poemas

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Ação n.º 24/12 - A promoção da leitura na aula de Português Português 3º ciclo Ler para apreciar textos variados / Ler textos literários Tarefa 4: Atividade de motivação para leitura de textos literários Atividade: A aula decorrerá num local aprazível à beira-mar. Proporcionar aos alunos um momento introspetivo, sentindo-se próximos do mar, sensorialmente. Solicitar aos alunos que numa frase definam os seus sentimentos relativamente ao mar. Debater com os alunos as frases por eles produzidas (semelhanças, diferenças...). Distribuir vários excertos de textos relacionados com a temática do mar. Leitura e discussão dos excertos (como é visto o mar pelo autor…). Numa aula posterior, os alunos serão motivados para a leitura de textos literários como forma de enriquecimento pessoal, fruição estética e lúdica, sendo acompanhados pelo professor à biblioteca da escola, com vista à seleção individual de livros para leitura recreativa. Trabalho elaborado por: Diana Ferreira Filipe Sancho Graça Trindade Sandra Leite Praia da Vitória, 7 de setembro de 2012

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Page 1: POEMAS

Ação n.º 24/12 - A promoção da leitura na aula de Português

Português 3º ciclo

Ler para apreciar textos variados / Ler textos literários

Tarefa 4: Atividade de motivação para leitura de textos literários

Atividade:

A aula decorrerá num local aprazível à beira-mar.

Proporcionar aos alunos um momento introspetivo, sentindo-se próximos do mar,

sensorialmente.

Solicitar aos alunos que numa frase definam os seus sentimentos relativamente ao

mar.

Debater com os alunos as frases por eles produzidas (semelhanças, diferenças...).

Distribuir vários excertos de textos relacionados com a temática do mar.

Leitura e discussão dos excertos (como é visto o mar pelo autor…).

Numa aula posterior, os alunos serão motivados para a leitura de textos literários como

forma de enriquecimento pessoal, fruição estética e lúdica, sendo acompanhados pelo

professor à biblioteca da escola, com vista à seleção individual de livros para leitura

recreativa.

Trabalho elaborado por:

Diana Ferreira

Filipe Sancho

Graça Trindade

Sandra Leite

Praia da Vitória, 7 de setembro de 2012

Page 2: POEMAS

ANEXO 1

MAR

. Espelho do céu.

. Aquário de saudades.

. Extensão de tinta azul com seres vivos.

. Ilha das águas prateadas, onde os peixes parecem sorrir, onde as algas parecem cantar.

. É como se um de nós fosse o mar e o outro a areia.

. O mar é alto e azul e muito cool.

. O mar é uma realidade à parte.

. Era bom que o mar fosse cerveja.

. Eu sei que o mar é salgado porque já engoli cinco litros de água.

. O mar é o infinito.

. Vejo-o, sinto-o, fixo-o e invejo-o.

. No Verão vamos todos para o mar e levamos o cão.

. O mar é como o sofrimento: é forte.

. O mar é uma fonte de inspiração para o nosso coração.

. Quando a onda do mar se desenrola tudo em mim desabrocha.

. O mar às vezes é bondoso, outras vezes é um animal.

. Gosto de o visitar, de cheirar a sua proximidade.

. Sou um afortunado pois sei que ele me pertence, que sempre me esperará.

. Sinto falta do mar, da areia, daquela solidão, que não é solidão.

. Naquele saudoso dia de Verão, livrei-me da roupa e lancei-me sem cautela, sobre

aquele líquido espumoso, salgado e convidativo para nele mergulhar. Fez sentir em mim

uma sensação nova, de absoluta liberdade. Toda a água era minha e toda vinha em

direção a mim, como se eu fosse agora o seu centro...

. Não há nada mais bonito do que ver uma praia limpa, isso sim! Dá prazer e desejo ir a

uma praia, vê-la limpa! Oh! Quando é que uma praia foi limpa?!

Page 3: POEMAS

. Os peixinhos que aparecem em cardumes naquela água clarinha a passarem-nos entre

as pernas.

Frases elaboradas por alunos de outras escolas

Page 4: POEMAS

ANEXO 2

Liberdade

Aqui nesta praia onde

Não há nenhum vestígio de impureza,

Aqui onde há somente

Ondas tombando ininterruptamente,

Puro espaço e lúcida unidade,

Aqui o tempo apaixonadamente

Encontra a própria liberdade.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Nas ondas da praia

Nas ondas do mar

Quero ser feliz

Quero me afogar.

Nas ondas da praia

Quem vem me beijar?

Quero a estrela-d'alva

Rainha do mar.

Quero ser feliz

Nas ondas do mar

Quero esquecer tudo

Quero descansar.

(Estrela da Manhã)

Manuel Bandeira

Page 5: POEMAS

O Velho e o Mar

Era um velho que pescava sozinho num esquife na Corrente do Golfo, e saíra havia já

por oitenta e quatro dias sem apanhar um peixe. Nos primeiros quarenta dias um rapaz

fora com ele. Mas, após quarenta dias sem um peixe, os pais do rapaz disseram a este

que o velho estava definitivamente e declaradamente salao, o que é a pior forma de azar,

e o rapaz fora por ordem deles para outro barco que na primeira semana logo apanhou

três belos peixes.(…)

(…)O velho ensinara o rapaz a pescar e o rapaz gostava muito dele.

Ernest Hemingway

Fundo do mar

No fundo do mar há brancos pavores,

Onde as plantas são animais

E os animais são flores.

Mundo silencioso que não atinge

A agitação das ondas.

Abrem-se rindo conchas redondas,

Baloiça o cavalo-marinho.

Um polvo avança

No desalinho

Dos seus mil braços,

Uma flor dança,

Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa

Leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa

Tem um monstro em si suspenso.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Page 6: POEMAS

Lançamos o barco, sonhamos a viagem: quem viaja é sempre o mar;

Mia Couto, Mar me Quer

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa - MAR PORTUGUÊS

Page 7: POEMAS

Oceano Nox

(…)

Junto do mar sentei-me tristemente,

Olhando o céu pesado e nevoento,

E interroguei, cismando, esse lamento

Que saía das coisas, vagamente...

(…)

Antero de Quental, in "Sonetos"

Fado Português

O Fado nasceu um dia,

quando o vento mal bulia

e o céu o mar prolongava,

na amurada dum veleiro,

no peito dum marinheiro

que, estando triste, cantava,

que, estando triste, cantava.

(…)

Na boca dum marinheiro

do frágil barco veleiro,

morrendo a canção magoada,

diz o pungir dos desejos

do lábio a queimar de beijos

que beija o ar, e mais nada,

que beija o ar, e mais nada.

(…)

Ora eis que embora outro dia,

quando o vento nem bulia

e o céu o mar prolongava,

à proa de outro veleiro

velava outro marinheiro

que, estando triste, cantava,

que, estando triste, cantava.

José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'