polÍtica de desenvolvimento territorial e movimentos sociais … · 2012-09-20 · recente...
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POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS DO CAMPO: UMA LEITURA DOS TERRITÓRIOS DE
IDENTIDADE – BAHIA
Solange Maria Santana Couto Universidade Federal da Bahia – UFBA
Resumo
Este artigo propõe uma investigação acerca da Política de Desenvolvimento Territorial Rural e sua relação com as demandas dos movimentos sociais de luta pela Reforma Agrária, nesse sentido busca-se compreender a gênese de uma política pública implementada no Espaço Geográfico e de que forma as necessidades da sociedade que compõem esse território são consideradas. É de fundamental importância identificar o que tem sido escrito a esse respeito e ao mesmo tempo perceber a importância das diversas forças históricas que atuaram nesse espaço, o que pode justificar sua configuração atual. Nesse contexto busca-se compreender também a importância histórica dos movimentos sociais do campo seus avanços e retrocessos na busca por um estado mais justo e igualitário no que tange a concentração de terras. Assim definiu-se os 26 Territórios de Identidade, Estado da Bahia como lócus dessa análise Palavras-chave: Espaço Geográfico. Território. Políticas Públicas. Questão Agrária. Movimentos sociais.
Introdução
Tendo em vista a constante necessidade em compreender a estrutura agrária brasileira
que apesar dos muitos anos de déficit no que tange as comunidades tradicionais que
coabitam esse espaço, apesar dos inúmeros esforços dos grupos sociais que não se
deixam intimidar pelas forças do capital que os tem expropriado, nota-se grande
necessidade em compreender de que forma as políticas púbicas que se propõem a
minimizar essa problemática tem sido efetivadas na concretude de suas ações.
Diante dessa perspectiva escolheu-se analisar de que forma a Política de
Desenvolvimento Territorial Rural tem atendido aos interesses dos movimentos sociais
de luta pela Reforma Agrária no que se refere ao estado da Bahia tendo em vista a
recente divisão do Estado em Territórios de Identidade a partir da proposta Federal.
E necessário compreender a conflitualidade existente entre as demandas dos
movimentos sociais e as Políticas Públicas de Desenvolvimento Territorial no que se
refere a busca pela Reforma Agrária no Estado da Bahia, tendo como espaço lócus 26
Territórios de Identidade recortados pela Secretaria de Planejamento do Estado
(SEPLAN) tendo como modelo a divisão nacional em Territórios Rurais proposta pelo
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Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Não se pode negar a existência de
grande quantidade de conflitos entre os objetivos dos movimentos sociais do campo e as
propostas do governo do Estado, para solucionar a questão agrária, tanto em esfera
Nacional quanto na realidade do estado da Bahia.
Para analisar essa política pública associado-a aos objetivos dos movimentos sociais se
faz necessário identificar os pressupostos históricos responsáveis pela configuração
atual do espaço agrário brasileiro. definir que categorias geográficas melhor
responderão aos questionamentos. Para tanto foi definido o Espaço Geográfico que, por
ser a categoria central dos estudos geográficos, deve apresentar de forma clara a
organização da sociedade em dado espaço, o Território, utilizado tanto na referida
política quanto na ação dos movimentos sociais. Serão destacados também os conceitos
de política pública e de ordenamento territorial utilizados pelo governo na referida
política, além do conceito de Reforma Agrária utilizado nessa pesquisa.
Espaço geográfico e território: uma perspectiva teórico-conceitual Antes de se ater ao objeto de estudo é necessário caracterizar os conceitos que serão
utilizados para melhor fundamentar a análise. Assim foram escolhidas as categorias
Espaço e Território e a partir da leitura de diversos autores será possível identificar uma
base conceitual que melhor identifique a proposta de análise. Assim pode-se dizer que:
Na verdade, não se trata, evidentemente, de distinguir de maneira clara ou mesmo rígida espaço e território. Embora não equivalentes, como se referiu Raffestin, espaço e território – o espaço não como um outro tipo de “recorte” ou “objeto empírico” (tal como na noção de “matéria-prima preexistente” ainda não apropriada) mas, num âmbito mais epistemológico, como um outro nível de reflexão ou um “outro olhar”, mais amplo e abstrato, e cuja “problemática” específica se confunde com uma das dimensões fundamentais, da sociedade, a dimensão espaciais. Ao território caberia, dentro desta dimensão, um foco centralizado na espacialidade das relações de poder (HAESBAERT, 2009, p. 105)
Segundo Haesbaert, não se pretende fazer distinções entre as categorias de análise mais
possibilitar uma visão ampla acerca das questões que envolvem o objeto de análise, sem
para tanto perder a importância das vertentes que iram fundamentar a questão. Destaca-
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se que a importância de cada conceito se dá a partir de uma análise crítica acerca da
abordagem de inúmeros autores que irão subsidiar o trabalho.
As questões envolvendo o Espaço Geográfico têm um dinamismo que é proporcionado,
principalmente, pela sociedade que se apropria deste. Assim, não há como analisar o
Espaço Geográfico sem considerar as questões sociais, econômicas, políticas e culturais
que o constitui, pois, não considerar esses fatores significa não compreender sua gênese
por não identificar a conflitualidade presente. Nesse sentido Santos (1997) analisa o
Espaço como:
[...] uma instância da sociedade, ao mesmo título que a instância econômica e a instância cultural-ideológica. Isso significa que, como instância, ele contém e é contido pelas demais instâncias, assim como cada uma delas o contém e é por ele contida. A economia está para o espaço assim como o espaço esta para a economia. O mesmo se dá com o político-ideológico e com o cultural-ideológico. Isso quer dizer que a essência do espaço é social [...] (SANTOS, 1997, p.1)
Para Santos (1997) o “espaço é social” e como tal encontra-se envolvido por diversos
processos, os quais possibilitam sua configuração em cada tipo de sociedade, entretanto
não há como analisar o Espaço Geográfico sem considerar tais instâncias da sociedade.
Desse modo, analisar dada política territorial requer conhecer as condições sociais que
esta é submetida em determinado espaço. Dessa forma compreende-se que para
compreender a política de desenvolvimento territorial, antes é preciso compreender o
conjunto de relações existentes no espaço em que esta se desenvolverá.
Analisar o Espaço Geográfico requer uma leitura crítica sobre a realidade considerando
tanto a rede de relações responsável pela formação deste quanto os objetos e ações que
se materializam neste enquanto resultado de sua mobilidade. Portanto, para
compreender o Espaço Geográfico se faz necessário observar a estrutura que o constitui
e, a partir desta, perceber quais foram os processos responsáveis por sua forma atual,
bem como, que função esta desempenha na sociedade, tendo em vista a complexidade
destas variáveis. Segundo Santos (1990)
O espaço deve ser considerado como um conjunto de relações realizadas através de funções e de formas que se apresentam como testemunha de uma história escrita por processos do passado e do presente. Isto é, o espaço se define como um conjunto de formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo
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diante dos nossos olhos e que se manifestam através de processos e funções. O espaço é, então um verdadeiro campo de forças cuja aceleração é desigual [...] ( SANTOS, 1990, p.122)
Nessa perspectiva acredita-se que os processos que desencadeiam uma ação sobre o
espaço irá depender de múltiplas forças atuantes nesse, pois analisar uma única variável
não permitirá a compreensão do todo que constitui as relações sociais. Assim, na análise
de uma política territorial deve-se considerar a forma, ou seja, a ordem dos fenômenos e
fatores que constituem a sociedade a ser submetida a essa política; sua estrutura, como
esses fatores se inter-relacionam e constroem as características específicas desta
sociedade; os processos históricos e espaciais responsáveis por sua configuração atual; e
a função que essa ação deve desempenhar sobre esse espaço no intuito de promover
alterações em sua configuração, ou a função que esse espaço exerce na relação com os
demais.
Refletindo sobre as considerações de Santos (1990) é possível compreender que o
espaço tem uma forma e uma estrutura diferente que evidencia um processo histórico
diferenciado, assim, a contribuição de cada agente irá definir sua formação, ou seja, as
relações sociais envolvidas no processo de constituição de um espaço atuarão enquanto
“campo de força” responsável pela aceleração desigual e combinada das formas sociais
presentes nesse ou naquele espaço.
Identificar as principais características de um dado espaço é de fundamental importância
para a implantação de uma política pública, tendo em vista que suas especificidades irão
direcionar que tipo de política será mais adequada. Entretanto é importante destacar que
toda ação governamental é carregada de intencionalidades e estas nem sempre
correspondem aos objetivos da população por ela atingida. Nessa perspectiva surgiram
as políticas de desenvolvimento territorial, contudo, antes de se ater a tal política se faz
necessário compreender qual categoria espacial esta sendo utilizada pela instância
governamental nesse tipo de política.
Investigar uma política territorial é importante, além de caracteriza o Espaço
Geográfico, compreender qual conceito de território melhor se enquadra ao recorte
espacial utilizado. Nesse sentido, Souza (in: CASTRO; GOMES; CORRÊA, 2001)
apresenta o território enquanto espaço definido por relações de poder, não se atem a
questões físicas ou identitárias que envolvem a questão territorial embora compreenda
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que estas são de fundamental importância, pois essas abordagens não fazem parte de seu
estudo. Para Souza (in: CASTRO; GOMES; CORRÊA, 2001)
O território, objeto deste ensaio, é fundamentalmente um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder. A questão primordial, aqui, não é, na realidade quais são as características geoecológicas e os recursos naturais de uma certa área, o que se produz ou quem produz em um dado espaço, ou ainda quais as ligações afetivas e de identidade entre um grupo social e seu espaço. Estes aspectos podem ser de crucial importância para a compreensão da gênese de um território ou do interesse por tomá-lo ou mantê-lo [...] (SOUZA in: CASTRO; GOMES; CORRÊA, 2001, p.78)
Souza apresenta as relações de poder e dominação existente na concepção de território e
são por essas relações que algumas estratégias de governo se definem em muitos casos
intensifica as diferenças sócio-espaciais. Apesar de o governo ter a função de mediador
dos conflitos sociais ao contrário é por seu domínio que este intensifica as contradições,
o autor complementa
[...] Este Leitmotiv traz embutida ao menos de um ponto de vista não interessado em escamotear conflitos e contradições sociais a seguinte questão inseparável, uma vez que o território é essencialmente um instrumento de exercício de poder: quem domina ou influencia quem nesse espaço, e como? [...] (Souza, in: CASTRO; GOMES; CORRÊA, 2001, p.79)
É nessa perspectiva que se questiona o papel das políticas de desenvolvimento territorial
e o que de fato esta expressa para a sociedade envolvida, tendo em vista que o território
é utilizado como instrumento de poder, onde apenas uma pequena parcela da sociedade
tem acesso. Dessa forma se interroga onde ficam as demandas da sociedade e as lutas
sociais de resistência a essa dominação. Pode-se dizer que essa é a questão primordial
desse trabalho, visto que apesar da incansável luta por igualdade social dos grupos
menos privilegiados nas Políticas de Desenvolvimento Territorial, esses não são
considerados.
Diante dessa perspectiva questiona-se de que território se fala quando se observa uma
política pública e como esta é inserida na sociedade presente por meio do território.
Castro (2005) relaciona a divisão territorial às ações políticas por meio de uma
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contextualização histórica que visa identificar na formação da sociedade justificativa
para tal.
[...] a tradição histórica na qual se inclui a formação de uma sociedade com interesses econômicos e políticos implica uma divisão territorial que tende a se institucionalizar em prazo maior ou menor. Portanto, embora a perspectiva sociológica contemporânea identifique a sociedade como aquela limitada por um Estado-nação (Giddens, 1991), as dimensões espaciais das identidades, solidariedades e interesses guardam especificidades que, se fazem parte da estrutura da unidade maior, não podem ser ignoradas quando se tornam particularismos que emergem da dinâmica do sistema político (CASTRO,2005, p.166)
A existência do território não se define por si, depende da necessidade de uso de um
grupo social que dele se aproprie e esta é intimamente associada a questões históricas
que possibilitem sua formação, ou seja, a existência de um território se dá por meio de
diferentes processos e por esse motivo com características específicas distintas.
Entretanto as políticas que definem uma divisão territorial não consideram essas
especificidades, pois a esfera institucional não visualiza a dinâmica social que confere
uma identidade específica ao grupo social presente nesse espaço, essa questão põe em
risco, inclusive, a eficácia das ações políticas implementadas nesse espaço.
A não consideração das especificidades de cada espaço na definição de uma divisão
territorial político-administrativa se justifica pelo interesse do governo apenas em criar
um sistema político representativo dos grupos sociais nele inseridos. “A conexão entre a
administração do Estado, o sistema político representativo e o território aponta um
elemento explicativo para a análise da organização espacial nas escalas territoriais
locais e regionais [...]” (CASTRO, 2005, p. 169)
Esse tipo de política verticalizada, torna-se mecanismo de controle e dominação das
minorias sociais existentes nesse espaço silenciada por meio de estratégias que visam
reduzir os conflitos. Entretanto, esse tipo de política não tem como objetivo solucionar
os problemas sociais existentes nesse espaço, mas, camuflar os problemas sociais para
assim reduzir a conflitualidade redirecionando o olhar dos movimentos sociais e assim
garantir uma representatividade política no território que estas são implantadas.
Raffestin (1993) apresenta o sistema territorial, como uma teia de relações definidas
pela sociedade com o intuito de promover organização espacial a partir de ações e
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comportamentos inerentes a forma como esta é estruturada. Assim independente do tipo
de sociedade essas relações iram sempre existir, como produção territorial.
[...] Toda prática espacial, mesmo embrionária induzida por um sistema de ações ou de comportamentos se traduz por uma “produção territorial” que faz intervir tessitura, nó e rede. É interessante destacar a esse respeito que nenhuma sociedade, por mais elementar que seja, escapa á necessidade de organizar o campo operatório de sua ação. (RAFFESTIN, 1993, p.150)
Diante dessa perspectiva Raffestin (1993) propõe uma visão de território enquanto
conjunto de ações interligadas por rede de relações que (re) configuram o espaço no
qual este se materializa. Esse território é ordenado pela ação dos grupos que o constitui.
Percebe-se que o poder e inerente ao território, assim, analisar a política territorial
requer compreender que tipo de relação a instância governamental pretende estabelecer
com o grupo social inserido.
Sabendo-se que a Política de Desenvolvimento Territorial propõe a descentralização do
poder e das decisões, se faz necessário compreender que tipo de poder esta se refere. Se
o poder é essencialmente investido pela sociedade como se justificaria essa decisão ser
tomada de forma verticalizada sem considerar o pensamento ou a organização da
sociedade que constitui esse espaço? São questões que se intensificam ao analisar o que
uma política nessa magnitude compreende por desenvolvimento, não considerando
avanços particulares dos grupos sociais que constituem esse território.
Diante dessa perspectiva se faz necessário identificar o que os grupos sociais rurais
pensam sobre desenvolvimento rural e a quem as políticas de desenvolvimento
territorial rural se destinam. Para tanto é preciso compreender a gênese das políticas
públicas como um todo e, a esse respeito Boneti (2007) traz uma importante
contribuição, pois, segundo ele
[...] a relação entre o Estado, as classes sociais e a sociedade civil, pressupondo que é nesta relação que se originam os agentes definidores das políticas públicas. Entende-se que cada momento histórico produz, no contexto da inter-relação entre a produção econômica, cultural e interesses dos grupos dominantes, ideologias a partir das quais verdades relativas tornam-se absolutas [...] (BONETI, 2007, p.11)
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As políticas públicas surgem de um conjunto de interfaces tendo na sociedade sua base
estrutural. Entretanto é preciso compreender que nesse tipo de relação o interesse
comum é o que tem menor importância, pois, apesar do objetivo dessas políticas
públicas ser a busca pelo bem comum, Boneti (2007) apresenta que, em sua maioria,
está a serviço de uma classe social dominante e por esse motivo não são direcionadas as
minorias sociais que permanecem à margem da sociedade.
Compreendendo as relações inerentes a formulação de políticas públicas, nota-se que,
apesar da sociedade como um todo conferir poder a uma instância governamental, esta
não formula propostas que visem corresponder aos anseios da sociedade, mas a
manutenção das desigualdades sociais por meio do fortalecimento do grupo social
dominante. É nessa perspectiva que se implanta a Política Nacional de
Desenvolvimento Territorial Rural, a qual propõe uma reorganização do espaço agrário
a partir da manutenção da estrutura social presente.
A política de desenvolvimento territorial rural e os movimentos sociais de luta pela reforma agrária Contextualizar as políticas direcionadas ao campo brasileiro em consonância com as
lutas dos movimentos sociais não é uma tarefa simples, pois, requer ampla retomada
histórica a cerca da consolidação do território nacional marcado por inúmeros conflitos
sociais no campo. Para melhor compreender essa assertiva é interessante fazer uma
retomada histórica até o período em que os povos indígenas foram expulsos de seu
território por interesses do capital-desenvolvimentismo.
Talvez, estivesse aí o inicio da primeira luta entre desiguais. A luta do capital em processo de expansão, desenvolvimento, em busca de acumulação, ainda que primitiva, e a luta dos “filhos do sol” em busca da manutenção do seu espaço de vida no território invadido. (OLIVEIRA, 1996, p.11)
Nessa perspectiva se confirmam as desigualdades existentes na estrutura agrária
brasileira. A idéia de progresso e desenvolvimento, associada a expansão capitalista,
configura a problemática inicial que propõe de um lado a acumulação fundiária e do
outro a expropriação ou a desterritorialização de um grupo social em favor de outro.
Nesse cenário se constituem as lutas dos grupos sociais por uma reestruturação agrária e
através dessas lutas que se garante a elaboração das principais políticas públicas
direcionadas ao campo.
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Reforma Agrária e Movimentos Sociais
Conflitos sociais no campo, no Brasil, não são uma exclusividade de nossos tempos. São, isto sim, uma das marcas do desenvolvimento e do processo de ocupação do campo no país. (OLIVEIRA, 1996, p.11)
O problema agrário brasileiro não é algo novo, ele é decorrente da forma de produção
do território rural desde o período das capitanias hereditárias que, possibilitou através
das sesmarias uma distribuição desigual de terras entre os novos e os velhos ocupantes
do território, passando pelo Império que instituiu a Lei de Terras a qual privilegiou os
latifundiários, seguindo pelo código civil de 1916 e todas as constituições brasileiras
que sempre deixaram claro quem tinha e quem não tinha direito a terra.
A partir dessas problemáticas as revoltas no campo se intensificam ampliando os
movimentos de contestação a tais leis pré-estabelecida. Os povos indígenas podem ser
citados como os primeiros destituídos da terra pelos colonizadores, porém esse grupo
não aceitou tranquilamente as imposições, houve, e ainda há, lutas das nações indígenas
contra essa condição, como conseqüência disso verdadeiro genocídio desses povos que
lutam contra as invasões e pela demarcação de seus territórios. O governo Médici
promulga em 1973 o Estatuto do Índio com prazo de cinco anos para demarcar todas as
terras indígenas, porém até 1990 só foram demarcadas cerca de 10% do total.
Outro destaque é dado a formação de quilombos, a exemplo de Palmares liderado por
Zumbi e Ganga Zumba, criados com finalidade de proporcionar ao negro escravizado
ou livre um espaço de luta e de resistência contra a escravidão, além disso, primavam
pela produção coletiva o que era visto como um crime contra a propriedade e a
produção privada.
Devido as desigualdades sociais no espaço agrário muitas outras lutas foram travadas no
território brasileiro destas podem ser citadas: Canudos, Contestado, Trombas e
Formoso, revoltas camponesas contra a desigual distribuição de terras entre as classes
sociais e também contra a grilagem promovida pelos grandes proprietários de terras.
Entre os anos 1950 e 1960 as Ligas Camponesas movimentaram o nordeste, porém o
golpe militar de 1964 reprimiu de forma violenta essa manifestação. Ainda assim surgeu
a CONTAG – Confederação dos Trabalhadores da Agricultura – levantando a bandeira
do Estatuto da Terra como solução para os principais problemas do campo.
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Surgem, de forma organizada, os movimentos sociais do campo tais como: Movimento
dos Camponeses contra a subordinação da indústria, movimento do campo que envolve
a população das cidades através de bloqueios de estradas e bancos; Movimento dos
‘Brasiguaios’, revoltados com a desapropriação de suas terras e as baixas indenizações
pagas, vão morar no Paraguai, porém não conseguem sobreviver com a cobrança de
taxas pelo governo deste país e retornam ao Brasil em busca de terra para produção e
reprodução da vida por meio da Reforma Agrária.
Há também o movimento dos Bóias-fria levando greves e lutas ás cidades, contra o
processo de exploração que são submetidos especialmente nos canaviais. A luta dos
peões contra a peonagem é outro exemplo de movimento contra as injustas condições de
trabalho, que os trabalhadores são submetidos. As desapropriações para construção de
grandes obras promovida pelo Estado, por exemplo, a construção de barragens para
abastecer usinas hidrelétricas, geram muitas lutas dos camponeses insatisfeitos com as
pequenas indenizações e por não serem beneficiados com os sistemas de irrigação.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) surgiu da contradição entre
quem tem e quem não tem direito a terra e a condições dignas de trabalho no campo.
Descontentes com essa situação os trabalhadores rurais presentes no Encontro Nacional
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em 1984 em Cascavel (PR) criam, com o apoio da
CPT (Comissão Pastoral da Terra) e da CUT (Central Única de Trabalhadores), o MST.
Esse movimento tem como forma de luta acampamentos, no centro de suas ações se
encontra a produção coletiva.
Nesse contexto, os movimentos do campo podem ser caracterizados como movimentos
sócio-territoriais uma vez que suas lutas estão centradas na má distribuição sócio-
territorial, assim eles lutam por igualdade de direitos a terra e ao trabalho. Entretanto,
também podem ser considerados movimentos sócio-espaciais, tendo em vista que suas
lutas estão ligadas às questões de afirmação e resistência.
Para entender os movimentos sócio-territoriais é preciso compreender o território como
um instrumento político que desempenha funções na estruturação de uma totalidade,
assim, o território pode ser visto como produto dos atores sociais, ou seja, resultados da
ação coletiva de atores na apropriação do espaço.
Outro fator que facilita a compreensão acerca das lutas de diversos movimentos sociais
do campo são as relações de produção e as relações de trabalho estabelecidas nesse
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espaço. No modo de produção capitalista predomina a venda da mão-de-obra,
caracterizando uma relação distante entre o proprietário dos meios de produção e o
agricultor, uma vez que este último é privado de qualquer direito ou compensação do
seu trabalho. A exploração da mão-de-obra e a expropriação de qualquer tipo de
propriedade privada tornam essa uma relação desigual.
Entretanto, nas relações de produção camponesa esse tipo de exploração e expropriação
é inexistente, visto que o camponês é proprietário dos meios de produção predominando
a utilização da mão-de-obra familiar coletiva. Porém o grande problema na agricultura
camponesa é a falta de apoio financeiro para a modernização das formas de trabalho
tornando a produção aquém das produções capitalistas, o que deixa os camponeses a
margem do mercado consumidor. Sendo estes obrigados a se submeter ao modo de
produção capitalista e por esse motivo mais suscetível aos usos e abusos do capital.
Como se pode perceber a história da formação do território brasileiro se confunde com a
história das lutas no campo, pois, desde a colonização das terras pelos portugueses, é
grande o desrespeito pelos grupos sociais presentes nesse espaço. Na seqüência histórica
desse fenômeno há, além da escravidão indígena, a escravidão negra que limita a
propriedade da terra àqueles que são igualmente detentores do capital.
Diante de toda a problemática que se inseri o campo brasileiro, a emergência de tais
movimentos sociais é imprescindível, pois, mesmo centenas de anos após a invasão
desse espaço ainda é gritante as desigualdades sociais que essa população vem sendo
submetida. Oliveira (1996) ratifica a importância dos movimentos sociais do campo.
No seio dos movimentos sociais no campo brasileiro várias são as frentes de organização e luta contra a expropriação, subordinação e exploração. Estas várias frentes dão a impressão de uma pulverização desses movimentos. Embora às vezes fragmentado, o movimento social no campo caminha dando mostras de que cada dia está mais articulado (p.54)
De acordo com Oliveira é possível constatar que apesar das inúmeras forças de
repressão aos movimentos sociais, estes tendem a se fortalecer e por meio da articulação
entre seus inúmeros objetivos intensificam a pressão por políticas públicas que visem a
redução das desigualdades sociais no campo. Entretanto apesar da persistente luta social
pela desconcentração de terras os movimentos sociais ainda esbarram na burocracia que
os distanciam de seus direitos legalmente garantidos. Contudo, nota-se uma nova
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configuração no campo brasileiro, onde, ao mesmo tempo em que garante a
permanência da concentração de terras avigora a consolidação dos movimentos sociais
no campo, como afirma Germani (2009)
Nesse sentido identifica-se como permanência a continuidade da histórica concentração de terras e as enormes barreiras encontradas pelos grupos sociais que reivindicam seus direitos territoriais para reverter este quadro. Aparentemente contraditório, mas como parte do mesmo processo, identifica-se como mudança a emergência e consolidação dos movimentos sociais no campo, enquanto forças políticas [...] (p.348)
É justamente enquanto força política que os movimentos sociais se fortalecem junto à
sociedade pressionando o poder público por melhores condições de vida no campo.
Mesmo com as inúmeras investidas do capital dominante pelo abafamento das lutas
buscando o fim da articulação social por meio da esfera pública os movimentos sociais
tendem a se fortalecer cada vez mais consolidando sua importância m busca por
mudanças na configuração atual.
A Política de Desenvolvimento Territorial e Territórios de Identidade no Estado da Bahia.
Considerando toda a problemática que envolve o campo brasileiro, onde a concentração
de terras tem expropriado o pequeno agricultor, mesmo com as lutas incessantes dos
movimentos sociais a centenas de anos por uma reorganização agrária, a estrutura
agrária brasileira, e conseqüentemente baiana, ainda deixa muito a desejar. Apesar da
promulgação do Estatuto da Terra de acordo com a Lei nº 4.504, de 30 de novembro de
1964, que, dentre outras questões, versa sobre a importância da terra exercer uma
função social, a elaboração dos Planos Nacional de Reforma Agrária I e II nota-se que
foram poucos os avanços no que se refere a redistribuição de terras e reorganização
agrária no País.
Diante dessa questão o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) em parceria
com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) propõe uma
Política de Desenvolvimento Territorial onde o espaço agrário brasileiro é dividido em
territórios rurais para atender as demandas do público beneficiário das ações do MDA,
tendo como objetivo promover o desenvolvimento sustentável na área rural. Entretanto,
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essa política, assim como as demais, está envolvida em tamanha subjetividade que suas
propostas são redirecionadas ou afuniladas antes de alcançar o objetivo. O mapa 01 a
seguir apresenta a divisão em territórios rurais do MDA
Essa divisão visa promover uma descentralização político-administrativa através da
gestão participativa nas políticas públicas direcionadas ao campo por meio da
interferência de conselhos municipais e estaduais de desenvolvimento rural sustentável.
Entretanto, considerando a realidade do campo nota-se que o poder público local se
apodera dos conselhos impedindo a participação da comunidade por interesses
oligárquico-partidários como afirma Freitas.
Apesar do avanço na descentralização político-administrativa pela criação dos conselhos gestores municipais, constatou-se que os programas de desenvolvimento rural foram apropriados pelas prefeituras e câmaras de vereadores a partir dos interesses político-partidários das oligarquias rurais; além disso, o caráter deliberativo dos conselhos restringiu-se ao cumprimento das exigências legais de recebimento de recursos públicos, tendo sido mínima a participação políticas das forças sociais locais. (FREITAS, 2009, p.57)
Mais uma vez as forças sociais são impedidas de apresentarem suas demandas em favor
da manutenção da concentração de terras, onde, o poder público, que deveria garantir os
direitos humanos, age de forma a garantir a permanência das desigualdade no espaço
agrário.
Seguindo os mesmos objetivos do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) A
Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia (SEPLAN/BA) promove a divisão do
estado em Territórios de Identidade, não apenas por interesse governamental mais a
partir de demandas das forças sociais que, por meio da Coordenação Estadual dos
Territórios (CET) reivindicava o direito de direcionar a implantação de programas e
projetos em seu espaço. “Através da CET houve o fortalecimento da articulação política
entre as entidades envolvidas no processo do desenvolvimento territorial rural na Bahia
[...]” (FREITAS, 2009, p.86). É importante destacar que apesar da sociedade civil ter
incitado o debate a esse respeito é o poder público que dita às regras.
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Mapa01:Territórios_Rurais
Fonte: http://sit.mda.gov.br/images/mapas/tr/br_055_trs_164_maio_2009.jpg (acessado em 27/06/2010)
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Na Bahia a divisão territorial interna passou por diversas configurações antes da
elaboração do Plano Plurianual da Administração Pública (PPA) 2008-2011 quando
foram estabelecidos os 26 Territórios de Identidade atuais. Entretanto essa configuração
ainda é muito questionada, pois alguns municípios que fazem parte de um território têm
relação maior com municípios de outros territórios evidenciando que a proposta de
divisão territorial do governo só considerou questões de cunho locacional. Ao observar
o mapa 02 é possível identificar os 26 territórios de Identidade recortados pela
SEPLAN/BA.
Além de toda problemática que envolve a luta dos movimentos sociais e a esfera
governamental, a divisão em Territórios de Identidades traz ainda outras inúmeras
questões no âmbito da geografia, tais como a utilização do conceito de território no viés
identitário de forma verticalizada, pois na geografia as identidades não são impostas e
sim construídas por cada grupo social ao longo dos anos e os territórios são definidos
por meio de relações sociais, econômicas, políticas e culturais. Entretanto, o que se
percebe com essa ação governamental é um desrespeito aos aspectos que configuram
essa espacialidade.
No âmbito da geografia, este desafio é maior uma vez que tendo o espaço-território como trunfo de suas ações, os movimentos sociais rurais planejam, estrategicamente, a gestão do espaço (construindo as suas redes e regionalizações), criam espacialidades, territorialidades e temporalidades distintas, constroem novas identidades territoriais. Todos esses processos, por sua vez, revelam-se na paisagem (do campo e da cidade) e marcam produção do espaço geográfico em suas múltiplas escalas. (GERMANI, 2009, p.356)
Nota-se que os movimentos sociais do campo compreendem e valorizam a importância
estratégica de um planejamento das ações considerando as especificidades locais e,
acima de tudo considerando as identidades territoriais reais. O que não acontece com as
políticas públicas que não conseguem perceber a importância de uma visão estratégica
do espaço geográfico.
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Mapa 02: Territórios de Identidade do Estado da Bahia
Fonte: http://www.seplan.ba.gov.br/mapa.php (acessado em 16/11/2010)
É enquanto força política que os movimentos sociais do campo se impõem frente às
questões que lhes são postos na busca por uma Reforma Agrária real que não apenas se
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atenha a distribuição de terras, mas que possibilite a permanência do pequeno agricultor
no campo. Contudo essa não é uma tarefa simples, visto que vai além da questão da
terra em si, é também uma problemática relacionada à estrutura social de classes que
perpassa pelas relações de poder inerentes ao território.
Toda a questão territorial expressa relação de poder de uma sociedade e isto é muito mais visível numa sociedade estruturada em classes sociais como é a nossa. Assim, as relações de poder significam enfrentamentos, em que contrapõem os que detêm grandes extensões de terras com os grupos sociais que lutam para “entrar” na terra ou para nela permanecer [...] (GERMANI, 2009, p.354)
Essa pode ser considerada uma luta desigual onde a maioria da população está
submetida aos desígnios de uma elite social detentora do capital e conseqüentemente
das forças políticas representativas da sociedade. Entretanto os movimentos sociais do
campo não se deixaram intimidar pela pressão a que são submetidos. Em contrapartida
imprimem marcas no território que serão capazes, inclusive de redirecionar as políticas
agrárias por meio da pressão social.
A ação dos movimentos sociais em novo contexto altera a atuação do Estado, com relação à sua política agrária, influindo na espacialidade das ações da Reforma Agrária, tanto com relação à sua distribuição no território como na organização espacial interna dos projetos de assentamentos [...] (GERMANI, 2001, p.67)
Nessa perspectiva pode-se dizer que a configuração das atuais políticas agrárias se deve,
em parte, a articulação dos movimentos sociais de luta pela Reforma Agrária. Entretanto
a atual Política de Desenvolvimento Territorial que teria como objetivo central reduzir
as desigualdades no espaço agrário brasileiro se atem apenas a gestão territorial sem
qualquer alteração na configuração atual como estratégia de camuflar os conflitos por
meio de um redirecionamento dessas políticas ao conservadorismo.
[...] a política de Desenvolvimento Territorial perde o foco na questão territorial, a questão agrária do espaço á questão de identidade e o conflito é camuflado na busca do consenso. E o Território, conceito e categoria tão caro a nos geógrafos acaba sendo apenas a denominação de uma área, unidade de planejamento, é um nome, uma denominação, desprovido de seu conteúdo. (GERMANI, 2009, p.367)
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O que se torna perceptível é que as medidas propostas pelo governo estão envolvidas
em tamanha subjetividade que redirecionam seu foco no momento em que este não
corresponder a interesses de alguns grupos sociais nele envolvidos. Nessa perspectiva
cabe analisar, dentre os grupos sociais, quais estão sendo privilegiados e de que forma a
histórica luta dos movimentos sociais do campo é vista pela instância governamental.
Para tanto se faz necessário analisar as políticas de Reforma Agrária proposta e
efetivadas pelo governo.
Considerações finais
Diante do exposto foi possível perceber que a configuração do espaço agrário brasileiro
é marcada por conflitos sociais resultantes das desiguais condições em que a população
do campo tem sido submetida ao longo dos anos. O poder público, que deveria atuar
enquanto mediador de conflitos promovendo estratégias para minimizar essas
problemáticas, atua de forma a camuflar tais conflitos por interesses oligárquicos
partidários, os quais não consideram os direitos sociais expressos pela Constituição
Federal de 1988.
Ao implantar os Territórios Rurais pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário, o
Governo Federal busca, pela descentralização das políticas interferir de forma mais
efetiva nas problemáticas locais refreando as lutas sociais em busca pela permanência
da concentração fundiária. Entretanto, os movimentos sociais não se deixam intimidar
ampliando suas esferas de debates e ocupando espaços na busca por visibilidade de suas
lutas perante a sociedade.
No Estado da Bahia a situação não é diferente, apesar das inúmeras regionalizações já
existentes, o Governo Estadual seguindo o modelo Federal constitui os 26 Territórios de
Identidade no âmbito da Secretaria do Planejamento (SEPLAN/BA), tendo os mesmos
objetivos do MDA propondo a descentralização das ações e a participação social.
Entretanto, as intencionalidades que circundam as políticas públicas são intensas a tal
ponto que as demandas da sociedade são substituídas por interesses do grupo
dominante.
No espaço agrário os movimentos sociais são convidados a participar da construção das
políticas, contudo suas propostas esbarram nos interesses do grande capital. A instância
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governamental propõe programas e projetos paliativos na tentativa de redirecionar as
demandas dos movimentos sociais como estratégia para promover a permanência das
desigualdades sociais tão necessárias ao desenvolvimento das grandes empresas
agrárias.
Apesar dos problemas apresentados é importante salientar que esse é um trabalho
embrionário onde ainda não foi analisada a realidade empírica nem de forma
aprofundada os documentos dos órgãos citados. Entretanto esse é o objetivo desse
trabalho inicial, levantar questionamentos para esclarecimentos posteriores por meio de
análise mais coerente sobre os agentes e atores.
Referências
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