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Política Ambiental e a Educação Ambiental na UFRGS Teresinha Guerra Departamento de Ecologia/Instituto de Biociências [email protected] II SEMINÁRIO DA COMISSÃO INTERINSTITUCIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL CIEA 18 DE DEZEMBRO DE 2008

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Política Ambiental e a Educação

Ambiental na UFRGS

Teresinha Guerra

Departamento de Ecologia/Instituto de Biociências

[email protected]

II SEMINÁRIO DA COMISSÃO INTERINSTITUCIONAL DE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL – CIEA 18 DE DEZEMBRO DE 2008

2006: nomeação de uma Comissão para implantar a Política Ambiental

da Universidade.

2007: foi criada a Coordenadoria de Gestão Ambiental para dar

efetividade à implantação da Gestão.

Atividades desenvolvidas:

- Qualificação de agentes ambientais, responsáveis locais pela Gestão

- Implantação da Coleta Seletiva

- Racionalizar o consumo de água e consumo de energia

- Compostagem

- Serviço de Proteção Radiológica

- Gestão de efluentes

- Refúgio de Vida Silvestre (REVIS da UFRGS)

- Central de triagem de rsíduos químicos

Construção da Política Ambiental

A UFRGS, através de sua Administração Centralizada e da

Direção de seus Órgãos, se compromete com a melhoria

contínua de seu desempenho ambiental e prevenção da

poluição, adotando procedimentos e práticas que visem a

prevenção de impactos ambientais negativos, em

conformidade com os requisitos legais, gerando

alternativas que propiciem a sustentabilidade da

comunidade universitária e de toda a sociedade,

desenvolvendo uma estratégia de mudança cultural através

de uma política pedagógica ambiental.

Definição da Política Ambiental

A UFRGS tem como comprometimento propiciar ao

indivíduo produção, sistematização e socialização dos

diferentes saberes, assim como a ampliação e o

aprofundamento de sua formação para, através da

reflexão crítica, buscar a construção de uma sociedade

mais sustentável.

Comprometimento

• Ética: Respeito para com todos os seres, de todas as

espécies e para todo o tempo;

• Transparência: Honestidade de propósitos;

• Responsabilidade: individual, comunitária e planetária;

• Humildade: nas ações;

• Solidariedade: para com todos;

• Acessibilidade: garantia de acesso urbano, arquitetônico,

ambiental e ao conhecimento e flexibilização da interação do

indivíduo com a informação;

• Disciplina: método científico como orientador das ações.

Valores

• Excelência: buscar, permanentemente, a máxima qualificação em todas

as suas áreas de atuação;

• Pertinência social: construir conhecimentos e tecnologias de forma

integrada com todos os indivíduos e oferecê-los a toda a sociedade;

• Inclusão social: desenvolver e oferecer conhecimentos e tecnologias

que possam ser apropriados por todos os indivíduos e setores da

sociedade, sem restrições;

• Universalidade: nortear o princípio da valorização da vida em

sociedade, baseado nos direitos humanos e do cidadão;

• Precaução: no processo de desenvolvimento do conhecimento, não

utilizar a falta de certeza como justificativa para manter em uso

substâncias ou tecnologias nocivas, nem conceder o benefício da dúvida

para liberar tecnologias suspeitas.

Princípios

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA)

www.ufrgs.br/sga

Ato de Criação da Coordenadoria de Gestão

Ambiental e Cerimônia de posse do

Coordenador em12/04/2007

Formação de Agentes

Ambientais

Coleta Seletiva na UFRGS

(Campus Olímpico)

Coleta Seletiva na UFRGS

Programa de coleta seletiva A Universidade firmou um convênio com o município

de Viamão, através da Prefeitura do Campus do Vale e a Associação Ecológica Passo Dornelles, visando a cooperação recíproca no processo de gestão, coleta e triagem de resíduos sólidos recicláveis.

Programa de coleta seletiva

No Campus da Saúde e na ESEF os resíduos recicláveis descartados são encaminhados à Associação de Trabalhadores da Unidade de Triagem do Hospital São Pedro (ATUT), cuja primeira parceria, ativa ainda hoje, estabeleceu-se com a FABICO em 2000, ano de criação da Associação.

Galpão de Triagem Rubem Berta

Resíduos de Saúde

• Plano de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos de Serviço de Saúde (RSSS)

apresenta diagnóstico, aponta e descreve

ações para adequação da gestão de

RSSS da Universidade a legislação

vigente.

• Resolução CONAMA n°358 de 2005: Dispõe sobre o tratamento

e a disposição final. dos resíduos dos serviços de saúde

• RDC 306/04 Anvisa: exige responsável técnico para Plano de

Gerenciamento de Resíduos de Serviços .

Resíduos de Saúde

• Treinamento em Gerenciamento de

Resíduos Sólidos de Serviços Saúde.

Resíduos de Saúde

• Inclusão dos dados sobre geradores de

RSSS no banco de dados de espaço

físico da Universidade.

• Criação de uma ferramenta interna para a

requisição de serviços de consultoria e

treinamento em gerenciamento de RSSS

no Sistema da UFRGS.

Centro de Gestão e Tratamento de

Resíduos Químicos - CGTRQ

O CGTRQ foi criado

em 2001 como

Órgão Auxiliar do

Instituto de Química

e iniciou suas

atividades em julho

de 2002;

Está localizado no

Campus do Vale, em

uma área total de

2.000 m2 sendo

439m2 de área

construída.

Centro de Gestão e Tratamento de

Resíduos Químicos - CGTRQ • O CGTRQ é o órgão responsável pelo gerenciamento dos

resíduos químicos gerados nos laboratórios de ensino,

pesquisa e extensão da UFRGS, normatizando e

executando o recolhimento, armazenamento, tratamento e

destino final dos resíduos.

• O CGTRQ oferece treinamentos teóricos e práticos sobre

o gerenciamento de resíduos para as Unidades

interessadas, mediante solicitação.

Centro de Gestão e Tratamento de

Resíduos Químicos - CGTRQ

De 2002 a 2007, o CGTRQ providenciou a destinação final de

aproximadamente 139 toneladas (139.000 Kg) de resíduos,

sendo:

• Material enviado para reciclagem (convênio com DMLU);

• Resíduo recuperado;

• Resíduo sólido enviado para aterro industrial;

• Resíduo aquoso enviado para Estação de Tratamento de

Efluentes (ETE);

Entre o que entrou e saiu do CGTRQ, já foram manipulados

mais de 208.000 Kg de resíduos.

Composteiras

• Projeto de transformação dos resíduos

orgânicos gerados nos Campi da universidade

em adubo orgânico (composto). Utiliza restos de

podas, resíduos de varrição das áreas externas,

erva de chimarrão e borra de café (com filtro).

• Unidade experimental na FABICO e Pref.

Campus Saúde (em construção).

Edificações Sustentáveis

• Estudando as Edificações Sustentáveis queremos

chegar a um ponto de excelência, onde os principais

condicionantes são:

- Implantações dos prédios segundo os Planos Diretores

das Unidades;

- Orientação Solar e Iluminação natural;

- Ventilação natural;

- Captação das águas da chuva em cisternas e reuso.

- Uso Racional da Água.

Edificações Sustentáveis

- Energia elétrica: Fontes de energia alternativas e Quadros

de medições individuais.

- Bioarquitetura: Construção com materiais mais

sustentáveis, formas mais orgânicas, materiais da

natureza.

- Estação de tratamento de água(ETA) e esgoto(ETE).

- Espaços previstos em cada prédio para a correta

separação de Resíduos.

- Espaços para convivência dos alunos.

- Acessibilidade universal.

- Paisagismo agradável.

Programa de Educação

Ambiental • Envolve um conjunto de atividades de

Educação Ambiental com foco na

Comunidade Universitária da UFRGS e

participação nos eventos de Extensão

Universitária (Salão de Extensão

UFRGS), assim como em Feiras e

Eventos que abordem a temática

ambiental (ENGEMA, Dia de Sol)

A fundamentação da Política e da

Educação Ambiental se inserem

principalmente nas correntes Crítica,

Conservacionista e de Sustentabilidade

Correntes em Educação Ambiental

CORRENTES

CONCEPÇÕES

DO MEIO

AMBIENTE

OBJETIVOS DA EA ENFOQUES

DOMINANTES

EXEMPLOS DE

ESTRATÉGIA

Conservacionista Recurso

Adotar comportamentos de

conservação.

Desenvolver habilidades

relativas à gestão ambiental.

Cognitivo

Pragmático

Guia ou código de

comportamentos;

“Auditoria” ambiental

Projeto de

gestão/conservação

Critica

Objeto de

transformação.

Lugar de

emancipação

Desconstruir as realidades

socioambientais visando

transformar o que causa

problemas.

Práxico

Reflexivo

Diagnóstico

Analise de discurso

Estudo de casos

Debates

Pesquisa-ação

Sustentabilidade

Recursos para o

desenvolvimento

econômico.

Recursos

compartilhados

Promover um

desenvolvimento econômico

respeitoso dos aspectos

sociais e do meio

ambiente.Contribuir para esse

desenvolvimento.

Pragmático

Cognitivo

Estudo de casos

Experiência de

resolução de

problemas. Projeto de

desenvolvimento de

sustentação e

sustentável

A noção de corrente refere-se a uma maneira geral de conceber e de praticar a educação ambiental.

Este núcleo visa desenvolver estudos e ações

em prol do Desenvolvimento Rural Sustentável

em áreas de Mata Atlântica, em especial,

localizadas na Encosta Atlântica do Estado do

Rio Grande do Sul.

http://www.ufrgs.br/desma

O Ciclo de Debates Socioambientais é um projeto de extensão promovido pelo DESMA/PGDR-UFRGS em parceira com a PROREXT/UFRGS, que tem como objetivo fomentar a discussão sobre as complexidades das relações entre sociedade e natureza.

Evento aberto e gratuito.

DESMA - [email protected] - Fone: (51)33083093

O Projeto Samambaia-preta Artesanato é uma

iniciativa conjunta entre o grupo de agricultoras

familiares artesãs de Maquiné e o DESMA. Seu

objetivo é auxiliar no desenvolvimento de

alternativas sustentáveis para a diversificação da

economia das famílias participantes que tem na

extração da samambaia sua principal fonte de

renda.

Sub Projeto Macrófitas Aquáticas

Typha dominguensis (Taboa) e Scirpus californicus (Junco)

Frutos da Palmeira Juçara, Juçara, Euterpe edulis Mart

Atividades do grupo realizada na sede da

FEPAGRO de Maquiné

O Programa Macacos Urbanos (PMU) http://www.ufrgs.br/zoologia/macacosurbanos

O Programa Macacos Urbanos (PMU) é um grupo multidisciplinar de pesquisa científica e de ativismo político e comunitário para a conservação do bugio-ruivo e de seus hábitats naturais na região metropolitana de Porto Alegre (RS). Vinculado à organização não-governamental INGA - Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais, está sendo executado pelo Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Atuação Política do Programa

É extremamente importante aplicar os conhecimentos adquiridos através da pesquisa de campo visando adequar as políticas públicas à conservação do bugio. Nesse sentido o Programa Macacos Urbanos tem desenvolvido uma série de ações, como:

Plano Diretor

Redes elétricas

IPTU ecológico

O Programa Macacos Urbanos (PMU)

Atividades de Educação

Ambiental

Atividades junto às comunidades

humanas próximas aos locais de

ocorrência do primata, como

palestras audiovisuais e cursos de

capacitação em escolas e

associações comunitárias,

caminhadas ecológicas e

exposições de materiais didáticos.

Centro de Referência da Bacia Lago Guaíba

[email protected]

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO LAGO GUAÍBA, RS COMO PROCESSO DE INSERÇÃO NA

GESTÃO PARTICIPATIVA

Centro de Referência da Bacia do

Lago Guaíba

Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba

[email protected]

Portas Abertas aos Habitantes

da Bacia Hidrográfica do Lago

Guaíba

Convênio SEMA/DRH/FRH-RA-FAURGS

PROJETO BIO/SEMA 001/05 Comitê Lago Guaíba

Contatos com Prefeituras Municipais de Porto Alegre, Guaíba, Barra do Ribeiro e Sertão

Santana, Secretarias de Educação e Diretores/as das Escolas [JAN/2006]

Diagnóstico aos educadores para obter o perfil, a concepção em relação à inserção

da EA na escola e a percepção dos problemas ambientais locais [MAR/2006]

EDUCAÇÃO AMBIENTAL continuada

para educadores

Curso de Extensão: “Construindo projetos em Educação

Ambiental na Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba”.

Objetivo: Proporcionar subsídios científicos e práticos para

que os professores e educadores possam estabelecer interlocuções

com parâmetros sócio-culturais a fim de potencializar e construir

projetos no campo de EA com os educandos e a comunidade.

Oficinas: abril, maio e junho/2006

Metodologia de Projetos: julho/2006

Execução dos Projetos e assessoria: agosto, setembro e

outubro/2006

Mostra de trabalhos técnicos, científicos e comunitários

da Bacia do Lago Guaíba

EDUCAÇÃO AMBIENTAL continuada de

educadores

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

continuada de educadores

MAPEAMENTO DAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL - Coleta de dados: maio, junho e julho/2006.

- Técnica de entrevistas gravadas.

- As entrevistas são transcritas integralmente, categorizadas e

analisadas.

- Foram realizadas 20 entrevistas (escolas, ongs, órgãos públicos) nos municípios de Porto Alegre, Barra do Ribeiro, Sertão Santana e

Viamão.

- Resultados preliminares apontam diferentes razões para a realização da ação: destaca-se a visibilidade para a captação de recursos, a

responsabilidade legal pelo tipo de ação pública, o interesse pessoal e financeiro, o compromisso social e a transformação cultural.

- A diversidade de concepções do meio ambiente propostas nas

ações de educação ambiental analisados indicam diferentes enfoques e diferentes estratégias de ação: correntes resolutiva, humanista,

biorregionalista e práxica.

Imagem Satálite

QuickBird

2003

FLORESTA ATLÂNTICA

(mata-olho, maria-mole, figueiras, etc.)

FLORESTA AMAZÔNICA

(açoita-cavalo, guajuviras, angico,

etc.)

CHACO-PAMPEANOS

(butiá, aroeiras, etc.)

AUSTRAIS E ANTÁRTICOS

(gramíneas, etc.)

Fonte: MENEGAT et al (1998). Atlas Ambiental de Porto Alegre

Contexto Biológico

Rotas migratórias

da vegetação

Bacias hidrográficas

FONTE: Atlas Ambiental de Porto Alegre

Arroio Dilúvio

Arroio Passo das Pedras

Bem-te-vi

Cutia

Saíra

Lagarto

Ouriço

Mão-pelada

Programa de Educação

Ambiental • Envolve um conjunto de atividades de

Educação Ambiental com foco na

Comunidade Universitária da UFRGS e

participação nos eventos de Extensão

Universitária (Salão de Extensão

UFRGS), assim como em Feiras e

Eventos que abordem a temática

ambiental (ENGEMA, Dia de Sol)

Atividades na Graduação:

Atividades de Extensão:

Atividades de Extensão:

Atividades de Extensão:

Oficinas

Campanha Combate a Dengue

Outras propostas em andamento:

• Lâmpadas Fluorescentes

• Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais e

elaboração de Ações Recomendadas

• Telhado-verde na Fabico

• Coleta de pilhas e baterias (Banco Real)

• Coleta de óleo dos RUs.

Conservacionista

Esta corrente agrupa as proposições centradas na “conservação” dos recursos,

tanto no que concerne à sua qualidade quanto à sua quantidade: a água, o solo,

a energia, as plantas (principalmente as plantas comestíveis e medicinais) e os

animais (pelos recursos que podem ser obtidos deles), o patrimônio genético, o

patrimônio construído, etc. Quando se fala de “conservação da natureza”, como

da biodiversidade, trata-se sobretudo de uma natureza-recurso. Encontramos

aqui uma preocupação com a “administração do meio ambiente”, ou seja a de

gestão ambiental.

Recentemente, a educação para o consumo, além de uma perspectiva

econômica, integrou mais explicitamente uma preocupação ambiental da

conservação de recursos, associada a uma preocupação de eqüidade social.

Sauvé ( 2004)

Crítica

Para uma educação ambiental crítica, a prática educativa é a formação do sujeito

humano enquanto ser individual e social, historicamente situado. A educação é o

elemento de transformação social. A prática pedagógica está objetivada no

individuo e na transformação de seu comportamento.

O projeto político-pedagógico de uma Educação Ambiental Crítica visa contribuir

para urna mudança de valores e atitudes, contribuindo para a formação de um

sujeito ecológico. Ou seja, um tipo de subjetividade orientada por sensibilidades

solidárias com o meio social e ambiental, modelo para a formação de indivíduos e

grupos sociais capazes de identificar, problematizar e agir em relação às questões

sócioambientais, tendo como horizonte uma ética preocupada com a justiça

ambiental.

Guimarães (2004), Loureiro ( 2006), Carvalho (2005).

Sustentabilidade

A ideologia do desenvolvimento sustentável, que conheceu sua expansão em

meados dos anos de 1980, penetrou pouco a pouco o movimento da educação

ambiental e se impôs como uma perspectiva dominante.

Para responder às recomendações do Capítulo 36 da Agenda 21, resultante da

Cúpula da Terra em 1992, a UNESCO substituiu seu Programa Internacional de

Educação Ambiental por um Programa de Educação para um Futuro Viável

(UNESCO, 1997), cujo objetivo é contribuir para a promoção do desenvolvimento

sustentável.

A educação ambiental estaria limitada a um enfoque naturalista e não integraria

as preocupações sociais, em particular as considerações econômicas no

tratamento das problemáticas ambientais. A educação para o desenvolvimento

sustentável permitiria atenuar esta Carência.

Sauvé ( 2004)