polÍticas pÚblicas para educaÇÃo de jovens e adultos unidade ii – ação do estado brasileiro...
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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Unidade II – Ação do Estado Brasileiro na Educação de Jovens e Adultos:
recorte histórico e ideologiasProfa. Maria Emilia Marques
FE/UNICAMP
Organização do trabalho - manhã
1. Apresentação.2. Exposição – temas - O Estado Português: educação e dominação. - O Estado Imperial Brasileiro: a educação começa
por cima3. Pausa para o café e verificação de presença.4. Exposição – temas - O Estado brasileiro até 1930: é preciso
alfabetizar. - O Estado brasileiro pós-30: é preciso criar escolas
Organização do trabalho - tarde
1. Debates, em pequenos grupos, sobre o assunto desenvolvido no período da manhã.
Tema para o trabalho em grupo será apresentado no início do mesmo.
2. Pausa para o café e verificação de presença. 3. Avaliação individual.
Introdução
Por que rever a história da educação no Brasil? Trabalhando conceitos História ciência estuda o passado do homem. História vivida é a ação do homem. Estado é o organizador e disciplinador da
sociedade. Ideologia: concepção de mundo embasada
teoricamente. Educação- do latim educatio: ação de criar;
instrução. Ação de desenvolver as faculdades físicas, intelectuais e mentais.( Enciclopédia Larousse)
Paulo Freire
“Na medida em que compreendemos a educação, de um lado, reproduzindo a ideologia dominante, mas, de outro, proporcionando , independentemente da intenção de quem tem o poder, a negação daquela ideologia (ou o seu desvelamento) pela confrontação entre ela e a realidade (como de fato está sendo e não como o discurso oficial diz que ela é), realidade vivida pelos educandos e pelos educadores, percebemos a inviabilidade de uma educação neutra.” (A Importância do Ato de Ler)
O Estado Português: educação e dominação
- Caracterização do Estado Português: Absolutismo, Mercantilismo, Colonialismo.
- Política colonizadora de Portugal: religiosa e regalista.
- A Companhia de Jesus: catequese e ensino. - Colégios jesuítas: ensino humanista. Eram
gratuitos e públicos.
O Estado Português: educação e dominação
A Era Pombal 1759 – expulsão dos jesuítas – Portugal e
Colônias Razão da expulsão: choque de interesses. Política regalista do Marquês de Pombal,
Ministro de D. José I. Iluminismo português: progressista,
reformista, nacionalista e humanista. Essencialmente cristão e católico.
O Estado Português: educação e dominação
Reforma do ensino – 1759 - ensino através da língua portuguesa. - concurso para professores régios em Portugal e
nas colônias. - no Brasil: aulas de ler e escrever, gramática
latina, retórica, língua grega e filosofia. - ensino médio: introdução de novas disciplinas:
línguas vivas, matemática, física, ciências naturais.
Expulsão dos jesuítas: desastrosa para a educação.
O Estado Imperial Brasileiro: a educação começa por cima
Caracterização do Estado: Regime Constitucional, Absolutismo, Escravidão, Parlamentarismo
Período de D. João VI - nova orientação em relação ao ensino. - preocupação com ensino superior: urgência
na formação de profissionais. Brasil independente - ensino primário – Constituição garantia
instrução primária gratuita a todos os cidadãos.
O Estado Imperial Brasileiro: a educação começa por cima
- ensino profissional – não recebe qualquer impulso.
- ensino secundário – poucos colégios e muitas aulas avulsas. Quase que exclusivamente em mãos de particulares. Colégio Pedro II – 1837 – para a elite.
- ensino superior – predomínio do Direito. - persiste influência do clero na educação. Ato Adicional de 1834 – Assembléias Provinciais:
competência para legislar sobre o ensino elementar e médio.
O Estado Imperial Brasileiro: a educação começa por cima
Pareceres de Rui Barbosa - 1882/1883 Para ele a educação era o meio para
promover o progresso do homem e do país. O analfabetismo chega a política 1846 – começa-se a pensar na exclusão do
analfabeto da vida política. 1881 – Lei Saraiva: na reforma eleitoral
prevalece censo e inclui condição de saber ler e escrever.
O Estado Brasileiro até 1930: é preciso alfabetizar
Caracterização do Estado: Constitucional e Federativo. Mudança sem transformação.
Ensino: - prevalece interpretação que vinha desde o Ato
Adicional de 1834. - dualismo do sistema escolar: - ensino secundário e superior – União – “elite”. - ensino primário e técnico – Estados – “povo”. Ausência de uma política nacional de educação:
questão esbarra nos princípios federativos.
O Estado Brasileiro até 1930: é preciso alfabetizar
1890 – Secretaria de Estado dos Negócios da Instrução Pública, Correios e Telégrafos
1891 – educação passa para a responsabilidade de uma das diretorias do Ministério da Justiça e Negócios Interiores.
1906 – Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Ensino profissional passa a ser regulado pela pasta.
O Estado Brasileiro até 1930: é preciso alfabetizar
Nos Estados: Inspetoria Geral da Instrução Pública ligada às Secretarias do Interior ou da Agricultura, Indústria e Comércio.
A partir de 1920 acentua-se a preocupação com o analfabetismo. Maior interesse pela educação. Porém dualismo persiste.
O Estado Brasileiro pós-1930: é preciso criar escolas
Caracterização do Estado: Centralização. Autoritarismo.
1930 – Ministério da Educação e Saúde Ministro – Francisco Campos Reforma do ensino superior 1931 – Reconstrução do ensino secundário:
duração de sete anos.
O Estado Brasileiro pós-1930: é preciso criar escolas
Constituição de 1934 - estabelece medidas para assegurar uma
política nacional de educação. - União- traçar as diretrizes da educação
nacional e fixar o Plano Nacional de Educação (competência privativa). Ensino primário gratuito, frequência obrigatória e extensivo aos adultos.
- Estados – organizar e manter seus sistemas. - Cria o Conselho Nacional e os Conselhos
Estaduais de Educação.
O Estado Brasileiro pós-1930: é preciso criar escolas
Constituição de 1937 - Mantém o estabelecido na de 1934: fixar as
bases, determinar os quadros, traçar as diretrizes da educação nacional – competência privativa da União.
- Decreto n. 4958 de 14/11/1942: Fundo Nacional do Ensino Primário – ampliação e melhoria do sistema escolar primário de todo o país.
- Reforma Capanema – 1942 – organização estrutural do sistema escolar, por meio de leis orgânicas, segmentando cada ramo de ensino.
O Estado Brasileiro pós-1930: é preciso criar escolas
Educação de Adultos - 1930 à 1945 – educação de adultos começa a
ter pensamento próprio. - Reforma de 1931 – já apontava a
necessidade de continuação dos estudos para a população adulta.
- Lei n. 14/1935 – mantém exames de madureza enquanto não existir número suficiente de cursos noturnos de ensino secundário.
O Estado Brasileiro pós-1930: é preciso criar escolas
Constituição de 1937 concebe um Estado protetor e controlador.
- descriminação entre elites intelectuais condutoras das massas e as classes menos favorecidas voltadas para o trabalho manual e com acesso mínimo a leitura e escrita.
- mantém gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário.
O Estado Brasileiro pós-1930: é preciso criar escolas
- institui, em caráter obrigatório, o ensino de trabalhos manuais (escolas primárias, secundárias e normais). Programa de política escolar para o ensino pré-vocacional e profissional “que se destina às classes menos favorecidas”.
Analfabetismo, necessidade de força de trabalho e maior controle social tornam o ensino primário um objeto de maior atenção.
O Estado Brasileiro pós-1930: é preciso criar escolas
Redemocratização 1946/1961 - Constituição de 1946 reconhece a educação
como direito de todos. Também estabelece a gratuidade do ensino primário para todos.
Porém, por um bom tempo, a inexistência de uma legislação própria mantém os dispositivos jurídicos herdados do estadonovismo.
O Estado Brasileiro pós-1930: é preciso criar escolas
- Decreto-Lei n. 8529 de 02/01/1946, Lei Orgânica do Ensino primário trata, entre outros, do curso primário supletivo.
- 1947 – já eram instaladas, nos municípios, classes de ensino supletivo para maiores de 14 anos.
- Até 1961, para o aluno adulto oferecia-se o ensino primário supletivo e, para prosseguimento de estudos, os exames de madureza.