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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática Eduardo Balliana Justo CONSTRUÇÃO DE ATIVIDADES PARA O TRABALHO NO LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA Belo Horizonte 2015

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática

Eduardo Balliana Justo

CONSTRUÇÃO DE ATIVIDADES PARA O TRABALHO NO LABORATÓRIO

DE MATEMÁTICA

Belo Horizonte 2015

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Eduardo Balliana Justo

CONSTRUÇÃO DE ATIVIDADES PARA O TRABALHO NO LABORATÓRIO

DE MATEMÁTICA

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ensino de Ciências e Matemática. Orientadora: Profª Dra Eliane Scheid Gazire

Belo Horizonte

2015

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FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Justo, Eduardo Balliana

J96c Construção de atividades para o trabalho no laboratório de matemática /

Eduardo Balliana Justo. Belo Horizonte, 2015.

233 f.: il.

Orientadora: Eliane Scheid Gazire

Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática.

1. Matemática - Estudo e ensino. 2. Laboratórios de matemática. 3.

Aprendizagem por atividades. 4. Formação de professores. 5. Cachoeiro de

Itapemirim (ES). I. Gazire, Eliane Scheid. II. Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática.

III. Título.

CDU: 51:37.02

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Aos meus pais: por me ensinarem a ser um cidadão ético e trabalhador.

A minha mãe: meu exemplo de professora: ética, competente e apaixonada.

A Magda: pelo incentivo, companheirismo e dedicação à família.

A minha filha Bárbara: por ter se tornado minha maior fonte de energia e

razão da minha existência.

Aos meus irmãos e cunhadas: por tornarem minha vida muito divertida.

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AGRADECIMENTOS

- A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste

trabalho.

- Agradeço a minha família pela dedicação, paciência e companheirismo nos

momentos difíceis pelos quais passei. A minha mãe, meu muito obrigado! Aos

meus irmãos, por tudo, meu muito obrigado! A minha esposa, que o tempo todo

me incentivou, ajudou e deu força (muita força), meu muito obrigado!

- A minha orientadora, Eliane Scheid Gazire, sempre muito compreensiva e

paciente, soube conduzir, mesmo à distância, de forma muito competente o

acompanhamento e orientação.

- Aos professores do grupo colaborativo/cooperativo, que não mediram

esforços para estarem presentes nas reuniões nas quais se mostraram

dispostos a discutir, relatar sem imposições na forma de pensar ou agir, em

prol do ensino de Matemática.

- Aos diretores, diretoras, pedagogos e pedagogas que abriram suas escolas e

comungaram comigo o desejo de mudança, não medindo, para isso, esforços

que foram além de suas atribuições.

- A minha coordenadora do colegiado de Matemática do Centro Universitário

São Camilo, professora Alda Maria Francisco, que me incentivou a criar o

grupo de estudo, etapa importante para a conclusão do trabalho.

- Aos meus alunos do 6o período de Matemática, que abraçaram o projeto não

esperando recompensas mensuráveis com nota ou horas de estudo, mas pelo

prazer de promover mudanças.

- Aos professores e colegas do Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática

da PUC Minas, mestres e companheiros de jornada.

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“Educar não é transferir conhecimento,

mas criar as possibilidades para a sua

própria produção ou sua construção.”

(Paulo Freire, 2003, p.47)

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RESUMO

Esse trabalho tem como objetivo estudar e criar propostas de atividades para serem desenvolvidas no laboratório de Matemática das escolas municipais de Cachoeiro de Itapemirim – ES. Para subsidiar e ratificar sua importância, foi realizada uma pesquisa nas unidades de ensino da referida cidade com o objetivo de conhecer as necessidades do professor de Matemática no seu fazer em sala de aula. Já era do conhecimento do pesquisador o fato de a maioria dos kits de laboratórios, adquiridos em 2007 e entregues a todas as escolas da Rede Municipal da cidade, estarem encaixotados ou sendo subutilizados. O não uso e a subutilização do material comprado era motivo de muito incômodo e, por isso, foi o objeto de estudo. A pesquisa realizada assumiu caráter qualitativo. Tais resultados apontaram para a necessidade não só de criar propostas de atividades de laboratório, mas também a necessidade de capacitar os professores para que pudessem ter melhor proveito do material que tinham em mãos. Para elaborar as propostas, foram convidados professores e formandos do curso de Licenciatura em Matemática que participaram de um grupo de estudo. Por meio das reuniões desse grupo foram, então, elaboradas propostas de atividades que, após serem debatidas, reelaboradas e posteriormente aplicadas aos alunos passaram a compor um caderno de atividades, produto final dessa pesquisa, com o intuito de promover uma melhor utilização dos materiais contidos nos kits de laboratório. Como consequência de todo o trabalho desenvolvido, foi criado um site pelo pesquisador a fim de ampliar a comunicação entre professores e a discussão acerca do tema, o que será possibilitado por meio da criação, concomitantemente, de um blog.

Palavras-chave: Laboratório de Ensino de Matemática. Rede municipal de

educação de Cachoeiro de Itapemirim. Atividades de Matemática. Capacitação

de professores.

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ABSTRACT

This work aims to study and make proposals for activities to be developed in

Mathematics laboratory of the municipal schools of Cachoeiro de Itapemirim -

ES. To support and ratify its importance, research in educational units of that

city in order to know the Mathematics Teacher needs in their work in the

classroom was conducted. It was the researcher's knowledge the fact that most

kits laboratories, acquired in 2007 and delivered to all schools of the Municipal

Network of the city, are boxed or being underutilized. The non-use and under-

use of the material purchased was a source of great nuisance and therefore

was the object of study. The survey took qualitative. These results point to the

need not only to create lab activities proposals, but also the need to empower

teachers so that they could have better advantage of the material they had at

hand. For drawing up the proposals were invited teachers and students in

Mathematics Degree course who participated in a study group. Through the

meetings of this group were then activities of proposals drawn up that, after

being debated, reworked and then applied to students are now part of an

activity book, the final product of this research, in order to promote better use of

the materials contained in laboratory kits. As a result of all the work done, a

website was created by the researcher in order to increase the communication

between teachers and the discussion on the subject, which will be made

possible by creating concomitant of a blog.

Keywords: Mathematics Teaching Laboratory. Municipal Cachoeiro de

Itapemirim education. Math activities. Teacher training.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1- Objeções e sugestões ao uso do LEM ........................................ 26

QUADRO 2- Vantagens e desvantagens do “Método de Laboratório” ............. 28

QUADRO 3- Material do Kit para Laboratório de Ciências e Matemática ........ 53

QUADRO 4- Resultado da primeira pergunta do questionário ......................... 59

QUADRO 5- Resultado da segunda pergunta do questionário ........................ 60

QUADRO 6- Resultado da terceira pergunta do questionário .......................... 62

QUADRO 7- Resultado da quarta pergunta do questionário ............................ 64

QUADRO 8- Resultado da quinta pergunta do questionário ............................ 66

QUADRO 9- Resultado da sexta pergunta do questionário ............................. 68

QUADRO 10- Detalhamento acerca dos encontros realizados ........................ 71

QUADRO 11- Perfil dos sujeitos da pesquisa .................................................. 74

QUADRO 12- Os acadêmicos do grupo e suas ideias sobre o Laboratório de

Matemática................................................................................ 85

QUADRO 13: Levantamento sobre a atuação dos acadêmicos ....................... 88

QUADRO 14- Atribuições individuais dos participantes do grupo .................... 91

QUADRO 15- Descrição sucinta das atividades catalogadas .......................... 95

QUADRO 16- Vantagens e desvantagens na utilização de e-mail ................. 124

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Laboratório construído com a verba do PMDDE ........................... 49

FIGURA 2- Parte do material sob uma das bancadas do laboratório ............... 92

FIGURA 3- Fluxograma das etapas da atividade ............................................. 94

FIGURA 4- Página de atividade com introdução ao material ......................... 100

FIGURA 5- Página com as orientações da atividade para o professor .......... 101

FIGURA 6- Roteiro de atividade para os alunos ............................................ 102

FIGURA 7- Alunos concentrados executando a atividade ............................. 105

FIGURA 8- Alunos executando a atividade no Geoplano .............................. 106

FIGURA 9- Escrita de avaliação do aluno a respeito da atividade realizada . 106

FIGURA 10- Alunos resolvendo as questões da atividade ............................. 108

FIGURA 11- Aluna prestando monitoria a uma dupla .................................... 108

FIGURA 12- Resposta de aluna ao “desafio!” ................................................ 109

FIGURA 13- Sistema de coordenadas montado no Geoplano por um aluno . 110

FIGURA 14- Declaração de um aluno a respeito da atividade ....................... 111

FIGURA 15- Declaração de um aluno acerca do material utilizado ............... 112

FIGURA 16- Aluna encaixando peça para a formação do mosaico ............... 113

FIGURA 17- Roteiro da atividade e as figuras geométricas manipuladas por um

aluno ......................................................................................... 114

FIGURA 18- Alunas trabalhando na atividade ............................................... 115

FIGURA 19- Resposta de um aluno à questão .............................................. 116

FIGURA 20- resposta de aluno ao desafio da atividade ................................ 116

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FIGURA 21- Aluno executando a atividade no quadro branco ....................... 117

FIGURA 22- Aluna executando o roteiro de atividade .................................... 118

FIGURA 23- Relato de aluno sobre a atividade ............................................. 119

FIGURA 24- Relato de um aluno sobre a atividade com poliminós ................ 119

FIGURA 25- Relato do aluno de inclusão sobre a atividade .......................... 119

FIGURA 26- Relato de uma aluna a respeito da atividade ............................. 121

FIGURA 27- Alunos manuseando os poliminós ............................................. 122

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1- Com que frequência você utiliza o laboratório de Matemática? .. 60

GRÁFICO 2- Identifique o motivo que mais contribui para a subutilização do

Laboratório de Matemática .......................................................... 62

GRÁFICO 3- Em se tratando de estratégia de ensino, você considera o

Laboratório de Matemática... ....................................................... 64

GRÁFICO 4- Quantidade de sugestões de atividades com material

manipulativo no livro didático utilizado ........................................ 66

GRÁFICO 5- Assina alguma revista ou faz parte de algum grupo especializado

da disciplina? .............................................................................. 68

GRÁFICO 6- Você aplica atividades propostas por revistas específicas, caso as

assine? ........................................................................................ 70

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LISTA DE SIGLAS

DT – Designação Temporária

GEP – Grupo de Estudos

IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

LEM – Laboratório de Educação Matemática

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais

PDE – Plano de Desenvolvimento Escolar

PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência

PMDDE – Programa Municipal de Dinheiro Direto na Escola

RA – Reuniões de Área

SEME – Secretaria Municipal de Educação

TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 17

2 O LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA ......................................................... 22

2.1 O laboratório de Matemática: concepções ............................................ 22

2.2 Aspectos e informações acerca do uso de laboratórios de Matemática

......................................................................................................................... 27

2.3 O laboratório de Matemática como facilitador do ensino ..................... 30

2.4 O laboratório de Matemática como facilitador da aprendizagem ........ 31

2.5 O lúdico e o concreto: conceitos que estão presentes no laboratório

de Matemática ................................................................................................. 33

2.5.1 Lúdico x Concreto: o papel de cada um .............................................. 38

2.5.2 O Lúdico associado ao jogo e seu papel educativo: despertar a

curiosidade ..................................................................................................... 38

2.5.3 O concreto e a práxis pedagógica cotidiana ...................................... 40

3 PROJETO LEM: DA EXPERIÊNCIA RESTRITA A UMA UNIDADE

ESCOLAR PARA A IDEIA DE EXPANSÃO PARA TODA REDE MUNICIPAL

DE ENSINO ...................................................................................................... 43

3.1 A experiência na unidade escolar... ........................................................ 44

3.2 Para a possível expansão do projeto para o município ........................ 50

3.3 Os laboratórios da Rede Municipal de ensino da cidade de Cachoeiro

de Itapemirim: componentes e estrutura física ........................................... 52

4. O PERCURSO DA PESQUISA .................................................................... 55

4.1 O contexto – A cidade de Cachoeiro de Itapemirim e a Rede Municipal

de ensino......................................................................................................... 55

4.2 Os caminhos percorridos ........................................................................ 56

4.2.1 O questionário aplicado ........................................................................ 58

5. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS ENCONTROS ........................................... 77

5.1. Primeiro encontro: criação do grupo de estudo .................................. 77

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5.2 O segundo encontro: definição do grupo de professores

colaboradores ................................................................................................. 79

5.3 Terceiro encontro: decisão de inserir os universitários no grupo de

estudos............................................................................................................ 83

5.4. Quarto Encontro: reunião com os acadêmicos .................................... 85

5.5. Quinto encontro: a primeira reunião com professores e acadêmicos 90

5.6. Sexto encontro: organização do material ............................................. 91

5.7. Do sétimo ao décimo quinto encontro: elaboração das atividades,

refinamento das mesmas, aplicação e catalogação ................................... 93

5.8 O Caderno de Propostas de Atividades para uso do Laboratório de

Ensino de Matemática .................................................................................... 98

5.9. Atividades elaboradas e relatos ........................................................... 103

5.9.1 Atividade 01: Calculando a soma dos ângulos internos de um

polígono convexo (Geoplano) ..................................................................... 104

5.9.2 Atividade 2: Utilizando o geoplano para o estudo de áreas ............ 107

5.9.3 Atividade 3: Conhecendo e explorando o plano cartesiano com o

Geoplano ....................................................................................................... 109

5.9.4 Atividade 4: Explorando as formas geométricas ............................. 112

5.9.5 Atividade 5: Determinando o ângulo central de um polígono regular

....................................................................................................................... 114

5.9.6 Atividade 6: Explorando os Pentaminós ........................................... 116

5.9.7 Atividade 7: Jogando com os poliminós (Adaptado do jogo

GOLOMB) ...................................................................................................... 120

5.9.8 Atividade 8: Estudando conceitos de área e perímetro com os

pentaminós (Partes 1 e 2) ............................................................................ 121

5.10 Estratégias para divulgação do projeto ............................................. 123

5.10.1 Criação de um e-mail ........................................................................ 124

5.10.2 A criação de um Blog ........................................................................ 126

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 131

APÊNDICES .................................................................................................. 133

Apêndice A – Questionário aplicado aos professores das escolas da Rede

Municipal de Ensino de Cachoeiro de Itapemirim ..................................... 133

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Apêndice B – Lista de materiais disponíveis, descrições e os conteúdos

direcionados ao item ................................................................................... 134

Apêndice C – Produto final – Caderno de possibilidades de atividades

para uso do Laboratório de Ensino de Matemática .................................. 146

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1 INTRODUÇÃO

Quando cursava o Ensino Médio, não sabia, ao certo, para qual curso

prestaria vestibular. Depois de frustradas tentativas de passar no vestibular para

área de Biomédicas - logo percebi que esta opção estava muito mais ligada a um

histórico e/ou influência familiar do que a uma vocação - descobri-me como

estudante, foi quando depreendi maior atenção à área de Ciências Exatas.

Pensando assim, prestei vestibular para o curso de Engenharia de Agrimensura, em

Viçosa, e ali, meu coração encontrou sossego.

Durante o curso, por volta do 4o período, fui convidado para ministrar aulas de

Matemática em um cursinho pré-vestibular da cidade, naquela época. Novamente fui

tomado por uma inquietação, quando, após ministrar uma aula para quase 100

alunos, senti-me muito bem e excitado com a experiência. Naquele momento,

descobri qual era minha verdadeira vocação.

O curso de Agrimensura agradava-me muito. Contudo, estar em sala de aula,

olhando para os olhos daquela multidão de alunos, deu-me a certeza do rumo que

minha vida deveria seguir a partir daquele momento.

Assim, tomado por essa certeza, tranquei minha matrícula e voltei para minha

cidade, Cachoeiro de Itapemirim, onde, naquele mesmo ano, prestei vestibular para

o curso de Matemática, na faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Madre

Gertrudes de São José, hoje, Centro Universitário São Camilo-ES (CUSC).

Ingressei no então curso de Ciências para o 1º Grau, nos idos de 90, e

rememorando esse tempo, fica nítido o quão as aulas ministradas no curso superior,

mesmo sendo de licenciatura, assumiam um caráter muito mais conteudista do que

profissional.

Antes mesmo de me formar, as oportunidades começam a surgir, e eu, antes

indeciso, começo a trabalhar em algumas escolas da rede estadual de ensino, como

DT, professor em designação temporária. Nesse período, adquiri experiência e

segurança para enfrentar os processos seletivos das escolas privadas. Depois de

algumas bancas e entrevistas, fui admitido em uma dessas escolas da rede privada,

na qual permaneço há mais de 16 anos.

Durante esse tempo, foram inúmeros os congressos os quais participei e que

enriqueceram e aprimoraram muito minha prática em sala de aula. De cada

congresso que participava, sentia-me modificado e, ao mesmo tempo, provocado ao

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ma ser apresentado um universo de possibilidades que tornariam as aulas mais

dinâmicas e significativas. É nesse momento que percebi a importância e a

necessidade da leitura, atividades de que, até então, isentava-me como professor de

Matemática. Aos poucos, a leitura foi fluindo e criei o hábito e o gosto por ela, o que

me faz, hoje, ter a certeza de que investigar e estudar é condição para o bom

desempenho da profissão que escolhi abraçar.

Foi, então, que no ano de 1999, já ministrando aulas, ou seja, como

profissional da área de Matemática, resolvi fazer o curso de Pós-Graduação Latu

Sensu na mesma instituição onde me graduei. Foi nesse curso que reforcei a

certeza de que minha escolha fora acertada quando fui apresentado a uma nova

Matemática pelas mãos do Prof. Dr. Antônio Zupano Pereira Santos que ministrou,

no primeiro módulo, a disciplina História da Matemática. A satisfação da escolha

acertada confirma-se, logo a posteriori, pelas mãos da Prof. Drª Eliane Scheid

Gazire, que conduziu duas disciplinas que mais fizeram a diferença: Tópicos

Modernos de Geometria e Metodologia do Ensino de Matemática. Foi a partir desses

ensinamentos que entendi que ser professor de Matemática era, realmente, o que

queria.

No ano de 2007, fui aprovado em um concurso público para professor na rede

municipal de ensino, assumindo as aulas de 6o e 9o anos. Encontrei naquela escola

um grande desafio: garantir a aprendizagem em um ambiente no qual a indisciplina

e o déficit de conteúdos de base eram características normais para aquele ambiente.

Participava efetivamente das reuniões de área para buscar, com meus pares,

propostas e soluções para os problemas enfrentados em sala de aula.

Era perceptível a insatisfação da comunidade escolar com o ensino da

Matemática. Os resultados das provas governamentais indicavam que algo deveria

ser feito para melhorar o processo de ensino-aprendizagem de Matemática.

Um forte indicativo foi o resultado da Prova Brasil, aplicada em 2009, que

contribuiu para a obtenção da média 3,7, no IDEB, quando a meta estabelecida pelo

município era de 4,3.

Constatou-se, porém, que, em meio a tanto problema e à falta de estratégias

para solucioná-los, existiam laboratórios de Matemática adquiridos na gestão

municipal anterior (2004–2008), mas que estavam ainda “encaixotados”, ou seja,

sem nenhuma utilidade. A partir daí, surgiu a necessidade de estudar sobre a

importância do laboratório de Matemática para a promoção de um ensino dinâmico,

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interativo e significativo, vendo nele a possibilidade de despertar no aluno o

interesse pela Matemática e, por consequência, tornar a aula mais significativa.

Dessa forma, buscando uma alternativa para dar significado para todo

material, foi elaborado um projeto de implantação do Laboratório de Matemática na

dinâmica escolar da unidade de ensino onde era efetivo e coordenador de área.

Além da organização do espaço, ficou combinado com a equipe docente da escola

que uma entre cinco aulas do currículo de Matemática seria destinada ao uso do

LEM.

O projeto ficou isolado e restrito à unidade escolar na qual era professor até

que, em 2010, ingressei no programa de Mestrado em Ensino de Matemática da

PUC Minas fortalecendo, por meio das discussões, minhas crenças a respeito do

LEM, vislumbrando a possibilidade de ampliação do projeto.

O jovem estudante de Ensino Médio, que acreditava que seria Engenheiro

Agrimensor e que se descobriu professor de Matemática está, agora, há mais de 20

anos dedicando-se à Educação Matemática.

Nesse contexto, inserido na educação, acredito que é sempre possível

promover melhorias no ensino de Matemática. Entretanto, sei que, para isso, são

necessários muito estudo e dedicação. Por isso, ingressei no programa de

Mestrado, para buscar fazer a diferença na área que escolhi para atuar.

Hoje, homem feito, pai de família e, acima de tudo, professor de Matemática,

apresento aqui as minhas descobertas em prol do fazer pedagógico na área que

escolhi.

Para tanto, surgiram, com o decorrer do Mestrado, alguns questionamentos,

como, por exemplo: por que não criar um projeto que contemplasse a utilização

sistemática do material adquirido? Como isso poderia ser feito para abranger

todas as unidades de ensino que já possuíam o kit? O projeto exigiria grandes

investimentos? Como o kit adquirido está organizado nas escolas da rede

municipal? Existe espaço físico destinado à sua organização? Existem formas

de melhor utilização do kit pelos professores?

Assim, a fim de responder essas e outras questões que envolvem o uso do

LEM como recurso didático no ensino de Matemática foi realizada, inicialmente, uma

excursão pelas escolas para identificar aquelas que contavam com o kit e que já

haviam construído um espaço para sua organização.

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Posteriormente, os professores dessas escolas responderam um questionário

referente ao uso do LEM, sendo que as respostas obtidas ratificaram a importância

de levar o projeto adiante.

A próxima etapa, então, foi a criação de um grupo de professores

colaboradores para elaborar propostas de atividades que empregassem o kit

adquirido pela Secretaria Municipal de Educação. Já com o grupo formado de

professores, surgiu, então, a ideia de convidar acadêmicos do último período de

Matemática no momento em que o projeto demandou mais tempo e pessoal para

prosseguir e que será discutido mais adiante. Dessa forma, com a pesquisa

realizada, foi proposta a elaboração de um produto que procurasse indicar

atividades que pudessem ser realizadas com o kit existente nessas escolas,

auxiliando o professor quanto à utilização, com maior efetividade, do material de

laboratório de Matemática adquirido por essas instituições referidas.

Assim, com a finalidade de mostrar todo o desenvolvimento dessa pesquisa,

esse trabalho ficou assim dividido:

Nessa introdução, foi feito um pequeno memorial a respeito da minha

iniciação na carreira docente até o momento que conheci as potencialidades do

LEM, além de indicar, sucintamente, o percurso da pesquisa, justificando-a, e os

questionamentos iniciais que levaram à pesquisa, indicando os objetivos propostos e

uma breve descrição do produto a que se pretendia.

No segundo capítulo, um quadro teórico foi elaborado baseado na análise de

diversas concepções a respeito da utilização de um LEM como recurso didático.

No terceiro capítulo, além de detalhar sobre a experiência de implantação do

Laboratório de Matemática na escola onde atuava, é relatado o histórico do kit como

também os materiais que o compõem, entre outras informações acerca do contexto

dessa pesquisa.

Já no quarto capítulo são apresentadas as etapas do desenvolvimento dessa

pesquisa, indicando o caminho percorrido e a formação dos grupos de

colaboradores.

Os encontros realizados para aplicação das atividades elaboradas para o

produto dessa pesquisa e para a elaboração, discussão e refinamento das propostas

foram descritos no quinto capítulo deste trabalho, a descrição do produto final desse

trabalho, assim como a descrição das estratégias para a divulgação do projeto com

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o objetivo de desencadear a participação de todos os professores de Matemática da

rede municipal de ensino.

No sexto e último capítulo são apresentadas as considerações finais deste

trabalho, seguidas das referências bibliográficas e dos apêndices, sendo um deles o

produto final dessa pesquisa em sua versão final.

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2 O LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA

Um dos objetivos deste trabalho é dar visibilidade para o laboratório de

Matemática como espaço de construção do conhecimento, tanto individual como

coletivo. Nesse ambiente, o professor pode dar vida própria aos recursos didático-

pedagógicos, seja enquanto propostas didáticas ou mesmo como materiais didáticos

que auxiliem na construção epistemológica dos que nele se encontrem. Esse é o

lugar do ambiente escolar que permite aos professores e alunos expandirem sua

criatividade, dinamizar o trabalho e enriquecer as atividades de ensino-

aprendizagem, tornando o processo muito mais dinâmico, prazeroso e eficaz, como

indicam os teóricos pesquisados.

2.1 O laboratório de Matemática: concepções

Entre as concepções de Laboratório de Ensino de Matemática, que neste

capítulo será designado apenas como LEM, Passos (2006) destaca que o primeiro

pensamento, ao se falar em laboratório em uma escola, é que este é um local onde

são realizadas experiências. Para a autora, a instalação de um LEM pode se dar

numa sala, num armário, ou apenas em uma caixa, dependendo dos seus objetivos

e finalidades.

Para Ewbank (1977, p.214), a expressão “Laboratório de Matemática”, é

utilizada para representar um lugar, um processo, um procedimento. É uma sala

estruturada para experimentos matemáticos e atividades práticas. O termo também

serve para caracterizar uma abordagem usada em sala de aula onde os alunos

trabalham de maneira informal, movimentam-se, discutem, escolhem seus materiais

e métodos e, geralmente, fazem e descobrem a matemática por si próprios.

Lorenzato (2006) considera que o LEM deve ser:

[...] o centro da vida matemática da escola; mais que um depósito de materiais, sala de aula, ou museu de matemática, o LEM é o lugar onde os professores estão empenhados em tornar a matemática mais compreensível aos alunos. [...]. É uma sala-ambiente para estruturar, organizar, planejar, questionar, conjecturar, procurar, experimentar, analisar e concluir, enfim, aprender. (LORENZATO, 2006, p.7).

Provavelmente, a existência deste espaço organizado na escola, pode

contribuir com uma aprendizagem significativa, uma vez que é impossível definir

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atividades de ensino padronizadas que atendam às necessidades de todos os

alunos, tornando-se, então, necessário diversificar as estratégias e o uso de

materiais, além do livro didático.

Lorenzato (2006), buscando argumentos para defender a necessidade do uso

de materiais manipulativos e outras estratégias nas aulas de Matemática e, por

consequência, da criação de LEM nas escolas, faz referências a educadores que

destacaram a necessidade do apoio visual, bem como do visual tátil, como

facilitadores da aprendizagem.

Inicialmente, o autor faz referências à Comenius que, por volta de 1650,

escreveu que o ensino deveria dar-se do concreto ao abstrato, justificando que o

conhecimento começa pelos sentidos e só se aprende fazendo. Mais tarde, logo no

início do século XX, Dewey confirma o pensamento de Comenius, ressaltando a

importância da experiência direta como fator básico para construção do

conhecimento. Além de Comenius e Dewey, constam nessa lista os nomes de

Locke, Rousseau, Pestalozzi, Froebel, Herbart, Poincaré, Montessori, Piaget,

Vygotski, Bruner e suas principais contribuições para o ensino no que diz respeito à

importância que o material didático pode desempenhar na aprendizagem. Lorenzato

(2006) cita, ainda, as contribuições de Claparède e Freinet na defesa do uso de

jogos e brincadeiras e do cantinho temático em sala de aula e destaca, também, o

trabalho de divulgação do uso de material didático dos educadores matemáticos

Willy Servais, Caleb Gattegno, Emma Castelnuovo, Pedro Puig Adam, Tamas Varga,

Georges Cuisinaire, Jean-Louis Nicolet, Luigi Campadelli, Zoltan P. Dienes e dos

brasileiros Júlio César de Mello e Souza – Malba Tahan – e Manoel Jairo Bezerra.

Além disso, evidencia a percepção do matemático Arquimedes sobre a influência do

ver e do fazer na aprendizagem quando, num relato a Erastótenes, por volta do ano

250 a.C., revela como fazia descobertas matemáticas, confirmando a importância

das imagens e objetos na construção de novos conhecimentos.

Ainda discorrendo sobre o que pensam grandes educadores, em Passos

(2006) percebe-se que há uma concordância entre os estudos de Piaget, Bruner e

Dienes, no que se refere à aprendizagem com o uso de materiais didáticos nos

seguintes aspectos:

- Motivação – facilita a aquisição do conhecimento;

- Participação ativa – é mais positiva que a participação passiva;

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- Experiência e descoberta – auxiliam a aprendizagem de um conceito

matemático.

Pensando assim, Rego & Rego (2006) defendem que o processo de ensino-

aprendizagem seja centrado no aluno e que sejam reconhecidos, identificados e

considerados seus conhecimentos anteriores como ponto inicial do trabalho

pedagógico, destacando a importância do LEM como espaço ideal de

experimentação. Destacam, também, na discussão que fazem sobre o uso do

material didático, amparados em Bezerra (1962), três funções primordiais que

convém salientar: materiais didáticos auxiliam os professores a tornar o ensino de

Matemática mais atraente e acessível; podem acabar com o medo de que a

disciplina é difícil e, finalmente, aumentam o número de interessados no estudo de

Matemática. Tais funções serão, posteriormente, detalhadas.

Perez e Turrioni (2006, p.61) também acreditam que o uso de material

concreto tem um papel relevante na aprendizagem em Matemática, pois “facilita a

observação e a análise, desenvolve o raciocínio lógico, crítico e científico, é

fundamental para o ensino experimental e é excelente para auxiliar o aluno na

construção de seus conhecimentos”.

Ademais, o uso sistemático desse espaço pode representar uma estratégia

para conseguir melhor qualidade na aprendizagem da Matemática, no que diz

respeito à construção do conhecimento. Isso porque, mais do que obter um bom

desempenho em exercícios pré-definidos, ou a memorização de fórmulas, é

importante que se entenda que um dos objetivos centrais do ensino da Matemática é

conseguir que os alunos desenvolvam a compreensão aprofundada dos conceitos

matemáticos, já que, através dessa compreensão, os alunos serão capazes de

conseguir o pensamento matemático avançado.

O laboratório, portanto, diante do exposto, é um ambiente propício para

estimular o aluno ao gosto pela Matemática, à perseverança na busca de soluções e

à confiança em sua capacidade de aprender e fazer Matemática. Além de contribuir

para a construção de conceitos, procedimentos e habilidades matemáticas, pode

propiciar, também, a busca de relações, propriedades e regularidades, estimulando

o espírito investigativo. Por isso, deve ser esse o local da escola onde, de forma

integral, se “respire” Matemática.

Porém, para que isso ocorra efetivamente, o laboratório de Matemática deve

ser um ambiente regularmente frequentado e utilizado pelo professor

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contemporâneo, de quem se exige que busque, cada vez mais, maneiras que

facilitem a aplicação e o desenvolvimento de conteúdos, com o objetivo de garantir

ao aluno a aprendizagem, a partir do desenvolvimento de sua capacidade de

pensar, avalizar, conjeturar, tomar decisões e resolver questões-problemas.

Pensando assim, o laboratório de Matemática pode ser uma opção de

trabalho, quando visto como um espaço dedicado à construção do conhecimento,

uma vez que pode elencar habilidades fundamentais e necessárias para a

aprendizagem matemática, além de proporcionar o uso de material manipulativo.

Nesse sentido, Lorenzato se posiciona afirmando que:

O laboratório de ensino é uma grata alternativa metodológica porque, mais do que nunca, o ensino da Matemática se apresenta com necessidades especiais e o LEM pode e deve prover a escola para atender essas necessidades. (LORENZATO, 2006, p.6).

Portanto, o Laboratório de Matemática deixa de ser somente instrumento que

oferece ao aluno novas formas de criar, manipular, levantar questionamentos e

hipóteses, construir, desenvolver instrumentos matemáticos que possam ser

facilitadores e potencializadores de sua aprendizagem, mas, ainda, ser um espaço

para o professor pesquisar, refletir e criar estratégias que tornem o seu fazer em

sala um processo prazeroso e significativo.

Deve-se entender, portanto, que o laboratório deve ser um lugar diferenciado,

onde a aprendizagem acontece – sobretudo, a partir da manipulação de materiais

concretos.

Porém, diante do exposto, torna-se necessário atentar os docentes para o

fato de que o uso desse espaço deve ser antecipado de um planejamento que

preveja, de forma clara, os objetivos a serem alcançados e o material que será

usado para tal. Fazendo assim, será evitada ou diminuída a possibilidade de

frustrações ocasionadas pelo desenvolvimento das atividades sem significado.

Nesse sentido, Serrazina (1990), ao analisar a utilização de materiais

didáticos no ensino da Matemática, observa que deve haver um cuidado especial

quando se pretende fazer uso desses recursos, e que, nesse aspecto, o professor

tem um papel fundamental. Ou seja, além de um criterioso planejamento, é

importante saber que todo material manipulável deve ser usado como ferramenta

que possa auxiliar o professor e o aluno no processo de ensino-aprendizagem. Isso

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porque o material manipulável não carrega com ele o conhecimento, mas é a partir

dele que o conhecimento será elaborado no decorrer das relações que ele ajuda a

estabelecer.

Agindo assim, o professor pode promover para o seu aluno, experiências

pessoais bem sucedidas, levando-o a desenvolver o gosto pela descoberta, a

coragem de enfrentar desafios e vencê-los, desenvolvendo conhecimentos na

direção de uma ação autônoma.

Dentro dessa perspectiva, o professor se vê desafiado a elaborar questões

adequadas que possam ser elucidadas a partir da manipulação do material e que

exijam a exploração de conceitos e propriedades implícitas no material manipulativo:

necessidades que devem fazer parte dessa etapa.

Diante do exposto, torna-se inegável a importância do uso desse espaço

destinado à Matemática, como também algumas objeções quanto ao seu uso, como,

por exemplo, a necessidade de um planejamento prévio bem elaborado, o que

demanda tempo e conhecimento profundo dos conteúdos que serão trabalhados.

Lorenzato (2006, p.12) discute tais problemas com relação à utilização do LEM,

sendo que, para cada um deles, o autor preocupa-se em apresentar sugestões que

procuram amenizar os efeitos negativos, a fim de evitar frustrações no

desenvolvimento do trabalho, como mostra o quadro 1:

Quadro 1- Objeções e sugestões ao uso do LEM

OBJEÇÕES SUGESTÕES

I. O material do LEM é caro. I. É importante a participação do

aluno e professor na conservação

do material.

II. Exigência de uma boa

formação do professor.

II. Todo método de ensino exige

boa formação.

III. Possibilidade do uso pelo

uso.

III. A boa utilização depende do

professor.

IV. Inviável utilização em

classes numerosas

IV. Dividir a turma em subgrupos

ou utilizar materiais de observação

coletiva.

(Continua)

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OBJEÇÕES SUGESTÕES

V. Exigência de mais tempo do

professor.

V. Pode facilitar a aprendizagem

de um conteúdo e propiciar um

ganho de tempo.

VI. Maior dificuldade em

lecionar utilizando o LEM.

VI. Incentivar a mudança de

comportamento dos alunos.

VII. Poder induzir o aluno a

aceitar propriedades

matemáticas observadas pelos

materiais manipuláveis.

VII. Até 13 ou 14 anos

facilita. Após isso, deve-se

trabalhar com sofismas, paradoxos

e falácias para desenvolver o

raciocínio lógico-dedutivo.

Fonte: LORENZATO, 2006, p.12.

2.2 Aspectos e informações acerca do uso de laboratórios de Matemática

Como já foi relatado, ao longo da história, muitos educadores defendiam a

importância do apoio visual ou visual tátil como facilitador para a aprendizagem, ou

seja, a necessidade de o ensino de Matemática praticar a transição do concreto para

o abstrato, pois a possibilidade de verificar visual ou manualmente uma proposição

Matemática torna-se uma eficiente estratégia de ensino.

Para Lorenzato (2006), o LEM se torna importante quando se entende que o

ensino de Matemática necessita, a priori, partir do concreto para um primeiro contato

e formulação de hipóteses sobre a teoria que se deseja ensinar até alcançar a

possibilidade de formulações abstratas, que emergem na forma de definições,

teoremas, corolários ou postulados.

Ainda sobre a importância do Laboratório de Matemática, Malba Tahan, em

sua obra “Didática da Matemática”, afirma que: “O professor de Matemática que

dispõe de um bom Laboratório poderá, com maior facilidade, motivar seus alunos

por meio de experiências e orientá-los mais tarde, com maior segurança, pelo

caminho das pesquisas abstratas” (TAHAN, 1962, p.62). Todavia, a organização do

LEM em uma escola, por si só, não garante sua utilização. Isso porque este recurso

carrega com ele algumas desvantagens e/ou restrições para seu uso. Assim sendo,

o autor apresenta algumas vantagens e desvantagens que o seu chamado “Método

(Conclusão)

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de Laboratório” pode apresentar. Estas vantagens e desvantagens estão

representadas no Quadro 2.

Quadro 2- Vantagens e desvantagens do “Método de Laboratório”

VANTAGENS DESVANTAGENS

01. Torna o ensino vivo, eficiente e Agradável 02. Facilita a tarefa do professor 03. Permite ao professor apreciar certas tendências dos alunos 03. Leva o aluno a fazer observações e Descobertas 04. Reabilita o Ensino da Matemática 05. Leva a aprendizagem até aos alunos menos dotados 06. Permite relacionar o ensino da Matemática com o ensino de outras matérias.

01. Exige recursos materiais que as escolas não oferecem aos professores

02. Não pode ser aplicado a todos os pontos do programa

03. Leva o aluno a fugir das abstrações e procurar recursos materiais para as suas demonstrações

04. Só pode ser proporcionado a classes não numerosas

05. É dispendioso 06. Exige grande habilidade,

entusiasmo e dedicação 07. Leva o aluno a aceitar, como

rigorosas, certas demonstrações experimentais grosseiras

08. Exige muito tempo para o ensino.

Fonte: TAHAN, 1962, p.64.

Neste estudo, porém, as desvantagens 01 e 05 não existem, uma vez que as

escolas que constituem o campo de estudo já possuem todo o material necessário

para construção do LEM.

No livro “Laboratório de Ensino de Matemática na Formação de Professores”

(2006), Lorenzato organizou alguns artigos que analisam a eficiência dos objetos e

materiais manipuláveis, apresentando algumas sugestões de atividades práticas que

podem ser desenvolvidas com a utilização deste tipo de recurso. Em um artigo

próprio na obra, o autor relaciona alguns educadores que ressaltaram a importância

da utilização de objetos e imagens como facilitadores da aprendizagem reforçando

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sobre a relevância da ação dos indivíduos sobre o objeto no processo de

aprendizagem. Lorenzato (2006) ainda justificou a importância de se realizar

atividades com materiais didáticos manipuláveis para a melhoria do aprendizado de

Matemática.

Nesse sentido, segundo o autor:

Não faltam argumentos favoráveis para que as escolas possuam objetos e imagens a serem utilizados nas aulas, como facilitadores da aprendizagem. Justamente por isso, decorre uma inescapável necessidade de as escolas possuírem laboratórios de ensino dotados de materiais didáticos de diferentes tipos. (LORENZATO, 2006, p.5).

Baseado no que foi descrito, é notória a preocupação de autores, tanto

antigos quanto contemporâneos, em estudar propostas de melhoria no ensino de

Matemática, como, também, a convergência de ideias quando consideram que a

manipulação de materiais, quando bem planejada, se caracteriza uma indispensável

estratégia para o desenvolvimento de habilidades como observação, análise,

levantamento de hipóteses, reflexão, tomada de decisão, argumentação e

organização.

Além disso, entende-se que uma aula essencialmente expositiva e

formalizada pode impedir alguns alunos de desenvolverem essas habilidades

descritas.

Dessa forma, a partir das premissas que sustentam uma nova dinâmica de

ensino, não há mais, portanto, lugar aos educadores que somente transmitem

conteúdos; é preciso, pois, pensar em professores que estejam preocupados em dar

condições para que a aprendizagem realmente aconteça. O interesse do aluno em

aprender depende das situações estimuladoras criadas pelo professor para

proporcionar o maior número possível de descobertas e desafios que estimulem a

curiosidade destes e que proporcione autonomia, autoconfiança, organização,

atenção, raciocínio lógico-dedutivo e a cooperação, no sentido de desenvolver a

socialização e aumentar as interações entre eles.

De acordo com o que foi descrito, então, o laboratório de Matemática pode e

deve facilitar a aproximação dos conteúdos estudados na escola tradicional e os

conhecimentos adquiridos no seu cotidiano. Dessa forma, a percepção dos alunos

da significação da importância da Matemática em suas vidas poderá mudar de forma

satisfatória. Pensando assim, pode-se inferir, portanto, que os LEM, em si,

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constituem um ambiente privilegiado, que, usados adequadamente, podem

promover melhorias no processo de ensino-aprendizagem da Matemática.

Além das contribuições relacionadas com a assimilação de conteúdos, como

já visto, vale ainda destacar que o LEM também é capaz de promover uma melhor

relação interpessoal entre o professor e o aluno, gerando um ambiente mais salutar

dentro da sala de aula. Isso pode dinamizar ainda mais o ensino, resgatar o

sentimento de afetividade pelo professor e colegas, além de incitar a vontade de

participar: ações que tornam o estudo mais prazeroso.

2.3 O laboratório de Matemática como facilitador do ensino

Apesar de todas as vantagens elencadas anteriormente, deve-se entender,

porém, que não se pode considerar o Laboratório de Matemática como um ambiente

mágico ou considerar seu uso uma condição sine qua non para que ocorra a

aprendizagem. Isso porque existem conteúdos que não oferecem possibilidades de

serem trabalhados no LEM.

Logo, caberá ao professor analisar em quais momentos sua utilização se faz

necessária e em quais deve deixar o concreto de lado e ater-se apenas ao abstrato,

e vice-versa.

O principal objetivo do Laboratório de Ensino de Matemática é, então,

desenvolver e difundir atividades para o ensino de Matemática de modo que os

alunos aprendam a fazer na prática – sendo esse usado como apoio à resolução de

problemas - e que o uso de material concreto se constitua um recurso didático

importante na prática pedagógica do professor.

Nessa vertente, o LEM é um recurso que permite ao professor melhorar,

qualitativamente, sua atuação em sala de aula, possibilitando-o a testar novas

tecnologias de ensino, ou seja, o LEM pode ser visto como uma “oficina de

professores e alunos”, podendo transformar-se num espaço acolhedor estimulante

de trabalho sério, organizado e descontraído.

Além do papel de dar significado a alguns conteúdos e tornar seu estudo mais

descontraído, o LEM também se apresenta como uma boa estratégia de marketing

positivo para essa disciplina que ao longo da história vem sendo considerada o

“bicho papão” do currículo escolar.

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Nesse sentido, Manoel Jairo Bezerra destacou, na obra “O material didático

no ensino da Matemática”, ainda em 1962, essa função descrita acima. Para o autor

o LEM tem como principais funções:

- Auxiliar o professor a tornar o ensino da Matemática mais atraente e acessível. [...] - Acabar com o medo da Matemática que, criado por alguns professores e alimentado pelos pais e pelos que não gostam de Matemática, está aumentando cada vez mais a dificuldade do ensino dessa matéria. [...] - Interessar um maior número de alunos pelo estudo dessa ciência. (BEZERRA, 1962, p.10).

Porém, conforme dito, para que isso ocorra efetivamente, faz-se mister que,

na sua prática docente, como dito, o professor, utilizando o LEM, procure buscar

soluções inovadoras que permitam superar os desafios da construção Matemática.

Sendo a escola pública no Brasil um espaço onde se convive a mais interessante

diversidade sociocultural-econômica, a situação ideal é que os professores, de

acordo com sua realidade, proponham, testem e avaliem a melhor forma para

conduzir o ensino da Matemática. Para tanto, é necessário que o professor

frequente o espaço destinado ao LEM muitas vezes, sem seus alunos, para

investigar, estudar e criar propostas que tornem o ato de ensinar prazeroso, tanto

para ele, quanto para o seu aluno.

2.4 O laboratório de Matemática como facilitador da aprendizagem

Todo professor de Matemática deve saber que cada aluno tem um modo

próprio de pensar que evolui a cada fase de sua vida. A compreensão é um

processo pessoal e único que acontece no interior do indivíduo em um tempo que

lhe é próprio. Considerando, porém, que as aulas práticas no ambiente de

laboratório podem despertar curiosidade e, consequentemente, o interesse do aluno

através da observação de fenômenos estudados em aulas teóricas, o LEM pode,

então, acelerar no aluno o processo de compreensão dos conteúdos.

A comunidade escolar, principalmente professores de Matemática, concorda

com a ideia de que a manipulação de materiais e o uso de jogos, quando bem

elaborados, apresentam-se como ferramentas para o desenvolvimento de

habilidades, tais como: observação, análise, exposição de hipóteses, reflexão,

discussão, argumentação e organização. Ou seja, se os alunos dispuserem de

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materiais para manipular, as chances de se obter sucesso serão maiores, tendo em

vista as reais possibilidades de os estudantes desenvolverem ações que lhes

propiciem a construção de um saber consistente e significativo.

De acordo com Lorenzato (2006), as atividades realizadas em um LEM estão

voltadas para o desenvolvimento de conhecimentos matemáticos e a formação

ampla do aluno. Para o referido autor, este espaço pode auxiliar o aluno na:

- Ampliação de sua linguagem e promoção de uma comunicação de ideias

matemáticas; [...] - Aquisição de estratégias de resolução de problemas e de planejamento de

ações; [...] - Desenvolvimento da capacidade de fazer estimativas e cálculos mentais;

[...] - Inserção no campo dos métodos de investigação científica e na notação

matemática; [...] -Estimulação de sua concentração, perseverança, raciocínio e

criatividade;[...] - Promoção do movimento de troca de ideias por meio de atividades em

grupo; [...] - Estimulação do processo de compreensão de regras, percepção espacial,

discriminação visual e a formação de conceitos. (LORENZATO, 2006, p.9).

Portanto, diante da fala do autor, pode-se inferir que o uso desse ambiente

também é positivo quando as experiências em laboratório estão situadas em um

contexto histórico-tecnológico, relacionadas ao aprendizado do conteúdo de forma

que o conhecimento empírico seja testado e argumentado, para, enfim, acontecer a

construção de ideias. Além disso, nessas aulas, os alunos têm a oportunidade de

interagir com as montagens de instrumentos específicos que, normalmente, eles não

teriam contato em um ambiente com um caráter mais informal do que o ambiente da

sala de aula (BORGES, 2002).

De acordo com os PCN (BRASIL, 1998), um dos princípios norteadores do

ensino de Matemática no Ensino Fundamental é a utilização dos recursos didáticos

numa perspectiva problematizadora. Sobre esta questão, diz o documento que:

[...] Os recursos didáticos como livros, vídeos, televisão, rádio, calculadora, computadores, jogos e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão. (BRASIL, 1998, p.57).

O fragmento acima deixa clara a necessidade de um planejamento prévio que

tenha em vista os objetivos que se pretende alcançar para não reduzir a estratégia

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do uso de materiais manipulativos a uma transposição meramente qualitativa. Torna-

se necessário, para tanto, levar o aluno a um nível de compreensão em que ele seja

capaz de estabelecer semelhanças e diferenças, perceber regularidades e

singularidades e, ainda, estabelecer relações com outros campos do conhecimento

e com o seu cotidiano.

Dessa forma, é necessário tirar o foco dos objetos e colocá-lo sobre as

operações que com eles se realizam, o que significa afirmar que o aprendizado não

está no material. Ele age como vetor para promoção da aprendizagem.

É por isso que a criação de um momento específico para tais atividades torna-

se indispensável, ao ser esse um espaço onde o aluno deixa de ser um espectador

e passa a ser o sujeito do processo de aprendizagem. Para tanto, ele deverá

propiciar ao aluno a criação de objetos, conceitos e demonstrações que implicarão

em uma melhor compreensão de conteúdos matemáticos, principalmente através da

manipulação e da realização de experimentos, permitindo-lhe, também, experiências

lógicas por meio das diferentes formas de representação que possibilitam

abstrações empíricas e abstrações reflexivas, podendo evoluir para generalizações

mais complexas.

2.5 O lúdico e o concreto: conceitos que estão presentes no laboratório de

Matemática

Não raro, ouve-se que o trabalho com a Matemática é um trabalho penoso e

fazer o aluno entender a disciplina de forma utilitária é o principal foco que se

deveria ter. Nesse sentido, é comum serem citados diversos teóricos que afirmam

que o lúdico é importante no processo de construção do conhecimento lógico-

matemático. Há, no entanto, outros teóricos que afirmam, de forma categórica, que o

concreto deve ser preponderante no ensino de Matemática, para que o aluno possa

entender o porquê da matéria lecionada.

Macedo (2000) observa que o jogo é um meio de diversão que acaba

propiciando o estímulo ao raciocínio, desenvolvimento das habilidades e da

capacidade de compreensão dos conteúdos matemáticos. No entanto, faz-se

necessária a distinção entre o lúdico e o concreto, tendo em vista que, apesar de um

estar intimamente ligado ao outro, cada qual tem uma acepção.

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Caso se tome por base o Dicionário Aurélio de Língua portuguesa, encontrar-

se-á como definição para lúdico:

Lúdico: adj. Que faz referência a jogo ou brinquedos: brincadeiras lúdicas. Que tem o divertimento acima de qualquer outro propósito. Que faz alguma coisa simplesmente pelo prazer em fazê-la. Psicanálise. Refere-se à manifestação artística ou erótica que aparece na idade infantil e acentua-se na adolescência aparecendo sob a forma de jogo. (HOLANDA, 1985, p.894).

E para concreto:

Concreto: adj. Que existe de forma material. Que exprime alguma coisa de real, de positivo: obter vantagens concretas. Que tem o sentido das realidades precisas. Gramática Diz-se de um termo que designa um ser ou um objeto que pode ser percebido pelos sentidos. Música concreta, técnica de composição que utiliza os ruídos produzidos por diversos objetos sonoros registrados em fita magnética e suscetíveis de transformação. S.m. Mistura de água, areia, cimento, pedra britada, com estrutura de vergalhão de ferro, e usada em obra de alvenaria; cimento armado. Concreto armado, o mesmo que concreto. (HOLANDA, 1985, p.824).

Entendidas as diferenças básicas, tem-se, então, que a utilização de material

concreto pode se dar de forma lúdica, o que é natural, mas que o professor pode se

utilizar de atividades lúdicas sem, para tal, fazer uso de material concreto.

Assim, enquanto os teóricos se “digladiam” entre o lúdico e o concreto, o

profissional docente, aquele que está cotidianamente em sala de aula, por vezes,

fica a se perguntar sobre o que é importante, afinal ou, até mesmo, qual a diferença

do lúdico para o concreto, já que, como visto, exercem papéis diferentes na

construção do raciocínio lógico, como visto.

O professor pode trabalhar um material concreto de forma lúdica ou não,

sendo a ludicidade um traço a ser marcado ao longo do desenvolvimento dos

conteúdos. O professor, por exemplo, pode ter acesso ao material concreto e não

conseguir executar uma atividade lúdica ou, ao contrário, pode desenvolver uma

atividade lúdica sem, para tal, estar se utilizando de um material concreto.

Ao ouvir falar da Matemática no Ensino Fundamental, a maioria dos

estudantes relaciona essa disciplina a termos como “difícil” e “complicada”. Essa

imagem tende a se perpetuar até o Ensino Médio, pois o aluno que estabelece tal

analogia normalmente carrega por toda a sua vida acadêmica os “traumas” de não

conseguir entender Matemática.

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Assim, para uma parte significativa dos alunos, essa disciplina não passa de

um conjunto de códigos e fórmulas a serem memorizadas, ou seja, o ensino é

“tecnicista e formal”, sem objetivos claros, na acepção de não fazer sentido para o

discente, e que, na maioria das vezes, envolvem situações totalmente fora das

experiências cotidianas dos alunos que, em face disso, não estabelecem relação

entre o que se estuda e o seu dia a dia.

Outro problema enfrentado no ensino de Matemática nas escolas é que, em

sua quase totalidade, não existem aulas em Laboratórios de Matemática, por uma

variedade de causas. Dentre elas, a própria inexistência dos laboratórios na escola;

a quantidade reduzida de horas-aula disponibilizadas para o componente curricular

da disciplina em detrimento ao volume de conteúdo a ser trabalho, a falta de prática

do docente no desenvolvimento de atividades experimentais, ou as aulas são

desenvolvidas em sua totalidade baseadas em livros didáticos ou apostilas adotadas

pelas escolas, institutos e afins.

Portanto, entende-se que a busca pela realização da inclusão de novas

metodologias, tendo em vista a contextualização do ensino, em sala de aula, a fim

de proporcionar ao estudante a possibilidade de ele construir e compreender a

Matemática e os procedimentos que o auxiliem na formalização de diferentes

conceitos da disciplina parece ser uma alternativa para desmitificar ou

“descomplicar” a Matemática.

Porém, para tanto, essa tarefa deve ser construída a partir de situações

cotidianas articuladas às atividades experimentais no ensino de Matemática,

atividades estas que podem vir a possibilitar o desenvolvimento no aluno de

habilidades e competências, como a organização dos diferentes fenômenos

envolvidos em determinado assunto, a identificação, a observação, a classificação,

entre outros.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) trazem em sua redação que, ao

se problematizarem situações cotidianas articuladas aos conceitos matemáticos, tais

fatos permitem que o estudante “faça inter-relações” entre os seus vários conceitos

e, dessa forma, entre os seus diversos modos de representação, superando

obstáculos desde os mais simples até aqueles que significam “verdadeiras barreiras

epistemológicas no seu desenvolvimento”. (BRASIL, 1998, p.26).

Torna-se ainda preponderante dizer que variados têm sido os estudos sobre a

formação do professor que são impulsionados, sobretudo, pelas baixas notas

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alcançadas no Ensino Fundamental e, posteriormente, no Ensino Médio, o que faz

reflexionar acerca das aulas e do quanto não satisfazem às demandas atuais.

Destarte, os resultados apresentados remetem para a urgência de se buscar

outras formas para ressignificar as ações pedagógicas no contexto da Matemática,

pensando na formação inicial e, principalmente, na formação continuada dos

professores de Matemática, com o intuito de contemplar, nesse processo, outras

metodologias pedagógicas que atendam às necessidades atuais.

Assim, de acordo com Lorenzato (2006), rever os caminhos percorridos e

repensar as propostas das licenciaturas pode ser importante, visto que é a partir

delas que se dá o processo formativo do profissional que atuará na docência do

Ensino Básico. Portanto, de acordo com o autor, é no processo de formação que se

tem que pensar, pois é preciso considerar as transformações sociais que emergem

com o passar do tempo e que, por decorrência, acarretam em outras demandas no

mercado de trabalho. O mundo pós-moderno exige outros conteúdos e,

naturalmente, outras metodologias. Vive-se a era da informação, da tecnologia, tem-

se, então, esse recurso como ferramenta, o que significa entender a Matemática

como uma ciência exata, porém dinâmica, que se atualiza em conformidade com as

transformações sociais, extrapolando a visão simplista e cartesiana de que essa

ciência se resume à aplicação de fórmulas e à resolução de algoritmos.

Tomando por princípio o que se circunscreve nos PCN (1998):

[...] a Matemática pode dar sua contribuição à formação do cidadão ao desenvolver metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e justificativa de resultados, a criatividade, iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade para enfrentar desafios. [...] a compreensão e a tomada de decisões diante de questões políticas e sociais dependem da leitura crítica e interpretação de informações complexas, que incluem dados estatísticos e índices divulgados pelos meios de comunicação, ou seja, para exercer cidadania é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar informações estatisticamente. (BRASIL, 1998, p.27).

Em suma, é papel do educador fornecer subsídios para que os estudantes

compreendam tanto os conceitos abstratos quanto as manipulações simbólicas, que,

quase sempre, são abordadas de maneira superficial na maioria das salas de aula.

Já no que se diz respeito à elaboração de atividades vinculadas ao contexto

dos alunos, essa tarefa exige do professor pesquisa e planejamento, para que os

estudantes relacionem as informações com as especificidades de cada

conhecimento e, dessa forma, possam vir a superar a memorização inexpressiva e

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aplicação direta de regras e fórmulas. Para tal, compete ao docente elaborar

atividades que favoreçam o desenvolvimento da imaginação e da criatividade do

aluno. Daí a importância da utilização do material concreto como um recurso que

pode contribuir, por meio de um trabalho cooperativo, na elaboração de conceitos e

na resolução de problemas (PAIS, 2006).

Sendo assim, integrar os professores ao processo de experienciação desses

materiais concretos faz-se necessário, mas de forma contínua, visando ao

movimento, de modo que a estagnação não aconteça e, o que se crê, é que isso só

é possível quando se estabelece um espaço onde ocorra diálogo e trocas de

experiências em redes de aprendizagens.

A partir das pesquisas e reflexões acerca da importância dos LEM, o que vai

se apresentar aqui é o que se pôde observar acerca da utilização de material

concreto, no caso, a partir do uso dos laboratórios de Matemática, aliando-os, ou

não, à ludicidade.

Vale ressaltar, entretanto, que apesar de o material concreto despertar o

interesse de quem aprende, ele pode não apresentar o resultado esperado pelo

educador e, consequentemente, não trazer o “sucesso” pretendido pelo docente.

Portanto, para que proporcione uma significativa aprendizagem, é condição

sine qua non que haja uma atividade mental, e não somente a manipulativa, por

parte do aluno. Assim, ao professor cabe acreditar no material como um instrumento

auxiliar do processo de ensino e aprendizagem, entendendo, porém, que o material

necessita ser corretamente empregado, isto é, é preciso conhecer o porquê, o como

e o quando colocá-lo em cena; caso contrário, o material concreto pode se tornar

ineficaz à aprendizagem.

Para tanto, o professor deve se perguntar se o material que ele leva para sala

ou se a ida ao Laboratório de Matemática é realmente importante/relevante para a

construção daquele conhecimento, se estes recursos vão, de fato, ajudar os alunos

a avançarem no conteúdo proposto. Porém, como já exposto, não basta acreditar

que o simples uso destes materiais garanta a aprendizagem e nem que o aluno,

sozinho, irá relacionar o material com o conteúdo já visto. É preciso ancorar a teoria

com a prática, mediar o trabalho, a fim de que os alunos percebam que a

Matemática pode ser vista e relacionada com fatos reais e cotidianos.

Acredita-se, portanto, e infere-se diante do dito que a formação continuada

para os professores, principalmente para aqueles que atendem os anos iniciais, é

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fator necessário, visto que a alfabetização matemática, quando bem construída, é o

princípio para entendimento sólido dos conceitos dessa ciência.

Vive-se em um mundo social, cultural e político, que proporciona uma gama

de conhecimentos, e é papel do professor discutir sobre esses aspectos com os

estudantes, por meio de saberes que ultrapassam a disciplina ministrada, fazendo,

assim, o uso de uma metodologia que contemple associar Matemática e realidade. A

aproximação da formação inicial com a continuada é importante, pois oportuniza aos

docentes uma reflexão sobre a própria ação pedagógica, em vista de uma melhor

qualidade de ensino.

2.5.1 Lúdico x Concreto: o papel de cada um

Em pleno século XXI, o ensino-aprendizagem de Matemática continua, em

muitas escolas, como uma transmissão de conhecimento vista de forma muito

formal, em que o professor é a célula “máter” do conhecimento, o único senhor do

conhecimento, o centro das atenções, e o aluno, um mero expectador.

Tendo por premissa a questão metodológica, muito se tem falado sobre a

questão dos jogos e brincadeiras para o ensino de Matemática, o que faz com que

se entenda, pense e repense o papel do lúdico no ensino de Matemática.

Somado à ludicidade está, pois, o concreto, visto que a adoção de jogos para

o ensino vem tornando-se um aporte para a facilitação da aprendizagem, tendo em

vista que a sua utilização pode tornar mais significativas e prazerosas as aulas

dessa disciplina, superando o caráter formalista que as envolve.

Sendo assim, tem-se claro, ainda, que, na utilização de materiais concretos

em sala de aula, o aluno centra-se em observar, relacionar, comparar hipóteses e

argumentações. Já o professor é incumbido de orientar na resolução das tarefas.

Isso pode ocorrer de forma lúdica ou não, dependendo do professor e de suas

estratégias de ensino.

2.5.2 O Lúdico associado ao jogo e seu papel educativo: despertar a

curiosidade

É sabido que os jogos e as brincadeiras pedagógicas despertam nas crianças

uma série de gostos/prazeres. O lúdico é educativo quando desperta no aluno a

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curiosidade. Sendo assim, precisa-se aproveitar o lúdico em sala de aula como

facilitador da aprendizagem.

As regras estabelecidas pelo jogo proporcionam ao aluno o que se denomina

por “zona de desenvolvimento proximal”, ou seja, a partir de um comando ou

conceito trabalhado junto com o professor, o aluno consegue ir além.

Nesse sentido, pode-se afirmar que todo indivíduo possui um nível de

desenvolvimento real, que é sua capacidade de realizar tarefas independentes, o

que faz parte das etapas que ele já alcançou. Portanto, a “zona de desenvolvimento

proximal” é o percurso que o ser humano faz até chegar a um nível de

amadurecimento real. Para isso, existem algumas tarefas para as quais o aluno

precisa do mediador para realizá-las, mas para que, posteriormente, ele possa

conseguir fazer e evoluir. (VYGOTSKY, 2007).

Não se pode ainda esquecer que também a interação entre os alunos na

escola também interfere no desenvolvimento das mesmas. Um aluno que já tem

certo conhecimento em determinado assunto pode contribuir para o

desenvolvimento de outras, assim como o professor mediador.

Portanto, se existem algumas tarefas para as quais os alunos precisam do

auxilio do professor, como ora já foi dito, a escola, então, precisa estar atenta para o

fato de que o ensino e a aprendizagem devem ser construídos a partir do princípio

de que o aluno tem um nível de desenvolvimento real e que, em um determinado

momento, quando ela tiver contato com o conteúdo, esse percurso acontece de

acordo com a faixa etária e com o nível de conhecimento que ela tem, isto é,

acontece de acordo com seu nível de desenvolvimento potencial ou proximal.

Dessa forma, pode-se inferir que os jogos, por serem lúdicos em sua

essência, criam uma zona de desenvolvimento proximal, já que eles proporcionam

desafios, estimulando, assim, a criança às conquistas mais avançadas do que na

vida real, aprendendo também a separar objetos e significados.

As crianças mostram que, antes mesmo de dominarem a linguagem,

conseguem resolver problemas práticos, através da utilização de instrumentos para

alcançar seus objetivos. O jogo age na zona de desenvolvimento proximal gerando

uma interação entre a zona de desenvolvimento real – aprendizagens consolidadas

– e a zona de desenvolvimento potencial – aprendizagens que serão consolidadas.

Pode-se afirmar, então, que o jogo é a base para a fundamentação e efetivação do

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desenvolvimento, mostrando saltos no processo de aprendizagem e

desenvolvimento, já que uma está ligada ao outro.

Além disso, faz-se mister enfatizar que o jogo pode resgatar ou aguçar o

desejo de aprender, fazendo-se, para tanto, necessário definir atentamente quais

serão os objetivos que irão nortear o jogo na sala de aula, tanto na dimensão afetiva

quanto na cognitiva, pois, só assim, ter-se-ão bons resultados na aprendizagem dos

alunos.

2.5.3 O concreto e a práxis pedagógica cotidiana

O mais importante no ensino-aprendizagem da Matemática é a atividade

mental a ser desenvolvida por professores e alunos e, nesse sentido, a utilização

dos materiais é, seguramente, um dos aspectos mais relevantes na práxis

pedagógica diária, pois, através de modelos concretos, permite-se à criança

construir, modificar, integrar, interagir com o mundo físico e com os seus pares. É o

que se chama de aprender a fazer fazendo, desmistificando a conotação negativa

que se atribui à Matemática.

Em se tratando de material concreto, o que se pode afirmar, até de certa

forma categoricamente, é que a função deste material é trabalhar a aprendizagem

de determinados saberes matemáticos mediados por eles, materiais manipuláveis,

desde a Educação Infantil até completar-se o ciclo do Ensino Fundamental. O

problema é que, ao chegar à segunda fase do Ensino Fundamental, leia-se do 6º ao

9º anos, esse é um hábito que se esvai.

Todavia, vale relembrar que manipular materiais não significa que a

Matemática aconteça ou seja assimilada por osmose; é importante que as atividades

sejam significativas, como já dito, para gerarem conhecimento. Os significados que o

aluno constrói são produtos da sua reinvenção e das interações com os outros

perante um conteúdo de aprendizagem.

Portanto, devido ao papel que a Matemática tem na estruturação do

pensamento, a sua função no cotidiano e a sua importância para futuras

aprendizagens, o educador deve estar atento e consciente da atenção que deve ser

dada a esta ciência em qualquer nível escolar. Para tanto, o papel do material

concreto torna-se fundamental para a promoção da aquisição de conceitos

matemáticos no processo ensino-aprendizagem e a forma como o faz, o papel dos

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materiais, a criatividade, o interesse e a motivação que o docente coloca na sua

dinâmica serão determinantes para incutir nos alunos o gosto pela Matemática. Nas

atividades com materiais manipuláveis, os docentes devem provocar, clarificar e

ajudar a refletir, quer pela construção das tarefas e ligação aos materiais, quer pelos

diálogos sobre as questões a eles interligados, possibilitando a cooperação,

autonomia e responsabilidade dos alunos.

Por isso, os materiais não poderão ser considerados inadequados, "bons" ou

"maus", por si mesmos, pois a inadequação dependerá da tarefa pedida e da relação

desta com o conceito em causa, mas, sim, se têm algum uso pertinente ou não,

consoante ao que se deseja que eles concretizem. Para tanto, eles devem ser

convenientemente selecionados e utilizados, permitindo motivar e envolver

ativamente os alunos, respeitando diferenças, possibilitando a representação

concreta de ideias abstratas e dando oportunidade de descobrirem relações e

formularem generalizações.

Torna-se importante, então, investigar o processo de construção de

competências que se refletem no processo de ensinar e aprender, e em quê o

conhecimento do educador contribui para que o processo não ocorra de modo

mecânico e descontextualizado, mas, sim, como aprendizagem significativa. Por

isso, a simples introdução de atividades com materiais não é o que garante o eficaz

desenvolvimento infantil, como já exposto, pois os materiais não podem carregar

neles significados próprios, mas são potenciais instrumentos que desenvolvem

significados de acordo com a função da tarefa para a qual o educador os estruturou.

Assim, através de um método, de uma orientação, possibilitam-se às

crianças experiências em um processo de manipulação/ação e, posteriormente, de

representação e conceitualização, podendo provocar o desenvolvimento e a

formação de determinadas atitudes, destrezas e capacidades perceptivas,

representativas e conceituais. Dessa forma, o sucesso da utilização dos materiais

depende, por um lado, de como as tarefas são implementadas pelos educadores e,

por outro, da forma como esses docentes veem a Matemática.

Por isso, a formação inicial do educador deve proporcionar situações de

aprendizagem para que os futuros docentes contatem, construam, manipulem

materiais, de modo a descobrirem as suas potencialidades e obtenham

conhecimentos sólidos sobre a sua utilização, para que as tarefas permitam a

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construção do saber, para, mais tarde, ao pensarem a sua prática, atuarem como

sujeitos produtores de conhecimento.

O que se deve ter por foco, aqui, é a necessidade de desmitificar o ensino-

aprendizagem da Matemática como difícil e buscar promover, tanto nos discentes

quanto nos docentes, maior aptidão para a utilização dos materiais manipulativos e o

uso correto destes, ampliar a ida ao LEM em prol da construção eficaz dos saberes

matemáticos úteis ao dia a dia dos discentes, ou seja, uma educação matemática de

qualidade, com um material concreto apelativo, enriquecedor e criativo, capaz de

desenvolver as capacidades cognitivas, sendo, entre elas, a redação, e as

atitudinais do sujeito, como, por exemplo, as questões que envolvem a ética, a

cooperação, entre outras, e que também foram observadas no decorrer do

desenvolvimento desta pesquisa.

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3 PROJETO LEM: DA EXPERIÊNCIA RESTRITA A UMA UNIDADE ESCOLAR

PARA A IDEIA DE EXPANSÃO PARA TODA REDE MUNICIPAL DE ENSINO

O motivo inicial que gerou o desenvolvimento dessa pesquisa realizada deve-

se ao fato de perceber a dificuldade e, por vezes, o desinteresse dos professores de

Matemática em trabalhar com o material de laboratório de Matemática que havia

sido adquirido pela Secretaria de Educação de Cachoeiro do Itapemirim. Tal

desinteresse era possivelmente acarretado, não só pela desorganização pela qual

os materiais ficavam arrumados, mas, também, pela incapacidade declarada por

alguns professores em utilizar os kits de forma correta.

Ao serem feitas reuniões das quais participavam três professores de

Matemática e dois de Ciências na escola a qual o pesquisador lecionava, entre

outros assuntos sempre eram abordados os problemas dos laboratórios, que ainda

não haviam sido montados, sendo o incômodo dos professores explícito quanto à

questão. Prova disso, é que um dos professores, em uma dessas reuniões, afirmou

que: “Sabemos da existência do material, mas de nada adianta se a escola o

mantém guardado e encaixotado” (PROFESSORA DÉBORA1). Outra professora

afirmou ainda que:

Tive a oportunidade de vasculhar o material. Além de bons jogos, existe um riquíssimo material para ser trabalhado nas aulas de Matemática e Ciências. O que não encontrei foi um manual que nos dê sugestões de como utilizá-lo. O único livro que acompanha o material só faz a apresentação dos kits, mas não sugere como usá-los. (PROFESSORA GILIANE).

Ficou claro, portanto, para o grupo, que a não utilização do laboratório se

devia a dois principais fatores:

Falta de organização de todo o material;

Falta de um manual com sugestões para sua utilização;

Falta de investimento em capacitação de pessoas.

Além desses fatores, a falta de um mediador, responsável por auxiliar o

professor durante o uso do laboratório, também se constituía um problema. Isso

porque arrumar o material necessário na bancada e após seu uso ter que arrumá-lo

1 Os nomes aqui utilizados são fictícios a fim de resguardar a integridade dos participantes dessa

pesquisa.

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demandava tempo. Período esse em que a turma ficaria sozinha, gerando, quase

sempre, bagunça.

3.1 A experiência na unidade escolar...

A partir daí, a vontade e a necessidade de desencaixotar o material e

organizá-lo fez com que fosse destinado considerável tempo durante todas as

reuniões de área, buscando uma solução para o impasse. Foi, então, pedido à

escola que destinasse uma sala já existente ou que fosse construído um espaço

para o laboratório de Ciências e Matemática.

A princípio, foi utilizada uma sala de aula para começar a trabalhar com o kit,

e embora o espaço não fosse adequado em função do tamanho, ventilação e falta

de bancadas, o kit foi desencaixotado e arrumado. Além disso, algumas propostas

de trabalho foram criadas para aquele espaço.

Porém, o que se pensava ser um processo de organização, não passou de

um processo de arrumação já que houve falta de critério para a organização do

material. Nesse sentido, de acordo com Lorenzato (2006),

O laboratório de Matemática deverá ser organizado, facilitando a realização de experimentos e a prática do ensino-aprendizagem da Matemática, o LEM deve ser o centro da vida matemática da escola; mais que um depósito de materiais, sala de aula, biblioteca ou museu de Matemática, o LEM é o lugar da escola onde os professores estão empenhados em tornar a Matemática mais compreensível aos alunos. (LORENZATO, 2006, p.21).

Pensando assim, o laboratório foi novamente organizado, deixando todo o

material mais acessível aos professores, sendo este separado por grupos, tendo

como critério os campos de conhecimentos matemáticos. Dessa forma, quatro

grupos foram criados:

Aritmética:

A aritmética é o ramo dentro da Matemática que trata do estudo dos números

e das operações que podem ser realizadas com eles. Além disso, a aritmética é o

ramo mais antigo e elementar da Matemática, pois é utilizada na maior parte do

mundo para as tarefas diárias mais básicas, tais como a contagem, mas também em

contextos que exigem a solução de cálculos científicos bastante complexos.

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Formavam este grupo o material do kit que poderia ser utilizado em atividades

que exploravam as operações com os números e suas propriedades mais

elementares. As propostas de atividades deveriam contemplar seis operações

básicas: adição, subtração, divisão, multiplicação, potenciação e radiciação.

Álgebra:

A álgebra é um dos ramos da Matemática que recorre a números, letras e

sinais (símbolos) para generalizar as diversas operações aritméticas. O termo

provém do latim algĕbra que, por sua vez, deriva de um vocábulo árabe que significa

“reunião” ou “reacomodação das partes quebradas”.

Hoje em dia, entende-se por álgebra como o ramo da Matemática que estuda

as estruturas, as relações e as quantidades. A álgebra elementar é aquela que diz

respeito às operações aritméticas (soma, subtração, multiplicação, divisão) mas que,

ao contrário da aritmética, utiliza símbolos (a, x, y...) em vez de números (1, 2, 9...).

Deste modo, foram selecionados, para esse grupo, os materiais com os quais

poderiam ser formuladas leis gerais e fazer referência a números

desconhecidos/variáveis (incógnitas), o que possibilita desenvolver equações e

análises correspondentes à sua resolução.

Geometria:

Geometria é uma palavra que resulta dos termos gregos "geo" (terra)

e "métron" (medir), cujo significado, em geral, é designar propriedades relacionadas

com a posição e forma de objetos no espaço.

Este segmento da Matemática aborda as leis das figuras e as relações das

medidas das superfícies e sólidos geométricos. São utilizadas relações de medidas

como as amplitudes de ângulos, volumes de sólidos, comprimentos de linhas e

áreas das superfícies.

Constituiu este grupo o material do kit que poderia ser utilizado para elaborar

propostas de atividades que exploravam questões relacionadas com forma,

tamanho, posição relativa entre figuras ou propriedades do espaço, dividindo-se em

várias subáreas, dependendo dos métodos utilizados para estudar os seus

problemas.

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Jogos estruturados:

Ficaram definidos como jogos estruturados aqueles que apresentavam um

manual com regras pré-definidas.

Com a experiência adquirida no trabalho que objetivava a organização, ficou

claro que tal objetivo não seria atingido em curto prazo, já que, uma vez organizado,

ele demandaria constante complementação, tanto a respeito de material como

também de sugestões de atividades.

Em uma das reuniões de área, estudando um texto de Lorenzato (2006), o

grupo concordou em criar um espaço, ainda dentro do laboratório, para acomodar,

também, além do kit:

Revistas, jornais e artigos;

Problemas desafiadores de lógica;

Questões de olimpíadas, ENEM;

Exemplares da Prova Brasil;

Textos e outros.

Outro objetivo dessas reuniões foi a criação de um grupo de estudos formado

pelos professores de Matemática da escola, por meio do qual se poderia elaborar e

discutir atividades para serem realizadas, utilizando os materiais manipuláveis

disponíveis no LEM, naquele momento já organizado. Acreditava-se que, agindo

assim, provavelmente ocorreria, de forma natural, a promoção do aprimoramento

desses conhecimentos, ao mesmo tempo em que seria enfatizada a importância do

LEM na escola.

A proposta era, então, além de oferecer aos professores a oportunidade de

aquisição de conhecimentos básicos e teóricos sobre o laboratório de ensino e

aprendizagem da Matemática, procurar estimular a utilização de materiais

manipuláveis para o enriquecimento de ambientes de aprendizagem e, ainda, a

construção de materiais de apoio para as aulas de Matemática. Porém, foi percebido

que a maioria dos professores não apresentava seus planejamentos e/ou resultados

a respeito do trabalho desenvolvido no laboratório de Matemática, o que se

constituiu como um dos entraves à pesquisa naquele momento.

Essa falta de retorno levou a equipe pedagógica a algumas conclusões, entre

as quais, a da pedagoga da instituição, que afirmou que:

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Os professores ou não estão obtendo resultados satisfatórios ou não estão utilizando o LEM. Se não estão utilizando, mesmo após tantas discussões e consensos a respeito de tal instrumento, é porque não se sentem capazes de produzir naquele espaço. (PEDAGOGA).

A partir dessas conclusões, a equipe pedagógica, junto ao coordenador da

disciplina, realizou atendimentos individuais aos professores de todos os níveis de

ensino, por meio dos quais foi possível observar a insegurança de muitos

professores em utilizar o LEM, podendo-se inferir, com isso, que não bastava a

escola ter seu laboratório organizado, se os professores, por não terem tido em sua

formação inicial a oportunidade de vivenciar atividades com esses materiais ou por

se apresentar em estado de inércia por muito tempo, não souberem como utilizá-los.

Nesse ínterim, vale ressaltar que alguns professores conseguiram aplicar

algumas atividades. Porém, mesmo o fazendo, o LEM era subutilizado, pois, para

aqueles professores alterar seu modelo de aula, implantando de forma sistemática o

LEM, não seria uma ideia positiva. Dessa forma, ficou claro, ao verificar seus

planejamentos de aula, que as atividades propostas por eles não apresentavam

nenhuma significância para o aprendizado, indicando pistas de que os professores,

ao proporem as atividades, não levavam em conta questões como: o procedimento

facilitará o aprendizado do conteúdo proposto? Ele oferece ao aluno a possibilidade

de pensar e criar matematicamente, discutir e tirar conclusões? Tais

questionamentos, como já debatido no capítulo teórico desse trabalho, se feitos, não

só iriam impedir ou diminuir o risco de uma frustração do professor como também

não permitiriam a possibilidade de o material utilizado se transformar apenas em um

brinquedo ou em um jogo para o aluno.

Outros professores, em contrapartida, entenderam o projeto de implantação

do laboratório de Matemática e foram indicados como monitores para acompanhar o

trabalho dos outros. O objetivo não foi de denunciar erros e falhas, mas de orientar

na construção e aplicação de atividades no LEM. Esse acompanhamento e

orientação ocorreram nos dias de estudo que a Rede Municipal prevê em seu

calendário. Tal evento ocorre de forma isolada nas escolas e é de responsabilidade

da cada unidade de ensino escolher o tema e organizar seu dia de estudo. Na

escola em questão, o laboratório de Ciências e Matemática foi abordado em três

desses encontros. Nesses dias, os referidos professores monitores, munidos de

atividades que haviam sido previamente elaboradas e aplicadas (mais

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detalhamentos no capítulo metodológico desta dissertação), apresentavam o

material para os demais professores, que, na condição de alunos, realizavam as

atividades. No final do evento, uma roda de conversa era organizada para

compartilhar as experiências.

As ideias fluíam e o interesse dos professores pelo material crescia, tanto que

a grande procura pelo espaço ficou cada vez maior e, com maior quantidade de

alunos no local, esse acabou tornando-se inviável, necessitando de um local maior e

com mais acessibilidade para o seu uso.

Concomitantemente a esse problema, a escola obteve, no ano de 2008, um

desfavorável resultado no IDEB (3,7), o que obrigou os professores a criar um Plano

de Desenvolvimento Escolar (PDE), documento no qual deveriam estar previstas

metas para o melhoramento do índice da escola, sendo, uma delas, a construção de

um espaço para funcionamento do laboratório de Ciências e Matemática. Como a

verba destinada às ações do PDE não poderiam ser aplicadas na construção do

Laboratório, a escola lançou mão da verba do programa PMDDE (Programa

Municipal de Dinheiro Direto na Escola). Com isso, foi construído, em 2009, o

espaço destinado ao laboratório de Ciências e Matemática (Figura 1) o qual

apresentou condições de acomodar, de forma organizada, todo material do kit. Para

tanto, foram construídas bancadas de granito e armários, além disso, passou a

existir um espaço reservado para projeção de slides e acomodação de uma

televisão.

Dessa forma, com o espaço devidamente organizado, a escola precisava

criar, então, um projeto que justificasse todo aquele investimento.

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Figura 1- Laboratório construído com a verba do PMDDE

Fonte: Imagem do pesquisador

Ainda em 2009, após muita conversa e discussões nas reuniões de área,

ficou resolvido que seria realizada a inserção do laboratório na grade curricular da

escola, com o objetivo de atender à proposta de ampliar e expandir as atividades do

LEM. Porém, como não era possível mudar o currículo que era estabelecido pela

Secretaria Municipal de Educação, ficou determinado que uma das cinco aulas de

Matemática deveria ser ministrada no LEM. Todas as atividades no laboratório eram,

então, discutidas nas reuniões semanais de área, com o objetivo de planejamento

para alcançar possíveis melhoras.

Com isso, pode-se verificar que houve mudanças na prática do docente,

tendo, como consequência, uma melhor assimilação de conteúdos por parte dos

discentes envolvidos.

Por sua vez e da mesma forma, alguns professores já sentiam mudanças no

comportamento dos alunos, que se mostravam mais interessados e abertos à

aprendizagem. Tudo isso porque as aulas, antes quase sempre expositivas, deram

lugar às aulas mais práticas que, em concordância com Lorenzato (2006), quase

sempre surtem grande e satisfatório efeito. Para o autor:

Há uma diferença pedagógica entre a aula em que o professor apresenta oralmente o assunto, ilustrando-o com um [material didático] MD, e a aula em que os alunos manuseiam esse MD. O MD é o mesmo, mas os resultados do segundo tipo de aula serão mais benéficos à formação dos alunos porque, de posse do MD, as observações e reflexões deles serão mais profícuas, uma vez que poderão, em ritmos próprios, realizar suas

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descobertas e, mais facilmente, memorizar os resultados obtidos durante suas atividades. (LORENZATO, 2006, p.27).

Portanto, a partir da organização e implantação do LEM para uso sistemático,

constatou-se a mudança na concepção do professor em relação ao laboratório, que,

agora, se sente à vontade para discutir, solicitar e multiplicar estratégias e atividades

a serem desenvolvidas. Além disso, já conseguiam encarar o LEM como um

ambiente de constante pesquisa, no qual aprimora, retifica ou ratifica suas

estratégias.

Dessa forma, pode-se inferir que todo o esforço da equipe de professores de

Matemática e a cumplicidade entre eles resultaram em um ensino mais prazeroso e,

uma vez percebido pelos alunos, fê-los, naturalmente, exercerem seu papel no

processo de ensino e de aprendizagem.

Percebeu-se, ainda, que foi resgatada a concepção de um fazer matemático

que tem como foco central garantir ao aluno o direito de aprender bem. Porém, era

claro que, para que tal proposta se concretizasse, toda equipe deveria estar atenta a

essa garantia e, ao mesmo tempo, dever-se-ia manter unida, aceitando o fato de

que cada um é, diretamente, responsável pelo processo.

3.2 Para a possível expansão do projeto para o município

No ano de 2010, o pesquisador, a partir da participação no Mestrado,

encontrou subsídios para levar adiante o projeto, acreditando ainda mais nos

benefícios que ele poderia trazer para o ensino de Matemática no município de

Cachoeiro de Itapemirim.

A partir de discussões com colegas e professores do programa, porém, foi

percebido que organizar um projeto dessa magnitude demandava tempo, estudo e

parcerias. Assim, com a certeza de que os problemas apontados anteriormente não

se restringiam a uma ou algumas, mas abrangia todas as escolas da rede municipal,

vislumbrou-se a possibilidade de um trabalho mais amplo que provocasse mudanças

nas aulas de Matemática em toda rede de ensino.

Logo de início, então, houve os seguintes questionamentos: como, onde e por

que foram adquiridos os Kits?

Assim, com o intuito de buscar uma resposta para esses questionamentos, a

Secretaria Municipal de Educação (SEME) foi visitada e como não foi encontrado

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nenhum documento que justificasse a compra do kit, recorreu-se a quem, na ocasião

de sua compra, era Diretora de Ensino de Matemática do Município, a qual relatou

que:

O ensino da Matemática se dava pela memorização, repetição de exercícios, utilização de fórmulas, regras e macetes. Porém, isso nos incomodava muito, porque acreditávamos que aprender é mais do que isso. Era preciso que o aluno reinventasse para descobrir a lógica matemática. (EX-DIRETORA DE ENSINO).

Durante a entrevista, a Diretora de Ensino fez referência à Demo (2001, p.

56), dizendo que o aluno leva para a vida não o que se decora, mas o que cria por si

mesmo. Ela ainda acrescentou que “somente isso tem condições de fazer parte da

atitude do aluno, enquanto que o resto, se “engole” como pacote e se expele como

estranho”. Ela ainda ressaltou que:

Estando na coordenação municipal da área, fizemos vários encontros propondo uma mudança no como ensinar a Matemática, baseada na construção do conhecimento. Entre as metodologias diversas, uma das sugestões de mudança foi a manipulação do material concreto. Em 2007, a [...] Secretária de Educação de Cachoeiro de Itapemirim, fez-nos o convite para compor uma equipe responsável em fazer uma avaliação do material, após oficinas ministradas por professores responsáveis pelos laboratórios em Curitiba. [...] Ficamos encantados com o material e indicamos a compra dos mesmos. (DIRETORA DE ENSINO).

Este depoimento da diretora de ensino à época deixa explícito que, naquele

momento, existia uma preocupação por parte da Secretaria de Educação do

município com o ensino da Matemática. A diretora de ensino também relatou que o

material chegou ao final da gestão do então Prefeito. Sendo assim, o fato de não ser

encontrado nenhum documento a respeito da aquisição do material e a inexistência

de um projeto atual que sistematizasse sua utilização na rede municipal de ensino

denuncia o fato de que não houve a preocupação imediata de dar prosseguimento

ao projeto na transição da gestão municipal naquele momento.

A falta de um projeto iniciado pela SEME era um dos problemas, que, no

início da pesquisa, juntou-se a dois outros: todo o material adquirido só trouxe um

manual que apresentava o kit. Faltavam sugestões de propostas de atividades que

orientassem o professor, que o ensinasse como manusear/utilizar o material -

quando e para quê usar os recursos. Daí a importância e a necessidade de elaborar

propostas para o seu uso significativo.

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Visto, então, que seriam necessárias inúmeras intervenções para aplicar as

propostas que seriam elaboradas, foi necessário buscar outras escolas parceiras

para o projeto e um grupo de professores que acreditavam nele.

A apresentação das escolas parceiras, a formação do referido grupo de

colaboradores, a elaboração das propostas, os relatos de experiência e os métodos

usados para realizar as intervenções feitas serão apresentados nos capítulos

seguintes deste trabalho.

3.3 Os laboratórios da Rede Municipal de ensino da cidade de Cachoeiro de

Itapemirim: componentes e estrutura física

Como foi exposto anteriormente, devido ao resultado insatisfatório em

Matemática obtido pelo município nas avaliações governamentais e com a finalidade

de incrementar o ensino desta disciplina visando à melhoria no índice do IDEB em

2007, foi realizada, então, a compra dos laboratórios de Matemática e Ciências, com

o objetivo de contribuir com recursos que possibilitassem colocar em prática ações

educativas e pudessem permitir um fazer pedagógico descontraído, oferecendo aos

discentes participação ativa, valorizando suas experiências pessoais e, assim,

atribuindo maior significado aos conteúdos matemáticos.

Assim sendo, o kit comprado referia-se a um conjunto de materiais e

equipamentos (abaixo relacionados) acompanhados de um guia de orientação para

o seu uso e de quatro armários, denominados de “unidades de armazenamento”.

Todas as escolas da rede municipal de Ensino Fundamental II (6º a 9º anos) foram

contempladas com o kit. Porém, a verba para a construção dos laboratórios, à

época, só foi creditada na conta da escola mediante apresentação de um projeto

elaborado pela equipe técnica da unidade escolar. Com essa exigência, somente

doze das quarenta e sete unidades escolares receberam o dinheiro e puderam

construir seus laboratórios.

Os laboratórios construídos possuem, em média, 50 m2 e contam com uma

bancada de granito de dimensões 1,5 metro x 4 metros que comporta,

confortavelmente, 20 alunos. Neles, há tela para projeção de filmes ou slides,

quadro branco e ar-condicionado. Os componentes do Kit são discriminados abaixo.

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Quadro 3- Material do Kit para Laboratório de Ciências e Matemática

MATERIAL QUANTIDADE

ÁBACO BASE 2 3

ÁBACO BASE 3 3

ÁBACO BASE 5 3

ÁBACO BASE 10 4

BALANÇA ALGÉBRICA 5

BLOCO BASE 2 1

BLOCO BASE 10 1

BLOCO DE CUBOS (60 CUBOS PINTADOS DE CORES

DIFERENTES)

1

BLOCOS LÓGICOS 5

CARTELAS DE CONVERSÃO BINÁRIO-DECIMAL 5

CAVALETE DE SUSTENTAÇÃO PARA QUADRO DE AÇO 1

COLEÇÃO DE MOEDAS DE PLÁSTICO 1

COLEÇÃO DE SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO 1

CONJUNTO DE SÓLIDOS GEOMÉTRICOS EM CRISTAL 1

DOMINÓ COMUM 6

DOMINÓ DE CORES 6

FORMAS GEOMÉTRICAS (LÂMINAS MAGNETIZADAS

PARA FIXAR EM QUADRO DE METAL)

1

GEOPLANO CIRCULAR - 12 DIVISÕES 6

GEOPLANO CIRCULAR – 20 DIVISÕES 6

(Continua)

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54

MATERIAL QUANTIDADE

GEOPLANO CIRCULAR – 24 DIVISÕES 6

GEOPLANO RETANGULAR CONTORNO. 7

GEOPLANO RETANGULAR QUADRO PERFURADO – BASE

10.

6

GEOPLANO RETANGULAR QUADRO PERFURADO – BASE

5.

6

JOGO DA VELHA – TABULEIRO DE CHÃO- COM JALECOS

COLORIDOS.

1

JOGO DA VELHA – TABULEIRO DE MESA. 6

MATERIAL PARA CONSTRUIR ÁRVORE DE

POSSIBILIDADES.

1

PACOTES DE COLEÇÃO DE NOTAS DE REAL (CADA UM

CONTENDO 100 NOTAS)

5

PANTÓGRAFO USADO PARA AMPLIAÇÕES 1

QUADRO DE AÇO- 100cmx80cm. 2

RÉGUAS PERFURADAS. 6

RELÓGIO DE ÁGUA. 1

RELÓGIO DE SOL. 1

SÓLIDOS GEOMÉTRICOS EM MADEIRA. 2

TRIMINÓS, TETRAMINÓS E PENTAMINÓS. 6

Fonte: Dados da pesquisa

(Conclusão)

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4. O PERCURSO DA PESQUISA

Conhecida, então, a importância da inserção do LEM no ambiente escolar

para o uso sistemático, foi necessário, a fim de pesquisa, conhecer algumas

particularidades das escolas da Rede Municipal contempladas com o LEM, como,

também, as concepções dos professores acerca deste espaço. A importância de se

estudar as características físicas dos LEM e o que pensam os sujeitos responsáveis

por promover o aprendizado está na perspectiva de, caso seja necessário,

redirecionar o olhar dos docentes para os Laboratórios de Matemática, a partir da

discussão acerca dos seus benefícios e valores. Enfim, reconhecer o LEM como

espaço importante para um ensino voltado para a construção de uma formação de

qualidade.

4.1 O contexto – A cidade de Cachoeiro de Itapemirim e a Rede Municipal de

ensino

O município está situado no sul do estado do Espírito Santo, às margens

do rio Itapemirim, ocupando uma área de 892,9 km². Cachoeiro de Itapemirim situa-

se na zona fisiográfica Serrana do Sul, com 209.878 habitantes, segundo último

Censo (IBGE, 2010). Sua principal fonte de renda é o comércio e o setor de rochas

ornamentais, o que confere à cidade a perífrase de “Capital do Mármore e Granito

Capixabas”.

Cachoeiro, como é popularmente chamada, conta com doze escolas privadas

de Ensino Básico e oito instituições, também privadas, de ensino superior. O Ensino

Médio público é gerido pelo Governo Estadual e a Secretaria Municipal de Educação

de Cachoeiro de Itapemirim (SEME) é a responsável por cuidar dos investimentos

na área de educação básica no município. As escolas da rede municipal estão

voltadas para a Educação Infantil (creches e pré-escolas) e Ensino Fundamental (1º

ao 9º anos).

Ao todo, a prefeitura conta com 89 unidades de ensino, distribuídas pelo

município. Destas, 42 são para a Educação Infantil, 31 para o Ensino Fundamental e

16 atendem tanto a Educação Infantil quanto o Ensino Fundamental. A rede possui,

aproximadamente, 23 mil estudantes matriculados, que correspondem ao percentual

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de 52% dos alunos de todo o Ensino Fundamental do município, sendo sua maior

parte formada por crianças e adolescentes. Para atender a toda essa demanda, a

prefeitura tem um quadro formado por 1.516 professores e pedagogos, além de

1.148 servidores que atuam no quadro administrativo.

A rede pública de ensino existente no município conta, também, com

unidades de ensino que atendem alunos dos Ensinos Fundamental, Médio e

Educação Profissional mantidas pelo Governo do estado do Espírito Santo, além da

Educação de Jovens e Adultos, abrindo, em parceria com a Prefeitura, 42 salas,

com aproximadamente 700 alunos matriculados, em 2010, através do programa

“Alfabetização é um Direito”.

4.2 Os caminhos percorridos

Optou-se, para fins desse trabalho, por uma pesquisa qualitativa, por

entender que nesse tipo de abordagem busca-se aferir aspectos qualitativos de uma

questão, ou seja, seria possível, ao longo da pesquisa, compreender o que pensava

cada professor sobre a importância do LEM e a proposta de sistematizar sua

utilização.

Nesse tipo de abordagem existe a preocupação “em retratar a perspectiva

dos participantes” (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p.13). É importante, ainda, ressaltar que

na pesquisa qualitativa há um contato direto e interativo entre o pesquisador e o

objeto, a fim de compreender os fenômenos, segundo a perspectiva dos

participantes na situação estudada e para que, a partir daí, possa ser iniciada a

ação.

Ainda em relação à pesquisa qualitativa, especificamente em Educação

Matemática, D‟Ambrósio (2004) posiciona-se da seguinte forma:

A pesquisa qualitativa [...] é o caminho para escapar da mesmice. Lida e dá atenção às pessoas e suas ideias, procura fazer sentido de discursos e narrativas que estariam silenciosas. E a análise dos resultados permitirá propor os próximos passos. (D‟AMBRÓSIO, 2004, p.21).

Ainda com base na leitura de D‟Ambrósio (2004), percebe-se que ele vê a

pesquisa como uma prática que antecede a ação, sendo essencial para que ela

ocorra. Ação que, para ele, por sua vez, é essencial à vida.

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57

Assim, o primeiro momento da pesquisa foi a elaboração e aplicação de um

questionário com questões inerentes à prática do professor, seu cotidiano na escola

e o uso do laboratório de Matemática da escola.

Além da aplicação dos questionários e da pesquisa documental e bibliográfica

sobre o tema e demonstrada no capítulo teórico dessa dissertação, foram utilizados,

ainda como instrumentos de coleta de dados, a observação direta colaborativa e/ou

participativa durante o período de aplicação das atividades em sala de aula e a

observação participante quando nas discussões durante os encontros com o grupo.

Possuindo a observação um lugar de destaque no que se refere às pesquisas

educacionais, por meio dela é possível o pesquisador recorrer aos seus

conhecimentos e à própria experiência a fim de refletir, compreender e interpretar o

fenômeno a ser estudado. Independentemente do tipo de observação realizada, ela

permite ao pesquisador uma aproximação da perspectiva do sujeito e possibilita a

obtenção de informações mesmo quando não há forma efetiva de comunicação.

(LÜDKE; ANDRÉ, 1986). Os dois métodos de observação realizados se diferem por

que, enquanto a participante, realizada durante os encontros com o grupo, “é uma

estratégia de campo que combina simultaneamente a análise documental, a

entrevista de respondentes e informantes”, a observação direta colaborativa,

realizada durante as aplicações das atividades aos alunos, “é a introspecção”, ou

seja, o pesquisador apenas acompanhou a aplicação das atividades procurando

avaliá-las como fonte de conhecimento para aquele público a que são destinadas,

servindo como mediador de todo o processo. (DENZIN, 1978, p.183, citado por

LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p.57). Assim, citando Junker (1971), Lüdke e André fazem

referência aos variados tipos de observação participativa, sendo eles: o participante

total; o participante como observador, o observador como participante e o

observador total. Dessa forma, orientando-se pelo que expõem as autoras, tem-se

que a observação participante realizada durante os encontros com o grupo trata-se

de uma observação como participante, na qual, para as autoras, é quando a

identidade do pesquisador e os objetivos do estudo são revelados integralmente

desde o início e por meio da qual o pesquisador poderá ter acesso a uma enorme

quantidade de informações ao pedir a cooperação do grupo. (LÜDKE; ANDRÉ,

1986).

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4.2.1 O questionário aplicado

Para Gil (2002), o questionário é a técnica de investigação composta por um

número mais ou menos elevado de questões por escrito apresentadas aos sujeitos

da pesquisa, cujo objetivo é o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos,

interesses, expectativas, situações vivenciadas, entre outros.

O questionário elaborado (APÊNDICE A) continha um texto introdutório sobre

a importância daquele sujeito para a pesquisa proposta, seguido de seis questões e

um espaço reservado para o professor, caso fosse do seu interesse, expor opiniões,

sugestões ou fazer um comentário. O período de aplicação do questionário foi entre

fevereiro e abril de 2011, abrangendo 11 unidades de Ensino Fundamental e 49

professores de Matemática, dos quais 11 eram contratados pelo regime de

designação temporária (DT) e 38 efetivos. Essas 11 unidades de ensino se

distribuem nas zonas urbana, periférica e rural do município. Cada escola recebeu

um envelope com os questionários para serem entregues aos coordenadores de

área que fariam, por sua vez, a redistribuição para os professores. Por

recomendação do pesquisador, os questionários não foram respondidos na escola

ou em grupos para que não sofressem nenhum tipo de interferência ou influência.

Responderam a esse questionário 41 professores de Matemática da rede

municipal representando 84% do total de questionários distribuídos. Embora oito

professores, 16% do total, não tenham respondido ao questionário, tem-se que o

feedback foi satisfatório, considerando que se tenha conseguido uma abrangência

de 100% das escolas da Rede Municipal de Ensino previstas, ou seja, de cada

escola, pelo menos um professor respondeu ao questionário.

As perguntas que compunham o questionário são discriminadas abaixo e, em

seguida, apresentadas em um quadro que mostra o resultado obtido em cada

escola, fazendo-se importante lembrar que, a fim de resguardar as instituições, seus

nomes foram substituídos aleatoriamente por números. Também a partir das

respostas foi elaborado um gráfico que apresenta o resultado obtido no município.

Foram as seguintes perguntas feitas no questionário:

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1) Com que frequência você utiliza o Laboratório de Matemática da sua

instituição?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Quase nunca

Quadro 4- Resultado da primeira pergunta do questionário

ESCOLA SEMPRE ÀS VEZES QUASE NUNCA

ESCOLA 1 1 2 3

ESCOLA 2 2 1 3

ESCOLA 3 0 2 1

ESCOLA 4 0 3 0

ESCOLA 5 0 3 0

ESCOLA 6 1 0 3

ESCOLA 7 0 0 2

ESCOLA 8 0 2 0

ESCOLA 9 0 2 4

ESCOLA 10 1 1 0

ESCOLA 11 0 3 1

Total de Professores pesquisados 4 20 17

Total Relativo 9,8% 48,8% 41,4%

Fonte: Dados da pesquisa

O resultado revela, portanto, que 41,4% dos professores quase nunca usam o

Laboratório de Matemática, enquanto outros 48,8% utilizam-no somente às vezes.

Apenas 9,8% dos sujeitos afirmaram usar com frequência esses espaços nas suas

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instituições (GRÁFICO 1). Este dado deixa perceptível a necessidade de discutir

com os professores da rede Municipal a importância do LEM no processo de ensino

e aprendizagem de Matemática, como é indicado no gráfico 1.

Gráfico 1- Com que frequência você utiliza o laboratório de Matemática?

Fonte: Dados da pesquisa

Já com relação à segunda questão: Se você não utiliza com frequência o

Laboratório de Matemática, identifique o motivo que mais contribui para a

subutilização deste ambiente.

( )Falta de material de apoio ( )Falta de treinamento de professor, o

resultado ficou assim distribuído (QUADRO 5):

Quadro 5- Resultado da segunda pergunta do questionário

ESCOLA FALTA DE MATERIAL

DE APOIO

FALTA DE

TREINAMENTO DE

PROFESSOR

ESCOLA 1 3 6

ESCOLA 2 2 4

ESCOLA 3 1 2

(Continua)

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ESCOLA FALTA DE MATERIAL

DE APOIO

FALTA DE

TREINAMENTO DE

PROFESSOR

ESCOLA 4 1 2

ESCOLA 5 3 3

ESCOLA 6 1 3

ESCOLA 7 2 2

ESCOLA 8 1 2

ESCOLA 9 1 5

ESCOLA 10 2 2

ESCOLA 11 2 2

Total 19 33

Total Relativo 51,4% 89,2%

Fonte: Dados da pesquisa

Considerando os dados da questão anterior, tem-se que 04 (quatro)

professores afirmaram utilizar o Laboratório de Matemática e, por isso, não

responderam a essa pergunta. Dessa forma, do total de 37 (trinta e sete) sujeitos

que responderam “Às vezes” ou “Nunca” para a utilização do espaço, 51,4% deles

afirmaram como causa a falta de material de apoio, enquanto 89,2% deles

colocaram como causa a falta de treinamento dos professores para utilizá-lo.

Somando o total relativo, obtém-se como resultado 140,6%. Sendo assim, tem-se

que 40,6 % dos entrevistados atribuem a subutilização do laboratório às duas

causas apresentadas, como é demonstrado no gráfico 2.

(Conclusão)

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Gráfico 2- Identifique o motivo que mais contribui para a subutilização do

Laboratório de Matemática

51,40%

89,20%

40,60%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

As duas opções

Falta de treinamento

Falta de material de apoio

Fonte: Dados da pesquisa

Vale ressaltar que, quando os professores afirmam como motivo da

subutilização do LEM a falta de material de apoio, provavelmente significa haver

uma falta de material que acompanhasse o kit, para um melhor aproveitamento do

material ali existente. Essa probabilidade torna-se mais concisa no decorrer das

entrevistas e em nada têm a ver com a falta de kit, já que todas as escolas

estudadas tinham esse material que encontrava-se subutilizado ou ainda

encaixotados.

Já a questão 3: Em se tratando de estratégia para o ensino da

Matemática, você considera o Laboratório de Matemática:

( ) Sem significado ( ) Pouco significativo ( ) Muito significativo

As respostas ficaram distribuídas da seguinte forma (QUADRO 6):

Quadro 6- Resultado da terceira pergunta do questionário

ESCOLA SEM

SIGNIFICADO

POUCO

SIGNIFICATIVO

MUITO

SIGNIFICATIVO

ESCOLA 1 0 1 5

ESCOLA 2 0 2 4

(Continua)

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ESCOLA SEM

SIGNIFICADO

POUCO

SIGNIFICATIVO

MUITO

SIGNIFICATIVO

ESCOLA 3 0 1 2

ESCOLA 4 0 0 3

ESCOLA 5 0 0 3

ESCOLA 6 0 0 4

ESCOLA 7 0 1 1

ESCOLA 8 0 0 2

ESCOLA 9 0 2 4

ESCOLA 10 0 0 2

ESCOLA 11 0 1 3

Total 0 8 33

Total Relativo 0% 19,5% 80,5%

Fonte: Dados da pesquisa

Portanto, com 80,5% das respostas, fica clara a vontade dos professores em

trabalhar com o laboratório e a crença de que este ambiente pode oferecer

melhorias no seu fazer em sala de aula; porém, isso não é um indicador de que

todos eles tenham vontade de trabalhar com o material objeto dessa pesquisa.

Outros 19,5% afirmaram que o Laboratório de Matemática é pouco significativo

como estratégia de ensino da disciplina. Nenhum dos sujeitos respondeu que esse

espaço se constitui como estratégia sem significado para o ensino, como mostra o

gráfico 3.

(Conclusão)

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Gráfico 3- Em se tratando de estratégia de ensino, você considera o

Laboratório de Matemática...

Fonte: Dados da pesquisa

A quarta questão perguntava: Acerca do livro didático adotado2, a

quantidade de sugestões de atividades com material manipulativo que

poderiam ser trabalhadas no Laboratório de Matemática, é:

( ) Quase nenhuma ( ) Algumas ( ) Muitas

O resultado é demonstrado no quadro a seguir:

Quadro 7- Resultado da quarta pergunta do questionário

ESCOLA QUASE

NENHUMA

ALGUMAS MUITAS

ESCOLA 1 2 4 1

ESCOLA 2 3 3 0

ESCOLA 3 1 2 0

ESCOLA 4 2 1 0

2 Todas as escolas da Rede Municipal de Educação utilizam o mesmo livro didático; porém, cada um

destinado a sua série específica. Isso permite entender que, portanto, pode haver, nessas respostas, a informação de que haja, para um mesmo livro didático, diferentes leituras.

(Continua)

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ESCOLA QUASE

NENHUMA

ALGUMAS MUITAS

ESCOLA 5 3 0 0

ESCOLA 6 3 1 0

ESCOLA 7 1 0 1

ESCOLA 8 1 1 0

ESCOLA 9 2 3 1

ESCOLA 10 0 2 0

ESCOLA 11 0 2 1

Total 18 19 4

Total Relativo 43,9% 46,3% 9,8%

Fonte: Dados da pesquisa

A escassez de atividades no livro didático, denunciada por 43,9% dos

participantes da pesquisa torna explícita a demanda pelo serviço de criação de

atividades que envolvam o material adquirido pelas escolas e que provoquem o uso

do espaço do laboratório. Ainda de acordo com as respostas, tem-se que 46,3%

afirmam que os livros didáticos utilizados pela instituição possuem algumas

atividades com material manipulativo, enquanto apenas 9,8% do total de sujeitos

colocam que os livros oferecem muitas atividades nesse sentido (GRÁFICO 4).

(Conclusão)

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Gráfico 4- Quantidade de sugestões de atividades com material manipulativo

no livro didático utilizado

Fonte: Dados da pesquisa

A questão: Você assina alguma revista específica sobre Educação

Matemática ou faz parte de algum grupo de estudo que discute assuntos desta

área de conhecimento?

( ) Sim ( ) Não, teve suas respostas assim distribuídas:

Quadro 8- Resultado da quinta pergunta do questionário

ESCOLA SIM NÃO

ESCOLA 1 5 2

ESCOLA 2 6 0

ESCOLA 3 1 2

ESCOLA 4 0 3

ESCOLA 5 3 0

ESCOLA 6 4 0

ESCOLA 7 1 1

(Continua)

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67

ESCOLA SIM NÃO

ESCOLA 8 2 0

ESCOLA 9 5 1

ESCOLA 10 1 1

ESCOLA 11 2 1

Total 30 11

Total Relativo 73,1% 26,9%

Fonte: Dados da pesquisa

Como visto, pode-se afirmar que enquanto 26,9% dos professores colocam

que não fazem nem parte de um grupo nem assinam uma revista especializada,

73,1% dos sujeitos afirmaram que ou assinam uma revista especializada ou fazem

parte de um grupo de estudo da disciplina. Porém, no espaço destinado aos

comentários, seis deles consideraram as reuniões de área como grupos de estudo.

Contudo, pela experiência do pesquisador em reuniões de área, entende-se que

essas RAs não podem ser consideradas grupos de estudo, já que as escolas

destinam duas aulas semanais para os encontros de área, tempo insuficiente para

elaborar ou discutir propostas para o uso do LEM. Além disso, participam também

da reunião professores de Ciências, o que não condiz com um grupo de estudo

específico da área de Matemática e que tivesse, como função primordial, a

discussão de propostas para essa área.

Quanto à assinatura de revistas especializadas, nenhum comentário deu

pistas sobre o uso deste recurso.

(Conclusão)

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68

Gráfico 5- Assina alguma revista ou faz parte de algum grupo especializado da

disciplina?

Fonte: Dados da pesquisa

A sexta pergunta do questionário foi a seguinte: Caso você assine alguma

revista específica, você aplica alguma atividade proposta por ela no

Laboratório de Matemática com seus alunos?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não assino revista específica,

sendo essas as respostas mostradas abaixo:

Quadro 9- Resultado da sexta pergunta do questionário

ESCOLA SIM NÃO NÃO ASSINO

REVISTA ESPECÍFICA

ESCOLA 1 1 0 6

ESCOLA 2 0 2 4

ESCOLA 3 1 0 2

ESCOLA 4 2 1 0

ESCOLA 5 2 1 0

ESCOLA 6 1 0 3

(Continua)

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69

ESCOLA SIM NÃO NÃO ASSINO

REVISTA ESPECÍFICA

ESCOLA 7 1 1 0

ESCOLA 8 2 0 0

ESCOLA 9 4 0 2

ESCOLA 10 1 0 1

ESCOLA 11 1 0 2

Total 16 5 20

Total Relativo 39% 12,2% 48,8%

Fonte: Dados da pesquisa

Comparando os resultados obtidos neste quadro com o resultado do quadro

anterior, têm-se, então, a certeza de que o percentual favorável do quadro anterior

se deve aos encontros promovidos pela Rede Municipal de Educação e reuniões de

área, o que pode sugerir uma falta de vontade individual de cada um dos sujeitos de

buscar novas estratégias de ensino. Entre aqueles que assinam alguma revista

especializada, 51,2% de todo grupo entrevistados, grande parte deles, 16 indivíduos

(79% do grupo de assinantes), faz uso das propostas apresentadas por elas,

enquanto 21% afirmam não aplicar atividades propostas nesses periódicos, como é

indicado no gráfico 6.

(Conclusão)

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70

Gráfico 6- Você aplica atividades propostas por revistas específicas, caso as

assine?

Fonte: Dados da pesquisa

Iniciou-se, portanto, a partir da aplicação dos questionários, uma pesquisa

envolvendo as 11 unidades de ensino onde já existiam os laboratórios construídos,

tendo como objetivo conhecer a dinâmica da utilização do laboratório nessas

escolas.

Além disso, também a partir dos resultados coletados e das necessidades dos

objetivos propostos pela pesquisa implementada, tornou-se necessário estudar,

ainda, os materiais que compunham o kit do LEM, suas potencialidades, a fim de

buscar promover na comunidade matemática do município uma concepção mais

otimista acerca da inserção deste espaço no planejamento de suas aulas. Com este

objetivo, foi, então, criado um grupo de professores com a finalidade de estudar o kit

que compõe o LEM, procurando elaborar atividades que utilizassem esse material.

Para formar o referido grupo de estudo, foi enviada uma carta-convite a todos os 41

professores que responderam o questionário; porém, apenas seis professores

aceitaram participar das reuniões. Entre os motivos, a falta de tempo e/ou

disponibilidade de encontrar com o grupo e problemas pessoais. A partir daí, foram

realizados, então, 15 encontros, conforme apresentados no quadro 10:

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71

Quadro 10- Detalhamento acerca dos encontros realizados

ENCONTRO LOCAL DURAÇÃO TEMA

1o Encontro

18/05/2013

Centro Universitário

São Camilo

2 horas Reunião com os

docentes para discutir

sobre a importância do

LEM e as possíveis

mudanças que seu uso

sistemático pode

produzir na atividade

docente.

2o Encontro

31/05/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 6

3 horas

Definição do grupo de

professores

colaboradores.

3o Encontro

01/06/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 11

2 horas Inserção dos

universitários no grupo

de estudos.

4o Encontro

14/06/2013

Centro Universitário

São Camilo.

4 horas Reunião com os

acadêmicos com o tema:

Importância do LEM e as

possíveis mudanças que

seu uso sistemático pode

produzir na atividade

docente.

5o Encontro

22/06/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 6

3 horas A primeira reunião com

professores e

acadêmicos para discutir

e estabelecer as

atribuições de cada

grupo.

(Continua)

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72

ENCONTRO LOCAL DURAÇÃO TEMA

6o Encontro

06/07/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 6

4 horas Organização do material

7o encontro

03/08/2013

Centro Universitário

São Camilo

2 horas Apresentação de ideias,

escolha do material,

apresentação da

proposta de atividade e

relatos.

8o encontro

10/08/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 6

2 horas Apresentação de ideias,

escolha do material,

apresentação da

proposta de atividade e

relatos.

9o encontro

24/08/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 6

2 horas Apresentação de ideias,

escolha do material,

apresentação da

proposta de atividade e

relatos.

10o encontro

14/09/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 6

2 horas Apresentação de ideias,

escolha do material,

apresentação da

proposta de atividade e

relatos.

11o encontro

27/09/2013

Centro Universitário

São Camilo

2 horas Conversa com o grupo.

Assunto: Motivação.

(Continua)

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73

ENCONTRO LOCAL DURAÇÃO TEMA

12o encontro

28/09/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 11

2 horas Apresentação de ideias,

escolha do material,

apresentação da

proposta de atividade e

relatos.

13o encontro

05/10/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 11

2 horas Apresentação de ideias,

escolha do material,

apresentação da

proposta de atividade e

relatos.

14o encontro

11/10/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 11

2 horas Apresentação de ideias,

escolha do material,

apresentação da

proposta de atividade e

relatos.

15o encontro

19/10/2013

Laboratório de

Matemática da

Escola 11

2 horas Escolha das atividades

para Caderno

Fonte: Dados da pesquisa

Vale a pena ressaltar que, a partir do segundo encontro, definiu-se o grupo de

seis professores que aderiram ao projeto. Em função do tempo demandado pela

pesquisa, foi necessário convidar, ainda, os acadêmicos do último período do curso

de licenciatura em Matemática do Centro Universitário São Camilo para participarem

do projeto. A ideia de inseri-los foi, não só alicerçada no fato de eles estarem

cursando a disciplina “Laboratório de Matemática” naquele período, mas, também,

porque muitos alunos estavam engajados no projeto PIBID.

Dessa forma, junto com as intervenções previstas pelo PIBID, eles poderiam

realizar atividades que envolviam o LEM. O desdobramento da ideia de inserir os

acadêmicos mostrou-se proveitosa a ponto de que alguns deles levaram para dentro

das escolas onde foram realizadas a pesquisa as discussões do grupo e, dotados de

(Conclusão)

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74

certa autonomia, organizaram os laboratórios dessas instituições, sendo que nas

reuniões de área apresentavam sugestões de atividades. No quadro 11 é definido o

grupo, composto por 20 pessoas, que participou de forma efetiva do processo de

elaboração e aplicação das atividades, lembrando que, a fim de resguardá-los,

foram utilizados nomes fictícios para denominá-los.

Quadro 11- Perfil dos sujeitos da pesquisa

Nome Licenciado

em

Matemática

Engenharia Pós-

graduação

Efetivo Não

efetivo

Acadêmico

Ana Paula X

Alex X X X

Caroline X

Cynthia X X X

Diógenes X

Eduardo X X X

Fábio X

Juliana X

Hebert X

Kayla X

Marina X

Michel X

Paula X X X

Patrícia X

Poliana X X X

Renan X

Renata X

(Continua)

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Nome Licenciado

em

Matemática

Engenharia Pós-

graduação

Efetivo Não

efetivo

Acadêmico

Roseana X

Samila X

Wesley X

Fonte: Dados da pesquisa

Uma vez fidelizado o grupo de professores e ocorrida a inserção dos

acadêmicos que além de outras contribuições deu fôlego à pesquisa, a partir do 6o

encontro, o grupo esteve focado, como visto, na elaboração do material, cujo

objetivo consistia, no âmbito de um grupo de estudos, de posse do kit, elaborar,

realizar e discutir propostas de atividades que utilizassem o material disponível nos

Laboratórios de Matemática da Rede Municipal de Ensino do município. De forma

mais ampla, tinha-se, como objetivo principal, enfatizar a importância do LEM na

escola e, com isso, aumentar o número de professores que acreditam neste recurso.

As reuniões implicavam, tanto em horas presenciais como não presenciais

nas quais os participantes do projeto desenvolviam com os alunos, em sala de aula,

as atividades estudadas e desenvolvidas no grupo.

Para tanto, os acadêmicos formaram grupos de, no máximo 3 componentes,

que deveriam ser orientados por um dos professores do projeto. A cada encontro,

um grupo de acadêmicos deveria escolher um material do kit e elaborar uma

proposta de atividade que seria aplicada posteriormente para o grupo maior, com os

demais participantes. Esse, por sua vez, após refiná-la, liberava a atividade para ser

aplicada nas escolas. Na reunião seguinte, a atividade aplicada nas escolas era

objeto de estudo em uma dinâmica de relato de experiências que, a partir das

impressões dos aplicadores sobre a atividade realizada, poderia sofrer ou não

modificações a depender do resultado.

Foi estabelecida uma meta de elaboração de, no mínimo, 15 atividades que,

após perpassar por todo o processo já descrito, passariam a compor um Caderno de

Atividades para ser utilizado em um programa de capacitação de professores da

Rede Municipal de Ensino de Cachoeiro de Itapemirim. As descrições dos encontros

e das observações participantes realizadas neles são feitas no capítulo seguinte,

(Conclusão)

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76

assim como o detalhamento do produto final dessa pesquisa, sendo esse um

Caderno de Propostas de Atividades para o Laboratório de Ensino de Matemática,

além das observações não participantes realizadas durante as aplicações de

algumas das atividades elaboradas no decorrer dessa pesquisa.

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77

5. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS ENCONTROS

Uma vez estruturado o projeto e certo de sua importância para a comunidade

matemática do município, iniciaram-se os encontros que, num total de 15, com

duração aproximada de duas a quatro horas cada, constituíram um ambiente que,

além da discussão e reflexão sobre as práticas pedagógicas dos participantes,

caracterizaram-se, também, pelo estudo e pela pesquisa. Esses encontros

aconteceram de maio a outubro de 2013, conforme dito, e foram gravados em vídeo

e áudio. A transcrição do conteúdo gravado será exposta no decorrer desse capítulo.

5.1. Primeiro encontro: criação do grupo de estudo

Esta reunião aconteceu no dia 18 de maio de 2013, na sala 311 do bloco II,

no Centro Universitário São Camilo-ES. Estiveram presentes na reunião 18

professores, que ouviram, por cerca de uma hora, a exposição do pesquisador

acerca do projeto e a explanação dos resultados dos questionários aplicados

anteriormente. Na ocasião, referenciado por Fiorentini e Lorenzato (2006), o

pesquisador realizou uma apresentação teórica sobre a importância do Laboratório

de Matemática. Na mesma reunião, objetivando reforçar a importância da utilização

dos laboratórios e, consequentemente, da pesquisa, foi sugerida a leitura do livro “O

laboratório de Matemática na formação de professores”. Nele, Lorenzato (2006)

justifica a importância de se realizar atividades com materiais manipuláveis para a

melhoria do aprendizado de Matemática. Nesse sentido, segundo o autor:

[...] não faltam argumentos favoráveis para que as escolas possuam objetos e imagens a serem utilizados nas aulas, como facilitadores da aprendizagem. Justamente por isto, decorre uma inescapável necessidade de as escolas possuírem laboratórios de ensino dotados de materiais didáticos de diferentes tipos. (LORENZATO, 2006, p.5).

Durante a apresentação ministrada pelo pesquisador, não só ocorreram

discussões acerca da importância da utilização do Laboratório de Matemática, como

já dito, mas também foram levantadas algumas questões que interferiam, de forma

negativa, segundo os participantes, na utilização desse espaço.

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A professora Patrícia3, corroborando com alguns outros professores do grupo,

atribuiu o uso pouco frequente do LEM à falta de tempo para elaborar as atividades.

Ela, que cumpre uma jornada tripla semanal, deixou tal problema evidente em seu

relato, quando disse que: “O tempo que temos para planejar na escola não é

suficiente para estudarmos o material disponível e criarmos atividades”.

(PROFESSORA PATRÍCIA).

Além da falta de tempo para planejar, também foram citados como fatores

que dificultam o desenvolvimento das atividades de laboratório: o comportamento

dos alunos, a falta de espaço adequado para o laboratório (infraestrutura), a

ausência de um mediador e a falta de apoio pedagógico para aquele tipo de

trabalho.

Naquele mesmo momento, a professora Paula, referindo-se às questões

levantadas, propôs ao grupo que a discussão fosse direcionada para uma busca de

soluções. Para a professora: “Se o professor de Matemática levar em consideração

a estrutura oferecida pela rede pública para trabalho, não despertará muito

interesse. Por isso, é preciso buscar soluções, para que não desistamos da

educação” (PROFESSORA PAULA).

Assim, à medida que iam fazendo suas colocações, alguns professores, que

na ocasião do questionário não apresentaram dúvidas a respeito da importância do

uso do LEM, talvez encorajados pelos relatos dos companheiros, começaram a dar

pistas que também enfrentavam problemas e passaram a relatar suas experiências

positivas e/ou negativas, de expor frustrações e de trocar estratégias adotadas no

seu fazer em sala de aula. O relato do professor Herbert revelou que parte dos

objetivos daquela reunião já estava sendo alcançada, pois os professores já

estavam fazendo uma análise crítica da sua prática e percebiam onde e como era

possível melhorar. Segundo ele:

Uso muito os jogos e as formas geométricas. Quanto aos jogos, nunca os utilizo para explorar um conteúdo matemático, minha intenção é distrair o aluno. Já as formas geométricas, utilizo durante a aula expositiva. Nunca criei uma atividade que exigisse a manipulação do material. (PROFESSOR HERBERT).

É importante relatar que nenhum professor foi previamente avisado de que,

na reunião, haveria espaço para discussões. O grupo tinha a informação apenas do

3 Os nomes aqui utilizados são fictícios a fim de resguardar a identidade dos envolvidos na pesquisa.

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assunto que seria exposto e pensava que isso ocorreria no formato de palestra para

apresentação do projeto. Certamente, essa foi a causa da naturalidade e da

autenticidade que permearam as discussões. Por isso, nenhum professor foi à

reunião prevenido com respostas prontas ou discursos de autodefesa.

Prestou-se atenção a esse fato, pois, como afirma Gatti (2005):

Não se recomenda dar aos participantes informações detalhadas sobre o objeto da pesquisa. Eles devem ser informados de modo vago sobre o tema da discussão para que não venham com ideias pré-formadas ou com sua participação preparada. Saber com antecedência precisamente o que discutir – por exemplo, as questões que o moderador irá colocar, ou o roteiro – propicia a formação de opiniões prévias que podem interferir nas discussões. (GATTI, 2005, p.23).

Nesse encontro, também foram discutidos e decididos os princípios e

cuidados éticos que iriam permear todo o processo da pesquisa de campo. A

reunião durou aproximadamente 2 horas e, ao seu término, foi agendado um novo

encontro para o dia 01 de junho de 2013, no laboratório da Escola 6. Os

professores, até esse período, deveriam pensar a respeito da participação no grupo

de pesquisa e da seriedade em se manterem presentes até o final dos trabalhos. A

confirmação da presença deveria ser feita pelo e-mail do pesquisador.

5.2 O segundo encontro: definição do grupo de professores colaboradores

O segundo encontro ocorreu no laboratório da Escola 6, no dia 01 de junho de

2013, tendo iniciado às 9 horas. Algumas desistências eram esperadas, já que os

encontros foram agendados para os sábados, sendo algumas sextas-feiras

utilizadas a fim de acerto na agenda dos participantes. Até a véspera do encontro, a

presença de 10, entre os 41 professores do total foi confirmada.

Tais desistências também são previstas por Gatti (2005). Para a autora, é

comum ocorrerem ausências que devem estar no horizonte dos pesquisadores e,

por isso, não devem abalar o rumo da pesquisa. De acordo com a autora:

Realmente, as decisões sobre a composição dos grupos, a forma de convite, a motivação e a adesão dos participantes desejados constituem um trabalho bastante delicado, e os pesquisadores devem estar conscientes de que ausências de último momento são muito comuns, e que é preciso lidar com essa situação, procurando não prejudicar o atendimento dos objetivos da pesquisa, mediante rearranjos que garantam isso. (GATTI, 2005, p.23).

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Após as referidas desistências, o grupo seguiu, apesar da confirmação da

presença de 10, mas com a presença de apenas seis professores participantes (os

outros quatro não teriam tempo para se dedicar ao trabalho a ser desenvolvido), eles

relataram suas impressões acerca do LEM. Nessa reunião, cada um dos

participantes pôde apresentar suas expectativas em relação aos encontros. A

professora Cyntia externou seu desejo de buscar formas diferenciadas de ensinar

Matemática, alegando que “através das trocas no grupo”, ela pretendia “largar o

tradicionalismo”. Para ela:

Tenho boas ideias, mas não sei como colocá-las em prática. O aluno pensa que a Matemática é chata. Mas como dar uma aula diferente? Você vai fazer um curso e quando você pergunta como dar uma aula diferente, as pessoas falam que não têm receita de bolo, cada um tem que fazer do seu jeito, cada um tem que inventar. Penso que a própria pessoa que está falando ali não sabe. (PROFESSORA CYNTIA).

A proposta desse encontro foi provocar uma discussão sobre a realidade da

escola de cada professor participante e qual era sua impressão acerca do uso do

Laboratório de Matemática nas instituições as quais pertenciam. A reunião foi

filmada e, após serem organizadas as colocações de cada professor, foi possível

criar o relatório sobre cada um daqueles participantes, descrito abaixo:

Professor Alex:

De fala calma, o professor Alex trabalha na rede municipal e na rede

particular e considera importante o uso do laboratório. Contudo, destaca que o seu

uso deve ser de forma moderada, “para não gerar confusão na cabeça do aluno”. O

professor informou que usa o laboratório com pouca frequência, e pensa ser

suficiente o que tem feito. Segundo o professor:

Na teoria é tudo muito lindo. Na prática são, em média, 20 alunos que, dificilmente, entendem que o laboratório é um lugar de estudo efetivo. No LEM, eles se envolvem com brincadeiras que não fariam dentro de sala de aula, trabalhando com o caderno e o livro. (PROFESSOR ALEX).

Abordando suas dificuldades vividas ao tentar utilizar algum tipo de

metodologia diferenciada, Alex deixa clara sua dificuldade de tirar o aluno de sala de

aula e propor um trabalho diferenciado, indicando que esse é um trabalho

complicado para o professor tradicional.

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Professora Cynthia:

Trabalha nos três turnos dividindo seu tempo com a rede municipal e a rede

privada. É uma professora entusiasmada e crente de que pode haver mudança. Ela

não usa com frequência o LEM por se sentir insegura no momento de criar um

roteiro de atividade, mas vê no grupo uma grande possibilidade de crescimento

profissional. Diz-se apaixonada pelo que faz e vê no laboratório uma grande

possibilidade de mudança do seu fazer como docente.

A professora Cyntia, sempre que se posicionava, demonstrava muita

maturidade e um grande compromisso com a questão da Educação. Sua vontade de

promover mudanças fica evidente em seu relato, quando afirma que:

Embora já tenha seis anos como professora efetiva no município, na minha escola tem muito „dinossauro‟ que acha besteira essa história de laboratório de Matemática; preferem, portanto, o quadro e o giz. Estou muito à vontade e feliz por participar desse grupo, porque aqui eu visualizo uma possibilidade de mudança. (PROFESSORA CYNTIA)

Professor Eduardo:

Assim como seus colegas Alex e Cyntia, ele divide seu tempo com a escola

pública e privada. O professor Eduardo acredita que o laboratório seja um espaço

para construção e aprimoramento do conhecimento, mesmo sabendo das

dificuldades que são encontradas para fazer com que o laboratório deixe de ser um

anexo da escola e torne-se parte dela. O docente partilha com o grupo a ideia de

que o projeto é permanente e que este pode representar o início de uma efetiva

mudança. Segundo o professor Eduardo: “Acredito que este projeto não será a

solução para os problemas enfrentados pelo ensino de Matemática no município,

mas dará início a um grande movimento de mudança”.

Professor Hebert:

O professor Hebert foi, durante as reuniões, o mais calado. Diferentemente

dos outros cinco integrantes do grupo, ele é o único que não é licenciado em

Matemática, sendo formado em Agronomia e mestre em Hidráulica. Ele leciona em

escolas do estado no 2o e 3o anos do Ensino Médio e em cursos técnicos, além de

ser professor de Matemática no Centro Universitário São Camilo. Diz-se satisfeito

com seu trabalho como professor, demonstrando um comprometimento com a

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profissão. Mostra-se empenhado em criar atividades “que sejam prazerosas” para

seus alunos. Sua opinião é favorável ao uso do laboratório e utiliza-o sempre que o

conteúdo permite. Não gosta de se arriscar muito, por isso é muito cauteloso na hora

de tirar o aluno da sala de aula. A respeito do uso do Laboratório de Matemática, o

professor relatou que: “Uso com boa frequência o laboratório, mas quando é

possível, prefiro levar o material para sala de aula”. Por estar habituado a trabalhar

com classes do Ensino Médio, esse professor, ao elaborar questões, fazia-o com

direcionamento ao nível de ensino ao qual já estava acostumado a lecionar.

Professora Paula:

A professora Paula parecia a menos experiente com o material do laboratório

e, provavelmente por isso, não tinha ainda uma opinião formada acerca da

importância dele no cotidiano escolar. Suas experiências com materiais

manipulativos estavam restritas às aulas da disciplina Laboratório de Matemática, do

curso de licenciatura e, devido ao pouco tempo de docência, mostrou-se muito

insegura para discutir no grupo sobre o tema proposto.

Seu relato deixa claro o pouco contato que teve com o material do LEM

disponível em sua escola, quando coloca que:

O que eu sei de laboratório de Matemática eu aprendi na faculdade. O laboratório da escola onde sou efetiva está em completo abandono. Existe o laboratório, mas ninguém usa. Os equipamentos estão guardados, e os que foram desencaixotados estão cheios de poeira. O espaço reservado para o laboratório encontra-se fechado com uma porta e um portão com cadeado e é utilizado para guardar alguns materiais da escola. Acho que muita coisa interessante pode ser feita no laboratório. Isso tornaria a criança mais interessada pelas aulas de Matemática. (PROFESSORA PAULA).

Essa fala da professora aponta para outra questão bastante importante

quando se trata do tema laboratório de Matemática: o fato de algumas escolas

possuírem o laboratório, mas seu espaço servir apenas como depósito de materiais

e nunca para a função a qual serviria, ou seja, como local de aprendizado da

disciplina.

Professora Poliana:

Professora calma e de fala mansa, demonstra muito amor pelo que faz. Ela

usa o laboratório com muita frequência e reconhece que isso se dá devido ao tempo

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maior que tem para elaborar as atividades. Ela é adepta às “aulas diferentes” e

defende a importância da manipulação com o concreto, uma vez que acredita ser a

Matemática muito abstrata para os alunos e, por isso, acredita que, no LEM, eles

tenham uma melhor aprendizagem, pois “o concreto os ajuda muito”.

Seu relato acerca do uso do LEM deixa evidente sua segurança em trabalhar

nesse espaço. Segundo a professora:

Sei que todos aqui desejam usar com maior frequência o laboratório, mas não têm tempo para parar e elaborar seus planejamentos e propostas. Se tivessem esse tempo iriam perceber o quanto a aula se torna leve e agradável para o professor e para o aluno. Gosto do que faço e, para mim, é muito agradável e prazeroso pesquisar, estudar e criar as atividades. (PROFESSORA POLIANA).

5.3 Terceiro encontro: decisão de inserir os universitários no grupo de estudos

Desta vez, o grupo reuniu-se no dia 7 de junho de 2013, na Escola 11 a

convite do professor Alex, efetivo na referida escola. O objetivo do encontro era criar

uma agenda contemplando todas as futuras reuniões. Durante a conversa, os

horários disponíveis de cada professor estavam divergindo e, logo, os professores

que faziam parte do grupo de estudo perceberam que não seria possível a presença

de todos em todos os encontros. Isso porque cinco dos seis participantes, além de

possuírem uma carga horária extensa, também trabalhavam na rede privada, muitas

vezes aos sábados, pois esses seriam dias letivos com algum evento. Entretanto,

ficou acertado que todos estariam à disposição do projeto, mas que seria necessário

criar uma nova dinâmica de participação deles no grupo. A agenda foi, então,

escrita, fidelizando a presença de, no mínimo, cinco professores em cada encontro.

Com a decisão de os encontros ocorrerem com uma quantidade menor de

professores, tornou-se necessário envolver um maior número de pessoas no projeto.

Pensando assim, foi proposta a inserção de acadêmicos do último período de

Matemática, do Centro Universitário São Camilo. Dessa forma, uma vez aceita essa

proposta, deu-se início a uma nova fase do projeto: formar o grupo de acadêmicos.

A partir daí, o professor Eduardo, sendo membro do colegiado de Matemática

do Centro Universitário São Camilo - ES, convidou a turma de formandos para fazer

parte de um Grupo de Estudos (GEP) que teria como objeto de estudo os

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Laboratórios de Matemática da Rede Municipal de Ensino de Cachoeiro de

Itapemirim.

Após uma entrevista com cada interessado, foi, então, formado um grupo com

14 participantes, entre eles alguns alunos que já estavam nas escolas

desenvolvendo o projeto PIBID4. O perfil acadêmico de todos os envolvidos no

processo diretamente encontra-se no capítulo metodológico dessa dissertação.

Vale ressaltar que todo esse movimento foi possível graças ao total apoio que

a instituição deu ao projeto, quando propôs considerar os encontros como horas de

estudos coletivos e, assim, foi institucionalizado o GEP - Laboratório de Matemática,

no Centro Universitário São Camilo.

O apoio importante e decisivo dado pela Instituição para formação do grupo

pôde ser constatado com a resposta dada pela coordenadora do colegiado de

Matemática em uma entrevista, quando foi perguntado a ela o que pensava sobre a

criação daquele grupo de estudos. De acordo com ela:

A criação de espaços de estudos, reflexão e discussão sobre teorias e práticas de trabalhos voltados para o processo ensino e aprendizagem da Matemática deve ser uma preocupação constante das instituições de educação para fundamentar ações, incentivando as reuniões de equipe. O estudo pretende contribuir para uma compreensão mais aprofundada das relações grupais, de forma a instrumentalizar trabalhos desenvolvidos em instituições diversas. O trabalho voltado para os grupos tem promovido a implementação de novas estratégias de ensino que, certamente, tornam o processo de ensino e de aprendizagem mais prazeroso e significativo. Ou seja, a formação dos grupos de pesquisa na Matemática tem fomentado as especialidades do conhecimento e oportunizado a produção científica e tecnológica, bem como o diálogo interdisciplinar, permitindo o avanço nas soluções de problemas que se apresentam complexos e cujas soluções nem sempre dependem de resultados provenientes de uma única especialidade do conhecimento. Portanto, a criação de grupos de pesquisa tem dado uma visão interdisciplinar, tem permitido que os acadêmicos do curso de Matemática se manifestem em seus grupos, mostrando sua capacidade pragmática e apresentem suas concepções holísticas na identificação das inúmeras soluções para o processo ensino e aprendizagem da Matemática com estudos teóricos, análise e elaboração de materiais didático-pedagógicos. (MARIA, COORDENADORA DO COLEGIADO DE MATEMÁTICA).

4Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. O PIBID é uma iniciativa para o

aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. O programa concede bolsas a alunos de licenciatura participantes de projetos de iniciação à docência desenvolvidos por Instituições de Educação Superior (IES) em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino.

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5.4. Quarto Encontro: reunião com os acadêmicos

Com o apoio da instituição, então, e o interesse dos alunos, foi formado o

grupo que tinha como objetivos, além de estudar e discutir assuntos concernentes à

Educação Matemática, criar propostas de atividades com o material do LEM

disponível nas escolas da Rede Municipal de Ensino. Assim, no dia 14 de junho de

2013, no Centro Universitário São Camilo-ES, sala 21, Bloco I, foram realizadas

duas reuniões nos horários de 14 e de 16 horas, a fim de atender dois grupos de

acadêmicos. Na ocasião, o pesquisador apresentou o projeto e abriu espaço para

discussões com o intuito de colher informações sobre as experiências que alguns já

haviam vivido como estagiários e/ou como “Pibidianos”. As reuniões foram filmadas

e ocorreram no formato de uma roda de conversa. No quadro 12 é exposto o

pensamento de cada acadêmico a respeito do Laboratório de Matemática.

Quadro 12- Os acadêmicos do grupo e suas ideias sobre o Laboratório de

Matemática

ACADÊMICO PARECER DOS ACADÊMICOS SOBRE O LEM

Ana Paula “O laboratório de Matemática é um ambiente onde o aluno

pode colocar em prática o que aprende em sala de aula, tirar

suas dúvidas e trazer questionamentos. Assim, o aluno pode

ver a Matemática por um ângulo que, no quadro, às vezes, é

impossível”.

Patrícia “O laboratório é muito importante para o aluno e para o

professor. Para o aluno, porque ele pode visualizar o que está

aprendendo; para o professor porque o obriga a planejar,

pesquisar e construir antes de aplicar uma atividade para o

aluno. [...] na escola onde faço estágio, o espaço que era do

Laboratório de Matemática está agora sendo usado como

biblioteca”.

Michel “Acredito que o Laboratório de Matemática seja um espaço

que permita a concretização de conteúdos que, às vezes,

tornam-se abstratos, através da manipulação de objetos”.

(Continua)

Page 87: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · serem desenvolvidas no laboratório de Matemática das ... FIGURA 14- Declaração de um aluno a respeito ... PMDDE – Programa

86

ACADÊMICO PARECER DOS ACADÊMICOS SOBRE O LEM

Marina “O Laboratório de Matemática tem como principal objetivo

fazer com que o aluno visualize aquele conteúdo que fica

„vago‟ quando exposto no quadro ou através de slides. Penso

que o contato direto com o objeto o faça associar a Matemática

que ele estudou na sala com o seu dia a dia”.

Diógenes “A proposta do Laboratório de Matemática é tornar

significativos os conteúdos trabalhados na sala de aula. Nesse

ambiente, o aluno se sente mais à vontade para fazer

questionamentos ao professor, que tem que estar preparado

para isso. Também, o Laboratório de Matemática permite ao

professor e ao aluno saírem de suas rotinas de sala de aula.”

Wesley “O Laboratório de Matemática se torna importante quando o

professor consegue passar para o aluno o objetivo de se

trabalhar com determinado material e fazê-lo identificar uma

associação com o conteúdo estudado dentro da sala de aula.

[...] Acho importante que o professor planeje o que vai fazer

nesse espaço, para não „dar com os burros n‟água‟. Considero

o ambiente importante, porque tira o aluno de sua rotina de

sala de aula, despertando nele a curiosidade que pode ser a

porta de entrada para a aprendizagem de um determinado

conteúdo”.

Fábio “O Laboratório de Matemática é um espaço onde o professor

pode buscar ferramentas para auxiliar o aluno a entender

melhor e dar significado ao que é estudado. Assim, haverá

maior compreensão dos conteúdos.”

Renan “O Laboratório de Matemática é muito importante, porque,

muitas vezes, o aluno não entende um determinado conteúdo

quando é tratado no campo da teoria, mas se ele tocar e

manipular, ele consegue entender melhor o assunto tratado.

Lembro quando uma professora usou aqueles quadradinhos

(Continua)

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87

ACADÊMICO PARECER DOS ACADÊMICOS SOBRE O LEM

(blocos lógicos) para ensinar raiz quadrada. Foi divertido

aprender daquele jeito.”

Juliana “O Laboratório de Matemática é importante porque estabelece

relação direta entre o concreto e o abstrato.”

Caroline “O laboratório é importante para todos porque concretiza os

conceitos trabalhados em sala de aula. Mas o professor tem

que ser capaz de usar o laboratório. Não dá para prender a

atenção do aluno por muito tempo com jogos. Se não for

trabalhado algum conceito matemático, o jogo pelo jogo não

prende a atenção do aluno por muito tempo e, então, acaba

virando uma bagunça. No período passado, participei de uma

oficina onde o professor utilizou material dourado para explicar

equação do segundo grau. Achei que foi muito interessante.

Lá, na escola onde faço meu estágio (rede municipal), tem um

laboratório melhor que o da São Camilo, mas ninguém o usa.

A professora de Matemática leva uns jogos para sala de aula,

sem nenhum planejamento. O laboratório está todo

desorganizado, a gente não pode nem entrar, porque o espaço

foi aproveitado para guardar material de todo tipo. Além disso,

faltam salas de aula, o que nos obriga a dar aulas de reforço

na igreja”.

Sâmila “O Laboratório de Matemática é um espaço onde pode se

aprender muito. Só de tirar o aluno daquele espaço tradicional

já causa nele um impacto que o motiva a questionar e levantar

hipóteses. Essa é a mágica da visualização e da manipulação

do material.”

Roseana “Na sala de aula, o aluno só pode ver e ouvir. No laboratório,

ele poderá tocar o material.”

Kayla “O laboratório é uma oportunidade de sair da sala e levar o

aluno para um novo ambiente. Isso já gera expectativa e

curiosidade nele. Cabe ao professor sustentar esse sentimento

(Continua) (Continua)

Page 89: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · serem desenvolvidas no laboratório de Matemática das ... FIGURA 14- Declaração de um aluno a respeito ... PMDDE – Programa

88

ACADÊMICO PARECER DOS ACADÊMICOS SOBRE O LEM

com propostas que desafiem o aluno. O professor pode dar a

mesma aula que daria na sala, usando o quadro do laboratório.

Se ele reservar 10 minutos no final dessa aula para trabalhar

com algum material, mesmo que seja somente para

visualização, uma aula de geometria, por exemplo, já será

diferente.”

Renata “O Laboratório de Matemática é um lugar onde o aluno pode

observar, manipular e, através da interação com os seus

colegas, aprender de forma mais significativa os conteúdo

expostos em sala de aula. Para isso dar certo, deve haver,

previamente, o empenho do professor, para pensar e montar a

atividade, sem desconfiar da capacidade do aluno em realizar

tarefas mais sofisticadas.”

Fonte: Dados da pesquisa

Os relatos dos universitários revelaram o ponto de vista de cada um acerca

do LEM. Além disso, foi possível, ainda nesse encontro, fazer um levantamento a

respeito do tempo e da forma como alguns já atuavam como docente. As

informações obtidas geraram o quadro abaixo:

Quadro 13- Levantamento sobre a atuação dos acadêmicos

ACADÊMICO TEMPO DE ENVOLVIMENTO

COM A DOCÊNCIA (ANOS)

FORMA DE

ENVOLVIMENTO

Ana Paula 0 Nenhuma

Patrícia 02 PIBID

Substituições

Michel 03 PIBID

Apoio escolar

Substituições

(Conclusão)

(Continua)

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89

ACADÊMICO TEMPO DE ENVOLVIMENTO

COM A DOCÊNCIA (ANOS)

FORMA DE

ENVOLVIMENTO

Marina 0 Nenhuma

Diógenes 01 Monitoria

Apoio escolar

Substituições

Wesley 01 PIBID

Fábio 01 PIBID

Apoio escolar

Substituições

Renan 0 Nenhuma

Juliana 01 PIBID

Caroline 01 PIBID

Sâmila 01 PIBID

Roseana 02 Contratada

(escola privada)

Apoio escolar

Kayla 02 Substituições

Renata 01 Substituições

Fonte: Dados da pesquisa

Pode-se notar, portanto, diante do quadro 13, que 2 acadêmicos não

possuem nenhuma experiência com a docência, 7 deles possuem um ano de

docência, 3 informaram ter dois anos de envolvimento com a docência e um deles

afirmou estar há três anos como docente. A maioria desses envolvimentos (7 dentre

os 12 que indicaram algum envolvimento) diz respeito a atividades do PIBID e de

substituições (6 dos 12) e apenas uma delas trabalha como contratada em uma

escola particular do município.

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90

5.5. Quinto encontro: a primeira reunião com professores e acadêmicos

Uma vez instituído o GEP, faltava, antes de dar início à ação, reunir

acadêmicos com professores para decidir o papel de cada grupo na execução do

projeto – e assim foi feito. O encontro entre o grupo de professores e o grupo de

acadêmicos aconteceu no Laboratório de Matemática da Escola 6, no dia 22 de

junho de 2013, no qual o pesquisador iniciou com uma dinâmica a fim de promover

descontração e entrosamento entre os dois grupos.

Logo no início, o professor Alex, que já havia lido o perfil e as colocações dos

acadêmicos, pediu a palavra e não poupou elogios ao grupo de estudantes. Disse

ele que:

Estou impressionado com a obstinação e o comprometimento do grupo. Eles se mostram capazes e bem intencionados. Espero que permaneçam assim durante todo o projeto e estendam tais sentimentos para uma vida inteira de docência, que está prestes a começar. (PROFESSOR ALEX).

Durante a fala, a aluna Patrícia mostrou-se muito entusiasmada com a

dinâmica de trabalho que estava sendo montada. Portanto, pediu a palavra também

e disse que: “Estamos realizando um trabalho de muita importância que, da forma

como está sendo desenhado, vai ficar „leve‟ e será, para nós, formandos, muito

proveitoso”.

Muitas foram as colocações dos presentes no encontro e todas convergiam

para o consenso de que o trabalho com os Laboratórios de Matemática seria

grandioso e, por isso, demandaria muito empenho, mas, em contrapartida,. poderia

ser muito significativo. Tal comunhão de ideias se deu por conta de que os

indivíduos que ali se encontravam não foram escolhidos, mas aceitaram participar

do projeto por acreditarem nele. Encerrada, então, a roda de conversa, o próximo

passo foi organizar o trabalho, discutindo as atribuições de cada grupo,

demonstradas no quadro 14:

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Quadro 14- Atribuições individuais dos participantes do grupo

GRUPO ATRIBUIÇÕES

Professores

01. Criar novas atividades ou adaptar algumas

já conhecidas para o uso do material

disponível no kit.

02. Analisar as atividades elaboradas antes de

serem aplicadas.

03. Dar suporte na aplicação das atividades na

escola onde leciona, porém, sem fazer

intervenções no momento da aplicação.

04. Relatar, caso seja necessário, os erros e

acertos obtidos na aplicação das

atividades.

Acadêmicos

01. Criar novas atividades ou adaptar algumas

já conhecidas para o uso do material

disponível no kit.

02. Aplicar a atividade e relatar posteriormente

nas reuniões a experiência vivida.

03. Retirar o material do laboratório e arrumá-

lo após seu uso.

Fonte: Dados da pesquisa

5.6. Sexto encontro: organização do material

Esse encontro foi realizado no Laboratório de Matemática da Escola 6, no dia

6 de julho de 2013, e contou com a presença de todos os envolvidos no projeto:

professores e acadêmicos. Segundo o professor Eduardo, esse foi caracterizado

pelo momento em que se começou a “colocar a mão na massa”. O material foi

exposto nas bancadas a fim de facilitar o trabalho (FIGURA 2).

(Conclusão)

Page 93: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · serem desenvolvidas no laboratório de Matemática das ... FIGURA 14- Declaração de um aluno a respeito ... PMDDE – Programa

92

Figura 2- Parte do material sob uma das bancadas do laboratório

Fonte: Imagem do pesquisador

Após ser feito o levantamento do material disponível no kit, tornou-se

necessário organizá-lo em blocos, levando em consideração os conteúdos nos quais

o material poderia ser aplicado. Tais informações e detalhes a respeito dos

conteúdos contemplados por cada kit facilitaria o trabalho do professor, pois o

auxiliaria numa busca rápida do material que estivesse precisando.

O grupo, então, decidiu montar um quadro analítico que contemplasse, além

do nome do material, considerações sobre ele, quantidade disponível no laboratório

e os conteúdos em que o material poderia ser aplicado. Com o objetivo de organizar

os conteúdos envolvidos, os materiais foram, então, separados em blocos, conforme

a classificação dos PCN, quer sejam, em quatro blocos, de acordo com seu

respectivo eixo de conhecimento matemático, sendo eles:

Número e Operações – reconhecido pela sigla: NO

Espaço e Forma - reconhecido pela sigla: EF

Grandezas e Medidas - reconhecido pela sigla: GM

Tratamento da Informação - reconhecido pela sigla: TI

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O quadro analítico contendo a lista de todo o material disponível, suas

descrições e as relações entre o material e esses eixos encontra-se no apêndice B

desse trabalho.

5.7. Do sétimo ao décimo quinto encontro: elaboração das atividades,

refinamento das mesmas, aplicação e catalogação

Como foi exposto no capítulo anterior, os professores de Matemática da Rede

Municipal responderam a um questionário no qual uma das perguntas era: “Se você

não utiliza com frequência o Laboratório de Matemática, identifique o motivo

que mais contribui para a subutilização deste ambiente”.

Vale lembrar que, para essa pergunta, 51,4% dos professores atribuíram à

falta de material de apoio e 89,2% deles atribuíram à falta de treinamento como

sendo os principais motivos que os levam a subutilizarem os Laboratórios de

Matemática.

Segundo Lorenzato (2006), o professor de Matemática tem um papel muito

importante no sucesso ou fracasso escolar do aluno. Para o autor, não basta o

professor dispor de um bom material didático para que se tenha a garantia de uma

aprendizagem significativa. Mais importante do que isso é saber utilizar

corretamente esses materiais em sala de aula (LORENZATO, 2006).

Possuir, pois, um Laboratório de Matemática composto por uma quantidade

significativa de materiais não é suficiente para a aprendizagem, caso não exista uma

proposta pedagógica que contemple seu uso. Além disso, faz-se necessário que os

professores, além de conhecerem o material, sintam-se capazes de utilizá-los de

forma que possam agregar valores ao ensino, tornando-o mais significativo e, assim,

garantir a aprendizagem.

Em relação a isso, Lorenzato (2006) também deixa claro que, por melhor que

seja o material didático, ele “nunca ultrapassa a categoria de meio auxiliar de ensino,

de alternativa metodológica à disposição do professor e do aluno, e, como tal, o MD

(material didático) não é garantia de um bom ensino, nem de uma aprendizagem

significativa e não substitui o professor.” (LORENZATO, 2006, p. 18).

O professor deve, então, saber que a elaboração de uma boa atividade

utilizando elementos do LEM significa, sobretudo, colocar-se como mediador na

Page 95: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · serem desenvolvidas no laboratório de Matemática das ... FIGURA 14- Declaração de um aluno a respeito ... PMDDE – Programa

94

construção do conhecimento matemático e, como tal, orientar e provocar o aluno, a

fim de fazê-lo realizar uma ação reflexiva sobre o conteúdo estudado durante a

atividade experimental. Ou seja, a forma como o professor irá utilizar o material

didático pode tornar a aula leve e significativa, como, também, se a utilização se der

no formato do uso pelo uso, ser uma grande perda de tempo.

Pensando assim, foi, então, iniciado o penúltimo passo da pesquisa. Nesse

momento, os acadêmicos já separados em grupos, seriam supervisionados e

orientados pelos professores, tendo, como principal atribuição elaborar propostas de

atividades.

Uma vez elaboradas essas propostas, cada uma delas seria primeiramente

aplicada para o grupo de pesquisa, que deveria dar sugestões para aprimorá-la e, a

partir daí, ser aplicada na série correspondente ao conteúdo e na escola onde

trabalhava o professor orientador do grupo.

Após serem aplicadas, eram levadas mais uma vez para os encontros que,

após relatadas as experiências, seriam catalogadas ou descartadas, sendo esse o

último passo da pesquisa.

O esquema abaixo procura mostrar, de forma simplificada, as etapas do

processo de construção e catalogação das atividades, desde o momento em que é

gerada a ideia até quando é catalogada (FIGURA 3).

Figura 3- Fluxograma das etapas da atividade

APLICAÇÃO NAS ESCOLAS

ELABORAÇÃO DAS ATIVIDADES

APRESENTAÇÃO NO GRUPO PARA DISCUSSÃO E APLICAÇÃO.

1º REFINAMENTO.

RELATOS DAS EXPERIÊNCIAS.

2º REFINAMENTO.

CATALOGAÇÃO

IDEIA

Fonte: Dados da pesquisa

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Ao todo, foram elaboradas 25 propostas de atividades e, destas, selecionadas

17, que constituíram um caderno de propostas de atividades que será entregue nas

escolas e divulgadas através de um Blog a ser elaborado posteriormente à

apresentação desse trabalho; proposta que será descrita mais adiante.

Assim, como resultado final do trabalho, foram catalogadas 17 atividades, as

quais estão explicitadas no quadro 15:

Quadro 15- Descrição sucinta das atividades catalogadas

NOME MATERIAL SUGESTÃO

DE ANO

CONTEÚDOS

ENVOLVIDOS

01

Explorando as

formas

geométricas

Coleção de

formas

geométricas

2o e 3o - Formas geométricas

02

Formar

mosaicos com

figuras

geométricas

Coleção de

formas

geométricas

6º e 7º - Formas geométricas

03

Trabalhando o

conceito de

escala a partir

da construção

de um mapa da

escola e sua

vizinhança

utilizando o

conjunto de

formas

geométricas

Coleção de

formas

geométricas

7o, 8o e 9o - Figuras Geométricas

- Razão

- Proporção

- Escala

04

Determinando o

ângulo central

de um polígono

regular

Coleção de

formas

geométricas

7º, 8º e 9º - Ângulo central de

um polígono regular

- Polígonos regulares

- Rotação

05

Explorando os

pentaminós

Poliminós 6º e 7º - Composição de

formas geométricas

(Continua)

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96

NOME MATERIAL SUGESTÃO

DE ANO

CONTEÚDOS

ENVOLVIDOS

- Simetria

06

Estudando o

conceito de

áreas e

perímetros com

os pentaminós

Poliminós 6º e 7º - Medidas

- Arredondamentos

- Áreas e perímetros

07

Jogando com

poliminós

(Adaptado do

jogo GOLOMB)

Poliminós 6o e 7o - Composição de

formas geométricas

- Simetria

- Rotação

- Translação

08

Calculando a

soma dos

ângulos internos

de um polígono

convexo

Geoplano

circular

8o e 9o - Soma dos ângulos

internos de um

triângulo

- Soma dos ângulos

internos de um

polígono qualquer

- Modelagem

09

Conhecendo e

explorando o

plano cartesiano

com o geoplano

Geoplano

circular

7o, 8o e 9o - Identificação de

coordenadas de um

ponto

- gráfico de uma

função linear

10

Utilizando o

geoplano para o

estudo de áreas

Geoplano 7º, 8º e 9º - Áreas de figuras

planas

11 Fórmula de Pick Geoplano 7º, 8º e 9º - Áreas de figuras

planas

12

Construindo

figuras com

espelhos.

Refletor

Geométrico

7o, 8o e 9o - Polígonos Regulares

(Continua)

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97

NOME MATERIAL SUGESTÃO

DE ANO

CONTEÚDOS

ENVOLVIDOS

13

Resolvendo

equações do 1º

Grau: incógnita

com coeficiente

unitário

Balança

algébrica

6o e 7o - Equações do 1o grau

14

Conhecendo o

Tangram

Tangram 5º e 6º - Figuras planas

15

Utilizando o

Tangram para

cálculo de área

por estimativa

Tangram 7º, 8º e 9º - Área de figuras

planas

- Fração

- Porcentagem

16

Problemas

envolvendo tiro

ao alvo

Alvo 3º e 4º - Numeração decimal

- Adição e subtração

17

Adição e

subtração com

ábaco de pinos

Ábaco de

pinos

3º, 4º e 5º - Sistema de

numeração decimal

- Adição e subtração

Fonte: Dados da pesquisa

Posteriormente, as atividades serão apresentadas individualmente com

sugestões de estratégias para sua aplicação e que compõem o caderno de

propostas de atividades para uso do LEM, produto dessa pesquisa e que se

encontra no Apêndice C deste trabalho.

Vale lembrar, porém, que para a elaboração dessas atividades não foi

necessário confeccionar o material, pois as propostas deveriam contemplar os

materiais já disponíveis nos Laboratórios de Matemática da Rede Municipal de

Ensino. Além desta exigência, foi levado em consideração o aspecto dinâmico

(Conclusão)

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98

oferecido pelos materiais didáticos selecionados, dando-se preferência àqueles que

proporcionassem atividades que pudessem ser alteradas de acordo com as

necessidades, tanto de professores quanto de alunos.

Outros aspectos como a quantidade mínima de alunos necessária para

desenvolver os trabalhos, os pré-requisitos exigidos, o nível de ensino e série

escolar recomendada e o tempo para a aplicação de cada um foram determinantes

na inclusão de cada material didático coletado nesta seleção.

5.8 O Caderno de Propostas de Atividades para uso do Laboratório de Ensino

de Matemática

As atividades foram organizadas e apresentadas de acordo com o material

utilizado e que poderão ser aplicadas em diferentes séries do Ensino Fundamental.

É bom salientar que o caderno apresenta sugestões de atividades e, poderá o

professor, conhecendo sua realidade, realizar as devidas alterações aperfeiçoando-

as para sua sala de aula e, ainda, adaptar determinados materiais, caso julgue

necessário.

Este caderno de propostas de atividades é apresentado por blocos, sendo,

cada um deles destinado a um determinado material que compõe o Laboratório de

Ensino de Matemática da sua instituição. Cada bloco possui a seguinte organização:

Nome e imagem do material utilizado, com breve histórico;

Número da atividade dentro do bloco daquele material a que é

destinada;

Título da atividade;

Orientações Metodológicas. Aqui serão descritos os objetivos, pré-

requisitos, indicação de série, conteúdos abordados, metodologia,

orientações complementares para o professor acerca do material, da

atividade e do conteúdo e outras possibilidades tanto para o uso

quanto para a ampliação do conhecimento acerca do material ou da

atividade propriamente dita;

Roteiro de atividade a ser entregue aos alunos.

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99

Vale lembrar, porém, que nem todas as atividades propostas possui um

roteiro para ser entregue ao aluno. Em alguns casos, o roteiro serve apenas como

direcionamento para o professor.

As figuras 4, 5 e 6 representam o esquema de parte de um bloco que diz

respeito ao material coleção de formas geométricas. Nesta representação, estão

apontadas as características das informações contidas em cada uma das células

que compõem as atividades, conforme descrito anteriormente, e seus respectivos

ícones.

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100

Figura 4- Página de atividade com introdução ao material

Um pouco de história...

Breve histórico sobre o

material e/ou seus

componentes

Nome do material.

Símbolo ou

imagem do

material

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Figura 5- Página com as orientações da atividade para o professor

Identificação da atividade

dentro do bloco

Orientações

Metodológicas

Nome da atividade

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102

Figura 6- Roteiro de atividade para os alunos

Para início de conversa...

Introduz o aluno na atividade

Exercícios...

Procura ampliar o conhecimento do

aluno

Desafio! Coloca uma

situação-problema mais

ampla para o aluno

resolver

Esse ícone pede

atenção e pode ser

utilizado tanto para

professor quanto para

aluno

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103

Conforme visto, nos Roteiros de Atividades, cada atividade apresenta

questões que exigem gradualmente do aluno uma análise mais aprofundada,

chegando a outras mais complexas que objetivam desafiá-lo.

5.9. Atividades elaboradas e relatos

O professor, como já visto, deve estar sempre preocupado em despertar no

aluno o espírito de investigação, além de fornecer elementos básicos para a

participação desses alunos na vida em sociedade. Hoje, a comunidade matemática

entende que uma Educação de qualidade só é alcançada pelos alunos se o

professor levá-lo a refletir sobre situações do seu cotidiano, buscando fazer com que

ele enxergue uma Matemática acessível e significativa. Se para muitos alunos o

ensino da Matemática não é atrativo, é porque o professor ainda não conseguiu

estabelecer relação entre o abstrato com algo que seja concreto para ele. Por isso,

acredita-se que trabalhar conteúdos da Matemática em sala de aula represente um

grande desafio para o professor, na medida em que exige que ele o conduza de

forma significativa e estimulante para o aluno. É necessário, então, descobrir novos

jeitos de trabalhar com a Matemática, de modo que os alunos percebam que

pensam matematicamente o tempo todo, resolvem problemas durante vários

momentos do dia e são convidados a pensar de forma lógica cotidianamente. Além

disso, mesmo que algum conteúdo não esteja relacionado diretamente com o dia a

dia do aluno, ele pode ser ensinado de uma maneira dinâmica, desafiante e

divertida.

Ancorado neste pensamento, o grupo de professores e acadêmicos elaborou

e/ ou adaptou propostas de atividades para serem desenvolvidas utilizando o kit que

compunha os Laboratórios de Matemática da Rede Municipal de Ensino da cidade

de Cachoeiro de Itapemirim.

As atividades, como já descrito, foram primeiramente testadas no grupo de

colaboradores e os possíveis erros procedimentais foram discutidos para restringir

ao máximo a possibilidade de frustrações, tanto por parte do aluno como por parte

do professor.

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104

É importante ressaltar, ainda, que foi dada uma atenção especial aos

conteúdos envolvidos na atividade como também o grau de complexidade com que

eles eram trabalhados para que estivessem de acordo com o grau de

desenvolvimento dos alunos que participaram da prática.

Do total de atividades selecionadas, oito compõem este capítulo. As

atividades apresentadas serão complementadas com fotos e comentários dos

alunos que participaram da aplicação, a fim de trazer o maior número de

informações possíveis sobre a sua aplicação e a numeração aqui colocada deve-se

apenas ao fato de elas estarem sequenciadas nessa apresentação e em nada tem a

ver com a numeração no caderno de atividades proposto como produto.

5.9.1 Atividade 01: Calculando a soma dos ângulos internos de um polígono

convexo (Geoplano)

A atividade foi aplicada em uma turma do 7o ano e sua criação ficou por conta

do professor Eduardo e das acadêmicas Kayla, Roseana e Ana Paula. Essa

atividade encontra-se, na íntegra, na página 180, no apêndice C desta dissertação.

A proposta foi preparar uma atividade investigativa tendo como o objetivo

favorecer a descoberta de uma fórmula para calcular a soma dos ângulos internos

de um polígono convexo.

O grupo entendeu que a prática investigativa nas aulas de Matemática leva o

aluno a se interessar pelos conteúdos matemáticos. Assim, ao propor a participação

do aluno na estruturação de respostas a partir de investigações guiadas, acredita-se

estar favorecendo sua aprendizagem.

Nesse sentido, a acadêmica Roseane posicionou-se da seguinte forma:

Quando propomos uma atividade de investigação, estamos querendo que o aluno procure conhecer e compreender o assunto para, a partir daí, formular conjecturas e/ou padronizar procedimentos. Ao contrário da memorização, quando o aluno consegue chegar sozinho na fórmula, ele dificilmente irá esquecê-la. (ROSEANE – ACADÊMICA).

Com relação à atividade propriamente dita, inicialmente foi necessário lembrar

com os alunos o valor da soma dos ângulos internos de um triângulo, único conceito

prévio para o desenvolvimento da atividade. A partir daí, foi solicitado aos alunos a

construção de diferentes polígonos e quantos triângulos, a partir de um vértice,

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poderiam ser formados em cada polígono construído.Os alunos não apresentaram

nenhuma dúvida quanto à realização dessa atividade, visto que já sabiam o conceito

de polígonos.

Na segunda etapa da atividade, na qual as duplas deveriam observar,

analisar e discutir com seu colega todas as coisas que julgassem importantes ou

mesmo interessantes para preencher as tabelas do roteiro de atividades, não foi

verificado nenhum tumulto na sala, sendo notória a motivação dos alunos, pela

alegria e concentração demonstradas, pela descoberta e sentimento de capacidade

observados pelo pesquisador, como pode ser inferido na figura 7, abaixo.

Figura 7- Alunos concentrados executando a atividade

Fonte: Imagem do pesquisador

Durante esse momento da realização da atividade, foram verificados alguns

problemas com relação aos acadêmicos que, de início, faziam muitas interferências,

não deixando que os alunos produzissem sozinhos. Porém, ao serem chamados a

atenção a respeito dessa atitude, entenderam e deixaram com que os próprios

alunos pensassem sobre o que a atividade propunha.

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Por fim, o resultado apontava que os alunos foram capazes de resolver as

atividades propostas e, alguns estudantes encontraram certas dificuldades na

resolução das atividades, com relação, principalmente, ao rigor matemático, no

momento de expressarem suas observações e não na execução matemática da

atividade (FIGURA 8).

Figura 8- Alunos executando a atividade no Geoplano

Fonte: Imagem do pesquisador

Na última etapa ocorreu a discussão das observações com base na atividade

proposta realizada durante a investigação da soma dos ângulos internos de um

polígono junto aos alunos.

Naquele momento, o professor conduziu o debate com o objetivo de avaliar o

trabalho desenvolvido. Os comentários indicaram o sucesso obtido com a aplicação.

Segundo um dos alunos (FIGURA 9):

Figura 9- Escrita de avaliação do aluno a respeito da atividade realizada

Fonte: Dados da pesquisa

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No encontro com o grupo maior (professores e acadêmicos), os relatos foram

analisados e julgou-se satisfatório o resultado obtido. Quanto à dificuldade

demonstrada pelos alunos em escrever e conjecturar, o professor Hebert, favorável

a este tipo de atividade, comentou que:

Nosso aluno não está acostumado a escrever nas provas de Matemática. É importante incentivarmos este tipo de atividade. A descoberta guiada não só prende mais a atenção do aluno como desenvolve sua capacidade argumentativa e investigativa. (PROFESSOR HERBERT).

5.9.2 Atividade 2: Utilizando o geoplano para o estudo de áreas

Essa atividade foi aplicada em uma escola municipal da rede para alunos do

8º ano do turno vespertino. A sala era composta por 18 alunos que foram orientados

pelo professor Eduardo e a acadêmicas Sâmela e Roseana. Essa atividade

encontra-se, na íntegra, na página 191, no apêndice C desta dissertação.

Inicialmente, os alunos foram orientados sobre a realização da tarefa e

revisaram os pré-requisitos exigidos (áreas de figuras planas) para que tudo

acontecesse da melhor forma. Foram formadas duplas que receberam o roteiro para

o desenvolvimento da atividade.

O propósito diante dessa atividade era que o aluno, por meio da observação,

análise e cálculo, respondesse a algumas questões, que, conforme já explicitado

anteriormente, apresentam um nível de dificuldade crescente e provocam no aluno,

uma necessidade da descoberta de uma forma mais prática para as soluções

seguintes. Até a metade da atividade, os alunos calculavam a área das figuras

apenas preenchendo os espaços vazios. Porém, a partir daí, eles passaram a utilizar

a fórmula de cálculo da área de um triângulo no lugar da contagem realizada

anteriormente. Essa descoberta deu a eles, segundo a observação dos aplicadores,

condições de responderem o item “exercícios...” com muita segurança.

Houve um grande envolvimento e entrega dos alunos para a realização da

atividade. Algum tumulto observado foi provocado pela ansiedade apresentada por

alguns alunos. Porém, os aplicadores consideraram essa ansiedade como um forte

indício de sentimento de capacidade para realizar a tarefa.

Essa atmosfera de investigação, análise, empenho e conclusões (FIGURA

10) fez os aplicadores remeterem a Lorenzato (2006), de acordo com o qual, a

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metodologia de ensino empregada pelo professor é determinante para o

comportamento dos alunos.

Figura 10- Alunos resolvendo as questões da atividade

Fonte: Imagem do pesquisador

Algumas declarações durante a execução da atividade denunciaram que,

para alguns alunos, a atividade foi fácil, o que responde o fato de alguns alunos

terem terminado antes do tempo previsto. Assim, atendendo ao pedido dos alunos,

alguns se juntaram às duplas e promoveram um processo de monitoria (FIGURA

11).

Figura 11- Aluna prestando monitoria a uma dupla

Fonte: Imagem do pesquisador

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A questão “desafio!”, considerada complexa pelos acadêmicos e professor, foi

pela resolvida pela maioria, como pode ser verificado a partir da resposta de uma

aluna, na figura 12:

Figura 12- Resposta de aluna ao “desafio!”

Fonte: Dados da pesquisa

Pode-se verificar, portanto, diante do exposto e do observado em sala de aula

que todas as duplas alcançaram satisfatoriamente o objetivo proposto. Porém, vale

ressaltar que algumas duplas tiveram alguma dificuldade para escrever a conclusão

de suas análises, assim como ocorrera na atividade descrita anteriormente.

5.9.3 Atividade 3: Conhecendo e explorando o plano cartesiano com o

Geoplano

A atividade relatada aqui foi aplicada em uma escola da rede municipal da

cidade de Cachoeiro de Itapemirim, em uma turma do 8o Ano, turno matutino. A

turma era composta por 23 alunos e isso obrigou os aplicadores a formar grupos de

três alunos para essa aplicação. Ficaram, então, encarregados da atividade, o

professor Alex e os acadêmicos Wesley e Caroline. Essa atividade encontra-se, na

íntegra, na página 185, no apêndice C desta dissertação.

O objetivo dessa atividade era, além de apresentar o plano cartesiano,

aproximar o aluno das estruturas algébricas e fazê-lo ter uma experiência concreta

da “letra” enquanto variável.

Inicialmente, os alunos foram orientados sobre a realização da tarefa e

revisaram os pré-requisitos exigidos para que tudo acontecesse da melhor forma.

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Foram formadas, então, duplas que receberam o roteiro para o desenvolvimento da

atividade.

No primeiro item, foi solicitada a construção de um sistema de coordenadas

no Geoplano. Os alunos não apresentaram nenhuma dúvida quanto à realização

dessa atividade, visto que já conheciam o plano cartesiano através do livro e/ou por

intermédio do professor, como mostra a figura 13:

Figura 13- Sistema de coordenadas montado no Geoplano por um aluno

Fonte: Imagem do pesquisador

Algumas dúvidas apareceram foi no momento de estruturar algebricamente as

equações, havendo muita dificuldade por parte dos aplicadores em deixar que os

alunos produzissem sozinhos. Por várias vezes se viram fazendo interferências e

tiveram que recuar diante da imposição que exigia a pesquisa.

Não foi observada nem relatada nenhuma dificuldade no momento de

preencher a tabela, mas é importante destacar que foi necessário apresentar para a

turma a estrutura de uma equação do 1o grau com duas incógnitas e, junto com eles,

discutir a possibilidade de infinitas respostas. Sobre esse momento, a acadêmica

Carolina relatou que:

A turma não conhecia uma equação com duas incógnitas, mas logo entenderam que, na equação, para qualquer valor de x, sempre existiria um valor de y que tornaria verdadeira a igualdade. Assim, eles aceitaram o fato de ser uma equação com infinitas respostas. (CAROLINA – ACADÊMICA).

Ainda sobre esse momento, o professor Alex comentou:

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Depois da explicação da Carolina, para não deixar dúvidas sobre o tema, pedi que cada aluno, individualmente, escrevesse em seu caderno dois números cuja soma seria 10. É claro que a maioria escreveu 5 e 5 mas, as outras respostas deixaram ainda mais clara a possibilidade de infinitas soluções. (PROFESSOR ALEX).

Após as discussões relatadas, não demorou muito para os alunos

entenderem que o ponto de interseção das retas tinha como valores para x e y,

valores que satisfaziam ao mesmo tempo as duas equações.

Um dos relatos que mais chamaram a atenção foi o de um aluno que,

corroborando com os autores pesquisados, vê no material manipulativo uma

estratégia que pode, não substituir os algoritmos, mas auxiliar o ensino de

Matemática (FIGURA 14). Segundo o aluno:

Figura 14- Declaração de um aluno a respeito da atividade

Fonte: Dados da pesquisa

Também possuiu relevância o comentário da professora Poliana, quando

ressaltou o fato de que o trabalho só seria válido se as coordenadas identificadas

pelas equações fossem inteiras e de valores não expressivos. Para ela:

Acho que o trabalho é muito limitado porque impossibilita o aluno de trabalhar com valores não inteiros e grandes. O plano cartesiano montado no geoplano só aceita valores inteiros (discretos) e pequenos. Mesmo assim, achei muito legal porque o resultado, a interseção das retas, salta aos olhos do aluno. (POLIANA – ACADÊMICA).

Por fim, analisando o comportamento e participação dos alunos, percebeu-se

uma aceitação de toda a turma com relação à atividade desenvolvida. Inclusive,

alguns chegaram a propor que atividades como essas deveriam acontecer mais

vezes, pois discussões e troca de ideias com os colegas “tornam a aula

extremamente mais rica e interessante”, o que pode ser notado na figura 15:

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Figura 15- Declaração de um aluno acerca do material utilizado

Fonte: Dados da pesquisa

Certamente todas as duplas alcançaram satisfatoriamente o objetivo. Porém,

da mesma forma como aconteceu nas atividades anteriores, também nesta os

discentes tiveram alguma dificuldade para escrever as equações e suas análises.

Essa dificuldade diante da escrita pode ser interpretada pela ineficiência do ensino

da Matemática, que dificilmente coloca os alunos para ler ou escrever. Sabendo

disso, faz-se mister o professor da disciplina oferecer aos alunos momentos em sala

de aula que lhes proporcionem essa experiência.

5.9.4 Atividade 4: Explorando as formas geométricas

A atividade foi aplicada em uma escola Municipal da rede de Cachoeiro de

Itapemirim, para alunos de 6o ano vespertino, sob a orientação da professora Paula

e das acadêmicas Marina e Carolina. Essa atividade encontra-se, na íntegra, na

página 154, no apêndice C desta dissertação.

A atividade consistiu em manusear a coleção de formas geométricas

buscando o reconhecimento das mesmas e procurando descobrir particularidades

de cada uma. Segundo a professora Paula:

As experiências obtidas com a atividade desenvolvida ao longo da aula permitiram momentos prazerosos e satisfatórios. Foi possível observar as reflexões dos alunos dentro da sala, participando muito durante a aula, através de atividade e de questionamentos com base no conteúdo. Foi muito interessante também passear pela escola junto com eles e perceber como eles ficavam encantados em descobrir, nas estruturas, formas geométricas que no cotidiano passavam desapercebidas. (PROFESSORA PAULA).

No segundo momento, na mesma aula, os alunos foram levados para o

Laboratório de Matemática e, orientados pelo professor, deveriam, um de cada vez

colocar uma peça no quadro magnético para formação de um mosaico. Eles, então,

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tiveram a oportunidade e a criatividade de formar seu próprio desenho usando as

formas geométrica, como mostra a figura 16:

Figura 16- Aluna encaixando peça para a formação do mosaico

Fonte: Imagem do pesquisador

Alguns alunos, revivendo a atividade anterior, na hora de apresentar sua peça

e colocá-la no quadro magnético, faziam uma comparação com as formas que

tinham na sala de aula e diziam qual era a figura semelhante.

Uma das alunas destacou a semelhança da janela com uma das peças da

coleção: “Professora, a janela é uma figura quadrada”.

A aula mostrou-se um sucesso, pois a atividade teve um bom resultado, as

acadêmicas observaram o interesse dos alunos no decorrer da atividade, indicando

como eles tinham a preocupação de escolher as figuras, as cores, os tamanhos e,

assim, conseguiram formar vários desenhos. Para a acadêmica Carolina: “À medida

que vão aprendendo Matemática, os alunos desenvolvem, ao mesmo tempo, o

raciocínio lógico e passam a perceber o mundo com olhares mais aguçados”.

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5.9.5 Atividade 5: Determinando o ângulo central de um polígono regular

A atividade foi aplicada em uma turma do 9o ano e sua criação ficou por conta

do professor Herbert e das acadêmicas Kayla e Roseana. Essa atividade encontra-

se, na íntegra, na página 163, no apêndice C desta dissertação.

O objetivo dessa atividade era que os alunos, a partir de alguns experimentos,

encontrassem a fórmula para calcular o valor do ângulo central de um polígono

regular.

A atividade foi realizada no turno da manhã e contou com a participação de

34 alunos. Primeiramente, os alunos foram orientados sobre como seria realizada a

atividade. Foi solicitado a cada aluno que em momento algum ficassem preocupados

em acertar ou não, e que apenas apontassem uma solução para aqueles problemas

apresentados na atividade.

Depois de concluída a orientação, foi entregue o roteiro de atividade xerocado

para cada uma das duplas formadas (FIGURA 17).

Figura 17- Roteiro da atividade e as figuras geométricas manipuladas por um

aluno

Fonte: Imagem do pesquisador

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Talvez pela clareza dos comandos da atividade, os alunos não encontraram

dificuldades em entender a proposta, sendo que a maioria terminou a atividade

antes do tempo. Foi perceptível o empenho dos alunos na realização da atividade.

Para a acadêmica Carolina, a atividade foi considerada simples, mas com um

grande potencial. Segundo ela: “Conseguimos, com uma só atividade, trabalhar

muitos conceitos de Geometria. A atividade é simples, mas o produto final dela foi

muito satisfatório quando percebemos a alegria dos alunos nos momentos de

descoberta”.

Durante a atividade não foi necessário fazer intervenções. As duplas

apresentaram autonomia na hora de ler e de executar os comandos (FIGURA 18).

Figura 18- Alunas trabalhando na atividade

Fonte: Imagem do pesquisador

Percebeu-se, também, um interessante confronto de ideias entre os

componentes das duplas no momento de responder ao desafio. As respostas

analisadas após a atividade denunciam um alto nível de compreensão dos alunos,

como é indicado na figura 19:

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Figura 19- Resposta de um aluno à questão

Fonte: Dados da pesquisa

Também foi percebida uma grande capacidade de abstração para responder

à ultima questão, que pedia para calcular a medida do ângulo central sem realizar o

trabalho manipulativo. Todos os alunos responderam ao desafio corretamente, como

pode ser visto na figura 20:

Figura 20- resposta de aluno ao desafio da atividade

Fonte: Dados da pesquisa

Logo após a realização dessas tarefas, foi realizada uma plenária para que,

aquela dupla que desejasse, apresentasse à turma seu raciocínio e suas respostas.

encontradas. Muitos levantaram as mãos indicando a execução positiva ao que se

propunha na atividade. Os aplicadores, diante do exposto, consideraram satisfatório

o resultado da aplicação.

5.9.6 Atividade 6: Explorando os Pentaminós

A atividade foi aplicada em uma escola Municipal, com alunos de 6o ano

vespertino, sob a orientação da professora Cyntia e das acadêmicas Marina,

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Carolina e Sâmila. Essa atividade encontra-se, na íntegra, na página 169, no

apêndice C desta dissertação.

A atividade consistiu em montar os poliminós a partir de quadrados, e

identificar o número máximo de triminós, tetraminós e pentaminós.

A fim de possibilitar a discussão demandada pela atividade, optou-se por

aplicar a atividade em duplas, porém cada aluno recebeu individualmente um pacote

com 15 quadrados (retirados da coleção de formas geométricas encontrada no

LEM).

Logo no início da atividade, após distribuir o roteiro, constatou-se que os

alunos consideraram a atividade muito complexa, principalmente porque era

necessário identificar poliminós iguais por rotação. O relato da acadêmica Carolina

traduz o movimento gerado na sala de aula naquele momento. Para ela:

Os alunos não entendiam que, girando um poliminó, obtêm-se o mesmo poliminó só que em uma posição diferente. Eles insistiam em considerá-los como poliminós diferentes. Como a dúvida foi da maioria da sala, o tumulto quase não deixou que terminássemos a atividade. (CAROLINA – ACADÊMICA).

Dessa forma, para sanar as dúvidas, foi necessário resolver junto com os

alunos, algumas questões no quadro. Essa estratégia deixou a turma mais segura e

a tarefa mais interessante. A partir daí, as duplas se reorganizaram e, buscar os

poliminós diferentes passou a ser uma atividade prazerosa, como é inferido a partir

da figura abaixo, e logo assumiu um caráter de disputa entre as duplas.

Figura 21- Aluno executando a atividade no quadro branco

Fonte: Imagem do pesquisador

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Para a professora Cyntia, a proposta de disputa despertou o interesse da sala

pela atividade. Segundo a professora: “O interesse de ganhar dos adversários,

garantiu-lhes o dinamismo e o envolvimento com a atividade”.

A partir deste instante, as dúvidas quase que não existiam mais e os alunos

se mostravam mais autônomos. Para a professora, a atividade começou a atingir

seu objetivo a partir desse instante, quando os alunos começaram a produzir

sozinhos. Segundo a professora:

Foi muito legal quando eles começaram a disputar quem terminaria primeiro e acertaria a quantidade dos poliminós. As duplas conversavam o tempo todo comparando figuras para não repetir o mesmo poliminó. Tenho a certeza que esse tipo de trabalho mexeu com a cabeça do aluno. (PROFESSORA CYNTIA).

Figura 22- Aluna executando o roteiro de atividade

Fonte: Imagem do pesquisador

Alguns relatos dos alunos ratificam o pensamento da professora Cyntia,

quando expôs que a atividade exigiu diferentes habilidades. Um dos alunos afirmou

que esse tipo de atividade “aguça os sentidos”, como mostra a figura 23:

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Figura 23- Relato de aluno sobre a atividade

Fonte: Dados da pesquisa

Outro aluno descreveu, em seu relato, exatamente o que é proposto como

objetivo da atividade, quer seja, a percepção de espaço e área pelos alunos, como é

colocado na figura 24:

Figura 24- Relato de um aluno sobre a atividade com poliminós

Fonte: Dados da pesquisa

No decorrer da atividade, chamou a atenção dos aplicadores o

comportamento de um aluno de inclusão. Esse aluno, conforme relatou sua

professora, exige constantemente, durante o período de aula, a ajuda da docente.

Porém, o aluno em questão, durante a aplicação da atividade, conseguiu, dentro de

seus limites, desenvolvê-la sozinho. O aluno relatou da seguinte forma a execução

da atividade (FIGURA 25).

Figura 25- Relato do aluno de inclusão sobre a atividade

Fonte: Dados da pesquisa

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Ao final da atividade, então, foi proposta uma roda de conversa onde os

alunos deveriam expor seus comentários acerca da atividade desenvolvida. Pode-se

verificar, pelas declarações feitas, que, para eles a atividade foi considerada

produtiva. Já na discussão dos resultados no grupo de estudo, a professora Cyntia

destacou que:

Achamos de grande valia o trabalho realizado com os poliminós. Foi possível trabalhar com as crianças, além das formas geométricas, conceitos de aritmética, análise combinatória, percepção espacial, raciocínio lógico. Para crianças com dificuldade de atenção, percepção visual e de raciocínio lógico, usar os poliminós para trabalhar tais dificuldades pode ser uma estratégia para um trabalho lúdico e recreativo. (PROFESSORA CYNTIA).

5.9.7 Atividade 7: Jogando com os poliminós (Adaptado do jogo GOLOMB)

A atividade foi aplicada em uma escola da rede Municipal de ensino, com

alunos de 6o ano vespertino, sob a orientação da professora Cyntia e das

acadêmicas Marina, Carolina e Sâmila. Essa atividade encontra-se, na íntegra, na

página 177, no apêndice C desta dissertação.

A atividade consistiu em montar os poliminós a partir de quadrados, bem

como encontrar número máximo de figuras a partir do triminó até o pentaminó. Além

desta atividade, um jogo em dupla onde eram utilizados um tabuleiro de 8 x 8 e os

triminós e pentaminós. Cada jogador, na sua vez, escolhia uma entre as peças

disponíveis e colocava sobre o tabuleiro. O jogo terminava quando um dos

jogadores ficava impossibilitado de jogar.

Durante a realização da atividade foi possível observar que os alunos:

não sabiam que o dominó era constituído de dois quadrados;

desconheciam o pentaminó;

ficaram admirados com o número de figuras que se pode obter com os

poliminós, a partir do pentaminó;

adquiriram o conceito de simetria quando tentavam montar figuras

diferentes.

Ao final da atividade foi proposta uma roda de conversa onde os alunos

deveriam expor seus comentários acerca da atividade desenvolvida. Uma das

alunas reconheceu a atividade como muito produtiva e aprovou a experiência, como

mostra a figura 26:

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Figura 26- Relato de uma aluna a respeito da atividade

Fonte: Dados da pesquisa

Um fato que chama a atenção nessa resposta diz respeito aos erros de língua

portuguesa, o que comprova, mais uma vez, a necessidade de atividades escritas

também em Matemática a fim de propiciar um maior desenvolvimento cognitivo dos

alunos.

5.9.8 Atividade 8: Estudando conceitos de área e perímetro com os pentaminós

(Partes 1 e 2)

Essa atividade foi desenvolvida com alunos do 9o Ano de uma escola da rede

municipal de ensino da cidade de Cachoeiro de Itapemirim e que foram orientados

pelo Professor Eduardo e pela acadêmica Renata. Essa atividade encontra-se, na

íntegra, na página 173, no apêndice C desta dissertação.

A atividade foi aplicada em duplas e, embora a sala fosse composta por 22

alunos, somente 10 participaram porque a escola estava ensaiando danças que

seriam apresentadas em uma Feira Cultural.

O número reduzido de alunos não só possibilitou desenvolver a atividade no

LEM da escola como, também, talvez por isso, percebeu-se um maior

comprometimento e interesse dos alunos no decorrer do processo.

Era sabido que a primeira parte da atividade poderia ser considerada pela

turma como infantil. Porém, os aplicadores a consideravam importante porque

promoveria a manipulação dos poliminós. A intenção de aplicá-la era somente de

apresentar os poliminós para aquele(s) aluno(s) que não o conheciam e promover a

manipulação de suas peças. Entretanto, pode-se verificar que, com o tempo, essa

atividade tornou-se muito interessante quando as duplas passaram a competir

disputando quem realizava cada tarefa em um menor tempo. (FIGURA 27).

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Figura 27- Alunos manuseando os poliminós

Fonte: Imagem do pesquisador

A acadêmica Renata, no momento do relato para o grupo de estudo, disse

que a reação dos alunos perante a primeira atividade foi “surpreendente” e que,

mesmo não tendo sido planejada com essa intenção, foi importante iniciar o trabalho

com ela porque possibilitou que os alunos se familiarizassem com os poliminós e se

envolvessem mais com o trabalho.

As considerações da acadêmica reforçam, assim, a afirmação de Ponte,

Brocado e Oliveira (2006, p.23), quando escrevem que: “Na disciplina de

Matemática, como em qualquer outra disciplina escolar, o envolvimento ativo do

aluno é condição fundamental da aprendizagem. O aluno aprende quando mobiliza

os seus recursos cognitivos e afetivos com vista atingir um objetivo”.

Assim, conforme preconizaram Ponte, Brocado e Oliveira (2006), foi

percebido que, durante a realização da atividade, os alunos adotavam diversos

caminhos e níveis de raciocínio diferentes para resolver um mesmo problema.

Talvez esteja aí a maior riqueza dessa atividade: provocar uma discussão sobre a

importância de se dar ao aluno liberdade de pensar e raciocinar, não podendo

condicioná-lo a pensar ou resolver um problema da forma como impõem alguns

professores. Assim, foi necessário fazer uma única intervenção para esclarecer os

conceitos de unidade de comprimento e área propostos pela atividade.

Na parte dos “Exercícios...”, etapa considerada como um momento onde as

duplas deveriam observar, analisar e discutir a relação entre perímetro e área de

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uma figura e sua ampliação, a sala ficou um pouco tumultuada, pois todos queriam

falar de suas descobertas, sendo esse um momento de bastante entusiasmo,

principalmente quando vinham de alunos que não têm tanta facilidade em lidar com

o conhecimento matemático.

Esse foi o momento em que os aplicadores sentiram os alunos mais

motivados, pela alegria da descoberta e pela vontade de mostrar para o outro o que

haviam encontrado.

Vale a pena ressaltar que, em determinado momento, enquanto um

acadêmico fazia uma intervenção, alguns alunos se sentiram incomodados por não

poderem descobrir as respostas por si sós. Tanto que um dos alunos pediu: “Deixem

que a gente descubra. Não fale. Senão perde a graça”. O mesmo aluno, propôs que,

em outro momento, os alunos da turma construíssem seus próprios poliminós para

usarem mais vezes, o que foi aceito por toda a turma, que ficou novamente

entusiasmada com a possibilidade.

Analisando os resultados, pode-se afirmar que a atividade foi satisfatória. No

momento do relato para o grupo de estudo, o professor Eduardo levantou essa

questão para ser discutida, posicionando-se da seguinte maneira:

A atividade exigiu do aluno um trabalho com estimativas. Penso que desenvolver a capacidade de analisar e identificar regularidades seja muito importante para o aluno. O aluno deve ser provocado para fazer experimentações para, a partir daí, pensar e refletir sobre o resultado encontrado. Vivencio, em todos os níveis de ensino, essa dificuldade do aluno.Pode-se, então, concluir que essa atividade possibilitou ao aluno criar e desenvolver sua própria linha de raciocínio, não ficando preso ou condicionado a somente uma forma de resolução. (PROFESSOR EDUARDO).

5.10 Estratégias para divulgação do projeto

Após realizado o estudo e comprovada a eficácia de inserir o LEM no

cotidiano da escola, o grupo de professores teve a ideia de multiplicar o material

elaborado e provocar nos docentes do município a vontade de participar, mesmo

que de forma tímida, do projeto. Para tanto, foram pensadas em duas formas de

divulgação dessa pesquisa, que serão descritos a seguir.

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124

5.10.1 Criação de um e-mail

Primeiramente, surgiu a ideia de criar um e-mail e distribuí-lo nas escolas.

Dessa forma, a qualquer tempo, qualquer professor poderia deixar registrada uma

prática de sucesso ou buscar nesse espaço alguma sugestão para aplicar em suas

aulas. A ideia do e-mail ou mensagem eletrônica se deve à rapidez e à praticidade

agregadas a esse tipo de tecnologia de informação. Para isso foi criado o e-mail:

laborató[email protected], mas que ainda está em fase de

efetivação, o que ocorrerá a partir da veiculação dessa pesquisa acadêmica.

Porém, sabe-se que não há somente vantagens no uso dessa ferramenta.

Paiva (2010), através do quadro 16, descreve as vantagens e desvantagens da

transmissão de mensagens eletrônicas:

Quadro 16- Vantagens e desvantagens na utilização de e-mail

VANTAGENS DESVANTAGENS

Velocidade na transmissão Dependência de provedores de

acesso.

Assíncrona Expectativa de feedback imediato.

Uma mesma mensagem pode ser

enviada para milhares de pessoas ao

mesmo tempo.

O e-mail pode ir para endereço

errado, ser copiado, alterado.

A mensagem pode ser arquivada,

impressa, reencaminhada, copiada, re-

usada.

Há excesso de mensagens

irrelevantes

As mensagens podem circular

livremente.

Mensagens indesejadas circulam

livremente.

As mensagens podem, geralmente, ser

lidas na Web ou baixadas através de

um software.

Problemas de incompatibilidade de

software podem dificultar ou

impedir a leitura.

(Continua)

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125

VANTAGENS DESVANTAGENS

Arquivos em formatos diversos podem

ser anexados.

Arquivos anexados podem

bloquear a transmissão de outras

mensagens ou, ainda, conter vírus.

Arquivamento ocupa espaço em

disco, gerando lentidão da

máquina.

Facilita a colaboração, discussão, e a

criação de comunidades discursivas.

O receptor pode ser

involuntariamente incluído em

fóruns e malas diretas.

O usuário é facilmente contatado. Há certa invasão de privacidade.

Fonte: PAIVA, 2010, p.87.

Após discutidas as vantagens e desvantagens de se usar um e-mail como

ferramenta digital para multiplicar os resultados da pesquisa e os trabalhos que

ainda estão por vir., o grupo foi tomado por um certo receio quando pensou na

quantidade de informações e conteúdos que poderiam ser jogados no e-mail sem

antes passar por uma análise do grupo. Como afirmou Paiva (2010), uma das

desvantagens é a possibilidade de circular, livremente, mensagens indesejadas ou

que fujam da proposta da ferramenta. E questões políticas, acusações, julgamentos

e denúncias não faziam parte da proposta do grupo. Portanto, esse espaço deverá

ser usado como ambiente para discussão das práticas usadas para o ensino da

Matemática, mais especificamente o Laboratório de Matemática.

Entendendo essa ferramenta dessa forma, ficou resolvido que o e-mail seria

uma ferramenta intermediária, ou seja, os professores poderiam deixar comentários,

dúvidas, sugestões e deixar como arquivo alguma proposta para o uso do

laboratório, sendo que o grupo de acadêmicos e professores se encarregariam de

analisar cada proposta enviada e, após ser aprovada, ela seria postada em um Blog.

(Conclusão)

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126

5.10.2 A criação de um Blog

Segundo Marcuschi (2010), blogs são gêneros emergentes que transmutam

de outros anteriores, mas por meio de leituras mais apurada do autor percebe-se

que blog é mais que uma modificação de suporte, é mais que uma das diversas

tecnologias da comunicação e informação (TIC) que são disponibilizadas por meio

da Web.

Para ele, “Os blogs são datados, comportam fotos, músicas e outros

materiais. Têm estrutura leve, textos em geral breves, descritivos e opinativos. É um

grande sistema de colagem em certos casos [...].” (MARCUSCHI, 2010, p.23).

Tal ferramenta, portanto, além de poder ser rapidamente e facilmente

atualizada, se apresenta com uma plástica moderna e dinâmica que possibilita

disponibilizar, de forma clara, organizada e de fácil acesso, as propostas de

laboratório, além de também permitir uma interação com o professor que busca ali

uma sugestão para melhoria de sua prática docente.

Para Komesu (2010):

O blog é concebido como um espaço em que o escrevente pode expressar o que quiser na atividade da (sua) escrita, com a escolha de imagens e de sons que compõem o todo do texto veiculado pela internet. A ferramenta empregada possibilita ao escrevente a rápida atualização e a manutenção dos escritos em rede, além da interatividade com o leitor das páginas pessoais. Os blogs possuem, portanto, características diferenciadas dos diários tradicionalmente escritos. Acredito que não se deve associá-los porque são acontecimentos discursivos distintos, cuja materialidade advém de “gêneros do discurso” também distintos. (KOMESU, 2010, p.7).

Para a autora, portanto, os blogs possuem características diferenciadas das

ferramentas de comunicação virtual tradicionais, pois envolvem todo o poder

persuasivo do escrevente para convencer o leitor de que o que ele posta no blog é

interessante. Portanto, com o objetivo de divulgar os resultados das pesquisas

realizadas pelo grupo e práticas de sucesso optou-se pela criação de um blog que,

assim como o e-mail, será efetivado após a aprovação dessa pesquisa. Para tanto, o

endereço Matematicacachoeiro.blogspot.com já está disponibilizado para testes

e, em breve, será utilizado para o fim a que se propõe.

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127

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do processo de construção deste trabalho foram necessárias

algumas reflexões a respeito da importância de um LEM em uma escola, além da

verificação sobre as diversas implicações da utilização deste ambiente na realização

de atividades e experiências envolvendo materiais didáticos manipuláveis,

entendendo que eles talvez pudessem melhorar o processo de ensino e

aprendizagem de Matemática.

Desde o início do trabalho, a intenção desta pesquisa era de realizar um

estudo para entender as potencialidades do LEM e motivar os professores da rede

municipal de ensino da cidade de Cachoeiro de Itapemirim sobre a necessidade de

organizá-lo em suas escolas, dando subsídios para que os professores pudessem

contemplar a utilização deste espaço no planejamento de suas aulas, o que foi feito

e que permeou todas as etapas do processo da pesquisa.

Assim, nesta perspectiva, buscou-se compreender quais são os

procedimentos necessários para organizar um LEM em uma escola, procurando

primeiramente defini-lo para, então, verificar quais as suas reais finalidades e

objetivos enquanto recurso didático.

O trabalho iniciou-se de forma isolada em uma das escolas da rede municipal

de ensino quando, sabendo da existência de todo o material que ainda estava

guardado, o pesquisador iniciou um processo de análise do material para, a partir

daí, estabelecer um método de seleção, registro e organização destes elementos

que tornasse viável a utilização daqueles recursos na realização de atividades e

práticas pedagógicas.

Permeando a pesquisa, ocorreram encontros e reuniões com professores e

formandos de Licenciatura em Matemática por meio dos quais houve muita conversa

informal que deixou claras as muitas e diferentes concepções a respeito do LEM.

Observou-se, ainda, que estas diferentes concepções eram frutos de alguns

aspectos, como, por exemplo, a formação do professor de Matemática e suas ideias

a respeito de educação, o perfil dos alunos que iriam utilizar o espaço, os objetivos

do professor ao realizar atividades no LEM e a relação da comunidade escolar com

o ensino de Matemática.

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128

Em meio a tanta diversidade, a concepção de LEM correspondente com os

ideais desta pesquisa foi fundamentada nas leituras realizadas de publicações de

autores de épocas distintas, que analisaram as características e potencialidades

deste espaço, e discutiram acerca do uso de materiais didáticos no ensino de

Matemática.

A partir dessas leituras, foi constatado que, para organizar um LEM, seria

necessário realizar, inicialmente, uma seleção destes recursos e, além disso,

organizar estes primeiros elementos componentes do LEM em um sistema de

catalogação e armazenamento que contivesse as informações relevantes e

necessárias ao desenvolvimento de atividades para sua efetiva utilização

Pode-se inferir, no decorrer da pesquisa, que a seleção e organização

adequada dos materiais didáticos que serão utilizados nas atividades práticas é uma

das etapas mais importantes no processo de organização de um LEM, visto que o

conhecimento integral dos materiais didáticos, suas características e potencialidades

associados ao conhecimento do currículo é um aspecto fundamental no

desenvolvimento de atividades práticas que sejam realmente eficientes no auxílio à

compreensão dos conceitos matemáticos.

Contudo, segundo Lorenzato (2006), não basta que um LEM seja um local

repleto de materiais didáticos, objetos e equipamentos, já que a utilização eficaz

destes recursos é que justifica o trabalho realizado neste espaço. Assim, para que

os materiais manipuláveis possam ser utilizados de forma com que promovam uma

melhora significativa na qualidade do aprendizado de Matemática por parte dos

alunos, é necessário que as atividades desenvolvidas com aplicação destes, sejam

planejadas contemplando as variáveis e situações que envolvam esta prática. Ou

seja, é responsabilidade do professor desenvolver uma metodologia eficiente que

possa levar ao conhecimento do conteúdo com uma atividade prática.

Acreditando nisso, foi criado um grupo de estudos com o objetivo de elaborar,

aplicar e ajustar atividades que utilizassem o material do LEM disponível nas

escolas. O grupo era inicialmente formado por professores que logo foi reforçado

com a inserção de acadêmicos do último período do curso de licenciatura em

Matemática. As atividades elaboradas, discutidas e aplicadas pelo grupo passaram,

então, a compor um caderno de possibilidades de atividades para a utilização do

LEM e que é apresentado como produto final desse trabalho. Vale lembrar, porém,

que durante esse processo, algumas foram descartadas pelo grupo por não

Page 130: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · serem desenvolvidas no laboratório de Matemática das ... FIGURA 14- Declaração de um aluno a respeito ... PMDDE – Programa

129

trabalharem adequadamente o material apresentado no kit ou não estarem

adequadas ao Ensino Fundamental e, consequentemente, aos sujeitos desta

pesquisa.

Ao longo do percurso, os estudos e pesquisa realizados mostraram, ainda,

que a inserção do LEM em uma escola pode apresentar obstáculos que dificultem

ou até mesmo inviabilizem a sua realização. Entre elas, podem ser citadas, como

exemplo, a descrença de alguns professores em relação à importância e às

potencialidades do LEM e a insegurança de inserir o Laboratório de forma

sistemática em sua prática docente. Para alguns, desenvolver uma metodologia para

ensinar determinado conteúdo é muito mais complexo do que ensinar este conteúdo

de forma tradicional, ou seja, de forma expositiva.

Porém, mesmo tomados pela insegurança para elaborar propostas e produzir

nesse espaço, segundo o resultado de um questionário aplicado pelo pesquisador

em toda rede municipal de ensino, os professores acreditavam no LEM como

recurso real de melhoria do aprendizado de Matemática .

Dessa forma, tem-se, ainda que conhecer melhor as crenças e também as

angústias do professor acerca do LEM ratificou a importância da pesquisa e deixou

clara a importância e a necessidade de, como já relatado, criar propostas que

contemplassem o uso do material adquirido pela Secretaria de Educação do

município que permanecia, até o momento, guardado ou sendo subutilizado nas

escolas da Rede.

Ao procurar ampliar esse projeto para outras escolas da rede que já possuíam

o kit de Laboratório de Matemática, mas que não o utilizavam ou o subutilizavam, foi

necessário ampliar o projeto, que em algumas escolas exigiria, além do investimento

em formação de professores, a construção do espaço físico que pudesse servir, não

somente como laboratório de Matemática, mas, também, um local onde os

professores e alunos pudessem manipular todo aquele material a fim de conhecê-lo

mais a fundo.

A elaboração, aplicação e relato das atividades foram considerados pelos

professores e acadêmicos como momentos de muito crescimento e aprimoramento

de sua prática.

Os resultados obtidos nessa pesquisa reforçaram a hipótese do grupo de que

a utilização do laboratório de Matemática não é condição absoluta para que ocorra o

aprendizado, mas sim um facilitador, sendo possível, através da manipulação de

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130

objetos, promover aulas mais dinâmicas e significativas, desenvolvendo o poder

criativo que existe em cada um na busca pela compreensão sobre a aplicação do

conhecimento que, muitas vezes, se limita aos muros da escola.

Para tanto, os professores de Matemática devem procurar alternativas para

aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a

organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso

cooperativo do aluno, desenvolvendo a socialização e aumentando as interações do

indivíduo com outras pessoas.

Porém, vale ressaltar que o interesse pelas aulas e a consequente

aprendizagem depende das situações estimuladoras criadas pelo educador para

proporcionar ao educando o maior número possível de descobertas e desafios,

estimulando, assim, a curiosidade, já que, acredita-se que o papel dos professores

não é mais o de apenas transmitir conhecimento, mas, sim, dar condições para que

a aprendizagem realmente aconteça.

Inserido neste contexto, entende-se que um laboratório de ensino pode

facilitar, de forma concreta, a aproximação dos conteúdos de Matemática ensinado

na escola formal e os conhecimentos adquiridos através do cotidiano dos alunos.

Isto pode levar a uma mudança da percepção, pelos alunos, da significação que a

Matemática tem em suas vidas.

Ademais, o laboratório de ensino propicia, dentre outras coisas, uma melhor

relação interpessoal professor-aluno, gerando um ambiente mais salutar dentro da

sala de aula, caracterizado por uma maior dinâmica do ensino, maior afetividade,

motivação, participação, maior interação social, respeito pelos colegas, etc.,

tornando mais prazeroso o estudo.

Para finalizar, ressalta-se que essa pesquisa não possui um fim em si mesma,

mas abre espaço para novos questionamentos, novos levantamentos de teses e

hipóteses acerca do tema, além da possibilidade de ampliar ainda mais o assunto

em questão, inclusive, de verificar outras formas de aprendizagem nesses espaços,

novos conhecimentos e novas possibilidades de atividades, o que mostra ser o

melhor caminho para se chegar aos verdadeiros objetivos propostos por uma

pesquisa acadêmica, quer seja, a capacidade de ampliação, cada vez maior, dos

estudos e do conhecimento acerca de algo.

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131

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132

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TAHAN, Malba. Didática da Matemática. v.2. São Paulo: Ed. Saraiva, 1962.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007

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133

APÊNDICES

Apêndice A – Questionário aplicado aos professores das escolas da Rede

Municipal de Ensino de Cachoeiro de Itapemirim

1) Com que frequência você utiliza o Laboratório de Matemática da sua

instituição?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Quase nunca

2) Se você não utiliza com frequência o Laboratório de Matemática,

identifique o motivo que mais contribui para a subutilização deste

ambiente.

( )Falta de material de apoio ( )Falta de treinamento de professor

3) Em se tratando de estratégia para o ensino da Matemática, você

considera o Laboratório de Matemática:

( ) Sem significado ( ) Pouco significativo ( ) Muito significativo

4) Acerca do livro didático adotado, a quantidade de sugestões de

atividades com material manipulativo que poderiam ser trabalhadas no

Laboratório de Matemática, é:

( ) Quase nenhuma ( ) Algumas ( ) Muitas

5) Você assina alguma revista específica sobre Educação Matemática ou

faz parte de algum grupo de estudo que discute assuntos desta área de

conhecimento?

( ) Sim ( ) Não

6) Caso você assine alguma revista específica, você aplica alguma

atividade proposta por ela no Laboratório de Matemática com seus

alunos?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não assino revista específica

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134

Apêndice B – Lista de materiais disponíveis, descrições e os conteúdos direcionados ao item

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

ÁBACO BASE 10

3 Os ábacos tem como

objetivo auxiliar em

atividades para desenvolver

os diferentes sistemas de

numeração posicional,

inclusive o decimal

- Sistemas de

numeração

posicional.

- Operações e

propriedades

---------------------

----------------------

- Contagem.

- Registro.

- Leitura de

dados

ÁBACO BASE 5

4

ÁBACO BASE 3

3

ÁBACO BASE 2 3

BALANÇA

ALGÉBRICA

5

A balança algébrica recebe

este nome porque tem como

objetivo desenvolver as

estruturas algébricas e suas

propriedades:

fechamento;

comutativa;

associativa;

existência do

elemento neutro.

Distributiva.

Pode-se usar a balança para

mostrar, de forma concreta,

as propriedades com

números naturais e

racionais.

- Operações e

suas

propriedades.

- Equivalências.

- Expressões

Algébricas.

- Simetria

- Medida de

massa.

- Registro.

- Leitura de

dados.

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135

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

BLOCO BASE 10

1

A função dos blocos para

trabalhar o sistema de

numeração binário e

decimal é facilitar o

aprendizado do sistema

posicional na numeração.

- Sistema de

numeração

binário;

- Sistema de

numeração

decimal;

- Conversão de

sistemas;

- Operações e

propriedades

operatórias.

-

Paralelepípedos

retângulos;

- cubos.

- Medida de

volume.

- Contagem;

- Registro.

BLOCO BASE 2

1

TANGRAM

TRADICIONAL

8

O tangram é um material

versátil que pode ser

empregado para

desenvolver atividades no

campo dos números, no

campo das formas, no

campo das medidas e no

campo do tratamento das

informações. Este material

pode estabelecer um elo

entre a Matemática e as

artes, além de estimular a

imaginação e a criatividade.

- Números

naturais;

- Números

racionais;

- Números

irracionais.

- Figuras

geométricas;

- Congruência,

equivalência e

semelhança;

- Composição.

- Simetria,

rotação e

translação.

- Cálculo de

Perímetro e área

- Coleta de

dados;

- Registro.

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136

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

BLOCOS

LÓGICOS

5 -------------------------------- ---------------- ---------------- ---------------- ----------------

FORMAS

GEOMÉTRICAS

(LÂMINAS

MAGNETIZADAS

PARA FIXAR EM

QUADRO DE

METAL)

1

As formas geométricas

estão presentes na natureza

e nas construções

humanas. Além das formas

que compõem o kit, é

possível, a partir delas,

formar novas figuras.

- Contagem;

- Sequências:

números

triangulares e

números

quadrados;

- Razão;

- Proporção

- Congruência,

semelhança e

equivalência;

- Polígonos

regulares;

- Perímetro;

- Área.

- Escala;

Proporcionalidade.

- Comparação;

- Registro.

CONJUNTO DE

SÓLIDOS

GEOMÉTRICOS

EM CRISTAL

1

A Exploração das formas

geométricas presentes no

cotidiano do aluno é um

exercício que tornam mais

significativos os conteúdos

matemáticos e certamente

facilitam a aprendizagem.

Explorar as formas

geométricas, classificá-las e

organizá-las a partir de suas

semelhanças e diferenças é

uma boa maneira de iniciar

o estudo da geometria.

- Números

naturais;

- Operações.

- Poliedros e

corpos de

revolução;

- Nomenclatura.

- Medidas e

unidades de

medida;

- Medida de área e

volume.

- Coleta de

dados.

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137

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

GEOPLANO

CIRCULAR -

12 DIVISÕES

6

O geoplano circular é

certamente um dos

materiais mais potente do

LEM. Esse material pode

ser usado para o

desenvolvimento de

conceitos desde contagem,

passando pelos números

naturais e suas operações,

pelos números racionais e

operações, pela geometria

da construção dos

polígonos. Também podem

ser trabalhadas algumas

propriedades geométricas e

padrões.

- Operações e

propriedades;

- MMC;

- MDC.

- Poligonos;

- Polígonos

regulares

- Circunferência;

- Círculo;

- Setor circular.

- Ângulos;

- Arcos.

- Perímetro;

- Área;

- Medida de Arcos;

- Medida de

ângulos.

- Medida de tempo

- Registros

- Tabelas e

gráficos.

GEOPLANO

CIRCULAR –

20 DIVISÕES

6

GEOPLANO

CIRCULAR –

24 DIVISÕES

6

GEOPLANO

RETANGULAR

QUADRO

PERFURADO –

BASE 10.

6

Material de grande

versatilidade uma vez que

permite ao professor

desenvolver conteúdos no

campo dos números e suas

operações relacionando-os

com a geometria.

Entretanto, sua principal

aplicação é no campo da

geometria.

- Contagem;

Operações

fundamentais e

propriedades.

- Reta;

- Posição

absoluta e

relativa.

- polígonos.

- Perímetro;

- Área.

- Coleta de

dados.

- Registro de

dados;

- Montagem de

tabelas.

GEOPLANO

RETANGULAR

QUADRO

PERFURADO –

BASE 5.

6

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138

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

GEOPLANO

RETANGULAR

CONTORNO.

7

Este objeto propicia as mais

variadas construções

artísticas deixando o aluno

livre para desenvolver sua

criatividade e realizar

descobertas. É muito usado

na construção de formas

geométricas com vértices

nos pinos fixos, entre

outras pode-se construir

parábolas,paralelogramos e

triângulos.

- Números

naturais;

- Sequências.

- Polígonos;

- Linhas curvas;

- Tangência

- Área

- Obter

informações

da figura.

- Tabelas;

- Gráficos.

JOGO DA VELHA

– TABULEIRO DE

CHÃO - COM

JALECOS

COLORIDOS.

1

Os alunos têm, às vezes,

mais facilidade para

aprender em situações

lúdicas. No tabuleiro com

peças humanas, o aluno

desenvolve sua percepção

espacial e sua capacidade

de localização, a partir de

pontos de referência. O jogo

da velha é eficaz, quando se

pretende desenvolver

estratégias e a habilidade

de planejar, estabelecendo

relações entre causa e

efeito.

- Contagem;

- Sequências.

- Linha reta;

- Posições

relativas e

absolutas;

- Exploração do

plano.

---------------

------------------

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139

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

JOGO DA VELHA

TABULEIRO DE

MESA.

6

Os alunos têm, às vezes,

mais facilidade para

aprender em situações

lúdicas. O jogo da velha é

eficaz quando se pretende

desenvolver estratégias e a

habilidade de planejar

estabelecendo relações

entre causa e efeito.

- Contagem;

- Sequências.

- Linha reta;

- Posições

relativas e

absolutas;

- Exploração do

plano.

------------------

------------------

DOMINÓ COMUM.

6

O jogo de dominó é

interessante para qualquer

idade. O jogo em si, obriga

aos jogadores o

desenvolvimento de

estratégias.

Para as séries iniciais,a

contagem dos pontos no

final do jogo propicia

interessantes situações de

contagem e de operações.

- Quantidades;

- Operações;

- Comparações de

quantidades.

- Quadrados;

- Retângulos.

---------------------

- Registro;

- Contagem;

- Organização

da informação.

DOMINÓ DE

CORES.

As cores têm função em

Matemática. No EF I uma

dessas funções é elencada

quando se usa o dominó de

cores para identificar cores

----------------

- Translação;

- Rotação;

- Simetria

--------------------

- Contagem

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140

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

6

e estabelecer diferença

entre elas. No ensino

fundamental II, este jogo

que parece infantil demais,

pode ser usado para

desenvolver a capacidade

de contagem a percepção

de possibilidades e a

habilidade de agrupar.

RELÓGIO DE

ÁGUA

1

--------------------------------

-------------------

-------------------

------------------

-----------------

RELÓGIO DE

SOL.

1

A história da astronomia e

matemática se confundem

uma vez que grandes

matemáticos foram também

grandes astrônomos. O

relógio do Sol é um

instrumento que permite

associar conceitos

matemáticos a fenômenos

naturais.

----------------------

- Sistema Solar;

- Estações do

ano;

- Órbitas e

trajetórias;

- Ângulos.

- Medida do tempo;

- Medida de

ângulo.

- Registro.

RÉGUAS

PERFURADAS

6

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141

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

SETORES

CIRCULARES

PARA

TRABALHAR

FRAÇÕES.

8

O estudo das frações ainda

é realizado com o uso de

algoritmos que automatizam

as operações propiciando

ações mecânicas

desprovidas do

conhecimento dos fatos

matemáticos envolvidos.

Utilizando este kit é

possível desenvolver as

idéias de equivalência das

frações. Isto facilita a

comparação e as operações

com frações.

- Frações;

- Equivalência;

- Comparação;

- Números

decimais;

- Porcentagem.

- Círculo;

- Setores

circulares;

- Arcos e

ângulos;

- Medida de

ângulos e arcos.

- Registro;

- Tabelas.

SÓLIDOS

GEOMÉTRICOS

EM MADEIRA.

2

A Exploração das formas

geométricas presentes no

cotidiano do aluno é um

exercício que tornam mais

significativos os conteúdos

matemáticos e certamente

facilitam a aprendizagem.

Explorar as formas

geométricas, classificá-las e

organizá-las a partir de suas

semelhanças e diferenças é

uma boa maneira de iniciar

o estudo da geometria.

- Números

naturais;

- Operações

- Prismas e

corpos de

revolução;

- Nomeclatura.

- Medidas e

unidades de

medida;

- Medida de área e

volume.

- Coleta de

dados;

- Registros;

- Tabelas.

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142

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

TRIMINÓS,

TETRAMINÓS E

PENTAMINÓS.

6

Os poliminós dão inúmeras

possibilidades para

desenvolver atividades que

contemplam a percepção

espacial, conceitos

geométricos, questões de

contagem, enfim é um

material muito potente. A

composição e

decomposição de formas

geométricas, reproduzindo

as peças aumentando suas

dimensões(ampliando),nos

permite explorar problemas

envolvendo

proporcionalidade.

Operações:

- Adição;

- Subtração;

- Multiplicação;

- Divisão.

- Simetria;

- Rotação;

- Translação.

- Perímetros;

- Áreas.

- Contagem;

-

Possibilidades.

REFLETOR

GEOMÉTRICO

5

Consiste numa associação

de espelhos planos que

promove uma associação

entre idéias matemáticas e

da física. Estimula e dá

significado ao aprendizado

de ângulos, de polígonos e,

se o professor achar

interessante, também pode

ser trabalhado o conceito

- Número de

Imagens.

- Simetria, eixo

de simetria.

- Ângulo

central;

- Polígonos

regulares;

- Poliedros

regulares.

- Medida de

ângulo.

- Registro.

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143

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

de reflexão em um espelho

plano.

Ajustando o ângulo entre os

espelhos planos podemos

obter os polígonos

regulares de modo virtual.

CAVALETE DE

SUSTENTAÇÃO

PARA QUADRO

DE AÇO

1

--------------------------------

----------------

-----------------

-----------------

------------------

QUADRO DE

AÇO-

100cmx80cm.

2

--------------------------------

----------------

-----------------

-----------------

-----------------

COLEÇÃO DE

SINALIZAÇÃO DE

TRÂNSITO.

1

--------------------------------

----------------

-----------------

----------------

-----------------

PACOTES DE

COLEÇÃO DE

NOTAS DE REAL

(CADA UM

CONTENDO 100

NOTAS).

-----

Situações que envolvem

dinheiro podem ser

simuladas utilizando as

fichas com os valores do

padrão monetário brasileiro.

Explorar situações

cotidianas de pagamento e

troco ganha aspecto de

- Operações;

- Comparação.

--------------------

- Sistema

monetário

nacional.

- Organização

para facilitar a

contagem.

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144

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

COLEÇÃO DE

MOEDAS DE

PLÁSTICO

------

realidade utilizando as

fichas, permitindo

substituições por valores

equivalentes, para somar,

subtrair, multiplicar ou

dividir.

COLEÇÃO DE

SINALIZAÇÃO DE

TRÂNSITO

1

A sinalização de trânsito faz

parte do cotidiano do aluno.

A sinalização dá significado

para as formas geométricas

e aos números contidos

nelas.

Explorar o papel social dos

números, empregando

atividades que levem à

identificação dos números e

seu significado na

sinalização. Pode-se

também explorar o emprego

das linhas, das formas

geométricas e das cores na

comunicação. O material é

muito interessante para um

trabalho interdisciplinar

podendo ser abordado por

professores de Geografia,

Ciências e outros.

- Papel social do

número(discussão

interessante em

qualquer série

escolar).

- Linhas

- Polígonos

- Círculos

- Medidas de

comprimento,

massa e

velocidade.

- Leitura e

interpretação

de símbolos e

sinais.

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145

MATERIAL

DISPONÍVEL

Qde

CONSIDERAÇÕES

CONTEÚDOS ENVOLVIDOS

NO EF GM TI

PANTÓGRAFO.

1

O pantógrafo é destinado

para copiar desenhos, quer

em escala reduzida, quer

em escala ampliada.

- Números;

- Sequências de

números e

escalas;

- Razão.

- Ampliação;

- Redução.

- Medidas de

comprimento e

área.

- Registro

MATERIAL PARA

CONSTRUIR

ÁRVORE DE

POSSIBILIDADES.

1

O material pode ser

utilizado em atividades para

desenvolver os conceitos

de quantidade,

classificação, contegem,

possibilidades e

agrupamentos.

- Contagem;

- Multiplicação e

propriedades.

-------------------

--------------------

-

Possibilidades;

-

Agrupamentos;

- Registro.

Fonte: Dados da pesquisa

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Apêndice C – Produto final – Caderno de possibilidades de atividades

para uso do Laboratório de Ensino de Matemática

Eduardo Balliana Justo

ATIVIDADES

PARA USO

DO

LEM

2015

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147

APRESENTAÇÃO

Prezados colegas:

O Laboratório de Matemática é um recurso que permite ao professor

melhorar qualitativamente sua atuação em sala de aula e testar novas

tecnologias de ensino. Segundo Lorenzato (2006):

Há uma diferença pedagógica entre a aula em que o professor apresenta oralmente o assunto, ilustrando-o com um [material didático] MD, e a aula em que os alunos manuseiam esse MD. O MD é o mesmo, mas os resultados do segundo tipo de aula serão mais benéficos à formação dos alunos porque, de posse do MD, as observações e reflexões deles serão mais profícuas, uma vez que poderão, em ritmos próprios, realizar suas descobertas e, mais facilmente, memorizar os resultados obtidos durante suas atividades. (LORENZATO, 2006, p.27).

No trabalho diário em sua classe, o professor utilizando o Laboratório de

Matemática, pode buscar soluções inovadoras que permitam superar os

desafios da construção do conhecimento matemático. Sendo a sala de aula um

lugar onde convive uma interessante diversidade sócio-cultural-econômica, a

situação ideal é que os professores, conhecendo sua realidade, proponham,

testem e avaliem a melhor forma para conduzir o ensino e a aprendizagem da

matemática.

O Laboratório de Matemática tem como objetivos principais:

Instrumentalizar o professor para o ensino de matemática;

Provocar a reflexão sobre a prática do professor e sobre a

importância do planejamento no ensino de Matemática;

Contribuir com materiais que possibilitem colocar em ação

praticas educativas que envolvam os alunos, que permitam uma

participação ativa deles, valorizando experiências vivenciadas no

dia-a-dia, visando tornar mais significativos os conteúdos da

Matemática.

Diga-me que eu esqueço.

Ensina-me que eu lembro.

Envolva-me e eu aprendo.

(Confúcio)

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148

Para orientar a utilização e tirar mais proveito do Laboratório de

Matemática, é que foi elaborado este Caderno de Propostas de Atividades que

tem como objetivo:

Apresentar alguns dos materiais que compõem o Laboratório de

Matemática da sua unidade de ensino;

Propor atividades e procedimentos para utilização desses

materiais.

As atividades foram organizadas e apresentadas de acordo com o

material utilizado e que poderão ser aplicadas em diferentes séries do Ensino

Fundamental. É bom salientar que o caderno apresenta sugestões de

atividades e, poderá o professor, conhecendo sua realidade, realizar as

devidas alterações aperfeiçoando-as para sua sala de aula e, ainda, adaptar

determinados materiais, caso julgue necessário.

Este caderno de propostas de atividades é apresentado por blocos,

sendo, cada um deles destinado a um determinado material que compõe o

Laboratório de Ensino de Matemática da sua instituição. Cada bloco possui a

seguinte organização:

Nome e imagem do material utilizado, com breve histórico;

Número da atividade dentro do bloco daquele material a que é

destinada;

Título da atividade;

Orientações Metodológicas. Aqui serão descritos os objetivos,

pré-requisitos, indicação de série, conteúdos abordados,

metodologia, orientações complementares para o professor

acerca do material, da atividade e do conteúdo e outras

possibilidades tanto para o uso quanto para a ampliação do

conhecimento acerca do material ou da atividade propriamente

dita;

Roteiro de atividade a ser entregue aos alunos.

Vale lembrar, porém, que nem todas as atividades propostas possui um

roteiro para ser entregue ao aluno. Em alguns casos, o roteiro serve apenas

como direcionamento para o professor.

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149

As figuras a seguir representam o esquema de parte de um bloco que

diz respeito ao material coleção de formas geométricas. Nesta representação,

estão apontadas as características das informações contidas em cada uma das

células que compõem as atividades, conforme descrito anteriormente, e seus

respectivos ícones.

INTRODUÇÃO AO MATERIAL

Um pouco de história...

Breve histórico sobre o

material e/ou seus

componentes

Nome do material.

Símbolo ou

imagem do

material

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150

ORIENTAÇÕES DA ATIVIDADE PARA O PROFESSOR

Identificação da atividade

dentro do bloco

Orientações

Metodológicas

Nome da atividade

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151

ROTEIRO DE ATIVIDADE PARA OS ALUNOS

Para início de conversa...

Introduz o aluno na atividade

Exercícios...

Procura ampliar o conhecimento do

aluno

Desafio! Coloca uma

situação-problema mais

ampla para o aluno

resolver

Esse ícone pede

atenção e pode ser

utilizado tanto para

professor quanto para

aluno

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152

Conforme visto, nos Roteiros de Atividades, cada atividade apresenta

questões que exigem gradualmente do aluno uma análise mais aprofundada,

chegando a outras mais complexas que objetivam desafiá-lo.

Senti-me-ei feliz se, de alguma forma, este caderno puder ajudar o

professor no desenvolvimento de sua prática docente. Deixo você à vontade

para aproveitar as propostas que lhe agradam, aprimorar as imperfeitas e

substituir outras por criações próprias. Agindo assim, estaremos contribuindo

decisivamente para os alunos se desenvolverem como indivíduos competentes

matematicamente, mais críticos e conscientes.

Finalmente, procurei transmitir um pouco do prazer que o ensino da

Matemática pode nos dar, propondo a inserção do Laboratório de Matemática

no planejamento do professor, objetivando seu uso sistemático.

BOM TRABALHO!

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153

SUMÁRIO

COLEÇÃO DE FORMAS GEOMÉTRICAS ................................................................... 155

EXPLORANDO AS FORMAS GEOMÉTRICAS ........................................................................... 156

FORMAR MOSAICOS COM FIGURAS GEOMÉTRICAS ............................................................. 159

TRABALHANDO O CONCEITO DE ESCALA A PARTIR DA CONSTRUÇÃO DE UM MAPA DA

ESCOLA E SUA VIZINHANÇA UTILIZANDO O CONJUNTO DE FORMAS GEOMÉTRICAS.......... 162

DETERMINANDO O ÂNGULO CENTRAL DE UM POLÍGONO REGULAR .................................. 165

POLIMINÓS .................................................................................................... 169

EXPLORANDO OS PENTAMINÓS ............................................................................................ 171

ESTUDANDO CONCEITOS DE ÁREA E PERÍMETRO COM OS PENTAMINÓS ........................... 175

JOGANDO COM OS POLIMINÓS (ADAPTADO DO JOGO GOLOMB) ...................................... 179

GEOPLANOS .................................................................................................... 180

CALCULANDO A SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS DE UM POLÍGONO CONVEXO ................ 182

CONHECENDO E EXPLORANDO O PLANO CARTESIANO COM O GEOPLANO ........................ 187

UTILIZANDO O GEOPLANO PARA O ESTUDO DE ÁREAS ........................................................ 193

FÓRMULA DE PICK ................................................................................................................. 198

REFLETOR GEOMÉTRICO ....................................................................................... 202

CONSTRUINDO POLÍGONOS COM ESPELHOS ....................................................................... 203

BALANÇA ALGÉBRICA ........................................................................................... 207

RESOLVENDO EQUAÇÕES DO 1O GRAU: INCÓGNITA COM COEFICIENTE UNITÁRIO ............ 209

TANGRAM .................................................................................................... 215

CONHECENDO O TANGRAM .................................................................................................. 217

UTILIZANDO O TANGRAM PARA CÁLCULO DE ÁREA POR ESTIMATIVA ................................ 219

ALVO .................................................................................................... 223

PROBLEMAS ENVOLVENDO TIRO AO ALVO .......................................................................... 224

ÁBACO DE PINOS .................................................................................................. 228

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154

ADIÇÃO COM ÁBACO DE PINOS ............................................................................................ 229

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155

COLEÇÃO DE FORMAS

GEOMÉTRICAS

Um pouco de história...

A Geometria tem origem provável na agrimensura ou medição de terrenos,

segundo o historiador grego Heródoto (século V a.C. ). É certo que civilizações

antigas possuíam conhecimentos de natureza geométrica, da Babilônia à

China, passando pelas civilizações Hindus.

É por isso que o termo "geometria" deriva do grego geometrein, que significa

medição da terra (geo=terra, metrein=medição).

Naquele tempo, a geometria era uma ciência empírica, uma coleção de regras

práticas para obter resultados aproximados. Mesmo assim, estes

conhecimentos foram utilizados nas construções das pirâmides e templos

Babilônios e Egípcios.

A utilização deste recurso auxilia o aluno na construção de conceitos

geométricos por meio da manipulação, observação e fazendo associação de

peças para construção de novas figuras.

Como esse material foi elaborado tendo como base o Laboratório de

Matemática da Rede Municipal de ensino, optou-se pela utilização do termo

“formas” em detrimento do termo “figuras” por essa nomenclatura estar

presente no kit de laboratório utilizado para fins de pesquisa.

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156

EXPLORANDO AS FORMAS GEOMÉTRICAS

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Incentivar a concentração, a participação, a criatividade e a

agilidade.

Colaborar para o reconhecimento das formas geométricas.

Pré-requisitos Não há pré-requisitos para essa atividade

Segmento Séries iniciais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Formas geométricas

Metodologia

Trabalho individual com os alunos utilizando abordagem

exploratório-investigativa

Orientações

complementares

O professor deverá distribuir aos alunos os pacotes contendo

as diferentes formas geométricas presentes no kit de

laboratório, deixando que os alunos manipulem o material.

É necessário que professor mantenha sempre exposto o

quadro magnético com as formas geométricas do “kit

professor”, para as explicações que se fizerem necessárias ao

abordar o conteúdo.

Outras

possibilidades

É possível explorar todo ambiente escolar na busca de formas

geométricas.

Caso o professor não tenha acesso às formas geométricas do

kit, elas poderão ser produzidas em diversos materiais pelo

professor ou mesmo trabalhar a construção dessas formas

pelos alunos, com recorte de papel ou trabalho com pequenas

embalagens de produtos de supermercado (caixas de

fósforos, caixa de gelatina, sabão em pó, entre outros).

O professor poderá complementar essa atividade com a

Atividade 01

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157

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

leitura do livro “Clact... Clact.... Clact...”, de Liliana Lacocca e

Michele Lacocca, da Editora Ática. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=wq1HVIXvVK4.

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158

Para início de conversa...

Após explorar as formas geométricas que você recebeu, identifique

aquelas que você já conhece, desenhando-as no quadro abaixo e

colocando seus nomes:

Exercício...

Você conhece bem a sua escola? Então, agora, você vai anotar no

espaço abaixo as figuras geométricas que você pode achar em vários

locais. Cite pelo menos três figuras que você conhece e onde elas estão

na sua escola.

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159

FORMAR MOSAICOS COM FIGURAS GEOMÉTRICAS

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Reconhecer figuras geométricas e suas propriedades.

Desenvolver o senso estético e a criatividade.

Desenvolver a percepção espacial.

Pré-requisitos Conhecer e saber dar nome às peças que compõem o kit e

suas particularidades.

Segmento Séries Finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Formas geométricas

Metodologia Trabalho em grupo utilizando abordagem exploratória

Orientações

complementares

Deixar os alunos manipularem as figuras menores (Kit do

aluno)

O professor deverá explorar o conceito de mosaico,

identificando alguns deles presentes na natureza, por

exemplo: uma colmeia. A partir daí pode ser pedido aos

alunos que identifiquem outros e tragam para serem

discutidos em sala de aula.

Outras

possibilidades

O professor pode propor a construção de mosaicos,

restringindo os tipos de formas geométricas utilizadas.

Atividade 02

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160

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

Vale lembrar que o Roteiro descrito abaixo será, no caso dessa

atividade, de uso do professor, não devendo ser entregue ao aluno,

como acontece nas outras atividades desse caderno.

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161

Para início de conversa...

O professor, com a ajuda dos alunos, irá construir um mosaico em maior

escala utilizando o quadro magnético e o conjunto de peças magnéticas

do “kit professor”. O professor deverá trabalhar o conceito de mosaico e

iniciar a construção limitando uma área a ser preenchida e colocando a

primeira peça.

Exercício...

A partir daí, cada aluno deverá levantar-se e encaixar uma peça no

quadro magnético, expondo alguma particularidade daquela forma

escolhida, formando um mosaico. Todas as peças deverão estar

expostas sobre a mesa e, se o aluno precisar ajustar uma peça que foi

anteriormente colocada no mosaico, deverá se justificar. É interessante

que no final seja registrado o resultado através de uma foto que deverá

ser exposta para a escola junto com as fotos das outras turmas.

Desafio!

Para a próxima aula, o aluno deverá trazer recortes de diferentes formas

geométricas de diferentes tamanhos. Na aula seguinte, com os recortes

prontos, peça-os para formar seu próprio mosaico, preenchendo uma

folha de papel A4.

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162

TRABALHANDO O CONCEITO DE ESCALA A PARTIR DA CONSTRUÇÃO

DE UM MAPA DA ESCOLA E SUA VIZINHANÇA UTILIZANDO O

CONJUNTO DE FORMAS GEOMÉTRICAS

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Desenvolver o senso estético e a criatividade.

Desenvolver a percepção espacial.

Trabalhar o conceito de escala.

Pré-requisitos Conhecer as formas geométricas

Razão, proporção

Segmento Séries Finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Formas geométricas

Razão, proporção

Representação em escala.

Metodologia Trabalho em grupo utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

Deixar os alunos manipularem as figuras menores (Kit do

aluno)

Outras

possibilidades

O professor pode, no caso de não possuir o “kit do aluno”,

construir as formas geométricas com materiais diversos,

inclusive com recortes.

Atividade 03

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163

Para início de conversa...

O mapa Abaixo representa parte de uma cidade. Reproduza sobre sua

mesa este mapa utilizando as figuras geométricas que foram entregues

a vocês.

Exercícios...

No caminho entre sua casa e a escola existem casas, prédios, praças e

outras construções. Com base nisso, desenhe, agora, o entorno da

região onde se encontra a escola, montando um mapa da mesma forma

como feito anteriormente com as suas figuras geométricas. Não se

esqueça das ruas e da sua escola também.

Criando uma escala para seu mapa.

Agora, com a trena, meça um dos muros da escola. Qual o valor

encontrado no seu comprimento, em metros?

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164

Agora transforme o valor encontrado em centímetros.

Agora, meça, em centímetros, o muro correspondente no mapa que

você criou.

Agora, com os dois comprimentos expressos na mesma unidade de

medida (centímetros), escreva quantas vezes maior é o comprimento

real do muro em relação ao comprimento do mesmo muro no seu

mapa?

Um mapa encontra-se em uma escala 1: 100 quando cada uma

unidade de medida no mapa corresponde a 100 unidades da medida

real.

Desafio!

Pensando nisso, crie a escala do seu mapa, a partir dos dados já

inseridos por você nas questões anteriores. Após fazer a conversão do

valor encontrado na medida do mapa para metros, escreva em que

escala você construiu seu mapa.

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165

DETERMINANDO O ÂNGULO CENTRAL DE UM POLÍGONO REGULAR

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Desenvolver a capacidade de identificar regularidades

em polígonos.

Pré-requisitos Operações básicas

Formas geométricas

Polígonos regulares

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Formas geométricas

Ângulo central de um polígono regular

Metodologia Trabalho individual utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

As ilustrações servirão como apoio para o professor

entender a atividade. Elas não deverão ser apresentadas

para o aluno.

Outras

possibilidades

O professor pode comprovar o resultado fazendo as

medições necessárias com régua e transferidor.

Atividade 04

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166

Para início de conversa...

Ângulo central é o ângulo formado por duas semi-retas com origem no

centro do polígono que passam por dois vértices consecutivos. Veja a

figura:

Exercícios...

Agora, com sua coleção de formas geométricas, desenhe o molde do

octógono regular numa folha de papel. Para isso, siga o passo a passo

abaixo indicado:

a) Coloque a peça sobre a figura desenhada.

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167

b) Faça uma marca no bloco e outra sobre a folha de papel.

c) Faça a rotação do bloco até que ele volte a cobrir o molde

novamente. Conte cada estágio e repita a operação até que a marca

volte à posição inicial, como é demonstrado na figura abaixo:

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168

Agora responda:

a) Quantas rotações fora realizadas?

b) Repita, agora, o procedimento com o Pentágono regular. Quantas

rotações foram realizadas?

c) Escreva a relação, na sua opinião, entre a quantidade de lados do

polígono e a quantidade de rotações.

Desafio!

Considerando que uma volta completa corresponde a um ângulo de

360o, escreva como é possível determinar a medida do ângulo central

de um polígono regular quando se conhece o número de lados.

Determine, então, diante de tudo o que foi discutido, o valor do ângulo central

de um eneágono, sem realizar o passo a passo anterior.

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169

POLIMINÓS

Um pouco de história...

Poliminós é o nome que se dá ao conjunto de quadrados justapostos

que têm sempre um lado em comum. Assim é possível formar:

O Monominó, com apenas um quadrado;

O tradicional dominó, com dois quadrados;

O triminó, com três quadrados;

O tetraminó, com quatro quadrados;

O pentaminó, com cinco quadrados;

O hexaminó, com seis quadrados; etc.

O primeiro registro sobre o pentaminó apareceu no livro The Cantebury

Puzzles, em 1907. Este livro foi escrito por Henry Ernest Dudeney, um

inventor inglês de quebra-cabeças. A formalização matemática do

pentaminó deve-se a Solomon Wolf Golomb, quando, em 1953, o

apresentou pela primeira vez numa palestra que proferiu no Harvard

Mathematics Club. Um ano depois, em 1954, a revista American

Mathematical Monthly apresentou um artigo de Golomb com o título

“Cheker Boards and Polyominioes”.

Somente em maio de 1959, os poliminós chegam ao conhecimento do

público em geral. Tal fato se dá por meio de um artigo publicado por

Martin Gardner na revista Scientific American. Segundo Gardner (1994,

p.150), “após tais publicações, vários pesquisadores passaram a

estudar os poliminós na tentativa de encontrar respostas para algumas

questões”, como, por exemplo: A partir do triminó, existe somente uma

forma de reagrupar os quadrados? A resposta até o presente momento

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170

é não.

Existe uma fórmula para encontrar o número de figuras de um

poliminó? A resposta novamente é não. A única coisa que sabemos é

que o número de figuras aumenta muito rápido toda vez que

acrescentamos um quadrado à figura anterior. Observa-se nesta

dimensão, que os poliminós vêm desafiando vários pesquisadores há

algum tempo, e quem sabe, muitas descobertas ainda irão surgir.

Os poliminós possibilitam o estudo de questões relacionadas à

Geometria, à Aritmética, à Álgebra e à Análise Combinatória. Também

desenvolvem a percepção espacial, o raciocínio lógico, a generalização

e o senso estético. Seu emprego é eficiente na compreensão e na

exploração de conceitos de semelhança, simetria, perímetro e área. O

material favorece, ainda, o desenvolvimento dos processos de

classificação, ordenação e descoberta de padrões. A construção de

diversas formas possíveis para cada tipo de poliminó conduz o aluno

de um critério inicial de tentativas aleatórias para um critério

consistente e ordenado.

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171

EXPLORANDO OS PENTAMINÓS

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Conhecer os Poliminós.

Desenvolver a percepção espacial e raciocínio lógico.

Reconhecer figuras iguais obtidas por rotação.

Desenvolver o conceito de simetria.

Pré-requisitos Não existem pré-requisitos para essa atividade

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental.

Conteúdos

abordados

Construção de poliminós.

Metodologia Trabalho em dupla utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

No item a, o professor deverá deixar que os alunos, a

princípio, esgotem todas as possibilidades de obtenção de

um certo triminó. A partir daí, o professor poderá agrupar os

triminós iguais, que para os alunos eram diferentes, por

estarem em posições diferentes. Veja o exemplo abaixo:

Nessa questão, aluno deverá perceber que só é possível

montar 2 triminós sem que haja repetição. Aproveite, então,

para mostrar que poderão existir, no decorrer do

desenvolvimento da atividade, figuras iguais por rotação.

Uma vez esclarecidas as dúvidas é que o professor permitirá

aos alunos a continuação das demais atividades.

Estipular um tempo para cada item, que dará à atividade uma

perspectiva de competição que poderá motivar os alunos.

Atividade 01

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172

Outras

possibilidades

O professor pode criar outros desafios envolvendo mais de

um poliminó na construção de figuras.

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

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173

Para início de conversa...

Utilizando três quadrados com 5 cm de lado do conjunto de formas

geométricas, responda: quantos triminós podem ser montados?

Utilizando quatro quadrados com 5 cm de lado do conjunto de formas

geométricas, responda: quantos tetraminós podem ser montados?

Utilizando cinco quadrados com 5 cm de lado do conjunto de formas

geométricas, responda: quantos pentaminós podem ser montados?

Exercícios...

Você criou triminós, tetraminós e pentaminós. Qual desses poliminós

permitiu uma maior variedade de possibilidades quanto à sua

montagem? Justifique.

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Desafio!

Quantas figuras podem ser criadas juntando um dominó com um

triminó? Utilize os quadrados de formas geométricas e depois desenhe-

as abaixo.

Fique atento para que você não repita as figuras quando

colocadas em posições diferentes.

.

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175

ESTUDANDO CONCEITOS DE ÁREA E PERÍMETRO COM OS PENTAMINÓS

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos Desenvolver a percepção espacial e raciocínio lógico.

Identificar a relação entre o perímetro e a área de figuras

obtidas por ampliação.

Pré-requisitos Conceito de Perímetro e área.

Razão e proporção

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental.

Conteúdos

abordados

Figuras geométricas.

Cálculo de Perímetro.

Cálculo de Área.

Metodologia Trabalho individual utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

Dar uma atenção maior aos itens b e c que exploram a razão

de proporcionalidade entre figuras semelhantes.

Estipular um tempo para cada item. Isso dará à atividade

uma perspectiva de competição que poderá motivar os

alunos.

As ilustrações servirão apenas como uma referência para o

aluno. Todo o trabalho deverá ser realizado com os

pentaminós do kit do laboratório de Matemática.

Outras

possibilidades

O professor poderá criar outros desafios envolvendo mais de

um poliminó na construção de figuras.

O professor poderá iniciar a atividade revisando o conteúdo

de semelhança de triângulos.

Atividade 02

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176

Para início de conversa...

Os pentaminós tratam-se do caso especifico dos poliminós formados

por cinco quadrados de lados justapostos sem a formação de

“buracos”, possibilitando, assim, a formação de um total de doze peças

diferentes. Para facilitar sua utilização, cada pentaminó está

devidamente nomeado de acordo com a letra com a qual possui maior

semelhança, como mostra a figura abaixo:

.

a) Formar um retângulo de medidas 10 x 6, em sua mesa, com todos

os pentaminós acima descritos, sem faltar ou sobrar nenhum.

b) Escolha um dos pentaminós acima e, com as peças que sobraram,

reproduza na sua mesa o pentaminó escolhido com tamanho que seja

três vezes maior que o original. Para desenvolver essa atividade,

considere o lado do quadrado menor sendo uma unidade de

comprimento e a área do quadrado menor uma unidade de área.

Depois disso, responda:

Qual o perímetro do Pentaminó escolhido?

Qual o perímetro do Pentaminó ampliado ?

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O que aconteceu com o perímetro quando você construiu uma figura 3

vezes maior ?

Quanto mede a área do Pentaminó escolhido?

Quanto mede a área do Pentaminó ampliado?

O que aconteceu com a área quando você construiu uma figura 3

vezes maior?

Exercícios...

Repita o procedimento do item b utilizando um Tetraminó qualquer,

analise os resultados e responda: Qual a relação entre o perímetro e a

área de uma figura e sua ampliação?

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178

Desafio!

Use todos os doze pentaminós para formar um retângulo 5 x 13, cujo

centro tenha um furo com a forma de qualquer um dos pentaminós e

construa-o na sua mesa.

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JOGANDO COM OS POLIMINÓS (ADAPTADO DO JOGO GOLOMB)

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Desenvolver a percepção espacial e raciocínio lógico.

Desenvolver o senso estético e a criatividade.

Pré-requisitos Conhecer os poliminós

Segmento Séries Finais do Ensino Fundamental.

Conteúdos

abordados

Formas geométricas.

Metodologia

(regra do Jogo)

Para se jogar, é necessário, no mínimo, uma dupla e, no

máximo, três jogadores, se for utilizada somente uma malha

8 x 8.

Orientações

complementares

Os alunos deverão, numa folha de papel ofício, desenhar

uma malha quadriculada 8 x 8 onde os quadradinhos

deverão ser iguais àqueles dos poliminós para que sejam

perfeitamente sobrepostos. O professor poderá, também,

imprimir essa malha quadriculada para os alunos, caso o seu

tempo seja restrito a uma aula.

Utilizando os triminós e pentaminós, o primeiro participante

escolhe uma das peças e coloca sobre o quadriculado do

tabuleiro. O segundo participante repete a operação, não

sendo permitido sobrepor partes das peças nem ultrapassar

as bordas dos tabuleiros. Os participantes alternam as

jogadas até que um deles fique impossibilitado de jogar,

sendo esse declarado perdedor.

Outras

possibilidades

O professor também poderá utilizar uma malha maior,

construída no quadro, por exemplo, dividir a turma em dois

grupos e propor uma competição.

É possível envolver outros poliminós no jogo.

Atividade 03

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180

GEOPLANOS

Um pouco de história...

Criado por Caleb Gattegno, do Institute of Education London

University, em 1961, o geoplano é originalmente constituído de um

pedaço de madeira, com aproximadamente 20cm de largura e 20cm

de altura, com pregos cravados a meia altura formando um

quadriculado. A distância de um prego até o outro é sempre a mesma,

tanto na horizontal quanto na vertical.

A partir de Gattegno, muitos outros pesquisadores em Educação

Matemática utilizam o geoplano como uma forte ferramenta para o

ensino de Geometria plana elementar, para o ensino de frações,

dentre outros.

De acordo com Sabbatiello (1967) “o Geoplano é um modelo

matemático que permite traduzir ou sugerir ideias matemáticas”.

Pensando assim, entende-se que os chamados materiais concretos

são alternativas interessantes para que alunos formulem hipóteses,

troquem ideias, façam descobertas, ou seja, enriqueçam o momento

de aprendizagem.

A mesma autora indica que “em um sentido mais extenso o geoplano

constitui um suporte concreto da representação mental, um recurso

que leva à realidade ideias abstratas” (SABBATIELLO, 1967).

O geoplano recebe o nome de quadricular quando sua malha formada

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181

por quadrados. Também podemos ter um geoplano com uma malha

formada por triângulos equiláteros, o qual é chamado isométrico. Já

se a malha for formada por circunferências concêntricas, chamamos

de geoplano circular.

Pensamos que a utilização do geoplano deve se dar como uma

ferramenta auxiliar no trabalho de Matemática, a partir de situações

que de fato sejam relevantes no e para o universo dos alunos.

As atividades podem ser trabalhadas em pequenos grupos ou

individualmente. Se o professor optar por um trabalho individual,

poderá confeccionar com os alunos seus próprios geoplanos. Tal

construção, por si mesma, já proporciona experiências geométricas

importantes, como o trabalho com os conceitos de medida,

perpendicularismo e paralelismo.

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182

CALCULANDO A SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS DE UM POLÍGONO

CONVEXO

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Calcular a soma das medidas dos ângulos internos de um

polígono convexo qualquer.

Identificar a relação entre a soma dos ângulos internos e o

número de triângulos obtidos no processo de decomposição.

Explorar a ideia de uma “regra” geral para a soma dos

ângulos internos em qualquer polígono convexo.

Pré-requisitos Soma dos ângulos Internos de um triângulo

Conceito de polígono convexo

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Soma dos ângulos Internos de um polígono convexo

Metodologia Trabalho em grupo ou individual utilizando abordagem

exploratório-investigativa

Orientações

complementares

É importante que o professor discuta com seus alunos sobre

a soma dos ângulos internos de um triângulo e sobre

polígonos convexos. Para isso, deixar os alunos inicialmente

manipulem o geoplano e nele construam diferentes

polígonos. A partir dessa construção, o professor poderá

diferenciá-los entre côncavos e convexos, a fim de um maior

conhecimento de suas características pelos alunos.

Ao final da atividade é interessante propor aos alunos que

façam a verificação da fórmula construída por eles. Para

isso, deverão, utilizando a fórmula encontrada calcular a

soma dos ângulos internos de um polígono arbitrário e,

recorrendo aos procedimentos realizados durante a

Atividade 01

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183

atividade, confirmar sua veracidade e, consequentemente

seu acerto ou erro, induzindo questionamentos.

Outras

possibilidades

Pode-se realizar a mesma atividade também com o geoplano

circular. Para isso, construa polígonos sobre uma

circunferência e divida-o em triângulos a partir do ponto

central. (Ver figura abaixo). Após repetir esse procedimento,

construindo diferentes polígonos, espera-se que o aluno

chegue à conclusão de que a soma dos ângulos internos é

expressa por:

S= 180 x n – 360°

Onde:

S = Soma dos ângulos internos

n = número de lados

A seguir, encontra-se o Roteiro de atividades para os alunos.

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184

Para início de conversa...

A figura mostra um Geoplano retangular onde foi construído um

polígono convexo de 6 lados. Após ser escolhido um vértice (nomeado

por “T”), foram traçados segmentos até os demais formando, assim, 4

triângulos.

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185

Sabendo que a soma dos ângulos internos de um triângulo vale 1800,

construa a figura acima no seu geoplano e, após explorá-la, escreva

como é possível calcular a soma dos ângulos internos do polígono a

partir da partição da figura em triângulos.

Agora, pensando em sua dedução, você deverá construir no Geoplano,

um de cada vez, diferentes polígonos convexos cuja quantidade de

lados se inicie a partir de um que possua 4 lados. Após construir o

polígono pedido, escolha um de seus vértices, como feito na figura

acima e, a partir dele, trace segmentos de reta até os demais vértices

formando triângulos.

Exercícios...

Agora, seguindo o roteiro da tabela abaixo, construa cada um dos

polígonos pedidos e preencha a tabela:

POLÍGONO -

NÚMERO DE LADOS

NÚMERO DE TRIÂNGULOS

FORMADOS A PARTIR DE

UM VÉRTICE

SOMA DOS ÂNGULOS

INTERNOS

4 LADOS

5 LADOS

6 LADOS

7 LADOS

8 LADOS

Analisando os resultados, responda:

a) Você consegue descrever alguma relação entre o número de

lados do polígono, a quantidade de triângulos obtidos e a soma dos

ângulos internos desse polígono? Descreva-a.

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b) Agora que você identificou a relação entre o número de lados,

número de triângulos possíveis e consequentemente a soma dos

ângulos internos, preencha a tabela abaixo sem realizar a partição da

figura no geoplano.

NÚMERO DE LADOS SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS

10 LADOS

15 LADOS

Desafio!

Se o polígono tiver n lados, como você pode, a partir deste dado

calcular a soma dos ângulos internos? Escreva sua resposta.

Então, a partir do que foi pensado por você, construa uma fórmula que

permita calcular a soma dos ângulos internos de um polígono convexo.

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187

CONHECENDO E EXPLORANDO O PLANO CARTESIANO COM O

GEOPLANO

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Conhecer o sistema de coordenadas cartesianas.

Reconhecer valores de abscissa e ordenada.

Identificar pontos no sistema cartesiano.

Entender o significado da solução de um sistema de

equações do 1o grau com duas incógnitas.

Resolver um sistema de equações do 1o grau pelo método

gráfico.

Pré-requisitos Equações do 1 grau com uma incógnita.

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Plano cartesiano.

Sistemas de equações do 1 grau.

Metodologia Trabalho em duplas utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

É importante que o professor discuta com seus alunos sobre

sistema de coordenadas. Para isso, é sugerido que antes da

atividade os alunos brinquem com o jogo “Batalha Naval”.

Nele, os jogadores devem localizar objetos por meio de

coordenadas que, para as linhas e colunas, são dadas,

respectivamente, por números e letras, a fim de uma maior

familiaridade com esse sistema de coordenadas.

Aprofundar o estudo de equações do 1º Grau, envolvendo

duas incógnitas, deixando claro para o aluno que a solução

desse tipo de equação não se restringe a uma raiz, mas sim

um conjunto infinito de soluções, cada uma representado por

um par ordenado.

Atividade 02

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188

Outras

possibilidades

É possível, utilizando o próprio geoplano como cartela e

atribuindo para as linhas e colunas respectivamente números

e letras, brincar de batalha naval, caso não seja acessível o

jogo propriamente dito. Localizar e esconder objetos em

posições que exigem um par de referências (horizontal e

vertical) é uma boa estratégia para introduzir a ideia de

coordenadas de um ponto.

No 9o Ano, o trabalho pode se utilizar o plano cartesiano

construído sobre o geoplano para representar o gráfico de

uma função afim.

É sugerido trabalhar com valores inteiros (valores discretos).

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

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Para início de conversa...

Utilizando o geoplano e atilhos de borracha, reproduza o sistema de

coordenadas cartesianas. O eixo vertical, você deverá chamar de “Eixo

das ordenadas” (valores de Y), enquanto que o eixo horizontal será

chamado de “Eixo das abcissas” (valores de X). Sendo assim, todos os

pinos do seu geoplano representarão pontos que serão reconhecidos

por um par de coordenadas: P= (X, Y). Vale lembrar que a interseção

dos eixos X e Y é reconhecida pelo para ordenado P= (0, 0) e que

nessa atividade a numeração se dá por números inteiros. Sabendo

disso, localize os pontos no seu geoplano: A=(2, 3); B=(-1, 5); C=(0, 6)

e D=(-3, 0).

Exercícios...

Escreva algebricamente a expressão:

A soma de dois números, x e y, inteiros e positivos resulta em 5.

_________________________________

Para você, quantos pares de números inteiros e positivos satisfazem à

relação apresentada acima?

Utilizando a tabela abaixo, escreva 3 pares de números, x e y, inteiros

e positivos, que satisfaçam à referida relação.

x y

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190

Utilizando o plano cartesiano construído no geoplano e considerando

os valores de x e y sendo coordenadas de pontos, identifique cada um

dos três pontos e, utilizando atilhos de borracha, construa a reta que

passa por esses três pontos. Você consegue identificar outros pontos

sobre essa reta? O que eles possuem em comum?

Agora, escreva algebricamente a expressão:

A soma de um número x inteiro e positivo com o dobro de y

também inteiro e positivo resulta em 8.

_________________________________

Para você, quantos pares de números inteiros e positivos satisfazem à

relação apresentada acima?

a) Utilizando a tabela abaixo, escreva 3 pares de números, x e y, inteiros e

positivos, que satisfazem a referida relação.

x y

Sem retirar os atilhos de borracha da expressão anterior, no seu

geoplano, identifique, agora, cada um dos três pontos identificados por

você na tabela acima e com atilhos de borracha represente a reta que

passa por esses três pontos.

Page 192: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · serem desenvolvidas no laboratório de Matemática das ... FIGURA 14- Declaração de um aluno a respeito ... PMDDE – Programa

191

Você consegue identificar o ponto de intersecção das duas retas?

Escreva-o: ( , ).

Quando duas equações de 1o grau com duas incógnitas são

escritas ligadas pelo conectivo e, dizemos que há um sistema de

duas equações do 1o grau com duas incógnitas.

Você, nos itens anteriores, escreveu duas equações do 1o grau com

duas incógnitas, x e y. Assim, com suas duas equações, monte agora

um sistema.

_____________________________ e ___________________________

(Escreva aqui a equação do exercício 1) (Escreva aqui a equação do exercício 2)

Considerando que a solução de um sistema de duas equações de 1o grau

com duas incógnitas, é um par de valores que atenda as duas equações

simultaneamente. Você consegue, com as tabelas de possíveis valores que

você construiu nos itens anteriores identificar a solução do sistema acima?

Existe alguma relação entre a solução do sistema e o ponto de

intersecção das retas? Justifique sua resposta.

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192

Desafio!

Resolva agora, o seguinte sistema de equações do 1o grau com duas

incógnitas, utilizando também seu geoplano. No final, represente o que

encontrou no sistema cartesiano abaixo:

2x + y = 10 e x – y = 2

x y

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193

UTILIZANDO O GEOPLANO PARA O ESTUDO DE ÁREAS

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Desenvolver o cálculo por estimativa.

Construir, a partir de experimentações, a fórmula para

cálculo da área de um triângulo.

Pré-requisitos Conceito de área.

Conceito de Polígono.

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Área de figuras planas

Metodologia Trabalho em grupo utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

Conversar com o aluno sobre a importância do cálculo de

área por estimativa, considerando que nem sempre os

instrumentos de medida são precisos e/ou as áreas medidas

são irregulares, por exemplo.

É importante salientar que cada quadrado menor do

geoplano representa uma unidade de área. Fica a critério do

professor estabelecer qual unidade será usada (cm², m², km²

ou outras) .

Sugere-se que os problemas sejam resolvidos sem a

utilização de fórmulas.

Outras

possibilidades

É possível, no decorrer da atividade, explorar o conceito de

perímetro. Porém, se faz necessário ter a certeza de que o

aluno já domine o Teorema de Pitágoras, caso haja figuras

que utilizem segmentos diagonais.

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

Atividade 03

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194

Para início de conversa...

Construa no geoplano os polígonos abaixo e estime sua área, inserindo

os valores correspondentes na tabela abaixo:

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195

FIGURA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

ÁREA

FIGURA 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

ÁREA

Construa no geoplano os triângulos abaixo representados. Estime a

área de cada um, identificando a sua base e a sua altura. Complete a

tabela a seguir:

FIGURA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

BASE

ALTURA

ÁREA

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196

Exercícios...

Agora responda:

Você consegue identificar uma relação entre a base e a altura dos

triângulos e as suas respectivas áreas? Descreva-a.

Atribuindo para a área, altura e base símbolos respectivamente iguais

a A, h e b, construa uma fórmula a partir da descrição realizada por

você.

São apresentados abaixo cinco triângulos diferentes. Compare suas

áreas, escreva a relação entre elas. Eles possuem a mesma área?

Justifique sua resposta.

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197

Desafio!

Utilizando o geoplano para fazer as experimentações necessárias,

verifique se a afirmação abaixo é verdadeira.

“Dado um triângulo qualquer, se fixarmos a base e aumentarmos a

altura em 1 unidade de comprimento, a área do novo triângulo

ficará aumentada de 1 unidade de área”.

Caso a afirmação não seja verdadeira, reformule-a mantendo a

hipótese de que a base é fixa e a altura aumenta em 1 unidade.

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198

FÓRMULA DE PICK

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Construir, a partir de experimentações, a fórmula para

cálculo da área de um POLÍGONO QUALQUER no geoplano

quando dele se conhece a quantidade de pontos da fronteira

e a quantidade de pontos no seu interior.

Pré-requisitos Conceito de área.

Conceito de Perímetro.

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Área de figuras planas

Metodologia Trabalho em grupo utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

Realizar previamente um trabalho que contemple conceitos

de área e perímetro

Outras

possibilidades

É possível aplicar a atividade em qualquer série do Ensino

Médio.

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

Atividade 04

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199

Para início de conversa...

A fórmula de PICK nos permite calcular a área de um polígono

qualquer quando conhecemos a quantidade de pontos situados na

periferia da figura e a quantidade de pontos no interior dela.

Por exemplo:

A figura abaixo é um polígono constituído por 6 lados (hexágono) que

apresenta 8 pontos em sua periferia e 1 ponto interno.

Na figura tomada como exemplo fica fácil identificar que sua área vale

4 unidades, como indicado abaixo.

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200

Exercícios... Deduzindo a fórmula de PICK.

Para chegar a essa regra geral, vamos lhe dar uma pequena ajuda.

São apresentadas abaixo figuras com 8 pontos na fronteira e 0, 1 e 2

pontos internos respectivamente. Calcule a área de cada uma dessas

figuras, considerando cada quadrado menor uma unidade, e anote os

resultados encontrados.

,

Pontos na fronteira 8 8 8

Pontos no interior 0 1 2

Área

Realize, agora, outros experimentos, modificando a quantidade de

pontos da periferia e internos. Procure nas análises e dados obtidos

com essas figuras, encontrar algum padrão que possa te levar a uma

generalização, ou seja, procure verificar a relação que há entre a

quantidade de pontos que a figura apresenta em sua periferia, a

quantidade de pontos no seu interior e sua área. Agora descreva suas

observações abaixo:

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201

Desafio!

Representando cada uma dessas grandezas pelos símbolos: P (pontos

da periferia); p (pontos internos) e A (área), escreva a fórmula de PICK.

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202

REFLETOR

GEOMÉTRICO

Um pouco de história...

Um dos mais importantes objetos mágicos a ser considerado é o espelho. Dada a sua

particularidade de refletir imagens, perfeitas ou deformadas, iluminadas ou na

penumbra, no espelho colhemos aquilo que somos, bem como tudo aquilo que

deixamos de ser. Segundo tradições esotéricas orientais e ocidentais, o espelho é

instrumento da iluminação.

Na verdade, ninguém sabe com exatidão qual a origem do espelho. Sabe-se, é claro,

que está atrelada à descoberta do vidro, a qual, segundo Plínio (23-79 d.C.), ocorreu

primeiramente entre os fenícios. Achados arqueológicos, entretanto, revelam contas de

vidro manufaturadas, fabricadas pelos egípcios antes mesmo de 3000 a.C., na

transição da idade do cobre para a do bronze. Acredita-se que os egípcios já

dominassem a técnica de soprar o vidro por volta de 1400 a.C., a partir da 18ª dinastia.

Vale lembrar, ainda, que o corpo de Ramsés II, que reinou de 1290 a 1224 a.C., foi

encontrado pelo arqueólogo Gaston Maspero, em 1886, em um cofre de vidro.

Certo também é que fenícios e egípcios fabricavam espelhos de bronze desde 2000

a.C. O espelho foi imortalizado em vários contos de fadas, ganhando maior destaque na

história de Branca de Neve, na qual a bruxa-madrasta tem o poder de invocar o gênio

do espelho, que lhe permite saber tudo o que ocorre à sua volta.

O material Refletor Geométrico proporciona, a partir das propriedades dos espelhos

planos, a obtenção dos polígonos regulares cujo numero de lados depende do ângulo

formado pelos dois espelhos.

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203

CONSTRUINDO POLÍGONOS COM ESPELHOS

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Inserir o transferidor no ambiente escolar.

Definir o que são polígonos regulares.

Identificar polígonos de acordo com o número de lados

Pré-requisitos Diferentes tipos de triângulos

Conceito de ângulo e sua medição com o transferidor.

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Polígonos regulares.

Ângulo central de um polígono regular.

Metodologia Trabalho em dupla utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

Algumas ilustrações são resultados obtidos na ocasião que a

atividade foi aplicada experimentalmente.

Antes de iniciar a atividade, o professor deverá ensinar e/ou

revisar com o aluno sobre a medição de ângulos com o

transferidor.

Outras

possibilidades

É possível, explorar o conceito de simetria e reversão de

imagens e número de imagens conjugadas por uma

associação de espelhos planos.

O professor poderá, ainda, montar um refletor geométrico

com a utilização de papelão dobrado ao meio como base

para os espelhos, compensado com dobradiças etc.

A seguir, roteiro para o professor da atividade proposta.

Atividade 01

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204

Forneça ao aluno uma folha de ofício com o desenho de um triângulo

equilátero, conforme o modelo abaixo.

Triangulo Equilátero

Peça ao aluno que posicione os espelhos de maneira que a abertura

dos mesmos coincida com as laterais do triângulo. Veja a figura abaixo.

Peça ao aluno que observe o que acontece, e após discussão em sala de aula,

peça aos alunos para responder o roteiro de atividade, a seguir.

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205

Para início de conversa...

Após executar os passos pedidos pelo seu professor e com a

discussão em sala de aula, com sua dupla, responda:

a) Que figura que se formou? Quantos triângulos há nela?

b) Diminua, então, a abertura dos espelhos. O que você observa?

Agora, utilizando seu transferidor e ainda mantendo o eixo dos

espelhos sobre o vértice do seu triângulo, crie ângulos entre os

espelhos seguindo o roteiro da tabela e preencha-a:

Ângulo entre os dois espelhos (Ângulo central do Polígono regular)

Polígono regular observado

600

450

400

Decágono

Duodecágono

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206

Exercícios... Para pensar: Sabendo que uma volta completa corresponde a uma

abertura de 360o, é possível antecipar o tipo de polígono que será

gerado quando conhecemos o ângulo formado pelos espelhos? De que

forma?

Agora abra os espelhos em 35o. O que você observa? Explique o

resultado.

Desafio!

Um produtor de teatro deseja filmar uma cena com 12 dançarinos.

Porém, só dispõe de duas bailarinas e dois grandes espelhos planos.

Como ele deve proceder para que consiga atingir seu objetivo? Faça

um desenho ilustrando a sua solução e descreva o que você pensou.

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207

BALANÇA ALGÉBRICA

Um pouco de história...

As balanças tiveram origem na antiga civilização egípcia, em torno de 5000

a.C. Este aparelho é destinado a determinar a massa dos corpos ou, como

se diz em linguagem comum, para "pesá-los".

Balanças existem dos mais diversos tipos, cada uma com certa

sensibilidade, capaz de assimilar pequenas variações de massa.

As balanças possuem diversas características, como:

Sensibilidade - uma das mais importantes características, diz-se que uma

balança é sensível ao miligrama quando, por exemplo, a massa de um

miligrama em um dos pratos consegue provocar o desequilíbrio, inclinando-

o para o lado.

Fidelidade - é ter o mesmo resultado sempre que medir a mesma massa.

Temos que observar que o resultado da pesagem não seja influenciado pela

posição do corpo no prato da balança.

Justeza - existe sempre equilíbrio quando se colocam massas iguais nos

dois pratos, quando temos braços iguais.

A manipulação dos elementos da balança algébrica fornece uma base

experimental para o desenvolvimento de ideias abstratas. O seu uso em

tarefas cooperativas de grupo incentiva as crianças a explorar, discutir e

fazer conjeturas. Os alunos poderão, aqui, representar fisicamente

equações e resolvê-las. A balança algébrica explora a noção de equilíbrio

físico e a sua metáfora, na resolução de equações. Metáfora que, em

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208

particular, permitirá aos alunos desenvolverem estratégias para a resolução

de equações.

A balança algébrica é composta de “pesos” e pinos. As primeiras atividades

devem objetivar a compreensão do funcionamento da balança, ou seja,

onde devemos colocar pesos usando os dois braços da balança para obter

o equilíbrio.

Após o aluno ter compreendido essa ideia, ou seja, o funcionamento da

balança e as condições de equilíbrio, o professor poderá propor as outras

atividades.

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209

RESOLVENDO EQUAÇÕES DO 1O GRAU: INCÓGNITA COM COEFICIENTE

UNITÁRIO

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Facilitar a compreensão de uma estrutura algébrica

Compreender o conceito de raiz de uma equação.

Pré-requisitos Operações básicas

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Cálculo da raiz de uma equação do 1o grau.

Metodologia Trabalho em dupla utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

Numerar os pinos adotando o eixo de rotação (pino central)

como zero (0) e, partir dele, numerar de 01 a 10 para direita

e de 01 a 10 para esquerda.

Através da manipulação, faça o aluno perceber que os

corpos de cores diferentes possuem massas diferentes.

Permita que os alunos resolvam os problemas algébricos

testando hipóteses para os valores das incógnitas. Isso lhes

dará familiaridade com o comportamento da balança e suas

relações com a Matemática.

Mesmo que os alunos já obtenham as respostas corretas

com o teste de hipóteses (uma estratégia aritmética),

incentive-os a escrever equações sobre o comportamento da

balança (uma estratégia de modelagem algébrica).

Peça-os para registrarem todos os tipos de expressões

produzidas.

Cada aluno ou dupla deve ser convidado(a) para apresentar

sua equação, explicando os detalhes de como a construiu.

Atividade 01

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210

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

Isso pode tomar muito tempo da aula, mas o

desenvolvimento dessa capacidade de construir argumentos

para defender ideias é muito importante.

A resposta correta não precisa ser alcançada já no primeiro

problema. Aliás, uma resposta correta não indica

necessariamente que um aluno pensou “mais corretamente”

do que outro que deu uma resposta errada. Portanto, planeje

vários problemas e muitas situações, nas quais os alunos

possam, gradualmente, exercitar sua capacidade de

construir representações matemáticas e defender seus

pontos de vista.

Antes de iniciar a parte 2 da atividade, certifique-se de que o

aluno tenha entendido a relação entre as massas dos corpos

amarelo e vermelho (3:1).

Outras

possibilidades

O professor pode estender a atividade, por meio de

interdisciplinaridade, dando um maior significado a ela,

aplicando-a no estudo de alavancas inter-fixas.

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211

Parte 01

Para início de conversa...

a) Equilibre a balança colocando dois corpos de mesma cor, um de

cada lado. Existe uma única possibilidade (posição) de equilíbrio?

Investigue outras e anote a condição para que ocorra o equilíbrio.

b) Equilibre a balança utilizando três corpos de mesma cor: um de um

lado e dois do outro. Lembre-se de que é possível colocar mais de um

corpo em um mesmo gancho da balança algébrica. Investigue outras

possibilidades e anote a condição para que ocorra o equilíbrio.

c) Usando dois corpos de mesma cor, coloque um deles no pino 05 em

um dos lados da balança. Coloque outro no pino 02 do outro lado e

verifique se foi estabelecido o equilíbrio. Comente e anote suas

observações.

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212

d) Agora você deverá colocar um terceiro corpo de mesma cor que os

dois anteriores e, com ele, estabelecer o equilíbrio. Você seria capaz

de explicar o porquê de isso ter acontecido?

Exercícios... Qual a relação, na sua opinião, entre o que você verificou e a equação:

X + 2 = 5

Na equação acima, o termo x, por ser desconhecido, é chamado de incógnita da

equação. Chamamos de raiz da equação o valor numérico encontrado para x.

Sabendo disso, qual é a raiz da equação que você acabou de resolver

utilizando a balança algébrica?

Agora, usando novamente a balança algébrica, calcule a raiz da

equação: x + 3 = 9. O valor da raiz da equação é: x = _______

Desafio!

Converse com sua dupla sobre as atividades desenvolvidas e crie novas

equações com suas devidas raízes.

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Parte 02

Para início de conversa...

a) Equilibre a balança com um corpo vermelho e outro amarelo, um de

cada lado. Comente e anote suas observações.

b) Com a balança em equilíbrio, troque o corpo vermelho por corpos

amarelos. Quantos corpos amarelos devem substituir o vermelho para

manter a balança em equilíbrio? Identifique quantos corpos amarelos

equivalem a um vermelho.

c) Recoloque o corpo vermelho no lugar dos amarelos. Identifique a

posição de cada um e escreva a relação que há entre as massas dos

corpos vermelhos e amarelos e a posição que devem ocupar para

estabelecer o equilíbrio. Comente e anote suas observações.

d) Coloque um corpo vermelho no pino 02 da balança algébrica. Qual

deve ser a posição do pino amarelo para se estabelecer o equilíbrio?

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214

Exercícios... Agora, perceba a seguinte igualdade:

2 x 3 = 6 x 1

Identifique o que representam os algarismos 2, 3 e 6 e 1 dessa

igualdade com as posições ocupadas e as massas dos corpos amarelo

e vermelho.

2 x 3 = 6 x 1

Desafio!

Agora, utilizando quatro corpos amarelos colocados na posição 6 de um

dos braços da balança algébrica, queremos saber a posição em que

deve ser colocado um corpo de massa vermelho para estabelecer o

equilíbrio. Adotando tal posição como incógnita (X), escreva a equação

algébrica referente ao problema e identifique sua raiz.

2x + 4 = 6

2x + 2 = 10

3x + 2 = 2x + 4

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215

TANGRAM

Um pouco de história...

O Tangram é um quebra-cabeça chinês formado por 7 peças (5

triângulos, 1 quadrado e 1 paralelogramo). Com essas peças,

podemos formar várias figuras, utilizando todas elas sem sobrepô-las.

Não se sabe ao certo como surgiu o Tangram, apesar de haver várias

lendas sobre sua origem e o seu nascimento no mundo dos mortos.

Uma delas diz que uma pedra preciosa de toque se desfez em sete

pedaços, e com elas era possível formar várias formas, tais como

animais, plantas e pessoas. Outra diz, ainda, que um imperador

deixou um espelho quadrado cair, e este se desfez em 7 pedaços que

poderiam ser usados para formar várias figuras,de diversas formas,

jeitos e cores.

Enquanto uns afirmam que o nome Tangram vem da palavra inglesa

"tangam", de significado "misturas" ou "desconhecidos". Outros dizem

que a palavra vem da dinastia chinesa Tang, ou até do barco cantonês

"bundumocu", onde mulheres entretinham os marinheiros americanos.

Na Ásia o jogo é chamado de "300 placas".

O Tangram é considerado como parte da categoria quebra-cabeças,

mas convém analisar algumas diferenças. Enquanto os quebra-

cabeças tradicionalmente conhecidos são compostos por várias partes

que, quando coordenadas, possibilitam a construção de uma figura,

sendo que cada uma das peças ocupa sempre a mesma posição e

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216

tem, portanto, um lugar definido e uma relação de vizinhança única

entre si, o Tangram difere desses aspectos quanto à estrutura, pois

possui um número reduzido de peças e um lugar variável para a

colocação de cada uma delas, dependendo da figura a ser construída.

Nesse jogo, são muitas as possibilidades de disposição espacial de

uma peça, especialmente se forem observadas as diferentes

combinações em relação às outras.

O tangram utilizado em aulas de Matemática estimula os alunos a

desenvolverem a criatividade e o raciocínio lógico, habilidades

essenciais no estudo da disciplina.

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217

CONHECENDO O TANGRAM

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Identificar, nas peças do tangram, figuras da geometria

plana.

Pré-requisitos Conhecer figuras da Geometria plana

Segmento Séries iniciais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Figuras planas

Metodologia Trabalho em grupo utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

Estipular o tempo e sugerir uma competição pode tornar a

atividade mais atraente para o aluno.

Outras

possibilidades

Pode-se pedir para construir outra figura com as peças do

tangram, ou seja, não tem que ser necessariamente o

quadrado.

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

Atividade 01

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Para início de conversa...

Você agora está participando de uma competição e precisará ser

rápido no pensar e agir.

Só comece cada um dos exercícios quando o seu professor autorizar. Em

cada um dos exercícios abaixo, você deverá, então, assim que terminar, avisar o

professor.

Exercícios...

a) Construa, na sua mesa, um quadrado utilizando, para isso, duas

peças do seu Tangram.

b) Agora, construa um quadrado usando três peças.

c) Com quatro peças você precisa montar um quadrado. Como você

conseguiria resolver esse problema? Monte na sua mesa o que pensou.

d) Em qual desses exercícios você encontrou maior dificuldade? Por

quê?

Desafio!

Agora, para mostrar que você é fera, monte um quadrado com todas as

cinco peças do seu Tangram.

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219

UTILIZANDO O TANGRAM PARA CÁLCULO DE ÁREA POR ESTIMATIVA

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Estimar valor de área.

Representar uma parte por meio de fração.

Representar em forma percentual uma fração qualquer.

Desenvolver formas de raciocínio matemático.

Desenvolver e/ou aprimorar métodos de cálculos mentais.

Pré-requisitos Operações básicas.

Identificar e nomear polígonos.

Área de figuras.

Cálculo de porcentagem.

Segmento Séries finais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Fração

Área de Figuras planas.

Porcentagem

Metodologia Trabalho individual ou em grupo utilizando abordagem

exploratório-investigativa

Orientações

complementares

O professor deverá deixar que cada aluno desenhe sua

própria malha quadriculada. Fazendo isso, ele estará

utilizando conceitos importantes, como, por exemplo,

paralelismo, perpendicularidade e regularidade.

Outras

possibilidades

Após realizar a atividade, é possível aumentar sua

complexidade sobrepondo sobre a malha figuras quaisquer e

pedir ao aluno que estime sua área.

Atividade 02

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220

Professor:

O tangram recebido por cada aluno/grupo possui lado medindo 15 cm.

Peça aos alunos que construam no papel A4 uma malha quadriculada

com lados medindo 1 cm. A distribuição, então, ficará conforme mostra

a figura abaixo:

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

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221

Para início de conversa...

a) Construa a malha quadriculada em uma folha de papel A4, seguindo

as orientações do seu professor.

b) Agora, monte seu tangram sobre essa malha quadriculada produzida

por você, de modo que não sobrem peças, nem que elas se

sobreponham, nem que as peças saiam da margem de sua malha.

c) Sabendo que cada quadradinho possui área de 1cm2, preencha a

tabela com os dados das sete peças que compõe seu tangram. (você

deverá fazer estimativas para preencher a tabela, e poderá encontrar

valores fracionários).

Peça ( desenho) Área Fração Percentual

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Exercícios... a) Some os valores das áreas referentes a cada peça. Você concorda

com o resultado encontrado? Comente sua resposta.

b) Some os valores fracionários referentes a cada peça. Você concorda

com o resultado encontrado? Comente sua resposta.

c) Some os valores percentuais referentes a cada peça. Você concorda

com o resultado? Comente sua resposta.

Desafio!

Construa, com três peças que você desejar do seu Tangram uma figura

cuja área seja correspondente a, aproximadamente, 38% da área de

sua malha quadriculada. Descreva abaixo o seu raciocínio.

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ALVO

Um pouco de história...

O arco e flecha, também conhecido como tiro com arco, surgiu na pré-história

para uso na caça e em guerras, onde foi intensamente utilizado até a invenção

das armas de fogo. Hoje é um esporte olímpico que tem como objetivo atingir o

centro do alvo. Foi no século XVI que a prática passou a ser vista como um

esporte, com competições semelhantes às atuais. O mais antigo torneio ocorreu

na Inglaterra de 1673, em Yorkshire.

A modalidade foi introduzida nos Jogos Olímpicos modernos em 1900, sendo

disputado até 1920 (exceto em 1912), com provas muito diversas. A discrepância

entre as regras aplicadas nos diferentes países fez com que a modalidade ficasse

ausente do evento por várias décadas. A partir de 1972, em Munique, com a

adoção das regras da Federação Internacional de Tiro com Arco (FITA), o esporte

voltou aos Jogos onde continua presente até os dias atuais, apenas no individual

até 1984, passando, a partir de 1988, a incluir a disputa por equipes. Nos Jogos

Olímpicos jogam-se quatro eventos de tiro com arco, todos realizados ao ar livre,

utilizando um arco recurvo na distância de setenta metros.

A Coreia do Sul é o país com maior tradição olímpica do Arco e Flecha. Desde os

jogos de 1984, este país conquistou 16 das 26 medalhas de ouro no esporte. Em

Pequim, em 2008, os atletas sul-coreanos estabelecerem cinco novos recordes

olímpicos, um recorde mundial, e conquistaram sua sexta medalha de ouro

consecutiva na competição por equipes femininas, além da terceira consecutiva

por equipes masculinas.

Apesar de o alvo não ser um material didático matemático, entende-se que a sua

utilização poderá beneficiar o entendimento acerca do Sistema de Numeração

Decimal de forma prazerosa para o aluno.

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PROBLEMAS ENVOLVENDO TIRO AO ALVO

Exemplo de situação-problema a ser passada aos alunos:

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Construir o significado de Sistema de Numeração Decimal

explorando situações-problema que envolvam contagem.

Compreender e fazer uso do valor posicional dos algarismos,

no Sistema de Numeração Decimal.

Pré-requisitos Conhecer numeração até centenas

Segmento Séries iniciais do Ensino Fundamental

Conteúdos

abordados

Sistema de Numeração Decimal

Operações de Adição e Subtração.

Metodologia

Trabalho em dupla utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

Antes do início da atividade, o professor deverá realizar uma

breve explicação sobre o material a ser utilizado, utilizando o

alvo maior e o quadro magnético, presentes no material de

laboratório de Matemática.

No momento de resolver os problemas, realizar o mínimo de

intervenções e deixar que as duplas discutam suas soluções.

Outras

possibilidades

Na falta desse material didático no laboratório de

Matemática, o professor poderá produzir seu próprio alvo em

materiais diversos, como EVA, cortiça, por exemplo, ou

mesmo desenhá-lo no quadro.

A atividade pode ser desenvolvida fazendo o registro da

pontuação no ábaco.

O professor poderá iniciar a atividade discutindo primeiro o

problema com os alunos, a fim de tentar facilitar o

entendimento da questão.

O professor deverá propor outros problemas com a mesma

estrutura da apresentada no exemplo a seguir.

Atividade 01

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Uma pessoa obteve 113 pontos acertando 5 dardos. Marque, no alvo a

seguir, as posições dos dardos para obter esta pontuação.

Espera-se que o aluno perceba que na notação do próprio número

já estão explícitas as posições das flechas: 1 flecha na casa dos

100, 1 flecha na casa dos 10 e 3 flechas na das unidades.

A seguir o Roteiro de atividades para ser trabalhado com os alunos.

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Para início de conversa...

Uma pessoa obteve 231 pontos acertando 6 dardos. Marque no alvo a

seguir as posições dos dardos para obter essa pontuação.

Exercícios... a) Qual a maior pontuação possível de se obter acertando 3 flechas no

alvo? Justifique sua resposta.

b) Qual a menor pontuação possível de se obter acertando 3 flechas no

alvo? Justifique sua resposta.

c) Quantas são as pontuações possíveis com 5 flechas acertando o alvo ?

Liste-as.

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d) Você consegue encontrar alguma relação entre os algarismos que

compõem esses números? Escreva-a.

Desafio!

Seria possível, acertando cinco dardos, obter 312 pontos? Justifique

sua resposta. Em caso positivo, desenhe o alvo indicando como

ficariam os dardos no alvo e, em caso negativo desenhe o alvo com a

pontuação mais próxima de 312 possível.

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ÁBACO DE PINOS

Um pouco de história...

O ábaco é um antigo instrumento de cálculo, formado por uma moldura com

bastões ou arames paralelos, dispostos no sentido vertical, correspondentes,

cada um, a uma posição digital (unidades, dezenas,...) e nos quais estão os

elementos de contagem (fichas, bolas, contas,...) que podem fazer-se deslizar

livremente. Teve origem provavelmente na Mesopotâmia, há mais de 5.500

anos. O ábaco pode ser considerado como uma extensão do ato natural de se

contar nos dedos. Emprega um processo de cálculo com sistema decimal,

atribuindo a cada haste um múltiplo de dez. Ele é utilizado ainda hoje para

ensinar às crianças as operações de somar e subtrair.

Como foi exposto, segundo muitos historiadores, o ábaco foi criado na

Mesopotâmia, pelo menos em sua forma primitiva mas, foram os chineses e

romanos que o aperfeiçoaram.

O instrumento seria uma tábua de argila sobre a qual se espalhava um pouco

de areia, serragem ou cal para permitir que se desenhasse sobre ela com um

bastão.

Acredita-se que daí originou-se a palavra ábaco, cuja forma em latim abacus,

viria do grego abakos. Esta era um derivado da forma genitiva abax (lit. tábua

de cálculos). Porque abax tinha também o sentido de tábua polvilhada com

terra ou pó, utilizada para fazer figuras geométricas. Alguns linguistas

especulam que tenha vindo de uma língua semítica (o púnico abak, areia, ou o

hebreu ābāq (pronunciado a-vak, areia).

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ADIÇÃO COM ÁBACO DE PINOS

A seguir as orientações para o professor trabalhar com o ábaco de

pinos com seus alunos.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Objetivos

Construir o significado de Sistema de Numeração Decimal

explorando situações-problema que envolvam contagem

através do ábaco de pinos.

Compreender e fazer uso do valor posicional dos algarismos

no Sistema de Numeração Decimal.

Compreensão e aprendizado das operações: adição e

subtração.

Pré-requisitos Conhecer numeração até centenas

Segmento Séries iniciais do Ensino Fundamental.

Conteúdos

abordados

Sistema de Numeração Decimal

Operações de Adição e Subtração.

Metodologia

Trabalho em dupla utilizando abordagem exploratório-

investigativa

Orientações

complementares

Antes do início da atividade, o professor deverá realizar uma

breve explicação sobre o funcionamento do ábaco,

destacando o valor posicional dos algarismos.

No momento de resolver os problemas, realizar o mínimo de

intervenções e deixar que as duplas discutam suas soluções.

Outras

possibilidades

É possível trabalhar a mesma atividade utilizando tampinhas

de cores diferentes ou outro material alternativo. Fazendo

isso, o professor poderá trabalhar com um ábaco por aluno.

O professor poderá trabalhar com outros valores posicionais,

de acordo com a necessidade dos alunos, ampliando para

unidades, dezenas e centenas de milhar, por exemplo.

Atividade 01

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Orientações para o trabalho com ábaco de pinos

Divide-se os alunos em duplas, cada dupla deverá conjecturar como

representa um número no ábaco. A única coisa que deve ser passada

para os alunos é que os PINOS representam as unidades, dezenas,

centenas e unidade de milhar, da esquerda para direita,

respectivamente.

A partir daí, o professor dita um número e os alunos têm que

representar nos seus ábacos.

O professor propõe algumas somas de duas parcelas de modo que a

soma dos algarismos de cada ordem não ultrapasse 9 unidades (isto é,

não haja reserva ou o famoso “vai um). Os alunos expõem as suas

conclusões e o professor introduz como faz a adição no ábaco.

Além disso, o professor deve chamar atenção para o fato dos

algarismos da mesma ordem ocuparem a mesma posição, isto é,

unidades embaixo de unidades, dezenas embaixo de dezenas.

A seguir os alunos são questionados sobre como agiriam se a soma

dos algarismos de uma ordem ultrapassasse nove unidades. Neste

momento é preciso lembrar que:

10 unidades = 1 dezena

10 dezenas = 1 centena

10 centenas = 1 unidade de milhar

A partir daí, o professor deverá escrever no quadro algumas somas com

reserva e deixar que as duplas discutam a solução.

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SUBTRAÇÃO COM ÁBACO DE PINOS

A grande questão envolvida nas técnicas da subtração são as trocas

entre ordens, pois, nos algoritmos, dez unidades são trocadas por uma

dezena, dez dezenas por uma centena e vice-versa, traduzindo a

essência do sistema de numeração decimal.

As subtrações serão propostas com um nível de dificuldade crescente.

O professor lança uma subtração, utilizando apenas uma parcela aos

alunos. Depois de um tempo estipulado, os alunos expõem as suas

conclusões e o professor introduz como faz a subtração no ábaco.

Depois que eles resolveram a atividade anterior, o professor muda o

problema inicial, com a utilização de algarismos com duas ordens,

necessitando de decomposição do número (“pegar emprestado”). E faz

as seguintes perguntas aos alunos: Como é que o problema novo

difere do primeiro? O que acontecerá quando estivermos a resolver o

segundo problema?

Neste momento, os alunos devem se lembrar que nas atividades de

adição tinham muitas unidades, e naquela situação compuseram as

unidades em dezenas. Então, o professor levanta a seguinte questão:

O que podemos fazer quando não temos unidades que chegam?

Podemos decompor uma dezena de novo em unidades e desse modo

introduzimos o conceito de decompor uma unidade de ordem superior

em 10 unidades de ordem inferior. Assim, “ao usar o conceito de

decompor uma unidade de ordem superior, o procedimento da

subtração é explicado de um modo que mostra a sua ligação com a

operação da adição. Fornece um apoio conceitua maior para a

aprendizagem da subtração e reforça a aprendizagem anterior dos

alunos.” Depois de ter discutido com os alunos sobre a subtração com

reagrupamento, o professor deverá passar no quadro algumas

operações de subtração. Utilizando o Ábaco, cada dupla deverá

resolver o Roteiro de atividades a seguir:

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SITUAÇÕES-PROBLEMA

Utilize o ábaco para resolver as seguintes situações-problema:

01. EM UM ÔNIBUS CABEM 35 PESSOAS SENTADAS E 20 PESSOAS EM PÉ. QUANTAS

PESSOAS CABEM DENTRO DESTE ÔNIBUS?

02. LUIZA TEM 40 PAPÉIS DE CARTA E MARINA TEM 60. QUANTOS PAPÉIS DE

CARTA MARINA TEM A MAIS QUE LUIZA?

03. NADINE E NATÁLIA RESOLVERAM FAZER UMA VIAGEM PARA CONHECER ALGUMAS

CIDADES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. SAÍRAM DE CACHOEIRO E FIZERAM O

ROTEIRO A SEGUIR:

CACHOEIRO – VENDA NOVA=86 KM

VENDA NOVA – VITÓRIA= 113 KM

VITÓRIA – LINHARES= 236 KM

QUANTOS QUILÔMETROS ELAS PERCORRERAM NESSA VIAGEM?

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REFERÊNCIAS

FIORENTINI, Dario; LORENZATO, Sérgio. Investigação em educação

matemática: percursos teóricos e metodológicos. 3 ed.rev. Campinas, SP:

Autores Associados, 2006. 227 p.

LORENZATO, S. Laboratório de ensino de matemática e materiais didáticos

manipuláveis. In: LORENZATO, Sérgio (Org). Laboratório de Ensino de

Matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados,

2006. p.3-38.

LORENZATO, Sérgio (Org). O laboratório de ensino de matemática na

formação de professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.

(Coleção Formação de Professores). 178p.

PEREZ, G; TURRIONI, Ana Maria Silveira. Implementando um laboratório de

educação para apoio na formação de professores Matemática. In:

LORENZATO, Sérgio (Org). Laboratório de Ensino de Matemática na

formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006. p.57-76.