anterior. Contudo, chama atenção o fato dos mesmos ainda se encontrarem tão acima dos valores obtidos por esta Equipe de Auditoria. Em que pese ter sido informado ao MI a realização de cotação junto à empresa BRASTUBO, os preços informados por esse fabricante não foram considerados nas análises do Ministério. Na prática, os preços unitários do novo orçamento resultam em um valor de R$ 65.562.044,60, enquanto a cotação da auditoria chega ao valor de R$ 36.497.422,15, já incluso BDI de 14,34%, ou seja, o primeiro é cerca de 80% maior que o da cotação realizada pela CGU. Ainda diante dessa assimetria de valores, é pertinente trazer à tona que a licitação das obras do Ramal do Agreste alicerça-se pelo RDC na modalidade contratação integrada, em lote único. Nas licitações de obras hídricas (canais, estações de bombeamento, adutoras, barragens, etc) até então, os principais materiais e equipamentos eram adquiridos, via de regra, em separado do conjunto da obra. Esse procedimento implicava em não utilização de BDI sobre os materiais e equipamentos, como de forma contrária ocorre agora na presente licitação. Nos casos das licitações de aquisição direta de equipamentos e materiais, do ponto de vista de formação dos preços referenciais, é aceitável a utilização de preços medianos ou médios decorrentes de cotação de mercado. Nesse contexto, o cenário concorrencial terá como atores os fabricantes. Como regra geral, os fabricantes de equipamentos e materiais fornecem à Administração descontos maiores do que aqueles obtidos por construtores, pelas seguintes razões: 1) na aquisição direta, não ocorre reincidência de BDI; 2) os custos dos fabricantes são menores que os custos (médios ou medianos) referenciais e também menores em relação aos praticados pelos construtores; 3) ao se promover uma concorrência entre os fabricantes de equipamentos/materiais, os descontos repassados à Administração serão superiores ao obtido por meio de uma licitação na qual abarque uma obra. Por outro lado, nas situações em que há a possibilidade de adquirir esses materiais junto à execução da obra (via uma única empreitada), o construtor será apenas um repassador na aquisição desses equipamentos, e buscará, depois de contratado, o menor preço de mercado. Em outras palavras, no caso concreto é recomendado que no orçamento de referência a aquisição dos tubos leve em conta os menores preços de mercado para a Administração, abandonando-se o critério da mediana. Até porque se sabe que sobre esses custos incidirá o BDI da Administração, o que acaba por onerar a orçamento final. Vale atentar ainda que os preços unitários informados nas cotações já incluem o BDI do fabricante, ou seja, já estão inclusos todos os impostos (ICMS, IPI, PIS/Cofins) e a margem de lucro. Toda essa linha de raciocínio, além de resgatar o meio mercadológico e cenários negociais, alicerça-se no princípio da economicidade. Nesse diapasão, o TCU no Acórdão 7290/2013 – Segunda Câmara entendeu que, quando da pesquisa de preços de mercado para definição de valores referenciais de licitações, devem ser adotadas as cotações mínimas encontradas sempre que se tratar de insumo ou

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equipamento fornecido exclusivamente por um conjunto restrito de empresas. Este é caso do mercado dos tubos de aço carbono, conforme reconhece o MI ao afirmar que “com essa

metodologia a intenção era de se ter preços bastante realistas e não despertar um

mercado onde poucas empresas são capazes de competir”. No exame da área técnica da citada deliberação, foram feitas as seguintes considerações: (original sem grifos)

Desta forma, entende-se que utilização da média das cotações de mercado para confecção de orçamentos de referência não é a metodologia mais adequada. Sobre esse aspecto, cabem algumas considerações. As versões recentes da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO - (a exemplo da Lei 12.309/2010, art. 127, §2º, vigente à época da licitação em apreço) estabelecem que os preços dos serviços que não constem dos referenciais Sinapi e Sicro devem ser obtidos com base em pesquisa de mercado. A jurisprudência do TCU, por sua vez, tem firmado o entendimento de que a pesquisa de mercado a que se refere a LDO deve contar com, no mínimo, três dados, coletados junto à fornecedores distintos (como exemplo, citam-se os Acórdãos 1.861/2008, 3280/2011, 1266/2011 e 2445/2011, todos do Plenário). Entretanto, não há determinação legal ou recomendação jurisprudencial no sentido de que o "valor de mercado" que deve limitar a contratação seja o menor valor obtido das cotações. Tampouco há orientação para que se adote a média, ou a mediana, ou qualquer outro parâmetro como sendo o valor de referência do bem. A LDO, ao limitar os valores dos serviços aos seus correspondentes no Sinapi ou Sicro, remete à utilização da mediana divulgada por esses sistemas. Entretanto, entende-se que a pesquisa de mercado a ser feita para os serviços/insumos que não constam desses referenciais tem características diversas das pesquisas que embasam esses sistemas. Tanto o Sinapi quanto o Sicro apresentam uma vasta lista de insumos, para os quais se pesquisam diversos preços. Desta forma, para determinado insumo, a amostra de elementos pesquisados não apresenta homogeneidade de características, fazendo-se necessário um tratamento estatístico para definir o seu "valor de mercado". Dada esta heterogeneidade da amostra, definir como valor de mercado do produto o menor dentre os pesquisados poderia implicar distorções. Como exemplo, cita-se a pesquisa de mercado a partir da qual se determina o preço do bloco cerâmico. Na amostra que compõe essa pesquisa, certamente existem elementos de diversos produtores, com qualidade, condições de fornecimento e formas de pagamento variáveis (entre outros fatores que podem variar). Em consequência, como maneira de minimizar eventuais discrepâncias, a utilização da mediana dos preços coletados mostra-se adequada. Raciocínio análogo aplica-se a quase todos os outros insumos componentes desses sistemas referenciais, inclusive os relativos à mão de obra. Já a pesquisa de mercado realizada pelo gestor para os produtos não contemplados nos referidos sistemas tende a não apresentar essa heterogeneidade. Nessa situação, o gestor conhece exatamente os requisitos que o produto e o fornecedor devem cumprir para que atendam às necessidades do objeto a ser contratado, tais como especificações precisas do material (ou equipamento), capacidade de fornecimento da loja, prazo de entrega, condições de pagamento aceitas, entre outras. Assim, a pesquisa é direcionada, ou seja, define-se de antemão os condicionantes do preço para aquele caso específico (fato impossível de ser realizado nas pesquisas do Sinapi e do Sicro) e, portanto, os valores a serem apresentados pelos pesquisados tendem a representar com mais fidelidade o valor que seria negociado por aquele bem, nas condições que atendem às necessidades específicas da contratação almejada. Assim, em respeito ao princípio da economicidade, com vistas a obter sempre a situação mais vantajosa para a administração pública, não se vislumbra, para esses casos, a adoção de outro valor que não o mínimo pesquisado como "valor de mercado" do insumo. Além disso, cabe ao gestor responsável pelo orçamento efetuar

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uma análise crítica dos valores pesquisados para, no caso de eventuais inconsistências, efetuar o tratamento adequado ao saneamento da sua pesquisa, justificando a metodologia adotada no processo licitatório. (...) Vale observar que a própria cotação de mercado, quando feita por entidade pública, tende a ser conservadora, ou seja, tende a não ser o menor preço pelo qual o fornecedor pode vender seu produto. Essa afirmação explica-se pelo fato de que, ao apresentar sua cotação, o fornecedor o faz sem a expectativa de contratação pela administração pública e, portanto, não há a preocupação em ofertar o seu melhor preço para ganhar o cliente. Assim, na prática, o vencedor do certame ainda pode negociar com o fornecedor do produto um valor inferior ao menor preço que esse fornecedor havia ofertado à administração quando pesquisado - além da possibilidade de se pesquisar o preço do produto em outros fornecedores, não participantes da pesquisa que embasou a licitação.

Portanto, de acordo com os dados apresentados no Anexo 1 do Parecer Técnico nº 120/2014/CGOC/DPE/SIH/MI, a empresa CENTERVAL foi a que apresentou menor proposta para a lista de materiais analisados pela área técnica do MI, que correspondeu a 88 % do orçamento dos componentes hidromecânicos. Desse modo, o orçamento da CENTERVAL alcançou o valor de R$ 68.257.659,75, enquanto o novo orçamento ficou em R$ 92.437.474,49, perfazendo uma diferença de R$ 24.179.814,74. No caso da aplicação do BDI de fornecimento de 14,34 %, esse valor reduzido a chegaria a R$ 27.647.200,17. Veja que nesse comparativo não se considerou os preços da cotação obtida por esta Controladoria, os quais são até menores que a cotação da CENTERVAL. Isto porque não se busca neste trabalho de auditoria impor os preços cotados pela CGU, mas sim propor o aprimoramento do processo de orçamentação referencial da obra em análise, com vistas a obter a situação mais vantajosa para a Administração Pública. Diante de todo exposto, conclui-se que a orçamentação da aquisição dos tubos de aço poderá sofrer uma redução de pelo menos R$ 27.647.200,17, o que remete à adoção das premissas elencadas no presente relatório de auditoria em respeito ao princípio da economicidade e à jurisprudência dos órgãos de controle. Vale destacar ainda que antes do questionamento inicial da CGU o orçamento inicial do MI para o item 5: “Tubos e conexões da Adutora EBV-I” compunha uma valor de R$ 238.640.100,89, baseado exclusivamente em contratos pretéritos. Após a realização das referidas cotações no novo orçamento o item 5 foi reduzido para R$ 173.892.527,82, ou seja, a atuação inicial deste Controle Interno em conjunto com o MI já resguardou o erário em R$ 64.747.573,07, mas ainda há discordância do valor proposto nos termos desta constatação. ##/Fato##

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Manifestação da Unidade Examinada 80. Quanto à tubulação de aço carbono da adutora EBVII-1, do Ramal do Agreste, a CGU apresenta comentários abaixo sintetizados:

• Compara valores unitários (R$/Km) entre diversas estruturas do Ramal enfatizando que a Adutora apresenta maior valor absoluto que canais, túneis e aquedutos; • Questiona sobre a metodologia aplicada no primeiro orçamento da tubulação da Adutora que inicialmente baseou-se em preços de tubulações do Contrato 09/2009/MI, enfatizando ainda que a tubulação foi constituída por peças calandradas e não em padrões comerciais com tubos de 6 e 12 m; • Orienta para a realização de novas pesquisas com preços atuais e exemplifica ainda que o menor preço de tubulações de padrões diferenciados, como os aqui considerados, são os de fabricação helicoidal; • Relata que o MI solicitou orçamentos de peças de tubulações e que recebeu proposta das empresas CENTERVAL, HYDROSTEC, UTINAV e ENERG sendo que a primeira apresentou o menor preço dentre elas; • Considera que a média ou mediana dos orçamentos recebidos não seja o indicado e que o correto seria a utilização do orçamento de menor preço; • Afirma não impor os preços cotados pela Controladoria, mas sim propor o aprimoramento do processo de orçamentação referencial da obra em análise com vistas a obter a situação mais vantajosa para a Administração Pública; • Finaliza considerando que, adotando-se o orçamento da CENTERVAL, o valor do orçamento tem uma redução de R$ 24.179.814,74. Acrescido o valor de 14,34% referente ao BDI, obtém-se uma redução final de cerca de R$ 27.647.000,00 em relação ao último orçamento apresentado pela Gerenciadora.

Comentários da Gerenciadora:

O Ofício do MI solicita, em seu item 2(d), a modificação dos custos de aquisição dos tubos de aço carbono da Adutora da EBVII-1, atendendo o disposto no acórdão 7290/2013.

É importante que se tenha em consideração que para o Orçamento das Tubulações da Adutora do Ramal do Agreste foi utilizada a mediana das propostas recebidas dos fabricantes de tubulações, tanto pelo método helicoidal da HYDROSTEC e UTINAV, quanto pelo método calandrado longitudinal pela GM5, considerando-se a data base de maio de 2014, apresentado um valor final de R$ 173.892.527,82. Atendendo à solicitação do Ofício do MI, realizou-se a alteração no referido orçamento, considerando-se não mais a mediana e sim os menores valores cotados na proposta da Empresa CENTERVAL. Essa revisão de preços no orçamento propiciou uma redução de R$ 24.528.279,28, em valores atualizados para a data do orçamento (maio/2014). Aplicando-se um BDI de 14,34 %, chega-se ao valor de R$ 28.045.634,53 que será reduzido em relação ao orçamento anterior. É importante esclarecer que não foi considerado o orçamento da empresa BRASTUBO, posto que a mesma não fornece tubos pelo método helicoidal para espessuras superiores a 12,7mm. A tabela a seguir mostra os detalhes do cálculo do valor a ser reduzido no orçamento.

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Análise do Ministério da Integração Nacional:

81. Quanto à tubulação de aço carbono da adutora EBVII-1, do Ramal do Agreste, o edital publicado em setembro de 2014 apresentou o valor total de R$ 173.892.527,82 para aquisição dos itens que compõem a adutora. O critério adotado foi a mediana dos preços cotados no mercado. 82. O Tribunal de Contas da União - TCU publicou o Acórdão 7290/2013 – Segunda Câmara, que explicitou o seguinte entendimento sobre o assunto:

[...] quando da pesquisa de preços de mercado para definição de valores referenciais de licitações, devem ser adotadas as cotações mínimas encontradas sempre que se tratar de insumo ou equipamento fornecido exclusivamente por um conjunto restrito de empresas;

83. Dessa forma, em decorrência da aplicação do entendimento do TCU, foram adotados os valores mínimos das cotações realizadas para a obtenção do valor do orçamento referente à adutora do Ramal do Agreste. A pesquisa de preços foi realizada em quatro empresas (CENTERVAL, HYDROSTEC, UTINAV e ENERG–SNEF) que apresentaram cotações para fornecimento dos tubos. 84. Dessas empresas, a que apresentou menor preço foi a CENTERVAL. Assim, a cotação de mercado utilizada para cálculo do orçamento da parte da adutora foi a dessa empresa. 85. Inicialmente, aplicado o referido Acórdão, e considerados os itens que correspondem a 88% do valor do orçamento da adutora, a redução em relação ao valor publicado em setembro de 2014 foi de R$ 27.647.200,17, já aplicado o BDI de 14,34%. 86. Posteriormente, aplicado os preços mínimos cotados a 100% dos tubos da adutora e fazendo algumas pequenas correções nas medidas de algumas peças, a redução do valor calculado aumentou para R$ 28.045.634,53 em relação ao edital publicado. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A manifestação do MI corrobora com o entendimento da CGU quanto à adequabilidade de se utilizar a cotação de preços mais vantajosa como referencial no orçamento da licitação, o que foi prontamente acatado pelo MI, gerando uma redução de R$ 28.045.634,53 no orçamento referencial publicado. Tomando as reduções efetuadas inicialmente pelo MI, decorrentes da realização de cotação junto a empresas especializadas no setor de fabricação de tubos de aço carbono, como sugerido preliminarmente pela CGU, no valor de R$ 64.747.573,07, adicionadas à redução final por conta da adoção da cotação da CENTERVAL (proposta de menor preço), a atuação inicial deste Controle Interno em conjunto com o MI resguardou o erário em R$ 92.793.207,60. Vale frisar mais uma vez que a cotação obtida pela CGU junto à empresa BRASTUBO atende plenamente as especificações dos tubos a serem fornecidos para as obras do Ramal do Agreste, tendo o fabricante informado os preços de proposta adequados às espessuras e

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quantitativos expressos no projeto de engenharia, os quais podem ser fabricados pelo processo helicoidal e com espessuras superiores a 12,7 mm. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: No novo orçamento de referência, utilizar na formação dos preços de fornecimentos dos tubos de aço cotações de mercado mais vantajosas para a Administração. Recomendação 2: Nas futuras licitações do PISF, adotar na sistemática de formação dos preços de fornecimento de materiais e equipamentos o procedimento de consulta ao mercado a fim de obter preços aderentes às especificações e quantitativos dos objetos que se deseja adquirir.

2.1.10. QUADRO RESUMO DO SOBREPREÇO TOTAL DO EDITAL Fato

Primeiramente cabe destacar que durante essa ação de controle o MI revisou o orçamento de referência para o empreendimento inicialmente orçado em R$ 1.242.444.489,19 (data base: setembro/2013) para R$ 1.160.750.887,18 (data base: maio/2014), sendo algumas das alterações motivadas por questionamentos desta Controladoria. Em decorrência dos sobrepreços apontados no projeto do Edital nº 09/2014 e tratados no decorrer do presente Relatório Preliminar, apresenta-se a seguir o quadro resumo contendo o valor total identificado.

Quadro 32 – Resumo do sobrepreço nas obras do Ramal do Agreste.

DESCRIÇÃO DA CONSTATAÇÃO SOBREPREÇO JÁ

CORRIGIDO PELO MI (R$)

SOBREPREÇO AINDA PENDENTE

(R$)

Correção da equipe do SESMT* 491.323,35 -

Sobrepreço dos geotêxteis – corrigidos pelo MI* 1.845.728,94 -

Deficiências na estimativa de taxa de risco - 29.140.189,63

Superdimensionamento do transporte de água em razão da opção de utilização de fonte de água mais distante da obra

- 16.061.360,97

Aplicação das perdas em duplicidade nos concretos projetados

- 6.507.929,65

Superdimensionamento do volume de concreto poroso

- 4.628.111,27

Duplicidade no número de encarregados - 6.506.146,08

Aquisição de tubos de aço carbono da adutora da EBVII-1 – Corrigido MI

64.747.573,07 -

Aquisição de tubos de aço carbono da adutora da EBVII-1 – Ainda Questionado pela CGU

- 27.647.200,17

TOTAL = R$ 67.084.625,36 R$ 90.490.937,77

Benefício potencial desta ação de controle = R$ 157.575.563,13

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Destaca-se que nos valores acima não foram incluídos os impactos das Constatações 1.2, 1.3, 1.4 e 1.5, pois ainda não foram aqui quantificados devido à premência deste relatório. Ademais, não se teve o tempo hábil para aquilatar o sobrepreço arraigado em diversas composições do empreendimento que estão fora da curva ABC. Restará ao Projetista e ao MI o dever do respectivo cálculo. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada 87. Conforme exposto, a maioria das sugestões de alterações no orçamento indicadas pela CGU foi acolhida, inclusive com ajustes adicionais que não haviam sido abordados. 88. As constatações não acolhidas estão relacionadas à taxa de risco e ao dimensionamento do transporte de água. Assim, a seguir é apresentado um resumo das justificativas do não atendimento às sugestões: • Risco de Jazidas de Água: tendo em vista as especificidades da região, adotou-se uma jazida com boa garantia hídrica. Contudo, ainda sim, tem-se o risco de haver acréscimo no orçamento, conforme calculado estatisticamente. Vale ressaltar que foram considerados tanto cenários favoráveis quanto desfavoráveis. • Riscos de aquisições: a Controladoria indica que o percentual de 21,06% na coluna de “impacto a 5%” deve ser reduzido para 12,06%, considerando a inclusão dos dados de usinas hidrelétricas que estão na memória de cálculo. Contudo, em que pese os contratos de usinas hidrelétricas guardarem maiores semelhanças construtivas com a obra do Ramal do Agreste, os dados desses contratos não identificam nenhum risco associado à aquisição de equipamentos. Fato esse, justificado pela forma de contratação que repassa para o executor os equipamentos adquiridos por meio de outra contratação. De fato, a utilização de dados de 3 contratos não é o ideal para um tratamento estatístico. Contudo, essas são as informações encontradas pelo consultor dentro de seu “banco de dados”. Ademais, a possibilidade do aumento do número de contratos requer tempo sem, no entanto, garantir que serão encontrados novos dados e que estes aumentem a confiabilidade. Assim, manteve-se o percentual de 21,06%. • Riscos macroeconômicos: a CGU sugeriu a retirada do item da taxa de risco, pois entendeu que faria parte dos casos fortuitos e força maior e conforme legislação não poderiam ser repassados para o contratado. Demonstrou-se que o item não guarda relação com os conceitos de caso fortuito e força maior, mas sim, com a diferença histórica entre a fórmula paramétrica de reajuste e a variação apurada nos preços do SICRO e SINAPI. Portanto, manteve-se o cálculo da taxa de risco e ajustou-se a descrição do item na matriz de responsabilidade. • Dimensionamento do transporte de água: o reservatório Poções utilizado pela CGU para avaliação do transporte de água, atualmente não tem condições de atendimento à obra. Desta forma, com o intuito de elaborar um orçamento que considera as condições atuais da região, utilizou-se os reservatórios de Sumé e Pão de Açúcar para a quantificação dos momentos de transporte de água para terraplanagem e concreto. 89. A seguir, apresenta-se quadro resumo consolidando os impactos financeiros no orçamento das alterações realizadas:

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Constatação Descrição

Identificado pela CGU

e Já corrigido pelo MI

antes do Relatório

Apresentado pela CGUTotal após alterações

(sem a redução do Risco)Redução do Risco

1 Das Correções do novo Edital

1.1 Correção da Equipe do SESMT R$ 491.323,35 - -

1.2Da Correção Parcial do Traço do

Concreto de 25 MPA- -

1.3Adoção de Metodologias

Antieconômicas no Orçamento- -

1.4Inconsistência no traço dos concretos

de 15 Mpa- -

1.5Correção da Quantidades de Centrais de

Concreto- - -

1.6Sobrepreço dos Geotêxteis - Corrigido

pelo MI.R$ 1.845.728,94 - -

2Deficiências na estimativa de Taxa de

risco- R$ 29.140.189,63 R$ 3.288.927,01

3

Superdimensionamento do transporte

de água em razão da opção de

utilização de fonte de água mais

distante da obra

- R$ 16.061.360,97 R$ 8.750.979,72

4Duplicidade de perdas no serviço dos

concretos projetados- R$ 6.507.929,65 R$ 6.507.924,42

5Superdimensionamento do volume de

concreto poroso- R$ 4.628.111,27 R$ 4.628.108,87

6 Duplicidade do número de encarregados - R$ 6.506.146,08 R$ 7.400.647,66

7Sobrepreço nos tubos de aço carbono

da Adutora da EBVII-1R$ 64.747.573,07 R$ 27.647.200,17 R$ 28.045.634,53

Redução de indiretos (reflexo das alterações) R$ 493.405,78

R$ 59.765.926,36 R$ 3.288.927,01

TOTAL R$ 67.084.625,36 R$ 90.490.937,77

Redução Total

Edital PUBLICADO Edital Revisado CGU

VALOR ORÇAMENTO SEM RISCO R$ 1.079.266.282,83 R$ 1.019.500.356,47 R$ 1.017.915.534,69

TAXA DE RISCO 1,0755 1,0767 1,0485

VALOR DO RISCO R$ 81.484.604,35 R$ 78.195.677,34 R$ 49.368.903,43

VALOR COM TAXA DE RISCO R$ 1.160.750.887,18 R$ 1.097.696.033,81 R$ 1.067.284.438,12

Entre Edital Publicado e

RevisadoR$ 3.288.927,01

Entre Edital Revisado e

CGUR$ 28.826.773,91

Entre Edital Publicado e

CGU R$ 32.115.700,92

R$ 3.939.225,38

VALOR DE DIFERENÇA DO RISCO

R$ 63.054.853,37

R$ 157.575.563,13

90. Dessa forma, sugere-se o encaminhamento das considerações apresentadas nessa Nota Técnica à CGU, para análise e manifestação possibilitando a continuidade do processo licitatório. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Do exposto, esta Controladoria considera que a maioria dos apontamentos foi acatada e corrigida pelo MI. Quanto aos temas divergentes, esta Equipe de Auditoria mantém seu posicionamento inicial, principalmente quanto à definição da taxa de risco. Entendemos que a metodologia proposta para o Ramal do Agreste apresenta fragilidades, notadamente a restrita amostra de dados, a pouca similaridade entre empreendimentos estudados e o uso dos sistemas referenciais como sendo os custos reais, e suas variações, incorridos pelo construtor em uma obra. Porém, consideramos que se faz necessário amadurecer o debate com novos estudos para as próximas contratações. Por fim, cabe destacar que o benefício financeiro advindo da presente ação de controle é da ordem de R$ 130 milhões, sendo que R$ 67 milhões já tinham sido reconhecidos pelo MI

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durante a execução dos trabalhos e os R$ 63 milhões restantes decorreram das constatações apresentadas mediante o Relatório Preliminar. Ressalta-se que a análise realizada por esta Controladoria se restringiu a cerca de 60% do orçamento previsto para as obras do Ramal do Agreste.

#/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.

3. Conclusão

Do exposto, a presente ação de controle enalteceu o aspecto preventivo do Controle Interno, pois agiu antes da realização do certame e, consequentemente, anterior à lavratura de um contrato com a Administração Pública. A tempestividade desta atuação buscou contribuir com o processo de contratação de um grande empreendimento para o país, o qual está sob a tutela do Ministério da Integração Nacional. Evitou-se também a concretização de um possível sobrepreço em superfaturamento, mitigando posteriores paralisações do empreendimento em eventuais discussões quanto aos desequilíbrios econômico-financeiros decorrentes de falhas no orçamento e no projeto da obra. Portanto, a CGU considera que há condições de o MI dar prosseguimento ao processo licitatório referente ao Ramal do Agreste, desde que as proposições de correção sejam efetivadas nas especificações de projeto e no novo orçamento referencial do certame. Por fim, esta Equipe de Auditoria reconhece que a presente ação de controle permitiu um bom diálogo com os gestores do MI, resultando em avanços para a contratação em análise. Reitera-se apenas que a metodologia para definição da taxa de risco carece de aprimoramentos face às fragilidades identificadas, notadamente a restrita amostra de dados, a questão da similaridade entre empreendimentos estudados e a adoção dos sistemas referenciais como sendo os custos reais, e suas variações, incorridos pelo construtor em uma obra. Logo, considera-se que se faz necessário amadurecer o debate com novos estudos, de forma que os riscos e as incertezas sejam claramente delineadas e devidamente imputadas à parte que detém capacidade de minimizá-las e respondê-las de forma tempestiva, assegurando assim o bom desempenho de um contrato.

__________________________________

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ANEXO 1

Relatório de Acompanhamento das Recomendações

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RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO RECOMENDAÇÕES

Recomendações na Situação Atendida - Quantidade: 7

Documento Identificação Recomendação

OS: 201408632 Constatacao: 3

141709 Observe no novo edital para contratação do empreendimento as premissas e alterações elencadas pela CGU, e acatadas pelo MI e Supervisora, nos termos desta constatação.

OS: 201408632 Constatacao: 5

141710 No próximo edital para licitação do empreendimento utilize como fonte de água para obras os açudes disponíveis que impliquem em menores DMTs, e por conseguinte, menores custos ao erário em vassalagem ao princípio constitucional da economicidade.

OS: 201408632 Constatacao: 7

141711 No novo orçamento de referência, utilize parâmetros de consumo de materiais mais próximos à realidade de campo das obras anteriores do PISF, nos termos expressos nesta constatação.

OS: 201408632 Constatacao: 6

141712 No novo orçamento da obra retirar os coeficientes de majoração das composições de concreto projetado, visto que as composições de referência utilizadas já possuem quantidades adicionais relacionadas às perdas, evitando assim a duplicidade.

OS: 201408632 Constatacao: 8

141714 Manter os novos parâmetros para o quantitativo de encarregados no futuro orçamento do empreendimento.

OS: 201408632 Constatacao: 9

141715 No novo orçamento de referência, utilizar na formação dos preços de fornecimentos dos tubos de aço cotações de mercado mais vantajosas para a Administração.

OS: 201408632 Constatacao: 9

141716 Nas futuras licitações do PISF, adotar na sistemática de formação dos preços de fornecimento de materiais e equipamentos o procedimento de consulta ao mercado a fim de obter preços aderentes às especificações e quantitativos dos objetos que se deseja adquirir.

Total de Recomendações: 9

Posição do Sistema Monitor em 29/12/2015 às 10:59h.

Dinheiro público é da sua conta

www.portaldatransparencia.gov.br

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DETALHAMENTO

1. MINISTERIO DA INTEGRACAO NACIONAL

1.1. SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA HIDRICA - SIH

Documento de Origem

Relatório Ordem de Serviço Município/UF

201408632 201408632 Brasília/DF

Programa: Oferta de Água

Constatação 2.1.3.:

DAS CORREÇÕES NO NOVO EDITAL

Recomendação 141709:

Observe no novo edital para contratação do empreendimento as premissas e alterações elencadas pela CGU, e acatadas pelo MI e Supervisora, nos termos desta constatação.

Situação: Atendida

Histórico

Posicionamento da CGU em 05/08/2015: Atendimento

Análise dos itens considerados nesta constatação: 1) CORREÇÃO DA EQUIPE DO SESMT: OK (correção verificada). O MI já havia corrigido o quantitativo no Edital RDC Eletrônico nº 09/2014. No orçamento atual do Edital RDC Eletrônico nº 2/2015 verificou-se que a redução para 3 profissionais Auxiliares de Enfermagem foi mantida. 2) CORREÇÃO NO TRAÇO DE CONCRETO DE 25 MPA: OK (correção verificada). Nas composições dos serviços de concreto da licitação atual foram verificadas as correções sugeridas pela CGU, quais sejam: correção nos traços das composições CA0478 e CA0113; adoção de concreto de 15MPA, sem armadura, em grande parte das calhas dos sistemas de drenagem (canaletas); e foram previstas centrais dosadoras nas composições de concretos estruturais atuais. 3) CORREÇÃO DE METODOLOGIAS ANTIECONÔMICAS NO ORÇAMENTO: OK (correção verificada). 3.1 - Uso de betoneiras para o concreto de 15 MPa: Composição corrigida com previsão de central dosadora; 3.2 - Escavação manual de vala nos serviços de execução das canaletas em solo de 1ª categoria: Composição corrigida com previsão de escavação mecânica da vala. 4) INCONSISTÊNCIA NO TRAÇO DOS CONCRETOS DE 15 MPa: OK (correção verificada). Nas composições dos serviços de concreto da licitação atual foram verificadas as correções sugeridas pela CGU. 5) CORREÇÃO DAS QUANTIDADES DE CENTRAIS DE CONCRETO: OK (correção verificada). O MI já havia corrigido o quantitativo no Edital RDC Eletrônico nº 09/2014. No orçamento atual do Edital RDC Eletrônico nº 2/2015 verificou-se que a redução para 4 Centrais de Concreto foi mantida.

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6) Correção do preço dos Geotêxteis: OK (correção verificada). O MI já havia corrigido o preço unitário previsto no Edital RDC Eletrônico nº 09/2014. No orçamento atual do Edital RDC Eletrônico nº 2/2015 verificou-se que foi mantida a nova referência de custo do item. Por fim, destaca-se o benefício financeiro desta ação de controle estimado em R$ 6.473.979,70 (data-base: nov/14), considerando o valor R$ 6.276.276,97 registrado no Relatório de Fiscalização nº 201408632 (data-base: mai/14), multiplicado pelo índice médio de 3,15% apurado pelo MI após a atualização dos preços do orçamento de referência da data-base de maio/2014 para novembro/14.

Manifestação do Gestor em 05/06/2015: Encaminhamento de providências

Em resposta ao Ofício nº 12770/2015/DIINT/DI/SFC/CGU-PR, o Ministério da Integração Nacional, por meio do Ofício nº 200/AECI/GM/MI, de 03/06/2015, encaminhou mídia digital com os arquivos do novo orçamento da licitação RDC Eletrônico nº 2/2015 - Trecho VII Ramal do Agreste, com as respectivas memórias de cálculo dos serviços.

Constatação 2.1.4.:

DEFICIÊNCIAS NA ESTIMATIVA DE TAXA DE RISCO.

Recomendação 141717:

Para as próximas contratações, refine a metodologia de cálculo da taxa de risco no âmbito do MI e estabeleça em portaria os parâmetros mínimos que os estudos que fundamentem essa taxa devam cumprir.

Situação: Não Monitorada

Histórico

Posicionamento da CGU em 29/12/2015: Finalizar Monitoramento

Conforme informado anteriormente, o MI está contratando um estudo para o desenvolvimento de metodologia de qualificação e quantificação de riscos. Relata também que, se necessário em novas contratações, utilizará temporariamente o apoio por meio do contrato de gerenciamento do PISF. Pelo exposto, considerando a atuação do MI e também a Orientação SFC nº 2/2015 para o tratamento do passivo das recomendações do Monitor, entende-se que o monitoramento desta recomendação deva ser finalizado.

Manifestação do Gestor em 23/12/2015: Encaminhamento de providências

Nota Técnica n° 145/2015/SIH/DPE/CGOC, de 11/12/2015: "5. Resposta à recomendação 141717: Informa-se que, no plano de aquisições do programa de cooperação com o Banco Mundial (Interáguas), repactuado em junho de 2015, foi incluído o desenvolvimento e implantação do Sistema de Custos de Obras e Serviços de Infraestrutura Hídrica. Este item do plano de aquisições ainda se encontra no estágio de elaboração do Termo de Referência para posterior contratação. 6. Neste Termo de Referência, está prevista uma etapa de estudos especiais, e pesquisas relacionadas à área de custos que inclui a elaboração de metodologia de qualificação e quantificação de riscos, bem como a cotação de serviços, matérias e equipamentos envolvidos em estações de bombeamento, barragens, obras de arte, redes de transmissão e afins. 7. Conforme dito em resposta anterior, alerta-se que, em se havendo necessidade de contratação de obra de grande vulto, antes da finalização do referido Sistema de Custos, será solicitada a contratação de consultoria especializada para a

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composição desses parâmetros, por meio do contrato de gerenciamento do PISF, no qual é previsto apoio em elaboração de orçamenbto para licitações. 8. No entanto, não houve, até o momento, no MI, necessidade de contratação de obras de grande vulto desde que a presente Recomendação foi encaminhada pela CGU."

Posicionamento da CGU em 22/09/2015: Reiteração

O MI informa que está em fase de elaboração de termo de referência para implantação do Sistema de Custos de Obras e Serviços de infraestrutura Hídrica, no qual contempla o desenvolvimento de metodologia de cálculo de taxa de risco para contratações integradas. Assim, recomenda-se que a SIH apresente a versão final do termo de referência de contratação do referido Sistema de Custos, como todos os produtos parciais e final dessa contratação.

Manifestação do Gestor em 10/09/2015: Encaminhamento de providências

Manifestação do MI/SIH (Memorando nº 282/SIH/DPE/CGOC, de 04/09/2015): "1. Em atendimento ao Memorando n° 327/2015/SIH/MI, o qual solicita o atendimento ao Ofício 18.322/2015/DIINT/D1/SFC/CGU-PR principalmente no tocante às recomendações consideradas não atendidas, seguem as informações pertinentes a cada item: 2. Recomendação 141713: No intento de se proceder com a análise dos parâmetros de consumo de concreto poroso, foi encaminhado a Coordenação Geral de Acompanhamento e Fiscalização de Obras o Memorando n° 124/2015/DPE/SIH-MI, em anexo. Neste memorando foi solicitada realização de estudo a fim de obter a espessura média de concreto poroso que está sendo aplicado nos canais dos contratos do PISF. Estima-se a conclusão dos estudos de campo no mês de outubro. A partir do recebimento das informações de campo, os dados serão processados para a devida uniformização nos editais futuros deste departamento. 3. Recomendações 141716 e 141717: Quanto às recomendações de se adotar uma sistemática de formação de preços para fornecimento de matérias/equipamentos e de refinar a metodologia de cálculo da taxa de risco para contratações integradas, informa-se que no plano de aquisições, repactuado em junho de 2015, do programa de cooperação com o Banco Mundial - Interáguas - foi incluído o desenvolvimento e implantação do Sistema de Custos de Obras e Serviços de Infraestrutura Hídrica. Este item do plano de aquisições encontra-se no estágio de elaboração do Termo de Referência para posterior contratação. 4. Conforme se observa no Termo de Referência para contratação do sistema, em anexo, no item 4.3 é demonstrado que na etapa de estudos especiais e pesquisas relacionadas à área de custos é solicitada a elaboração de metodologia de qualificação e quantificação de riscos. No mesmo TR, também é abarcada a cotação de serviços, matérias e equipamentos envolvidos em estações de bombeamento, barragens, obras de arte, redes de transmissão e afins (RP01). 5. Importa destacar, entretanto, que este termo de referência ainda está em elaboração. No entanto, caso seja necessária a elaboração desses parâmetros para uma licitação de grande vulto nos próximos meses, será solicitada a contratação específica de consultoria especializada pelo contrato de gerenciamento do PISF, no qual é previsto o apoio em elaboração de orçamento para licitações (Cláusula Terceira, 3.2, d)."

Manifestação do Gestor em 10/09/2015: Encaminhamento de providências

Manifestação do MI/SIH (Memorando nº 282/SIH/DPE/CGOC, de 04/09/2015):

Posicionamento da CGU em 05/08/2015: Reiteração

Considerando as falhas verificadas na matriz de risco utilizada pelo MI neste RDC Eletrônico - Ramal do Agreste, sugere-se que o órgão apresente as efetivas providências que estão sendo tomadas (estudos contratados; grupos de trabalho criados; portarias; etc) com vistas a aprofundar o conhecimento sobre o tema.

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Constatação 2.1.5.:

SUPERDIMENSIONAMENTO DO TRANSPORTE DE ÁGUA EM RAZÃO DA OPÇÃO DE UTILIZAÇÃO DE FONTE DE ÁGUA MAIS DISTANTE DA OBRA.

Recomendação 141710:

No próximo edital para licitação do empreendimento utilize como fonte de água para obras os açudes disponíveis que impliquem em menores DMTs, e por conseguinte, menores custos ao erário em vassalagem ao princípio constitucional da economicidade.

Situação: Atendida

Histórico

Posicionamento da CGU em 05/08/2015: Atendimento

Na análise das planilhas orçamentárias do Edital RDC Eletrônico nº 2/2015 - Ramal do Agreste, verificou-se que o quantitativo dos itens de momento de transporte de água para terraplanagem e para concreto, foram reduzidos em 7.292.483,10 m³ x km, em relação aos quantitativos do edital RDC Eletrônico 09/2014. Destaca-se o benefício financeiro desta ação de controle no total de R$ 9.699.002,52, resultado da correção do quantitativo superestimado (7.292.483,10 m³xkm), multiplicado pelo preço unitário do serviço estimado em R$ 1,33 no orçamento atual (RDC Eletrônico nº 2/2015 - data-base: nov/14).

Manifestação do Gestor em 05/06/2015: Encaminhamento de providências

Em resposta ao Ofício nº 12770/2015/DIINT/DI/SFC/CGU-PR, o Ministério da Integração Nacional, por meio do Ofício nº 200/AECI/GM/MI, de 03/06/2015, encaminhou mídia digital com os arquivos do novo orçamento da licitação RDC Eletrônico nº 2/2015 - Trecho VII Ramal do Agreste, com as respectivas memórias de cálculo dos serviços.

Constatação 2.1.6.:

DUPLICIDADE DE PERDAS NO SERVIÇO DOS CONCRETOS PROJETADOS.

Recomendação 141712:

No novo orçamento da obra retirar os coeficientes de majoração das composições de concreto projetado, visto que as composições de referência utilizadas já possuem quantidades adicionais relacionadas às perdas, evitando assim a duplicidade.

Situação: Atendida

Histórico

Posicionamento da CGU em 05/08/2015: Atendimento

Na análise das planilhas orçamentárias do Edital RDC Eletrônico nº 2/2015 - Ramal do Agreste, verificou-se que foram retirados os coeficientes de majoração nas composições unitárias dos preços dos serviços de concreto projetado (túnel e taludes).

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Destaca-se o benefício financeiro desta ação de controle no total de R$ 6.580.954,22, resultado da retirada do coeficiente de majoração dos preços unitários dos serviços, multiplicados pelos respectivos quantitativos na planilha orçamentária atual (RDC Eletrônico nº 2/2015 - data-base: nov/14), conforme se segue: * Benefício Financeiro = (0,45 x R$ 893,54) x 15.020 m³ + (0,38 x R$ 911,86) x 1.562,79 m³.

Manifestação do Gestor em 05/06/2015: Encaminhamento de providências

Em resposta ao Ofício nº 12770/2015/DIINT/DI/SFC/CGU-PR, o Ministério da Integração Nacional, por meio do Ofício nº 200/AECI/GM/MI, de 03/06/2015, encaminhou mídia digital com os arquivos do novo orçamento da licitação RDC Eletrônico nº 2/2015 - Trecho VII Ramal do Agreste, com as respectivas memórias de cálculo dos serviços.

Constatação 2.1.7.:

SUPERDIMENSIONAMENTO DO VOLUME DE CONCRETO POROSO

Recomendação 141711:

No novo orçamento de referência, utilize parâmetros de consumo de materiais mais próximos à realidade de campo das obras anteriores do PISF, nos termos expressos nesta constatação.

Situação: Atendida

Histórico

Posicionamento da CGU em 05/08/2015: Atendimento

Na análise do orçamento do Edital RDC Eletrônico nº 2/2015, verificou-se a redução do quantitativo do item em 26.407,10 m³, além da memória de cálculo do serviço indicar a redução da espessura de 30 cm para 20 cm, em atendimento à recomendação da CGU. Destaca-se o benefício financeiro desta ação de controle no total de R$ 4.694.390,70, resultado da correção do quantitativo superestimado (26.407,10 m), multiplicado pelo preço unitário do serviço estimado em R$ 177,77 no orçamento atual (RDC Eletrônico nº 2/2015 - data-base: nov/14).

Manifestação do Gestor em 05/06/2015: Encaminhamento de providências

Em resposta ao Ofício nº 12770/2015/DIINT/DI/SFC/CGU-PR, o Ministério da Integração Nacional, por meio do Ofício nº 200/AECI/GM/MI, de 03/06/2015, encaminhou mídia digital com os arquivos do novo orçamento da licitação RDC Eletrônico nº 2/2015 - Trecho VII Ramal do Agreste, com as respectivas memórias de cálculo dos serviços.

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Recomendação 141713:

Realizar uma análise dos parâmetros de campo, de contratos pretéritos e vigentes, dos serviços mais relevantes para as grandes obras hídricas, com a finalidade de obter projetos e orçamentos mais aderentes à realidade das obras.

Situação: Não Monitorada

Histórico

Posicionamento da CGU em 29/12/2015: Finalizar Monitoramento

Conforme informado anteriormente, o MI está contratando um estudo para análise dos parâmetros de campo (processo 59614.6000015/2015-18) para os serviços mais relevantes das grandes obras hídricas. Entretanto, em relação à espessura de concreto poroso utilizada na estabilização de taludes nos orçamentos de obras futuras, foi informado que será utilizado o valor médio de 38,09 cm. É importante ressaltar a fragilidade do método utilizado pela Nota Técnica 148/2015/CGOC/DPE/SIH/MI, pois a amostra considerada foi bastante reduzida e ainda os valores médios obtidos estão muito dispersos, merecendo uma análise mais aprofundada sobre estes dados de campo. Logo, sugere-se uma revisão dos dados obtidos e do método para a obtenção do valor médio da espessura para futuras contratações. Pelo exposto, considerando a atuação do MI para a contratação de estudos e análises de campo e também a Orientação SFC nº 2/2015 para o tratamento do passivo das recomendações do Monitor, entende-se que o monitoramento desta recomendação deva ser finalizado.

Manifestação do Gestor em 23/12/2015: Encaminhamento de providências

Nota Técnica n° 145/2015/SIH/DPE/CGOC, de 11/12/2015: "11. Resposta à recomendação 141713: Foi aberto o Processo (59614.6000015/2015-18) com o objetivo de realizar um estudo para a obtenção da espessura média de concreto poroso que está sendo aplicado nos canais dos contratos referentes ao Lote 01, 02 e 08, Meta IN, 3N, 1L, 2L e Meta 3L. 12. De acordo com a Nota Técnica 148/2015/CGOC/DPE/SIH/MI (0102356) constante no Processo supracitado e aprovada pelo Diretor do DPE - que solicitou o emprego da espessura recomendada pela mesma para o concreto poroso utilizado na estabilização de taludes nos orçamentos de obras futuras - o valor a ser utilizado, a partir de então, no item espessura de concreto poroso é de 38,09 cm." Nota Técnica 148/2015/CGOC/DPE/SIH/MI, de 15/12/2015: " 2. Tendo em vista o interesse em utilizar parâmetros mais próximos à realidade das obras na elaboração dos orçamentos futuros, principalmente nos casos de obras de grande vulto, e em resposta à solicitação da CGU, foram solicitados dados de campo aos responsáveis pelas obras do Pisf, a fim de embasar a recomendação de um valor mais adequado para a espessura do concreto poroso utilizado na estabilização de taludes do que o atualmente utilizado que é de 30 cm. 3. Conforme Ofício CEQ-1877/2015 - Espessura concreto poroso (0029785) encaminhado pelo Consórcio CEQ Integração, a espessura média do concreto poroso utilizado na regularização dos taludes do forebay de jusante da EBI-2 (Lote 08) - único local onde o mesmo foi aplicado neste lote - foi de 10,82 cm medidos com a horizontal. Na Meta 1 Norte, embora as medições mostrem espessura média de 20 cm, com relação à horizontal, os dados aferidos em campo, entre os dias 23 e 24/09/2015, apresentaram espessura média de 74,53 cm. 4. A Carta P.1303-C / CT-825 (0036501). encaminhada pelo Consórcio ECOPLAN - TECHNE - SKILL informa que, nas Metas IL e 2L, a média considerada para as medições da espessura do concreto poroso também foi de 20 cm, no entanto, a média verificada como efetivamente executada foi de 32 cm. Já na Meta 3L, as medições consideraram média de 31 cm de espessura para regularização de taludes e, nos levantamentos de campo, foi verificada uma espessura média efetivamente executada de 35 cm. 5. Considerando-se os perfis dos taludes , como mostra as representações trazidas pelo Ofício CEQ-1877/2015 - Espessura concreto poroso (0029785) e a alta variância das espessuras do concreto poroso efetivamente executadas nestes

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quatro casos levantados em campo (10,82; 74,53; 32 e 35 cm), entende-se que a grande variabilidade dos perfis a receberem a cobertura deste tipo de concreto e a especificidade do serviço tornam a tarefa de se estabelecer um valor geral mais aderente aos praticados nas obras bastante difícil. 6. Diante desta dificuldade e da falta de estudos mais aprofundados para chegar a resultados mais seguros, considera-se a adoção da média dos valores efetivos levantados - calculada em, aproximadamente, 38,09 cm - a mais adequada para a composição de orçamento desses tipos de obras no que se refere à espessura do concreto poroso para estabilização de taludes."

Posicionamento da CGU em 22/09/2015: Reiteração

O MI informa que foi solicitada realização de estudo a fim de obter a espessura média de concreto poroso e que está em fase de elaboração de termo de referência para implantação do Sistema de Custos de Obras e Serviços de infraestrutura Hídrica. Conforme consta no Relatório de Auditoria nº 201408632, a recomendação foi no sentido de obter parâmetros mais confiáveis de campo em contratos pretéritos e vigentes, não só para o concreto poroso, mas para todos os serviços relevantes em orçamentos de grandes obras hídricas. Nesse sentido, a implantação do Sistema de Custos de Obras e Serviços de Infraestrutura Hídrica pode aperfeiçoar os novos projetos e orçamentos de obras a serem contratadas. Assim, recomenda-se que a SIH apresente a versão final do termo de referência de contratação do referido Sistema de Custos, como todos os produtos parciais e final dessa contratação.

Manifestação do Gestor em 10/09/2015: Encaminhamento de providências

Manifestação do MI/SIH (Memorando nº 282/SIH/DPE/CGOC, de 04/09/2015): "1. Em atendimento ao Memorando n° 327/2015/SIH/MI, o qual solicita o atendimento ao Ofício 18.322/2015/DIINT/D1/SFC/CGU-PR principalmente no tocante às recomendações consideradas não atendidas, seguem as informações pertinentes a cada item: 2. Recomendação 141713: No intento de se proceder com a análise dos parâmetros de consumo de concreto poroso, foi encaminhado a Coordenação Geral de Acompanhamento e Fiscalização de Obras o Memorando n° 124/2015/DPE/SIH-MI, em anexo. Neste memorando foi solicitada realização de estudo a fim de obter a espessura média de concreto poroso que está sendo aplicado nos canais dos contratos do PISF. Estima-se a conclusão dos estudos de campo no mês de outubro. A partir do recebimento das informações de campo, os dados serão processados para a devida uniformização nos editais futuros deste departamento. 3. Recomendações 141716 e 141717: Quanto às recomendações de se adotar uma sistemática de formação de preços para fornecimento de matérias/equipamentos e de refinar a metodologia de cálculo da taxa de risco para contratações integradas, informa-se que no plano de aquisições, repactuado em junho de 2015, do programa de cooperação com o Banco Mundial - Interáguas - foi incluído o desenvolvimento e implantação do Sistema de Custos de Obras e Serviços de Infraestrutura Hídrica. Este item do plano de aquisições encontra-se no estágio de elaboração do Termo de Referência para posterior contratação. 4. Conforme se observa no Termo de Referência para contratação do sistema, em anexo, no item 4.3 é demonstrado que na etapa de estudos especiais e pesquisas relacionadas à área de custos é solicitada a elaboração de metodologia de qualificação e quantificação de riscos. No mesmo TR, também é abarcada a cotação de serviços, matérias e equipamentos envolvidos em estações de bombeamento, barragens, obras de arte, redes de transmissão e afins (RP01). 5. Importa destacar, entretanto, que este termo de referência ainda está em elaboração. No entanto, caso seja necessária a elaboração desses parâmetros para uma licitação de grande vulto nos próximos meses, será solicitada a contratação específica de consultoria especializada pelo contrato de gerenciamento do PISF, no qual é previsto o apoio em elaboração de orçamento para licitações (Cláusula Terceira, 3.2, d)."

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Manifestação do Gestor em 10/09/2015: Encaminhamento de providências

Manifestação do MI/SIH (Memorando nº 282/SIH/DPE/CGOC, de 04/09/2015):

Posicionamento da CGU em 05/08/2015: Reiteração

Considerando as falhas verificadas neste RDC Eletrônico - Ramal do Agreste, sugere-se que o órgão apresente providências efetivas com vistas a formalizar rotinas de verificação/atualização dos parâmetros de projetos e orçamentários aferidos em campo nos contratos com objetos similares.

Constatação 2.1.8.:

DUPLICIDADE NO NÚMERO DE ENCARREGADOS

Recomendação 141714:

Manter os novos parâmetros para o quantitativo de encarregados no futuro orçamento do empreendimento.

Situação: Atendida

Histórico

Posicionamento da CGU em 05/08/2015: Atendimento

Na análise do orçamento do Edital RDC Eletrônico nº 2/2015, verificou-se a que não há previsão de encarregados de serviços na composição da administração local, restando somente o de acabamento de obras civis e da montagem eletromecânica por não estarem contemplados nas composições de referência do SICRO 2. Ademais, na última revisão do orçamento houve redução do quantitativo previsto, sendo 26 meses para o encarregado geral de obras civis de acabamento (eram 72 meses) e 52 meses para o encarregado geral de montagem eletromecânica (eram 72 meses). Destaca-se o benefício financeiro desta ação de controle no total de R$ 6.204.323,22, resultado da correção dos quantitativos de encarregados de serviços em duplicidade na administração local, multiplicado pelo preço unitário do item estimado em R$ 5.977,19 no orçamento atual (RDC Eletrônico nº 2/2015 - data-base: nov/14).

Manifestação do Gestor em 05/06/2015: Encaminhamento de providências

Em resposta ao Ofício nº 12770/2015/DIINT/DI/SFC/CGU-PR, o Ministério da Integração Nacional, por meio do Ofício nº 200/AECI/GM/MI, de 03/06/2015, encaminhou mídia digital com os arquivos do novo orçamento da licitação RDC Eletrônico nº 2/2015 - Trecho VII Ramal do Agreste, com as respectivas memórias de cálculo dos serviços.

Dinheiro público é da sua conta

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Constatação 2.1.9.:

SOBREPREÇO NOS TUBOS DE AÇO CARBONO DA ADUTORA DA EBVII-1

Recomendação 141715:

No novo orçamento de referência, utilizar na formação dos preços de fornecimentos dos tubos de aço cotações de mercado mais vantajosas para a Administração.

Situação: Atendida

Histórico

Posicionamento da CGU em 05/08/2015: Atendimento

Na análise do orçamento do Edital RDC Eletrônico nº 2/2015, verificou-se a utilização da menor cotação realizada pelo MI (empresa Centerval), na formação dos preços de fornecimento dos tubos e demais peças da Adutora de Recalque da EBVII-1, em conformidade com as orientações da CGU. Destaca-se o benefício financeiro desta ação de controle no total de R$ 92.793.207,60, resultado da correção dos preços de referências das peças de aço, decorrentes da realização de cotação junto a empresas especializadas no setor de fabricação dos tubos de aço, com a adoção da menor cotação entre elas.

Manifestação do Gestor em 05/06/2015: Encaminhamento de providências

Em resposta ao Ofício nº 12770/2015/DIINT/DI/SFC/CGU-PR, o Ministério da Integração Nacional, por meio do Ofício nº 200/AECI/GM/MI, de 03/06/2015, encaminhou mídia digital com os arquivos do novo orçamento da licitação RDC Eletrônico nº 2/2015 - Trecho VII Ramal do Agreste, com as respectivas memórias de cálculo dos serviços.

Recomendação 141716:

Nas futuras licitações do PISF, adotar na sistemática de formação dos preços de fornecimento de materiais e equipamentos o procedimento de consulta ao mercado a fim de obter preços aderentes às especificações e quantitativos dos objetos que se deseja adquirir.

Situação: Atendida

Histórico

Posicionamento da CGU em 29/12/2015: Atendimento

Conforme informado pelo MI, foram elaborados procedimentos para pesquisa de preços por meio da Nota Técnica 137/2015/SIH/DPE/CGOC (não encaminhada). Pelo exposto, considerando as diversas ações do MI para melhorias do Sistema de Custos e Orçamentação, entende-se que a recomendação está atendida.

Manifestação do Gestor em 23/12/2015: Encaminhamento de providências

Nota Técnica n° 145/2015/SIH/DPE/CGOC, de 11/12/2015: "15. Resposta à recomendação 141716: Visando o atendimento desta recomendação foi gerada na Coordenação-Geral de Obras Civis a Nota Técnica 137/2015/SIH/DPE/CGOC que apresenta os procedimentos para pesquisa de preços para composição de preços de referência. Após aprovada pelo Departamento de Projetos Estratégicos, encaminhou-se o Memorando Circular n° 08/2015/SIH/DPE em 24 de novembro de 2015 para todas as Coordenações do referido Departamento a fim de dar ciência aos seus funcionários quanto a estes procedimentos. Todo este trâmite está registrado no Processo 59614.600140/2015-00. 16. Desse modo, enquanto não se tem desenvolvida sistemática própria de formação de preço, serão adotados os procedimentos recomendados pela referida Nota Técnica."

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Page 78: POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? · incluindo canais trapezoidais, aquedutos e túneis até a Estação de Bombeamento EBVII-1 (vazão de 8,0 m³/s) e desnível de 220 m. O empreendimento

Posicionamento da CGU em 22/09/2015: Reiteração

O MI informa que está em fase de elaboração de termo de referência para implantação do Sistema de Custos de Obras e Serviços de infraestrutura Hídrica. Conforme consta no Relatório de Auditoria nº 201408632, a recomendação foi no sentido de que em futuras licitações, a SIH adote em sua sistemática de orçamentação, a necessidade de realizar tempestivamente pesquisas de preços para o fornecimento de materiais e equipamentos, considerando as especificidades e quantidades em cada obra. Nesse sentido, a implantação do Sistema de Custos de Obras e Serviços de Infraestrutura Hídrica pode aperfeiçoar a metodologia de pesquisas/aferição dos preços de materiais e equipamentos relevantes para contratação das grandes obras hídricas. Assim, recomenda-se que a SIH apresente a versão final do termo de referência de contratação do referido Sistema de Custos, como todos os produtos parciais e final dessa contratação.

Manifestação do Gestor em 10/09/2015: Encaminhamento de providências

Manifestação do MI/SIH (Memorando nº 282/SIH/DPE/CGOC, de 04/09/2015): "1. Em atendimento ao Memorando n° 327/2015/SIH/MI, o qual solicita o atendimento ao Ofício 18.322/2015/DIINT/D1/SFC/CGU-PR principalmente no tocante às recomendações consideradas não atendidas, seguem as informações pertinentes a cada item: 2. Recomendação 141713: No intento de se proceder com a análise dos parâmetros de consumo de concreto poroso, foi encaminhado a Coordenação Geral de Acompanhamento e Fiscalização de Obras o Memorando n° 124/2015/DPE/SIH-MI, em anexo. Neste memorando foi solicitada realização de estudo a fim de obter a espessura média de concreto poroso que está sendo aplicado nos canais dos contratos do PISF. Estima-se a conclusão dos estudos de campo no mês de outubro. A partir do recebimento das informações de campo, os dados serão processados para a devida uniformização nos editais futuros deste departamento. 3. Recomendações 141716 e 141717: Quanto às recomendações de se adotar uma sistemática de formação de preços para fornecimento de matérias/equipamentos e de refinar a metodologia de cálculo da taxa de risco para contratações integradas, informa-se que no plano de aquisições, repactuado em junho de 2015, do programa de cooperação com o Banco Mundial - Interáguas - foi incluído o desenvolvimento e implantação do Sistema de Custos de Obras e Serviços de Infraestrutura Hídrica. Este item do plano de aquisições encontra-se no estágio de elaboração do Termo de Referência para posterior contratação. 4. Conforme se observa no Termo de Referência para contratação do sistema, em anexo, no item 4.3 é demonstrado que na etapa de estudos especiais e pesquisas relacionadas à área de custos é solicitada a elaboração de metodologia de qualificação e quantificação de riscos. No mesmo TR, também é abarcada a cotação de serviços, matérias e equipamentos envolvidos em estações de bombeamento, barragens, obras de arte, redes de transmissão e afins (RP01). 5. Importa destacar, entretanto, que este termo de referência ainda está em elaboração. No entanto, caso seja necessária a elaboração desses parâmetros para uma licitação de grande vulto nos próximos meses, será solicitada a contratação específica de consultoria especializada pelo contrato de gerenciamento do PISF, no qual é previsto o apoio em elaboração de orçamento para licitações (Cláusula Terceira, 3.2, d)."

Manifestação do Gestor em 10/09/2015: Encaminhamento de providências

Manifestação do MI/SIH (Memorando nº 282/SIH/DPE/CGOC, de 04/09/2015):

Posicionamento da CGU em 05/08/2015: Reiteração

Considerando as falhas verificadas neste RDC Eletrônico - Ramal do Agreste, sugere-se que o órgão apresente providências efetivas com vistas a formalizar procedimentos de consultas ao mercado (cotações específicas e atualizadas), quando da formação dos preços de referência de equipamentos e materiais especiais em empreendimentos de grande porte (por ex.: PISF).

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