poderes e deveres do administrador público

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Poderes e Deveres do Administrador Público PROF. WAGNER VOLPI Email: [email protected] Poderes e Deveres PODERES São as prerrogativas que colocam a Administração Pública em situação de superioridade em relação ao particular. poderes inerentes ao administrador público estão intimamente ligados aos poderes da Administração Pública. DEVERES o Administrador público deve seguir os princípios da Administração Pública (LIMPE) IMPORTANTE: O administrador público tem, na verdade um Poder-dever de agir, enquanto no Direito Privado o poder de agir é uma mera faculdade, no direito administrativo é uma imposição, um dever de agir para o agente público. PODERES-DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO: 1) Poder-dever de agir: é uma imposição, um dever de agir para o agente público. 2) dever de eficiência necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade administrativa (celeridade, perfeição, coordenação, técnica, controle, etc.) o É imposto em todos os níveis da Administração. 3) dever de probidade consonância com os princípios da moralidade e honestidade administrativas. Sob pena de incorrer em IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA PODERES-DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO: 4) dever de prestar contas Os atos e os principalmente os gastos do administrador devem ser contabilizados e explicitados. decorrência inafastável da função do administrador público, como gestor de bens e interesses da coletividade. dever inerente a qualquer agente que atue em nome do interesse público. alcança toda e qualquer pessoa responsável por bens e valores públicos. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO OU poderes administrativos, são os poderes inerentes à Administração Pública. caráter instrumental são instrumentos de trabalho essenciais para que a Administração possa desempenhar as suas funções. São verdadeiros poderes-deveres a Administração não apenas pode, mas deve, tem a obrigação de exercê- los. são irrenunciáveis não pode o administrador abrir mão, pois pertencem à Administração Pública, e não à pessoa do administrador. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO são ELES: 1) PODER VINCULADO 2) PODER DISCRICIONÁRIO 3) PODER HIERÁRQUICO 4) PODER DISCIPLINAR 5) PODER REGULAMENTAR

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Page 1: Poderes e Deveres do Administrador Público

Poderes e Deveres do Administrador PúblicoPROF. WAGNER VOLPI

Email: [email protected] e Deveres

PODERES São as prerrogativas que colocam a Administração Pública em situação de superioridade em relação ao particular. poderes inerentes ao administrador público estão intimamente ligados aos poderes da Administração Pública.

DEVERES o Administrador público deve seguir os princípios da Administração Pública (LIMPE)

IMPORTANTE: O administrador público tem, na verdade um Poder-dever de agir, enquanto no Direito Privado o poder de agir é uma mera faculdade, no direito administrativo é uma imposição, um dever de agir para o agente público. PODERES-DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO:

1) Poder-dever de agir: é uma imposição, um dever de agir para o agente público.

2) dever de eficiência necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade administrativa (celeridade, perfeição, coordenação,

técnica, controle, etc.)o É imposto em todos os níveis da Administração.

3) dever de probidade consonância com os princípios da moralidade e honestidade administrativas. Sob pena de incorrer em IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA PODERES-DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO:

4) dever de prestar contas Os atos e os principalmente os gastos do administrador devem ser contabilizados e explicitados. decorrência inafastável da função do administrador público, como gestor de bens e interesses da coletividade. dever inerente a qualquer agente que atue em nome do interesse público. alcança toda e qualquer pessoa responsável por bens e valores públicos. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO OU poderes administrativos, são os poderes inerentes à Administração Pública. caráter instrumental

são instrumentos de trabalho essenciais para que a Administração possa desempenhar as suas funções. São verdadeiros poderes-deveres

a Administração não apenas pode, mas deve, tem a obrigação de exercê-los. são irrenunciáveis

não pode o administrador abrir mão, pois pertencem à Administração Pública, e não à pessoa do administrador.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO são ELES:1) PODER VINCULADO2) PODER DISCRICIONÁRIO3) PODER HIERÁRQUICO 4) PODER DISCIPLINAR 5) PODER REGULAMENTAR6) PODER DE POLÍCIA

1) PODER VINCULADO Obedece a estrita legalidade

o a Administração Pública somente pode fazer o que a lei diz que ela pode. é o poder que a Administração Pública tem nos estritos moldes da lei Administração está completamente vinculada à lei,

o não tem nenhuma margem de opção. um único comportamento possível de ser adotado em situações concretas,

o não existindo espaço para um juízo de conveniência e oportunidade.Exemplo: licença para construir, pois caso o particular preencha os requisitos necessários, não restará outra opção ao Poder Público, senão a de expedir o alvará de licença.

2) PODER DISCRICIONÁRIO

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diz respeito a um juízo de conveniência e oportunidade que a Administração Pública pode fazer ao apreciar certas situações.

liberdade, dentro da lei, que a Administração Pública tem de utilizar-se de critérios de conveniência e oportunidade para a prática de um ato administrativo.

não fica presa a um único comportamento, podendo optar dentre aqueles que a lei admite em situações concretas.

a discricionariedade deve estar prevista na lei. ESTES ATOS, em relação ao seu mérito (conveniência e oportunidade) não podem ser controlados pelo Poder

Judiciário. Exemplo: autorização, por meio de expedição de alvará para a utilização de calçadas por bares, para que coloquem mesas e cadeira.

3) PODER HIERÁRQUICO é aquele por meio do qual a Administração Pública

o distribui e escalona as funções de seus órgãos, o ordena e revê a atuação de seus agentes, o estabelece a relação de subordinação entre os servidores públicos de seu quadro de pessoal

No exercício desse poder as atribuições são o delegadas (Transferência de atribuições de um órgão para outro) e o avocadas (caminho inverso, um órgão superior exerce uma atribuição de um inferior).

Exemplo: Delegação - Governador delega poderes ao Secretario de Administração para negociar com grevistas.Avocação – Governador passa a organizar diretamente questões atribuídas ao Secretário de Defesa Social.

Os superiores dão ordens que os subordinados estão obrigados a cumprir, o salvo se manifestamente ilegais.

Exemplo: Governador organizando as suas secretarias.

4) PODER DISCIPLINAR Decorre do poder hierárquico. Administração Pública aplica as devidas penalidades em caso de infrações funcionais por parte de seus servidores. funciona apenas na esfera interna da Administração Pública, onde há um vínculo entre ela e o agente público. Não abrange as penalidades aplicadas pela Administração aos particulares, como no caso de aplicação de multas

de trânsito ou de recolhimento de veículo. Poder-dever, pena de responder pelo crime de condescendência criminosa, previsto no Código Penal.

5) PODER REGULAMENTAR Ou poder normativo É o poder inerente aos Chefes do Poder Executivo

o Presidente da República, Governadores e Prefeitos, para expedir decretos ou regulamentos, com o intuito de explicar ou complementar a lei, para o fiel cumprimento da lei. totalmente adstritos à lei, não

podendo extrapolar seus ditames é expedido com a estrita finalidade de produzir as disposições operacionais informatizadoras necessárias à

execução das leis.Espécies: decretos, portarias, resoluções, instruções etc.

podem ser internos ou externos, dependendo dos efeitos produzidos. internos

os atos regulamentares que produzem efeitos na esfera da administração pública, Ex.: portarias que visam estabelecer o horário de funcionamento da repartição. externos

os atos regulamentares cujos efeitos extrapolam os limites internos da Administração Pública, Ex.: decretos.

6) PODER DE POLÍCIAconceito do CTN, art. 78:

atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,

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em razão de interesse público. Administração Pública pode condicionar ou restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais,

o em benefício do interesse público. é a capacidade que o Estado tem de ingerência na vida de cada indivíduo, com base no interesse público. O poder de polícia é um dos mais importantes instrumentos para que a Administração Pública consiga atingir o

seu fim, o que é a busca pelo interesse público,

podendo, desta forma, proceder a restrições aos direitos individuais características próprias:

1) Discricionariedade: Pode escolher a melhor forma de proibição de fazer para se atingir à finalidade pública.

2) Imperatividade: concede a ele a imposição a todos os administrados, independentemente de concordância com o ato.

características próprias: 3) Auto-Executoriedade:

é a prerrogativa que a Administração Pública tem de materialmente cumprir seus próprios atos, sem a necessidade de qualquer recurso ao Poder Judiciário.

Exemplo: Administração Pública não depende de ordem judicial para, por exemplo, guinchar um carro que esteja estacionado em local proibido, podendo auto-executar a lei

características próprias: 4) Coercibilidade:

inclui a exigibilidade, confere à Administração Pública a possibilidade de exigir o cumprimento de seus atos, sob pena de aplicação de sanção administrativa.

Limites do Poder de Polícia necessidade: a medida de polícia só deve ser adotada para evitar ameaças reais ou prováveis de perturbações ao

interesse público; proporcionalidade: é a relação entre a limitação ao direito individual e o prejuízo a ser evitado; eficácia: a medida deve ser adequada para impedir o dano a interesse público USO E ABUSO DE PODER ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, 1) ultrapassa os limites de suas atribuições ou 2) se desvia das finalidades administrativas. É sempre uma ilegalidade que invalida o ato pode se revestir da forma comissiva ou omissiva,

o pois ambas são capazes de afrontar a lei e causar lesão a direito individual do administrado. FORMAS DE ABUSO DE PODER

1) Excesso de poder: ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, vai além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas, torna o ato administrativo arbitrário e, conseqüentemente, ilícito e nulo.

EXEMPLO: Chefe de Polícia determina que seu agente execute o infrator.

FORMAS DE ABUSO DE PODER2) Desvio de finalidade (desvio de poder):

quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua competência, pratica o ato por motivos ou fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse público, torna o ato administrativo inválido, por ser contrário à finalidade.

EXEMPLO: Remoção de servidor para local longínquo com o objetivo de aplicar-lhe uma penalidade.