crmv-pr nº17

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36 36 36 Anos N 17 | Ano IV Out | Nov | Dez | 2005 C o n s e l h o R e g i o n a l d e M e d i c i n a V e t e r i n á r i a / PR Dain Hubley Stockxpert

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Revista do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR)

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Page 1: CRMV-PR Nº17

363636Anos

Nº 17 | Ano IVOut | Nov | Dez | 2005

C o n s e l h o R e g i o n a l d eM e d i c i n a V e t e r i n á r i a / PR

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Page 2: CRMV-PR Nº17

www.enipec.com.brwww.enipec.com.br

Page 3: CRMV-PR Nº17

Comissão EditorialOs efeitos da estratificação térmica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pág. 17

EntrevistaMétodo Famacha©

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pág. 18

ArtigosPerfil dos consumidores de leite informal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pág. 20

Coluna Jurídica Aspectos legaisda responsabilidadeprofissionalPág. 14

Dezembro 3 2005

Conselho Regional de Medicina Veterinária

Publicação do Conselho Regionalde Medicina Veterinária do Paraná - CRMV-PR

R. Fernandes de Barros, 685 - Alto da XVCuritiba - Paraná - CEP: 80040-200

Fone: (41) 3263-2511 - Fax: (41) 3264-4085e-mail: [email protected]

ExpedienteExpediente

DIRETORIA EXECUTIVAPresidente: Masaru SugaiVice-presidente: Nestor WernerSecretário-geral: Carlos Leandro HenemannTesoureiro: Oscar Lago PessôaConselheiros efetivos: Ademir Benedito da Luz Pereira, IvoneiAfonso Vieira, José Carlos Calleya, Noemy Tellechea Pansard,Ricardo Maia e Ricardo Pereira Ribeiro.Conselheiros suplentes: Adelaide Marina Schaedler, AiltonBenini, Amauri da Silveira, Carlos Alberto de Andrade Bezerra,Carlos Henrique Siqueira Amaral e Sérgio Toshihiko Eko.Comissão editorial: Carlos Leandro Henemann (presidente),Ademir Benedito da Luz Pereira, Ivonei Afonso Vieira, NoemyTellechea Pansard e Ricardo Pereira Ribeiro.

Edição: Gabriela SguariziJornalista Resp.: Gabriela Sguarizi - DRTPR 5702Estagiária: Luiza Sgobero SchuvesProjeto Gráfico: RDO Brasil - www.rdobrasil.com.brDesigner Responsável: Leandro Roth - (41) 3338-7054Tiragem: 8.500Fotolito e Impressão: Gráfica Capital

As matérias e artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião da Diretoria do CRMV-PR.

Matéria de CapaDoençasemergentese seus riscosPág. 12

CRMV-PR

CRMV-PR363636Anos

Conselho em ação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pág. 6

GeralA vida depois do diploma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pág. 8

EspecialCurso de Zootecnia da UEMcomemora 30 anos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pág. 16

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Page 4: CRMV-PR Nº17

EditorialEditorial

Dezembro 4 2005

A possibilidade de o Paraná terfebre aftosa gerou inúmeras dúvidas nosprofissionais e, em virtude disso, muitosprocuraram o Conselho na tentativa deelucidá-las. Nesse período, o CRMV-PResteve presente em reuniões, congressose encontros de profissionais para procu-rar caminhos e estabelecer medidas pre-ventivas que deveriam ser colocadas emprática. Um exemplo foi o XXXIIConbravet, que ocorreu em meados deoutubro, em Uberlândia (MG). Lá, ela-boramos um documento intitulado“Carta de Uberlândia”, a qual aponta

para o sucateamento da infra-estruturada Defesa Agropecuária. Um mêsdepois, os presidentes dos ConselhosRegionais de Medicina Veterinária detodos os estados, reuniram-se, emBrasília, na Câmara Nacional dePresidentes. Na ocasião, aprimoramos otexto e desenvolvemos a “Carta deBrasília”, documento esse que foi divul-gado nos jornais de todo o País e noParaná foi publicado na Gazeta do Povo,dia 29 de novembro.

A “Carta de Brasília” externa oposicionamento do sistema CFMV/CRMVs e propõe algumas ações, taiscomo: reavaliação e atualização dos sis-temas de vigilância e defesa sanitárias,implementação de ações conjuntas emtodos os países da América do Sul, con-tratação de mais médicos veterináriospara o quadro funcional e aumento dosrepasses públicos para a vigilância,sanidade e inspeção. Outra reivindicaçãoda Câmara Nacional de Presidentes é queo governo reconheça a defesa sanitáriaanimal como assunto de segurançanacional. A íntegra da “Carta de Brasília”também está disponível no nosso site.

Agenda

EEDDIITTOORRIIAALL

Curso Teórico-Prático de Ortopedia em Pequenos AnimaisDias 22 e 29 de janeiro, 5,12 e 19 de fevereiro, 5,12,19 e 26 demarço e 2 de abril de 2006 - Osasco/SPInformações: (11) 6995-9155www.junaeventos.com

Exponutri 2006 - Feira Internacional de Nutrição AnimalDe 11 a 13 de abril de 2006 - São Paulo/SPInformações: (15) 3262-4142 www.exponutri.com.br

6ª Pet Fair - Feira de negócios da Linha Pet e HorseDe 11 a 14 de abril - São Paulo/SPInformações: (15) 3262-4142 - www.petfair.com.br

I Encontro Estadual das Inspeções SanitáriasDe 4 a 5 de maio de 2006 - Guarapuava/PRInformações: (42) 3623-2234 ou 3623-2252

1º Congresso Brasileiro de Educação HumanitáriaDe 5 a 6 de maio de 2006 - São Paulo/SPInformações: (11) 3868-4197 www.ninarosa.org/congresso.htm

Enipec e XXXIII ConbravetDe 7 a 12 de maio de 2006 - Cuiabá/MTInformações: (65) 3617-4439www.enipec.com.br

XXVII Congresso Brasileiro da AnclivepaDe 21 de maio a 3 de junho de 2006 - Vitória/ESInformações: www.anclivepa2006.com.br

Fort Pet Vet 2006 - 1º Fórum do Meio-AmbienteDe 13 a 15 de julho de 2006 - Fortaleza/CEInformações: (85) 3088-9791www.aemproeventos.com.br/novo/

Feira Pet 2006 - Feira Nacional de Produtos e Serviços LinhaPet e VeterináriaDe 27 a 29 de julho de 2006 - Curitiba/PRInformações: (47) 3372-1748www.feirapet.com.br

Rio Vet Trade ShowVI Conferência Sul-Americana de Medicina VeterináriaDe 3 a 6 de agosto de 2006 - Rio de Janeiro/RJInformações: (21) 3878-1610 ou 3878-2777www.abma.org.br

VI Congresso Internacional sobre PapagaiosDe 27 a 30 de setembro de 2006 - EspanhaInformações: (31) 3530-9171 ou 9145-3815www.loroparque.com

Mais informações: www.crmv-pr.org.br

Nas viagens pelo interior doParaná, em contatos com os colegasmédicos veterinários da DDSA daSeab-PR constatei a seriedade e oprofissionalismo com que eles im-primem nos trabalos de campo realiza-dos em defesa da sanidade animal, de-dicando-se diuturnamente às ativi-dades pertinentes a fiscalização. É otrabalho que a grande maioria da po-pulação não conhece, pois é desen-volvido de forma discreta mas sempremuito competente.

No último acontecimento de sus-peitas de focos de febre aftosa, os médi-cos veterinários da Seab-PR foram osverdadeiros heróis em defesa damanutenção de status de estado livre dadoença com vacinação. O que competiaa eles, com certeza, executaram dentrodos princípios éticos que regem a nossaprofissão. Parabéns.

Um Feliz Natal e um ótimo Ano Novo!

Masaru Sugaipresidente do CRMV-PR

Page 5: CRMV-PR Nº17

Dezembro 5 2005

TTransparência no CRMVransparência no CRMV-PR-PRReceitas R$ %

%Despesas

Detalhamento das Despesas

R$Itens

Perío

do: d

e ja

neiro

a ju

lho

de 2

005

Anuidades de Pessoas Físicas

Anuidades de Pessoas Jurídicas

SUBTOTAL

Receitas com Aplicações Financeiras

Receitas com Inscrições

Expedição de Carteiras

Expedição de Certidões

Expedição de Certificações

Receita de Dívida Ativa

Transferências do CFMV

Outras Receitas (*)

Alienação de Bens Móveis

TOTAL (A)

704.425,31

852.134,93

1.556.560,24

82.864,63

40.412,51

10.869,33

145,77

36.040,07

39.879,93

0,00

57.810,01

29.400,00

1.853.982,49

38,00%

45,96%

83,96%

4,47%

2,18%

0,59%

0,01%

1,94%

2,15%

-

3,12%

1,58%

100,00%

33,64%

2,23%

1,61%

61,14%

-

1,38%

100,00%

37,42%

Pessoal

Material de Consumo

Serviços de Terceiros e Encargos

Outros Serviços e Encargos

Obras/Benfeitorias e Instalações

Equipamentos e Material Permanente

TOTAL (B)

Superávit Orçamentário (C = A – B)

390.282,20

25.916,47

18.676,38

709.391,26

0,00

15.987,00

1.160.253,31

693.729,18

(1)* Salários, Gratificação por Tempo de Serviço, Gratificação de Função, Serviços Extraordinários, 13º Salário, Férias, Abono pecuniário deférias, Gratificação 1/3 - Constituição, Ajuda de Custo Alimentação, Auxílio Creche/babá, INSS, FGTS, PIS, Indenizações Trabalhistas;

(2)* Artigos de expediente, Despesas c/ Veículos, Art. Material Limpeza/Conservação, Gêneros Alimentícios, Mat. Acess. p/ Máq. e Apar.,Vestuários e Uniformes, Outros Materiais de Consumo;

(3)* Prestação de Serviços de Autônomos e INSS s/Serviços Prestados;

(4)* Assessorias: Jurídica Administrativa e Trabalhista, Locação de Móveis e Imóveis, Telefone, Fax, Serviços Postais, Diárias/PassagensDiretoria e Conselheiros, Água/Esgoto, Energia Elétrica, Plano de Saúde, Vale Transporte, Serviços de Informática, Reparos, Adaptação eConservação de Bens, Serviços Gráficos, Serviços de Divulgação e Publicidade, Despesas c/ Fiscalização, Congressos e Convenções, Despesascom Educação Continuada, Convênio com o CIEE/PR, Manutenção Internet e Site, Desp. Abastec. veículos, Outros Serviços de Terceiros eEncargos;

(5)* Benfeitorias, Reformas e Instalações no imóvel da Sede/Delegacias Regionais do CRMV-PR;

(6)* Mobiliário em Geral e Utensílios de Escritório, Materiais Bibliográficos, Utensílios de Copa e Cozinha, Máquinas e Aparelhos deEscritório, Equipamentos de Informática, Aparelhos de Intercomunicações, Veículos e Aparelhos de Foto Cinematográficos e som.

(*) Outras Receitas: Multas p/falta inscrição, Multas p/falta RT, Multas p/ausência a Eleição, Indenizações e Restituições, Multas, Juros e Atual. Monet.s/anuidades PF e PJ, Taxa de Propriedade Rural e Listagens de Empresas registradas no CRMV-PR.

Méd. Vet. Masaru SugaiCRMV-PR Nº 1797

Presidente

Fernando Manoel AraújoTC-CRC-PR Nº 16.757

Resp. Contabilidade

CRMV-PR

(1)*

(2)*

(3)*

(4)*

(5)*

(6)*

PPOORR DDEENNTTRROO DDOO CCOONNSSEELLHHOOCRMV-PR 363636Anos

Page 6: CRMV-PR Nº17

Dezembro 6 2005

Quase todos os meses o Conselho Regional deMedicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR), entrega ascédulas aos novos profissionais inscritos. Além de receber odocumento, eles são recebidos na sede do Conselho ou nasdelegacias com uma solenidade. Nas cerimônias, o presi-dente da Autarquia, Masaru Sugai, procura ressaltar aimportância do trabalho do médico veterinário e do zootec-nista para a sociedade.

No último trimestre, foram celebradas várias cerimô-nias. No dia 23 de setembro, a entrega foi feita em Curitiba,durante a reunião plenária do Conselho. No dia 8 de novem-bro, também na sede do CRMV-PR, foi realizada outrasolenidade de entrega de cédulas. Na oportunidade, além dopresidente Sugai, participou do evento o secretário-geral doConselho, Carlos Leandro Henemann. No dia 10 de novem-bro, foi a vez dos profissionais de Maringá receberem odocumento. Entre 9 e 10 de novembro, o presidente passoupelas cidades de Campo Mourão, Paranavaí e Jacarezinho,deixando as cédulas nas delegacias. Foram responsáveis pelaentrega, os delegados representantes de cada município.

CCOONNSSEELLHHOO EEMM AAÇÇÃÃOO

Luiz

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Entrega de cédulas para novos inscritos Entrega de cédulas para novos inscritos

Manual paraManual paraPublicação de Publicação de ArtigosArtigos

A Revista CRMV-PR sempre recebe artigos dos profissionais interessa-dos em difundir sua experiência. Para auxiliar os interessados em publicar seustextos, a Comissão Editorial e a Assessoria de Comunicação elaboraram oManual para Publicação de Artigos, que estará disponível a partir de janeiro nosite do Conselho. O manual visa a organização dos textos, além de esclarecerdúvidas de alguns profissionais quanto à produção dos artigos.

Entrega de cédulas em Curitiba.

Médicos veterinários foram homenageados em setembro pelo JockeyClub de Curitiba em virtude do Dia Nacional do Médico Veterinário, come-morado em 9 de setembro. Na ocasião, foram realizados sete páreos alusivos àMedicina Veterinária. Foram eles: Dr. Heliodoro Duboc - Pioneiro da MedicinaVeterinária de Eqüinos do Paraná, Someve, Sindivet-PR, SPrMV, Su-perintendência Federal do Mapa, Anclivepa-PR e CRMV-PR.

CRMVCRMV-PR-PRreceberecebe

homenagem homenagem

Jockey Club presta homenagemJockey Club presta homenagem

Calendário de RCalendário de RTT para 2006para 2006A Comissão de Responsabilidade Técnica, do CRMV-PR, já definiu os

próximos locais para continuidade aos Seminários de RT em 2006. As cidadesa sediar o encontro serão Curitiba (17 de março), Londrina (28 de abril) eUmuarama (19 de maio). As inscrições já podem ser efetuadas no sitewww.crmv-pr.org.br

A ong SOS Bicho homena-geou o CRMV-PR pelo trabalho quevem realizando em favor do bem-estar e da proteção animal. O certi-ficado foi entregue ao presidente doConselho, Masaru Sugai, nas Fa-culdades Essei, em Curitiba, dia 4de outubro, às 20h.

Certificado da SOS Bicho.

Page 7: CRMV-PR Nº17

No mês de novembro, o CRMV-PR adquiriu dois novos veículos para a Seçãode Fiscalização. A compra foi realizada por um processo licitatório vencido pela FiatAutomóveis S/A. O Conselho investiu R$ 69.960,00 nos dois carros modelo PalioELX 1.4 Flex, que serão utilizados pelasdelegacias de Londrina e de PatoBranco. Os dois automóveissão equipados com arcondicionado, direçãohidráulica, som e travaselétricas.

Dezembro 7 2005

A exigência de aprovação noExame Nacional de CertificaçãoProfissional (ENCP) para exercer aatividade de médico veterinário estáficando cada vez mais próxima da rea-lidade. No último dia 4 de outubro, aComissão de Assuntos Sociais doSenado aprovou parecer favorável aoprojeto de lei que dispõe sobre amatéria, de autoria do senador TiãoViana (PT-AC). Foram 10 votos peloprosseguimento da proposta. Se a pro-

posta for aprovada pelo plenário doSenado, seguirá à Câmara de De-putados para apreciação, que depoisencaminhará para a sanção ou veto dopresidente Luiz Inácio Lula da Silva.Caberá ao Conselho Federal regula-mentar a realização das provas.

Atualmente, os profissionais quenão são aprovados no exame entram najustiça para conseguirem exercer asatividades de médicos veterinários, pois

não consta na Lei 5.517/68 dispositivoque regulamente a realização da prova.

Com isso, por intermédio deordem judicial, conseguem se inscre-ver no Conselho e atuar no mercado.“O exame é um mecanismo do sistemaCFMV/CRMVs que busca assegurar aqualidade dos produtos e serviçosoferecidos à população”, explica opresidente do CRMV-PR, MasaruSugai.

Regulamentação do ENCP está próxima

Conhecimento: cursos oferecematualização profissional

Novos carros

Os acordos internacionais decomércio propiciaram ao Brasil, além docrescimento econômico, o intercâmbiode informações e idéias, uma vez quetrouxeram a exigência de profissionaisbem qualificados e em constante atua-lização. Foi pensando nisso que oEscritório Regional do Ministério daAgricultura (Erma), em Londrina, re-solveu promover pelo menos um curso deatualização por semestre na região. “Aidéia é oferecer subsídios técnicos aosprofissionais por meio de treinamentos ecursos”, afirma Juarez José Santana,chefe do Erma/Londrina. “A região eracarente de profissionais especializadosem responsabilidade técnica para a indús-tria alimentícia, por exemplo, pois haviadificuldade na capacitação”, observa.

Na opinião da médica veterináriaLucimar Gonçalves de Souza, daAssociação dos Médicos Veterinários deLondrina e Região, “a cada dia que passaas exigências mudam e precisamos estaratentos, por isso é necessária a capaci-tação e a reciclagem técnica. Estamosconseguindo viabilizar esse projeto porintermédio das parcerias com universi-dades, laboratórios e empresas. OMinistério cede a infra-estrutura e asempresas ajudam a arcar com os custos”.

O último curso realizado foi“Programas de garantia de qualidade naindústria alimentícia” o qual teve parti-cipação de 50 médicos veterinários, alémdos nutricionistas e engenheiros de ali-mentos.

XI ENCPXI ENCP

Mesmo com todo esseprocesso de regulamentação doExame Nacional de CapacitaçãoProfissional, as próximas avali-ações já estão agendadas e oslocais definidos. O XI ENCP serárealizado, a partir das 9h, do dia 29de janeiro de 2006 em Curitiba,Bandeirantes, Arapongas, Palotina,Londrina, Maringá, Umuarama,Guarapuava e Campo Mourão.

Para mais informações, aces-se o site do CRMV-PR.

www.crmv-pr.org.br

Quem nos deixou:Quem nos deixou:

É com pesar que o Conselhoinforma o falecimento dos médi-cos veterinários:

- Dorei Brandão (17/10)- Onívio Rudolfo Mahlke (27/10)- Márcia Ayumi Yano (7/11)

Brandão foi docente daUFPR e coordenador de curso daPUCPR; Onívio foi presidente doSindicato dos Médicos Veteri-nários do Paraná e Márcia era RTna região de Londrina.

CCOONNSSEELLHHOO EEMM AAÇÇÃÃOOCRMV-PR 363636Anos

Page 8: CRMV-PR Nº17

Dezembro 8 2005

GGEERRAALL

Por: Gabriela SguariziLuiza Schuves

Estamos vivendo na era da infor-mação e do conhecimento que valo-riza a formação educacional e a atuali-zação contínua do profissional. Oscursos de graduação, cada vez maisprocurados, não são mais um diferen-cial. A educação continuada pode ser asolução para os profissionais que pre-tendem se destacar no mercado de tra-balho e também se especializar emdeterminadas áreas.

Algumas universidades do Pa-raná oferecem cursos de especiali-zação voltados para a área de Zoo-tecnia e de Medicina Veterinária. Aabertura de turmas e de cursos é feitacom base em pesquisas na comu-nidade local. Nos levantamentos sãoapontados o grau de interesse e asáreas que mais agradam os profissio-nais. Conforme as informações dasuniversidades, pode-se que perceberque no Paraná as especialidadesque mais chamam aatenção dosprofissionais

sãoaque -las ligadasà nutrição ani-mal, à clínica de pequenos animais e àreprodução de bovinos. Outro pontoque interessa o médico veterinário e o

zootecnista é em relação à infra-estru-tura das instituições de ensino.

Conforme dados da Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior (Capes), órgão vinculado aoMinistério da Educação, o número dealunos matriculados em cursos de pós-graduação teve um aumento expressivo,uma vez que passou de 37.195 em 1987para 112.314 em 2003, representando umcrescimento de 300% no período.

Apesar dessa expansão, a realidadebrasileira ainda está longe da de muitospaíses. A Alemanha, por exemplo, desta-cou-se como o país com o maior índicede formação de doutores, tendo atingidoum patamar de 30 doutores por 100 milhabitantes ao longo do período 1997-2003. Em contrapartida, nomesmo períodoo Brasil

esta-va forman-

do 4,6 doutorespor 100 mil habitantes. As

informações são do PlanoNacional de Pós-Graduação – PNPG

2005/2010, da Capes.

O profissional

O perfil do profissional para-naense que busca por uma especializa-

ção é diferente nas regiões do Estado.Em Curitiba e região metropolitana,por exemplo, quem se inscreve noscursos de pós-graduação da área ani-mal, varia desde profissionais recém-formados até médicos veterinários ezootecnistas experientes. Alunos detodas as idades voltam a ocupar a salade aula, alguns dois anos após a con-clusão da graduação e outros 20 anosdepois.

Nas Faculdades Integradas Es-pírita (Unibem) e na PontifíciaUniversidade Católica doParaná (PUCPR) éevidenciadoo

númerode jovens. Em

compensação, na Uni-versidade Tuiuti do Paraná

(UTP), a faixa etária dos profission-ais é equilibrada por recém-formados eexperientes, segundo dados da própriainstituição.

Não tão distante da capital, nonorte do Estado, as turmas de pós-graduação possuem outras caracterís-ticas. O maior número de universi-dades na mesma cidade facilita adisseminação dos cursos e a procuravariada nas áreas de MedicinaVeterinária e de Zootecnia. Este fenô-meno que ocorre em Curitiba e na

AA vida depois do diploma...vida depois do diploma...

Oferta de cursos de pós-graduação cresceu 300% no Brasil até 2003

Elaine Borkoski

Page 9: CRMV-PR Nº17

Dezembro 9 2005

região metropolitana, ainda não érealidade no interior. A quantidade dealunos jovens e de alunos mais experi-entes não é tão próxima quanto naCapital. “As turmas possuem maisprofissionais recém-formados, cercade 60%. O número de homensinscritos é maciçamente maior. Amaioria das turmas fechadas é com-posta por profissionais de outraslocalidades. Os pós-graduandos vêmprincipalmente do interior paulista, deMato Grosso do Sule do própriointerior

paranaense”,salienta Daniel Souza

de Oliveira Correia, secre-tário do Setor de Pós-Graduação

em Medicina Veterinária da UEL.

Além de quantidades seme-lhantes de alunos inscritos nas dife-rentes faixas etárias, atualmente aprocura é igual para profissionais dossexos feminino e masculino. “Hácerca de 30 anos, a área animal erapraticamente restrita ao sexo masculi-no. As mulheres buscaram seu espaçoe hoje dividem as salas de aula e omercado de trabalho com os colegasdo sexo oposto”, conta o presidente doCRMV-PR, Masaru Sugai.

Para o professor Rodrigo Mira,coordenador do curso de MedicinaVeterinária da Pontifícia UniversidadeCatólica do Paraná (PUCPR) – CampusCuritiba, a procura pelos cursos de espe-cialização é feita na sua maioria porprofissionais da área de Medicina

Veterinária. “Os zootecnistas também seinteressam, porém representam umnúmero menor, já que se trata de umramo mais recente, ainda em adaptaçãono mercado de trabalho e nas universi-dades”, conta Mira. O professor aindaressalta que os cursos mais procurados nainstituição são os de especialização emcirurgia, clínica e anestesiologia de ani-mais de companhia e animais selvagens.

Falta de interesse...

A Universidade Estadual doCentro-Oeste (Unicentro), a Univer-sidade do Oeste do Paraná (Unioeste) e aUniversidade Estadual de Maringá(UEM) não oferecem cursos de pós-graduação nas áreas de Medicina Ve-terinária e Zootecnia devido à falta deprocura. A Unicentro e UEM chegaram aofertar vagas em outras épocas, porém onúmero de inscrições foi baixo e as tur-mas não chegaram a se formar. Segundoa coordenação de especialização daUEM, novos cursos serão ofertados so-mente em casos de grande procura.

A Universidade Estadual dePonta Grossa (UEPG) implantou

recentemente o curso de Zootecnia enão abrirá turmas para especializaçãoaté a formação da primeira turma.

Mesmo com a falta de oferta decursos em algumas instituições, há uni-versidades do Paraná que estão sepreparando para receber novos alunos epara mantê-los por meio de projetoscomo a educação continuada, os quaisprimam pela permanência do processode aprendizado do profissional.

A Alemanhadestacou-se comoo país com maior

índice de doutores,atingindo um patamar

de 30 doutores por100 mil habitantes

ao longo do período1997 - 2003.

CRMV-PR 363636Anos

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Dezembro 10 2005

EESSPPAAÇÇOO SSIINNDDIIVVEETT

Visite nosso site!!!

O Sindivet-PR agora está naInternet! Para conhecer a nossapágina e obter informações atuali-zadas sobre temas de interesse daclasse, basta acessar o endereçowww.sindivetpr.com.br

O Sindivet-PR, por meio deuma ação conjunta e efetiva, estáestabelecendo convênios e parceriasque beneficiam os seus associados.Os interessados deverão acessar olink Convênios que aparece nomenu do nosso site. Estamos aco-lhendo sugestões para a melhoria denossa homepage. Além das suges-tões, podem ser enviadas notíciaspara ser divulgadas.

Sindivet nas universidades

O presidente do Sindivet-PR,Cezar Amin Pasqualin, proferiupalestra para os acadêmicos deMedicina Veterinária da Unicentro,em Guarapuava, a convite do pro-fessor. Jorge Favaro. Esta ação fazparte do planejamento anual qualseja a divulgação do Sindivet-PR efuturo profissional. A diretoria doSindivet-PR deverá intensificar parao ano de 2006 contatos e palestrascom os professores e acadêmicosdos cursos de Medicina Veterinária.

Direitos Direitos TTrabalhistasrabalhistas

Por: Sindivet

Muitas questões têm sido levan-tadas pelos médicos veterinários nos últi-mos meses, assim, seguem algumas in-formações sobre os direitos trabalhistas.

Qual é o salário mínimo que devereceber o médico veterinário?

De acordo com a lei 4.950-A/1966,em seus artigos 5º e 6º o valor mínimoque um médico veterinário deve receberé de 6 (seis) salários mínimos para umajornada de 30 horas semanais (6 horasdiárias). Para quem trabalha 8 horas pordia (40 horas semanais) o valor do salárioé de 8,5 (oito e meio) salários mínimos, epara 44 horas semanais o valor é de 9,15(nove vírgula quinze) salários mínimos.

Os valores podem ser verificadosna tabela 1:

Se qualquer médico veterináriodevidamente diplomado e contratadopara exercer funções específicas destafunção, obrigatoriamente, deve receberos pisos acima especificados. Recebi-mentos à menor podem gerar de-terminação judicial para a correção daremuneração.

Qual a base de cálculodo adicional de insalubridade?

De acordo com a súmula nº 17restaurada pelo Tribunal Superior doTrabalho em 25.11.2003, a base de cál-culo do adicional de insalubridade é opiso da categoria. Este piso pode serpactuado nas Convenções Coletivas deTrabalho ou por Lei (nº 4.950-A/1966 –anteriormente detalhada). Assim, de

acordo com a planilha acima, os valoresdo adicional de insalubridade serão deacordo com o seu grau (mínimo, médioou máximo) - vide tabela 2:

Horas Semanais

30 h40 h44 h

Salários Mínimos

6 (seis)8,5 (oito vírgula cinco)

9,15 ( nove vírgula quinze)

Valor Atual

R$ 1.800,00R$ 2.550,00R$ 2.745,00

HorasSemanais

30 h40 h44 h

Sal. Mín.

6 SM8,5 SM 9,15 SM

Grau Mín.(10%)

R$ 180,00R$ 255,00 R$ 274,50

Grau Médio(20%)

R$ 360,00R$ 510,00 R$ 549,00

Grau Máx.(40%)

R$ 720,00R$ 1.020,00 R$ 1.098,00

Tabela 1

Em havendo recebimentos infe-riores a estes valores, de acordo coma quantidade de horas semanais tra-balhadas, poderá o trabalhador inter-por ação na Justiça específica pararequerer o ajuste no pagamento, bemcomo o recebimento das parcelas vin-cendas.

Tabela 2

Quais são as datas parapagamento do 13º salário?

A gratificação natalina está pre-vista na Lei nº 4.749/1965, e não naCLT como muitos acreditam. Esta nor-ma prevê que o 13º salário deve ser pa-go em duas parcelas iguais, a primeiracom vencimento até 30 de novembro ea segunda até o dia 20 de dezembro. Es-ta primeira parcela o empregador podequitá-la entre o período de 1º de janeiroa 30 de novembro, sendo que o paga-mento para um de seus empregados an-tes do prazo final, não acarreta na obri-gação de pagamento para os demais.

Todavia, o empregado poderequerer que o pagamento esta primeiraparcela ocorra juntamente com o início

do gozo de suas férias, basta notificar oempregador de seu desejo, através decarta a ser entregue sempre no mês dejaneiro de cada ano.

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Por: Gabriela SguariziLuiza Schuves

Uma das áreas que mais crescedentro da Medicina Veterinária é a depequenos animais. Os profissionais sedeparam com novos procedimentos etratamentos em curtos períodos detempo. Uma opção para quem trabalhacom animais de companhia é a terapiaalternativa, ou seja, tratamentos com-plementares como a fisioterapia, aacupuntura entre outros. “Os tratamen-tos complementares são positivos paraa Medicina Veterinária. Tudo que vema beneficiar a saúde do animal, comtratamentos menos drásticos é bem-vindo”, opina o presidente daAnclivepa-PR, Jorge Luiz Schemiko.Em São Paulo, por exemplo, já exis-tem clínicos de pequenos trabalhandocom cromoterapia e Reiki, imposiçãodas mãos com o objetivo de transmitirenergia.

Além de ser uma área em cresci-mento e que oferece um campo novo detrabalho, esses procedimentos servemcomo complemento para a MedicinaVeterinária convencional. Para a médi-ca veterinária Marcela Martins, que tra-balha com acupuntura, a aceitação dosdonos dos animais quanto ao métodoaumentou muito nos últimos anos.Segundo a especialista, a acupunturanão tem contra-indicação e pode seraplicada em qualquer situação. A me-lhora do animal pode ser verificadadurante a realização do tratamento,“podendo ser percebida uma mudançado quadro do animal já na terceirasessão. Porém, isso depende da situaçãoe do estágio da patologia do animal”,afirma a profissional.

“A aceitação dos tratamentoscomplementares está aumentando rapi-damente e isto se deve principalmenteao trabalho dos clínicos, pois são eles

Novas práticas no cuidado animalNovas práticas no cuidado animal

Tratamentos menos drásticos são bem-vindos,afirma o presidente da Anclivepa-PR.

quem indicam a fisioterapia e outrosmétodos para a continuação de umtratamento clínico ou um processocirúrgico”, garante o médico veterinárioFábio Henrique Dequeche, especialistaem fisioterapia de animais de compa-nhia. Dequeche salienta que dentro dafisioterapia podem ser utilizadas diver-sas modalidades, conforme a neces-sidade e a situação do animal. Os méto-dos mais utilizados são a massagem,para o relaxamento da musculatura doanimal, podendo ser aplicada antes dosexercícios de fisioterapia; a cinesiote-rapia, que consiste na movimentação docorpo do animal, também indicada parao relaxamento e, em alguns casos,podem ser aplicados também o laser,ultra-som e a hidroterapia.

Em Curitiba, o Instituto Brasileirode Therapias e Ensino (Ibrate) oferece aformação em acupuntura para alunos do4º e 5º ano de Medicina Veterinária. Ocurso tem a duração de 13 meses e está

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sendo ministrado pelo quinto ano con-secutivo. Conforme Marcela Martins,que também leciona na instituição, aprocura aumenta todos os anos.

Já na área de fisioterapia não hánenhum curso de formação ou edu-cação continuada no Paraná. A Associ-ação Nacional de Fisioterapia Ve-terinária (Anfivet), que promove cursose palestras sobre o assunto, concentraos eventos na cidade de São Paulo,onde há o maior número de médicosveterinários especializados em fisiote-rapia. Para Fábio Dequeche, membroda associação, a medida que a classesolicitar cursos para a área da fisi-oterapia, a associação poderá trazer oseventos para Curitiba. “É importanteque os profissionais que desejam seguiro ramo de terapias alternativas estudem,capacitem-se. A sociedade espera e pre-cisa de profissionais bem qualificados”,finaliza o presidente da Anclivepa-PR,Jorge Luiz Schemiko.

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Além de ser uma área em crescimento e que oferece um campo novo de trabalho,esses procedimentos servem como complemento para a Medicina Veterinária convencional.

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Doenças emergentes e seus riscosDoenças emergentes e seus riscos

Por: Gabriela Sguarizi

Desde o dia 10 de outubro, dia daconfirmação do foco de febre aftosaem Eldorado (MS), muitos profissio-nais do setor pecuário perderam osono. A possível vinda da doença aoEstado alertou as autoridades pa-ranaenses para perigo que poderia sercausado ao rebanho bovino estadualde 10 milhões de cabeças. Montagemde barreiras sanitárias e interdição dealgumas propriedades foram as pri-meiras medidas tomadas para evitar achegada e/ou propagação do vírus.Segundo informações da Secretaria daAgricultura e Abastecimento doParaná (Seab), foram implantadas 30barreiras nas divisas com o MatoGrosso do Sul, São Paulo, SantaCatarina, Argentina e Paraguai paracontrolar o trânsito de produtos, sub-produtos e animais, além das barreirasvolantes animal e vegetal.

A suspeita que a febre aftosa tam-bém poderia estar no Paraná surgiuquando os técnicos da Seab rastreavamanimais oriundos de regiões próximasao foco de Mato Grosso do Sul e iden-tificaram alguns animais com lesõescompatíveis a de doenças vesiculares.

“Sempre que identificamos um animalcom doença vesicular precisamos noti-ficar ao Ministério da Agricultura”,relata o chefe da Divisão de Defesa daSanidade Animal, Alvarez Cherubini.Ele conta que “aí fizemos uma notifi-cação como suspeita, porque só pode-remos dizer que o animal está comfebre aftosa quando se tiver um laudolaboratorial que confirme a suspeita. Seo exame der negativo ele também podeser inconclusivo, como o Ministério daAgricultura disse, porque existe umhistórico epidemiológico que precisacasar com sintomas clínicos e com oresultado”.

Outro ponto que confunde muitosprofissionais é em relação à realizaçãode exames laboratoriais no Pará. O queocorre é que, seguindo critérios sa-nitários da Organização Internacionalde Epizootias (OIE), não se podemanipular vírus em áreas livres dadoença, pois se ocorrer um escapehaverá contaminação de outro local.“O Pará é uma área que tem febreaftosa, por isso lá se pode manipular ovírus e realizar exames”, exemplificaCherubini. A OIE é responsável pelapadronização dos métodos de diagnós-tico e das metodologias de vacinas,

além de responder pela difusão dasinformações sobre a situação da doençanas nações membros. Foi criada, em1924, com o objetivo de promover asaúde animal e o comércio seguro.

Também é recomendação da OIEsanear o mais rápido possível o focopara evitar a propagação da doença.“Hoje, o meio mais fácil, barato e rápi-do é sacrificando todos os animais daárea, porque eles tiveram contato, umavez que estão na propriedade. Então,você saneia o foco e, em seis meses, oestado pode ser considerado nova-mente livre. Se não fizermos isso,pode-se demorar de dezoito meses adois anos para ser considerada árealivre da aftosa com vacinação”, alerta omédico veterinário Alvarez.

No entanto, o assunto sacrifíciogera ainda mais questionamentos emrelação às indenizações do Estado paracom os criadores. Conforme a Seab,hoje o Paraná conta com aproximada-mente R$ 18 milhões para indenizar osprodutores que tiverem seus animaissacrificados. Mas, eles só poderãoreceber o dinheiro mediante apresen-tação de um laudo laboratorial confir-mando a existência da febre aftosa noterritório paranaense. Sem o laudo, osprodutores não poderão ser indeniza-dos. Mesmo assim, ainda existem ou-tras ressalvas que merecem destaque,como por exemplo, animais genetica-mente melhorados. Alvarez Cherubinialerta que as indenizações “obedecem àlegislação atual, a qual não vê a partegenética. Ela não paga pela partegenética”, reafirma. A verba destinadaàs indenizações é do Fundo de Desen-volvimento Agropecuário (Fundepec).

Nosso papel

O Paraná tem 214 mil pro-priedades de criação de bovinos, são124 unidades veterinárias responsáveispela fiscalização dos rebanhos e 113médicos veterinários espalhados peloEstado. Voltado para o agronegócio, oParaná precisa de uma fiscalização efi-ciente na vacinação. Segundo dados da

MMAATTÉÉRRIIAA DDEE CCAAPPAA

Exames, sacrifícios, indenizações, impactos econômicos e sociais integram o cenário.

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quem tem a responsabilidade é oresponsável técnico. Não adiantachegar num balconista e querer exigirque ele entenda que aquele produto nãopode ser usado. Mas, também não adi-anta ter um responsável que assina eque não está lá”, exclama Alvarez.Algumas casas agropecuárias, utilizan-do-se de artifícios meramente judiciais,entraram na justiça para solicitar a de-sobrigação de se cadastrar ao CRMV-PR e de contratar médicos veterinárioscomo responsáveis técnicos, mesmotendo a obrigação legal de possuir re-gistro e Anotação de ResponsabilidadeTécnica. O processo ainda está emtramintação.

Influenza aviária

Outra doença que está atormen-tando a tranqüilidade de muitos profis-sionais é a Influenza Aviária, tambémconhecida como Gripe das Aves.Depois de causar 689 mortes e infectar131 pessoas, o vírus H5N1 é respon-sável pela morte de mais 146 mil avese pelo sacrifício de outras 21 milhões.“O Brasil tem feito, através doMinistério da Saúde, da Anvisa e doIbama, alguns procedimentos no senti-do de fazer mapeamento de avesmigratórias e fazer a coleta de materialpara exame laboratorial para fazer ummonitoramento de aves selvagens. Ogrande perigo reside em aves selvagenstrazerem o vírus aos plantéis avícolasdaqui e fazer um início de foco noPaís”, destaca o superintendenteKowalewski.

“A Associação Brasileira dosExportadores de Frango (Abef) fezuma estimativa do impacto econômico

e social que a chegada da doençacausaria ao País. Chegou à cifra de R$73 bilhões em prejuízos diretos e indi-retos”, alerta o chefe da Seção deSanidade Avícola, da Seab, OdilonBaptista Filho. “Em 2004, o Brasilexportou R$ 5 bilhões em frangos. Ouseja, para repor o prejuízo levaríamosde 12 a 15 anos”, conclui. O Paraná éresponsável por 25% da exportaçãonacional de carnes de aves. “Além daInfluenza Aviária, ainda temos o pro-blema da New Castle que também éuma zoonose”, lembra Odilon.

Para ele, a melhor alternativa é aregionalização da sanidade avícola. Aidéia surgiu durante reunião oficial,em Foz do Iguaçu, entre representantesdo setor avícola privado e autoridadespúblicas. “Teríamos um trabalho muitoforte entre a iniciativa privada nacadeia produtiva com os segmentospúblicos da área agrícola - estados,municípios e governo federal. Cadaestado adotaria um grupo executivopara tratar as emergências avícolas.Isso implica em normatizar o trânsito eobservar as normas de biosseguri-dade”, conta Kowalewski. “As medi-das da regionalização fariam com queo episódio sanitário se restringisse auma área localizada, ao contrário doque ocorre hoje”, complementaOdilon.

A padronização sanitária estásendo implantada em todo o territóriobrasileiro, mas, até janeiro de 2006, jádeve estar em funcionamento nasregiões Sul e Sudeste. O conjunto dasmedidas preventivas prevê o cadastra-mento com GPS de propriedades avíco-las de reprodução e de produção complantéis acima de 400 aves; implan-tação de dez corredores sanitários;instituição do Grupo de AtendimentoSanitário Emergencial (Gease) e daequipe de auditagem da regionalizaçãosanitária; criação de designação de 20unidades veterinárias com ênfase emsanidade avícola e também criação dedesignação de fiscais regionais desanidade avícola. E, ainda, viabilizaçãode recursos financeiros e humanos; pro-moção de cursos de treinamento;implantação de fundo de indenizaçãopara os plantéis avícolas sacrificados eestruturação de rede de competêncianas instituições oficiais de ensino doEstado nos cursos de MedicinaVeterinária.

Seab, 98,72% dos animais foram vaci-nados em 2004. Apesar disso, existemvárias críticas em relação ao processode comprovação da sanidade dos ani-mais. Alguns alertam para a falta dehonestidade dos criadores, outrosalegam desconhecimento das normas.“Hoje, a vacinação acontece daseguinte maneira: o produtor compra avacina, recebe a nota fiscal e vai àunidade veterinária comprovar a suavacinação. Ele pode, se não for umapessoa consciente, comprar e jogar forao conteúdo e comprovar a vacinação.Isso infelizmente a gente não tem comoestar em todas as propriedades”, salien-ta Cherubini. A opinião é compartilha-da pelo superintendente do Ministérioda Agricultura no Paraná, ValmirKowalewski de Souza, para quem “seisso acontecer, o responsável técnicotem a obrigação de denunciar aosórgãos competentes, conforme prevê alegislação”. Kowalewski acredita que“os principais interessados em manter asanidade do rebanho são os criadores”.Por isso, é importante a presença deresponsáveis técnicos bem qualificadosnas propriedades rurais e nas casasagropecuárias.

“Os médicos veterinários ezootecnistas precisam esclarecer a po-pulação em relação aos perigos ecuidados que devem ser tomados”, dizo presidente do CRMV-PR, MasaruSugai, ressaltando a importância daatuação ética e com responsabilidadeno cumprimento de suas atividades téc-nicas dos profissionais paranaenses.“Por isso estamos acompanhando ati-vamente os trabalhos dos médicos ve-terinários em todo o Estado”, garanteSugai.

“Isso começa da consciência dacasa agropecuária e do próprio vete-rinário, muitas vezes o nosso veteri-nário é culpado, porque muitos colegashoje querem ter um emprego e queremsó assinar pela casa. Eu vivenciei umfato assim. Uma vez cobrei de umacasa agropecuária a presença do vete-rinário responsável. Eu fui três, quatrovezes e não conseguia falar com o ve-terinário. Eu queria falar com ele, poisera ele quem podia me dar as infor-mações que eu precisava, uma vez queera o responsável técnico do estabe-lecimento. É importante a presençadele lá, zelando pela conservação deprodutos veterinários, tudo isso aí

Dezembro 13 2005

“Os principaisinteressados em

manter a sanidadedo rebanho são oscriadores”, afirmaValmir Kowalewski.

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RResponsabilidade Ético-Pesponsabilidade Ético-Profissionalrofissionaldo médico veterinário e do zootecnista:do médico veterinário e do zootecnista:

aspectos legaisaspectos legais

Por: Carlos Reinhardt JuniorLeonardo Z. SerafiniAssessores jurídicos do CRMV-PR

O Conselho Regional deMedicina Veterinária do Paraná tempor atribuições legais a fiscalização doexercício da profissão do médico vete-rinário e do zootecnista, nos termos doartigo 7º da Lei 5.517/1968 e artigo 4ºda Lei 5.550/1968.

A fiscalização do exercícioprofissional envolve não só a ins-crição das pessoas físicas e o registrodas pessoas jurídicas que exercematividades de competência destasprofissões. Como ensina JorgeAntônio Maurique, os conselhosdevem velar pelas prerrogativas daprofissão e fiscalizar a atuação dosprofissionais nele inscritos do pontode vista ético, tendo em vista a pro-teção da sociedade.

O controle ético da atuaçãoprofissional é, então, uma das razõesda existência do CRMV/PR. Estaimportância deve-se diretamente ànecessidade de os profissionais queexercem atividades relativas à Medi-cina Veterinária e à Zootecniapautarem seu exercício profissionaldentro de parâmetros éticos, cuja vio-lação gera prejuízos à coletividade.

As infrações à ética profissionalsão condutas incompatíveis com o bomdesenvolvimento das atividades profis-sionais. Seus parâmetros estão estabele-cidos nos Códigos de Ética-Profissional.No caso da Medicina Veterinária e daZootecnia os respectivos códigos foramcriados pelas resoluções do ConselhoFederal de Medicina Veterinária722/2002 e 413/1982.

Os códigos prevêem as hipótesesem que os profissionais podem sersancionados por adotarem condutas

que violam as regras morais e jurídi-cas que regem as profissões.

Assim, exemplificativamente, omédico veterinário pode ser sanciona-do por atos que, no exercício daprofissão, com dolo ou culpa, causemdano ao paciente ou cliente e, princi-palmente, se praticar atos profission-ais que caracterizem a imperícia, aimprudência ou negligência; se dele-gar a outros, sem o devido acompa-nhamento, atos ou atribuições privati-vas da profissão; se deixar de esclare-cer ao cliente sobre as conseqüênciassocioeconômicas, ambientais e desaúde pública advindas das enfermi-dades de seus pacientes; se praticarqualquer ato profissional sem consen-timento formal do cliente, salvo emcaso de iminente risco de morte ou deincapacidade permanente do paciente;dentre diversas outras condutas pre-vistas no Código.

Outro exemplo é a obrigação deque a publicidade e a divulgação dosserviços seja feita em termos elevadose discretos, bem como que sejamdivulgadas apenas especialidadescomprovadas, além de outras regrassobre o assunto.

A infração à ética profissionalapresenta natureza de infração admi-nistrativa. As sanções aplicáveis estãoprevistas na Lei 5.517/1968, podendoser aplicadas, de forma graduada, aadvertência confidencial, a censuraconfidencial, a censura pública, a sus-pensão do exercício profissional e acassação do exercício profissional.

Tratando-se de infrações admi-nistrativas, destacam-se três conse-qüências. Primeiro: a natureza daresponsabilidade do profissional ésubjetiva. Ou seja, a conduta (quetambém pode ser uma omissão) deve

ter sido adotada com dolo (intenção deobter aquele resultado) ou com culpa,através de imperícia, negligência ouimprudência. Segundo: a sanção sópode ser aplicada ao profissional den-tro de um processo administrativo noqual lhe seja garantida a ampla defesae o contraditório.

Ou seja, o processo deve permitirque o profissional tome conhecimentode todas as decisões e documentos neleconstantes e deve permitir ao profis-sional a produção de provas para com-provar sua inocência. Terceiro: tendoconhecimento de uma infração à éticaprofissional, o CRMV/PR tem o deverde apurar o caso e, constatando a vio-lação, aplicar a sanção. Não é uma fa-culdade do CRMV/PR a verificação daocorrência da infração e aplicação ounão da sanção; trata-se de uma obri-gação legal.

É de grande relevância para asociedade que os médicos veterináriose os zootecnistas adotem condutasdentro dos padrões ditados pelosCódigos de Ética das respectivasprofissões.

A sociedade, ao eleger estasprofissões como atividades objeto deespecial fiscalização e controle,reconheceu sua importância para oconvívio coletivo, demandando que osprofissionais atuantes sejam íntegrosem seu trabalho. As mais variadasáreas da vida em sociedade dependemde profissionais que zelem pelosresultados da aplicação de seus co-nhecimentos. A assistência técnica esanitária aos animais e as questões desaúde pública são exemplos darelevância da atuação profissional quedemandam condutas pautadas pelaética, com respeito às determinaçõesconstantes nos Códigos de ÉticaProfissional.

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Seminário reúne diretores e coordenadores de curso Seminário reúne diretores e coordenadores de curso

RReunião aborda bem-estar animal e zoonoses eunião aborda bem-estar animal e zoonoses

Ítalo Minardi. Além dele, a Comissão é for-mada pelos professores Nilva Maria FreresMascarenhas, Edson de Azevedo Ribeiro,Waldir Hamann, Rodrigo Távora Mira,Ricardo Coelho Lehmkuhl, José Francisco eLuiz Paulo Rigolon.

Realizado no Hotel Sumatra, aComissão trouxe Maria Mitsuko Okuda, con-sultora do MEC/INEP e docente aposentadada Universidade de Goiás (UFGO), para falarsobre Avaliação do Ensino. Maria apresentouformas, instrumentos e técnicas para a me-

lhora da avaliação do ensino. “A avaliaçãoeducacional é um processo contínuo e sis-temático de descrição e julgamento de méri-to e valor”, orienta Maria, ressaltando aimportância do projeto pedagógico para obom andamento das disciplinas.

Outro palestrante foi o professorAntonio Felipe Wouk, médico veterinárioparanaense que compõe a Comissão Nacionalde Residência em Medicina Veterinária doCFMV. Professor da Universidade Federal doParaná (UFPR) e Pontifícia UniversidadeCatólica do Paraná (PUCPR), Wouk abordoua importância da residência para a qualidadeda formação profissional. Na opinião dele, “aresidência valoriza a educação das insti-tuições de ensino superior”.

No último dia do encontro (28), apalestrante foi a professora da UniversidadeEstadual de Londrina (UEL), NeusiAparecida Berbel, do Departamento deEducação. A docente apresentou o tema“Metodologia da problematização: carac-terísticas e aplicações em MedicinaVeterinária”.

A Comissão Estadual do Ensino daMedicina Veterinária, do CRMV-PR, pro-moveu o 3º Seminário Estadual de Ensinoda Medicina Veterinária, em Londrina, de26 a 28 de outubro. O encontro reuniu dire-tores e coordenadores das instituições deensino da área para discutir questões ine-rentes à avaliação e metodologia do ensinoe à residência na área. “Nos encontramospara debater as condições do ensino noEstado e também elaborar medidas quevisem a melhoria da qualidade dos cursos”,diz o presidente da Comissão, professor

Nortear as ações dos profissionais emrelação ao controle da população animal, ten-tando diminuir conflitos entre as ações desaúde pública e respeito ao bem-estar animal.Esse foi o teor da reunião da Comissão deZoonoses e Bem-Estar Animal, do CRMV-PR, realizada dias 14 e 15 de novembro, noInstituto de Capacitação e DesenvolvimentoProfissional, em Curitiba. Com a presença deprofissionais de todo o Estado, os membrosda Comissão coletaram dados, idéias e rela-tos para, mais tarde, desenvolver um docu-mento que será publicado em forma de carti-lha de orientação aos profissionais.

“Ao invés de cuidar dos animais, nóscomo veterinários estamos matando-os”,afirma o presidente da Comissão, PauloGuerra. Ele explica que por muito tempo amedida mais difundida para o controle dapopulação animal e também das zoonoses erao extermínio dos cães e gatos. “Entretanto, asociedade não aceita mais essa prática. Alémdisso, essa não é a solução, assim como nãobasta apenas castrar os animais”. Guerradefende ações conjuntas tanto por parte da

sociedade, quanto por parte dos órgãos com-petentes, “que vão desde medidas de controlede natalidade até a guarda responsável”,esclarece.

O posicionamento dos Centros deControle de Zoonoses perante a sociedadetambém foi bastante debatido entre osparticipantes. Na opinião deles, é preciso darum novo foco para os órgãos, uma vez que amissão dos centros é estudar, pesquisar e pro-por ações de controle para os mais de 200

tipos de doenças catalogadas.

A Comissão de Zoonoses e Bem-EstarAnimal é formada por Ênio Celso Heller,Isabel Passos Puzyna, Ricardo Simon, CarlosLeandro Henemann, Kung Darh Chi,Homero Rogério Arruda Vieira, Eric Koblitz,José Edivaldo Bonacim, Flávia de MelloWolff, Leonardo Napoli, Wagner LuizBueno, Alexander Welker Biondo, CarlaForte Molento, Regina Utime, além do pre-sidente Paulo Guerra.

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Membros da Comissão com a palestrante Maria Mitsuko Okuda.

O encontro reuniu profissionais de todo o Paraná, em Curitiba.

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doutorado num projeto que envolveu todos osprofessores do Departamento. A capacitaçãodos docentes seguiu a mesma filosofia queorientou a contratação, quando da criação docurso. Os títulos de mestre e doutor foram obti-dos nas principais universidades brasileiras e,inclusive, no exterior, de forma a garantir umalto nível do recurso humano e uma visão mul-tidisciplinar nas linhas de pesquisa que, maistarde, seriam implementadas.

Essa filosofia que orientou tanto a con-tratação quanto a capacitação do corpo docentepermitiu a verticalização do curso deZootecnia, por meio da criação do Programade Pós-graduação em Zootecnia, em 17 demaio de 1993, tendo iniciado suas atividadescom o mestrado, em setembro daquele mesmoano. Em março de 1999 foi implantado o cursode doutorado. Atualmente o corpo docente doDepartamento de Zootecnia, um dos maisqualificados da Universidade Estadual deMaringá, é formado por 34 docentes, dos quais32 têm título de doutor, um está em doutora-mento e apenas um docente mestre. Entre osprofessores doutores, nove participaram deprogramas de Pós-doutoramento nos maisavançados centros de pesquisa da França,Estados Unidos e Canadá. Deve ser menciona-do, também, que 18 professores doDepartamento, ou seja, 56% dos doutores,fazem parte do grupo de pesquisadores doCNPq (Conselho Nacional de Desen-volvimento Científico e Tecnológico), que pre-mia os pesquisadores com maior produtividadecientífica das instituições de ensino e pesquisa.

Como reflexo do alto nível de for-mação do quadro docente e da produçãocientífica, tanto a graduação em Zootecniaquanto o programa de pós-graduação sãoavaliados entre os melhores do País, mesmose considerarmos sua jovialidade, comparadoaos cursos das universidades tradicionais naárea. Neste sentido, merecem destaque oPrêmio “Melhores Universidades”, publica-do no Guia do Estudante, da Editora Abril,em outubro deste ano, que classifica a gradu-ação em Zootecnia da UEM como “5 estre-las”. O Programa de Pós-graduação emZootecnia (PPZ) na última avaliação daCapes, em 2004, foi considerado como pro-grama de inserção internacional, com nota 6(máxima 7), constando entre os quatro mel-hores programas de pós-graduação do Paísna área. Essas avaliações consideram asatividades de pesquisa, publicação científi-

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Curso de Zootecnia da UEM comemora 30 anosCurso de Zootecnia da UEM comemora 30 anos

Por: Cláudio ScapinelloChefe de Departamento da UEM;Odinete MurariVice-chefe de departamento

O curso de Zootecnia da UniversidadeEstadual de Maringá (UEM) foi criado pelaResolução 28, de 28 de outubro de 1974, doConselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Nasua criação, o curso ficou vinculado aoDepartamento de Biologia, no Centro deCiências Biológicas e da Saúde, cujo diretorna época era o professor Basílio Bacarin,entusiasta da Zootecnia e que teve importanteparticipação, não apenas no momento da suacriação, como também na sua fase de estrutu-ração durante os primeiros anos.

Em 4 de novembro de 1974, foi publica-da a Resolução 6, do Conselho Universitário –órgão máximo da universidade – que autorizoua implantação do curso de Zootecnia, tendo aprimeira turma iniciado as atividades didáticasem março do ano seguinte. Os primeiros con-tratados pela universidade foram os profes-sores Ivan Moreira e Elias Nunes Martins,recém-graduados em Zootecnia, pela Uni-versidade Federal de Viçosa, os quais tiverampapel muito importante na elaboração do pro-jeto e na contratação do quadro inicial dedocentes que permitiram, mais tarde, a criaçãodo Departamento de Zootecnia.

Nesse processo de estruturação, afilosofia foi formar um corpo docente comprofissionais oriundos das principais universi-dades do Brasil. Isto tinha por finalidade criarvínculos com os cursos já consolidados no Paíse, ainda, manter um ambiente com diversidadede experiências de forma a gerar complemen-tação entre as diferentes áreas que compõem aespecialidade. Essa filosofia de integraçãomultidisciplinar se deu também por meio doenvolvimento de professores de diversosdepartamentos da UEM, o que resultou, desdeo princípio, na participação efetiva de con-ceituados pesquisadores de outras áreas nasatividades de ensino e pesquisa. O reconheci-mento do curso ocorreu com o Decreto Federal82.674, de 21 de novembro de 1978, antesmesmo da conclusão do curso da primeiraturma, que ocorreu em dezembro do mesmoano. A partir do início da década de 80 houveum investimento maciço na capacitação docorpo docente, em nível de pós-graduação, ini-cialmente no mestrado e, em seguida, no

ca, formação de recursos humanos, nívelde treinamento do corpo docente, infra-estru-tura, entre outros.

Durante esses 30 anos de atividades,foram graduados 1.071 zootecnistas, 162mestres e 37 doutores, com atuações emempresas públicas e privadas, contribuindo, deforma decisiva, para o desenvolvimento doagronegócio brasileiro. No momento, encon-tram-se matriculados 369 alunos na graduação,49 alunos no mestrado e 53 alunos no doutora-do. A infra-estrutura do Departamento deZootecnia é outro fator relevante. Nesse aspec-to o Departamento de Zootecnia conta, parasuas atividades de ensino e pesquisa, com novelaboratórios, uma Fazenda Experimental, emIguatemi, um Centro de Treinamento ePesquisa, na Cidade Gaúcha, e uma Estação dePiscicultura, em Floriano.

O alto nível de formação do corpodocente permitiu, desde o princípio, aaprovação de projetos em diversos órgãospúblicos de fomento a pesquisa como CNPq,Fundação Araucária, Finep, além de cooperati-vas e empresas privadas que permitiram oaparelhamento dos laboratórios e a produçãode pesquisa de ponta em diversas áreas daZootecnia. As linhas de pesquisa doDepartamento de Zootecnia são as seguintes:Determinação de exigências nutricionais emanimais ruminantes e não-ruminantes; Ava-liação de alimentos: alimentos convencionais,resíduos e subprodutos da agroindústriaregional e aditivos para animais ruminantes enão-ruminantes; Estudo da interface: nutrição– ambiente – comportamento animal – repro-dução; Avaliação da qualidade de conservaçãoe valor nutricional de silagens e fenos;Metodologias para estimação de consumo poranimais em pastejo; Ecofisiologia e sistemasde produção de plantas forrageiras e desem-penho de animais em pastagens; Avaliaçãogenética e programas de seleção e cruzamen-tos; Controle da qualidade da água e produçãoem aqüicultura; Caracterização e desenvolvi-mento de linhagens para cultivo aqüícola;Comportamento, produção e polinização comabelhas, e Tecnologia de processamento depeles de animais de pequeno e médio portes.

Os contatos com o Departamento deZootecnia poderão ser realizados por telefone(44) 3261.4348 ou pela página na internetwww.dzo.uem.br .

Graduação cinco estrelas e pós-graduação de inserção internacional.

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Por: Ricardo Pereira RibeiroConselheiro e membro da ComissãoEditorial. Zootecnista, Ribeiro é doutorem Piscicultura e professor da UEM.

A água é o composto consideradocomo a essência da Terra e domina por com-pleto a composição química de todos osorganismos, além de ser o meio onde vivemos peixes. Sendo assim especificamente, assuas características regulam eficazmente ometabolismo do ecossistema a variaçõesclimáticas e geográficas. Essas variaçõessão decorrentes da interação.

Propriedades físico-químicasda molécula de Água:

- Calor Específico - quantidade de calornecessário para elevar em um grau centígra-do, um grama de água. Por definição cor-responde à uma caloria (1,0 cal), este valoré considerado alto;

- Calor de vaporização - a água possui umalto valor para esta característica, sendo quea 10°C é de 540 cal/g.

- Viscosidade - capacidade de oferecerresistência ao movimento. Com 30°C a águatem a metade da viscosidade que à cincograus centígrados. Portanto a viscosidadediminui com a temperatura;

- Densidade - a água apresenta densidadevariável, de acordo com as condições domeio, a maior densidade d’água é atingidaa zero grau centígrado (daí o porquê dapedra de gelo flutuar na água em estadolíquido).

A água, por suas peculiares carac-terísticas líquido-sólidas, torna um ambienteestratificável que influencia sobremaneiraas dinâmicas químicas e biológicas dos cor-pos d’água (no nosso caso tanques).Entretanto, comparando-a com o meioaéreo, apresenta-se como um meio tempera-do, onde as flutuações extremas de suas ca-racterísticas e temperatura se encontrammais amortizadas que no meio aéreo.

Através da condução, a radiação inci-dente na água é transformada em energiacalorífica e nela se propaga, de moléculapara molécula. Este processo de absorção deenergia térmica é mais intenso quanto mais

se aproxima da superfície d’água, principal-mente até um metro de profundidade, dessaforma, na ausência de fatores que provo-quem a movimentação (turbulência) d’água(através do vento do funcionamento de aer-adores, infusores de ar, motores, etc) ocorreestratificação da coluna d’água.

Essas diferenças térmicas observadasnestas camadas fazem com que hajam dife-rentes valores de densidade em cada umadelas, o que impede que ocorra a misturad’água em toda a coluna, dessa forma, naausência de fatores que provoquem turbulên-cia na água, não haverá distribuição uni-forme de calor. Quando o ambiente aquáticoapresenta-se estratificado termicamente,normalmente apresenta-se estratificado paraquase todos os outros fatores físicos e quími-cos, com efeitos sobre as condições biológi-cas do ambiente, devido à grande inter-relação entre todos estes fatores. Este fenô-meno é muito mais freqüente e com maioresconseqüências em regiões tropicais, devidoàs maiores temperaturas observadas, pois oslimites entre as camadas tornam-se, como jáditas barreiras físicas, o que pode influenciarna qualidade d’água nas diferentes camadas,um exemplo é quanto a distribuição espacialdos gases no ambiente aquático.

Em um ambiente aquático estratifica-

Os efeitos da estratificação térmicaOs efeitos da estratificação térmicada água na pisciculturada água na piscicultura

do, a concentração de gases e sais, como O2,CO2 PO4

3- apresenta comportamento dife-renciado em cada camada. Neste tipo deambiente, o extrato superior é rico em O2,favorecendo a permanência de peixes.Entretanto, quanto à produtividade primária(fitoplâncton) não se apresenta favoráveldevido às baixas concentrações de CO2 ePO4

3-, trazendo conseqüências na produçãode zooplâncton na coluna de água, devido aque seu substrato (fitoplâncton) encontramelhores condições no estrato inferior dotanque, porém este estrato não tem disponi-bilidade de luz, o que é fundamental para afotossíntese. De maneira geral, a distribuiçãoe disponibilidade de gases e sais na colunad’água afetam diretamente a distribuição e asobrevivência dos organismos aquáticos.

Assim, é valido pensar que a estratifi-cação térmica em tanques de pisciculturanão é uma característica desejável, visto quesuas implicações biológicas, principalmentequanto ao aspecto da distribuição de O2 nacoluna d’água que em situações de altademanda biológica, pode tornar-se limitantepara o bom desenvolvimento ou até para asobrevivência dos peixes. Daí a importânciado uso, quando necessário, de aeradores, quealém de atuarem como oxigenadores, aindadesempenham papel importante na deses-tratificação dos ambientes aquáticos.

CCOOMMIISSSSÃÃOO EEDDIITTOORRIIAALL

Detalhes de tanques de psicultura no Paraná.

CRMV-PR 363636Anos

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Dezembro 18 2005

EENNTTRREEVVIISSTTAA

Em pauta, controle parasitórioEm pauta, controle parasitório

Em sua recente viagem aCuritiba, o médico veterinário sul-africano, Jan Van Wyk, conversou coma reportagem do CRMV-PR. Professorda Universidade de Pretoria, na Áfricado Sul, ele é o responsável pelo desen-volvimento do Método Famacha©,análise pelo aspecto da conjuntivainterna de ovinos e de caprinos. A téc-nica já foi incluída na grade curricularde várias instituições de ensino tantonas disciplinas de doenças parasitáriasquanto nas de ovino-caprinocultura.Mais de 1,5 mil técnicos foram treina-dos com o método, uma vez que se uti-liza a criação orgânica, obtendo assimprodutos diferenciados. Confira aentrevista.

O que é o Método Famacha© e emque ele se baseia?

O Método Famacha© foi desen-volvido na África do Sul e consiste navaliação da anemia de ovinos e capri-nos em relação à coloração da conjunti-va ocular, para identificar somente ani-mais que estão infectados por parasitassugadores de sangue. O objetivo é tratarsomente animais com coloração pálida.Então, para facilitar esta observação,foi desenvolvido um cartão de cores,para que os técnicos tenham maioracurácia no momento da classificação,dispensando o uso de técnicas laborato-riais.

Os elevados prejuízos econô-micos e a resistência parasitária contratodas as drogas, foram os principaismotivos que levaram ao desenvol-vimento de uma nova estratégia decontrole, principalmente contra oHaemonchus contortus. O MétodoFamacha©, tem o objetivo de reduzir aresistência tratando seletivamente osanimais.

Quais os primeiros passos paraintroduzir o método em umapropriedade?

É essencial que o técnico seja

devidamente treinado para se obtersucesso com o método. A indicação dedeixar vários animais sem tratamento, oque aumentaria a taxa de infestação dapastagem, pode assustar pessoas nãoacostumadas. Porém, testes realizadosna África do Sul e no Brasil, de-mostraram que isto não é problema,quando o método é aplicado correta-mente.

A condição de deixar animais semo devido tratamento, pode apresentarmuitos riscos, quando se utiliza aestratégia de tratamento seletivo. Então,deve-se estar atento para que isto nãoimponha risco aos animais e prejuízopara o criador. Os técnicos devem seralertados dos fatores limitantes dométodo como: correta avaliação dosgraus, intervalo entre avaliações, outrosfatores causadores de anemia, outrasespécies de parasitas da região e umponto em especial, que o H. contortusnão causa queda na condição corporaldos animais.

Como o método pode auxiliar con-tra o desenvolvimento da re-sistência dos parasitas aos anti-helmínticos?

No caso do Método Famacha©,existe a possibilidade de deixar para-sitas que têm origem susceptível trans-mitirem esta característica para outrasgerações, quando os animais não sãotratados. O professor Molento relatouque no Brasil algumas propriedadesapresentaram redução de até 90% nonúmero de doses, mesmo nos períodosde maior infecção. Então, a chance demanutenção dos genes susceptíveisestaria assegurada. Em Cascavel, aquino Paraná, existe uma propriedade queutiliza o mesmo antiparasitário há maisde cinco anos, sem a necessidade derotação e com alta eficácia. Esse é oobjetivo.

Como existirá um número imen-samente maior de parasitas suscep-tíveis, tanto nos animais como na

pastagem, o gene resistente, mesmosofrendo uma pequena pressão deseleção, será diluído. Chamamos a po-pulação que se mantém susceptível derefugia e como pode ser concluído,quanto maior a proporção dos genessusceptíveis maiores serão as chancesde se manter a vida útil dos anti-helmínticos.

Uma pessoa pode aplicar o méto-do apenas adquirindo a cartela oudeve fazer o curso do método?

As entidades responsáveis pelodesenvolvimento do método na África

FAMACHA©

anaemia guide

OPTIMAL -(NO DOSE)

ACCEPTABLE-

(NO DOSE)

BORDERLINE -DOSE?

DANGEROUS -DOSE!

FATAL -DOSE!!!

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Dezembro 19 2005

do Sul não permitem que o cartão sejavendido sem a segurança da realizaçãodo curso, devido às razões descritasacima. Para facilitar esta tarefa, muitaspessoas foram treinadas (Brasil,Argentina, México, Uruguai, Paraguai,Estados Unidos, nos países da África edo Suleste Asiático) com o objetivo derepassar a técnica corretamente. Ocartão também é oferecido a preço decusto para que exista ampla dis-tribuição.

Pode-se utilizar única e exclusiva-mente Método Famacha„ comocontrole parasitário em ovinos?

Deve-se deixar bem claro quemesmo utilizando o Método Famacha©,corretamente, ele deve fazer parte deum sistema integrado de controle para-sitário, mesmo contra o H. contortus. Otécnico deve saber o intervalo corretoentre avaliações e ter em mãos um

medicamento de alta eficácia, para otratamento daqueles animais anêmi-cos/infectados. Também é importanteobter informações com outros métodosde diagnóstico, da incidência de outrostipos de parasitas e eventuais sinaisclínicos.

Quais são as limitações do método?

Primeiramente, a incidência ediagnóstico de parasitas não-sugadores.Para estes casos pode-se usar o escorede condição corporal e o sistema DAG,que é a classificação da diarréia deacordo com a sugeira do membro pos-terior.

Quais são as vantagens do métodoem relação à praticidade e aocusto-benefício?

Adicionando a redução da sele-ção da resistência parasitária emrelação ao uso convencional de cont-role parasitário (tratamento profiláticode todos os animais em períodos cur-tos) existe a possibilidade de se-lecionar hospedeiros no próprio reban-ho. Isto é possível usando a análiseBLUP (Best Linear UnbiasedPrediction) que prediz com boamargem de segurança os animais paradescarte e reprodução, melhorandoconsideravelmente a habilidade dorebanho em suportar o ataque para-sitário. Quando este sistema é usado,pode-se esperar uma redução progres-siva dos tratamentos, melhora dosíndices produtivos e redução significa-tiva dos custos. Em relação a este últi-mo benefício, os fazendeiros da Áfricado Sul estimaram ganho médio de55%, comparado ao período anterior.

O tempo de avaliação é outra van-tagem. É possível avaliar até 500 ani-mais em uma hora de trabalho, quandose tem boas instalações. No Brasil, oprofessor Molento tem acompanhadovários técnicos em rebanhos pequenos(até 50 animais) e grandes (mais de5000 animais), sempre acompanhadode anotações em planilhas. Os dadossão enviados para o Banco de Dados daUFPR ([email protected]) e avaliados.

Cada rebanho apresenta característicasdiferentes e o produtor pode discutir asestratégias de manejo para melhoraproveitamento dos recursos humano eanimal.

O que são animais resistentes eresilientes?

Existe grande diversidade genéti-ca (susceptível e resistente) entre osanimais de um mesmo rebanho, assimcomo nos parasitas. Isto pode ser obser-vado pelo resultado do exame de fezes.Entretanto, a resistência nos hos-pedeiros pode ser observada de duasmaneiras: (1°) resistência do hos-pedeiro contra a infecção através demecanismos de prevenção, estabeleci-mento ou imunidade; (2°) resiliência. Oanimal resiliente é aquele que apresentacerto grau de infecção, porém não apre-senta sinais clínicos visíveis.

Então, como o Método Famacha©

não consegue diferenciar entre estesdois indivíduos, o animal resiliente éum bom aliado, pois estes não rece-berão tratamento e irão contaminar apastagem com parasitas susceptíveis -refugia. Finalizando, o grau de contam-inação da pastagem não será problemadevido ao programa de descarte quedeve ser adotado pelo produtor, com amanutenção de animais que serão aptosao contato com os parasitas, nãorequerendo tratamento.

* A matéria contou com o apoio dosmédicos veterinários Jannifer SilvaCaldas e Marcelo Beltrão Molento,professor da UFPR.

Ovelha adulta no grau 3 doGuia Famacha© de anemia.

“No Brasil algumaspropriedades

apresentaram reduçãode até 90% no númerode doses, mesmo nos

períodos de maiorinfecção.”

“O tempo de avaliaçãoé outra vantagem.

É possível avaliar até500 animais em uma

hora de trabalho,quando se tem boas

instalações.”

CRMV-PR 363636Anos

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AARRTTIIGGOO

Dezembro 20 2005

Por: Luciano dos Santos Bersot,professor da UFPR – Campus Palotina, é responsável peladisciplina de Inspeção em POA.

Vinicius Cunha Barcellos, médico veterinário e docente da UFPR – Campus Palotina. Ministra adisciplina de Tecnologia de POA.

Débora de Souza Motta, médica veterinária e pós-graduanda em Vigilância Sanitária e Epidemiologia em Saúde, da Unipar.

Júlia Arantes Galvão, acadêmicado Curso de Medicina Veterinária, UFPR, Campus Palotina.

Por uma questão regulamentar e desaúde pública, os produtos de origem ani-mal devem ser inspecionados por médicosveterinários ligados aos órgãos competentesde fiscalização antes de serem expostos àvenda, para garantir sua inocuidade e umaqualidade mínima aceitável. Contudo, acomercialização direta do leite cru pelo pro-dutor é uma prática freqüente em grandeparte do país (BADINI et al., 1996). A prati-cidade, os preços acessíveis, as questõesculturais e o desconhecimento dos perigosque esse tipo de produto pode representar asaúde do consumidor, são fatores con-tribuintes para a continuidade ou aumentoda comercialização desse leite chamado de“clandestino” ou “informal”.

Palotina está localizada ao noroestedo Paraná, com uma população estimada de25.765 habitantes, sendo 5.031 na árearural, segundo dados do IBGE (2000). Porser um município onde a principal atividadeeconômica é a agropecuária, a zona rural sefunde à área urbana, e não é incomumencontrarmos nas ruas o leite produzido porpequenos produtores sendo transportado emgarrafas ou em sacos plásticos, cujo destinoé a venda direta ao consumidor. Com isso, opresente trabalho teve por objetivo realizarum levantamento do perfil dos consumi-dores de leite no município de Palotina,visando identificar o consumidor de leiteinformal e avaliar seus conhecimentosquanto aos riscos que este tipo de leite podecausar.

Metodologia

Através de um questionário padrão,foram realizadas 235 entrevistas feitas de

Figura 1: Perfil do consumidor deleite, do total de 235 entrevistas realizadascom os moradores de Palotina/PR duranteos meses de fevereiro e junho de 2005.

É importante ressaltar que, apesar dogrande percentual de aquisição de leiteinformal (38,3%), o seu consumo só ocorriaapós a fervura doméstica. Dentre as 90famílias que declararam o consumo de leitedireto do produtor, pode-se observar pelaFigura 2, a principal motivação para esteconsumo.

Referências

BADINI, K. et al. Risco à saúde represen-tado pelo consumo de leite cru comercia-lizado clandestinamente. Revista de saú-de pública. v. 30, n. 6, p.549-522, 1996.

IBGE. Capturado em 05 jul. 2005Disponível na Internet: www.ibge.gov.br/cidadesat/defuelt.php

OLIVAL, A.; SPEXOTO, A.A. Levantamentodo hábito de consumo de leite informalem Pirassununga, SP. Mar. 2002a.Capturado em 05 jul. 2005. Radares téc-nicos (on line). Disponível na internet:www.milkpoint.com.br/mn/radarestecni-cos/artigos.asp?nv=1&area_desc=quali-dade+do+leite&id_artigo=19750&perM=8perA=2005

Perfil dos consumidores de leitePerfil dos consumidores de leiteinformal de Palotina (PR)informal de Palotina (PR)

porta em porta e escolhidas ao acaso, naregião central de Palotina, no período entrefevereiro e junho de 2005.

Resultados

Pela Figura 1 pode ser observado operfil do consumidor de leite em Palotina.

Figura 2: Motivação declarada pelosconsumidores de leite informal do total de 90famílias entrevistadas entre os meses defevereiro e junho de 2005, em Palotina.

* Foi considerado como atributo dequalidade o relato espontâneo do entrevista-do que considerou o produto mais “forte” ede melhor sabor.

Mais de 75% dos entrevistadosdesconheciam os problemas que o consumode leite informal poderia trazer. Outros 24%dos entrevistados citaram a febre aftosa comoprincipal doença que poderia ser transmitidapelo leite cru, seguidas da brucelose, tuber-culose e problemas entéricos. SegundoOlival & Spexoto (2002), a população acre-

dita que a febre aftosa seja o principal prob-lema do leite, que em termos de saúde públi-ca. No entanto, bactérias patogênicas comoStaphylococcus aureus, Salmonella, entreoutras, devem ser consideradas epidemio-logicamente mais importantes na ocorrênciadas Enfermidades Transmitidas por Ali-mentos, tendo o leite como veículo.

As questões que estão envolvidas nacomercialização do leite informal são aquelasde ordem sócio-econômicas, como exemplo,a insegurança no mercado e a falta de políti-cas para pequenos produtores o que acarretana decisão do produtor em seguir para o mer-cado informal. Contudo, para o consumidorinteressa, principalmente, a questão de saúdepública. Devido a todos esses fatores, o leiteinformal deve ser considerado um problemacultural, social e tecnológico, tanto para osprodutores quanto para os consumidores.

Conclusão

Pelos dados obtidos neste trabalho ficaevidente a constatação de que é grande acomercialização de leite informal no municí-pio de Palotina e a desinformação do con-sumidor a respeito dos perigos que podem serverdadeiramente veiculados por esse tipo deproduto.

De qualquer modo, o problema evi-denciado deve ser encarado como umaquestão sócio-econômica e cultural, e quepolíticas públicas devem ser adotadas comoforma de garantir aos pequenos produtores,condições mínimas que permitam o seu sus-tento na cadeia produtiva do leite.

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2.643 VP LUIZ EDUARDO HELLER2.810 VP CELIA ROSIMARIE DOS REIS4.048 VP ODAIR HUTTEL4.284 VP FABIO LEANDRO RIBEIRO4.688 VP CESAR AUGUSTO NUNES4.963 VP DEBORA DE AVILA SILVA5.294 VP VALMOR CRISTIANO LICHESKI

0831 ZP CAMILA GEORGIA COMARELLA0832 ZP JEAN LORUSSO FERREIRA0834 ZP RODRIGO RUTHS0835 ZP RODRIGO FERRI ZAMARIAN0836 ZP DANIEL HENRIQUE DE P. TEIXEIRA0839 ZP FABIO SCALON E SPIGOLON0840 ZP ELIANE CARINA KLUCINEC0841 ZP ALCYR FERREIRA BRAGA0842 ZP VANICE MARLI FULBER6.552 VP CIRO MEIRELLES6.708 VP ROBERTA S. MOUCHBAHANI6.709 VP ANA LUISE SPINARDI6.710 VP GILMARA DE PAULA DA LUZ6.711 VP DANIELA BABA6.712 VP KARINA CRISTINA PUGGESI RUBIN6.713 VP KENIO FERREIRA MUNHOZ6.714 VP JONI TANAMATI6.715 VP DOUGLAS FURTADO MAGNANI6.716 VP DANIEL COTRIM GARCIA6.717 VP RENATO LUIZ TRINDADE6.727 VP MARINA RENEE SALGADO6.728 VP LEANDRO CAVALCANTE LIPINSKI6.729 VP MICHELLY CARVALHO6.730 VP LUCIANA BARBISAN KISPERGUE6.731 VP TATIANA MATTOS6.732 VP ELAINE TAIS LARGURA6.733 VP FLAVIA CRISTHINE SCREMIN6.734 VP ANDREA BASTOS DE OLIVEIRA6.735 VP ANIE IEDA FRANCABANDIERA

6.736 VP GRAZIELLE C. GARCIA SORESINI6.737 VP JOCIMARA MAZUR GARCIA6.739 VP ANDRE SCUCATO MINIOLI6.740 VP EVERTON HENRIQUE FERREIRA6.741 VP MARCIA APARECIDA DE FREITAS6.742 VP LUCIANA ANTONIETA BIANCONI6.743 VP CARLOS EDUARDO SIENA6.744 VP PATRICIA ROSA FONTES6.745 VP FABIO DE CAMPOS6.746 VP MARCELO TIRELLI DE SIQUEIRA6.747 VP ROBSON JOSE REIS PINTO6.748 VP FERNANDO LATRONICO6.752 VP ANTONIO CASQUEL NETO6.753 VP TELMA DOS SANTOS LIMA6.757 VP JEFFERSON DOUGLAS GAZZI6.758 VP ANDRIUS JOHN CANAL6.759 VP ANA PAULA D`ARCE C. B. KUMMEL6.760 VP ALEXANDRE AMORIM MONTEIRO6.761 VP ROBERTO BORGES RIBEIRO6.762 VP LARISSA SGOBI DESTRO6.763 VP CESAR AUGUSTO L. DE LIMA FILHO6.764 VP ERICK JORGE P. HAUSZLER6.765 VP TANIA CAMPOS SOUZA6.766 VP RICARDO CAZURA F. VASCO6.767 VP DANILO TANCLER STIPP6.768 VP TIAGO RODRIGUES CASIMIRO6.769 VP JOAO PAULO DINARDI DE PINHO6.770 VP ANTONIO BORGES WERNER6.771 VP ROVALDO SCARIOT

6.776 VP BARBARA HELIODORA VISSER6.780 VP DIOGO CESAR L. OLIVEIRA FARIA6.781 VP MICHELLE B. LOPES DE MORAES6.782 VP FLAVIO DIAS MIRANDA6.783 VP JULIANA BASTOS THOMAZELLI6.784 VP FABIANA M. PONTES DA ROCHA6.785 VP PRISCILA MAFRA ZOCOLOTTI6.786 VP ANDREA GOBBO MIRANDA6.787 VP CLAUDIANE CASAL HOFFMANN6.788 VP JAQUELINE RAFAELA STEILEIN6.789 VP MARIANNE DIAS MIRANDA6.790 VP LORAYNE N. K. BANASZEWSKI6.791 VP MAIRA GROHMANN JUNQUEIRA6.792 VP PRISCILLA CONTADOR NAPOLI6.793 VP FLAVIA BRYLYNSKYI FERREIRA6.794 VP FRANCIELLE FERNANDEZ SHINKAI6.795 VP MARCELA ANDRADE MALUF6.796 VP MARIA CRISTINA PADILHA CALDAS6.808 VP KLEDIR ANDERSON H.SPOHR6.809 VP ANA PAULA GUIDELI6.810 VP PHILIPP KELLER6.814 VP SYLVIA SALIONI CAMARGO NOVAES6.816 VP JUAN VAN DER VINNE6.817 VP GLEDSON G. ACU€A RAMIREZ6.818 VP GILSON MARASCHIN6.820 VP ELLEN HARUMI F. MARUBAYASHI6.823 VP LETICIA FANUCCHI

0056 ZP RUI ALBERTO MANSUR FORTES0453 ZP GENESIO GIOCONDO JUNIOR0626 ZP JOSE ROBERTO C. M. CORREA0686 ZP ANDREA HATZENBERGER1.098 VP HENRIQUE NOIVO DELGADO2.892 VP RALF PIPER

3.623 VP ADRIANO TOMITAM3.624 VP FABIOLA VOZNIKA GUIMARAES3.833 VP JOSE RICARDO T. MARQUES3.901 VP RODRIGO DA ROCHA CARARO5.076 VP MICHELLY KHEIDY B. BATTISTI5.189 VP FABIO ROSSETTO DA ROSA

5.517 VP MARCIA MARINHO LUZARDO5.973 VP JULIANA CRISTINA DE SOUZA6.284 VP SHARON KARLA LUDERS MEZA6.323 VP VANESSA DEL P. DE OLIVEIRA6.421 VP RODRIGO SANTOS LIMA ROSA

6.718 VS SERGIO JOAO DALAGNOL6.719 VS RAIMUNDO J. T. DE ARAUJO PEREIRA6.720 VS RENATO BUSO6.721 VS ARILTON FUJIO NARITA6.722 VS ALESSANDRO A. PLENTER BELUCIO6.738 VS CRISTHIANO F. CALDERARO

6.749 VS RICHARD LUIS HOBI6.750 VS JULIANA BRAGAZZI CUNHA6.755 VS EVANDRO MANSUR DE OLIVEIRA6.777 VS LUCAS IGLESIAS DE SOUZA6.778 VS OSWALDO SCANNAPIECO NETTO6.779 VS ADRIANA GLADYS BENITE DISEGNA

6.802 VS JACKIELINE SAMPAIO STEINLE6.803 VS VANESSA R. FOLETTO DA SILVA6.804 VS MARCONI RODRIGUES DE FARIAS6.813 VS SUZANA DE SOUZA NODARI6.821 VS JOSIANE GRIEBELER6.822 VP MARCIANO ANDRE VIZZOTTO

5.352 VP IRINA LOPES CAMPASSI5.378 VP FABIANI DE PAIVA VIEIRA5.719 VP FERNANDO LUERSEN5.972 VP CARLOS ALEXANDRE SILVA BARRA5.974 VP ANDRE DOMINGOS MAZIERO6.009 VP JONINE RAYANE WOITEXEN6.189 VP LEANDRO CUNHA VENDRUSCOLO

6.210 VP MIRENE CORRER6.231 VP RONALDO FERREIRA TRINDADE6.455 VP JULIANA AGUIAR6.458 VP JOYCE HISAYAMA6.576 VP ADRIANA FERRARI6.629 VP PAULO STEIN KOJO

2.867 VS NELIO CIPRIANI5.328 VS MARCELO SOARES

2.347 VS ANTONIO CARLOS HEINZEN3.183 VS MILTON MITSUMASSA MIZUMA

5.723 VS JOSE FERNANDO MORGANTI SILVA3.613 VS CLAUDIA BEATRIZ M. DE CARVALHO

Dezembro 21 2005

Novos InscritosCRMV-PR CRMV-PRNOME NOME CRMV-PR NOME

Inscrição Cancelada

Secundária CanceladaCRMV-PR CRMV-PRNOME NOME CRMV-PR NOME

Transferência ConcedidaNOMECRMV-PRNOME CRMV-PRCRMV-PR NOME

Inscrição SecundáriaCRMV-PR NOME CRMV-PR NOME CRMV-PR NOME

CRMV-PR NOME CRMV-PR NOME CRMV-PR NOME

CRMV-PR 363636Anos

Page 22: CRMV-PR Nº17

5.834 VP MARCOS JARDEL FRIEDRICH6.773 VP SONIA CRISTINA DAROZ DE MORAIS6.797 VP SILVIO MITSUO SUGETA6.819 VP GERALDO TETSUTARO SHUKURI

4.593 VP FABIOLA SANGIORGIO4.652 VP MAICON GAISSLER LORENA PINTO5.172 VP LIGIA DE LIMA MOURA5.260 VP ALEXANDRE JOSE GERALDO

0838 ZP SERGIO A. PORTES DE SOUZA3.117 VP ADRIANA TSUZAKI3.265 VP SIMONE CANEPARO4.267 VP ANA MARIA FRANCIOSI

6.754 VP FLAVIO MARTINS FILHO6.756 VP FELIPE MENDES SOARES SAES6.772 VP LESSANA DE MOURA GONCALVES6.774 VP MARIA ESTHER GONCALVES6.775 VP ARTHUR BORGES NETO6.798 VP KEILA CRISTINA DE LIMA6.799 VP ANA PAULA BORGES MACIEL6.800 VP RAIMUNDO ALBERTO TOSTES6.801 VP ELINO VOLPATO JUNIOR

0833 ZP ALOISE DUARTE0837 ZP MARCO ANTONIO ASSOLARI3.106 VP VERA LUCIA MARQUES4.644 VP ANDREA ELIANA L. DE OLIVEIRA6.723 VP RAQUEL MORAES MAFESSONI6.724 VP LUIZ FERNANDO DRUMOND6.725 VP NATALIE COTRIM ZAHDI6.726 VP VALTER BAMPI6.751 VP YURI FILGUEIRAS ARAUJO

6.805 VP ANA CAROLINA PERIOTTO6.806 VP DANIELLA CRISTINA L. DE OLIVEIRA6.807 VP CRISTIANA BARUEL TERRA6.811 VP RAQUEL REIS MARTINS6.812 VP LEONARDO RAZENTE6.815 VP DANIEL COUTO DE BRITO6.824 VP CYNTHIA BACELAR MARINS

SSEERRVVIIÇÇOO

Dezembro 22 2005

Transferência Recebidas

4.306 VP EIDI YOSHIHARA 6.184 VP VIRGINIA PISATI JANSEN

CRMV-PR CRMV-PRNOME NOME CRMV-PR NOME

Transferência Recebida por TransferênciaNOME CRMV-PR NOMECRMV-PR CRMV-PR NOME

Transferência Concedida por TransferênciaCRMV-PRNOMECRMV-PR NOME CRMV-PR NOME

O professor Amauri Alfieri,doutor em virologia animal, citoupesquisa científica que revela quealguns animais vacinados apresentamresultado soropositivo no tipo de testefeito nos animais do Paraná.

O coordenador do curso deMedicina Veterinária do Cesumar, pro-fessor Raimundo Alberto Tostes, tam-bém afirmou que os animais que apre-sentaram lesões não tinham sintoma-tologia claramente provocada por febreaftosa. Para ele, as lesões poderiam serem conseqüência do transporte ou atémesmo pelo cansaço do leilão, causan-do estresse ou outras doenças, como a

PProfessores negam existência de aftosa no Professores negam existência de aftosa no Paranáaraná

Os professores Amauri Alfieri, daUEL, e Raimundo Alberto Tostes, doCesumar, rebateram o diagnóstico po-sitivo de febre aftosa no Paraná, naaudiência pública promovida, dia 13 dedezembro, pela Comissão de Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento, naCâmara de Deputados, em Brasília. NaAssembléia Legislativa do Paraná,também participaram de audiênciapública, ocasião em que reafirmaram ainexistência da doença no Estado.Baseados em dados científicos, elesafirmaram que as sintomatologias apre-sentadas aliadas aos testes sorológicosnão são suficientes para caracterizarfebre aftosa.

diarréia viral bovina em sua formaaguda. “Endosso as considerações téc-nico-científicas dos profissionais pa-ranaenses”, disse o presidente CRMV-PR, Masaru Sugai. Na opinião dele, aapresentação dos professores foi clara,objetiva e consistente.

Entretanto, Gabriel Alves Maciele Jamil Gomes de Souza, garantiramque o diagnóstico de focos de aftosano Paraná foi correto. Os represen-tantes do Mapa garantiram que asregras para a determinação do focosão estabelecidas pela OIE e que oMinistério apenas aplicou os critériosdeterminados.

Estavam presentes na reunião osecretário de Defesa Agropecuária,Gabriel Alves Maciel, o coordenador-geral de Combate às Doenças doMapa, Jamil Gomes de Souza, o chefedo Departamento de Fiscalização eDefesa Agropecuária do Paraná,Felisberto Queiroz Batista, e o presi-dente do CRMV-PR, Masaru Sugai. Aaudiência pública foi solicitada pelosdeputados paranaenses AbelardoLupion, Assis Miguel Couto, DilceuSperafico e Moacir Micheletto.

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Page 23: CRMV-PR Nº17

RESOLUÇÃÃO

2005

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIARESOLUÇÃO N° 807, DE 28 DE OUTUBRO DE 2005

Fixa os valores das anuidades de pessoas físicas e jurídicas,taxas e emolumentos, para o exercício de 2006, devidos

aos Conselhos Federal e Regionais de Medicina VeterináriaCFMV/CRMVs, e dá outras providências.

O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINARIA - CFMV, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 16, alínea “f”, combinado com art.31, ambos da Leinº 5.517, de 23 de outubro de 1968, e considerando ser atribuição do Conselho Federal de Medicina Veterinária a fixação dos valores das anuidades, taxas e emolumentos; - considerando a função social exercida pelos órgãos de fiscalização do exercício profissional; - considerando as manifestações dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária para o estabelecimento dos referidos valores;- considerando a edição da Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004;- considerando, finalmente, a deliberação do Plenário do Conselho Federal de Medicina Veterinária, na CLXXVII Sessão Plenária Ordinária, realizada no dia 28 de outubro de2005;

Resolve:

CAPÍTULO IDAS ANUIDADES E TAXAS

Art. 1º O valor da anuidade de pessoa física, para o exercício de 2006, será de R$ 230,00 (duzentos e trinta reais).

Art. 2º A anuidade de pessoa jurídica, para o exercício de 2006, será cobrada de acordo com as seguintes classes de capital social:I - até R$ 5.320,50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 354,24II - acima de R$ 5.320,50 até R$ 31.923,00 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 517,32III - acima de R$ 31.923,00 até R$ 138.333,00 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 667,44IV - acima de R$ 138.333,00 até R$ 287.307,00 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 774,36V - acima de R$ 287.307,00 até R$ 1.383.330,00 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 993,60VI - acima de R$ 1.383.330,00 até R$ 2.873.070,00 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 1.196,64VII - acima de R$ 2.873.070,00 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 1.493,64

§ 1º É facultada a cobrança de anuidade complementar à pessoa jurídica sempre que ocorrer atualização do capital social. § 2º Os Conselhos utilizarão, sempre que disponíveis, os dados do último balanço patrimonial da pessoa jurídica, para atualizar o capital social, com finalidade de cálculo do valorda anuidade.

Art. 3º O pagamento da anuidade de 2006 poderá ser efetuado até 31 de janeiro com desconto de 10% (dez por cento).Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de parcelamento prevista no art.4º desta Resolução.

Art. 4º O pagamento poderá, ainda, ser efetuado em 03 (três) parcelas mensais, iguais e sucessivas, vencendo a primeira em 31 de janeiro, a segunda em 28 de fevereiro e a terceiraem 31 de março.

Art. 5º Os valores das taxas e emolumentos serão os seguintes:I - Inscrição de Pessoa Física (definitiva e secundária) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 33,00II - Registro de Pessoa Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 115,00III - Expedição de Carteira de Identidade Profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 33,00IV - Substituição ou 2ª Via de Carteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 58,00V - Certificado de Regularidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 33,00VI - Registro de Título de Especialista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R$ 33,00

Art. 6º Após 31 de março de 2006, as anuidades de pessoas físicas e jurídicas serão acrescidas de multa de 20% e juros moratórios à taxa mensal de 1% (um por cento), além decorreção monetária pelo índice de preços ao consumidor - IPC.Parágrafo único. Os acréscimos serão calculados sobre o valor da anuidade corrigida.

Art. 7º Por ocasião do registro da pessoa física ou jurídica, será cobrado o valor relativo aos duodécimos correspondentes aos meses restantes do exercício, incluído o mês derequerimento.

Art. 8º A cobrança da anuidade e taxas devidas por pessoas físicas e jurídicas será feita por meio de sistema de cobrança compartilhada, obrigatória, em que o percentual de 25%(vinte e cinco por cento) do Conselho Federal de Medicina Veterinária será creditado em sua conta, no ato do seu recolhimento, automaticamente.Parágrafo único. Qualquer atraso no repasse de valores, quer referentes a anuidades de que trata esta Resolução, quer referentes a débitos anteriores, sofrerão multa no valor de20% (vinte por cento) a ser paga pelo Presidente e Tesoureiro, solidariamente.

Art. 9º Os Conselhos Regionais deverão encaminhar ao Conselho Federal, até o dia 31 de dezembro de 2005, cópia do Convênio firmado com a instituição bancária oficial, nostermos da Resolução nº 664/2000.

CAPÍTULO IIDOS PROCEDIMENTOS RELATIVOS A DÉBITOS ANTERIORES A 2005

Art. 10. É facultado aos Conselhos Regionais o parcelamento de débito dos exercícios anteriores a 2005 em até 24 (vinte e quatro) prestações mensais e sucessivas, desde que aparcela não seja inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais). Parágrafo único. Sobre o débito de que trata este artigo incidirão, além da multa, juros moratórios à taxa mensal de 1%.

Art. 11. O parcelamento do débito deverá ser procedido mediante requerimento do interessado, com a formalização de contrato e reconhecimento da dívida, do valor e doparcelamento.Parágrafo único. O descumprimento do acordo firmado implica retorno à condição do débito anterior e impede o benefício do parcelamento.

CAPÍTULO IIIDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 12. O não cumprimento ao estabelecido nesta Resolução importará em responsabilidade do Presidente, sujeito às penalidades da lei de improbidade administrativa eresponsabilidade fiscal, sem prejuízo de outras sanções civis, penais e administrativas.

Art. 13. A presente Resolução entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2006, revogadas as disposições em contrário.

BENEDITO FORTES DE ARRUDA ANDRÉ LUIZ DE CARVALHOPresidente do Conselho Secretário-Geral do Conselho

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