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APRA - ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS DO ESTADO DO PARANÁ Entidade declarada e reconhecida como de Utilidade Pública. Lei Estadual nº 17.218, de 09 de julho de 2012. 07 de setembro de 2013 APRA ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS DO ESTADO DO PARANÁ 1 Associação de Praças do Estado do Paraná, pessoa jurídica de direito privado, reconhecida e declarada como Entidade de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, regidas por normas de direito privado, não considerada militar, vem, respeitosamente perante todos os Profissionais de Segurança Pública do Estado do Paraná, informar que: POLICIAL MILITAR DO PARANÁ PROTOCOLA REQUERIMENTO SOLICITANDO TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA AOS 25 (VINTE E CINCO) ANOS DE FORMA INTEGRAL, CONFORME DISPOSITIVO DO ART. 40, § 4º, II, da CF. por [email protected] Contato: 41 9997-0871. Contudo, a Polícia Militar do Paraná, através da sua Consultoria Jurídica, entende que não se aplica o dispositivo aos policiais militares do Paraná. Observe questões pontuais do Aditamento ao Boletim Geral nº 002, de 03 de janeiro de 2012. EMENTA. Ementa: militar estadual requer transferência especial à reserva remunerada aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, com proventos integrais, com fulcro em decisão do Supremo Tribunal Federal e efeito “erga omnes” de situação atinente à Polícia

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APRA - ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS DO ESTADO DO PARANÁ Entidade declarada e reconhecida como de Utilidade Pública. Lei Estadual nº 17.218, de 09 de julho de 2012. 07 de setembro de 2013

APRA – ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS DO ESTADO DO PARANÁ 1

Associação de Praças do Estado do Paraná, pessoa jurídica de

direito privado, reconhecida e declarada como Entidade de Utilidade

Pública, sem fins lucrativos, regidas por normas de direito privado, não

considerada militar, vem, respeitosamente perante todos os

Profissionais de Segurança Pública do Estado do Paraná, informar que:

POLICIAL MILITAR DO PARANÁ PROTOCOLA REQUERIMENTO

SOLICITANDO TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA

AOS 25 (VINTE E CINCO) ANOS DE FORMA INTEGRAL, CONFORME

DISPOSITIVO DO ART. 40, § 4º, II, da CF.

por [email protected]

Contato: 41 – 9997-0871.

Contudo, a Polícia Militar do Paraná, através da sua Consultoria

Jurídica, entende que não se aplica o dispositivo aos policiais militares

do Paraná. Observe questões pontuais do Aditamento ao Boletim Geral

nº 002, de 03 de janeiro de 2012.

EMENTA.

“Ementa: militar estadual requer transferência especial à reserva remunerada aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, com proventos integrais, com fulcro em decisão do Supremo Tribunal Federal e efeito “erga omnes” de situação atinente à Polícia

APRA - ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS DO ESTADO DO PARANÁ Entidade declarada e reconhecida como de Utilidade Pública. Lei Estadual nº 17.218, de 09 de julho de 2012. 07 de setembro de 2013

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Militar do Estado de São Paulo. Integração do art. 40, § 4º, inciso II da Constituição da República, que não se aplica aos militares estaduais.

Trata o presente expediente de requerimento de lavra do Cb. QPM 1-0 Sidnei Pereira, RG 2.282.685-9, e endereçado ao Sr. Comandante do 17º BPM, em que pleiteia sua transferência para a Reserva Remunerada, com vencimentos integrais, inobstante contar com 25 (vinte e cinco) anos de serviço público prestado ao Estado do Paraná.” grifo nosso

A Polícia Militar do Paraná recebe o requerimento e encaminha para a Consultoria Jurídica.

Vejamos.

“Ao ser remetido ao Comandante daquela OPM, este entendeu por bem endereçar ao Comando do 6º CRPM, buscando uma posição institucional, face às inúmeras solicitações realizadas no mesmo sentido por diversos militares estaduais.

Por sua vez, o Sr. Comandante do 6º CRPM, concordando com a necessidade de uma postura da Corporação, enviou o expediente para o Sr. Subcomandante-Geral, que finalmente, entrega a matéria a esta Consultoria Jurídica para apreciação.

A questão posta à mesa é de grande relevância e merece assessoramento desta pasta ao Excelentíssimo Senhor Comandante-Geral, já que se refere à política de Administração Geral da Corporação e detêm repercussão institucional. Desta feita, com supedâneo no art. 108 do Regulamento Interno e dos Serviços Gerais, passamos à análise do caso.

A aposentadoria especial dos servidores públicos civis encontra disciplina no art. 40, § 4º, da Constituição da República, com gramática renovada pela Emenda Constitucional nº 47/2005, nos seguintes termos:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio

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financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41/2003)

(...)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47/2005)

I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47/2005)

II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47/2005)

III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47/2005) (destacamos).

Em regra, a Carta Democrática proíbe expressamente a adoção de critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos servidores públicos civis, existindo tão somente três excepcionalidades, a citar: o caso dos portadores de deficiência; os que labutam em atividades de risco e os que trabalham em condições que prejudicam a saúde e integridade física do agente público.

Como se observa na redação expressa do art. 40, § 4º, é necessária a implementação de uma Lei Complementar que regule a matéria; entretanto, até a presente data tal normativa não saiu dos projetos e permanece sem regramento.

Por outro lado, é importante trazer a tona a existência da Lei Complementar federal nº 51, de 1985, a qual veio a disciplinar na época o art. 103 da Constituição Federal de 1969, dentro da Seção dedicada ao funcionalismo público, dispondo que:

Art.1º - O funcionário policial será aposentado:

I - voluntariamente, com proveitos integrais, após 30 (trinta) anos de serviço, desde que conte, pelo menos 20 (vinte) anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial;

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de serviço, aos 65 anos (sessenta e cinco) ano de idade, qualquer que seja a natureza dos serviços prestados.

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E segue o PARECER.

“A primeira questão é latente. A Lei Complementar federal nº 51 foi recepcionada pela atual Constituição Cidadã de 1988?Cidadã de 1988?

Pois bem. A Suprema Corte brasileira, ao contrário do que vem sendo ventilado, não tem um discurso uníssono, antes, é cambaleante em suas decisões e como iremos acompanhar, desde seu primeiro enfrentamento no ano de 2007 até os dias atuais, já mudou de posicionamento.

O primeiro episódio de repercussão levado à apreciação do STF foi a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.817, de autoria do Governo do Distrito Federal, o qual, em outubro de 2006, questionava a constitucionalidade de Lei Ordinária a qual dilatava o direito a percepção da aposentadoria especial por policiais civis.

Na mesma oportunidade, a Administração Pública alegou que a matéria já encontrava-se regulada pela Lei Complementar federal nº 51, a qual teria sido recepcionada pela atual carta.

Em novembro de 2008 sobreveio a decisão do STF, que além de declarar a inconstitucionalidade da Lei distrital, também entendeu que a Lei Complementar federal nº 51 havia sido recepcionada; eis o primeiro posicionamento da Corte Máxima.

Retroagindo um pouco no tempo, verificamos em agosto de 2007, ou seja, pouco mais de 1 (um) ano antes do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.817, o mesmo Tribunal se manifestando no Mandado de Injunção nº 721/DF, em que uma servidora que prestava serviços na área de saúde, invocava a omissão do legislativo para regulamentar a previsão constitucional.

O Supremo Tribunal Federal reconheceu a insalubridade da profissão e determinou que até a disciplina do mandamento constitucional, seja aplica a Lei federal nº 8.213/91 (Regime Geral de Previdência):

Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze),

20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.

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No Mandado de Injunção nº 758-6/DF, em julho de 2008, outro servidor que também trabalhava em ambiente e condições insalubres pleiteia a aposentadoria especial, sendo então aplicado pelo STF a regra da Lei federal n 8.213/91 (Regime de Previdência).

Em abril de 2009 a Corte Maior proferiu decisão no Mandado de Injunção nº 788-8/DF, em que uma Escrivã da Polícia Civil do Estado de São Paulo solicitou aposentadoria por realizar atividade considerada perigosa e insalubre. Contrariando sua postura anteriormente adotada na ADI nº 3817 quanto à recepção da Lei Complementar nº 51/85, definiu que deveria ser aplicado o art. 57 da Lei federal nº 8.213/91 à policial civil, até que fosse regulado o art. 40, § 4º da CF/88.

Seguindo com os julgamentos do Tribunal Máximo, também em abril de 2009, ao apreciar o Mandado de Injunção 795-1/DF ingressado por um Investigador da Polícia Civil, também do Estado de São Paulo, mais uma vez o STF determinou a aplicação do art. 57 da Lei federal nº 8.213/91. Este caso teve especial relevância, na medida em que o Min. Joaquim Barbosa ao apreciar questão de ordem, decidiu que os Ministros do Supremo Tribunal Federal podem decidir monocraticamente, nos MI que visem o direito a aposentadoria especial, a que se refere o art. 40, § 4º, inciso II da CF/88.

A linha de interpretação quanto à aplicação da Lei federal nº 8.213/91, passou a ser seguida pela Corte em suas decisões, a exemplo dos MI 809, 841, 857, 879, 905, 927, 938, 962 e 998, todos de relatoria da Ministra Cármem Lúcia, julgados em abril de 2009.

Ao que tudo indicava, a recepção da Lei Complementar federal nº 51/85, decretada pelos Ministros na ADI 3.817, havia sido esquecida. Ocorre que em dezembro de 2009, através de decisão monocrática do Ministro Ricardo Lewandowski, acatando os argumentos dispostos no Agravo Regimental ao Mandado de Injunção nº 895, fez ressurgir a aplicação da LC nº 51/85 ao caso específico dos policiais, retomando a posição do STF na ADI 3.817.

A Ministra Carmem Lúcia também conjugou do entendimento, e através de decisões monocráticas no MI 2696 (Delegado de Polícia Federal João Carlos de Albuquerque Valença) e MI 2418 (Sindicato dos Policiais Federais do Estado do Sergipe), passou a integrar a omissão na disciplina no art. 40, § 4º, inciso II, da CF/88, com a aplicação da LC nº 51/85.

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A partir de então, o entendimento do Supremo Tribunal Federal no sentido de suprir a mora agendi, com a aplicação da Lei Complementar federal nº 51/85 para os policiais, preenchendo a omissão legislativa do art. 40, §4º, inciso II (atividades de risco), e a Lei do regime geral de previdência Lei federal nº 8.213/91, para os casos do art. 40, § 4º, incisos I e III (servidor portador de deficiência ou cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física). Como exemplo de manifestações citamos o RE nº 567110/AC-ACRE, (julgamento em outubro de 2010) que teve a participação na qualidade de amicus curi da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil; do SINDIPOL (Sindicato dos Policiais Civis de Londrina); da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais; da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal; da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais; do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (SINCLAPOL); da Federação Interestadual dos Policiais Civis da Região Centro-Oeste/Norte, dentre outros.

Na oportunidade o Tribunal Pleno reafirmou seu posicionamento quanto a recepção constitucional da Lei Complementar federal nº 51/85.

Com esta nova sistemática o STF passou a negar seguimento, no ano de 2011, a diversos Mandados de Injunção interpostos por policiais, em vista da regulamentação já estar suprida pela Lei Complementar federal nº 51/85, a exemplo do MI 2283/DF; MI 2311/DF; MI 2313/DF; MI 2379/DF; MI 2535/DF; MI 2548/DF; MI 2553/DF; MI 2573/DF; MI 2609/DF e MI 2749/DF.

No corrente ano as decisões não foram modificadas, permanecendo a posição da Corte em preencher o vazio legislativo da Carta Política, com a Lei Complementar nº 51/85, a descrever o Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 613.842-AC (setembro de 2012); e Agravo regimental no MI 4.528/DF (junho de 2012).”

Precedentes do STF são mencionados no PARECER.

“MI 4528 AgR / DF - DISTRITO FEDERAL AG.REG. NO MANDADO DE INJUNÇÃO

Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA

Julgamento: 13/06/2012 Órgão Julgador: Tribunal Pleno

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EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO MANDADO DE INJUNÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL DE POLICIAL. ATIVIDADE DE RISCO. ART. 40, § 4º, INC. II, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEI

COMPLEMENTAR N. 51/1985. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO LEGISLATIVA. 1. A Lei Complementar n. 51/1985, que trata da aposentadoria especial dos policiais, foi recepcionada pela Constituição da República de 1988 (ADI 3.817/DF). 2. O reconhecimento da existência e da aplicabilidade de norma infraconstitucional regulamentadora do direito constitucional pleiteado evidencia o não cabimento do mandado de injunção, por inexistir omissão legislativa inviabilizadora do exercício de direito constitucionalmente assegurado. 3.Impossibilidade de conjugação do sistema da Lei Complementar n. 51/1985 com o do art. 57 da Lei n. 8.213/91, para com isso, cogitar-se de idade mínima para aposentação. Precedentes. 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento.”

E segue.

“RE 613842 AgR / AC - ACRE AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA

Julgamento: 18/09/2012 Órgão Julgador: Segunda Turma

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA ESPECIAL DE POLICIAL. ATIVIDADE DE RISCO. ART. 40, § 4º, INC. II, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LEI COMPLEMENTAR N. 51/1985 – RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.

Percebe-se claramente, que em todos os precedentes mencionados, a regra aplica-se ao regime jurídico dos servidores públicos civis, os quais não se adaptam aos militares estaduais cujas regras previdenciárias são peculiares.

Em nossa humilde interpretação, quanto ao regime previdenciário, os militares sempre foram tratados e regulamentados à parte, por se tratar de uma categoria não classificada como servidores públicos.”

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E segue o PARECER.

“A partir da reforma constitucional implementada pela Emenda nº 18/1998, entendemos que os resistentes a este posicionamento caíram por terra, e eventuais questionamentos quanto à previdência dos militares foram sepultados. Não há qualquer restilho de dúvida de que os militares estaduais, além de não dispor dos mesmos direitos e deveres dos servidores públicos civis, também pertencem a uma categoria com regime previdenciário segregado dos demais agentes públicos.

Desta feita, o legislador constitucional separou e organizou a Carta Maior de forma sistêmica, dividindo o diploma em: Títulos, Capítulos, Seções e Subseções, para melhor compreensão e entendimento de seus vaiares.

Portanto, encontramos no Título III a “Organização do Estado”, e inserido neste, o Capítulo VII, chamado “Da Administração Pública”, que por sua vez se subdivide em “Seção I – Das Disposições Gerais”, “Seção II – Dos Servidores Públicos e “Seção III – Dos Militares dos Estados, Do Distrito Federal e dos Territórios.”

Para melhor visualização da construção a que nos referimos, podemos assim representar:

TÍTULO III

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

(...)

CAPÍTULO VII

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

(...)

Seção I

Disposições Gerais

(...)

Seção II

Dos Servidores Públicos

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(...)

Seção III

Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios

(...)

Seção IV

Das Regiões

Ora, se fosse desejo do Poder Constituinte aglutinar os servidores civis e os militares, não haveria separação no próprio texto constitucional, bastaria uma subseção destinada aos militares dos Estados ou tão somente um dispositivo específico, porém, entranhado dentro da Seção II, todavia, não é isto que enxergamos na prática.

Ao apartar os militares dos demais, o poder legiferante não o fez aos ventos, na realidade, propositadamente, vez que os militares não são uma categoria pior, nem melhor que as demais, apenas são diferentes em deveres, obrigações e direitos. Aliás, este é o entendimento pacífico, indiscutível e sedimentado dos Tribunais Superiores e de todos os Tribunais Estaduais, além de incontestável na doutrina e literatura brasileira.

Assim, ao regular os servidores públicos civis, a Lei Máxima, dentro da Seção II, dedicou os artigos 39, 40 e 41 com respectivos parágrafos e incisos, traçando linhas gerais de questões que vão desde planos de carreira a formação, remuneração, nomeação, regime previdenciário, estabilidade, perda do cargo público, dentre outras.

Tais regras são inaplicáveis aos militares estaduais, já que para este segmento profissional a Constituição separou a Seção III, constituída do art. 42 e seus respectivos parágrafos.”

E segue o PARECER, sendo mencionado a legislação específica aplicada aos policiais militares do Paraná.

“O segundo ponto, então, é perguntar se a exceção estabelecida para as carreiras policiais do regime civil, expostas no art. 40, § 4º, inciso II, seria justaposta para os policiais militares. A resposta seria positiva, caso o dispositivo do art. 42 cabeça ou seus

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parágrafos fizessem remissão expressa para o art. 40, § 4º, inciso II, o que não é uma realidade:

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998).

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) (destacamos os dois trechos).

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).

Ao que se enxerga, a única menção feita ao art. 40, foi quanto ao § 9º, cuja matéria não se relaciona em nada com a aposentadoria especial do § 4º, inciso II. Para os militares dos Estados, a questão previdenciária é resolvida por norma estadual local, sinalizada pelo próprio art. 42, § 1º, em comunhão com o art. 142, § 3º, inciso X, para o qual existe envio do próprio dispositivo:

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

(...)

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(...)

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X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998). (destacamos).”

E mais.

“Os militares estaduais não dependem de uma legislação que especifique a previsão constitucional, pois já integram um regime particular em suas normas e previdências, variáveis de acordo com a regulamentação própria da lei estatal local. Os Ministros do Colegiado Máximo, através de decisões monocráticas, algumas bem recentes, têm sido hábeis em manter estanque esta interpretação, a exemplo do Ministro Dias Toffoli, em julgamento datado de outubro de 2012:

DECISÃO. Vistos. Milton Antonio Passarini interpõe recurso extraordinário, com fundamento na alínea “a” do permissivo constitucional, contra acórdão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim ementado: “Mandado de Injunção. Servidor público estadual. Policial Militar. Regulamentação de aposentadoria especial. Impossibilidade de aplicar aos policiais militares as regras do regime previdenciário próprio de servidores civis. Ordem denegada” (fl. 57). Apresentadas contrarrazões (fls. 77 a 89), o recurso extraordinário (fls. 67 a 74) foi admitido (fls. 101/102). Alega o recorrente violação dos artigos 5º, inciso LXXI, e 40, § 4º, da Constituição Federal, sustentando que “o reconhecimento do direito a aposentadoria especial veio a ser matéria constitucional somente a partir da CF/88, com a inclusão do art. 201. Posteriormente, com a EC 41/03 é que houve a extensão do benefício ao serviço público, consoante o § 4º. De modo que, por todo prisma que se enxergue a argumentação que tenta justificar que o Decreto Lei 260/70 já beneficiou o autor, esta não se sustenta” (fl. 73).

Aduz, ainda, que “a Lei Complementar Federal 51/85 que dispõe sobre o tempo de serviço dos policiais federais, refere-se e se aplica aos funcionários públicos policiais federais. Argui-la como regulamentadora de aposentadoria de policiais militares estaduais, como a querer que já teria previsto a situação de aposentadoria especial, com fulcro na insalubridade, fato que veio

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a ser aventado de modo concreto após 2003, não se mostra de acerto.

Ao contrário mostra que, efetivamente, o tempo de serviço de trinta anos para o policial, era regra em todo país, antes da CF/88 dispor sobre a aposentadoria especial, mormente após a EC-41/03” (fl. 74). Decido. Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi interposto contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era plenamente exigível a demonstração da repercussão geral da matéria constitucional objeto do recurso, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07. Todavia, apesar da petição recursal haver trazido a preliminar sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua existência, uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, com a redação introduzida pela Emenda Regimental nº 21/07, primeira parte, o procedimento acerca da existência da repercussão geral somente ocorrerá “quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão”. A irresignação não merece prosperar, haja vista que o acórdão recorrido está em sintonia com a jurisprudência firmada pelo Plenário desta Corte, no julgamento da ADI nº 3.817/DF, e ratificada em sede de repercussão geral, nos autos do RE nº 567.110/AC-RG. Sobre o tema, transcrevo o seguinte trecho da fundamentação da decisão proferida pela Ministra Cármen Lúcia, em caso análogo ao presente, nos autos do RE nº 660.271/SP (DJe de 9/11/11), que bem aborda a questão: “(...) 4. No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3817/DF, de minha relatoria, a questão da aposentadoria especial de servidores policiais foi tratada de modo incidental. Nesta ação, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a recepção do art. 1º da Lei Complementar Federal n. 51/1985, nos seguintes termos: “O art. 1º da Lei Complementar Federal n. 51/1985 que dispõe que o policial será aposentado voluntariamente, com proventos integrais, após 30 (trinta) anos de serviço, desde que conte pelo menos 20 anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial foi recepcionado pela Constituição da República de 1988” (ADI 3.817/DF, de minha relatoria, Plenário, DJe 3.4.2009). 5. Esse entendimento foi confirmado no julgamento do Recurso Extraordinário n. 567.110, de minha relatoria, cuja repercussão geral foi reconhecida: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. RECEPÇÃO CONSTITUCIONAL DO ART. 1º, INC. I, DA LEI COMPLEMENTAR N. 51/1985. ADOÇÃO DE REQUISITOS E

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CRITÉRIOS DIFERENCIADOS PARA A CONCESSÃO DE APOSENTADORIA A SERVIDORES CUJAS ATIVIDADES NÃO SÃO EXERCIDAS EXCLUSIVAMENTE SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS QUE PREJUDIQUEM A SAÚDE OU A INTEGRIDADE FÍSICA. 1. Reiteração do posicionamento assentado no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.817, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, da recepção do inc. I do art. 10 da Lei Complementar n. 51/1985 pela Constituição. 2. O Tribunal a quo reconheceu, corretamente, o direito do Recorrido de se aposentar na forma especial prevista na Lei Complementar 51/1985, por terem sido cumpridos todos os requisitos exigidos pela lei. 3. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento” (DJe 11.4.2011)”.

Nesse mesmo sentido, ainda, destaco as seguintes decisões monocráticas: ARE nº 648.605/SP, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 27/9/12; RE nº 662.036/SP, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 23/4/12; e AI nº 684.172/SP, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJe de 14/9/11. Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso extraordinário. Publique-se. Brasília, 9 de outubro de 2012. Ministro Dias Toffoli.”

Com o Ministro Gilmar Mendes não foi diferente:

Decisão: Trata-se de agravo interposto contra decisão do Colégio Recursal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo de inadmissibilidade do recurso extraordinário que impugna acórdão assim ementado: “PROCESSUAL – Extinção do processo, sem exame do mérito, em razão do domicílio da parte autora – Extinção afastada – Exame do mérito, nos termos do art. 515, § 3º, do Código de Processo Civil. SERVIDOR PÚBLICO – Policial Militar – Aposentadoria Especial em razão da insalubridade – Impossibilidade – Categoria que já conta com sistema de aposentadoria especial – Recurso a que se nega provimento.” (fl. 110) No recurso extraordinário, interposto com fundamento no art. 102, III, “a” e “c”, da Constituição Federal, o recorrente sustenta, em preliminar, a repercussão geral da matéria. No mérito, sustenta, em síntese, que o acórdão recorrido teria violado o artigo 40, § 4º, do texto constitucional. Decido. As razões recursais não merecem prosperar. Na espécie, o acórdão recorrido consignou o seguinte: “A tese exposta não vinga, porquanto o Policial Militar do Estado de São Paulo tem regime próprio de previdência e legislação específica para regulamentação das atividades. Com isso, a regra do art. 40 da Constituição Federal e a dos artigos 124 e seguintes da

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Constituição Estadual somente se aplicam aos servidores civis, porquanto os militares têm regime particular.” (fl. 111) Inicialmente, verifico haver deficiência na fundamentação do recurso extraordinário, pois as razões recursais estão dissociadas da matéria versada no acórdão recorrido. O recorrente limitou-se a arguir considerações referentes ao mérito da controvérsia sem apontar efetivamente as razões pelas quais caberia o apelo extremo, de modo a dar ensejo à aplicação da Súmula 284 do STF.

Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. 1) RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO DISSOCIADAS DOS FUNDAMENTOS DO JULGADO RECORRIDO: SÚMULA N. 284 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2) CONTRARIEDADE AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA: IMPOSSIBILIDADE DE INOVAÇÃO DE ARGUMENTOS EM AGRAVO REGIMENTAL. PRECEDENTES. 3) AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO”. (RE-AgR 667.051, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe 16.5.2012) (grifei) “AGRAVO REGIMENTAL. FALTA DE PERTINÊNCIA ENTRE A FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO E O CONTEÚDO DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA 284 DO STF. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. - Agravo regimental a que se nega provimento”. (AI-AgR 855.359, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe 22.6.2012) (grifei) Ainda que assim não fosse, no mérito, o tribunal de origem concluiu a controvérsia em consonância com o entendimento firmado pelo Plenário da Corte e ratificado em sede de repercussão geral. Confira-se o RE-RG 567.110, Rel. Min. Cármen Lúcia, cuja ementa transcrevo a seguir: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. RECEPÇÃO CONSTITUCIONAL DO ART. 1º, INC. I, DA LEI COMPLEMENTAR N. 51/1985. ADOÇÃO DE SERVIDORES CUJAS ATIVIDADES NÃO SÃO EXERCIDAS EXCLUSIVAMENTE SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS QUE PREJUDIQUEM A SAÚDE OU A INTEGRIDADE FÍSICA. 1. Reiteração do posicionamento assentado no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.817, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, da recepção do inc. I do art. 1º da Lei Complementar n. 51/1985 pela Constituição. 2. O Tribunal a quo reconheceu, corretamente, o direito do Recorrido de se aposentar na forma especial prevista na Lei Complementar 51/1985, por terem sido cumpridos todos os requisitos exigidos pela lei. 3. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento”.

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No mesmo sentido, menciono, ainda, as seguintes decisões monocráticas:

RE 660.271, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe 9.11.2011 e RE 662.036, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 23.4.2012. Ante o exposto, nego provimento ao recurso (arts. 21, § 1º, RISTF e 544, § 4º, II, “a”, do CPC). Publique-se. Brasília, 20 de setembro de 2012. Ministro Gilmar Mendes Relator. (destacamos).

Percebemos mais uma vez certa confusão nos acórdãos do Tribunal Supremo, pois ao mesmo tempo em que mantém na íntegra a decisão do tribunal a quo, que por sua vez, reconhece o sistema diferenciado para os militares estaduais, cita ao final jurisprudências relacionadas à disciplina da Lei Complementar nº 51/85, empregue aos servidores policiais do sistema civil.

É sempre válida a leitura das decisões do Ministro Marco Aurélio, que mais uma vez, conserva o entendimento dos tribunais inferiores, os quais decidem pela separação dos regimes militar e civil:

DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INTERPRETAÇÃO DE NORMAS LEGAIS – INVIABILIDADE – DESPROVIMENTO DO AGRAVO. 1. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo negou provimento a pedido formulado em apelação, ante os seguintes fundamentos (folhas164 e 165): A aposentadoria especial mencionada leva em consideração as condições especiais de trabalho dos policiais militares, inclusive a insalubridade. Portanto, a eles não se aplicam os parágrafos 1o a 3o do artigo 40 da Constituição Federal. As normas para aposentadoria dos policias militares estão dispostas no Decreto-Lei 260/70, que tem um regramento diferenciado o qual considera as peculiaridades das atividades por eles exercidas, portanto há a impossibilidade de haver benefícios concedidos a outros servidores. O mesmo já restou consignado no Mandado de Injunção n° 0231125-90.2009.8.26.0000, julgado em 17/11/2010 pelo Órgão Especial do E.Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cujo Reator foi o Des. Eros Piceli: "(...) Como a Polícia Militar do Estado também possui regime próprio, previsto no art. 141 da Constituição do Estado, fica evidente que não se pode estender os precedentes citados, seja do Supremo Tribunal Federal, seja deste Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, para os policiais militares, sem estudo mais profundo de seus componentes. O regime de previdência dos policiais militares, em São Paulo, se rege pelo decreto lei 260, de 29 de maio de 1970. A praça, que é o caso do autor, é reformada com trinta anos de efetivo serviço, com vencimentos e vantagens integrais da

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graduação. Veja-se o art. 28. Quer dizer que a aposentadoria especial, possível tanto para os servidores federais, como estaduais, não se estende para os policiais militares. E não se aplica por motivo muito simples. Eles já possuem aposentadoria especial. Enquanto os servidores civis (vale para os federais e para os estaduais), para a aposentadoria por tempo de contribuição precisam cumprir quatro requisitos (35 e 30 anos de contribuição, 60 e 55 de idade, respectivamente homem e mulher, 10 de serviço público e 5 no cargo), o policial militar apenas necessita de um, 30 anos de contribuição, seja homem ou mulher. (...). A concessão do pedido do impetrante levaria ao exagero de admitir-se aposentadoria especial de aposentadoria especial. Explica-se melhor: no caso concreto, o impetrante subtenente, possui 23 anos de serviço, como afirma. Quer a conversão do tempo de 25 anos para 35 anos, como se fosse possível a confusão entre os regimes previdenciários. (...). 2. Conheço do agravo e o desprovejo. 3. Publiquem. Brasília, 31 de agosto de 2012. Ministro MARCO AURÉLIO Relator

DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA – INTERPRETAÇÃO DE NORMAS LEGAIS – INVIABILIDADE – DESPROVIMENTO DO AGRAVO. 1. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo negou provimento a pedido formulado em apelação ante fundamentos assim sintetizados (folha 166):

MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – APOSENTADORIA ESPECIAL DO POLICIAL MILITAR – SEGURANÇA IMPETRADA TAMBÉM CONTRA O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, BEM COMO CONTRA O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO, O SECRETÁRIO DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA, E O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR – VERIFICADA A ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DE TODOS ELES – NO MÉRITO, A DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA É DE RIGOR – A APOSENTADORIA ESPECIAL É RELACIONADA A REGIME PREVIDENCIÁRIO PRÓPRIO DE SERVIDORES CIVIS, CUJAS REGRAS SÃO INAPLICÁVEIS AOS POLICIAIS MILITARES, POIS OS MESMOS POSSUEM REGIME DIFERENCIADO - PRECEDENTES DESTE ÓRGÃO ESPECIAL - ORDEM DENEGADA – O policial militar do Estado de São Paulo já é beneficiado com regime diferenciado, desde a edição do DL 260/70, que leva em consideração as peculiaridades de um exercício funcional merecedor de singular tratamento normativo. Inviável a miscigenação desse regime com outros também diferenciados, de maneira a acrescentar outros benefícios, além daqueles que o sistema já reservou à milícia. (...)

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2. Conheço do agravo e o desprovejo. 3. Publiquem. Brasília, 4 de setembro de 2012. Ministro MARCO AURÉLIO Relator.. (destacamos)

O Ministro Marco Aurélio, em seus escritos, marca pelo seu julgamento mais homogêneo, relatando que os militares estaduais já são merecedores de um regime normativo singular, e que não é possível uma miscigenação dos regimes na busca de benefícios além dos que já estão previstos pela lei especifica. As palavras do magistrado são esclarecedoras, e definem muito bem a situação dos militares estaduais, já que é inadmissível aceitar “aposentadoria especial de aposentadoria especial”. Também foi importante colacionar os julgados, para demonstrar que o próprio Tribunal Bandeirante, tido como referência para buscar aposentadoria integral aos 25 (vinte e cinco) anos, já modificou seu posicionamento, tanto que este ano uma diversidade enorme de policiais militares paulistas buscou o apelo extremo na esperança de retomar a interpretação anterior, todavia sem êxito.

Para os militares de nosso Estado, a regra é seguir as definições da Lei estadual. Nesta esteira, a aposentação se encontra disciplinada no Código da PMPR (Lei estadual nº 1.943, de 23 de junho de 1954), recepcionada pelo art. 42, § 1º, com remessa para o art. 142, § 3º, inciso X, do Diploma Republicano, em especial no artigo 157:

Art. 157. Serão transferidos compulsoriamente para a reserva remunerada os Oficiais que contem ou venham a contar 35 anos de serviço público, ou que atingir a idade limite estabelecida nesta Lei e o que permanecer afastados da atividade militar ou policial por mais de 8 (oito) anos contínuos ou não. (Redação dada pela Lei n.°4.543, de 31 jan.° 62)

(...)

§ 4° Poderá ser transferido, a pedido, para a reserva remunerada, o militar que conte mais de: (Redação dada

pela Lei n.° 4.543, de 31 jan.° 62)

I – 30 anos de serviço público, na forma do art. 158 da Constituição Estadual, independentemente de inspeção

de saúde e com os proventos integrais;

II – 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo prestado à Corporação, com 10 (dez) pelo menos, como músico,

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corneteiro, Rádio telegrafista, Rádio técnico de serviços de telecomunicações, de operação direta com Raio-X ou

substâncias rádio-ativas, cujos proventos serão integrais. (Redação dada pela Lei n 5.384, de 19 ago. 1966)

III – 25 anos de serviço público, 15, pelo menos, prestados ao Estado do Paraná com proventos proporcionais

à razão de 1/30 avos ...(Vetado)... do vencimento do posto ou graduação da atividade e por ano de serviço.

Art. 158. A idade limite de que trata o artigo anterior é a seguinte: (Redação dada pela Lei n.° 4.543, de 31 jan.°62)

I – Para Oficiais Combatentes:

Coronel....................................................... 62 anos

Tenente Coronel......................................... 59 anos

Major.......................................................... 56 anos

Capitão....................................................... 53 anos

1º Tenente....................................................50 anos

2 Tenente....................................................47 anos

II – Para Oficiais não Combatentes:

Coronel......................................................66 anos

Tenente Coronel........................................63 anos

Major.........................................................60 anos

Capitão..................................................... 57 anos

Oficial Subalterno.....................................54 anos

III – Para as Praças:

Aspirante a Oficial...................................47 anos

Subtenente e Sargento............................ 56 anos

Cabo........................................................ 54 anos

Soldado................................................53 anos.”

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A Consultoria Jurídica da Polícia Militar do Paraná, resume a

questão da aposentadoria (reserva) nas seguintes hipóteses.

“Em resumo, para os milicianos paranaenses, concorrem quatro hipóteses de transferência para a reserva remunerada, duas delas compulsoriamente e duas facultativas vinculadas ao pedido do interessado.

Primeiramente, em razão do tempo de serviço público, encontramos os militares estaduais que, ao alcançar 35 anos, são obrigados a passar para a inatividade. Frise-se que a norma trata de tempo de serviço público, aí inseridas eventuais contribuições para o município, estado e união. Tal regra de contagem foi recepcionada pela Constituição da República, aliás, o art. 40, § 9º é o único dispositivo que tem remessa expressa para os militares estaduais:

Art. 40 (..)

(...)

§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,de 15/12/98)

A segunda obrigatoriedade de passagem para a reserva ocorre em virtude da faixa etária alcançada, neste espectro, basta consultar o que preconiza o art. 158 do Código da PMPR. O questionamento que se faz nestes casos é se os proventos serão integrais ou proporcionais ao serviço público prestado. Em recente manifestação do PARANAPREVIDÊNCIA, através do Parecer nº 135/2012, ao realizar justificativa endereçada ao Tribunal de Contas, entendeu aquele órgão que no caso específico da reserva remunerada compulsória pela idade, além do serviço público, também deve somar o tempo de serviço prestado na iniciativa privada, para fins de cômputo. destaque nosso

Outra previsão de passagem facultativa para a reserva remunerada ocorre quando o militar estadual conta com 30 (trinta) anos de serviço público prestado, quando então faz jus a remuneração integral.

Ainda em caráter não obrigatório, é permitido ao miliciano que com 25 (vinte e cinco) anos de serviço, com no mínimo 15 (quinze) dedicados ao Estado do Paraná, seja transferido para a

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inatividade, porém, neste quadro, receberá proporcional ao tempo de contribuição, em outras palavras, 5/6 (cinco sextos) do subsidio.

Uma quinta hipótese especial prevista pela norma é dirigida ao corneteiro, Rádio telegrafista, Rádio técnico de serviços de telecomunicações, de operação direta com Raio-X ou substâncias rádio-ativas, que com 25 (vinte e cinco) anos trabalhados na PMPR, no mínimo 10 (dez) especialmente na atividade, inobstante o tempo de contribuição estar abaixo dos 30 (trinta) anos, será agraciado com a totalidade dos vencimentos, face à peculiaridade da tarefa desenvolvida.

Não há dúvidas que o sistema previdenciário dos militares é particularizado e não se confunde com as regras dos servidores policiais de regime civil, aos quais a Constituição da República guardou regulamentação e destinação apartada dos militares.

Mesmo em uma interpretação absolutamente equivocada, de que o art. 40, § 4º, II, da CF/88 se estenderia aos militares (o que não se admite), teríamos que a Lei Complementar federal nº 51/1985, é mais prejudicial aos militares do Paraná se comparada à norma estadual específica, se não vejamos:

1.a Lei Complementar nº 51/85, prevê no art. 1º, inciso II, a compulsoriedade por idade tão somente aos 65 (sessenta e cinco) anos e ainda, com os proventos proporcionais ao tempo de serviço prestado, independentemente da função;

2.a Lei estadual nº 1.943/54 prevê, no art. 158, diversas faixas etárias para a obrigatoriedade de passagem para a inatividade, admitindo, segundo entendimento mais atual, a contagem de tempo do INSS;

3.a Lei Complementar nº 51/85 prevê, no art. 1º, inciso I, a aposentação com proventos integrais com 30 (trinta) anos de serviço, com ao menos 20 (vinte) anos prestados em serviços de natureza estritamente policial;

4.a Lei estadual nº 1.943/54 também prevê aposentadoria integral com 30 (trinta) anos de serviços prestados no art. 157, inciso I, não fazendo exigência de qualquer tempo em serviço estritamente policial;

5.a Lei estadual nº 1.943/54 faz previsão a aposentação com proventos proporcionais aos 25 (vinte e cinco) anos de serviços prestados no art. 157, inciso III, hipótese que não existe na Lei Complementar nº 51/85;

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6.a Lei estadual nº 1.943/54 dedica especial atenção aos militares estaduais que exercem atividades de corneteiro, rádio telegrafista, rádio técnico de serviços de telecomunicações, de operação direta com raio-x ou substâncias rádio-ativas, inclusive com possibilidade de remuneração integral, conforme art. 157, inciso II, hipóteses inexistente na Lei Complementar nº 51/85.”

E segue o PARECER.

“Extrai-se das ilações ora expostas, fundado na legislação e jurisprudência dominantes, as seguintes conclusões:

- a Constituição da República proíbe a adoção de critérios diferenciados ao tratar da aposentação dos

servidores públicos civis. Entretanto, o próprio Diploma Maior, de forma excepcionalíssima, admite três casos de previdência especial ao funcionalismo civil no art. 40, § 4º, a dizer: o caso dos portadores de deficiência (inciso I); os que labutam em atividades de risco (inciso II) e os que trabalham em condições que prejudicam a saúde e integridade física do agente público (inciso III);

- as exceções constitucionais demandam disciplina por Lei complementar, a qual até a presente data não saiu do projeto;

- o Supremo Tribunal Federal foi surpreendido com o problema da previdência diferenciada dos servidores públicos, sendo a primeira decisão de relevância, exarada nos autos de Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.817, quando em novembro de 2008, entendeu que para os servidores policiais do regime civil aplicava-se a Lei Complementar nº 51/85, a qual teria sido recepcionada pela Lei Maior de 1988. Em tese o problema do funcionalismo policial estaria resolvido com o fenômeno da recepção, suprindo a omissão legislativa quanto ao art. 40, § 4°, inciso II, da CF/88;

- em relação aos demais casos (inciso I e III), passou a entender a Corte Máxima que era necessária a efetividade do texto constitucional, determinando, para os casos concretos, a aplicação da lei do regime geral de previdência (Lei federal nº 8.213/91), até que norma complementar vier a disciplinar;

- na sequência, em abril de 2009, em um “cochilo” da Corte Maior, foi proferida decisão no Mandado de Injunção nº 788-8/DF, em que decidiu-se pela aplicação da Lei federal nº 8.213/91 para uma escrivã da Polícia Civil. Descuidou o STF da recepção da Lei

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Complementar federal nº 51/85, conforme comando emitido na ADI nº 3.917;

- a memória do STF foi retomada em dezembro de 2009, quando reafirmou seu posicionamento quanto à recepção da Lei Complementar nº 51/85, para os funcionários públicos civis policiais, posicionamento conservado até os dias de hoje;

- ao decidir a questão especifica dos militares estaduais, nunca houve divergência no Tribunal Máximo, pois sempre reconheceu os policiais militares como uma categoria segregada dos servidores civis com direitos, deveres e previdência regulada em norma particular. A título de exemplo, as recentes decisões no RE 660764 (15 out. 12); ARE 648605 (27 set. 12); ARE 701345 (12 set. 12); RE 701344 (11 set. 12);

- mesmo em uma postura absolutamente equivocada, de aceitar o mesmo regramento dos civis, qual seja, a aplicação da Lei Complementar nº 51/85, seria ilógico para os militares do Estado do Paraná pleitear tal isonomia, já que as regras de inatividade estabelecidas pelo Código da PMPR (Lei estadual nº 1.943/54), são mais benéficas se equiparadas àquela;

- no caso concreto do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, durante certo espaço de tempo, induzido pelo “descuido” do STF, entendia pela aplicação da Lei federal nº 8.213/91 ao militares bandeirantes. Lapso que já foi corrigido, tanto que os hodiernos acórdãos são unânimes em reconhecer os milicianos como já servidos de uma aposentadoria especial, e nas palavras do Min. Marco Aurélio inadmissível uma “aposentadoria especial de uma aposentadoria especial”;

- entendemos que é imprescindível orientar corretamente os militares estaduais de nosso Estado quanto aos verdadeiros encaminhamentos legais, prevenindo que se lancem em aventuras judiciais infundadas, sugerindo, a publicação da presente Informação em aditamento ao Boletim Geral.

Curitiba, 19 de dezembro de 2012.

1º Ten. QOPM Cristiano Israel Caetano,

Adjunto à Consultoria Jurídica.

De acordo.

Curitiba, 19 de dezembro de 2012.

Maj. QOPM Carlos Alberto Rodrigues Assunção,

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Chefe da Consultoria Jurídica.”

Face ao exposto, estamos apresentando o Parecer da Polícia

Militar do Paraná sobre as questões afetas a aposentadoria integral aos 25

(vinte e cinco) anos e caso seja provocada novamente poderá ratificar o

entendimento, uma vez que, o Parecer foi emitido pela Consultoria Jurídica da

Corporação.

Contato esclarecimentos e informações jurí[email protected] (41) 9997-08-71

Venha fazer parte da família APRA!!!

Respeitosamente,

Curitiba, 08 de setembro de 2013.

APRA – PR

Anexo: ADITAMENTE DO BOLETIM GERAL Nº 002 – 03 DE JANEIRO DE 2012. COMANDO GERAL DA POLÍCIA MLITAR DO PARANÁ.

“Na vida temos duas opções: levantar a cabeça e lutar, ou se trancar em si mesmo e esperar

que outros lutem por você”.

por Jayr Ribeiro Junior.