comunicare alunos nº17 - especial campus party

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Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC - abril de 2012. N.17 A parceria entre a UFABC e o megaevento de cultura digital Campus Party legou aos nossos estudantes a oportunidade de participar de tra- balhos de extrema envergadura tecnológica ao mesmo tempo em que permitiu o livre acesso desses alunos à tecnologia de ponta. O saldo positivo da empreitada pode ser acompanhado nas páginas que seguem com o registro do esforço de dezenas de jovens que representaram a UFABC durante o evento e a orientação dos professores acompanhando as atividades e em palestras.

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Comunicare Especial sobre a participação da Universidade Federal do ABC na Campus Party Brasil 201

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Page 1: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC - abril de 2012. N.17

A parceria entre a UFABC e o megaevento

de cultura digital Campus Party

legou aos nossos estudantes a

oportunidade de participar de tra-

balhos de extrema envergadura

tecnológica ao mesmo tempo

em que permitiu o livre acesso

desses alunos à tecnologia

de ponta. O saldo positivo

da empreitada pode ser

acompanhado nas páginas

que seguem com o registro do

esforço de dezenas de jovens

que representaram a UFABC

durante o evento e a orientação

dos professores acompanhando

as atividades e em palestras.

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http://www.youtube.com/watch?v=iqqo73cFprc

Assista ao resumo da participação da UFABC no Campus Party 2012

João Laio

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O evento, que surgiu na Espanha onze anos atrás, reuniu mais de 7500 participantes (conhecidos como campuseiros) e se mostra um espaço democrático e interativo para discussão e exposição de temas relacionados às áreas de Música, Robótica, Games, Desenvolvimento, Mídias Sociais, Software Livre, Astronomia e muito mais, tudo isso ligado à inovação tecnológica, produção de conteúdo e compartilhamento de dados.

Pelos mais de 64.000 m² de área, encontram-se desde estudantes a professores, cientistas, jornalistas, pesquisadores, artistas, empresários e outros tantos curiosos. A Campus Party consegue ser um dos poucos pontos de encontro físico entre tribos digitais e grandes empresas, além de contar com a participação das administrações públicas.

Graças a estes ingredientes, a formação de opiniões e a criação de tendências costumam surgir como resultados naturais desta mistura, e o comportamento dos participantes confirma suas posições como vanguardistas, trendsetters, criadores de uma nova economia e responsáveis pelos futuros rumos da tecnologia da informação.

Esse perfil de evento combina muito bem com a vocação da “universidade do século XXI” e, graças a uma parceria institucional, a UFABC marcou forte presença na Campus Party. Participaram mais de 60 alunos, entre os quais 50 voluntários atuando diretamente na organização do evento e dos seminários internacionais, que ocuparam um espaço reservado na Arena. Além disso, a UFABC, única universidade pública parceira do evento, foi provedora de conteúdo por meio de palestras realizadas por docentes da instituição.

Ao todo no evento foram mais de 500 horas de conteúdos, que podem ser conferidos em sua maioria no endereço http://live.campus-party.org. Nas próximas páginas do Comunicare, uma breve cobertura realizada pelo grupo de alunos da UFABC.

CPBR5

Entre os dias 6 e 12 de fevereiro, aconteceu em São Paulo a

5ª edição brasileira do maior encontro tecnológico do mundo,

a Campus Party.

Por: Wesley Oliveira e Gabriel Camargo

UFABC na Campus Party!

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Comecei a Campus Party como voluntário e cheio de espectativas. Ver palestras, ter a chance de conhecer pessoas importantes, ajudar a construir o evento e também conhecer outros alunos que estavam na mesma UFABC que eu, mas que nunca tive a oportunidade de conhecer. Todas as minhas espectativas foram superadas por uma surpresa agradável: ter meu trabalho reconhecido e ser convidado para ajudar a coordenação com as caravanas e os voluntários, sendo um organizador. Aceitei com felicidade e vontade de ajudar.

Logo no primeiro dia do evento, lidando com o credenciamento das caravanas, vi do que os voluntários da UFABC eram capazes. Mesmo acordando bem cedo para ajudar nesse dia, vi todos dispostos e todos foram cruciais nessa parte, resultando em um credenciamento em tempo recorde se comparado aos anos anteriores.

Durante o evento, os voluntários da UFABC ajudaram muito em todas as áreas. Confirmei isso com muitos dos coordenadores responsáveis por cada área elogiando muito os voluntários da UFABC. Pude sempre contar com essa equipe na nossa bancada, quando precisava de voluntários para ações especiais

que aconteciam durante o evento, como escolta de personalidades. Pela bela atuação nessas ações, o apoio desses voluntários sempre foi muito bem considerado pela organização do evento.

Na minha área, aprendi um pouco sobre a produção de um evento de grande porte, mas principalmente a lidar com um grupo de pessoas e sobre liderança. Tive a chance de conhecer, conviver e trabalhar com alunos da UFABC que eu dificilmente teria a mesma oportunidade fora da Campus Party. Foi uma experiência muito enriquecedora tanto profissionalmente quanto pessoalmente.

Como disse uma de nossas voluntárias, a Campus Party é um dos maiores eventos tecnológicos que nos permite as maiores experiências humanas. Usando um dos lemas da Campus Party de 2008: a internet não é uma rede de computadores, é uma rede de pessoas. Foi uma experiência indescritível fazer parte da realização da Campus Party, muito mais do que simplesmente participar.

“Uma rede de pessoas”

Por: Danilo Meguro

Page 5: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

Muitos dos alunos do Bacharelado em Ciências e Humanidades (BCH) da UFABC não sabem que a Campus Party, além de ser o maior evento de tecnologia do mundo, é também um evento de inovação, arte, meio ambiente, governança, relações supranacionais e muito mais. É claro que todos os temas estão permeados pela tecnologia, mas o que no mundo contemporâneo não está?

Além de ser uma oportunidade incrível para o estudante da área de humanidades de ter contato com novas tecnologias que podem apresentar enorme impacto na sociedade e de assistir palestras de pessoas que tiveram o rumo de suas vidas modificado por meio da tecnologia, a feira dá à área de empreendedorismo uma grande importância, o que pode ser muito interessante para todo estudante que pretende trabalhar em uma grande empresa ou criar, administrar e ver prosperar a sua própria.

Na Campus Party, a inovação é estimulada a todo minuto. Estar entre aquelas bancadas cheias de computadores e entre aqueles palcos que ficam mostrando tudo que de mais inovador existe no mundo, inspira o campuseiro a ter novas ideias. A tecnologia, a inovação, as novas ideias e todo esse ambiente estimula o participante a ser criativo, a planejar e ter novas idéias, o que é benéfico para qualquer um, independentemente de sua área de estudo.

Esse ano, cinco estudantes do Bacharelado em Ciências e Humanidades (BC&H) participaram da Campus Party e voltaram de lá impressionados com o evento e com tudo o que ele pode oferecer. O aluno de Políticas Públicas ingressante em 2010, Johnny Seron Bispo, contou sua experiência no evento:

“Na Campus Party 5 tive a oportunidade de aprender muito e com as mais diversas pessoas. Trabalhei como voluntário na Campus TV, que transmitia ao vivo os debates e palestras para a internet, e tive a oportunidade de assistir a um grande número de eventos onde o compartilhamento de conhecimentos e experiências enriquecia a todos de forma democrática (visto que tudo estava sendo transmitido gratuitamente pela internet).

Chamou-me a atenção, em especial, um debate onde estavam os rappers Emicida, MV Bill e a cantora paraense Gaby Amarantos. Neste debate, a tecnologia mostrou que pode ser agente de inclusão, de compartilhamento de culturas locais, de disseminação de modos de vida que antes, sem as ferramentas tecnológicas, estavam relegados aos guetos.

A CPBR5 foi uma experiência onde conheci novos modos de vida, novas ferramentas tecnológicas e onde aprendi que a combinação de ambos molda uma nova sociedade.”

No endereço http://eventos.ufabc.edu.br/campusparty é possível ver uma relação de palestras interessantes que ocorreram no evento para alunos de humanidades. Boa parte das palestras foram gravadas e disponibilizadas no Youtube.

ACampus Partyparaestudantes

do BC&H

Por: Bárbara Crisia Silva Mattos

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Engana-se quem pensa que o maior acontecimento de tecnologia do mundo é apenas para especialistas. Uma prova disto foi o desafio de integrar mais de 4 mil pessoas, desde crianças a adultos, no mundo digital. E, quando se trata de democratização do saber, a palavra é educação.

E neste sentido, a UFABC marcou presença no evento. Seus 50 voluntários trabalharam em diversas áreas. Uma delas foi a Inclusão Digital, onde 12 alunos da instituição completaram uma equipe de 36 voluntários de todas as partes do Brasil e até mesmo de fora do país. A Universidade foi a que, sozinha, reuniu o maior número de voluntários não só neste setor, mas dentre todas as equipes. O ambiente muito se assemelhava com o da Universidade, pois havia estudantes de diversas áreas do conhecimento atuando em conjunto para ministrar aulas e monitorar crianças, jovens e adultos nas aulas de informática.

O conteúdo das aulas foi dividido em Básico 1 - onde tratávamos dos primeiros conhecimentos de computação e web (visão geral , editor de texto e Internet) e Básico 2 com uma abordagem em conhecimentos sobre web e informática (Redes Sociais e Conteúdos).

Os alunos da UFABC tiveram total liberdade para atuar nas aulas, de acordo com a faixa etária das turmas, que tiveram uma primeira sondagem sobre o perfil de cada uma. As aulas eram ministradas em dupla ou em palestras, houve sorteio de brindes e outras técnicas de forma a garantir que a aula se tornasse personalizada, descontraída e o mais proveitosa possível. Tudo isto foi, sem sombra de dúvidas, uma atividade que agregou conhecimentos tanto para os alunos da Inclusão Digital quanto para nós, alunos da UFABC.

Para quem ainda se pergunta onde se encaixa a forte vertente de interdisciplinaridade da Universidade de ponta para o século XXI, aí está uma boa resposta. Fazíamos as vezes dos profissionais de TI ou dos professores. Em outros momentos, como profissionais da área de robótica, das ciências naturais e humanas, colocando em prática toda a capacidade interdisciplinar que aprendemos na Universidade. Certamente uma grande experiência profissional.

Alunos Natália Russo, Bruno Prado, Fernanda Conceição e Igor de Almeida

Por: Igor de Almeida Lemos

pessoas

Alunos batizamdigitalmente

mais de 4 mil

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A participação oficial da UFABC na Campus Party Brasil 2012, foi uma parceria inédita entre a Futura Networks (organizadores do evento) e a Universidade Federal do ABC, com o intuito de proporcionar aos alunos e professores a oportunidade de participar do maior evento de inovação tecnológica, internet e entretenimento digital do mundo.

Ao todo estiveram presentes mais de 60 alunos da UFABC, ao longo dos 7 dias de evento, 50 deles atuando diretamente na organização do evento como voluntários e colaboradores. Essa edição do evento contou com três palestras de professores da UFABC e com uma visita exclusiva de uma comissão de representantes da Universidade.

Essa comissão foi composta pelo professor do CMCC, Carlos Kamienski, e os técnicos Thiago Barbosa (Prograd) e Daniel Gonçalves (NTI). O intuito da visita foi de mostrar melhor para representantes da Universidade o que compreende a Campus Party e como se deu a participação da UFABC por lá.

Professor e técnicos administrativos visitam a bancada da UFABC

Visita da UFABC

Durante visita especial, guiada pelo responsável comercial da Futura Networks, os representantes puderam conhecer um pouco melhor o universo dos geeks e aficionados em tecnologia.

Visitaram os estandes da área Expo, que compreendeu os espaços das grandes empresas patrocinadoras do evento, e o palco do Intel Extreme Masters.

Na área do Anhembi, onde se localizou o camping, todos ficaram impressionados com a visão das mais de 7000 barracas. Ao circularem pela arena, puderam apreciar um pouco melhor o ambiente interativo que compreende a dezena de palcos com palestras, espaços para oficinas e as “infinitas” bancadas repletas de computadores. “Aqui é que os nerds da UFABC fazem a festa, então?” brincou Thiago.

A respeito do ambiente fértil, a troca de ideias e aprendizado, o professor Kamienski destacou o incentivo ao empreendedorismo e à inovação como marca da Campus Party. “Isso é extremamente importante para o desenvolvimento de nosso país. Sempre digo aos meus alunos que eles têm todas as chances sair da UFABC com um negócio próprio, com uma grande ideia desenvolvida.”

Espera-se que a participação da Universidade em eventos como a Campus Party, seja uma grande experiência complementar à graduação e um propulsor para que os alunos da UFABC testem seus potenciais empreendedores e inovadores.

Por: Gabriel Camargo

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Para Kaku, os computadores estarão cada vez mais presentes em todos os lugares, serão onipresentes. Entretanto, provavelmente serão transformados, estando presentes em óculos ou lentes de contato. Para ele, no futuro, em vez de observarmos os restos do Coliseu, os turistas, munidos de óculos com realidade aumentada, poderão vislumbrar presencialmente a grandeza do Coliseu em sua época áurea. Já os soldados, dotados de informações projetadas em suas próprias retinas, terão acesso a informações sobre clima, geografia dos campos de batalha e infraestrutura de cidades inimigas.

Quanto ao lazer, o impacto previsto parece ser ainda maior. Para Kaku, a tecnologia no futuro permitirá que os quartos sejam equipados com projetores 360º e em 3D, o que permitiria uma pessoa ir a uma festa e interagir com outros humanos sem jamais precisar sair de sua residência.

Michio Kaku, professor de física teórica da Universidade de Nova Iorque e co-criador da Teoria de Campos de Corda, ministrou uma palestra na Campus Party Brasil 2012 falando sobre como será o desenvolvimento da tecnologia nos próximos anos. Começou sua palestra salientando as três eras da tecnologia: energia a vapor - relembrando-nos das grandes locomotivas, eletricidade e a computação. Sua palestra teve um foco especial na quarta era da tecnologia, a qual, segundo o físico, já estamos vivendo. Kaku comentou que, nessa próxima era, a computação estará por toda a parte (assim como a eletricidade) através de equipamentos bem pequenos (como lentes de contato capazes de reconhecer outras pessoas instantaneamente).

Nessa quarta era da tecnologia, Kaku chamou a nossa atenção para áreas como a biotecnologia, nanotecnologia, robótica e avanços na medicina, e sobre o papel da tecnologia no futuro da humanidade. Dentre os exemplos mais impactantes utilizados pelo físico estão a possibilidade de médicos operarem seus pacientes sem a necessidade de tocá-los, um astronauta controlando um robô que está na lua, a detecção do câncer 20 anos antes da vítima correr algum risco e o controle de máquinas através do pensamento.

A palestra conseguiu atrair um grande público para o palco principal da Campus Party, o físico falou sobre a aplicação dessa tecnologia “futurista” em diversas áreas (desde medicina até astronomia), abordadas em seu novo livro “Física do Futuro”. Nesta obra, Kaku entrevistou 300 cientistas para poder criar uma visão de como serão nossas vidas e o mundo daqui a 100 anos.

Bianca Breves, Weiller Manzarotto, Michio Kaku e Nilo Pestana

Michio Kaku fala sobre o futuro da tecnologia

“físico do impossível”,

Page 9: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

Michio Kaku é professor na Universidade de Nova Iorque e co-criador da teoria de campos de corda, um ramo da teoria das cordas. Autor de vários artigos técnicos envolvendo a teoria das cordas, a supergravidade,

supersimetria e hádrons; seus estudos atualmente se concentram na Teoria de Tudo. Ele é autor de vários livros de divulgação científica, e também fez várias participações em programas de televisão explicando os conceitos mais “esotéricos” da física moderna. Atualmente apresenta dois programas no Discovery Channel: A Física do Impossível e O Mundo do Futuro.

O transporte, um grave problema atual, deve se tornar mais automatizado e seguro. Carros que dirigem sozinhos cuidarão de toda a mobilização diária da população. Kaku chamou atenção para a ascensão do “capitalismo perfeito”, que daria as pessoas o poder de customizar qualquer produto possível, algo que ele chamou de customização em massa.

Para o cientista, tudo combina no futuro, momento no qual todas as informações sobre o produto, por exemplo, histórico, classificação e opinião de outros consumidores, convergiriam em um único local: os olhos do homem do futuro.

A medicina foi citada por Kaku como o campo que mais deve evoluir nos próximos 100 anos. Entre as possibilidades, a nanotecnologia permitirá matar célula a célula de um câncer em formação, que poderá ser previsto com décadas de antecedência, graças às privadas inteligentes que analisarão os fluidos corporais e farão diagnósticos precisos e imediatos.

A Loja Humana (Human Body Shop) seria a capacidade da ciência em reconstruir e vender órgãos humanos, que cresceriam a partir de células manipuladas. Operações cirúrgicas também devem ser completamente alteradas no futuro, onde os médicos não precisariam mais tocar nos pacientes durante uma operação, uma vez que manipulariam um modelo 3D do paciente enquanto robôs fariam as incisões necessárias no corpo. A medicina será transformada em ciência computacional.

Kaku fez questão de destacar que todos os exemplos dados não são mera ficção científica, são uma realidade que acompanharemos no decorrer dos próximos anos.

fala sobre o futuro da tecnologia

Por: Talyta Dos Santos Capitan e Wesley Oliveira

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Primeiro ciborgue reconhecido do mundo, Neil Harbisson esteve no palco principal da Campus Party e compartilhou suas experiências com os campuseiros.

Nascido com acromatopsia, uma condição extremamente rara, Neil enxerga tudo em preto, branco e tons de cinza. Tudo isso para ele não se trata de uma doença: “Cores são interferências entre as pessoas e os objetos. Impedem que vejamos as coisas como realmente são.”

Ao ser criado na Espanha (ele nasceu na Irlanda do Norte), teve uma forte formação em artes: aprendendo diversos concertos de piano, interpretação e pintura.

Na universidade, após ver uma palestra sobre extensões sensoriais via componentes cibernéticos, Neil entrou em contato com Adam Montandon e ao apresentar a sua condição, ambos começaram a desenvolver o chamado “eyeborg”: uma câmera que capta cores em seu ponto focal e a converte em ondas sonoras. Isso o permite distinguir os objetos. Neil consegue “ouvir as cores”, ou mais do que isso, possui um mecanismo de percepção de objetos diferente das outras pessoas. Segundo Neil, não se trata de um aparelho comercializável. “Não pretendo sair vendendo o eyeborg.”

Atualmente Neil é responsável pela Cyborg Foundation: fundada em 2010, trata-se de uma organização internacional a fim de ajudar as pessoas que, por necessidade ou interesse, desejam se tornarem ciborgues a fim de expandir suas condições e percepções. “Um dos meus objetivos é mostrar às pessoas que existe algo além da aparência e que sempre podemos ver as coisas de uma outra forma.”

Além de ser o primeiro ciborgue reconhecido no mundo, Neil Harbisson é um artista que possui trabalhos reconhecidos em diferentes mídias: pinturas, músicas e atuações. Graças ao eyeborg, ele consegue realizar alguns trabalhos que não conseguiria sem o tal aparato, como, por exemplo, os “áudio retratos” de diversas celebridades ou releituras “sonocromáticas” de música clássica.

Em sua palestra, Harbisson debateu sobre vários temas, dentre eles: inclusão, artes, e especificações e demonstrações práticas do eyeborg.

“Não existe raça branca ou negra, todos somos laranjas!” - Ao falar como o eyeborg reconhece o padrão de pele das pessoas.

NeilHarbisson

Neil Harbisson é um artista audiovisual e presidente da Fundação Cyborg. Em 2004, se tornou a primeira pessoa reconhecida como ciborgue por um governo. Com Bernardo Mendes (à esquerda).

Por: Caio Noya / Gabriel Camargo

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Uma das coisas mais interessantes da Campus Party é a possibilidade de interação com grandes nomes da tecnologia mundial. Dentro desse universo, não poderíamos deixar de aproveitar ao máximo para aprender com essas pessoas, ouvindo suas ideias e compartilhando conhecimento. Julien Fourgeaud, um dos responsáveis pelo grande sucesso do jogo Angry Birds, nos recebeu com grande simpatia e respondeu rapidamente a algumas perguntas sobre o mercado de games no Brasil.

Wesley: Poderia dar alguma dica para quem quer seguir no mercado de games?

Julien: Sim, comece a fazer os jogos agora mesmo. Compartilhe suas ideias e os protótipos com pessoas próximas, ouça o que elas tem a dizer. Mas o mais importante, comece agora mesmo, não perca tempo para colocar a sua ideia em prática e ver se funciona.

Wesley: Como você vê o mercado de games no Brasil?

Julien: É complicado por causa dos impostos. Até mesmo a loja da Apple chega com preços maiores aqui. Devido a isso, o mercado de Android acaba sendo um pouco mais fácil. Mas sem dúvida é um mercado promissor.

Wesley: Você acha que o futuro dos games são os dispositivos móveis?

Dicas do criador do Angry Birds

Julien Fourgeaud ao lado do pôster da UFABC

Julien: Cada meio tem sua particularidade, o de mobile é diferente e tem um público diferente. Mas, sem dúvida, existe um grande potencial no desenvolvimento para mobile. O Angry Birds se beneficiou bastante disso.

Julien Fourgeaud é Product Manager & Business Development da empresa Rovio, responsável pelo sucesso do jogo Angry Birds, o aplicativo de entretenimento de maior sucesso em 2010. Iniciou sua carreira por meio de de consultorias para empresas de dispositivos móveis, além de trabalhar na Fundação Symbian e na Nokia.

Por: Wesley Oliveira

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Um dos principais destaques da 5ª Edição da Campus Party Brasil, Andreu Veà é considerado um dos maiores estudiosos acerca da história e desenvolvimento da internet. Engenheiro elétrico de formação, sua tese de doutorado sobre a rede mundial de computadores consistiu num detalhado estudo que visa mostrar a face desconhecida da história da rede mundial de computadores. Seus trabalhos deram origem ao projeto aberto WiWiW.org (sigla em inglês de “Quem é Quem No Mundo da Internet”) que busca registrar a história dos pioneiros da internet.

“Como imaginar a internet? A internet é uma inteligência distribuída.”

Andreu Veà, Pesquisador

Uma de suas afirmações mais contundentes durante a Campus refere-se à desmistificação da origem militar da internet. “A rede pertence às pessoas, foi criada para compartilhamento de informações e interesses comuns.” Para Veà, o início da rede de fato compreende não apenas a ARPAnet (rede de telecomunicações do departamento de Defesa dos EUA), mas a integração dessa com a PRnet (rádio) e SATnet (satélite).

Ao fim de sua palestra na Campus Party, deixou a mensagem para que os campuseiros continuem aproveitando as ferramentas da rede e compartilhando experiências com as pessoas de todo o mundo.

Os próximos passos do projeto WiWiW compreendem a disponibilização dos arquivos de estudo na rede e a pesquisa dos pioneiros da internet no Brasil:

“Minha ideia é fazer um repositório on-line, em código aberto, para que historiadores possam encontrar as fontes primárias (da

história da internet).” Em conversa especial, deixou aberta a chance

de estudantes da UFABC formarem um grupo de colaboradores para o projeto. “Vocês da UFABC também podem fazer parte da história da rede. Adoraria contar com a ajuda de vocês.”

Que tal? Caso você da UFABC queira participar, entre em contato através do e-mail:

[email protected]

Projeto busca registrar a história da internet

Aluno Clayton Freitas e Andreu Veà

Andreu Veà é o presidente da Internet Society (Spanish Chapter), Engenheiro de Telecomunicações, Engenheiro Eletrônico e conhecido pioneiro da Internet. Empreendedor, Andreu defendeu a primeira tese de doutorado focada na Internet, em 2002. Parte de sua pesquisa tem se concentrado na busca pelos pioneiros da Internet, em um programa premiado internacionalmente pela Internet Society (ISOC). Criou uma metodologia própria - http://WiWiW.org (“Who is Who in the internet World”) - para deixar um registo de todos os seus passos.

Por: Gabriel Camargo

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Tive a oportunidade de entrevistar Irene Tinagli, especialista em desenvolvimento econômico, inovação e criatividade, professora da Universidade Carlos III de Madrid, conselheira do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, e apontada como uma das 200 pessoas capazes de mudar o mundo. Batemos um breve bate-papo sobre como ela vê a interdisciplinaridade e como os empreendedores podem aproveitar isso em suas ideias para fazer que seus projetos tenham mais chances de sucesso.

Clayton – O que você está achando da Campus Party?

Irene – Estou adorando. É fantástico colocar todas essas pessoas juntas, de locais diferentes, com interesses diferentes. E há também eventos interdisciplinares, como Astronomia, Modding, Economia, Empreendedorismo e outros. É uma excelente oportunidade de expandir seu conhecimento, conhecer outras pessoas que poderão agregar habilidades complementares e trabalhar com você. Essa é a vantagem da interdisciplinaridade, porque hoje em dia as pessoas pensam que estar especializado em apenas uma área é suficiente. É claro que você precisa de um certo grau de especialização, mas não é o suficiente. Você pode ser muito bom na sua área, mas se ficar somente lá, não irá muito longe. Se quiser inovar, você tem que, a partir do seu campo de atuação, visualizar todos os outros, e ver quais disciplinas ou campos externos possam ajudá-lo a dar um próximo passo.

Clayton – Na sua palestra você falou que motivação, manter um fluxo constante de ideias e criação de um time pode conduzir o empreendedor a obter resultados positivos. Você acha que alguém que quer iniciar um negócio pode ter essas dicas em mente para seu trabalho inicial?

Irene – Sim, sem dúvida. Às vezes as pessoas pensam que a única coisa que você precisa para iniciar um negócio é ter uma boa ideia, mas conforme olhamos adiante, esse é apenas o passo inicial. Há toneladas de boas ideias lá fora, você precisa ser competitivo, e o que faz a diferença é a sua habilidade de aplicar estas ideias a problemas reais, concretos, encontrar boas soluções, manter essa conexão com o mercado e com os consumidores, e pensar em como ela pode melhorar a vida, a situação ou condição de alguém.

Clayton – Mas e se você tem uma ideia e tem medo de que essa ideia seja roubada pelo mundo externo?

Irene – Ideias são roubadas todos os dias, mas não é motivo para não tentar, para não expor suas ideias. Se não expuser suas ideias, você não as levará a lugar algum. Além disso, quanto mais você fala sobre as ideias em todo lugar, mais as pessoas saberão que é a sua ideia. Agregue outras pessoas para trabalhar com você, atraia as pessoas, e faça com que tragam suas próprias ideias para que possam agregar valor à sua. Não fique com medo disso.

Clayton – Como você se sente por ter sido nomeada como uma das duzentas pessoas que podem mudar o mundo? Você acha que alguém deve seguir um caminho específico para mudar o mundo também?

Irene – Eu fiquei muito honrada, mas para mim o que vale não é o prêmio, mas sim é que essa comunidade é feita de muita gente interessante. Então para mim não se trata de um prêmio, mas uma oportunidade de melhorar e conhecer pessoas que estão fazendo coisas incríveis. Eu acho que todo mundo pode fazer sua parte neste mundo. Você escolhe sua missão, sua batalha, junta energias e atenção de outras pessoas empolgadas em mudar o mundo. Todo mundo pode ser um agente de mudança.

Clayton – Nota-se o crescimento de startups no Brasil, mesmo que de forma meio tímida. E observa-se que o surgimento de boas iniciativas aqui e ali são úteis para motivar os que as observam. Então todo mundo fica querendo ter boas ideias. Será que boas ideias são o suficiente?

Irene – Não, a ação precisa ser o próximo passo. E a ação precisa ter o suporte de técnica. Ter técnica significa ter as habilidades necessárias para por as ideias em execução. E se lhe falta algo é necessário ter uma equipe boa e bem motivada por perto. É assim que os projetos evoluem. Com ideias certas executadas com a qualidade certa.

Você precisa de mais do que umaideia…André Ravazzi, Irene Tinagli e Clayton Freitas

Por: Clayton Freitas

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A impressão 3D é uma tecnologia de fabricação de objetos tridimensionais. Oferece aos engenheiros a possibilidade de criarem protótipos de pequenas peças ou produtos completos, de forma mais rápida e econômica que os meios tradicionais. A tecnologia tem sido amplamente utilizada no mercado de design de produto, aeroespacial, arquitetura, automotivo, calçados e brinquedos. Nesse contexto, o projeto Metamáquina, criado por Felipe “Juca” Sanches, Rodrigo Rodrigues da Silva e Filipe Moura, propõe uma forma de democratizar o acesso a essa tecnologia, usando open hardware e software livre, reduzindo os custos e optando pelo modelo de negócios participativo do crowdfunding. Já pensou em ter uma impressora 3D na sua casa? Gostaria de colaborar com o projeto? O Juca explica como isso é possível na entrevista abaixo, realizada durante a Campus Party 2012.

Wesley: De onde surgiu o projeto e como a universidade poderia participar?

Juca: A primeira coisa que acho importante dizer é que há um potencial educacional para tudo que é open hardware e software livre. Essas máquinas são um exemplo disso, tem todo seu design disponível na internet com licenças livres, o que permite que as pessoas estudem e façam aprimoramentos e modificações, ou seja, ter acesso a esse conhecimento sem precisar pagar royalties para ninguém. Tanto o hardware quanto o software são livres, permitindo que qualquer pessoa do mundo possa usufruir da forma que quiser, retribuindo para a comunidade.

Wesley: Você acha que a popularização das impressoras 3D vai levar a qual reflexo no mercado brasileiro?

Juca: O mercado de prototipagem para arquitetura e engenharia demanda um investimento muito alto. Essas máquinas, mesmo que mais simples, tem essa vantagem de terem um preço acessível para a população comum, e não somente aos que tem acesso à universidade ou laboratórios de pesquisa nas empresas. Isso acaba viabilizando essa tecnologia, por isso acho que esses projetos tem um papel importante de democratizar o acesso a impressão 3D.

Wesley: Quais materiais são usados para essa impressão?

Juca: Usamos plástico ABS, o material mais comumente usado nas impressoras livres, como MakerBot e RepRap. É a mesma composição química das peças de Lego, que derrete a 225ºC, e possibilitam depositar o plástico derretido sobre uma plataforma onde o resultado é gradualmente formado. Uma vez que você tem um modelo no computador, o software fatia e gera comandos para os motores das máquinas fazerem o processo necessário de formação do

objeto completo, camada por camada.

Projeto promete a impressão 3D no Brasil

democratizar

Page 15: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

Juca: Desde 2007 participo do time de desenvolvimento do Inkscape - software livre de desenho vetorial - e iniciei (junto com o Rodrigo que também é sócio da Metamáquina) um projeto que hoje é parte do Projeto GNU: uma biblioteca para manipular arquivos DWG, o formato secreto utilizado pelo Autocad. O desenvolvimento da biblioteca GNU LibreDWG tem como objetivo facilitar a adoção de softwares livres de CAD. Isso reforça o nosso comprometimento com os valores da ética hacker, do compartilhamento e do conhecimento aberto e acessível a toda a humanidade.

O Juca ainda se colocou à disposição para realizar uma oficina na UFABC explicando o funcionamento dessas impressoras e facilitando o acesso dos alunos a essa tecnologia. Para entrar em contato com ele ou registrar interesse pela oficina, envie um email para [email protected].

Para saber mais sobre a Metamáquina, acesse www.metamaquina.com.br.

Wesley: Como é a proposta para os kits de montagem de impressoras?

Juca: Temos um projeto de venda de kits para que as pessoas possam montar suas próprias impressoras a um baixo custo. Há outros kits disponíveis no mercado internacional, das mesmas impressoras, porém a custos mais elevados, pelos custos de importação. Queremos disseminar a tecnologia no Brasil, com um preço mais acessível. Temos vários tipos de kits à disposição, um já montado, pronto para uso, e o desmontado, ideal para oficinas e estudantes, com todo tutorial disponível de como fazer a montagem.

Wesley: Você tem planos de produzir essa máquina no Brasil?

Juca: Sim, para reduzir ainda mais os custos. Alguns componentes são nacionais, outros importados. O bico de extrusão é um dos itens importados, mas já estamos investigando a produção local. Tudo é hardware livre, o que facilita esse processo.

Wesley: O modelo de negócio da empresa também é um modelo aberto?

Juca: Poderíamos ter optado por ir atrás de venture capital, num modelo tradicional de financiamento de empresas. Optamos por um modelo diferente, que é o crowdfunding, ou seja, em vez de obtermos recursos de um investidor único, obtemos de uma comunidade. Qualquer pessoa do mundo pode investir na empresa. Em função do valor que cada um contribui para viabilizar o projeto, tem como contrapartida um brinde ou kit proporcional. Qualquer um pode contribuir pelo endereço: http://catarse.me/pt/projects/532-metamaquina-3d

Wesley: Como é o seu envolvimento com a comunidade de software livre?

a impressão 3D no Brasildemocratizar

Por: Wesley Oliveira

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Uma vantagem desse término é o inicio do desenvolvimento de novas formas de se chegar ao espaço, já que os EUA estão dependentes da Rússia no momento para enviar astronautas ao espaço, o que gera uma desvantagem financeira. Marcos Pontes também ressaltou a importância dos cursos de engenharia aeroespacial como o da UFABC, e anunciou um projeto de criação do mesmo curso na USP.

No final da palestra, anunciou seus livros, que começou a escrever já no espaço (Informações dos livros: http://www.marcospontes.net/) e falou da importância dos jovens em criar as oportunidades, principalmente estudando para trazer e desenvolver novas tecnologias para nosso país.

Vestindo uma camisa branca com a bandeira brasileira no peito, Marcos Pontes – o primeiro astronauta brasileiro – falou sobre o término dos voos dos ônibus espaciais da NASA. Comentou um erro da imprensa na época do término dos voos (07/2011), onde era anunciado o fim das operações devido ao alto custo financeiro, cerca de U$200 milhões por missão. O estopim foi, na verdade, o acidente da Columbia em 2005. Após o acidente, foi feita uma investigação não somente das causas, mas também da segurança aos tripulantes num voo de ônibus espacial. Marcos Pontes também participou da investigação, que concluiu que os voos eram inseguros. Uma pena, pois foram projetados para fazer 100 missões e aposentaram com um número bem abaixo disso.

Marcos Pontes fala sobre o término dos voos de ônibus espaciais

Marcos Pontes com alunos da UFABC

Por: Kedley Spatti

Page 17: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

ROBÓTICA E ASTRONOMIA

O palestrante João Vilhete Viegas d’Abreu, doutor em engenharia mecânica pela Unicamp e pesquisador do núcleo de informática aplicada à educação da NIED, falou sobre desenvolvimento de ambientes de aprendizagem que propiciem trabalhar conceitos científicos que trariam os alunos a uma aprendizagem interdisciplinar. Ele defende a ideia de que a interação com o assunto gera a aprendizagem, por isso seu projeto faz com que o aluno exercite, manuseie, experimente e teste hipóteses, o que é bem diferente do modelo atual baseado em notas e com pouca interatividade com o conhecimento. Explicou que a metodologia de aprendizagem faz parte da síntese da construção e da elaboração do seu programa, onde o desafio é criar situações que se encaixam no contexto em discussão. Um exemplo é calcular a velocidade de um objeto. Após a interação do aluno com um robô que move um objeto, ele teria a motivação inicial de aprender a forma de calcular, seja pesquisando ou elaborando teorias.

EDUCAÇÃORobótica e educação

Resumindo, citou vantagens desse método que torna a aprendizagem divertida, propicia tomada de consciência da ciência da vida cotidiana, permite pensar, raciocinar e buscar por meio de erros, aumenta a auto confiança para resolver problemas, habilidades científicas e solidariedade – pois ele não é assistido pela máquina (similar à observação de um professor), ele é quem age sobre a máquina -, e sistematização de ideias.

O palestrante também falou de projetos para deficientes; um deles é a adaptação de um plot onde pessoas deficientes programavam no computador para desenhar, e outro é a criação de espaços geográficos em maquetes com sensores táteis que contém a informação sobre o local, causando assim outra impressão espacial do local para o deficiente. E comentou do experimento que fez na cidade de Araras (interior de SP) com alunos deficientes, que comprovou as vantagens do seu projeto e ainda criou uma nova forma de percepção espacial às crianças com deficiência visual, um exemplo é descobrir que trajetos que elas faziam até a escola eram circulares e não retilíneos.

inclusiva

Por: Kedley Spatti

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A ideia de vida extraterrestre já existe na cabeça de muitos, mas geralmente o que vemos a respeito são informações superficiais dos casos mais famosos existentes. O que será que as agências espaciais pelo mundo teriam de fato encontrado em suas missões? O palestrante Marco Antônio Petit é também escritor, autor de seis livros que abordam diferentes aspectos da ufologia e co-editor da Revista UFO. Foi um dos idealizadores da campanha “UFOs – Liberdade de Informação, Já”, que permitiu a liberação de mais de 3 mil páginas de documentos oficiais.

No início da palestra, contou sobre um caso pouco conhecido, ocorrido na II Guerra Mundial, em 25 de fevereiro de 1942. Um objeto voador não identificado (OVNI) foi observado sobrevoando Los Angeles. As autoridades militares abriram fogo na esperança de o abaterem, mas não houve sucesso, nenhum projétil conseguiu causar danos. Apesar de não terem sofrido ataques do OVNI, houve mortes na cidade devido a projéteis disparados em vão, que caíram sobre a cidade em áreas residenciais. As autoridades se explicaram duas vezes: na primeira, tinham confundido um balão meteorológico com um avião inimigo; na segunda, disseram que era um ataque japonês. Em seguida, foram apresentados

arquivos liberados pelas agências espaciais de missões do passado que despertam curiosidade, e também os estudos desses arquivos. Desde 1959, quando começaram as missões na Lua, houve acobertamento de informações sobre a presença alienígena. O próprio Dr. Ken Johnston – gerente da divisão de controle de dados da NASA na época – afirmou que recebeu ordens para destruir fotos críticas que demonstravam existência de ruínas e tecnologia extraterrestre na Lua. Mesmo assim, imagens de OVNIs e ruínas foram liberadas pelas agências no decorrer do tempo. Duzentas imagens de OVNIs sobrevoando a Lua foram tiradas durante a missão Apollo 16. Marco Antônio ressalva que, logo após estas missões à Lua, soviéticos e americanos abandonaram as missões lunares ao mesmo tempo, dando fim à corrida espacial, e começaram trabalhar em projetos juntos. Houve um episódio com a Skylab (estação espacial estadunidense lançada em 1973) onde um OVNI muito grande se aproximou perigosamente e causou pânico. Em janeiro de 1994, foi lançado o Clementine Spacecraft, um projeto da força aérea americana que tirou cerca de 1,8 milhões de fotografias da Lua. Apenas cerca de 100 mil imagens foram liberadas, a maioria com baixa definição, e as

Marco Antônio Petit em Palestra na Campus Party

ESPAÇO

Palestra:

noprograma espacialA presença alienígena

Page 19: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

ROBÓTICA E ASTRONOMIA

com alta resolução tinham borrões digitais com o intuito de censurar informações. Foram apresentadas curiosidades e estudos das imagens obtidas nas missões marcianas. Entre elas, a famosa imagem “face de cydonia” feita pela Viking I (1976) que estudiosos afirmam ser uma estrutura artificial.

Diversas contestações foram feitas pela NASA, que afirmava ser um fenômeno de origem natural. A agência publicou diversas imagens tentando provar a teoria, entre elas imagens editadas para dar a ideia de uma formação geológica natural. Porém, atualmente a NASA parece ter mudado de ideia e está divulgando imagens com reconstituições originais, que reforçam a teoria da face ser artificial, ou seja, criada por alguma inteligência. E também em 1998, um renomado astrofísico chamado Thomas van Flandern – cientista do observatório naval dos EUA – publicou uma foto que comprova a artificialidade da face de cydonia. A respeito das missões marcianas, a Phobos 2 (programa soviético) obteve imagens de Phobos, uma das luas de Marte. Com uma câmera infravermelha foram observados padrões na superfície de Phobos que emanam energia. Outras imagens curiosas da superfície de Marte foram feitas pela Mars Global Surveyor (1996), entre elas,

imagens que mostram objetos ovóides no solo marciano (parecidos com os descritos na operação Prato). O palestrante também deu importância aos canais que aparecem em imagens da superfície marciana. São descritas por ele como ruínas que afundam no solo durante seu trajeto. Mais recentemente, as Rovers enviadas a Marte tiraram cerca de 250 mil imagens e em algumas delas é possível ver objetos voadores e fósseis. E, além de fósseis, foram fotografadas diversas estruturas na borda da cratera Victoria, como rochas cortadas e polidas. Por fim, Marco Antônio comentou a missão Mars Express (ESA), que tirou fotos com cores reais do Vale Mariner, onde apareceram estruturas verdes no solo, que poderiam indicar presença de vida vegetal; fotos onde é possível observar rastros de objetos que, possivelmente, estiveram em movimento, e monolitos, com 200 metros de altura que não tocavam o chão, mas eram sustentados por pilares.

Mais informações: marcoantoniopetit.blogspot.comhttp://www.ufo.com.br/blog/marcopetit

Face de Cydonia na superfície de Marte

programa espacialA presença alienígena

Por: Kátia Guedes

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Diego Remus é jornalista especializado em internet, economia e cultura. É editor executivo do site www.startupi.com.br, focado em startups, inovação, empreendedorismo e tecnologia.

Segundo Diego, as 10 dicas fundamentais para conquistar um investimento são:

O sucesso não virá apenas de boas ideias (este é um papel natural da mente e não tem nada de especial). Pare de fazer teorias e comece a testá-las.

Dedicação e habilidade em abundância são necessárias.

Saber o que fazer é tão importante quanto fazer. Empreendedores e investidores não procuram o risco, apenas não o ignoram. Fique atento e não tenha medo.

Procure derivações, nichos e segmentos dos mercados (pois “todo mundo” não é um mercado alvo, nem ao vender ar).

Misture, hibridize. Faça inovação por combinação de ideias já existentes.

Nem toda boa ideia será um sucesso comercial. Esteja bem preparado, conheça o mercado que está tentando explorar.

O serviço deve agregar valor a vida do usuário.

Dinheiro não é o fim nem o meio, pois não resolve nada sozinho. Ninguém faz nada sem outras pessoas.

Forneça uma solução simples e de bom custo. Talvez pouca gente queira uma solução sofisticada e cara.

Aprenda com os erros, e seja flexível para repensar, mudar, inovar.

A Campus Party é muito mais do que um aglomerado de nerds, loucos e sedentos por novidades. Ela é um espaço onde eles podem se encontrar e compartilhar interesses em comum. Além disso é um local onde o desenvolvimento de ideias inovadoras é incentivado através de prêmios e palestras sobre empreendedorismo e start-ups. Acampar na Campus Party é uma oportunidade de empreender e gerar novos negócios com pessoas com os mais variados fundos culturais e técnicos e que podem contribuir em muito para fazer algo inovador.

Dia 08/02 houve uma interessante palestra sobre inovação e empreendedorismo, conduzida pelo Diego Remus da Startupi, site dedicado à análise do mercado de startups e tecnologia, em especial de internet. Diego conduziu uma oficina sobre como encantar um investidor com seu projeto em dez passos. Foi uma palestra dinâmica, onde ele convidou um participante a apresentar sua ideia em um minuto, dizendo que “você deve ser capaz de explicar sua ideia em um minuto, e quem te escuta deve entendê-la”. Se você não consegue resumir sua ideia em poucas palavras, ela ainda não está boa nem madura! Uma sinopse bem contada é a chance de abrir as portas para conversas mais detalhadas com quem tem interesse (incubadoras, pessoas, patrocinadores) em investir em seu projeto (tempo, dinheiro, etc.).

Startupi

&AcampandoEmpreendendo

Por: Clayton Freitas

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Page 21: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO

Já ouviu falar sobre Inovação Aberta? Esse modelo emergente de inovação aberta está auxiliando muitas empresas a gerar inovação com a participação de capital intelectual externo à organização. Apesar de ainda usado timidamente, já traz resultados bem relevantes para os que optam por esse modelo mais participativo de inovação. Para as empresas e governos, uma forma de interagir, ouvir e gerar inovação a um baixo custo com a comunidade. Para os que participam dos “desafios de inovação aberta”, uma oportunidade de interagir com essas empresas, mostrar o seu talento, e ganhar os prêmios pelos melhores projetos, uma oportunidade interessante aos alunos da UFABC.

Para falar sobre o tema, o debate, realizado no palco de Empreendedorismo, contou com a presença de Tommaso Canonici, responsável pela inovação aberta da Futura Networks; Vinicius Nobre Lages, gerente de serviços dos SEBRAE; Virgílio Augusto Fernandes Almeida, Secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia; André Imar Kulczynski, presidente da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação de Porto Alegre – PROCEMPA; Bruno Rondani, diretor-executivo do Centro de Open Innovation Brasil. Tommaso e André contaram a experiência da Prefeitura de Porto Alegre com inovação aberta.

Com a proposta de gerar novas ideias para setores importantes da cidade, como Mobilidade Urbana, Saúde, Educação, Emprego e Desenvolvimento Tecnológico, o desafio intitulado “Como podemos tornar Porto Alegre uma cidade ainda mais inovadora?” recebeu 200 projetos de todo o mundo. Ou seja, pessoas de fora da prefeitura, espalhadas por diversos países, pesquisaram e propuseram inovações para a cidade. Com menos de 2 meses do encerramento do desafio, parte dos projetos selecionados já estão em implementação com o apoio da Prefeitura. “Vocês não sabem como é incrível inovar ouvindo a comunidade. Recebemos excelentes projetos.”, disse André Kulczynski. Mas o processo não é somente vantajoso para as empresas, já que os responsáveis pelos projetos vencedores tem a oportunidade de contribuir com suas ideias e, claro, receber prêmios pelo feito. O desafio de Porto Alegre distribuiu quase 30 mil reais em prêmios entre os 5 vencedores, de cada uma das categorias.

Os alunos inovadores da UFABC também podem interagir com essas organizações e faturar os prêmios. Vários desafios estão disponíveis na plataforma de inovação aberta da Campus Party, disponível no endereço: http://www.campus-labs.com/br/, e também no site Battle of Concepts http://www.battleofconcepts.com.br/. Empresas como Itaú, Bradesco, Submarino, Nokia e Danone e outras estão esperando para ouvir as suas ideias.

Modelo emergente de inovação e colaboração:

Inovação

Inovação Aberta

Por: Wesley Oliveira

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Não é todo dia que temos a oportunidade de conversar com o presidente da Telefonica/Vivo, uma das maiores companhias de telecomunicações fixas e móveis do mundo. Após a solenidade de abertura da Campus Party, onde participaram algumas autoridades do ramo da informação, aproveitamos uma brecha e fizemos uma pequena entrevista com Sr. Antônio Carlos Valente, que quando questionado sobre o que ele aconselharia a alguém que quer chegar tão longe na carreira quanto ele, compartilhou conosco o que ele chamou de “quatro conselhos fundamentais”:

veja o que o presidente da Telefonica/VIVO tem a dizer

Conselhos de Vencedor:

Antônio Carlos Valente é um engenheiro brasileiro experiente na área de telecomunicações, com passagens no sistema Telebrás, no Ministério das

Comunicações, Anatel e na Agência Nacional de Telecomunicações. Atualmente preside a empresa espanhola Telefônica.

Por: Eduardo Wohlers Júnior

1º – Esteja Acima da MédiaVocê tem que se destacar no que faz. Não

basta fazer o esperado, vá além.

2º – Trabalho DuroNada cai do céu, não sente e espere porque

isso não gera resultados. Corra atrás sempre e dê o seu melhor.

3º – Paixão Pelo Que FazÉ fundamental fazer o que gosta; sentir que

o que você faz de alguma forma te traz prazer.

4º – HumildadeNinguém faz nada sozinho. À medida que

cresce na sua carreira, valorize e respeite as pessoas que cruzam o seu caminho. Seja receptivo também a críticas, nada é bom o suficiente que não possa melhorar.

E ele ainda completou dizendo: “Eu sigo isso há anos e até hoje deu certo, este é meu conselho para você e para qualquer parceiro de trabalho”.

EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO

Page 23: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

Na etapa brasileira, realizada durante a Campus Party, os jogadores brasileiros classificados foram: Renan “Tunico” Guilhem, Aderson “Potiguar” Jamier e Vitor “DakkoN” Ferreira. Infelizmente, nenhum deles passou para as próximas fases, mas tiveram boas apresentações diante dos adversários estrangeiros.

O campeão da edição brasileira foi o coreano Kim “viOLet” Dong Hwan, com uma vitória por 3 a 1 sobre o também coreano Kim “SuperNoVa” Young Jin.

A grande final da IEM ocorreu em março, entre os dias 06 e 10, e o grande vencedor foi o também coreano Jang “MC” Min Chul, que levou um prêmio de U$ 35.000.

Este ano aconteceu na Campus Party uma das etapas da Intel Extreme Masters (IEM), que conta com alguns dos melhores jogadores do mundo de Starcraft II, além dos melhores times de League of Legends do Brasil. O IEM é um dos maiores campeonatos do mundo na área de e-sports (abreviação para esportes eletrônicos), e vem para o Brasil para expandir os horizontes e atingir um público que não costuma ter esse tipo de evento, como é o caso da América do Sul em geral.

O torneio é realizado pela Electronic Sports League (ESL) em parceiria com a Intel, e conta com 5 etapas classificatórias e uma grande final para coroar o melhor jogador de Starcraft 2 do mundo.

As 5 etapas classificatórias foram em: Colônia, na Alemanha; Guangzhou, na China; Nova York, nos Estados Unidos; Kiev, na Ucrânia e São Paulo, no Brasil.

promove campeonato mundial

de StarCraft 2

Intel

O campeão viOlet

Tunico, Potiguar e DakkoNPor: Cauã W. Bernardino

GAMES

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u.br O Professor Sergio Amadeu da Silveira

participou de debates sobre cyberativismo e sobre as ameaças à liberdade individual na rede com os projetos de lei SOPA, PIPA, ACTA e a Lei Azeredo no Brasil. Durante os debates o professor defendeu a liberdade na rede e explicou como se dá a organização dos movimentos cyberativistas. Explicou que o Anonymous não é um grupo, mas uma forma de reação descentralizada aos ataques às liberdades individuais. Após os debates, Sergio Amadeu conversou conosco sobre a importância de eventos interdisciplinares como a Campus Party, sobre movimento estudantil (Sergio Amadeu foi presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES) e sobre inovação tecnológica e patentes.

Blog – Qual a importância de um evento como esse para a formação de profissionais interdisciplinares, como é a proposta da UFABC?

Sergio Amadeu – Esse é um evento interessante, pois apesar de reunir um conjunto gigantesco de palestras técnicas e debates interessantes sobre desenvolvimento de códigos ele também trás debates fundamentais sobre redes sociais, de cultura e sobre temas políticos quentes das redes. Mas ele é um evento que, apesar de tudo isso, também é um evento de entretenimento e, ao observar o que acontece aqui, você começa a ver que aquela divisão rígida feita no mundo industrial entre lazer e aprender está meio que quebrada, pois muitas pessoas se divertem aprendendo aqui. Então a Campus Party é até interessante para vários educadores entenderem o quão absurdo é o sistema de ensino que se executa e promulga nas universidades brasileiras.

WEBProfessor da UFABC

Campus Party 2012 é destaque na

Blog – Em relação ao cyberativismo, como você vê a participação dos movimentos tradicionais, tal como o movimento sindical e o movimento estudantil, nesta nova forma de organização e expressão da sociedade civil?

Sergio Amadeu – Os sindicatos começam a fazer um esforço para se digitalizar e utilizar a rede, mas eles enfrentam, como vários movimentos muito hierarquizados, a realidade da rede, que não é muito fácil de superar porque na rede você tem que conversar, você tem que se abrir à crítica, e muitos querem usar a rede como meio rápido para apenas transmitir mensagens, e aí a equação não fecha. Já o movimento estudantil está também atrasado porque muitos dos líderes estudantis consideram que esse novo ativismo é algo que coloca em risco suas lideranças. Então o fato de no movimento estudantil, como por exemplo, na UNE, você não ver uma palavra sequer sobre propriedade intelectual, que é o principal embate em defesa da liberdade em defesa da criatividade, e sobre enfrentar essas legislações absurdas e abusivas sobre propriedade intelectual, como SOPA e PIPA. Estes movimentos tradicionais, estudantil e sindical, que um dia foram fundamentais contra a ditadura ou contra os desmandos do governo Collor, hoje estão afundados numa ideia absurda de controle partidário.

Blog – Como você vê a posição da UFABC em relação a inovação e ao controle da propriedade intelectual, principalmente em relação a patentes e software livre?

Page 25: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

Sergio Amadeu – Na verdade, a Universidade deu um passo importante: ela criou um grupo de implementação de software livre para apresentar, daqui a mais ou menos um ano, um projeto para a reitoria. Mas esse grupo também tem o papel de colocar a discussão da tecnologia em si e não só do software livre, mas também desse modelo de desenvolvimento de tecnologia baseado no interesse do século XXI, que ajudou a construir toda uma indústria e que hoje é retomada principalmente pelas corporações de biotecnologia, mas que é feita contra a gente. Eu me lembro que o Ministro Mercadante foi à UFABC (na época Ministro da Ciência e Tecnologia, atualmente Ministro da Educação) e mostrou um gráfico com patentes que demonstrava que nós precisamos crescer de tal posição para uma posição melhor. Mas se você reparar depois do sexto, ali todo mundo é igual, é uma enorme calda longa. O modelo de patentes é contra a gente. A patente não tem nada a ver com criatividade, isso é para bloquear a invenção. Foi-se o tempo em que servia para proteger. Por exemplo, a patente de software, que aqui não é permitida, mas nos Estados Unidos é, bloqueia o desenvolvimento de toda uma área da tecnologia da informação. Então a gente tem que chamar a atenção, porque eu vejo alguns pesquisadores dizendo: “E como vamos patentear?” Será que não temos que fazer um processo para entender e superar esses modelos de contratos baseados em patentes? Será que a gente não tem que propor uma nova forma de produzir ciência e tecnologia? Eu acho

PALESTRANTES DA UFABC

Campus Party 2012Alunos Johnny Seron Bispo, Wesley Oliveira, e

prof. Sergio Amadeu

Por: Johnny Seron Bispo

que sim, e uma universidade de ponta tem que fazer isso. Mas falam que ponta é fazer o que os Americanos fazem. Mas espera aí, você vai ficar correndo atrás do que eles fazem? Assim nunca vamos superá-los.

Blog – É isso que estamos fazendo, correndo atrás de um modelo americano, por exemplo, ao fechar um acordo com a Saab (empresa sueca de tecnologia de defesa)?

Sergio Amadeu – A gente tem que fazer vários acordos, mas nós temos que fazer várias ações inovadoras também. Temos que passar a ver coisas que eles não estão fazendo e propor novos modelos de organização que nos interesse, mesmo que contemple esses caras que são do velho mundo, do mundo industrial, que são os caras que criam leis como SOPA, PIPA etc. Então temos que fazer uma crítica e ver o que eles têm de bom. Mas, atualmente, eles não têm interesse algum em novas formas de organização, eles estão controlando conhecimento, privatizando-o e alterando a ideia básica de que a ciência se baseia em compartilhamento.

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No dia 9 de fevereiro, a Campus Party recebeu a ilustre presença do professor da UFABC, Francisco Javier Ropero Peláez, que falou sobre Neuro-robôs, no palco de Robótica.

O professor Peláez, desenvolve pesquisas na área de modelos computacionais para Neurociência e mostrou através de sua palestra a real afinidade entre o desenvolvimento de ciência na UFABC com foco em áreas vanguardistas e as discussões em torno das tecnologias do futuro que ocorrem em eventos como a Campus Party.

Abordando a combinação de neurociência e robótica, a palestra tratou desde uma explanação geral acerca do sistema nervoso e seu funcionamento até os atuais processos de interface cérebro-máquina. Jávier tratou, em especial, de como os estudos da área trazem a resolução de vários problemas e que tipos de habilidades sensoriais podem ser acrescidas à percepção humana.

“Os avanços na área de neurociência e mecatrônica estão levando á definição de um novo paradigma na área de robótica, os neuro-robôs, que são robôs que aprendem de

Neurociência na Campus Party

PALESTRANTES DA UFABC

Professor da UFABC Javier Ropero durante palestra na Campus Party

Alunos da Neurociência Gabriel Camargo

e Wesley Oliveira ao lado do professor

Javier Ropero (centro)Por: Wesley Oliveira

modo autônomo utilizando circuitos neurais similares as redes neurais do cérebro. Alguns destes robôs são controlados por neurônios biológicos reais.”

A palestra contou um diversificado público de 200 campuseiros, entre curiosos e até profissionais da área. Ao todo foram 45 minutos de duração, com mais 45 minutos dedicados à atender a dúvidas e questionamentos dos participantes sobre o tema relacionado à neurociência. A qualidade do debate após a palestra impressionou o Prof. Jávier: “Fiquei muito entusiasmado em falar sobre neuro-robótica no Campus Party. Não esperava encontrar uma plateia tão interessada. Percebi que este interesse dos participantes em temas avançados da ciência é uma das caraterísticas definidoras do evento”. Durante a apresentação, o professor tratou com relevância o fato de como a formação interdisciplinar da UFABC favorece esse tipo de pesquisa, inclusive convidando os campuseiros a conhecerem a universidade e eventualmente desenvolverem pesquisas por aqui.

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Por: Johnny Seron Bispo

Campus Party entre aspas“O celular foi ficando melhor, mais barato e

rápido. Se eu tivesse que fazer uma previsão, diria que ele vai desaparecer em 5 anos.”

SUGATA MITRA, Professor do Massachusetts Institute of Technology

“O que quebrou o MySpace foi a mudança do design, ficou muito feio.”

EMICIDA, Rapper

“Uma vez perdida a privacidade, nunca mais conseguiremos recuperá-la.”

OMAR KAMINSKI, advogado e membro do Comitê Gestor da

Internet no Brasil

“A internet é das pessoas.”

ANDREU VEÀ, Pesquisador

“Acho que todas essas pessoas são muito inteligentes. São pessoas como essas que estão aqui que fizeram as principais mudanças no mundo, que fazem a humanidade seguir em frente”

JUJU SALIMENE, ex-panicat

“Estamos tentando achar uma forma de estimular a produção (de games) no País. A economia dos games representa um negócio imenso. Se não conseguirmos, vamos tentar incentivar tremendamente a produção de softwares nacionais.”

PAULO BERNARDO, Ministro das Comunicações

“Minha ideia é fazer um repositório on-line, em código aberto, para que historiadores possam encontrar as fontes primárias (da história da internet).”

ANDREU VEÀ, Pesquisador

“Você não pode entregar em redes sociais o que você não é na vida real.”

MARCOS HILLER, Consultor e Professor de cursos de

MBA

“Provas medem memorização, houve um tempo em que era importante ter boa memória porque o cérebro era o único dispositivo para armazenar informações. Hoje temos pendrives. Mas a compreensão do que está gravado no pendrive não é medido pelo sistema.”

SUGATA MITRA, Professor do Massachusetts Institute of Technology

“Não é possível construir marcas digitais de forma rápida, sem perder sua identidade.”

JAIME TROIANO, Especialista em gerenciamento de marcas

“Como imaginar a internet? A internet é uma inteligência distribuída.”

ANDREU VEÀ, Pesquisador

“A educação que temos hoje foi elaborada há 300 anos. Temos exigências e requisitos no mercado de trabalho que não batem com o que está sendo ensinado. Não sugiro que acabemos com toda a educação, precisamos redefinir o currículo e torná-lo interessante”

SUGATA MITRA, Professor do Massachusetts Institute

of Technology

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Jon “Maddog” Hall (ao centro) é Diretor

Executivo da Linux International, uma

associação sem fins lucrativos de empresas

de grande relevância internacional na

área de TI que desejam promover sistemas

operacionais baseados em Linux. Com

Vinicius Ferreira, Bruno Prado, Natállia Russo

e Henrique Mariano Ferreira.

Vince Gerardis é produtor do seriado de

grande sucesso Game of Thrones da HBO.

Com Weiller Manzarotto (à direita).

Celebridades

Sebastián Alegria, jovem chileno de 14 anos,

criou um sistema de alerta de terremotos

pelo twitter. Com Gabriel Camargo, João Laio e Wesley Oliveira

Celso Zucatelli é jornalista e apresentador

do programa “Hoje em Dia” na TV Record.

Com Michelle Nastasi (à esquerda).

Page 29: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

“Emicida” é um rapper, repórter e produtor

musical brasileiro. É considerado uma das

maiores revelações do hip hop do Brasil nos

últimos anos. Com Rafael Odriozola,

Kátia Guedes e Thiago Augusto.

Luciano Amaral é apresentador e ator

brasileiro. Mais conhecido pelo seu papel

como Lucas Silva e Silva do seriado Mundo

da Lua, na TV Cultura. Com Bruno Prado,

Natállia Russo e Fernanda Conceição. PC Siqueira é ilustrador, vlogueiro e

apresentador do programa “PC na TV” e

“MTV Games” da MTV Brasil.

Com André Ravazzi (à direita).

Felipe Neto é ator e empreendedor, apresentador do programa “Será que faz sentido?” no canal Multishow e destaque na produção de vídeos na internet, acumulando mais de 122 milhões de acessos. Com Gustavo Jorge (à esquerda).

CLICKS DA UFABC NA CAMPUS PARTY

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Gustavo Mendes Miranda interpretando “Dilma

Roussef”, papel de grande sucesso em 2011 do

site Kibe Loco (criado por Antonio Pedro Tabet,

consultor da Rede Globo). Com Danilo Meguro,

Jéssica Katellyn, Natállia Russo,

Fernanda Conceição e Bruno Prado.

Mauricio Cid (ao centro) é criador do site

“Não Salvo”, um dos principais blogs de

humor do Brasil e um dos 200 sites mais

acessados no país. Com Michelle Nastasi e Igor de Almeida.

Titi Müller é apresentadora do programa “Acesso MTV” da MTV Brasil.

Com Bárbara Mattos, à direita.

Andre Noel é desenvolvedor e criador do site

“Vida de Programador”. Com Cyntia Onuki.

Alexandre Ottoni é empresário e criador

do site “Jovem Nerd”, ganhador de diversos

prêmios de Melhor Blog e atingindo picos

de meio milhão de visitas mensalmente.

Com Cauã Bernardino (à direita).

CLICKS DA UFABC NA CAMPUS PARTY

Page 31: Comunicare Alunos nº17 - Especial Campus Party

Processo Seletivo 2012

Até o presente foram feitas quatro chamadas para os candidatos

que concorreram a uma vaga nos Bacharelados Interdisciplinares da

UFABC através do SiSU, restando ainda 142 vagas a serem ocupadas.

Novas chamadas foram realizadas no mês de março.

As aulas dos alunos ingressantes serão iniciadas no dia 28/05. Entre

os dias 16 e 29/05 serão organizadas diversas atividades para o

acolhimento dos calouros.

Acompanhe as novidades através da página:

http://prograd.ufabc.edu.br

Ficha individual - Portal do aluno

Desde fevereiro, está disponível - via Portal do Aluno - a “Ficha

Individual”, com informações acerca de coeficientes, conceitos e

disciplinas cursadas.

Para acessar, utilize o endereço

http://aluno.ufabc.edu.br

Catálogo de Disciplinas 2011

“... o objetivo deste documento é formalizar as informações

das disciplinas de graduação e servir como marco de

referência para futuras edições anuais, contendo atualizações,

alterações e complementações que atendam a todos os cursos

e ao dinâmico projeto pedagógico da UFABC.”

Confira o Catálogo na íntegra (http://www.ufabc.edu.br/

images/stories/pdfs/graduacao/ato-decisorio-58-

catalogo-de-disciplinas_anexo.pdf)

Transferências (Bacharelados

Interdisciplinares / Turnos)

Com a publicação dos resultados de troca de turno, a

Prograd finalizou os processos de transferências internas entre

Bacharelados Interdisciplinares e turnos de ingresso, que haviam

sido regulamentadas pelo ConsEPE.

No total, foram recebidas 18 (dezoito) solicitações de

transferência entre BIs, das quais 13 (treze) foram deferidas e 75

(setenta e cinco) solicitações de trocas de turnos, todas deferidas.

Agenda PROGRAD

EXPEDIENTEProdução: Assessoria de Comunicação e Imprensa • Alunos da UFABCEdição, Redação e Revisão: Alessandra de Castilho • Denilson R de Oliveira • Maria Eunice R do Nascimento • Mariana Almeida Lopes • Vanessa do Carmo

Editoração: Edna A Watanabe • Leandro Ferreira de Lima • Sandra F Santos

André Gama LealAmanda de Castro JuraskiAndré RavazziBárbara Crisia Silva Mattos Bernardo Silveira MendesBruno Almeida BarcelosBruno César PradoBruno Rodrigues AlvesCaio NoyaCarlos Gomes QueirozCauã Wanderley BernardinoClayton FreitasCyntia Morishita OnukiDaniel AlvesDanilo MeguroDiego Vinicius Drumond da CruzErika Dutra GhionFelipe Bravin Benitez Ferreira Felippe Gallo Costa GomesFernanda Regina da Conceição BarretoGabriel CamargoGustavo JorgeHeitor Glauber Rodrigues da SilvaHenrique Mariano Rodrigues FerreiraIgor de Almeida LemosJéssica Katelyn de Siqueira VieiraJoão Laio Paz de Melo SoaresJohnny Seron BispoJuliano Marques NunesJulio Cesar Bueno CottaKátia GuedesKedley SpattiLohana Aboud AlonsoLucas CasascoMarcos Paulo TitarelliMichelle Rodrigues NastasiMurilo Bragotto BarrosNatália CarvalhoNatália de AlmeidaNatália UeharaNatállia Pedroso Franco RussoPéricles AugustoRachel Martinuzzo PereiraRafael OdriozolaRayssa Caroline Moreira Costa e CostaTadeu HayashidaTatiane Pereira dos SantosThiago AngeliniThiago AugustoVinicius Teodoro FerreiraWeiller Manzarotto LaminWesley OliveiraWilliam dos Santos Melo

Colaboradores