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O PODER NAVAL NA AMAZÔNIA OCIDENTAL SITUAÇÃO ATUAL, PERSPECTIVAS E REFLEXOS PARA A DEFE SA
NACIONAL. 1 – A Amazônia Verde .................................................................................................................... 3
1.1 - A Bacia Amazônica e as Vias de Penetração...................................................................... 3 1.2 - Poderes Navais Presentes.................................................................................................... 4 1.3 - Principais situações de confronto........................................................................................ 5
2 - Histórico..................................................................................................................................... 5 2.1 – A Conquista da Amazônia.................................................................................................. 5 2.2 – A Marinha na Amazônia .................................................................................................... 6
3 – O Poder Naval na Amazônia Ocidental – Situação Atual ......................................................... 7 3.1 - Articulação .......................................................................................................................... 8 3.2 – Equipamentos ..................................................................................................................... 9
3.2.1 - Meios navais (Navios).................................................................................................. 9 3.2.2 - Meios Aeronavais (Helicópteros) .............................................................................. 12 3.2.3 - Meios de Fuzileiros Navais ........................................................................................ 12 3.2.4 - Organizações Militares do Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA)................................................................................................................................... 13 3.2.5 - Organizações Militares de Apoio Logístico............................................................... 13
3.3 – Emprego ........................................................................................................................... 15 3.3.1 - Operações ................................................................................................................... 15 3.3.2 - Patrulha Naval ............................................................................................................ 15 3.3.3 - Inspeção Naval ........................................................................................................... 16 3.3.4 - Busca e Salvamento ................................................................................................... 16 3.3.5 - Garantia da Lei e da Ordem ....................................................................................... 17 3.3.6 - Apoio Cívico-Social e Assistência Hospitalar ........................................................... 18 3.3.7 - Apoio Logístico.......................................................................................................... 18
3.4 - Limitações ......................................................................................................................... 19 3.4.1 – Articulação................................................................................................................. 19 3.4.2 – Equipamentos ............................................................................................................ 19 3.4.3 – Emprego .................................................................................................................... 20
4 – Perspectivas ............................................................................................................................. 21 4.1 – Articulação........................................................................................................................ 21
4.1.1 - Criação do Comando do 9º Distrito Naval (Com9ºDN) ............................................ 21 4.1.2 - Elevação do Grupamento a Batalhão de Operações Ribeirinhas (BatOpeRib) .......................................................................................................................... 22 4.1.3 – Criação e Reposicionamento de OM......................................................................... 22 4.1.4 - Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA).............................................. 22 4.1.5 - Assistência Hospitalar ................................................................................................ 23
4.2 - Equipamento ..................................................................................................................... 24 4.2.1 - Meios Navais.............................................................................................................. 24 4.2.2 - Meios Aeronavais....................................................................................................... 24 4.2.3 - Meios de Fuzileiros Navais ........................................................................................ 25 4.2.4 – Munição..................................................................................................................... 25 4.2.5 – Embarcações de Apoio ao SSTA............................................................................... 25
4.3 – Emprego ........................................................................................................................... 25 4.3.1 - Desenvolvimento das Operações Ribeirinhas............................................................ 25 4.3.2 - Estímulo à Integração com Instituições Públicas e Privadas ..................................... 25 4.3.3 - Prevenção da Poluição Hídrica por embarcações ...................................................... 26
5 - Reflexos para a Defesa Nacional ............................................................................................. 26
O PODER NAVAL NA AMAZÔNIA OCIDENTAL:
SITUAÇÃO ATUAL, PERSPECTIVAS E REFLEXOS PARA A DEFE SA
NACIONAL.
Enquanto navegar, assistir e
combater eu possa a Amazônia
será nossa.
1 - A Amazônia Verde A Amazônia, a maior floresta equatorial, detentora de inúmeros recursos naturais e
de uma significativa biodiversidade, compreende parcela dos territórios do Brasil,
Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
Ela apresenta uma das menores densidades demográficas do planeta e a maioria dos
seus habitantes fixou-se, às margens dos rios, dedicando-se à cultura extrativista de
subsistência. O vazio demográfico, as enormes distâncias envolvidas e a quase completa
ausência do Estado tornam o habitante local “presa fácil” às ações, inclusive
psicológicas, praticadas por missionários, ONG, garimpeiros e narcotraficantes. Nela
existem quatro zonas de fronteiras tríplices:
• Cucuí - Carmen - San Felipe (Brasil-Venezuela-Colômbia);
• Tabatinga - Letícia - Ramon Castilla (Brasil-Colômbia-Peru);
• São Francisco - Iñapari - Bolpebra (Brasil-Peru-Bolívia); e
• Cueppi - Monclar - Putumayo (Peru-Equador-Colômbia).
1.1 - A Bacia Amazônica e as Vias de Penetração
A Bacia Amazônica tem cerca de 23.000 Km de rios navegáveis. O Amazonas -
Solimões - Marañon permite a navegação durante todo o ano de Belém a Pucallpa no
Peru:
• de Belém a Manaus a navios com calado de até 12m e deslocando até 50.000
toneladas;
• de Manaus a Tabatinga a navios com calado de até 5m e deslocando até
12.000 toneladas; e
• no período das cheias é possível alcançar Pucallpa, no Peru, com navios com
1,5m de calado e 1.000 toneladas de deslocamento bruto.
Sob o enfoque militar-naval a rica hidrografia confere à Amazônia o aspecto de
um arquipélago que somado: às dificuldades de trânsito de tropas a pé ou motorizada;
ao ambiente hostil e às grandes distâncias, ressalta a importância do controle das vias
navegáveis executado pelos meios navais que em tempo de paz levam, também, a
presença do Estado a regiões só alcançadas por eles.
As vias de penetração, por meio fluvial, ao território brasileiro na Amazônia
Ocidental são:
• Rio Guainia - Negro: na cheia é navegável da foz até São Gabriel da
Cachoeira com embarcações de calado até 2,5 m. Vencida a cachoeira o rio Negro volta
a ser navegável até Cucuí, fronteira com a Venezuela.
• Rio Caquetá - Japurá: a navegação rio acima do Pelotão de Fronteira
(PEF) de Vila Bittencourt (BR) alcança a cidade de La Pedrera e a partir deste ponto o
rio é não navegável em face das quedas d’água;
• Rio Putumayo - Içá: navegável somente nas épocas de cheias, para
embarcações de até 50 ton;
• Rio Marañon/Ucayali - Solimões: é a via natural de penetração,
navegável em qualquer época do ano de Tabatinga a Pucallpa. No Marañon estão
baseados os meios da Marinha de Guerra do Peru na região em condições de penetrar o
território brasileiro. O apoio logístico seria prestado em Iquitos. Em se tratando de rio
internacional, o trânsito de Força Naval, em cenário de conflito ou de crise político-
estratégica, estará sujeito à concordância dos países limítrofes (Peru, Colômbia e
Brasil);
• Rio Javari: limite natural entre o Brasil e o Peru apresenta restrições à
navegação no período de seca e a inexistência de apoio logístico na região;
• Rio Juruá e Purus: rios penetrantes ao Brasil pelo Estado do Acre estes
apresentam restrições à navegação no período de seca tanto no Alto-Juruá como no
Alto-Purus. São rios em formação e por isto sinuosos e com mudanças freqüentes nos
seus leitos. Não existe apoio logístico nessa região;
• Rios Guaporé e Mamoré: limite natural entre o Brasil (estado de
Rondônia) e a Bolívia é navegável durante o ano todo para pequenas embarcações com
calado até 1,5 m.
1.2 - Poderes Navais Presentes Os Poderes Navais da Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa não são aptos e significativos a serem empregados na Amazônia.
O Poder Fluvial colombiano tem capacidade de efetuar na região, em pequena
escala, operações de ataque com meios navais e aeronavais; operações de minagem
ofensiva; e incursões ribeirinhas de pequeno porte. Ressalta-se a existência de acordos
internacionais celebrados com o Brasil que regulam o tráfego fluvial, inclusive para
embarcações da Marinha colombiana.
A parcela do Poder Naval do Peru presente na Região Amazônica está sediada em
Porto Maldonado e Iquitos:
• a Força Naval sediada em Maldonado, às margens do Rio Madre de Dios, ao
sul do Peru, próxima à fronteira com a Bolívia, tem importância secundária em
relação ao Brasil, uma vez que os rios ali existentes não possibilitam a
penetração em território brasileiro, em face da existência de várias quedas
d'água; e
• os sediados em Iquitos, principal cidade amazônica peruana, sede do Comando
da Força Naval da Amazônia e onde se localiza a Base Naval de Nanay, possui
capacidade para efetuar, em pequena escala, operações de ataque com meios
navais e aeronavais.
1.3 - Principais situações de confronto Os países vizinhos ao Brasil no arco amazônico não representam grave ameaça
militar ao País, raros e extemporâneos são os confrontos que têm como raiz a perda de
territórios para o Brasil, como no caso da Bolívia em relação ao Acre.
Os contenciosos existentes entre países da região, e que não envolvem
diretamente o Brasil, são entre: a Venezuela e a Guiana pela região de Esequibo;
Venezuela e Colômbia; Suriname e Guiana; e Peru e Equador.
Existem ainda as seguintes situações de confronto: a Guerrilha; o Narcotráfico;
os Crimes Ambientais – desmatamento, extração irregular de madeira, tráfico de
animais, biopirataria, garimpo ilegal, pesca predatória, e as questões Indígenas - terras,
policiamento, alcoolismo etc;
2 - Histórico
2.1 – A Conquista da Amazônia Em 9 de agosto de 1616, os então Alferes Pedro Teixeira e Gaspar de Freitas, com
duas canoas armadas em guerra, bateram uma nau holandesa na foz do Xingu,
enfrentando fogo cerrado de artilharia, que não poderiam superar, não fosse a
criatividade de Pedro Teixeira. A artilharia da nau holandesa afundada foi mais tarde
usada para armar o Forte do Presépio.
Muitos foram os embates com holandeses, ingleses, piratas e selvagens, mas a
partir de informações sobre a existência de terras desconhecidas, Pedro Teixeira
suspende de Belém a 28 de outubro de 1637, por ordem do Governador Jácome de
Noronha, com 45 canoas tripuladas e armadas. Visava o governador conhecer
totalmente os seus domínios e fazer alianças com as tribos selvagens, impedindo assim
a navegação dos holandeses em seu tráfego para o Peru, tido então como o mais rico
país do mundo.
Pedro Teixeira, em 16 de março de 1639, toma posse para a Coroa de Portugal, na
barra do Aguarico, das terras que para o ocidente se estendiam até a beira-mar e com
esse feito histórico, não só expandiu, as fronteiras da pátria, como estabeleceu o limite
hidrográfico da Amazônia.
Os conhecimentos geográficos adquiridos e a sábia política indigenista de Pedro
Teixeira, projetando ao longo do rio uma imagem favorável para os indígenas, criaram
condições para que os luso-brasileiros prosseguissem na penetração do Amazonas e
dessa forma, no século XVIII, assegurassem pelo "Uti Possidetis", a incorporação da
Amazônia ao território nacional.
2.2 – A Marinha na Amazônia O registro, da presença da Marinha na Amazônia, remonta a meados de 1728,
quando o então Governador das Províncias do Maranhão e Grão-Pará Alexandre de
Souza Freire, temeroso com as incursões de piratas e colonizadores, vindos do mar,
decidiu criar a Divisão Naval do Norte, com sede na cidade de Santa Maria de Belém do
Grão Pará, de onde poderia controlar a entrada de navios no rio Amazonas.
Posteriormente, a decisão de criar a Flotilha, em Manaus, em 1868, foi fruto de
uma visão estratégica.
O país estava em guerra, desde 1865, com o Paraguai e era preciso manter a
neutralidade dos países do entorno amazônico diante da Guerra da Tríplice Aliança, em
especial a Bolívia, visto que, era simpática à causa do governante paraguaio Solano
López.
Para manter a neutralidade foi decretada, em 1867, a livre navegação no rio
Amazonas e principais afluentes para os navios mercantes de bandeira amiga. Isto
impôs a necessidade de resguardar a região e garantir a soberania e os interesses
nacionais na Amazônia Ocidental, por meio de uma presença naval efetiva. D. Pedro II,
então cria, pelo Aviso de 2 de junho de 1868, a Flotilha do Amazonas, com sede na
Capital da recém-elevada província do Amazonas, com a missão de “policiar as
fronteiras fluviais com as repúblicas vizinhas, e fazer executar pelas embarcações
estrangeiras os regulamentos fiscais vigentes, a fim de garantir os interesses do
Império na região” , sendo-lhe adjudicadas 12 Lanchas a vapor, tripuladas por 192
Praças do Corpo de Imperiais Marinheiros, que chegaram a Manaus na noite de 26 de
dezembro de 1868.
Em 1874, criou-se a Capitânia dos Portos de Manaus atual Capitânia Fluvial da
Amazônia Ocidental (CFAOC). As atividades das Capitânias têm sua origem com a
abertura dos Portos promovida por Dom João VI, em 28 de janeiro de 1808.
Mais tarde, em 1910, por conveniência sanitária aliada a facilidades de reparo, a
Flotilha do Amazonas foi deslocada para Belém, tendo sua sede retornada a Manaus em
1912. De 1912 a 1933 a sede e ou subordinação foram alteradas diversas vezes.
Em 1933, para garantir a neutralidade do Brasil, quando da eclosão do Conflito de
Letícia, entre Peru e Colômbia, é criada a Divisão Naval em Operações no Rio
Amazonas que, suspendendo do Rio de Janeiro em 5 de janeiro de 1933, atinge Manaus,
incorporando os navios da Flotilha do Amazonas.
No período de 1933 a 1945, o Comando Naval do Amazonas teve várias
denominações, até que, em 1945, foi alterada para Comando do 4º Distrito Naval
(Com4ºDN), passando o Comando da Flotilha do Amazonas à subordinação desse
Distrito.
Em 23 de abril de 1974 a Flotilha do Amazonas foi desdobrada em duas unidades,
sendo criado o Grupamento Naval do Norte, este sediado em Belém e aquela sediada
em Manaus, ambos com subordinação ao Com4ºDN.
Em 1994 foi ativado o Comando Naval da Amazônia Ocidental (CNAO),
subordinado ao Comando do 4º Distrito Naval, Comandado por um Contra-Almirante
tendo como organizações subordinadas – o Comando da Flotilha do Amazonas, a
Capitânia da Amazônia Ocidental, o Grupamento de Fuzileiros Navais de Manaus, o
Destacamento Aéreo Embarcado (3 aeronaves Esquilo) o Depósito Naval de Manaus e a
Capitânia Fluvial de Tabatinga.
Em 20 de janeiro de 2005 foi criado o Comando do 9º Distrito Naval (Com9ºDN),
em substituição ao CNAO, subordinado ao Comando de Operações Navais, Comandado
por um Vice-Almirante e contando com oito Organizações Militares diretamente
subordinadas.
3 – O Poder Naval na Amazônia Ocidental – Situação Atual O Poder Naval na Amazônia Ocidental será apresentado quanto a sua situação nos
dias de hoje nos quesitos: articulação, equipamentos, emprego e limitações.
3.1 - Articulação
A área de responsabilidade do Comando do 9º Distrito Naval compreende a área
terrestre lacustre e fluvial dos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.
As oito Organizações Militares, de Comando, Controle, Segurança do Tráfego
Aquaviário e Apoio Logístico, diretamente subordinadas ao Com9ºDN estão
distribuídas na área de jurisdição como indicado:
• Comando do 9º Distrito Naval - Manaus - AM;
• Comando da Flotilha do Amazonas com seus oito navios - Manaus -
AM;
• Comando do 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral - Manaus -
AM;
• Comando do Batalhão de Operações Ribeirinhas - Manaus - AM;
• Capitânia Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC) - Manaus - AM com
sua Delegacia e seis Agências subordinadas assim distribuídas:
o Delegacia de Porto Velho - Porto Velho – RO;
o Agência de Parintins - Parintins – AM;
o Agência de Itacoatiara - Itacoatiara – AM;
o Agência de Tefé – Tefé – AM;
o Agência de Boca do Acre – Boca do Acre – AM;
o Agência de Eirunepé – Eirunepé – AM;
o Agência de Guajará-Mirim – Guajará-Mirim – RO.
• Capitânia Fluvial de Tabatinga - Tabatinga - AM
• Estação Naval do Rio Negro - Manaus - AM;
• Depósito Naval de Manaus - Manaus - AM; e
• Policlínica Naval de Manaus - Manaus - AM.
3.2 – Equipamentos Os meios navais, aeronavais, de fuzileiros navais, do Sistema de Segurança do
Tráfego Aquaviário (SSTA) e de apoio logístico subordinados ao Com9oDN são
apresentados em termos de quantidade, características e capacidades.
3.2.1 - Meios navais (navios) Navios-Patrulha Fluvial Classe “Pedro Teixeira”
– dois navios.
NPaFlu Pedro Teixeira - 1973; e
NPaFlu Raposo Tavares - 1973.
Pessoal
� Oficiais – 7;
� Sub-Oficiais e Sargentos – 18;
� Cabos e Marinheiros – 55.
Armamentos:
� Canhão 40mm – 300 tiros por segundo
(t/s);
� Metralhadoras 20mm (02UN) – 450 t/s
� Metralhadoras 12,7mm (04UN) – 600
t/s;
� Morteiro 81mm (02UN);
� Lancha de Ação Rápida (02UN)
Metralhadora M-60 ou Lançador
Automático de Granadas; e
� Helicóptero - Metralhadora 12,7mm e
Foguetes SBAT 70.
Capacidade de Transporte de Tropa:
� 30 Fuzileiros Navais.
Sensores:
� Radar de Superfície – Alcance de
30MN; e
� Radar de Navegação – Alcance de
15MN.
Comunicações:
� Eletromagnéticas – HF, VHF e UHF; e
� Satélite – Banda Ku.
Navios-Patrulha Fluvial Classe “Roraima” – três
navios.
P 30 - NPaFlu Roraima - 1975;
P 31 - NPaFlu Rondônia - 1975; e
P 32 - NPaFlu Amapá - 1975.
Pessoal
� Oficiais – 5;
� Sub-Oficiais e Sargentos – 13;
� Cabos e Marinheiros – 38.
Armamentos:
� Canhão 40mm – 300 tiros por segundo;
� Metralhadoras 20mm (02UN) – 450 t/s;
� Metralhadoras 12,7mm (04UN) – 600 t/s;
� Morteiro 81mm (02UN); e
� Lancha de Ação Rápida (02UN) – Metralhadora
M-60 ou Lançador Automático de Granadas.
Capacidade de Transporte de Tropa:
� 10 Fuzileiros Navais.
Sensores:
� Radar de Superfície – Alcance de 30MN; e
� Radar de Navegação – Alcance de 15MN.
Comunicações:
� Eletromagnéticas – HF, VHF e UHF.
Navios de Assistência Hospitalar Classe “Osvaldo
Cruz” – dois navios
Pessoal
� Oficiais – 14;
U 18 - NAsH Osvaldo Cruz - 1984; e
U 19 – Nash Carlos Chagas - 1984.
� Sub-Oficiais e Sargentos – 19;
� Cabos e Marinheiros – 27.
Armamentos:
� Somente para segurança orgânica.
Sensores:
� Radar de Superfície – Alcance de 30MN; e
� Radar de Navegação – Alcance de 15MN.
Comunicações:
� Eletromagnéticas – HF, VHF e UHF; e
� Satélite – Banda Ku.
Navio de Assistência Hospitalar Classe “Dr.
Montenegro” – um navio.
U 19 – Nash Dr Montenegro - 2000.
Pessoal
� Oficiais – 14;
� Sub-Oficiais e Sargentos – 19; e
� Cabos e Marinheiros – 27.
Sensores:
� Radar de Superfície – Alcance de 30MN; e
� Radar de Navegação – Alcance de 15MN.
Comunicações:
� Eletromagnéticas – HF, VHF e UHF; e
� Satélite – Banda Ku.
3.2.2 - Meios Aeronavais (Helicópteros) 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego
Geral - seis helicópteros Esquilo Monoturbina.
Pessoal
� Oficiais - 17;
� Sub-Oficiais e Sargentos – 35;
� Cabos e Marinheiros – 34.
Armamentos:
� Metralhadora 12,7mm e Foguetes SBAT
70.
Comunicações:
� Eletromagnéticas – VHF e UHF; e
� Satélite – Banda Ku.
3.2.3 - Meios de Fuzileiros Navais Batalhão de Operações Ribeirinhas
Elevado em julho de 2002.
Pessoal
� Oficiais – 35;
� Sub-Oficiais e Sargentos – 239;
� Cabos e Marinheiros – 647.
Tropa:
� Cerca de 1000 Fuzileiros Navais em 5
Companhias.
Armamentos:
� FAL, PARA-FAL e M-16.
Viaturas Operativas:
� Cerca de 30 viaturas.
Comunicações:
� Eletromagnéticas – HF, VHF e UHF; e
� Satélite.
3.2.4 - Organizações Militares do Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA) Capitanias, Delegacias e Agências Fluviais
Organizações Militares:
� Capitânia Fluvial da Amazônia Ocidental
- Manaus (AM) – 1874
Pessoal
� Oficiais – 12;
� Sub-Oficiais e Sargentos – 60;
� Cabos e Marinheiros – 24.
OM Subordinadas
Agência de Itacoatiara (AM) - 1919;
Delegacia de Porto Velho (RO) -
1940;
Agência de Boca do Acre (AM) -
1940;
Agência de Eirunepé (AM) - 1940;
Agência de Guajará-Mirim (RO)
1950; Agência de Tefé (AM) - 1978;
e
Agência de Parintins (AM) - 1979.
� Capitânia Fluvial de Tabatinga –
Tabatinga (AM) - 1969.
Embarcações:
� 73 embarcações de variados tipos.
� Comunicações Eletromagnéticas – VHF
e UHF
� Armamento Portátil
3.2.5 - Organizações Militares de Apoio Logístico Estação Naval do Rio Negro
Pessoal
� Oficiais – 15;
� Sub-Oficiais e Sargentos – 93;
Criada em 1978.
� Cabos e Marinheiros – 41.
Apoio à Atracação dos Navios:
� Combustível;
� Água;
� Gêneros;
� Energia Elétrica;
� Manutenções Planejadas; e
� Manutenções Corretivas.
Apoio à Embarcações:
� Reparos diversos em estruturas de alumínio,
madeira e fibra.
Apoio Logístico Móvel
� Dique Flutuante - Para reparos em obras vivas de
Navios com deslocamento até 900 ton (NPaFlu
Classe “Pedro Teixeira”);
� Barca Oficina;
� Balsas; e
� Empurradores.
Depósito Naval de Manaus
Criado em 1995.
Pessoal
� Oficiais – 6;
� Sub-Oficiais e Sargentos – 29;
� Cabos e Marinheiros – 19.
Apoio à Logística de Material:
� Sobressalentes;
� Tráfego de Cargas; e
� Administração de Licitações.
Policlínica Naval de Manaus
Pessoal
� Oficiais – 15;
Criada em Março de 2009
� Sub-Oficiais e Sargentos – 12;
� Cabos e Marinheiros – 5.
Apoio à Saúde:
� Ortopedia;
� Odontologia;
� Cirurgia;
� Clínica Geral; e
� Outras.
3.3 – Emprego Os meios da Marinha na Amazônia Ocidental, cujas tarefas e atividades
subsidiárias previstas em leis, tratados internacionais, convênios e termos de
cooperação, podem ser empregados nas ações a seguir elencadas.
3.3.1 - Operações O ambiente ribeirinho com suas características específicas: eixos de
comunicação unicamente hidroviários; áreas inóspitas; e baixa densidade demográfica
faz do Poder Naval um importante elemento de monitoração e controle desta região
onde os meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais são capazes de operar por
longos períodos de tempo, assegurando um eficaz controle dos rios e de suas margens.
No contexto da dissuasão, Estratégia empregada pela Marinha na Amazônia,
destaco como de grande valor as operações de estreitamento de laços de amizade e de
construção de medidas de confiança realizadas com os países vizinhos e que ampliam as
oportunidades de adestramento e conhecimento operacional. A título de exemplo
podemos citar a realização anual da Operação BRACOLPER que congrega meios das
Marinhas do Brasil, Colômbia e Peru em exercícios simulados na fronteira oeste do país
nos rios Solimões e Marañon.
3.3.2 - Patrulha Naval A Patrulha Naval (PatNav), (Decreto n.º 5.129, de 6 de julho de 2004) tem como
propósito fiscalizar e implementar a legislação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras
(AJB), na Plataforma Continental e no alto mar respeitados os tratados, convenções e
atos internacionais ratificados pelo Brasil, tarefa esta similar a determinada por D. Pedro
II, quando criou a Flotilha do Amazonas, em 1868. A PatNav executada nos rios da
Bacia Amazônica contribui para a consecução dos seguintes propósitos:
• Salvaguarda da vida humana;
• Segurança da navegação aquaviária;
• Assistência cívica e social;
• Assistência hospitalar às populações ribeirinhas;
• Fiscalização do direito de passagem inocente de embarcações estrangeiras,
inclusive de navios de guerra e de Estado;
• Fiscalização das atividades de pesquisa científica, de levantamento
hidrográfico, de aquisição de dados relacionados à atividade de exploração e
explotação de recursos naturais, do patrimônio genético nas AJB; e
• Apoio aos órgãos federais ou estaduais, que atuarão dentro de suas
competências.
3.3.3 - Inspeção Naval
Atividade de cunho administrativo, que consiste na fiscalização do
cumprimento da Lei no 9537, de 11/12/97 (LESTA), das normas e
regulamentos dela decorrentes, e dos atos e resoluções internacionais
ratificados pelo Brasil, no que se refere exclusivamente:
• à salvaguarda da vida humana e à segurança da navegação,
no mar aberto e em hidrovias interiores; e
• prevenção da poluição ambiental por parte de embarcações,
plataformas fixas ou suas instalações de apoio.
As Inspeções Navais (IN), na área de responsabilidade do Com9oDN, é
atribuição imputada a todos os meios navais, aeronavais, de fuzileiros navais e do
Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA) dentro de suas qualificações e
competências.
3.3.4 - Busca e Salvamento A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982, estabelece
que todo o Estado costeiro, deve promover o estabelecimento, o funcionamento e a
manutenção de um adequado e eficaz Serviço de Busca e Salvamento (SAR) para
garantir a segurança marítima e aérea, e quando as circunstâncias o exigirem, cooperar
para esse fim com os Estados vizinhos por meio de ajustes regionais de cooperação
mútua.
A área de responsabilidade do Brasil é bastante abrangente. Foi dividida em
cinco sub-regiões marítimas e duas fluviais, apresentadas na figura abaixo.
Na Amazônia Ocidental são 21.000 Km de vias navegáveis, sob a
responsabilidade do Salvamar Noroeste - Com9oDN.
Para agilizar as ações de busca e salvamento, que dependem do conhecimento de
fato raramente presenciado por unidade da MB, são disponibilizadas para a população
duas linhas telefônicas: uma do Com9ºDN – 185; e uma da CFAOC - 0800-3807200.
Os eventos SAR, normalmente, são informados às Capitanias ou OM
subordinadas, devido a sua maior “visibilidade” pela população ribeirinha.
3.3.5 - Garantia da Lei e da Ordem O emprego das Forcas Armadas na GLO (Decreto n 3.897, de 24 de agosto de
2001), em situação de normalidade, deverá ser episódica, em área previamente definida,
ter a menor duração possível e o documento oficial com a decisão Presidencial de
emprego das Forcas Armadas deverá indicar a missão e os demais órgãos envolvidos.
O Poder Naval nestas situações poderá atuar de forma isolada ou em cooperação
com as demais Forças e realizar as seguintes ações: controle de áreas marítimas
litorâneas; manutenção da integridade de instalações marítimas, costeiras e fluviais, bem
como de Pontos Sensíveis de interesse; controle de áreas ribeirinhas; transporte e
desembarque administrativo de contingente e suprimentos militares; controle de áreas
de dimensões limitadas em terra; segurança de autoridades em eventos específicos; e,
em situações excepcionais, operações especiais de retomada e resgate.
Anualmente são realizados exercícios específicos em diferentes pontos da região
para a manutenção da prontidão.
3.3.6 - Apoio Cívico-Social e Assistência Hospitalar São as atividades realizadas em complemento às ações dos órgãos Federais,
Estaduais e Municipais de apoio cívico-social e assistência hospitalar aos ribeirinhos e
na ocorrência de desastres ambientais e calamidades públicas.
As ações concernentes a essa atividade, além de sua finalidade específica,
contribuem para levar a Bandeira Nacional a áreas remotas do território nacional e
servem para o aumento do conhecimento operacional sobre essas áreas, necessário ao
planejamento militar e para se contrapor às ações psicológicas praticadas por
missionários, ONG, garimpeiros e narcotraficantes.
3.3.7 - Apoio Logístico Função Logística Saúde
A área da saúde de Manaus, tanto no que concerne à Policlínica da MB quanto
aos demais hospitais, nestes incluídos os das outras Forças, que muito nos apóiam,
ainda não têm plena capacidade para atender a todas as necessidades da Família Naval
sendo em alguns casos adotada a solução de enviar pacientes para os hospitais no Rio de
Janeiro seja ela por falta de recursos humanos, instalações ou equipamentos para
atendimento e às vezes por conta dos altos custos.
Função Logística Manutenção - meios de Superfície
Os sistemas de armas, propulsão, geração de energia, de governo e etc. dos
navios da Flotilha do Amazonas não são complexos e compete às suas tripulações a
realização das manutenções de 1º e 2º Escalão. As manutenções gerais (3º Escalão), até
cinco anos atrás, eram realizadas na Base Naval de Val de Cães, em Belém.
Hoje, a Estação Naval do Rio Negro realiza as manutenções de 3º escalão dos
navios e embarcações com o apoio da infra-estrutura disponível em Manaus e
sobressalentes adquiridos pelo Sistema de Abastecimento da Marinha.
Função Logística Manutenção - meios aeronavais
O Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral faz a manutenção de 1º Escalão
das aeronaves; O 2º e 3º Escalão são realizados, pela Marinha, na Base Aérea Naval de
São Pedro da Aldeia e as manutenções de 4º Escalão tais como revisões de turbinas e
das células das aeronaves são realizadas na HELIBRAS representante, no Brasil, do
fabricante da aeronave.
3.4 - Limitações As limitações do Poder Naval na Amazônia Ocidental são: - quanto à articulação,
aos equipamentos e ao emprego.
3.4.1 – Articulação Ao analisarmos o pré-posicionamento das OM da Marinha, com o auxílio de um
mapa da AOC, e os dados estatísticos da região que apresentam o crescimento:
• das cidades, com reflexos no tráfego aquaviário de passageiros,
combustíveis, gêneros etc;
• do Pólo Industrial de Manaus, com as suas demandas por matéria prima e
a exportação da produção também, com reflexos no tráfego aquaviário;
• da extração de petróleo nas bacias de Urucu e da prospecção no baixo
Juruá; e
• do escoamento da safra de soja pela hidrovia do Madeira de Porto Velho
para Itacoatiara.
Constatamos que a evolução da Marinha em termos de meios para a Patrulha
Naval e para o SSTA não acompanhou o ritmo de desenvolvimento da AOC e, portanto,
das demandas pelos serviços prestados pela Marinha.
3.4.2 – Equipamentos Os meios navais, aeronavais, de fuzileiros navais e de segurança do tráfego
aquaviário são dependentes de apoio logístico externo à área de jurisdição do
Com9oDN.
Na AOC nem a MB nem o parque industrial de Manaus possuem recursos
humanos e infra-estrutura com as capacidades necessárias para a manutenção dos meios,
que são da década de 70. Estes estão passando por modernizações, nos sistemas de
propulsão, geração de energia, detecção (radares), comunicações, ar-condicionado etc, o
que lhes prorrogará a vida útil por mais dez a quinze anos.
Os meios de fuzileiros navais não apresentam dificuldades por serem, de
maneira geral, de simples manutenção.
As dotações de embarcações para emprego na Segurança do Tráfego Aquaviário
atendem à tarefa mas o problema aparece quando da necessidade de manutenção dos
meios por conta da falta de infra-estrutura de manutenção - pessoal qualificado e
sobressalentes - na maioria das cidades onde estão situadas as Delegacias e Agências.
Para que o Poder Naval se mantenha apto a cumprir o amplo espectro de tarefas
que lhe são atribuídas no cenário amazônico, sua base material necessita estar aprestada,
ou seja, com tripulações adestradas e meios operacionais.
Os meios, ao longo dos anos, com os adestramentos, exercícios e operações
navais sofrem um processo natural de desgaste que, aliado a falta de infra-estrutura de
manutenção, limitam as suas vidas “útil”, tornando sua operação perigosa e a
manutenção onerosa e difícil.
Para se contrapor a esse processo os meios necessitam ser mantidos,
modernizados e/ou substituídos.
3.4.3 – Emprego São amplas as possibilidades de atuação do Poder Naval na região Amazônica
tendo em vista as suas quatro características básicas: Mobilidade, Versatilidade,
Flexibilidade e Permanência.
Primeiramente, antes de discriminar limitações quanto ao cumprimento das
tarefas é importante ressaltar a dificuldade dos meios navais adequarem-se
simultaneamente às operações no mar e no ambiente ribeirinho. Os requisitos que
orientam o projeto e a construção de navios são baseados na Tarefa, na Ameaça e no
Cenário que são bem distintos para mares e rios.
No aspecto mobilidade requer especial atenção a velocidade, máxima de 10 nós,
desenvolvida pelos navios da Força de Emprego Rápido (FER) sabendo:
• das distâncias envolvidas para posicionar as unidades na fronteira para a
execução da PatNav, IN ou SAR, ou para ASSHOP. A distância de Manaus
ao PEF de Ipiranga, no Rio Iça é de 870 milhas, sendo gastos 6 dias para lá
chegar; e
• que a nova geração de embarcações de transporte de passageiros,
denominadas a jato, que estão revolucionando o transporte na região,
navegam em média a 30 nós. Estas estão fazendo o trajeto Manaus Tabatinga
em 56 horas, enquanto as embarcações regionais, transportando o pessoal em
rede, levam aproximadamente seis dias (144 horas).
Nos aspectos flexibilidade e permanência a atenção recai sobre a capacidade de
transporte de tropa:
• por falta de Navios Transporte Fluvial e Navios de Apoio Logístico Fluvial,
essenciais às Operações Ribeirinhas tendo em vista que o controle de
hidrovias interiores impõe o controle das áreas terrestres que lhe são
adjacentes e vice-versa; e
• pela capacidade limitada das aeronaves Esquilo que só transportam três
combatentes.
4 – Perspectivas A posição da Marinha do Brasil em relação ao cenário amazônico é de que desde o
tempo de paz deve ser priorizada a Estratégia da Dissuasão, por todas as expressões do
Poder Militar, visando a desestimular atitudes hostis. Para tanto, é importante que se
possua um Poder Naval aprestado, balanceado e com credibilidade, o que vem sendo
buscado na Amazônia.
4.1 – Articulação A Articulação da Marinha tem como propósito preservar e ampliar a capacidade
operativa da Força, tanto em operações em tempo de paz como em situação de conflito
armado. Quanto mais uniforme e ponderada for essa distribuição, mormente a das bases
de apoio, menor será a tensão para acionar e sustentar o apoio logístico necessário para
o período da campanha, pois nenhuma operação militar poderá ser levada a cabo sem
apoio logístico adequado, a partir de bases estrategicamente posicionadas e estruturadas.
Nesse contexto, devem ser planejadas as Organizações Militares (OM) a serem criadas,
ampliadas ou modernizadas, necessárias à adequação da Força ao prescrito na Estratégia
Nacional de Defesa (END).
Além das instalações voltadas para as atividades operativas, administrativas,
técnicas e de ensino da MB, é necessário contemplar, também, aquelas ligadas ao
atendimento e apoio aos militares e seus dependentes, tais como, moradia, assistência
social, serviço médico-odontológico, entre outros.
As seguintes ações, com conseqüências diretas sobre o aumento da capacidade
dissuasória estão sendo desenvolvidas na AOC.
4.1.1 - Criação do Comando do 9º Distrito Naval (Com9ºDN) O Com9ºDN foi criado com subordinação direta ao Comandante de Operações
Navais e com: estrutura militar semelhante aos demais distritos; independência
administrativa e logística; e vocação exclusivamente fluvial. O novo DN busca orientar
o adestramento, a manutenção dos meios e agregar conhecimentos e procedimentos ao
preparo e emprego dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais na Amazônia
Ocidental.
4.1.2 - Elevação do Grupamento a Batalhão de Operações Ribeirinhas (BatOpeRib)
O incremento da presença militar por intermédio da elevação do Grupamento de
Fuzileiros Navais de Manaus a Batalhão, com maior efetivo e especialização, tem
permitido dispor de mais destacamentos de Fuzileiros Navais (FN) embarcados ou
destacados em posições estratégicas, como Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira, em
apoio às atividades de Patrulha e Inspeção Naval e Segurança de Instalações.
4.1.3 – Criação e Reposicionamento de OM A cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, além de grande
metrópole, tem localização estratégia na foz dos rios Solimões e Negro.
Atualmente se encontram sediadas em Manaus as principais Organizações
Militares de Comando, Controle e Apoio Logístico da Força Naval bem como o órgão
centralizador das atividades de monitoração e controle da Segurança do Tráfego
Aquaviário.
Os estudos de aumento da presença da Marinha na Amazônia indicam a
necessidade de em Manaus posicionar ou reposicionar as seguintes OM:
• o Serviço de Sinalização Náutica da Amazônia Ocidental com seus dois
Avisos Hidrográficos;
• o Esquadrão de Helicópteros de Médio Porte;
• a expansão do Esquadrão de Helicópteros de Pequeno Porte;
• o aumento das capacidades da Estação Naval do Rio Negro; e
• a expansão do Depósito Naval de Manaus.
4.1.4 - Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA) A quantidade e a capacidade das Organizações Militares (OM) do SSTA têm
sido paulatinamente aumentadas, de maneira a fornecer suporte adequado ao
desenvolvimento do transporte fluvial na região, garantindo: o ordenamento e a
segurança do tráfego aquaviário; a salvaguarda da vida humana nos rios; e a prevenção
da poluição de nossas águas.
O sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA) está sendo reestruturado
para permitir uma maior amplitude de monitoração e controle do tráfego fluvial que esta
crescendo a taxas superiores a 10% ao ano e vem sendo observado:
• o aumento do tráfego de navios mercante na rota Belém – Manaus
desenvolvendo maior velocidade, e com maior calado e tonelagem causando
banzeiros, desbarrancamentos;
• o aumento do tráfego nos afluentes do Amazonas Solimões em particular de
balsas de combustíveis, e gêneros;
• o aumento da velocidade das embarcações de transporte de passageiros.
O programa de reestruturação em execução prevê no curto prazo:
• a elevação de categoria da Delegacia Fluvial de Porto Velho (RO) para
Capitania de 3ª Classe o que significa quase dobrar o número de militares na
cidade, na tarefa de STA;
• a criação de Agência Fluvial em Humaitá (AM), em processo licitatório; e
• a criação de Agência em Cruzeiro do Sul (AC), em negociações com o
Estado do Acre a cessão de área e a construção da Agência e PNR.
Também, na pauta da reestruturação, vem sendo estudado pelo Com9ºDN, a
criação de uma Agência Fluvial em São Gabriel da Cachoeira (AM), onde está atuando,
desde setembro de 2009, um destacamento com oito militares, com a tarefa de ministrar
cursos do Ensino Profissional Marítimo (EPM) e orientar os ribeirinhos sobre segurança
da navegação.
No contexto da Segurança da Navegação as seguintes ações estão planejadas
para mitigar os problemas relacionados com o crescimento do tráfego, a saber:
• Levantamento hidrográfico dos rios navegáveis (Programa Cartografia da
Amazônia);
• Sinalização náutica nos pontos críticos; e
• Estabelecimento de regras de navegação.
No Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil estão definidas as
OM do SSTA previstas para serem criadas para ampliar o monitoramento e controle das
diversas bacias fluviais amazônicas.
4.1.5 - Assistência Hospitalar Os Navios de Assistência Hospitalar, conhecidos pelos ribeirinhos como os
“Navios da Esperança”, têm levado assistência médica-odontológica às populações que
vivem às margens das hidrovias amazônicas, em localidades distantes de qualquer posto
de atendimento.
A Marinha, com os seus três navios, persegue a meta de visitar duas vezes por
ano os pólos de saúde (divisões das bacias hidrográficas, que facilitam o planejamento
operacional e logístico das Comissões de Assistência Hospitalar - as ASSHOP). A meta
nem sempre têm sido alcançado por conta das necessidades de atendimentos de cada
localidade, da baixa velocidade desenvolvida pelos navios e outras.
4.2 – Equipamento O Plano de Articulação e Equipamentos da Marinha do Brasil (PAEMB) foi
elaborado com base nas necessidades de aumentar a presença e prevê para a região da
Amazônia Ocidental, os seguintes meios navais, aeronavais, de fuzileiros navais, de
apoio logístico e para o SSTA.
4.2.1 - Meios Navais
MEIOS NAVAIS Existentes PAEMB
Diques Flutuantes 1 2
Navios Patrulha Fluvial 5 10
Navios Transporte Fluvial 0 4
Navios de Apoio Logístico Fluvial 0 2
Rebocadores Fluviais 1 2
Navios de Assistência Hospitalar 3 5
Avisos Hidrográficos Fluviais 0 2
4.2.2 - Meios Aeronavais
MEIOS AERONAVAIS Existentes PAEMB
Helicópteros de Emprego Geral – médio porte 0 6
Helicópteros de Emprego Geral – pequeno porte 6 12
4.2.3 - Meios de Fuzileiros Navais
• Equipamentos de Comunicações; e
• Lanchas de Combate.
4.2.4 – Munição
• Recompletamento das Dotações de Munição.
4.2.5 – Embarcações de Apoio ao SSTA
• Obtenção de 430 embarcações para o SSTA e 496 embarcações de apoio –
necessidade total da MB.
4.3 – Emprego
4.3.1 - Desenvolvimento das Operações Ribeirinhas Os exercícios realizados pela Marinha (Com9ºDN e Com4ºDN), anualmente, de
forma isolada ou em conjunto com as outras Forças servirão para aprimorar a doutrina
de Operações Ribeirinhas e permitirá aperfeiçoamentos operacionais importantes,
principalmente nos aspectos de:
- atuação conjugada dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais;
- controle efetivo das vias fluviais;
- reconhecimento e ocupação de áreas de margens;
- defesa antiaérea; e
- comunicações por satélite integradas.
As Operações Conjuntas, com o emprego simultâneo dos efetivos da Marinha,
Exército e Força Aérea, são as melhores aplicações do Poder Militar na Amazônia
Ocidental por conta das capacidades complementares. Neste contexto a busca pela
interoperabilidade plena é fator fundamental na estratégia de dissuasão.
4.3.2 - Estímulo à Integração com Instituições Públicas e Privadas A Marinha esta empenhada na busca pela realização de convênios e termos de
cooperação com diferentes órgãos do governo e instituições privadas para desenvolver
as atividades constitucionais e subsidiárias em que existam propósitos comuns.
A perspectiva é a intensificação de parcerias para o aproveitamento das
diferentes capacidades com instituições e entidades como: Ministério da Saúde (MS),
INSS, PETROBRAS, Policia Federal, Receita Federal, Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (ANTAQ), Superintendência do Patrimônio da União (SPU).
4.3.3 - Prevenção da Poluição Hídrica por embarcações A perspectiva futura da Amazônia Ocidental é o seu crescimento auto-
sustentável.
O Poder Naval tem responsabilidades na prevenção e no desenvolvimento da
consciência ambiental, notadamente a prevenção à poluição hídrica, a qual já é objeto
de ações educativas e das Patrulhas e Inspeções Navais em toda a região.
5 - Reflexos para a Defesa Nacional A região amazônica vasta em dimensões geográficas, exuberante em belezas, rica
em possibilidades e de notória e destacada importância nos cenários nacional e
internacional, em virtude do grande potencial de recursos minerais, hídricos e
biodiversidade, ainda não explorados, atrai a atenção de uma miríade de atores
governamentais, não-governamentais, nações estrangeiras e da própria sociedade
brasileira.
Os reflexos das ações da MB na Amazônia Ocidental são mensurados pelo interesse
com que a sociedade brasileira recém despertada para: a importância da Amazônia; e
para a relevância do tema “Defesa” acompanha as ações da Marinha, em especial, as
voltadas para:
• a assistência hospitalar aos ribeirinhos, realizada pelos Navios da Esperança;
• as de segurança da navegação nos rios, as estradas que Deus nos deu, e que
integra os amazônidas; e
• as de apoio à população quando da ocorrência de desastres ambientais e
calamidades públicas tais como cheias e secas dos rios.
No que tange a reflexos na defesa, os números da atuação da Marinha na AOC, em
2009, na execução das tarefas de:
• fiscalização do direito de passagem inocente de embarcações estrangeiras,
inclusive de navios de guerra e de Estado;
• controle da movimentação de meios navais, nacionais e estrangeiros, em
trânsito nas águas jurisdicionais brasileiras (AJB);
• segurança do tráfego aquaviário no que se refere à salvaguarda da vida
humana, à segurança nas hidrovias interiores e a prevenção da poluição
hídrica;
• fiscalização do cumprimento de leis e regulamentos nas águas interiores
atuando quando necessário em coordenação com outros órgãos do Poder
Executivo Federal, Estadual ou Municipal;
• cooperação com outros órgãos na repressão a delitos e crimes transnacionais;
e
• fiscalização das atividades de pesquisa científica, de levantamento
hidrográfico, de aquisição de dados relacionados à atividade de exploração e
explotação de recursos naturais e do patrimônio genético nas AJB, são:
Em 2009
Dias de navegação nos rios - 8 navios no ano. 1.051
Horas voadas – 6 aeronaves no ano. 1.288
ASSHOP Comunidades atendidas - O Estado do Amazonas tem 68
municípios.
595
ASSHOP Procedimentos médico-odontológicos aos ribeirinhos. 147.000
SSTA – Inspeções Navais – Abordagens. 24.845
SSTA – Inspeções Navais – Autos de infração. 2.529
SSTA – Inspeções Navais – Apreensões. 954
SSTA – Ensino Profissional Marítimo – Palestras. 416
SSTA – Ensino Profissional Marítimo – Ouvintes. 14.118
Manaus, AM, em 13 de julho de 2010.
JOSÉ GERALDO FERNANDES
NUNES Vice-Almirante
Comandante ASSINADO DIGITALMENTE
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