ex-morador da casa do menor “ganha a vida” como cabeleireiro€¦ · “ganha a vida” como...

8
Em foco Ano 1 | Edição: 09 Distribuição gratuita - Periodicidade Mensal Vicente Golfeto Rodrigo Beraldo Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei- reiro. Lucas Henrique Bernal Borges, de 22 anos, morou cerca de cinco anos na Casa do Menor Joanna de Ângelis e hoje é um Foto: Luiz Neto exemplo de vários outros garo- tos que passaram pelo orfanato e obtém sucesso na vida atual- mente. Após publicar a matéria “Drogas, prostituição e desres- peito envolvem moradores da Casa do Menor”, na edição nº 8 do Jaboticabal News, foi consta- tado que o orfanato vive o pior momento de sua história. Entre- tanto, a reportagem foi em busca de pessoas que viveram no local e hoje exercem uma profissão. Vários nomes poderiam ser cita- dos aqui, mas nossa equipe aca- bou conhecendo o cabeleireiro Lucas Bernal. Lucas Bernal, jaboticabalense, viaja todos os dias a Guariba, onde atende os clientes Junho/2014 Monte Alto garim- pa atleta jaboticaba- lense e jovem é ouro nos Regionais Pág. 7 Trompetista Naber de Mesquita visita igreja da cidade 102 anos Enquanto vários jovens vi- vem cansados, desanimados e reclamando da vida, há quem supere todas as expectativas e demonstre uma situação total- mente oposta. Esse é o caso de Antônio Agostini, 102 anos, que esbanja alegria, saúde e deixa bem claro que não tem preocupações. Democracia custa caro. E dá trabalho. É o contrário de ditadura. Que – diretamente – não custa nada porque a conta é paga por via oblíquia. E não dá trabalho nenhum. Muitos possuem o conhe- cimento, porém, poucos pare- cem ser capazes de vislumbrar a verdadeira sabedoria. Mas qual seria a diferença entre conhecimento e sabedoria? Sabedoria é agir. Você tem o conhecimento? Seja sábio: faça. Pág. 6 Novo grupo de proteção animal surge na cidade Pág. 6 Pág. 5 Acidente envol- vendo Tiro de Guer- ra mata um soldado e deixa Tenente hospitalizado Pág. 4 Pág. 4 Pág. 3 Pág. 2

Upload: others

Post on 03-Nov-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro€¦ · “ganha a vida” como cabeleireiro Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro

Em foco

Ano 1 | Edição: 09 Distribuição gratuita - Periodicidade Mensal

Vicente Golfeto

Rodrigo Beraldo

Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro

Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro. Lucas Henrique Bernal Borges, de 22 anos, morou cerca de cinco anos na Casa do Menor Joanna de Ângelis e hoje é um

Foto: Luiz Neto

exemplo de vários outros garo-tos que passaram pelo orfanato e obtém sucesso na vida atual-mente.

Após publicar a matéria “Drogas, prostituição e desres-

peito envolvem moradores da Casa do Menor”, na edição nº 8 do Jaboticabal News, foi consta-tado que o orfanato vive o pior momento de sua história. Entre-tanto, a reportagem foi em busca

de pessoas que viveram no local e hoje exercem uma profissão. Vários nomes poderiam ser cita-dos aqui, mas nossa equipe aca-bou conhecendo o cabeleireiro Lucas Bernal.

Lucas Bernal, jaboticabalense, viaja todos os dias a Guariba, onde atende os clientes

Junho/2014

Monte Alto garim-pa atleta jaboticaba-lense e jovem é ouro

nos Regionais

Pág. 7

Trompetista Naberde Mesquita visita

igreja da cidade

102 anos

Enquanto vários jovens vi-vem cansados, desanimados e reclamando da vida, há quem supere todas as expectativas e demonstre uma situação total-mente oposta. Esse é o caso de Antônio Agostini, 102 anos, que esbanja alegria, saúde e deixa bem claro que não tem preocupações.

Democracia custa caro. E dá trabalho. É o contrário de ditadura. Que – diretamente – não custa nada porque a conta é paga por via oblíquia. E não dá trabalho nenhum.

Muitos possuem o conhe-cimento, porém, poucos pare-cem ser capazes de vislumbrar a verdadeira sabedoria. Mas qual seria a diferença entre conhecimento e sabedoria? Sabedoria é agir. Você tem o conhecimento? Seja sábio: faça.

Pág. 6

Novo grupo de proteçãoanimal surge

na cidade

Pág. 6

Pág. 5

Acidente envol-vendo Tiro de Guer-ra mata um soldado

e deixa Tenentehospitalizado

Pág. 4

Pág. 4

Pág. 3

Pág. 2

Page 2: Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro€¦ · “ganha a vida” como cabeleireiro Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro

Pág. 2 Opinião

Antônio Vicente GolfetoPalestrante e comentarista de economia.

ExpedienteFábio Rodrigo Penariol – CNPJ: 18.286.100/0001-91IdealizadoresAlexandre Rocha, Fábio Penariol, Luiz NetoDiagramaçãoLuiz Neto Colaboradores Antônio Vicente Golfeto, Rodrigo Beraldo

Distribuição gratuitaTiragem: 3000 exemplares.Locais: Bancas de jornais, empresas e anunciantesContatosEmail: [email protected]: (16) 3202-9778 Versão online: www.jaboticabalnews.comFacebook: www.facebook.com/jaboticabalnews

As matérias assinadas e os anúncios não expressam a opinião deste jornal e são de responsabilidade de seu idealizadores.

Foto do leitor!

Editorial

Democracia custa caro. E dá trabalho. É o contrário de ditadura. Que – diretamente – não custa nada porque a conta é paga por via oblíquia. E não dá trabalho nenhum. Só que tira a dignidade do ser humano e impede que ele passe a ser o artífice de seu próprio destino. Este, então, é escrito por ter-ceiros.

Dentro desta síntese – que tende a ser a essência – nós te-mos que entender que política e mercado têm que se comu-nicar entre si, mas devem ca-minhar independente, um do outro. Cada um em sua pista, sem se cruzar. Neste caso, cabe a pergunta: como democracia custa caro, quem paga a con-ta das eleições? Nos Estados Unidos, paga a conta a em-presa. Mas a pessoa física tam-bém. No Brasil – como mostra nossa história – paga a conta, sob a forma de investimento, a empresa. E, também – como não poderia deixar de ser – o

Democracia e ditaduracontribuinte. É para ele que se pretende mandar toda a conta, aliás, vedando o pagamento de conta pelas empresas. Numa democracia verdadeira, só a pessoa física – no caso, o cida-dão – deveria pagar a conta. E, mesmo assim, se quiser. Nada obrigatório.

A verdade é que, se o mer-cado se apropria da urna, o processo civilizatório entra em estagnação ou em regressão, até. Se a urna – ao contrário – se apropria do mercado, temos o populismo. Que termina sempre em autoritarismo. Am-bos são perigosos e não valem a pena. É que mercado – ter-ritório da economia – é a área do conhecimento humano cujos valores têm preço. Já na política, os valores não podem ter preço. Esta introdução nós a fazemos para mostrar que – antes de tudo – quem deve financiar os políticos e os par-tidos políticos são os eleitores, pessoas físicas.

A vontade de estar perto do acontecimento, querer interferir em uma informa-ção ou achar que a notícia publicada deveria abordar um outro lado. Várias ra-zões levam a acreditarmos que todo mundo tem um jornalista dentro de si.

Em 1808, Hipólito da Costa criou o jornal “Cor-reio Braziliense”, consi-derado o primeiro jornal brasileiro. Foram inúmeras edições publicadas. Hipó-lito produzia em Londres e mandava o jornal para o Brasil, devido a Coroa Por-tuguesa querer censurá-lo pelo fato das publicações irem contra a ideologia lu-sitana que à época estava em terras brasileiras.

Depois disso, vários jornais foram criados para desmoralizar o periódico de Hipólito e enfraquecer

o poder da informação “atravessada”. Até hoje podemos ver casos do tipo, onde jornais acabam não agradando por tentar fugir da mesmice e ser sin-ceros demais.

Nossa população pre-cisa de informação de verdade. Quantas pessoas dizem sentir falta de um jornalismo sem máscaras e “independentes”. Ora, é o sonho de todo jorna-lista. Mas, muitas vezes o jornalismo pode ser dire-to e acertar em cheio em uma publicação. Nessa hora a “verdade dói”. Aí os “jornalistas de plantão” se manifestam e querem que a notícia seja diferente, que afague um pouco e até ameaçam ir à justiça.

Ah, todo mundo tem um jornalista dentro de si.

Boa leitura a todos.

Os papais André e Patrícia enviaram esta foto da Ana Clara com o irmãozinho recém-nascido, Luis Otávio.

“Acredito que devido à Copa do Mundo. O brasileiro se en-volve com a emoção do jogo, vive o clima dos jogos. Mas se a seleção perder, aí a coisa fica feia. O brasileiro vai pela emoção e não pela razão”.

Renata Irano,34 anosNutricionista

“Eu acredito que até teve a mesma proporção, mas boa par-te da imprensa mal intencionada (Globo), que geralmente tem a maior audiência, abafa o assunto. E só mostra o que quer. Com a Copa do Mundo não é interes-sante ficar expondo os proble-mas sociais, por haver um enor-me fluxo de turistas no Brasil”.

Na sua opinião, por que as manifestações pelo país neste ano não atingiram a mesma proporção que tiveram em 2013?

Rafael Vieira,26 anosVigilante

Fala, leitor!

Quer participar do “Fala, Leitor!” e aparecer na

próxima edição?Basta enviar um e-mail

para o J. News, que você pode ser selecionado.

Junho/2014

Page 3: Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro€¦ · “ganha a vida” como cabeleireiro Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro

Pág. 3 Começando uma nova eraOpiniãoCurtas

Rodrigo BeraldoBacharel em AdministraçãoCRA: 122016

Mexa-seMuitos possuem o conhe-

cimento, porém, poucos pa-recem ser capazes de vislum-brar a verdadeira sabedoria. Mas qual seria a diferença en-tre conhecimento e sabedo-ria? Sabedoria é agir. Você tem o conhecimento? Seja sábio: faça. Mas para se por em movi-mento, é preciso retirar todo o material inútil o qual enchemos nossa mente todo tempo.

Quando desejamos reali-zar algo na vida, muitas vezes nos flagramos pensando em como fazer, por onde co-meçar, que caminho seguir. Enfim, enchemos nossas ca-beças de perguntas, dúvidas e inseguranças ao ponto em que quando nos damos conta estamos totalmente parados, sem ter dado um passo sequer na direção da meta ou objeti-vo que ansiamos. O primei-ro passo então seria livrar-se dessas “auto-amarras” que nos prendem, e perceber que não existe começo, nem fim, apenas a ação contínua.

Nessa perda de foco que nos impede de dar início à ação – o que alguns chamam de procrastinação – podemos apegar-nos a entidades tem-porais, como é o caso do pas-sado e do futuro. Enxerga-

mos os erros que cometemos no passado e as incertezas que compõem nosso futu-ro como se esse subterfúgio fosse de alguma maneira nos ser útil. E aí reside o segundo passo: estar concentrado no presente. Prestar atenção ao que acontece ao redor, às re-ações e sensações que retor-nam provenientes da atitude que estamos tomando. Per-manecer totalmente alertas e acordados no agora.

O terceiro passo é a per-severança. Já dizia Fernando Pessoa: “De tudo, ficaram três coisas: A certeza de que estamos sempre começando. A certeza de que precisa-mos continuar. A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar”. E nessa etapa crucial, constantemente procuramos acrescentar um propósito mais elevado para encaminhar as coisas. Existiria, pois, algum mais nobre do que o de Deus: Servir aos outros?

Procurar o seu caminho no quintal do vizinho, em um livro de outrem, ou através do senso comum tampouco retornarão a melhor forma de começar. Engajados em realizar nossos mais deseja-dos projetos, devemos nos

voltar para dentro de nós mesmos. Esse seria mais um passo importante, já que tudo que precisamos pode estar lá. Doravante, importar-se com cada mínimo pensamento ou ideia que vem a tona em nos-sas cabeças pode nos deixar sobremaneira confusos ou nos dar uma referência erra-da de quem realmente somos. As pessoas não são o que pensam, são o que mostram – suas ações no plano real. Nossas emoções podem nos controlar e atrapalhar nossa melhor chance. Portanto, es-tejamos conscientes das es-colhas e das consequências de nossas ações.

Em nossa caminhada como humanos, à procura de nos-sos sonhos, erramos diversas vezes, tropeçamos, nos enga-namos, sofremos. Por vezes, perdemos as esperanças, pen-samos em desistir. Senso de humor é o remédio para essa moléstia. Principalmente so-bre nós mesmos. Não se pre-ocupe em como vai terminar, com o destino final. Aprecie a jornada, o caminho todo, aproveitando para conhecer-se melhor. Ter um espírito leve e relaxado pode ser a chave entre a derrota e a vitória.

Redações do EPTV na Escola são selecionadas

As redações finalistas do EPTV na Escola em Jaboti-cabal já foram selecionadas por professores das escolas participantes. Com o tema "Como construir o mundo que queremos?", o concurso contou com a participação de 17 escolas, alcançando um total de 1066 alunos dos 9º anos do município. Foram escolhidos 30 trabalhos.

“Dentre as melhores re-dações destacaram-se aquelas com histórias verídicas sobre pessoas que atuam na socie-

dade em nosso município, transformando a realidade de indivíduos menos favorecidos e excluídos no intuito de cons-cientizar o cidadão através de seu exemplo de vida”, ressalta a Coordenadora do Projeto, Ja-ninne Zechetto Pito.

As redações escolhidas já foram encaminhadas para a emissora e os nomes dos se-mifinalistas serão divulgados no dia 16 de julho. Os inte-ressados poderão conferir os resultados no site www.eptvna-escola.com.br.

Charge

Page 4: Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro€¦ · “ganha a vida” como cabeleireiro Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro

Pág. 4 CidadeAos 102 anos, idoso esbanja lucidez e alegria

Texto: Fábio Penariol

Enquanto vários jovens vi-vem cansados, desanimados e reclamando da vida, há quem supere todas as expectativas e demonstre uma situação total-mente oposta. Esse é o caso de Antônio Agostini, 102 anos, que esbanja alegria, saúde e deixa bem claro que não tem preocupações. Após ultra-passar um centenário de vida, vários passatempos foram dei-xados de lado, porém, a paixão pelo futebol continua intacta e sempre que pode o idoso acompanha os jogos pela teve. Neste mês, ele assiste a todas as partidas da Copa do Mundo.

Descendente de italianos, nascido e criado em Jaboti-cabal, Agostini abandonou a escola aos 12 anos e passou a trabalhar nas plantações de café da família, para garantir o sustento da casa. Depois de

alguns anos, tornou-se encar-regado de jardinagem do De-partamento de Estradas e Ro-dagem (DER) de Jaboticabal, onde prestou serviços por 28 anos e se aposentou aos 70.

O idoso sempre teve que lidar com trabalhos pesados, mas nunca desanimou e sem-pre manteve o sorriso no rosto. Com uma boa memória, ele se lembra de várias até hoje. Em uma delas, Agostini diz que es-tava no trabalho em um dia de chuva, onde conversava com os amigos, que resolveram fa-zer uma lista. “Eles fizeram uma brincadeira pra ver quem ia morrer primeiro e me colo-caram como o terceiro da fila. Morreram todos e eu ainda estou vivo até hoje”, conta aos risos.

Uma das paixões do idoso é o futebol e, mesmo na fase ruim do time do coração, não desanima e ainda acredita que

a situação do Palmeiras irá melhorar. Outro clube que ele adora é o Jaboticabal Atlético, equipe que Agostini já viu jo-gar várias vezes, inclusive nas melhores fases da história do Jotão, que tem apenas um ano a mais que ele. Questionado sobre a fase do alvinegro, o idoso foi objetivo. Agora eu acho que o Atlético vai voltar. Ele já foi bom, mas afundaram ele, comenta.

Viúvo há 10 anos, Agostini mora com a filha Oraide, que informou à reportagem que além dos 102 anos, o idoso conseguiu outros números expressivos em sua vida: cin-co filhos, dez netos e cinco bisnetos. Ele ainda tem outras duas irmãs com idade avança-da: uma com 94 anos e outra com 90. Toda orgulhosa, a filha concluiu sobre o pai. “A criação que ele deu pra nós foi muito boa”, afirma Oraide. Antônio Agostini completou 102 anos em junho

Foto: Fábio Penariol

COMUNICAÇÃO DE EXTRAVIOA EMPRESA ABÍLIO BATISTA CARNEIRO & CIA LTDA-ME, ESTABELECIDA NESTA CIDADE DE JABOTICABAL/SP., NO MERCADO MUNICIPAL, BOXES 7 E 8, INSCRITA NO CNPJ-56.596.737/0001-73, COMUNICA QUE ENCON-TRA-SE EXTRAVIADO OS TALONÁRIOS DA SÉRIE D-1, DE Nrs 8501 A 8750.

JABOTICABAL/SP., 05/05/2014.

Na manhã de sexta-feira (27), um atropelamento aca-bou tirando a vida do solda-do do Tiro de Guerra Jho-natas Cardoso, de 19 anos, e deixando o tenente Azuil dos Santos em estado grave.

A tropa percorria a vicinal

que liga Jaboticabal a Lusi-tânia quando um caminhão, que vinha na direção con-trária, acabou atingindo as vítimas. O tenente está inter-nado em Ribeirão Preto e so-freu traumatismos no crânio e no tórax.

Acidente fatal em rodovia deixaTiro de Guerra em luto

Junho/2014

Com um centenário de experiência, Antônio Agostini brinca, sorri e serve de exemplo para os mais jovens

Page 5: Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro€¦ · “ganha a vida” como cabeleireiro Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro

Pág. 5 Começando uma nova eraEm foco

Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro. Lucas Henrique Bernal Borges, de 22 anos, morou cerca de cinco anos na Casa do Menor Joanna de Ângelis e hoje é um exemplo de vários outros garo-tos que passaram pelo orfanato e obtém sucesso na vida atual-mente.

Após publicar a matéria “Drogas, prostituição e desres-peito envolvem moradores da Casa do Menor”, na edição nº 8, do Jaboticabal News, fomos em busca de pessoas que viveram no local e hoje exercem uma profis-são. Vários nomes poderiam ser citados aqui, mas nossa equipe acabou conhecendo o cabeleirei-ro Lucas Bernal. Atualmente, ele viaja todo dia para Guariba onde atende seus clientes.

Infância difícil e cheia de aprendizados

Bernal foi para a Casa do Menor aos 14 anos, quando sua mãe Elaine, faxineira no Hospi-tal São Marcos, tentava sustentar ele e mais quatro irmãos, sem nenhuma estrutura familiar. Lu-cas quase não veio ao mundo. A gravidez da sua mãe foi contes-tada e o pai o rejeitou. “Minha mãe tomou paulada na barriga pra eu não nascer”, conta ele

emocionado.Uma funcionária chamada

Suzy intermediou a ida de Lucas e os irmãos Jorge e Júlio para o orfanato. O tempo que morou lá, Bernal foi apreendendo a li-dar com sua rebeldia e passou a se preocupar com o seu futuro e com seus irmãos. No local, tinha que cumprir atividades diárias e gozava do bom e do melhor. Chegou até a viajar para o Ther-mas de Olimpia e para a praia. “A pessoa não sai da Casa do Menor bem se não quiser”, afir-

ma, lembrando de funcionárias que foram inesquecíveis para ele. “A Mirela, a Ivanete, Neusa, Mô-nica, Laura e Lucy foram muito importantes”, lembra. A última é única que permanece da Casa.

Na mesma época aprendeu a cortar cabelo com Natan, famo-so barbeiro da cidade, e passou a trabalhar no salão. Bernal é grato a ele por ter lhe ensinado a profissão, além de ter como re-ferência Éder e Giuliano, profis-sionais que ele respeita e admira pelo talento.

Jovem “ganha a vida” como cabeleireiroTexto: Alexandre Rocha

Ex-morador da Casa do Menor, Lucas superou a vida difícil da infância e hoje tem o próprio salão em Guariba

Andando com as próprias pernas

Já maior de idade, o jovem cabeleireiro saiu do abrigo e foi morar na casa dos avós. Ficou apenas 15 dias, já que o ambien-te não era dos melhores devido ao tio ser dependente químico. “Eu não queria sair da Casa do Menor, mas sabia que deveria caminhar com as próprias per-nas”, conta.

Os tios Alan e Vanessa abri-

garam ele em seu apartamen-to no bairro Cohab II e ficou cerca de 6 meses morando no local. Os mesmo tios que ainda ajudaram Bernal a comprar um apartamento no condomínio ao lado. “Eles me ajudaram de-mais”, disse.

Lucas levou seu irmão Jor-ge para morar junto e o ensina a cortar cabelos para seguir na profissão. Há mais de um ano ele alugou um salão em Guariba e possui um grande número de clientes. “Foi muita perseveran-ça. Hoje eu olho pra trás e vejo que consegui”, desabafa.

Vida que segue

Quem conhece Bernal en-contra um jovem sorridente, confiante e cristão. Membro da Igreja Comunidade Cristã, ele faz questão de dizer que Deus e a igreja o ajudou muito. Com os tios Érica e Marcos ele fez a primeira visita e não parou mais. Seu líder de jovens Go, o acon-selhou bastante.

Hoje, Lucas está focado no que vem pela frente, buscando sempre ser melhor profissional-mente e pessoalmente. O que ficou para trás é passado. “Eu não fico olhando pra trás não. O que passou, passou. Eu vou a luta e quero fazer a diferença”, finalizou o alegre e simpático ja-boticabalense.

Foto: Luiz Neto

O terreno compradoCom 17 anos, Bernal

comprou um terreno no Parque das Araras, no nome dos tios, sem ninguém da Casa do Menor saber. As funcionárias começavam a questionar por que Lucas não estava guardando di-nheiro. Até um dia que não deu mais para esconder.

“Elas ficaram preocupa-das, quiseram me dar lição de moral. Mas quando eu expliquei o porquê foi até o contrário. Elas se como-veram e chegaram a chorar comigo”. Tempos depois precisou vender o terreno para abrir o seu próprio sa-lão e investir na sua carreira.

Cabeleireiro faz sucesso em Guariba e atrai grande número de clientes

Page 6: Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro€¦ · “ganha a vida” como cabeleireiro Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro

Pág. 6 Cultura

No início do mês de junho, a igreja Assembleia de Deus Ministério Madureira (Igreja Sede) contou com a presen-ça do trompetista de Ribeirão Preto, Naber de Mesquita, músico da Orquestra Munici-pal de Campinas.

Em um culto especial, aconteceram apresentações de Mesquita com as bandas Shalom, Shalom Big Band e alunos da Escola de Música Shalom (EMS).

A EMS, que é um traba-lho voluntário, visa ensinar música aos membros e não membros da igreja, de todas as idades.

“Foram algumas horas de grandes emoções com lindos hinos entoados. O Naber Mesquita, que é um brilhante trompetista, pôde trazer uma palavra de unção com lindos louvores”, disse o educador musical, Junior Barbosa.

Trompetista visita Assembleia de DeusTexto: Alexandre Rocha

Foto: Divulgação

Surge novo grupo de proteção aos animaisTexto: Luiz Neto

O abandono e mau trato contra os animais é um pro-blema enfrentado em várias cidades e em Jaboticabal não é diferente. Com isso, jovens se reuniram em um novo gru-po chamado Voluntários In-dependentes em Defesa dos Animais (V.I.D.A.) para ajudar os cachorros abandonados por seus donos.

Criado no mês de maio, pela estudante de Medicina Ve-terinária, Milena Montans, 30 anos, o grupo tem o objetivo de resgatar, castrar, cuidar e colocar os animais para adoção em feiras realizadas pelos pró-prios voluntários.

O foco está voltado princi-palmente aos cachorros de rua, mas segundo Milena, outras espécies também podem ser ajudadas. “Por enquanto ajuda-mos apenas cachorros abando-nados, mas também podemos ajudar outras espécies, como por exemplo, gatos”, explica.

Com sete voluntários, o gru-po também precisa da ajuda da população para contribuir com os animais abandonados. “As pessoas podem ajudar doando ração, desinfetantes, coberto-res, enfim, tudo que possa ser utilizado para o bem de nossos animais. Nós pensamos que toda ajuda é boa, desde que os ideais sejam os mesmos”, diz Milena.

Pensando pelo lado da con-tribuição das pessoas, foi cria-da a “Cãopanha do Agasalho” com o intuito de arrecadar cobertores, mantas, blusas, to-alhas, lençóis, travesseiros e ca-sinhas para proteger os animais do frio. Foram disponibiliza-dos vários pontos de arrecada-ção, que podem ser conferidos na página do grupo (www.face-book.com/voluntariosvida).

Outros projetos

Jaboticabal também conta com outros projetos de pro-teção aos animais, entre eles o VPA (Voluntários da Proteção Animal) e o Abrigo São Láza-ro.

Primeira feira de adoção realizada pelos Voluntários Independentes em Defesa dos Animais

Foto: Luiz Neto

Músicos das bandas Shalom, Shalom Big Band e alunos da escola de música Shalom

Com a chegada dos 186 anos de Jaboticabal, a progra-mação musical para os cinco dias da Festa do Quitute e ExpoFeira de Arte e Artesa-nato já foram definidos.

Serão dois palcos e mais de 160 músicos se apresentando.

A Festa do Quitute e Ex-poFeira de Arte e Artesanato, além da missão social, busca agradar todos os gostos e públicos da festa, segundo o Prefeito Raul Girio (PSDB).

A festa acontece de 15 a 20 de julho na Estação de Eventos Cora Coralina e as principais atrações são Fala-mansa, Nu Batuque e Ulisses e Moisés.

Foto: Divulgação

Festa doQuitute

Junho/2014

Page 7: Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro€¦ · “ganha a vida” como cabeleireiro Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro

Pág. 7 Começando uma nova eraEsporteNo ciclismo, jaboticabalense é campeã dos

Regionais por equipe de Monte Alto

A jovem Lusuelen Domin-gues, de 23 anos, ganhou a medalha de ouro nos Jogos Regionais, sediados em Ara-raquara, na disputa de ciclis-mo, modalidade Mountain Bike (MTB), em prova realiza-da na terça-feira (24). A garota é de Jaboticabal, mas optou por fazer parte da equipe SE-CEL/Associação Serras e tri-lhas de Monte Alto.

Em entrevista ao Jaboti-cabal News, Lusuelen afir-ma que não esperava o bom resultado nos jogos devido a uma inflamação que sofreu na coluna, que a tirou dos treina-mentos por cerca de uma se-mana no mês da competição. Mesmo com as dificuldades a superação foi fundamental. “Me senti muito bem na pro-va. Consegui abrir uma boa vantagem”, explica a atleta.

O motivo da jovem fazer parte de uma equipe de outra cidade, mesmo morando em Jaboticabal, ocorre devido a ciclista ter se apalavrado com responsáveis pelo esporte em Monte Alto. Porém, ela disse à reportagem que não des-carta atuar pela cidade onde mora. “Que no próximo ano eu possa estar te responden-do, mas com resultados pra Jaboticabal”, afirma.

Além da conquista nos Jogos Regionais, a atleta tam-bém foi campeã do GP Ra-

velli, disputado em Itupeva (SP) no mês de fevereiro. A próxima prova de Lusuelen acontece em Aguaí (SP) no dia 6 de julho.

Investimento

Para que possa se desen-volver cada vez mais no es-porte, Lusuelen investe o dinheiro que recebe de patro-cinadores no treinador Cadu Polazzo, atual técnico da se-

leção brasileira de Mountain Bike.

A atleta treina cinco vezes por semana em Jaboticabal e cidades da região, variando bastante entre asfalto e terra. Lusuelen também reserva dois dias para fazer musculação.

Início

Inspirada no próprio ir-mão, que já praticava o es-porte há cinco anos, a jovem

decidiu iniciar a prática es-portiva após ter seu primeiro filho. Segundo ela, tudo co-meçou como uma brincadei-ra, mas com os resultados a história mudou. “Eu tenho o desejo de ser a melhor no que eu faço e todo dia eu busco isso. Quando penso em de-sistir, vejo onde cheguei, pois comecei com uma brincadeira de andar de bicicleta e hoje já consigo estar entre as melhores da região”, explica.

Texto: Jaboticabal News

Ao centro, atleta jaboticabalense é premiada nos Jogos Regionais 2014 disputados em Araraquara (SP)

Foto: Arquivo Pessoal

Modalidade

O Mountain Bike é reali-zado geralmente em pistas de terra, onde o atleta pre-cisa transpor obstáculos e diversas irregularidades exis-tentes no percurso. A mo-dalidade também pode ser realizada em montanhas, fa-zendas, parques e até mesmo dentro de cidades.

Page 8: Ex-morador da Casa do Menor “ganha a vida” como cabeleireiro€¦ · “ganha a vida” como cabeleireiro Uma infância difícil, mas que preparou um talentoso cabelei-reiro

Pág. 8 Começando uma nova eraSocial

O simpático e alegre Antonio Agostini completou incríveis 102 anos de idade.

Este é um vencedor. Parabéns!

Fátima faz mais um aniversário no dia 30 de junho, o primeiro ao lado do

cachorrinho Maike. Parabéns!

O jornalista André Dias completou mais um ano de vida no último dia 23.

Parabéns e muitas felicidades!

Sergio Caruso comemorou mais um aniversário no dia 7 de junho. Parabéns Sergio, tudo de bom!

A integrante do VPA (Voluntários da Proteção Ani-mal), Valéria Barbieri, completa mais um ano de vida

no dia 11 de julho. Parabéns, Val!

No dia 9 de junho, Afonso Facco com-pletou mais um ano de vida.

Parabéns, Afonsinho!