pobres servos da divina providÊncia 50 · 2019. 9. 16. · pobres servos da divina providÊncia de...

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POBRES SERVOS DA DIVINA PROVIDÊNCIA DE PRESENÇA CALABRIANA NO MATO GROSSO DO SUL ANO XLVI - JUL / AGO / SET 2019 GESTÃO A gestão colegial: uma profecia do nosso carisma “para os tempos aais” PÁG. 21 XII CAPÍTULO GERAL A profecia da comunhão PÁG. 24 5 0 anos

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POBRES SERVOS DA DIVINA PROVIDÊNCIA

DE PRESENÇACALABRIANA NOMATO GROSSODO SUL

ANO XLVI - JUL / AGO / SET 2019

GESTÃO

A gestão colegial: umaprofecia do nosso carisma“para os tempos atuais”PÁG. 21

XII CAPÍTULO GERAL

A profecia da comunhãoPÁG. 24

50anos

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Está chegando até você a edição três da Revista A Ponte que passou para o formato digital neste ano. Além disso, apresentamos um layout renovado e certamente mais convidativo para sua leitura. Todas essas novidades sem perder a qualidade dos conteúdos apresentados. Queremos estar sempre mais perto de você construindo uma verdadeira ponte como Família Calabriana.

A temática central desta edição é celebrar juntamente com o Regional MS (Mato Grosso do Sul) o jubileu de ouro da presença calabriana nestas terras de missão. A celebração ocorreu em 2018, mas sempre é tempo de celebrar, recordar tantas graças e bênçãos recebidas. Louvamos o Senhor, Deus Pai Providente, por ter conduzido os passos desta linda missão. Ir. Eduardo Albuquerque e Ir. Rafael Pedro Susrina fazem um apanhado histórico e atualizam a presença calabriana neste pedaço de chão abençoado por Deus.

Já estamos vivendo os preparativos para o XII Capítulo Geral e o nosso Casante, Pe. Miguel Tofful, traz sua mensagem animando-nos nesta caminhada. Heloisa Fernandes nos traz a explicação da logo do Capítulo e a palavra, ou seja, a expressão evangélica que ilumina o tema. Toda a Família Calabriana é chamada a participar deste momento por meio da oração.

Pe. Valdecir Tresoldi reflete a partir do livro de São João sobre a temática “Amados para amar”. Porque Deus nos amou primeiro, nós temos a capacidade de amar. Somos envolvidos por inteiro por esse amor.

Para falar de vocação, como dom de Deus, trazemos o animador vocacional do Regional Sul, Pe. Osmar Coppi que nos ajudará a refletir sobre este grande presente de um Pai que é amoroso e por isso nos dá esse dom que deve ser colocado a serviço dos outros e não para viver para si próprio.

Partilhando a experiência de caminhada missionária, Pe. Adriano Carminatti, nos conta como a Paróquia de Jacundá no Pará está vivenciando os preparativos para o Mês Missionário Extraordinário convocado pelo Papa Francisco onde todos os batizados são chamados a testemunharem o Evangelho.

Na temática da Gestão Ir. Márcia Faé, Pobre Serva, nos mostra como podemos realizar uma gestão colegiada testemunhando a profecia do carisma calabriano em nosso tempo. A missão realizada é uma resposta ao chamado de Deus e que deve manifestar a confiança na Providência que tudo conduz, sendo instrumentos de comunhão em um tempo onde se evidencia a individualidade acima de qualquer coisa.

Ir. Silvio da Silva fala sobre o desafio de evangelizar de um jeito calabriano na perspectiva das novas Diretrizes da Igreja no Brasil para o triênio 2019-2023 formuladas pela CNBB na última Assembleia.

Por fim, trazemos alguns acontecimentos que mostram a atualidade do carisma na missão cotidiana de nossos irmãos e irmãs pelo Brasil. Você pode nos acompanhar pelo site e pelas mídias sociais e se apaixonar ainda mais pelo carisma calabriano.

São João Calábria e Nossa Senhora Aparecida continuem intercedendo bênçãos de Deus sobre todos nós para que sejamos sempre mais instrumentos do amor e da providência em todos os lugares. Sejamos Evangelhos Vivos!

EDITORIAL

ESTIMADO LEITOR!

PE. HERMES JOSÉ NOVAKOSKI, PSDPEditor

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Dirijo a todos vocês a minha saudação desejando e pedindo ao céu uma densa chuva de bênçãos sobre quantos pertencem à Família Calabriana e sobre todos aqueles que seguem a vida e a missão da Obra Calabriana no Brasil e no mundo.

Eu queria refletir com vocês e reaquecer o coração partilhando alguns sentimentos e pensamentos sobre o recém convocado Capítulo Geral, com a temática “A profecia da comunhão”.

O Capítulo Geral na vida de uma Congregação Religiosa é um momento extraordinário de graça e um tempo oportuno para o discernimento, à luz do Espírito Santo, sobre a fidelidade ao Carisma e o caminho do nosso testemunho no mundo de hoje.

Queremos viver este processo de forma colegiada, “sinodal”, para usar uma palavra central e frequente da linguagem do Papa Francisco, convidando-nos à comunhão é a busca conjunta da vontade de Deus.

A Vida Religiosa na Igreja nasceu como sinal profético de autenticidade evangélica. Hoje mais do que nunca temos necessidade que a Vida Consagrada seja sinal profético para as pessoas do nosso tempo.

São João Calábria, nosso Fundador, sempre viu a Obra como sendo para os tempos atuais, isto é, sempre em estreita relação com os tempos em que vivemos. Por isso é fundamental que através de um discernimento colegiado, “sinodal”, como aquele que o Capítulo Geral deseja suscitar na vida da nossa família religiosa e da própria Obra, que retomemos juntos o caminho marcado pela audácia e pela humildade, pela paixão por Deus e pela paixão pela humanidade. Uma profecia capaz de nos envolver na realidade do mundo atual com uma particular preocupação para com as pessoas pobres e vulneráveis.

Uma primeira dimensão desta profecia de comunhão, que recai concretamente sobre a missão que a Obra é chamada a desenvolver na sociedade, é a própria composição da Família Calabriana: Religiosos, Religiosas e Leigos buscando na unidade do Espírito Santo, linguagens e modos novos para a vivência e o testemunho da Paternidade de Deus no mundo.

Sempre me chamou a atenção o fato de que o próprio Pe. Calábria acolheu os colaboradores que a Providência lhes fazia encontrar, criando neles um verdadeiro sentido de pertença. Nas primeiras normas escritas e condivididas com estas pessoas, deixou como seu testamento tudo aquilo que deveria estar à base de todo o caminho presente e futuro da Obra: “Antes de tudo tratar-se como irmãos, e como tais, amar-se fraternamente uns aos outros e ajudar-se, especialmente na vida espiritual.”1

PALAVRA DO CASANTE

CAMINHANDO RUMOAO XII CAPÍTULO GERAL

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1 São João Calábria – Santas Normas 23 setembro 1908.

O tratar-se como irmãos nascia da experiência da Paternidade de Deus vivida e manifestada no quotidiano. Neste sentido o Pe. Calábria sempre pensou a “Casa”, a “Família”, como lugar onde viver o testemunho do amor fraterno e da comunhão. É sobre esta base que nasce a Obra que Pe. Calábria sempre viu como uma Obra nascida do Sagrado Coração de Jesus para os tempos atuais.

Parece-me que o grande desafio deste tempo que estamos vivendo é a comunhão no testemunho do Carisma vivido como Família, como membros de uma única Obra que tem um objetivo fundamental, dizer ao mundo que Deus é Pai. Isto se torna profecia no modo de viver e de fazer: “Nisto reconhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).

Na base da profecia da comunhão está a ação do Espírito Santo, vertente e motor de toda a unidade e condivisão. Não é uma conquista pessoal feita na escrivaninha. É uma dimensão mais profunda que envolve todos os membros da Família Calabriana na descoberta da vontade de Deus para viver o Carisma hoje, com um modo de ser Obra que já foi intuída do nosso Pe. Calábria.

O meu fraterno convite a toda a Família Calabriana é de rezar. Rezar para que o Espírito Santo possa suscitar em todos nós um novo modo de sermos Obra na Igreja, testemunhando como Família Calabriana o Carisma da Paternidade de Deus.

Deixemo-nos surpreender pela ação de Deus que já neste tempo de preparação ao Capítulo está construindo uma nova história, renovando as nossas relações e o nosso modo de ser Família Calabriana.

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Dirijo a todos vocês a minha saudação desejando e pedindo ao céu uma densa chuva de bênçãos sobre quantos pertencem à Família Calabriana e sobre todos aqueles que seguem a vida e a missão da Obra Calabriana no Brasil e no mundo.

Eu queria refletir com vocês e reaquecer o coração partilhando alguns sentimentos e pensamentos sobre o recém convocado Capítulo Geral, com a temática “A profecia da comunhão”.

O Capítulo Geral na vida de uma Congregação Religiosa é um momento extraordinário de graça e um tempo oportuno para o discernimento, à luz do Espírito Santo, sobre a fidelidade ao Carisma e o caminho do nosso testemunho no mundo de hoje.

Queremos viver este processo de forma colegiada, “sinodal”, para usar uma palavra central e frequente da linguagem do Papa Francisco, convidando-nos à comunhão é a busca conjunta da vontade de Deus.

A Vida Religiosa na Igreja nasceu como sinal profético de autenticidade evangélica. Hoje mais do que nunca temos necessidade que a Vida Consagrada seja sinal profético para as pessoas do nosso tempo.

São João Calábria, nosso Fundador, sempre viu a Obra como sendo para os tempos atuais, isto é, sempre em estreita relação com os tempos em que vivemos. Por isso é fundamental que através de um discernimento colegiado, “sinodal”, como aquele que o Capítulo Geral deseja suscitar na vida da nossa família religiosa e da própria Obra, que retomemos juntos o caminho marcado pela audácia e pela humildade, pela paixão por Deus e pela paixão pela humanidade. Uma profecia capaz de nos envolver na realidade do mundo atual com uma particular preocupação para com as pessoas pobres e vulneráveis.

Uma primeira dimensão desta profecia de comunhão, que recai concretamente sobre a missão que a Obra é chamada a desenvolver na sociedade, é a própria composição da Família Calabriana: Religiosos, Religiosas e Leigos buscando na unidade do Espírito Santo, linguagens e modos novos para a vivência e o testemunho da Paternidade de Deus no mundo.

Sempre me chamou a atenção o fato de que o próprio Pe. Calábria acolheu os colaboradores que a Providência lhes fazia encontrar, criando neles um verdadeiro sentido de pertença. Nas primeiras normas escritas e condivididas com estas pessoas, deixou como seu testamento tudo aquilo que deveria estar à base de todo o caminho presente e futuro da Obra: “Antes de tudo tratar-se como irmãos, e como tais, amar-se fraternamente uns aos outros e ajudar-se, especialmente na vida espiritual.”1

PALAVRA DO PAPA

A RELAÇÃO DE GRATUIDADECOM DEUS NOS AJUDA A

SERVIR OS OUTROS

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O tratar-se como irmãos nascia da experiência da Paternidade de Deus vivida e manifestada no quotidiano. Neste sentido o Pe. Calábria sempre pensou a “Casa”, a “Família”, como lugar onde viver o testemunho do amor fraterno e da comunhão. É sobre esta base que nasce a Obra que Pe. Calábria sempre viu como uma Obra nascida do Sagrado Coração de Jesus para os tempos atuais.

Parece-me que o grande desafio deste tempo que estamos vivendo é a comunhão no testemunho do Carisma vivido como Família, como membros de uma única Obra que tem um objetivo fundamental, dizer ao mundo que Deus é Pai. Isto se torna profecia no modo de viver e de fazer: “Nisto reconhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).

Na base da profecia da comunhão está a ação do Espírito Santo, vertente e motor de toda a unidade e condivisão. Não é uma conquista pessoal feita na escrivaninha. É uma dimensão mais profunda que envolve todos os membros da Família Calabriana na descoberta da vontade de Deus para viver o Carisma hoje, com um modo de ser Obra que já foi intuída do nosso Pe. Calábria.

O meu fraterno convite a toda a Família Calabriana é de rezar. Rezar para que o Espírito Santo possa suscitar em todos nós um novo modo de sermos Obra na Igreja, testemunhando como Família Calabriana o Carisma da Paternidade de Deus.

Deixemo-nos surpreender pela ação de Deus que já neste tempo de preparação ao Capítulo está construindo uma nova história, renovando as nossas relações e o nosso modo de ser Família Calabriana.

PE. MIGUEL TOFFUL, PSDPCasante

A reflexão do Papa Francisco parte da passagem do Evangelho de Mt 10,7-13, sobre a missão dos apóstolos, a

missão de cada um dos cristãos, ser enviado.

A vocação é servir, não para “usar”A vida cristã é para servir. É muito triste quando encontramos cristãos que, no início da sua

conversão ou da sua consciência de serem cristãos, servem, estão abertos a servir, servem o povo de Deus, e depois acabam usando o povo de Deus. Isto faz tanto mal, tanto mal ao povo de Deus. A vocação é para "servir", não para "usar".

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Alargar o coraçãoA vida cristã é então "uma vida de gratuidade". Ainda nesta passagem evangélica o Senhor vai

ao coração da salvação: "De graça recebestes, de graça deveis dar”. A salvação, "não se compra", "é-nos dada gratuitamente", pois Deus, de fato, "nos salva gratuitamente", "não nos faz pagar". E como Deus fez conosco, assim "devemos fazer com os outros". E precisamente esta gratuidade de Deus "é uma das coisas mais belas".

Saber que o Senhor está cheio de dons para nos dar. Somente nos pede uma coisa: que o nosso coração se abra. Quando dizemos "Pai nosso" e rezamos, abrimos o coração para que esta gratuidade venha. Não há relação com Deus fora da gratuidade. Às vezes, quando precisamos de algo espiritual ou de uma graça, dizemos: "Bem, agora vou jejuar, vou fazer uma penitência, vou fazer uma novena...". Certo, mas tenham cuidado: isto não é para "pagar pela graça, para "adquirir" graça; isto é para ampliar seu coração para que a graça possa vir. A graça é gratuita.

Todos os bens de Deus são gratuitos. O problema é que "o coração se encolhe, se fecha" e não é capaz de receber "tanto amor gratuito". Não devemos negociar com Deus, "com Deus não se negocia".

Dar gratuitamenteDepois de ter recebido, o convite que se segue é para dar de graça. E isto é especialmente

"para nós, pastores da Igreja", "para não vender a graça". “Dói muito quando há pastores" que fazem negócios com a graça de Deus: "Eu faço isto, mas isto custa tanto, tanto...". A graça do Senhor é gratuita e "você deve dá-la gratuitamente".

Na nossa vida espiritual temos sempre o perigo de escorregar no pagamento, sempre, mesmo falando com o Senhor, como se quiséssemos fazer um suborno com o Senhor. Não! A coisa não vai por aí! Não vai por esse caminho. "Senhor, se me fizeres isto, eu dou-te isto," não. Eu faço essa promessa, mas isso alarga meu coração para receber o que está lá, gratuito, para nós. Esta relação de gratuidade com Deus é a que nos ajudará depois a tê-la com os outros, seja no nosso testemunho cristão seja no serviço cristão e na vida pastoral daqueles que são pastores do povo de Deus. A vida cristã é caminhar. Pregar, servir, não "fazer uso de". Sirvam e deem de graça o que receberam de graça. Que a nossa vida de santidade seja este ampliar o coração, para que a gratuidade de Deus, as graças de Deus que estão ali, gratuitas, que Ele quer nos dar, possam chegar ao nosso coração.

Trecho da homilia do Papa Francisco, na Santa Missa dodia 11 de junho de 2019, Casa Santa Marta.

Disponível em: https://www.vaticannews.va/pt/papa-francisco/missa-santa-marta.htmlAcesso dia 13.09.19

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A vocação não é algo “genérico”, abstrato e distante da realidade da pessoa humana e seu mundo. Vocação exige atitude de escuta, discernimento, disponibilidade. Envolve um caminho de saída do individualismo. Direciona as energias, a vontade e os sentimentos para a construção do “nós”, da fraternidade. A vida comunitária e fraterna é espaço ideal da vivência da radicalidade do Evangelho. A gratuidade é característica de quem se dispõe ao serviço alegre, do jeito de Jesus: “Eu vim para servir e dar a vida”(Cf Mc 10,45 e Jo 10,11). Seu apelo continua vivo e atual: “Quem quiser me seguir, tome sua cruz cada dia” (Cf Lc 9,23). Em outra passagem: “Vocês receberam de graça, deem de graça” (Mt 10,8).

A autenticidade de uma vocação se dá no cultivo e integração das diversas dimensões da vida, do ser e do fazer. A vocação contempla as seguintes dimensões: afetiva, espiritual, de cidadania, profissional e social. É um processo de aperfeiçoamento humano e espiritual.

A iniciativa é sempre de Deus. Quem mergulha em seu mistério de amor e salvação, sente-se impelido a responder com generosidade. Vocação não é um “capricho” pessoal. É dom de Deus. Ele continua realizando seu desígnio salvador na história através de seus filhos e filhas. Deus quer vida plena e feliz para todos.

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Toda vocação se dá numa relação de amor e liberdade.Todo batizado é chamado a responder a uma forma de vida, que ofereça aos outros e a si vivências positivas de fé e gratuidade.

VEM E SEGUE-ME

CONVERSANDOSOBRE VOCAÇÃO

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Vocação não é um fim em si. É devotamento amoroso e de cuidado para com todas as pessoas, especialmente para com as mais frágeis, os pequenos e necessitados.

Vocação combina com desprendimento e saída dos “esquemas” que formatam nossa vida e fé a partir de parâmetros legalistas. A vocação acontece pela ação do Sopro de Deus, num caminho de abertura ao novo, na construção da paz, da justiça e da solidariedade.

Do coração generoso de Deus emanam luzes, que suscitam respostas criativas de seus filhos e filhas. Deus é a fonte e origem de toda vocação.

Toda vocação requer um processo de conversão de vida e mudança de mentalidade. Vocação vai muito além de um “formato institucional” de uma Congregação ou de uma Diocese.

Vocação é um jeito humano e divino de ser presença com o coração, com a mente, com todas as forças. Muitas vezes, envolve insegurança, sofrimento e dor. Mas é sempre um caminho de amadurecimento humano e da fé recebida no Batismo.

A vocação aponta para uma realidade nova, conduz a uma “Igreja em saída”. Não para uma igreja intacta, mas, segundo o Papa Francisco, para uma “Igreja ferida e enlameada”, por ter defendido os mais frágeis e excluídos da sociedade.

A vocação, segundo o projeto de Jesus Cristo, nos coloca no caminho da profecia da vida e do Reino dos Céus.

PE. OSMAR COPPI, PSDPAnimador Vocacional

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A vida dos santos foi iluminada pela Palavra de Deus. Por isso eles se tornaram referências para todos os cristãos. A santidade que viveram foi dom de Deus, mas alimentada todos os dias na leitura e vivência das Sagradas Escrituras. Ninguém torna-se santo somente por seus próprios esforços. É preciso acolher a graça santificante e depois deixar que ela produza os frutos para a qual foi enviada.

São João Calábria exortou por toda a sua vida que só podemos nos santificar se formos amigos íntimos de Jesus e mergulhar diariamente nos seus ensinamentos registrados pelos evangelistas. Ele próprio fez esta experiência sendo proclamado Evangelho Vivo.

São João Paulo II em sua Homilia na missa de canonização, referindo-se ao Pe. Calábria dizia: “Toda a existência de João Calábria foi Evangelho Vivo, transbordante de caridade: caridade para com Deus e caridade para com os irmãos, sobretudo os mais pobres. A fonte de seu amor para com o próximo era a confiança ilimitada e o abandono filial que sentia em relação ao Pai celeste. Gostaria de repetir aos seus colaboradores as palavras evangélicas: ‘Em primeiro lugar, busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas.’ (MT 6,33) [...]” (Basílica de São Pedro, 18 de abril de 1999).

Todos nós cristãos, Família Calabriana, devemos diariamente nos alimentar desta fonte inesgotável que é a Palavra de Deus. Nela encontramos a força necessária para as lutas diárias. Lutas travadas contra as emboscadas do inimigo. Com a Palavra podemos vencer nossos pecados, vivendo num caminho de retidão, ou seja, um caminho de santificação. Ela iluminará tudo o que somos, fazemos, sentimos, pensamos. Assim, estaremos sendo, como foi São João Calábria, “Evangelhos vivos”.

Por último, deixemos que as palavras do nosso santo fundador nos provoquem, estimulem. Vejamos como as suas exortações continuam atuais:

“A hora que estamos atravessando é uma hora difícil; ninguém sabe em que tudo isso irá acabar. Sem dúvida alguma, Deus saberá tirar grandes bens dessa confusão geral de princípios e vivências; mas, por que caminhos chegaremos a esses bens? Estamos caminhando para uma nova ordem de coisas; também nós devemos nos renovar. Mas só nos renovaremos, se vivermos na prática o santo Evangelho, se formos nós mesmos Evangelhos vivos. Devemos confessá-lo: há uma discordância demasiada entre o que o Evangelho ensina e aquilo que nós praticamos. Precisamos acabar com este contraste retornando às fontes puras e genuínas do Evangelho” (São João Calábria).

Nas Palavras do santo Evangelho encontramos tudo o que precisamos para viver uma vida de acordo com a vontade de Deus. Religiosos/as, sacerdotes, leigos/as, todos devemos beber continuamente desta fonte de Salvação e transformaremos os lugares onde o Senhor nos envia, seja na família, no trabalho, na comunidade e na missão.

Sejamos Evangelhos Vivos! A força de que necessitamos vem das fontes puras e genuínas desta Palavra de vida eterna!

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PE. HERMES JOSÉ NOVAKOSKI, PSDPFormador

ESPIRITUALIDADE CALABRIANA

A FORÇA QUE BROTADA PALAVRA DE DEUS

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O Estado Mato Grosso do Sul foi desmembrado do Estado Mato Grosso em abril de 1977 pelo presidente do regime militar Ernesto Geisel. A divisão efetivamente aconteceu em janeiro de 1979 com a instalação do governo do novo Estado. Compondo uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado no sul da Região Centro-Oeste. Faz limite com cinco estados brasileiros: Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná; e fronteira com dois países sul-americanos: Paraguai e Bolívia.

O clima predominante é tropical, com chuvas de verão e inverno seco. A vegetação é composta por cerrados na maior parte do estado. Na planície surge o chamado Complexo do Pantanal, revestimento vegetal em que se combinam cerrados e campos, com predominância da vegetação de campos. A hidrografia do estado é drenada pelos sistemas dos rios Paraná e Paraguai. As migrações de contingentes oriundos de vários estados da unidade federativa marcaram o povoamento do estado e a fisionomia da região. Além da presença primeira dos vários grupos indígenas, Ofayé Xavante, Kadiwéu, Guató, Guarani, Kaiowá e Terena.

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PRESENÇA CALABRIANANO MATO GROSSO DO SUL

HISTÓRIA DO MATO GROSSO DO SUL2

2 Informações retiradas do site do governo do estado do Mato Grosso do Sul. Acesso: www.ms.gov.br/a-historia-de-ms/

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103 GADILI, Mario e Colaboradores. Pobres Servos da Divina Providência: 50 Anos de Brasil, p. 76.

Há mais de 50 anos iniciava a história calabriana no estado do Mato Grosso do Sul. História repleta da presença de Deus, de um Deus que é Pai Providente, que cuidou de todos e conduziu o caminho de religiosos, religiosas e inúmeros leigos e leigas, para viverem na Sua vontade, “abandonando-se inteiramente nas mãos da Divina Providência” (São João Calábria).

Os primeiros religiosos Pobres Servos que se colocaram em missão nessa terra foram Pe. José Torresan e Ir. Mário Bonomi, na Paróquia Imaculado Coração de Maria, em Nova Andradina, no ano de 1968, a pedido de Dom Carlos Smith, Bispo de Dourados/MS. “Segundo o espírito da Congregação, a escolha de ir trabalhar nessas áreas foi motivada unicamente pela pobreza e pelo abandono espiritual no qual se encontrava a população. Um trabalho humilde, generoso, cheio de sacrifícios e de muito amor pelos pobres3”. Em 1970, a diocese de Caxias do Sul assume essa missão e a Congregação se coloca a serviço em outra região do estado.

No ano de 1970, respondendo ao pedido do Bispo, a Congregação enviou como primeiro pároco da Paróquia São João Batista, Bataguassu, Pe. João Amadori; sucedendo-lhe Pe. Leão Ledri, no ano seguinte. Também passaram por lá Pe. José Torresan, o clérigo Dalvir Zanatta e o Pe. Mario Bonomi. Além dos párocos: Pe. Odorico Filippo em 1988 e Pe. Ângelo Maschi em 1992. Em 2001, a Paróquia de Bataguassu foi devolvida à diocese de Dourados.

No mesmo ano, o Pe. José Dusi foi enviado em missão a Paróquia São João Batista, Anaurilândia; permanecendo até 1976. Sucedendo-lhe Pe. Mário Bonomi, além dos párocos: Pe. Giusto Squizzato, Pe. Reinaldo Bregalda, Pe. Leão Ledri e Pe. Odorico Filippo. Em 2006, a Paróquia de Anaurilândia foi devolvida a diocese de Dourados.

Em 1973, Pe. Aldo Raimundo foi enviado como pároco da Paróquia Santo Antônio, Bataiporã, juntamente com o Ir. Mário Bonomi, e posteriormente Pe. José Torresan. Sucederam-lhe os párocos: Pe. Ângelo Maschi, Pe. Antonio Mosele, Pe. Leão Ledri, Pe. Antônio Nazzari, Pe. Rudimar Borsoi, Pe. Odorico Filippo, Pe. Ibanor Zanatta e Pe. Everton Santos. Atualmente a comunidade religiosa é composta pelos religiosos: Pe. Everton (pároco), Pe. Nello Vanzo (vigário) e Ir. Silvio da Silva.

No ano de 1974, chegam as primeiras Irmãs Pobres Servas ao Brasil, Ir. Carmela Perlini, Ir. Gemma Consolaro, Ir. Ana Maria Martini e Ir. Maria Sponda; e como primeira missão foram designadas ao estado do Mato Grosso do Sul, na cidade de Bataguassu. Permaneceram antes, por uns meses em Anaurilândia. Depois, optaram por ajudar nas duas cidades, Ir. Carmela e Ir. Maria na Paróquia de Bataguassu, e Ir. Gemma e Ir. Ana em Anaurilândia.

PRESENÇA DA FAMÍLIA CALABRIANA

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114 Ibidem, p. 87.

Na Paróquia de Anaurilândia, onde trabalhavam os Pobres Servos e as Pobres Servas, sentiu-se a necessidade de pensar uma forma concreta para a grave situação da saúde dos habitantes. Estavam muito distantes do hospital mais próximo, ficando carentes de médicos e de farmácias. No ano de 1976, iniciou-se os trabalhos da construção do Hospital Sagrado Coração de Jesus, inaugurado em 12 de março de 1978. “O precursor e animador do hospital foi o Ir. José Finotti, que começou a sua obra indo diretamente as casas dos doentes. Devido a sua bagagem de conhecimento na área da saúde e a sua generosidade, bem como ao seu estilo de tratar as pessoas, humilde e simples, tornou-se quase uma figura lendária naquele vasto território, carente de qualquer assistência médica4”. Em 2008 a Congregação ofereceu o hospital a um grupo de pessoas que já atuavam nele.

No ano de 1979, a Congregação enviou Pe. Ângelo Maschi, Ir. Rino Corradini e um postulante a cidade de Taquarussu, a qual no dia 15 de março de 1981 tornou-se Paróquia Nossa Senhora Aparecida. Por esta Paróquia passaram Pe. Armando, Pe. Gilmar, Pe. Nelcir, Pe. Dalvir Zanatta, Pe. Nello, Pe. José Zanatta, Pe. Itacir e atualmente Pe. Nello Vanzo.

Em 1983, os Pobres Servos assumiram pela segunda vez a Paróquia Imaculado Coração de Maria, Nova Andradina, por meio dos Pe. Aldo Raimondo e Pe. Reinaldo Bregalda. Em 1989 nos afastamos da paróquia e em 1994, pela terceira vez, assumimos com o Pe. Gianni Menegazzi, sucedendo-lhe Pe. José Zanatta, Pe. Antonio Dall’ó, Pe. Ângelo Gaio e Pe. Jaime Bernardi. A comunidade religiosa é composta por Pe. Jaime (pároco) e Pe. Itacir Gaspareto (vigário). Hoje é o atual Santuário Diocesano Imaculado Coração de Maria.

Neste mesmo ano, as Pobres Servas assumiram a organização pastoral da Paróquia de Taquarussu, que contava com a presença do sacerdote apenas nos finais de semana. Integraram a comunidade Ir. Ana Maria Martini e a neo-professa Laurinda Cândida.

No ano de 1984 iniciou o Centro de Orientação Vocacional (COV) Rainha dos Apóstolos, em Nova Andradina, dirigido pelo Pe. Reinaldo Bregalda. Uma casa de formação para jovens, com a finalidade de dar vocações para a Igreja. Em pouco tempo, o número de jovens aumentou e foi necessário um espaço mais amplo. Em 1988 mudaram-se para Campo Grande, com Pe. Antônio Mosele, Ir. Paulo Salvi e Ir. Rosalino Vanzi. Atualmente permanece sendo a casa de referência para o discernimento vocacional no MS. A comunidade religiosa é composta por Pe. Jeilson Soares, Ir. Eduardo Albuquerque e Ir. Paulo Santos da Silva.

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Em 1994, Pe. Antonio Gasparini, foi nomeado pároco da Paróquia São João Calábria, Campo Grande. Depois sucederam Pe. Josuel dos Santos Boaventura, Pe. Adriano Carminatti, Pe. Paulo Roberto Palaoro, e Pe. Luciano Gervasoni. A comunidade religiosa é composta por Pe. Luciano (pároco) e Pe. Gilvan Torres (vigário).

No ano de 2014, a Congregação assumiu a Paróquia São Vicente de Paulo, em Ponta Porã, cidade que faz fronteira com o Paraguai, com o pároco Pe. Edmilson da Silva, sucedendo-lhe Pe. Gilmar Fornasieri. Atualmente a comunidade religiosa é composta por Pe. Gilmar e Pe. Aldo Raimondo (vigário).

Neste mesmo ano, as Irmãs Pobres Servas, no dia 16 de janeiro, abriram uma nova missão na cidade de Nova Andradina, com a Ir. Anésia Saraiva e Ir. Giselle Mariann. Atualmente moram nesta comunidade, a Ir. Vandelúcia Fernandes de Oliveira e Ir. Roseli Pereira.

LINHA DO TEMPONO MATO GROSSO DO SUL

1968 | Paróquia Imaculado Coração de Maria Nova Andradina

1970 | Paróquia São João BatistaAnaurilândia

1978 | Hospital Sagrado Coração de JesusAnaurilândia

1983 | De volta a Paróquia Imaculado Coração de MariaNova Andradina

1988 | COV – Rainha dos Apóstolos,transferido para Campo Grande

2014 | Paróquia São Vicente de PauloPonta Porã

1970 | Paróquia São João BatistaBataguassu

1973 | Paróquia Santo AntônioBatayporã

1979 | Paróquia Nossa Senhora AparecidaTaquarussu

1984 | COV – Rainha dos ApóstolosNova Andradina

1994 | Paróquia São João CalábriaCampo Grande

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ATUALMENTE A CONGREGAÇÃOESTÁ PRESENTE EM CINCO CIDADES:

CAMPO GRANDEna Paróquia São João Calábriae no Centro de OrientaçãoVocacional Rainha dos Apóstolos;

NOVA ANDRADINAno Santuário Imaculado Coração de Maria;

TAQUARUSSUna Paróquia Nossa Senhora Aparecida;

BATAYPORÃna Paróquia Santo Antônio de Pádua;

PONTA PORÃna Paróquia São Vicente de Paulo.

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Os Pobres Servos e as Pobres Servas incentivaram com muito amor uma cultura vocacional com os inúmeros religiosos e religiosas que passaram por essa terra de missão. Atualmente conta com oito religiosos sul mato-grossenses: Pe. Sander Patalo, de Campo Grande, que está em Marituba/PA; Pe. Edmilson, de Bataguassu, que está na Angola; Pe. Ricardo Ferreira, de Campo Grande e Ir. Juliano Pereira, de Bataiporã, ambos estão no COV Nossa Senhora de Nazaré, Marituba/PA; Pe. Everton Santos, de Bataguassu e Ir. Silvio da Silva de Anaurilândia, ambos em Bataiporã; Ir. Josmar Ferraz de Souza, de Nova Andradina que está em Macapá/AP; Ir. Erivam de Campo Grande.

Atualmente são cinco religiosas sul mato-grossenses: Ir. Roseli Pereira, de Bataguassu, que está em Nova Andradina; Ir. Maria Aparecida, de Batayporã, que está em Feira de Santana/BA; Ir. Juliana, de Nova Andradina e Ir. Izabel de Anaurilândia, ambas estão em Porto Alegre/RS e Ir. Anésia Saraiva, de Anaurilândia, que está em Limoeiro/PE.

Os Pobres Servos e Pobres Servas foram acolhidos com muito carinho nesta nobre terra. Os moradores, ainda guardam um grande apreço pelos padres, irmãos e irmãs italianos que aqui chegaram, sendo marco de referência por suas fortes presenças. Dos primeiros padres, dois ainda continuam no MS, são eles: Pe. Nello Vanzo, na Paróquia de Taquarussu e Pe. Aldo Raimondo em Ponta Porã.

Atualmente o regional centro-oeste conta com 14 religiosos, sendo esses: 9 padres, 3 irmãos e 2 irmãs. Também conta com a presença de vários leigos Calabrianos, benfeitores e amigos das vocações. Na certeza que ainda há muito o que fazer nestas terras sul mato-grossenses, a Congregação apoia e incentiva os religiosos que lá trabalham.

Rezemos a Deus Pai Providente para que estes nossos irmãos e irmãs continuem sendo “faróis acesos na noite escura do mundo” na vida de muitas pessoas que ainda anseiam descobrir a paternidade de Deus, como propunha São João Calábria.

(As informações históricas, foram retiradas do livro: Pobres Servos da Divina Providência: 50 anos de Brasil)

VOCAÇÕES DA TERRASUL MATO-GROSSENSE

IR. EDUARDO ALBUQUERQUE, PSDP IR. RAFAEL PEDRO SUSRINA, PSDP

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TESTEMUNHOS

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A presença dos Pobres Servos no MS, é um grande presente do Deus providente. Através deles tivemos um exemplo forte do abandono à providência, muitas vocações religiosas foram descobertas, criou-se um ambiente familiar na simplicidade. Eu fui seminarista dos Pobres Servos por quase 6 anos, e posso afirmar com toda convicção; devo a eles minha vida de fé e participação efetiva na comunidade. Sou muito grato por tudo de bom que hoje sou! A presença dos Pobres Servos no MS trouxe muitas transformações, principalmente num modo mais humilde de viver em comunidade.

Laurindo Pereira. Batayporã

A presença dos Pobres Servos e Pobres Servas em Anaurilândia foi de uma grande importância, na verdade foi uma bênção na vida de todos nós, em especial dos mais necessitados. Fomos tomados de uma profunda tristeza quando eles nos deixaram. Hoje vejo, como era a vida com eles aqui, e como mudou sem eles; diferença da água para o vinho. Aprendi muito com eles. Sou fã e apaixonada pelo carisma. O que mais me toca é o abandono na Providência. Saudades eternas.

Aparecida Guirado Teixeira. Anaurilândia

A presença dos Pobres Servos da Divina Providência no MS nos ajuda a viver uma espiritualidade centrada toda no Evangelho. É admirável aos meus olhos a simplicidade, a acolhida, a fraternidade, a doação de suas vidas pela causa do Reino. Inexplicável o estarmos na companhia desta grande família Pobres Servos/Pobres Servas; eles nos levam a compreender o amor de um Deus Pai/Mãe.”

Soile Pereira de Souza. Anaurilândia

COMO NÃO AMAR O AMOR?

Como é agradável estar perto de quem ama porque por onde passa deixa rastro do aroma das flores. Somos agradecidos a Deus por nos ter colocado no caminho de Pe. Jeanne, Pe. Nello, Pe. Aldo e Pe. Odorico. Homens de Fé que sempre estiveram semeando amor e esperança por onde passaram. Ensinam com a sabedoria que vem de Deus. A presença no meio de nós, destes padres que vieram da Itália, por tantas vezes, falam mais que palavras. Suas vidas são o próprio Evangelho que vivem a cada dia na confiança em Deus que é Pai. Certamente para nós, estes padres são um bom fermento na nossa caminhada de fé e que impulsiona na missão que recebemos quando fomos batizados. Mesmo depois de tanto tempo, cada um deixou para nós um sopro de esperança e que vale a pena cultivar o amor. Todos os dias nas orações rogamos a Deus por todos os Padres Italianos que tanto nos ensinaram a amar e confiar na providência de Deus. Pelo testemunho deles tenho a convicção que ajudam na luta pela santificação dos homens. Obrigado, e que Deus os abençoe.”

(Cicero e Lucília - Nova Andradina. Cícero é diácono permanente)

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Pe. Leão Ledri, pároco por muitos anos, era muito querido e muito responsável pela comunidade católica. Ele nos ensinou muito, dizendo que temos que “pedir”, bater as portas e fazer barulho, como fazia São João Calábria. Sempre rezávamos a oração da “Coroazinha da Divina Providência”, com muito esmero. Tenho muita saudade e lembrança do falecido Pe. Leão. Às vezes jantava em nossa casa. O que nos deixou muito triste foi a sua partida de Bataguassu, no silêncio. Ele era muito reservado e humilde. Não houve despedida, e sim um adeus da torre da Igreja. Dizia: “somente a torre da Igreja viu a minha partida!”. Eu e a Profª Madalena Guirado, sem saber onde ficava o Rio Grande do Sul, fomos a Porto Alegre, onde ele se encontrava, no Seminário. Tudo para matar a saudade. Um santo Padre!

Pe. José Dusi, atuante e querido. Trouxe da Itália um lindo rosário com uma cesta.

Pe. Antonio Mosele, calmo, objetivo, alegre e querido. Tudo estava bom.

Moro em Nova Andradina há 35 anos. A Paróquia já era Calabriana quando cheguei. Porém, eu sempre quis conhecer como era a Congregação e seu fundador. Então, li a biografia de São João Calábria e me apaixonei. Vi que Ele nasceu para ser santo. Morreu no ano que nasci, 1954.

Quando ele foi canonizado, estava na sala de catequese e relembrei um pouco da sua vida com os catequistas. Fizemos um marco. Fomos até a Praça da Igreja, hoje Santuário Imaculado Coração de Maria, e plantamos um Ipê.

Minha casa e minha família aprenderam amar a Obra e o santo por causa do meu testemunho. Aprenderam aceitar as coisas simples, os menos favorecidos; ajudar em pastorais e movimentos. Sou infinitamente grata a Deus por conhecer e beber dessa fonte da espiritualidade Calabriana.

Sou apaixonada pela Obra; rezo por vocações Calabrianas, pois esta Obra não pode parar. E na simplicidade e anonimato procuro continuar fazendo um pouco, ainda que insignificante, para contribuir com os menos favorecidos.

Procuro viver cada dia melhor que ontem e ser um pouco Evangelho Vivo no mundo atual.Maura Veiga Andreassa

Leiga Calabriana

LEMBRO-ME DE QUASE TODOS OS PADRES QUE POR AQUI PASSARAM:

QUAL A IMPORtâNCIA DOS POBRES SERVOS NA IGREJA DO MS?

Para falar da importância dos Pobres Servos na Igreja, temos que voltar ao início da Obra do Pe. Calábria. Refazer a história nos faz entender como o projeto de Deus tem estado presente desde a origem. A obra de Deus jamais é algo de ocasional, que cresce e se desenvolve improvisamente. Mas uma realidade que abraça toda a existência e que contém, desde os albores do seu nascimento, aqueles elementos característicos próprios que aos poucos se desenvolvem no futuro.

Toda obra se manifesta pelo querer de Deus. Assim foi o desígnio do Senhor para com São João Calábria. Sempre muito atento a vontade de Deus, compreendendo o projeto que o Senhor tinha para com ele. Assim, desde sempre, reunia os jovens e ensinava a todos a importância de buscar o Reino de Deus, o caminho da santidade, da humildade e da pobreza.

Desde que cheguei em Bataguassu-MS, sempre dediquei minha vida a Igreja. Ainda jovem, auxiliei como coroinha o Frei Luiz. Éramos cinco meninas, naquela Igrejinha de madeira no centro do Jardim, hoje Praça do Peixe.

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Pe. Angelo Maschi, um dos que esteve por mais tempo à frente da Paróquia. Amigo de todos, sincero e muito querido. Até hoje temos contato com ele. Foi um padre incansável, atendia o município todo, com orações, catequese, cursos, etc... Nunca posso esquecê-lo, pois me deixou uma relíquia que era dos pais dele: um lindo crucifixo, onde todos os dias me coloco de joelhos e peço a Jesus por todos os padres e religiosos(as), família, doentes, enfim, por todos.

Pe. Odorico Fillipo, muita saudade, nos deixou neste ano, no dia 10/05/2019 indo morar com Deus. Quando chegou aqui, com sotaque portunhol, era engraçado: “eu ajo que...”. Ficou na lembrança esta expressão. Padre esforçado, carinhoso, amigo, sempre dizia: tá tudo bom, mas tem um pouco de não. “Nem sempre é 100% bom!”

Pe. Dalvir Zanatta, padre querido e amado como vigário.

A Congregação Pobres Servos da Divina Providência deixou marcas em Bataguassu e no Estado. Sabemos que todos os padres sofrem ao dedicar-se a sua missão. Às vezes há incompreensão do povo, da própria Igreja, por isso rezamos por todos eles.

Não podemos esquecer das religiosas Pobres Servas, que juntamente com os padres, desenvolveram a missão de educar, inserir o ser comunidade Cristã, tornando o ser humano, capaz de viver a vida na comunidade, na sociedade, na escola e na família.

Fomos conhecer as primeiras Irmãs Pobres Servas numa casa pequena, local onde hoje funciona uma Creche das Pequenas Irmãs da Sagrada Família. Elas mantinham o parquinho, que aos domingos as crianças participavam das atividades, davam aulas de Ensino Religioso, eram inseridas nas pastorais, cuidavam da catequese, da Igreja. Exerciam atividades sociais, religiosas, culturais e de lazer.

A obra das Irmãs foi o Senhor quem a quis segundo São João Calábria. As irmãs através da ação do Espírito Santo, souberam colher, mesmo nos mais ínfimos fragmentos da vida, a silenciosa presença de Deus. Souberam viver cada situação num constante abandono, cheias de confiança, nas ternas e amorosas mãos da Providência. Calábria quis contar com a presença da mulher nas tarefas adequadas ao seu papel feminino, que junto com os Pobres Servos na complementaridade pudessem manifestar o coração de Deus que é Pai, Mãe, Tudo.

Os Pobres Servos fizeram muita diferença na Igreja, tendo em vista a dedicação, humildade, respeito, amor ao próximo. Isto que estamos precisando para um mundo melhor, que a Igreja tome conta do povo, levando a sério os ensinamentos da Bíblia, que é Palavra de Deus. Só Deus é maior.

Srª Kimie Kawanami de Lima(catequista, membro da equipe de Liturgia

São João Calábria, professora aposentada)

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Uma das diabólicas tentações no caminho humano-espiritual é de acreditar que o amor é conectado com o mérito. Quantas vezes pensamos que o amor precisa ser merecido, conquistado. Vivemos em uma cultura que canoniza as aparências e seus espetáculos vazios. E neste contexto tantas pessoas sofrem por não se sentirem fortes, atraentes e belas e, portanto, não merecedoras de amor. Mas esta lógica perversa e por nada amorosa não corresponde à verdade fundamental da nossa vida. E é a comunidade joanina a nos transmitir a mensagem que provoca a maior revolução em nossa vida: “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19).

Deus nos ama não porque em nós existem razões que suscitam o seu amor por nós. Deus nos ama porque Ele é Amor. O Amor nos ama assim como somos para nos transformar naquela pessoa que desde sempre o Amor sonhou. Somos amados por um Amor que desencadeia em nós processos amorosos de transformação e vida plena. O fragmento bíblico joanino nos lembra dois aspectos fundamentais do amor: Deus nos ama primeiro e nos dá a capacidade de amar.

Ele nos amou primeiro. Podemos compreender esta frase em dois modos: Deus nos amou primeiro porque tomou a iniciativa, não esperou que nos decidíssemos a amá-lo; mas significa também que Deus nos amou por primeiro, ou seja Ele é a Fonte e a Origem da nossa vida. Ele primeiro nos amou porque tomou a iniciativa; Ele primeiro nos amou porque é a Fonte da nossa existência. Mas nos dois casos a mensagem é sempre a mesma: somos filhos e filhas do Amor de Deus. É o Amor de Deus que nos modela, cura e configura. Quando nos damos conta que somos tocados e acariciados por esta iniciativa amorosa do Deus Amor a nossa vida se transforma e adquire uma nova configuração. A pessoa muda de vida não porque é repreendida e colocada sob pressão; a pessoa muda quando se sente amada.

Quem se sente amado tende a amar e a organizar a própria existência a partir do amor e das suas dinâmicas. Quem não se sente amado encontrará obstáculos e resistências para viver relações humanas e humanizadores. Quando falta o núcleo de calor e vida, que o amor de Deus oferece e planta em nossa interioridade, tudo se torna frio, indiferente, saturado e vazio. Quando nos sentimos amados a vida torna-se mais leve, densa e consistente.

Mas o nosso amigo João nos lembra um segundo aspecto fundamental do amor: nos dá a capacidade de amar. Quando fazemos experiência da beleza e da força do Amor, a nossa vida recebe um novo horizonte, um novo sabor e aprendemos um jeito novo de ser e de viver. Amar os irmãos e irmãs torna-se a resposta concreta ao Amor. Nós recebemos a capacidade de amar na medida que nos deixamos amar, envolver e transformar pelo Amor, que primeiro nos amou.

Exprimimos o amor recebido, a capacidade que o amor gerou em nós, quando amamos os irmãos e irmãs. É a fraternidade solidária e compassiva que vai revelar a qualidade do meu amor e quanto espaço o amor de Deus realmente ocupa em minha vida. É neste tipo de amor que os nossos povos e cada um de nós encontramos vida e vida em plenitude.

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“Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19)

MÊS DA BÍLIA

AMADOS PARA AMAR

PE. VALDECIR TRESSOLDI, PSDPCoordenador da comunidade Verona, itália

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Somos Igreja peregrina. Pertencemos ao grande território amazônico. Terra de missão e de pessoas comprometidas com o Reino de Deus e o bem-viver, a Amazônia tem sido, para nós, solo fecundo e de experiências ricas para a missionariedade. O Sínodo e o Mês Missionário Extraordinário (MME) conectam-se e relacionam-se, principalmente, à medida em que são pensados para fortalecer as novas formas da presença da Igreja na região Amazônica. A Amazônia, uma região com rica biodiversidade, e multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos, dos Estados e da Igreja.

Como podemos colaborar na construção de um mundo capaz de romper com as estruturas que sacrificam a vida e com as mentalidades de colonização para construir redes de solidariedade e interculturalidade? Sobretudo devemos nos perguntar: Qual é a missão específica da Igreja, hoje, diante desta realidade? São mais de 7 milhões e meio de quilômetros quadrados com nove países que fazem parte deste grande bioma que é a Amazônia. Nos nove Países que compõem a Panamazônia, registra-se uma presença aproximada de 3 milhões de indígenas, constituída por cerca de 390 povos e nacionalidades diferentes. O Papa Francisco nos diz: “A sua visão de mundo, a sua sabedoria, tem muito para ensinar a nós que não pertencemos a sua cultura. Todos os esforços que fizermos para melhorar a vida dos povos amazônicos serão sempre poucos”. A palavra de Deus em Ex 3,5 também nos alerta: “tirai as sandálias pois o lugar onde pisas é sagrado”. Todos eles são memória viva da missão que Deus nos confiou a todos: cuidar da casa comum. É preciso integrar a terra com a vida. Assim teremos paz, beleza e plenitude. Evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo. Somos guardiões da obra de Deus.

PAROQUIAL

PARÓQUIA SÃO JOÃO BATISTAA CAMINHO DO MÊS MISSIONÁRIO

EXTRAORDINÁRIO

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Para reavivar a consciência batismal do Povo de Deus em relação a missão da Igreja, o Papa Francisco escolheu para o Mês Missionário Extraordinário o tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. E esta foi também a prioridade escolhida em assembleia Paroquial para este ano de 2019 com o objetivo de despertar a consciência da Missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária na vida da Igreja com todas as suas pastorais, movimentos e serviços.

O compromisso com a conversão pessoal, comunitária e pastoral a Jesus Cristo crucificado, ressuscitado e vivo em sua Igreja, renovará o ardor e paixão por testemunhar ao mundo, através da proclamação e da experiência cristã, o Evangelho da vida e da alegria pascal. Nós como Paróquia São João Batista nos preparamos para o MME já através de toda a nossa ação evangelizadora seja com visitas as famílias, dia missionário mensal, novenas, tríduos em preparação aos festejos, de modo que todos os fiéis tenham verdadeiramente a peito o anúncio do Evangelho e a transformação das suas comunidades em realidades missionárias e evangelizadoras; e aumente o amor pela missão, que “é uma paixão por Jesus e, simultaneamente, uma paixão pelo seu povo” (Carta do Papa Francisco ao Cardeal Filoni, 22 de outubro de 2017).

A ideia central neste processo de preparação para o MME é inserir dentro da programação ordinária e habitual das Igrejas locais, a temática e o espírito do mês missionário, visando a conversão pastoral missionária. Será uma ocasião para despertar, animar e não cansar as comunidades.

Deus nos cumulou com muitas bênçãos. E cada um de vocês, leigos, leigas, religiosas e religiosos são os protagonistas da nova evangelização e são pérolas preciosas que ajudam a Igreja de Cristo a ser mais visível, mais misericordiosa e mais acolhedora através das pastorais, serviços e movimentos onde cada um serve na Igreja conforme seus dons e talentos. Cada pastoral, movimento, serviço e conselho representa o rosto de Deus que acolhe, evangeliza e cuida da vida: pastoral da saúde, pastoral da pessoa idosa, pastoral da catequese, pastoral da criança, pastoral do dízimo/ cáritas, pastoral litúrgica (canto e música), ECC, RCC, apostolado da oração, capelinhas, pastoral dos coroinhas, leigos calabrianos (Filhos da Providência), pastoral da comunicação, pastoral da juventude, ministros da eucaristia, pastoral familiar, Comipa, pastoral do batismo, serviço de animação vocacional, cebs, terço dos homens, terço das mulheres, ministros da Palavra, conselho pastoral paroquial, CAE, captação de recursos, conselho municipal dos direitos da criança e adolescentes, conselho municipal da saúde, conselho de segurança alimentar e nutricional, conselho de comunicação/rádio comunitária, conselho da juventude, conselho do idoso e conselho interativo de segurança pública e justiça de Jacundá.

Louvemos a Deus Pai Providente pelo povo e a missão que Ele nos confiou. Acredito que todos nós podemos pastorear juntos para que assim o sonho de Deus de reunir a todos possa se tornar uma realidade à medida que semeamos sementes de paz e unidade como líderes servidores e discípulos missionários.

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Somos Igreja peregrina. Pertencemos ao grande território amazônico. Terra de missão e de pessoas comprometidas com o Reino de Deus e o bem-viver, a Amazônia tem sido, para nós, solo fecundo e de experiências ricas para a missionariedade. O Sínodo e o Mês Missionário Extraordinário (MME) conectam-se e relacionam-se, principalmente, à medida em que são pensados para fortalecer as novas formas da presença da Igreja na região Amazônica. A Amazônia, uma região com rica biodiversidade, e multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos, dos Estados e da Igreja.

Como podemos colaborar na construção de um mundo capaz de romper com as estruturas que sacrificam a vida e com as mentalidades de colonização para construir redes de solidariedade e interculturalidade? Sobretudo devemos nos perguntar: Qual é a missão específica da Igreja, hoje, diante desta realidade? São mais de 7 milhões e meio de quilômetros quadrados com nove países que fazem parte deste grande bioma que é a Amazônia. Nos nove Países que compõem a Panamazônia, registra-se uma presença aproximada de 3 milhões de indígenas, constituída por cerca de 390 povos e nacionalidades diferentes. O Papa Francisco nos diz: “A sua visão de mundo, a sua sabedoria, tem muito para ensinar a nós que não pertencemos a sua cultura. Todos os esforços que fizermos para melhorar a vida dos povos amazônicos serão sempre poucos”. A palavra de Deus em Ex 3,5 também nos alerta: “tirai as sandálias pois o lugar onde pisas é sagrado”. Todos eles são memória viva da missão que Deus nos confiou a todos: cuidar da casa comum. É preciso integrar a terra com a vida. Assim teremos paz, beleza e plenitude. Evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo. Somos guardiões da obra de Deus.

PE. ADRIANO CARMINATTI, PSDPPároco

Para reavivar a consciência batismal do Povo de Deus em relação a missão da Igreja, o Papa Francisco escolheu para o Mês Missionário Extraordinário o tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. E esta foi também a prioridade escolhida em assembleia Paroquial para este ano de 2019 com o objetivo de despertar a consciência da Missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária na vida da Igreja com todas as suas pastorais, movimentos e serviços.

O compromisso com a conversão pessoal, comunitária e pastoral a Jesus Cristo crucificado, ressuscitado e vivo em sua Igreja, renovará o ardor e paixão por testemunhar ao mundo, através da proclamação e da experiência cristã, o Evangelho da vida e da alegria pascal. Nós como Paróquia São João Batista nos preparamos para o MME já através de toda a nossa ação evangelizadora seja com visitas as famílias, dia missionário mensal, novenas, tríduos em preparação aos festejos, de modo que todos os fiéis tenham verdadeiramente a peito o anúncio do Evangelho e a transformação das suas comunidades em realidades missionárias e evangelizadoras; e aumente o amor pela missão, que “é uma paixão por Jesus e, simultaneamente, uma paixão pelo seu povo” (Carta do Papa Francisco ao Cardeal Filoni, 22 de outubro de 2017).

A ideia central neste processo de preparação para o MME é inserir dentro da programação ordinária e habitual das Igrejas locais, a temática e o espírito do mês missionário, visando a conversão pastoral missionária. Será uma ocasião para despertar, animar e não cansar as comunidades.

Deus nos cumulou com muitas bênçãos. E cada um de vocês, leigos, leigas, religiosas e religiosos são os protagonistas da nova evangelização e são pérolas preciosas que ajudam a Igreja de Cristo a ser mais visível, mais misericordiosa e mais acolhedora através das pastorais, serviços e movimentos onde cada um serve na Igreja conforme seus dons e talentos. Cada pastoral, movimento, serviço e conselho representa o rosto de Deus que acolhe, evangeliza e cuida da vida: pastoral da saúde, pastoral da pessoa idosa, pastoral da catequese, pastoral da criança, pastoral do dízimo/ cáritas, pastoral litúrgica (canto e música), ECC, RCC, apostolado da oração, capelinhas, pastoral dos coroinhas, leigos calabrianos (Filhos da Providência), pastoral da comunicação, pastoral da juventude, ministros da eucaristia, pastoral familiar, Comipa, pastoral do batismo, serviço de animação vocacional, cebs, terço dos homens, terço das mulheres, ministros da Palavra, conselho pastoral paroquial, CAE, captação de recursos, conselho municipal dos direitos da criança e adolescentes, conselho municipal da saúde, conselho de segurança alimentar e nutricional, conselho de comunicação/rádio comunitária, conselho da juventude, conselho do idoso e conselho interativo de segurança pública e justiça de Jacundá.

Louvemos a Deus Pai Providente pelo povo e a missão que Ele nos confiou. Acredito que todos nós podemos pastorear juntos para que assim o sonho de Deus de reunir a todos possa se tornar uma realidade à medida que semeamos sementes de paz e unidade como líderes servidores e discípulos missionários.

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Ora, o estilo de gestão calabriana das nossas casas e atividades é uma destas modalidades. Um instrumento através do qual podemos “dizer” e manifestar os valores que abraçamos e que constituem o nosso modo peculiar de colocar em prática o Evangelho: a gratuidade, o estilo de família, a valorização das pessoas, o cuidado com os mais pobres, a participação e a partilha dos bens... Por isso, o Pe. Calábria dizia com frequência que “a Obra é para os tempos atuais”; porque a Obra, o nosso Carisma e o nosso estilo de vida têm algo de precioso a dizer ao nosso mundo hoje, uma mensagem que pode tocar profundamente as contradições e as feridas do nosso tempo.

A colegialidade ajuda a manter-nos em atitude de escuta recíproca, de aceitação do outro e integração das diferenças, na busca contínua da vontade de Deus sobre nós. E esta, sem dúvida, é uma grande profecia num mundo que tende a construir muros e torres ao invés de pontes e arcas de salvação!

A ARCA: A história de Noé está entre as mais belas, populares e longas do Antigo Testamento; ocupa seis capítulos (5-10) do livro do Gênesis. Num tempo em que a humanidade, já fora do Édem, havia se afastado da vocação originária de Adão, Noé recebeu de Deus a ordem de construir uma arca, fazendo entrar nela um casal de cada espécie de animais e ainda: ele mesmo, a sua mulher, os três filhos e suas mulheres. A salvação da arca é sempre salvação também para quem a constrói. Em todo esse contexto de corrupção e perversão do povo, a última palavra não é da morte, porque o centro da cena é ocupado por um justo, o único justo que restava sobre a terra. O relato bíblico diz que Noé não responde a Deus com palavras; ele não fala, ele somente “caminha com Deus”. Na maioria dos casos os justos simplesmente caminham: não falam, mas fazem, amam, dão a vida... e as suas obras se transformam na sua palavra mais eloquente. Eles ‘falam’ construindo arcas de salvação. Noé se torna assim o paradigma de todos os portadores de carismas autênticos, que constroem uma arca sem por isso sentir-se heróis, mas permanecendo sempre instrumentos, como um simples ‘lápis’ nas mãos de Deus.

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GESTÃO

A GESTÃO COLEGIAL:UMA PROFECIA DO NOSSO

CARISMA “PARA OS TEMPOS ATUAIS”Todos nós, filhos e filhas de São João Calábria, somos herdeiros de um patrimônio

que recebemos gratuitamente: trata-se do Carisma calabriano, que se mantém vivo e significativo na história na medida em que, abertos à ação do Espírito Santo, atuamos modalidades criativas e cheias de frescor evangélico para traduzi-lo em estilo de vida e em gestos concretos.

A este propósito me vêm à mente duas imagens bíblicas utilizadas pelo economista e biblistaLuigino Bruni nas suas reflexões sobre a economia de comunhão: a arca de Noé e a torre de Babel:

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A TORRE DE BABEL: Depois da arca, os homens constroem Babel, uma cidade fortificada tendo ao centro uma alta torre. O livro do Gênesis descreve as dimensões da Arca de Noé: 231 m de comprimento, 22 de largura e 13 de profundidade, enquanto de Babel se especifica somente que “a parte de cima da torre devia tocar os céus”. Há uma diferença radical entre a ação de Noé e a ação dos que idealizaram a construção da torre: Noé obedeceu uma voz enquanto os outros partiram por iniciativa própria; Noé agiu para salvar os demais e não a si mesmo enquanto os construtores de Babel queriam salvar-se, proteger-se e fortalecer-se a si próprios. Além disso, o texto nos mostra que as iniciativas e os resultados de quem constrói por ter escutado um chamado e porque pensa antes de tudo nos demais, geralmente são menos vistosos e menos potentes do que as ações de quem constrói com a finalidade de criar seguranças pessoais.

Na construção da Torre de Babel há uma ação coletiva, um encorajamento e uma exortação recíproca a construir uma obra: “Vamos, construamos uma cidade e uma torre”... Nem todas as solidariedades e cooperações são boas, não todos os esforços coletivos levam à salvação. O trabalho dos construtores e dos engenheiros de Babel não foi um trabalho abençoado, e por isso acabou na dispersão. Existem trabalhos que providencialmente acabam dispersos. O engano radical de Babel foi o de pretender salvar-se fechando-se entre semelhantes: todos tinham uma única língua e as mesmas palavras... é a ilusão da auto-suficiência e de poder bastar-se a si mesmos, que pode insidiar-se também na organização e na condução das nossas obras e atividades.

O poder salvífico de Noé e aquele dos impérios de Babel convivem lado a lado e se confundem também nas nossas famílias, nas nossas comunidades e atividades. Estas, porém, se salvam somente quando resistimos à tentação de circundar-nos somente dos nossos semelhantes (as pessoas mais próximas na linguagem e nas convicções) evitando os conflitos e aqueles que falam outras línguas; ou quando resistimos à tentação de nos preocuparmos em crescer somente em altura e força. Ao contrário, como Noé, somos chamados a ter a coragem de perder, retroceder e diminuir para salvar a todos. Na lógica do Evangelho, uma pobre tenda nômade é mais forte e potente do que uma torre alta como o céu.

1. Viver a nossa vida e missão como resposta a um chamado: todos nós, que fazemos parte da grande Família Calabriana, recebemos um chamado de Deus a participar de um projeto que é Seu. Por isso, somos também chamados a fidelidade: fidelidade antes de tudo a Deus e fidelidade para com as irmãs e os irmãos que Ele mesmo coloca ao nosso lado nesta aventura de deixar-nos conduzir sempre e em tudo pela Sua Providência... Fidelidade significa também ser como Noé, que se colocou totalmente a serviço da salvação: como aconteceu com Noé na arca, ou nos salvamos todos, ou ninguém se salva. Este é um critério que pode ajudar-nos a discernir o que dizer, o que calar, o que fazer e o que evitar, como encarar cada situação interna ou externamente, de modo que “não se perca nenhum daqueles que o Pai nos deu...”! (cf. Jo 6,39).

2. Ter e dar confiança: para nós, filhos e filhas de São João Calábria, levar adiante a gestão de modo profético implica criar um ambiente onde se respire a beleza da filiação divina, onde os irmãos e irmãs a nós confiados possam crescer, tornando-se sempre mais conformes à imagem de Deus, sempre mais livres e responsáveis. E mesmo porque toda a nossa ação se fundamenta numa antropologia cristã que vê cada pessoa como “filha” e a reconhece na sua dignidade essencial, nas nossas Casas deve respirar-se um clima de confiança recíproca, que nos faz acreditar sempre na possibilidade de crescimento e superação do outro: confiar até que a realidade nos prove o contrário!

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Desta dupla imagem podemos extrair algumas iluminações e pistas para o nosso modode organizar, gestir e conduzir as nossas atividades diárias seja na família, nos serviços queprestamos ou nos grupos que integramos ao interno da Obra:

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3. Ser instrumentos de comunhão (construir arcas): que começa quando uma pessoa ou um grupo se coloca numa atitude sincera de busca da vontade de Deus, de abertura, de escuta recíproca e humildade, para depois expandir-se como os círculos concêntricos que se formam na água em todos os âmbitos e com todas as pessoas que a Providência nos faz encontrar. E isto vale especialmente para nós, filhos e filhas de São João Calábria, que temos uma espiritualidade fundamentada na comunhão e na fraternidade. Por isso, é importante sermos construtores de arcas, onde todos conseguem encontrar um lugar.

Segundo o Papa Francisco, a comunhão é a grande profecia deste tempo, marcado pela tendência a separar e dividir para resolver os problemas. É o que vemos, por exemplo, no atual fenômeno migratório mundial, fruto da globalização construída por nós, ocidentais, graças sobretudo à tecnologia e aos mercados globais que abatem a singularidade das diversas tradições e culturas, impondo gostos massificados e criando falsos valores e falsas necessidades.

Este fenômeno está levando milhões de pessoas a migrar em busca de melhores condições de vida: os povos do mundo globalizado já não aceitam viver em situações de opressão e miséria extrema, e se levantam reivindicando para si mesmos um futuro melhor. De acordo com o último dossiê da ONU, atualmente existem no mundo 258 milhões de imigrantes, o que representa um aumento de 49% desde o ano 2002. As fortes desigualdades sociais impelem as massas desesperadas à migração forçada, e podem tornar-se causa de tensões e revoltas sociais.

Falando deste fenômeno, Papa Francisco é claro: “Aqueles que constroem muros para defender-se acabarão eles próprios prisioneiros dos muros que construíram. Aqueles, ao contrário, que constroem pontes, irão adiante e verão tempos novos e florescentes” (entrevista durante o retorno da visita ao Marrocos).

A espiritualidade calabriana nos convida de forma muito eloquente a trabalhar para construir dentro de nós e ao nosso redor uma cultura de comunhão, que nasce necessariamente da convicção que o outro é um “semelhante” e não um adversário, um “irmão” e não um concorrente. Trata-se sem dúvida de uma meta alta, mas a ela devemos mirar porque traduz a essência do Evangelho e do nosso Carisma: a certeza da paternidade de Deus e da nossa fraternidade essencial. Pensemos quantas oportunidades a Providência nos oferece nas práticas de gestão cotidiana das nossas Casas para atualizar estes valores, colocando em ato mecanismos e modalidades que sejam de verdade sinal visível do patrimônio espiritual que nos foi confiado.

Quanto caminho temos ainda a percorrer dentro das nossas famílias, das nossas casas religiosas, das nossas obras… para concretizar o sonho de São João Calábria para todos nós:

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IR. MARCIA FAÉ, PSDPEcônoma geral

“Antes de tudo olhar-se como irmãos,e como tais amar-se reciprocamente eajudar-se sobretudo na vida espiritual”.

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O Capítulo é sempre um dom da graça que o Senhor nos oferece. Este dom da graça nos convida a retornar às fontes do carisma que Deus Pai semeou no coração de São João Calábria e que hoje é fonte de vida para muitas pessoas em diversas partes do mundo.

Para promover e dar unidade ao nosso caminho de preparação ao Capítulo nos é dado uma PALAVRA e um SÍMBOLO.

A Palavra e símbolo, juntos, expressam essa profecia de comunhão que somos chamados a construir, viver e anunciar nos contextos culturais, espirituais e sociais do nosso tempo. A Palavra é luz que ilumina, aquece o coração e dá ritmo aos nossos passos e às nossas relações; O símbolo ajuda a tornar visível o que desejamos viver de modo que possamos manifestar a profecia da comunhão.

PALAVRAA Palavra que nos ilumina nesta caminhada rumo ao Capítulo Geral nos transporta ao Cenáculo,

naquele momento no qual se celebra a Última Ceia, e nos faz ouvir esta Palavra de Jesus:"Nisto saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13,35).

SÍMBOLOA profecia da comunhão, que somos chamados a viver, é representada graficamente através do

Símbolo do Capítulo. A comunhão que se torna profecia na história nasce da cruz pascal (cruz onde predomina a cor branca, sinal da ressurreição), e do sopro do Espírito Santo, que desce do céu e abraça a cruz e as pessoas (o vento representado por diferentes cores lembra os muitos dons do Espírito). O crucificado ressuscitado, soprando seu Espírito, gera pessoas capazes de viver como ressuscitados. Pessoas de mãos dadas - Viver como ressuscitado significa expressar a comunhão que nasce do alto e se encarna na história e em novos modos de relacionamentos. Cinco pessoas e cores diferentes – As novas relações têm a característica da interculturalidade presente na Obra.

As novas pessoas em Cristo se abrem aos outros e, juntos, proclamam a paternidade de Deus, que em Cristo e no Espírito Santo nos faz filhos e irmãos. Esta comunhão não permanece fechada em nós mesmos, mas é aberta e em construção.

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CAPÍTULO

A PROFECIA DA COMUNHÃOXII - CAPÍTULO GERAL

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A PONTE ESTÁ PRESENTE1 - ENCONTRO DE FORMADORES

A Delegação Nossa Senhora Aparecida recebeu na sede em Porto Alegre/RS, para o Encontro de Formadores, religiosos e religiosas das Delegações, responsáveis pelas etapas de formação do Noviciado, Juniorato e Formação Permanente. O encontro ocorreu nos dias 15 à 17 de julho.

Ao longo do Encontro, além dos momentos de reflexão e partilha, foram abordados os temas: "os desafios do Juniorato e por onde podemos caminhar"; "a Formação continuada, como um caminho para a fecundidade" e "questões atuais do Noviciado e seus desafios".

Destacamos a presença da Madre Ir. Lucia Bressan, superiora geral das Pobres Servas, e de Pe. Luciano Squizzato, Vigário Geral dos Pobres Servos. Estiveram presente formadores de Angola, Itália, Paraguai, Argentina, Filipinas e Brasil.

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2 - ACAMPAFÉ 2019

A Paróquia Nossa Senhora do Rosário em Macapá/AP, promoveu de 10 à 12 de julho a 3ª edição do ACAMPAFÉ, com o tema “QUANDO A TEMPESTADE CHEGAR, EM TEUS BRAÇOS EU QUERO ESTAR”.

O ACAMPAFÉ é um acampamento juvenil, com duração de três dias, realizado pelo Conselho Juvenil Paroquial (CJP), da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, onde atuam os Pobres Servos da Divina Providência. Uma das finalidades é de apresentar o rosto jovem da igreja que é jovem, por meio de experiências e vivências cristãs proporcionadas pelos jovens coordenadores dos grupos e/ou comunidades, ou seja, jovem evangelizando jovem.

3 - CONACOMP 2019

O Congresso trouxe diversas ferramentas para todos aqueles que trabalham com a comunicação católica, padres, secretários, agentes de pastoral e profissionais da área. Além do enfoque no universo das redes sociais, nas tecnologias a disposição, buscou-se orientar os participantes quanto ao uso correto desses meios.

Além de ser um momento formativo, foi uma oportunidade de reunir os participantes para trocas de experiências e aprendizados práticos.

“A Igreja no Brasil vem procurando acompanhar o desenvolvimento do processo comunicacional em sua feição midiática a fim de atualizar sua missão no Mundo. Desse

O CONACOMP é um dos maiores eventos de Comunicação Católica da América Latina,e aconteceu durante a EXPOCATÓLICA, nos dias 13 e 14 de julho em São Paulo.

modo, coloca-se como prioridade aprimorar as estratégias de comunicação para que a ação pastoral alcance seus objetivos de forma eficiente. Para ser eficaz, esta tarefa deve ser acompanhada de um processo de sensibilização e formação dos leigos para o exercício pleno da comunicação. Tal processo de formação converte-se num dos grandes desafios para a Igreja, levando em conta o reconhecimento de que estamos vivendo uma mudança de época”. (Doc. 99 da CNBB Cap. V, 126)

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4 - SEMANA INTENSIVA DE FORMAÇÃO

Participaram os formandos da etapas do Aspirantado e Postulantado, acompanhados pelo Pe. Hermes José Novakoski, responsável pelos formandos da etapa inicial.

A semana Iniciou com retiro, orientado pela Ir. Myriam, refletindo a passagem dos discípulos de Emaús: “Ele caminha conosco” (Lc 24,13-35). Durante esse período de formação foram abordados temas como: a juventude na realidade atual; o espírito apostólico Calabriano; as dimensões que permeiam a vida humana; as vias de espiritualidade; a vocação específica do religioso irmão; projeto de vida; Lectio Divina e autoconhecimento, personalidade.

3 - CONACOMP 2019

O Congresso trouxe diversas ferramentas para todos aqueles que trabalham com a comunicação católica, padres, secretários, agentes de pastoral e profissionais da área. Além do enfoque no universo das redes sociais, nas tecnologias a disposição, buscou-se orientar os participantes quanto ao uso correto desses meios.

Além de ser um momento formativo, foi uma oportunidade de reunir os participantes para trocas de experiências e aprendizados práticos.

“A Igreja no Brasil vem procurando acompanhar o desenvolvimento do processo comunicacional em sua feição midiática a fim de atualizar sua missão no Mundo. Desse

A Semana Intensiva de Formação aconteceu de 15 à 23 de julho,no Seminário Apostólico N. Sra de Caravaggio, em Farroupilha/RS.

modo, coloca-se como prioridade aprimorar as estratégias de comunicação para que a ação pastoral alcance seus objetivos de forma eficiente. Para ser eficaz, esta tarefa deve ser acompanhada de um processo de sensibilização e formação dos leigos para o exercício pleno da comunicação. Tal processo de formação converte-se num dos grandes desafios para a Igreja, levando em conta o reconhecimento de que estamos vivendo uma mudança de época”. (Doc. 99 da CNBB Cap. V, 126)

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5 CNBB – Documento 109, n. 7

6 Idem, n. 8

7 Idem, n. 4

Ainda ressoa nas paredes físicas da Casa Mãe lá em San Zeno in Monte, os gritos do Pai Fundador: “a minha Igreja! A minha Igreja”. Após tantos anos, ouvimos ressoar para os quatro cantos do mundo o clamor do Papa Francisco: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar as próprias seguranças”. O que São João Calábria via e sentia, parece ser o mesmo que sente o Papa Francisco: a Igreja não está respondendo às necessidades dos homens e das mulheres de hoje. Quando Francisco convoca a Igreja para que saia, para que vá além das fronteiras geográficas e mergulhe nas fronteiras existenciais, traduz para o Século XXI, o “ir lá aonde ninguém quer ir” de Joao Calábria em 1907.

Para casar Carisma Calabriano e Magistério da Igreja, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), neste ano publicou suas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para o triênio 2019-2023, trazendo como imagem de fundo a Casa. Casa que traz intrínseca o sentido de Família, a família, que tanto propagamos em nossas falas e escritos quando queremos nos referir ao Carisma Calabriano.

O XII Capítulo Geral convocado para 2020, vem com um apelo muito forte a partir do seu tema, a Profecia da comunhão. Esse tema desafia a Obra a voltar a ser a si mesma, reconhecer onde se perdeu e retomar o caminho para o lar. Esse lar, que deve ter a mesma fisionomia da Igreja do Brasil, lar para os seus habitantes (principalmente os mais vulneráveis),7 onde se deve acentuar a personalização da evangelização e da pastoral, voltando um olhar cuidador sobre o ser humano atual, com atenção às alegrias e tristezas, esperanças e angústias que clamam por ética e sentido da vida nessa mudança de época. Não se pode seguir adiante, sem escutar os gritos lancinantes e os clamores ensurdecedores dos pobres, que ecoam pelos nossos condomínios cristãos, blindados por um aburguesamento de vida à prova de vulneráveis.

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IGREJA

O DESAFIO DE EVANGELIZAR DE UMJEITO CALABRIANO NA PERSPECTIVA DASNOVAS DIRETRIZES DA IGREJA NO BRASIL

A casa das Diretrizes, que são as Comunidades Eclesiais Missionárias5,se sustenta em quatro pilares sólidos, que a mantêm em segurança:

1. Iniciação à vida cristã e animação bíblica da pastoral;2. Liturgia e espiritualidade; 3. Serviço à vida plena para todos e; 4. Estado permanente de missão.6

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8 CNBB – Documento 109, n. 20

Há quem vai objetar, que não estamos tão ruins assim, mas pelo que consta, fazemos parte de uma Igreja, que todos os dias leva um “pito” do Papa, e nós religiosos, religiosas, leigos e leigas calabrianos, talvez não estamos percebendo, mas a realidade já nos sinalizou com uma bandeira amarela, porque a impressão que se tem é que fazemos muito, mas não atingimos quase ninguém. Francisco nos exorta para que não sejamos uma ONG, mas para isso precisamos fazer diariamente três movimentos: o primeiro movimento é o caminhar; o segundo é o trabalho de edificar a Igreja; e o terceiro confessar Jesus. E confessar Jesus é ser testemunho de uma novidade: Deus é amor, e por isso, devemos amar como Ele nos ama. Só se descobre o amor verdadeiro, quando se descobre a pessoa do outro com tudo o que ele é, forças e fragilidades. Não se pode ser profecia sem o outro, pois “a descoberta do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, dom salvífico para toda a humanidade, não acontece sem a mediação dos outros”8.

Quando olhamos para a História e fazemos um recorte de 112 anos de caminhada como Obra Calabriana, precisamos fazer uma reflexão honesta e consciente sobre o que a gente está fazendo mesmo para reavivar no mundo a fé em Deus e na Sua Paternidade e o abandono em Sua Divina Providência. Esse é o Carisma Calabriano, mas só se vive isso em fidelidade a Jesus e à sua missão, que é o Reino de Deus. Não estamos falando aqui de homens e mulheres anjos, pois só pode viver essa experiência como seres humanos, que sentem, sofrem e amam. Não são as obras e feitos, que provam nosso amor sem reserva, mas é o jeito com que nos amamos. Em preparação ao capítulo fomos convocados e convocadas a revisitarmos uma das máximas de nossa opção de vida, que parece ter saído de moda, mas que é mais necessária que nunca: “antes de tudo considerarmo-nos como irmãos e como tais amarmo-nos reciprocamente um ao outro e ajudarmo-nos especialmente na vida espiritual.”

O mundo anda carente de amor. As pessoas se dizem amantes, mas o amor está muito fragilizado. O amor verdadeiro é o rosto mais belo da Igreja e reflete a santidade de Deus neste mundo”. E é este rosto, que a Obra precisa ser. Antes de tudo entre os seus membros. Um dos eixos escolhidos para a construção do próximo capítulo é o Espírito de família, que é fraternidade fecunda que gera vida a partir do diálogo com a diversidade. O outro só porque não é igual a mim, não deixa de ser importante, ele não é melhor nem pior, é original, é diferente. E é nesta perspectiva, que a Obra precisa se rever. Como já dissemos, somos uma família, e não só, somos uma família que recebeu uma missão. A Obra Calabriana é essencialmente missionária. O verbo, que consagrou sua principal característica é o verbo ir, que indica contínuo movimento. E para os dias de hoje, para alimentar a vida de tantos irmãos mergulhados na solidão e no abandono, a Igreja na pessoa de Francisco nos sacoleja e nos coloca contra a parede, sobre o que de verdade somos, e se ainda queremos ser o que foi objeto de nossos sonhos: servir ao outro, aquele outro, que tantas vezes foi transformado em objeto, que se pode descartar. Somente com “obras e gestos, como uma Obra missionária poderemos entrar na vida diária dos outros, para encurta as distâncias, abaixando-nos – se for necessário – até à humilhação e assumirmos a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo. Somente assim seremos evangelizadores que contraem o «cheiro de ovelha», e estas escutarão a nossa voz”. Mas isso só vai se materializar quando “a nossa missão for no estilo de serviço (com alegria, na lógica do dom e na gratuidade), prestando atenção às novas periferias e de maneira especial atenção às pessoas deficientes”, que a sociedade tenta descartar como refugo, por não produzir.

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9 CNBB – DGAE n. 141

“Ir lá onde ninguém quer ir”, já revela por si um contexto de exclusão. Não se pode ser Calabriano, se se recusa estar nas periferias. Não se pode querer servir de verdade a Humanidade, estacionados em determinados espaços de requintes. Tanto no ‘ide’ de Jesus, como no “ir lá” de João Calábria estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, aos quais hoje todos somos chamados a esta nova ‘saída’ missionária. Em tempos de capítulo, a Obra deve se tornar Samaritana, tanto no deixar-se encontrar com Jesus e converter-se no seu jeito de amar, no ser servidora “com as portas abertas.9 Saindo em direção aos outros para chegar às periferias humanas. E isso não significa correr pelo mundo sem direção nem sentido. Muitas vezes é melhor diminuir o ritmo, pôr de parte a ansiedade para olhar nos olhos e escutar, ou renunciar às urgências para acompanhar quem ficou caído à beira do caminho”. E aqui entra um grande exercício, que exigirá de cada um de nós a conversão pessoal, que necessariamente passa pela mudança dos critérios como enxergamos e julgamos a realidade, não vale mais o critério do dogma e da lei, que são frios e matam, mas os novos parâmetros e paradigmas são aqueles da verdade, da justiça, da ética e da misericórdia.

Já em sentido de conclusão, gostaríamos de conclamar toda a Obra Calabriana e os demais leitores, para que voltemos nossos olhos e nossos corações a uma nova era. Não se pode aprisionar o tempo. O futuro é sempre hoje no amanhã. Temos uma grande oportunidade de fazermos uma bela revisão, não para chorarmos por sementes que morreram sem florescer e frutificar, mas é hora da Obra e a Igreja potencializarem as sementes, que mesmo não sendo “as sementes”, seguem teimosamente buscando espaço para enraizarem-se e produzirem o máximo de frutos que a sua natureza lhes permitir. Está na hora de olharmos aos pobres, aos mais humildes de dentro e fora da obra e fazermos deste chão sagrado um grande jardim, plural, diverso e ao mesmo tempo único porque é fecundado pela vida e a presença do outro com suas qualidades e seus defeitos, que compõem a grande beleza desta joia rara, que nasceu da maldade de uma lança, mas que se transformou em vida e morada do amor.

Vamos ser cristãos de fato. Vamos viver o verdadeiro cristianismo, porque segundo Francisco “há certo cristianismo feito de devoções – próprio duma vivência individual e sentimental da fé – que, na realidade, não corresponde a uma autêntica ‘piedade popular’. Alguns promovem estas expressões sem se preocuparem com a promoção social e a formação dos fiéis, fazendo-o nalguns casos para obter benefícios econômicos ou algum poder sobre os outros”. Que nosso sonho de amor, de amar, e de reino seja verdadeiro. Que a nossa ação seja simples, singela, fraterna, salvadora e libertadora, assim como é a Cruz da qual pendeu a salvação do mundo.

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IR. SILVIO DA SILVA, PSDPSecretário Executivo da CNBB

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Amizade é experiência eterna do bem-querer.Um caminho sereno de acolhida e fraternidade.

Envolve sensibilidade, amor e cuidado.Amizade é encontro de corações, transbordando ternura e afeto.

É sinfonia de sons, música, arte e beleza.É sintonia humana e divina, respeito, alegria e fé.

Amizade é espaço saudável de encontro e partilha.Ser e ter amigos e amigas faz muito bem à alma e ao corpo.

Amizade é harmonia de sentimentos, expressão de carinho, encantamento.A amizade transmite luz e esperança.

É presença cativante. Troca de energia vital, palavras e sorrisos.É experiência de hospitalidade, liberdade e gratuidade.

É intercâmbios de corações, sem intervenção da ciência.Amizade é a vivência da radicalidade da pluralidade.

Na amizade não há lugar para a discriminação e a violência.Os amigos buscam os valores e ideais mais nobres e dignos.

Gestos de paz e solidariedade são práticas constantes dos amigos.Compaixão, amor e cuidado são atitudes decisivas dos amigos.Abraços e sorrisos compõem o cenário dos verdadeiros amigos.

A amizade não se esgota com o tempo.Não morre com o distanciamento.

A amizade é vida amorosa e plena de sentido.É experiência de céu aqui e agora.

É luz apontando a direção do amor pleno de Deus.É abertura e celebração da vida presente e futura.

Gratidão aos amigos e amigas que a vida e a missão oferecem...Obrigado, Deus-Amigo, pela dádiva do amor dos amigos!

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PE. OSMAR COPPI, PSDP

AMIZADE FAZ MUITO BEM

EXPEDIENTEDiretor Geral:Pe. Gilberto Bertolini

Coordenação, redação e edição:Pe. Hermes José Novakoski

Conselho Editorial:Heloisa Fernandes, Ir. Rafael Pedro Susrina,Ir. Ignez Stievi

Projeto Gráfico e Diagramação: Douglas Monteiro, por LK6 Comunicaçãowww.lk6comunicacao.com.br

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