políticas estaduais para arranjos produtivos locais no sul, sudeste e centro-oeste do brasil

Upload: caceraghi

Post on 04-Nov-2015

41 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Políticas Estaduais para ArranjosProdutivos Locais no Sul, Sudestee Centro-Oeste do Brasil

TRANSCRIPT

  • Polticas Estaduais para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste

    e Centro-Oeste do Brasil

    miolo_bndes_completo.indd 1 11/11/2010 14:59:59

  • miolo_bndes_completo.indd 2 11/11/2010 15:00:00

  • Polticas Estaduais para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste

    e Centro-Oeste do Brasil

    Convnio de cooperao tcnica:UFSC/UFPR/UNISINOS/UNICAMP/UFU/UFF/UFES/UCDB/UCG

    OrganizadoresRenato Ramos Campos

    Fabio StallivieriMarco Antnio Vargas

    Marcelo Matos

    Rio de Janeiro, 2010

    miolo_bndes_completo.indd 3 11/11/2010 15:00:00

  • Renato Ramos Campos, Fabio Stallivieri, Marco Antnio Vargas e Marcelo Matos (org.)/E-papers Servios Editoriais Ltda., 2010.Todos os direitos reservados a Renato Ramos Campos, Fabio Stallivieri, Marco Antnio Vargas e Marcelo Matos (org.)/E-papers Servios Editoriais Ltda. proibida a reproduo ou transmisso desta obra, ou parte dela, por qualquer meio, sem a prvia autorizao dos editores.Impresso no Brasil.

    ISBN 978-85-7650-281-4

    Projeto grfico, diagramao e capaLivia Krykhtine

    Reviso e produo editorialRodrigo Reis

    Imagem de capaenot-poloskun

    Esta publicao encontra-se venda no site daE-papers Servios Editoriais.http://www.e-papers.com.brE-papers Servios Editoriais Ltda.Rua Mariz e Barros, 72, sala 202Praa da Bandeira Rio de JaneiroCEP: 20.270-006Rio de Janeiro Brasil

    CIP-Brasil. Catalogao na Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livro, RJ

    P829Polticas estaduais para arranjos produtivos locais no Sul, Sudeste

    e Centro-Oeste do Brasil/organizadores Renato Campos... [et al.]. - Rio de Janeiro: E-papers, 2010.

    380p.: il.Inclui bibliografiaISBN 978-85-7650-281-4

    1. Poltica econmica - Brasil. 2. Poltica Pblica. 3. Economia regional. 4. Desenvolvimento econmico. I. Campos, Renato.

    10-5438. CDD: 338.981 CDU: 338.1(81)

    miolo_bndes_completo.indd 4 11/11/2010 15:00:00

  • Esta publicao o produto final da pesquisa Anlise do Mapea mento e das Polticas para Arranjos Produ-tivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, contrato BNDES-Fepese n 08.2.0797.1.A Fundao de Estudos e Pesquisas Scio-Econmicos ( Fepese) uma fundao da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A pesquisa foi realizada pelas seguintes universidades brasileiras, consorciadas com a UFSC atravs de convnio de cooperao tcnica:

    Universidade Federal de Santa CatarinaUniversidade do Vale do Rio dos Sinos Universidade Federal do ParanUniversidade Estadual de CampinasUniversidade Federal de UberlndiaUniversidade Federal FluminenseUniversidade Federal do Esprito SantoUniversidade Catlica Dom BoscoPontifcia Universidade Catlica de Gois

    miolo_bndes_completo.indd 5 11/11/2010 15:00:00

  • Lista de fi guras57 RS: evoluo das polticas estaduais especfi cas e complementares

    68 RS: localizao geogrfi ca dos APLs identifi cados e apoiados no RS

    74 RS: focos das aes viabilizadas pela Sedai por APL

    78 RS: Focos das aes viabilizadas pelo Sebrae por APL

    118 PR: APLs identifi cados e no apoiados

    124 PR: APLs identifi cados e apoiados

    203 MG: APLs selecionados para apoio

    229 RJ: polos econmicos identifi cados pelo governo do estado

    279 ES: rede institucional da cafeicultura capixaba principais atores

    285 ES: novas possibilidades de atividades a partir dos arranjos produtivos de base fl orestal

    285 ES: mapeamento do APL de mveis ampliado

    353 GO: Nmero de APLs apoiados por regio de planejamento em Gois

    354 GO: APLs apoiados em Gois por intensidade de incidncia

    Lista de grfi cos318 MS: classifi cao dos APLs identifi cados pelo NE-APLs/MS para apoio de

    polticas pblicas

    323 MS: classifi cao dos APLs identifi cados pelo Banco do Brasil para apoio de polticas pblicas

    Lista de mapas199 MG: NGAPLMG

    248 RJ: Mapa das concentraes econmicas do Estado do Rio de Janeiro

    250 RJ: arranjos produtivos locais prioritrios identifi cados pela Superintendncia de APLs Sedeis

    272 ES: distribuio dos arranjos produtivos locais no Esprito Santo e localizao das empresas oriundas dos Grandes Projetos

    295 MS: Mato Grosso do Sul na transio dos eixos Oeste e Sudoeste dos Enids

    320 MS: APLs identifi cados e apoiados pelo Ncleo Estadual

    324 MS: estratgias de DRS em Mato Grosso do Sul

    miolo_bndes_completo.indd 6 11/11/2010 15:00:00

  • Lista de quadros66 RS: arranjos produtivos locais identifi cados e apoiados no Rio Grande do Sul

    72 RS: convnios Sedai por foco de ao e por APL

    92 SC: entidades que realizam atividades de apoio a APLs no Estado de Santa Catarina

    105 SC: APLs apoiados por polticas no Estado de Santa Catarina

    123 PR: APLs selecionados segundo o tipo de aglomerao

    126 PR: programas de apoio aos APLs no Paran, coordenados pela Secretaria de Planejamento

    129 PR: foco estratgico do Sebrae, segundo os APLs apoiados

    131 PR: principais aes desenvolvidas pela Fiep

    171 SP: programas e aes selecionados pela SD em 2008 no Estado de So Paulo

    174 SP: Histrico de aes principais de apoio a APLs Paulistas Fiesp, Sebrae-SP e SD (e alguns marcos da atuao do governo federal)

    179 SP: Histrico de metodologias para APLs Sebrae-SP, Fiesp e SD (para identifi cao, seleo e atuao)

    199 MG: caracterizao dos principais grupos de APLs apoiados pelo NGAPL em Minas Gerais quanto ao porte das empresas, mercados predominantes e foco de polticas

    236 RJ: dimenses das polticas de apoio a APLs segundo o estgio de consolidao dos mesmos

    249 RJ: arranjos produtivos locais prioritrios identifi cados pela Superintendncia de APLs Sedeis

    250 RJ: lista de projetos apoiados pelo Sebrae-RJ integrados metodologia de Gesto Estratgica Orientada para Resultados Geor

    252 RJ: APLs objeto de polticas de apoio no Estado do Rio e Janeiro mapeados pelo MDIC

    279 ES: institucionalidade para a cafeicultura no Esprito Santo principais elementos constitutivos

    300 MS: integrantes do Ncleo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais de Mato Grosso do Sul defi nidos em 2007

    301 MS: primeira lista de APLs de MS do governo estadual, 2006

    302 MS: APLs identifi cados em planilhas de seleo e levantamento de ministrios

    304 MS: lista de APLs elaborada pelo NEAPLs/MS em 2007

    306 MS: nvel de impacto dos APLs no processo de incluso social

    307 MS: lista de APLs apoiados pelo NEAPLs/MS

    311 MS: APLs coordenados e apoiados pelo Sebrae-MS entre 2003 e 2009

    miolo_bndes_completo.indd 7 11/11/2010 15:00:00

  • 316 MS: APLs identifi cados e apoiados por polticas pblicas

    321 MS: projetos da estratgia DRS do Banco do Brasil em Mato Grosso do Sul

    326 MS: APLs identifi cados e sem apoio de polticas pblicas

    346 GO: APLs apoiados pelo SebraeGo, 2010

    350 GO: APLs apoiados em Gois, 2009

    Lista de tabelas44 Arranjos produtivos locais apoiados por estado (2009)

    45 Distribuio dos arranjos produtivos locais por estado e por atividade econmica

    69 RS: orado e realizado na rubrica de Apoio ao Fomento Industrial

    71 RS: orado e realizado na rubrica de Apoio aos APLs

    121 PR: nmero de casos identifi cados pelos fi ltros segundo classes CNAE

    122 PR: nmero de empregos formais de estabelecimentos, valor adicionado e faturamento da indstria segundo tipo de aglomerao Paran, 2003

    162 SP: Valor Adicionado Fiscal (VAF) por Regio Administrativa 2006

    164 SP: entradas e sadas interestaduais e com o exterior por origem e destino das grandes regies 2006

    165 SP: origem das entradas (compras) setoriais segundo intensidade dos fatores de produo 2006

    165 SP: destino das sadas (vendas) setoriais segundo intensidade dos fatores de produo 2006

    166 SP: comrcio interestadual entradas, sadas e saldos setoriais segundo intensidade dos fatores de produo 2006

    167 SP: comrcio exterior entradas, sadas e saldos setoriais segundo intensidade dos fatores de produo 2006

    218 RJ: emprego e produo por diviso de atividade CNAE, Rio de Janeiro, 2008

    263 ES: APLS apoiados por polticas pblicas no Esprito Santo e entidades mapeadoras

    273 ES: valor das entradas (compras) dos APLs, segundo os dados da SefazES para o ano de 2006

    273 ES: composio selecionada de empregos formais no Esprito Santo

    275 ES: distribuio do VTI do Brasil (19962005) (%)

    275 ES: participao relativa no VTI do Esprito Santo (19602005) (%)

    276 ES: relaes de cooperao das empresas que inovaram (20032005)

    miolo_bndes_completo.indd 8 11/11/2010 15:00:00

  • Siglas e abreviaturas

    Acaq Associao Catarinense de AquiculturaAderes Agncia de Desenvolvimento em Redes do Esprito SantoADR Agncia de Desenvolvimento RegionalAfecom Associao de Fabricantes de Estofados e Mveis ComplementaresAfesp Agncia de Fomento do Estado de So PauloAGDR Agncia Goiana de Desenvolvimento RegionalAgetur Agncia Estadual de Turismo (GO)Agraer Agncia de Desenvolvimento Agrrio e Extenso Rural (MS)Alesp Assembleia Legislativa do Estado de So PauloALI Agentes Locais de InovaoAmoesc Associao dos Moveleiros do Oeste de Santa CatarinaApex Agncia Brasileira de Promoo a Exportaes e InvestimentosAPL Arranjo produtivo local

    Aprocana Associao de Produtores de Cachaa Artesanal do Norte do Estado do Esprito SantoApropampa Associao dos Produtores de Carne do PampaAspil Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisAssomasul Associao dos Municpios de Mato Grosso do Sul Badesc Agncia de Fomento do Estado de Santa CatarinaBandes Banco de Desenvolvimento do Esprito Santo S.A.Banestes Banco do Estado do Esprito SantoBanrisul Banco do Estado do Rio Grande do SulBDMG Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A.BID Banco Interamericano de DesenvolvimentoBNB Banco do NordesteBNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e SocialBRDE Banco Regional de Desenvolvimento EconmicoBRIC Brasil, Rssia, ndia e ChinaC&T Cincia e tecnologiaC&T&I Cincia, tecnologia e inovaoCDV Companhia de Desenvolvimento de Vitria

    Cedina Centro de Desenvolvimento e Inovao Aplicada em Equipamentos Mdico-Hospitalares e OdontolgicosCEDRS Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentvel (GO)Cefet Centro Federal de Educao TecnolgicaCenpes Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Amrico Miguez de Mello

    miolo_bndes_completo.indd 9 11/11/2010 15:00:00

  • Cespeg Comisso Especial de Petrleo e GsCetcaf Centro de Desenvolvimento Tecnolgico do CafCGI Centros Gestores de InovaoCiesp Centro das Indstrias do Estado de So PauloCIID Centro Integrado de Inovao em DesignCNAE Classi cao Nacional de Atividades EconmicasCNI Confederao Nacional da IndstriaCNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient co e TecnolgicoCodesul Conselho de Desenvolvimento e Integrao SulCodevasf Companhia de Desenvolvimento dos Vales do So Francisco e ParnabaCodin Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de JaneiroCofavi Companhia Ferro e Ao de VitriaComperj Complexo Petroqumico da PetrobrasCoopas Cooperativa dos Produtores de Aguardente do Sul do Esprito SantoCoredes Conselhos Regionais de DesenvolvimentoCPqD Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da TelebrsCSA Companhia Siderrgica do AtlnticoCSN Companhia Siderrgica NacionalCST Companhia Siderrgica de TubaroCtemj Centro Tecnolgico de Moda de JaraguCVRD Companhia Vale do Rio DoceDRS Programa Desenvolvimento Regional Sustentvel do Banco do BrasilEAF Escolas Agrotcnicas FederaisEFVM Estrada de Ferro Vitria-MinasEmbrapa Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEnids Eixos Nacionais de Integrao e DesenvolvimentoEpagri Empresa de Pesquisa Agropecuria e de Extenso Rural de Santa CatarinaEtec Escola TcnicaFacisc Federao das Associaes Empresariais de Santa CatarinaFaeg Federao da Agricultura e Pecuria de GoisFAEMG Federao da Agricultura do Estado de Minas GeraisFaep Federao da Agricultura do Estado do ParanFaes Federao da Agricultura do Esprito SantoFamasul Secretaria de Agricultura e Pecuria do Estado de Mato Grosso do Sul

    Fampes Federao das Associaes e Entidades das Micro e Pequenas Empresas do Estado do Esprito SantoFapemig Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de Minas GeraisFaperj Fundao de Amparo Pesquisa do Estado do Rio de JaneiroFapes Fundao de Apoio Pesquisa do Esprito Santo

    Fapesc Fundao de Apoio a Pesquisa Cient ca e Tecnolgica do Estado de Santa CatarinaFAT Fundo de Amparo ao TrabalhadorFatec Faculdade de TecnologiaFCO Fundo Constitucional do Centro-OesteFecam Federao Catarinense de Municpios

    miolo_bndes_completo.indd 10 11/11/2010 15:00:00

  • FEP Fundo de Estruturao de ProjetosFepese Fundao de Estudos e Pesquisas Scio-EconmicosFetagri-MS Secretaria dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso do SulFetransportes Federao dos Transportes do Esprito SantoFGTS Fundo de Garantia por Tempo de ServioFieg Federao das Indstrias do Estado de GoisFIEMG Federao das Indstrias do Estado de Minas GeraisFiems Secretaria das Indstrias do Estado de Mato Grosso do SulFiep Federao de Indstrias do ParanFiergs Federao das Indstrias do Rio Grande do SulFiesp Federao das Indstrias do Estado de So PauloFIIT Fundo Estadual de Incentivo Inovao Tecnolgica (MG)Finame Financiamento de Mquinas e EquipamentosFindes/Ideies Federao das Indstrias do Esprito SantoFinep Financiadora de Estudos e ProjetosFipase Fundao Instituto Polo Avanado de Sade de Ribeiro PretoFirjan Federao das Indstrias do Estado do Rio de JaneiroForumcat Agncia Frum Catarinense de DesenvolvimentoFuncet Fundo Estadual de Desenvolvimento Cient co e Tecnolgico (SP)Fundes Fundo de Desenvolvimento Econmico e SocialFundopem Fundo Operao e Empresa (RS)Funmineral Fundo de Fomento Atividade Mineral (GO)Funtrab Fundao de Trabalho e Quali cao Pro ssional de Mato Grosso do SulFurb Universidade Regional de BlumenauGeor Gesto Estratgica Orientada para ResultadosGP/ES Grandes Projetos (ES)GPIDECA Grupo de Pesquisa em Inovao e Desenvolvimento CapixabaGTP-APL Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos LocaisIapar Instituto Agronmico do ParanIBC Instituto Brasileiro do CafICMS Imposto sobre Circulao de Mercadorias e ServiosIDH ndice de Desenvolvimento HumanoIEL Instituto Euvaldo LodiIema Instituto Estadual de Meio Ambiente (ES)Ifes Instituto Federal de Educao do Esprito SantoIirsa Integrao das Infraestruturas Regionais Sul-AmericanasIncaper Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso RuralIndi Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas GeraisInvestRio Agncia de Fomento do Estado do Rio de JaneiroIpardes Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econmico e SocialIpem Instituto de Pesos e Medidas do Esprito SantoIpen Instituto de Pesquisas Energticas e NuclearesIPT Instituto de Pesquisas TecnolgicasIRB Instituto de Resseguros do BrasilIRC Iniciativa para o Reforo da Competitividade

    miolo_bndes_completo.indd 11 11/11/2010 15:00:00

  • MCT Ministrio da cincia e TecnologiaMDA Ministrio de Desenvolvimento AgrrioMDF Medium-density berboardMDIC Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MI Ministrio da Integrao NacionalMIA Mquinas e implementos agrcolasMovergs Associao das Indstrias de Mveis do Rio Grande do SulMPMEs Micro, Pequenas e Mdias EmpresasMSGs Companhia de Gs do Estado de Mato Grosso do SulMTE Ministrio do Trabalho e EmpregoNDSR Ncleo de Desenvolvimento Setorial RegionalNE-APLs Ncleo Estadual de Apoio aos APLsNGAPL Ncleo Gestor de APLsOCDE Organizao para a Cooperao e o Desenvolvimento EconmicoOcesc Organizao das Cooperativas do Estado de Santa CatarinaONG Organizao no governamentalP&D Pesquisa e desenvolvimentoPAC Plano de Acelerao do CrescimentoPADCT Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cient co e TecnolgicoPatem Programa de Apoio Tecnolgico aos MunicpiosPDP Poltica de Desenvolvimento ProdutivoPDPs Planos de Desenvolvimento Preliminares (MS)PDTur-MS Plano de Desenvolvimento Turstico e Sustentvel de Mato Grosso do SulPEA Populao economicamente ativaPeiex Programa de Extenso Industrial ExportadoraPIA-IBGE Pesquisa Industrial AnualPIS Programa de Integrao SocialPITCE Poltica Industrial, Tecnolgica e de Comrcio ExteriorPMC Plano de Melhoria da CompetitividadePMDI Plano Mineiro de Desenvolvimento IntegradoPND Plano Nacional de DesenvolvimentoPO Pessoal ocupadoPPA Plano PlurianualPPAG Plano Plurianual de Ao GovernamentalPROAPL Programas de Apoio aos Arranjos Produtivos LocaisProdec Programa de Desenvolvimento da Empresa CatarinenseProder Programa de Emprego e RendaProgex Programa de Apoio TecnolgicoPromos Agncia de Promoo de Negcios da Cmara de Comrcio de MiloPronaf Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura FamiliarPrumo Projeto Unidades MveisPUC Pontifcia Universidade CatlicaQL Quociente locacionalRAIS Relatrio Anual de Indicadores Sociais do MTEReduc Re naria Duque de Caxias

    miolo_bndes_completo.indd 12 11/11/2010 15:00:00

  • RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos LocaisRide Regio Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e EntornoRMBH Regio Metropolitana de Belo HorizonteRMC Regio Metropolitana de CuritibaRMG Regio Metropolitana de GoiniaRMSP Regio Metropolitana de So PauloRPI Rede Paulista de Incubadoras de EmpresasSAI Sistema Agroindustrial Integrado (programa do Sebrae-SP)SCT Secretaria de Cincia e Tecnologia (RS)

    SCTDE Secretaria Estadual da Cincia, Tecnologia e Desenvolvimento Econmico (SP)SD Secretaria Estadual de Desenvolvimento (SP)SDS Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentvel (SC)Seagro Secretaria Estadual de AgriculturaSeapa Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MG)Seappa Secretaria da Agricultura, Pecuria, Pesca e Agronegcio (RS)Sebrae Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas EmpresasSect Secretaria de Estado de Cincia e Tecnologia (ES)Sectec Secretaria Estadual de Cincia e Tecnologia (GO)Sectes Secretaria de Estado de Cincia, Tecnologia e Ensino Superior (MG)Sedai Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (RS)Sede Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econmico (MG)

    Sedeis Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econmico, Energia, Indstria e Servios (RJ)Sedes Secretaria de Desenvolvimento (ES)SEF Secretaria de Estado da Fazenda (MG)Sefaz Secretaria de Estado da Fazenda (ES)

    Semac Secretaria do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento e da Cincia e Tecnologia (MS)Senai Servio Nacional de Aprendizagem IndustrialSenar Servio Nacional de Aprendizagem RuralSEPL Secretaria de Estado do Planejamento (PR)Seplag Secretaria de Estado de Planejamento e Gesto (MG)Seplan Secretaria Estadual de Planejamento (SC)Seplanct Secretaria de Estado de Planejamento de Cincia e Tecnologia (MS)

    Seprotur Secretaria de Desenvolvimento Agrrio, da Produo, da Indstria, do Comr-cio e do Turismo (MS)SGM Superintendncia de Geologia e Minerao (GO)Sibratec Sistema Brasileiro de TecnologiaSIC Secretaria Estadual de Indstria e Comrcio (GO)Sicoob-ES Sindicato das Cooperativas de Crdito do Esprito SantoSics Subsecretaria de Indstria, Comrcio e Servios (MG)Sigeor Sistema de Informao da Gesto Estratgica Orientada para ResultadosSimecs Sindicato das Indstrias Metalrgicas, Mecnicas e de MaterialSimi Sistema Mineiro de InovaoSLP Sistema local de produo

    miolo_bndes_completo.indd 13 11/11/2010 15:00:00

  • Sociesc Sociedade Educacional de Santa CatarinaSPTec Sistema Paulista de Parques TecnolgicosSuind Superintendncia de Industrializao (MG)Susep Superintendncia de Seguros PrivadosTBG Transportadora Brasileira de GsTecpar Instituto de Tecnologia do ParanTIB Tecnologia industrial bsicaTICs Tecnologias da Informao e da ComunicaoUCDB Universidade Catlica Dom BoscoUCG Universidade Catlica de GoisUdesc Universidade do Estado de Santa CatarinaUEG Universidade Estadual de GoisUEL Universidade Estadual de LondrinaUems Universidade Estadual de Mato Grosso do SulUenf Universidade Estadual do Norte FluminenseUerj Universidade estadual do Rio de JaneiroUfes Universidade Federal do Esprito SantoUFF Universidade Federal FluminenseUFG Universidade Federal de GoisUFGD Universidade Federal da Grande DouradosUFMS Universidade Federal de Mato Grosso do SulUFPR Universidade Federal do ParanUFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUnctad Conferncia das Naes Unidas sobre Comrcio e DesenvolvimentoUnicamp Universidade Estadual de CampinasUnicana Cooperativa dos Produtores de Cachaa do Esprito SantoUniderp Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regio do PantanalUniville Universidade da Regio de JoinvilleUSP Universidade de So PauloUTFPR Universidade Tecnolgica Federal do ParanVA Vetor AvanadoVAF Valor Adicionado FiscalVBP Valor Bruto da ProduoVDL Vetor de Desenvolvimento LocalVTI Valor da Transformao Industrial

    miolo_bndes_completo.indd 14 11/11/2010 15:00:00

  • Sumrio

    21 PrefcioLuciano Coutinho

    27 PrembuloJos E. Cassiolato

    31 ApresentaoJoo Carlos Ferraz, Ernani Teixeira Torres Filho, Leandro Coutinho, Srgio Waddington e Martha Pacheco Scherer

    35 Anlise de polticas para arranjos produtivos locais no Brasil: uma introduoCristiane Garcez, Eduardo Kaplan, Walsey Magalhes, Cristina Lemos e Helena M. M. Lastres

    35 O conceito e as polticas no pas

    36 O estudo e seus resultados

    39 Por uma nova gerao de polticas para os arranjos produtivos locais

    41 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locaisRenato Ramos Campos, Marco Antonio Vargas e Fabio Stallivieri

    55 2. Trajetria, anlise e diretrizes para a poltica de apoio a arranjos produtivos locais no Rio Grande do SulAna Lcia Tatsch, Janaina Ruff oni e Vanessa de Souza Batisti

    55 Introduo

    56 1. Trajetria das polticas de apoio a APLs, estrutura institucional e arranjos apoiados no Rio Grande do Sul

    68 2. Anlise da poltica estadual para APLs

    80 3. Diretrizes para uma poltica estadual para APLs

    85 Bibliografi a

    miolo_bndes_completo.indd 15 11/11/2010 15:00:00

  • 89 3. Santa Catarina: as possibilidades de polticas para arranjos produtivos locaisRenato Ramos Campos, Pablo Felipe Bitencourt e Valdir Alvim da Silva

    89 Introduo

    90 1. As caractersticas das instituies que atuam no apoio a APLs

    95 2. APLs como poltica de apoio a micro e pequenas empresas

    99 3. Aes de apoio a APLs por rgos de desenvolvimento e de fi nanciamento

    101 4. Apoio aos APLs para o desenvolvimento tecnolgico

    101 5. Poltica de apoio a arranjos produtivos locais como instrumento para o desenvolvimento produtivo e regional do estado

    105 Anexo I. APLs apoiados por polticas no Estado de Santa Catarina

    112 Bibliografi a

    113 4. Anlise do mapeamento e das polticas para arranjos produtivos locais no Estado do ParanFabio Doria Scatolin, Nilson Maciel de Paula, Walter Tadahiro Shimajv, Antonio Fernando Zanatta, Manuela Reche Latge e Ricardo Pessoa de Moura

    113 Introduo

    116 1. A referncia conceitual para a identifi cao dos APLs no Paran

    119 2. Metodologia de identifi cao dos arranjos produtivos locais no Paran

    124 3. Avaliao das aes e polticas pblicas para os APLs do Paran

    132 4. Uma avaliao crtica das polticas pblicas

    135 5. Diretrizes para uma nova poltica de apoio aos APLs no Paran

    137 Bibliografi a

    miolo_bndes_completo.indd 16 11/11/2010 15:00:00

  • 139 5. Anlise das polticas para arranjos produtivos locais no Estado de So PauloAna Lucia Gonalves da Silva, Miguel Juan Bacic e Rodrigo Lanna Franco da Silveira

    139 Introduo

    140 1. Trajetria da poltica do Estado de So Paulo para APLs

    145 2. Foco, instrumentos e institucionalidade da poltica estadual

    150 3. Metodologias de identifi cao e critrios de seleo de APLs

    157 4. Atuao territorial do Sebrae-SP

    160 5. Estratgia de desenvolvimento e atuao territorial do governo estadual

    172 6. Consideraes fi nais

    174 Anexo I. Histrico de aes principais de apoio a APLs Paulistas

    179 Anexo II. Histrico de metodologias para APLs

    180 Bibliografi a

    183 6. Polticas para arranjos produtivos locais no Estado de Minas Gerais: institucionalidade, mapeamentos e focos Marisa dos Reis A. Botelho,Vanessa Petrelli Corra, Humberto E. de Paula Martins, Andr Luiz Pires Muniz e Ana Alice P. B. Damas Garlipp

    183 Introduo

    184 1. Trajetria e estrutura institucional das polticas para APLs em Minas Gerais

    194 2. APLs apoiados por polticas no Estado de Minas Gerais: anlise dos mapeamentos e conceitos subjacentes

    203 3. Consideraes fi nais: avaliao dos principais direcionamentos da poltica para APLs do Estado de Minas Gerais

    213 Bibliografi a

    miolo_bndes_completo.indd 17 11/11/2010 15:00:00

  • 215 7. Polticas para arranjos produtivos locais no Estado do Rio de Janeiro: aspectos conceituais, institucionalidade e perspectivas de desenvolvimentoJorge Nogueira de Paiva Britto, Marco Antonio Vargas e Guilherme N. P. de Carvalho

    215 Introduo

    216 1. Dinmica produtiva recente da economia fl uminense: implicaes para polticas de desenvolvimento

    225 2. Trajetria e estrutura institucional da poltica estadual para APLs

    229 3. Diferentes abordagens metodolgicas no mapeamento de APLs

    233 4. Do mapeamento interveno: a sistematizao das polticas para APLs

    238 5. Anlise crtica das polticas para APLs no Rio de Janeiro

    242 6. Consideraes fi nais: novas diretrizes para polticas de apoio a APLs

    248 Anexo I. Mapa das concentraes econmicas do Estado do Rio de Janeiro

    249 Anexo II. Arranjos produtivos locais prioritrios identifi cados pela Superintendncia de APLs Sedeis

    250 Anexo III. Mapa dos arranjos produtivos locais prioritrios identifi cados pela Superintendncia de APLs Sedeis

    250 Anexo IV. Lista de projetos apoiados pelo SebraeRJ integrados metodologia de Gesto Estratgica Orientada para Resultados Geor

    252 Anexo V. APLs objeto de polticas de apoio no Estado do Rio e Janeiro mapeados pelo MDIC

    254 Bibliografi a

    miolo_bndes_completo.indd 18 11/11/2010 15:00:00

  • 257 8. Polticas estaduais para arranjos produtivos locais no Esprito Santo: evoluo e perspectivasArlindo Villaschi Filho e Ednilson Silva Felipe

    257 Introduo

    260 1. Trajetria e estrutura institucional das polticas estaduais para arranjos produtivos locais no Esprito Santo

    263 2. Arranjos produtivos locais apoiados por polticas pblicas no Esprito Santo

    274 3. Capacitao inovativa e competitividade: a construo institucional em dois segmentos tradicionais

    287 4. Comentrios fi nais

    288 Bibliografi a

    291 9. Polticas pblicas e mapeamento de APLs em Mato Grosso do SulCleonice Alexandre Le Bourlegat e Michel ngelo Constantino de Oliveira

    291 Introduo

    292 1. Contexto em que se originou a poltica de APLs em Mato Grosso do Sul

    299 2. Institucionalidade e instrumentos da poltica no mapeamento de APLs

    316 3. Mapeamento de APLs identifi cados e apoiados por polticas pblicas

    324 4. Mapeamento de APLs identifi cados e no apoiados por polticas pblicas

    327 5. Vazios de APLs em Mato Grosso do Sul

    328 6. Avaliao crtica da poltica de APLs em Mato Grosso do Sul

    333 Bibliografi a

    miolo_bndes_completo.indd 19 11/11/2010 15:00:00

  • 335 10. Anlise crtica do mapeamento e polticas para arranjos produtivos locais no Estado de GoisSrgio Duarte de Castro e Luiz Antnio Estevam

    335 1. O aparato institucional das polticas para APLs em Gois

    344 2. Identifi cao, critrios e mapeamento dos APLs em Gois

    354 3. Avaliao das polticas de apoio a APLs em Gois: novas possibilidades e diretrizes

    369 Bibliografi a

    371 Os autores

    miolo_bndes_completo.indd 20 11/11/2010 15:00:00

  • Prefcio 21

    Prefcio

    A economia mundial vive um processo de transformao no qual se testemunham mudanas do peso relativo das economias centrais, dos fluxos de comrcio, dos eixos de formao de preos de bens, servios, ativos e dos fluxos de capital. Enquanto os pases do centro experimentam a ressaca de uma grave crise financeira e as conse-quentes dificuldades financeiras e fiscais, v-se a periferia emergir, impulsionando o crescimento mundial. As economias em desenvol-vimento so, hoje, as grandes fronteiras de crescimento, contrarian-do, assim, tendncias seculares em que vinham a reboque.

    Essa nova geografia econmica global implica mudanas tam-bm no plano poltico e impe desafios e oportunidades para as economias emergentes, com relevantes rebatimentos para o Bra-sil. A recente melhoria na distribuio de renda entre classes e regies no pas deve ser encarada como oportunidade para esti-mular padres de desenvolvimento, aprendizado e inovao que incorporem atores e espaos antes no contemplados. Adiciona-se o crescente interesse dos investidores e empresas dos pases de-senvolvidos na economia brasileira, reforado pelo bem-sucedido enfrentamento da crise de 2008-2009.

    Ao se incorporar ao atual cenrio mundial sob essa nova pers-pectiva, o Brasil se defronta com o desafio de definir qual de-senvolvimento deseja para si, ultrapassando o requisito impres-cindvel de que a poltica macroeconmica deve ser conduzida para que se preserve o crescimento com estabilidade e sustentabi-lidade. Como oportunidade, salienta-se a indita possibilidade de estabelecer novos caminhos de desenvolvimento mais inclusivos e solidrios, que superem tendncias determinadas por padres de produo e consumo no sustentveis e restritivos. Caminhos esses que sejam capazes de ampliar o bem-estar da sociedade, alargando o acesso s condies bsicas de habitao, educao,

    miolo_bndes_completo.indd 21 11/11/2010 15:00:00

  • 22 Prefcio

    sade, cultura e, tambm, de responder aos desafios decorrentes das aspiraes dos novos estratos ascendentes do mercado de tra-balho brasileiro. Isso de forma consistente com a valorizao das nossas riquezas naturais e culturais e de modo sustentvel social e ambientalmente.

    Ante esses desafios, alguns elementos se colocam como cru-ciais. Saliente-se, em particular, a necessidade de intensificao de processos de inovao nas organizaes e de uma distribuio mais equnime das oportunidades de desenvolvimento produtivo e inovativo entre as regies do pas.

    A explorao de alternativas inovadoras de polticas para o desenvolvimento marca o incio deste milnio. Pensar novas for-mas de promover as potencialidades brasileiras em toda a sua dimenso e diversidade mostra-se, assim, mais do que nunca es-tratgico. As novas polticas de desenvolvimento apontam para a superao da dicotomia entre polticas bottom-up e top-down e crescentemente adotam vises multiescalares e mobilizadoras de protagonismos locais. A implementao dessas polticas requer o tratamento transetorial e sistmico das atividades produtivas e inovativas e sua conexo com os territrios oferece oportunidade valiosa para ampliar e sustentar o desenvolvimento. A mobiliza-o de arranjos produtivos de todos os tamanhos e tipos o cami-nho natural para alcanar esse objetivo, assim como uma melhor distribuio regional das atividades econmicas e a mitigao de outras desigualdades.

    Um dos principais objetivos da nova atuao estratgica do BNDES contribuir para o desenvolvimento regional sustentvel integrado e de longo prazo. Para tal, visa-se mobilizar processos de planejamento, aprendizado, criao e uso de conhecimentos, capacitaes produtivas e inovativas e irradiao de sinergias po-sitivas para os ambientes local e regional. Para orientar essa nova poltica, o BNDES estabeleceu dois vetores principais de ao.

    O primeiro vetor visa o apoio ao desenvolvimento integrado do entorno de empreendimentos estruturantes, para no s dimi-nuir os impactos negativos comumente gerados por vultosos in-vestimentos, mas tambm, e principalmente, ampliar e enraizar o impulso dado ao desenvolvimento. Objetiva-se estimular o aden-samento do arranjo produtivo e inovativo no entorno do empre-

    miolo_bndes_completo.indd 22 11/11/2010 15:00:00

  • Prefcio 23

    endimento apoiado, assim como os demais arranjos produtivos e inovativos locais (APLs) existentes e potenciais, a agregao de valor aos bens e servios produzidos localmente e o comprometi-mento das empresas e demais atores com o desenvolvimento in-tegrado local. A priorizao do desenvolvimento do entorno visa abranger os vrios projetos que esto sendo desenvolvidos em infraestrutura, energia, logstica, insumos bsicos siderrgicos, no ferrosos, celulose e petroqumica, incluindo os grandes inves-timentos no mbito do PAC e, com especial nfase, aqueles das regies Nordeste e Norte. H ingredientes indispensveis a essa nova forma de atuao: uma agenda de desenvolvimento territorial que apresente de forma coordenada as demandas definidas por uma institucionalidade local representativa e que explicite as ativi-dades a serem financiadas por um mecanismo financeiro participa-tivo, que pode ser, por exemplo, um fundo de desenvolvimento.

    O segundo vetor de atuao busca a celebrao de parcerias operacionais de modo a influir efetivamente para a atenuao dos desequilbrios inter e intrarregionais e a desconcentrao do desenvolvimento no territrio, enfatizando as macro, meso e microrregies menos desenvolvidas do pas. De acordo com essa orientao, o BNDES est reforando parcerias com o governo federal, mediante incremento de suas relaes com ministrios e agncias, e com estados e municpios, apoiando o fortalecimento de seus sistemas de planejamento e braos executores. A parce-ria com estados foi consubstanciada em uma linha de financia-mento criada no final de 2009, visando estimular a formulao de modelos alternativos de poltica capazes de aproveitar poten-cialidades e abranger atores (especialmente aqueles de peque-no porte), atividades e regies em projetos de desenvolvimento integrado de longo prazo. A linha prev o apoio produo e inovao em APLs, de forma integrada com o financiamento ao planejamento territorial e socioambiental: infraestrutura urbana, saneamento, logstica, sade, educao, cultura e fortalecimento institucional. Objetiva-se intensificar a ao nos estados e nas re-as menos apoiadas pelo BNDES, buscando reduzir desigualdades. Destaca-se tambm a parceria com os estados para o apoio a APLs de baixa renda, com o lanamento de editais para apresentao de propostas, cuja seleo realizada por comits formados pelo

    miolo_bndes_completo.indd 23 11/11/2010 15:00:00

  • 24 Prefcio

    estado e envolvendo outros representantes para conferir maior amplitude de interesses e sustentabilidade. A iniciativa conta com recursos no reembolsveis do BNDES e dos estados que solicitam o apoio.

    Espera-se ainda que a parceria com bancos e agncias de fo-mento viabilize uma ampliao do alcance e atuao do BNDES junto s regies mais distantes e menos desenvolvidas, utilizando recursos reembolsveis. Uma das diretrizes principais de nosso planejamento estratgico o apoio a APLs com crdito. Isso re-quer um avano na construo de polticas mais adaptadas s vo-caes de tais regies e uma maior articulao com os diferentes atores, atuando nos diferentes estados e territrios.

    Com base nas vantagens dessa abordagem, o apoio do BNDES deve se orientar fundamentalmente para a promoo do poten-cial de competitividade e sustentabilidade dos arranjos e sistemas de produo e inovao do pas. Fortalecer a capacidade pblica e privada de planejamento de longo prazo para a identificao de possibilidades de expanso dos arranjos existentes, e de pros-peco de potenciais, mostra-se vital para o estabelecimento de um novo paradigma social, produtivo, inovativo e ambiental. Para isso, se reconhece a necessidade de investimento vigoroso e conti-nuado em educao e conhecimento.

    H, certamente, desafios a enfrentar se queremos, de fato, implementar uma poltica nacional de apoio a APLs: o financia-mento a pequenos e micro empreendedores, as possibilidades de apoi-los de forma coletiva e sistmica e de induzi-los a interagir, visando potencializar a gerao e incorporao de novos conhe-cimentos, inovaes e prticas avanadas de gesto e produo de bens e servios de alta qualidade e valor agregado. Questes como essas esto no cerne das discusses sobre a nova gerao de polticas para APL e se consubstanciam em incentivo para am-pliarmos nossa capacidade de aproveitar o aprendizado que nos trazem as lies de polticas e exemplos de sucesso para poder ir alm.

    Objetivando ampliar o processo de avaliao e reflexo sobre as possibilidades de refinamento das polticas para APLs adota-das no Brasil, o BNDES encomendou o projeto de pesquisa Ma-peamento e Anlise das Polticas para Arranjos Produtivos Locais

    miolo_bndes_completo.indd 24 11/11/2010 15:00:00

  • Prefcio 25

    no Brasil. O projeto, contratado no primeiro semestre de 2009, foi coordenado por pesquisadores integrantes da RedeSist em 22 estados da Federao. Os resultados e recomendaes dessa an-lise inspiram o aprimoramento das polticas implementadas pelo BNDES. Tais resultados so de imensa importncia para subsi-diar a necessria reflexo ampliada sobre as oportunidades de desenvolvimento mais inclusivo, igual e solidrio para o pas, que envolva os demais parceiros que pensam, gerem e apoiam o de-senvolvimento produtivo e inovativo brasileiro.

    com enorme satisfao que o BNDES disponibiliza tais re-sultados neste livro e convida todos aqueles interessados em po-lticas pblicas e privadas no apenas nos rgos e agncias de desenvolvimento, mas tambm nas instituies de ensino e pesquisa e nas empresas e suas representaes a participarem desse processo.

    Luciano CoutinhoPresidente do BNDES

    miolo_bndes_completo.indd 25 11/11/2010 15:00:00

  • miolo_bndes_completo.indd 26 11/11/2010 15:00:00

  • Prembulo 27

    Prembulo

    Desde a sua criao, em 1997, a RedeSist tem destacado que no-vas exigncias de polticas para o desenvolvimento industrial e inovativo fazem parte da agenda de transformaes associadas ao surgimento e difuso da Era da Informao e do Conhecimento. J naquele momento, enfatizvamos que uma das razes para estar-se retardando a sada da crise de adaptao ao novo para-digma (provocada pelas transformaes que se iniciam ainda nos anos 1980 e que envolvem dimenses polticas, tecnolgicas, or-ganizacionais, informacionais, comerciais, financeiras, institucio-nais, culturais e sociais, que se relacionam de maneira dinmica) refere-se exatamente demora em conhecer melhor suas especi-ficidades e traar polticas visando sua superao (CASSIOLATO E LASTRES, 1999, p. 768-769).

    Uma dcada antes, Freeman e Perez (1988) ressaltavam que a adaptao da economia global ao novo paradigma tecnolgico, baseado nas tecnologias de informao, tenderia a se transformar num processo lento e doloroso se deixado por si s. Para eles, po-lticas pblicas e privadas estimulando a promoo e viabilizando a introduo das inovaes e a renovao do processo cumulativo de aprendizado seriam particularmente relevantes.

    No centro dessas percepes, encontra-se o reconhecimento do papel central da inovao, de sua dimenso territorial e do aprendizado. Alm de localizada, a inovao um processo sis-tmico e, portanto, a poltica de desenvolvimento produtivo no novo paradigma deve ser pensada atravs da promoo de arran-jos produtivos locais de todo o tipo.

    Calcada em algumas experincias exitosas, generalizou-se, ao longo dos anos 1990, a percepo sobre a relevncia de tais ar-ranjos e sistemas. A partir de ento, polticas de desenvolvimento territorial baseadas na tica sistmica tm sido objeto de ao

    miolo_bndes_completo.indd 27 11/11/2010 15:00:00

  • 28 Prembulo

    governamental em diferentes pases. A maior parte delas, porm, tem proposto polticas padronizadas, de aparente replicabilida-de, partindo de uma viso equivocada de um mundo globalizado sem grandes diferenciaes. Aqui est o que talvez seja o maior desafio para os formuladores de poltica, pois, como lembra Celso Furtado (1998, p. 74), a globalizao est longe de conduzir adoo de polticas uniformes. (...) As disparidades entre econo-mias no decorrem s de fatores econmicos, mas tambm de diversidades nas matrizes culturais e das particularidades hist-ricas (o que leva a uma especificidade da poltica). Ignorar os processos histricos e sociais envolvidos e encaminhar aes de poltica descontextualizadas sem dvida leva ineficcia da pol-tica (LASTRES et al., 1999).

    O Brasil um dos pioneiros nessa temtica. Um dos aspectos mais importantes da experincia brasileira que, j a partir do final dos anos 1990, polticas centradas na consolidao e for-talecimento de arranjos produtivos locais tm sido geradas nos diferentes estados da federao. Uma das contribuies principais deste livro exatamente a de revelar e analisar essas experincias para os estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste atravs do olhar de professores e pesquisadores da RedeSist que, por mais de uma dcada, tm se dedicado a esta temtica. Juntamente com o outro livro que o acompanha e que se dedica aos estados do Norte e Nordeste, constitui-se em documento chave para se compreender como esse processo de definio e implementao de polticas tem evoludo, quais so seus pontos positivos, que problemas so encontrados e quais so os desafios para uma poltica eficaz vol-tada ao desenvolvimento produtivo e inovativo que incorpore a dimenso territorial no novo paradigma em transformao.

    De fato, os diferentes captulos apontam para uma srie de xitos trazidos pela intensa discusso de um tipo de poltica que no pode ser passvel de padronizao. Conforme demonstrado pelos autores deste livro, avanos expressivos foram realizados, tais como a incluso definitiva dos arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais na agenda de polticas de desenvolvimento.

    Os captulos mostram que existem distintas institucionalida-des e concepes de APLs utilizadas, o que levou elaborao de diferentes programas e aes variadas, com resultados diversos.

    miolo_bndes_completo.indd 28 11/11/2010 15:00:00

  • Prembulo 29

    Um dos principais problemas encontrados refere-se exatamente ao fato de que o conceito de APL foi maiormente entendido como sinnimo de aglomerao setorial, o que restringiu a poltica a uma dimenso muito reduzida, perdendo-se os benefcios da vi-so sistmica acima mencionada.

    A experincia brasileira aponta, assim, para a necessidade de se pensar em uma nova gerao de polticas voltadas aos arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais. Essas devem se propor a partir da leitura cuidadosa da experincia pioneira realizada no Brasil, de seus xitos e limitaes e das qualificaes globa-lizao trazidas pela crise global em curso. A agenda dessa nova gerao de polticas deveria inicialmente se basear, de fato, no pilar que j estava visvel na ltima dcada do milnio anterior: a inovao sistmica, cumulativa e localizada.

    Outros desafios tambm se apresentam para que se possa pen-sar numa nova gerao de polticas voltada a ASPILs. De fato, a crise e seus desdobramentos apontam, entre outras coisas, para o deslocamento do eixo dinmico da economia global tanto do investimento como um todo, como do consumo em direo a pases como China, ndia, Brasil, Rssia e frica do Sul (BRICs) e outros pases em desenvolvimento, em especial os do Sudeste asitico. Sinalizam tambm a potencial mudana de paradigma tecnolgico em direo a novos padres de produo e consumo menos dependentes de recursos no renovveis. Essas alteraes fazem com que novas necessidades de cincia, tecnologia e inova-o se apresentem para o Brasil no futuro prximo.

    Assim, alm de enfatizar o conhecimento e a inovao sist-mica, a poltica de APLs deveria partir da noo de que os siste-mas produtivos e inovativos brasileiros encontram significativa oportunidade, tendo em vista aproveitar as potencialidades dos diferentes biomas e estimular processos inovativos para a produ-o de bens e servios que se direcionem aos mercados internos dos BRICs. Nesse sentido, as capacitaes voltadas utilizao e explorao da especificidade e conhecimento local e contextuali-zado adquirem particular relevncia. Deve-se lembrar que ndia, China e frica do Sul j tm programas de poltica especificamen-te voltados utilizao desse tipo de conhecimentos e a promover inovaes neles baseados. Alm da nfase na inovao, a poltica

    miolo_bndes_completo.indd 29 11/11/2010 15:00:00

  • 30 Prembulo

    de desenvolvimento produtivo deve ser raciocinada de forma ter-ritorial e sistmica e utilizar as vantagens do Brasil para liderar ou, pelo menos, assumir posio destacada no paradigma da sus-tentabilidade que se descortina.

    Jos E. CassiolatoCoordenador da RedeSist

    Bibliografi aCASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. (Eds.). Globalizao e inovao localizada: experincias de sistemas locais no Mercosul. Braslia: Ibict/IEL, 1999.

    FREEMAN, C.; PEREZ, C. Structural crises of adjustment, business cycles and investment behaviour. In: DOSI, G. et al. (Eds.). Technical Change and Economic Theory. Londres: Pinter, 1988.

    FURTADO, C. O capitalismo global. So Paulo: Paz e Terra, 1998.

    LASTRES, H. M. M.; CASSIOLATO, J. E.; LEMOS, C.; MALDONADO, J.; VARGAS, M. A. Globalizao e inovao localizada. In: CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. (Eds.) Globalizao e inovao localizada: expe-rincias de sistemas locais no Mercosul. Braslia: Ibict/IEL, 1999.

    miolo_bndes_completo.indd 30 11/11/2010 15:00:00

  • Apresentao 31

    Apresentao

    Este livro analisa as polticas praticadas em diferentes estados do pas para apoio a arranjos produtivos locais. A sistematizao do conhecimento sobre APLs gera uma significativa contribuio para o avano nesse campo e se constitui em importante fonte de inspirao para estudos posteriores. A nfase dada em polticas o coloca como referncia para o aperfeioamento de aes pblicas e privadas, induzindo o desenvolvimento produtivo e inovativo do pas.

    Os estudos que compem este livro foram financiados pelo BNDES. Visando apoiar a realizao de estudos e pesquisas que orientem novas polticas para o desenvolvimento econmico e so-cial do Brasil e da Amrica Latina, o BNDES criou o Fundo de Es-truturao de Projetos (FEP). O FEP constitudo com parte dos lucros anuais do BNDES. Seus recursos de natureza no reembol-svel destinam-se ao fomento de pesquisas cientficas, prospeco de projetos e estudos sobre polticas pblicas setoriais.

    A pesquisa teve por finalidade alimentar o debate pblico so-bre temas relevantes para o desenvolvimento do pas, gerando e difundindo conhecimento de qualidade que permita identificar oportunidades, ameaas e alternativas para polticas pblicas. Foi realizada sem a interferncia do BNDES, em termos de contedo e orientao, e no visa a construo de proposies exclusiva-mente para a instituio. O contedo dos estudos e pesquisas de inteira responsabilidade de seus autores e deve ser amplamente divulgado a toda a sociedade.

    nesse contexto que foi financiado o projeto Anlise do Ma-peamento e das Polticas para Arranjos Produtivos Locais nas Re-gies Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil, na modalidade pesquisa cientfica. O BNDES proveu os recursos para que uma equipe de mais de 200 pesquisadores de instituies uni-

    miolo_bndes_completo.indd 31 11/11/2010 15:00:00

  • 32 Apresentao

    versitrias de pesquisa em 22 estados, em um grande e indito esforo de pesquisa, produzisse conhecimento sistemtico e orga-nizado sobre como tm sido implementadas polticas de APLs e como se pode aprimor-las.

    Este livro pretende demonstrar que o uso da abordagem de APLs na formulao de polticas ampliou e enriqueceu sobrema-neira o leque de alternativas de polticas para o desenvolvimento produtivo e inovativo no pas, em especial o desenvolvimento com foco no territrio, no espao econmico e social. Essa abordagem parte do reconhecimento de que uma empresa competitiva intera-ge com outros agentes econmicos para os mais variados fins, em especial para inovar. Se essa a referncia, a abordagem, desde uma perspectiva normativa, destaca a necessidade de estimular a cooperao de empresas com outras empresas, produtoras ou fornecedoras de insumos, comercializadoras de bens e servios, e tambm com instituies de ensino e pesquisa, apoio, financia-mento, alm de cooperativas, associaes e sindicatos.

    Fundado na hiptese de que, para a empresa, a inovao fundamental para o processo competitivo, e do entendimento da natureza cumulativa, localizada e sistmica do conhecimento, o referencial de APLs reconhece as diferentes caractersticas de cada ator, sua capacidade de gerar e assimilar conhecimentos, de articular-se com outros atores e fontes de inovao. Alm disso, parte-se da especificao e diferenciao entre distintos sistemas de produo e inovao para entender os fatores determinantes do desempenho competitivo das empresas, voltando-se, portanto, para a investigao da fora competitiva de diferentes conjuntos de empresas e outros atores, suas articulaes e dinmicas, em lugar do foco na empresa individual.

    A abordagem com foco nas interaes entre agentes terre-no frtil para um novo e mais adequado modo de se programar polticas para o desenvolvimento produtivo e inovativo. Isso particularmente relevante no caso de um pas com a dimenso e diversidade do Brasil. A pesquisa executada mostrou que a nfase introduzida com a viso de APLs permitiu a implementao de polticas, ao mesmo tempo, mais focalizadas, abrangentes e ade-rentes a demandas pouco contempladas neste pas continental,

    miolo_bndes_completo.indd 32 11/11/2010 15:00:00

  • Apresentao 33

    as quais, por conseguinte, passaram a ter um reconhecimento e visibilidade inditos.

    O livro aponta para outras oportunidades que se descortinam ao mobilizar e desenvolver atores, laos e atividades locais que podem contribuir para fortalecer e renovar polticas de promoo do seu desenvolvimento. importante louvar a nfase em inova-o em empresas de menor porte e em atividades produtivas cuja relevncia econmica no era, ento, percebida. Isso se deve ao fato de que muitos dos casos estudados foram realizados em esta-dos e regies pouco considerados em pesquisas desse tipo.

    O estudo ressalta tambm importantes avanos j obtidos com polticas para arranjos produtivos e inovativos e identifica oportu-nidades para a formulao de uma nova gerao de polticas. Essa contribuio particularmente relevante em um momento de reno-vao dos modelos de planejamento e de poltica no pas. A disse-minao do conhecimento produzido por esse estudo importante para alimentar e renovar o desenvolvimento de estratgias para o pas, com foco na interao entre agentes e com a demonstrao da importncia do produtivo e da inovao para alm dos espaos tradi-cionalmente considerados e privilegiados por polticas pblicas deste pas at o momento. Destaque-se, em particular, a oportunidade de inserir novos conceitos e novas proposies no marco da elaborao da segunda fase da Poltica de Desenvolvimento Produtivo (PDP) pelo governo federal.

    O BNDES tem por misso institucional promover o desenvol-vimento econmico e social do pas e, para isso, apoia programas, projetos e empreendimentos em diversos setores da economia. No contexto do seu Planejamento Corporativo 2009-2014, o Banco de-limitou o escopo de sua atuao e definiu como misso promover o desenvolvimento sustentvel e competitivo da economia brasileira, com gerao de emprego e reduo das desigualdades sociais e re-gionais. Nesses termos, o BNDES se compromete com o desenvol-vimento do pas em uma concepo integrada, que inclui, de forma explcita, as dimenses social, regional e ambiental.

    Para que esses objetivos sejam alcanados de forma consis-tente, mostra-se vital a constante avaliao da dinmica social e econmica contempornea associada s vrias atividades em que o Banco est envolvido. Alm de reafirmar seu compromisso his-

    miolo_bndes_completo.indd 33 11/11/2010 15:00:00

  • 34 Apresentao

    trico com o fortalecimento dos sistemas produtivos e o desenvol-vimento da infraestrutura, o Banco elegeu dois temas transversais que devem constituir objeto de aes de fomento:i) a inovao, atravs do apoio s atividades de P&D, engenharia

    e outras competncias empresariais associados ao fortaleci-mento da competitividade; e

    ii) o desenvolvimento local e regional, atravs de investimentos integrados em diferentes escalas territoriais e diferentes insti-tucionalidades, priorizando regies menos desenvolvidas.Nesse sentido, o BNDES gostaria de agradecer a todos os en-

    volvidos na pesquisa pelo esforo realizado e pela contribuio ao debate de como a instituio pode melhor atender aos desafios do desenvolvimento brasileiro.

    Joo Carlos FerrazDiretor da rea de Pesquisa

    e Acompanhamento Econmico do BNDES

    Ernani Teixeira Torres FilhoSuperintendente da rea de Pesquisa

    e Acompanhamento Econmico do BNDES

    Leandro CoutinhoChefe de Departamento da rea de Pesquisa

    e Acompanhamento Econmico do BNDES

    Srgio WaddingtonGerente da rea de Pesquisa e

    Acompanhamento Econmico do BNDES

    Martha Pacheco SchererGerente da rea de Pesquisa e

    Acompanhamento Econmico do BNDES

    miolo_bndes_completo.indd 34 11/11/2010 15:00:00

  • Anlise de polticas para arranjos produtivos locais no Brasil: uma introduo 35

    Anlise de polticas para arranjos produtivos locais no Brasil:

    uma introduo

    O conceito e as polticas no pasA abordagem de arranjos produtivos locais (APLs) teve difuso ex-tremamente rpida no pas, substituindo termos afins na grande maioria das agendas de polticas a partir de seu desenvolvimento no final dos anos 1990. Desde ento, os esforos realizados para o seu entendimento e promoo foram pioneiros e importantes, tendo ocorrido nesse perodo um intenso processo de aprendiza-do e de incorporao de conhecimentos.

    A incluso de APLs como prioridade do governo federal forma-lizou-se nos seus Planos Plurianuais, desde 2000, no Plano Nacio-nal de Cincia, Tecnologia e Inovao 2007-2010 e na Poltica de Desenvolvimento Produtivo 2008-2013, entre outros. Destacam-se as aes pioneiras desenvolvidas pelo Ministrio de Cincia e Tecnologia e pelo Sebrae, assim como a criao de uma instncia de coordenao das aes de apoio a APLs no pas, o Grupo de Trabalho Permanente em APLs, responsabilidade do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior. Esses esforos contriburam para a adeso ao termo para alm da esfera pblica federal, estimulando a criao de ncleos estaduais gestores das aes de APLs em cada um dos estados da Federao, alm de iniciativas privadas, em especial dos organismos nacionais de re-presentao empresarial.

    Com isso, h mais de uma dcada, diversas aes de apoio a atividades produtivas com foco no territrio passaram a se orientar a partir da noo de APLs. Em todo o pas, iniciativas do governo federal, dos estados e dos municpios, alm de esforos privados, pautam-se na abordagem de arranjos produtivos, salientando-se,

    miolo_bndes_completo.indd 35 11/11/2010 15:00:00

  • 36 Anlise de polticas para arranjos produtivos locais no Brasil: uma introduo

    at mesmo, a atuao dos bancos, pblicos e privados, os quais reconhecem a importncia de disponibilizar o crdito a APLs.

    Com o objetivo de ampliar o processo de avaliao e reflexo sobre as possibilidades de refinamento das polticas para APLs adotadas no Brasil, o BNDES encomendou o estudo Mapeamento e Anlise das Polticas para Arranjos Produtivos Locais no Brasil.

    A pesquisa, contratada no primeiro semestre de 2009 e desen-volvida durante o ano de 2010, envolveu equipes de pesquisa de universidades de 22 estados da Federao, totalizando mais de 200 pesquisadores especialistas no tema, trabalhando sob a co-ordenao de professores doutores que fazem parte da RedeSist, a qual cunhou o conceito de APLs no final dos anos 1990. Dois coordenadores regionais foram responsveis pelos estudos: a pro-fessora Valdenia Apolinrio, no Nordeste e Amaznia Legal, e o professor Renato Campos, no Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

    O estudo e seus resultadosA anlise realizada avaliou as diferentes formas como o conceito tem sido entendido e utilizado pelas diferentes agncias de pro-moo a APLs e avanou na reflexo sobre o que foi visto e apoia-do como APL, e o que poderia ter sido considerado como tal, mas no havia sido contemplado na agenda de poltica. Foram tambm elaboradas e analisadas as balanas comerciais desses estados, fornecendo os fluxos comerciais entre estados e com o exterior, relacionando esses fluxos com os APLs identificados e apoiados em cada unidade da Federao. Alm disso, foram mapeados os APLs identificados e apoiados nesses 22 estados, apontando-se outros casos que ficaram invisveis e discutidas as vantagens e as limitaes do mapeamento de APLs como instrumento para orientao de poltica.

    So apresentadas sugestes para o aperfeioamento das aes praticadas e para a proposio de formas mais avanadas de pol-ticas capazes de mobilizar o desenvolvimento produtivo e inova-tivo e contribuir para a mitigao de desequilbrios.

    As anlises inspiram o aprimoramento das polticas implemen-tadas pelo BNDES e, tambm, por parceiros que apoiam APLs. Para cumprir esse objetivo, os resultados esto disponibilizados

    miolo_bndes_completo.indd 36 11/11/2010 15:00:00

  • Anlise de polticas para arranjos produtivos locais no Brasil: uma introduo 37

    na pgina do BNDES e da RedeSist, com divulgao atravs de seminrios, artigos e livros como este. Ressalta-se, em particular, a importncia de envolver essas duas centenas de professores, doutorandos, mestrandos e graduandos nesse esforo nacional de reflexo e avaliao sobre como tm sido desenhadas e imple-mentadas as polticas de apoio ao desenvolvimento dos sistemas e arranjos produtivos e inovativos no Brasil.

    Dentre as conquistas e lies alcanadas na formulao e exe-cuo de polticas, destacam-se trs principais:

    resgate das polticas de desenvolvimento e da preocupao com as especificidades e dinmicas territoriais e a consequente ateno s condies especficas de cada contexto local, consa-grando o territrio como locus efetivo das polticas;incluso de atividades, regies e atores geralmente no con- templados na agenda de polticas destaque para os conjuntos de micro e pequenas empresas e empreendedores; e intensificao das articulaes e dos esforos de coordenao abrangendo as diferentes escalas, atores e focos de atuao.Como apontam os estudos do Nordeste e Amaznia Legal, a

    maioria dos estados incorporou a perspectiva do territrio no de-senho e implementao de polticas. Em alguns casos, buscou-se a internalizao dessa perspectiva nos processos decisrios, inclusi-ve com a criao de secretarias e agncias dedicadas ao tema.

    Nos estudos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, nas diferentes experincias e na diversidade caracterstica do aparato institucio-nal em cada um dos estados, verificou-se uma clara trajetria de ampliao da abrangncia e da articulao entre polticas, tanto aquelas de mbito federal quanto estadual. H uma transio do padro de apoio aos APLs em resposta a demandas de carter aleatrio para um apoio mais orientado e em consonncia com as estratgias dos governos estaduais.

    O estudo mostrou, ainda, que os APLs selecionados para apoio so cada vez mais diversificados em termos de atividades produti-vas e de localizao geogrfica nos estados. Alm disso, observou-se uma srie relativamente ampla de aes implementadas.

    Conforme apontado nos diferentes captulos deste livro, os critrios de seleo de APLs para apoio podem ser resumidos em quatro grupos:

    miolo_bndes_completo.indd 37 11/11/2010 15:00:00

  • 38 Anlise de polticas para arranjos produtivos locais no Brasil: uma introduo

    critrios baseados na capacidade e possibilidades de operao dos organismos. Os casos priorizados so aqueles que respon-dem mais facilmente oferta de produtos ou nos quais o apoio j se dava por meio de outros rtulos, como polos, distritos, cadeias, clusters etc.; critrios relacionados forma e grau de desenvolvimento do APL. Nesse caso, a seleo orienta-se pelo nmero e maturida-de de instituies participantes; pela presena de representa-o capaz de mobilizar e coordenar a ao coletiva uma go-vernana local; ou pela existncia e qualidade dos vnculos entre as empresas e demais atores;critrios baseados na relevncia e repercusso socioeconmica da atividade-chave do APL, como impacto no PIB, nas exporta-es e no nvel de emprego, por exemplo; e critrios baseados na capacidade de gerar novas oportuni- dades para o desenvolvimento social e econmico e para a inovao. A anlise realizada neste livro mostra tambm que, apesar dos

    avanos, as aes so, em grande maioria, baseadas em modelos de apoio ainda pontuais e que tm em seu cerne apenas a oferta dos produtos tradicionalmente utilizados pelos organismos, sem que haja um desenho articulado de suas estratgias voltado para as necessidades e oportunidades do local e para o desenvolvi-mento sistmico. Refora-se que as polticas orientadas apenas para o investimento no APL diferem em muito das que visam seu desenvolvimento, ou pr-APL.

    Ainda persistem prticas de apoio s empresas que no privile-giam a viso sistmica para o seu desenvolvimento sustentvel, e, muitas vezes, desconsideram os impactos da sua implementao. Um importante exemplo so aes sem compromisso com o aden-samento e enraizamento das atividades no local e que acabam por estimular as empresas a comprar fora de seus arranjos e regies. Tal tipo de apoio pode provocar a desarticulao da produo local, o que particularmente grave nas reas menos desenvol-vidas, reforando a fragmentao produtiva e as desigualdades regionais, econmicas e sociais.

    Do mesmo modo, mostra-se necessria a superao de mode-los de poltica padronizados e orientados por uma lgica adminis-

    miolo_bndes_completo.indd 38 11/11/2010 15:00:00

  • Anlise de polticas para arranjos produtivos locais no Brasil: uma introduo 39

    trativa, com tendncia a estabelecer atributos e regras ideais de funcionamento de um territrio, APL ou empresa e que conferem papel central a mtodos quantitativos. A anlise realizada na pes-quisa mostrou que tais modelos podem vir a ser incuos ou at prejudiciais.

    Consolida-se a percepo de que conceitos restritos, modelos nicos, taxonomias e metodologias descontextualizadas e mapea-mentos baseados em indicadores econmicos convencionais no captam a realidade do pas e consideram apenas partes dos siste-mas de produo e inovao.

    Por uma nova gerao de polticas para os arranjos produtivos locais As possibilidades de reunir aqueles que pensam, desenham e im-plementam novas polticas para o desenvolvimento produtivo e inovativo so vigorosas para a formulao e implementao de uma nova gerao de polticas para APLs. Coloca-se imperati-va a explorao de novas alternativas de desenvolvimento com equidade, coeso, conhecimento e sustentabilidade. necessrio avanar no desenho e na implementao de polticas capazes de aproveitar, em toda a sua especificidade e complexidade, propos-tas e processos de desenvolvimento condizentes com as reais po-tencialidades e necessidades brasileiras.

    As novas polticas precisam estar embasadas em uma srie de aspectos quanto ao seu foco e forma de seleo e apoio. O primei-ro elemento relevante para a nova gerao de polticas a nfase na gerao e assimilao de conhecimentos e o desenvolvimento das capacitaes produtivas e inovativas locais. O foco deve estar na promoo e no desenvolvimento de potencialidades e na valo-rizao das oportunidades econmicas, sociais, culturais, ambien-tais e de inovao no local e no pas.

    O segundo elemento refere-se lgica de escolha de APLs para o apoio e necessidade de utilizar modelos capazes de mobilizar propostas e processos locais, com base em toda a potencialidade da demanda dos diferentes APLs. Diferentemente da escolha a priori de APLs, a nova forma de seleo deve ser baseada em: (i) concei-tos que no se restrinjam de antemo a casos mais desenvolvidos

    miolo_bndes_completo.indd 39 11/11/2010 15:00:00

  • 40 Anlise de polticas para arranjos produtivos locais no Brasil: uma introduo

    e visveis, concentrados espacialmente, em termos de atividade e pblico-alvo; (ii) critrios claros, que levem em considerao as prioridades estratgicas do governo federal e dos organismos de apoio.

    O terceiro elemento relaciona-se ao contedo das polticas dessa nova gerao. Destaca-se o objetivo de estimular aes coletivas e sistmicas que gerem sinergias e resultem no desen-volvimento sustentvel dos diferentes arranjos e suas empresas, assim como dos territrios que os abrigam. Aponta-se a urgncia de elaborar novas formas de apoio, inclusive com a criao de mecanismos e instrumentos que estimulem a interao entre os atores dos arranjos e entre diferentes APLs.

    O aproveitamento das oportunidades para o desenvolvimento e o uso de conceitos, indicadores e modelos prprios, sistmicos e adequados , portanto, chave na nova gerao de polticas para APLs. Em resumo, imperativo que esses modelos:

    reconheam, permitam e promovam o acolhimento de deman- das dos diferentes territrios em toda a sua diversidade;visem o apoio ao conjunto dos atores e interao e coopera- o em projetos coletivos e interdependentes; tenham em seu centro o objetivo de mobilizar a capacidade de adquirir e usar conhecimentos, inovaes e prticas avanadas e sustentveis de produo de bens e servios; visem o desenvolvimento enraizado, inclusivo, coeso e susten- tvel; articulem as dimenses territorial, econmica, social, cultural, ambiental e poltico-institucional; eintegrem as prioridades do desenvolvimento nacional, regio- nal, estadual e local em uma perspectiva de longo prazo.

    Cristiane GarcezEduardo Kaplan

    Walsey Magalhes Cristina Lemos

    Helena M. M. LastresAssessores do Presidente e membros da

    Secretaria de Arranjos Produtivos, Inovativos e Desenvolvimento Local e Regional do BNDES

    miolo_bndes_completo.indd 40 11/11/2010 15:00:00

  • 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais 41

    1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais

    Renato Ramos Campos Marco Antonio Vargas

    Fabio Stallivieri

    Na dcada de 1990 tornaram-se visveis as mudanas no padro fordista de produo do ps-guerra, que afetaram as condies de concorrncia e estimularam a dimenso sistmica da competi-tividade em condies de mundializao desses processos. Entre essas mudanas, destacou-se a crescente importncia das relaes entre as empresas e entre estas e as instituies para as condies de competitividade. Essas relaes estimularam a formao de redes e criaram novas oportunidades de desenvolvimento para as pequenas empresas. Nesse contexto, desenvolve-se a noo de arranjos e sistemas inovativos e produtivos locais, utilizada como referncia para a anlise emprica de inmeros casos de aglomeraes produtivas no Brasil. Recupera-se com essa noo a dimenso sistmica e localizada dos processos de aprendizagem e de criao de competncias e a importncia das relaes coopera-tivas entre empresas, destacando o papel da ao coordenada em aglomeraes produtivas localizadas.

    A dcada seguinte caracterizou a adoo dessa noo na for-mulao de polticas, inicialmente pelos rgos das reas de de-senvolvimento industrial e regional do governo federal e, pos-teriormente, pelos diversos governos estaduais. Do ponto de vista normativo, o conceito de APL foi amplamente utilizado, seja como instrumento de poltica industrial, cientfico-tecnolgico ou de desenvolvimento regional. Da mesma forma, tais intervenes assumiram diferentes conotaes: em alguns casos, enfatizando externalidades de aprendizagem decorrentes da proximidade ter-ritorial; em outros, os ganhos decorrentes da articulao coopera-tiva de pequenas empresas.

    miolo_bndes_completo.indd 41 11/11/2010 15:00:00

  • 42 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais

    Tendo em vista a diversidade das experincias estaduais em termos de polticas para APLs, o projeto de pesquisa, cujos resul-tados so apresentados neste livro, teve por objetivo analisar as concepes, formatos e abrangncia dessas polticas, procurando avaliar o desenvolvimento e as possibilidades dessa prtica no Brasil. O objetivo central foi o de consolidar conhecimentos so-bre experincias de identificao de Arranjos Produtivos Locais e avaliar as polticas de apoio existentes. Foram pesquisados os se-guintes estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paran, que formam a regio Sul do pas; So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Esprito Santo, que compem a regio Sudeste; e Mato Grosso do Sul e Gois, da regio Centro-Oeste.1

    Um primeiro objetivo especfico da pesquisa foi o de analisar os levantamentos de APLs j existentes em cada estado, identifi-cando aqueles considerados nas polticas de instituies pblicas e privadas. Foram relacionados tambm os APLs identificados em estudos e pesquisas ou reconhecidos como tal por instituies, mas que no foram selecionados como objeto das polticas de apoio. A anlise das listagens procurou relacionar as caractersti-cas dos APLs que foram ou no foco de polticas, as instituies de apoio e o tipo de poltica adotada. Esse procedimento foi comple-mentado pela identificao e anlise dos critrios utilizados pelas instituies para a seleo dos APLs inclusos em sua poltica.

    Um segundo objetivo especfico foi o levantamento e a ca-racterizao de aes de polticas pblicas e privadas de apoio a APLs, destacando a estrutura de apoio, a coerncia das polticas com o conceito de APL, o grau de difuso e a efetividade das polticas implementadas. Foram considerados na identificao e anlise das polticas os instrumentos, a abrangncia e as caracte-rsticas do objeto da poltica quanto atividade econmica e a sua localizao no territrio estadual.

    A pesquisa objetivou tambm analisar as vantagens e limita-es dos diversos mapeamentos de APLs e seus impactos na orien-tao das polticas de apoio. Essa anlise permitiu a sugesto de polticas para apoio a arranjos produtivos e desenvolvimento

    1. Um outro conjunto de estudos, baseado na mesma metodologia desenvolvida para o presente projeto, apresenta o estudo de experincias de polticas para APLs nos estados da regio Norte e Nordeste do pas.

    miolo_bndes_completo.indd 42 11/11/2010 15:00:00

  • 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais 43

    regional, explorando tambm as possibilidades de ampliao da abrangncia dessas polticas e de incluso de atores atualmente marginalizados na agenda poltica para APLs.

    Alm desses objetivos, a pesquisa fez um exerccio de anlise, utilizando bancos de dados estatsticos dos governos estaduais sobre operaes de compra e venda de empresas, para observar a participao econmica dos APLs nessas operaes que caracteri-zam a balana comercial entre os estados.

    Com base nesses objetivos e procedimentos, foram elabora-dos diversos relatrios intermedirios para cada um dos estados, com foco nos diferentes recortes temticos. O primeiro relatrio contemplou uma anlise sobre as metodologias de mapeamento e identificao e os critrios de seleo para polticas de apoio. O segundo relatrio analisou a relao entre os APLs e o balano de pagamento dos estados. O terceiro relatrio abordou a carac-terizao, anlise e sugestes para adensamento das polticas de apoio a APLs implementadas nos estados.2

    As contribuies incorporadas neste livro contemplam uma sntese dos resultados, concluses e recomendaes. Essa anli-se final considerou as vantagens e limitaes do mapeamento de APLs como instrumento para orientao de polticas, a anlise crtica das experincias e a sugesto de novas polticas para apoio a arranjos produtivos e desenvolvimento regional.

    Quanto ao mapeamento e identificao de APLs, a pesquisa considerou tanto os que foram includos nas polticas (aqui de-nominados de apoiados) quanto os que no foram selecionados (denominados de no apoiados). Identificou-se para esse dois conjuntos a localizao (segundo a microrregio) e a atividade econmica (segundo o CNAE).3 A Tabela 1, a seguir, apresenta os dados referentes somente aos 426 APLs que foram includos na pesquisa como apoiados.

    2. Alm desses produtos, foram elaboradas listagens dos arranjos produtivos lo-cais nos estados, bem como realizados dois seminrios para debate das questes metodolgicas.3. Em termos de recorte temporal, os anos de 2008 e 2009 foram utilizados como referncia para as aes das instituies voltadas aos APLs nos estados. O recorte temporal para o segundo grupo, dos no apoiados, refere-se ao perodo do incio do ano 2000 ao final do ano de 2008.

    miolo_bndes_completo.indd 43 11/11/2010 15:00:00

  • 44 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais

    Tabela 1 Arranjos produtivos locais apoiados por estado (2009)

    APLs / estadosN de APLs

    Apoiados % do total de apoiadosRio Grande do Sul 33 7,75%Santa Catarina 69 16,20%Paran 22 5,16%So Paulo 27 6,34%Minas Gerais 34 7,98%Rio de Janeiro 69 16,20%Esprito Santo 18 4,23%Gois 59 13,85%Mato Grosso do Sul 95 22,30%Total 426 100%

    Fonte: Projeto de pesquisa Anlise do Mapeamento e das Polticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil (2009).

    Estados com grande diversificao da estrutura produtiva e com polticas explicitadas em programas bem definidos possuem relativamente poucos APLs apoiados, como os de Minas Gerais, So Paulo, Paran e Rio Grande do Sul. O maior nmero de APLs apoiados nos estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Gois e Rio de Janeiro revelam outras caractersticas locais de formulao das polticas, como, por exemplo, o tipo de rgo que a est executando. Portanto, a quantidade de APLs apoiados no um indicador seguro da intensidade no uso desses instrumentos de poltica. A pesquisa constatou que a abrangncia da poltica quanto ao nmero de APLs que foram objeto de apoio por estado bastante diferenciada.

    Tambm a abrangncia setorial e espacial da poltica bas-tante diferenciada entre os estados. A Tabela 2 apresenta a dis-tribuio relativa, segundo a atividade econmica, dos 426 APLs identificados no estudo e que so apoiados por algum tipo de ao institucional. Percebe-se a predominncia dos arranjos em atividades industriais (indstria extrativa e de transformao). Do total, aproximadamente 50% dos arranjos (215) esto relaciona-dos a esse tipo de atividade. As atividades ligadas agroindstria agrupam 33% dos arranjos identificados (140 APLs); a servios, 13% (55 arranjos); e ao comrcio, 4% (16 APLs).

    miolo_bndes_completo.indd 44 11/11/2010 15:00:00

  • 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais 45

    Tabela 2 Distribuio dos arranjos produtivos locais por estado e por atividade econmica

    Atividade econ-mica/ estado

    Agroindstria Indstria1 Servios Comrcio

    TotalN

    % do total do estado

    N% do

    total do estado

    N% do

    total do estado

    N% do

    total do estado

    Rio Grande do Sul 8 24,24% 22 66,67% 3 9,09% 0 0,00% 33Santa Catarina 24 34,78% 28 40,58% 14 20,29% 3 4,35% 69Paran 0 0,00% 17 77,27% 5 22,73% 0 0,00% 22So Paulo 1 3,70% 26 96,30% 0 0,00% 0 0,00% 27Minas Gerais 4 11,76% 28 82,35% 2 5,88% 0 0,00% 34Rio de Janeiro 15 21,74% 40 57,97% 13 18,84% 1 1,45% 69Esprito Santo 1 5,56% 9 50,00% 2 11,11% 6 33,33% 18Gois 19 32,20% 27 45,76% 12 20,34% 1 1,69% 59Mato Grosso do Sul 68 71,58% 18 18,95% 4 4,21% 5 5,26% 95

    Total 140 32,86% 215 50,47% 55 12,91% 16 3,76% 426Fonte: Projeto de pesquisa Anlise do Mapeamento e das Polticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil (2009).Notas: 1 Neste conjunto de APLs esto agrupados os arranjos relacionados s atividades da indstria de transformao e da indstria da extrao mineral.

    Especificamente nos estados com estrutura produtiva mais di-versificada, como So Paulo, Paran e Minas Gerais, essa concen-trao em atividades industriais superior a 75% dos arranjos identificados e apoiados. Um segundo grupo de estados, como o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Esprito Santo, tambm apresenta concentrao elevada de APLs em atividades indus-triais, mas menor que o do grupo anterior (entre 66% e 50%). A predominncia de APLs na atividade industrial parece responder tambm capacidade do estado de articular sua poltica de APLs s estratgias de desenvolvimento estadual, como fizeram os es-tados de Minas Gerais, So Paulo, Paran e Rio Grande do Sul, conforme analisado mais adiante.

    Os APLs ligados a atividades da agroindstria tambm pos-suem uma participao relativa elevada no total de arranjos iden-tificados. Mais especificamente, no estado do Mato Grosso do Sul, os arranjos relacionados a essas atividades chegam a 71% do total, o que reflete a estrutura produtiva do mesmo. Em Santa Catarina, Gois, no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro a par-ticipao relativa dos arranjos ligados a essas atividades tambm

    miolo_bndes_completo.indd 45 11/11/2010 15:00:00

  • 46 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais

    assume um percentual consideravelmente elevado (34%, 32%, 24% e 21%, respectivamente).

    Apesar da baixa participao relativa de APLs ligados a ativi-dade de servios, nota-se que, num conjunto de quatro estados, essa supera a mdia identificada no estudo. No Paran, em Gois, em Santa Catarina e no Rio de Janeiro percebe-se uma presen-a mais intensa de arranjos ligados a atividades de servios. As atividades ligadas ao comrcio possuem uma participao rela-tiva mais reduzida nos APLs identificados. Apenas no estado do Esprito Santo essa presena maior. Nos demais estados, esse percentual inferior a 5% ou mesmo no existe.

    Os vrios mapeamentos produzidos pelos diversos rgos que deram algum tipo de apoio a APLs apresentaram grandes varia-es quanto s caractersticas dos arranjos includos nas listagens, na medida em que foram elaborados para atender ao especi-fica desses rgos, que atuavam em campos e com objetivos di-versos. Essas diferenas esto relacionadas tambm aos critrios utilizados para a seleo de APLs contemplados pelas polticas. Tais critrios dependiam do conceito utilizado para definir o ar-ranjo produtivo local a ser objeto da poltica. Concepes mais restritas de APLs como um fenmeno prprio de aglomeraes de pequenas empresas excluam, por exemplo, aqueles caracteriza-dos por articulaes entre empresas de uma rede de fornecedores da qual participavam grandes e mdias empresas. Concepes tambm mais restritas quanto dimenso sistmica do fenme-no acabavam por excluir das configuraes dos APLs segmentos da cadeia produtiva local mais afastados da atividade produtiva predominante. Por outro lado, concepes que condicionavam a possibilidade de apoio existncia de uma coordenao das ativi-dades no interior dos arranjos acabava por no incluir na poltica inmeros APLs que existiam como aglomeraes de empresas em uma mesma atividade produtiva, mas que no possuam uma co-ordenao explcita.

    A seleo dos APLs apoiados e os mapeamentos elaborados responderam s concepes diferenciadas sobre as aglomeraes produtivas e s especificidades dos rgos que realizaram as pol-ticas, assim como s caractersticas das estruturas produtivas dos estados. Mas, to relevante quanto esses determinantes, foi o fato

    miolo_bndes_completo.indd 46 11/11/2010 15:00:00

  • 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais 47

    de as polticas de apoio aos APLs no estarem integradas a uma estratgia dos governos estaduais, sendo, na maioria dos casos, apenas uma ao de articulao entre diferentes instituies de apoio.

    Uma vez estudadas as caractersticas do conjunto de APLs existentes nos diversos mapeamentos e includos ou no nas po-lticas, a pesquisa procura avanar na anlise das experincias estaduais. Considera-se, nessa breve apresentao, a trajetria de cada estado na elaborao e implementao de suas polticas de apoio a APLs. Cada captulo do livro sintetiza a experincia de um dos estados pesquisados. Sem objetivar comparaes entre as ex-perincias estaduais, so levantadas, nesta introduo, algumas questes sobre os resultados obtidos.

    na dcada atual que a maioria dos estados analisados inicia a execuo de polticas de apoio a APLs, pautados, principalmente, pela ao do governo federal, por meio do Grupo de Trabalho Per-manente para Arranjos Produtivos Locais GTP-APL do Minist-rio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC.

    Como demonstram as vrias experincias, o desenvolvimento das polticas no mbito dos estados das regies Sul, Sudeste e Centro-Oeste estabeleceu fortes relaes com os estmulos do go-verno federal, principalmente devido ao papel e a importncia do GTP-APL do MDIC no processo de formalizao das polticas. Con-forme destacado nos diferentes estudos, o GTP-APL foi instalado em 2004 no Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior por Portaria Interministerial, envolvendo 23 instituies, com o objetivo de adotar uma metodologia de apoio integrado a arranjos produtivos locais com base na articulao de aes go-vernamentais. Por meio de um processo inicial de mapeamento, foi identificado um nmero expressivo de APLs, o que levou o MDIC a induzir os estados a formalizarem os seus mecanismos de apoio a arranjos produtivos locais, atravs da criao de Ncleos Estaduais de Apoio ou organizaes semelhantes, como a Rede APL. Assim, em muitos dos estados analisados, a formalizao das polticas para arranjos produtivos locais foi estimulada a partir das demandas do GTP-APL.

    Esse estmulo, que atingiu todos os estados, marcou, em al-guns, o incio da adoo das polticas e, em outros, o reforo da

    miolo_bndes_completo.indd 47 11/11/2010 15:00:00

  • 48 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais

    ao de rgos que j atuavam nesse campo, como as federaes estaduais das indstrias e, principalmente, as unidades estaduais do Sebrae. No caso das regies Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, a origem das polticas de apoio a APLs foi, basicamente, as iniciativas de apoio a micro e pequenas empresas por rgos pblicos no governamentais. Tais rgos passaram a adotar a noo de arranjo produtivo local para estimular o desenvolvimen-to de micro e pequenas empresas situadas em aglomeraes pro-dutivas. Nessa ao, o estmulo cooperao proporcionada pela proximidade entre os agentes era um dos principais instrumentos da poltica. A utilizao da noo de APLs permitiu reorganizar a forma de interveno desses rgos, dirigindo sua ao de apoio no mais para empresas isoladas, mas procurando estimular as articulaes entre empresas e instituies de apoio ou fomento e a formao de redes, com vista ao desenvolvimento de capacita-es competitivas frente s novas exigncias dos processos con-correnciais.

    O caso do Rio Grande do Sul, analisado no Captulo 2, destaca-se pelo pioneirismo da ao do governo estadual que, j em 1999, criou o Programa de Apoio aos Sistemas Locais de Produo. Nes-sa experincia, foram destaques as caractersticas de incluso do programa no oramento pblico estadual e sua articulao com as polticas estaduais de desenvolvimento industrial e regional.

    Tal poltica, entretanto, no manteve a dimenso estratgica definida na gesto do governo que a implantou. A pesquisa mos-trou a gradativa reduo do uso da mesma como instrumento de uma estratgia de desenvolvimento industrial e regional do esta-do em direo a uma poltica de apoio a demandas locais. Esse foi o nico caso em que a capacidade de utilizao da poltica pelo governo do estado para articulao com as demais estratgias de desenvolvimento foi gradativamente enfraquecida.

    A anlise da experincia catarinense no Captulo 3 mostra uma trajetria de desenvolvimento da poltica ainda restrita ao apoio s demandas especficas de APLs, sem uma articulao com polticas estaduais de desenvolvimento regional e produtivo que representem uma ao estratgica de governo. Na atual dcada, a ao de alguns rgos estaduais proporcionou apoio a APLs que j constituam importante base industrial e tambm a APLs em

    miolo_bndes_completo.indd 48 11/11/2010 15:00:00

  • 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais 49

    processo de consolidao. O estudo mostra ainda a existncia de um aparato j consolidado de administrao descentralizada e a experincia associativa regional presente no estado, alm da ao articuladora da Cmara de Arranjos Produtivos Locais e de Redes de Empresas, existente desde 2004, que foi transformada no ncleo gestor estadual do GTP-APL em 2008. Entretanto, no houve um movimento em direo utilizao desse instrumento de poltica articulado a uma estratgia de desenvolvimento local e produtivo, como ocorreu em outros estados.

    Na experincia do Estado do Paran, analisada no Captulo 4, a poltica implantada em 2004, numa articulao entre a Secretaria de Planejamento do Governo do Estado, a Federao das Indstrias do Estado do Paran e o Sebrae-PR. Dessa articula-o, surge o programa estadual de apoio e forma-se a Rede APL, cuja coordenao assume o papel de ncleo gestor estadual da poltica. Nessa experincia, o destaque a sistematizao prvia quanto seleo dos APLs a serem includos. A realizao de um estudo para a hierarquizao dos APLs serviu de base para a se-leo dos APLs estratgicos para o estado. Os autores chamam a ateno para as dificuldades de coordenao estadual na medida em que o arranjo institucional (criado) foi eficiente por incor-porar o conceito de APL no mbito das aes institucionais e por difundi-lo no interior da atividade produtiva, especialmente in-dustrial; entretanto, na etapa correspondente implementao de polticas propriamente ditas, a Rede APL revelou uma clara fragilidade para implementar polticas coordenadas de mdio e longo prazo.

    No Captulo 5, pode-se observar que no Estado de So Paulo a trajetria da poltica de apoio a APLs teve origem nas iniciati-vas relativamente independentes da Fiesp e do Sebrae-SP, que se articulam posteriormente em uma ao conjunta, com programas que visam estimular a competitividade em APLs. Em 2004, o go-verno do estado inclui o programa de apoio no PPA e, em 2007, cria a Rede APL. Em 2008, firmado convnio com o Banco In-teramericano de Desenvolvimento BID, objetivando aumentar a competitividade das empresas que fazem parte de 15 APLs se-lecionados, e, em 2009, o decreto do governo estadual institui o Programa Estadual de Fomento aos APLs como parte da estratgia

    miolo_bndes_completo.indd 49 11/11/2010 15:00:00

  • 50 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais

    de desenvolvimento local integrado. Esse o aspecto a destacar dessa experincia.

    O Programa de Desenvolvimento Local definido no PPA 2008-2011 d continuidade ao Programa de Desenvolvimento Susten-tvel do PPA 2004-2007, mas com uma importante mudana de foco. Anteriormente, o foco era voltado para o desenvolvimento de metodologias para a organizao de APLs. Agora, o foco o incremento da competitividade das MPMEs e de setores relevan-tes da economia paulista, por meio do investimento direto em in-fraestrutura, equipamentos, programas especficos de capacitao e transferncia de tecnologia s MPMEs. As iniciativas previstas concentram-se nas chamadas aes horizontais, apoiadas prin-cipalmente na implantao de Centros de Servios voltados para a competitividade das cadeias produtivas atendidas (centros de ca-pacitao/formao; laboratrios de centros de suporte tecnolgi-co; ncleos de inteligncia; centros de servios integrados etc.).

    Uma caracterstica da trajetria de Minas Gerais, apresentada no sexto captulo, o desenvolvimento de um processo sistem-tico, na atual dcada, de forte consolidao desse campo de po-ltica no mbito do governo estadual. Os autores mencionam um conjunto de atividades, tais como: os diversos mapeamentos rea-lizados no incio de 2000, o fortalecimento do aparato institucio-nal a partir de 2006, com a aprovao da lei de Poltica de Apoio aos Arranjos Produtivos de Minas Gerais, e a instalao do ncleo gestor estadual do GTP-APL, em 2008. A anlise da poltica no estado de Minas Gerais aponta para a realizao de aes recen-tes voltadas operacionalizao da poltica estadual de apoio aos APLs em diversas dimenses, que contemplam o estabelecimento de mecanismos de financiamento, promoo de sinergias entre agentes econmicos e apoio a eventos especficos. O destaque, entretanto, recai sobre o acordo financeiro firmado pelo Governo de Minas Gerais, no final de 2009, com o BID, objetivando fomen-tar a competitividade dos arranjos produtivos locais, com base na ampliao da produtividade das empresas.

    O caso do Rio de Janeiro, analisado no stimo captulo, aponta para o esforo de planejamento estratgico e de prospeco tecno-lgica e regional nas aes de apoio a APLs desenvolvidas no esta-do. Entretanto, destaca que tais aes estruturam-se, geralmente,

    miolo_bndes_completo.indd 50 11/11/2010 15:00:00

  • 1. As experincias estaduais de polticas para arranjos produtivos locais 51

    de forma burocrtica, circunscrevendo-se definio (e eventual quantificao) de objetivos e metas, mas raramente se articu