políticas públicas na educação de jovens e adultos

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Políticas públicas na Educação de Jovens e Adultos: algumas questões. VENÂNCIO, João Carlos. Secretaria Municipal da Juventude e Cidadania; Escola Estadual Professor Amaury Pacheco; UNIMES/FALC. E-mail: [email protected]

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ENCERRAMENTO DO CICLO DE PALESTRAS DA SEMANA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Secretaria Municipal da Educação de Marília - SP

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Políticas públicas na Educação de

Jovens e Adultos: algumas

questões.

VENÂNCIO, João Carlos.Secretaria Municipal da Juventude e Cidadania;

Escola Estadual Professor Amaury Pacheco;

UNIMES/FALC.

E-mail: [email protected]

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Questões preliminares:

• As políticas como um fator que interfere

diretamente na sala de aula;

• Três pontos essenciais para a EJA:

a) Regime de colaboração e financiamento;

b) Obrigatoriedade do ensino;

c) Relação escola & EJA.

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Regime de colaboração

• Constituição de 1988 – marco representativo –

funções para os municípios elevando a sua

condição. A problemática do ente federado.

• Municípios – EI; EF e legislar sobre a

educação (adaptar as leis ao município);

• Estados – EF; EM e legislar sobre a educação;

• União – ES; EB (supletiva e redistributiva) e

legislar sobre a educação.

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Regime de colaboração:

• Ação descentralizada que na EJA remete ao fim doMOBRAL;

• Inicio de algumas rede de ensino, Haddad (2010);

• Retirada da União – Di Pierro (2005);

• Leis – funções prioritárias; Prática – funções privativas.

• Retirada quase por completo dos estados nos anosiniciais da EJA, ficando com os níveis de menorpressão social;

• Municípios – oferta a base para que os alunos podemprosseguir em estudos posteriores Ribeiro (2003).

• Regime rígido e inflexível no EF: anos iniciaismunicípios; anos finais da EJA estados;

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Regime de Colaboração:• Mesmo nível de ensino com estruturas diferentes

(pedagogos & especialistas);

• Financiamento: desde 1996 políticas de fundo inspirado nofundo do ensino primário (1940);

• Fundef: focalização no EF regular; redução dadescentralização nos municípios (EJA concorrente com aEI);

• Municípios procurando várias saídas;

• Transferências de recursos financeiros entre estados emunicípios pela via do Fundeb;

• Novo momento – municípios que mantém a EJA emconjunto com EF regular: compensa manter essamodalidade de ensino. (Monlevade 2012);

• Mas será que o dinheiro na escola traz a felicidade (Pinto,2013).

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Regime de Colaboração:

• Enfim: regime de colaboração apenas pela viatécnica e financeira;

• Regime perpassando essas duas áreas, chegandona pedagógica: diálogo e trocas de experiênciasentre escolas; entre redes de ensino; entre esferasfederadas; visando uma processo de ensinomelhor.

• Estado e União assumindo a responsabilidadepelo ensino fundamental em conjunto com omunicípio; (artigo 205 da CF).

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Obrigatoriedade da EJA

• Obrigatoriedade direito conquistado e dispostona CF;

• Direito Público Subjetivo – direito dos direitos(Bobbio, 2004);

• Obrigatoriedade questão polêmica:

• Visão neoliberal – adulto idoso não precisaestudar por não ter relação direta com mercadode trabalho;

• Sociais democratas – obrigatoriedade presente:

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Obrigatoriedade da EJA

• Cury (2008) obrigatoriedade pela via do Estado;

• Pinto (2002) obrigatoriedade pela via do aluno edo Estado.

• CF – obrigatoriedade pela via do Estado.

• Independente da concepção a obrigatoriedade doensino, de acordo com Theresa Adrião não tráspara o ensino nem melhoria qualitativas; nemquantitativas;

• Ações para convencer os adultos a voltaremestudar (ações que perpassem as faixas;propagandas de rádio, entre outras);

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Obrigatoriedade da EJA

• Inserções na comunidade – as redes de ensino

não devem apenas praticar ações na educação

escolar;

• A educação está presente em toda a vida social

– Constituição reconhece isso no artigo 205.

• Reconhecer que a educação não se liga apenas

ao mercado de trabalho e sim ao objetivo

maior que é a cidadania;

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Relação escola & EJA

• Por muito tempo a concepção que havia do

Estado era que estava a serviço da classe

burguesa e utilizava as instituições

tradicionais, consideradas aparelhos

ideológicos do Estado, para alienar as pessoas.

• Após os escritos de Gramsci o Estado passou a

ocupar uma função contraditória;

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Relação escola & EJA

• Escola pode libertar como também alienar as

pessoas em uma visão reprodutivista;

• A EJA pode ser desenvolvida em qualquer

instituição, principalmente depois que essa

modalidade de ensino se ligou a educação

popular;

• Dentre as instituição a escola possui uma

maior estrutura e esta presente nas periferias;

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Relação escola & EJA• A escola necessita ser transformada; (Di Giorgi 2009;

Tedesco; 1998; Candau; 2007);

• Alguns princípios:

• Flexibilidade de horário; de períodos e de dias de aula;

• Flexibilidade no currículo (bom senso);

• Não infantilização do ensino (pedagógica e física);

• Ensino adaptado as vivências dos educandos;

• Participação da comunidade;

• Professor interagindo com os problemas sociais, políticos, econômicos e culturais da comunidade da qual a escola está inserida.

• A escola não pode ser autoritária, Adorno (2004).

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Considerações:

• Pensar uma modalidade de ensino que perpasse oslimites do analfabetismo;

• Ter uma escola que abrigue uma educação portoda a vida;

• Uma escola aberta a comunidade – para isso hánecessidade de conhecer os alunos; saber ondeeles estão e quais são as suas necessidades;

• Que o Estado assuma a EJA de uma formaefetiva, não transferindo a responsabilidade paraapenas um ente federado ou apenas para asociedade civil organizada.

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Referências Bibliográficas• BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Nova ed. 9º reimp. Rio de Janeiro: Elsevier,

2004. 212 p.

• CANDAU, Vera Maria. Reinventar a escola. São Paulo: Vozes, 2007, 264p.

• CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação básica como direito. In: Cadernos dePesquisa, São Paulo, v. 38, n 134, p.293-303, maio/ago. 2008.

• DAVIES, Nicholas. FUNDEB: a redenção da educação básica? In: Educação eSociedade, Campinas, SP, v.27, n. 96, Especial, p. 753-774, out. 2006.

• DI GIORGI, Cristiano Amaral Garboggini. Uma outra escola é possível. Uma análiseradical da inserção social e da democracia na escola do mundo globalizado. Campinas:ALB & Mercado de Letras, 2004, 160 p.

• DI PIERRO, Maria Clara. Notas sobre a redefinição da identidade e das políticaspúblicas de educação de jovens e adultos no Brasil. In: Educação e Sociedade,Campinas, v.26, n. 92, Especial, p. 1115-1139, out. 2005.

• HADDAD, Sérgio. Por uma nova cultura de Educação de Jovens e Adultos, um balançode experiências de poder local. In: HADDAD, Sérgio (Coord.). Novos caminhos emeducação de jovens e adultos – EJA: Um estudo de ações do poder público em cidadesde regiões metropolitanas brasileiras. São Paulo: Global, 2007. p.7-26.

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• MONLEVADE, João. O Fundeb e o piso salarial profissional nacional. In:PARENTE, Juliano Mota; PARENTE, Cláudia da Mota Darós. (Orgs). Política,Gestão e Financiamento da Educação. São Cristóvão: Editora UFS, 2012, p.171-182.

• MONLEVADE, João. Educação pública no Brasil: contos e descontos. Paraíba:Idea, 1998, 191p.

• PINTO, José Marcelino de Rezende. Financiamento da educação no Brasil: umbalanço do governo FHC (1995-2002). In: Educação e Sociedade, Campinas, SP,v. 23, n. 80, p.108-135, set. 2002.

• RIBEIRO, Vera Masagão (org). Letramento no Brasil. São Paulo: Global, 2003.

• VOLPE, Geruza Cristina Meirelles. O financiamento da Educação de Jovens eAdultos no período de 1996 a 2006: farelos e migalhas. 2010. 649f. Tese(Doutorado em educação) – Faculdade de Educação da Universidade Estadual deCampinas (UNICAMP), Campinas, SP.

• TEDESCO, Juan Carlos. O novo pacto educativo: educação, competitividade ecidadania na sociedade moderna. São Paulo: Ática, 1998. 150p.

• TORRES, Rosa Maria. Alfabetización y aprendizaje a lo largo de toda la vida. In:Revista Interamericana de Educaión de Adultos. México, ano 28, p. 25-40,2006.

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