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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Departamento de Odontologia
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE PILAR
PROTÉTICO E IMPLANTE EM TRÊS DISTINTOS SISTEMAS DE
CONEXÃO INTERNA CÔNICA
DEÍCOLA COELHO FILHO
Belo Horizonte
2010
Deícola Coelho Filho
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE PILAR
PROTÉTICO E IMPLANTE EM TRÊS DISTINTOS SISTEMAS DE
CONEXÃO INTERNA CÔNICA
Belo Horizonte
2010
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de concentração: Clínicas Odontológicas. Ênfase: Prótese Dentária. Orientador: Prof. Dr. Paulo Isaias Seraidarian Co-orientador: Prof. Dr. Perrin Smith Neto
FOLHA DE APROVAÇÃO
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Deícola e Elizabeth, por tudo que fizeram por mim.
Aos meus filhos, Luís Henrique, Vanessa e Lucas, razão de tudo em minha vida.
A minha esposa, Saionara, pelo amor, pelo companheirismo e por todo o apoio, não
só nestes dois anos, mas em toda a nossa vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por tudo que me proporciona.
A Carlúcio, Sílvia, Pedro e Priscila, que me fizeram sentir presente em um lar,
e não apenas hospedado.
A Rildo e Yuri, companheiros nestes dois anos, amigos que, talvez, devo
chamar de irmãos.
Aos colegas, Amaro, Ana, Ângela, Cláudia, Juliana, Kênia, Milena e
Pollyanna, que já tenho saudades; lembrando que saudade só sentimos do que é
bom.
A Silvânia, Angélica, Lú, Marlí, Crís, Mariângela e Toninha, sempre prestativas
nestes dois anos de convivência.
Aos professores do domínio conexo, pelo convívio e conhecimentos
transmitidos.
Ao Professor Perrin Smith Neto, pela disponibilidade em ajudar nesta
dissertação.
Ao Professor Marcos Dias Lanza, pelos conhecimentos transmitidos e por esta
agradável convivência nestes dois anos.
Ao Professor Wellington Corrêa Jansen, pelo exemplo de competência, pelas
oportunidades que me proporcionou e pela amizade que demonstrou neste período.
Ao Professor Paulo Isaias Seraidarian, meu orientador, pela confiança
creditada em mim, pela amizade demonstrada, pelo carinho e elogios constantes,
pelo exemplo de professor que contribuiu, consideravelmente, para minha formação
de Mestre.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência mecânica quanto à força de tração
necessária para separar e/ou deslocar o pilar protético do implante em três sistemas
de conexão entre pilar protético e implante, com desenho interno cônico, de três
distintas marcas, a saber: o sistema Revolution Morse® produzido pela empresa
brasileira SIN – Sistema de Implante; o sistema SynOcta® produzido pela empresa
suíça Straumann; e o sistema Implante Friccional Biológico® produzido pela empresa
KOPP. As principais diferenças entre esses sistemas são o ângulo interno da
interface cônica entre o implante e o pilar protético, o uso ou não de parafuso para a
união entre as partes e o desenho do implante dos sistemas aqui pesquisados.
Foram testados três conjuntos compostos por pilar protético e implante das três
marcas referidas. Os testes foram realizados no Departamento de Engenharia
Mecânica da PUC Minas, por meio de Máquina Universal de Ensaios (Modelo
DL500; EMIC-Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda, Paraná). A força de tração
aplicada foi no longo eixo do conjunto, com intuito de mensurar o valor que os
corpos de prova suportariam. Diante dos resultados encontrados, concluiu-se que os
conjuntos compostos pelos pilares protéticos e implantes, com uso de parafuso
passante, aqui testados, mostraram grande semelhança, mas com diferença
significativa para o conjunto de implante friccional sem uso de parafuso, considerada
a resistência à força de tração apresentada pelos corpos de prova.
Palavras-chave: Biomecânica. Implantes Dentários. Prótese Dentária.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the mechanical strength as the tensile force
required to separate and/or move the prosthetic abutment from the implant in three
systems of connection between prosthetic abutment and implant with conical internal
design of three distinct brands namely: the Revolution Morse® system manufactured
by Brazilian company SIN – Implant System, the system SynOcta ® manufactured by
the Swiss company Straumann; and the system with Frictional Implant KOPP ®. The
main differences between systems are the internal angle of the conical interface
between the implant and the prosthetic abutment, use or not to screw the union
between the parts, and the implant design of the systems surveyed here. Three
different combinations of implant and prosthetic abutment of the three brands
mentioned were tested. The tests were conducted at the Department of Mechanical
Engineering of PUC Minas by universal testing machine (Model DL500; EMIC-
Equipment and Systems Testing Ltd., Paraná). The tensile force was applied in the
long axis of the set in order to measure the value that the specimens bear.
Considering the results it was concluded that the joint compound by the prosthetic
abutments and implants, using a through screw, tested here, showed great similarity,
but with significant differences for the set of frictional implant without using screws,
considered the resistance to traction force presented by the specimens.
Key-words: Biomechanics. Dental Implants. Dental Prosthesis.
LISTA DE ARTIGOS
Ao término desta pesquisa, foi possível elaborar as seguintes propostas de
artigos:
ARTIGO 1
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE O PILAR
PROTÉTICO E O IMPLANTE COM CONEXÃO INTERNA CÔNICA
ARTIGO 2
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE PILAR
PROTÉTICO E IMPLANTE DO MODELO SYNOCTA®
ARTIGO 3
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE PILAR
PROTÉTICO E IMPLANTE EM DOIS SISTEMAS COM CONEXÃO INTERNA
CÔNICA
ARTIGO 4
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE PILAR
PROTÉTICO E IMPLANTE NO SISTEMA DE IMPLANTE FRICCIONAL
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9
2 OBJETIVOS ................................................................................................ 11
REFERÊNCIAS GERAIS ......................................................................................... 12
ARTIGO 1 ....................................................................................................... 13
ARTIGO 2 ....................................................................................................... 25
ARTIGO 3 ....................................................................................................... 39
ARTIGO 4 ........................................................................................................ 51
9
1 INTRODUÇÃO
Com a evolução das pesquisas em prótese sobre implante, assiste-se a
conquistas cada vez maiores da implantodontia no contexto geral odontológico. A
diversidade de desenhos, tanto dos implantes como dos pilares protéticos, tem
garantido resultados significativamente melhores no uso de próteses sobre
implantes osseointegrados.
Nesse aspecto, a união do pilar protético ao implante é fundamental, sendo a
sua folga ou ruptura considerada indesejável ou insucesso na implantodontia.
A configuração interna cônica, introduzida ao sistema de união entre o pilar
protético e o implante, melhorou a adaptação entre as peças e aumentou a proteção
contra o afrouxamento dos pilares protéticos. Assim, ao aplicar o torque nesse
sistema de união, o cone do pilar protético é tracionado contra a parede interna do
implante, gerando atrito entre as partes. Tal atrito implicará o travamento mecânico
entre os dois corpos, devido ao íntimo contato entre a superfície interna do implante
e a superfície externa do pilar (TORTAMANO NETO, 2007). Como vantagem, esse
desenho mostrou a necessidade de torque de afrouxamento maior que o torque de
aperto, quando comparado com a conexão retida apenas por parafuso (SUTTER e
colaboradores, 1993). O sistema de configuração interna cônica também aumentou
a capacidade de suportar cargas oblíquas por possuir maior área de contato entre o
pilar protético e o implante (NORTON, 2000).
Segundo Sutter e colaboradores (1993), o ângulo interno do implante e,
consequentemente, o externo do pilar protético deveria ser de 8 graus, de forma a
criar fricção de travamento similar à junta Morse usada por décadas na engenharia
mecânica. Ainda segundo o autor, qualquer material metálico cônico com paredes
que tenham menos de 8 graus de angulação criará um travamento mecânico
friccional.
Porém, não raras vezes se observam fracassos mecânicos na implantodontia.
A maior parte desses fracassos está claramente associada com a instabilidade do
10
parafuso, seja por afrouxamento, espanamento do filete da rosca a ponto de não
mais poder atarraxar ou até por fratura (SCHWARZ, 2000).
Pelo fato de ser considerado o elemento mais susceptível a falhas, algumas
indústrias optaram por desenvolver pilares protéticos unidos ao implante, sem a
utilização do parafuso. São os sistemas em que a união entre pilar protético e
implante acontece por fricção, conhecidos como sistema de união friccional ou
locking taper. Neste sistema, aplica-se força de compressão sobre o pilar protético
de modo que este seja introduzido no implante. Esta compressão promoveria alta
força de fricção, dada pelo ângulo interno de 1,5 grau, possibilitando o
comportamento de soldagem a frio (URDANETA e colaboradores, 2008).
Julga-se relevante mencionar que fracassos entre o pilar protético e o implante
são causados pela maneira como o estresse mecânico é transferido ao conjunto
pilar protético e implante. Muitas vezes, esse estresse é gerado por força de tração
aplicada ao implante, que pode ocorrer em inúmeras situações, tais como: durante a
remoção de coroas provisórias; durante a retirada de estrutura sem assentamento
passivo; na remoção constante, por parte do paciente, de prótese removível com
retenção sobre implante; em próteses com elemento suspenso onde o pilar protético
mais próximo do ponto de aplicação da força no elemento suspenso registra
deformação por compressão, mas com valores mais altos de deformação por tração
nos pilares intermediários (SUEDAM e colaboradores, 2008; RUBO, 2010), bem
como na mastigação unilateral.
Diante do exposto, optou-se por desenvolver um estudo para verificar a
resistência mecânica quanto à força de tração necessária para separar e/ou deslocar
o pilar protético do implante, por meio de ensaio de tração feito na Máquina
Universal de Ensaios em três distintas marcas, a saber: o sistema SynOcta®
(Instituto Straumann AG, Basel, Suíça), com parafuso passante e ângulo entre o
pilar protético e o implante sendo de 8 graus; o sistema Revolution Morse® (SIN-
Sistema de Implante Nacional Ltda, São Paulo, Brasil), com parafuso passante e
ângulo entre o pilar protético e o implante sendo de 16 graus; e o sistema Implante
Friccional Bioloógico® (KOPP, Paraná, Brasil), com ângulo interno de 1,5 grau, sem
parafuso passante.
11
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral:
Avaliar a resistência mecânica quanto à força de tração necessária para
separar e/ou deslocar o pilar protético do implante, com configuração interna cônica,
em três distintas marcas, a saber:
O sistema SynOcta® produzido pela empresa suiça Straumann, com parafuso
passante e ângulo entre o pilar protético e o implante sendo de 8 graus;
O sistema Revolution Morse® produzido pela empresa brasileira SIN – Sistema
de Implante, com parafuso passante e ângulo entre o pilar protético e o
implante sendo de 16 graus;
O sistema Implante Friccional Biológico® produzido pela empresa Kopp, com
ângulo interno de 1,5 grau, sem parafuso passante.
2.2 Objetivos específicos:
Verificar se a presença do parafuso tem influência, ou não, na resistência à
força de tração no sistema com configuração interna cônica;
Verificar se a variação do ângulo entre o pilar protético e o implante, nos
sistemas com parafuso passante, tem influência na resistência à força de
tração;
Avaliar a resistência à força de tração entre pilar protético e implante no
sistema de configuração interna cônica friccional, sem uso de parafuso
passante.
12
REFERÊNCIAS GERAIS
NORTON, M.R. In vitro evaluation of the strength of the conical implant-to-abutment joint in two commercially available implant systems. The Journal of Prosthetic Dentistry, v.83, n.5, p.567-571, 2000.
RUBO, J.H. Estudos biomecânicos em prótese sobreimplantes. Revista Implantnews, v.7, p.139-144, 2010.
SCHWARZ, S. Mechanical complications of dental implants. Clinical Oral Implants Research, v.11, n.1, p.156-158, 2000.
SUEDAM, V.; CAPELLO SOUZA, E.A.; MOURA, M.S.; JAQUES, L.B.; RUBO, J.H. Effect of abutment’s height and framework alloy on the load distribution of mandibular cantilevered implant-supported prosthesis. Clinical Oral Implant Research, v.20, p.196-200, 2009.
SUTTER, F.; WEBER, H.P.; SORENSEN, J.;BELSER ,U.C. The new restorative concept of the ITI dental implant system. Engineering and design. International Periodontology and Restorative Dentistry, v.13, p.409-413, 1993.
TORTAMANO NETO, Pedro. Filosofia e técnica de implantes de um único estágio cirúrgico. São Paulo: Quintessence Editora Ltda, 2007. 292p.
URDANETA, R.A.; MARINCOLA, M.; WEED, M.; CHUANG, S.K. A screwless and cementless thecnique for the restoration of single-tooth implants: a retrospective cohort study.Journal of Prosthodontics, v.17, n.7, p.562-571, 2008.
13
ARTIGOS
Artigo 1
Este artigo será submetido à Revista Implant News.
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE O PILAR
PROTÉTICO E O IMPLANTE COM CONEXÃO INTERNA CÔNICA
Deícola Coelho Filho1, Marcos Dias Lanza
2, Perrin Smith Neto
3, Wellington Corrêa Jansen
4,
Paulo Isaias Seraidarian5.
1. Titulação: Especialista em Prótese Dentária (UFU); Mestrando em Clínicas
Odontológicas, com ênfase em Prótese Dentária, na PUC Minas.
Endereço para correspondência: Rua Santa Lúcia, 918. Bairro Jardim Panorama.
CEP: 39 400-117. Montes Claros-MG/Brasil
Telefone: (38) 3221 1224 / E-mail: [email protected]
2. Titulação: Doutor em Reabilitação Oral-USP; Professor Adjunto III da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.
3. Titulação: Doutor em Engenharia Mecânica-USP; Professor Titular da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.
4. Titulação: Doutor em Materiais Dentários-USP; Professor Adjunto III Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.
5. Titulação: Doutor em Odontologia Restauradora-UNESP; Professor Adjunto III da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
14
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência mecânica quanto à força de tração
necessária para separar e/ou deslocar o pilar protético do implante em um modelo produzido
pela empresa brasileira SIN – Sistema de Implante. Foram testados três conjuntos compostos
por pilar protético e implante do modelo Revolution Morse®, que apresentam, além do
desenho de conexão interna cônica, um parafuso passante que une o pilar protético ao
implante. Os testes foram realizados no Departamento de Engenharia Mecânica da PUC
Minas por meio de Máquina Universal de Ensaios. A força de tração aplicada foi no longo
eixo do conjunto, com intuito de mensurar o valor que os corpos de prova suportariam. Diante
dos resultados encontrados, concluiu-se que os conjuntos testados, compostos pelos pilares
protéticos e implantes, mostraram alta resistência à força de tração.
Unitermos: Biomecânica; Implantes dentários; Prótese dentária; Prótese sobre implante;
Cone Morse.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the mechanical resistance as the tensile force
required to separate and/or move the prosthetic abutment from the implant on a model
produced by the Brazilian company SIN – Implant System. Three different sets, consisting of
prosthetic abutment and implant model Revolution Morse®, that present beyond the design of
internal conical connection, a through screw that connects the prosthetic abutment to the
implant. The tests were conducted at the Department of Mechanical Engineering, PUC Minas
by universal testing machine. The tensile force was applied in the long axis of the set in order
to measure the value that the specimens bear. Considering the results it was concluded that the
sets compound by prosthetic abutments and implants tested showed high resistance to traction
force.
Key-words: Biomechanics; Dental implants; Dental prosthesis; Implant prosthodontics;
Morse taper.
15
INTRODUÇÃO
Com a evolução das pesquisas em prótese sobre implante, assiste-se a conquistas cada
vez maiores da implantodontia no contexto geral odontológico. A diversidade de desenhos,
tanto dos implantes como dos pilares protéticos, tem garantido resultados significativamente
melhores no uso de próteses sobre implantes osseointegrados.
Nesse aspecto, a união do pilar protético ao implante é fundamental, sendo a sua folga
ou ruptura considerada indesejável ou insucesso na implantodontia.
A configuração interna cônica, introduzida ao sistema de união entre o pilar protético
e o implante, melhorou a adaptação entre as partes e aumentou a proteção contra o
afrouxamento dos pilares protéticos. Assim, ao aplicar o torque nesse sistema de união, o cone
do pilar protético é tracionado contra a parede interna do implante, gerando atrito entre as
partes. Tal atrito implicará o travamento mecânico entre os dois corpos, devido ao íntimo
contato entre a superfície interna do implante e a superfície externa do pilar1. Como
vantagem, esse desenho mostrou a necessidade de torque de afrouxamento maior que o torque
de aperto, quando comparado com a conexão retida apenas por parafuso2. O sistema de
configuração interna cônica também aumentou a capacidade de suportar cargas oblíquas por
possuir maior área de contato entre o pilar protético e o implante3-4-5
.
Em estudo do desenho de configuração interna cônica2, o ângulo interno do implante
e, consequentemente, o externo do pilar protético deveria ser de 8 graus, de forma a criar
fricção de travamento similar à junta Morse, usada por décadas na engenharia mecânica.
Ainda segundo os autores, qualquer material metálico cônico com paredes que tenham menos
de 8 graus de angulação criará um travamento mecânico friccional. Ao observar a angulação
do modelo Revolution Morse® verifica-se que o ângulo das paredes é superior ao mencionado
no estudo citado acima.
Diante deste fato, questiona-se: seria a angulação do sistema Revolution Morse®
inadequada e a retenção seria deficiente? Seria a retenção suficiente mesmo com o ângulo das
paredes maior, ou, ainda, a retenção seria suficiente em virtude do parafuso passante?
Com base nessas indagações, optou-se por desenvolver um estudo para verificar a
resistência à tração do conjunto pilar protético/implante com conexão interna cônica,
16
utilizando o implante do modelo Revolution Morse® e seu pilar protético da empresa SIN-
Sistema de Implante, por meio de ensaio de tração feito na Máquina Universal de Ensaios.
METODOLOGIA
Para este estudo, foram construídos três corpos de prova, sendo cada corpo de prova
constituído por um implante e um pilar protético do modelo Revolution Morse®
(SIN-Sistema
de Implante Nacional Ltda, São Paulo, Brasil), com parafuso passante que une o pilar
protético ao implante e ângulo entre a parede interna do implante e a externa do pilar protético
com 16 graus (Figura 1). Tanto os implantes como os pilares protéticos foram adquiridos
diretamente desta empresa, como consumidor normal, sem que a mesma tivesse conhecimento
de que aqueles componentes seriam submetidos à pesquisa. O quadro 1 mostra os
componentes usados.
Os ensaios mecânicos foram executados na Máquina Universal de Ensaios (Modelo
DL 500; EMIC-Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda, Paraná, Brasil), com capacidade de
5000 N, usando a célula de carga (Modelo CCE5KN; EMIC-Equipamentos e Sistemas de
Ensaio Ltda, Paraná, Brasil), com capacidade de 5000 N, nas dependências do Laboratório de
Mecânica do Curso de Engenharia Mecânica da PUC Minas, Campus Coração Eucarístico
(Figura 2).
Cada corpo de prova montado recebeu o torque de aperto de 20 Ncm, como
recomendado pelo fabricante.
Para que os ensaios pudessem ser realizados na Máquina Universal de Ensaios, foram
desenvolvidas duas pinças: uma para fixar o implante e outra para fixar o pilar protético
durante o teste. Sendo assim, a primeira pinça foi desenvolvida com a adaptação de um
mandril (Modelo S6.5; Makita do Brasil Ferramentas Elétricas Ltda, Paraná, Brasil) na base
da Máquina Universal de Ensaios e, nela, foi fixado o implante (Figura 3). A segunda pinça,
na qual se fixou o pilar protético, foi desenvolvida com a adaptação de outro mandril, do
mesmo modelo, na garra autotravante, que é componente da Máquina Universal de Ensaios
(Figuras 4 e 5). Vale destacar que esta garra autotravante possui articulações para assegurar o
paralelismo entre pilar protético e implante durante o ensaio de tração.
17
Para que os dados fossem enviados para a Máquina Universal de Ensaios, bem como
ser possível a obtenção dos resultados, utilizou-se o programa TESC®, que foi desenvolvido
para automação de ensaios e é compatível com a Máquina Universal de Ensaios marca EMIC.
Os parâmetros utilizados nos ensaios de tração estão representados no quadro 2.
RESULTADOS
Após a obtenção dos valores registrados na Máquina Universal de Ensaios e a
transmissão deles ao programa TESC®, foi possível observar, neste estudo, a efetiva união
entre o pilar protético e o implante. A resistência à tração suportada pelos corpos de prova foi
alta, sendo esses valores de 685N, 585N e 600N, respectivamente, para cada um dos corpos
de prova. O gráfico 1 mostra os resultados dos ensaios de tração.
O resultado não representa o momento de ruptura entre o pilar protético e o implante,
mesmo porque tal fato não ocorreu durante os testes (Figura 6). A força de resistência à
tração, entre o pilar protético e o implante, foi tão elevada que resultou no escorregamento do
corpo de prova fixado à pinça. O gráfico 2 mostra a curva de tração nos três ensaios, quando
se pode observar que, mesmo na descendente, ainda ocorre resistência, revelando o
escorregamento.
Cabe, ainda, ressaltar que o escorregamento não foi devido ao fato da pinça
desenvolvida para os testes não ter suportado a fixação. Isso ocorreu pela deformação que os
pilares protéticos sofreram, tal a intensidade dos valores da força de tração.
DISCUSSÃO
Como já foi mencionado neste trabalho, o desenho da conexão entre o pilar protético e
o implante é uma condição importante na função e estabilidade da restauração com implantes
dentários3,5
.
18
A configuração hexágono externo parece ser mais propensa ao afrouxamento do
parafuso do pilar protético, enquanto a configuração interna cônica se apresentaria mais
favorável ou menos propensa ao afrouxamento. A configuração hexágono externo teria o
parafuso segurando sozinho o pilar protético, uma vez que o contato friccional entre o pilar
protético e o implante é mínimo6-7
. Já a configuração interna cônica teria capacidade superior
para suportar cargas oblíquas por possuir maior área de contato entre o pilar protético e o
implante8. O travamento friccional constitui o princípio mecânico básico deste desenho, não
havendo possibilidade de concentração de forças em um único ponto, pois as forças laterais
seriam transferidas para toda a interface cônica, concedendo estabilidade pela força
friccional9.
Outro aspecto que precisa ser enfatizado é o fato de que, neste estudo, sem dúvida, o
desenho de conexão interna cônica é relevante. No entanto, em vista da angulação do cone ser
acima da preconizada de 8 graus2, permite inferir que a ação do parafuso na resistência à
tração também é relevante.
É preciso registrar, ainda, que ficou claro, durante os estudos realizados, tanto
previamente ao início da pesquisa como durante, que são escassos os trabalhos que avaliaram
esta questão.
Considera-se relevante que, durante a fase de projeto desta pesquisa, foi levantada a
questão de qual seria o interesse em avaliar a resistência à tração, uma vez que tal força não
seria aplicável na utilização das próteses sobre implante. Neste momento, julga-se importante
mencionar que esses fracassos são causados pela maneira como o estresse mecânico é
transferido ao conjunto pilar protético e implante.
Muitas vezes, esse estresse é gerado por força de tração aplicada ao implante, que
pode ocorrer em inúmeras situações, tais como: durante a remoção de coroas provisórias;
durante a retirada de estrutura protética sem assentamento passivo; na remoção constante, por
parte do paciente, de prótese removível com retenção sobre implante; em próteses com
elemento suspenso, nas quais o pilar protético mais próximo do ponto de aplicação da força
no elemento suspenso registra deformação por compressão, mas com valores mais altos de
deformação por tração nos pilares intermediários10-11
, bem como na mastigação unilateral.
A resistência à tração, demonstrada neste estudo, foi elevada para o sistema com
configuração interna cônica Revolution Morse®. Tal fato permite inferir que a estabilidade do
19
sistema, quando submetidos a forças de tração (tais como: durante a remoção de estruturas de
próteses, remoção de provisórios, remoção de próteses com sistemas de encaixe ou em
próteses com elemento suspenso), deverá ser maior. Portanto, a configuração interna cônica
apresentou estabilidade mecânica favorável para resistir a forças de tração.
CONCLUSÃO
De acordo com as condições deste estudo, conclui-se que o conjunto pilar
protético/implante com conexão interna cônica do modelo Revolution Morse®, fabricado pela
empresa brasileira SIN-Sistema de Implante, possui elevada resistência à tração, sendo,
mecanicamente, favorável para suportar este tipo de força.
REFERÊNCIAS
1. Tortamano Neto P. Filosofia e técnica de implantes de um único estágio cirúrgico. São
Paulo: Quintessence Editora Ltda, 2007. P.130-1.
2. Sutter F, Weber HP, Sorensen J, Belser UC. The new restorative concept of the ITI
dental implant system: Design and Engineering. Int J Periodontics Restorative Dent
1993;13:409-431.
3. Norton MR. An in vitro evaluation of the strength of an internal conical interface
compared to a butt joint interface in implant design. Clin Oral Implants Res
1997;8:290–298.
4. Mollersten L, Lockowandt P, Linden LA. Comparison of strength and failure mode of
seven implant systems: An in vitro test. J Prosth Dent 1997;78:582-91.
5. Norton MR. In vitro evaluation of the strength of the conical implant-to-abutment
joint in two commercially available implant systems. J Prosthet Dent 2000;83:567-71.
6. Burguete RL, Johns RB, King T, Patterson EA. Tightening characteristics for screwed
joints in osseointegrated dental implants. J Prosthet Dent 1994;71:592–599.
7. Sakaguchi RL, Borgersen SE. Nonlinear contact analysis of preload in dental implant
screws. Int J Oral Maxillofac Implants 1995;10:295–302.
20
8. Akça K, Cehreli MC, Iplikçioglu H. Evaluation of the mechanical characteristics of
the implant-abutment complex of a reduced-diameter morse-taper implant. A
nonlinear finite element stress analysis. Clin Oral Impl Res 2003;14:444-54.
9. Merz BR, Hunenbart S, Belser UC. Mechanics of the implant-abutment connection:
An 8-Degree taper compared to a butt joint connection. Int J Oral Maxillofac Implants
2000;15:519-526.
10. Rubo JH. Estudos biomecânicos em prótese sobreimplantes. Rev Implantnews
2010;7:139-144.
11. Suedam V, Capello Souza EA, Moura MS, Jaques LB, Rubo JH. Effect of abutment’s
height and framework alloy on the load distribution of mandibular cantilevered
implant-supported prosthesis. Clin Oral Impl Res 2009;20:196-200.
Figura 1- Implante, pilar protético e parafuso
21
Figura 2- Célula de carga, garra autotravante e pinças na Máquina Universal de Ensaios
Figura 3- Mandril acoplado ao adaptador da base da Máquina Universal de Ensaios
22
Figura 4- Mandril adaptado para acoplar-se à garra autotravante
Figura 5- Pinça acoplada à garra autotravante
23
Figura 6- Corpos de prova após o ensaio mecânico
Nome Comercial Especificação Código Lote
Implante Revolution Morse Ø 3,8 x 15 mm SCM 3815 160909
Pilar Protético Abutment Cimentado Ø 4,5 x 3 mm AIMP 4503C H50156
Parafuso Parafuso de Retenção Quadrado para
cone Morse
PTQM 16 160396
Quadro 1: Componentes usados e suas respectivas especificações
Velocidade do Ensaio 0,5 mm/min
Distância – “L” 5,0 mm
Célula de carga EMIC CCE5KN
Equipamento de Ensaio EMIC DL 500
Quadro 2: Parâmetros utilizados nos ensaios
24
Gráfico 1: Resultado do ensaio de tração
Gráfico 2- Curva do ensaio de tração em cada corpo de prova
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Corpo de Prova 1 Corpo de Prova 2 Corpo de Prova 3
Força N
Força N
25
Artigo 2
Este artigo será submetido ao periódico The International Journal of Oral and
Maxillofacial Implants
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE PILAR
PROTÉTICO E IMPLANTE DO MODELO SYNOCTA®
Deícola Coelho Filho1, Marcos Dias Lanza2, Perrin Smith Neto3, Wellington Corrêa
Jansen4, Paulo Isaias Seraidarian5.
1. Titulação: Especialista em Prótese Dentária (UFU); Mestrando em Clínicas
Odontológicas com ênfase em Prótese Dentária na PUC Minas.
Endereço para correspondência: Rua Santa Lúcia, 918. Bairro Jardim
Panorama. CEP: 39 400-117. Montes Claros-MG/Brasil
Telefone: (38) 3221 1224 / E-mail: [email protected]
2. Titulação: Doutor em Reabilitação Oral-USP; Professor Adjunto III da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
3. Titulação: Doutor em Engenharia Mecânica-USP; Professor Titular da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
4. Titulação: Doutor em Materiais Dentários-USP; Professor Adjunto III Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.
5. Titulação: Doutor em Odontologia Restauradora-UNESP; Professor Adjunto III
da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
26
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência mecânica quanto à força de
tração necessária para separar e/ou deslocar o pilar protético do implante em um
modelo produzido pela empresa suíça Straumann. Foram testados três conjuntos
compostos pelo pilar protético SynOcta® e implante do modelo SLA® Standard RN,
que apresentam, além do desenho de configuração interna cônica, um parafuso
passante que une o pilar protético ao implante. Os testes foram realizados no
Departamento de Engenharia Mecânica da PUC Minas por meio de Máquina
Universal de Ensaios. A força de tração aplicada foi no longo eixo do conjunto com
intuito de mensurar o valor que os corpos de prova suportariam. Diante dos
resultados encontrados, concluiu-se que os conjuntos testados, compostos pelos
pilares protéticos e implantes, mostraram alta resistência à força de tração.
Palavras-chave: biomecânica, Implantes dentários, prótese dentária, prótese sobre
implante, cone Morse.
INTRODUÇÃO
Com a evolução das pesquisas em prótese sobre implante, assiste-se a
conquistas cada vez maiores da implantodontia no contexto geral odontológico. A
diversidade de desenhos, tanto dos implantes como dos pilares protéticos, tem
garantido resultados significativamente melhores no uso de próteses sobre
implantes osseointegrados.
27
Nesse aspecto, a união do pilar protético ao implante é fundamental, sendo a
sua folga ou ruptura considerada indesejável ou insucesso na implantodontia.
A configuração interna cônica, introduzida ao sistema de união entre o pilar
protético e o implante, melhorou a adaptação entre as peças e aumentou a proteção
contra o afrouxamento dos pilares protéticos. Assim, ao aplicar o torque nesse
sistema de união, o cone do pilar protético é tracionado contra a parede interna do
implante, gerando atrito entre as partes. Tal atrito implicará o travamento mecânico
entre os dois corpos, devido ao íntimo contato entre a superfície interna do implante
e a superfície externa do pilar. Como vantagem, esse desenho mostrou a
necessidade de torque de afrouxamento maior que o torque de aperto, quando
comparado com a conexão retida apenas por parafuso1. O sistema de configuração
interna cônica também aumentou a capacidade de suportar cargas oblíquas por
possuir maior área de contato entre o pilar protético e o implante2-3-4.
Em estudo do desenho de configuração interna cônica2, o ângulo interno do
implante e, consequentemente, o externo do pilar protético deveria ser de 8 graus,
de forma a criar fricção de travamento similar à junta Morse, usada por décadas na
engenharia mecânica. Ainda segundo o estudo, qualquer material metálico cônico
com paredes que tenham menos de 8 graus de angulação criará um travamento
mecânico friccional.
Por um lado, até o momento foi possível observar que os trabalhos que
avaliam a força de tração são escassos na literatura. Por outro lado, a força de
tração gerada nos pilares intermediários, em próteses com elemento suspenso, seria
maior do que a deformação por compressão registrada próximo ao pilar protético
onde é aplicada a força de compressão5. Diante disto, questiona-se: qual a
28
resistência à tração o sistema de configuração interna cônica SynOcta® seria capaz
de suportar? Se obtido este valor, seria significante em valores numéricos?
Com base nessas indagações, optou-se por desenvolver um estudo para
verificar a resistência à tração do conjunto pilar protético/implante com configuração
interna cônica, utilizando o implante SLA® Standard RN e o pilar protético SynOcta®
da empresa suíça Straumann, por meio de ensaio de tração feito na Máquina
Universal de Ensaios.
METODOLOGIA
Para este estudo, foram construídos três corpos de prova, sendo cada corpo
de prova constituído pelo implante SLA® Standard RN e pelo pilar protético
SynOcta® (Instituto Straumann AG, Basel, Suíça), com ângulo interno de 8 graus,
com parafuso passante que une o pilar protético ao implante (Figura 1). Tanto os
implantes como os pilares protéticos foram adquiridos diretamente desta empresa,
como consumidor normal, sem que a mesma tivesse conhecimento de que aqueles
componentes seriam submetidos à pesquisa. O quadro 1 mostra os componentes
usados.
Os ensaios mecânicos foram executados na Máquina Universal de Ensaios
(Modelo DL 500; EMIC-Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda, Paraná, Brasil)
com capacidade de 5000 N, usando a célula de carga (Modelo CCE5KN; EMIC-
Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda, Paraná, Brasil) com capacidade de 5000
N, nas dependências do Laboratório de Mecânica do Curso de Engenharia Mecânica
da PUC Minas, Campus Coração Eucarístico (Figura 2).
29
Cada corpo de prova montado recebeu o torque de aperto de 35 Ncm, como
recomendado pelo fabricante.
Para que os ensaios pudessem ser realizados na Máquina Universal de
Ensaios, foram desenvolvidas duas pinças: uma para fixar o implante e outra para
fixar o pilar protético durante o teste. Sendo assim, a primeira pinça foi desenvolvida
com a adaptação de um mandril (Modelo S6.5; Makita do Brasil Ferramentas
Elétricas Ltda, Paraná, Brasil) na base da Máquina Universal de Ensaios e, nela, foi
fixado o implante (Figura 3). A segunda pinça, na qual se fixou o pilar protético, foi
desenvolvida com a adaptação de outro mandril, do mesmo modelo, na garra
autotravante, que é componente da Máquina Universal de Ensaios (Figuras 4 e 5).
Vale destacar que esta garra autotravante possui articulações para assegurar o
paralelismo entre pilar protético e implante durante o ensaio de tração.
Para que os dados fossem enviados para a Máquina Universal de Ensaios,
bem como ser possível a obtenção dos resultados, utilizou-se o programa TESC®,
que foi desenvolvido para automação de ensaios e é compatível com a Máquina
Universal de Ensaios da marca EMIC.
Os parâmetros utilizados nos ensaios de tração estão representados no
quadro 2.
RESULTADOS
Após a obtenção dos valores registrados na Máquina Universal de Ensaios e
a transmissão deles ao programa TESC®, foi possível observar, neste estudo, a
30
efetiva união entre o pilar protético e o implante. A resistência à tração suportada
pelos corpos de prova foi alta, sendo esses valores de 710N, 560N e 775N,
respectivamente, para cada um dos corpos de prova. O gráfico 1 mostra o resultado
do ensaio de tração.
O resultado não representa o momento de ruptura entre o pilar protético e o
implante, mesmo porque tal fato não ocorreu durante os testes (Figura 6). A força de
resistência à tração, entre o pilar protético e o implante, foi tão elevada que resultou
no escorregamento do corpo de prova fixado à pinça. O gráfico 2 mostra a curva de
tração nos três ensaios, quando se pode observar que, mesmo na descendente,
ainda ocorre resistência, revelando o escorregamento.
Cabe, ainda, ressaltar que o escorregamento não foi devido ao fato da pinça
desenvolvida para os testes não ter suportado a fixação. Isso ocorreu pela
deformação que os passos da rosca do implante sofreram, tal a intensidade dos
valores da força de tração.
DISCUSSÃO
Como já foi mencionado neste trabalho, o desenho da conexão entre o pilar
protético e o implante é uma condição importante na função e estabilidade da
restauração com implantes dentários2,4.
A configuração do hexágono externo parece ser mais propensa ao
afrouxamento do parafuso do pilar protético, enquanto a conexão interna cônica se
apresentaria mais favorável ou menos propensa ao afrouxamento. A configuração
31
hexágono externo teria o parafuso segurando sozinho o pilar protético, uma vez que
o contato friccional entre o pilar protético e o implante é mínimo6-7. Já a configuração
interna cônica teria capacidade superior para suportar cargas oblíquas por possuir
maior área de contato entre o pilar protético e o implante8. O travamento friccional
constitui o princípio mecânico básico deste desenho, não havendo possibilidade de
concentração de forças em um único ponto, pois as forças laterais seriam
transferidas para toda a interface cônica, concedendo estabilidade pela força
friccional9.
Outro aspecto que precisa ser enfatizado é o fato de que neste estudo,
segundo autores1, o desenho da conexão interna é muito relevante, uma vez que os
valores obtidos neste experimento foram surpreendentes.
É preciso registrar que ficou claro, durante os estudos realizados tanto
previamente ao início da pesquisa como durante, que são escassos os trabalhos
que avaliaram esta questão.
Considera-se relevante que, durante a fase de projeto desta pesquisa, foi
levantada a questão de qual seria o interesse em avaliar a resistência à tração, uma
vez que tal força não seria aplicável na utilização das próteses sobre implante. Neste
momento, então, julga-se relevante mencionar que esses fracassos são causados
pela maneira como o estresse mecânico é transferido ao conjunto pilar protético e
implante.
Muitas vezes, esse estresse é gerado por força de tração aplicada ao
implante, que pode ocorrer em inúmeras situações, tais como: durante a remoção de
coroas provisórias; durante a retirada de estrutura sem assentamento passivo; na
remoção constante, por parte do paciente, de prótese removível com retenção sobre
32
implante; em próteses com elemento suspenso, nas quais o pilar protético mais
próximo do ponto de aplicação da força no elemento suspenso registra deformação
por compressão, mas com valores mais altos de deformação por tração nos pilares
intermediários5, bem como na mastigação unilateral.
A resistência à tração, demonstrada neste estudo, foi muito elevada para os
três corpos de prova. O sistema com desenho interno cônico entre o Implante SLA®
Standard RN e o pilar protético SynOcta® foi mecanicamente estável durante o
ensaio de tração. Tal fato permite inferir que a estabilidade do sistema, quando
submetidos à força de tração (tais como: durante a remoção de estruturas de
próteses, remoção de provisórios, remoção de próteses com sistemas de encaixe ou
em próteses com elemento suspenso), deverá ser maior. Portanto, a configuração
interna cônica apresentou estabilidade mecânica favorável para resistir a forças de
tração.
CONCLUSÃO
De acordo com as condições deste estudo, conclui-se que o conjunto formado
pelo implante SLA® Standard RN e pelo pilar protético SynOcta®, fabricado pela
empresa suíça Straumann, possui elevada resistência à tração, sendo,
mecanicamente, favorável para suportar este tipo de força.
33
REFERÊNCIAS
1. Sutter F, Weber HP, Sorensen J, Belser UC. The new restorative concept of the
ITI dental implant system: Design and Engineering. Int J Periodontics Restorative
Dent 1993;13:409-431.
2. Norton MR. An in vitro evaluation of the strength of an internal conical interface
compared to a butt joint interface in implant design. Clin Oral Implants Res
1997;8:290–298.
3. Mollersten L, Lockowandt P, Linden LA. Comparison of strength and failure mode
of seven implant systems: An in vitro test. J Prosth Dent 1997;78:582-91.
4. Norton MR. In vitro evaluation of the strength of the conical implant-to-abutment
joint in two commercially available implant systems. J Prosthet Dent 2000;83:567-
71.
5. Suedam V, Capello Souza EA, Moura MS, Jaques LB, Rubo JH. Effect of
abutment’s height and framework alloy on the load distribution of mandibular
cantilevered implant-supported prosthesis. Clin Oral Impl Res 2009;20:196-200.
6. Burguete RL, Johns RB, King T, Patterson EA. Tightening characteristics for
screwed joints in osseointegrated dental implants. J Prosthet Dent 1994;71:592–
599.
7. Sakaguchi RL, Borgersen SE. Nonlinear contact analysis of preload in dental
implant screws. Int J Oral Maxillofac Implants 1995;10:295–302.
8. Akça K, Cehreli MC, Iplikçioglu H. Evaluation of the mechanical characteristics of
the implant-abutment complex of a reduced-diameter morse-taper implant. A
nonlinear finite element stress analysis. Clin Oral Impl Res 2003;14:444-54.
34
9. Merz BR, Hunenbart S, Belser UC. Mechanics of the implant-abutment
connection: An 8-Degree taper compared to a butt joint connection. Int J Oral
Maxillofac Implants 2000;15:519-526.
Figura 1- Implante e pilar protético
35
Figura 2- Célula de carga, garra autotravante e pinças na Máquina Universal de Ensaios
Figura 3 - Mandril acoplado ao adaptador da base da Máquina Universal de Ensaios
36
Figura 4- Mandril adaptado para acoplar-se à garra autotravante
Figura 5- Pinça acoplada à garra autotravante
37
Figura 6: Corpos de prova após o ensaio mecânico
Nome Comercial Especificação Código Lote
Implante SLA® Standard RN ø3,3 x 14mm 043.134S R1495
Pilar Protético SynOcta® pilar cimentado Altura 5,5mm 048.605 Y4453
Quadro 1: Componentes usados e suas respectivas especificações
Velocidade do Ensaio 5 mm/min
Distância – “L” 5,0 mm
Célula de carga EMIC CCE5KN
Equipamento de Ensaio EMIC DL 500
Quadro 2: Parâmetros utilizados nos ensaios
38
Gráfico 1: Resultado do ensaio de tração
Gráfico 2: Curva do ensaio de tração em cada corpo de prova
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Corpo de Prova 1 Corpo de Prova 2 Corpo de Prova 3
Força N
Força N
39
Artigo 3
Este artigo será submetido ao periódico Brazilian Oral Resarch
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE PILAR
PROTÉTICO E IMPLANTE EM DOIS SISTEMAS COM CONEXÃO INTERNA
CÔNICA
Deícola Coelho Filho1, Marcos Dias Lanza2, Perrin Smith Neto3, Wellington Corrêa
Jansen4, Paulo Isaias Seraidarian5.
1. Titulação: Especialista em Prótese Dentária (UFU); Mestrando em Clínicas
Odontológicas, com ênfase em Prótese Dentária, na PUC Minas.
Endereço para correspondência: Rua Santa Lúcia, 918. Bairro Jardim
Panorama. CEP: 39 400-117. Montes Claros-MG/Brasil
Telefone: (38) 3221 1224 / E-mail: [email protected]
2. Titulação: Doutor em Reabilitação Oral-USP; Professor Adjunto III da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
3. Titulação: Doutor em Engenharia Mecânica-USP; Professor Titular da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
4. Titulação: Doutor em Materiais Dentários-USP; Professor Adjunto III Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.
5. Titulação: Doutor em Odontologia Restauradora-UNESP; Professor Adjunto III
da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
40
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar a resistência mecânica quanto
à força de tração necessária para separar e/ou deslocar o pilar protético do implante
em dois sistemas, com configuração interna cônica e parafuso passante, de duas
distintas marcas, a saber: o sistema Revolution Morse® produzido pela empresa
brasileira SIN – Sistema de Implante e o sistema SynOcta® produzido pela empresa
suíça Straumann. As principais diferenças entre esses sistemas são o ângulo da
conexão interna cônica, o comprimento e espessura do parafuso passante e o
desenho do implante dos sistemas aqui pesquisados. Foram testados três conjuntos
compostos por pilar protético e implante das duas marcas referidas. Os testes foram
realizados no Departamento de Engenharia Mecânica da PUC Minas por meio de
Máquina Universal de Ensaios. A força de tração aplicada foi no longo eixo do
conjunto com intuito de mensurar o valor que os corpos de prova suportariam.
Diante dos resultados encontrados, concluiu-se que os conjuntos testados,
compostos pelos pilares protéticos e implantes, mostraram grande semelhança,
considerada a resistência à força de tração apresentada por ambos.
Descritores: Biomecânica; Implantes dentários; Prótese dentária.
INTRODUÇÃO
Com a evolução das pesquisas em prótese sobre implante, assiste-se a
conquistas cada vez maiores da implantodontia no contexto geral odontológico. A
diversidade de desenhos, tanto dos implantes como dos pilares protéticos, tem
garantido resultados significativamente melhores nas próteses sobre implantes
osseointegrados.
Nesse aspecto, o tipo de união do pilar protético ao implante é fundamental,
sendo que a folga ou ruptura entre os componentes é indesejável e, até mesmo,
considerada insucesso na implantodontia.
41
A configuração interna cônica, introduzida ao sistema de união entre o pilar
protético e o implante, melhorou a adaptação entre as peças e aumentou a proteção
contra o afrouxamento dos pilares protéticos. Assim, ao aplicar o torque nesse
sistema de união, o cone do pilar protético é tracionado contra a parede interna do
implante, gerando atrito entre as partes. Tal atrito implicará o travamento mecânico
entre os dois corpos, devido ao íntimo contato entre a superfície interna do implante
e a superfície externa do pilar1. Como vantagem, esse desenho mostrou a
necessidade de torque de afrouxamento maior que o torque de aperto, quando
comparado com a conexão retida apenas por parafuso2. O sistema de configuração
interna cônica também aumentou a capacidade de suportar cargas oblíquas por
possuir maior área de contato entre o pilar protético e o implante3-4-5.
Em estudo do desenho de configuração interna cônica2, o ângulo interno do
implante e, consequentemente, o externo do pilar protético deveria ser de 8 graus,
de forma a criar fricção de travamento similar à junta Morse, usada por décadas na
engenharia mecânica. Ainda segundo o estudo, qualquer material metálico cônico
com paredes que tenham menos de 8 graus de angulação criará um travamento
mecânico friccional.
Tendo em vista que o ângulo entre a parede interna do implante e a externa
do pilar protético deveria ser de 8 graus ou menos2, e sabendo que a angulação dos
sistemas aqui pesquisados, segundo os fabricantes, é muito distinta, optou-se por
desenvolver um estudo com intuito de verificar se a força de resistência à tração
necessária para separar os conjuntos compostos por pilar protético e implante nos
dois sistemas fabricados por distintas empresas, sendo uma brasileira e outra suíça,
apresentariam, ou não, valores distintos de força. Para tanto, foi realizado ensaio de
tração feito em Máquina Universal de Ensaios.
METODOLOGIA
Para viabilizar este estudo, foram construídos seis conjuntos compostos,
cada um deles, por pilar protético e implante, sendo que três foram do modelo
Revolution Morse® (SIN-Sistema de Implante Nacional Ltda, São Paulo, Brasil), com
42
ângulo de 16 graus entre a parede interna do implante e a externa do pilar protético
e três foram do modelo SynOcta® (Instituto Straumann AG, Basel, Suíça), com este
ângulo sendo de 8 graus (Figura 1). Tanto os implantes como os pilares protéticos
foram adquiridos diretamente das empresas, na condição de consumidor comum,
sem que as mesmas tivessem conhecimento de que os componentes adquiridos
seriam submetidos à pesquisa. Os quadros 1 e 2 mostram os componentes usados.
Os ensaios mecânicos foram executados na Máquina Universal de Ensaios
(Modelo DL 500; EMIC-Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda, Paraná, Brasil)
com capacidade de 5000 N, usando a célula de carga (Modelo CCE5KN; EMIC-
Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda, Paraná, Brasil) com capacidade de 5000
N, nas dependências do Laboratório de Mecânica do Curso de Engenharia Mecânica
da PUC Minas, Campus Coração Eucarístico (Figura 2).
Cada unidade do conjunto implante/pilar protético do modelo Revolution
Morse® recebeu o torque de aperto de 20 Ncm e do modelo SynOcta®, recebeu o
torque de aperto de 35 Ncm, como recomendado pelos fabricantes.
Para que os ensaios pudessem ser realizados na Máquina Universal de
Ensaios, foram desenvolvidas duas pinças: uma para fixar o implante e outra para
fixar o pilar protético durante o teste. Sendo assim, a primeira pinça foi desenvolvida
com a adaptação de um mandril (Modelo S6.5; Makita do Brasil Ferramentas
Elétricas Ltda, Paraná, Brasil) na base da Máquina Universal de Ensaios e, nela, foi
fixado o implante (Figura 3). A segunda pinça, na qual fixou-se o pilar protético, foi
desenvolvida com a adaptação de outro mandril, do mesmo modelo, na garra auto-
travante, que é componente da Máquina Universal de Ensaios (Figuras 4 e 5). Vale
destacar que esta garra autotravante possui articulações para assegurar o
paralelismo entre pilar protético e implante durante o ensaio de tração.
Para que os dados fossem enviados para a Máquina Universal de Ensaios,
bem como ser possível a obtenção dos resultados, utilizou-se o programa TESC®,
que foi desenvolvido para automação de ensaios e é compatível com a Máquina
Universal de Ensaios da marca EMIC.
Os parâmetros utilizados nos ensaios de tração estão representados no
quadro 3.
43
RESULTADOS
Após a obtenção dos valores registrados na Máquina Universal de Ensaios e
a transmissão deles ao programa TESC®, foi possível observar, neste estudo, a
efetiva união entre o pilar protético e o implante. A resistência à tração suportada
pelos corpos de prova foi alta, sendo esses valores 685N, 585N e 600N para os
corpos de prova do modelo Revolution Morse® e 710N, 560N e 775N para os corpos
de prova do modelo SynOcta®. Os gráficos 1 e 2 mostram os resultados do ensaio
de tração.
O resultado não representa o momento de ruptura entre o pilar protético e o
implante, mesmo porque tal fato não ocorreu durante os testes. A força de
resistência à tração, entre o pilar protético e o implante, foi tão elevada que resultou
no escorregamento do corpo de prova fixado à pinça.
DISCUSSÃO
Como já foi mencionado neste trabalho, o desenho da conexão entre o pilar
protético e o implante é uma condição importante na função e estabilidade da
restauração com implantes dentários3.
A configuração hexágono externo parece ser mais propensa ao afrouxamento
do parafuso do pilar protético, enquanto a configuração interna cônica se
apresentaria mais favorável ou menos propensa ao afrouxamento. A configuração
hexágono externo teria o parafuso segurando sozinho o pilar protético, uma vez que
o contato friccional entre o pilar protético e o implante é mínimo6-7. Já a configuração
interna cônica teria capacidade superior para suportar cargas oblíquas por possuir
maior área de contato entre o pilar protético e o implante8. O travamento friccional
constitui o princípio mecânico básico deste desenho, não havendo possibilidade de
concentração de forças em um único ponto, pois as forças laterais seriam
transferidas para toda a interface cônica, concedendo estabilidade pela força
friccional9.
44
Outro aspecto que precisa ser enfatizado é o fato de que, neste estudo, sem
dúvida, o desenho de conexão interna é relevante. No entanto, em vista da
angulação do cone no sistema Revolution Morse® ser acima da preconizada de 8
graus2, é possível concluir que a ação do parafuso na resistência à tração também é
relevante.
É preciso registrar, ainda, que ficou claro, durante os estudos realizados tanto
previamente ao início da pesquisa como durante, que são escassos os trabalhos
que avaliaram esta questão.
Considera-se relevante que, durante a fase de projeto desta pesquisa, foi
levantada a questão de qual seria o interesse em avaliar a resistência à tração, uma
vez que tal força não seria aplicável na utilização das próteses sobre implante. Neste
momento, então, julga-se relevante mencionar que esses fracassos são causados
pela maneira como o estresse mecânico é transferido ao conjunto pilar protético e
implante.
Muitas vezes, esse estresse é gerado por força de tração aplicada ao
implante que pode ocorrer em inúmeras situações, tais como: durante a remoção de
coroas provisórias; durante a retirada de estrutura sem assentamento passivo; na
remoção constante, por parte do paciente, de prótese removível com retenção sobre
implante; em próteses com elemento suspenso, nas quais o pilar protético mais
próximo do ponto de aplicação da força no elemento suspenso registra deformação
por compressão, mas com valores mais altos de deformação por tração nos pilares
intermediários10-11, bem como na mastigação unilateral.
Foi possível observar que ambos os sistemas apresentaram níveis de
resistência à força de tração muito elevados. Apesar do sistema SynOcta® ter
mostrado valores numéricos mais altos, este resultado não pode ser considerado
maior, uma vez que as pinças que fixaram os componentes (pilar protético e
implante) apresentaram escorregamento, o que não ocorreu pela ruptura dos
componentes. Julga-se importante ressaltar que, no sistema Revolution Morse®, o
escorregamento aconteceu no pilar protético e, no sistema SynOcta®, nos passos da
rosca do implante.
45
Em vista destes fatos, sequer foi considerada a possibilidade de comparação
estatística dos dados.
Destaca-se que foi intenção dos pesquisadores que realizaram este trabalho
avaliar o conjunto que compõe os sistemas testados que estão disponibilizados no
mercado e, não, verificar se a união dos sistemas sem o parafuso passante ou o
parafuso existente em ambos os sistemas apresentariam maior ou menor resistência
à força de tração. Mesmo porque os três componentes de cada conjunto (pilar
protético e implante) foram desenvolvidos pelos fabricantes para serem utilizados de
forma conjunta.
Finalmente, o que motivou a realização desta pesquisa foi a oportunidade de
avaliar um aspecto entre tantos: a força de resistência à tração. Espera-se, agora,
que demais aspectos sejam estudados em vista da diferença significativa de custo
entre os sistemas, fato que é relevante em países com condição econômica
semelhante ao nosso, ou, lamentavelmente até pior. Eventualmente, até em
programas públicos de saúde, custo mais baixo poderia ser viabilizado se houvesse
interesse político.
CONCLUSÃO
De acordo com as condições deste estudo, conclui-se que o conjunto pilar
protético/implante com conexão interna cônica Revolution Morse®, fabricado pela
empresa brasileira SIN-Sistema de Implante, e o conjunto formado pelo implante
SLA® Standard RN e pelo pilar protético SynOcta®, fabricado pela empresa suíça
Straumann, possuem elevada resistência à tração, sendo, mecanicamente,
favoráveis para suportar tal força.
REFERÊNCIAS
1. Tortamano Neto P. Filosofia e técnica de implantes de um único estágio
cirúrgico. São Paulo: Quintessence Editora Ltda, 2007.p.130-1.
46
2. Sutter F, Weber HP, Sorensen J, Belser UC. The new restorative concept of
the ITI dental implant system: Design and Engineering. Int J Periodontics
Restorative Dent 1993;13:409-431.
3. Norton MR. An in vitro evaluation of the strength of an internal conical
interface compared to a butt joint interface in implant design. Clin Oral
Implants Res 1997;8:290–298.
4. Mollersten L, Lockowandt P, Linden LA. Comparison of strength and failure
mode of seven implant systems: An in vitro test. J Prosth Dent 1997;78:582-
91.
5. Norton MR. In vitro evaluation of the strength of the conical implant-to-
abutment joint in two commercially available implant systems. J Prosthet Dent
2000;83:567-71.
6. Burguete RL, Johns RB, King T, Patterson EA. Tightening characteristics for
screwed joints in osseointegrated dental implants. J Prosthet Dent
1994;71:592–599.
7. Sakaguchi RL, Borgersen SE. Nonlinear contact analysis of preload in dental
implant screws. Int J Oral Maxillofac Implants 1995;10:295–302.
8. Akça K, Cehreli MC, Iplikçioglu H. Evaluation of the mechanical characteristics
of the implant-abutment complex of a reduced-diameter morse-taper implant.
A nonlinear finite element stress analysis. Clin Oral Impl Res 2003;14:444-54.
9. Merz BR, Hunenbart S, Belser UC. Mechanics of the implant-abutment
connection: An 8-Degree taper compared to a butt joint connection. Int J Oral
Maxillofac Implants 2000;15:519-526.
10. Suedam V, Capello Souza EA, Moura MS, Jaques LB, Rubo JH. Effect of
abutment’s height and framework alloy on the load distribution of mandibular
cantilevered implant-supported prosthesis. Clin Oral Impl Res 2009;20:196-
200.
11. Rubo JH. Estudos biomecânicos em prótese sobreimplantes. Rev
Implantnews 2010;7:139-144.
47
Figura 1- Implante e pilar protético do modelo SynOcta®; Implante e pilar protético do modelo
Revolution Morse®
Figura 2 - Célula de carga, garra autotravante e pinças na Máquina Universal de Ensaios
48
Figura 3 - Mandril acoplado ao adaptador da base da Máquina Universal de Ensaios
Figura 4- Mandril adaptado para acoplar-se à garra autotravante
49
Figura 5- Pinça acoplada à garra autotravante
Quadro 1: Especificações dos componentes do modelo SynOcta®
Nome Comercial Especificação Código Lote
Implante SLA® Standard RN ø3,3 x 14mm 043.134S R1495
Pilar Protético SynOcta® pilar cimentado Altura 5,5mm 048.605 Y4453
Quadro 2: Especificações dos componentes do modelo Revolution Morse®
Nome Comercial Especificação Código Lote
Implante Revolution Morse ø3,8 x 15mm SCM 3815 160909
Pilar
Protético
Abutment
Cimentado
ø4,5 x 3mm AIMP 4503C H50156
Parafuso Parafuso de
Retenção
Quadrado para Cone
Morse
PTQM 16 160396
Quadro 3: Parâmetros utilizados nos ensaios
Velocidade do Ensaio 5 mm/min
Distância – “L” 5,0 mm
Célula de carga EMIC CCE5KN
Equipamento de Ensaio EMIC DL 500
50
Gráfico 1: Resultado do ensaio nos corpos de prova do modelo Revolution Morse®
Gráfico 2: Resultado do ensaio nos corpos de prova do modelo SinOcta®
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Corpo de Prova 1 Corpo de Prova 2 Corpo de Prova 3
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51
Artigo 4
Este artigo será submetido à Revista Implant News.
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FORÇA DE TRAÇÃO ENTRE PILAR
PROTÉTICO E IMPLANTE NO SISTEMA DE IMPLANTE FRICCIONAL
Deícola Coelho Filho1, Marcos Dias Lanza
2, Perrin Smith Neto
3, Wellington Corrêa Jansen
4,
Paulo Isaias Seraidarian5, Cristina Almeida Magalhães
6
1. Titulação: Especialista em Prótese Dentária (UFU); Mestrando em Clínicas
Odontológicas, com ênfase em Prótese Dentária, na PUC Minas.
Endereço para correspondência: Rua Santa Lúcia, 918. Bairro Jardim Panorama.
CEP: 39 400-117. Montes Claros-MG/Brasil.
Telefone: (38) 3221 1224 / E-mail: [email protected]
2. Titulação: Doutor em Reabilitação Oral-USP; Professor Adjunto III da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.
3. Titulação: Doutor em Engenharia Mecânica-USP; Professor Titular da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.
4. Titulação: Doutor em Materiais Dentários-USP; Professor Adjunto III Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.
5. Titulação: Doutor em Odontologia Restauradora-UNESP; Professor Adjunto III da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
6. Titulação: Mestre em Informática-PUC Minas; Doutoranda em Engenharia Mecânica-
PUC Minas.
52
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência mecânica quanto à força de tração
necessária para separar e/ou deslocar o pilar protético do implante no Sistema de Implante
Friccional Biológico®
produzido pela empresa KOPP. Foram testados três conjuntos
compostos pelo implante e pilar protético do modelo FI. Este sistema apresenta desenho de
conexão interna cônica, sem uso de parafuso passante, com ângulo de 3,14 graus entre o pilar
protético e o implante. Os testes foram realizados no Departamento de Engenharia Mecânica
da PUC Minas por meio da Máquina Universal de Ensaios. A força de tração aplicada foi no
longo eixo do conjunto, a fim de mensurar o valor que os corpos de prova suportariam. Os
valores obtidos neste estudo foram de 160N, 125N e 130N, respectivamente, para os corpos
de prova testados.
Unitermos: Biomecânica; Implantes dentários; Prótese dentária; Prótese sobre implante;
Implante friccional.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the mechanical strength, as the traction force
needed to separate and/or move the prosthetic abutment on the Bio Implant Frictional System
manufactured by KOPP. We tested three sets, composed by the implant and prosthetic pillar
of model FI. This system presents design of internal conical connection, with an angle of 3.14
°, using no screw to attach the prosthetic abutment to the implant. The tests were conducted at
the Department of Mechanical Engineering, PUC Minas by universal testing machine. The
tensile force was applied in the long axis of the set in order to measure the value that the
specimens bear. The obtained values in this study went of 160, 125 and 130, respectively, for
the specimens tested.
Key-words: Biomechanics; Dental implants; Dental prosthesis; Implant prosthodontics;
Locking taper.
53
INTRODUÇÃO
Com a evolução das pesquisas em prótese sobre implante, assiste-se a conquistas cada
vez maiores da implantodontia no contexto geral odontológico. A diversidade de desenhos,
tanto dos implantes como dos pilares protéticos, tem garantido resultados significativamente
melhores no uso de próteses sobre implantes osseointegrados.
Nesse aspecto, a união do pilar protético ao implante é fundamental, sendo a sua folga
ou ruptura considerada indesejável ou insucesso na implantodontia.
Falhas mecânicas, tais como afrouxamento ou fratura de pilares ou parafusos dos
pilares, estão relacionadas ao tipo de interface. Em termos de biomecânica, a interface interna
cônica é, mecanicamente, mais estável do que a interface do tipo hexágono externo1.
A configuração interna cônica, introduzida ao sistema de união entre o pilar protético e
o implante, melhorou a adaptação entre as partes e aumentou a proteção contra o
afrouxamento dos pilares protéticos. Assim, ao aplicar o torque nesse sistema de união, o cone
do pilar protético é tracionado contra a parede interna do implante, gerando atrito entre as
partes. Tal atrito implicará o travamento mecânico entre os dois corpos, devido ao íntimo
contato entre a superfície interna do implante e a superfície externa do pilar2. O sistema de
configuração interna cônica também aumentou a capacidade de suportar cargas oblíquas por
possuir maior área de contato entre o pilar protético e o implante3-4-5
.
Em estudo do desenho de configuração interna cônica6, o ângulo interno do implante
e, consequentemente, o externo do pilar protético deveria ser de 8 graus, de forma a criar
fricção de travamento similar à junta Morse, usada por décadas na engenharia mecânica.
Ainda segundo os autores, qualquer material metálico cônico com paredes que tenham menos
de 8 graus de angulação criará um travamento mecânico friccional.
Porém, não raras vezes se observam fracassos mecânicos na implantodontia. A maior
parte desses fracassos está claramente associada com a instabilidade do parafuso, seja por
afrouxamento, espanamento do filete da rosca a ponto de não mais poder atarraxar ou até por
fratura7.
54
Pelo fato de ser considerado o elemento mais susceptível a falhas, algumas indústrias
optaram por desenvolver pilares protéticos unidos ao implante, sem a utilização do parafuso.
São os sistemas em que a união entre pilar protético e implante acontece por fricção, o que se
denomina sistema de união friccional ou locking taper. Nesse sistema, aplica-se força de
compressão sobre o pilar protético de modo que este seja introduzido no implante. Esta
compressão promoveria alta força de fricção, dada pelo ângulo interno de 1,5 grau,
promovendo soldagem a frio8-9
.
Diante do exposto, optou-se por desenvolver um estudo para verificar a resistência à
força de tração do conjunto pilar protético unido ao implante, no sistema friccional, utilizando
o Implante Friccional Biológico®
produzido pela empresa KOPP, por meio de ensaio de
tração feito na Máquina Universal de Ensaios.
METODOLOGIA
Para este estudo, foi utilizado o sistema Implante Friccional Biológico® (KOPP,
Paraná, Brasil), com ângulo interno de 3,14 graus, sem parafuso para união do pilar protético
ao implante. Avaliou-se o modelo FI e o implante respectivo, com diâmetro interno de 2mm,
disponibilizados pelo fabricante. Foram construídos três corpos de prova, sendo cada corpo de
prova constituído por um implante e um pilar protético (Figura 1). Os implantes e os pilares
protéticos usados neste estudo foram cedidos gentilmente pela empresa KOPP. O quadro 1
mostra os componentes usados nesta pesquisa.
Os ensaios mecânicos foram executados na Máquina Universal de Ensaios (Modelo
DL 500; EMIC-Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda, Paraná, Brasil) com capacidade de
5000 N, usando a célula de carga (Modelo CCE5KN; EMIC-Equipamentos e Sistemas de
Ensaio Ltda, Paraná, Brasil) com capacidade de 5000 N, nas dependências do Laboratório de
Mecânica do Curso de Engenharia Mecânica da PUC Minas, Campus Coração Eucarístico
(Figura 2).
Para que os ensaios pudessem ser realizados na Máquina Universal de Ensaios foram
desenvolvidas duas pinças; uma para fixar o implante e outra para fixar o pilar protético
durante o teste. Sendo assim, a primeira pinça foi desenvolvida com a adaptação de um
mandril (Modelo S6.5; Makita do Brasil Ferramentas Elétricas Ltda, Paraná, Brasil) na base
55
da Máquina Universal de Ensaios e, nela, foi fixado o implante (Figura 3). A segunda pinça,
na qual se fixou o pilar protético, foi desenvolvida com a adaptação de outro mandril, do
mesmo modelo, na garra autotravante, que é componente da Máquina Universal de Ensaios
(Figuras 4 e 5). Vale destacar que essa garra autotravante possui articulações para assegurar o
paralelismo entre pilar protético e implante durante o ensaio de tração.
Os pilares protéticos foram unidos aos implantes da seguinte forma: inicialmente, o
implante foi preso à pinça já descrita, a qual foi levada à Máquina Universal de Ensaios. Em
seguida, o pilar protético foi posicionado e ativado pelo instrumento denominado “Bate
Conexão”, fornecido pelo fabricante, aplicando força de compressão no longo eixo do
conjunto. Cumprida esta etapa, o pilar protético foi fixado à segunda pinça e este conjunto,
então, submetido ao teste de tração.
Para que os dados fossem enviados para a Máquina Universal de Ensaios, bem como
ser possível a obtenção dos resultados, utilizou-se o programa TESC®, que foi desenvolvido
para automação de ensaios e é compatível com a Máquina Universal de Ensaios da marca
EMIC.
Os parâmetros utilizados nos ensaios de tração estão representados no quadro 2.
RESULTADOS
Após a obtenção dos valores registrados na Máquina Universal de Ensaios e a
transmissão deles ao programa TESC®, foi possível observar a resistência à tração suportada
pelos corpos de prova, sendo esses valores de 160N, 125N e 130N, respectivamente, para os
corpos de prova testados. Os valores correspondem ao instante em que ocorreu a maior força
suportada pelo conjunto pilar protético/implante, quando houve a separação das partes (Figura
6). O gráfico 1 mostra os resultados dos ensaios de tração.
56
DISCUSSÃO
Como já foi exposto anteriormente, parece claro que a possibilidade de eliminação do
parafuso que fixa o pilar protético ao implante, em princípio, seria interessante. Sabe-se que,
no exterior, existem sistemas que funcionam com os mesmos moldes e princípios do modelo
aqui estudado. No entanto cabe ressaltar que a assistência prestada, bem como a
disponibilidade de acesso aos componentes que o cirurgião dentista brasileiro recebe,
certamente, não atendem ao esperado.
Outro aspecto relevante é o custo destes componentes. Inegavelmente, o custo do
produto nacional denominado Sistema de Implante Friccional Biológico (KOPP®, Curitiba,
Brasil) equivale a 30% do modelo importado, o que é significante para a possibilidade de
atendimento à população brasileira.
Considera-se importante mencionar, ainda, que, durante a fase de projeto desta
pesquisa, foi levantada a questão de qual seria o interesse em avaliar a resistência à tração,
uma vez que tal força não seria aplicável na utilização das próteses sobre implante. Neste
momento, então, julga-se relevante ressaltar que esses fracassos são causados pela maneira
como o estresse mecânico é transferido ao conjunto pilar protético e implante.
Muitas vezes, esse estresse é gerado por força de tração aplicada ao conjunto pilar
protético e implante. Esta força tracional pode ocorrer em várias situações, tais como: durante
a remoção de coroas provisórias; na retirada de estrutura sem assentamento passivo; durante a
remoção constante, por parte do paciente, de prótese removível com retenção sobre implante;
em próteses com elemento suspenso, nas quais o pilar protético mais próximo do ponto de
aplicação da força no elemento suspenso registra deformação por compressão, mas com
valores mais altos de deformação por tração nos pilares intermediários10-11
, bem como na
mastigação unilateral.
É preciso registrar que ficou claro, durante os estudos realizados tanto previamente ao
início da pesquisa como durante, que são escassos os trabalhos que avaliaram esta questão.
No entanto, como já foi mencionado neste trabalho, o desenho da conexão entre o
pilar protético e o implante é uma condição importante na função e estabilidade da
restauração com implantes dentários3. Concorda-se que os implantes com configuração
57
hexágono externo teriam o parafuso segurando sozinho o pilar protético, uma vez que o
contato friccional entre o pilar protético e o implante seria mínimo12-13
. O travamento
friccional, no sistema de configuração interna cônica, é o princípio mecânico básico, não
tendo possibilidade de concentração de forças em um único ponto, pois as forças laterais
seriam transferidas para toda a interface cônica, concedendo estabilidade pela força
friccional14
.
Porém, a união entre o pilar protético e o implante ocorre pela presença do parafuso, o
que é diferente no sistema friccional ou locking taper, no qual a união se dá apenas pela
fricção entre as partes. O sistema friccional consiste-se num pilar cilíndrico com menos de 2°,
que, quando intruido no implante exige uma força de remoção maior que a força de
inserção15
.
Em estudo do sistema friccional8,16-17
, os autores concluíram que houve pouco fracasso
na união intermediário/implante com o sistema locking taper após um ano. Além disso,
apontaram que este sistema foi comparado favoravelmente com a configuração interna cônica,
com parafuso, neste período.
Os resultados encontrados neste estudo mostraram que a resistência à força de tração,
no sistema de implante friccional, foi, em valores médios, de 138 N. Por incrível que possa
parecer, este valor não pôde ser avaliado qualitativamente, uma vez que não foi possível
encontrar, na literatura, um único trabalho que apontasse para um valor de força de tração
necessária que viesse a impedir o deslocamento do pilar protético em relação ao implante em
nenhum sistema. Sendo assim, este valor é informativo e julga-se que passa da hora da
literatura pertinente realizar mais pesquisas que venham a atender esta informação.
Com intuito de nortear o leitor, a força de tração necessária para romper a adesão
promovida pelo cimento fosfato de zinco em coroas totais metálicas é, em média, entre 655 N
e 731 N18
. No entanto, o dado obtido neste trabalho não significa que a força de tração
suportada pelo pilar protético unido ao implante, com sistema friccional, seja insufiente;
somente foi menor.
58
CONCLUSÃO
Apesar de estudos mostrarem a longevidade e estabilidade do sistema de implante
friccional, a força de resistência à tração pôde ser mensurada, entretanto, não pôde ser
comparada, por não haver estudos que o permitissem.
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60
Figura 1- Implante e pilar protético
Figura 2- Célula de carga, garra autotravante e pinças na Máquina Universal de Ensaios
61
Figura 3- Mandril acoplado ao adaptador da base da Máquina Universal de Ensaios
Figura 4- Mandril adaptado para acoplar-se à garra autotravante
62
Figura 5- Pinça acoplada à garra autotravante
Figura 6- Corpos de prova após o ensaio mecânico
63
Nome Comercial Especificação Código Lote
Implante Implante Friccional
Biológico KOPP®
ø 3,3 x 15mm FI3315 1007
Pilar Protético Munhão
Antirrotacional FI
ø 3,5 x 13mm MIA3523 1524
Quadro 1: Componentes usados e suas respectivas especificações.
Velocidade do Ensaio 0,5 mm/min
Distância – “L” 3,0 mm
Célula de carga 5 000 N
Equipamento de Ensaio EMIC DL 500
Quadro 2: Parâmetros utilizados nos ensaios
Gráfico 1: Resultado do ensaio de tração
0
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300
400
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800
900
1000
Corpo de Prova 1 Corpo de Prova 2 Corpo de Prova 3
Força N
Força N