políticas públicas: participação do poder público em programas de desenvolvimento …...
TRANSCRIPT
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
1
Políticas públicas: participação do poder público em programas de
desenvolvimento urbano sustentável
Diana P. Lira Llamoca Zárate – [email protected]– UFF/ICHS
Vinicius Almeida Costa– [email protected] – UFF/ICHS
Resumo
O trabalho foca na análise das estratégias de gestão adotadas pelo poder público,
especificamente com respeito à participação do Governo do Estado do Rio de Janeiro em
ações em prol do desenvolvimento urbano sustentável. A metodologia adotada para a
fundamentação teórica tem como base o estudo bibliográfico dos conceitos de cidades
sustentáveis, visto que permitem uma aproximação ao tema e sua aplicação sob a ótica das
políticas públicas. Sobre os limites do trabalho, há que se considerar o período da realização
da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas de 2016, ambas realizadas no Brasil, dadas as
grandes possibilidades que esses eventos iriam oferecer para o desenvolvimento da
infraestrutura da região fluminense.
Palavras-chave: Sustentabilidade, Políticas Públicas, Política Urbana.
1 – Introdução
Diversas cidades estão revitalizando áreas degradadas em busca do desenvolvimento
urbano sustentável. E um grande desafio, além de construir no construído, é garantir a
presença dos diversos atores locais (Poder Público, mercado e sociedade civil) com igualdade
de direitos para trazerem seus diferentes pontos de vista durante o processo decisório de
revitalização na busca do bem-estar social. E, neste ponto, o papel da Administração Pública
se destaca como orientador destas ações.
Assim, considerada a importância do tema para o desenvolvimento sustentável do
país, surge o problema central deste trabalho: como está sendo a participação do Poder
Público na formulação e implementação em programas de revitalização urbana? De que forma
o governo tem promovido a revitalização de áreas urbanas degradadas por meio de ações que
integrem participação da sociedade e desenvolvimento urbano? Quais são as principais
políticas públicas urbanas recentes?
Existe hoje uma grande quantidade de áreas degradadas ou subutilizadas nas cidades
brasileiras. Portanto, o resultado deste estudo será importante para avaliar e/ou repensar a
participação do Poder Público em outros projetos de revitalização que venham a ser
executados. Além disso, estudos na área de políticas públicas em projetos de revitalização
urbana são de grande importância para o desenvolvimento sustentável do País (ZÁRATE,
2015).
Segundo a “World Wildlife Fund” (WWF) ou “Fundo Mundial da Natureza” em
português, no Brasil não temos ainda nenhum modelo de cidade 100% sustentável, no entanto
muitas delas têm adotado medidas e ações voltadas para a sustentabilidade. Em 2015, Porto
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
2
Alegre (RS), Betim (MG), Manaus (AM), Fortaleza (CE) e Sorocaba (SP) foram candidatas a
capitais nacionais do Brasil no “Desafio das Cidades da Hora do Planeta”, iniciativa que
promovia atitudes sustentáveis. A cidade de Manaus, por exemplo, em fase de preparação
para sediar jogos da Copa do Mundo FIFA 2014, realizava seu primeiro inventário de emissão
de gases de efeito estufa de avaliação de impactos e mitigações do evento (WWF-Brasil,
2014).
Por fim, uma vez que a participação popular também esteja garantida e a implantação
do projeto de revitalização ocorra de forma satisfatória, os moradores locais serão
beneficiados e, em consequência, toda a sociedade ganhará indiretamente com estes
benefícios.
O trabalho proposto tem como objetivo geral verificar as estratégias de gestão
adotadas pelo Poder Público, mais especificamente da participação do Governo do Estado do
Rio de Janeiro, ocorridos durante o período da realização da Copa do Mundo 2014 e das
Olimpíadas de 2016 no Brasil.
Como forma de alcançar este objetivo delimitou-se os seguintes objetivos específicos:
caracterizar os marcos legais da área; bem como o conceito de políticas públicas e a
importância do envolvimento de diferentes atores para a prática do desenvolvimento
sustentável; e analisar a participação do setor público nas fases de formulação de programas
de desenvolvimento urbano sustentável.
2 – Referencial Teórico
2.1 – Políticas Públicas
Existem diversas percepções sobre o que são políticas públicas. Segundo David
Easton, apud Santos, “as políticas públicas são a alocação autorizada de valores para toda a
sociedade” (SANTOS, 2012, p.57). Em outras palavras, mas no mesmo sentido, Sousa
acredita que são planos conduzidos pelo governo com o intuito de promover o bem estar da
sociedade.
Já Thomas Dye, apud Santos, afirma que tais políticas são o que quer que os governos
escolhem fazer ou não fazer, uma vez que, para ele, a não atuação dos governos também tem
grande impacto sobre as sociedades. Assim, nesta acepção, as políticas públicas são
consideradas as medidas que atuam sobre o espaço público, gerando ou não bens públicos.
A consolidação do campo das Políticas Públicas, como atividade prática e como objeto
de reflexão, está associada ao crescimento da intervenção do Estado na economia, ocorrida
profundamente após a Segunda Guerra Mundial (2ª metade do século XX). Isso porque o
conhecimento e o planejamento foram instrumentos utilizados para reunir informações
detalhadas sobre o estado das coisas e programas ações, no tempo, que produzissem efeitos
desejáveis (SANTOS, 2012).
E, por fim, como forma de estender os limites dessa percepção, Sousa aponta as
políticas públicas ainda “como o campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo,
colocar o governo em ação e/ou analisar essa ação e, quando necessário, propor mudanças no
rumo ou curso dessas ações” (SOUSA, 2006, p.26). Essa formulação consiste no estágio em
que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em
programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
3
2.2 – Direito Urbanístico
A legislação brasileira estabelece limites às ações humanas que interfiram no espaço
urbano e na qualidade de vida na cidade, além de ter como objetivo garantir a participação
efetiva do Poder Público na formulação das diretrizes para a implementação de programas de
revitalização em áreas degradadas (ZÁRATE, 2015).
A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) incluiu o direito urbanístico entre as
matérias de competência legislativa concorrente entre a União e os Estados (Art. 24, I) e
atribuiu à União competência para instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano (art. 21,
XX). Aos Municípios foi atribuída competência para “promover adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano” e para “suplementar a legislação federal e estadual” (Art. 30, II e VIII).
O artigo 182 dispõe que a política urbana é responsabilidade do Município e deve
garantir as funções sociais da cidade e o desenvolvimento dos cidadãos. Estabelece, ainda,
que o Plano Diretor Municipal é o instrumento básico do ordenamento territorial urbano,
devendo definir qual deve ser o uso e as características de ocupação de cada porção do
território municipal, fazendo com que todos os imóveis cumpram sua função social.
Já o artigo 183 da Constituição Federal trata da aquisição da propriedade pelo
ocupante de imóvel urbano que o utiliza para sua moradia ou de sua família. Com este
dispositivo se garante o direito de propriedade àquele que, de fato, dá a ela uma destinação
compatível com sua vocação legal.
A edição do Estatuto da Cidade (BRASIL, 2001), lei nº 10.257/2001, foi um divisor
para o direito urbanístico brasileiro, uma vez que se trata da primeira legislação abrangente
sobre política urbana. Essa lei regulamenta os artigos 182 e 183 da CF/88, mencionado
anteriormente, e estabelece diretrizes gerais da política urbana, além de outras providências. O
seu 2º artigo define as diretrizes urbanísticas gerais que devem ser seguidas pelo Município ao
elaborar sua política urbana, todas elas voltadas para garantir cidades justas, em que todos
desfrutem dos benefícios da urbanização. Dentre essas diretrizes, destacam-se: a garantia do
direito a cidades sustentáveis para as presentes e futuras gerações; e a gestão democrática na
formulação, execução e acompanhamentos de planos, programas e projetos de
desenvolvimento urbano.
No artigo 4º, o Estatuto da Cidade define um extenso conjunto de instrumentos para
que o Município tenha condições de construir uma política urbana que concretize, de fato, a
função social da propriedade urbana e o direito de todos à cidade. Nos demais artigos, ele
estabelece um planejamento extensivo, envolvendo planos de ordenamento do território
integrados entre si, nas escalas nacional, estaduais, regionais, metropolitanas, municipais e
intermunicipais. Especificamente no âmbito municipal, a lei detalha que o planejamento
municipal deve envolver o planejamento urbano, ambiental, orçamentário, setorial e o
planejamento do desenvolvimento econômico e social, especificando também que a gestão
orçamentária deve ser feita de forma participativa, aberta a todos os cidadãos. Também inclui,
entre outros, os instrumentos tributários, envolvendo impostos, contribuições, incentivos e
benefícios fiscais e financeiros, voltados para viabilizar a indução dos usos e atividades
consideradas importantes para a política urbana.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
4
O Plano Diretor é o principal instrumento instituído pelo Estatuto da Cidade, reunindo
os demais instrumentos e estabelecendo como cada porção do território municipal cumpre sua
função social. É uma lei municipal que deve ser revista pelo menos a cada dez anos e deve
expressar a construção de um pacto social, econômico e territorial para o desenvolvimento
urbano do Município. A Lei Complementar nº 111 de 2011 (RIO DE JANEIRO, 2011)
institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município do Rio de
Janeiro e será avaliado a cada cinco anos e revisto a cada dez anos (Art. 1, parágrafo único).
O Plano Diretor nada mais é do que um instrumento da política de desenvolvimento e
expansão urbana que orienta as ações dos agentes públicos e privados e determina as
prioridades para aplicação dos recursos orçamentários e investimentos. São objetivos deste
Plano, segundo o Art. 6º caput, “definir as bases para o planejamento urbano e para o controle
do uso, da ocupação do solo e do desenvolvimento urbano de modo a torná-lo sustentável, e
estabelecer os meios necessários à conservação e defesa do patrimônio coletivo (RIO DE
JANEIRO, 2011)”.
Por fim, o Estatuto da Metrópole (BRASIL, 2015), Lei 13.089 de 2015, estabelece
diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução das funções públicas de interesse
comum em regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas instituídas pelos Estados,
normas gerais sobre o plano de desenvolvimento urbano integrado e outros instrumentos de
governança interfederativa, e critérios para o apoio da União a ações que envolvam
governança interfederativa no campo do desenvolvimento urbano (Art. 1º).
O Estatuto busca potencializar a integração de ações entre os entes que formam uma
região metropolitana e prevê a “governança interfederativa”. Isso significa o
compartilhamento de responsabilidades entre Estados e Municípios, com o apoio da União, no
planejamento e execução de ações para o cumprimento das chamadas “funções públicas de
interesse comum”. Entre seus princípios, encontra-se a busca do desenvolvimento sustentável.
(CAU, 2015).
Assim sendo, a regulação urbanística é representada pela legislação urbanística
visando o controle do processo de expansão urbana, em prol do direito a cidades social e
ambientalmente sustentáveis. Trata-se de uma dimensão de direito que impede usos
incompatíveis e em favor da manutenção do interesse coletivo.
2.3 – Planejamento Urbano
O Planejamento Urbano surgiu como intervenção pública no espaço urbano quando as
cidades tornaram-se centro do capitalismo e o emprego nas áreas rurais foi insuficiente para
manter contingente significativo de população no campo. A concentração demográfica
produzida por um intenso processo de imigração fez, por sua vez, emergir novos e complexos
problemas de reprodução social, como os desafios na área da mobilidade, habitação e
saneamento ambiental (ZÁRATE, 2015).
Os investimentos do Estado nas cidades, então, passaram a fomentar o
desenvolvimento urbano, isto é, alocar recursos orçamentários para financiar a expansão da
infraestrutura. Em um contexto de crescimento da mancha urbana, extravasando para outros
municípios, tornou-se necessária a intervenção pública territorial para viabilizar a produção de
bens públicos, como são os casos da malha viária e da rede de saneamento (ZÁRATE, 2015).
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
5
Neste contexto, duas visões passam a disputar o sentido do planejamento urbano: a
abordagem da “urbanização social” e o “empreendedorismo urbano”. A urbanização social
está identificada com a agenda dos direitos, um dos quais o direito à cidade. Esse conceito
remete para a necessidade de administrar a cidade de modo a torná-la acessível aos seus
residentes, isto é, permitindo-lhes acesso a terra e à infraestrutura urbana (SANTOS, 2013). Já
o empreendedorismo urbano é a situação em que a cidade comporta-se como uma empresa
planejando estrategicamente suas ações na inserção do mercado. Enquanto empresa, a cidade
precisa vender sua mercadoria e, neste caso, a mercadoria é a própria cidade que reestrutura e
renova seu espaço urbano para atender às demandas de seu público-alvo. Para isso, não basta
investir na cidade material, há de se investir principalmente na cidade simbólica, construir
uma imagem positiva síntese que possa, através do marketing, ser facilmente absorvida pelo
imaginário coletivo dos habitantes da cidade e dos possíveis investidores e visitantes externos
(FERREIRA, 2013).
É o segundo conceito que vem predominando na administração das cidades
(FERREIRA, 2013), em particular, das metrópoles, como é o caso atual da cidade do Rio de
Janeiro que vem sofrendo intenso processo de transformação socioterritorial sustentada,
principalmente, no projeto de sediar os Jogos Olímpicos de 2016.
2.4 – Desenvolvimento urbano sustentável
Antes de analisar o conceito de desenvolvimento sustentável aplicado para o espaço
urbano é necessário compreender o termo desenvolvimento sustentável que vem sendo
amplamente utilizado em diversas áreas do conhecimento. Segundo a Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1983, o desenvolvimento sustentável deve
suprir as atuais necessidades da população sem comprometer a capacidade das futuras
gerações de atenderem às suas próprias necessidades.
Já as cidades sustentáveis, segundo Girardet apud Albrecht, “devem ser centros civilizados, lugares de criatividade, saúde, beleza e convívio,
acima de qualquer tipo de vida sedentária; com bons edifícios e espaços públicos,
habitação acessível e de boa qualidade, e estruturas adequadas para a vida
comunitária” (ALBRECHT, 2008, p.42).
Grande parte das cidades do mundo já traça o caminho para a cidade sustentável
graças às oportunidades e soluções que vêm sendo apresentadas. Segundo Edwards, apud
Albrecht, a forma da cidade sustentável que deverá se desenvolver ao longo do século XXI
retratará (ALBRECHT, 2008, p.43): “• Compacidade, legibilidade, diversidade de usos e gabaritos médios (quatro a dez
pavimentos);
• Presença de elementos da natureza, por meio de rios e do verde nas praças e
avenidas;
• Predominância de transporte público, considerando as necessidades dos pedestres e
das pessoas com deficiência física;
• Polinuclearidade, tendo além do centro principal, subcentros;
• Reutilização, reabilitação e revitalização em áreas antigas enquanto práticas
comuns e valorizadas;
• Questões ambientais e de eficiência energética sempre integradas com as sociais e
as econômicas;
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
6
• Permanência dos ingredientes tradicionais das cidades por meio da manifestação e
expressão das aspirações humanas que dão textura e identidade aos lugares e
respondem às necessidades sociais e artísticas da cultura urbana”.
A noção de desenvolvimento urbano sustentável também envolve a difícil
reconciliação entre uma política ambiental e uma análise urbana, na tentativa de unir
dimensões físicas naturais e construídas que podem ser chamadas de meio ambiente urbano.
Atualmente, questões sociais ligadas à raça, gênero ou cultura também devem ser
consideradas como prioritárias nas áreas urbanas. Quanto à dimensão ambiental, foram sendo
incluídas ao longo dos anos, questões legais, sanitárias e técnicas a respeito dos temas
ambientais urbanos (COSTA, 1999).
3 – Metodologia
No que tange aos objetivos, a pesquisa classifica-se em exploratória e explicativa.
Exploratória, pois a participação em projetos de revitalização urbana sempre foi muito
limitada, existindo pouco conhecimento sistematizado nesse campo. Contudo, a pesquisa
também é explicativa, uma vez que, tenta aclarar as características da participação do governo
em projetos de revitalização urbana. Quanto aos procedimentos, a pesquisa classifica-se em
bibliográfica e documental. Isso porque o estudo se utiliza de materiais acessíveis ao público
públicados em livros, artigos e documentos disponíveis nas redes eletrônicas.
Em pesquisa, um universo refere-se ao conjunto de elementos que possuem
características para ser objeto de estudo. No caso desta pesquisa, o universo refere-se às
políticas públicas relacionadas ao planejamento urbano. Já a amostra é uma parte do universo
que será alvo do trabalho e, neste caso, essa amostra estará restrita a participação do poder
público fluminense em programas de desenvolvimento urbano sustentável durante dois
grandes eventos recentes sediados pelo país (Copa e Olimpíadas).
A coleta dos dados deu-se através de pesquisa bibliográfica e documental. Para o
tratamento e a análise dos dados obtidos, houve o confrontamento das ideias levantadas
durante a pesquisa e redação do trabalho com a bibliografia utilizada.
Assim, a metodologia adotada para a fundamentação teórica tem como base o estudo
bibliográfico dos conceitos de cidades sustentáveis, visto que permitem uma aproximação ao
tema e sua aplicação sob a ótica das políticas públicas.
4 – Resultados e discussões
A CF/88 definiu que o direito urbanístico seria de competência legislativa concorrente
entre a União e os Estados. Assim, o Estatuto da Cidade estabeleceu que os planos de
ordenamento do território deveriam ser integrados nas escalas nacional, estaduais e
municipais. Neste sentido, o Estatuto da Metrópole previu uma integração de ações e
compartilhamento de responsabilidades entre Estados e Municípios, com o apoio da União.
No entanto, no Brasil, no decorrer da década de 80 e acentuando-se nos anos 90,
houve um processo de diminuição da participação do Estado na economia com a prática dos
princípios da globalização. Como visto, a promulgação da Carta Magna de 1988 delegou aos
municípios o planejamento e controle da ocupação dos espaços urbanos. Este fato, associado à
ideia de diminuição do Estado, fez com que a União e os Estados pouco investissem na
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
7
reurbanização dos centros urbanos. Tudo isso contribuiu com o abandono e a degradação da
rede de serviços públicos e infraestrutura dessas áreas.
Coube ao Ministério das Cidades, na esfera federal, a missão de reverter a lógica do
abandono das áreas centrais e promover ações com o objetivo de direcionar e financiar os
Estados e Municípios através de projetos para o resgate dessas áreas. Para isso, foram
implementadas algumas políticas públicas; entre elas o Programa Nacional de Capacitação
das Cidades (PNCC) com caráter pedagógico, voltado para o agente público e social
comprometido com o desenvolvimento urbano com o intuito de garantir o direito à cidade e a
inclusão social. Percebeu-se desta forma uma intenção do governo federal de equiparar
conhecimentos e influenciar os gestores estaduais e municipais para uma percepção mais
profunda de desenvolvimento urbano sustentável (PROGRAMA, 2015).
A Secretaria Nacional de Acessibilidade e Programas Urbanos (SNAPU), vinculado
ao Ministério das Cidades, promove a ação orçamentária 20NR. De acordo com o Ministério,
o objetivo da ação é “promover transformações urbanísticas estruturais em territórios de
especial interesse em áreas urbanas para efetivar as funções sociais da cidade e da propriedade
por meio de projetos urbanos integrados” (SECRETARIA, 2015). Assim, podem ser apoiados
projetos que envolvam melhorias de ordem arquitetônica, urbanística, econômica, social,
ambiental, turística, de infraestrutura, nos espaços e logradouros públicos. Como exemplo de
inciativas apoiadas por esta Ação temos a zona portuária do Rio de Janeiro - Praça Mauá:
reabilitação do passeio público; construção do Museu do Amanhã; reabilitação dos armazéns
do porto para uso múltiplo; demolição do elevado da perimetral, entre outras (SECRETARIA,
2015).
A reabilitação da zona portuária do Rio de Janeiro, em 2009, tornou-se uma das
prioridades do prefeito Eduardo Paes quando defendida no projeto Porto Maravilha com o
apoio do governador Sérgio Cabral e do ex-presidente Lula. Envolvidos com o desafio de
trazer para o Rio os Jogos Olímpicos, essas lideranças trabalharam nas suas esferas políticas e
firmaram como objetivo a realização de um abrangente programa de renovação do antigo
porto do Rio (ZÁRATE, 2015).
Para o desenvolvimento do projeto Porto Maravilha, foi necessário investir em novos
instrumentos urbanísticos, como a operação urbana consorciada, que possibilita o
investimento em infraestrutura com recursos privados. E para o impulso e o controle desse
processo, foi criada uma empresa pública – a Companhia de Desenvolvimento Urbano
Regional do Porto do Rio (CDURP) – por meio da Lei Complementar Estadual nº102.
Segundo esta diretriz estadual, a CDURP, sociedade de economia mista, controlada
pela prefeitura, tem como principais funções: promover, direta ou indiretamente, o
desenvolvimento da Região do Porto do Rio de Janeiro; implementar e gerir a concessão das
obras e serviços públicos na região portuária; e administrar os recursos patrimoniais e
financeiros referentes ao projeto Porto Maravilha (LEI, 2009).
Já a Lei Complementar n. 101 de 2009 - que institui a Operação Urbana Consorciada
(OUC) da Região do Porto do Rio - compreende um conjunto de intervenções coordenadas
pelo Município e demais entidades da Administração Pública Municipal, com a participação
de proprietários, moradores, usuários e investidores, com o objetivo de alcançar
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental da região
(Art. 1º) (ZÁRATE, 2015). Segundo o art. 29 desta Lei, o Poder Público desenvolverá um
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
8
programa que garantirá o atendimento à população de baixa renda atingida pelas intervenções
urbanísticas em conjunto com os órgãos municipais, estaduais e federais competentes.
Neste mesmo sentido de interação de gestão pública, em 2008, uma Comissão
Especial de Meio Ambiente para os Jogos foi formada com representantes dos governos
federal, estadual e municipal, do Comitê Olímpico Brasileiro e com integrantes da sociedade
civil. A partir do trabalho desta comissão, foi elaborado o Plano de Gestão da
Sustentabilidade. Segundo este documento, “os Jogos Rio 2016 foram planejados para
acelerar a realização de aspirações de longo prazo do Rio de Janeiro no que se refere à
manutenção de melhorias no tecido social, físico e ambiental da cidade e ao estabelecimento
de novo patamar de excelência para realização de grandes eventos na América do Sul
(PLANO, 2016)”.
O Comitê de Candidatura do Rio estudou o impacto da realização dos Jogos em outras
cidades-sede e comprometeu-se com a organização de um evento capaz de assegurar um
legado sustentável. Para alcançar a transformação sustentável proposta na candidatura carioca
à sede Olímpica e Paraolímpica, foram assumidos compromissos que visam integrar critérios
de sustentabilidade em todo o ciclo de gestão dos Jogos, desde a concepção e planejamento
até as atividades de implementação, revisão e pós-evento. Os princípios que regem esta
integração são: responsabilidade, inclusão, integridade e transparência (PLANO, 2016).
Com relação ao ponto específico “Construção sustentável e melhorias urbanas”, o
Plano de Gestão da Sustentabilidade definiu três objetivos: Implantar critérios de uso racional
de recursos, eficiência e minimização de impactos ambientais no desenho e construção de
todas as instalações; Atender aos padrões internacionais e nacionais de meio ambiente no
planejamento, desenvolvimento e construção de toda a infraestrutura dos Jogos; e Estimular o
desenvolvimento de atividades econômicas e melhoria da qualidade de vida nas diversas
regiões dos Jogos (PLANO, 2016).
Comparativamente aos projetos que estão sendo desenvolvidos para os Jogos
Olímpicos de 2016, os impactos da Copa 2014, na região, ficam em segundo plano. No
entanto, os projetos relativos à mobilidade merecem destaque, seja pelo montante seja pela
dimensão estratégica dos investimentos, no caso do BRT Corredor Transcarioca, trata-se de
uma via de circulação exclusiva para veículos articulados de aproximadamente 39 km de
extensão, ligando a Barra da Tijuca ao aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim –
Galeão. Houve também outros projetos estratégicos para a cidade: o Centro Internacional de
Transmissão da Copa do Mundo de 2014 (Centro Mídia) e a melhoria do píer para tração de
cruzeiros no porto do Rio. O primeiro implicou na ampliação e modernização de
infraestruturas de comunicação e informação da região, já a implantação do píer fez parte do
processo de renovação portuária da cidade COPA, 2013.
Entre os vários desafios encontrados pela gestão pública durante a realização do
evento da Copa; o orçamento, que ultrapassou o dobro do previsto em 2010, e as remoções
forçadas da população das favelas e comunidades expuseram o grau de desigualdade social do
país e vulnerabilidade de suas populações mais pobres. Como afirma o Dossiê da Articulação
Nacional dos Comitês Populares da Copa, apud Zimerman (in COPA, 2013): “estes megaeventos têm gerado efeitos negativos sobre diversos segmentos sociais,
especialmente sobre aqueles que historicamente são excluídos/as, como:
moradores/as de assentamentos informais, migrantes, moradores em situação de rua,
trabalhadores/as sexuais, mulheres, crianças e adolescentes, comunidades indígenas
e afrodescendentes, vendedores/as ambulantes e outros trabalhadores/as informais,
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
9
inclusive da construção civil. As remoções e os despejos forçados destes grupos
sociais são as violações mais comuns no Brasil e em outros países sede de
megaeventos. Seus efeitos perversos são particularmente ampliados através da
imposição do Poder Público e comitês promotores dos eventos, de um verdadeiro
“estado de exceção”, instituído especialmente no contexto dos jogos, que permite a
flexibilização das leis e suspensão de direitos antes e durante os jogos, ameaçando,
assim, os mecanismos de defesa, proteção social, garantia e promoção de Direitos
Humanos” (p. 83).
Para a realização da Copa do Mundo de Futebol, a FIFA – autoridade máxima do
futebol mundial - exige a assinatura da Chamada Matriz de Responsabilidades, conforme o
Portal Copa 2014 do governo federal publicou. Nesta matriz constam as obras de
infraestrutura e os responsáveis pelas execuções, considerados cruciais para a realização do
evento.
Sem entrar no mérito da opção do Brasil por realizar o evento em doze cidades-sedes,
já que os motivos para essa decisão, a luz da bibliografia de referência utilizada neste
trabalho, não foram suficientemente compreendidos, o que por si só caracteriza uma situação
de falta de transparência da administração pública. Observou-se a dificuldade de realizar
obras em doze cidades distintas no país de dimensão continental. Conforme consta no site
Portal da Copa 2014 foi firmado em janeiro de 2010 a primeira versão desta matriz, sendo que
a última versão ocorreu em dezembro de 2014, cerca de cinco meses após o término da Copa
do Mundo. Nela, todos os 12 governadores e 11 prefeitos se comprometeram em realizar as
obras contidas nesta matriz.
Ao se fazer a opção por 12 sedes, apresentou-se uma matriz com 83 projetos, o que
tornou os custos da matriz elevados, ultrapassando a casa dos 8,5 bilhões em obras de pouca
penetração popular, o que viria a ser confirmado no período pós-copa, com a falta de utilidade
dos estádios construídos longe dos grandes centros de futebol. Estádios como Arena do
Pantanal e Arena da Amazônia não conseguiram cobrir seus custos de operação. De acordo
com o site G1, a Arena da Amazônia arrecadou em 2015 cerca de 2,5 milhões e, para se
sustentar, é preciso um volume mínimo de seis milhões (NAIME, 2014).
Em relação às obras de mobilidade constante na Matriz, várias não foram concluídas
até hoje (NAIME, 2014). Por exemplo, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá/MT e
trechos do BRT Brasília ainda estão incompletos. Aqui cabe ressaltar que as obras no entorno
do Estádio Mané Garrincha – DF ainda não foram concluídas passadas quase dois anos da
Copa 2014.
Assim, o advento da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016) exigiu uma ação
solidária do Governo do Estado do Rio de Janeiro com a União e o Município do Rio de
Janeiro que impactou no desenvolvimento urbano da região e, consequentemente, na
qualidade de vida da população. Segundo o presidente da República a época dos eventos, Luiz
Inácio Lula da Silva, “Eu tinha tido uma experiência muito triste antes, de dificuldade de
trabalhar junto com o prefeito (da cidade do Rio de Janeiro), com o governo (do Estado do
Rio de Janeiro) – eu dizia para o Sérgio (Cabral) que se a gente conseguir estabelecer um
trabalho conjunto entre prefeitura, governo federal e governo estadual, a gente pode devolver
ao Rio de Janeiro a beleza do Rio de Janeiro, a alegria do Rio de Janeiro” (REVISTA, 2016).
Neste sentido, é importante frisar que o tempo político que baliza a alternância do
poder e a tentativa de cada um deixar sua marca na paisagem urbana não é idêntico ao tempo
social (BIDOU, 2006). Por isso, faz-se necessária a ação do governo federal a fim de cumprir
o art. 21 da CF/1988, bem como o governo estadual e municipal a fim de convergir os
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
10
investimentos do ordenamento urbano, com o foco no desenvolvimento sustentável das
cidades e não no legado de personagens políticos.
5 – Conclusão
As iniciativas de integração acima, observadas, sinalizaram intenções de ação política
conjunta no Estado do Rio de Janeiro. O desenvolvimento de uma ação política com objetivo
de sediar eventos mundiais requer um aprofundamento dos modos de agir, a partir da
concepção do território como um todo, que envolve interações do social, do econômico e do
ambiental e suas repercussões no urbano metropolitano. É uma compreensão necessária para
uma gestão territorial integrada, na qual devem agregar-se responsabilidades conjuntas da
empresa, dos governos locais e regionais e da sociedade civil.
Neste sentido, os principais atores destes grandes projetos de desenvolvimento urbano
pertencem a Administração Pública. Por conta dos esforços do Estado no sentido de ampliar o
potencial atrativo das cidades é que se verificou a emergência de leis, projetos, propostas e
demais ações atreladas a discursos de uma gestão moderna. Esse quadro acena para a
passagem de um Estado regulador, a priori, para um Estado mediador. Isso ocorre quando
emergem os pressupostos de que as cidades deveriam exercer um protagonismo político e
econômico, ou seja, um modelo de gestão chamado, dentre outras denominações, de
empreendedorismo.
Após analise dos projetos de desenvolvimento urbano realizados em virtude da Copa
do Mundo e Olimpíadas, notamos que houve preocupação como aspectos de sustentabilidade
que contribuem para o desenvolvimento sustentável. Consideraremos aqui que
desenvolvimento urbano sustentável das metrópoles diz respeito ao ambiente físico natural e
construído, questões sociais e aspectos ambientais legais e técnicos cujo objetivo é contribuir
para a melhoria da qualidade de vida da população atual e das gerações futuras.
No entanto, por outro lado, a realização dos projetos destes megaeventos confirmaram
as dimensões conflituais gerais do local e a falta de uma maior população local nas áreas
afetadas, mesmo que as obras e investimentos previstos depois se integrassem na dinâmica
urbana das cidades sem riscos de se transformarem em “elefantes brancos” ou “projetos
insustentáveis”.
Desde a escolha do Brasil como país sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas, os
governos têm feito um enorme esforço de adequação para atender as exigências dos
organizadores do evento. Altos investimentos, em sua maioria públicos, foram aplicados na
construção de estádios, mobilidade urbana, infraestrutura e segurança. Por isso, esses eventos
devem priorizar mudanças que farão diferença na vida dos cidadãos, deixando um legado e
reduzindo impactos negativos à população em geral.
O fato é que o campo das políticas públicas é emergente nas discursões locais,
regionais e nacionais. Assim, esses passos significam um notável avanço na questão da
sustentabilidade do país, pois além de seus inegáveis méritos na construção de um debate, nos
níveis global e local, sobre o meio ambiente em relação à produção do espaço urbano;
influenciou diretamente a elaboração do arcabouço jurídico urbano no Brasil.
Por fim, é preciso acrescentar que o desenvolvimento sustentável não deve ser
apresentado como um slogan político. Um dos desafios da sustentabilidade ambiental urbana
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
11
é a conscientização de que esta é um processo a ser percorrido e não algo definitivo a ser
alcançado. A busca por uma conceituação urbana sustentável carrega consigo uma série de
proposições e estratégias que buscam atuar em níveis tanto locais quanto globais.
Assim, esperamos que o presente trabalho contribua para repensar a participação do
Poder Público em projetos de desenvolvimento sustentável urbano. Uma vez que o objetivo
primordial que deve mover todos os estudos futuros é a busca de uma participação mais ativa
da sociedade que contribuía para o exercício da cidadania, para o alcance do bem-comum e do
desenvolvimento sustentável das nossas cidades.
6 – Referências
ALBRECHT, Clarissa Ferreira. Sustentabilidade na revitalização de centros urbanos: análise
do Plano de Reabilitação do Hipercentro de Belo Horizonte sob os critérios do LEED.
Dissertação (mestrado). Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2008.
BIDOU, Catherine Zachariasen. De Volta À Cidade - Dos Processos de Gentrificação Às
Políticas de Revitalização dos Centros Urbanos. São Paulo. Ed. Annablume, 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado, 1988.
BRASIL. Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm>. Acesso
em: 27 set. 2014.
CABRAL, Sérgio Lopes. Operação Urbana Consorciada da região do Porto do Rio de Janeiro
– Porto Maravilha. Trabalho de Conclusão de Curso de MBA Finanças. Brasília, DF: Ibmec,
2011.
CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL (CAU), Manual do
Arquiteto e Urbanista. Brasilia, DF, 2015
COPA do mundo de 2014: impactos e legado / organização de Artur Zimerman — Santo
André: Universidade Federal do ABC, 2013.
GRANDES obras de drenagem e esgotamento sanitário e parceria com os governos Federal e
Estadual. Disponível em: <http://www.rio.rj.gov.br/web/rio-aguas/obras-e-parcerias>. Acesso
em: 29 out. 2015.
LEITE, Carlos; DI CESARE MARQUES AWAD, Juliana. Cidades Sustentáveis, Cidades
Inteligentes. Desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre RS Brasil,
Bookman, 2012.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
12
NAIME, Laura; ARAGÃO Leo. O legado da Copa – um ano depois. Disponível em:
<http://especiais.g1.globo.com/economia/2015/obras-copa-um-ano-depois>. Acesso em: 14
mai. 2016.
PLANO de Gestão da Sustentabilidade dos Jogos Rio 2016. Disponível em:
<http://www.rio2016.com/sites/default/files/Plano_Gestao_Sustentabilidade_PT.pdf>. Acesso
em: 18 fev. 2016.
PROGRAMA Nacional de Capacitação das Cidades. Disponível em
<http://www.capacidades.gov.br/pg/oprograma/regulamentacao>. Acesso em: 29 out. 2015.
REVISTA da AEERJ. N.48. Disponível em:
<http://www.aeerj.net.br/file/construir/construir48.pdf> Acesso em: 18 fev. de 2016.
RIO DE JANEIRO. Lei Complementar n.º 101, de 23 de novembro de 2009. Modifica o
Plano Diretor, autoriza o Poder Executivo a instituir a Operação Urbana Consorciada da
Região do Porto do Rio e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.portomaravilha.com.br/conteudo/legislacao/2010/06/LC101_-_23112009.pdf>.
Acesso em: 27 set. 2014.
RIO DE JANEIRO. Lei Complementar n. 111 de 1º de fevereiro de 2011. Dispõe sobre a
Política Urbana e Ambiental do Município, institui o Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano Sustentável do Município do Rio de Janeiro e dá outras providências. Disponível em:
<http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/contlei.nsf/a99e317a9cfec383032568620071f
5d2/cdd6a33fa14df524832578300076df48?OpenDocument>. Acesso em: 27 set. 2014.
SANTOS, Maria Paula. Políticas Públicas e Sociedade. Florianópolis: Departamento de
Ciências da Administração/UFSC, 2012.
SECRETARIA Nacional de Acessibilidade e Programas Urbanos. Disponível em:
<http://www.cidades.gov.br/acessibilidade-e-programas-urbanos>. Acesso em: 29 out. 2015.
SOUSA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano
8, nº 16, jul/dez 2006, p. 20-45
SUBSÍDIOS para o aperfeiçoamento da gestão para o desenvolvimento sustentável:
Proposição das áreas de atuação no ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Disponível em:
<http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/royalties_rjaneiro.pdf>. Acesso em: 18 fev.
2016.
TOLEDO, Mariana Peixoto de. Participação de instituições locais em projetos de
revitalização urbana: o caso do Projeto Porto Maravilha na cidade do Rio de Janeiro.
Dissertação (mestrado). Rio de Janeiro, RJ: Escola Brasileira de Administração Pública e de
Empresas, 2012.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
13
TV GLOBO. Praça da Bandeira reinaugurada. Disponível em:
<http://globotv.globo.com/rede-globo/rjtv-2a-edicao/v/praca-da-bandeira-e-reinaugurada-
apos-passar-dois-anos-em-obra/3951098>. Acesso em: 29 out. 2015.
WWF-Brasil. Cinco exemplos brasileiros rumo a um futuro mais sustentável. Disponível em:
<http://www.wwf.org.br/?37882/Cinco-exemplos-rumo-a-um-futuro-mais-sustentvel>.
Acesso em: 12 mar. 2016.
ZÁRATE, Diana Paula Lira Llamoca. Participação do poder público em programas de
revitalização urbana: o caso do projeto porto maravilha na cidade do Rio de Janeiro.
Monografia (especialização). Rio de Janeiro, RJ: Instituto de Economia da UFRJ, 2015.