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ANO II | Nº 5 | OUT 2008 8 INFORME CRMV-SC | OUTUBRO2008 CRMV-SC volta a denunciar falta de inspeção ao Ministério Público Estadual POLÊMICA Conselho exige contratação imediata de Médicos Veterinários Há muito tempo alertando as autoridades para os riscos à defesa sanitária do Estado e à segurança alimentar da população, o CRMV-SC protocolou denúncia no Ministério Público e cobrou a contratação imediata de Médicos Veterinários do secretário da Agricultura, Antonio Ceron, para o Serviço de Inspeção Estadual. O Conselho prepara, agora, um relatório a ser apresentado ao governador Luiz Henrique da Silveira, indicando quantos profissionais são necessários para reforçar o serviço e garantir a sua eficiência. Vagas para Médicos Veterinários também devem ser incluídas no próximo concurso da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fatma), garantiu o presidente da instituição. I N F O R M E Reeleita diretoria do CRMV-SC CRMV-SC muda horário de atendimento Regional Planalto ganha nova delegacia Demonstrando unidade na escolha de seus representantes, 88,3% dos Médicos Veterinários e Zootecnistas de Santa Catarina reelegeram a atual diretoria para a gestão 2008-2011. Os Médi- cos Veterinários Moacir Tonet, Albert Lang e Pedro Jeremias Borba permanecem, respectiva- mente, como presidente, vice-presidente e dire- tor tesoureiro do Conselho. A médica veterinária Dilamar Rudolf Sartor assume como secretária geral no lugar do colega Edson Henrique Veran, que passa a conselheiro suplente. Como conse- lheiros efetivos, assumem o zootecnista Amir Dal Bosco e os médicos veterinários Jorge Alberto Girrulat da Costa, Lauren das Virgens Ventura Parisotto, Henry Antonio Carlesso, José Alves da Silva e Marcelo Henrique Puls da Silvei- ra; e como conselheiros suplentes, além de Veran, os médicos veterinários Liliann Kelly Gra- nemann, Patrícia dos Santos Coutinho, José Boz- zato Sobrinho e Carla Zoche. A eleição ocorreu no dia 4 de agosto, tendo 2.345 profissionais aptos a votar. Dos 1.782 votos apurados, 1.574 foram para a chapa Inte- gração, única inscrita. A solenidade de posse está marcada para dezembro. Segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 13h às 16h. Este é o novo horário de atendimento externo do CRMV-SC. A mudança, iniciada em agosto, vem permitindo aos funcionários a realização de trabalho interno durante algumas horas do dia. Isto se deve ao fato de que o CRMV-SC vem operando com um número reduzido de funcionários e vem registrando intensa ati- vidade em todos os setores. Os profissionais e empresas da região do Planalto contam com uma nova delegacia do CRMV-SC, inaugurada no dia 8 de setembro, já com solenidade de entrega das carteiras aos profis- sionais recém-formados da região. Localizado na Avenida Luiz de Camões, 915 sala 5, em Lages, o imóvel adquirido pelo Conselho tem cerca de 54 m e torna-se “um importante braço da adminis- tração central”, de acordo com o médico veterinário Henry Antonio Carlesso, titu- lar da Delegacia. O atendi- mento externo da nova sede é das 13h30 às 17h30. Informa- ções: [email protected]. E em breve o CRMV-SC deverá inaugurar a Delegacia Regio- nal Norte, para melhor aten- der aos profissionais locais. A sede será em Joinville. 2 Impresso fechado, pode ser aberto pelA ECT. CORREIOS IMPRESSO ESPECIAL Nº 68001097-DR/SC CRMV-SC onstatando diversas irregularidades em esta- belecimentos com Inspeção Estadual e Munici- pal, o CRMV-SC encaminhou este mês denún- cia ao Ministério Público Estadual. A principal irre- gularidade verificada foi que na rotina de abates não havia o acompanhamento do médico veterinário durante os procedimentos. “Em alguns casos, o médi- co veterinário comparecia eventualmente. Em outros, nem mesmo existia profissional responsável pela ins- peção, ficando a cargo de técnicos ou outros profissio- nais sem habilitação legal”, conta o médico veterinário Fernando Zacchi, coordenador de fiscalização do Con- selho. Esta foi mais uma denúncia protocolada no MPE sobre a questão. Em abril do ano passado o CRMV-SC relatou ao órgão irregularidades em agroindústrias e em prefeituras catarinenses, que não estavam realizando o serviço de inspeção. Esta é apenas uma das medidas adotadas pelo Conselho neste sentido. Desde 2006, o CRMV-SC vem se reunindo com prefeitos, secretários municipais, produtores, profissionais para alertá-los sobre a obrigatoriedade da atuação do Responsável Téc- nico (RT). O Conselho também vem, há mais de um ano, cobrando dos órgãos competentes a contratação de pro- fissionais em número suficiente para atender a demanda da agroindústria catarinense. Foto Divulgação/Arquivo Cidasc Leia mais nas págs. 3 e 8 Na inauguração, o Delegado Carlesso (D), ao lado do presidente do CRMV-SC, Moacir Tonet, do diretor tesoureiro Pedro Jaremias Borba, e dos conselheiros Elvert de Oliveira Filho e Nelson Sell Duarte Onde deve estar o Responsável Técnico? Fernando - Fernando Fernando Fernando - Fernando - Fernando Fernando Para orientar os profissionais sobre seus deveres e responsabili- dades como RT, o CRMV-SC pro- moveu, no ano passado, várias edi- ções do Seminário de Ética e Res- ponsabilidade Técnica, em diver- sas cidades. Outros dois eventos semelhantes serão realizados (veja box) ainda este ano. Conversamos com o Coordenador de Fiscaliza- ção do CRMV-SC, o médico veteri- nário Fernando R. Zacchi, para fazer um balanço dos resultados obtidos com a realização dos semi- nários. Notamos um aumento do número de Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) homologadas pelo Conse- lho. Mas a principal mudança tem sido a conscientização dos profis- sionais com respeito às suas res- ponsabilidades perante as empre- sas e à sociedade. Alguns profissi- onais, que não tinham condições de atender com freqüência e quali- dade às empresas, consciente- mente pediram baixa da ART e até hoje essa situação é freqüente. – Não, se conside- rarmos que é melhor o profissional se dedicar mais a poucas empre- sas, prestando um serviço de qua- lidade do que 'abraçar' diversos estabelecimentos apenas para receber por um serviço que nem sempre é prestado. Ainda pode- mos considerar que mais profissi- onais poderão assumir a RT daquela empresa, dando oportuni- dade a um número maior de médi- cos veterinários e zootecnistas. - Algumas não gostam, pois o RT é um fiscal do consumidor dentro do próprio estabelecimento. Essas empre- sas prefeririam pagar para não ver o médico veterinário por per- to. Mas a maioria tem elogiado o trabalho. A tendência é cada vez mais aumentar a responsabilida- de do profissional perante ao Conselho, à sociedade e aos outros órgãos de defesa do con- sumidor como PROCON e Minis- tério Público. Continuamos autuando as empresas, mesmo que tenham profissionais de outras áreas, para buscar a dis- cussão na justiça. Em alguns casos, até mesmo denunciando ao Ministério Público. Recebemos diversas reclamações, de empresas, profissionais e até de consumidores com relação ao efetivo trabalho do RT. Verifica- mos as informações e relatamos o mais detalhadamente possí- vel, como, por exemplo, os casos em que o dono da agrope- cuária relata que o profissional não comparece ao estabeleci- mento há mais de dois meses, ou em abatedouros onde nin- guém sabe ao certo quem é o ins- petor e quem é o RT. Aliás, temos encontrado algumas situ- ações onde tanto inspetor como RT só existem no papel, mas, na realidade, o abate ocorre com a supervisão apenas de um técni- co ou de profissional de outro ramo. - O profissional que ape- nas assina por uma empresa (tanto o RT como o Inspetor), sem acompanhar a produção e orientar os proprietários sobre a legislação vigente, fazendo-os cumpri-la, está sujeito a, além de res- ponder eticamente perante o Conselho, a processo por danos ao consumidor nas esferas cível e criminal. - Os seminários nos aju- dam bastante na solução de problemas relacionados à responsabilidade técni- ca, embora não os elimine por comple- to. O papel dos conselhos profissionais é orientar e fiscalizar os profissionais para garantir à sociedade um serviço de qualidade. Nesse sentido, tem sido muito útil passar um tempo com cole- gas para discutir problemas relaciona- dos à atividade de responsável técnico e esclarecer as dúvidas, que são as mais variadas possíveis. Somente um traba- lho continuado de educação do profissi- onal e uma fiscalização intensa para o cumprimento do estabelecido garanti- rão segurança aos consumidores, e a conseqüente valorização do Médico Veterinário e do Zootecnista. Informe Foi percebida alguma mudança na prática profissional após a realização dos seminários? Informe - Mas isso não prejudica o profissional ou o mercado de tra- balho? Informe E qual tem sido a rea- ção das empresas? Informe E o que o CRMV-SC tem feito com relação às empre- sas que não contratam RT? Informe Como é a atuação da fiscalização nesses casos? Informe Quais as possíveis penalida- des para este tipo de responsável técni- co? Informe - Como avalias a repercussão dos seminários de RT? - - - Seminário de Responsabilidade Técnica e Ética Profissional Outubro - Xanxerê Dia 25, sábado (a pedido dos profissionais) Local: Hotel Himmelblau - Rua 7 de Setembro, 1.415. Centro - Blumenau/SC Inscrições: 3kg de alimentos não perecíveis. www.crmvsc.org.br/seminarios_rt.htm Dia 29 de novembro (sábado) Local: UNOESC Acompanhe programação pelo www.crmvsc.org.br Novembro

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Page 1: POLÊMICA ANO II | Nº 5 | OUT 2008 CRMV-SC volta a ...crmvsc.gov.br/pdf/informecrmv-05.pdfOs profissionais e empresas da região do Planalto contam com uma nova delegacia do CRMV-SC,

A N O II | N º 5 | OUT 2 0 0 8

8 INFORME CRMV-SC | OUTUBRO2008

CRMV-SC volta a denunciar falta de inspeçãoao Ministério Público Estadual

POLÊMICA

Conselho exige contratação imediatade Médicos Veterinários

Há muito tempo alertando as autoridades para osriscos à defesa sanitária do Estado e à segurançaalimentar da população, o CRMV-SC protocoloudenúncia no Ministério Público e cobrou a contrataçãoimediata de Médicos Veterinários do secretário daAgricultura, Antonio Ceron, para o Serviço de InspeçãoEstadual. O Conselho prepara, agora, um relatório a serapresentado ao governador Luiz Henrique da Silveira,indicando quantos profissionais são necessários parareforçar o serviço e garantir a sua eficiência. Vagas paraMédicos Veterinários também devem ser incluídas nopróximo concurso da Fundação Estadual de MeioAmbiente (Fatma), garantiu o presidente da instituição.

I N F O R M E

Reeleita diretoria do CRMV-SC CRMV-SC muda horário de atendimento

Regional Planalto ganha nova delegacia

Demonstrando unidade na escolha de seusrepresentantes, 88,3% dos Médicos Veterináriose Zootecnistas de Santa Catarina reelegeram aatual diretoria para a gestão 2008-2011. Os Médi-cos Veterinários Moacir Tonet, Albert Lang ePedro Jeremias Borba permanecem, respectiva-mente, como presidente, vice-presidente e dire-tor tesoureiro do Conselho. A médica veterináriaDilamar Rudolf Sartor assume como secretáriageral no lugar do colega Edson Henrique Veran,que passa a conselheiro suplente. Como conse-lheiros efetivos, assumem o zootecnista AmirDal Bosco e os médicos veterinários JorgeAlberto Girrulat da Costa, Lauren das VirgensVentura Parisotto, Henry Antonio Carlesso, JoséAlves da Silva e Marcelo Henrique Puls da Silvei-ra; e como conselheiros suplentes, além deVeran, os médicos veterinários Liliann Kelly Gra-nemann, Patrícia dos Santos Coutinho, José Boz-zato Sobrinho e Carla Zoche.

A eleição ocorreu no dia 4 de agosto, tendo2.345 profissionais aptos a votar. Dos 1.782votos apurados, 1.574 foram para a chapa Inte-gração, única inscrita. A solenidade de posseestá marcada para dezembro.

Segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 13h às 16h.Este é o novo horário de atendimento externo do CRMV-SC. Amudança, iniciada em agosto, vem permitindo aos funcionáriosa realização de trabalho interno durante algumas horas do dia.Isto se deve ao fato de que o CRMV-SC vem operando com umnúmero reduzido de funcionários e vem registrando intensa ati-vidade em todos os setores.

Os profissionais e empresas da região do Planalto contamcom uma nova delegacia do CRMV-SC, inaugurada no dia 8 desetembro, já com solenidade de entrega das carteiras aos profis-sionais recém-formados da região. Localizado na Avenida Luiz deCamões, 915 sala 5, em Lages, o imóvel adquirido pelo Conselhotem cerca de 54 m e torna-se “um importante braço da adminis-tração central”, de acordocom o médico veterinárioHenry Antonio Carlesso, titu-lar da Delegacia. O atendi-mento externo da nova sede édas 13h30 às 17h30. Informa-ções: [email protected]. Eem breve o CRMV-SC deveráinaugurar a Delegacia Regio-nal Norte, para melhor aten-der aos profissionais locais.A sede será em Joinville.

2

Impresso fechado,pode ser aberto

pelA ECT.

CORREIOS

IMPRESSO ESPECIALNº 68001097-DR/SC

CRMV-SConstatando diversas irregularidades em esta-belecimentos com Inspeção Estadual e Munici-pal, o CRMV-SC encaminhou este mês denún-

cia ao Ministério Público Estadual. A principal irre-gularidade verificada foi que na rotina de abates nãohavia o acompanhamento do médico veterináriodurante os procedimentos. “Em alguns casos, o médi-co veterinário comparecia eventualmente. Em outros,nem mesmo existia profissional responsável pela ins-peção, ficando a cargo de técnicos ou outros profissio-nais sem habilitação legal”, conta o médico veterinárioFernando Zacchi, coordenador de fiscalização do Con-selho.

Esta foi mais uma denúncia protocolada no MPEsobre a questão. Em abril do ano passado o CRMV-SCrelatou ao órgão irregularidades em agroindústrias e emprefeituras catarinenses, que não estavam realizando oserviço de inspeção. Esta é apenas uma das medidasadotadas pelo Conselho neste sentido. Desde 2006, oCRMV-SC vem se reunindo com prefeitos, secretáriosmunicipais, produtores, profissionais para alertá-lossobre a obrigatoriedade da atuação do Responsável Téc-nico (RT). O Conselho também vem, há mais de um ano,cobrando dos órgãos competentes a contratação de pro-fissionais em número suficiente para atender a demandada agroindústria catarinense.

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Leia mais nas págs. 3 e 8

Na inauguração, o Delegado Carlesso (D),ao lado do presidente do CRMV-SC, MoacirTonet, do diretor tesoureiro Pedro Jaremias

Borba, e dos conselheiros Elvert deOliveira Filho e Nelson Sell Duarte

Onde deve estar o ResponsávelTécnico?

Fernando -

Fernando

Fernando

Fernando -

Fernando -

Fernando

Fernando

Para orientar os profissionaissobre seus deveres e responsabili-dades como RT, o CRMV-SC pro-moveu, no ano passado, várias edi-ções do Seminário de Ética e Res-ponsabilidade Técnica, em diver-sas cidades. Outros dois eventossemelhantes serão realizados (vejabox) ainda este ano. Conversamoscom o Coordenador de Fiscaliza-ção do CRMV-SC, o médico veteri-nário Fernando R. Zacchi, parafazer um balanço dos resultadosobtidos com a realização dos semi-nários.

Notamos umaumento do número de Anotaçõesde Responsabilidade Técnica(ART) homologadas pelo Conse-lho. Mas a principal mudança temsido a conscientização dos profis-sionais com respeito às suas res-ponsabilidades perante as empre-sas e à sociedade. Alguns profissi-onais, que não tinham condiçõesde atender com freqüência e quali-dade às empresas, consciente-mente pediram baixa da ART e atéhoje essa situação é freqüente.

– Não, se conside-rarmos que é melhor o profissionalse dedicar mais a poucas empre-sas, prestando um serviço de qua-lidade do que 'abraçar' diversosestabelecimentos apenas parareceber por um serviço que nemsempre é prestado. Ainda pode-mos considerar que mais profissi-onais poderão assumir a RTdaquela empresa, dando oportuni-dade a um número maior de médi-cos veterinários e zootecnistas.

- Algumas nãogostam, pois o RT é um fiscal doconsumidor dentro do próprioestabelecimento. Essas empre-sas prefeririam pagar para nãover o médico veterinário por per-to. Mas a maioria tem elogiado otrabalho. A tendência é cada vezmais aumentar a responsabilida-de do profissional perante aoConselho, à sociedade e aosoutros órgãos de defesa do con-sumidor como PROCON e Minis-tério Público.

Continuamosautuando as empresas, mesmoque tenham profissionais deoutras áreas, para buscar a dis-cussão na justiça. Em algunscasos, até mesmo denunciandoao Ministério Público.

Recebemosdiversas reclamações, deempresas, profissionais e até deconsumidores com relação aoefetivo trabalho do RT. Verifica-mos as informações e relatamoso mais detalhadamente possí-vel, como, por exemplo, oscasos em que o dono da agrope-cuária relata que o profissionalnão comparece ao estabeleci-mento há mais de dois meses,ou em abatedouros onde nin-guém sabe ao certo quem é o ins-petor e quem é o RT. Aliás,temos encontrado algumas situ-ações onde tanto inspetor comoRT só existem no papel, mas, narealidade, o abate ocorre com asupervisão apenas de um técni-co ou de profissional de outroramo.

- O profissional que ape-nas assina por uma empresa (tanto o RTcomo o Inspetor), sem acompanhar aprodução e orientar os proprietáriossobre a legislação vigente, fazendo-oscumpri-la, está sujeito a, além de res-ponder eticamente perante o Conselho,a processo por danos ao consumidornas esferas cível e criminal.

- Os seminários nos aju-dam bastante na solução de problemasrelacionados à responsabilidade técni-ca, embora não os elimine por comple-to. O papel dos conselhos profissionaisé orientar e fiscalizar os profissionaispara garantir à sociedade um serviço dequalidade. Nesse sentido, tem sidomuito útil passar um tempo com cole-gas para discutir problemas relaciona-dos à atividade de responsável técnico eesclarecer as dúvidas, que são as maisvariadas possíveis. Somente um traba-lho continuado de educação do profissi-onal e uma fiscalização intensa para ocumprimento do estabelecido garanti-rão segurança aos consumidores, e aconseqüente valorização do MédicoVeterinário e do Zootecnista.

Informe Foi percebida algumamudança na prática profissionalapós a realização dos seminários?

Informe - Mas isso não prejudica oprofissional ou o mercado de tra-balho?

Informe E qual tem sido a rea-ção das empresas?

Informe E o que o CRMV-SCtem feito com relação às empre-sas que não contratam RT?

Informe Como é a atuação dafiscalização nesses casos?

Informe Quais as possíveis penalida-des para este tipo de responsável técni-co?

Informe - Como avalias a repercussãodos seminários de RT?

-

-

-

Seminário de ResponsabilidadeTécnica e Ética Profissional

Outubro

- Xanxerê

Dia 25, sábado (a pedido dosprofissionais)

Local: Hotel Himmelblau - Rua 7 deSetembro, 1.415. Centro - Blumenau/SC

Inscrições: 3kg de alimentos nãoperecíveis.

www.crmvsc.org.br/seminarios_rt.htm

Dia 29 de novembro (sábado)Local: UNOESC

Acompanhe programação pelowww.crmvsc.org.br

Novembro

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Atendendo a pedidos paraque o Conselho desse maiorrepercussão às notícias daclasse, o CRMV-SC firmoucontrato com o jornal DiárioCatarinense e vem publicando,desde maio, uma colunamensal neste periódico. Aúltima edição, veiculada no dia9 de setembro, trouxe umahomenagem aos MédicosVeterinários pela passagem doseu dia, informando a popula-ção algumas das principaisatividades do profissional.

2 INFORME CRMV-SC | OUTUBRO2008

PALAVRA DO PRESIDENTE DESTAQUES

Conselheiros Efetivos:

Conselheiros Suplentes:

Informativo CRMV-SC

Zootecnista Amir Dal Bosco - CRMV-SC N° 0026Méd. Vet. Jorge Alberto Girrulat da Costa - CRMV-SC N° 1541Méd. Vet. Lauren das Virgens Ventura Parisotto- CRMV-SC N° 2578Méd. Vet. Henry Antonio Carlesso - CRMV-SC N° 0494Méd. Vet. José Alves da Silva - CRMV-SC N° 0513Méd. Vet. Marcelo Henrique Puls da Silveira - CRMV-SC N° 1646

Méd. Vet. Liliann Kelly Granemann - CRMV-SC N° 2434Méd. Vet. Patrícia dos Santos Coutinho - CRMV-SC N° 2248Méd. Vet. José Bozzato Sobrinho - CRMV-SC N° 1972Méd. Vet. Carla Zoche - CRMV-SC N° 3220Méd. Vet. Edson Henrique Veran - CRMV-SC N° 0485

Jornalista responsável: Letícia WilsonEditoração gráfica: Jorge J. Gomes - FloriprintImpressão: FloriprintTiragem: 4 mil exemplares

(DRT/RS 8.757)

[email protected]

CRMV-SC

Rodovia Admar Gonzaga, 755 – 3 andar88034-000 Itacorubi Florianópolis/SC(48) 3232.7750www.crmvsc.org.br

Conselho Regional de MedicinaVeterinária de Santa Catarina

Diretoria Executiva:

0

Presidente: Méd. Vet. Moacir Tonet – CRMV-SC N° 0837Vice-Presidente: Méd. Vet. Albert Lang - CRMV-SC N° 1617Secretário-Geral: Méd. Vet. Dilamar Rudolf Sartor - CRMV-SC N° 0539Tesoureiro: Méd. Vet. Pedro Jeremias Borba - CRMV-SC N° 0285

este mês em que comemora-mos o Dia do Médico Veteri-nário, registramos nossos sin-

ceros parabéns a todos os colegas.Não apenas para marcar a data, maspelo exemplar trabalho que vêmdesempenhando nestes 40 anos deregulamentação da nossa profissão.Na defesa sanitária do Estado, nasegurança alimentar da população, nocontrole das zoonoses, na prevençãoe na cura de doenças dos nossos ani-mais, na educação, na pesquisa e natecnologia, no melhoramento genéti-co; enfim, todos os médicos veteriná-rios catarinenses e àqueles que atuamem nosso Estado merecem parabénse nosso muito obrigado.

O CRMV-SC vem atuando, diaria-mente, para que a atuação dos médi-cos veterinários e zootecnistas sejabem compreendida pela população evalorizada pelos produtores rurais,industriais, pelas autoridades e pelosgovernantes dos municípios e donosso Estado. Por isso, denunciamoso exercício legal e reivindicamos a con-tratação de profissionais para as ativi-

dades que lhe sãoexclusivas e ondesão imprescindíve-is, como no serviçod e i n s p e ç ã o .Entendemos que o

sanitário pri-vilegiado que con-quistou Santa Cata-rina, permitindo aabertura de novosmercados aos pro-dutores e, conse-q ü e n t e m e n t e ,aquecendo a eco-nomia, somente

será mantido se mais médicos veteri-nários forem contratados para o servi-ço de inspeção, tanto nos municípiosquanto no Estado. Por isso, já fomosao Ministério Público Estadual aoMinistério Público Federal, ao Secretá-rio de Agricultura e agora vamos dire-tamente ao governador.

Muitas dessas ações você acom-panha aqui neste informativo. E saibaque estamos fazendo a nossa parte. E,sinceramente, esperamos que elesfaçam a que lhes cabe.

Boa leitura,

status

Moacir Tonet

Médico Veterinário (0837/VP)

Presidente do CRMV-SC

COMEMORAÇÃO

INFORME CRMV-SC | OUTUBRO2008 7

N

Conselho renova a frota

CRMV-SC publicacoluna no DC

O CRMV-SC adqui-riu quatro veículosnovos, em junho,para reforçar o tra-balho de fiscaliza-ção no Estado.

O Informe Veterinário Digi-tal (IVD), enviado semanalmen-te pelo CRMV-SC por e-mail, jáconta com 4 mil assinantes.São profissionais, empresáriose estudantes que se interes-sam pelos assuntos da classee querem se manter atualiza-dos sobre as notícias do setor.Também são enviadas paratodos os e-mails cadastradosas principais notícias veicula-das na Imprensa sobre o setor.Esse serviço de clipping tem oobjetivo de dar amplo conheci-mento à classe sobre os assun-tos relativos a sua área de atua-ção e não refletem, necessaria-mente, a posição do CRMV-SCou a de sua diretoria. Cadastre-se: www.crmvsc.org.br

Em parceria com a Udesc, oCRMV-SC realizou Seminário deBem-Estar Animal em Lages, nosdias 4 e 5 de agosto, e em Chape-có, no dia 7. De acordo com o médi-co veterinário João Montardo, coor-denador de eventos do Conselho,as três edições do curso totaliza-ram cerca de 750 participantes. Opalestrante, convidado pela Udesc,o médico veterinário espanholJesús Juan Cantalapiedra Alvarez,Doutor em Veterinária pela Univer-sidade de Santiago de Compostela(UCS), Espanha, e professor deBem-Estar Animal dos cursos deDoutorado da mesma instituição,considerado um dos maiores espe-cialistas no assunto.

Recém formou a primeira turma e o cursode Zootecnia da Udesc já foi considerado omelhor do País, de acordo com os resultadosdo Exame Nacional de Desempenho de Estu-dantes, realizado pelo Ministério da Educa-ção, divulgados em meados de agosto. Ocurso obteve conceito máximo (5) e a médiade 76,4 na categoria concluintes, alcançandoo primeiro lugar entre os 78 cursos de Zootec-nia existentes no Brasil. Mateus Pies Gionbelli,destaque da turma, também recebeu o títulode melhor aluno de zootecnia do Brasil. O zoo-tecnista Amir Dal Bosco, conselheiro doCRMV-SC, representou o Conselho na forma-tura desta 1ª turma de zootecnistas catarinen-ses, realizada no dia 19 de julho, em Chapecó.

Zootecnia Udescé destaque nacional

Seminário deBem-Estar Animal

IVD tem 4 milassinantes

PDia do Médico Veterinário

é celebrado no Estado

O Dia do Médico Veterinário, 9 de setembro, foi celebrado emdiversas ocasiões, em diversas cidades, durante toda a semana. EmFlorianópolis, a data foi marcada com um jantar oferecido pela Socieda-de Catarinense de Medicina Veterinária e pela Anclivepa-SC, no própriodia 9. Cerca de 200 pessoas prestigiaram o evento, pela primeira vezrealizado em conjunto pelas duas entidades representativas da classe.

Em Joinville, asdistribuidoras deprodutos da regiãoRealpet e Pet Linepromoveram umjantar direcionado aprofissionais de clí-n icas , de PetsShops e a médicosveterinários atuan-tes na área de eqüi-nos. Em torno de

80 pessoas estiveram presentes. As mesmas empresas também ofe-receram jantar aos profissionais da Capital, no dia 11 de setembro.

Em Lages, o Núcleo de Médicos Veterinários do Planalto Catari-nense promoveu um jantar comemorativo no dia 5 de setembro, emsua sede social, bastante concorrido. Em Xanxerê, o Centro Acadêmi-co do curso de Medicina Veterinária da Unoesc realizou um jantar nodia 9 e uma sessão de palestras no dia 10 em comemoração à data. Ojantar reuniu 134 pessoas para um 'Porco a Paraguaia'. As palestras,sobre animais silvestres e videolaparoscopia para pequenos animais,contaram com 95 participantes

rezados colegas Médicos Veteri-nários, em 9 de setembro celebra-mos o dia dedicado a nós, graças

ao saudoso presidente Getúlio Var-gas, que, em 1944, através de decreto, nor-matizou nossa profissão. Hoje, passados64 anos, temos muito o que comemorar: ocrescimento da categoria e sua organiza-ção em entidades representativas, dentreas quais, e mais antigas, a Sociedade e oConselho seguidas pelo Sindicato, Fena-mev, Anclivepa, Cooperativa, além da Cer-tificadora e dos diversos Colégios.

Em Santa Catarina, nossas entidadesestão, não apenas irmanadas em prol domédico veterinário, mas também se encon-tram reunidas em um único prédio - o Cen-tro Executivo dos Médicos Veterinários,localizado no bairro Itacorubi, em Florianó-polis. Recentemente, o CRMV-SC adquiriudois andares do Centro Executivo (2° e 3°)e, agora a Anclivepa-SC realiza negocia-ção para a compra de uma sala, a fim de aliinstalar sua sede. A reunião de nossasdiversas entidades, em um único espaço,deixa-nos muito satisfeitos, pois semprefomos favoráveis à idéia de que, dessemodo, conseguiríamos otimizar os nossosrecursos, e proporcionar um melhor atendi-mento aos colegas, especialmente os quese deslocam do interior para Florianópolis.Tal forma de organização, pensamos, devese estender aos Núcleos Regionais que,adquirindo sede própria, passarão a reunirtodas as entidades representativas. Vamos,portanto, trabalhar para que isso se concre-tize em breve.

Outro aspecto importante no qualdevemos empenhar nossos esforços dizrespeito à representatividade política daqual a categoria tanto se ressente. Jáincentivamos e apoiamos a candidatura decolegas médicos veterinários a cargos devereadores, vice-prefeitos e prefeitos.Porém, julgamos pertinente eleger tam-bém representantes na Assembléia Legis-lativa e na Câmara de Deputados. Para tan-to, lançamos aqui esse desafio aos cole-gas. É inegável que nossa categoria exerceum importante trabalho para a sociedadebrasileira e, por isso, não apenas merece,como deve ocupar cargos de alta repre-sentatividade. Valores capazes de enfren-tar tal empreitada não nos faltam.

Médico Veterinário

Paulo Roberto Garcia

Presidente da SomevescSociedade Catarinense de Medicina Veterinária

Parabéns, colegas!

Xanxerê: Centro Acadêmico reuniu a classe

Florianópolis: Somevesc e Anclivepa-SC promovem evento integrado

Joinville: Distribuidoras homenagem profissionais de clínicas

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INFORME CRMV-SC | OUTUBRO2008 3

Em defesa da profissão

6 INFORME CRMV-SC | OUTUBRO2008

INSPEÇÃO

Durante o 6 Encontro dos Presidentes dos CRMVsdo Sul, realizado no início de setembro em Porto Alegre(RS), o presidente do CRMV-SC, Moacir Tonet,participou de uma audiência com a governadora doEstado, Yeda Crusius; e com o secretário Estadual deAgricultura, Pecuária e Agronegócio, João CarlosFagundes Machado; a pedido do presidente do CRMV-RS, Air Fagundes dos Santos, que também reivindicavaa contratação de médicos veterinários para o serviço de

inspeção. Visando o mercado externo e aproveitando obom momento do agronegócio, na mesmaoportunidade foi assinado um projeto de lei doExecutivo para contratação imediata de 96 médicosveterinários, 250 auxiliares administrativos, 9engenheiros agrônomos e 9 engenheiros florestais; etambém para aquisição de 189 veículos para a defesasanitária e de seis estruturas físicas para sereminstaladas na divisa com Santa Catarina.

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CAPA

CRMV-SC cobra contratação de médicos veterinários do Secretáriode Agricultura. Governo do Estado sinaliza que deve contratar.A meta é ter um profissional em cada município catarinense

Em tempo:

Outras importantes conquistas

Realidade denunciada visa proteger rebanho e a população catarinense

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Sociedade contramudança no RIISPOA

A nova proposta do Decreto nº 30.961 de 1952 apresentada pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Ori-gem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estará em consulta pública até odia 15 de outubro. Dos 811 artigos do atual RIISPOA, 49% foram alterados e outros 47% foram revogados por seremconsiderados obsoletos. Apenas 3,4% dos artigos foram preservados e 290 foram criados. Ao todo, a proposta donovo RISSPOA possui 748 artigos. O documento pode ser lido na íntegra pelo site: www.agricultura.-gov.br/images/MAPA/arquivos_portal/rispoa.pdf. As contribuições, acompanhadas de justificativas, podem ser enca-minhadas pelo e-mail [email protected].

Governo federal amplia o prazo daconsulta pública sobre as mudançasno regulamento. CRMV-SC leva a ten-tativa de 'privatização' da inspeção aoMinistério Público Federal e os presi-dentes dos Conselhos do Sul reivin-

dicam alterações na proposta

O V Encontro dos CRMVs da região Sul,realizado em Florianópolis em julho, foi mar-cado pelo debate em torno das às mudançaspropostas pelo governo de revisão do Regula-mento de Inspeção Industrial e Sanitária dosProdutos de Origem Animal (RIISPOA), colo-cada em consulta pública na véspera doencontro por um período de 30 dias. Os presi-dentes presentes trataram de formular umdocumento manifestando-se contrários aoque chamaram de tentativa de 'privatização'da inspeção.

Diante das reclamações de diversos seg-mentos da sociedade, o governo ampliou oprazo para consulta pública até o dia 15 desetembro e voltou a prorrogá-lo para até 15 deoutubro. Neste período, diversas entidadesestão encaminhando suas propostas de alte-rações, inclusive o CRMV-SC, que chegou aprotocolar denúncia no Ministério PúblicoFederal sobre a questão.

No dia 5 de setembro, o médico veteriná-rio João Vargas Montardo, da Comissão deInspeção do CRMV-SC, representou o Conse-lho catarinense na reunião realizada na sededo Conselho Federal, em Brasília, para discutiras propostas do Ministério da Agricultura pararevisão do RIISPOA. Segundo ele, o foco cen-tral dos debates foi a proposta de inspeçãopermanente apenas nos estabelecimentos deabate, sendo que os Conselhos de Santa Cata-rina, São Paulo, Mato Grosso e Ceará, repre-sentado no ato por Santa Catarina, manifesta-ram-se contrários a idéia. “Além de váriassugestões na área técnica, também propuse-mos a substituição da palavra técnico pormédico veterinário em todos os artigos, consi-derando que a inspeção de produtos de ori-gem animal é privativa deste”, acrescentaMontardo. Além desses estados, estiveramrepresentados no encontro os Conselhos doParaná, do Rio Grande do Norte e do MatoGrosso do Sul.

Saiba mais

Um documento oficial foiencaminhado ao CFMV com aassinatura dos presidentes dosoito CRMVs presentes noencontro em Florianópolis, des-tacando a importância da classelutar unida contra esta propos-ta, enfatizando os riscos queesta mudança poderá trazer aoServiço Público e à SegurançaAlimentar. Os dirigentes enten-dem que a transferência da ins-peção sanitária dos produtos deorigem animal aos responsáve-is técnicos das empresas é umrisco à segurança alimentar dapopulação. Eles defendem quea inspeção continue sendo feitapor médicos veterinários oficia-is, contratados por concursopúblico.

Além dos presidentes dosCRMVs do Sul – Masaru Sugai(PR), Air Fagundes (RS) e MoacirTonet (SC) – estiveram presen-tes, como convidados, os presi-dentes dos CRMVs de MatoGrosso do Sul, Osmar PereiraBastos; do Mato Grosso, ValneySouza Correa; do Rio de Janei-ro, Eduardo Batista Borges; doCeará, José Maria dos SantosFilho; e de Minas Gerais, Fer-nando Cruz Laender; além dopresidente eleito do Rio de Jane-iro, Romulo Cezar Sipnelli Ribei-ro de Miranda.

“A questão é urgente e podepor em risco a defesa sanitáriaanimal, visto que a maioria dosproblemas sanitários são detec-tados nas indústrias de alimen-tos, especialmente nos mata-douros e frigoríficos, através dainspeção sanitária”, alertou omédico veterinário Nelson SellDuarte, Conselheiro do CRMV-SC. O presidente do CRMV-CE,José Maria dos Santos Filho,enfatizou que o serviço de ins-peção deve ser uma funçãopública. “O governo quer reduziro tamanho da máquina e querjogar a responsabilidade para osetor privado. Dificilmente um

profissional irá condenar aempresa onde trabalha”, enfati-za. Para ele, a “segurança dapopulação somente estarágarantida se tivermos uma efici-ente fiscalização oficial, por téc-nicos com formação na área”.

Vale destacar que talmudança ainda seria uma infra-ção ao Código de Ética do Médi-co Veterinário, que em seu art.27 diz que ' é vedado ao médicoveterinário que assuma respon-sabilidade técnica (RT), exercê-la nos estabelecimentos de qual-quer espécie, sujeitos à fiscali-zação e/ou inspeção de órgãopúblico oficial, no qual exerçacargo, emprego ou função, comatribuição de fiscalização e/ouinspeção'. “Na sanidade animalpoderia ser uma boa, porqueampliaria o mercado. Mas na ins-peção de alimentos é outra coi-sa, porque esbarra na fiscaliza-ção”, avalia o presidente doCRMV-RJ, médico veterinárioEduardo Batista Borges. “A ins-peção deve ser presencial e oinspetor tem de ter poder depolícia”, complementa o presi-dente do CRMV-RS, Air Fagun-des, com 30 anos de experiên-cia acadêmica, como professorna área de Inspeção de Carnesda Universidade Federal deSanta Maria (UFSM/RS). “E opoder de polícia é inerente aopoder público, nas esferas fede-ral, estadual e municipal”,acrescenta. O médico veteriná-rio Fernando Cruz Laender, pre-sidente do CRMV-MG, mestreem Medicina Veterinária Pre-ventiva, trabalhou como inspe-cionista da Emater por quasetrês décadas e lembra a impor-tância da atuação do médicoveterinário nas indústrias de pro-dutos de origem animal na pre-venção de doenças ao homem.“Temos um papel fundamentalpara obter um bom produto. OEstado tem que fazer a partedele”, frisa.

Risco à segurança alimentar

Page 4: POLÊMICA ANO II | Nº 5 | OUT 2008 CRMV-SC volta a ...crmvsc.gov.br/pdf/informecrmv-05.pdfOs profissionais e empresas da região do Planalto contam com uma nova delegacia do CRMV-SC,

ascensão profissional levamuitos médicos veterinári-os a assumirem um novopapel: o de empresário.

Invariavelmente, o dono da clíni-ca veterinária torna-se obrigadoa administrar planilhas, orça-mentos e ferramentas de gestãoao mesmo tempo em que sededica à realização de sua ativi-dade. Mas será que estão prepa-rados para desempenhar com efi-ciência essa nova função?

Assumir uma clínica veteri-nária é estar ciente de que a vidaprofissional vai mudar, e muito.Além de cães e gatos, será preci-so cuidar de pessoas! Contratarpessoal, administrar as ques-tões de recursos humanos, con-trolar estoque, negociar com for-necedores, planejar ações demarketing e sempre de olho naplanilha financeira para manterestável a balança receitas X des-pesas. E isso tudo normalmenteacontece da noite para o dia.Quando o médico veterinário per-cebe, já é um empresário epassa a lidar com estas questõesde forma até intuitiva, muitasvezes sem planejamento e atésem conhecimento técnico.

Pensando nesta realidade,semelhante à maioria dos profis-sionais de clínicas veterinárias, oConselho Regional de MedicinaVeterinária (CRMV-SC) promo-veu o curso Liderança e Adminis-tração Financeira em Clínica Vete-rinária em julho, realizado emJoinville, oferecendo aos médi-cos veterinários empresários,aos que trabalham em clínicas eàqueles que estão pensando emabrir o próprio negócio, conheci-mentos imprescindíveis paraquem deseja desempenhar comsegurança e eficiência essa novafunção. O curso foi válido comomódulo avançado para Respon-sabilidade Técnica (para os pro-fissionais que participaram domódulo básico) e contou com oapoio da Anclivepa e das empre-sas PFIZER e Realpet Distribui-dora.

“A maioria dos profissionaistem dificuldade de planejar eadministrar suas finanças, decontrolar as operações e de men-surar custos e formar preço devenda”, resume o contabilistaRicardo Juvenal, um dos pales-trantes do curso. Para ele, faltamao médico veterinário conheci-mentos pertinentes a empreen-dedorismo, administraçãoempresarial e financeira. Porém,acredita que o profissional, comcapacitação e treinamento, podevir a tornar-se um especialista naadministração da sua clínica, e,segundo ele, muitos médicosveterinários já vêm demonstran-do interesse nesta qualificação.“Importante, entretanto, cercar-se de uma boa consultoriaempresarial e, principalmente,de um escritório de contabilida-de”, alerta. “A principal dica é oplanejamento, tanto o financeiropessoal e o da empresa, como

das atividades do dia-a-dia, utili-zando uma agenda. Importante,ainda, estar cercado de profissi-onais que dê suporte para a veri-ficação periódica de seus custose preço de venda, além de tercontrole sobre todas as ativida-des de sua empresa. E, principal-mente, administrar de forma efi-caz os recursos humanos da clí-nica”, ensina Ricardo Juvenal,pós-graduado em AdministraçãoFinanceira, Contábil e Controla-doria pela Univille/SC.

Ricardo e seu sócio, o con-sultor André Eugênio Brustolin,graduado em Matemática e Pós-graduação em Finanças e Con-troladoria pelo INPG, falaramsobre uma dos principais aliadasdo profissional de sucesso: amotivação. E ensinaram: “bus-que gostar mais do que faz. Esti-pule e aceite desafios: é precisoousar, ter coragem, ir em frente ecorrer riscos, se necessário.

Faça das dificuldadessua ponte para chegar aooutro lado da margem.Faça de um limão, umalimonada! E tenha ao seulado pessoas motiva-das”.

E o que vale mais?Um clínico tecnicamenteexcelente ou uma clínicaeficiente? Os dois, masde nada adianta ser omédico veterinário maiscapaz e tecnicamente pre-

parado, se ele não souber geren-ciar, delegar, administrar o seunegócio. E isso passa pela lide-rança, tema abordado pelo médi-co veterinário e cirurgião dentis-ta Marco Antonio Gioso, Presi-dente da ANCLIVEPA-SP e Presi-dente da Associação Brasileirade Odontologia Veterinária(ABOV). “A maioria dos profissio-nais não está preparada paraassumir esse novo papel, masnão acho que seja uma falha dasuniversidades. Lá eles precisamaprender a ser bons técnicos”,considera. Segundo ele, é preci-so ler muito, participar de cur-sos, palestras sobre negócios,liderança e praticar no dia-a-dia.“Os profissionais se aprofundamem cursos de especialização ese esquecem da gestão, da admi-nistração. Precisam também aaprender como usar a liderançapara ter mais eficiência naempresa”, complementa. Giosoexplica as classificações básicasdos tipos de líderes: o autoritá-rio, o democrático, o burocráticoe o liberal. “Os quatro estilospodem conduzir com eficiênciauma empresa. O importante éencontrar o seu estilo”, acres-centa.

Os 10 mandamentos da motivaçãoOs 10 mandamentos da motivação

4 INFORME CRMV-SC | OUTUBRO2008

Médico veterinário e empresário. E agora?

PROFISSÃO

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INFORME CRMV-SC | OUTUBRO2008 5

Os consultores Ricardo A. G. Juvenal e André Eugênio Brustolin, prepararam algu-mas dicas essenciais para garantir a motivação, um dos principais ingredientes para umavida profissional (e também pessoal) de sucesso. Confira:

1. Desenvolva um manual de motivação com os 10 mandamentos da empresa feliz.Entretanto, desenvolva com a sua equipe, com todas as pessoas do time participan-do, sugerindo e interagindo.

2. Cumprimente a todos que encontrar pela empresa com um largo sorriso e um con-tagiante bom-dia diariamente. Mostre o seu lado cordial, educado e social.

3. Faça uso de palavras mágicas: por favor, desculpe e com licença. A educação evitaestresse e mal-entendidos.

4. Busque em todas as situações o lado positivo e, sempre que possível, o expresseem forma de elogio. É fundamental que você demonstre a sua confiança na capaci-dade criativa de seus colaboradores e também sua capacidade de envolvimentointegral com a empresa e seus colaboradores, tanto em momentos difíceis quantonos mais agradáveis.

5. Não ligue o piloto automático, esteja sempre atento à sua respiração, temos umatendência em não nos aprofundarmos em vários assuntos. Esteja sempre atento àsua postura física, pois ela é um fator determinante para a sua disposição emocio-nal e mental.

6. Cante sempre que possível. Não queremos que você vire um cantor, mas que pro-cure espantar tensões e outros males do ambiente organizacional.

7. Pratique a aeróbica da risada pelo menos duas vezes por semana. Ou seja, procurefazer exercícios de riso. Rir nos endorfina, nos dá maior disposição e um gás de cria-tividade para lidar com pressões e cobranças diárias

8. Faça o seu planejamento estratégico pessoal e profissional, leia-o pelo menos trêsvezes por semana, não hesite em fazer qualquer alteração se for necessário. A vidaé movimento, é mudança, inclusive, de planos e atitudes.

9. Medite e reflita pelo menos uma vez diariamente e, se possível, sonhe. Sonhar pro-longa a vida, fazendo com que tenha um colorido todo especial.

10. Pratique ecologia pessoal, social e sistêmica. Ajude a preservar o meio ambiente, oambiente organizacional e o ambiente familiar. Isso é puro equilíbrio e qualidade devida.

Evento reuniu diretores e funcionários de clínicas veterinárias da região

Ricardo Juvenal: importante é cercar-sede uma boa consultoria

Gioso: cada um precisa encontraro seu estilo de liderança

CRMV-SC firma par-ceria com distribuidorade livros - Os médicosveterinários, zootecnis-tas e as empresas regis-tradas no CRMV-SCterão, a partir de agora,uma facilidade a mais nahora de comprar livrostécnicos, acadêmicosou especializados. Comapenas alguns cliques,diante da internet, os

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CONVÊNIO

“A maioria dos profissionaistem dificuldade de planejar eadministrar suas finanças, decontrolar as operações e demensurar custos e formar

preço de venda”.

Contabilista Ricardo Juvenal.