podemos todos tor- nar-nos missionários do amor! · nitude do espírito de cristo na igreja, ......

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1 “O verdadeiro missionário, que jamais deixa de ser discípulo, sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele.” Papa Francisco Exortação Apostólica Evangelii Gaudium é antes nomeado por Deus-Pai como cabeça da Igreja (cf. Ef 1,22). Ele vive nela através dos sacramentos, da Eucaris- tia, da Sua Palavra, do Seu Espírito. A ple- nitude do Espírito de Cristo na Igreja, porém, não é um poder ameaçador; res- ponde antes às necessidades mais profun- das do homem. Por isso, uma testemunha de Cristo tem que ser antes de mais uma pessoa cheia do Espírito Santo. Isso capa- cita-a a amar Cristo e a cumprir tudo o que Ele manda. O amor a Cristo é o coração da Igreja e a força sustentadora da sua missão univer- sal, “católica”. Sem o amor, a Igreja dei- xaria de ser Igreja, passando a ser, na realidade, um empreendimento humano tutelado e em busca de poder. Só porque o Senhor está connosco todos os dias pode- mos realizar a missão universal, aparente- mente superior às nossas capacidades. É uma missão de amor, que começa no oculto. É o que nos ensina, sobretudo, “Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando- os a cumprir tudo quanto vos tenho man- dado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28,18-20). Com as últimas palavras antes da Sua ascensão, o Senhor res- suscitado anuncia um domínio absoluto sobre toda a humani- dade e todos os tempos. Com a força deste poder absoluto envia os discí- pulos. A missão divina de baptizar todo o homem e de lhe ensinar o Evangelho des- tina-se a toda a Igreja, a cada um de nós. Mas pode a Igreja defender uma tal prer- rogativa de missionação universal perante os Estados, culturas e religiões sem pare- cer intolerante e arrogante? É que é precisamente devido à sua missão supra- temporal e universal que a Igreja é muitas vezes desprezada e hostilizada. Cristo Ressuscitado é Senhor do Universo. No entanto, não é um “Cristo cósmico” elevado acima de tudo o que é terreno; Santa Teresinha de Lisieux, doutora da Igreja e padroeira das missões: “Grandes feitos não posso realizar. Não posso pregar o Evangelho, nem derramar o meu sangue. Mas que importa? Os meus irmãos traba- lham em vez de mim; e eu amo por eles. Mas como exprimirei o meu amor por forma a que se evidencie através de obras? Não tenho outra forma de provar o meu amor a Jesus senão espalhando flores. Isso quer dizer que não perderei uma ocasião, por mais pequena que seja, um sacrifí- cio, um olhar, uma palavra, para tirar proveito das mais pe- quenas coisas e de as fazer por amor.” Queridos amigos: pequenos sacrifícios, as mais pequenas coisas – neste sentido, po- demos todos tornar-nos missionários do amor, de forma a que a fé em Jesus se ex- panda realmente até aos confins da terra. Abençoa-vos grato o vosso P. Martin Maria Barta Assistente Espiritual Podemos todos tor- nar-nos missionários do amor! Bênção da missão: um padre no Uganda, na unção dos doentes. Nr.º 4 • Maio de 2016 Oito edições anuais ISSN 0873-3317 www.fundacao-ais.pt

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1

“O verdadeiro missionário,

que jamais deixa de ser

discípulo, sabe que Jesus

caminha com ele, fala com

ele, respira com ele,

trabalha com ele.”Papa Francisco

Exortação Apostólica Evangelii Gaudium

é antes nomeado por Deus-Pai como cabeça da Igreja (cf. Ef 1,22). Ele vivenela através dos sacramentos, da Eucaris-tia, da Sua Palavra, do Seu Espírito. A ple-nitude do Espírito de Cristo na Igreja,porém, não é um poder ameaçador; res-ponde antes às necessidades mais profun-das do homem. Por isso, uma testemunhade Cristo tem que ser antes de mais uma

pessoa cheia do Espírito Santo. Isso capa-cita-a a amar Cristo e a cumprir tudo o queEle manda.

O amor a Cristo é o coração da Igreja e aforça sustentadora da sua missão univer-sal, “católica”. Sem o amor, a Igreja dei-xaria de ser Igreja, passando a ser, narealidade, um empreendimento humanotutelado e em busca de poder. Só porque oSenhor está connosco todos os dias pode-mos realizar a missão universal, aparente-mente superior às nossas capacidades. Éuma missão de amor, que começa nooculto. É o que nos ensina, sobretudo,

“Foi-me dado todo o poder no Céu e naTerra. Ide, pois, fazei discípulos de todosos povos, baptizando-os em nome do Pai,do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho man-dado. E sabei que Eu estarei sempreconvosco até ao fim dos tempos” (Mt28,18-20).

Com as últimas palavras antesda Sua ascensão, o Senhor res-suscitado anuncia um domínioabsoluto sobre toda a humani-dade e todos os tempos. Com aforça deste poder absoluto envia os discí-pulos. A missão divina de baptizar todo ohomem e de lhe ensinar o Evangelho des-tina-se a toda a Igreja, a cada um de nós.Mas pode a Igreja defender uma tal prer-rogativa de missionação universal peranteos Estados, culturas e religiões sem pare-cer intolerante e arrogante? É que é precisamente devido à sua missão supra-temporal e universal que a Igreja é muitasvezes desprezada e hostilizada.

Cristo Ressuscitado é Senhor do Universo.No entanto, não é um “Cristo cósmico”elevado acima de tudo o que é terreno;

Santa Teresinha de Lisieux, doutora daIgreja e padroeira das missões: “Grandesfeitos não posso realizar. Não posso pregaro Evangelho, nem derramar o meu sangue.Mas que importa? Os meus irmãos traba-lham em vez de mim; e eu amo por eles.Mas como exprimirei o meu amor porforma a que se evidencie através de obras?Não tenho outra forma de provar o meu

amor a Jesus senão espalhandoflores. Isso quer dizer que nãoperderei uma ocasião, por maispequena que seja, um sacrifí-cio, um olhar, uma palavra,para tirar proveito das mais pe-quenas coisas e de as fazer por

amor.”

Queridos amigos: pequenos sacrifícios, asmais pequenas coisas – neste sentido, po-demos todos tornar-nos missionários doamor, de forma a que a fé em Jesus se ex-panda realmente até aos confins da terra.

Abençoa-vos grato o vosso

P. Martin Maria BartaAssistente Espiritual

Podemos todos tor-nar-nos missionáriosdo amor!

Bênção da missão: um padre no Uganda, na unção dos doentes.

Nr.º 4 • Maio de 2016Oito edições anuais

ISSN 0873-3317www.fundacao-ais.pt

Motorização

Na palavra latina “movere“ reside um significado duplo: impulsionar emover. De facto, o vosso amor faz andar motores, girar pedais, rolar rodas –até aos confins da terra.

A 4.000 metros de altitude, onde não só os europeus ficam muitas vezes sem ar, as Missionárias da Madre Laura Montoya(Lauritas ou Missionárias da ImaculadaVirgem Maria e Sta. Catarina de Sena)procuram os índios nos Andes. Vêm a pé e os caminhos são íngremes e árduosnesta Diocese pobre de Abancay/Peru.Dantes, chegavam a vir de cavalo oumula, quando levavam consigo cargas pesadas. A maioria dos indígenas vive em pequenas aldeias, muito distantesumas das outras. Há autocarros públicosque partem às duase às quatro damanhã – o que nãoé obstáculo para asirmãs – só que cir-culam apenas duasvezes por semana e apenas para determi-nados locais. Em resumo: as irmãs nãoconseguem visitar todas as pessoas nosseus caminhos missionários. Jesus,porém, incumbiu os seus discípulos de ir“a todos os povos” – portanto, tambémaos índios no alto dos Andes. Por entre asencostas agrestes e os planaltos, passamestradas não asfaltadas, mas apesar detudo transitáveis. Com um carro, as Lau-

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ritas poderiam de facto chegar regular-mente a “todos os povos” neste confim da terra. A Palavra de Deus não cairiaapenas de vez em quando no solo das al-titudes. O exemplo das irmãs, a sua ajudaem questões de educação e saúde são oque torna a terra realmente fértil. Prome-temos-lhes um “burro de carga actual”,um Suzuki com tracção às quatro rodas,por 15.600 €.

Com um jeep, apenas, as catequistas emJos/Nigéria já não se governam. Há dez

anos financiámos-lhes uma carrinhade caixa aberta.Agora já está a pre-cisar de reparaçõese só pode transpor-

tar cinco pessoas. Entretanto, as mulheresrealizaram um grandioso trabalho missio-nário e o centro para catequistas – uma ra-ridade! – cresceu muito. Mulheres de 43paróquias participam no programa de for-mação de dois anos, no centro. Fica a40 km de Jos. Por isso, é preciso um mi-nibus robusto com 30 lugares. No país nãoé barato, mas os elevados impostos de im-portação e a corrupção corrente no porto

Sem mota não é possível: um catequista a caminho das “suas” aldeias em Moçambique.

de Lagos tornariam uma importação aindamais cara. O Bispo D. Ignatius Kaigamadisponibilizou 8.000 € para o autocarro.Mais não tem. Valoriza muito este centropara catequistas. É um farol para a digni-dade da mulher – numa região onde essadignidade é espezinhada por islamistas.Prometemos 53.000 € para o autocarro epara o trabalho das catequistas. Palavra edignidade – a Boa Nova de Cristo nãodeve ter fronteiras. •

A Boa Nova de Cristonão deve ter fronteiras.

Consome esforço etempo: Descida de

volta ao vale. Antes de ensinar há que aprender:reencontro no centro de catequistas.

Palavra e dignidade para todos os povos

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Nova Evange

lização

“Um livro para cada aluno, uma Bíblia para cada catecúmeno” – eis oobjectivo dos irmãos missionários de São Paulo no Congo.

Ensinai-os a cumprir tudo...

tolerância. Só com a guerra da indepen-dência surgiu um Islão radical, fomen-tado pela Arábia Saudita, gerador detensões.

A Beata Madre Teresa vivia desta tradi-ção de tolerância e de amor ao próximo.Enquanto jovem, no limiar de decisõesfundamentais, visitava a imagem deNossa Senhora de Letnica, no Kosovo.“Queremos voltar a aumentar a cons-

Voltar finalmente a viver

a fé em públicoA história dos cristãos no Kosovoremonta ao apóstolo dos gentios,Paulo. Na sua carta aos Romanoseste escreve que, nas suas viagens, anunciou o Evangelhotambém aos povos desta região(Rm 15,19).

A história nem sempre os tratou bem:perseguição, expulsão, repressão. Masmuitos dos descendentes permaneceramfiéis a Cristo ao longos dos séculos,mesmo nos tempos piores, sob o ImpérioOtomano e mais tarde também sob os comunistas. Hoje, a Igreja Católica noKosovo conta ao todo com 66.800 fiéis, 57 padres e 85 religiosas nas 24 paró-quias. O Bispo D. Dodë Gjergi conhecemuitos deles pessoalmente e observauma forma especial da Nova Evangeliza-ção. “É uma recristianização, pois mui-tos dos que são baptizados querem agoraregressar e confessar publicamente a suafé católica. Não deixam o Islão para trás;tomam antes consciência de que nuncaforam realmente muçulmanos. Só queapenas agora podem falar disso publica-mente”.

Sob o terror dos turcos, que durou sécu-los, a maioria dos albaneses do Kosovoconverteu-se ao Islão. Para isso, basta recitar publicamente a primeira sura doCorão. Só que muitos continuaram a praticar a sua fé católica no refúgio dassuas casas. Mantinham a esperança de poder voltar a rezar publicamente o Pai Nosso e a celebrar a Santa Missa.São chamados criptocatólicos. Queremagora retirar da penumbra da história e trazer à luz esta prática religiosa ocultados seus pais. A vida religiosa ocultalevou a uma característica da identidadenacional no Kosovo: uma compreensãoespecial da liberdade religiosa e da

ciência do testemunho que ela deixou deamor e tolerância”, afirma o Bispo D.Dodë. “Consideramos todos - até os quetêm uma visão diferente do mundo –também como nossos irmãos”.

Considerando os dramas dos refugiadosnos Balcãs, isto não se aplica apenas aoskosovares. Aqui, a pobre Igreja no Ko-sovo está perante desafios exigentes. Nósajudamos. •

Tesouro na mão: aluna com um livro,em Kisantu.

“Eu estarei sempre convosco até ao fimdos tempos”: Missa Pascal em Pristina.

Três quartos da população na Diocese de Kisantu/RD Congo é católica. Mas são muito difíceis de encontrar manuaisescolares cristãos, Bíblias e catecismos,pois não há livrarias. Acresce que as 30 paróquias e as escolas nas localidadesdistam muito umas das outras e as es-tradas e caminhos quase não se podemusar por causa da areia e da lama. Por isso, os livros têm que chegar aos alu-nos e aos professores. Essa é tarefa dosirmãos missionários. Sem jeep, não se consegue. Nós ajudamo-los com22.200 €. Para a Boa Nova não podehaver obstáculos. •

Doravante às claras, deixando o oculto:o Bispo D. Dodë com jovens.

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Nova Evange

lização

“Vejo claramente que a Igreja hoje precisa com urgência da ca-pacidade de curar feridas e de levarcalor e proximidade ao coração dos fiéis. Vejo a Igreja como um hos-pital de campanha depois de uma batalha”.

O Padre Andrés Jaramillo tomou a peitoestas palavras do Papa Francisco e fun-dou uma irmandade em Girardota/Colômbia, que, após as décadas daguerra civil, funciona como um hospitalde campanha para almas feridas. A “Ir-mandade do Coração Santificado” querser refúgio e lugar de consolação para de-sesperados, feridos, para quem procura epara quem sofre na alma. Segundo oPadre Andrés, para muitos grupos – ido-sos, crianças, vítimas da guerra, pobres,expulsos, refugiados - há lugares e recur-sos. Para pessoas comuns com carênciasda alma, não. Pode ser tanto o jovem es-tudante, como a dona de casa, o gestor, oempregado de escritório, qualquer um de

nós. Lola Lopez, que tinha perdido a suaúnica filha, sentia-se desfeita, em cacos,aniquilada. “Não conseguia parar de cho-rar. Esquecia-me de comer, de dormir, deviver”. O Padre Andrés e a sua comuni-dade convidaram-na a rezar uns temposcom eles e a conversar. “Não pergunta-vam nada, não exigiam nada. Abraça-vam-me, sorriam para mim.” Lolarecompôs-se. “O amor venceu a morte”,diz, “este amor sem medida, altruísta edesinteressado – foi ele que curou as mi-nhas feridas”.

Há tantas Lolas. A irmandande queragora construir uma casa, a casa-mãe demuitos futuros hospitais de campanha,

também fora da Colômbia. Prometemosfinanciar o rés-do-chão (50.000 €). Seráo alicerce do Hospital de Campanha daBoa Nova. •

“Não há lugar onde a misericórdiade Deus não possa chegar; nãohá lugar nem pessoa a quem nãopossa tocar.”

O Papa Francisco dirigiu estas palavrasaos presos na prisão de Ciudad Jua-rez/México, no passado mês de Feve-reiro. Sem ajuda de fora, os presos só muito raramente conseguem encon-trar o caminho para o recomeço e a con-versão interior. Precisam de incentivo.

Precisam de sinais de amor. Precisam deolhar o Senhor, numa capela, na Bíblia.

Possibilitais tudo isso em muitas prisões. Por exemplo, em Livingstone/Zâmbia, onde oferecestes 120 Bíbliasao capelão da prisão, Padre Roman(1.100 €). Ou em Maua/Quénia, ondeajudais o Padre Jediel a construir uma capela dedicada a São Judas Tadeu, padroeiro das causas per-didas (12.000 €). Ou também em

Boa Nova na prisãoMbeya/Tanzânia, onde dais ao PadreInnocent ajuda para livros de orações ecânticos, para Bíblias, catecismos, ví-deos e manuais de ensino para os 150presos (4.800 €).

Alguns deles querem e podem manifes-tar a sua gratidão, servindo a Igrejacomo catequistas, depois de cumprirema sua pena. Os caminhos e efeitos daBoa Nova não conhecem limites. São oscaminhos da misericórdia. •

Com eles, as almas sofridas recompõem-se.

Não só de pão: Ganhar nova vida nacomunidade.

Um hospital do amor

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Madagáscar

do homicídio. As religiosas assumiramos cuidados da pequena filha Lucie, bemcomo de outras crianças com as mãespresas. Graças às irmãs, Lucie pode fre-quentar a escola e levar uma vida nor-mal. Saberá sempre, apesar da tragédiafamiliar, o que é o amor.

Outros presos quiseram apenas um pe-daço de pão para se salvarem a si e àssuas famílias de morrerem à fome.Foram apanhados e arrastados para tri-bunal. A uns e a outros as irmãs levampão – e a Palavra de Deus. Também aju-dam na reconciliação das famílias. Poishá muitas famílias em Madagáscar querejeitam os presos. As irmãs também

“Quem sofreu a dor até ao ex-tremo e passou pelo inferno podetornar-se um profeta na socie-dade” (Papa Francisco).

Em muitas prisões, há presos a vivereste inferno. Alguns definham atrás das grades, sem julgamento e em con-dições humanamente indignas: celas sobrelotadas, juntamente com delin-quentes graves, com malgas de lata meiovazias, a temperaturas tropicais. Visi-tam-nos as irmãs da congregação daImaculada Conceição de Niort, em Miarinarivo/Madagáscar. Muitos dospresos não sabem ler; tiveram que assinar como podiam as sentenças con-tra eles sem perceberem de que eramacusados.

É especialmente trágico o caso deAgnes. O marido foi assassinado. Apóso enterro, um membro da família do assassinado dirigiu-se a Agnes com umdocumento, a explicar que se sabiaquem era o assassino; bastaria queAgnes assinasse o documento para con-cordar com a investigação.

Agnes “assinou” com a sua impressãodigital. Era uma confissão inventada, se-gundo a qual ela própria teria assassi-nado o marido. Foi processada econdenada a 15 anos de prisão por causa

Escola na prisão: presos aprendem o alfabeto.

Uma vida pelos que sofrem: as incansáveis irmãs de Miarinarivo.

“E visitastes-me”

cuidam de órfãos, de meninas da ruaabandonadas, de escolas e de pessoassem-abrigo. Trabalham há muitos anosnesta vinha exigente. Quando a sua con-gregação chegou a Madagáscar, há 60anos, as irmãs encontraram alojamentonuma casa já então velha, constante-mente a precisar de reparações. Torna-dos e temporais deram-lhe agora amachadada final; ameaça ruir e precisade obras de fundo. Isso ultrapassa aspossibilidades das irmãs. Mas elas pre-cisam desse lugar de oração e de comu-nhão para ganhar forças para o seu durotrabalho, para continuarem a ser profe-tisas do amor, para mostrarem a Lucie eàs outras crianças o sorriso de Deus.Ajudamos com 50.000 €. •

Graças às irmãs, escapou de um destino incerto: Lucie, alegre e próxima de Cristo.

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Há um ano, a Igreja em Praga foipara a rua – liderada pelo Arce-bispo D. Dominik Cardeal Duka.Embora Praga seja uma antiga ci-dade europeia de cultura, o séculodo comunismo e do ateísmo afas-tou a Igreja primeiro para a clan-destinidade e depois para asmargens da sociedade. Agora, osCristãos quiseram apresentar à cidade a vida da Igreja, a experiênciacom Cristo e “abalar os preconceitos em relação à Igreja e à fé”. Conse-guiram – com a vossa ajuda. Durante uma semana, as igrejas estiveramabertas, rezou-se e foram celebradas Missas com jovens nas ruas; car-tazes em autocarros e comboios anunciavam a alegria da presença deDeus. O Cardeal Duka agradece-vos do fundo do coração. E lembra que“todos recebemos de Deus dons e graças diferentes, mas nenhum denós recebeu o dom da indiferença ou da distância”. Segundo o Cardeal,isso nota-se especialmente nos benfeitores da AIS.

JohannesFreiherr Heereman,Presidente Executivo

Queridos amigos,As imagens da Síria e do Iraque sãoassustadoras. Ficam marcadas. Muitagente na Europa tem medo dos isla-mistas radicais. É bem compreensível– embora, para cristãos, nem por issoo sejam. “ Não temais os que matam ocorpo e não podem matar a alma.Temei antes aquele que pode fazer pe-recer na Geena o corpo e a alma”, dizJesus (Mt 10,28). Nada nem ninguémpode matar a alma que persevera emCristo. Com Ele, temos a verdade e aanimadora Boa Nova de que Deus estásempre connosco. Reconhecer estaverdade com alegria é a nossa missãoe isso implica também que apoiemostodas as pessoas perseguidas, especial-mente na Síria e no Iraque.

Com cada vez maior frequência, oiçomuçulmanos a manifestar o seu es-panto por serem perseguidos pelosseus próprios irmãos na fé e por oscristãos “infiéis” os tratarem de umaforma completamente diferente. Mui-tos querem saber mais do Deus que éAmor. Também a eles poderíamos aju-dar. O Deus de Amor revelou-Se atodos os homens em Cristo. Enquantotestemunharmos esta verdade atravésda nossa vida e obras não precisamosde ter medo de que a Europa se tornemuçulmana.

Necessidade, amor e gratidão – as vossas cartasParte do primeiro ordenado para aSíria Estou feliz por poder dividir o meu pri-meiro ordenado com a AIS. Uma partedestina-se à Síria.

Uma benfeitora de França

O vosso fantástico trabalhoAlguns alunos da escola católica de S. Pedro e S. Paulo em Waterloo organi-zaram recentemente uma venda para amissão. Querem que a AIS fique com umaparte das receitas para ajudar criançasnecessitadas. Continuem com o vosso fan-tástico trabalho.

Alunos católicos dos EUA

Há já 25 anos Junto vos envio um cheque de 100 dólarespara minorar um pouco as necessidades.Há já 25 anos que contribuo com donati-vos e rezo pela AIS.

Um benfeitor do Canadá

Renúncia para os sacerdotes Uma dessas cartas [que vós me man-dais] falava das dificuldades dos sacer-dotes que vivem no Iraque. Depois depensar, decidi renunciar a um café pordia para poder ajudar um pouco mais. Arenúncia é pequena, mas de certeza vaialiviar um ou mais sacerdotes que pas-sam dificuldades. Na verdade, gostariade vos revelar como obtenho dinheiropara ajudar nesta causa. Neste serviçoapenas “transporto” aquilo que me dão.Por vezes, durante o meu trabalhopagam-me um café. Quando saio tirouma moeda de 50 cêntimos e guardo emcasa. Assim, aqueles que me dão o di-nheiro estão a ajudar os sacerdotes semo saberem. Deus os recompensará.Quanto a mim e aos meus só sei queDeus não Se deixa vencer em generosi-dade. Que seja em desconto das nossasfaltas.

Um benfeitor de Portugal

© J

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