pódio - 17 de janeiro de 2016

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Pódio [email protected] 3090-1075 E1 MANAUS, DOMINGO, 17 DE JANEIRO DE 2016 Paixão com SUPERAÇÃO Com uma deficiência na perna, lutador de jiu-jítsu usou o amor pelo esporte como combustível de superação na vida. Hoje, ele é um dos grandes nomes da arte suave no Estado. Pódio E7 FOTO: DIEGO JANATÃ SONHO Garoto de 11 anos fará teste no Fla Pódio E6 IONE MORENO

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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[email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE JANEIRO DE 2016

Paixão comSUPERAÇÃO

Com uma defi ciência na perna, lutador de jiu-jítsu usou o amor pelo esporte como combustível de superação na vida. Hoje, ele é um dos grandes nomes da arte suave no Estado. Pódio E7

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Garoto de 11 anos fará teste no Fla

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE JANEIRO DE 2016E2 PódioPódioRio-2016 gastará menos, mas não se sabe quantoComitê Organizador da Rio-2016 cortou algumas “regalias” dos atletas, mas não sabe mensurar o valor da redução

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AÇÃO

Prefeitura está tendo problemas com a construção da Arena de Tênis, na qual o consórcio teve o contrato rescindido na última sexta-feira

Rio de Janeiro (RJ) - Desde que se acentuou a crise econômica no Bra-sil, o Comitê Organizador

Rio-2016 tem feito o discurso de redução de orçamento para respeitar o aperto dos gover-nos estadual e federal. Nesta semana, a entidade decidiu que manterá alguns “luxos” a atle-tas, mas com menos dinheiro. A questão é que o Comitê não sabe qual será o tamanho da diminuição dos seus gastos.

O orçamento do comitê é bancado com verbas privadas. Mas, para isso, foram repassa-das despesas para os governos. Seu valor inicial gira em torno de R$ 7,4 bilhões. Então, traçou-se um plano inicial de reduzir em 10% esse total. Mas houve diversas revisões em que itens foram retirados e recolocados da previsão de custos.

Agora, em mais uma reunião com o COI, o comitê deixou prati-camente fechado o pacote. Fal-tam alguns pontos a negociar. Conseguiu manter alguns extras previstos para dar mais confor-to a atletas, comitês olímpicos e imprensa, como passagens de graça, ar-condicionado, impres-soras para publicar resultados. Só que houve uma redução nos valores iniciais a serem gastos com esses itens.

Por exemplo, em relação às passagens, o comitê pagará todos os deslocamentos das delegações, mas estabelecerá um padrão de tarifa usado du-rante a semana, mais barato do que no fi nal de semana. Assim, vai calcular um valor e enviar o dinheiro para os comitês olímpi-cos nacionais. O comitê pensou em cortar as impressoras para publicar resultados para jorna-listas e staff que trabalham nos Jogos. A ideia era só usar meio eletrônico. O COI insistiu na necessidade de ter os números no papel. Foi encontrado um meio termo. Seriam gastos R$ 20 milhões, e o número caiu para R$ 12 milhões.

Os condicionadores de ar para os atletas nos quartos serão man-tidos, mas as televisões estão fora. Só haverá nas áreas públi-cas. Alguns itens das instalações esportivas e contratos legais ain-da estão em discussão porque podem determinar o tamanho da redução. A intenção é ter o pacote fechado antes do Carnaval, isto é, no início de fevereiro.

O problema é que difi cilmente o público saberá qual foi o esforço efetivo do Comitê Rio-2016 para cortar custos. Isso porque o Co-mitê não calculou o tamanho da redução e, no momento, não pre-tende realizar esse levantamento.

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Willian D’Ângelo

Colunista do PÓDIO

O time do Satellite Sporting Club foi fundado no dia 31 de outubro de 1913,

disputando o Campeonato Amazonense de futebol da segunda divisão, organizado pela Liga Amazonense de Foot Ball de 1914, 1915, 1916 e 1917. A primeira partida realizada pelo clu-be aconteceu logo após a sua fundação, no dia 7 de dezembro de 1913, um jogo disputado no terreno da Praça da Saudade, der-rotando o Amazonas Foo-tbal Club por 1 a 0, gol doatacante Sandoval.

No ano de 1914, o futebol brasileiro era administrado pela Federação Brasileira de Sports (FBS) e o primeiro uniforme oficialmente utili-zado pela seleção brasileira foi e 21 de julho de 1914, no primeiro jogo - considerado não oficial pela Fifa - contra a equipe inglesa do Exeter City. O Brasil jogou e venceu por 2 a 0 com a seguinte formação: Marcos; Pínda-ro e Nery; Lagreca, Rubens Salles e Rolando; Abelardo, Oswaldo Gomes, Friende-reich, Osman e Formiga. O jogo foi realizado no Estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro e os marcadores fo-ram Oswaldo Gomes (atleta do Fluminense-RJ) e Osman

Divisão, o Satellite contou com os jogadores Muniz, Ramos, Gordiano, Sandoval, Fortuno, Bio, Epitácio, Olim-pio, Mílton, Tabyra e Paiva.

Em 21 de janeiro de 1917, começava o Campeonato da Segunda Divisão, e nova-mente o Satellite era inserido para participar, sendo esta sua última competição que para frustração de seus só-cios e torcedores viu o título de campeão ir para a equipe reserva do Rio Negro.

Nesta Segunda Divisão participaram o América Foot Ball Club (2° time), Athlético Rio Negro Club (2° time), Ma-náos Sporting Club (2° time), Nacional Foot ball Club (2° time), Naval Foot Ball Club (1° time), Satellite Sporting Club (1° time) e Sporting Club Monte Christo (1° time).

Pela primeira divisão, o Nacional conquistou o seu bicampeonato, competição que contou também com Rio Negro, Manaós Sporting, União Esportiva, Luso, Monte Cristo e Sporting Club. O Leão da Vila Municipal con-tou com os atletas Fernan-des, Fidoca, Rodolpho Gon-çalves, Pequenino, Campos, Authberto, Craveiro, Lino Dantas, Paulo Melo, Pará, Mário, Roberto, Aureliano, Edgard, Paiva, Castolino, Meniné, Oscar e João Silva.

Satellite Sporting Club na segunda divisão do [email protected]

Túnel do tempo

Em 21 de janeiro de 1917, co-meçava o Campeonato da Segunda Divisão, e novamente o Satellite era inserido para participar, sendo esta sua última competição, que para frustração de seus sócios e torcedores viu o título de campeão ir para a equipe reserva do Rio Negro”(do América-RJ). O primeiro

campeonato oficial disputa-do em Manaus aconteceu em 1914, dele participaram os times do Rio Negro, Nacio-nal, Vasco da Gama, Manaós Sporting e Manaós Atletic, grupo chamado de primeira divisão. Paralelamente, um outro grupo foi formado de-nominado de segunda divi-são que reunia os reservas de alguns participantes da

primeira divisão, junto com outros times menores. As-sim sendo, habilitaram-se na segunda divisão os times do Manáos Sporting (2º time), Onze Português, Satellite, Vasco da Gama, Rio Negro (2º time), Luso e Naval. Os jogos desse grupo eram re-alizados no campo da praça Floriano Peixoto, no bairro da Cachoeirinha.

O Manaós Atletic conquis-

tou o título de 1914, tendo como destaques os atletas Bilett, Forbes, Wright, Tho-maz, Burton e Roosewelt, equipe formada exclusiva-mente por ingleses. O Sa-tellite realizou um total de 12 jogos, entre eles, a vitória sobre o Luso por 2 a 0, a derrota que sofreu do Onze Português por 3 a 1 e o em-pate com o Manáos Sporting em 1 a 1. Para a disputa dessa

Ilustração mostra a formação inicial do primeiro jogo do Satelitte Sporting no âmbito regional

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Aos 64 anos, no fi nal da última de suas cinco passa-gens como técnico do Co-rinthians, Oswaldo Brandão escutou gritos mal-agrade-cidos de quem estava nas arquibancadas: “Ado, ado, ado! Brandão está supe-rado!”. Quatro anos antes, ele conquistara o mais co-memorado título da histó-ria do clube, o Campeonato Paulista de 1977, encerran-do um jejum de conquistas expressivas que perdurava desde 1954.

Tite, o candidato a supe-

rar o falecido Brandão se tornou ídolo do Corinthians a partir de uma série de conquistas como a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes em 2012 e o Campeonato Paulista e a Recopa Sul-americana em 2013.

“Comparar os títulos é uma covardia porque, no tempo do Brandão, não ha-via esses campeonatos. Em termos de importância, é claro que o Tite está na frente. Agora, o Brandão ga-nhou dois títulos imortais.

Os dois técnicos ainda estão cabeça a cabeça”, opinou o jornalista Celso Unzelte, historiador do Corinthians, colocando os 435 jogos de Brandão a serviço do clube como um diferencial. Tite terminará 2015 com 342. “Se fi car mais um ano, ele superará o Brandão em par-tidas. Aí, acho que haverá um argumento forte para o desempate”.

Para José de Souza Tei-xeira, preparador físico do Corinthians campeão de 1977 e também ex-treina-

dor, Brandão paga o preço da falta de propaganda na disputa com Tite. “Infeliz-mente, tudo o que foi feito no passado costuma acabar esquecido. Não quero tirar o mérito do Tite pelo que está construindo, mas, para nós, com a mentalidade de um país jovem, tudo é momen-tâneo. Quando as novidades dão frutos, como é o caso do Corinthians do Tite, são levadas em consideração. Mas temos que reconhecer os méritos dos trabalhos anteriores”, cobrou.

Empate na preferência do povo

Tite e a inevitável ligação com Oswaldo BrandãoAtual e ex-técnico do Corinthians são gaúchos e ambos foram responsáveis pelos títulos mais expressivos do clube paulista

São Paulo (SP) - “Qual é a diferença de jogos entre a gente? Ele tem uns 700, será? Bah!

Não! Não dá para mim! Eu tenho uns 200”, disse Tite, em entrevista concedida ao site Gazeta Esportiva em dezem-bro de 2013. Ele se despedia do Corinthians após um semestre muito ruim e não via, naquele momento, a possibilidade de desafi ar o número de partidas do recordista Oswaldo Bran-dão no clube.

A distância agora é de me-nos de cem jornadas e deixará de existir se o contrato do treinador for cumprido, até o fi m de 2017. Independente-mente dessa marca, há quem defenda que o gaúcho de Caxias de Sul já tenha supe-rado o de Taquara na história da equipe preta e branca. A conquista do Campeona-to Brasileiro de 2015 com uma campanha arrasadora deu mais um argumento aos partidários dessa visão. Tite jura não se importar.

“Não tenho a pretensão de ser o maior, juro. Palavra de honra”, diz o técnico, que pre-fere transparecer sua vaidade exaltando a própria conduta moral com uma frequência impressionante. “Tenho a pre-tensão de ser leal, competen-te, de ser um cara simples, de valorizar onde nasci. Ser eu,

do meu jeito. Se as pessoas entenderem que mereço ca-rinho…”.

Ele tem merecido bastante carinho. Ampliando algo que já se via em escala menor nos históricos triunfos de 2012, o comandante é de longe a fi gura mais celebrada no hexacampeonato nacional do Corinthians. Entoado com muita força, o brado “olê, olê, olê, olê, Titê, Titê” reforça o coro que põe Adenor Leonardo Bacchi no topo entre os 108 treinadores alvinegros.

“Não penso nisso. Até por-que, se eu pensar nisso, vai me assustar. Não tenho a dimen-são. A dimensão que tenho é a de ser digno, no meu posto, enquanto pessoa. Sabem da minha conduta”, afi rmou, in-cansável na louvação de suas virtudes como homem. “Agora, essa mensuração aí… Orgulha, mas assusta”.

AnáliseAinda que jure não se im-

portar com as comparações, Tite coloca sua maior con-quista acima da maior de Oswaldo Brandão no Corin-thians. Há dois anos – antes de ampliar sua importân-cia com mais um triunfo no Campeonato Brasileiro –, ele não hesitou em apontar o título da Copa Libertado-res de 2012 como o prin-cipal na história de mais de cem anos do clube doParque São Jorge.

“Em termos de sede de título,

o paralelo é válido”, disse, após um longo suspiro, questionado sobre o memorável Campeo-nato Paulista de 1977. “Mas a dimensão… Sem falsa mo-déstia, a Libertadores é maior. Talvez o cunho de tanto tempo sem esse título… E foi um títu-lo de Libertadores! Ainda me surpreendo com as pessoas emocionadas que chegam até mim”, diz.

Brandão já não está vivo para ouvir “obrigado”, mas é o que Basílio escuta diaria-mente. O autor do gol do título que encerrou um jejum de 23

anos do Corinthians conhece bem a gratidão dos torcedores por um momento inigualável. Ainda hoje, há crianças sendo batizadas com o nome do Pé de Anjo – que foi informado pre-viamente por Brandão: seria o herói contra a Ponte Preta.

“Sei que o campeonato de 1977 foi um marco. Eu era garoto e acompanhei aquela campanha. Sabia da qualidade da Ponte Preta. Conheço bem a história porque aquele título transcendeu o estado de São Paulo. No Rio Grande do Sul, eu pensava: ‘O Corinthians

está há tanto tempo sem con-quistas e fi cou próximo disso agora’. Aquilo foi um bum. Com um técnico gaúcho, então…”, lembra Tite.

Até hoje sem a exata noção do que representou o triunfo de 38 anos atrás, ele julga ter começado a entender ali o clube em cuja história entraria profundamente. “Eu me lem-bro de Basílio, Ruço, Tobias, Super Zé. Guardo ainda uma imagem da representação da raça dele ainda. Para jogar no Corinthians, é preciso ter um pouco de Zé Maria”, fi naliza.

DEDICAÇÃO

O jeito responsável de conduzir as equipes que treina asseme-lha ainda mais Tite a Oswaldo Brandão. Os gaúchos não conquis-taram a torcida do Timão sem querer. A dedicação com os atle-tas resultou em títulos

Tite em coletiva após o título brasileiro do

Corinthians

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COPA INTER

Escritório do empresário é todo enfeitado com artigos do São Paulo e a luva de Rogério Ceni foi colocada em um quadro, para ser preservada

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Sem preço para uma paixãoTorcedor fanático do São Paulo, empresário Erik Lira tem uma coleção invejável de artigos do clube e uma luva autografada por Rogério Ceni, goleiro que recentemente pendurou as chuteiras e se tornou mais ídolo do Tricolor

A paixão é um senti-mento que leva, mui-tas vezes, as pessoas cometerem as maio-

res loucuras. Considerando essa afi rmativa, podemos afi rmar que o empresário Erik Lira é um homem loucamente apaixonado. Não, essa não é mais uma história de amor entre casais. Trata-se de uma idolatria chamada São Paulo Futebol Clube.

O amazonense tem uma coleção de objetos do Tri-color paulista que ajudam a demonstrar seu carinho pelo clube. São camisas autogra-fadas, fotos e uma luva au-tografada pelo ídolo Rogé-rio Ceni, que recentemente pendurou as chuteiras. Erik afi rma que o artigo fez parte do uniforme do goleiro são–paulino algumas vezes e, por isso, já pode ser considerado uma relíquia. Sobre o preço pago na luva? Lira não revele de jeito nenhum.

“Não se trata de um valor mensurável. Essa luva tem valor histórico, não existe preço”, afi rma.

A ideia de colecionar peças do São Paulo começou em 2006, lembra Erik. Porém, para entender melhor tudo isso, é necessário voltar a 1993. Naquele ano, o São Paulo tinha conquistado os

principais campeonatos que disputou – foi bicampeão da Libertadores e campeão da Recopa Sul-Americana. Foi nessa época que a história de amor com o time do Mo-rumbi nasceu.

“Tudo começou quando ti-nha apenas 7 anos de idade. Sempre tive vontade de torcer por um time campeão e, na época, o São Paulo arrastava tudo. Isso despertou em mim um interesse e uma paixão pelo clube, que para sempre permanecerá”, disse.

Nesse meio tempo, entu-siasmado com os resultados do time, o torcedor conheceu, em uma viagem à capital paulista, o craque Rogério Ceni. “O cara me deu uma camisa autografada e outros itens que fi zeram despertar em mim uma paixão ainda maior pelo clube”, recordou.

Com o tempo, a coleção acabou se transformando em hobby. Primeiro foram as camisas, depois alguns enfeites, até que a paixão foi crescendo e virou obsessão. Nesse tempo, Erik conheceu pessoalmente Rogério Ceni e ganhou de presente a tão valiosa luva.

“Pedi essa luva por tele-fone. Não posso dizer mais detalhes sobre essa história, porque é uma edição muito limitada. Hoje tenho mais de 50 camisas autografadas do

São Paulo por ele e outros jogadores. Um dia me per-guntaram se eu venderia ou trocaria, minha reposta foi ‘nem pela minha vida’, isso é herança”, disse.

Erick Lira ainda é um dos seis diretores da torcida orga-nizada Zero Grau São Paulina, que se reúne em um bar no bairro São Jorge para assistir às partidas do Tricolor paulis-

ta. Neste ano, os torcedores estão homenageando Rogé-rio Ceni com bandeiras com a foto do ídolo.

“A Torcida São Paulo Ma-naus tem o orgulho de, por

meio desse simples ato, ho-menagear e agradecer pelo líder, capitão, artilheiro, recordista e mito que Ro-gério Ceni foi, é e sempreserá”, afi rma.

LINDIVAN VILAÇA

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Sonho emvermelho e preto

Garoto Richard, de 11 anos, passou em peneira do Flamengo e passará o ano de 2016 fazendo testes no clube carioca

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AÇÃO

Richard chama atenção por sua habilidade com a perna esquerda, bem por isso é fã do canhoto Lionel Messi, melhor jogador do mundo

Garoto treina diariamente na Escolhinha do Fla, em Manaus, com mais de 30 colegas que estão torcendo pelo sucesso de Richard no Rio

O sonho da maioria dos jovens brasilei-ro é, sem dúvidas, ser jogador de fute-

bol. Em pequena ou grande escala, as crianças nascidas no país têm como ídolos nomes como Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Romário, Messi, Cristiano Ronaldo, Kaká... No entanto, poucos são os que conseguem trilhar os caminhos de sucesso den-tro das quatro linhas. Mas, para o amazonense Richard Souza Mendonça, de apenas 11 anos, o sonho entrou no caminho certo para se tor-nar realidade em um futurobem próximo.

O adolescente passou, re-centemente, em uma peneira realizada pelo Clube de Re-gatas do Flamengo e passará a temporada de 2016 inteira no Rio de Janeiro, para uma avaliação mais apurada pe-los profissionais do clube da Gávea. Ele viajou na sema-na passada, acompanhado pelos pais. A peneira, even-to promovido para avaliar crianças e adolescentes, é um recurso comum utilizado pelas agremiações e tem ganho cada vez mais espaço em Manaus.

A rara oportunidade de fa-zer teste no Flamengo surge como um presente tardio de Natal. Richard é de origem humilde, morador do bairro Grande Vitória, na Zona Les-te de Manaus, um dos mais precários em infraestrutura urbana da cidade.

Habilidoso com a perna esquerda e com fome de gol, o jovem atleta conta que essa chance era esperada desde os 5 anos de idade. “Jogar no Flamengo ou em outro grande clube do Bra-sil é o sonho de qualquer menino. Agora, vou seguir o que me for ordenado e fazer o que puder para que eu possa me firmar lá no Rio de Janeiro. Sei que não vai ser fácil, mas tenho fé em Deus e com o apoio da minha família tudo vai dar certo”, diz a criança, que já pensa como gente grande.

Se depender da dona de casa Elaine Cristina Soares Souza, 36, não faltará apoio ao fi lho para que o sonho vire realidade e dê tudo certo. “Acredito muito no potencial do meu fi lho, sei que ele vai

muito longe. Se ele chegou até aqui, tenho certeza que pode alcançar voos mais altos”, ob-serva a mãe coruja, com os olhos cheios de lágrimas que, segundo ela, expressam uma mistura de alegria e tristeza, já que poderá fi car longe do fi lho durante todo 2016.

Serão 15 dias de testes no Mengão, uma jornada nada fácil para um garoto de 11 anos de idade, mas recompen-sadora para um fl amenguista. O time carioca é o clube de coração de Richard, mas foi na escolinha do Sampaio Correia, do Maranhão, em Manaus, que ele deu os primeiros chutes na bola. Porém, nenhum ídolo do Flamengo e nem do Tricolor de São Pantaleão inspiraram o amazonense. Sua referência é um craque argentino Lionel Messi, do Barcelona. Ou seja, a inspiração é no melhor do mundo.

Para o professor da escoli-nha do Rubro-Negro em Ma-naus, Gesiel Silva, o garoto tem muito potencial e pode, sim, se tornar um profi ssional em breve.

“Não se trata apenas de sorte e competência, duas palavras que são oportunas para a situação dele (Richard). Esta é uma oportunidade rara para chegar ao nível profi ssio-nal, até os 18 anos, quando estará totalmente preparado e capacitado. Até lá, vai ter que passar por muita ava-liação, um conjunto técnico que reúne preparação física e aperfeiçoamento tático”, avalia Gesiel.

O treinador diz que Richard tem facilidade no domínio de bola e no chute, tanto com a esquerda quanto com a direita. “Os jogadores aqui de Manaus são muito bons. Acho que o futebol daqui deveria ter mais atenção por parte dos governantes e, até mesmo, de outros clubes do Brasil”, comenta o técnico.

NOVA CHANCE

Em 2010, Richard foi aprovado na peneira do Flamengo, mas não conseguiu se destacar no teste no Rio de Janeiro. Agora, mais maduro, espera ter uma sor-te diferente na nova oportunidade

LINDIVAN VILAÇA

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Lutador afi rma que defi ciência nunca foi um empecilho para o seu desenvolvimento no esporte. Atualmente, ele é professor em uma academia

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Paixão e superação na história de um campeãoAmazonense Alex Taveira, 29, superou uma defi ciência na perna e hoje é um dos principais nomes do jiu-jítsu no Estado

Ele tinha todos os mo-tivos para ser um re-voltado com a vida. Alex Taveira, 29, nas-

ceu com uma deficiência congênita na perna direi-ta. Mas, aquilo que parecia uma limitação, na verdade, se tornou a mola propulsora para uma vida de desafiose conquistas.

Alex é uma das revelações do jiu-jítsu do Estado e tem se destacado em torneios nacionais e internacionais. A perna direita, bem menor do que a outra, não atrapalha em nada na execução dos golpes. Quem assiste às lu-tas de Taveira pode chegar à conclusão que o problema, na prática, faz é ajudar.

Ele será uma das estrelas do Gladiator Fight 2, evento de lutas casadas que acon-tecerá no dia 5 de fevereiro, em Manaus. Alex vai encarar Raymisson Michiles na dis-puta pelo título dos faixas pretas até 64 quilos.

“A deficiência física nunca foi problema para mim e sempre lutei de igual para igual com qualquer adver-sário. Adaptei meu jogo à minha deficiência e estou muito focado para buscar essa vitória por finalização”, diz o atleta, que representa a equipe Carioca Team.

Por coincidência ou não, Alex é morador do bairro Alvorada, Zona Centro-Oes-te de Manaus. O local é um celeiro de lutadores e já revelou nomes como o de José Aldo e Diego Brandão. Ele começou no esporte aos 11 anos, jogando futebol nas peladas de rua. “Foi aí que o Márcio Pontes (primeiro

treinador de José Aldo, ex-campeão do peso pena do UFC) me chamou para treinar jiu-jítsu. Gostei e nunca mais larguei”, lembra.

Não só não largou como ampliou a carreira no espor-te. Alex disputa competições do paradesporto pelo Ama-zonas nas modalidades de atletismo, halterofilismo e ciclismo. “Foi uma experiên-cia interessante até porque, na época, eu buscava modali-dades que credenciassem ao Bolsa Atleta. Mas o jiu-jítsu sempre foi a minha paixão, meu esporte favorito, e hoje eu me dedico exclusivamente aos treinos e aos campeo-natos”, afirma.

A trajetória de conquistas não foi nada fácil. “Todo mundo que sonha em viver do esporte passa por alguma di-ficuldade no início e foi o que eu sofri também. As crianças me olhavam e diziam: ‘Aí, ele tem uma perna pequena’. Isso rolou, mas nada que me constrangeu”, relembra o lutador. “Eu sempre levei de boa, tanto é que nunca me dei como uma pessoa deficiente. Desde criança, sempre jogava futebol. Vivo até hoje como uma pessoa normal, tanto é que sempre procurei uma competição em que lutasse de igual para igual. Uma coisa que levo sempre comigo: se a cabeça manda informação que você não consegue, ouça o cora-ção”, ensina.

Para Alex, paixão é uma palavra que sempre deve rimar com superação. “Se não fosse o esporte, não sei o que seria de mim. Sempre pus na minha cabeça que era possível chegar longe, tanto que hoje sou o melhor do

POR LINDIVAN VILAÇA

Amazonas no paradesporto lutando com pessoas nor-mais”, disse.

A ascensão no esporte foi rápida. Hoje, Alex é professor na academia onde treina. “Procuro ensinar, principal-mente, as pessoas que têm a mesma deficiência, além de procurar incentivá-las a seguir em frente”, diz, ao revelar que desenvolveu uma técnica própria de luta. “Acho que minha marca é a meia guarda. É como al-guns amigos falam: ‘Cara, todo mundo sabe que você

faz isso, mas sempre saiperfeito’”, comenta.

TítulosTaveira é dono de um cur-

rículo elogiável. Foi oito ve-zes campeão amazonense, cinco no submission (sem quimono). Também ganhou um Pan-Americano sem qui-mono nos Estados Unidos e o vice da mesma competi-ção, mas com quimono. Foi ainda bicampeão brasileiro de parajiu-jítsu, categoria absoluto, e bicampeão mun-dial da categoria absoluto de

parajiu-jítsu.As recentes façanhas fo-

ram os títulos da categoria absoluto nas temporadas de 2014 e 2015 nos campeona-tos Nacional e Mundial da recém-criada Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jítsu (CBPJJ).

Depois do Gladiator, Tavei-ra viaja para uma temporada de trabalho na American Top Team, nos Estados Unidos, onde o amazonense Adriano Martins faz seus treinamen-tos para o UFC. Ele recebeu convite para ser professor de

jiu-jítsu. Vai ficar longe da família por um tempo. Mas se a deficiência física nunca foi um impedimento para vencer no esporte, as saudades do filho serão apenas mais um teste de superação: “Tenho um filho de 7 anos. Ele mora com mãe e de vez em quando treina comigo. Por incrível que pareça, ele tem jeito e, se depender de mim, se um dia ele quiser seguir os passos do pai, darei todo meu apoio. É bom que ele pega o gosto desde cedo”, declarou Alex.

Alex tem como principal arma a guarda fi rme

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