poemas de castro alves parte 2
DESCRIPTION
Poemas de Castro Alves que fazem parte da leitura da uepa prise 2016TRANSCRIPT
CASTRO ALVES
Onde Estás?
É meia-noite. . . e rugindoPassa triste a ventania,
Como um verbo de desgraça,Como um grito de agonia.
E eu digo ao vento, que passaPor meus cabelos fugaz:" ento frio do deserto,
!nde ela est # $onge ou perto#" %as, como um & lito incerto,'esponde-me o eco ao longe:
"!&(min&)amante, onde est s#...
em( É tarde( Por que tardas#*+o &oras de brando sono,em reclinar-te em meu peitoCom teu l nguido abandono(...
)*t vazio nosso leito...)*t vazio o mundo inteiro E tu n+o queres qu)eu fique
*olit rio nesta vida...%as por que tardas, querida#...
ten&o esperado assaz...em depressa, que eu deliro
!&( min&)amante, onde est s#..
Estrela/na tempestade,'osa/nos ermos da vida,0ris/do n ufrago errante,0lus+o/d)alma descrida(1u foste, mul&er formosa(1u foste, 2 fil&a do c3u(...
. . . E &o4e que o meu passadoPara sempre morto 4az...endo finda a min&a sorte,
Pergunto aos ventos do 5orte..."!&( min&)amante, onde est s#..."
Murmúrios da Tarde
Rosa! Rosa de amor purpúrea e bela!GARRET .
!ntem 6 tarde, quando o sol morria,7 natureza era um poema santo,8e cada moita a escurid+o saia,
8e cada gruta rebentava um canto,!ntem 6 tarde, quando o sol morria.
8o c3u azul na profundeza escura9ril&ava a estrela, como um fruto louro,
E qual a foice, que no c&+o fulgura,%ostrava a lua o semicirc)lo d)ouro,8o c3u azul na profundeza escura.
$arga &armonia embalsamava os ares(Cantava o nin&o/suspirava o lago...E a verde pluma dos sutis palmares1in&a das ondas o murm rio vago...
$arga &armonia embalsamava os ares.
Era dos seres a &armonia imensa,ago concerto de saudade infinda(
"*ol /n+o me dei;es", diz a vagae;tensa,
"7ura/n+o fu4as", diz a flor mais lindaEra dos seres a &armonia imensa(
"$eva-me( leva-me em teu seio amigo"8izia 6s nuvens o c&oroso orval&o,"'ola que foges", diz o nin&o antigo,
)$eva-me ainda para um novo gal&o. ..$eva-me( leva-me em teu seio amigo."
"8 -me inda um bei4o, antes que a noiteven&a(
0nda um calor, antes que c&egue o frio..."E mais o musgo se conc&ega 6 pen&aE mais 6 pen&a se conc&ega o rio...
"8 -me inda um bei4o, antes que a noiteven&a(
E tu no entanto no 4ardim vagavas,'osa de amor, celestial %aria...
7i( como esquiva sobre o c&+o pisavas,7i( como alegre a tua boca ria...
E tu no entanto no 4ardim vagavas.
Eras a estrela transformada em virgem(Eras um an4o, que se fez menina(1in&as das aves a celeste origem.
1in&as da lua a palidez divina,Eras a estrela transformada em virgem(
<lor( 1u c&egaste de outra flor maisperto,
=ue bela rosa( que fragr ncia meiga(8ir-se-ia um riso no 4ardim aberto,8ir-se-ia um bei4o, que nasceu na
veiga...<lor( 1u c&egaste de outra flor mais
perto(..
E eu, que escutava o conversar dasflores,
!uvi que a rosa murmurava ardente:"Col&e-me, 2 virgem,/n+o terei mais
dores,>uarda-me, 2 bela, no teu seio
quente. . ." E eu escutava o conversar das flores.
"$eva-me( leva-me, 2 gentil %aria("1amb3m ent+o eu murmurei cismando...%in&)alma 3 rosa, que a geada esfria...8 -l&e em teus seios um asilo brando..."$eva-me( leva-me, 2 gentil %aria(..."
SAUDAÇÃO À PALMARES
5!* 7$1!* cerros erguido5in&o d) guias atrevido,
*alve( / Pa?s do bandido(*alve( / Pa?s do 4aguar(
erde serra onde os palmares/ como indianos cocares /
5o azul dos col mbios ares8esfraldam-se em mole arfar(...
*alve( 'egi+o dos valentes!nde os ecos estridentes
%andam aos plainos trementes!s gritos do caçador(
E ao longe os latidos soam...E as trompas da caça atroam...
E os corvos negros revoam*obre o campo abrasador(...
Palmares( a ti meu grito(7 ti, barca de granito,
=ue no soçobro infinito7briste a vela ao trov+o.E provocaste a ra4ada,*olta a fl mula agitada7os uivos da maru4ada
5as ondas da escravid+o(
8e bravos soberbo est dio,8as liberdades pal dio,
Pegaste o pun&o do gl dio,E ol&aste rindo p)ra o val:
"8escei de cada &orizonte...*en&ores( Eis-me de fronte("E riste... ! riso de um monte(E a ironia... de um c&acal(...
Cantem Eunucos devassos8os reis os marm2reos paços
E bei4em os f3rreos laços,=ue n+o ousam sacudir...Eu canto a beleza tua,Caçadora seminua(...Em cu4a perna flutua
'uiva a pele de um tapir.
Crioula( o teu seio escuro5unca deste ao bei4o impuro(
$uzidio, firme, duro,>uardaste p)ra um nobre amor.
5egra 8iana selvagem,=ue escutas sob a ramagem
7s vozes / que traz a aragem8o teu ri4o caçador(...
*alve, 7mazona guerreira(=ue nas roc&as da clareira,/ 7os urros da cac&oeira /
*abe bater e lutar...*alve( / nos cerros erguido /5in&o, onde em sono atrevido,
8orme o condor... e o bandido(...7 liberdade... e o 4aguar(
O VIDE TE@s vezes quando 6 tarde, nas tardes
brasileiras,7 cisma e a sombra descem das altas
cordil&eiras=uando a viola acorda na c&oça o
sertane4oE a linda lavadeira cantando dei;a o
bre4o,E a noite - a freira santa - no 2rg+o das
florestasAm salmo preludia nos troncos, nas
giestas*e acaso solit rio passo pelas picadas,=ue torcem-se escamosas nas lapas
escarpadas,Encosto sobre as pedras a min&a
carabina,unto a meu c+o, que dorme nas sarças
da colina,E, como uma &arpa e2lia entregue ao
tom dos ventos- Estran&as melodias, estran&os
pensamentos,ibram-me as cordas d)alma enquanto
absorto cismo,*en&or( vendo tua sombra curvada
sobre o abismo,Col&er a prece alada, o canto que
esvoaçaE a l grima que orval&a o l?rio da
desgraça,Ent+o, num santo B;tase, escuto a terra
e os c3us.E o v cuo se povoa de tua sombra, 2
8eus(!uço o cantar dos astros no mar do
firmamento5o mar das matas virgens ouço o cantar
do vento,7romas que s)elevam, raios de luz que
descem,Estrelas que despontam, gritos que se
esvaecem,1udo me traz um canto de imensa
poesia,Como a prim?cia augusta da grande
profecia1udo me diz que o Eterno, na idade
prometida, de bei4ar na face a terra arrependida.
E, desse bei4o santo, desse 2sculosublime
=ue lava a iniqDidade, a escravid+o e ocrime,
+o de nascer virentes nos campos dasidades,
7mores, esperanças, gl2rias eliberdades(
Ent+o, num santo B;tase, escuto a terrae os c3us,
! v cuo se povoa de tua sombra, 28eus(
E, ouvindo nos espaços as louras
utopias8o futuro cantarem as doses
melodias,8os povos, das idades, a novapromiss+o...%e arrasta ao infinito a guia
da inspiraç+o ...Ent+o me arro4o ousado das eras
atrav3s,8ei;ando estrelas, s3culos, volverem-se
a meus p3s...Porque em min&)alma sinto ferver
enorme grito,7nte o estupendo quadro das telas do
infinito...=ue faz que, em santo B;tase, eu ve4a a
terra e os c3us,E o v cuo povoado de tua sombra, 2
8eus(Eu ve4o a erra livre... como outra
%adalena,9an&ando a) fronte pura na viraç+o
serena,8a urna do crep sculo, verter nos c3us
azuisPerfumes, luzes, preces, curvada aos
p3s da cruz...5o mundo - tenda imensa da
&umanidade inteira=ue o espaço tem por teto, o sol tem por
lareira,<eliz se aquece unida a universal fam?lia.
!&( dia sacrossanto em que a 4ustiçabril&a,
Eu ve4o em ti das ru?nas vetustas dopassado,
! vel&o sacerdote augusto e veneradoCol&er a parasita - a santa flor - o culto,Como o coral bril&ante do mar na vasa
oculto...5+o mais inunda o templo a vil
superstiç+o7 f3 - a pomba m?stica - e a guia da
raz+o,Anidas se levantam do vale escuro
d)alma,7o nin&o do infinito voando em noite
calma.%udou-se o f3rreo cetro, esse aguil&+o
dos povos,5a virga do profeta coberta de renovos.
E o vel&o cadafalso &orrendo ecorcovado,
7o poste das idades por irris+o ligadoParece embalde tenta cobrir com as
m+os a fronte,- 7butre que esqueceu que o sol vem no
&orizonte.ede: as crianças louras aprendem no
Evangel&o7 letra que comenta algum sublime
vel&o,Em toda a fronte & luzes, em todo o
peito amores,Em todo o c3u estrelas, em todo o
campo flores ...E, enquanto, sob as vin&as, a ingBnua
camponesa
Enlaça 6s negras tranças a rosa dadeveza
8os saaras africanos, dos gelos da*ib3ria,
8o C ucaso, dos campos dessa infelizlb3ria,
8os m rmores lascados da terra santa&om3rica,
8os pampas, das savanas desta soberba7m3rica
Prorrompe o &ino livre, o &ino dotrabal&o(
E, ao canto dos obreiros, na orquestraaudaz do mal&o,
! ru?do se mistura da imprensa, dasid3ias,
1odos da liberdade for4ando as epop3ias,1odos co)as m+os calosas, todos
ban&ando a fronte7o sol da independBncia que irrompe no
&orizonte.!&( escutai( ao longe vago rumor se
elevaComo o trov+o que ouviu-se quando na
escura treva,! braço onipotente rolou *at+ maldito.É outro condenado ao raio do infinito,É o retumbar por terra desses impuros
paços,8esses serral&os negros, desses Egeus
devassos,*aturnos de granito, feitos de sangue e
ossos...=ue bebem a e;istBncia do povo nos
destroços ...Enfim a terra 3 livre( Enfim l do Calv rio
7 guia da liberdade, no imensoitiner rio,
oa do Calpe brusco 6s cordil&eirasgrandes,
8as cristas do imalaia aos p?ncaros dos7ndes(
=uebraram-se as cadeias, 3 livre a terrainteira,
7 &umanidade marc&a com a 9?blia porbandeira-.
*+o livres os escravos... queroempun&ar a lira,
=uero que est)alma ardente um cantoaudaz desfira,
=uero enlaçar meu &ino aos murm riosdos ventos,
@s &arpas das estrelas, ao mar, aoselementos(
%as, ai( longos gemidos de m?seroscativos,
1inidos de mil ferros, soluçosconvulsivos,
Bm-me bradar nas sombras, como fatalvedeta:
)=ue pensas, moço triste# =ue son&astu, poeta#)
Ent+o curvo a cabeça de raioscarregada,
E, atando br nzea corda 6 liraamargurada,
! canto de agonia arro4o 6 terra, aosc3us,
E ao v cuo povoado de tua sombra, 28eus(
O S!"ULO
! s3cFlo 3 grande... 5o espaço um drama de treva e luz.
Como o Cristo / a liberdade*angra no poste da Cruz.
Am corvo escuro, anegrado,!bumbra o manto azulado,8as asas d) guia dos c3us...7rque4am peitos e frontes...5os l bios dos &orizontes
um riso de luz... É 8eus.
@s vezes quebra o silBncio'onco estr?dulo, feroz.*er o rugir das matas,
!u da plebe a imensa voz#...1reme a terra &irta e sombria. . .
*+o as vascas da agonia8a liberdade no c&+o#...
!u do povo o braço ousado=ue, sob montes calcado,7bala-os como um 1it+o#(...
7nte esse escuro problema muito ir nico rir.
Pra n2s o vento da esp)rança1raz o p2len do porvir.
E enquanto o cepticismo%ergul&a os ol&os no abismo,=ue a seus p3s raivando tem,
'asga o moço os nevoeiros,Pra dos morros altaneiroser o sol que irrompe al3m.1oda noite / tem auroras,'aios / toda a escurid+o.%oços, creiamos, n+o tarda
7 aurora da redenç+o.>emer / 3 esperar um canto...C&orar - aguardar que o pranto
<aça-se estrela nos c3us.! mundo 3 o nauta nas vagas...
1er do oceano as plagas*e e;istem 4ustiça e 8eus.
5o entanto inda & muita noite5o mapa da criaç+o.
*angra o abutre / tirano%uito cad ver / naç+o.8esce a Pol nia esva?da,Catal3ptica, adormida,@ tumba do *obiesGi
0nda em son&os busca a espada ...!s reis passam sem ver nada ...
E o Czar ol&a e sorri...
'oma inda tem sobre o peito! pesadelo dos reis(
7 >r3cia espera c&orandoCanaris... 9Hron talvez(5apole+o amordaça7 boca da populaça
E ol&a erseH com terror Como o fil&o de *orrento,
1reme ao fitar um momento! es vio aterrador.
7 ungria 3 como um cad ver 7o relento e;posto nu
5em sequer a abriga a sombra8o foragido Iossut&.
7qui / o %3;ico ardente,/ asto fil&o independente8a liberdade e do sol /az por terra... e l soluçauarez, que se debruça
E diz-l&e: "Espera o arrebol("
! quadro 3 negro. =ue os fracos'ecuem c&eios de &orror.
7 n2s, &erdeiros dos >racos,1raz a desgraça / valor($utai... uma lei sublime=ue diz: "@ sombra docrime
de a vingança marc&ar."5+o ouvis do 5orte um grito,=ue bate aos p3s do infinito,=ue vai <ranGlin despertar#
É o grito dos Cruzados=ue brada aos moços / "8e p3"(
É o sol das liberdades=ue espera por osu3(...
*+o bocas de mil escravos=ue transformaram-se em bravos
7o cinzel da aboliç+o.E / 6 voz dos libertadores /
'eptis saltam condores,7 topetar n)amplid+o(...
E v2s, arcas do futuro,Cris lidas do porvir,
=uando vosso braço ousado$egislaçJes construir,
$evantai um templo novo,Por3m n+o que esmague o povo,
%as l&e se4a o pedestal.=ue ao menino dB-se a escola,7o veterano / uma esmola...
7 todos / luz e fanal(
$uz(... sim que a criança 3 uma ave,Cu4o porvir tendes v2s
5o sol / 3 uma guia arro4ada,5a sombra / um moc&o feroz.
$ibertai tribunas, prelos ...*+o fracos, mesquin&os elos...
5+o calqueis o povo-rei(=ue este mar d)almas e peitos,Com as vagas de seus direitos,
ir partir-vos a lei.
=uebre-se o cetro do Papa,<aça-se dele / uma cruz(7 p rpura sirva ao povo
Pra cobrir os ombros nus,=ue aos gritos do 5iagara
/ *em escravos, / >uanabara*e eleve ao fulgor dos s2is(
9an&em-se em luz os prost?bulos,E das lascas dos pat?bulos
Erga-se a est tua aos &er2is(
9asta(... Eu sei que a mocidadeÉ o %ois3s no *inai
8as m+os do Eterno recebe7s t buas da lei( / %arc&ai(=uem cai na luta com gl2ria,1omba nos braços da ist2ria,
5o coraç+o do 9rasil(%oços, do topo dos 7ndes,Pir mides vastas, grandes,os contemplam s3c)los mil(
VO#ES D$%&RI"A7 mul&er deslumbrante e capric&osa,
*egue cativo o passo delirante8eus( 2 8eus( onde est s que n+o
respondes#Em que mundo, em qu)estrela tu
t)escondesEmbuçado nos c3us#
dois mil anos te mandei meu grito,=ue embalde desde ent+o corre o
infinito...!nde est s, *en&or 8eus#...
=ual Prometeu tu me amarraste um dia8o deserto na rubra penedia
/ 0nfinito: gal3(...Por abutre / me deste o sol candente,
E a terra de *uez / foi a corrente=ue me ligaste ao p3...
! cavalo estafado do 9edu?no*ob a vergasta tomba ressupino
E morre no areal.%in&a garupa sangra, a dor pore4a,=uando o c&icote do simoun darde4a
! teu braço eternal.
%in&as irm+s s+o belas, s+o ditosas...8orme a Ksia nas sombras voluptuosas
8os &ar3ns do *ult+o.!u no dorso dos brancos elefantesEmbala-se coberta de bril&antes
5as plagas do indust+o.
Por tenda tem os cimos do imalaia...>anges amoroso bei4a a praia
Coberta de corais ...7 brisa de %isora o c3u inflama
E ela dorme nos templos do 8eus9rama,
/ Pagodes colossais...
7 Europa 3 sempre Europa, a gloriosa(...'ain&a e cortes+.
7rtista / corta o m rmor de Carrara Poetisa / tange os &inos de <errara,
5o glorioso af+(...
*empre a l urea l&e cabe no lit?gio...!ra uma c)roa, ora o barrete fr?gio
Enflora-l&e a cerviz.Aniverso ap2s ela / doudo amante
8a grande meretriz.
%as eu, *en&or(... Eu triste abandonadaEm meio das areias esgarrada,
Perdida marc&o em v+o(*e c&oro... bebe o pranto a areia
ardentetalvez... p)ra que meu pranto, 2 8eus
clemente(5+o descubras no c&+o...
E nem ten&o uma sombra de floresta...Para cobrir-me nem um templo resta
5o solo abrasador...=uando subo 6s Pir mides do Egito
Embalde aos quatro c3us c&orando grito:"7briga-me, *en&or(..."
Como o profeta em cinza a fronteenvolve,
elo a cabeça no areal que volve! siroco feroz...
=uando eu passo no *aaraamortal&ada...
7i( dizem: "$ vai Kfrica embuçada5o seu branco albornoz... "
5em vBem que o deserto 3 meu sud rio,=ue o silBncio campeia solit rio
Por sobre o peito meu.$ no solo onde o cardo apenas medra
9oce4a a Esfinge colossal de pedra<itando o morno c3u.
8e 1ebas nas colunas derrocadas7s cegon&as espiam debruçadas
! &orizonte sem fim ...!nde branqueia a caravana errante,E o camelo mon2tono, arque4ante
=ue desce de Efraim
5+o basta inda de dor, 2 8eus terr?vel#(É, pois, teu peito eterno, ine;aur?vel
8e vingança e rancor#...E que 3 que fiz, *en&or# que torvo crimeEu cometi 4amais que assim me oprime
1eu gl dio vingador#
<oi depois do dil vio... um viadante,5egro, sombrio, p lido, arque4ante,
8escia do 7rar ...E eu disse ao peregrino fulminado:"Cam( ... ser s meu esposo bem-
amado.../ *erei tua Elo . . . "
8esde este dia o vento da desgraçaPor meus cabelos ululando passa
! an tema cruel.7s tribos erram do areal nas vagas,E o n made faminto corta as plagas
5o r pido corcel.
i a ciBncia desertar do Egito...i meu povo seguir / udeu maldito /
1ril&o de perdiç+o.8epois vi min&a prole desgraçada
Pelas garras d)Europa / arrebatada /7mestrado falc+o( ...
Cristo( embalde morreste sobre ummonte
1eu sangue n+o lavou de min&a fronte7 manc&a original.
7inda &o4e s+o, por fado adverso,%eus fil&os / alim ria do universo,
Eu / pasto universal...
o4e em meu sangue a 7m3rica se nutreCondor que transformara-se em abutre,
7ve da escravid+o,Ela 4untou-se 6s mais... irm+ traidora=ual de os3 os vis irm+os outrora
enderam seu irm+o.
9asta, *en&or( 8e teu potente braço'ole atrav3s dos astros e do espaço
Perd+o p)ra os crimes meus( dois mil anos eu soluço um grito...
escuta o brado meu l no infinito,%eu 8eus( *en&or, meu 8eus((...
S'o Pau(o) ** de +un,o de *-.-