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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO
PUC-SP
Diego Gen Klautau
O Bem e o Mal na Terra Mdia A filosofia de Santo Agostinho
em O Senhor dos Anis de J.R.R. Tolkien como crtica
modernidade.
Mestrado em Cincias da Religio
So Paulo
2007
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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO
PUC-SP
Diego Gen Klautau
O Bem e o Mal na Terra Mdia A filosofia de Santo Agostinho
em O Senhor dos Anis de J.R.R. Tolkien como crtica
modernidade.
Mestrado em Cincias da Religio
Dissertao apresentada Banca Examinadora da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, como exigncia parcial para obteno do ttulo de Mestre em Cincias da Religio sob a orientao do Prof. Doutor Luiz Felipe Pond
So Paulo
2007
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Banca Examinadora
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Dedico esta dissertao ao meu av Aldebaro, meu pai Afonso, minha me Ana Cristina, minhas irms Tiara e Luana e meu sobrinho Davi.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo minha famlia. Meu pai Afonso e toda famlia Klautau. Minha me Ana
Cristina e toda famlia Gen. Agradeo pelo suporte, pacincia e confiana. Agradeo pelo
amor, fonte inabalvel da esperana e da f.
Agradeo minhas irms Tiara e Luana, pelo carinho e pelo recomear sempre.
Agradeo minha Tia Ftima, pela acolhida em So Paulo.
Agradeo Fabiana, pela compreenso.
Agradeo todos meus amigos e amigas, leitores e leitoras de Tolkien, com os quais
vivi aventuras que ecoam em minha memria. Lminas, BloodWarriors, Belm by Night,
Caern do buraco do macaco, Caern urbano de comida, Caern do caboco avuado, So Paulo
by Night, Rage Across Iberia, Passargada Dark Ages. Um forte abrao.
Agradeo o Movimento dos Focolares, pela vida em Jesus, no amor recproco.
Agradeo a PUC-SP, pela minha graduao e mestrado.
Agradeo a Secretaria de Educao de So Paulo pelo Programa Bolsa-Mestrado.
Agradeo a Diretoria de Ensino Norte 1 e a Diretoria de Ensino So Bernardo do
Campo, pela oportunidade.
Agradeo o professor Luiz Felipe Pond pela orientao.
Agradeo o professor Afonso Soares pelo apoio.
Agradeo o professor Carlos Caldas pelo estmulo.
Agradeo o professor Jos J. Queiroz pelo respeito.
Agradeo J.R.R. Tolkien. Pelo trabalho, pela descoberta da virtude, pela vida, pela
orientao e pela certeza de que seria compreendido ao falar de Deus na literatura.
Agradeo o corao inquieto de Santo Agostinho.
Agradeo Maria. Sempre.
Agradeo Deus, pelas coisas que s Ele sabe.
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RESUMO
O Bem e o Mal sempre foram questes que preocuparam a humanidade. Seja
atravs da religio, da filosofia, e da arte, tais temas foram sempre abordados pelos homens.
A justificativa desta pesquisa se coloca na reflexo de uma existncia de significado e
sabedoria em tempos anteriores modernidade. Para esta, sua existncia seria o desenrolar
para o progresso e libertao do homem, desclassificando tudo o que existia antes como
perda de tempo e intil.
O Cristianismo de Santo Agostinho responde de forma diferente a tais questes. Na
literatura de Tolkien, estas expresses muitas vezes se tocam e se afastam. A falncia das
propostas modernas promove na literatura de Tolkien uma possibilidade de encontrar esta
discusso. Atravs de diversas fontes mitolgicas e de tradies crists medievais, Tolkien
cria, ou sub-cria, um mundo em que o Bem e o Mal so explcitos, ao mesmo tempo sutis
e quase tnues.
O tempo no tudo. Nem tudo se explica pela histria. Algo, que passa pela
histria, mas no est presa a ela, se apresenta na obra literria de Tolkien. Para tentar
entender esta tenso, entre a presena da histria e o movimento de libertao dela,
necessrio entender o que o Bem e o que o Mal, pois categorias impulsionadoras da
crtica presente na obra literria O Senhor dos Anis.
O mtodo bsico a reviso bibliogrfica, atravs da interpretao da literatura
como constituda de filosofia de Agostinho, e assim apresentando uma crtica ao contexto
histrico em que foi produzida. Como procedimento geral de raciocnio elaboramos o
roteiro de pesquisa, baseado na comprovao da hiptese avaliando os personagens de O
Senhor dos Anis como chaves para a compreenso dos conceitos de Bem e de Mal numa
leitura agostiniana.
Reconhecer numa literatura fantstica, um encontro do homem com suas reflexes
profundas, de natureza tica e moral, as ditas virtudes cardeais de Santo Agostinho, baseada
num trabalho de pesquisa literria e histrica, um caminho para o prprio sentido da vida.
Palavras-Chave: Literatura, Agostinho, Tolkien.
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ABSTRACT
The Good and the Evil had always been questions that had worried the humanity.
Either through the religion, of the philosophy, and the art, such subjects had been always
boarded for the men. The justification of this research if places in the reflection of an
existence of meaning and wisdom in previous times to modernity. For this, its existence
would be to uncurl for the progress and release of the man, declassifying everything what it
existed before as loss and useless time.
The Christianity of Saint Augustin answers of different form to such questions. In
the literature of Tolkien, these expressions many times if touch and if they move away. The
bankruptcy of the modern proposals promotes in the literature of Tolkien a possibility to
find this quarrel. Through diverse mithological sources and of medieval Christian
traditions, Tolkien creates, or ` sub-creates ', a world where the Good and the Evil are
explicit, at the same time subtle and almost tenuous.
The time is not everything. Nor everything is justified for history. Something, that
passes for history, but is not imprisoned it, it is presents in the literary composition of
Tolkien. To try to understand this tension, between the presence of history and the
movement of release of it, is necessary to understand what it is the Good and what is the
Evil, therefore compelling categories of the critical in the literary composition of The Lord
of the Rings.
The basic method is the bibliographical revision, through the interpretation of the
literature as constituted of philosophy of Augustin, and thus presenting a critical one to the
historical context where it was produced. As general procedure of reasoning we elaborate
the script of research, based on the evidence of the hypothesis evaluating the personages pf
The Lord of the Rings as keys for the understanding of the concepts of Good and Evil in a
augustinian reading.
To recognize in a fantastic literature, a meeting of the man with its deep reflections,
of ethical and moral nature, the said virtues cardinals of Saint Augustin, based on a work of
literary and historical research, is a felt way for the proper one of the life
Key-Words: Literature, Augustin, Tolkien.
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SUMRIO
Introduo.............................................................................................................................10
Captulo I: O Senhor dos Anis e o professor Tolkien - Texto e Contexto..........................13
1.1 Introduo...........................................................................................................13
1.2 Professor Tolkien Biografia.............................................................................16
1.3 Filologia, Estrias de Fadas e Mythopoeia.........................................................38
1.3.1 Resumo de O Senhor dos Anis.........................................................39
1.3.2 Filologia.............................................................................................43
1.3.3 Estrias de Fadas...............................................................................55
1.3.4 Mythopoeia........................................................................................71
Captulo II: Agostinho entre Histria e Literatura A Verdade e a Narrativa.....................77
2.1 Introduo...........................................................................................................77
2.2 Agostinho, o Imprio e a Igreja...........................................................................80
2.3 A filosofia de Santo Agostinho...........................................................................90
2.3.1 O Bem e o Mal.....................................................................................92
2.3.2 Natureza e Pecado Original..................................................................97
2.3.3 Livre-Arbtrio e Graa........................................................................103
2.3.4 Inincia e Felicidade...........................................................................111
2.3.5 Cidade de Deus e Cidade dos Homens...............................................118
2.4 Agostinho e Tolkien..........................................................................................131
Captulo III: Modernidade e Nostalgia A crtica agostiniana modernidade..................145
3.1 Introduo....................................................