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2018 - 2022 POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

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2018 - 2022

POLÍTICA DE

INVESTIMENTOS

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Política de Investimentos 2018 - 2022

1

Danielle Cristine da Silva

Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado

Porto Alegre, 06 de dezembro de 2017.

Esta Política de Investimentos foi proposta pela Diretoria Executiva da RS-Prev e aprovada pelo

Conselho Deliberativo, em sua 21ª Reunião Ordinária, realizada em 11 de dezembro de 2017.

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Política de Investimentos 2018 - 2022

2

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................... 3

OS PLANOS DA ENTIDADE ........................................................................................................ 4

Plano RS-Futuro .................................................................................................................... 4

Plano de Gestão Administrativa .............................................................................................. 4

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL................................................................................................. 5

GESTÃO DE INVESTIMENTOS .................................................................................................... 6

CENÁRIO MACROECONÔMICO .................................................................................................. 7

Cenário Global....................................................................................................................... 7

Cenário Doméstico ................................................................................................................ 7

GESTÃO DE RISCOS .................................................................................................................. 9

Risco de Crédito .................................................................................................................. 10

Risco de Mercado ................................................................................................................ 11

Risco de Liquidez ................................................................................................................ 11

Risco Operacional ................................................................................................................ 12

Risco Legal .......................................................................................................................... 12

Risco Sistêmico ................................................................................................................... 12

DIRETRIZES E ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS ......................................................... 12

LIMITES LEGAIS ...................................................................................................................... 14

Por Modalidade de Investimentos ......................................................................................... 14

Alocação por Emissor .......................................................................................................... 15

Concentração por Emissor ................................................................................................... 16

Concentração por Investimento ........................................................................................... 16

ÍNDICES DE REFERÊNCIA E RENTABILIDADE ESPERADA ............................................................. 17

FUNDOS DE INVESTIMENTOS .................................................................................................. 17

PRECIFICAÇÃO ....................................................................................................................... 18

ACOMPANHAMENTO DE GESTÃO ............................................................................................ 18

OUTROS REQUISITOS ............................................................................................................. 19

Contratação de Prestadores de Serviços ............................................................................... 19

Utilização de instrumentos Derivativos ................................................................................ 20

Princípios Socioambientais................................................................................................... 20

DISPOSIÇÕES GERAIS .............................................................................................................. 20

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3

INTRODUÇÃO

A presente Política de Investimentos tem como objetivo promover os princípios de

segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e transparência, e estabelecer as diretrizes para

a aplicação dos recursos administrados pela RS-Prev, submetendo-se à legislação de

regência das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) e aos instrumentos

normativos específicos da RS-Prev, dentre as quais destacam-se:

Lei Complementar nº 108, de 29 de maio de 2001;

Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001;

Lei Complementar estadual nº 14.750, de 15 de outubro de 2015;

Resolução CMN n° 3.792, de 24 de setembro de 2009;

Resoluções emanadas pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar — CNPC

que sejam pertinentes à matéria;

Estatuto da RS-Prev, aprovado pela Portaria Previc/Ditec n° 119, de 21 de março de

2016;

Regulamento do Plano de Benefícios RS-Futuro, aprovado pela Portaria Previc/Ditec n°

382, de 18 de agosto de 2016;

Regulamento do Plano de Gestão Administrativa - PGA da RS-Prev;

Guia Previc – Melhores Práticas em Investimento.

Além das normas citadas acima, também se fazem presentes no processo de tomada de

decisão da RS-Prev normas internas da Entidade.

No cumprimento da prática da transparência e a sua relação com os participantes e

patrocinadores, o presente documento deve ser divulgado na página eletrônica da RS-Prev

(www.rsprev.com.br).

APRESENTAÇÃO

A RS-Prev, Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público do Estado do Rio

Grande do Sul, é uma entidade fechada de previdência complementar de natureza pública,

com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, prevista por Lei, cuja

administração deve ser paritária entre Participantes e Patrocinadores.

O Patrocinador do Plano de Benefícios dos Servidores Públicos estaduais é o Governo do

Estado do Rio Grande do Sul, por meio do Poder Executivo, do Poder Legislativo, do Poder

Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e da Defensoria Pública.

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4

A RS-Prev tem a finalidade de administrar e executar planos de benefícios de caráter

previdenciário, dentro das regras das Leis Complementares federais nº 108 e nº 109, de 29

de maio de 2001, com autonomia administrativa, financeira, patrimonial e gerencial.

A supervisão e a fiscalização da RS-Prev e de seus planos de benefícios competem ao órgão

fiscalizador das entidades de previdência complementar, sem prejuízo das competências

constitucionais do Tribunal de Contas do RS.

A autorização para a criação da RS-Prev se deu através da Lei Complementar estadual n°

14.750, de 15 de outubro de 2015. Em 07 de janeiro de 2016, a criação foi efetivada através

do Decreto n° 52.856. Ainda no primeiro trimestre de 2016, a Superintendência Nacional de

Previdência Complementar (Previc) aprovou o Estatuto da RS-Prev e logo na sequência houve

a posse dos Conselhos Deliberativo e Fiscal da Entidade, bem como a nomeação da Diretoria

Executiva. O Plano RS-Futuro foi aprovado pela Previc em agosto de 2016, dando início ao

funcionamento do Regime de Previdência Complementar do RS.

OS PLANOS DA ENTIDADE

PLANO RS-FUTURO

Em 28 de julho de 2016, foi aprovado pelo Conselho Deliberativo da Entidade o

Regulamento do Plano de Benefícios, denominado Plano RS-Futuro. Posteriormente, o

mesmo aprovado na Previc, no dia 18 de agosto de 2016, através da portaria nº 382,

publicada no DOU em 19 de agosto de 2016.

O Plano RS-Futuro é um plano de benefícios de natureza previdenciária e complementar,

estruturado na modalidade de contribuição definida, destinado aos servidores públicos civis

titulares de cargos efetivos do Estado do Rio Grande do Sul.

Quadro 01 – Dados do Plano RS-Futuro

Nome: Plano RS-Futuro

Tipo (modalidade): Contribuição Definida

Índice de Referência: CDI

CNPB: 2016.0012-83

PLANO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA

A RS-Prev administra, além dos recursos do Plano RS-Futuro, os recursos do Plano de

Gestão Administrativa – PGA, constituído com recursos provenientes de aporte a título de

adiantamento de contribuição e das contribuições administrativas mensais advindas do

Plano RS-Futuro. O PGA possui regulamento próprio, que foi aprovado pelo Conselho

Deliberativo no dia 7 de novembro de 2016.

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5

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A estrutura básica da Fundação é constituída pelos seguintes órgãos de deliberação

colegiada: Conselho Deliberativo (CD), Conselho Fiscal (CF) e Diretoria-Executiva (DE). O

Conselho Deliberativo poderá instituir os seguintes órgãos auxiliares de caráter consultivo:

um Comitê Gestor para cada plano de benefícios e um Comitê de Investimentos.

A composição dos Conselhos deve ser paritária entre representantes eleitos pelos servidores

inscritos na RS-Prev e representantes indicados pelo Patrocinador (Estado).

O Conselho Deliberativo, órgão máximo da estrutura organizacional da RS-Prev, é

responsável pela definição da política geral de administração da Fundação e de seus planos

de benefícios e sua ação é exercida por meio do estabelecimento de políticas e diretrizes de

organização, funcionamento, administração e operação. Atualmente, o CD é composto por

quatro conselheiros titulares e quatro conselheiros suplentes.

O Conselho Fiscal é o órgão de controle interno da RS-Prev. Atualmente, o CF é composto

por dois conselheiros titulares e dois conselheiros suplentes.

A Diretoria-Executiva é composta por até quatro diretores. É o órgão de administração e

gestão da RS-Prev, cabendo-lhe executar as diretrizes e as políticas de administração

estabelecidas pelo Conselho Deliberativo, mediante decisões fundamentadas em análises

técnicas. A DE é composta pelo Diretor-Presidente, que atualmente ocupa também, de forma

interina, o cargo de Diretor de Seguridade, e pela Diretora de Investimentos, que cumula

interinamente o cargo de Diretora de Administração.

Além dos órgãos colegiados, o Estatuto da RS-Prev prevê a instituição de um Comitê de

Investimentos, configurando-se como órgão auxiliar, de caráter consultivo à Diretoria-

Executiva na gestão econômico-financeira dos recursos administrados pela Entidade.

Quando instituído, o Comitê de Investimentos será composto por quatro membros, sendo

dois representantes dos patrocinadores e dois representantes dos participantes e assistidos.

Para cada plano de benefícios também poderá ser instituído pelo Conselho Deliberativo um

Comitê Gestor. Este órgão será vinculado ao Conselho Deliberativo e será responsável pela

definição da estratégia das aplicações financeiras e pelo acompanhamento do respectivo

plano de benefícios, por meio da apresentação de propostas ou recomendações prudenciais

quanto à Política de Investimentos e à gestão do plano, observadas as diretrizes fixadas pelo

Conselho Deliberativo e pelo Comitê de Investimentos.

Em consonância com a Instrução Previc nº 06/2017, os membros da Diretoria-Executiva, dos

Conselhos Deliberativo e Fiscal, dos comitês de assessoramento que atuem em avaliação e

aprovação de investimentos, e demais empregados da RS-Prev diretamente responsáveis

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pela aplicação dos recursos garantidores dos planos devem ser certificados por meio de

instituição autônoma reconhecida pela Previc.

GESTÃO DE INVESTIMENTOS

A Resolução CMN nº 3.792/2009 traz em seu artigo 7º que o Administrador Estatutário

Tecnicamente Qualificado (AETQ) será o responsável pela gestão, alocação, supervisão,

controle de risco e acompanhamento dos recursos garantidores dos planos, bem como a

consequente prestação de informações relativas à aplicação dos recursos. O AETQ deve atuar

sempre no âmbito colegiado da Diretoria-Executiva, de forma a permitir a tomada oportuna

e eficiente de decisões por parte da Entidade.

De acordo com artigo 13, IV da Lei Complementar nº 108/2001 combinado com o artigo 41,

IV, do Estatuto da RS-Prev, as propostas de investimentos ou desinvestimentos com volume

financeiro igual ou superior a 5% (cinco por cento) dos recursos garantidores deverão ser

submetidas pela Diretoria-Executiva ao Conselho Deliberativo para aprovação. O controle do

limite referido deve ser realizado mensalmente tomando como base para o cálculo o último

balancete mensal disponível da Entidade.

Toda proposta de investimento que for levada para aprovação da Diretoria-Executiva e do

Conselho Deliberativo deve ser acompanhada de um Relatório Técnico, contendo o

detalhamento da proposta, a aderência do produto quanto às normas aplicáveis às EFPC’s e

a esta Política de Investimentos, análise de rentabilidade, e identificação de potenciais riscos,

bem como a respectiva recomendação da Diretoria de Investimentos.

Os recursos registrados no PGA serão administrados em observância às mesmas diretrizes

estabelecidas nesta Política de Investimentos para os recursos do Plano RS-Futuro.

A gestão dos recursos garantidores dos planos de benefícios administrados pela RS-Prev

poderá ser própria, terceirizada por entidade autorizada e credenciada ou mista.

De acordo com o art. 12, § 1 da Lei Complementar estadual 14.750/15, considera-se gestão

terceirizada por entidade autorizada e credenciada, as aplicações realizadas por intermédio

de instituição financeira ou de outra instituição autorizada nos termos da legislação vigente

para o exercício profissional de administração de carteiras.

Em virtude do volume financeiro atualmente administrado pela Entidade e, observados seus

princípios norteadores, notadamente o da eficiência e economicidade, a RS-Prev priorizará a

forma de gestão terceirizada nas alocações de seus recursos.

A RS-Prev poderá gerir até 100% dos recursos administrados de forma terceirizada ou por

carteira própria.

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7

Na escolha de gestores dos Fundos de Investimentos, a RS-Prev deverá ter como critérios, no

mínimo, a solidez patrimonial da entidade, a compatibilidade desta com o volume de

recursos e a experiência positiva no exercício da atividade de administração de recursos de

terceiros.

A Entidade ainda utiliza serviços de auditoria independente responsável pela emissão de um

relatório/parecer acerca das demonstrações contábeis, considerando os procedimentos de

gestão dos investimentos, de acordo com a legislação que rege a matéria.

CENÁRIO MACROECONÔMICO

A gestão eficiente dos investimentos pressupõe o acompanhamento constante dos

indicadores econômicos, financeiros e das perspectivas de mercado. As análises de cenários,

de projeções e das expectativas dos agentes econômicos trazem consigo importantes

informações para subsidiar o processo de tomada de decisão de investimentos. Dessa

forma, a presente Política de Investimentos traz a seguir um resumo das perspectivas de

mercado para o ano de 2018.

CENÁRIO GLOBAL

A recuperação econômica global continua a ganhar força. Segundo relatório econômico de

outubro de 2017, divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o crescimento global

está projetado para aumentar dos 3,2% alcançados em 2016 para 3,6% em 2017 e 3,7% em

2018.

Dentre as economias avançadas, projeta-se crescimento médio de 2,2% em 2017 e 2,0% em

2018, ante a taxa de 1,7% de 2016. Nos países emergentes e em desenvolvimento, a

perspectiva de crescimento é de 4,6% em 2017 e 4,9% em 2018, puxados principalmente

pelos países Asiáticos, China (6,8% em 2017 e 6,5% em 2018) e Índia (6,8 em 2017 e 7,4%

em 2018). O relatório do FMI também destaca a recuperação econômica da Rússia e do

Brasil, países que saem de recessões em 2016, com crescimento projetado de 1,8% em 2017

e 1,6% em 2018 para a Rússia, e 0,7% em 2017 e 1,5% em 2018 para o Brasil.

No médio prazo, em virtude de uma redução gradativa no crescimento das economias

avançadas, a expectativa é de crescimento apenas marginal, aproximando-se a 3,8% em

2021.

CENÁRIO DOMÉSTICO

A economia brasileira operou em tendência de recuperação em 2017 após dois anos de

recessão. Até setembro de 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento de

0,6% acumulado no ano. Dados do último Boletim Focus (de 1º de dezembro de 2017),

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relatório publicado semanalmente pelo Banco Central do Brasil com projeções elaboradas

por instituições que atuam no mercado financeiro sobre as principais variáveis

macroeconômicas do cenário doméstico, indicam manutenção do movimento de recuperação

da economia brasileira em 2018, com perspectiva de o PIB encerrar 2017 em 0,89%, seguido

de 2,60% em 2018.

A taxa de desocupação do país, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(Pnad Contínua Mensal) e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

atingiu no primeiro trimestre de 2017 seu ponto mais elevado desde o início da série (2012),

com 13,7% das pessoas com idade de trabalhar desocupadas no Brasil. Nos meses que se

seguiram, os números melhoraram gradativamente e, no período de agosto a outubro, a

taxa reduziu para 12,2%.

O cenário fiscal segue desafiador para o governo, mesmo com metas fiscais prevendo

déficits primários de R$ 159 bilhões para 2017 e 2018. A Dívida Líquida do Setor Público

(DLSP) permanece em tendência de alta. Em fevereiro de 2017, esta dívida passou a

representar 47,2% do PIB brasileiro, maior percentual para a série histórica iniciada em

dezembro de 2006. Em outubro de 2017, a dívida líquida terminou o mês em R$ 3,299

trilhões, equivalente a 50,7% do PIB. Segundo relatório Focus, a trajetória da dívida líquida

permanecerá crescente, com estimativa de encerrar 2017 em 52,10%, passando a

representar 55,55% do PIB em 2018.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA encerrou o ano de 2016 em

6,29%. Em agosto de 2017, em virtude da política monetária de redução da taxa de juros

somada ao desaquecimento da economia brasileira, a taxa acumulada de 12 meses atingiu

seu menor patamar desde fevereiro de 1999, encerrando o mês em 2,46%. O relatório Focus

projeta o IPCA encerrando 2017 em 3,03%, próximo ao limite inferior da meta de inflação

fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para os anos de 2017 e 2018 em 4,5%, com

intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos. Para 2018, o IPCA

está projetado em 4,02%. E as metas de inflação foram reduzidas para 4,25% e 4,00%, em

2019 e 2020, respectivamente, mantendo inalterado o intervalo de tolerância.

Quanto à taxa básica de juros da economia brasileira, em outubro de 2016, o Banco Central

iniciou um ciclo de queda na taxa Selic. Nos meses que se seguiram, a taxa Selic foi reduzida

de 14,25% para 7,00% na última reunião do Copom de 2017. As projeções do relatório Focus

apontam a taxa Selic encerrando 2018 também em 7,00%, com taxa média no ano de 6,78%,

indicando potencial redução na Selic no início do ano e posterior aumento.

Com juros mais baixos, que induz perspectiva de redução de custo de crédito para empresas

e crescimento da economia doméstica, o índice Ibovespa, composto por uma carteira teórica

dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro,

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apresentou boa rentabilidade em 2017, chegando a romper no mês de setembro de 2017

seu recorde histórico de 73.516 pontos, registrado em maio de 2008.

Com base nos dados do relatório Focus, estima-se que a taxa de juros reais da economia

seja reduzida para patamares entre 2,5% e 3,0% em 2018. Com juros baixos, o potencial de

geração de rentabilidade de títulos de renda fixa públicos e privados é impactada,

implicando em maior necessidade de ampliação de tolerância ao risco e diversificação da

carteira de investimentos.

O ano de 2018 também tende a ser marcado pela volatilidade dos mercados em virtude das

incertezas acerca das eleições presidenciais e acerca da concretização de um ajuste fiscal

que garanta estabilidade para as contas públicas no longo prazo.

GESTÃO DE RISCOS

Risco é qualquer variação em um valor esperado1. Partindo desta definição, pode-se pensar

a gestão de riscos como a adoção de medidas e políticas que busquem a minimização de tal

variação.

O artigo 9° da Resolução CMN nº 3.792/2009 aponta que “a EFPC deve identificar, avaliar,

controlar e monitorar os riscos, incluídos os riscos de crédito, de mercado, de liquidez,

operacional, legal e sistêmico”.

O artigo 30 da Resolução CMN nº 3.792/2009 complementa que a aquisição de títulos e

valores mobiliários classificados nos segmentos de renda fixa e de renda variável devem ser

precedidas de análise de risco, a qual deve ser aprovada por órgão de governança

competente nas áreas de investimento e de risco da EFPC. Excetuando-se desta regra os

seguintes ativos:

I – os títulos da dívida pública mobiliária federal;

II – as ações e demais valores mobiliários negociados em bolsas de valores ou de

mercadorias e de futuros;

III – as cotas de fundos de índice, referenciado em cesta de ações de companhias abertas

admitidas à negociação em bolsa de valores;

IV – as ações de emissão de SPE; e

V – as cotas de fundos de investimento e de fundos de investimento em cotas de fundos de

investimento consideradas como ativos finais.

1 GALITZ, L. Financial engineering. London: Pitman Publishing, 1995.

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RISCO DE CRÉDITO

O Risco de Crédito diz respeito à possibilidade dos credores não honrarem seus

compromissos. Pode ocorrer não apenas com pessoas físicas e jurídicas, mas também com

países (risco soberano).

A gestão de risco de crédito será realizada considerando principalmente os ratings dos

títulos de instituições financeiras e não financeiras, divulgados pelas seguintes agências de

classificação de risco: Fitch Ratings, Moody’s e Standard & Poor’s.

Para checagem do enquadramento, os seguintes pontos devem ser adicionalmente

observados:

Para títulos emitidos por instituições financeiras, será considerado o rating da

instituição;

Para títulos emitidos por instituições não financeiras, será considerado o rating da

emissão. Caso a emissão não tenha rating próprio, poderá ser considerado o rating da

companhia emissora.

Caso duas agências elegíveis classifiquem o mesmo papel, será considerado, para

fins de enquadramento, o pior rating.

Se não houver rating atribuído, o ativo será considerado grau especulativo.

Com base nos ratings, os títulos de crédito privado, adquiridos através de carteira própria ou

por meio de fundos exclusivos, serão classificados como: grau de Investimento e grau

especulativo.

Quadro 02 - Rating mínimo para classificação como Grau de Investimento

AGÊNCIA DE CLASSIFICAÇÃO DE

RISCO

INSTITUIÇÃO FINANCEIRA INSTITUIÇÃO NÃO FINANCEIRA

LONGO PRAZO CURTO PRAZO LONGO PRAZO CURTO PRAZO

Fitch Ratings BBB-(bra) F3(bra) BBB-(bra) F3(bra)

Moody’s Baa3.br BR-3 Baa3.br BR-3

Standard & Poor’s brBBB-. brA-3. brBBB-. brA-3.

Austin brBBB- brA-3 brBBB- brA-3

SR Ratings brBBB- N/A brBBB- N/A

LF Ratings BBB- N/A BBB- N/A

Somente serão permitidas alocações, através de carteira própria ou por meio de fundos

exclusivos, em títulos de crédito privado classificados como grau de investimento.

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De forma a acomodar eventuais rebaixamentos de ratings de papéis que tenham sido

adquiridos como grau de investimento e tenham se tornado grau especulativo, a RS-Prev

estabeleceu os seguintes limites para manutenção destes ativos:

Grau de Investimento + Grau Especulativo: 35,00%;

Grau especulativo: 2,50%.

Caso algum ativo adquirido pela RS-Prev sofra redução de classificação de crédito, a RS-Prev

deverá analisar o impacto do rebaixamento e adotar medidas de alienação do título, quando

necessário.

RISCO DE MERCADO

O Risco de Mercado origina-se pela variação do preço dos ativos no mercado. Estas

variações podem ser relativas (em relação a um índice de referência) ou absolutas (em

relação ao próprio preço)2. Alterações em fatores como taxas de juros, taxas de câmbio e

inflação podem ser elencadas como causas para oscilações dos preços.

A RS-Prev utilizará para acompanhamento do Risco de Mercado a métrica conhecida como

Valor em Risco (VaR). O VaR é uma medida de probabilidade que indica a perda máxima de

um ativo (ou uma carteira), dado um determinado intervalo de confiança em um

determinado horizonte de tempo.

Adicionalmente, a RS-Prev fará mensalmente o cálculo de Divergência Não Planejada (DNP)

entre o resultado dos investimentos e o valor projetado para estes investimentos.

RISCO DE LIQUIDEZ

Liquidez é um conceito multidimensional, que envolve uma série de aspectos. Justamente

por esta característica, não pode ser mensurado a partir de uma única variável. O mesmo

ocorre para o Risco de Liquidez. Uma das dimensões que este pode assumir é o risco de

uma empresa possuir uma necessidade de caixa e, em virtude disto, acabar se desfazendo

de ativos rapidamente para honrar seus compromissos.

O Risco de Liquidez será monitorado a partir do acompanhamento permanente do fluxo de

caixa da carteira de investimentos em relação aos fluxos de pagamentos de benefícios e de

cunho administrativo.

2 JORION, P. Value at Risk. 2 ed. São Paulo: BM&F Brasil, 2 ed., 2003.

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RISCO OPERACIONAL

O Risco Operacional pode ser definido como aquele proveniente de erros humanos,

tecnológicos ou acidentes. Estão incluídos aí fraudes, falhas de gerência e controles e

procedimentos inadequados3.

A RS-Prev monitorará o risco operacional conforme estabelece a Resolução CGPC nº

13/2004 a partir da adoção de rotinas de controle, avaliação e aprimoramento dos

processos da Entidade.

RISCO LEGAL

O Risco Legal está relacionado ao não cumprimento de normas e com contratos não

legalmente amparados.

Para mitigar o risco legal, a RS-Prev monitorará continuamente a aderência dos

investimentos às diretrizes da legislação vigente e à Política de Investimentos, e utilizará,

sempre que julgar necessário, pareceres jurídicos especializados, bem como buscará o apoio

na representação jurídica da Entidade através da Procuradoria Geral do Estado do RS (PGE).

RISCO SISTÊMICO

O Risco Sistêmico está relacionado às crises de confiança. Ele pode surgir inicialmente, a

partir de um problema pontual ocorrido em uma organização presente em um determinado

setor. A crise pode se propagar para outras empresas do setor, levando a uma reação em

cadeia, e até para a economia como um todo, impactando em taxas de juros, câmbio e

preços de ativos em geral.

Com o objetivo de reduzir exposição ao risco sistêmico, a RS-Prev monitorará as condições

de mercado observando, constantemente, os aspectos que possam desencadear em

alterações no cenário macroeconômico. Além disso, serão respeitados todos os limites de

diversificação e de concentração exigidos pela legislação.

DIRETRIZES E ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS

A Resolução CMN nº 3.792/2009, em seu artigo 17, traz os segmentos de aplicação nos

quais os investimentos das EFPC’s podem ser enquadrados. São eles:

renda fixa;

renda variável;

3 JORION, P. Value at Risk. 2 ed. São Paulo: BM&F Brasil, 2 ed., 2003.

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investimentos estruturados;

investimentos no exterior;

operação com participantes;

imóveis.

A estratégia de alocação é uma decisão muito importante na gestão dos investimentos. Em

linhas gerais, podemos dizer que a alocação estratégica identifica em quais segmentos os

recursos serão alocados e quais serão seus percentuais de exposição, levando-se em

consideração os objetivos de rentabilidade de curto e longo prazo.

A Entidade também deve definir os limites de alocação por modalidade de investimento,

sempre que estes forem mais restritivos que os estabelecidos pela legislação. O Quadro 02

apresenta a alocação alvo da Entidade bem como os limites inferior e superior definidos para

esta Política de Investimentos:

Quadro 03 – Limites de alocação dos recursos

SEGMENTO DE APLICAÇÃO LIMITE RES.

3.792/2009

ALOCAÇÃO

ALVO

LIMITE

INFERIOR

LIMITE

SUPERIOR

Renda Fixa 100% 90% 70% 100%

Renda Variável 70% 3% 0% 15%

Investimentos Estruturados 20% 5% 0% 10%

Investimentos no Exterior 10% 2% 0% 5%

Imóveis 8% 0% 0% 0%

Operações com participantes 15% 0% 0% 0%

Ressaltamos que a alocação alvo não configura nenhuma obrigação para o Plano RS-Futuro e

tem por intuito apenas balizar os investimentos no longo prazo. Os limites inferiores e

superiores devem ser respeitados a todo instante e têm por objetivo dar maior flexibilidade

à gestão de investimentos, possibilitando à Entidade posicionamentos táticos condizentes

com o cenário econômico.

Quanto à alocação dos recursos dentre os segmentos de aplicação, em linha com os

parâmetros de risco toleráveis pela Entidade nesse início de atividades, a RS-Prev deverá

manter no mínimo 70% dos recursos garantidores no segmento de renda fixa.

Objetivando diversificação e maior rentabilidade, serão permitidas alocações em menor peso

nos segmentos de renda variável, investimentos estruturados e investimentos no exterior.

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Para esta Política de Investimentos, não serão permitidas alocações:

através de carteira própria em investimentos no exterior;

no segmento de imóveis; e

no segmento de operações com participantes.

LIMITES LEGAIS

A Resolução CMN nº 3.792/2009, no seu Capítulo VII, estabelece quais são os limites de

alocação por tipo de segmento, os limites de alocação por emissor, os limites de

concentração por emissor e os limites de concentração por investimento.

É importante ressaltar que, conforme artigo 54º, § 2º, da referida Resolução, a RS-Prev

poderá facultar a observância dos limites de alocação, de alocação por emissor e de

concentração por emissor nos primeiros 24 meses subsequentes ao recebimento da primeira

contribuição.

Na aplicação dos recursos, a RS-Prev deve observar os limites estabelecidos por esta Política

de Investimentos e pela Resolução CMN nº 3.792/2009, conforme tabelas 3 – 6 abaixo:

POR MODALIDADE DE INVESTIMENTOS

Quadro 4 – Modalidades de investimento e limites de alocação

MODALIDADE DE INVESTIMENTO LIMITES

LEGAL POLÍTICA

RENDA FIXA 100% 100%

Títulos da dívida mobiliária federal ou cotas de fundos de índice de

renda fixa compostos exclusivamente por títulos da dívida pública

mobiliária federal

100% 100%

Ativos de renda fixa, exceto títulos da dívida mobiliária federal 80% 35%

Cédulas de crédito bancário (CCB) e certificados de cédulas de crédito

bancário (CCCB) e notas promissórias 20% 20%

Notas de crédito à exportação (NCE) e cédulas de crédito à exportação

(CCE) 20% 20%

Cotas de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) e de

fundo de cotas de FIDCs 20% 20%

Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) 20% 20%

Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) 20% 20%

Títulos do Agronegócio (CPR; CDCA; CRA e Warrant Agropecuário) 20% 20%

Demais títulos e valores mobiliários de emissão de companhias

abertas, excetuando-se as debêntures, ou de securitizadoras. 20% 20%

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RENDA VARIÁVEL 70% 15%

Ações de companhias abertas admitidas à negociação no segmento

Novo Mercado da BM&FBovespa 70% 15%

Ações de companhias abertas admitidas à negociação no segmento

Nível 2 da BM&FBovespa 60% 15%

Ações de companhias abertas admitidas à negociação no segmento

Bovespa Mais da BM&FBovespa 50% 15%

Ações de companhias abertas admitidas à negociação no segmento

Nível 1 da BM&FBovespa 45% 15%

Ações sem classificação de governança corporativa e cotas de fundos

de índices de ações (ETFs) 35% 15%

Títulos e valores mobiliários de emissão de SPEs, exceto debêntures de

infraestrutura 20% 15%

Demais ativos de renda variável 3% 3%

INVESTIMENTOS ESTRUTURADOS 20% 10%

Fundos de Participação 20% 0%

Fundos Mútuos de Investimentos em Empresas Emergentes 20% 0%

Fundos de Investimento Imobiliário 10% 0%

Fundos Multimercados Estruturados cujos regulamentos observem

exclusivamente a legislação estabelecida pela CVM 10% 10%

INVESTIMENTOS NO EXTERIOR 10% 5%

IMÓVEIS 8% 0%

OPERAÇÕES COM PARTICIPANTES 15% 0%

ALOCAÇÃO POR EMISSOR

Quadro 5 – Alocação por emissor e limites

EMISSOR LIMITES

Legal Política

Tesouro Nacional 100% 100%

Instituição financeira autorizada a funcionar pelo BACEN 20% 20%

Fundo de índice de renda fixa composto exclusivamente por títulos da

dívida mobiliária federal 20% 20%

Debêntures de Infraestrutura 15% 15%

Tesouro Estadual ou Municipal 10% 10%

Companhias abertas com registro na CVM 10% 10%

Organismo Multilateral 10% 10%

Companhias Securitizadoras 10% 10%

Patrocinador do Plano de Benefício 10% 10%

FIDC/FICFIDC 10% 10%

Fundos de Índice Referenciado em Cesta de Ações de Companhias

Abertas 10% 10%

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Sociedade de Propósito Específico – SPE 10% 10%

FI/FICFI Classificados no Segmento de Investimentos Estruturados 10% 10%

FI/FICFI Classificados como Dívida Externa no Segmento de Investimentos

no Exterior 10% 10%

Fundo de Índice de Renda Fixa não composto exclusivamente por títulos

da dívida mobiliária federal 10% 10%

Demais emissores 5% 5%

CONCENTRAÇÃO POR EMISSOR

Quadro 6 – Concentração por emissor e limites

EMISSOR LIMITES

Legal Política

% do Capital Total de uma mesma Companhia Aberta ou de uma mesma

SPE 25% 25%

% do Capital Votante de uma mesma Companhia Aberta 25% 25%

% do PL de uma mesma Instituição Financeira 25% 25%

% do PL de Fundo de Índice Referenciado em Cesta de ações de

Companhia Aberta 25% 25%

% do PL de Fundo de Investimento classificado no Segmento de

Investimentos Estruturados 25% 25%

% do PL de FI constituído no Brasil com ativos classificados no Segmento

de Investimentos no Exterior 25% 25%

% do PL de Fundos de Índice no Exterior negociados em Bolsa de Valores

no Brasil 25% 25%

% do PL de FI ou FIC FI classificado como Dívida Externa no segmento

Investimentos no Exterior 25% 25%

% do PL de Fundo de Índice de Renda Fixa 25% 25%

% do Patrimônio Separado de Certificado de Recebíveis com Regime

Fiduciário 25% 25%

CONCENTRAÇÃO POR INVESTIMENTO

Quadro 7 – Concentração por investimento e limites

INVESTIMENTO LIMITES

Legal Política

% de uma mesma série de títulos ou valores mobiliários 25% 25%

% de uma mesma classe ou série de cotas de FIDC 25% 25%

% de um mesmo empreendimento imobiliário 25% 0%

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ÍNDICES DE REFERÊNCIA E RENTABILIDADE ESPERADA

O índice de referência serve como um indicador de desempenho dos tipos de investimentos

da Entidade. E a meta de rentabilidade traz o retorno esperado para cada um dos

segmentos, ou seja, os objetivos de rentabilidades da Entidade. Para esta Política de

Investimentos foram definidos os índices e metas apresentados no Quadro 8.

Quadro 8 – Índices de Referência e Rentabilidade Esperada

SEGMENTO DE APLICAÇÃO ÍNDICE DE REFERÊNCIA RENTABILIDADE ESPERADA

Renda Fixa CDI IPCA + 2,5% a.a.

Renda Variável IBOVESPA IPCA + 4,0% a.a.

Investimentos Estruturados 110,0% do CDI IPCA + 3,0% a.a.

Investimento no Exterior CDI + 2,0% a.a. IPCA + 4,0% a.a.

Ressaltamos que mudanças no cenário macroeconômico podem alterar as expectativas de

rentabilidade dos ativos. Nesse sentido, a “rentabilidade esperada” não configura nenhuma

obrigação para o Plano.

FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Segundo a CVM4, um Fundo de Investimento é uma modalidade de investimento coletivo.

Uma estrutura formal que agrupa recursos financeiros de vários investidores, para

investimento conjunto. Investir em fundos implica em converter o dinheiro em forma de

cotas. Uma cota corresponde a uma fração do fundo. Quem aplica passa a ser proprietário

de parte da carteira de ativos na proporção do capital ali empregado.

De acordo com a Resolução CNPC nº 08/2011, as aplicações em Fundos de Investimento

podem ser classificadas em 14 grupos, a saber: Curto Prazo, Referenciado, Renda Fixa,

Ações, Cambial, Dívida Externa, Multimercado, Índice de Mercado, Direitos Creditórios,

Empresas Emergentes, Participações, Imobiliários, Empréstimos e Cotas de Fundos e Outros.

As aplicações em Fundos de Investimentos ou em Fundos de Investimento em Cotas de

Fundos de Investimentos serão realizadas por meio de fundos abertos (com resgate de

cotas) ou fechados (sem resgate de cotas). Para a escolha de Fundos de Investimento serão

observados os seguintes pontos:

I – Aderência à legislação de regências das EFPC’s;

II – Convergência da Política de Investimentos do Fundo à Política de Investimentos da RS-

Prev;

4 Fundos de investimento/Comissão de Valores Mobiliários. Rio de Janeiro: Comissão de Valores

Mobiliários, 2014.

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III – Verificação do registro do Fundo junto à CVM;

IV – Rentabilidade em períodos significativos para avaliação;

V - Comparação de desempenho com índice de mercado, considerando o perfil do fundo;

VI - Volatilidade;

VII - Liquidez;

VIII - Taxas de administração, performance, ingresso e saída;

IX - Patrimônio líquido.

Nas alocações em Fundos Exclusivos, a RS-Prev deverá observar critérios e parâmetros de

seleção, os quais deverão ser aprovados pela Diretoria-Executiva.

Em relação às alocações em Fundos Multimercado, quando estes forem considerados

Institucionais, ou seja, fundos multimercado cujos regulamentos estejam em consonância

com a legislação aplicável às EFPC’s, a RS-Prev observará o disposto nos artigos 46 e 47 da

Resolução CMN nº 3.792/2009, e consolidará essas alocações com as posições das carteiras

próprias e carteiras administradas. Para fins de enquadramento, os investimentos realizados

por meio de fundos multimercado institucionais serão considerados no segmento de Renda

Fixa.

PRECIFICAÇÃO

De acordo com o disposto na Resolução CGPC nº 04, de 30 de janeiro de 2002, e alterações

posteriores, os títulos e valores mobiliários integrantes das carteiras próprias das EFPC’s e

das carteiras de fundos de investimentos exclusivos destas entidades, devem ser registrados

pelo valor efetivamente pago, inclusive corretagens e emolumentos, e classificados nas

categorias: i) Títulos para negociação; ou ii) Títulos mantidos até o vencimento.

A metodologia de apuração do valor de mercado de recursos administrados por instituição

financeira ou pela própria RS-Prev deve estar em consonância com as normas baixadas pelo

Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários.

Os títulos e valores mobiliários, classificados na categoria de títulos mantidos até o

vencimento devem ser avaliados pelos respectivos custos de aquisição e acrescidos dos

rendimentos auferidos no período.

ACOMPANHAMENTO DE GESTÃO

A Diretoria de Investimentos deverá controlar de forma contínua a alocação dos

investimentos administrados e elaborar relatório mensal de enquadramento da carteira às

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normas aplicáveis às EFPCs e à Política de Investimentos. Para tanto, serão analisados o

retorno e o risco dos investimentos, bem como será calculada a Divergência Não Planejada

(DNP) para cada plano e por segmento de aplicação. O cálculo será efetuado pela diferença

entre o resultado dos investimentos, medido pela Taxa Interna de Retorno (TIR), e as

respectivas metas de rentabilidade.

Além disso, em consonância com o artigo 19, parágrafo I, da Resolução CGPC nº 13/2004, o

Conselho Fiscal emitirá relatórios de controle internos, pelo menos semestralmente, que

contemplem, no mínimo: as conclusões dos exames efetuados, inclusive sobre a aderência

da gestão dos recursos garantidores dos planos de benefícios às normas em vigor e à

política de investimentos, a aderência das premissas e hipóteses atuariais e a execução

orçamentária.

No caso de ocorrência de desenquadramento, a Diretoria de Investimentos deverá comunicar

o ocorrido aos órgãos colegiados da Entidade, e observar os seguintes procedimentos:

Gerar procedimento de revisão de processos, e adequação formal dos mesmos, se os

desenquadramentos forem causados por erros ou falhas internas;

Gerar sanções ao gestor de recursos, as quais serão definidas no âmbito do órgão de

deliberação, se os desenquadramentos forem causados por descumprimento da legislação

ou dessa política de investimento;

Não são considerados como infringências aos limites da legislação vigente os

desenquadramentos passivos, de que trata o artigo 52 da Resolução CMN nº 3.792/2009, e,

o reenquadramento deverá ser realizado conforme as disposições legais.

OUTROS REQUISITOS

CONTRATAÇÃO DE PRESTADORES DE SERVIÇOS

Na contratação de prestadores de serviços, a RS-Prev deve avaliar a capacidade técnica e

potenciais conflitos de interesses dos seus prestadores de serviço.

Além disso, é obrigatório que os prestadores de serviços de gestão, análise e consultoria,

eventualmente contratados pela Entidade, sejam devidamente registrados ou credenciados

pela CVM.

As contratações referentes à gestão dos recursos financeiros da RS-Prev, no que diz respeito

à gestão terceirizada por entidades autorizadas e credenciadas, na forma do artigo 12, § 1º,

da Lei Complementar nº 14.750/2015, seguirão o disposto nesta Política de Investimentos.

Para as demais contratações referentes à gestão dos recursos financeiros, aplicar-se-á o

disposto na Resolução do Conselho Deliberativo nº 07/2017.

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UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS DERIVATIVOS

As operações com derivativos são permitidas em todos os veículos de investimento

utilizados pelo plano, desde que observadas, cumulativamente, as condições de que trata o

artigo 44 da Resolução CMN nº 3.792/2009, conforme abaixo:

I - Avaliação prévia dos riscos envolvidos;

II - Existência de sistemas de controles internos adequados às operações;

III - Registro da operação ou negociação em bolsa de valores ou de mercadorias e futuros;

IV - Atuação em câmaras e prestadores de serviços de compensação e liquidação como

contraparte central garantidora da operação;

V - Depósito de margem limitado a 15% (quinze por cento) da posição em títulos da dívida

pública mobiliária federal, títulos e valores mobiliários de emissão de instituição financeira

autorizada a funcionar pelo BACEN e ações pertencentes ao índice Bovespa da carteira de

cada plano ou fundo de investimento;

VI - Valor total dos prêmios de opções pagos limitado a 5% (cinco por cento) da posição em

títulos de dívida pública mobiliária federal, títulos e valores mobiliários de emissão de

instituição financeira autorizada a funcionar pelo BACEN e ações pertencentes ao índice

Bovespa da carteira de cada plano ou fundo de investimento.

Além disso, é vedado à EFPC manter posições em mercados derivativos, diretamente ou por

meio de fundo de investimento, a descoberto, ou que gerem possibilidade de perda superior

ao valor do patrimônio da carteira ou do fundo de investimento.

PRINCÍPIOS SOCIOAMBIENTAIS

A RS-Prev, enquanto não possuir princípios formalmente definidos, buscará apoio no Guia

da EFPC Responsável – Seleção e Monitoramento de Gestor Terceirizado com Critérios ASG

(Ambientais, Sociais e de Governança) no seu processo de tomada de decisão de

investimentos, sem prejuízo aos aspectos de rentabilidade, volatilidade e liquidez.

DISPOSIÇÕES GERAIS

Essa Política de Investimentos estará vigente entre 01/01/2018 e 31/12/2022, e será

revisada anualmente pelo Conselho Deliberativo da RS-Prev.

Os casos omissos desta Política de Investimentos serão decididos pelo Conselho

Deliberativo, observada a legislação em vigor.